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Educação Espírita: um Convite à Juventude Cristo Encontro 7

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Educação Espírita: um Convite à Juventude

Cristo Encontro 7

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Encontro 7: Vício e Cristianismo

Como conversamos no módulo 1, o povo hebreu se forma no mundo com uma missão muito espe-cial: apresentar à Humanidade a compreensão de que Deus é único. Consequentemente, tudo o

que fundamenta o comportamento deste povo tem como base a ideia de um Deus universal.

Como sempre acontece na Terra e nos mundos atrasados, geramos acertos e erros em nossa caminha-da evolutiva. Aqui, por exemplo, Deus, compreendido como único e universal, torna-se parcial, privi-legiando apenas um povo, limitado em Sua misericórdia por conta dos preconceitos humanos.

Os fariseus são os sacerdotes do povo hebreu. Mas o que significa ser sacerdote judeu na época de Je-sus? Certamente, não eram como os sacerdotes católicos e protestantes atuais. Eles concentravam enorme poder em suas mãos, não apenas o poder de orientar, mas de criar leis e aplicar punições. De certa maneira, eles reuniam o poder legislativo, judiciário, executivo e religioso; faziam o que hoje fa-zem os políticos do congresso, os juízes nas cortes e controlavam forças policiais.

Eles têm muito poder e esse poder, dizem eles, é dado e mantido por Deus. Veja o tamanho da confu-são em que Jesus vai se envolver ao falar de Deus de forma independente! Não se trata de uma mera discussão teórica, trata-se de poder social, de riqueza, de decidir quem deve mandar e quem deve obe-decer.

Durante muito tempo os homens se estraçalharam e se anatematizaram em nome de um Deus de paz e de misericórdia, ofendendo-o com um tal

sacrilégio. O Espiritismo é o laço que os unirá um dia porque lhes mostrará onde está a verdade e onde está o erro. Mas ainda por muito tempo ha-verá escribas e fariseus que o negarão, como negaram o Cristo. Quereis, pois, saber sob influência de que Espíritos estão as diversas seitas que

se repartem o mundo? Julgai-as pelas suas obras e pelos seus princípios. Jamais os bons Espíritos foram instigadores do mal; jamais aconselharam ou legitimaram o assassínio e a violência; jamais excitaram o ódio dos par-tidos nem a sede de riquezas e honrarias, nem a avidez dos bens terrenos. Somente os bons, humanos e benevolentes para com todos são os seus preferidos, como são também os preferidos de Jesus porque seguem a

rota indicada para levar a Ele.

Santo Agostinho, Livro dos Espíritos, Conclusão, item IX.

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Vejamos três regras estabelecidos pelos fariseus para educação e controle do povo hebreu.

1. As leis da alimentação, que classifica os alimentos entre pu-ros e impuros e orienta com quem se podia e com quem não era

permitido sentar-se a hora da refeição; 2. A observação do Sabbath, o sábado deve ser totalmente dedi-

cado a Deus; 3. A terceira é reconhecer a autoridade e a superioridade do

templo como lugar privilegiado para se adorar Deus.

Alimentação e companhia na refeição

O que fez Jesus? Alimentava-se sem seguir as regras rígidas dos fariseus e, principalmente, alimentava-se na presença de todos! De todas as pessoas sem exceção. Parece estranho hoje, mas isso era muito importante na época. Era inaceitável que um religioso se sentasse a mesa com um não religioso para co-mer. Era um erro muito grave! Jesus participava da refeição com todos, inclusive com ladrões e prostitutas! Resultado? Es-cândalo social, revolta total dos fariseus! Por que os fariseus se incomodavam tanto? Porque o jovem que fazia isso, fala-va em nome de Deus, realizava curas e era adorado pelo povo. Tudo o que ele fazia tinha um imensa repercussão. Jesus, sa-bia que desafiava os costumes milenares dos fariseus, mas fa-zia isso vivendo de forma fraterna com todos. Um dos regis-tros destes casos foi feito por Mateus (9:10-13 e 12:9-14).

E sucedeu que, estando ele reclinado {à mesa} em casa, eis que

muitos publicanos e pecadores, que tinham vindo, reclinavam-se {à mesa} junto com Jesus e seus discípulos.

Os fariseus, vendo {isso}, diziam aos discípulos dele: Por que vos-so Mestre come com os publicanos e pecadores?

Ele, porém, ouvindo, disse: Os sãos não têm necessidade de médi-co, mas os que estão doentes. Ide e aprendei o que significa: “Miseri-córdia quero e não oferenda”, pois não vim chamar justos, mas peca-

dores.

Esse é o relato de um enorme escândalo social muito difí-cil de ser entendido hoje.

Citação adaptada do capítulo 9, versículo 10 a 13, e capítulo 12, versículo 9 a 14 de O Novo Testamento, tradução de Haroldo Dutra Dias, edição Feb. Imagem o Templo de Jerusalém.

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Certamente, a origem desta ideia é superior. A orientação de se ter um dia na semana dedica-do a reflexões espirituais, para se conectar mais profundamente com Deus é de extremo va-lor. Porém, o espírito do orgulho e do egoísmo daqueles que mais se preocupam em controlar e mandar do que em servir, perverteu essa ideia. Ao invés de buscar a Deus, os sacerdotes da época de Jesus, preocupavam-se em vigiar os comportamentos externos. Resultado? Jesus não podia concordar com isso.

Os fariseus, por outro lado, sempre estavam a desafiar Jesus, a criar armadilhas e ciladas. Como Jesus respondia a estas armadilhas e ataques? Essa é nossa pergunta central. Agindo com com-paixão. A cena descrita abaixo, por Mateus, é perfeita. Ela nos mostra a armadilha dos fari-seus e nos mostra como Jesus os respondia intelectualmente, de forma objetiva e sem perder tempo em discussões inúteis, e como direcionava suas energias para algo prático, para o Bem.

Tendo partido dali, entrou na sinagoga deles. Estando ali um homem com uma das mãos atrofiadas, perguntaram-lhe, {dizendo} se “é lícito curar no sábado”, para que o acusassem.

Eis aqui a cilada!

Ele, porém, lhes disse: Qual dentre vós é o homem que, tendo uma ovelha, se vier a cair num fosso, num sábado, não agarrará e erguerá ela? Ora, quanto mais vale um homem do que uma ovelha? Portanto, é

lícito fazer o bem no sábado.

Aqui a resposta intelectual, simples, clara, objetiva. Então, diz ao homem: Estende a mão. Ele a estendeu, e foi restaurada, {ficando} sã como a outra. Após

saírem, os fariseus formaram um conselho contra ele, a fim de matá-lo.

Aqui a prática. Jesus cura a mão de um homem! E não teme as consequências de fazer o bem. Falariam mal dele e, como mostram os textos, tramam matá-lo. Jesus age com coragem sere-na.

Superioridade do Templo de Jerusalém

O Templo de Jerusalém é ao mesmo tempo o símbolo do poder de Deus no mundo - A Casa de Deus - e o símbolo do poder dos sacerdotes. É a questão central entre os fariseus e Jesus, a autoridade. Quem tem mais autoridade os fariseus ou o Cristo? Jesus cura, perdoa, ama e serve; os fariseus ordenam, mandam, impõe. A medida que as pessoas reconhecem Jesus como uma autoridade que vem de Deus, a autoridade que se baseia no Templo é ameaçada.

Observação do Sábado

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O Templo é a “prova”material que os fariseus apresentavam ao povo para justificar sua superiorida-de, para legitimar sua autoridade, para dizer: vocês devem me obedecer! Eu falo em nome de Deus! Claro, isso é corromper a ideia de um Deus que é misericórdia. Óbvio, que esse tipo de corrupção es-timula todos os outros tipos de comportamentos desonestos. É no Templo que vemos uma das mais fortes afirmações de Jesus. Veja como Mateus (21:12-15) anotou esse fato.

Jesus entrou no templo e expulsou todos os que vendiam e compravam no templo, e derribou as mesas dos cambis-tas e as cadeiras dos vendedores de pombas. E diz a eles: Está escrito: A minha casa será chamada casa de ora-

ção. Mas vós fizestes dela um covil de assaltantes.

Aqui a denúncia forte e firme do Mestre!

Aproximaram-se dele, no templo, cegos e coxos, e ele os curou.

Alguém desavisado poderia achar, ele está muito nervoso, desequilibrado. Na verdade, não! Pois agiu com profunda compaixão em relação aos enfermos, curo-os.

Vendo os sumos sacerdotes e os escribas as maravilhas que ele fez, e as crianças gritando no templo “Hosana ao filho de Davi”, indignaram-se…

Jesus é enérgico, contudo sem perder a compaixão. Isso é curioso, o amor pode expressar-se com ener-gia sem deixar de ser amor. Às vezes, é dever do amor ser enérgico. O que vemos aqui é um clima de exaltação e de alegria. A raiva ficou por conta dos sacerdotes e dos ladrões que foram repreendidos. As crianças estavam cantando em homenagem a Jesus. Se o ambiente energético estivesse “pesado”, as crianças teriam ficados assutadas e não estariam alegremente cantando.

Missão cumprida? Entendemos como Jesus lidou com os sacerdotes, com os religiosos que se acham plenos de autoridade? Acredito que sim, missão cumprida! Apenas para resumir digo: Jesus argumen-tou com eles de forma objetiva, clara e breve. Nunca desperdiçou seu tempo em argumentos longos e continuados. Mesmo sendo infinitamente mais preparado intelectualmente, seu principal argumen-to foram suas ações, sempre. Ele sempre alertava a seus discípulos, cuidado com o fermento dos fari-seus! E não estava falando de assuntos de padaria e de pão… O que ele queria dizer era, não aceitem en-trar em discussões longas em que, independente dos resultados, vocês perderão, porque deixaram de amparar a quem sofre, perdendo tempo preciso em disputas de vaidades e brigas inúteis. Se você tem dúvida sobre isso, dou um argumento numérico. No Evangelho de Mateus, por exemplo, Jesus realiza dezenas de cura e cada cura é seguida de vários ensinos espirituais, contudo, não encontrei uma vez sequer que Jesus foi procurar as autoridades sacerdotais para tentar esclarecê-las! Ele preocupava-se com o povo, pois sabia que apenas os séculos futuros, repletos de dor e testemunhos, poderiam mol-dar os corações arrogantes e orgulhosos para que aceitem a Vontade de Deus.

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1. Acalme o corpo, respirando lentamen-te o tempo que for necessário. Se possível, coloque uma música que lhe traga paz.

2. Sente-se de forma confortável.

3. Durante a massagem.

Examine seu corpo, percebendo suas sensações.

Toque levemente em todo o seu corpo, iniciando pela cabe-ça, rosto, nuca, ombros, braços, peito, abdômen, costas, per-nas... Após tocar em seu corpo, com movimentos suaves, inicie um massagem, começando pela cabeça.

Sinta seu corpo como um tempo. Seu corpo é um templo de Deus. Sinta seu corpo como um templo sagrado, o local de encontro em Deus e você. Sinta enquanto massageia-se: meu corpo é um templo divino.

Exercício emocional

Prática Emocional

1. Auxilie uma pessoa a melhor cuidar de seu corpo;

2. Você pode doar um material de higiene pessoal e falar sobre a importância de cuidar do corpo como um templo de Deus, seja a um conhecido ou a um desconhecido.

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Que a paz do Cristo, vibrando em vosso ser, alterando cada célula do seu organismo físico e espiritual, se estabeleça para sempre. Irmãos, o convite do Mestre é o convite da ação, é o convi-te do amor, é o convite, acima de tudo, ao respeito às outras opiniões mesmo quando equivocadas.

O Mestre nunca humilhou os orgulhosos fariseus com o seu saber. Quanto não poderia ter feito o Mestre, se o quisesse, no sentido de humilhar, de citar detalhadamente todas as es-crituras, de mostrar que muitos que discutiam com ele, em nome da Lei da tradição judaica, conheciam infinitamen-te menos do que ele? Não teria sido fácil? Facílimo, garanto. Mas não é essa lição do nosso Mestre.

A lição do Mestre é a da cura da mão, a lição do Mestre é do encaminhamento para a atividade que leva a Deus. A lição do Mestre é do silêncio que compreende e do ato que educa.

Jamais, é ele o Mestre que humilha, o Mestre que despreza, o Mestre que faz questão em destacar o erro do outro. Jamais.

Por isso, podemos vos assegurar: se o vosso coração se alegra em vencer uma discussão, em humilhar aquele se opõe, em destruir o argumento do outro, não estais com o Cristo. Não estais na vibração do Mestre. Não sois, no instante em que fazeis isso, discípulo do Senhor da Verdade deste mundo.

Mensagem de Encerramento

Cairbar de Sousa Schutel (1868-1938) é o espí-rito que coordena no grupo Marcos o módulo 2 - Cristo. Foi um essênio do grupamento de Marcos (Eurípedes Barsanulfo) na época do Cristo.

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Meus irmãos, entendamos: somos seres pequeninos. Não precisamos plantar vergonhas fu-turas discutindo como se representássemos a verdade. Não precisamos plantar desastres emocionais no nosso coração e no do outro por meio de discussões agressivas e estéreis, isso é tolice. Isso é afastar-se do Cristo, isso é perder a sintonia com as esferas superiores da vida.

Argumentar, sim, em clima de honestidade construtiva. Afirmar a verdade, sempre, por meio de atos, de ações e de sentimentos acima de tudo. Quando necessário, a título de exceção, ex-pressá-la como palavra.

Assim fez o nosso Mestre. Observai os Evangelhos: há muito mais atos do que palavras, há muito mais ações do que teorias, há muito mais alegria do que discussão, há muito mais co-moção do que discussão polêmica e esterilidade intelectual.

Nosso Mestre jamais perdeu o seu precioso tempo tentando convencer aqueles que, por defi-nição prévia, não o querem. Mas dedicou-se, correndo o risco de morte consciente, a curar a mão de um enfermo para que ele voltasse a trabalhar. Esse é o nosso Mestre. Sacrificou com plena consciência a própria vida para nos ensinar a abnegação, mas nunca sacrificou um mi-nuto sequer com teorias vazias e polêmicas destrutivas.

Esse é o nosso Mestre, o Mestre do Amor, o Mestre do ensino simples e da simplicidade de coração, porque nos ensinou nosso Mestre: somente sendo simples sentiremos a Deus.

Muita paz, do vosso irmão e amigo, Cairbar de Souza Schutel.