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    CRISTO NOSSO PASTOR

    Edward Dennett - "Christ Our Shepherd" - Unsearchable Riches

    Cabe aqui perguntarmos se esta relao nosso bendito Senhor tem com o Seu povo ocupa oseu devido lugar em nossas almas. bem verdade que trata-se de algo encontrado commuito maior frequncia nas Escrituras do Antigo Testamento, mas seria uma grande perdasupormos que se trate de algo relacionado apenas com os judeus. Na verdade, Joo(captulo 10) expressamente probe que cheguemos a tal concluso, pois o Senhorclaramente afirma: "Ainda tenho outras ovelhas que no so deste aprisco; tambm meconvm agregar estas, e elas ouviro a minha voz, e haver um rebanho" (e no "umaprisco") "e um Pastor" (v. 16). Tambm Pedro, ao escrever aos crentes desta dispensao,

    diz: "Porque reis como ovelhas desgarradas: mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispodas vossas almas" (1 Pe 2:25); e tambm, "Apascentai o rebanho de Deus, que est entrevs, tendo cuidado dele, no por fora, mas voluntariamente: nem por torpe ganncia, masde nimo pronto; nem como tendo domnio sobre a herana de Deus, mas servindo deexemplo ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcanareis a incorruptvel coroade glria" (1 Pd 5:2-4). Paulo usa a mesma figura, quando dirige-se aos ancios da Igreja emfeso. "Olhai pois", diz ele, "por vs, e por todo o rebanho sobre que o Esprito Santo vosconstituiu bispos, para apascentardes a Igreja de Deus..." (At 20:28).

    Cristo , agora, o Pastor do Seu povo; e so todos ovelhas Suas - coletivamente, Seurebanho. No entanto, existe esta diferena. Para os judeus, se O tivessem recebido, Ele teria

    sido um Pastor sobre a Terra, todavia Ele ser, no milnio, o Pastor do Seu povo terrenal. "Elevantarei sobre elas um s Pastor, e Ele as apascentar: o Meu servo Davi que as h deapascentar; Ele lhes servir de Pastor" (Ez 34:23; leia tambm Jr 23:1-4). Mas Ele nossoPastor, como Aquele que morreu, ressuscitou e est sentado destra de Deus. O escritor daepstola aos Hebreus diz assim: "Ora o Deus de paz, que pelo sangue do concerto eternotornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande Pastor das ovelhas..." (Hb13:20). , portanto, do Seu lugar nas alturas que Ele pastoreia agora o Seu povo; e aindachamado de Grande Pastor, pois em Seu terno cuidado para com as ovelhas, estando Eleausente, concede aqueles que "Ele mesmo deu... para pastores" (Ef 4:11), os quais devemalimentar o rebanho sob Seu cuidado e direo; pois por intermdio destes, que ocupamum lugar de autoridade, que Ele agora exercita as funes de Pastor do Seu povo.

    Portanto, esta relao , em ambas as dispensaes, expressa pelo mesmo termo, emboraas bnos asseguradas por ela sejam determinadas pelas respectivas posies enecessidades das ovelhas. Por esta razo aquele maravilhoso Salmo 23 - o consolo do povode Deus em todas as pocas - pode ser adotado por santos de todas as dispensaes. Evou mais longe: ele redigido de forma tal que at o prprio Senhor, quando estava nestaTerra como um Homem, podia usar a sua linguagem, bem como o piedoso remanescentedentre os judeus e os crentes de hoje.

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    Vamos ento, primeiramente, pensar um pouco no prprio Pastor. Aos judeus, Ele disse:"Aquele, porm, que entra pela porta o Pastor das ovelhas" (Jo 10:2), e ali permaneceu,diante deles, como o nico que veio para Israel do modo que Deus determinara; o nico quepreencheu todas as condies que acerca dEle foram preditas nas Escrituras - Aquele,portanto, para Quem a porta foi divinamente aberta a fim de Lhe proporcionar acesso s

    Suas ovelhas. Mas o povo no O recebeu como tal; e por esta razo Ele tornou-se tambm aPorta das ovelhas (v. 7). "Todos quantos vieram antes de Mim", diz Ele, "so ladres esalteadores; mas as ovelhas no os ouviram. Eu Sou a Porta; se algum entrar por Mim,salvar-se-, e entrar, e sair, e achar pastagens. O ladro no vem seno a roubar, amatar, e a destruir: Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundncia. Eu Sou o BomPastor: o Bom Pastor d a Sua vida pelas ovelhas" (Jo 10:8-11).

    Aqui est, portanto, a grande caracterstica do Bom Pastor - Ele d a Sua vida pelas ovelhas.Ele o Cristo que morreu; e se Ele morreu por todos, porque todos estavam mortos (2 Co5:14). Isto expe todo o segredo da redeno. As ovelhas haviam se desviado - estavamperdidas, e teriam perecido eternamente, mas o Bom Pastor foi em busca da que estavaperdida - chegando at morte - e morte de cruz - e buscou at a encontrar. Isto nos explicao ttulo de "Bom" Pastor. Todos ns, como ovelhas, nos desviamos, e nos voltamos cada umpara nosso prprio caminho; mas o Bom Pastor entregou-Se como oferta por nossospecados, deu Sua vida pelas ovelhas, e o Senhor ps sobre Ele a iniquidade de ns todos (Is53:6). Como raciocina o apstolo Paulo, procurando enaltecer o incomparvel carter doamor de Deus, "porque Cristo, estando ns ainda fracos, morreu a seu tempo pelos mpios.Porque apenas algum morrer por um justo; pois poder ser que pelo bom algum ousemorrer, mas Deus prova o Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por ns, sendons ainda pecadores" (Rm 5:6-8).

    A boa vontade de Cristo - e de Deus - foi revelada por Sua morte; pois no havia nada emns para atrair Sua afeio, para lev-Lo a tomar o nosso lugar e nos redimir com Seu

    precioso sangue. "Na noite em que foi trado, tomou o po; e, tendo dado graas" -estabeleceu assim o memorial de Seu sacrifcio consumado (1 Co 11:23-24). Vemos assim,lado a lado, a Sua perfeita bondade e a perfeita maldade do homem; todavia a exibioplena daquilo que era o homem no poderia impedir a manifestao daquilo que Ele era. Demodo algum. Assim como a luz do sol, brilhando atravs de uma nuvem escura detempestade parece ser ainda mais intensa e brilhante, do mesmo modo o amor, a graa e abondade de Cristo so magnificados pelo mal cruel que, da parte do homem, O levou para acruz. O Bom Pastor d a sua vida pelas ovelhas.

    Ao dar a Sua vida pelas ovelhas, Ele adquiriu o direito de posse delas. E disso decorre umaoutra ao: Ele d vida s ovelhas. "O ladro no vem seno a roubar, a matar, e a destruir:

    Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundncia" (Jo 10:10); e ainda, "dou-lhes avida eterna, e nunca ho de perecer" (v. 28). Podemos ligar isto a outra frase: "Eu sou aPorta; se algum entrar por Mim, salvar-se-" (v. 9). Acrescentamos esta passagem paramostrar o modo como Cristo concede vida, a qual nunca dada aparte de f nEle. "Aqueleque crno Filho tem a vida eterna" (Jo 3:36). Portanto, Ele apresentado aqui como a Porta,e quem entra por Ele salvo - tem vida eterna. Pelo fato de Ele conceder vida como umaddiva - e deveras como um dom soberano - seria um erro fatal supor que esta vida pudesseser recebida sem uma f pessoal. Pois este o meio escolhido para que se possa possu-la -

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    mas deu, maior do que todos; e ningum pode arrebat-las da mo de meu Pai" (Jo 10:28-29). Ele garante, assim, segurana absoluta aos Seus. O lobo pode arrancar (a mesmapalavra que "puxar" no grego) a ovelha daquele que um mercenrio, que no o pastor,mas ningum pode arrancar (puxar) uma ovelha das mos do Pai. Que descanso istodeveria nos dar sempre que lssemos estas benditas palavras!

    Talvez seja proveitoso analisarmos um pouco mais detalhadamente as caractersticas dasovelhas. Elas ouvem a Sua voz(vs. 4, 16 e 27). Isto nos faz voltar ao que j explicamos noincio, quando Ele chama Suas ovelhas pelo nome, que o que as diferencia como ovelhasSuas. O prprio Senhor frisa o contraste. "Vs", diz Ele dirigindo-Se aos judeus, "no credesporque no sois das Minhas ovelhas, como j vo-lo tenho dito. As Minhas ovelhas ouvem aMinha voz..." (vs. 26-27). Podemos associar isto a outra caracterstica: "No conhecem a vozdos estranhos" (v. 5). A repousa a segurana do rebanho. Elas reconhecem imediatamentea voz do Pastor, e ainda que um estranho possa imitar bem a tonalidade da voz do Pastor,elas no reconhecem a sua voz, isto , elas detectam que trata-se da voz de um estranho. isto o que ensinado pelo apstolo Joo. "E vs tendes a uno do Santo, e sabeis tudo...Estas coisas vos escrevi acerca dos que vos enganam. E a uno, que vs recebestes dEle,fica em vs, e no tendes necessidade de que algum vos ensine; mas, como a Sua unovos ensina todas as coisas, e verdadeira, e no mentira, como ela vos ensinou, assimnEle permanecereis" (1 Jo 2:20-27). No h, portanto, nenhuma necessidade de estarmosfamiliarizados com todos os erros que proliferam ao redor, a fim de podermos escapar desuas sedues: para ns basta o fato de que conhecemos a voz do Pastor; e nossasegurana estar em sempre ouvirmos a Sua voz, tornando-nos cada vez mais habituados aela; mantendo, acima de tudo, a atitude daquela que sentou-se aos ps de Jesus e ouviu aSua Palavra (Lc 10:39). Isto ser o que definitivamente nos guardar do perigo e ser o meiode nossa segurana e bno.

    Como consequncia de ouvir Sua voz, a ovelha segue o Pastor. "Vai adiante delas, e as

    ovelhas O seguem, porque conhecem a Sua voz" (vs. 4 e 27). As ovelhas no tm vontadeprpria alm da vontade do Pastor, e se deixam de segui-Lo, tornam-se ovelhas errantes."Todos ns andamos desgarrados como ovelhas", diz o profeta, "cada um se desviava peloseu caminho" (Is 53:6). Nas terras do Oriente e tambm em alguns lugares da Europa, opastor sempre caminha na frente das suas ovelhas; quando ele se move para a frente, elas oseguem, e quando ele pra, elas param tambm. Nosso bendito Senhor faz referncia a istona passagem que temos diante de ns, e usa esse costume para transmitir uma instruodas mais notveis. Pois para se seguir o Pastor necessrio que os olhos da ovelha estejamsempre nEle a fim de estejam sempre atentas para saber quando Ele deseja que elasandem, e por onde Ele quer que elas O sigam. Tudo fica, portanto, nas mos do Pastor:cabe a Ele discernir o perigo que se aproxima, prover o sustento necessrio a elas, e indicar

    o caminho que devem seguir. A responsabilidade delas de segui-Lo - seguir o Pastoraonde quer que Ele queira lev-las - segui-Lo at que Ele venha para receb-las para Si.

    Tambm nos dito que as ovelhas conhecem o Pastor. Elas no apenas conhecem Suavoz; mas elas tambm O conhecem. "Eu sou o Bom Pastor, e conheo as minhas ovelhas, edas minhas sou conhecido. Assim como o Pai Me conhece a Mim, tambm Eu conheo oPai, e dou a Minha vida pelas ovelhas" (Jo 10:14-15). Trata-se aqui da mais elevada bnoque cabe s ovelhas; pois isto implica entrar em Seus prprios pensamentos, em Suas

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    maneiras e em Seus desejos. Sim, no conhecimento dEle prprio. deste modo que somoslevados comunho com Ele. Podemos conhecer Sua voz; podemos estar seguindo a Ele e,ainda assim, no estarmos muito familiarizados com o Seu carter. Conhec-Lo, o que oapstolo Joo d como caracterstica dos pais na famlia de Deus. "Pais, escrevo-vos,porque conhecestes Aquele que desde o princpio" (1 Jo 2:13). Esta , portanto, a mais

    elevada e abenoada meta que o crente pode alcanar. E o Senhor deseja que ela sejaalcanada - e numa medida infinita - "assim como o Pai Me conhece a Mim, tambm Euconheo o Pai" (Jo 10:15). Ele nos conhece, e deseja que O conheamos. Possa Ele guiar-nos numa familiaridade cada vez maior com Ele, mantendo a Sua Pessoa diante de nossasalmas a fim de podermos crescer diariamente no conhecimento dEle - do que Ele , bemcomo do que Ele para ns, e por ns - por meio do poder do Esprito Santo!

    Poder ser de ajuda ainda maior para compreendermos o relacionamento, bem como osprivilgios das ovelhas, se adicionarmos s consideraes acima o ensino do Salmo 23.

    "O Senhor (Jeov) o meu Pastor." Tudo depende do relacionamento, se verdadeiramentepodemos ou no adotar este modo de falar. Todos podem dizer que o Senhor umPastor; e

    portanto todo o significado desta afirmao est ligado pequena palavra "meu". Dizer"meu"Pastor usar a linguagem da f: a palavra "meu", portanto, a porta de entrada doSalmo. Quo bendito quando podemos adotar estas palavras como sendo nossas, e dizerque Ele nosso Pastor. E o que que vem a seguir? "Nada me faltar." Nada nos faltar,no por sermos ovelhas, mas por ser Ele o nosso Pastor. Esta concluso flui, no daquiloque somos para Ele, mas daquilo que Ele para ns. de grande fortalecimento para aalma enxergar isto claramente, pois muitos de ns estamos sempre prontos a comear apartir de ns; e, como consequncia, medida que descobrimos quo pobres, dbeis einconstantes criaturas somos, mergulhamos em dvidas e ansiedades. Mas quandocomeamos a partir do Senhor, considerando o que Ele - o que Ele em Si mesmo, bemcomo o que Ele em relao a ns, recebemos a bem fundamentada certeza de que "nada

    me faltar". Pois certamente cabe ao Pastor prover o necessrio para as ovelhas. Quo toloseria, mesmo para crianas, perguntarem a seus pais como que suas necessidades seriamsupridas no futuro! E ser ainda uma tolice maior de nossa parte fazermos o mesmo,considerando o Pastor que temos. Aos nossos coraes suficiente saber que Ele nosso,e nesta doce confiana podemos deixar tudo em Suas mos; nas mos dEle que, "comoPastor apascentar o Seu rebanho" (Is 40:11). Ele nosso, e temos tudo nEle; portanto ocorao pode descansar em perfeita paz - na plena certeza de Seu infalvel amor, onipotentepoder e incansvel cuidado.

    "Deitar-me faz em verdes pastos; guia-me mansamente a guas tranquilas" - ou, como podeser traduzido, pastos de capim tenro e guas de descanso. Ele prov assim bnos

    adequadas - o necessrio sustento, descanso e refrigrio. Mas isso tudo ainda pouco paraexprimir quo rica e abundante a proviso que Ele tem para o Seu rebanho. Os pastos -pastos de capim tenro, nos quais as ovelhas pastam com apetite e prazer, at ficaremsatisfeitas; e quando esto satisfeitas - gordas e bem alimentadas - deitam-se beira dasguas frescas e gostosas da tranquilidade. Como dito em Joo 10:9, "Eu sou a porta; sealgum entrar por Mim, salvar-se-, e entrar, e sair, e achar pastagens". Que revelaodo corao do Pastor - ministrando assim para suprir as necessidades dos que so Seus,vigiando sempre para poder dar-lhes tudo o que precisam. Felizes as ovelhas que so

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    colocadas sob um cuidado constante, amoroso e fiel como este!

    "Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justia, por amor do Seu nome" (Sl 23:3).Como diz um hino, "Se eu me desviar, minha alma Ele vai restaurar". Isto cabe aqui devidoao seu ofcio de Pastor. No precisamos dizer que o fundamento sobre o qual Ele faz isto Sua prpria obra consumada - a propiciao que Ele fez por nossos pecados (1 Jo 2:1-2).Mas no Salmo esta restaurao vista como algo feito pelo Pastor. A ovelha se desgarra, saierrante, e o Pastor vai em busca da perdida e, quando a encontra, a traz de volta emsegurana. Toda ovelha encontra-se, assim, sob o Seu olhar, e no pode se extraviar semque Ele o saiba; e quando qualquer um de ns se extravia, jamais retornaramos se Ele nonos seguisse e nos arrastasse de volta pelo ministrio do Seu amor.

    E da mesma forma como devemos a Ele a restaurao, tambm devemos a Ele o fato desermos guardados e guiados por caminhos retos - pelas veredas da justia - caminhos queso conforme a Sua prpria vontade. Note, alm do mais, que Ele nos conduz assim "poramor do Seu nome". Mais uma vez - e nunca demais repetir - por causa do que Ele -em virtude do Seu prprio nome; e , portanto, a Sua prpria glria que est envolvida ao

    nos guiar nestas sendas de justia. com base nisto que podemos sempre suplicar a Ele; esempre que fazemos assim, nossa splica torna-se irresistvel. Foi o que aconteceu comJosu. Quando os israelitas foram castigados por causa do pecado de Ac, caindo diantedos homens de Ai, Josu rasgou seus vestidos e, caindo com o rosto em terra diante da arcado Senhor, suplicou a Deus; e todo o peso do seu pranto foi expressado em pelo menos umapergunta: "...e ento que fars ao Teu grande nome?" (Js 7:7-9). Foi s chegar a este pontoe a resposta logo veio. Portanto, seja sempre lembrado que o Senhor est preocupado como Seu nome, com a Sua reputao, ao nos guiar pelo caminho que de acordo com a Suavontade.

    E o salmista vai ainda mais longe. Ele j nos disse o que Jeov , e o que Ele faz. Isto d ao

    salmista confiana, e, consequentemente, ele pode dizer: "Ainda que eu andasse pelo valeda sombra da morte, no temeria mal algum, porque Tu ests comigo; a Tua vara e o Teucajado me consolam" (Sl 23:4). O vale da sombra da morte no tem tanto a ver com o passarpela morte, como tem a ver com o carter do caminho atravs do cenrio onde nosencontramos. Passamos por um mundo julgado. A morte paira sobre ele como uma mortalhae, portanto, para o crente, que tem acesso aos pensamentos de Deus acerca do mundo,trata-se do vale da sombra da morte. Mas que antdoto o crente tem para o medo? "Tu estscomigo." Sem dvida, esta a fonte de toda nossa bno e segurana - o Senhor estconosco. E tendo-O conosco, temos tambm Sua vara e Seu cajado para nos consolarem -Sua vara para nos dirigir, e Seu cajado para nos amparar. Ser que desfrutamos disso osuficiente? Ser que trata-se de algo que est sempre diante de nossas almas como deveria

    - o fato de que o Senhor est conosco, e tambm que Sua vara e Seu cajado nos consolam?O cenrio pode estar escuro e desolado como nunca esteve antes, e talvez estejamos fracose cansados como nunca estivemos antes, mas temos recursos inesgotveis nAquele que nosso Pastor - Sua prpria presena para animar nossa alma, alm de Sua vara e Seucajado para nos guiar em meio incerteza e nos amparar na fraqueza. Bendito seja o Seunome!

    Temos agora outra caracterstica, bem como um outro carter, da bno. "Preparas-me

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    uma mesa perante mim na presena dos meus inimigos, unges a minha cabea com leo, omeu clice transborda" (Sl 23:5). O caminho no s pode passar pelo vale da sombra damorte, como tambm h inimigos ao redor. Mas Aquele que est conosco Todo-suficientepara esta dificuldade. Os inimigos podem se enfurecer, e tentar destruir, mas, diz Davi,"preparas-me uma mesa perante mim na presena dos meus inimigos". Ele ser o

    sustentculo do Seu povo, e far com que os inimigos vejam que o Seu povo est suprido,guardado e bem mantido pelo Senhor. Como escreve o apstolo, "Ele disse: No te deixarei,nem te desampararei. E assim com confiana ousemos dizer: O Senhor o meu ajudador, eno temerei o que me possa fazer o homem" (Hb 13:5-6). Mas temos ainda mais: "Unges aminha cabea com leo" - a uno de Deus - o Esprito de poder; e ainda acrescenta: "o meuclice transborda". No, no falta nada: o clice est cheio de bondade e misericrdia aoponto de transbordar, e isto em meio a um cenrio como este. Tudo isso o resultado de seter o Senhor como Pastor; pois tudo deriva dEle - do que Ele para ns em nossa relaocom Ele. E no deve ser esquecido que esta a poro que j dispomos. No se trata debnos que teremos, mas bnos que j temos agora. Quo estreito fazemos o coraode Deus por causa de nossa incredulidade! Da vem a necessidade de aprendermos maisacerca dEle, a fim de compreendermos com maior plenitude a imensido da Sua graa, e asriquezas da Sua proviso para conosco, enquanto atravessamos o deserto. Certamentepodemos dizer: "O Senhor o meu pastor: nada me faltar!"

    A concluso to simples quanto bela. "Certamente que a bondade e a misericrdia meseguiro todos os dias da minha vida." E como podemos ter certeza disso? Em razo do queo Senhor como nosso Pastor. a confiana nEle, e o conhecimento do que pertinente aEle, que nos torna aptos a falarmos assim. E h ainda mais: "E habitarei na casa do Senhorpor longos dias". Tudo converge para este ponto. Abenoados como somos agora, edesfrutando de tanto em razo do que Cristo para ns como nosso Pastor, entraremos embnos ainda maiores e em alegrias ainda mais perfeitas quando Ele voltar para nosreceber para Si, e estaremos para sempre com Ele. Mas no podemos perder a aplicaopresente das palavras. O efeito da graa sobre o corao levar-nos cada vez mais pertodEle, de Quem a mesma graa flui, e a produzir em ns o desejo de habitarmos em Suacasa para sempre; sim, habitarmos diante dEle, e em Sua presena, eternamente. "Umacousa pedi ao Senhor, e a buscarei: que possa morar na casa do Senhor todos os dias daminha vida, para contemplar a formosura do Senhor, e aprender no Seu templo" (Sl 27:4). Ocorao assim atrado, e absorvido na contemplao dAquele cuja formosura foi reveladaem Seus caminhos de graa e amor; e por isso que no podemos encontrar descanso enem satisfao exceto na presena dEle. Tudo - toda bno - est concentrada nEle e, porconseguinte, a alma que sabe disso deseja estar sempre com Ele. Felizes aqueles queaprenderam a lio, que nada necessitam fora de Cristo; que Ele suficiente para encher asmentes e os coraes!

    Que o Senhor possa nos revelar cada vez mais de Sua formosura, e tambm do indizvelcarter das bnos que nos pertencem, pois foi pela graa que fomos colocados nesterelacionamento com Ele como nosso Pastor.

    Edward Dennett - "Christ Our Shepherd" - Unsearchable Riches

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