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CRISTIANO KEIL GOMES PROPOSTA DE UM MODELO DE SISTEMA DE GESTÃO INTEGRAD A DE MEIO
AMBIENTE E SEGURANÇA INDUSTRIAL PARA EMPREENDIMENTO S DE
CONSTRUÇÃO E MONTAGEM DE COMPONENTES MODULADOS PARA
PLATAFORMAS OFF-SHORE DE PETRÓLEO
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Sistemas de Gestão da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Sistema de Gestão. Área de concentração: Gestão Ambiental.
Orientador:
SERGIO PINTO AMARAL, D.Sc.
Niterói 2008
CRISTIANO KEIL GOMES PROPOSTA DE UM MODELO DE SISTEMA DE GESTÃO INTEGRAD A DE MEIO
AMBIENTE E SEGURANÇA INDUSTRIAL PARA EMPREENDIMENTO S DE
CONSTRUÇÃO E MONTAGEM DE COMPONENTES MODULADOS PARA
PLATAFORMAS OFF-SHORE DE PETRÓLEO
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Sistemas de Gestão da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Sistema de Gestão. Área de concentração: Gestão Ambiental.
Aprovado em ____/____/_____.
BANCA EXAMINADORA:
________________________________________ Prof. ____________________________
________________________________________ Prof. ____________________________
________________________________________ Prof. ____________________________
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho
Aos meus pais, pela educação e valores que me ensinaram, que foram
fundamentais para eu chegar ao Mestrado.
À minha eterna parceira e grande amor, Bianca, que com muito carinho,
paciência e compreensão, sempre soube me incentivar a concluir o trabalho.
Ao engenheiro e amigo Roberto Bastos, o primeiro a me incentivar a fazer o
Mestrado e um dos responsáveis por eu ter começado este curso.
Ao médico Paulo Pulitini, que foi meu professor, depois colega de aula e
trabalho, hoje um grande amigo, pelo apoio durante o Mestrado e na minha estadia
no Rio de Janeiro.
AGRADECIMENTO
Ao professor Sergio Pinto Amaral, um agradecimento especial, pela sua
contribuição e orientação na elaboração desta dissertação e pelo grande apoio na
realização do trabalho.
Aos professores e membros da banca, Alessandra Magrini, Fernando
Benedicto Mainier e Marco Antonio Batista da Silva, pela contribuição e comentários
realizados para o aperfeiçoamento deste trabalho.
Ao Professor Gilson Brito Alves Lima pela sua ajuda e apoio durante o curso
de Mestrado.
“Não existe o não poder, só o não querer. Se você
for uma pessoa preparada, basta um desejo
intenso de realizar algo para que a transformação
aconteça.” (Jan Ashford)
RESUMO
A presente dissertação apresenta uma proposta de sistema de gestão
integrada de meio ambiente e segurança industrial para empreendimentos de
construção e montagem de componentes modulados para plataformas off-shore de
petróleo. O trabalho é realizado através do estudo de caso dos empreendimentos de
construção e montagem das plataformas P-51, P-52 e P-53 para a Petrobras.
Propõe-se um sistema de gestão com requisitos de acordo com as normas ISO
14001:2004, OHSAS 18001:1999 e requisitos específicos de meio ambiente,
segurança e saúde ocupacional adotados pela Petrobras. Aborda os aspectos
ambientais e perigos à segurança e saúde presentes em empreendimentos desta
natureza e os requisitos para um sistema de gestão que seja adequado ao cenário
de construção e montagem.
Palavras-chave : Gestão Ambiental, Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional,
Gestão Integrada, ISO 14001, OHSAS 18001, Construção, Montagem Industrial.
ABSTRACT
The present dissertation presents a proposal of an Integrated Environmental
and Industrial Safety Management Systems for construction and assembly
undertakings of modulated components oil off-shore platforms. The work is done
through a case study for construction and assembly on the Petrobras platforms P-51,
P-52, P-53. It suggests a management system with requirements in agreement with
the standards ISO 14001:2004, OHSAS 18001:1999 and specific requirements of
environment, safety and occupational health. Moreover, the study approaches
environment, safety and occupational health current aspects in this kind of
undertakings and the requirements for a management system which is suitable with a
construction and assembly scenario.
Keywords : Environmental management, Occupational health and safety
management, integrated management, ISO 14001, OHSAS 18001, Construction,
Assembly.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Ilustração da maquete eletrônica da P-51 16
Figura 2 Ilustração da maquete eletrônica da P-52 17
Figura 3 Foto do navio Settebelo que será convertido na UEP/P-53 19
Figura 4 Ilustração da maquete eletrônica da P-54 20
Figura 5 Ilustração da maquete eletrônica da PRA-1 21
Figura 6 PDCA de acordo com os requisitos da ISO 14001:2004 41
Figura 7 Foto de módulos em construção no estaleiro 48
Figura 8 Foto de módulos em construção no estaleiro
49
Figura 9 Foto de módulo em construção 50
Figura 10 Foto de módulos posicionados sob a balsa no cais de um estaleiro em Niterói/RJ
51
Figura 11 Foto de módulos sendo rebocados para integração da P-51
52
Figura 12 Foto de módulo içado e sendo posicionado na P-51 52
Figura 13 Foto de módulo sendo posicionado na P-51 53
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Plataformas em Construção (2006-2008) 14
Tabela 2 Previsão de Investimentos da Petrobras (US$ bilhões) para
2007-11
22
Tabela 3 Principais Aspectos e Impactos Ambientais 58
Tabela 4 Severidade do impacto ambiental 60
Tabela 5 Freqüência e probabilidade dos aspectos ambientais 61
Tabela 6 Situações de ocorrência dos perigos à SSO 65
Tabela 7 Temporalidade do dano 65
Tabela 8 Classificação da severidade do dano 67
Tabela 9 Classificação da freqüência ou probabilidade associado aos
perigos à SSO
68
Tabela 10 Grau de Risco 68
Tabela 11 Grau de Risco e Controles necessários 70
LISTA DE SIGLAS
ANP Agência Nacional do Petróleo
ASO Atestado de Saúde Ocupacional
BS British Standard
EPC Engineering, procurement and construction
FPSO Floating, production, storage and offloading unit
FSO Floating, storage and offloading unit
ICMS Imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de serviço
ISO International Organization for Standardization
LATEC Laboratório de Tecnologia, Gestão de Negócios e Meio Ambiente
NBR Norma Brasileira
OHSAS Occupational Health and Safety Assessment Series
ONG Organização não governamental
PCMSO Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional
PDCA Plan, Do, Check and Act
PEL Plano de Emergência Local
PEMPS Plano de Emergência Médica e Primeiros Socorros
PMI Project Management Institute
PPRA Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais
RSP Resíduos Sólidos Perigosos
SMS Segurança, Meio Ambiente e Saúde
SS Semi-submersível
SSO Segurança e Saúde Ocupacional
TFCA Taxa de Freqüência de Acidentes com Afastamento
TFSA Taxa de Freqüência de Acidentes sem Afastamento
TG Taxa de Gravidade
TRR Taxa de Resíduos Recicláveis
UEP Unidade Estacionária de Produção
UFF Universidade Federal Fluminense
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 13
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 13
1.2 A SITUAÇÃO PROBLEMA VINCULADA À PESQUISA 14
1.3 OS OBJETIVOS DA PESQUISA 23
1.4 AS QUESTÕES DA PESQUISA 23
1.5 A JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DA PESQUISA 25
1.6 A DELIMITAÇÃO DA PESQUISA 25
1.7 A ESTRUTURA DO TRABALHO 26
2 REVISÃO DA LITERATURA 28
2.1 OS DESAFIOS GERENCIAS E AS PRESSÕES EXTERNAS 28
2.2 O EMPREENDIMENTO COMO UM PROJETO E A MODALIDADE EPC DE CONTRATAÇÃO
31
2.3 AS NORMAS INTERNACIONAIS DE GESTÃO AMBIENTAL, DE SEGURANÇA DO TRABALHO E SAÚDE OCUPACIONAL
37
2.4 SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADA 43
3 METODOLOGIA CIENTÍFICA DA PESQUISA 45
3.1 TIPO, MÉTODOS E ESTRATÉGIA METODOLÓGICA 45
3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA 46
3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA 46
4 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA – O ESTUDO DE CASO 48
4.1 POLÍTICA DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADA 53
4.2 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE ASPECTOS AMBIENTAIS, IMPACTOS AMBIENTAIS, PERIGOS E RISCOS À SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL
55
4.2.1 PROPOSTA DE METODOLOGIA PARA IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS
56
4.2.2 PROPOSTA DE METODOLOGIA PARA IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE PERIGOS E DANOS À SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL
63
4.3 REQUISITOS LEGAIS E OUTROS REQUISITOS 72
4.4 OBJETIVOS, METAS E PROGRAMAS 74
4.5 TREINAMENTO 76
4.6 CONTROLE OPERACIONAL 78
4.7 PREPARAÇÃO E RESPOSTA À EMERGÊNCIA 80
4.8 MONITORAMENTO E MEDIÇÃO 84
4.9 INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES E NÃO CONFORMIDADES 86
4.10 AUDITORIAS INTERNAS 88
4.11 ANÁLISE CRÍTICA 90
5 CONCLUSÃO 93
5.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE A CONTRIBUIÇÃO DO TRABALHO AO CONHECIMENTO
96
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
98
ANEXOS 102
13
1 INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização do Tema
As principais normas internacionais de gestão ambiental e segurança
industrial são as das séries ISO 14000 e OHSAS 18000, que têm por objetivo prover
às organizações os elementos de um sistema de gestão ambiental e de segurança
eficaz, passível de integração com outros requisitos de gestão, de forma a auxiliá-las
a alcançar seus objetivos ambientais, de segurança e econômicos.
Dentre as normas dessas séries a ISO 14001:2004 e a OHSAS 18001:1999
são as que merecem maior destaque, pois especificam os requisitos para os
sistemas de gestão ambiental e de segurança, permitindo a uma empresa formular
uma política e objetivos que levem em conta os requisitos legais e as informações
referentes aos impactos ambientais e riscos significativos.
Nas contratações para a construção e montagem de componentes modulados
para plataformas de petróleo, realizadas no país quase que exclusivamente pela
Petrobras – Petróleo Brasileiro S/A, essas normas são utilizadas na definição das
diretrizes e requisitos contratuais que deverão ser atendidos pelas empresas
contratadas na execução desses contratos.
Para atender as diretrizes contratuais essas empresas especializadas em
construção e montagem precisam implantar sistemas de gestão ambiental,
segurança no trabalho e saúde ocupacional baseando-se nas normas ISO
14001:2004 e a OHSAS 18001:1999.
14
1.2 A Situação Problema Vinculada à Pesquisa
A definição de conteúdo mínimo nacional para os empreendimentos de
construção e montagem de plataformas de petróleo, contratados pela Petrobras,
conforme a política do Governo Federal, aliado aos grandes investimentos que a
estatal brasileira está realizando para o aumento de sua capacidade de exploração e
produção de petróleo em águas profundas, resultou num significativo incremento de
contratos dessa natureza sendo licitados e realizados no país.
Atualmente estão em execução no país os contratos de construção das
plataformas P-51, P-52, P-53, P-54 e PRA-1 e em contratação ou recentemente
contratados a construção e montagem da P-55, P-56, P-57 e PMXL-1, conforme
apresentado na Tabela 1.
Tabela 1 – Plataformas em Construção (2006-2008)
Plataforma Tipo de
Plataforma Nome do campo
Investimento US$ MM
Profundidade d'água (m) Contrato principal
P-51 Semi-
submersível Marlim Sul 830 1.225
Consórcio Fels Setal-Technip
P-52 Semi-
submersível Roncador 935 1.795
Consórcio Fels Setal-Technip
P-53 FPU (UEP) Marlim Leste
978 1.080
Keppel Shipyard/ Cingapura (fabricação e montagem do Turret); SBM/EUA (Projeto e Suprimento para o Turret); QUIP/Brasil (Construção e montagem dos módulos e Integração)
P-54 FPSO Roncador 782 1315 Jurong Shipyard
P-55 Semi-
submersível Roncador 392,6 (casco) 1.790
Estaleiro Atlântico Sul – Contratado em dez/07 para a construção do casco. Em contratação as demais etapas (Topside)
15
P-56 Semi-
submersível Marlim Sul 1.200 1.800
Consórcio Fels Setal-Technip. Contrato iniciado em outubro/2007.
P-57 FPSO Jubarte 1.195 1.246 Single Buoy Mooring (SBM)
PRA-1 Fixa
Recebimento de óleo
produzido nos campos de Roncador,
Marlin Sul e Marlin Leste.
475 106
Techint (Jaqueta) Rolls Royce (Módulo de Geração) Consórcio CNO e Ultratec (Demais módulos)
PMXL-1 Fixa Mexilhão 1.190 172 Mauá-Jurong
Fonte: Petrobras/Engenharia/Implementação de Empreendimentos para Exploração, Produção e Transporte Marítimo.
A P-51 será ancorada em profundidade d’água de 1.225 metros, será dotada
de facilidades com capacidade para processar e tratar 180.000 bpd de óleo e 6,0
milhões m3/d de gás, além de injetar aproximadamente 282.000 bpd de água no
reservatório.
A P-51 receberá um total de 28 poços, sendo 18 produtores e 10 injetores de
água.
Em todos os contratos existe requisitos de conteúdo nacional mínimo.
Além disso o casco será construído no estado do Rio de Janeiro de forma a
usufruir o benefício do deferimento do ICMS, ofertado pelo Governo do Estado do
Rio de Janeiro.
Para cada um dos contratos dos módulos de compressão e de geração, foi
estabelecido um conteúdo nacional mínimo de 75% do valor contratual, excluindo-se
os valores relativos aos motos-compressores e turbinas, respectivamente, por não
serem fabricados no país.
Já para o contrato de construção do casco e da planta, foi estabelecido um
conteúdo nacional mínimo de 60% do valor do topsides (módulos localizados na
superfície da plataforma).
16
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES está
financiando cerca de US$ 600 milhões do contrato de construção do casco e da
planta. Este financiamento está condicionado, ao atendimento ao conteúdo nacional
global definido.
Os contratos para a construção da plataforma criarão, no mínimo, 4.800
novos empregos diretos no país, relacionados às atividades de engenharia,
construção e montagem. Além disso, permitirão a criação de um número significativo
de empregos indiretos na indústria nacional de bens de capital.
A seguir é apresentada a Ilustração da maquete eletrônica o da P-51.
Figura 1 – Ilustração da maquete eletrônica da P-51
Fonte: Petrobras/Engenharia/IEEPT
A unidade de produção P - 52 será uma plataforma do tipo Semi-submersível
(SS) e irá operar na chamada Fase 2 do módulo 1A, no Campo de Roncador (a Fase
1 encontra-se atualmente implantada com a produção da plataforma FPSO Brasil). O
Módulo 1A localiza-se na região norte dos campos petrolíferos da Bacia de Campos,
distando, aproximadamente, cerca de 120 km do litoral norte do estado do Rio de
17
Janeiro, em águas com profundidade que varia entre 600 e 1900 metros. A
exportação de óleo desse sistema de produção será feita por um duto submarino
(oleoduto de 18") que chegará até uma plataforma de rebombeio chamada PRA-1, a
ser instalada em águas rasas. Da PRA-1 o óleo seguirá diretamente para o
continente. A exportação de gás também acontecerá por intermédio de um duto
submarino (gasoduto de 10"), desta feita até a Plataforma de Garoupa (PGP-1),
seguindo daí para o continente.
A P-52 será ancorada em profundidade d'água de 1.795 metros, sendo
dotada de facilidades com capacidade para processar e tratar 180.000 bpd de óleo,
comprimir 9,3 milhões Nm3/d de gás, além de injetar aproximadamente 300 mil barris
de água. Para tal, receberá um total de 29 poços, sendo 19 produtores e 10 injetores
de água. A plataforma está sendo construída a partir de um projeto feito
especificamente para ela. O projeto da definição (FEED) do casco foi elaborado pela
empresa AKER-KVAERNER TECHNOLOGY e cada planta de processo, elaborada
pela empresa UTC ENGENHARIA.
Abaixo é apresentada uma ilustração da maquete eletrônica da P-52.
Figura 2 – Ilustração da maquete eletrônica da P-52.
Fonte: Petrobras/Engenharia/IEEPT
18
A Unidade Estacionária de Produção (UEP), a ser chamada de P-53, será
convertida a partir de um navio de grande porte, o Settebello.
A P-53 será dotada de um sistema turret, para ancoragem e instalação de
linhas submarinas e será ancorada em uma locação de 1.080 m de profundidade.
O sistema turret é um sistema de ancoragem freqüentemente utilizado por
navios petroleiros convertidos em unidades de produção de petróleo, onde todas as
linhas de ancoragem são presas no turret , que faz parte da estrutura a ser
ancorada. O turret permite que a embarcação gire livremente em torno das linhas.
Esta unidade não armazenará o óleo produzido e será dimensionada para:
• processamento de 190.000 bpd de líquidos,
• injeção de 39.000 m3/dia de água,
• compressão de 6 milhões de m3/dia de gás e
• geração de 92MW de potência.
Serão interligados 20 poços submarinos horizontais e um vertical à UEP,
situados a uma distância média de 4,7 km. O projeto do turret comporta 18 poços
produtores e 9 poços injetores de água.
O óleo produzido será tratado e posteriormente exportado para a plataforma
PRA-1 através de um oleoduto de 12''. O gás produzido será separado, tratado e
escoado em alta pressão por um gasoduto de 10'' até a P-26.
A seguir é apresentada uma foto do navio Settebello, a ser convertido em
UEP/P-53.
19
Figura 3 - Foto do navio Settebello que será convertido na UEP/P-53
Fonte: Petrobras/Engenharia/IEEPT
A unidade de produção P-54 será construída através da conversão do navio-
petroleiro Barão de Mauá, atualmente integrando a frota da PETROBRAS, em uma
FPSO (Floating, Production, Storage and Offloading Unit) e será ancorada em
profundidade d'água de 1.315 metros, sendo dotada de facilidades com capacidade
para processar e tratar 180.000 bpd de óleo, comprimir 6 milhões m3/d de gás, além
de injetar aproximadamente 39.000 m3/d de água.
Para tal, receberá um total de 17 poços, sendo 11 produtores e 6 injetores de
água.
A P-54 irá operar no chamado Módulo 2, no Campo de Roncador, localizado
na região norte dos campos petrolíferos da Bacia de Campos, aproximadamente
distante 120 Km do litoral norte do Estado do Rio de Janeiro, em águas com
profundidade variando de 1500 a 2000 metros, ocupando uma área aproximada de
111 km2.
20
A seguir é apresentada uma ilustração da maquete eletrônica da P-54.
Figura 4 - Ilustração da maquete eletrônica da P-54.
Fonte: Petrobras/Engenharia/IEEPT
A PRA-1 será responsável pelo recebimento de óleo produzido nos campos
de Roncador, Marlin Sul e Marlin Leste e pelo bombeamento para exportação.
A PRA-1 é uma Plataforma de Rebombeio Autônoma, com capacidade de
escoamento de 750.000 barris por dia, que receberá o óleo através de oleodutos
provenientes de seis unidades Estacionárias de Produção (UEPs), de forma
segregada, para um FSO e duas Monobóias.
Esta plataforma será do tipo fixa, composta por um Módulo de geração com
capacidade de geração de 75 MW , dois Módulos de Bombeio, um Módulo de
Utilidades/Elétrica, um Módulo de Acomodação para 90 pessoas e um Helideck.
21
Figura 5 - Ilustração da maquete eletrônica da PRA-1.
Fonte: Petrobras/Engenharia/IEEPT
Além dessas plataformas em construção e algumas já sendo entregues, como
P-51, P-52 e P-54, estão em fase inicial de construção e montagem as plataformas
P-55, P-56, P-57 e PMXL.
A Petrobras anunciou seu Plano de Negócios 2007-2011 que prevê
investimentos de US$ 87,1 bilhões para os próximos cinco anos, um aumento de
7,8% ao ano na produção de petróleo e gás natural e a expansão das exportações
de etanol, chegando a 3,5 milhões de m³ em 2011.
Aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobras trata-se do plano
mais robusto dos últimos anos: os investimentos significativos têm como meta, entre
outros avanços, a produção de longo prazo de 4.556.000 de barris de petróleo e
gás, em 2015. O plano garante a sustentabilidade da auto-suficiência, avança na
área de gás natural, amplia participação na petroquímica, biorefino (com óleo de
soja) e biocombustíveis. Do total de investimentos, US$ 12,1 bilhões serão
investidos no exterior.
22
Dos investimentos no Brasil, além do expressivo crescimento no setor de
Exploração & Produção e Abastecimento, destaca-se o incremento em Gás e
Energia, para atendimento da crescente demanda desse combustível no País, em
distribuição, visando a assegurar a liderança e a expansão da companhia neste
segmento.
O crescimento da carteira de projetos da Petrobras prevê investimentos de
US$ 17,4 bilhões em novos projetos, US$ 7,8 bilhões relacionados ao aumento de
custos, em função do aquecimento do mercado de equipamentos e serviços do
setor, US$ 4,2 bilhões devido à valorização cambial e o restante referente a outros
fatores tais como mudança no escopo dos projetos e modelo de negócio.
Tabela 2 – Previsão de Investimentos da Petrobras (US$ bilhões) para 2007-11
Fonte: Plano de Negócios 2007-2011 da Petrobras
Neste cenário de grandes investimentos e aquecimento do mercado de
engenharia no país, as empresas que atuam em construção e montagem estão
sendo exigidas cada vez mais pela condição do mercado.
Depois de anos sem investimentos, que culminou no fechamento de algumas
empresas tradicionais de engenharia, principalmente da área naval, e na significativa
redução de produção nas empresas especializadas em construção e montagem, a
atual condição de mercado está levando essas empresas a um grande crescimento
em um curto espaço de tempo.
23
Esse crescimento inclui admissão de novos empregados, atualização e
modernização dos processos produtivos e aumento significativo de faturamento.
As exigências para a execução dos serviços também estão aumentando,
principalmente em relação à gestão ambiental, de segurança e saúde ocupacional.
Para todos os contratos de construção e montagem executados pela
Petrobras, são definidos requisitos contratuais de meio ambiente, segurança e
saúde ocupacional, baseados nas normas ISO 14001:2004 e a OHSAS 18001:1999,
na qual as empresas de engenharia devem cumprir.
As empresas de construção e montagem passaram a ter necessidade de
implantar e operacionalizar modelos modernos de gestão, de acordo com as normas
internacionais ISO 14001 e OHSAS 18001.
Atualmente, a grande maioria dessas empresas não possui tradição, cultura e
nem conhecimento formado em seus quadros de funcionários, para atender as
diretrizes contratuais de meio ambiente, segurança no trabalho e saúde ocupacional
no que se refere à implantação de sistema de gestão de acordo com as normas ISO
14001:2004 e OHSAS 18001:1999.
1.3 Os Objetivos da Pesquisa
Esta pesquisa busca apresentar e consolidar um modelo de gestão integrada
de meio ambiente, segurança no trabalho e saúde ocupacional, de acordo com as
normas ISO 14001:2004, a OHSAS 18001:1999 e requisitos da Petrobras, adequado
às necessidades, impactos ambientais e riscos presentes nos empreendimentos de
construção e montagem de componentes modulados para plataformas off-shore de
petróleo.
24
Pretende assim preencher a lacuna existente no país de estudos específicos
voltados para os modelos gestão integrada de meio ambiente, segurança no
trabalho e saúde ocupacional adotados neste segmento de construção e montagem,
apresentando de forma específica à realidade desses empreendimentos, estratégias
e formas de operacionalização necessárias para atender aos requisitos de gestão da
ISO 14001:2004, OHSAS 18001:1999 e as diretrizes contratuais da Petrobras,
abordando a questão técnica, legal, econômica e gerencial.
Esta pesquisa também procura contribuir e servir de referencial teórico para
as empresas especializadas em construção e montagem na implantação de sistema
de gestão e no atendimento as diretrizes contratuais de meio ambiente, segurança
no trabalho e saúde ocupacional adotadas pela Petrobras.
1.4 As Questões da Pesquisa
Através da consolidação de um modelo de gestão integrada de meio ambiente,
segurança no trabalho e saúde ocupacional esta pesquisa busca responder as
seguintes questões:
• Quais são os pontos críticos para o sucesso de um sistema de gestão
ambiental, de segurança no trabalho e saúde ocupacional em
empreendimentos de construção e montagem de componentes modulados de
plataformas de petróleo?
• Um sistema de gestão ambiental, de segurança no trabalho e saúde
ocupacional, baseados nas normas ISO 14001:2004 e a OHSAS 18001:1999,
contribui para melhorar os resultados ambientais e de segurança industrial de
um contrato de construção e montagem de componentes modulados de
plataformas de petróleo?
25
• A adoção pela Petrobras dos requisitos da ISO 14001:2004 e da OHSAS
18001:1999 em suas diretrizes contratuais de meio ambiente, de segurança
no trabalho e saúde ocupacional, resulta em benefícios para a estatal?
1.5 A Justificativa e Relevância da Pesquisa
Esta pesquisa apresenta significativa relevância, pois procura ser referência
como um modelo teórico de gestão integrada de meio ambiente, segurança no
trabalho e saúde ocupacional a ser adotado em empreendimentos de construção e
montagem de plataformas de petróleo no país, principalmente nos contratados pela
Petrobras.
O resultado deste trabalho busca também contribuir com a melhoria do
desempenho ambiental, de segurança no trabalho e saúde ocupacional em
empreendimentos dessa natureza.
O atual cenário nacional e as perspectivas para um futuro próximo de
execução de grandes contratos de construção e montagem de plataformas no país,
contribui para a relevância dessa pesquisa e demonstra seu alinhamento com as
necessidades e desafios atuais do mercado.
1.6 A Delimitação da Pesquisa
Esta pesquisa aborda a construção e montagem de componentes modulados
para plataformas de petróleo e a sua integração à unidade de produção, em
contratos de modalidade EPC (Engineering-Procurement-Construction), em regime
de preço global (Lump Sum), com todos os requisitos de gestão ambiental, de
segurança no trabalho e saúde ocupacional sob responsabilidade direta da empresa
contratada.
26
Os contratados pesquisados e estudados são executados no Estado do Rio
de Janeiro e os atendimentos aos requisitos legais ambientais e de segurança no
trabalho, abordados nessa pesquisa, são referentes às esferas Federais, Estado do
Rio de Janeiro e Municípios do Rio de Janeiro e Niterói.
Esta pesquisa não aborda a fase de construção de casco e alteração
estrutural de casco de plataformas, pois essas fases geralmente são realizadas no
exterior, por falta de opções no mercado brasileiro.
1.7 A Estrutura do Trabalho
Este trabalho está estruturado em capítulos, divididos da seguinte forma:
Capítulo 1: Introdução ao trabalho de pesquisa, abordando a contextualização
do tema, a situação problema vinculada à pesquisa, os objetivos da pesquisa, as
questões da pesquisa, a justificativa e relevância da pesquisa e a delimitação da
pesquisa.
Capítulo 2: Revisão da literatura, contemplando os desafios gerenciais e as
pressões externas às organizações, o empreendimento construção e montagem de
plataformas de petróleo como um projeto e a modalidade EPC de contratação e as
normas internacionais de gestão ambiental, de segurança do trabalho e saúde
ocupacional.
Capítulo 3: Metodologia científica da pesquisa, identificando tipo, métodos e
estratégia metodológica, delineamento da pesquisa e instrumento de pesquisa.
Capítulo 4: O desenvolvimento da pesquisa, através de estudo de caso em
empreendimentos de construção de plataformas de petróleo, a implantação de um
modelo de sistema gestão integrado, com seus requisitos e diretrizes, baseado nas
normas ISO 14001:2004, OHSAS 18001:1999 e diretrizes contratuais da Petrobras.
27
Capítulo 5: Conclusão do trabalho e fechamento do estudo de caso.
28
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Os desafios gerencias e as pressões externas
Os atuais cenários mercadológicos, influenciados pela globalização e as
mudanças de valores da sociedade, apresentam novos desafios gerenciais a serem
enfrentados pelas organizações.
ABREU, et al. (2004) escrevem, que nas últimas décadas, as empresas têm
assistido a transformações muito amplas em seu ambiente competitivo, calcadas na
valorização das preocupações de caráter ambiental e social, além das econômicas.
As empresas estão, portanto, sujeitas às mudanças nos valores e ideologias da
sociedade e às pressões do ambiente externo à organização, que acabam por
influenciar sua performance no mercado.
ELKINGTON (1999) ressalta que o momento atual de revolução cultural exige
que as empresas, muito mais que as organizações governamentais e não
governamentais, estejam preparadas para se sentarem no “banco do motorista”,
guiando em direção ao desenvolvimento sustentável.
Um dos grandes desafios para as organizações, o da sustentabilidade
empresarial, é abordado por ABREU, et al. (2004) onde ressaltam que, o salto da
sustentabilidade teórica para a prática não é uma questão simples para as
empresas, principalmente, as transnacionais, que são forçadas a pressionar sua
cadeia de negócios, através dos seus fornecedores de produtos e de serviços.
Essas pressões são seguidas por uma profunda mudança nas expectativas da
sociedade, com reflexos no mercado de negócios.
De acordo com OLIVEIRA (2006), as organizações convivem com problemas,
ou resultados indesejáveis, que geram grande variabilidade em seus processos e
produtos, muitos dos quais não estão sob controle, ou seja, não são previsíveis. Por
esta razão, convivem com custos e índices elevados de perdas, com reclamações e
29
insatisfações de clientes internos e externos e de outras partes interessadas.
Considerando-se, ainda, que quem determina as condições de aquisição é o
mercado, sem a adequada identificação dessas condições e dos requisitos com eles
relacionados, sem adequada gestão de seus processos de produção com o
conseqüente aumento de sua eficiência operacional, há pouca probabilidade de uma
organização conseguir se manter competitiva no mercado.
No artigo “Industrialização, Meio Ambiente, Inovação e Competitividade”,
LUSTOSA (2003) coloca que as questões relacionadas à competitividade e meio
ambiente ganharam importância crescente ao final dos anos 80. Nas décadas de
1970 e 1980, com a intensificação do processo de globalização financeira e
produtiva da economia mundial – e o conseqüente aumento dos fluxos de comércio
industrial -, aliado aos acordos empresados no âmbito do Acordo Geral de Tarifas e
Comércio (GATT, em inglês), as barreiras tarifárias forma perdendo importância
relativa para as barreiras não tarifárias – inclusive de caráter ambiental.
Atualmente as organizações estão sujeitas a pressões externas que são,
entre outras, a regulamentação, pressão dos consumidores, a pressão dos
stakeholders (partes interessadas como clientes, força de trabalho, ONG’s, etc) e a
pressão dos investidores.
As regulamentações adequadas exercem um papel significativo na pressão
externa, em especial a ambiental que é mais recente em relação à de segurança e
saúde no país, que segundo PORTER & LINDE (1995), os autores da “hipótese de
Porter”, são necessárias pelas seguintes razões:
• Motivar as empresas a inovar. A pressão das regulamentações exercida
sobre as empresas faz com que elas superem a inércia organizacional e
fomentem idéias inovadoras.
• Melhorar a qualidade ambiental quando o aumento da produtividade dos
recursos não compensa totalmente os custos de conformidade ou quando o
tempo de aprendizado dos efeitos da inovação é longo.
30
• Alertar e educar as empresas sobre a utilização ineficiente dos recursos e
sobre as áreas que tem potencial para melhorias tecnológicas.
• Aumentar a probabilidade de que inovações de produto e processo possam
ser ambientalmente corretas.
• Criar demandas para melhorias ambientais até que as empresas e os
consumidores sejam capazes de perceber e quantificar melhor as
ineficiências no uso dos recursos.
• Nivelar as regras do jogo durante o período de transição para inovações
ambientais, assegurando que não haverá vantagens em não investir em meio
ambiente.
Conforme coloca TORRES, et al. (2002) a nova conjuntura mundial vem
direcionando as indústrias, principalmente as do setor petróleo, cujas atividades são
de alto risco, potencialmente poluidoras e cujos produtos são intrinsecamente
poluentes, a uma completa reavaliação de métodos e cultura gerenciais. A
transparência de ações, o bom relacionamento com as comunidades, uma postura
ambientalmente saudável, uma permanente preocupação com a qualidade de seus
processos, produtos e serviços, assim como a garantia da segurança do homem e
da propriedade, passaram a ser componentes estratégicos de gestão empresarial e
fatores críticos de sucesso, indispensáveis àquelas empresas de petróleo que
desejam conquistar espaços nessa nova ambiência externa, altamente competitiva,
que se apresenta.
Assim, as questões de meio ambiente, segurança industrial e saúde deixaram de
ser apenas uma exigência, punida com multas e sanções e incorporaram-se num
quadro de ameaças e oportunidades, onde as conseqüências passaram a significar
posições no mercado e a própria sobrevivência das empresas petrolíferas. Tal
mudança fez com que essas questões fossem integradas na gestão estratégica das
companhias de petróleo, ocupando crescentemente as suas administrações
superiores e requerendo um corpo técnico e um sistema gerencial cada vez mais
aperfeiçoado
31
2.2 O empreendimento como um projeto e a modalidade EPC de contratação
O PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (PMI) estabelecido em 1969 e
sediado na Filadélfia, Pensilvânia, EUA, é a principal associação mundial em
gerenciamento de projetos, atualmente com mais de 170.000 associados em todo o
mundo.
O PMI ocupa uma posição de liderança global no desenvolvimento de
padrões para a prática de gerenciamento de projetos em todo o mundo.
O principal documento padrão do PMI, “A Guide to the Project Management
Body of Knowledge (PMBOK Guide)”, é um padrão globalmente reconhecido para o
gerenciamento de projetos nos mercados de hoje.
O PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (PMI), através do PMBOK Guide,
define projeto como
“Um projeto é um esforço temporário empreendido
para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo.”
PMBOK Guide, 2004.
Na definição do PMI, temporário significa que cada projeto tem um início e um
fim bem definidos.
De acordo com o apresentado no PMBOK Guide (2004), chega-se ao fim do
projeto quando os seus objetivos foram alcançados ou quando torna-se claro que os
objetivos do projeto não serão ou não poderão mais ser atingidos ou a necessidade
do projeto não existe mais. O projeto é então encerrado. Temporário não significa
que a sua duração é curta; muitos projetos duram vários anos. Em todos os casos,
entretanto, a duração do projeto é finita; projetos não são esforços continuados.
32
Além disso, o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (PMI), salienta que o
termo temporário geralmente não se aplica ao produto ou serviço criados pelo
projeto. Os projetos podem freqüentemente ter impactos sociais, econômicos e
ambientais, intencionais ou não, que excedem em duração aos próprios projetos.
Conforme o PMBOK Guide (2004), um projeto cria entregas exclusivas, que são
produtos, serviços ou resultados. Os projetos podem criar:
• Um produto ou objeto produzido, quantificável e que pode ser um item final ou
um item componente
• Uma capacidade de realizar um serviço, como funções de negócios que dão
suporte à produção ou à distribuição
• Um resultado, como resultados finais ou documentos. Por exemplo, um
projeto de pesquisa desenvolve um conhecimento que pode ser usado para
determinar se uma tendência está presente ou não ou se um novo processo
irá beneficiar a sociedade.
A singularidade é uma característica importante das entregas do projeto. Por
exemplo, muitos milhares de prédios de escritórios foram construídos, mas cada
prédio em particular é único - tem proprietário diferente, projeto diferente, local
diferente, construtora diferente, etc. A presença de elementos repetitivos não muda a
singularidade fundamental do trabalho do projeto.
O PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE destaca que os projetos são um meio
de organizar atividades que não podem ser abordadas dentro dos limites
operacionais normais da organização. Os projetos são, portanto, freqüentemente
utilizados como um meio de atingir o plano estratégico de uma organização, seja a
equipe do projeto formada por funcionários da organização ou um prestador de
serviços contratado.
33
Os projetos são normalmente autorizados como um resultado de uma ou mais
das seguintes considerações estratégicas:
• Uma demanda de mercado (por exemplo, uma companhia de petróleo
autoriza um projeto para construir uma nova refinaria em resposta a um
problema crônico de falta de gasolina).
• Uma necessidade organizacional (por exemplo, uma empresa de treinamento
autoriza um projeto para criar um novo curso para aumentar sua receita).
• Uma solicitação de um cliente (por exemplo, uma companhia de energia
elétrica autoriza um projeto de construção de uma nova subestação para
atender a um novo parque industrial).
• Um avanço tecnológico (por exemplo, uma empresa de software autoriza um
novo projeto para desenvolver uma nova geração de video games após o
lançamento de um novo equipamento para jogos por empresas de produtos
eletrônicos).
• Um requisito legal (por exemplo, um fabricante de tintas autoriza um projeto
para estabelecer diretrizes para o manuseio de um novo material tóxico).
Nestes conceitos apresentados pelo PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE,
através do PMBOK Guide (2004,) os empreendimentos de construção e montagem
de plataformas de petróleo enquadram-se adequadamente, sendo, portanto
considerados projetos.
Esses projetos são contratados, freqüentemente, em uma modalidade chamada
de EPC (Engineering-Procurement-Construction).
De acordo com PINTO & FARIAS (2006), uma definição simplificada de gestão
de contratos EPC pode ser caracterizada por uma estrutura onde o empreendedor
(cliente), firma contrato com uma única empresa ou consórcio de empresas. Ou seja,
34
o cliente tem o respaldo absoluto em termos de garantias com relação à implantação
do empreendimento.
No estudo “Avaliação da Competitividade do Fornecedor Nacional com relação
aos Principais Bens e Serviços”, realizado pela Agência Nacional do Petróleo – ANP
(1999), é salientado que os contratos de serviços do tipo EPC (Engineering-
Procurement-Construction) caracterizam-se pela contratação de um único
responsável (Main/General Contractor) que se encarrega do fornecimento de uma
instalação, responsabilizando-se pelas atividades de Projeto Executivo, Suprimento
de Materiais e Equipamentos e da Construção e Montagem.
Conforme a ANP (1999), a adoção de modalidades tipo EPC é uma tendência
crescente em vários setores da atividade econômica devido às suas características:
• Um único responsável pela condução e pelo desempenho de todas as
atividades do empreendimento;
• Gerenciamento das interfaces é feito pelo Contratado, diminuindo
sensivelmente a equipe de acompanhamento do empreendimento por parte
do Contratante;
• Maior possibilidade de realização de um planejamento integrado visando à
otimização do cronograma do empreendimento.
PINTO & FARIAS (2006) em uma análise bastante prática dos principais
aspectos dos contratos EPC, sob a ótica de cada parte envolvida, descrevem da
seguinte forma:
Contrato EPC sob a ótica do empreendedor:
• Existe apenas um responsável por toda a implantação do empreendimento,
facilitando significativamente sua estrutura de supervisão e comunicação.
35
• O fornecedor ou grupo fornecedor do EPC (comumente denominado
“EPCista”) normalmente tem estrutura financeira suficiente para oferecer
garantias e seguros exigidos por instituições financeiras.
• Quando bem detalhado, o escopo garante ao empreendedor que o projeto
não sofrerá aumento de custos ao longo de sua implantação.
• No caso de contratos EPC com preço fechado (EPC – Lump Sum), os riscos
de variação de custo ficam significativamente reduzidos.
• A possibilidade e facilidade de sobreposição de tarefas aumentam a garantia
do cumprimento dos prazos contratuais.
Contrato EPC sob a ótica do fornecedor:
• Mesmo quando há formação de um consórcio, há um senso de “objetivo
comum” entre todos, que facilita a gestão integral do fornecimento e a
resoluções de conflitos.
• Quando há exigência de prazos curtos, o “EPCista” pode usar ferramentas de
gestão que integram inúmeras atividades, garantido o fornecimento dentro
dos critérios pré-estabelecidos pelo cliente.
• A existência de garantias formais ao cliente aumenta o comprometimento do
fornecedor (“EPCista”) com relação ao empreendimento.
• A Implantação na modalidade EPC - Lump Sum exige um estudo bastante
criterioso antes da assinatura do contrato, o que obriga o “EPCista” a estudar
e analisar detalhadamente todo os principais riscos do empreendimento,
reduzindo-se significativamente os problemas por falta de informação e
conhecimento.
36
De acordo com AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO - ANP (1999), um
sistema de produção offshore, onde estão inseridos os contratos de construção e
montagem de plataformas de petróleo, desenvolvido sob um contrato EPC, tem uma
distribuição aproximada de investimentos de 5% para o Projeto, 55% para a
Aquisição de materiais e equipamentos diretamente pelo contratado e 40% para a
Construção e Montagem.
No caso do offshore brasileiro as soluções tecnológicas que vêm sendo
adotadas pela Petrobras, com sucesso inclusive para lâminas d’água profundas,
adotam unidades de produção flutuantes (FPU), com base em semi-submersíveis e
navios.
Incentivada, e muitas vezes protegida pela Petrobras até alguns anos atrás, a
indústria de bens e serviços especializados no Brasil cresceu de forma a cobrir
praticamente todos os segmentos do setor petróleo, constituindo-se hoje em um
importante parque empresarial, extenso e diversificado.
Somente deixaram de ser supridos pelo País alguns serviços e bens muito
específicos e que demandavam contínua evolução tecnológica, ou aqueles que
requeriam altos investimentos e apresentavam pequena demanda no País.
O processo de abertura econômica no setor Petróleo apresentou novas e
importantes oportunidades para as empresas fornecedoras. Somente nos
segmentos da Exploração e da Produção, a Petrobras, diretamente ou em parceria
com empresas estrangeiras, deverá aumentar os investimentos de US$ 17 bilhões,
década de 90, para cerca de US$ 30 bilhões na década 2000 – 2009, de acordo com
o estudo AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO – ANP (1999).
No estudo Avaliação da Competitividade do Fornecedor Nacional com relação
aos Principais Bens e Serviços, realizado pela AGÊNCIA NACIONAL DO
PETRÓLEO – ANP (1999), em relação aos Main Contractors (Contratos EPC), é
colocado que no mercado nacional há empresas que atuam como “Main Contractor”,
sendo muito comum a formação de consórcios e alianças, inclusive com empresas
estrangeiras.
37
Podem-se citar as seguintes empresas nacionais, entre outras: Techint,
Ultratec, Camargo Correa, Odebrecht, Setal, Promon, Marítima. Entre as empresas
estrangeiras, tem mostrado interesse ou participado de licitações da Petrobras, entre
outras: ABB – Lummus Global, Bechtel, Foster Wheeler, Kellogg, Brown & Root.
A competitividade das empresas que atuam neste mercado, de acordo com a
ANP (1999), pode ser avaliada através da análise de alguns requisitos marcantes na
condução de contratos EPC:
• Disponibilidade de índices que permitam a elaboração de propostas a partir
de um projeto conceitual ou básico;
• Estrutura organizacional que permita gerenciar empreendimentos de grande
porte;
• Capacidade de alavancar um grande volume de recursos financeiros;
• Capacitação gerencial para liderar uma grande rede de subfornecedores e
parceiros.
2.3 As normas internacionais de gestão ambiental, d e segurança do trabalho e
saúde ocupacional
De acordo com LUSTOSA (2003), a intensificação do processo de
globalização financeira e produtiva da economia mundial, a partir da década de
1980, trouxe alterações nos mercados internacionais, aguçando a concorrência
mundial e alterando os padrões de concorrência industrial. Surgiram,
conseqüentemente, normas gerais de padronização, de processo, de qualidade,
gestão ambiental, de segurança no trabalho e saúde ocupacional.
38
A principal norma de gestão ambiental atual é a ISO 14001:2004, que
conforme CERQUEIRA (2006) foi durante a ECO-92, conferência mundial sobre o
meio ambiente realizada no Rio de Janeiro, que os 178 paises participantes
solicitaram à ISO (International Organization for Standardization) a elaboração da
ISO 14001 – Sistemas de Gestão Ambiental – Requisitos e Diretrizes.
Essa norma, publicada pela ISO pela primeira vez em 1996, e que teve a
como base a norma britânica BS 7750, especifica requisitos para um sistema de
gestão, permitindo a uma organização formular uma política e objetivos que levem
em conta os requisitos legais e as informações referentes aos impactos ambientais
significativos.
Ela se aplica aos aspectos ambientais que possam ser controlados pela
organização e sobre os quais presume-se que ela tenha influência.
Em 2004 essa norma foi revisada, alinhando alguns de seus requisitos com a
estrutura da ISO 9000:2000 (gestão da qualidade) e, em outras partes, explicitando
determinadas práticas que na versão de 1996 davam motivos a dúvidas e
ocasionavam diferenças de interpretações.
De acordo com o definido na NBR ISO 14001:2004, a norma não estabelece
requisitos absolutos para o desempenho ambiental, além dos comprometimentos,
expressos na política ambiental, de estar em conformidade com requisitos legais e
outros requisitos aos quais a organização tenha subscrito, com a prevenção da
poluição e com a melhoria contínua. Assim, duas organizações que desenvolvam
atividades similares, mas que tenham níveis diferentes de desempenho ambiental,
podem ambas estar em conformidade com seus requisitos.
A ISO 14001 se aplica a qualquer organização que deseje:
a) estabelecer, implementar, manter e aprimorar um Sistema de Gestão
Ambiental,
b) assegurar-se da conformidade com sua política ambiental definida,
39
c) demonstrar conformidade com a Norma ao
1. fazer uma auto-–avaliação ou autodeclaração, ou
2. buscar confirmação de sua conformidade por partes que tenham
interesse na organização, tais como clientes, ou
3. buscar confirmação de sua autodeclaração por meio de uma
organização externa, ou
4. buscar certificação / registro de seu Sistema de Gestão
Ambiental por uma organização externa.
Para a gestão de segurança e saúde ocupacional a principal referência
normativa é a Occupational Health and Safety Assessment Series - OHSAS 18001,
publicada em 1999, sem a chancela da ISO, mas com a participação de várias
organizações internacionais como National Standards Authority of lreland, British
Standards Institutio, Bureau Veritas Quality lnternational, Det Norske Veritas, Lloyds
Register Quality Assurance, National Quality Assurance, entre outras.
De acordo como definido na OHSAS 18001, a norma fornece os requisitos
para um Sistema de Gestão da Segurança e Saúde Ocupacional (SSO), permitindo
a uma organização controlar seus riscos de acidentes e doenças ocupacionais e
melhorar seu desempenho. Ela não prescreve critérios específicos de desempenho
da Segurança e Saúde Ocupacional, nem fornece especificações detalhadas para o
projeto de um sistema de gestão.
A especificação OHSAS se aplica a qualquer organização que deseje:
a) estabelecer um Sistema de Gestão da SSO para eliminar ou minimizar riscos aos
funcionários e outras partes interessadas que possam estar expostos aos riscos de
SSO associados a suas atividades;
b) implementar, manter e melhorar continuamente um Sistema de Gestão da SSO;
40
c) assegurar-se de sua conformidade com sua política de SSO definida;
d) demonstrar tal conformidade a terceiros;
e) buscar certificação ou registro do seu Sistema de Gestão da SSO por uma
organização externa;
f) realizar uma auto-avaliação e emitir autodeclaração de conformidade com a
norma.
CERQUEIRA (2006) coloca que a OHSAS 18001:1999 foi concebida para
compartilhar princípios comuns de sistemas de gestão com a norma ISO 14001:1996
para sistemas de gestão ambiental, vigente quando de sua publicação. Assim, as
organizações podem decidir utilizar um sistema integrado de gestão – meio
ambiente, segurança e saúde ocupacional, coerente com as ISO 14001:2004 e
OHSAS 18001:1999.
Entretanto, de acordo com CERQUEIRA (2006), convém esclarecer que a
aplicação dos vários elementos do sistema de gestão pode variar em função dos
diferentes propósitos das normas e dos interesses das diversas partes interessadas.
Ambas as normas, ISO 14001:2004 e a OHSAS 18001:1999, possuem
requisitos de sistemas de gestão baseados no processo dinâmico e cíclico de
“PDCA plan, do, check, act - planejar, implementar, verificar e analisar criticamente”.
A seguir é apresentada figura esquemática do PDCA de acordo com os
requisitos da ISO 14001:2004.
41
Figura 6 - PDCA de acordo com os requisitos da ISO 14001:2004
Fonte: Elaboração pelo autor baseada na ISO 14001:2004
De acordo com a ISO 14001:2004, muitas organizações gerenciam suas
operações através da aplicação de um sistema de processos e suas interações, que
podem ser referenciados como “abordagem de processo”. A ISO 9001 promove a
utilização da abordagem de processo. Como o PDCA pode ser aplicado a todos os
processos, as duas metodologias são consideradas compatíveis.
Os sistemas de gestão propostos pelas normas ISO 14001 e OHSAS 18001
subscreve os seguintes princípios:
• Comprometimento e política – que a empresa defina sua política ambiental,
de segurança e saúde ocupacional e assegure o comprometimento com o seu
sistema de gestão.
42
• Planejamento – que a empresa formule um plano para cumprir sua política
ambiental, de segurança e saúde ocupacional.
• Implementação – que a empresa desenvolva a capacitação e os mecanismos
de apoio necessários para atender sua política e seus objetivos e metas.
• Medição e avaliação – que a empresa monitore, mensure e avalie seu
desempenho ambiental, de segurança e saúde ocupacional.
• Análise crítica e melhoria – que a empresa analise criticamente e aperfeiçoe
continuamente seu sistema de gestão ambiental, de segurança e saúde
ocupacional, com o objetivo de aprimorar seu desempenho global.
De acordo com as normas, o Sistema de Gestão Ambiental, de Segurança e
Saúde Ocupacional é melhor visto como uma estrutura organizacional, que se
recomenda ser continuamente monitorada e periodicamente analisada criticamente,
a fim de que se possam dirigir eficazmente as atividades ambientais de segurança e
saúde ocupacional da empresa, em repostas à mudança de fatores internos e
externos. É fundamental que cada pessoa da empresa aceite suas
responsabilidades quanto a melhorias ambientais, de segurança e saúde
ocupacional.
A ISO 14001 e a OHSAS 18001 baseiam-se na premissa de que a empresa
irá, periodicamente, analisar criticamente e avaliar o seu sistema de gestão de forma
a identificar oportunidades de melhoria e sua implementação.
O sistema de gestão fornece um processo estruturado para atingir a melhoria
contínua, cujo ritmo e amplitude são determinados pela empresa à luz de
circunstâncias econômicas e outras.
Embora alguma melhoria no desempenho ambiental, de segurança e saúde
ocupacional possa ser esperada devido à adoção de uma abordagem sistemática,
entende-se que o sistema de gestão é uma ferramenta que permite à organização
43
atingir, e sistematicamente controlar, o nível de desempenho por ela mesma
estabelecido.
Outra questão destacada pelas normas é que o nível de detalhamento e
complexidade do sistema de gestão ambiental, de segurança e saúde ocupacional, a
amplitude da documentação e os recursos a ele alocados dependem do porte da
organização e da natureza das suas atividades.
2.4 Sistema de Gestão Integrada
De acordo com PIANTAVINHA (2006) Sistema de Gestão Integrada pode ser
definido objetivamente como sendo a integração dos sistemas de gestão da
Qualidade com o Meio Ambiente, da Qualidade com a Segurança e Saúde no
Trabalho ou ainda a integração dos sistemas da Qualidade, de Gestão Ambiental e
de Segurança e Saúde no Trabalho. Sua implementação e operação são, na
realidade, as aplicações de conceitos e técnicas de gestão especificadas para
assuntos de qualidade, de meio ambiente e de segurança e saúde no trabalho
No caso específico deste trabalho, Sistema de Gestão Integrada corresponde
à integração dos Sistemas de Gestão Ambiental, de Segurança no Trabalho e de
Saúde Ocupacional.
Nos contratos de construção e montagem realizados no País, em especial
para a PETROBRAS, os requisitos contratuais exigem um sistema integrado de SMS
(Segurança, Meio Ambiente e Saúde) baseado nas normas ISO 14001:2004 e
OHSAS 18001:1999, por esse motivo este trabalho optou por integrar essas áreas
num único sistema de gestão e, assim, buscar uma maior aderência as exigências
da PETROBRAS.
Os requisitos das normas ISO 14001:2004 e OHSAS 18001:1999 são
alinhados e podem ser integrados em um único sistema de gestão. Essa facilidade
44
para integração dos requisitos das normas e os benefícios que veremos abaixo, tem
motivado a implantação nas organizações de sistemas de gestão integrada.
De acordo STARES (1997 apud PIANTAVINHA, 2006.) unificar os diversos
sistemas de Gestão é uma forma de facilitar a operação e reduzir os custos de
gestão. Um sistema unificado possibilita reduzir o número de auditorias, a burocracia
e as gerências que passariam de três para uma única. Independente do tamanho ou
tipo de empresa, a unificação permite a redução dos custos, a melhoria da
performance e o aumento da competitividade da empresa
SCIPIONI (2001 apud PIANTAVINHA, 2006) destaca que seria
economicamente inviável implantar um sistema de administração separado para
cada setor da organização (ambiente, qualidade e segurança e saúde ocupacional).
Conceitos de administração integrados se tornaram um dos mais importantes fatores
competitivos atuais. Porém, administradores de muitas empresas de pequeno e
médio porte ainda não perceberam a importância futura da integração dos sistemas
e, freqüentemente, o principal problema que sistemas integrados de gestão têm
neste campo, consiste na ausência de pessoal interno suficientemente treinado e
capacitado para administrar de um modo integrado a qualidade, o ambiente e
aspectos de segurança e saúde.
DE CICCO (1996 apud PIANTAVINHA, 2006) coloca que se têm outros
benefícios num Sistema de Gestão Integrada, como a simplificação da
documentação (manuais, procedimentos operacionais, instruções de trabalho e
registros) e o atendimento estruturado e sistematizado.
45
3 METODOLOGIA CIENTÍFICA DA PESQUISA
3.1 Tipo, Métodos e Estratégia Metodológica
Como método e estratégia metodológica de pesquisa este trabalho adota o
estudo de caso.
O estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno
contemporâneo dentro de seu contexto de vida real, especialmente quando os
limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos (YIN, 2005).
De acordo com YIN (2005) como estratégia de pesquisa, utiliza-se o estudo
de caso em muitas situações, para contribuir com o conhecimento que temos dos
fenômenos individuais, organizacionais, sociais, políticos e de grupo, além de outros
fenômenos relacionados. De forma não surpreendente, o estudo de caso tem se
constituído uma estratégia comum de pesquisa na psicologia, sociologia, ciência
política, trabalho social, administração e planejamento social.
O estudo de caso como estratégia de pesquisa compreende um método que
abrange tudo – tratando da lógica de planejamento, das técnicas de coleta de dados,
e das abordagens específicas às análises dos mesmos (Yin, 2005).
Nesse sentido, o estudo de caso não é nem uma tática para a coleta de
dados nem meramente uma característica do planejamento em si (Stoecker, 1991
apud Yin, 2005), mas uma estratégia de pesquisa abrangente.
A utilização do estudo de caso com estratégia metodológica de pesquisa está
alinhada com a definição de dissertação de mestrado profissional, conforme Guia do
LATEC/UFF (Teixeira, 2005), onde define esse tipo de dissertação como um
trabalho que utiliza casos concretos ao invés de casos hipotéticos, com a finalidade
de permitir que, através da maior convivência com os problemas e dificuldades
46
inerentes ao caso, o estudante aprenda a diagnosticar e prognosticar a situação e,
sob orientação, indicar soluções que lhe pareçam mais adequados.
3.2 Delineamento da Pesquisa
A pesquisa aborda estudos de casos múltiplos de construção e montagem de
componentes modulados para plataformas de petróleo, realizados nos municípios do
Rio de Janeiro e Niterói, Estado do Rio de Janeiro.
Os estudos de casos abordam os empreendimentos de construção e
montagem das plataformas P-51, P-52 e P-53, todos contratados em modalidade
EPC (Engineering-Procurement-Construction) pela Petrobras, com regime de preço
global (Lump Sum) e com requisitos de segurança e meio ambiente estabelecidos
contratualmente.
Esses empreendimentos estudados são para construção e montagem de
tipos diferentes de plataformas, conforme apresentado no item 1.2 e abaixo:
• P-51 Plataforma semi-submersível;
• P-52 Plataforma semi-submersível;
• P-53 UEP Unidade Estacionária de Produção;
3.3 Instrumento de Pesquisa
O estudo de caso abordado nesta pesquisa será baseado em evidências,
buscando com fonte principal as definidas por Yin (2005) para um estudo de caso,
que são:
• Documentação – registros em arquivos e procedimentos documentados;
47
• Entrevistas – direcionadas para o tópico da pesquisa;
• Observações diretas – observador passivo dos acontecimentos em tempo
real;
• Artefatos físicos – percepção em relação a operações técnicas e aspectos
culturais.
Qualquer uma dessas fontes de obtenção de evidências pode e tem sido a
única base para estudos inteiros (YIN, 2005), mas esta pesquisa busca utilizar fontes
diferentes para a obtenção de evidências, não se baseando apenas em uma
evidência isolada.
Adicionalmente a essas evidências serão adotados como fonte as referências
bibliográficas sobre o tema em estudo e as definições das normas ISO 14001:2004 e
OHSAS 18001:1999.
Para contribuir com a confiabilidade do estudo de caso, além das diferentes
fontes de evidências, esta pesquisa busca estabelecer uma correlação lógica entre
as evidências obtidas, as questões propostas e os resultados e conclusões.
48
4 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA – O ESTUDO DE CASO
O presente estudo de caso contemplou empreendimentos de construção e
montagem de plataformas de petróleo, construídas de forma modular, para posterior
integração na unidade de produção (plataforma).
Foi estudada a construção de módulos de processo (processamento de óleo,
gás e água), utilidades (tratamento de água e geração de energia) e de
acomodações.
Os módulos foram construídos em pátios, ao ar livre, de estaleiros em Niterói
e no Rio de Janeiro. Nessa construção há uma grande mobilização de mão de obra,
que varia de acordo com andamento da obra, tendo um efetivo médio de 1000 (mil)
pessoas por estaleiro. Podendo chegar, no pico da construção, a mais de duas mil
pessoas. Logicamente, o efetivo é diretamente relacionado ao número de módulos e
seus tamanhos em construção nos estaleiros.
As fotos abaixo apresentam a construção de módulos em estaleiros de
Niterói/RJ.
Figura 7 – Foto de módulos em construção no estaleiro. Fonte: Banco de Imagens da Petrobras/IEPPT
49
Figura 8 - Foto de módulos em construção no estaleiro. Fonte: Banco de Imagens da Petrobras/IEPPT
De forma geral um empreendimento de construção e montagem de
plataformas de petróleo engloba as seguintes fases:
• Desenvolvimento de projeto executivo;
• Suprimento de equipamentos e materiais;
• Construção e montagem;
• Comissionamento e testes;
• Partida da plataforma;
• Operação assistida.
A fase de construção e montagem é a que apresenta os maiores riscos de
SMS sob responsabilidade e gerenciamento da empresa contratada. Na fase de
partida e operação assistida, a Plataforma fica sob gestão do cliente final, que nos
casos estudados é a PETROBRAS.
Na fase de construção e montagem é executada a fabricação, pré-montagem
e montagem de conjuntos em estrutura pesada, totalmente soldadas, denominadas
“módulos” na linguagem marítima de produção de Petróleo.
50
Cada um dos conjuntos (módulos) é constituído de vários painéis de vigas
primárias e secundárias, fabricadas com chapas de aço carbono de várias bitolas.
Sobre estes conjuntos estruturais se efetua a montagem de vasos e equipamentos
interligados por tubulações com diâmetros variados.
Abaixo é apresentada foto de um módulo em construção e montagem.
Figura 9 - Foto de módulo em construção. Fonte: Banco de Imagens da Petrobras/IEPPT
As principais atividades desenvolvidas e que podemos destacar são:
soldagem, corte a quente de estrutura metálica, tratamento de superfície
(jateamento), pintura, instrumentação, montagem de andaimes, movimentação de
cargas, caldeiraria, gamagrafia, testes hidrostáticos, armazenamento de materiais e
produtos, entre outras.
Para a realização da integração dos módulos à unidade de produção é
necessário o deslocamento dos mesmos até o estaleiro onde está o casco da
plataforma. Geralmente o casco da plataforma é construído no exterior, em
Singapura no caso da P-53, e transportado para o Brasil (rebocado pelo oceano em
51
uma viagem de quase um mês) até o estaleiro integrador, que realizará a integração
da plataforma.
Como as construções dos vários módulos exigem recursos e área disponível,
eles são construídos em mais de um estaleiro, e depois deslocados para o estaleiro
que será realizado a integração da plataforma.
Para realizar este transporte até a plataforma, os módulos são posicionados
no cais do estaleiro, içados para uma balsa oceânica, onde são transportados até a
plataforma (estaleiro integrador), içados novamente e posicionados na unidade de
produção, como pode ser visto nas fotos abaixo.
Figura 10 - Foto de módulos posicionados sob a balsa no cais de um estaleiro em Niterói/RJ Fonte: Banco de Imagens da Petrobras/IEPPT
52
Figura 11 - Foto de módulos sendo rebocados para integração da P-51 Fonte: Banco de Imagens da Petrobras/IEPPT
Figura 12 - Foto de módulo içado e sendo posicionado na P-51 Fonte: Banco de Imagens da Petrobras/IEPPT
53
Figura 13 - Foto de módulo sendo posicionado na P-51 Fonte: Banco de Imagens da Petrobras/IEPPT
A proposta de um modelo de sistema de gestão integrada de meio ambiente,
segurança e saúde ocupacional para os empreendimentos de construção de
plataformas de petróleo é apresentada neste capítulo.
Para um melhor entendimento e compreensão, esse modelo de sistema de
gestão está estruturado de acordo com os principais requisitos da ISO 14001:2004 e
da OHSAS 18001:1999, e apresentado a seguir.
4.1) Política do Sistema de Gestão Integrada
A Política do Sistema de Gestão Integrada é uma declaração feita pela
empresa de suas intenções e princípios em relação ao desempenho ambiental, de
segurança do trabalho e saúde ocupacional.
A definição da Política deve ser feita pela Alta Administração da empresa ou
organização e assegurar alguns requisitos definidos nas normas, ISO 14001:2004 e
OHSAS 18001:1999, que são:
54
• ser apropriada à natureza, escala, impactos ambientais e riscos à segurança
e saúde de suas atividades, produtos e serviços,
• incluir o comprometimento com a melhoria contínua e com a prevenção da
poluição,
• incluir o comprometimento em atender aos requisitos legais aplicáveis e
outros requisitos subscritos pela organização que se relacionem a seus
aspectos ambientais e à legislação vigente de segurança e medicina do
trabalho,
• fornecer uma estrutura para o estabelecimento e análise dos objetivos e
metas,
• ser documentada, implementada e mantida,
• ser comunicada a todos que trabalhem na organização ou que atuem em seu
nome,
• estar disponível para o público e partes interessadas,
• ser periodicamente analisada criticamente, para assegurar que ela
permanece pertinente e apropriada à empresa ou organização.
A definição da Política da organização é uma questão particular da empresa
e, por esse motivo, não é proposta uma Política para o sistema de gestão
integrada nesta pesquisa.
Apenas são destacados, a seguir, algumas considerações, identificadas no
estudo de caso, que devem ser consideradas na definição da Política para
assegurar sua aderência as normas de gestão.
Essas considerações são:
• É importante expressar na Política os principais aspectos ambientais e riscos
à segurança e saúde identificados nos empreendimentos de construção e
montagem de plataformas de petróleo, que são, respectivamente, a geração
de resíduos sólidos, o risco de acidentes no trabalho e a exposição ao ruído.
55
• Quanto à escala e natureza do serviço é recomendada à definição clara na
política, que pode ser feito através da descrição serviço realizado no
empreendimento e a sua escala, como por exemplo, “empresa de engenharia
com capacidade para executar obras, desde pequenas unidades industriais a
grandes complexos integrados, realiza serviços de gerenciamento de
empreendimentos, suprimentos, manutenção, construção, montagem,
condicionamento, testes e partida”.
• Deixar claramente expresso na Política os demais requisitos normativos como
a prevenção à poluição, atendimento aos requisitos legais aplicáveis e o
comprometimento com a melhoria contínua.
4.2 Identificação e avaliação de aspectos ambientai s, impactos ambientais,
perigos e riscos à segurança e saúde ocupacional
Este é um dos processos mais importantes de um sistema de gestão
integrada, pois toda a implantação do sistema é baseada nesta identificação e
avaliação de aspectos ambientais e perigos à segurança e saúde ocupacional.
Portanto, um erro cometido nesta etapa pode comprometer toda a eficácia do
sistema de gestão.
Nos casos estudados foram verificadas as metodologias adotadas para esse
processo. Essas metodologias apresentaram algumas características semelhantes
entre as empresas estudas e a própria metodologia que a Engenharia da Petrobras
adota internamente. Porém, em alguns casos as metodologias apresentaram
inconsistências nos critérios de avaliação dos impactos ambientais e danos à SSO,
como, o mais grave identificado, a não utilização dos requisitos legais aplicáveis
como um critério da avaliação.
Utilizar metodologias diferentes de identificação e avaliação, uma para
aspectos e impactos ambientais e outra para perigos e riscos à segurança e saúde
ocupacional, parece ser o mais apropriado, tendo em vista que os aspectos
ambientais são um elemento da atividade, sempre ocorrem, e os perigos são
56
inerentes às atividades, mas trabalha-se com o risco do evento perigoso ocorrer, que
nem sempre ocorre. Portanto, apresentam características diferentes para serem
avaliadas.
A seguir será apresentada proposta de metodologia, uma para aspectos e
impactos ambientais e outra para perigos e riscos, com forte influência da
metodologia adotada pela Engenharia da Petrobras e de acordo com os requisitos
da ISO 14001:2004 e OHSAS 18001:1999.
Basear-se na metodologia da Petrobras justifica-se pelo fato da estatal ser a
principal contratante no mercado brasileiro deste tipo de empreendimento, exigir
contratualmente esse processo e pela necessidade de aprovar essa metodologia
junto à fiscalização de contratos da Petrobras.
Cabe salientar que a Petrobras não exige que se adote sua metodologia,
cada empresa pode adotar a sua, mas como ela precisa aprovar, possuir uma
metodologia para esse processo alinhada com a da estatal facilita a sua aprovação
junto à fiscalização.
4.2.1 Proposta de metodologia para identificação e avaliação de aspectos e
impactos ambientais
4.2.1.1 Quando realizar o levantamento de aspectos e impactos ambientais
A identificação dos aspectos e avaliação dos impactos ambientais se faz
necessária:
a) Na implantação do Sistema de Gestão Integrada do empreendimento;
b) Na realização ou desenvolvimento de novos projetos, alterações,
modificações de atividades, produtos ou serviços do empreendimento;
c) Sempre que houver alterações importantes em qualquer elemento do
filtro de significância.
57
Qualquer empregado da força de trabalho do empreendimento que identifique
a necessidade de atualização da identificação de aspectos e avaliação de impactos
ambientais pode comunicá-la a área responsável pelo processo no empreendimento.
4.2.1.2 Identificação dos aspectos e avaliação dos impactos ambientais
É recomendável que este levantamento e identificação seja realizada por
profissionais experientes na execução da atividade, assessorados por profissionais
de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde).
• IDENTIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES E DAS TAREFAS
As principais atividades e suas respectivas tarefas podem ser identificadas
em fluxogramas ou em macro-fluxos provenientes do mapeamento dos processos do
empreendimento ou do próprio planejamento da obra.
Os equipamentos e instalações para controle de poluição, se existentes,
devem ser considerados como tarefas para a identificação de aspectos e avaliação
de impactos ambientais (ex.: operação e manutenção de sistema de tratamento de
efluentes, separador de óleo, disposição de resíduos, etc).
• IDENTIFICAÇÃO DOS ASPECTOS AMBIENTAIS
Para cada tarefa em análise, devem ser identificados e relacionados os
aspectos ambientais. Cada tarefa pode estar relacionada a vários aspectos.
A identificação deve considerar todos os aspectos associados a cada tarefa,
independentemente de já existirem medidas de controle.
• IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
58
Para cada aspecto identificado na etapa anterior, devem ser identificados os
respectivos impactos associados, ou seja, as conseqüências (os efeitos) decorrentes
dos referidos aspectos.
A seguir é apresentada uma tabela com os principais aspectos e impactos
ambientais identificados como nos empreendimentos de construção e montagem de
componentes modulados para plataformas de petróleo.
Tabela 3 – Principais Aspectos e Impactos Ambientais
ASPECTO AMBIENTAL IMPACTO
AMBIENTAL
Emissão de material particulado (ex. poeira)
Emissão de compostos de enxofre (SO2, SO3,...)
Emissão de compostos de nitrogênio (NO2, NO,...)
Emissão de composto de carbono CO e CO2 e fumaça preta
Emissão de compostos orgânicos voláteis – VOCs
Emissão de gases inertes, ácidos, alcalinos
Emissão de vapores
EMISSÕES ATMOSFÉRICAS
Emissão de gases e fumos metálicos
Alteração da qualidade do ar
Geração de efluentes líquidos inorgânicos
Geração de efluentes líquidos orgânicos / oleosos EFLUENTES LÍQUIDOS
Geração de efluentes sanitários
Alteração da qualidade da
água
Geração de resíduos sólidos - classe I - NBR 10004
Geração de resíduos sólidos - classe IIa - NBR 10004
RESÍDUOS SÓLIDOS
Geração de resíduos sólidos - classe IIb - NBR 10004
Alteração da Qualidade do solo
Consumo de água
Consumo de combustível
Consumo de energia elétrica
Consumo de recursos minerais (carvão, areia, pedra, etc)
RECURSOS NATURAIS
Consumo de Madeira
Esgotamento / Redução da
disponibilidade dos recursos
naturais
MEIO ANTRÓPICO Geração de ruído Incômodos à Comunidade
59
• CARACTERIZAÇÃO DOS ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS
O processo de caracterização de aspectos e impactos associados deve ser
conduzido levando em consideração:
a) SITUAÇÃO OPERACIONAL
Os aspectos ambientais podem ocorrer nas seguintes situações:
• Normal (N) - São aquelas situações que ocorrem na rotina das obras e
nas operações especiais (Ex.: atividades de manutenção, dentre
outras)
• Emergência (E) - São aquelas situações emergenciais (acidentes,
colapso de estruturas, equipamentos ou instalações, falha operacional,
manifestações da natureza, etc.) inerentes à tarefa, que possam
causar impactos ao meio ambiente.
b) INCIDÊNCIA
Indica a relação de controle ou influência da empresa sobre os aspectos
associados às tarefas, os quais se classificam em:
• Direta (D) - O aspecto está associado às tarefas executadas pela
força de trabalho da unidade organizacional da empresa.
• Indireta (I) - O aspecto está associado às tarefas de
fornecedores/prestadores de serviços que viabilizam/suportam as
atividades da força de trabalho da empresas.
• AVALIAÇÃO DOS ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS
60
A avaliação dos aspectos e impactos é feita por meio de uma análise da
IMPORTÂNCIA da atividade/tarefa identificada. A IMPORTÂNCIA é representada
pela soma da pontuação referente à SEVERIDADE (S) do impacto com a pontuação
relativa a FREQÜÊNCIA (F)/PROBABILIDADE (P) de ocorrência do aspecto, tanto
para situação normal quanto para de emergência.
Para realizar esta avaliação devem ser considerados os controles
operacionais existentes.
As pontuações para SEVERIDADE e FREQÜÊNCIA/PROBABILIDADE
devem ser estabelecidas com base nos critérios a seguir:
a) SEVERIDADE (S)
A SEVERIDADE representa a magnitude ou a gravidade do impacto,
considerando ainda a sua abrangência espacial e reversibilidade, devendo ser
pontuada conforme critério do quadro a seguir:
Tabela 4 – Severidade do impacto ambiental
SEVERIDADE CRITÉRIO PONTUAÇÃO
BAIXA Impacto de magnitude restrita ao local de ocorrência, reversível com ações imediatas;
1
MÉDIA Impacto de magnitude restrita ao ambiente da obra, reversível com ações mitigadoras;
2
ALTA Impacto de magnitude, além dos limites da obra, com conseqüências irreversíveis, mesmo com ações mitigadoras.
3
b) FREQÜÊNCIA (F)/PROBABILIDADE (P)
O conceito de freqüência está associado a aspectos que ocorrem em situação
operacional normal. O conceito de probabilidade está associado a aspectos que
ocorrem em situação operacional de emergência.
61
Na tabela a seguir são apresentados os critérios para pontuação da
FREQÜÊNCIA (F)/PROBABILIDADE (P), associada ao aspecto:
Tabela 5 – Freqüência e probabilidade dos aspectos ambientais
F / P CRITÉRIOS PARA
FREQÜÊNCIA
CRITÉRIOS PARA
PROBABILIDADE PONTUAÇÃO
BAIXA Uma vez ao mês Pouco provável de
ocorrer 1
MÉDIA
Mais de uma vez
ao mês e menos
de 10 vezes ao
mês
Provável de
ocorrer 2
ALTA Mais de 10 vezes
por mês
Esperado que
ocorra 3
c) IMPORTÂNCIA (I)
A pontuação da IMPORTÂNCIA (I) é definida pela soma dos pontos
registrados nas colunas SEVERIDADE e FREQÜÊNCIA/PROBABILIDADE. Assim
temos:
I = F/P + S
As pontuações referentes à SEVERIDADE, FREQÜÊNCIA/PROBABILIDADE
e IMPORTÂNCIA devem ser assinaladas nas colunas correspondentes da planilha.
• ANÁLISE DA SIGNIFICÂNCIA DOS ASPECTOS AMBIENTAIS
Os aspectos são considerados significativos quando pelo menos um dos
Filtros de Significância descritos abaixo for aplicável.
62
Os aspectos não retidos em um dos Filtros de Significância são considerados
não significativos.
A análise da significância dos aspectos se dá conforme descrição a seguir:
a) FILTRO DE SIGNIFICÂNCIA DE REQUISITOS LEGAIS E OUTROS
O aspecto é considerado significativo quando incidir sobre ele ou sobre o
impacto associado, algum regulamento federal, estadual ou municipal, se o mesmo
estiver relacionado a alguma condicionante de licença ambiental, acordo coletivo ou
termo de compromisso com autoridades e órgãos ambientais.
b) FILTRO DE SIGNIFICÂNCIA DE PARTES INTERESSADAS
O aspecto é considerado significativo quando houver, demanda registrada de
partes interessadas. Por exemplo: reclamações da comunidade sobre ruído, ou
ainda, aspectos considerados significativos devido à sua importância regional (ex.:
obstrução de igarapés, destruição de sítios arqueológicos, etc).
c) FILTRO DE SIGNIFICÂNCIA DE IMPORTÂNCIA
O aspecto é considerado significativo quando a IMPORTÂNCIA (I) for IGUAL
OU SUPERIOR A 5.
Conforme definido anteriormente, a IMPORTÂNCIA é a soma dos valores
atribuídos a FREQÜÊNCIA/PROBABILIDADE e a SEVERIDADE, variando de 2 a 6.
• GERENCIAMENTO DOS ASPECTOS AMBIENTAIS
Todos os aspectos ambientais considerados significativos, de acordo com os
filtros definidos e a análise de importância, devem ter ações de controle associados
ou definição de procedimentos operacionais.
63
• MODELO DE PLANILHA PARA REGISTRO
No anexo A é apresentado um modelo de planilha para a consolidação das
informações da identificação e avaliação dos aspectos e impactos ambientais.
4.2.2 Proposta de metodologia para identificação e avaliação de perigos e
danos à segurança e saúde ocupacional
4.2.2.1 Quando realizar a identificação dos perigos e danos e avaliação de
riscos de saúde e segurança
A identificação dos perigos e danos e avaliação dos riscos de saúde e
segurança se faz necessária:
a) Na implantação do Sistema de Gestão Integrada do empreendimento;
b) Na realização ou desenvolvimento de novos projetos, alterações,
modificações de atividades, produtos ou serviços do empreendimento;
c) Sempre que houver alterações importantes em qualquer elemento do
filtro de significância.
Qualquer empregado da força de trabalho que identifique a necessidade de
atualização da identificação de perigos e danos e avaliação de riscos de saúde e
segurança pode comunicá-la ao seu superior imediato ou a pessoa por ele
designada.
4.2.2.2 Identificação dos perigos e danos e avaliaç ão de riscos de saúde e
segurança
É recomendável que esta atividade seja realizada por profissionais
experientes na execução da atividade, assessorados por profissionais de SMS.
64
• DENTIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES E DAS TAREFAS
As principais atividades e suas respectivas tarefas podem ser identificadas
em fluxogramas ou em macro-fluxos provenientes do mapeamento dos processos da
obra ou do próprio planejamento do empreendimento.
• IDENTIFICAÇÃO DAS FUNÇÕES
As funções que estão associadas a cada atividade devem ser identificadas.
Estas funções podem ser listadas de maneira genérica, ex.: Coordenadores,
Técnicos etc.
• IDENTIFICAÇÃO DOS PERIGOS DE SAÚDE E SEGURANÇA
Para cada tarefa em análise, devem ser identificados e relacionados os
perigos. Cada tarefa pode estar relacionada a vários perigos.
A identificação deve considerar todos os perigos associados a cada tarefa,
independentemente de já existirem medidas de controle.
• IDENTIFICAÇÃO DOS DANOS
Para cada perigo identificado na etapa anterior, devem ser identificados os
respectivos danos associados, ou seja, as conseqüências (efeitos) decorrentes dos
referidos perigos.
Cada perigo pode estar relacionado a vários danos.
• CARACTERIZAÇÃO DOS PERIGOS E DANOS DE SAÚDE E SEGURANÇA
O processo de caracterização de perigos e danos associados deve ser
conduzido levando em consideração:
65
a) SITUAÇÃO OPERACIONAL
Os perigos de saúde e segurança podem ocorrer nas seguintes situações:
Tabela 6 – Situações de ocorrência dos perigos à SSO
SITUAÇÃO DEFINIÇÃO EXEMPLO
Normal (N) São aquelas situações que ocorrem na rotina das obras.
Emissão de ruído durante a obra.
Anormal (A)
São aquelas situações que ocorrem nas operações especiais (Ex.: atividades de manutenção, dentre outras).
Trabalho em altura durante parada de manutenção.
Emergência (E)
São aquelas situações emergenciais (acidentes, colapso de estruturas, equipamentos ou instalações, falha operacional, manifestações da natureza, etc.) inerentes à tarefa.
Intoxicação por vazamento de gás acetileno.
B)TEMPORALIDADE
Indica o período de ocorrência da tarefa da qual decorre o dano:
Tabela 7 – Temporalidade do dano
TEMPORALIDADE DESCRIÇÃO EXEMPLO
Passada (P)
Dano identificado no presente, porém decorrente de tarefa desenvolvida no passado e que tenha gerado algum passivo.
Intoxicação aguda e crônica proveniente de exposição a produtos químicos gerados
em atividades passadas
Atual (A) Dano potencial associado à tarefa atual.
Trauma acústico proveniente de exposição
aguda em obra
Futura (F)
Dano previsto decorrente de alterações nas tarefas a serem implementadas no futuro.
Possibilidade de fratura de altura em futuro trabalho de
fiscalização em obra de flare.
66
C) INCIDÊNCIA
Indica a relação de controle ou influência da empresa sobre os perigos
associados às tarefas, os quais se classificam em:
Direta (D): o perigo está associado às tarefas executadas pela força de
trabalho da organização.
Indireta (I): o perigo está associado às tarefas de fornecedores e
prestadores de serviços. (ex.: limpeza, manutenção, segurança
patrimonial, transporte, etc.)
• AVALIAÇÃO DE RISCOS DE SAÚDE E SEGURANÇA
A avaliação de riscos é realizada por meio de uma análise do grau de risco da
atividade/tarefa identificada. O grau de risco considera os parâmetros de severidade
(S) do dano e freqüência ou probabilidade do perigo de causar um dano.
Para realizar esta avaliação, devem ser considerados os controles
operacionais existentes.
As classificações para severidade e freqüência ou probabilidade devem ser
estabelecidas com base nos critérios a seguir:
A) SEVERIDADE
A SEVERIDADE representa a magnitude ou a gravidade do dano, devendo
ser classificada conforme critério do quadro a seguir:
67
Tabela 8 – Classificação da severidade do dano
CLASSIFICAÇÃO DA SEVERIDADE DO DANO CLASSE NATUREZA DO DANO CONSEQUÊNCIAS (BÁSICAS)
I LEVEMENTE PREJUDICIAL
Lesões superficiais (pequenas queimaduras, pequenos cortes e contusões, irritação dos olhos com poeiras), geladura/congelamento; Incômodo e irritação (por exemplo: dor de cabeça, desconforto acústico), fadiga visual; Doença que leve a desconforto temporário (insolação/intermação), dermatite, estresse, fadiga, mordedura, desmaio.
II PREJUDICIAL
Lacerações, queimaduras, concussão, torção/deslocamentos sérios, pequenas fraturas, dermatoses, lesões oftálmicas, lesões contusas e cortantes, doenças infecto-contagiosas; Surdez, asma, lesões dos membros superiores relacionados ao trabalho (tenossinovite/DORT), doenças que provoquem incapacidade permanente menor (lesões osteomioarticulares; doenças infecto-contagiosas).
III
EXTREMAMENTE PREJUDICIAL
Amputações, grandes fraturas, envenenamentos (intoxicações agudas/crônicas), lesões múltiplas, lesões fatais, grandes queimaduras, embolia gasosa, lesões por esmagamento, asfixia, parada cárdio-respiratória; Câncer ocupacional ou alterações hematológicas (agudas/crônicas), outras doenças que encurtem severamente a vida (pneumoconioses, infecto-contagiosas), doenças fatais agudas, mal súbito.
B) FREQÜÊNCIA/PROBABILIDADE
O conceito de freqüência está associado a perigos que ocorrem em situação
operacional normal ou anormal. O conceito de probabilidade está associado a
perigos que ocorrem em situação de emergência.
A freqüência ou probabilidade de um perigo causar um dano específico é
classificada, com base na tabela a seguir:
68
Tabela 9 – Classificação da freqüência ou probabilidade associado aos perigos à
SSO
CLASSIFICAÇÃO DA FREQÜÊNCIA OU PROBABILIDADE ASSOCIADA AOS
PERIGOS
CLASSE FREQÜÊNCIA OU PROBABILIDADE
A BAIXA FREQÜÊNCIA / ALTAMENTE IMPROVÁVEL
B MÉDIA FREQÜÊNCIA / IMPROVÁVEL
C ALTA FREQÜÊNCIA / PROVÁVEL
• DEFINIÇÃO DO GRAU DE RISCO
O grau de risco é obtido a partir da tabela abaixo, cruzando-se a linha da
freqüência/probabilidade com a coluna da severidade.
Tabela 10 – Grau de Risco
GRAU DE RISCO
SEVERIDADE
FREQÜÊNCIA / PROBABILIDADE
I LEVEMENTE PREJUDICIAL
II PREJUDICIAL
III EXTREMAMENTE
PREJUDICIAL
(A) BAIXA FREQÜÊNCIA/
ALTAMENTE IMPROVÁVEL
RISCO TRIVIAL
RISCO TOLERÁVEL
RISCO MODERADO
(B) MÉDIA FREQÜÊNCIA/
IMPROVÁVEL
RISCO TOLERÁVEL
RISCO MODERADO
RISCO SUBSTANCIAL
(C) ALTA FREQÜÊNCIA / PROVÁVEL RISCO
MODERADO RISCO
SUBSTANCIAL RISCO
INTOLERÁVEL
Também são levados em conta (quando aplicável) os fatores a seguir na
determinação do GRAU DE RISCO, através da classificação de
FREQÜÊNCIA/PROBABILIDADE e SEVERIDADE:
69
� Número de pessoas expostas;
� Freqüência e duração da exposição ao risco;
� Histórico de ocorrência de falhas de utilidades (por exemplo: falta de
luz ou de água);
� Histórico de ocorrência de falhas dos componentes de instalações e de
máquinas e dos dispositivos de segurança;
� Proteção proporcionada pelos equipamentos de proteção coletiva
(EPC) e individual (EPI);
� Desvios praticados por pessoas que podem desconhecer o risco, não
ter capacidade física ou aptidão para fazer o trabalho, que subestimam
os riscos a que estão expostas, ou ainda, que não reconhecem a
utilidade dos métodos seguros de trabalho.
• ANÁLISE DA SIGNIFICÂNCIA DOS PERIGOS DE SAÚDE E SEGURANÇA
Os perigos são considerados significativos quando pelo menos um dos
“Filtros de Significância” descritos abaixo for aplicável.
Os perigos não retidos em um dos “Filtros de Significância” serão
considerados não significativos.
A análise da significância dos perigos se dá conforme descrição a seguir:
A) FILTRO DE SIGNIFICÂNCIA DE REQUISITOS LEGAIS E OUTROS
REQUISITOS
70
O perigo é considerado significativo quando incidir sobre ele, alguma
regulamentação federal, estadual ou municipal, acordo coletivo e normas requeridas
por lei ou contrato.
B) FILTRO DE SIGNIFICÂNCIA ASSOCIADO AO GRAU DE RISCO
Todos os perigos cujos riscos tenham sido avaliados como MODERADO,
SUBSTANCIAL OU INTOLERÁVEL devem ser considerados como significativos.
C) ESTABELECIMENTO DAS MEDIDAS DE CONTROLE
Para os perigos considerados como significativos devem ser estabelecidas
medidas de controle, conforme a necessidade e o risco avaliado.
Podemos fazer isto de diferentes maneiras, estabelecendo e implementando
controles operacionais (uso de EPI’s etc), procedimentos específicos, planos de
emergência, objetivos e metas, suportados por programa de gestão de segurança e
saúde ocupacional, dentre outros.
• GERENCIAMENTO DOS PERIGOS
O gerenciamento de perigos obedecerá aos critérios definidos na tabela
abaixo, sendo aplicável para a situação normal e anormal:
Tabela 11 – Grau de Risco e Controles necessários
GRAU DE RISCO CONTROLES
TRIVIAL Não é requerido nenhum controle operacional e não é necessário conservar registros documentados.
TOLERÁVEL
Não são requeridos controles operacionais. Devem ser feitas considerações sobre uma solução de custo mais eficaz ou melhorias que não imponham uma carga de custos adicionais. É requerido monitoramento para assegurar que os controles são mantidos.
MODERADO
É obrigatório o estabelecimento de controles operacionais. Devem ser feitos esforços para reduzir o risco, mas os custos de prevenção devem ser cuidadosamente medidos e limitados. As medidas para a redução do risco devem ser implementadas
71
dentro de um período definido (planos de ação). Quando o risco moderado está associado a conseqüências altamente prejudiciais, pode ser necessária uma avaliação adicional para estabelecer mais precisamente a probabilidade do dano, como base para determinar a necessidade de melhores medidas de controle.
SUBSTANCIAL
É obrigatório o estabelecimento de controles operacionais. Devem ser feitos esforços para reduzir o risco. Recursos consideráveis podem ter que ser alocados para reduzir o risco. Se o risco envolve trabalho em desenvolvimento, deve ser tomada uma ação urgente. Objetivos e metas suportados por um programa de gestão devem ser estabelecidos.
INTOLERÁVEL
O trabalho não deve ser iniciado ou continuado até que o risco tenha sido reduzido. Se não é possível reduzir o risco, mesmo com recursos ilimitados, o trabalho tem que permanecer proibido.
Porém para perigos classificados com grau de risco trivial ou tolerável,
considerados significativos, pelo filtro de significância de requisitos legais, devem ser
estabelecidos no mínimo, controles operacionais (ex.: procedimentos específicos,
etc).
Para os perigos com situação operacional de emergência, temos as seguintes
considerações:
� Graus de risco TRIVIAL e TOLERÁVEL – Se as situações de
emergência puderem ser controladas com recursos da própria área,
podem ser previstas medidas mitigadoras em procedimentos
específicos ou no plano de emergência.
� Graus de risco MODERADO e SUBSTANCIAL – Independentemente,
devem ser previstas, obrigatoriamente, medidas mitigadoras em um
plano de emergência.
� Grau de risco INTOLERÁVEL – Estas situações de emergência devem
ser consideradas “Inaceitáveis”, devendo ser tomadas medidas
preventivas ou tomadas providências urgentes para redução do grau
de risco.
72
• MODELO DE PLANILHA PARA REGISTRO
No anexo B é apresentado um modelo de planilha para a consolidação das informações da identificação e avaliação dos perigos e danos à SSO.
4.3 Requisitos legais e outros requisitos
Depois da identificação e avaliação de aspectos ambientais e perigos à SSO
este é um dos itens fundamentais para o sucesso de um sistema de gestão.
Os requisitos legais são os principais filtros de significância para os aspectos
ambientais e perigos à SSO e de sua identificação e avaliação surgem vários
requisitos a serem atendidos por um sistema de gestão integrado de SMS.
Como o atendimento dos requisitos legais é básico para uma organização e é
o único requisito de desempenho que as normas de gestão estabelecem, com a
obrigatoriedade de estar expresso em sua Política, o mapeamento de todos os
requisitos legais de SMS aplicáveis à organização é fundamental.
As normas ISO 14001:2004 e OHSAS 18001:1999 apresentam requisitos
semelhantes para este item, que podemos assim sintetizar:
• estabelecer e implantar procedimento para identificar e ter acesso aos
requisitos legais aplicáveis e a outros requisitos subscritos pela organização,
relacionados aos seus aspectos ambientais e perigos à SSO;
• determinar como esses requisitos se aplicam aos seus aspectos ambientais e
perigos à SSO;
• comunicar as informações pertinentes sobre requisitos legais e outros
requisitos a seus funcionários e às outras partes interessadas envolvidas.
73
Além destes requisitos, que estão estabelecidos no item 4.3.2 de ambas as
normas, existe outro requisito de monitoramento e medição da ISO 14001:2004 que
se relaciona diretamente com os requisitos legais.
Esse item estabelece o seguinte:
• De maneira coerente com o seu comprometimento de atendimento a
requisitos, a organização deve estabelecer, implementar e manter
procedimento(s) para avaliar periodicamente o atendimento aos requisitos
legais aplicáveis e outros requisitos .A organização deve manter registros dos
resultados das avaliações periódicas.
O atendimento a este item exige bastante trabalho e investimento de horas
trabalhadas, principalmente pela exigência de manter-se sempre atualizado aos
requisitos legais, em um país que a produção de legislativa é intensa, principalmente
a ambiental que ocorre nas três esferas – federal, estadual e municipal.
Visando este nicho de mercado de trabalho, surgiu no país uma série de
empresas de consultoria e prestação de serviço para o atendimento aos requisitos
deste item das normas de gestão.
A adoção desta prática, a contratação de empresa especializada para
identificar, atualizar, manter disponível e verificar o atendimento aos requisitos legais
aplicáveis, foi constatada nos casos estudados nesta pesquisa.
A contratação deste serviço apresentou-se como uma boa alternativa, tendo
em vista o custo acessível para um empreendimento deste porte e a possibilidade de
assessoria jurídica para as questões de SMS.
Este serviço acaba sendo um bom suporte para a equipe de SMS do
empreendimento, que tem apoio qualificado na identificação e acompanhamento dos
requisitos legais, e evita a contratação de advogados ou especialistas em requisitos
legais de SMS pela empresa.
74
Existem várias empresas no mercado, dentre as quais podemos citar: Norma
Ambiental, IUS Natura, Alves e Silva, Consulte Ambiental e Vitória Ambiental.
A própria Petrobras, com todo sua estrutura, possui uma empresa contratada
para a prestação deste serviço.
Todas empresas apresentam um produto semelhante: uma planilha, muitas
vezes em Excel, com a identificação da legislação, assunto que aborda, obrigação
que estabelece, evidência do seu atendimento e como se relaciona aos aspectos
ambientais e perigos à SSO.
Apesar de as normas de gestão não requererem um procedimento
documentado, pela importância deste item, é recomendável que seja estabelecido
um de forma documentada e que defina claramente a relação e as
responsabilidades das partes envolvidas no processo.
4.4 Objetivos, metas e programas
Objetivos, metas e programas de gestão são um requisito diretamente
relacionado com a melhoria contínua de um sistema de gestão. Através da definição
dos objetivos e metas de SMS e o seu atendimento, podemos evidenciar como
melhoramos em relação à gestão ambiental e de SSO.
As normas ISO 14001:2004 e a OHSAS 18001:1999 definem alguns aspectos
importantes para a definição dos objetivos e metas, dentre os quais podemos
destacar:
• devem ser documentados e estabelecidos nas funções e níveis relevantes da
organização;
• devem ser mensuráveis, sempre que possível, e coerentes com a Política de
SMS;
75
• para o estabelecimento dos objetivos e metas deve ser considerados os
requisitos legais e outros requisitos aplicáveis, os aspectos ambientais e
perigos à SSO significativos, as opções tecnológicas, os recursos financeiros,
operacionais e comerciais e a visão das partes interessadas.
Associado aos seus objetivos e metas estabelecidos, a empresa deve
implementar um Programa de Gestão para o atendimento as metas definidas.
O Programa de Gestão deve incluir, de acordo com as normas de gestão,
atribuição e responsabilidade para atingir os objetivos e metas em cada função e
nível pertinente, os meios e o prazo.
Portanto, de acordo com os requisitos das normas apresentados, os
empreendimentos de construção em montagem de plataformas de petróleo devem
possuir objetivos relacionados aos seus aspectos ambientais e perigos à SSO
significativos.
Nos casos estudados foi identificada a definição de objetivos, metas e
programas de gestão de acordo com os requisitos das normas ISO 14001:2004 e
OHSAS 18001:1999.
Para SSO são praticamente os mesmos entre as empresas, adotando-se
objetivos de evitar acidentes do trabalho, medidos através dos indicadores
convencionais de acidentes de trabalho, com as metas relacionadas as da própria
Engenharia da Petrobras.
Esses indicadores convencionais são as Taxas de Freqüência de Acidentes
com Afastamento (TFCA) e sem Afastamento (TFSA).
Indicadores específicos para a área de saúde ocupacional também são
importantes, os mais comuns são baseados no acompanhamento da emissão dos
Atestados de Saúde Ocupacional (ASO), de absenteísmo e de ocorrência de
doenças ocupacionais.
76
Os objetivos e metas ambientais já são tratados de forma diferente entre as
empresas estudadas. Contudo, é recomendável a adoção de objetivos relacionados
à gestão de resíduos, por ser esse um dos principais aspectos ambientais dos
empreendimentos.
Com base no estudo de caso sugerimos a adoção de dois indicadores
ambientais, que são:
• Taxa de Resíduos Recicláveis (TRR) – que demonstra o total de resíduos
recicláveis gerados no empreendimento e enviado para a reciclagem,
calculado em porcentagem para melhor interpretação.
Calculado da seguinte forma TRR = (total de resíduos enviados para
reciclagem / total de resíduos recicláveis destinados) x 100.
• Resíduos Sólidos Perigosos (RSP) – indicador baseado no adotado
corporativamente pela Petrobras, relacionando os totais de resíduos
perigosos gerados, destinados e acumulados. O objetivo desse indicador é
acompanhar a formação de passivo ambiental no empreendimento, com
resíduos sólidos perigosos acumulados na obra.
4.5 Treinamento
O treinamento exerce papel importante em um sistema de gestão que é de
envolver e conscientizar a força de trabalho nos requisitos de gestão ambiental e de
SSO, e assim efetivamente implementar o sistema de gestão.
As normas de gestão apresentam alguns requisitos para treinamento, onde
define que as pessoas que trabalhem para a empresa estejam conscientes:
• da importância de se estar em conformidade com a política de SMS e com os
requisitos do Sistema de Gestão,
77
• dos aspectos ambientais e perigos à SSO significativos e respectivos
impactos e danos reais ou potenciais associados com seu trabalho e dos
benefícios proveniente da melhoria do desempenho pessoal,
• de suas funções e responsabilidades em atingir a conformidade com os
requisitos do Sistema de Gestão,
• das potenciais conseqüências da inobservância de procedimento(s)
especificado(s).
Uma prática importante em um sistema de gestão é a elaboração e implantação
de Plano de Treinamento, que contemple todas as fases da obra, definindo tipo de
treinamento, público-alvo, carga horária, conteúdo programático e data prevista do
treinamento.
Esse Plano de Treinamento deve contemplar os treinamentos exigidos
legalmente, com o na admissão de funcionários e específicos para determinadas
funções e atividades (eletricista, espaço confinado, etc), treinamentos nos aspectos
ambientais e perigos à SSO significativos e seus respectivos controles, nas
situações de emergências e no sistema de gestão da obra.
Algumas premissas devem ser consideradas na implantação do Plano de
Treinamento, que são:
• a liderança é responsável pela capacitação, educação e conscientização
dos empregados e deve divulgar o Plano de Treinamento;
• o não comparecimento das pessoas programadas para participação nos
treinamentos planejados deve ser justificado pelo superior hierárquico
imediato;
• a melhoria contínua do processo de treinamento em SMS para toda a
força de trabalho deve incluir práticas de avaliação dos treinamentos,
verificação e conseqüente implementação de correções, inovações e
melhorias em relação às práticas estabelecidas ;
78
• os visitantes devem receber palestras de integração em SMS nas
respectivas instalações.
No anexo C apresentamos um modelo de Plano de Treinamento, que deve
ser customizado para cada tipo de contrato, tendo em vista suas particularidades.
4.6 Controle Operacional
De acordo com os requisitos das normas de gestão, a organização deve
identificar e planejar todas as atividades que estejam associadas aos aspectos
ambientais e perigos à SSO significativos, por meio de:
• procedimentos documentados;
• critérios operacionais nos procedimentos (inclusive para equipamentos);
• implementação de procedimentos associados aos aspectos ambientais e
perigos à SSO significativos.
Não é intenção deste trabalho detalhar cada procedimento operacional a ser
adotado, apenas identificar aquelas as principais atividades que devem possuir
procedimento documentado associado, de acordo com o verificado no estudo de
caso.
Baseando-se na identificação dessas atividades e dos procedimentos
adotados pelas empresas estudadas, apresentamos os seguintes procedimentos
documentados que devem ser implantados:
• Plano Diretor de Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos: apresentando os
critérios operacionais e as diretrizes para a gestão de resíduos e efluentes
na obra;
• Controle de Emissões Atmosféricas: estabelece os critérios e controle
para a emissão atmosférica, em especial a proveniente de equipamentos e
veículos de ciclo diesel;
79
• Procedimentos operacionais específicos para os perigos à SSO que
envolvem as atividades da obra, definindo os critérios operacionais para:
trabalho em altura, trabalho em espaço confinando, trabalho em
eletricidade, uso de máquinas rotativas, movimentação de carga (manual
e mecanizada), trabalhos a quente (solda, maçarico, etc), atividades de
pintura e tratamento de superfície, teste hidrostático, radiografia e
gamagrafia, comissionamento e teste, manutenção e abastecimento de
veículos e equipamentos, montagem e desmontagem de andaimes,
serviços de escritório.
Utilizando como referências as diretrizes de SMS da Petrobras, abaixo
apresentamos alguns requisitos para a elaboração dos procedimentos operacionais
que devem ser observados.
Portanto, os procedimentos de controle operacional devem:
• ser elaborados, revisados e atualizados por pessoal experiente e
qualificado envolvido nas atividades de operação, manutenção e outras
que ofereçam riscos de SMS.
• conter informações adequadas e suficientes sobre os equipamentos do
processo, indicando as principais características e as limitações;
• explicar as conseqüências de se trabalhar fora dos limites estabelecidos
pelas bases de projeto do processo, dos equipamentos, das instalações e
descrever os passos a serem seguidos para corrigir e/ou evitar não-
conformidades;
• conter uma seção ou parágrafo sobre os riscos das atividades descritas no
procedimento e como os riscos devem ser controlados, com base nas
avaliações realizadas;
80
• conter instruções quanto à mudanças de materiais empregados no
processo;
• considerar situações de emergência por falhas de sistemas de utilidades
tais como: falta de energia, água, ar, ou outro tipo de falha;
• descrever os sistemas de segurança e seu funcionamento, tais como:
válvulas, discos de ruptura, intertravamentos e alarmes;
• descrever os sistemas de proteção e equipamentos críticos para SMS tais
como: vasos de pressão, sistemas e dispositivos de alívio e ventilação,
controles, intertravamentos, alarmes, instrumentos e sensores, sistemas
de supressão de incêndio, tubulações, mangueiras, juntas de expansão,
aterramento e conexões elétricas, sistemas de comunicação e alarmes de
emergência e sistemas de ventilação;
• identificar as etapas ou ações de maior riscos associados a cada tarefa.
• incluir a necessidade da utilização de medidas de proteção coletiva e/ou
equipamentos de proteção individual.
4.7 Preparação e resposta à emergência
Neste item do sistema de gestão a empresa deve definir como responderá a
todas as potenciais situações de emergências identificadas nas avaliações de
aspectos ambientais e perigos à SSO.
A ISO 14001:2004 e a OHSAS 18001:1999 trazem alguns requisitos
importantes e que devem ser atendidos, entre eles destacamos:
81
• elaborar e implantar procedimento para identificar as potenciais situações
de emergência, acidentes e doenças e como responderá a estas;
• testar periodicamente tais procedimentos.
Através do estudo de caso foi identificada a prática da elaboração de um
Plano de Emergência Local, com o título do plano tendo algumas variações, mas
todos com o mesmo objetivo, de atender ao requisito de atendimento à emergências
das normas de gestão.
O que se notou foi uma diferença de conteúdo dos planos de emergências,
alguns apresentado inclusive problemas na avaliação da Petrobras.
Para evitar problemas na estrutura do Plano de Emergência Local (PEL),
apresentamos abaixo um conteúdo mínimo para o plano, tendo como referências as
diretrizes de SMS da Petrobras.
Conteúdo mínimo do Plano de Emergência Local (PEL):
a) objetivo;
b) documentos aplicáveis;
c) identificação das instalações;
d) abrangência do plano e caracterização das instalações e da região;
e) cenários acidentais de Segurança, Meio Ambiente e Saúde – identificados
através de análises de risco, podendo ser feito através das avaliações de
aspectos ambientais e perigos à SSO, desde que as mesmas possuam no
seu critério de avaliação uma matriz de risco. As metodologias propostas
neste trabalho, no item 5.2, possuem tais matrizes;
f) informações e procedimentos para resposta considerando alerta,
comunicação, EOR (equipe organizacional de resposta), recursos de resposta
82
(materiais, humanos e financeiros), registro de informações e procedimentos
diversos;
g) avaliação contínua do nível de resposta adequado à evolução da
emergência;
h) encerramento das operações; e
i) mapas, cartas náuticas, plantas, desenhos, fotografias e outros anexos
quando necessários.
Em alguns contratos estudados foi identificada a separação do atendimento
médico do Plano de Emergência Local (PEL), em um documento denominado
PEMPS – Plano de Emergência Médica e Primeiros Socorros. Essa separação foi
realizada por questões contratuais, uma vez que a Petrobras definiu a adoção dessa
prática no contrato.
Independentemente da adoção do PEMPS ou da inclusão das informações de
atendimento médico no PEL, algumas informações devem ser contempladas:
• fluxo e canais de comunicação e de acionamento do atendimento
médico,
• dimensionamento da equipe de saúde;
• procedimentos para controle de emergências médicas;
• recursos de resgate e primeiros socorros, inclusive descrição dos
recursos de assistência e remoção de acidentados por frente de
serviço;
• hospitais para encaminhamento de vítima;
• definição das instalações, como ambulatório médico.
83
O requisito de testar periodicamente o Plano de Emergência deve ser
atendido através da realização de simulados, envolvendo todos os cenários
acidentais identificados.
A execução dos simulados deve ser prevista de acordo com o planejamento e
avanço físico da obra, contemplando assim os simulados dos cenários acidentais
nas fases apropriadas da obra.
Para o planejamento e execução dos simulados, os mesmos devem ser
classificados e possuir periodicidade de acordo com o definido abaixo, tendo com
referência as diretrizes de SMS da Petrobras:
a) Simulado de Comunicação: verificação de todo o processo de comunicação
das partes interessadas (interna e externamente), com freqüência mínima trimestral.
b) Simulado de Mobilização de Recursos: verificação da eficácia no processo
de acionamento das equipes, dos materiais e dos equipamentos, próprios e/ou de
terceiros, necessários ao controle da emergência; os recursos são apenas
mobilizados e avaliam-se o tempo e as dificuldades encontradas, com freqüência
mínima semestral;
c) Simulado em Sala de Treinamento: forma de se avaliar o conhecimento de
todos os envolvidos, em suas respectivas atribuições para o controle da emergência,
por meio de dramatização em sala, com freqüência mínima semestral.
d) Simulado de Campo: forma que envolve a mobilização de pessoas e
recursos, simulando ações de controle em diversos níveis de dificuldades,
requerendo intensa preparação e envolvimento de recursos materiais e humanos,
com freqüência mínima anual.
Conforme constatado no estudo de caso, alguns cenários acidentais são
comuns nos empreendimentos de construção e montagem de plataformas e devem
84
ser considerados no simulados, abaixo destacamos alguns deles apenas como
exemplo:
• vazamento de combustível durante abastecimento de máquinas e
veículos;
• derrame de tinta durante atividade de pintura;
• acidente com lesão em queda de altura;
• lesão nas mãos em acidente envolvendo o uso de máquinas rotativas
manuais;
• choque elétrico;
• incêndio em área administrativa e industrial.
4.8 Monitoramento e medição
De acordo com ISO 14001:2004 empresa deve estabelecer e implementar
procedimento para monitorar e medir as principais características de suas operações
que possam ter impacto ambiental significativo. O procedimento deve incluir a
documentação de informações para monitorar o desempenho, os controles
operacionais e a conformidade com os objetivos e metas.
Já a OHSAS 18001:1999, na mesma linha da ISO 14001, define que a
organização deve estabelecer e manter procedimentos para monitorar e medir,
periodicamente, o desempenho da SSO e que esses procedimentos devem
assegurar:
85
• medições qualitativas e quantitativas,apropriadas às necessidades da
organização;
• monitoramento do grau de atendimento aos objetivos de SSO da
organização;
• medidas pró-ativas de desempenho que monitorem a conformidade
com os requisitos do(s) programa(s) de gestão da SSO, com critérios
operacionais, e com a legislação e regulamentos aplicáveis;
• medidas reativas de desempenho para monitorar acidentes, doenças,
incidentes (incluindo quase-acidentes) e outras evidências históricas de
deficiências no desempenho da SSO;
• registro de dados e resultados do monitoramento e medição,
suficientes para facilitar a subseqüente análise da ação corretiva e
preventiva.
De forma geral os empreendimentos adotados elaboraram procedimentos
documentados para descrever sua sistemática de monitoramento.
O que ficou claro no estudo de caso, tendo em vista os próprios requisitos das
normas de gestão apresentados acima e as práticas adotadas, que os itens a seguir
devem ser contemplados na sistemática de monitoramento e medição:
• o desempenho do sistema de gestão, seus objetivos e metas, através da
avaliação dos indicadores de desempenho definidos para o sistema e
abordados no item 5.4 desta dissertação;
• a conformidade legal (incluindo condicionantes de licenças, quando aplicável)
e também abordado nesta dissertação no item 5.3;
• os aspectos e perigos significativos e respectivas ações de controle;
86
O procedimento deve descrever como são monitorados os aspectos
ambientais, os perigos à SSO significativos e seus respectivos controles
operacionais. Dentre eles destacamos as sistemáticas de monitoramento de:
• resíduos sólidos;
• efluentes líquidos;
• emissões atmosféricas;
• ruído ocupacional e poluição sonora;
• exames médicos de acordo com o Programa de Controle Médico e
Saúde Ocupacional (PCMSO);
• agentes físicos, químicos e biológicos de acordo com o Programa de
Prevenção dos Riscos Ambientais (PPRA);
• índices e taxas de acidentes e incidentes, incluídos as taxas de
freqüência de ocorrência de acidentes e a Taxa de Gravidade (TG –
que inclui no seu cálculo o tempo de afastamento).
4.9 Investigação de acidentes e não conformidades
A OHSAS 18001:1999, e a ISO 14001:2004 de forma similar, estabelece que
a organização deve estabelecer procedimento para definir responsabilidade e
autoridade para:
• tratar e investigar acidentes, incidentes e não-conformidades;
• adotar medidas para reduzir quaisquer conseqüências oriundas de acidentes,
incidentes ou não-conformidades;
87
• iniciar e concluir ações corretivas e preventivas;
• confirmar a eficácia das ações corretivas e preventivas adotadas.
Ainda de acordo com a OHSAS 18001:1999, esses procedimentos devem
requerer que todas as ações corretivas e preventivas propostas devem ser
analisadas criticamente durante o processo de avaliação de riscos, antes da
implementação. Qualquer ação corretiva ou preventiva adotada para eliminar as
causas das não conformidades, reais e potenciais, deve ser adequada à magnitude
dos problemas e proporcional ao risco de SSO verificado.
No estudo de caso foi constatado que as empresa optam em elaborar dois
procedimentos distintos, um para tratamento de não conformidades e ações
corretivas e preventivas e outro para investigação de acidentes e incidentes.
Esta prática justifica-se pelas particularidades de um processo de
investigação de acidentes, que diverge um pouco do necessário para as não
conformidades.
No processo de investigação de acidente a Petrobras requer contratualmente
o atendimento da sua sistemática para o processo, que está definida através de um
procedimento geral e que é entregue a contratada para atendimento. Por esse
motivo não será abordada a sistemática de investigação de acidentes nesta
dissertação, uma vez que a Petrobras entrega a sistemática definida, cabendo ao
gestor do empreendimento apenas cumpri-la.
Para o tratamento de não conformidade, conforme estabelece as normas de
gestão, foi verificado nos empreendimentos estudados a definição de procedimento
documentado, descrevendo a sistemática do processo e contemplando:
• a identificação e correção das não-conformidades e as ações de mitigação de
seus impactos ambientais e danos à SSO,
88
• a investigação das não-conformidades, determinando suas causas e as ações
para evitar sua repetição,
• avaliação da necessidade de ação(ões) para prevenir não-conformidades e
implementar ações apropriadas para evitar sua ocorrência,
• registro dos resultados da(s) ação(ões) corretiva(s) e preventiva(s)
executada(s),
• análise da eficácia da(s) ação(ões) corretiva(s) e preventiva(s) executada(s).
Ainda de acordo com as normas de gestão, as ações mitigadoras, corretivas e
preventivas executadas devem ser adequadas à magnitude dos problemas e aos
impactos ambientais e perigos à SSO encontrados.
4.10 Auditorias Internas
Para garantir a avaliação de seu sistema de gestão e contribuir com a
melhoria contínua do desempenho em SMS, deve ser implantada uma sistemática
de auditorias internas no empreendimento.
Esta sistemática deve atender ao preconizado na ISO 14001:2004 e OHSAS
18001:1999 e ainda as seguintes diretrizes:
• as auditorias devem ser executadas por pessoas capacitadas e que não tem
responsabilidade direta nas áreas e atividades a serem auditadas;
• as observações e constatações realizadas no decorrer das auditorias devem
ser baseadas em evidências;
89
• as auditorias são consideradas ferramentas-chave de gestão e não podem ter
caráter punitivo;
• as não-conformidades detectadas nas auditorias devem ter seu tratamento
acompanhado.
De acordo com o constatado no estudo de caso é comum o desenvolvimento
de um procedimento documentado para descrever o processo de auditorias internas
dos empreendimentos. Esse procedimento deve contemplar a gestão do cadastro de
auditores, o planejamento e comunicação das auditorias, as etapas de realização de
auditorias, a elaboração dos relatórios e a avaliação do processo de auditorias.
Para o planejamento das auditorias foi constatado a elaboração de um
Programa de Auditorias, em alguns casos anuais e em outros para o projeto como
um todo, contemplando a definição dos percentuais de execução física previstos
para sua realização, seu escopo e as datas previstas.
Os objetivos da realização das auditorias podem ser os seguintes:
• determinar a eficácia dos sistemas de gestão implementados para o
atendimento às políticas e objetivos especificados e aos requisitos legais
e/ou contratuais aplicáveis (auditoria de conformidade);
• avaliar o tratamento dado a não-conformidades de auditorias anteriores
(auditoria de acompanhamento);
• prover ao auditado uma oportunidade para melhorar os sistemas
estabelecidos.
Ainda como suporte na implantação da sistemática de auditoria interna pode-
se utilizar como referência a norma NBR ISO 19011:2002 – Diretrizes para auditorias
de sistema de gestão da qualidade e/ou ambiental.
90
4.11 Análise crítica
Conforme estabelecido nas normas de gestão a alta administração da
organização, neste caso do empreendimento, deve analisar criticamente o sistema
de gestão, em intervalos pré-determinados, para assegurar sua conveniência,
adequação e eficácia contínuas.
O processo de análise crítica deve assegurar que as informações necessárias
sejam coletadas, de modo a permiti à administração proceder à avaliação.
Nos empreendimentos estudados neste trabalho a sistemática para realização
das analises críticas, bem como sua periodicidade, estavam definidas no Plano de
Gestão de SMS do contratado. Essa prática mostrou-se a mais adequada, uma vez
que evita a elaboração de mais um documento para descrever o processo de análise
crítica.
A periodicidade definida contratualmente pela Petrobras para realização das
análises críticas é a cada seis meses, sendo esse o prazo adotado pelos
empreendimentos.
Não é recomendada a diminuição dessa periodicidade, pois um período curto
acaba trazendo poucas informações para uma análise crítica e prejudicando a
análise.
As análises críticas forma realizadas nos empreendimentos estudados
através de reuniões, registradas em Atas de Reunião, que devem contemplar as
seguintes entradas e saídas.
Entradas para análise crítica:
a) avaliação da adequação da Política do Sistema de Gestão;
91
b) avaliação da extensão na qual foram atendidos os objetivos e metas do
Sistema de Gestão;
c) resultados de auditorias internas;
d) resultado das avaliações do atendimento dos requisitos legais de SMS e
outros subscritos pela organização;
e) realimentação de clientes e de partes interessadas;
f) situação das ações preventivas e corretivas;
g) acompanhamento das ações oriundas de análises críticas anteriores pela
direção;
h) mudanças de circunstâncias que possam afetar o sistema de gestão.
Exemplos: novos aspectos/riscos detectados, alterações de requisitos legais e/ou
contratuais, e outras;
i) recomendações para melhoria.
Saídas da análise crítica:
Devem ser evidenciados os resultados da análise crítica, contendo as ações a
serem implementadas, responsabilidades e prazos, em consonância com cada uma
das entradas da análise crítica, no mínimo com respeito aos seguintes itens:
a) melhoria da eficácia do sistema de gestão e seus processos com base na
avaliação do desempenho do sistema de gestão;
b) melhoria do produto em relação aos requisitos do cliente com base na
avaliação dos indicadores de desempenho de processos e conformidade de produto;
c) necessidade de recursos;
92
d) necessidade de alteração da Política, objetivos e metas e de outros
elementos do sistema de gestão, consistente com o comprometimento
com a melhoria contínua.
93
5 CONCLUSÃO
Este capítulo procura realizar o fechamento do estudo de caso realizado,
respondendo as questões inicialmente propostas no item 1.4 desta dissertação.
A primeira questão definida foi:
“Quais são os pontos críticos para o sucesso de um sistema de gestão
ambiental, de segurança no trabalho e saúde ocupacional em
empreendimentos de construção e montagem de componentes modulados de
plataformas de petróleo?”
No decorrer do estudo de caso alguns pontos destacaram-se como
fundamentais e críticos para o sucesso de um sistema de gestão, são eles:
• Comprometimento da liderança: como as próprias normas de gestão já
definem, com o envolvimento da Alta Administração em vários requisitos, nos
empreendimentos de construção e montagem não é diferente. O
comprometimento da Gerência de Contrato e da Gerência de Obra é crítico
para o sucesso do sistema de gestão de SMS no empreendimento. As
gerências do contrato e da obra devem estar cientes do seu papel, de que a
responsabilidade pelo desempenho de SMS na obra é sua e não da área de
SMS, que presta apoio técnico e suporte na tomada decisão de SMS.
• Identificação e avaliação dos aspectos ambientais e perigos à SSO:
conforme já descrito no item 4.2, esse processo alicerça todo o sistema de
gestão. Com base nessa identificação e avaliação o sistema de gestão será
implementado, com a definição de objetivos, dos controles operacionais, dos
treinamentos e dos monitoramentos e medições. Por esse motivo essa fase é
crítica. A metodologia adotada deve ser coerente e garantir a determinação
eficaz dos aspectos ambientais e perigos à SSO significativos.
94
• Requisitos legais: a identificação dos requisitos legais aplicáveis, como eles
se relacionam com os aspectos ambientais e perigos à SSO da obra e com
são atendidos são críticos para o sistema de gestão. O empreendimento
expressa em sua política o comprometimento em atender aos requisitos
legais e deve ter condições de demonstrá-lo.
• Treinamento: tem como grande objetivo buscar o comprometimento de todos
no sistema de gestão, de forma que cada funcionário reconheça seu papel e
esteja consciente da importância em atingir a conformidade com o sistema de
gestão de SMS. A partir dos treinamentos o empreendimento consegue
efetivamente implantar o sistema de gestão, colocando em prática os
requisitos estabelecidos.
A próxima pergunta proposta neste trabalho foi:
“Um sistema de gestão ambiental, de segurança no trabalho e saúde
ocupacional, baseados nas normas ISO 14001:2004 e a OHSAS 18001:1999,
contribui para melhorar os resultados ambientais e de segurança industrial de
um contrato de construção e montagem de componentes modulados de
plataformas de petróleo?”
Apesar das normas ISO 14001:2004 e a OHSAS 18001:1999 não
estabelecerem critérios de desempenho em SMS, além do atendimento aos
requisitos legais que deve estar expresso na Política, a implantação de um sistema
de gestão pode contribuir para melhorar os resultados de SMS de um
empreendimento.
O sistema de gestão integrada requer a organização das informações de
SMS, definição de política, objetivos e a análise de seu atendimento, condições que
podem contribuir para melhorar o desempenho em SMS, além de proporcionar um
maior conhecimento das condições de SMS da obra.
95
O sistema de gestão, por si só, não garante a melhoria do desempenho
ambiental, de segurança e saúde ocupacional. Mas possuem diretrizes, que se
seguidas, contribuem para a melhoria, em especial o conceito de melhoria contínua,
relacionado diretamente com as auditorias internas, análises críticas, objetivos e
metas de SMS.
Portanto, para efetivamente resultar em melhoria de desempenho em SMS o
sistema de gestão deve assegurar que os requisitos envolvidos com o conceito de
melhoria contínua sejam implantados de forma eficaz, bem como itens críticos,
descritos na primeira questão respondida nesta conclusão.
A última questão definida para o presente estudo de caso foi:
“A adoção pela Petrobras dos requisitos da ISO 14001:2004 e da
OHSAS 18001:1999 em suas diretrizes contratuais de meio ambiente, de
segurança no trabalho e saúde ocupacional, resulta em benefícios para a
estatal?”
A adoção pela Petrobras dos requisitos da ISO 14001:2004 e da OHSAS
18001:1999 em suas diretrizes contratuais de SMS pode resultar em alguns
benefícios para a estatal, identificados neste estudo de caso e apresentados a
seguir.
• Contribuir com o desempenho em SMS de seus empreendimentos, conforme
descrito na resposta da questão anterior.
• Uma maior organização da empresa contratada em relação aos assuntos de
meio ambiente, segurança e saúde ocupacional, exigidos pelos requisitos
das normas de gestão, facilita o processo de fiscalização em SMS realizado
pela Petrobras.
96
• Através das diretrizes contratuais a Petrobras atende a um requisito das
normas de gestão, que incide sobre a própria estatal, de informar os
requisitos de SMS a serem atendidos pelos contratados e prestadores de
serviço.
• Garante que a contratada adote mecanismos de gestão eficaz, difundidos
internacionalmente através das normas ISO 14001:2004 e da OHSAS
18001:1999.
• Garante a documentação e rastreamentos das informações de SMS
relacionadas com o empreendimento.
• Promove em sua cadeia produtiva a adoção de práticas de gestão ambiental,
segurança e saúde ocupacional.
5.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE A CONTRIBUIÇÃO DO TRABALHO AO
CONHECIMENTO
Este trabalho procura tornar explícito o conhecimento adquirido nos
processos de aprendizagem que ocorrem no ambientes organizacionais estudados
nesta pesquisa.
Avaliando a gestão ambiental e de segurança industrial em empreendimentos
de construção e montagem de plataformas de petróleo, aprendendo com as
experiências dos contratos estudados e explicitando essas experiências,
aprendizagens e conhecimento adquirido é a forma de contribuição deste trabalho
ao conhecimento organizacional.
Cabe ressaltar que, de acordo com LAPA & GOMES (2005), nos últimos 25
anos, o mundo dos negócios vêm vivenciando uma transição de uma economia
industrial para uma economia de conhecimento, um ambiente onde o conhecimento
aciona a criação de riquezas e prosperidade, e onde as empresas habituadas a
97
vencer pelo tamanho estão perdendo terreno para as concorrentes mias ágeis no
melhor uso da informação e conhecimento.
Dessa forma, explicitar o conhecimento adquirido com experiências
organizacionais e torná-lo disponível através de pesquisa e trabalhos acadêmicos,
apresenta uma contribuição significativa para o conhecimento nos ambientes
organizacionais e pode ajudar na busca de um melhor desempenho empresarial e
gerencial.
98
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ambientais da estrutura da industria . RAE – Eletrônica. Fundação Getulio Vargas,
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Fornecedor Nacional com relação aos Principais Bens e Serviços . Rio de
Janeiro. ANP, 1999.
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Qualidade, Saúde e Segurança na Indústria do Petról eo Brasileira . Rio de
Janeiro: Brazilian Petroleum Institute - IBP, 2002.
AMARAL, Sergio Pinto. Sustentabilidade Ambiental, Social e Econômica nas
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2004.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ISO 19011 Diretrizes para
auditorias de sistema de gestão da qualidade e/ou a mbiental . Rio de Janeiro:
ABNT, 2002.
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ANEXOS
ANEXO A
MODELO DE PLANILHA PARA IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO D E
ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS
NORMA: ABNT NBR ISO 9001 / ABNT NBR ISO 14001 (*) REQUISITO: 4.3.1 (*)
SE
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*)
FR
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PR
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*)
S F / P S+F/P
LEVANTAMENTO DE ASPECTOS E AVALIAÇÃO DE IMPACTOS A MBIENTAISDATA
00/Xxx/0000
SETOR:RESPONSÁVEL (*):
IDENTIFICAÇÃO SIGNIFICÂNCIA
TAREFA(*)
ASPECTO(*)
IMPACTO(*)
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(*) Campo obrigatório
COMENTÁRIOS / CONTROLES
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*)
ATIVIDADE (*):APROVADO POR (*):
EQUIPE RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO (*):
GERÊNCIA / EMPREENDIMENTO (*):
ANEXO B
MODELO DE PLANILHA PARA IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO D E
PERIGOS E DANOS À SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL
AMBIENTAIS
REQUISITO: 4.3.1 (*)
SE
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*)
FR
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SETOR:RESPONSÁVEL (*):
AVALIAÇÃO DE RISCOS
(*) Campo obrigatório
APROVADO POR (*):
IDENTIFICAÇÃO
TAREFA (*) PERIGOS (*)
SIT
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*)
TE
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*)
DANOS (*)
SIGNIFICÂNCIA
COMENTÁRIOS / CONTROLES (*)
GERÊNCIA / EMPREENDIMENTO (*):
SIG
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(*)
LEVANTAMENTO DE PERIGOS/DANOS E AVALIAÇÃO DE RISCOSDATA
00/Xxx/0000
EQUIPE RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO (*):
NORMA: OHSAS 18001 (*)
FUNÇÕES (*):
ATIVIDADE (*):
ANEXO C
MODELO DE PLANO DE TREINAMENTO
TÓPICO ATIVIDADE DESCRIÇÃO PÚBLICO ALVO
Integração de SMS
Trata de informações básicas de SMS da unidade, tais como: Instruções para emergências, EPIs básicos, restrições ao uso de celular, máquina fotográfica, áreas restritas, etc.
Visitantes e Prestadores de Serviços rápidos
Integração SMS
Integração de SMS
Conscientização quanto aos seguintes itens:- importância da conformidade com a política, padrões e requisitos do Sistema de Gestão de SMS; - conseqüências de SMS, reais ou potenciais, de suas atividades de trabalho e dos benefícios para sua segurança e saúde resultantes da melhoria do seu desempenho pessoal; - suas funções e responsabilidades em atingir a conformidade com a política, padrões e requisitos do Sistema de Gestão de SMS, inclusive os requisitos de preparação e atendimento a emergências;- utilização correta de EPIs e EPCs e necessidade de Permissão de Trabalho (PT) em áreas operacionais.
Empregados recém contratados, inclusive sub-contratados
Dia do Meio Ambiente
Desenvolver atividades de conscientização sobre a proteção ambiental, tais como: palestras, visitas, plantio de árvores, lançamento de programas de reciclagem, estatísticas de geração de resíduos / reciclagem, redução de consumo de água, energia, etc.
Contratados gerais, representantes de comunidades locais e alguns representantes da própria Petrobras. Podendo convidar representantes de outras Unidades, etc.
SIPAT
Nesta semana deverão ser realizadas palestras e gincanas de conscientização, mostrando ao empregado que a Gestão de SMS, trará benefícios para todos, garantindo que o empregado venha trabalhar com saúde e voltará para sua família com a mesma saúde que iniciou a sua atividade.
Contratados, representantes de comunidades locais e alguns representantes da própria Petrobras. Podendo convidar representantes de outras Unidades, etc.
Eventos
Dia da Saúde do Trabalhador
Apresentar ao empregado contratado a importância do uso correto dos EPI’s e EPC’s, afim manter a sua saúde e segurança em vista dos riscos reconhecidos e avaliados de suas atividades, tanto da empresa prestadora de serviços e/ou da Petrobras e também noções básicas de higiene corporal, exames médicos imediatos, etc.
Contratados gerais, e representantes da própria Petrobras. Podendo convidar representantes de outras Unidades, etc.
Responsabilidade Civil e Penal
Comunicar e conscientizar os líderes sobre as responsabilidades previstas no código civil e penal.
Gerentes, Engenheiros, Supervisores e Encarregados.
Combate a incêndios Desenvolver e comunicar o tema. Todos
Qualidade de vida Desenvolver e comunicar o tema. Todos
Ergonomia Desenvolver e comunicar o tema. Todos
Saúde bucal Desenvolver e comunicar o tema. Todos
Dependência Química Desenvolver e comunicar o tema. Todos
Palestras
Princípios de Higiene Desenvolver e comunicar o tema. Todos
Vacinação
Facilitar internamente o atendimento as Campanhas de vacinação dos Governos: Federal, Estadual e/ou Municipal de vacinação e também promover campanhas isoladas, devido as necessidades da região.
Todos
Antitabagismo Conscientização e apoio. Todos
Antialcoolismo Conscientização e apoio. Todos
Campanhas
Coleta seletiva Conscientização para a facilitar a reciclagem de materiais. Todos
Membro de CIPA Curso normal para Membros da CIPA, NR-5 Membros da CIPA
Primeiros Socorros Conhecimentos teóricos e práticos de atendimento à emergências médicas.
Eletricistas e brigadistas.
Combate a incêndios Conhecimentos teóricos e práticos de combate à incêndios
Eletricistas e brigadistas
Admissional e Períodico Condições do local de trabalho, riscos inerentes à função, uso de EPI, de acordo com a NR-18, mín. 6 horas.
Todos
Controle de Emergências Combate à incêndio, primeiros socorros, resgate de vítimas, controle de vazamentos e abandono de área.
20% do efetivo
Abandono de área Plano de abandono Todos
Treinamento Legal
Direção Defensiva Treinamento previsto no artigo 150 do Código Nacional de Trânsito, com duração mínima de 16 horas.
Os contratados e empregados que dirigem veículos
Serviços em áreas operacionais e PT (Permissão para
Trabalho).
Os contratados devem ser orientados sobre os cuidados e riscos das áreas operacionais onde o serviço será executado, sendo que certas pessoas, a critério do cliente, deverão ter o treinamento específico para preparo e emissão de PT (Permissão de Trabalho).
Emitentes de PT.
Trabalho em ambiente confinado
Orientação e conscientização da força de trabalho sobre os riscos envolvidos em atividades executadas em ambientes confinados.
Equipes envolvidas em atividades, contínuas ou não, em ambientes confinados.
Trabalhos de jateamento abrasivo e/ou hidrojato
Orientação e conscientização da força de trabalho sobre os riscos envolvidos em atividades de jateamento e/ou hidrojato
Equipes envolvidas em atividades de jateamento.
SMS nos trabalhos de solda, corte e geração de
fagulhas
Orientação e conscientização da força de trabalho sobre os riscos envolvidos em atividades de corte e solda.
Equipes envolvidas em atividades contínuas ou não de corte e solda.
Treinamento específico por
atividade
Manuseio e armazenamento de
cilindros de gás comprimido
Orientação e conscientização da força de trabalho sobre os riscos envolvidos no manuseio e armazenamento de cilindros de gás comprimido.
Todos.
Segurança em eletricidade
Orientação e conscientização da força de trabalho sobre os riscos envolvidos em atividades envolvendo energia elétrica.
Todos.
Uso seguro de máquinas rotativas manuais
Orientação e conscientização em segurança no uso de ferramentas elétricas rotativas manuais, tais como lixadeiras, furadeiras, esmerilhdeiras, etc.
Profissionais que utilizam estas ferramentais no exercício da sua função.
Valas e escavações Orientação e conscientização da força de trabalho sobre os riscos envolvidos em escavações e valas em geral.
Todos.
Operação segura de máquinas
Orientação e conscientização na operação de máquinas e equipamentos de grande porte, tais como side booms, escavadeiras, carregadeiras, tratores, empilhadeira etc.
Profissionais que operam estes equipamentos.
Movimentação de cargas Orientação e conscientização da força de trabalho sobre os riscos envolvidos em atividades de movimentação de cargas.
Todos.
Salvatagem (BSI – Básico de Salvatagem e
Incêndio)
Noções básicas de combate a incêndios, resgate e sobrevivência no mar (16 horas).
Todos embarcados
Treinamento específico por
atividade
Proteção ao Meio Ambiente
Orientação e conscientização da força de trabalho sobre a redução da geração e destinação de resíduos, contaminações de solo, coleta seletiva de lixo tec.
Todos.
Organização e limpeza Orientação e conscientização da força de trabalho sobre os princípios de organização e limpeza.
Todos.
Treinamento específico por
atividade Riscos de trabalhos em altura
Conscientização básica sobre os riscos envolvidos em trabalhos em áreas elevadas (andaimes, plataformas, estruturas metálicas, etc.), bem como os cuidados e providências a serem tomados para prevenir acidentes envolvendo quedas de alturas.
Para as equipes que estarão envolvidas em trabalhos em alturas, na época apropriada do cronograma.
Direção Defensiva Os contratados devem ter treinamento preventivo para evitar acidentes de trajeto e fora do trabalho.
motoristas habilitados.
Gestão de SMS/Sistema de Gestão Integrada
Conhecimentos sobre os sistemas de gestão da Petrobras.
Líderes e profissionais de SMS.
Prevenção de Acidentes de Trajeto
Condução de bicicletas e motocicletas, prevenção de atropelamento, transporte em carrocerias, uso de dispositivos de proteção (capacetes, cintos de SMS, sinalização, etc.), sinalização de trânsito.
Todos
Treinamento geral
Análise de Segurança no Trabalho (AST)
Avaliação dos riscos nas tarefas e as medidas de controle para prevenir acidentes.
Supervisores e encarregados.
Investigação e Análise de Incidentes e Acidentes
Técnicas da investigação e análise de acidentes, incidentes com alto potencial e sistêmicos e desvios críticos e sistêmicos, de modo a encontrar a causa básica e tomar as ações corretivas ou preventivas.
Líderes e profissionais de SMS
Sinalização de SMS Informar e conscientizar a força de trabalho sobre a sinalização de SMS da Petrobras (baseada na NR-26).
Todos Treinamento geral
Segurança fora do trabalho
Conscientização sobre os riscos de acidentes fora do trabalho, tais como: queimaduras, produtos químicos, remédios, trânsito, assaltos, quedas, conservação de veículos, afogamentos, etc.
Todos.
Treinamento decorrente de
recomendações Assuntos variados
Treinamentos variados definidos em função de recomendações provenientes de: investigação de acidentes, análise de riscos, estatísticas de desvios, mudanças das condições de trabalho, reciclagem de políticas e princípios de SMS, etc.
Onde aplicável.