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CRISE HIPERTENSIVA Francisco Monteiro Júnio Doutorado pela Universidade Federal de São Paul Professor da Universidade Federal do Maranhã

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CRISE HIPERTENSIVA

Francisco Monteiro JúniorDoutorado pela Universidade Federal de São Paulo

Professor da Universidade Federal do Maranhão

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Crise Hipertensiva

• Crise hipertensiva denomina uma situação em que ocorre um aumento súbito da pressão arterial (PA), que geralmente atinge níveis muito altos (diastólica acima de 120 mmHg)

• Pode ser dividida em 2 subgrupos: emergências

hipertensivas e urgências hipertensivas

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Crise Hipertensiva• As emergências hipertensivas acometem 1%

dos indivíduos hipertensos diagnosticados (as urgências são 3 vezes mais freqüentes)

• Em geral, são pacientes que interrompem o tratamento ou o fazem de modo irregular

• A mortalidade após um episódio de emergência hipertensiva é de 25% em 1 ano e 50% em 5 anos (IAM, ICC, AVC, insuficiência renal)

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Crise Hipertensiva

• Emergência hipertensiva: presença de lesões agudas e progressivas em órgãos-alvo, com risco iminente de vida ou de lesão orgânica irreversível, requerendo redução imediata da PA com drogas de uso parenteral

• Urgência hipertensiva: não há sinais de dano agudo a órgãos-alvo nem risco iminente de vida, requerendo redução gradual da PA, ao longo de 24 horas, com drogas por via oral

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Crise Hipertensiva• Nem sempre há correlação entre os níveis

da PA e a gravidade clínica

• A evidência de dano orgânico progressivo é que define a emergência hipertensiva

• Podem ser causadas por HAS de qualquer etiologia

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Crise Hipertensiva

• Encefalopatia hipertensiva

• Dissecção aórtica• Edema agudo de pulmão• Infarto do miocárdio• Hemorragia

intracraniana• Eclâmpsia• Feocromocitoma

• HAS severa sem complicações

• HAS maligna• HAS perioperatória• Pré-eclâmpsia• HAS em transplantado

renal• HAS em coronariopata• Epistaxe de difícil controle

Emergências Urgências

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Auto-regulação do Fluxo Sanguíneo Cerebral

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Crises HipertensivasAvaliação Clínica Inicial

• História• Diagnóstico e tratamento prévios• Uso de agentes pressores: cocaína, simpaticomiméticos• Sintomas de disfunção cerebral, cardíaca e visual

• Exame físico• Pressão arterial• Fundoscopia• Estado neurológico• Estado cardiopulmonar• Estado volêmico• Pulsos periféricos

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Emergências HipertensivasAvaliação Complementar

• Bioquímica: glicose, creat., eletrólitos• Hemograma• Exame de urina (EAS)• Eletrocardiograma• Tele-Rx de tórax• Exames específicos

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Condições que Podem Mimetizar uma Emergência Hipertensiva

• Ansiedade aguda / pânico• Encefalite / vasculite (lúpus)• Epilepsia• Tumor cerebral• Trauma cranio-encefálico• Acidente vascular cerebral

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Emergências HipertensivasBases para a Terapêutica

• Diferenciar emergência de urgência • O tratamento deve iniciar-se imediatamente, por

via parenteral• Internação em uma UTI• Promover redução rápida porém gradual da PA (

25% da PAM nas primeiras horas ou redução da PA diastólica para 100-110mmHg):

• Infarto ou hemorragia cerebral: 6 a 12 horas• Encefalopatia: 2 a 3 horas• Dissecção aórtica ou EAP: 30 minutos ( níveis de PA mais baixos)

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Emergências HipertensivasTratamento Farmacológico

• Nitroprussiato de Na • Diazóxido• Labetolol• Nitroglicerina• Hidralazina• Trimetafan

• Nicardipina• Fenoldopan• Verapamil• Enalapril EV• Esmolol• Fentolamina

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EmergênciasHipertensivasTratamento Farmacológico

Droga Dose Início deação

Duraçãode ação

Efeitosadversos

Indicaçõesespeciais

Nitroprussiato 0,25-10ug/Kg/min

Imediato 1-2 min Intox. pelotiocianato

Maioriados casos

Nitroglicerina 5-100ug/min

2-5 min 3-5 min Cefaléia,vômitos

Isquemiacoronária

Hidralazina 10-20 mg 10-20min 3-8horas

Cefaléia,taquicardia

Eclâmpsia

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URGÊNCIAS HIPERTENSIVASTratamento medicamentoso

• Lembrar que nesta condição (urgência) não há sinais de dano orgânico agudo ou risco iminente de vida

• O controle da PA deve ser feito em até 24 horas, após confirmar-se o aumento da PA 30 minutos após a medida inicial

• Preconiza-se a administração por via oral de um dos seguintes medicamentos: diurético de alça, beta-bloqueador, inibidor da ECA, clonidina ou antagonista dos canais de cálcio

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DROGAS MAIS USADAS NAS URGÊNCIAS HIPERTENSIVAS:

• Nifedipina: 5 a 10mg VO ou SL, com início de ação em 5 a 15 minutos e duração do efeito de 3 a 5 horas

• Captopril: 25 mg VO ou SL (podendo ser repetido 1 hora depois se necessário), com início de ação em 15 a 30 minutos (SL) e duração do efeito de 6 a 8 horas (VO) e 2 a 6 horas (SL) (tem sido preferido)

• Clonidina: 0,1 a 0,2 mg VO de hora em hora até 0,6 mg, com início do efeito em 30 a 60 minutos e duração do efeito de 6 a 8 h (menos utilizada que as outras)

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CRISES HIPERTENSIVAS EM GRÁVIDAS:

• O uso de captopril e nitroprussiato é proibido na grávida

• Nas urgências, permite-se o uso de nifedipina SL

• Nas emergências, preconiza-se o uso de hidralazina EV

• Para manutenção VO, as drogas mais recomendadas são:

• Metildopa: 250 a 500mg a cada 8-12 horas• Hidralazina: 25 a 50mg a cada 8 horas

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Arq Bras Cardiol 2008; 90(4): 269-273

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Principais Achados

• De 1012 pacientes atendidos em um PS geral em determinado período, 198 (19,5%) apresentavam pressão arterial elevada como principal motivo

• Em apenas 16% destes constatou-se crise hipertensiva verdadeira

• A conduta médica foi considerada adequada em apenas 42% dos casos, não sendo influenciada nem pela especialidade nem pelo tempo de formado do profissional

Monteiro Júnior FC et al. Arq Bras Cardiol 2008; 90(4): 269-273