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    JESILEINE DA SILVA VALRIO

    CRIANAS PORTADORAS DO TRANSTORNO DO DFICIT DEATENO E HIPERATIVIDADE-TDAH NAS AULAS DE MSICA:

    ACOLHIMENTO E POSSIBILIDADES

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SO JOO DEL-REI

    CURSO DE LICENCIATURA EM MSICA

    SO JOO DEL-REI

    2013

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    JESILEINE DA SILVA VALRIO

    CRIANAS PORTADORAS DO TRANSTORNO DO DFICITDE ATENO E HIPERATIVIDADE-TDAH NAS AULAS DE

    MSICA: ACOLHIMENTO E POSSIBILIDADES

    Monografia apresentada como pr-requisito de

    concluso do Curso de Licenciatura em Msica

    com habilitao em Piano, da Universidade

    Federal de So Joo del-Rei, tendo como

    orientadora a Profa. Maria Amlia de Resende

    Viegas.

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SO JOO DEL-REI

    CURSO DE LICENCIATURA EM MSICA

    SO JOO DEL-REI

    2013

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    JESILEINE DA SILVA VALRIO

    CRIANAS PORTADORAS DO TRANSTORNO DO DFICITDE ATENO E HIPERATIVIDADE-TDAH NAS AULAS DE

    MSICA: ACOLHIMENTO E POSSIBILIDADES

    Monografia apresentada como pr-requisito deconcluso do Curso de Licenciatura em Msica

    com habilitao em Piano, da Universidade

    Federal de So Joo del-Rei, tendo como

    orientadora a Profa. Maria Amlia de Resende

    Viegas.

    BANCA EXAMINADORA:

    _________________________________________________Profa. Maria Amlia de Resende Viegas

    _________________________________________________Prof. Abel Moraes

    _________________________________________________Prof. Jayme Cabral Guimares

    SO JOO DEL-REI, ________ de abril de 2013.

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    DEDICATRIA

    As crianas com traos e diagnstico do TDAH que me incentivaram a realizar esta

    pesquisa. Aos educadores que no se limitam diante de diversas situaes enfrentadas

    no ambiente escolar.

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    AGRADECIMENTOS

    A Deus, por no me deixar desistir.

    Aos meus pais, amigos e familiares pelo apoio necessrio em todos os momentos.

    A Companhia Educacional Enlace, pela ateno e dedicao imprescindvel pararealizao desta pesquisa, em especial a diretora da escola e psicloga Elisabete Reginado Carmo Silva.

    Aos professores do Curso de Msica da UFSJ por todo ensinamento ao longo destesanos. Aos professores Jayme Cabral Guimares e Abel Morais, pelas contribuies ao

    longo do projeto de pesquisa, em especial a minha orientadora Profa. Maria AmliaViegas, por ter acreditado na realizao desta monografia.

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    Ao lado de crianas inibidas que precisam extravasar seupotencial energtico, encontramos pequeninos com uma

    energia exacerbada que necessitaro sem dvida canaliz-la

    atravs de um trabalho rtmico natural e progressivo.

    CARMEM MARIA METTIG ROCHA

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    RESUMO

    Esta monografia faz uma breve descrio a respeito do Transtorno do Dficit de

    Ateno e Hiperatividade- TDAH, as causas, o diagnstico e tratamento. Aborda osaspectos musicais a partir da metodologia Willems. Aspectos estes, que podem ser

    usados como estratgias para focar a ateno destes alunos no ensino musical. A

    pesquisa foi realizada na Companhia Educacional Enlace na cidade deSo Joo del

    Rei, atravs de observaes informal e fragmentada .

    Palavras-chave: TDAH; Educao Musical; Willems.

    ABSTRACT

    This monograph provides a brief description about the Disorder and Attention Deficit

    Hyperactivity Disorder, ADHD, causes, diagnosis and treatment. Covers the musical

    aspects from the methodology Willems. These aspects, which can be used as strategies

    to focus the attention of students in music education. The survey was conducted in

    "Educational Liaison Company" in So Joo del Rei, through informal observations and

    fragmented.

    Keywords: ADHD, Music Education; Willems.

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    SUMRIO

    Introduo .................................................................................................................................... 9

    IO TRANSTORNO DO DFICIT DE ATENO COM HIPERATIVIDADE TDAH 12

    1.1- Conceituao e caractersticas......................................................................................... 12

    1.2- O indivduo com TDAH.................................................................................................. 15

    1.3- TDAH e as crianas......................................................................................................... 15

    1.4- Tratamento....................................................................................................................... 17

    1.5- TDAH, Pais, Escola......................................................................................................... 18

    1.6- TDAHEstratgias Pedaggicas.................................................................................... 20

    II. A EDUCAO MUSICAL NA VISO DE EDGAR WILLEMS .................................. 23

    2.1- A Educao Musical no contexto geral............................................................................ 23

    2.2 - Edgar Willems................................................................................................................ 25

    2.3 - Mtodo Willems............................................................................................................. 26

    2.4- Cano............................................................................................................................. 27

    2.5- Ritmo............................................................................................................................... 28

    2.6- Movimentos Corporais..................................................................................................... 29

    III- REALIZAO DA PESQUISA E ANLISE DE RESULTADOS .............................. 32

    3.1 - A metodologia................................................................................................................. 32

    3.2 - Caracterizao do local de pesquisa................................................................................ 33

    3.3 - Perfil dos alunos observados........................................................................................... 34

    3.4 Apresentao e Anlise dos dados.................................................................................... 36

    CONSIDERAES FINAIS ................................................................................................... 40

    ANEXO 1SNAP - IV......................................................................................................... 42

    REFERNCIAS ........................................................................................................................ 44

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    Introduo

    Ao trabalhar como professora de musicalizao infantil numa creche em Santa

    Cruz de Minas (MG) percebemos que algumas crianas apresentavam dificuldades

    relativas concentrao em certas atividades musicais. Na busca pela soluo do

    problema, no contvamos, nesta instituio, com um profissional que pudesse nos

    auxiliar. Assim, investigando na literatura os aspectos do problema observado,

    identificamos no Transtorno do Dficit de Ateno e Hiperatividade, conhecido como

    TDA-H, uma possvel explicao para a problemtica das crianas observadas.

    Contudo, no nos era possvel fazer o diagnstico preciso destas crianas, pois, como j

    foi dito, no possuamos um profissional para tanto. Empenhados em investigar o

    problema na prtica, ao fazer estgio em outra instituio, dialogando com a diretora da

    escola, e tambm psicloga, conseguimos o apoio necessrio, j que a mesma se props

    a nos orientar. Decidimos ento, fazer o trabalho de pesquisa naquela instituio, uma

    escola particular de educao infantil, onde j foi feito o diagnstico em duas crianas

    sendo que, outras sete apresentam tambm traos do TDA-H. Acreditamos que,

    desenvolvendo o projeto nessa escola, teramos recursos e embasamento para contribuir

    para o processo de formao de outras crianas, inclusive das crianas da creche em

    Santa Cruz de Minas onde surgiu o interesse por essa temtica.

    O Transtorno do Dficit de Ateno e Hiperatividade TDAH um transtorno

    descrito no DSM- IV1Manual Diagnstico e Estatstico de Transtornos Mentais, que

    consiste num padro persistente de desateno e/ou hiperatidade- impulsividade, mais

    freqente e grave do que aquele considerado normal na criana com faixa etria entre

    seis e sete anos. O TDAH diagnosticado na criana no incio da fase escolar, quandoos professores percebem que a mesma est com dificuldade de se concentrar, e

    apresenta uma agitao elevada, se comparada s crianas da mesma faixa etria.

    A dificuldade encontrada para atuar como educadora musical em uma sala de

    aula com crianas que apresentavam traos ou diagnstico do TDAH nos levou a

    escolher este tema para trabalho de concluso de curso. Alm da questo de ordem

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    prtica, tambm a falta de registro ou acesso de estudos tericos correlacionando

    diretamente o TDAH ao processo de aprendizagem musical, nos motivaram a pesquisar

    e escrever sobre o tema. Foi tambm uma maneira de contribuir para a educao

    musical, investigando problemas relativos aprendizagem e ao comportamento de

    crianas com perfis diversos.

    Um dos objetivos principais desta pesquisa foi descrever e analisar como o

    ensino musical pode atuar no comportamento de crianas com diagnsticos e traos do

    Transtorno do Dficit de Ateno com Hiperatividade TDAH. Neste sentido,

    buscamos tambm verificar e selecionar atividades musicais apropriadas abordagem

    do problema, analisando como os aspectos musicais podem influenciar positivamente

    nas crianas com TDAH. Para isso, foi feito um levantamento da bibliografia sobre o

    TDAH e as dificuldades de aprendizagem a ele relacionadas, no intuito de orientar o

    professor de educao musical a desenvolver atividades que possam ajudar o aluno a

    focar sua ateno nas atividades de sala de aula.

    Na investigao de pesquisas relacionadas ao tema, encontramos um artigo cujos

    autores trabalharam a musicoterapia voltada para a Hiperatividade. Nesse artigo

    (PAIVA et al, 2007), so abordadas prticas musicais com crianas hiperativas. As

    pesquisadoras trabalharam a musicoterapia com seis meninos com idade entre oito e

    onze anos, estudantes de um colgio particular em Belm do Par. A anlise foi feita

    numa sala dividida em dois grupos de trs alunos. As atividades foram desenvolvidas

    para melhorar a auto-estima, concentrao dos alunos e promover a socializao. No

    encontramos pesquisas que relacionassem diretamente o TDAH e a educao musical.

    Com relao educao musical, usamos como suporte terico o educador

    Edgar Willems, que concebe a educao musical de forma mais abrangente. Willems

    salienta que os elementos da msica, alm de serem elementos de ordem fsica, so

    elementos de ordem afetiva e mental. Todos esto interligados nos processos de ensino-aprendizagem e devem ser observados pelo educador atentamente.

    Este trabalho est dividido em trs captulos. O primeiro aborda o conceito do

    Transtorno do Dficit de Ateno- TDAH, suas principais caractersticas, suascausas,

    diagnstico e tratamento tendo como base o DSM-IV (2002), e bibliografia pertinente

    ao tema.

    O segundo captulo descreve uma abordagem da Educao Musical num

    contexto geral, mostrando os mtodos ativos e seus precursores. Ainda no segundocaptulo, salientamos a metodologia do educador Edgar Willems, e os parmetros que

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    foram usados como suporte para este trabalho. Observando as aulas de musicalizao

    para realizao deste projeto, percebemos que o contedo das atividades desenvolvidas

    na aula, estava ligado diretamente proposta do educador Edgar Willems. Da a

    escolha deste educador para esta pesquisa.

    O terceiro e ltimo captulo descreve uma associao da teoria com a prtica,

    mostrando os resultados alcanados, junto s crianas com Transtorno do Dficit de

    Ateno e Hiperatividade, atravs de uma observao sistemtica.

    Esta pesquisa teve um carter descritivo, de cunho qualitativo, pois no se pretendeu

    provar nenhuma hiptese, se limitando a descrever, atravs de observaes guiadas, o

    comportamento das crianas com TDA-H em relao s atividades musicais.

    A metodologia adotada foi observao naturalstica, em seguida a sistemtica.

    No primeiro momento, observamos os alunos de forma geral, nas aulas regulares e nas

    aulas de musicalizao, com o intuito de perceber como a criana lidava com os

    colegas, e professores observando tambm seu desenvolvimento musical nas aulas.

    Depois desta observao de carter naturalstico observamos as crianas somente nas

    aulas de musicalizao, relacionando ao comportamento musical dos alunos com TDAH

    aos aspectos levantados da metodologia Willems.

    Esta pesquisa tentou, alm de salientar como a educao musical pode auxiliar

    no processo de desenvolvimento das crianas portadoras do Transtorno do Dficit de

    Ateno com Hiperatividade, servir como ponto de partida para pesquisas futuras na

    rea.

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    Segundo o site da Associao Brasileira do Dficit de Ateno ABDA, o

    TDAH um transtorno neurobiolgico de causas genticas, que aparece na infncia e

    freqentemente acompanha o indivduo por toda a sua vida (ABDA, 2013). As causas

    do TDAH so provocadas por alteraes na regio frontal e nas suas conexes com o

    resto do crebro. Dentre outras, a Associao Brasileira do Dficit de Ateno - ABDA

    enumera como provveis causas do TDAH: Hereditariedade, substncias ingeridas na

    gravidez, sofrimento fetal, exposio a chumbo, problemas familiares.

    O DSM-IV (2002) relata que o TDAH encontrado com maior freqncia nos

    parentes biolgicos em primeiro grau de crianas com TDAH do que na populao em

    geral. Cita ainda as evidncias considerveis que atestam a forte influncia de fatores

    genticos nos nveis mensurados de hiperatividade, impulsividade e desateno. No

    entanto, as influncias da escola, da famlia e dos pares tambm so cruciais na

    determinao do grau de comprometimento do Transtorno.

    Segundo BOARINI & BORGES, (2009), fatores internos influenciam na causa

    do TDAH. A hereditariedade e os aspectos neurobiolgicos tm recebido ateno de

    vrios pesquisadores. So mltiplos os riscos a que as crianas esto expostas de

    maneira geral, inclusive os de apresentarem alta incidncia de doenas. Segundo estes

    autores, os problemas que surgem no desenvolvimento e comportamento so produzidos

    pela combinao de fatores de riscos genticos, biolgicos, psicolgicos e ambientais,

    envolvendo situaes complexas entre eles (p.35). No que tange sade mental da

    criana, os fatores mais fortemente associados so o ambiente social e psicolgico,

    influenciando mais do que as caractersticas intrnsecas do indivduo (HALPERN &

    FIGUEIRAS, apud BOARINI & BORGES, 2009, p.35). Segundo o DSM-IV as

    manifestaes comportamentais geralmente aparecem em mltiplos contextos, incluindo

    na prpria casa, na escola, no trabalho, ou em situaes sociais. Para fazer o

    diagnstico, algum comprometimento deve estar presente em pelo menos doiscontextos.

    As crianas com TDAH sofrem, em muitos casos, ao serem rotuladas como

    pestinhas ou mal-educadas, por apresentarem algum tipo de comportamento

    inadequado em ambientes sociais. So julgadas por pessoas que no tem conhecimento

    do assunto e no sabem que essas crianas no tm controle sobre o seu

    comportamento, e que precisam de tratamento adequado para amenizar essa situao.

    Apesar de apontarmos aqui as possveis causas do TDAH preciso salientar queestas mesmas ainda so investigadas por estudiosos, sem um consenso na delimitao

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    das mesmas. Acredita-se que vrios fatores podem influenciar no diagnstico, como

    fatores sociais, genticos e psicolgicos, o que exige certo rigor no diagnstico.

    Para diagnstico do TDAH existe tambm um questionrio de domnio pblico

    denominado SNAP-IV (Anexo 1), que investiga os sintomas listados no Manual de

    Diagnstico e Estatstico das Perturbaes Mentais (DSM-IV). O SNPA- IV foi

    desenvolvido para avaliao dos sintomas do TDAH.

    Para Barkley (apud. BELLI, 2008, p.20), o TDAH fundamentalmente um

    dficit na capacidade do indivduo de se auto-regular ou de se auto-controlar. As

    pessoas com TDAH reagem impulsivamente e no tm a capacidade de se acalmar e

    refletir, no usam as funes executivas que incluem a memria operacional (manter

    fatos relevantes em mente), o discurso interno (falar consigo mesma), a regulao

    emocional (acalmar-se ou motivar-se) e a reconstituio (criar uma soluo ou resposta

    til). As caractersticas do TDAH podem no aparecer na criana/adolescente quando

    eles se encontram envolvidos em tarefas interessantes, ou ainda em situao a dois,

    como com a professora em aula particular, ou num consultrio mdico (BELLI, 2008 p.

    24).

    Concluindo, de acordo com o Manual Diagnstico e Estatstico dos Distrbios

    Mentais, o TDAH um distrbio onde os indivduos apresentam desateno,

    hiperatividade e impulsividade, mas, existem aqueles indivduos que tem um

    predomnio de um padro ou de outro. Existem ainda os subtipos de TDAH, e a partir

    da avaliao dos sintomas num perodo de no mnimo seis meses (determinado pelo

    DSM-IV) que ser descoberto de qual tipo o indivduo se aproxima. A ABDA descreve

    os tipos da seguinte forma:

    a) Tipo Combinado: Define o sujeito que apresenta seis (ou mais) sintomas de

    desateno e seis (ou mais) sintomas de hiperatividade- impulsividades persistentes pelo

    menos, durante seis meses. A maioria das crianas e adolescentes com o transtorno temo Tipo Combinado. No se sabe se o mesmo vale para adultos com o transtorno.

    b) Tipo Predominantemente Desatento: Define a pessoa que possui seis (ou

    mais) sintomas de desateno (mas menos de seis sintomas de hiperatividade-

    impulsividade) persistentes por pelo menos seis meses. A hiperatividade pode ainda ser

    uma caracterstica clnica importante em muitos casos, enquanto outros so mais

    puramente de desateno.

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    c) Tipo Predominantemente Hiperativo-Impulsivo: Esta classificao deve

    ser usada se seis (ou mais) sintomas de hiperatividade-impulsividade (porm menos de

    seis sintomas de desateno) persistem h pelo menos seis meses. (ABDA, 2013)

    1.2- O indivduo com TDAH

    Segundo o DSM-IV, o indivduo com TDAH tem dificuldade para manter a

    ateno em tarefas ou atividades ldicas e consideram difcil persistir em tarefas at seu

    trmino. Geralmente so distrados por estmulos irrelevantes e habitualmente

    interrompem tarefas em andamento para dar ateno a rudos ou eventos triviais que em

    geral so facilmente ignorados por outros. Alm dessas caractersticas, eles

    freqentemente se esquecem de coisas importantes. A falta de ateno se manifesta com

    freqncia na mudana de assunto, se distraem durante as conversas, desconsiderando

    as regras e detalhes com relao s atividades e jogos.

    Todos os sujeitos com TDAH tm facilidade de desviar-se de uma tarefa, porm

    so capazes de prestar ateno por longo tempo em situaes que envolvam novidades,

    alto interesse pessoal, ou se ficarem a ss com um adulto; o que chamamos de

    hiperfoco (apud BELLI, 2008).

    A criana com TDAH que tem impulsividade respondem a perguntas que ainda

    no foram lanadas, no tem pacincia para esperar sua vez e se intromete em assuntos

    alheios, e, com isso tem dificuldades em receber instrues. No DSM-IV (2002), a

    impulsividade vista como a causa de acidentes, sem considerar as possveis

    conseqncias, como exemplo, se machucar ao pular de lugares considerados altos para

    sua idade, ou mexer numa panela que est no fogo correndo o risco de machucar.

    Para melhor cuidado com as crianas que tem TDAH, preciso estar atento s

    suas aes, para evitar que elas sofram com alguma atitude feita sem pensar. Temos deter muito cuidado com as crianas, estar sempre atento, pois elas procuram,

    constantemente, por coisas estimulantes e diferentes, que, muitas vezes, devido idade

    e local podem se tornar muito perigosas (BELLI, 2008).

    1.3- TDAH e as crianas

    As crianas, de um modo geral, so agitadas, se movimentam o tempo todo e comisso enfrentam a falta de ateno. Diante dessas questes, fica difcil diagnosticar uma

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    criana com TDAH. Os profissionais conseguem detectar os primeiros sinais do TDAH,

    quando pais e professores percebem que as crianas esto mais agitadas do que os

    colegas da mesma faixa etria.

    na fase escolar que essas caractersticas vo aparecer com maior nfase, pois

    quando os alunos comeam a encarar uma rotina e o cumprimento de regras. As

    crianas com TDAH apresentam, dentre estas caractersticas, o esquecimento, a falta de

    planejamento, a desorganizao, a persistncia, a intolerncia, a memria em curto

    prazo, as variaes de humor, e as dificuldades com relacionamentos afetivos.

    Segundo BELLI (2008), os portadores de TDAH tem muitas coisas em comum,

    mas no so, necessariamente, iguais no seu comportamento, podem apresentar alguns

    sintomas e outros no. (p. 31).

    As crianas com TDAH, na maioria dos casos, so excludas do convvio social,

    porque no tm controle de suas aes. No conseguem esperar sua vez para participar

    de algum jogo ou brincadeira, freqentemente interrompem conversas, e no conseguem

    permanecer sentadas.

    No livro Mentes inquietas, Silva (2003) lista as caractersticas de crianas com

    TDAH. Essas caractersticas servem como auxlio para o primeiro passo no diagnstico,

    pois o diagnstico final s pode ser dado por profissional especializado. So elas as

    seguintes:

    Com freqncia mexe ou sacode os ps e mos, se remexe no assento, se levanta

    da carteira;

    facilmente distrada por estmulos certos;

    Tem dificuldades em esperar sua vez em brincadeiras ou situaes em grupo.

    Com freqncia dispara respostas para perguntas que ainda no foram

    completadas;

    Tem dificuldade em seguir instrues e ordens;

    Tem dificuldade em manter a ateno em tarefas ou mesmo atividades ldicas

    Freqentemente muda de uma atividade inacabada para outra;

    Tem dificuldade em brincar em silncio ou tranquilamente;

    s vezes fala excessivamente

    Vive perdendo itens necessrios para tarefas ou atividades escolares.

    Uma questo a ser trabalhada por pais educadores a diferena entre a

    impulsividade e a desobedincia. As crianas com TDAH, assim como as outras

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    crianas, tm seus momentos de desobedincia. preciso ficar atento quanto a essa

    diferenciao. A melhor maneira de saber distinguir as duas coisas com a observao

    analtica e cautelosa.

    Um dos cuidados a serem tomados, para no castigar a criana no caso de

    impulsividade. No caso da desobedincia, se o pai determinar que a criana seja

    castigada, esse castigo deve ser cumprido pelo pai, do contrrio a criana vai perceber e

    acreditar que no precisa ser obediente porque no ir sofrer nenhuma punio.

    Uma vez que os pais e/ou cuidadores conheam suficientemente bem o problema,

    eles esto preparados para distinguir quando a criana est sendo desobediente e

    rebelde, ou quando, simplesmente, no est conseguindo controlar seus impulsos e fazer

    o que eles ou outras pessoas responsveis esto pedindo (SILVA, 2003, p. 41).

    Quando os pais e educadores comeam a entender o que o TDAH, eles conseguem

    ajudar as crianas a se livrar de situaes embaraosas e muitas vezes constrangedoras,

    principalmente na escola, onde o convvio maior, alm de ser o lugar onde as crianas

    comeam a ter responsabilidades.

    Enquanto as crianas com TDAH convivem apenas com a famlia, muitas de suas

    caractersticas ficam em estado de latncia. Demonstraes de que ela algo diferente j

    foram dadas para a famlia, mas no incio da vida escolar que essas diferenas podem

    revelar sua potencialidade problemtica (SILVA, 2003, p. 38).

    importante que os pais saibam trabalhar com a criana de forma positiva,

    estimulando e incentivando a criana a cumprir suas metas. preciso saber reconhecer

    o progresso da criana, mostrar para a criana que ela amada e elogiar os pequenos

    gestos de progresso. Assim, essa criana se sentir segura e ir se esforar para agradar

    os pais, alm de perceber que esses esforos so importantes na construo de sua

    personalidade.

    imprescindvel que pais e educadores tenham pacincia e saibam esperar o tempoda criana. Algumas crianas aprendem mais rapidamente, outras mais lentamente.

    Diante destas questes, podemos perceber a importncia dos pais e professores no

    desenvolvimento destas crianas.

    1.4- Tratamento

    So vrios os tipos de tratamentos para o TDAH, entre eles o uso de medicamentose as terapias alternativas como, por exemplo, a musicoterapia. Segundo o site da ABDA

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    - Associao Brasileira do Dficit de Ateno, o tratamento para o TDAH deve ser

    multimodal, ou seja, uma combinao de medicamentos, orientao aos pais e

    professores alm de tcnicas especficas que so ensinadas ao portador. A medicao na

    maioria dos casos faz parte do tratamento.

    A medicao usada para o tratamento do TDAH o Cloridrato de Metilfenidato

    mais conhecido como Ritalina3. Existem polmicas a respeito do uso do medicamento e

    seus efeitos colaterais. De acordo com DUPAUL & STONER (apud. BOARINI &

    BORGES, 2009, p.109), o tratamento mais estudado e indicado para TDAH em crianas

    em idade pr escolar tem sido aquele realizado com medicamentos psicotrpicos

    especificamente compostos psicoestimulantes. A grande maioria das investigaes tem

    examinado os efeitos do cloridrato de metilfenidato.

    A respeito da possibilidade da dependncia fsica do medicamento, no h

    consenso entre os profissionais da sade. Por um lado o psiquiatra BARBIRATO (apud

    BOARINI & BORGES, 2009) afirma que no h riscos, desde que o medicamento

    tenha indicao precisa e por tempo determinado (p.46). Por outro lado, Francisco

    Batista Assumpo Jr, coordenador do Departamento da Infncia da Associao

    Brasileira de Psiquiatria, no descarta a dependncia e acredita que se o medicamento

    no criasse dependncia, o Ministrio da Sade no exigiria reteno da receita

    (BOARINI & BORGES, 2009). Para a ABDA outro tratamento utilizado a Terapia

    Cognitiva Comportamental, que no Brasil indicada por psiclogos.

    1.5- TDAH, Pais, Escola

    O acompanhamento das crianas pelos pais e pela escola crucial para chegar a um

    possvel diagnstico de TDAH. atravs deles que os profissionais da rea iro buscar

    informaes sobre a rotina e o convvio dessas crianas para se chegar a estediagnstico e propor o tratamento necessrio.

    Muitos pais no sabem lidar com seus filhos nessas condies, e a maioria deles se

    culpa por acreditar que esto agindo errado na criao dos seus filhos, como se o

    2 Metilfenidato(conhecido por suas denominaes comerciais Ritalina, do laboratrioNovartisBiocincias, e Concerta, do laboratrio Janssen Cilag, uma subsidiria da Johnson & Johnson) umasubstncia qumica utilizada comofrmaco,estimulante leve dosistema nervoso central, commecanismo de ao ainda no bem elucidado, estruturalmente relacionado com as anfetaminas. usada

    no tratamento medicamentoso dos casos detranstorno do dficit de ateno ehiperatividade (TDAH),narcolepsia ehipersonia idioptica do sistema nervoso central (SNC).

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Novartishttp://pt.wikipedia.org/wiki/Novartishttp://pt.wikipedia.org/wiki/Johnson_%26_Johnsonhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Subst%C3%A2ncia_qu%C3%ADmicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A1rmacohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Estimulantehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_nervoso_centralhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Anfetaminahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_do_d%C3%A9ficit_de_aten%C3%A7%C3%A3o_e_hiperatividadehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_do_d%C3%A9ficit_de_aten%C3%A7%C3%A3o_e_hiperatividadehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Narcolepsiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hipersonia_idiop%C3%A1ticahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hipersonia_idiop%C3%A1ticahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Narcolepsiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_do_d%C3%A9ficit_de_aten%C3%A7%C3%A3o_e_hiperatividadehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_do_d%C3%A9ficit_de_aten%C3%A7%C3%A3o_e_hiperatividadehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Anfetaminahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_nervoso_centralhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Estimulantehttp://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A1rmacohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Subst%C3%A2ncia_qu%C3%ADmicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Johnson_%26_Johnsonhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Novartishttp://pt.wikipedia.org/wiki/Novartis
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    comportamento destas crianas fosse o reflexo de uma m criao. Segundo Melo

    (apud BELLI, 2008), muitas vezes necessrio tratar tambm psicologicamente os pais,

    ao mesmo tempo em que se desenvolve o tratamento da criana e ou do adolescente.

    Assim, os pais precisam se informar mais sobre o transtorno, para saber lidar com a

    situao, e ter um olhar crtico dos problemas do dia- a- dia dessas crianas (BELLI,

    2008).

    Quando os pais passam a se aproximar e a se inteirar do universo da criana com

    TDAH, essa aproximao favorece o desenvolvimento e o convvio da criana em

    ambientes sociais.

    A escola tem um papel importante na vida da criana com TDAH, nela que

    essas crianas vo passar parte do seu tempo. na escola que as crianas vo passar por

    diversas exigncias como cumprir regras. A criana com TDAH precisa de uma ateno

    redobrada por parte do professor, pois na maioria dos casos elas no conseguem

    desenvolver todas as tarefas por falta de ateno, e nem sempre conseguem desenvolver

    um trabalho em equipe. O professor precisa estar atento e encontrar maneiras para que

    esse aluno participe da aula sem se sentir excludo.

    Segundo BELLI (2008), a rotina de trabalho dos professores costuma ser rdua e

    somar a isto uma sala cheia e com crianas portadoras de TDAH no uma tarefa fcil.

    A melhor soluo para superar essas dificuldades pedir um suporte para profissionais

    da sade. Com isso, as dificuldades vo sendo superadas aos poucos e o trabalho feito

    na escola complementa o trabalho realizado por esses profissionais em seus

    consultrios.

    As crianas com TDAH precisam ser estimuladas a fazer as tarefas atravs, por

    exemplo, da recompensa, pois quando elas percebem que algo que gostam est em

    jogo, se empenham mais na realizao do que foi proposto. Se ela se deparar com uma

    tarefa com certo grau de dificuldade e o professor ou o pai no souber estimul-la, essacriana poder fracassar, pois ir fazer a tarefa de forma incorreta ou dir que no

    consegue faz-la.

    O trabalho a ser desenvolvido com as crianas com TDAH deve ser feito em

    conjunto com pais, profissionais da sade, e equipe escolar. Para BELLI (2008), o apoio

    individualizado e o afeto dos professores, pais e psicopedagogos, podem amenizar o

    sofrimento frente ao processo de aprendizagem e aos relacionamentos interpessoais que

    se estabelecem no ambiente escolar.

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    1.6- TDAHEstratgias Pedaggicas

    A literatura relacionada ao TDAH, no que diz respeito s questes educacionais,

    nos mostrou como importante a preparao da escola e do professor no acolhimento s

    necessidades dessas crianas. (BELLI, 2008; SILVA, 2003; SILVA et al , 2010.) A falta

    de conhecimento de muitos professores sobre o assunto faz com que os alunos com

    TDAH fiquem distantes do que proposto em sala de aula, e no consigam realizar as

    tarefas com xito.

    A Lei de Diretrizes e Base para a Educao Nacional (LDB) trata do direito do

    aluno com necessidades educacionais especiais, e do dever da escola em assegurar a ele

    o processo de ensino adequado.

    Art. 59. Os sistemas de ensino asseguram ao educando com necessidadesespeciais;I Currculo, mtodo, tcnicas, recursos educativos e organizao especfica,para atender as suas necessidades;II terminalidade especfica para aqueles que no puderem atingir o nvelexigido para a concluso do ensino fundamental, em virtude de suasdeficincias, a acelerao para concluir em menor tempo o programa escolarpara superdotados;

    III Professores com especializao adequada em nvel superior, paraatendimento especializado, bem como professores do ensino regularcapacitados para a integrao desses educando para a classe comum (LDB,1996).

    Compreendem-se como portadores de necessidades educacionais, as crianas

    que precisam de apoio no seu desenvolvimento social, tanto no que diz respeito s

    limitaes fsicas, motoras, sensoriais, quanto s limitaes cognitivas, sndromes ou

    transtornos diversos (SILVA, CRUZ & LIMA, 2013). Diante desta constatao, no

    podemos ignorar o fato de que, a escola e o professor precisam estar preparados para

    receber esses alunos e saber elaborar estratgias para melhorar o desenvolvimento dos

    mesmos.

    Entende-se que estas estratgias pedaggicas esto relacionadas com a

    adequao no material utilizado na sala aula, a forma como utilizado, a maneira como

    a sala estruturada, e a capacidade do professor em lidar com as dificuldades que

    podero surgir.

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    As crianas com TDAH tm capacidade de aprender, mas tem dificuldade de se

    concentrar. Compreende-se ento a importncia de adaptaes e adequaes da sala de

    aula, dos materiais didticos, alm da postura do professor e de sua prtica pedaggica

    (a flexibilidade, o respeito, a motivao, a criatividade) (SILVA et al,2010, p. 4) .

    na escola que as crianas precisam fazer uso, de forma mais significativa, de

    habilidades como concentrao e ateno, e onde tambm se faz necessrio o

    cumprimento de regras. Para as crianas de um modo geral, essas habilidades so

    conquistadas com grande esforo, j que na sociedade atual, as crianas esto boa parte

    do tempo na frente do computador ou da televiso de forma bastante passiva.

    necessrio que o professor crie ambientes que estimulem o aprendizado da criana.

    Muitos professores questionam o fato dessas crianas conseguirem passar horas diante

    da televiso, no computador, ou no videogame, mas no conseguem ficar mais de

    alguns minutos lendo um livro, na sala de aula. Isso ocorre principalmente pela

    capacidade deles controlarem os seus sintomas com esforos voluntrios ou em

    atividades de grande interesse(BELLI, 2008, pg. 65).

    Uma das estratgias pedaggicas, para lidar com o aluno de TDAH seria o

    professor criar uma rotina para os alunos, colocando esses alunos para sentar nas

    primeiras carteiras, espalhar lembretes pela sala para que o aluno possa visualizar as

    tarefas a serem cumpridas, (essas estratgias tambm podem ser realizadas em casa).

    Outra estratgia muito eficiente, comentada por SILVA (2010) seria trabalhar com

    atividades ldicas. A alfabetizao de crianas com TDAH precisa de mtodos prprios,

    atravs de tcnicas que possam auxiliar o hiperativo a aprender da sua maneira.

    preciso trabalhar com atividades dinmicas e interessantes, fazendo uso de recursos de

    materiais como computador, vdeos, filmes, msicas, entre outros (SILVA, et, al, 2010,

    p.3) As vivncias ldicas so estratgias que promovem a adaptao do aluno com

    TDAH e estabelecem o desenvolvimento scio-interativo. Portanto tornam-seinstrumento para o desenvolvimento de diversas habilidades desses alunos. (SILVA et,

    al, 2010) .

    Tendo em vista essas estratgias, o professor precisa ser criativo na hora de

    planejar suas atividades, para fazer com que esses alunos se interessem pelas aulas.

    Assim como outras crianas, as crianas com TDAH tm direito educao, de forma

    que eles consigam desenvolver o mximo de conhecimento considerando o seu grau de

    dificuldade.

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    As crianas se desenvolvem atravs de sua interao com o ambiente que os

    envolve, mas a profundidade dessa interao vai depender dos estmulos significativos.

    (SILVA, et, al.2010). Estimular os alunos a ferramenta mais eficaz no processo de

    ensino da criana com TDAH. A criana estimulada desenvolve a capacidade de fazer

    suas prprias escolhas, expressa suas emoes e cria vnculos com outras pessoas. no

    ato de brincar que as crianas encontram os estmulos certos.

    Contudo, percebemos que o professor alm de ser criativo precisa ser flexvel,

    sabendo adequar-se s necessidades de aprendizagem do aluno, assim o trabalho ter

    resultados positivos.

    Assim como na literatura a respeito do TDAH, e depoimentos informais com

    psiclogos, percebemos que no existem atividades especficas para lidar com as

    crianas com TDAH. A melhor maneira de estimular estas crianas desenvolver

    atividades de seus interesses.

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    II. A EDUCAO MUSICAL NA VISO DE EDGAR WILLEMS

    2.1- A Educao Musical no contexto geral

    A Educao musical tem como objetivo maior dar acesso aos indivduos ao

    universo musical. O papel da Educao Musical., neste sentido, no somente o de

    formar virtuoses, mas, representa, principalmente, uma forma de conectar o indivduo

    linguagem musical, para que ele possa compreender a msica que est presente em sua

    vida.A Educao Musical, como campo de conhecimento mais sistematizado, data

    somente do sc. XX. No entanto, desde a Grcia Antiga, tanto a msica quanto a

    educao musical eram fortemente valorizadas. Nos sculos XVII e XVIII as mudanas

    na educao repercutiram na educao musical. A criana comea a ser vista como

    sujeito do processo de aprendizagem e com participao mais ativa, neste momento

    surgem os precursores dos chamados mtodos ativos em educao musical Jean -

    Jacques Rousseau foi o primeiro deles, valorizando a natureza dos afetos, e enfatizando

    as diferenas individuais. Rousseau foi o primeiro a se preocupar com o ensino na

    educao musical. o grande inspirador da psicologia moderna, seu naturalismo levou

    a enfatizar as diferenas individuais, a psicologia do crescimento e a adequao dos

    processos educacionais aos interesses espontneos da criana (FONTERRADA, 2005,

    p.50).

    Pestalozzi, Herbart e Froebel assim como Rousseau, foram tambm pensadores

    que se preocuparam com a importncia da msica na escola. Para Pestalozzi, a educaotinha como base a afetividade, seu pensamento influenciou sobremaneira a educao

    moderna. A educao de acordo com seu entendimento, o desenvolvimento natural,

    simtrico e harmonioso de todas as faculdades da criana (FONTERRADA, 2005, p.

    51).

    No sculo XIX a preocupao principal da educao musical era formar bons

    msicos e com habilidades tcnicas superiores. J no sculo XX, se estabelecem

    verdadeiramente os chamados mtodos ativos. Alguns pedagogos se destacaram e noBrasil, tiveram uma repercusso maior, como Emile Jaques Dalcroze, Edgar Willems,

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    Zoltn Kodaly, Carl Orff e Shinichi Suzuki. mille Jaques Dalcroze defendia que todos

    os elementos musicais deveriam ser primeiramente vivenciados corporalmente, pois a

    voz e o corpo so os nossos principais instrumentos musicais. Essa metodologia ficou

    conhecida como Rtmica Dalcroze, onde se trabalham com as crianas os ritmos

    naturais do corpo e a criatividade.

    Este mtodo desenvolve capacidades auditivas e motoras, a memria e aconcentrao, educa a sensibilidade e a espontaneidade e estimula acriatividade, em suma fornece um desenvolvimento harmonioso dasfaculdades sensoriais, afetivas, e mentais. Representa um equilbrio entre onvel corporal e mental (ANTUNES et, al,2002, p.11).

    As propostas dos mtodos ativos da primeira gerao, de educadores como Orff,

    Dalcroze, Suzuki, Kodly, e Willems, enfatizam de forma distinta o ensino musical da

    criana na prtica, na vivncia com a msica. Suzuki desenvolve a habilidade

    instrumental, Kodally prioriza o canto em grupo, a escrita e a leitura. Orff e Dalcroze

    enfatizam a improvisao e a expresso. Willems trabalha aspectos fsicos e mentais

    atravs da audio.

    A segunda gerao de educadores musicais surgiu na Europa e na Amrica do

    Norte em meados da dcada de 1950 (FONTERRADA, 2005, p.165). Nesta poca as

    metodologias estavam voltadas para as escolas de ensino regular, conservatrios e

    escolas de msica, atendendo no s as crianas, mas a jovens e adultos que se

    interessavam por msica.

    Os educadores musicais desse perodo alinham-se s propostas da msica nova

    alm da busca para incorporar prtica da educao musical nas escolas os mesmos

    procedimentos dos compositores de vanguarda, privilegiando a criao, a escuta ativa, a

    nfase no som e suas caractersticas (idem, ibidem, p.165).

    Nesta pesquisa, nos utilizaremos de alguns pressupostos da metodologia

    Willems, identificados como mais pertinentes do objeto de estudo. Analisando as aulas

    de musicalizao para realizao deste projeto, percebemos que o contedo das

    atividades desenvolvidas em sala de aula, estava ligado diretamente proposta do

    Educador Edgar Willems, por isso, a escolha deste mtodo como referencial para este

    trabalho de concluso de curso.Alm disso, o que nos motivou a utilizar o mtodo

    Willems neste projeto foi a maneira como este educador aborda a educao musical

    embasada em princpios psicolgicos. O educador tambm destaca a importncia damsica para todos, sobretudo para os alunos deficientes. Graas fora da

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    democratizao do ensino, as escolas de msica tornam-se acessveis a alunos pouco ou

    nada dotados, precisamente aos alunos deficientes... que devo o bom nome de meu

    trabalho (Willems, 1984, p.12, apud FONTERRADA).

    2.2 - Edgar Willems

    Edgar Willems nasceu em 13 de outubro de 1890 em Lenaken na Blgica,

    segundo filho de uma famlia de sete irmos. Seu pai era instrutor de Escola, msico e

    dirigia Corais e Bandas da Vila. Willems gostava de fabricar instrumentos musicais

    quando criana e ensinar solfejo aos irmos mais novos. Willems tinha uma grande

    atrao por Artes e principalmente pela pintura. A partir deste interesse, se inscreveu naEscola de Belas-Artes de Bruxelas no perodo da 1 Guerra Mundial. No ano de 1925

    Willems recebeu algumas aulas de piano, mas era, sobretudo, autodidata (ROCHA,

    1990, p.13).

    Willems estudou com renomados professores, inclusive com Emile Jacques-

    Dalcroze. Em 1928 j ministrava um curso de Filosofia da msica. Willems sempre

    discordou do ensino musical intelectualizado, acreditava que a msica estivesse

    relacionada natureza humana e que qualquer pessoa capaz de aprend-la.Em 1968 foi criada a Associao Internacional de Professores de Educao Musical

    Mtodo Willems na Blgica, que conta com vrios pedagogos e associados de diversos

    lugares do mundo.

    O estudo de Willems baseia-se na busca da relao da msica com o homem. A

    metodologia Willems apresenta aspectos tericos, e enfatizam os elementos musicais da

    audio, do som e da natureza humana, e aspectos ligados ao plo material (vida

    fisiolgica) e ao plo espiritual ( vida afetiva e mental ) .

    O educador salienta que a msica engloba as principais faculdades humanas

    pelas virtudes dos seus elementos, como o ritmo, melodia e harmonia. Os elementos

    que constituem a msica, no so apenas elementos fsicos e formais cuja coeso

    devida a foras psquicas; eles so em si prprios elementos de vida de ordem

    fisiolgica, afetiva e mental.(WILLEMS, 1970, p.10)

    O mtodo Willems voltado para o desenvolvimento, o que ele chama de

    afetividade auditiva e inteligncia auditiva. Willems aponta que o fazer musical no

    privilgio somente das pessoas que tem talento e que a escuta um processo anterior ao

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    ensino do instrumento. Willems aponta para a necessidade de fomentar a cultura

    auditiva para todos, colocando-se contrariamente idia, ento ainda muito difundida,

    do ensino musical exclusivo para pessoas talentosas(FONTERRADA, 2005, p. 126).

    Willems aborda a sensorialidade auditiva, a sensibilidade afetiva auditiva e a

    inteligncia auditiva, que a capacidade que o indivduo tem de registrar sons, o que

    abre espao para a criao e compreenso do elemento sonoro. Segundo ele, a msica

    uma forma de expressar os sentimentos e com isso, a importncia do educador trabalhar

    esta questo de forma consciente com os alunos. A sensorialidade auditiva o que

    Willems chama de base material, onde permite ao indivduo a liberdade da escuta,

    sendo assim, Willems apresenta vrios exerccios onde so explorados parmetros dos

    sons como, altura, durao, intensidade e timbre. A Sensibilidade afetiva auditiva

    quando ouvimos uma msica, movidos por alguma emoo, e essa escuta se d quando

    ouvimos a msica como um todo, em sua organizao como msica (melodia e

    harmonia). A expresso emotiva introduzida naturalmente nos procedimentos como,

    escala, intervalos. Willems atribui a cada intervalo, uma emoo, que chamada de

    Teoria dos Afetos.

    2.3 - Mtodo Willems

    O mtodo Willems tem como princpios bsicos: enfatizar a prtica musical e as

    relaes psicolgicas entre a msica e o ser humano. Para Willems, os elementos

    musicais Ritmo, Melodia e Harmonia, alm de serem elementos fsicos so elementos

    de ordem afetiva e emocional, associadas aos elementos de vida. (idem, ibidem, p. 25).

    A msica tem um papel importante na vida do ser humano, pois atravs dela, possvel

    desenvolvermos nossa capacidade de criao, e sensibilidade atravs dos elementos a

    ela associados. A msica favorece o impulso da vida interior e apela para as principaisfaculdades humanas: vontade, sensibilidade, amor, inteligncia e imaginao criadora

    (ANTUNES, 2002, p.10).

    No mtodo Willems, a msica est dividida em dois plos: o material e o

    espiritual. Embora a Msica utilize a matria, ela no somente matria, ela tem um

    sentimento de elevao espiritual, da dizer Willems ser a Msica uma linguagem supra

    mental(ROCHA, 1998, p. 18).

    Para Willems de suma importncia o papel do educador na iniciao musical, pois ele quem mostra o caminho para o futuro msico dar os seus primeiros passos. Os

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    Para desenvolver atividades com o uso da cano com os alunos, necessrio

    que o professor cante afinado, mostrando o sentido meldico da cano, porque a

    criana se espelha no professor. A afinao importante no trabalho da iniciao

    musical e Willems, ela reside na sensibilidade afetiva e no na perfeio vocal como

    muitos acreditam; a afinao est diretamente ligada faculdade de ouvir, de escutar e

    com sentir a justeza dos sons, da a importncia do trabalho de desenvolvimento

    auditivo. (idem, ibidem, p. 28).

    Rocha (2008) lista as diversas formas de trabalhar a cano:

    O professor canta a melodia com o texto para os alunos escutarem.

    O professor canta frase por frase e os alunos repetem.

    Canta a melodia marcando os tempos, o ritmo da cano, o 1 tempo,

    eventualmente a diviso e subdiviso do tempo.

    Podem-se cantar em grupos, cada um cantando uma frase da cano.

    Cantam uma frase e silencia na outra, exercitando a audio interior.

    Cantam a msica andando os tempos ou batendo o ritmo, ou mesmo andando e

    batendo os tempos da melodia.

    Cantam em direes diferentes para cada frase da cano.

    Cantam a melodia, realizando um ostinato rtmico, dado pelo professor ou

    inventado pelo aluno,

    Utilizam o metalofone para tocar seqncias de notas que aparecem na cano.

    (cano com nome de notas).

    Utilizam movimentos corporais sugeridos pelo texto.

    Exercitam a dinmica.

    Utilizam instrumentos percussivos, para acompanhar a cano.

    Desta forma o professor poder montar aulas criativas e com objetivos pedaggicos-

    musicais distintos.

    2.5- Ritmo

    Sabemos que o ritmo faz parte da vida do ser humano, pois ele vivenciado de

    diversas formas, atravs da batida do corao, do andar, da respirao. Para o educador

    Willems, a melhor maneira de ensinar os ritmos para as crianas, fazer com que elas

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    percebam o ritmo atravs destes movimentos naturais do ser humano. Na metodologia

    Willems os ritmos so vivenciados atravs dos movimentos do prprio corpo.

    O professor de educao musical, precisa vivenciar o ritmo junto com os alunos,

    fazer os exerccios junto s crianas, para que elas possam se sentir seguras e

    desinibidas. Segundo Rocha (2008), no mtodo Willems o trabalho rtmico dividido

    por etapas; Batimentos corporais livres espontneos, batimentos de frases, quadras e

    pequenas canes (tempo, ritmo, unidade de compasso, diviso do tempo e mais tarde

    subdiviso do tempo. exerccios de alternncia das mos, exerccios de repetio,

    variao, contraste, pergunta e resposta, exerccios para despertar a conscincia rtmica

    mtrica). Nestes exerccios so abordados; Intensidade, Andamento, Durao, audio

    rtmica interior. Neste trabalho a criana desenvolve vrios aspectos como a audio, a

    motricidade, e a sensibilidade.

    2.6- Movimentos Corporais

    A cano, o ritmo, a audio, o movimento sonoro, e a altura do som, so

    essenciais para o trabalho do movimento corporal. muito importante a nfase no

    trabalho corporal, pois com ele, as crianas realizam os ritmos e desenvolvem a audio.

    Com o uso da cano, o professor ir montar pequenas coreografias com as

    crianas e atravs delas, desenvolver a improvisao na sala de aula. Esta improvisao

    pode partir tambm do professor. Se o professor tem facilidade para improvisar, ele

    ser gratificado pela oportunidade de variar os exerccios de locomoo de acordo com

    a sua inteno ou sugesto dos alunos. (idem, ibidem, p. 28).

    Para Rocha (2008), Willems desenvolve atividades de movimento corporal

    comeando pela Marcha, que o primeiro exerccio de deslocamento, depois deste

    processo podem-se desenvolver atividades de Salto, que um movimento natural dacriana, em seguida os balanceios, que so exerccios para desenvolver o equilbrio.

    (p. 39).

    Em algumas escolas, a falta de espao e de recursos, faz com que os professores

    no desenvolvam essas etapas. Infelizmente por falta de espao nas nossas Escolas

    Pblicas, este item de aula tem sido relegado e a falta de recursos (piano, gravador) leva

    o professor a realizar a locomoo, quando possvel, com a ajuda exclusiva do tambor,

    palmas ou pandeiros. (idem, ibidem, p.40).

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    O movimento corporal alm de atender a todos os aspectos citados, faz com que

    as crianas se expressem. A cada msica que o professor colocar, a criana ir se

    expressar de maneira diferente, cada um na sua individualidade.

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    III- REALIZAO DA PESQUISA E ANLISE DE RESULTADOS

    3.1 - A metodologia

    Esta pesquisa teve carter descritivo, onde o objetivo no era provar algo. A

    pesquisa descritiva d maior importncia descrio do processo onde as variveis se

    relacionam, tendo como foco descrever o fenmeno atravs de tcnicas melhores

    estruturadas tais como entrevistas e observaes (RAMOS, 2009, p. 183). Alm do

    carter descritivo, est pesquisa de cunho qualitativo, onde procuramos compreender o

    fenmeno sem comprovar uma hiptese. a mais adequada para a compreenso

    contextual do fenmeno estudado, segue um processo indutivo e no h hiptese para

    ser comprovada (RAMOS, 2009, p.184).

    Durante este trabalho de pesquisa, estabelecemos dois tipos de observao, em

    princpio a observao naturalstica Diz-se da observao na qual no ocorre nenhuma

    interferncia do pesquisador no fenmeno (APPOLINRIO, 2004, p.144). Nesta

    observao procuramos conhecer a rotina dos alunos, o convvio com outros colegas e

    com professora, e as habilidades desenvolvidas em sala de aula. Uma segunda

    observao utilizada foi a do tipo sistemtica Tcnicas de observao na qual o

    pesquisador define claramente de antemo os componentes do fenmeno que ir

    observar, assim como os mtodos que sero utilizados na anlise desses componentes

    (APPOLINRIO, 2004, P.145). Estas foram feitas somente nas aulas de musicalizao,

    procurando direcionar o que foi feito nas aulas com a metodologia Willems, ressaltando

    trs aspectos: o uso da cano, o ritmo e o movimento corporal.

    Foram feitas ao todo dez observaes nas aulas regulares e dez nas aulas demusicalizao. Procuramos perceber em quais parmetros os alunos mais se

    desenvolviam e como estes proporcionavam ao aluno uma forma de focar sua ateno e

    concentrao na atividade proposta. Com base nas aulas observadas, apontamos como

    cada criana se apresentou diante de cada parmetro relacionado, no contexto geral.

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    3.2 - Caracterizao do local de pesquisa

    Escolhemos para realizao deste projeto a Companhia Educacional Enlace,

    situada na cidade So Joo del-Rei no Bairro Colnia . A Companhia Educacional

    Enlace uma escola de educao infantil da rede privada, que recebe crianas do

    berrio ao quinto ano do ensino fundamental. A escola existe h 14 anos. No ano de

    2009 duas educadoras assumiram a escola que passou por uma reformulao, a partir de

    uma proposta pedaggica voltada para o ensino contemporneo 4. O crescimento da

    escola gradativo, e cada ano implantado um novo ano do ensino fundamental. O eixo

    pedaggico voltado para o processo de construo do conhecimento da criana. A

    escola prioriza a interao social, afetividade, e as competncias diferenciadas

    desenvolvidas por cada criana.

    O currculo da educao infantil contm atividades voltadas para o Movimento

    (educao fsica), Linguagem Oral e Escrita (Literatura Infantil), Identidade e

    Autonomia (Virtudes), Natureza e Sociedade, Artes Visuais, Musicalizao e

    Matemtica. Alm das atividades curriculares, a escola oferece atividades opcionais,

    pagas parte, como, Lego Educacional, Bal, Ingls, e Francs. No currculo do ensino

    fundamental as atividades so voltadas para Lngua Portuguesa, Matemtica, Geo-

    Histria, Cincias, Artes Visuais, Musicalizao, Educao Fsica, Lngua Estrangeira

    Moderna- Espanhol, a tica (Virtudes). As atividades opcionais so Bal, Ingls,

    Xadrez. (CIAENLACE, 2013).

    O plano pedaggico da escola parte da filosofia das Diretrizes Curriculares

    Nacionais e dos quatro pilares da Educao aprender a conhecer, aprender a fazer,

    aprender a conviver, tendo autores como Luigi Giussani, Piaget, Vygotsky, Wallon,

    Paulo Freire, entre outros, como importantes guias tericos para o plano pedaggico

    desta escola.Nossas observaes foram feitas nas aulas de musicalizao para alunos do 1

    ao 4 ano do Ensino Fundamental. O professor de musicalizao graduado pela

    Universidade Federal de So Joo del Rei , com habilitao em Canto Popular.

    3 Em conversa informal com a diretora da escola Elisabete Regina do Carmo Silva, foi esclarecida, quea companhia Educacional Enlace tem uma proposta inovadora, com aprendizagem voltada para oldico, respeitando o tempo que cada aluno leva para aprender um contedo.

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    3.3 - Perfil dos alunos observados

    Para realizao deste projeto, observamos nove crianas do Ensino Fundamental,

    crianas entre seis e dez anos de idade, sendo destes, trs do 1 ano, trs do 2 ano, dois

    do 3ano, um do 4 ano. Dentre as nove crianas observadas, duas tem o diagnstico de

    TDA-H e outras sete apresentam traos do TDAH. Ao falar sobre os alunos iremos usar

    as iniciais dos nomes para preservar a identidade dos mesmos.

    Destacaremos num primeiro momento as caractersticas relativas ao TDA-H de

    cada aluno observado nas aulas, inclusive nas aulas de musicalizao. Esta primeira

    observao foi mais geral, pois precisvamos saber um pouco mais sobre o perfil dos

    alunos observados;

    Aluno A

    O aluno se distrai com simples coisas, enquanto a professora explica a matria ela olha

    para os desenhos na parede, olha pela janela, fica folheando a apostila. sempre a

    ltima a terminar as tarefas, faz as avaliativas com acompanhamento da professora. Nas

    aulas de msica dedicado, quer participar de todas as atividades e se preocupa sempre

    em acertar.

    ---------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Aluno B (1ano)

    Apesar de se distrair com os objetos da mochila, extremamente inteligente, o aluno

    gosta de brincar sozinho e conversar com os objetos, mas, sempre que a professora

    pergunta alguma coisa ele o primeiro a responder. Nas aulas de msica se comporta da

    mesma maneira, sempre perguntando e tirando suas dvidas, participa das atividades,

    mas o professor chama muito sua ateno por causa da conversa com outros colegas.

    --------------------------------------------------------------------------------------------------------Aluno C (1ano)

    Nas aulas, conversa o tempo todo com as colegas, a professora chama sua ateno

    muitas vezes. O aluno no consegue ficar sentado por muito tempo, canta em voz alta

    atrapalhando os outros alunos e faz sua leitura sempre em voz alta. No apresenta

    maiores dificuldades nas matrias. Nas aulas de msica participa das atividades, mas

    assim como nas outras aulas, conversa muito com os colegas da classe. No apresenta

    dificuldade nos exerccios musicais.---------------------------------------------------------------------------------------------------------

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    Aluno D (2ano)

    O aluno bem ansioso inclusive para falar, conversa muito e gosta de fazer baguna.

    A professora chama ateno o tempo todo. Com toda essa agitao o aluno se perde na

    hora de fazer as atividades porque no presta ateno na explicao da professora. Na

    aula de msica a conversa paralela continua, mas o aluno participativo e sempre se sai

    bem nas atividades.

    ---------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Aluno E (2ano)

    uma criana agitada, conversa e discute bastante com os outros colegas e no aceita

    quando est errado. Quando a professora pergunta alguma coisa, responde outra coisa

    fora do assunto e se perde. Nas aulas de msica demonstra muita habilidade, mas se

    irrita sempre que erra algum exerccio. Nas atividades em grupo onde tem um vencedor

    ele briga quando perde.

    --------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Aluno F (2ano)

    O aluno conversa bastante com outros colegas inclusive na hora da explicao da

    matria, por isso se perde na hora de fazer a tarefa, o aluno agitado at para falar. Nas

    aulas de msica o aluno se comporta da mesma maneira, mas se diverte fazendo as

    atividades e participa de todas.

    ---------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Aluno G (3ano)

    dedicado e muito inteligente, sempre um dos primeiros a terminar as tarefas e

    acerta na maioria das vezes, mas conversa bastante e faz de tudo para chamar a ateno

    da turma, como, por exemplo, cantar no meio da aula atrapalhando os outros alunos.

    Nas aulas de msica o assistente do professor, atencioso e faz as atividades

    corretamente, o aluno no conversa tanto quanto na aula regular.---------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Aluno H (3ano)

    um aluno tranqilo, no conversa muito com os outros colegas, mas dispersa

    facilmente, por isso atrasa na hora de entregar as tarefas. Nas aulas de msica o aluno

    participativo e muito criativo, sempre sugere algo novo para atividade.

    ----------------------------------------------------------------------------------------------------------

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    Aluno I (4ano)

    O aluno tem dificuldade de aprendizagem, alm das questes de aprendizagem, esquece

    as coisas freqentemente. Costuma esquecer-se de levar o material para escola e num

    determinado dia voltou para casa e esqueceu os materiais na escola. O aluno precisa do

    acompanhamento direto da professora, pois demora mais para fazer as tarefas e

    assimilar as coisas. Os alunos tentam ajudar o tempo todo, mas muitas vezes isso

    atrapalha porque eles acabam falando as respostas impedindo-o de raciocinar. Quando a

    professora explica a matria, o aluno fica olhando para outros lados e qualquer barulho

    faz ele se distrair. No gosta de participar das aulas de msica, na maioria das vezes fica

    sentada no fundo da sala assistindo as aulas, o professor explicou que se no

    participasse das atividades ele teria que ficar na secretaria fazendo outra atividade.

    3.4 Apresentao e Anlise dos dados

    Ao longo do nosso trabalho ao tratar do TDAH, percebemos que a criana

    precisa de uma ateno especial, por parte dos pais e professores. As crianas precisam

    de estmulos para canalizar a ateno. Alguns aspectos musicais podem servir como

    auxlio neste processo.

    Nas atividades musicais onde as crianas ficam sentadas, principalmente nasatividades de apreciao, muitas delas no conseguem prestar ateno. Entre as crianas

    observadas, algumas permaneciam em silncio, mas, sem se dar conta do que estava se

    passando, e outras conversavam boa parte do tempo com os colegas de classe. J nas

    atividades rtmicas em roda, onde era preciso que cada aluno desenvolvesse o seu ritmo

    para seguir o fluxo da brincadeira, essas crianas ficavam concentradas, seja para no

    atrapalhar o prximo colega, ou para mostrar domnio do contedo. Da mesma forma,

    essa preocupao acontecia nas atividades com o uso da cano e dos movimentoscorporais. Conseqentemente, nas aulas de musicalizao, por ser uma aula com

    atividades ldicas, os alunos se mantm mais concentrados do que na aula regular, onde

    ficam boa parte do tempo assentados, fazendo alguma tarefa.

    Com relao ao mtodo Willems, nos trs aspectos no qual nos dedicamos a

    observar, foi possvel perceber nos alunos uma necessidade maior de focar sua ateno.

    No aspecto cano, desenvolvida alm da musicalidade, a sensibilidade afetiva

    atravs da melodia. Nas atividades com o uso da cano, observamos que os alunos,

    alm de se mostrarem mais expressivos, demonstravam maior concentrao.

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    No aspecto ritmo, so explorados os movimentos naturais do corpo, esses

    movimentos so provocados por reaes emotivas, e exige uma experincia viva e

    prtica. Neste aspecto pode ser trabalhado o tempo, compasso, diviso do tempo, alm

    de desenvolver a audio. Observamos que os alunos buscam focar sua ateno nas

    atividades relacionadas ao ritmo, principalmente nas atividades rtmicas feitas em

    conjunto. Quando foi trabalhado o pulso, eles conseguiam manter o mesmo pulso at o

    final das atividades, sem se dispersar.

    No aspecto movimento corporal, trabalhado a sensao de deslocamento do

    centro de gravidade, alm do sentimento de tempo que fisiolgico. O ato de andar,

    correr, saltitar, galopar, balancear so vivenciados no movimento corporal. Notamos

    que neste aspecto, as crianas liberam as energias acumuladas, por serem atividades

    estimulantes tendo em vista a faixa etria. Sendo assim, alm de liberar as energias elas

    conseguem permanecer atentas at o final das atividades. Apontamos aqui, um exemplo

    de atividade, para cada aspecto trabalhado nas aulas de musicalizao;

    Quadro 1- Exemplo de atividade

    Cano Ritmo Movimento

    Corporal

    Atividades O professor ensinaa canoBorboletinhaparaos alunos, estacano foitrabalhada cominstrumentos de

    percusso, cantandoa melodia com LaLa La e fazendo

    umacompanhamentoem ostinato.

    Nesta atividade, osalunos no sedispersaram,ficaram

    preocupados emacertar a letra efazer o ostinato.

    Em roda, cadaaluno improvisa umbatimento, nesta

    atividade foiexplorado aintensidade,andamento e

    durao.Os alunos

    conseguiram

    improvisar dentrodo pulso.

    Andar pela sala aosom de umamsica, no

    comando doprofessor, o alunocomea marchar,saltitar, balanar,

    correr.Nesta atividade, osalunos liberaram as

    energiasacumuladas, e nasprximas atividades

    ficaram maisconcentrados.

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    A seguir, o quadro 2 mostra detalhadamente ,por aluno, a resposta dos mesmos aos

    aspectos observados.

    Quadro 2- Reao dos alunos aos aspectos observados

    Aluno Cano Ritmo Movimento

    Corporal

    Aluno A (1ano) Canta todas ascanes ensinadas

    pelo professor,fazendo sempre a

    dinmica que elepede.

    Nas atividadesonde sotrabalhadasquestes rtmicas,

    procura sempreficar atento aoscolegas para noerrar

    Fica semprecontido ao fazer osmovimentos

    propostos dentro de

    sala.

    Aluno B (1ano) Gosta de cantar esugerir o que fazer

    para acrescentar namsica.

    sempre oprimeiro a criar umbatimento rtmico, esempre no tempo.

    O aluno explora osmovimentos docorpo, e o espao.

    Aluno C (1ano) O aluno afinado,

    gosta de msicasmais agitadas e comcoreografia.

    Faz os ritmos

    dentro da pulsao,tem costume de

    bater o pulso no p.

    Diverte-se ao fazer

    atividades demovimentocorporal.

    Aluno D (2ano) agitado at paracantar, mas mostramuito interesse emaprender novascanes, gosta demsicas comgestos.

    Nas atividadesrtmicas onde oaluno conseguecontrolar suaagitao, faz os

    batimentos rtmicosdentro do pulso.

    Gosta dosmovimentos maisrpidos, gasta suaenergia nestasatividades.

    Aluno E (2ano) O aluno afinado,faz as dinmicas e

    prefere as msicascom gestos. Brigacom os colegas queerram a letra e amelodia da msica.

    Nas atividadesrtmicas, eleimpressiona,mantendo controledo rtmico e do

    pulso.

    to agitado quetem dificuldade emseparar ummovimento rpidodo movimentolento, mas

    permanece focado.

    Aluno F (2ano) O aluno gosta decantar, afinado, Nas atividadesrtmicas, o aluno se Apesar de fazermovimentos

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    mas no gosta demsicas comgestos.

    mantmconcentrado e noconversa com osalunos.

    contidos, o alunono se dispersa nahora de fazer asatividades demovimento

    corporal.

    Aluno G (3ano) Gosta de cantar, afinado, cantadando sentido amsica, mantendosempre a dinmicasugerida pelo

    professor.

    O aluno temfacilidade rtmica,as atividadesrtmicas fazem comque ele se concentree no se disperseconversando comos colegas.

    O aluno inova nosmovimentoscorporais, muitoexpressivo e passaessa expressividadenos movimentos.

    Aluno H (3ano) O aluno canta comemoo, mas nogosta de canesque tenha gestos.

    Gosta de participardas atividades emgrupo. Sempreinova nos

    batimentos e sugerepara os colegastambm.

    Nas atividades demovimentocorporal, o aluno seconcentra e nogosta quando algumcolega ointerrompe.

    AlunoI (4ano) Canta quasefazendo mmica,no participa detodas as atividades.

    Gosta dasatividades em roda,e observaatentamente o queos colegas estofazendo.

    No gosta deatividades onde

    precisa elaborar efazer gestos.

    Desta forma, notamos que, quando os alunos esto em constante movimento , eles

    conseguem focar a ateno, principalmente nas atividades desenvolvidas em grupo e

    com msicas do gosto deles.

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    CONSIDERAES FINAIS

    Como vimos durante esta pesquisa, o processo de aprendizagem da criana com

    TDAH rduo e exige bastante esforo de entendimento por parte do educador.

    Percebemos que a maneira de fazer com que a criana consiga melhorar seu

    desempenho escolar, trabalhando com o ldico, onde elas no precisam

    necessariamente ficar passivas diante das atividades.

    A aula de musicalizao onde a criana consegue vivenciar o ldico, com

    atividades de explorao de sons e movimentos, alm das atividades que desenvolve a

    expresso corporal entre outras, fazendo com que a criana permanea concentrada.

    No encontramos pesquisas que relacionassem a educao musical com o

    TDAH, mas, durante este processo, percebemos que a musicoterapia tem sido usada

    para este fim, e que possvel desenvolver atividades dentro da educao musical que

    sirvam para canalizar a ateno dessas crianas, sobretudo, para direcionar o professor

    na hora de lidar com as mesmas.

    Notamos que o mtodo Willems, trata no s dos contedos musicais, mas

    tambm aborda as potencialidades fsicas e mentais, o que possibilitou que

    utilizssemos este mtodo para desenvolver atividades para as crianas com TDAH.

    Devido complexidade do tema abordado, o tempo disponvel para uma

    pesquisa que envolve tantos aspectos, foi insuficiente diante de uma contextualizao

    mais ampla. Acreditamos que, uma continuidade deste trabalho, seria uma forma de

    reflexo sobre o assunto, j que muitos ainda desconhecem o TDAH e suas causas.

    Na rea da Educao Musical, como foi dito, no foi encontrado nenhuma

    pesquisa que relacionasse o TDAH com a msica, acreditamos que qualquer avanodentro da educao musical relativo a este tema significativo, alm de proporcionar

    aos professores de musicalizao, um direcionamento para lidar com as crianas

    portadoras do TDAH.

    Salientamos que, foi possvel perceber as mudanas das crianas nos aspectos

    que nos propusemos observar; cano, ritmo, movimento corporal. Estes aspectos

    exigem que a criana use sua criatividade e que no fique parado num nico lugar.

    Este trabalho nos proporcionou maior compreenso sobre o TDAH, alm dadescoberta que, atividades musicais onde as crianas esto em constante movimento,

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    podem ser uma alternativa para crianas com TDA-H focarem mais a ateno nas

    atividades desenvolvidas na aula de msica.

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    ANEXO 1SNAP - IV

    1.No consegue prestar muita ateno a detalhes ou comete

    erros por descuido nos trabalhos da escola ou tarefas.

    2. Tem dificuldade de manter a ateno em tarefas ou atividades

    de lazer

    3.Parece no estar ouvindo quando se fala diretamente com ele

    4.No segue instrues at o fim e no termina deveres de

    escola, tarefas ou obrigaes.

    5.Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades

    6.Evita, no gosta ou se envolve contra a vontade em tarefas

    que exigem esforo mental prolongado.

    7.Perde coisas necessrias para atividades (p. ex: brinquedos,

    deveres da escola, lpis ou livros).

    8.Distrai-se com estmulos externos

    9. esquecido em atividades do dia-a-dia

    10.Mexe com as mos ou os ps ou se remexe na cadeira

    11.Sai do lugar na sala de aula ou em outras situaes em que

    se espera que fique sentado

    12.Corre de um lado para outro ou sobe demais nas coisas em

    situaes em que isto inapropriado

    13.Tem dificuldade em brincar ou envolver-se em atividades de

    lazer de forma calma

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    14.No pra ou freqentemente est a mil por hora.

    15.Fala em excesso.

    16.Responde as perguntas de forma precipitada antes delas

    terem sido terminadas

    17.Tem dificuldade de esperar sua vez

    18.Interrompe os outros ou se intromete (p.ex. mete-se nas

    conversas / jogos).

    Como avaliar:

    1)se existem pelo menos 6 itens marcados como BASTANTE ou DEMAIS de 1 a 9 =

    existem mais sintomas de desateno que o esperado numa criana ou adolescente.

    2)se existem pelo menos 6 itens marcados como BASTANTE ou DEMAIS de 10 a 18 =

    existem mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que o esperado numa criana ou

    adolescente.

    O questionrio SNAP-IV til para avaliar apenas o primeiro dos critrios (critrio A) para

    se fazer o diagnstico. Existem outros critrios que tambm so necessrios.

    IMPORTANTE: No se pode fazer o diagnstico de TDAH apenas com o critrio A!

    Veja abaixo os demais critrios.

    CRITRIO A:Sintomas (vistos acima)

    CRITRIO B:Alguns desses sintomas devem estar presentes antes dos 7 anos de idade.

    CRITRIO C:Existem problemas causados pelos sintomas acima em pelo menos 2

    contextos diferentes (por ex., na escola, no trabalho, na vida social e em casa).

    CRITRIO D:H problemas evidentes na vida escolar, social ou familiar por conta dos

    sintomas.

    CRITRIO E:Se existe um outro problema (tal como depresso, deficincia mental, psicose,

    etc.), os sintomas no podem ser atribudos exclusivamente a ele.Imagem retirada do site da Associao Brasileira do Dficit de AtenoABDA.

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  • 7/25/2019 CRIANAS PORTADORAS DO TRANSTORNO DO DFICIT DE ATENO E HIPERATIVIDADE-TDAH NAS AULAS DE MSICA

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