Cresce filantropia entre empresários hispânicos · Opinião Política Mundo Economia Cotidiano...

2
Opinião Política Mundo Economia Cotidiano Esporte Cultura F5 Tec Classificados Blogs ÚLTIMAS NOTÍCIAS Suárez se diz arrependido de mordida na Copa, mas rechaça racismo EN ES Navegue por editoria TEXTO ANTERIOR PRÓXIMO TEXTO Cresce filantropia entre empresários hispânicos Estabilidade política e econômica favoreceu doações Por PAUL SULLIVAN Alberto Beeck está tendo um ano sólido para qualquer empresário e filantropo. Em fevereiro, ele, que nasceu no Peru e fugiu para os EUA após o golpe militar de 1968 em seu país, e sua mulher, a cubana Olga Maria, deram à Universidade Georgetown US$ 10 milhões para abrir o Centro Beeck de Impacto e Inovação Social. Depois de passar anos no conselho de direção da Lumni, organização mexicana que distribui dotações educacionais a estudantes em cinco países em troca de uma parcela de seus ganhos futuros, Beeck hoje é presidente do conselho. Após três anos de trabalho, ele está prestes a ver os frutos de um investimento filantrópico bastante incomum: um programa de reality-show que irá ao ar durante 15 noites de domingo na Colômbia, focando pessoas desconhecidas que fazem o bem. "Nossa ideia é destacar o trabalho de empreendedores sociais." Para um filantropo latino-americano, o ano de Beeck vem sendo excepcional. Historicamente, os latino-americanos ricos têm pouco interesse na filantropia. De acordo com o índice World Giving (que classifica os países a partir das doações feitas por seus cidadãos à caridade), a Costa Rica é o país latino-americano mais generoso, sendo o 23° na lista de 2013. O Peru, o país de Beeck, é o 74° colocado, o México o 76° e a Argentina o 78°. O Brasil está na 90° posição, empatado com Iraque, Mali e Mauritânia. Mas essa situação está mudando pouco a pouco. Hoje a atitude já mudou para algo que pode ser visto como uma percepção esclarecida dos interesses próprios. "A grande motivação dos filantropos é criar uma sociedade civil forte em seus países", comentou Maria Elena Lagomasino, executiva-chefe e sócia gerente da WE Family Offices. Sua família fugiu de Cuba para os Estados Unidos. "Alguns desses países têm condições sociais realmente pavorosas. Não dá para deixar tudo nas mãos do governo ou das ONGs." Embora o índice de doações ainda seja baixo, segundo a maioria dos padrões, a tendência em direção ao que é conhecido como "filantropia de impacto", ou doações que promovam mudanças sociais específicas, coincide com uma tendência semelhante nos EUA, especialmente no mundo empreendedor. Tradicionalmente, os governos e a Igreja Católica eram vistos como os principais responsáveis por ajudar os pobres latino-americanos. "Se o setor privado tentasse assumir algo que o Estado visse como sendo sua seara, seria quase como se o setor privado estivesse tentando enfraquecer o governo", comentou Lagomasino. Diferentemente dos Estados Unidos, os países latino-americanos não oferecem incentivos fiscais à filantropia. O brasileiro Luis Stuhlberger, gerente de "hedge funds" (fundos de investimento de alto risco), filantropo e presidente do Instituto Crédit Suisse Hedging-Griffo, entidade filantrópica corporativa, diz que mesmo o pequeno incentivo fiscal às doações beneficentes que é oferecido pelo Brasil com frequência não é aproveitado pelas pessoas físicas, apesar de, nesse caso, o dinheiro ir parar com o governo, sob a forma de imposto. Já as corporações, segundo ele, fazem uso pleno do incentivo fiscal para pagar menos impostos e beneficiar sua reputação. Mas a hesitação está ligada principalmente a décadas de turbulência política, econômica e social. "Quando penso em minha geração, vejo uma bastante egoísta", disse Beeck, 58, cujo plano filantrópico nasceu em 2008, quando ele vendeu sua participação no grupo de mineração Hochschild Mining, que tem operações na América Latina e no Canadá. A relativa estabilidade do Peru ajudou a tornar possível a ideia do trabalho filantrópico. "Quando temos uma economia e um sistema político estáveis, é possível pensar em algo que não seja simplesmente proteger sua família, seus bens e suas necessidades", disse. "Isso se percebe no Peru, depois dos tempos difíceis que passamos, com golpes militares." Edição São Paulo Edição Nacional EXPERIMENTE A VERSÃO DIGITAL SÓ PARA ASSINANTES DA FOLHA Fac-símile da capa Poder Mundo Mercado Cotidiano Esporte Ilustrada Quadrinhos Corrida Ribeirão Editoriais Tendências/Debates Painel do Leitor Erramos Semana do leitor Tec The New York Times Equilíbrio Comida Turismo Folhinha Ilustríssima Especial Imóveis Carreiras e Empregos Veículos Guia da Folha sãopaulo Serafina Arquivo Folha Ombudsman CURSOS ON-LINE Inglês Alemão Aparecida 'Biografia' da imagem que perdeu a cabeça, ficou negra e conquistou o Brasil De: 29,90 Por: 19,90 PUBLICIDADE OK PUBLICIDADE PUBLICIDADE Compare preços: Fogão Encontre o perfeito para você, a partir de R$ 619,00 Notebook Assine 0800 703 3000SAC Bate-papo E-mail BOL Notícias Esporte Entretenimento Mulher Rádio TV UOL Shopping +SEÇÕES TERÇA-FEIRA, 14 DE OUTUBRO DE 2014 TAMANHO DA LETRA COMUNICAR ERROS IMPRIMIR LINK COMPARTILHAR LOGIN ASSINE A FOLHA ATENDIMENTO TERÇA-FEIRA, 14 DE OUTUBRO DE 2014 11H12 Site OK SÃO PAULO 26.1°C OUTRAS CIDADES http://www1.folha.uol.com.br/fsp/newyorktimes/190470-cresce-filantropia-entre-empresarios-hispanicos.shtml 1 de 2 14/10/14 11:14

Transcript of Cresce filantropia entre empresários hispânicos · Opinião Política Mundo Economia Cotidiano...

Page 1: Cresce filantropia entre empresários hispânicos · Opinião Política Mundo Economia Cotidiano Esporte Cultura F5 Tec Classificados Blogs Suárez se diz arrependido de mordida na

Opinião Política Mundo Economia Cotidiano Esporte Cultura F5 TecClassificados Blogs

ÚLTIMAS NOTÍCIAS Suárez se diz arrependido de mordida na Copa, mas rechaça racismo EN ES

Navegue por editoria

TEXTO ANTERIOR PRÓXIMO TEXTO

Cresce filantropia entre empresárioshispânicosEstabilidade política e econômica favoreceu doações

Por PAUL SULLIVAN

Alberto Beeck está tendo um ano sólido para qualquer empresário e filantropo. Emfevereiro, ele, que nasceu no Peru e fugiu para os EUA após o golpe militar de 1968 emseu país, e sua mulher, a cubana Olga Maria, deram à Universidade Georgetown US$10 milhões para abrir o Centro Beeck de Impacto e Inovação Social.

Depois de passar anos no conselho de direção da Lumni, organização mexicana quedistribui dotações educacionais a estudantes em cinco países em troca de uma parcelade seus ganhos futuros, Beeck hoje é presidente do conselho.

Após três anos de trabalho, ele está prestes a ver os frutos de um investimentofilantrópico bastante incomum: um programa de reality-show que irá ao ar durante 15noites de domingo na Colômbia, focando pessoas desconhecidas que fazem o bem."Nossa ideia é destacar o trabalho de empreendedores sociais."

Para um filantropo latino-americano, o ano de Beeck vem sendo excepcional.Historicamente, os latino-americanos ricos têm pouco interesse na filantropia.

De acordo com o índice World Giving (que classifica os países a partir das doaçõesfeitas por seus cidadãos à caridade), a Costa Rica é o país latino-americano maisgeneroso, sendo o 23° na lista de 2013. O Peru, o país de Beeck, é o 74° colocado, oMéxico o 76° e a Argentina o 78°. O Brasil está na 90° posição, empatado com Iraque,Mali e Mauritânia.

Mas essa situação está mudando pouco a pouco. Hoje a atitude já mudou para algo quepode ser visto como uma percepção esclarecida dos interesses próprios. "A grandemotivação dos filantropos é criar uma sociedade civil forte em seus países", comentouMaria Elena Lagomasino, executiva-chefe e sócia gerente da WE Family Offices. Suafamília fugiu de Cuba para os Estados Unidos. "Alguns desses países têm condiçõessociais realmente pavorosas. Não dá para deixar tudo nas mãos do governo ou dasONGs."

Embora o índice de doações ainda seja baixo, segundo a maioria dos padrões, atendência em direção ao que é conhecido como "filantropia de impacto", ou doaçõesque promovam mudanças sociais específicas, coincide com uma tendência semelhantenos EUA, especialmente no mundo empreendedor.

Tradicionalmente, os governos e a Igreja Católica eram vistos como os principaisresponsáveis por ajudar os pobres latino-americanos. "Se o setor privado tentasseassumir algo que o Estado visse como sendo sua seara, seria quase como se o setorprivado estivesse tentando enfraquecer o governo", comentou Lagomasino.

Diferentemente dos Estados Unidos, os países latino-americanos não oferecemincentivos fiscais à filantropia. O brasileiro Luis Stuhlberger, gerente de "hedge funds"(fundos de investimento de alto risco), filantropo e presidente do Instituto Crédit SuisseHedging-Griffo, entidade filantrópica corporativa, diz que mesmo o pequeno incentivofiscal às doações beneficentes que é oferecido pelo Brasil com frequência não éaproveitado pelas pessoas físicas, apesar de, nesse caso, o dinheiro ir parar com ogoverno, sob a forma de imposto. Já as corporações, segundo ele, fazem uso pleno doincentivo fiscal para pagar menos impostos e beneficiar sua reputação.

Mas a hesitação está ligada principalmente a décadas de turbulência política, econômicae social. "Quando penso em minha geração, vejo uma bastante egoísta", disse Beeck,58, cujo plano filantrópico nasceu em 2008, quando ele vendeu sua participação nogrupo de mineração Hochschild Mining, que tem operações na América Latina e noCanadá. A relativa estabilidade do Peru ajudou a tornar possível a ideia do trabalhofilantrópico. "Quando temos uma economia e um sistema político estáveis, é possívelpensar em algo que não seja simplesmente proteger sua família, seus bens e suasnecessidades", disse. "Isso se percebe no Peru, depois dos tempos difíceis quepassamos, com golpes militares."

Edição São Paulo Edição Nacional

EXPERIMENTE A VERSÃO DIGITALSÓ PARA ASSINANTES DA FOLHA

Fac-símile da capaPoderMundoMercadoCotidianoEsporteIlustradaQuadrinhos CorridaRibeirão

EditoriaisTendências/DebatesPainel do LeitorErramosSemana do leitor

TecThe New York TimesEquilíbrioComidaTurismoFolhinhaIlustríssimaEspecial

ImóveisCarreiras e EmpregosVeículos

Guia da FolhasãopauloSerafina

Arquivo Folha

Ombudsman

CURSOSON-LINE

Inglês

Alemão

Aparecida

'Biografia' daimagem queperdeu a cabeça,ficou negra econquistou oBrasilDe: 29,90Por: 19,90

PUBLICIDADE

OK

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Compare preços:

Fogão

Encontre o perfeito para você, a partirde R$ 619,00

Notebook

Assine 0800 703 3000SAC Bate-papo E-mail BOL Notícias Esporte Entretenimento Mulher Rádio TV UOL Shopping

+SEÇÕES

TERÇA-FEIRA, 14 DE OUTUBRO DE 2014

TAMANHO DA LETRA COMUNICAR ERROS IMPRIMIR LINK COMPARTILHAR

LOGIN

ASSINE A FOLHA

ATENDIMENTO

TERÇA-FEIRA, 14 DE OUTUBRO DE 2014 11H12 Site

OK

SÃO PAULO 26.1°COUTRAS CIDADES

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/newyorktimes/190470-cresce-filantropia-entre-empresarios-hispanicos.shtml

1 de 2 14/10/14 11:14

Page 2: Cresce filantropia entre empresários hispânicos · Opinião Política Mundo Economia Cotidiano Esporte Cultura F5 Tec Classificados Blogs Suárez se diz arrependido de mordida na

TEXTO ANTERIOR PRÓXIMO TEXTO

Angela Maria Tafur fundou a entidade Give to Colombia em 2004, depois de se mudarpara Miami com sua família devido a preocupações com a segurança. Seu pai tinha sidosenador na Colômbia, mas foi assassinado no início da década de 1990.

Uma das áreas de interesse de sua fundação é a educação de membros dos"desmobilizados" -jovens que deixaram a guerrilha- e sua reintegração na sociedade.Para ela, porém, a prioridade é mostrar aos indivíduos, às fundações familiares e àscorporações que sua organização é eficiente e presta contas de seus atos. "Nossa ação émuito bem-sucedida devido à nossa transparência, à prestação de contas que fazemos eao fato de monitorarmos estreitamente o uso dos recursos", disse. "Quando o modelo éa transparência, as pessoas confiam em você e confiam que você vai doar mais e mais acada vez."

Assine a FolhaAtend. ao Assinante

« OUTUBRO 2014 »

D S T Q Q S S

28 29 30 1 2 3 4

5 6 7 8 9 10 11

12 13 14 15 16 17 18

19 20 21 22 23 24 25

26 27 28 29 30 31 1

PESQUISAR

FOLHA DE S.PAULOSobre a FolhaExpedienteFale com a FolhaFolha en EspañolFolha in EnglishFolhaleaksFolha ÍntegraFolha TransparênciaFolha 10E-mail FolhaOmbudsmanAtendimento ao AssinanteClubeFolhaPubliFolhaBanco de DadosDatafolhaFolhapressTreinamentoTrabalhe na FolhaPublicidadeRegras de acesso ao sitePolítica de Privacidade

LoginAssine a FolhaFolha de hojeFolha Digital

POLÍTICAPoderEleições 2014Poder e PolíticaMensalãoTudo Sobre

MUNDOMundoBBC BrasilDeutsche WelleFinancial TimesLos HermanosRadio France InternationaleThe GuardianThe New York Times

ECONOMIAMercadoFolhainvestIndicadoresMPME

OPINIÃOEditoriaisBlogsColunistasEx-colunistasTendências/Debates

COTIDIANOCotidianoFolha VerãoEducaçãoEscolha a EscolaSimuladosRanking UniversitárioPelo BrasilRibeirão PretoRio de JaneiroRevista sãopaulosãopaulo hojeLoteriasAeroportosPraiasTrânsito

ESPORTEEsporteFolha na CopaPaulista 2014Calendário esportivoRio 2016Seleção brasileiraTênisTurfeVelocidade

CIÊNCIACiênciaAmbiente

SAÚDEEquilíbrio e Saúde

CULTURAIlustradaGrade de TVMelhor de sãopauloModaCartunsComidaBanco de receitasGuiaIlustríssimaSerafina

TECTecGamesSmartphonesTVsQuadrinhos

F5F5BichosCelebridadesColunistasEstranho!Eu AmoFactoides#foficesFotosHumanosNascimentosSaiu no NPTelevisãoVídeos

+SEÇÕESAcervo FolhaCalendário 2014Em Cima da HoraEmpreendedor SocialErramosEspeciaisFeeds da FolhaFolha appsFolhinhaFotografiaHoróscopoInfográficosTurismoMinha História

TV FOLHATV Folha

CLASSIFICADOSEmpregosImóveisNegócios e CarreirasVeículos

PAINEL DO LEITORPainel do LeitorA Cidade é SuaEnvie sua NotíciaSemana do LeitorAgenda Folha

ACESSE O APLICATIVO PARA TABLETS E SMARTPHONES

Copyright Folha de S.Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação,

eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress ([email protected]).

DODGE

Potência edesempenho. Isso éDodge!

Vale Suiço

O mais belo resortdas montanhas!Aproveite!

Citroën

Citroën C4 Loungecom Taxa Zero

Chevrolet

Cobalt completo,apenas R$ 40.790.

Hotel Fazenda Greto

Natal/Reveillon daAlegria em até 4x

Resort Bethaville

Viva em férias todosos dias

Netbooks

A partir de 12X R$63. Confira!

Câmera Digital

Sony a partir de 10XR$ 31,90.

Home Theater

A partir de R$ 169em até 12x

Gps

A partir de apenas R$169. Aproveite!

CMA Series 4

O melhor sistemapara investir naBolsa!

Trabalhe, estude, jogue, a partir deR$ 769,00

Celulares | Tênis | Mais...

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/newyorktimes/190470-cresce-filantropia-entre-empresarios-hispanicos.shtml

2 de 2 14/10/14 11:14