COVID-19€¦ · O FMI estima, para este ano, um abrandamento generalizado de 2- 4 pontos...
Transcript of COVID-19€¦ · O FMI estima, para este ano, um abrandamento generalizado de 2- 4 pontos...
COVID-19Visão setorial dos seus impactos
#westayconnectedmaio 2020
O nosso entendimento da situação
A COVID-19 é o principal desafio humanitário da atualidade: com mais de 3.6 milhões de casos por todo Mundo, e mais de 254 mil mortes oficiais reportadas, a epidemia está a causar um grave impacto económicoEm crises sanitárias anteriores (SRA em 2003, ou MERS em 2015), a atividade económica foi também afetada, mas a dimensão do impacto não é comparávelPor outro lado, não consideramos que esta crise tenha um alcance e impactos semelhantes aos da crise financeira de 2008, devido à sua natureza: em 2008, o impacto foi causado por um colapso do sistema financeiro e pela consequente falta de crédito à economia, o que fez reduzir a procuraPelo contrário, a atual crise constitui uma paragem temporária da oferta e da procura, devido à imposição de medidas sanitáriasAlguns indicadores sugerem que o impacto económico da atual epidemia será significativo e se prolongará no tempo, dependendo da magnitude de várias variáveis, das quais destacamos a duração do(s) período(s) de lockdown (que causam redução ou anulação do consumo, interrupção na cadeia de distribuição e redução da oferta de trabalho). O impacto prejudicial destes efeitos terá de ser compensado por medidas políticas nacionais e europeiasO FMI estima, para este ano, um abrandamento generalizado de 2-4 pontos percentuais no ritmo de crescimento anual, a nível mundial. A nível local, o FMI estima que a economia portuguesa poderá vir a contrair em 8%, em 2020A PwC estima que o impacto no PIB, em 2020, se situe entre -7.4% e -12.5%Estes impactos sentem-se de forma diferente em cada um dos setores de atividade em Portugal, pelas suas características intrinsecas. Neste contexto, a PwC tem acompanhado os impactos a nível setorial com o objetivo de perceber quais são as suas principais preocupações atuais e como vislumbram a situação futuraOs setores mais afetados estimam-se que sejam o alojamento e a restauração, entre -32% e -54% de impacto no VAB do setor em 2020
1
2
3
4
5Esta publicação trata-se de uma
primeira edição do estudo. Pretendemos desenvolver novas
edições, consoante forem divulgadas informações relevantes da economia
nacional
maio 2020
PwC
Os surtos com um perfil semelhante ao COVID-19 causaram perturbações económicas, mas a escala não é comparável ao atual surtoOverview de indicadores associados a surtos que surgiram num passado recente• Dos principais surtos epidémicos, o COVID-19
foi o que infetou um maior número de pessoas• O novo vírus associado à doença COVID-19
(SARS-CoV-2), apresenta uma ausência de imunidade comunitária, colocando em stress os serviços nacionais de saúde
• Com um período de incubação médio de 5 dias numa janela de 1 a 14 dias, o que diferencia esta patologia e respetiva disseminação é: – Existência prevalente de casos ligeiros ou
assintomáticos– Transmissão ocorre até dois dias antes da
presença de sintomatologia, apesar de mais prevalente no período sintomatológico
– O período de infeção perdura desde 7 a 12 dias, para casos moderados, a 14 dias para quadros clínicos severos
(1) Estimativa OMS a 3 de Março de 2020 (2) Considerando os números comunicados na Coreia, Itália e China; (3) Considerando a evolução do S&P500 entre o primeiro relatório da OMS (24 Março 2014) e o pico das infeções em África (15 Outubro2009); (4) Considerando a evolução do S&P500 desde o primeiro relatório da OMS (3 Janeiro 2014) até à primeira semana de abrandamento dos casos (19 maio 2014); (5) Considerando o impacto sobre o MSCI México desde o primeiro caso notificado no México (12 Março 2009) até ao pico da crise no México (meados Maio 2009); (6) Considerando a queda no índice MSCI China desde o primeiro caso comunicado na China (10 Fevereiro 2003) até ao último dia, foram comunicadas 100 novas infeções (17 Abril 2003); (7) Considerando o impacto no S&P500 desde o primeiro relatório da OMS (22 Janeiro 2020) até 23 de Março de 2020, quando se registou um mínimo do valor S&P 500, tendo vindo a recuperar nos últimos dias
3COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
Fonte: OMS, Worldometers, ECDC e análise PwC
33 577
40-60%
n.a.
2 494
30-35%
~30%
> 762 630 000
~0.02%
~20%
8 096
~10%
~80%
3 672 238
3-4%(1)
60-80%(2)
Ébola(1976)
MERS(2012)
N1H1(2009)
SARS(2002)
COVID-19(2020)
Taxa média de mortalidade
Número de casos
Percentagem de mortes entre pessoas com +65 anos
1% 15%
(4%) (9%)(27%)
Evolução dos principais índices bolsistas, nas geografias relevantes, entre o início e o auge da crise (redução da velocidade de crescimento das infeções)
S&P 500(7)MSCI China(6)MSCI México(5)
S&P 500(4)S&P 500(3)
(33%)(9%)(4%)
15%1%
9 28 214 29 215Número de países afetados
Até 7 de maio de 2020
maio 2020
PwC
A saída da presente crise será distinta da crise de 2008…
Crise de 2008 (“grande recessão”)Choque de procura estruturalColapso do sistema financeiro e transferência para a economia através de restrições ao crédito, causando uma crise de liquidez e um aumento do incumprimento
Condições económicas precendentes à crise
Crise COVID-19Travão temporal de procura e ofertaA imposição de medidas sanitárias de restrição da livre circulação de bens e pessoas provoca um encerramento parcial da produção, devido à menor disponibilidade dos fatores de produção e dos produtos intermédios, obrigando a uma diminuição da procura e a um desfasamento dos hábitos de consumo
Características e condições precedentes à crise em Portugal
4COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
Fonte: Pordata e análise PwC
• Elevado nível de alavancagem financeira privada• Acesso ao crédito “ilimitado”• Sobreavaliação dos ativos imobiliários• Baixa taxa de desemprego (~7.0%)
• Redução da alavancagem financeira privada, mas aumento da dívida pública• Acesso ao crédito mais “fluido”, mas com controlo de risco• Baixa inflação, mas elevada valorização dos ativos de rendimento fixo e
variável• Desemprego ligeiramente mais baixo, face a 2008 (~6.5%)
maio 2020
PwC
Crise financeira 2008-12
Crise financeira 2008-12
Crise financeira 2008-12
… pois partimos de pontos diferentes
Evolução da dívida privada e pública (% PIB)
5COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
29%
51%
106%
161%
07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18
68%
120%
142%
98%
07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18
65% 85%
102%87%
07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Fonte: FMI, Banco Mundial e análise PwC
Dívida privada (1)
Dívida pública (2)
Dívida privada (1)
Dívida pública (2)
Dívida privada (1)
Dívida pública (2)
(1) Crédito interno ao setor privado em % do PIB (2) Dívida bruta em % do PIB
China Zona Euro Portugal
maio 2020
PwC
08 09 10 11 12 13 14 15
A incerteza paira sobre a duração do impacto do COVID-19. A crise de 2008 durou anos, mas houve uma resposta tardia das autoridadesTaxa de crescimento do PIB nacional (%, trimestral)
6COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
Fonte: INE, Banco de Portugal e análise PwC
3 trimestres 9 trimestres
Crise de 2008 (“grande recessão”)• Crise financeira mundial, que exigiu um forte esforço para reanimar o fluxo de
crédito• Resposta lenta e tardia à crise por parte do governo e do BCE• Recuperação lenta, provocada pelo processo de ajustamento necessário para
corrigir os desequilíbrios estruturais da economia nacional
Crise COVID-19• Choque temporário da oferta e da procura resultante da imposição de medidas
sanitárias• Resposta imediata à crise por parte do Governo e do BCE• Recuperação provavelmente em U ou em L, assim que a actividade possa ser
normalizada
Surto da epidemia
Surto da epidemia
Surto da epidemia
A trajectória de crescimento é retomada, mas há uma perda permanente da produção
Súbita queda na procura, mas o crescimento recupera após conteção do surto. O crescimento anual poderia absorver totalmente o choque
O vírus causa danos estruturais à economia que afetam o lado da oferta (mercado de trabalho, etc.)
Cenários mais prováveis para
Portugal
maio 2020
PwC
1.1 (0.9) (0.2) 1.4 2.1 1.9
2.5 1.9 1.2
(7.5)
4.7
0.4
(4.1)(0.9)
0.8 1.8
2.0 3.5 2.6 2.2
(8.0)
5.0
(5.8)
3.6
(14) (12) (10)
(8) (6) (4) (2)
- 2 4 6
2002-11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Varia
ção
anua
l em
%
Zona Euro (FMI) Portugal (FMI) Portugal (Oxford Economics)
Perspectiva PwC• A PwC definiu cenários ilustrativos da COVID-19 (optimista e
pessimista) e chegou a uma variação potencial de -7.4% a -12.5%, para 2020. Esta simulação teve o objetivo de aferir de resultados das restrições à atividade económica, nomeadamente do período de confinamento (lockdown) que esteve em vigor e eventuais novos períodos, num cenário pessimista (associados a uma eventual segunda vaga do surto), assim como, da trajetória subsequente da economia, que dependerá do nível de restrições à atividade que se irão manter, após os períodos de lockdown, e os níveis de confiança dos consumidores
• Ambos os cenários pressupõem períodos variados e com níveis de intensidade distintos para os diferentes setores de atividade
• Acreditamos também que, dada a opção do governo em não seguir uma estratégia de tentar alcançar imunidade de grupo face ao vírus, apenas a chegada de uma vacina ou a descoberta de um tratamento eficaz, contribuirão para o regresso à normalidade
7COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
Fonte: FMI, Banco de Portugal, análise PwC
Para Portugal, o FMI estima que o PIB contraia 8%, em 2020, e a Oxford Economics, 5.8%. Nos cenários PwC, a economia contrai 7.4-12.5%Evolução histórica e previsões do PIB nacional (variação %)
Previsões FMI e Oxford Economics• Portugal apresenta-se mais positivo do que a Zona Euro desde 2016 até 2019• O efeito desta epidemia leva Portugal a uma queda de ~8% em 2020, superior à Zona Euro• É esperado uma recuperação de 5% em 2021, onde o BdP estima ainda uma crescimento
de ~3% para ambos os cenários• Alternativamente, a Oxford Economics projeta um impacto menor na economia
Portuguesa, com uma queda de 5.8% para 2020 e um crescimento de 3.6% para 2021
Previsão
Previsões PwC
(7.4%)
(12.5%)
maio 2020
PwC
(60)
(50)
(40)
(30)
(20)
(10)
-
abr-0
8ag
o-08
dez-
08ab
r-09
ago-
09de
z-09
abr-1
0ag
o-10
dez-
10ab
r-11
ago-
11de
z-11
abr-1
2ag
o-12
dez-
12ab
r-13
ago-
13de
z-13
abr-1
4ag
o-14
dez-
14ab
r-15
ago-
15de
z-15
abr-1
6ag
o-16
dez-
16ab
r-17
ago-
17de
z-17
abr-1
8ag
o-18
dez-
18ab
r-19
ago-
19de
z-19
abr-2
0
Portugal Área Euro
-
20
40
60
80
100
120
140
abr-0
8ag
o-08
dez-
08ab
r-09
ago-
09de
z-09
abr-1
0ag
o-10
dez-
10ab
r-11
ago-
11de
z-11
abr-1
2ag
o-12
dez-
12ab
r-13
ago-
13de
z-13
abr-1
4ag
o-14
dez-
14ab
r-15
ago-
15de
z-15
abr-1
6ag
o-16
dez-
16ab
r-17
ago-
17de
z-17
abr-1
8ag
o-18
dez-
18ab
r-19
ago-
19de
z-19
abr-2
0
Portugal Área Euro
abr-20
abr-19
8COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
Fonte: Eurostat, INE e análise PwC
Os indicadores de confiança de março e abril revelaram uma forte redução. Em abril estes indicadores sofreram um impacto superiorIndicador de clima económico (1) Indicador de confiança dos Consumidores (2)
• Na Zona Euro e em Portugal, os indicadores de confiança do consumidor e empresarial, apresentam tendências decrescentes nos últimos dois meses• De acordo com o INE, considerando valores efetivos mensais sem médias móveis, todos os indicadores de confiança (consumidores e empresas) apresentaram
diminuições muito significativas desde março, com maior expressão no mês de abril, o primeiro mês completo em confinamento(1) Valores efetivos, não ajustados de sazonalidade; a recolha de respostas do INE aos inquéritos entre 1 e 23 de abril de 2020, no caso das empresas (1) Valores ajustados de sazonalidade; a recolha de respostas do INE aos inquéritos entre 1 e 17 de março de 2020, no caso dos consumidores
abr-19
abr-20
maio 2020
PwC
(40)
(30)
(20)
(10)
-
10
20
30
40
Bens
de
cons
umo
Fabr
icaç
ão d
e au
tom
óvei
s
Out
ros
bens
de
equi
pam
ento
Bens
de
inve
stim
ento
Bens
inte
rméd
ios
Ret
alho
Gro
sso
Prom
oção
imob
iliária
;co
nstru
ção
de e
difíc
ios
Enge
nhar
ia c
ivil
Ativ
idad
es e
spec
ializ
adas
de
cons
truçã
o
Tran
spor
tes
e ar
maz
enag
em
Aloj
amen
to, r
esta
uraç
ão e
sim
ilare
s
Ativ
idad
es d
e in
form
ação
ede
com
unic
ação
Ativ
idad
es im
obiliá
rias
Ativ
idad
es d
e co
nsul
toria
cien
tífic
as, t
écni
cas
e…
Ativ
idad
es a
dmin
istra
tivas
edo
s se
rviç
os d
e ap
oio
Ativ
idad
es a
rtíst
icas
, de
espe
tácu
los,
des
porti
vas
e…
Out
ras
ativ
idad
es d
e se
rviç
os
abr-19 abr-20
Indústra transformadoras Comércio Construção Serviços
9COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
Fonte: Eurostat, INE e análise PwC
Por setor, estes níveis de confiança apresentam variações distintas para os próximos 3 meses, mas todos com variação negativa, face a 2019Variáveis que contribuem para os indicadores de confiança (abril 2019 vs abril 2020)
• O setor com maior queda nas variáveis apresentadas, que representam o sentimento dos setores para os próximos 3 meses, é o setor dos serviços
• Os setores com maior descida são o alojamento, restauração e similares, os transportes e armazenagem e as atividades administrativas e dos serviços de apoio. No entanto, eram também dos que partiam de níveis superiores
(1) Próximos 3 meses, valor efetivo, média móvel 3 meses; (2) Situação atual, valor efetivo, média móvel 3 meses; (3) Próximos 3 meses, valor corrigido de sazonalidade, média móvel 3 meses
Produção (1) Atividade (1) Carteira de ecomendas (2)
Procura (1)
maio 2020
PwC 10COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
Estamos a entrar na Fase 2 do surto, sendo fundamental garantir a segurança e saúde pública, mas também o funcionamento da economia
Fase 1: curto-prazo Fase 2: médio-prazo Fase 3*: longo-prazo
Possíveis fases da crise
Potenciais pontos críticos
Objetivos
Início do surto e contenção Regresso coordenado a um “novo normal”
Monitorização do “novo normal” com atenção a possíveis novas vagas do vírus
• Informação incompleta e em mudança constante
• Medidas gerais de segurança e saúde pública
• Sistema de saúde pública em estado de prevenção
• Diminuição do contágio
• Competência e capacidade de teste• Medidas especiais para segmentos da
população e setores de atividade• Recolha de dados para extrair
percepções práticas e concretizáveis
• Combate ao vírus com diferentes áreas de foco
• Vigilância constante perante mutações e desenvolvimentos desfavoráveis do vírus
• Proteção reforçada• Abertura coordenada e organizada da economia
Fonte: análise PwC
* Fase “Hotel California”: A verdade é que o futuro é desconhecido e incerto e é um processo de experimentação e erro. Toda a evidência ciéntifica, investigação médica e informações noticiosas aponta para o surgimento de uma vacina acessível a toda a comunidade a 12-18 meses de distância, o que indica um período prolongado até à saída completa desta crise e regresso à normalidade
maio 2020
PwC
Os impactos estimados refletem variações estimadas, por setor, no consumo final, na cadeia de abastecimento e no consumo induzido
• Pressupostos de variação do nível de atividade por setor: As restrições à atividade económica têm impactos diferentes em cada setor: alguns sofrem maiores perturbações (ex., turismo), outros são mais estáveis (ex., serviços públicos) e outros têm potenciais impactos positivos (p.e., cuidados de saúde). Neste contexto, a PwC agrega previsões e opinião de especialistas setoriais para definir pressupostos de evolução, setor a setor
• Cenários de evolução da economia: A PwC definiu 2 cenários (optimista e pessimista) potenciais de evolução do COVID-19, assentes em 3 incertezas chave (consultar página seguinte). Para além dos cenários macro, são também considerados ritmos diferentes de evolução e de magnitude de variação por setor
• Quantificação de impactos: Através do sistema de matrizes Input-Output (publicadas pelo INE), construímos um modelo de impactos a partir da variação procura final (familias, entidades públicas e investimento), que se reflete no nível de atividade de cada setor e da sua cadeia de abastecimento. Com recurso ao modelo de impacto desenvolvido pela PwC, é possível obter impactos no VAB e no Excedente Bruto de Exploração em 82 setores, a nível nacional
• Medidas do apoio do Estado: Consideramos que as medidas de apoio do Governo se reflectem na miminização de perdas de postos de trabalho, respetivas remunerações (embora reduzidas) e no encerramento de empresas. O impacto global da redução do consumo, vem assim corrigido por estas medidas
Overview da metodologia
11COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
Fonte: análise PwC
Marketing ver melhor imagem
maio 2020
PwC
A PwC definiu 2 cenários potenciais de evolução do COVID-19 assentes em 3 incertezas chave e estimou a respetiva evolução anual do PIB
Os dois cenários desenhados baseiam-se nas seguintes incertezas-chave:• Duração do lockdown: reflete a incerteza
relativa ao atual período de confinamento, bem como eventuais que possam ser considerados necessários e associados a uma segunda onda do surto
• Chegada da vacina aos mercados: consideramos que a data de chegada da vacina aos mercados condicionará o regresso à normalidade de atuação das populações, pelo que o período anterior será alvo de constrangimentos ao consumo
• Confiança dos consumidores: o consumidor poderá ou não manter níveis de confiança reduzidos face ao pré-crise, mesmo após a chegada da vacina, pois a economia poderá ainda demonstrar dificuldade em recuperar. Tal pode impactar o nível de consumo
OptimistaRetoma rápida à normalidade, permitindo uma recuperação da economia mais acelerada• Duração do lockdown: 2 meses para a
generalidade dos setores (3-4 meses para setores que mantêm restrições)
• Chegada da vacina aos mercados: Junho de 2021 com recuperação acelerada da economia
• Confiança dos consumidores: níveis de consumo equivalentes aos pré-crise após chegada da vacina
Cenários potenciais de evolução do COVID-19, com impacto no economia portuguesa
12COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
PessimistaPeríodo mais longo de restrições sanitárias e ao consumo e, consequente, recuperação mais lenta da economia• Duração do lockdown: 4 meses (5-6
meses para setores que mantêm restrições)
• Chegada da vacina aos mercados: Setembro de 2021
• Confiança dos consumidores: níveis de consumo inferiores ao pré-crise após chegada da vacina
Fonte: análise PwC
2019 T1
2019 T2
2019 T3
2019 T4
2020 T1
2020 T2
2020 T3
2020 T4
2021 T1
2021 T2
2021 T3
2021 T4
Optimista Pessimista Base
maio 2020
PwC
3% a 6% 2% a 3%
-1% a -1% -1% a -1%
-5% a -3% -6% a -3% -8% a -4% -8% a -4% -8% a -4% -8% a -4%
-10% a -5% -10% a -6% -10% a -6% -11% a -7% -13% a -8%
-15% a -8% -20% a -12% -21% a -12% -22% a -12%
-24% a -13% -24% a -13%
-32% a -18% -34% a -20% -35% a -22%
-52% a -32% -54% a -36%
Administração Pública e defesaSaúde e assistência social
Indústria química (exceto farmacêuticos)Indústria farmacêutica
EducaçãoAgricultura, silvicultura e pesca
Finanças e segurosServiços profissionais e técnicos
Outra indústria transformadoraInformação e telecomunicações
Indústria alimentar e das bebidasUtilities
Comércio a retalho e por grossoServiços administrativos e de apoio
Construção e atividades imobiliáriasIndústria extrativa
LogísticaIndústria petrolífera
Indústria têxtil, vestuário e calçadoIndústria metalúrgica e metalomecânica
Indústria automóvelComércio veículos automóveis e motociclos
TransportesLazer e artes
Restauração e similaresAlojamento
Optimista Pessimista
Recuperação da confiança dos clientes para viajar levará a uma retoma lenta do setorMedidas de segurança implementadas e risco inerente da deslocação a espaços fechadosNecessidade não prioritária dos consumidores e riscos de aglomeração de pessoasLimitações à capacidade dos transportes públicos e diminuição da necesidade e confiança de viajar Tendência global de queda no consumo, agravada pelo facto de ser um bem não prioritárioNão obstante o crescimento da digitalização do setor a diminuição das transações prejudica retoma gradualSetor condicionado pela economia global e pelas restrições de segurança laboralSetor condicionado pela economia global e, em particular, pelo setor automóvel que se encontra em quedaQueda das encomendas do retalho e retoma alinhada com recuperação económicaRecuperação do consumo em linha com a retoma da economia, turismo, transportes e aumento de viagensPerturbações na cadeia de abastecimento e no setor da construção indiciam uma retoma lenta do setorDiminuição da construção residencial e produtividade prejudicam, eventual, aumento do investimento públicoRetoma relacionada particularmente com turismo e, em geral, com a economiaMudança no perfil de consumo e queda de bebidas alcoólicas, retornará ao normal com retoma da economiaPenalizado com encerramento da economia, a reabertura faseada irá permitir a recuperação do setorAumento do tráfego das telecomunicações não sobrepõe queda na sua produção e receitas dos media Abertura da economia levará à retoma do nível de consumo das empresas para valores normaisReabertura da economia permitirá retoma dos serviços presenciais seguindo as normas de saúde O nível de atividade deverá recuperar consoante a velocidade da restante recuperação da economiaSetor dependente das medidas de apoio do governo, recuperação de carteiras de crédito e da economiaRecuperação apoiada em ajudas financeiras, acesso a mão-de-obra e mercados locaisReabertura de instituições de ensino faseada e implementação de escola à distância como alternativaCom reabertura da economia prevê-se um regresso à normalidade no setorRetoma da economia a nível nacional e global, ajudará recuperação do setorAumento da despesa de saúde por parte do Estado deverá acompanhar duração da pandemiaAumento da despesa deve manter-se durante a crise pandémica, dadas as medidas de apoio do Estado
As nossas estimativas mostram os maiores impactos nos setores de alojamento e restauração
13COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
Fonte: análise PwC | Notas: Tempo de recuperação: Na média nacional, abaixo da média e muito abaixo da médiaN
EGATIVO
LIGEIR
O
POSITIVO
MU
ITO
NEG
ATIVO
Setor Impacto no VAB 2020 (%) Escala de impacto Racional de recuperação Tempo de recuperaçãoIntervalos estimados, pela PwC, de impacto no VAB em 2020, por setor, e racional de recuperação
maio 2020
PwC 14COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
COVID-19: Como reemergir num contexto de crise pandémica
Fase 1: curto-prazo Fase 2: médio-prazo Fase 3: longo-prazo
Fases
Áreas deatuação
Necessidades das empresas
MobilizaçãoExecutar e planear em tempos difíceis
EstabilizaçãoPreparar o período pós-crise
Definição estratégicaVencer após a crise
6 áreas de resposta
• Segurança e saúde• Gestão de crise / continuidade do
negócio• Mobilidade de recursos humanos• Reporte financeiro / Divulgação
• Resolver preocupações imediatas: saúde dos trabalhadores, relações comerciais, abastecimento, etc.
• Cobrir necessidades de tesouraria de curto prazo
• Preparar para o melhor, mas planear o pior (stress scenario planning / business wargaming)
• Cadeia de valor• Resposta operacional• Gestão de liquidez• M&A
• Estratégia• M&A• Transformação operacional• Resolução de litígios / garantias e
indemnizações
• Planear a estratégia pós-crise para um cenário competitivo, que será sem dúvida diferente do atual
• Pensar "fora da caixa" para reinventar o negócio para o novo normal após a crise
• Detalhar um plano de ação escalável para uma saída lenta ou uma recuperação mais rápida
• Definir planos de micro contingência para reagir rapidamente a novos hábitos ou comportamentos de consumo
• Tirar partido de oportunidades de M&A que surgem devido à crise
Gestão de crise
Recursos humanos
Cadeia de valor e operações
Comercialização e tributação
Recursos financeiros e liquidez
Estratégia
Fonte: análise PwC
maio 2020
PwC
Ciente das diferenças de impacto setorial, a PwC procurou obter insights para cada um dos setores
Os insights setoriais foram recolhidos através de stakeholders do setor, ou de especialistas PwC, e centraram-se no entendimento da situação atual e das suas perspetivas de evolução futura
COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
Alojamento Comércio a retalho e por grosso
Restauração e similares Utilities
Lazer e artes Indústria alimentar e das bebi\das
Transportes Informação e telecomunicações
Comércio veículos automóveis/motociclos Outra indústria transformadora
Indústria automóvel Serviços profissionais e técnicos
Indústria metalúrgica e metalomecânica Finanças e seguros
Indústria têxtil, vestuário e calçado Agricultura, silvicultura e pesca
Indústria petrolífera Educação
Logística Indústria farmacêutica
Indústria extrativa Indústria química (exceto farmacêutica)
Construção e atividades imobiliárias Saúde e assistência social
Serviços administrativos e de apoio Administração Pública e defesa
maio 2020
PwC
Insights setoriais (1/12)
16COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
Fonte: Associações setoriais, imprensa nacional e análise PwC
Setor Fase 1 (curto-prazo) Incertezas nas Fases 2 e 3 (médio e longo prazo)Alojamento • Quase todos os players do setor suspenderam atividade
• A AHP(1) refere que cerca de: • 95% dos hotéis estão fechados• 90% dos hotéis pretendia aderir ao regime de lay-off simplificado e, de
facto, o alojamento era um dos setores que mais recorreu a este regime, de acordo com o Ministério do Trabalho
• O alojamento será um dos setores com maiores necessidades de ajustamento à sua atividade no período que se segue, por forma a dar garantias visíveis de segurança aos seus clientes
• O setor poderá beneficiar da menor gravidade do surto sentida em Portugal, face a outras geografias europeias
• De acordo com o setor, existe alguma procura externa• Na reabertura, o setor deverá contar com o mercado interno alargado
(Portugal e Espanha), mas tal não será suficiente• As ligações aéreas serão cruciais para garantir sustentabilidade do setor
Restauração • De acordo com um inquérito realizado pela AHRESP(2), cerca de 80% das empresas do setor da restauração em Portugal esperam não registar qualquer tipo de receitas, durante o mês de abril e no mês de maio
• A AHRESP(2) refere que a reabertura dos estabelecimentos esperada para 18 de maio, está dependente de novos apoios, bem como da definição de regras de saúde, higiene e segurança, como a medição de temperatura a clientes e colaboradores, sendo necessário reorganizar espaços e determinar uma capacidade máxima por estabelecimento
• O sucesso da reabertura estará condicionada pela confiança dos consumidores
• Estas restrições irão condicionar a rentabilidade das empresas por um período que se prevê bastante longo
(1) Associação de Hotelaria de Portugal; (2) Associação de Hotelaria Restauração e Similares de PortugalEscala de impacto: Positivo = mais produção/ crescimento | Neutro = redução não muito acentuada | Negativo = menos produção | (Muito) Negativo = (Muito) menos produção com COVID-19
MUITO NEGATIVO
MUITO NEGATIVO
maio 2020
PwC
Insights setoriais (2/12)
17COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
Fonte: Associações setoriais, imprensa nacional e análise PwC
Setor Fase 1 (curto-prazo) Incertezas nas Fases 2 e 3 (médio e longo prazo)Lazer e artes • Um levantamento realizado pela AFEPE(1) indica uma paralisação total do
setor, com quebras de faturação de 100%, em virtude dos mais de 7 500 espectáculos cancelados, 15 000 adiados e 1 500 suspensos
• Dada a incerteza da pandemia, a realização de outros espectáculos após maio não está confirmada, conduzindo a uma crise sem precedentes no mercado da cultura em Portugal, segundo a AFEPE(1)
• Possível recomeço, em junho, de eventos em salas com lotação restringida
Transportes • O tráfego nas autoestradas nacionais caiu nas últimas semanas de março, em média, 75%, havendo vias em que a queda atingiu os 80%
• Dados da Eurocontrol, a organização europeia para a segurança da navegação aérea, revelam que a queda do tráfego aéreo diário nos aeroportos portugueses atingiu os 92.1%, no dia 31 de março
• A AMT(2) pretende garantir a distância de segurança entre passageiros e motoristas e reforçar “a limpeza e a desinfeção de veículos, instalações e equipamentos utilizados pelos utilizadores, de acordo com as recomendações das autoridades de saúde”
• O Governo definiu a abertura dos transportes públicos para 4 de maio com uma capacidade limite de 2/3
• Para o transporte aéreo de passageiros, a retoma está envolta de incerteza
MUITO NEGATIVO
(1) Associação de Promotores e Espetáculos, Festivais e Eventos;(3) Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal; (2) Autoridade da Mobilidade e dos TransportesEscala de impacto: Positivo = mais produção/ crescimento | Neutro = redução não muito acentuada | Negativo = menos produção | (Muito) Negativo = (Muito) menos produção com COVID-19
MUITO NEGATIVO
maio 2020
PwC
Insights setoriais (3/12)
18COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
Fonte: Associações setoriais, imprensa nacional, Fitch Solutions e análise PwC
Setor Fase 1 (curto-prazo) Incertezas nas Fases 2 e 3 (médio e longo prazo)Comércio veículos automóveis e motociclos
• Com os concessionários encerrados desde que entrou em vigor o Estado de Emergência, as vendas de automóveis caíram a pique em março, com uma quebra homóloga de 56.6% (12 399 viaturas) – dados da ACAP(1)
• Os concessionários acumulam stocks dos buy backs de usados, consequência do abrandamento do rent-a-car no Turismo
• As perspetivas do setor nacional, para os meses de abril e maio, são bastante pessimistas, antecipando o início de uma eventual recuperação a partir de junho ou julho
• A nível global, prevê-se uma redução das vendas de 9.9%, em 2020. O segmento de automóveis de passageiros diminuirá 11%, à medida que a procura das famílias e das empresas contrair. O segmento de veículos comerciais diminuirá 7.6%, impactado pela redução/encerramento da atividade em setores-chave
• O setor está a adaptar-se, com algumas marcas a apostar no canal online e nas entregas ao domicílio
Indústria automóvel
• A AFIA(2) refere que 95% das fábricas nacionais de componentes teriam a sua atividade suspensa, em abril. Perspetivam ainda que, no início do mês de abril, a queda de encomendas chegaria a 90%
• Uma vez reiniciada a produção, a contracção das vendas levará a números de produção mais baixos. No melhor cenário, estimam que em 2020 venham a ter uma perda de faturação de ~€3 500 milhões, fruto de uma quebra de 30% na produção de veículos
• A recuperação só deverá acontecer em novembro
(1) Associação Comércio Automóvel de Portugal; (2) Associação de Fabricantes para a Indústria AutomóvelEscala de impacto: Positivo = mais produção/ crescimento | Neutro = redução não muito acentuada | Negativo = menos produção | (Muito) Negativo = (Muito) menos produção com COVID-19
MUITO NEGATIVO
NEGATIVO
maio 2020
PwC
Insights setoriais (4/12)
19COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
Fonte: Associações setoriais, imprensa nacional e análise PwC
Setor Fase 1 (curto-prazo) Incertezas nas Fases 2 e 3 (médio e longo prazo)Indústria metalúrgica e metalomecânica
• A AIMMAP(1) antecipa para a Indústria metalúrgica quebra de 50% nos negócios no segundo trimestre e que 40% das empresas possam entrar em lay-off simplificado
• Não obstante, na metalurgia, apenas 1% das empresas terão encerrado
• As condições de produção serão alvo de mudança, com vista à manutenção de condições de segurança e higiene dos trabalhadores, aumentando os custos e podendo condicionar a produtividade das operações
• O nível de atividade deverá recuperar consoante a velocidade da restante recuperação da economia
• A AIMMAP(1) refere que poderá ser importante reforçar a estrutura de capital das empresas
Indústria têxtil, vestuário e calçado
• De acordo com a ATP(2) as quebras de vendas podem chegar aos 70%, em abril, e 70% da indústria têxtil terá entrado em lay-off
• Com a propagação do vírus para a Europa, a cadeia de abastecimento do setor do calçado ficou fragilizada (Espanha e Itália são uns dos principais fornecedores de componentes para calçado). A meio de abril, 39% das empresas do setor teriam recorrido ao mecanismo de lay-off simplificado. Ao nível de encomendas em carteira verificou-se um corte significativo
• A ATP(2) prevê um mínimo de três meses de paragem e depois uma retoma muito lenta do setor, estando ainda Portugal muito dependente dos países destino de exportações como o Europeu e o Americano
• Especificamente no setor do calçado, interrupções ao nível de fornecedores de componentes e quebras nas encomendas, perspectiva-se uma quebra de consumo anual de 27%, a nível Europeu
• As futuras medidas de segurança, saúde e higiene no trabalho deverão reduzir a produtividade do setor
(1) Associação dos Industriais Metalúrgicos Metalomecânicos e Afins de Portugal; (2) Associação Têxtil e Vestuário de PortugalEscala de impacto: Positivo = mais produção/ crescimento | Neutro = redução não muito acentuada | Negativo = menos produção | (Muito) Negativo = (Muito) menos produção com COVID-19
NEGATIVO
NEGATIVO
maio 2020
PwC
Insights setoriais (5/12)
20COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
Fonte: Associações setoriais, imprensa nacional e análise PwC
Setor Fase 1 (curto-prazo) Incertezas nas Fases 2 e 3 (médio e longo prazo)Indústria petrolífera
• Dificuldades imediatas ao nível da procura, risco de necessidade de liquidez financeira e volatilidade dos preços levaram a reduções do investimento. Existe ainda um comprometimento das cadeias de abastecimento
• A Repsol, a Prio e a Galp falam em “reduções significativas” e “sem precedentes” e a BP aponta mesmo para uma quebra nas vendas de pelo menos 50%, na sequência do Estado de Emergência
• Setor resiliente em tempos de crise dada a visibilidade dos fluxos de caixa gerados
• Ao nível do consumo, reabertura da economia induzirá um aumento da circulação de pessoas e inerente utilização de veículos movidos a combustível fóssil, embora o nível de procura deva reduzir face ao pré-COVID-19
Logística • Segundo a ANTRAM(1), o impacto da COVID-19 “está a ser brutal”, uma vez que as empresas estão a registar “quebras acima dos 60% na atividade” e estão a aderir ao lay-off
• Especificamente, “no transporte de matérias perigosas a quebra é de pelo menos 65%” e a ANTP(2) refere que 70% das associadas têm a frota parada
• A nível internacional sentem-se fortes barreiras na circulação
• A crise da COVID-19 deverá fomentar o nível de digitalização do setor, sendo já um setor onde a automação está enraizada
• No entanto, enfrentará um futuro onde o nível de transações se espera inferior, graças à contração económica global
(1) Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias; (2) Associação Nacional das Transportadoras PortuguesasEscala de impacto: Positivo = mais produção/ crescimento | Neutro = redução não muito acentuada | Negativo = menos produção | (Muito) Negativo = (Muito) menos produção com COVID-19
NEGATIVO
NEGATIVO
maio 2020
PwC
Insights setoriais (6/12)
21COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
Fonte: Associações setoriais, imprensa nacional e análise PwC
Setor Fase 1 (curto-prazo) Incertezas nas Fases 2 e 3 (médio e longo prazo)Indústria extrativa • A redução da atividade industrial global conduziu a uma queda nos preços
das matérias-primas industriais• As perturbações da cadeia de abastecimento, associadas aos esforços de
quarentena, afetam a indústria transformadora em todo o mundo
• Prevê-se que um abrandamento da actividade interna de construção, em especial no sector residencial, tenha impacto na procura de alguns operadores
• As condições de produção serão alvo de mudança, com vista à manutenção de condições de segurança e higiene dos trabalhadores, aumentando os custos e podendo condicionar a produtividade das operações
• O nível de atividade deverá recuperar consoante a velocidade da restante recuperação da economia
Construção e atividades imobiliárias
• No contrução, a maioria (89%) das empresas continua a operar, todavia 21% apresentam quedas no volume de negócios superiores a 50%
• Existem ainda limitações ao nível da cadeia de abastecimento e quebras de produtividade nas obras
• No setor imobiliário, um inquérito da APEMIP(1) refere que 80% das empresas tiveram clientes a desistir do negócio numa fase avançada
• Pouca utilização de mecanismos do Estado de acesso a crédito e moratória para ultrapassar dificuldades de liquidez, devido ao risco de fragilizar a situação financeira das próprias empresas de construção civil
• Possível acréscimo de atividade em virtude de investimento público que deverá avançar
• Poderão ser necessários ajustamentos de preços nos contratos originados pelos constrangimentos sentidos atualmente no setor
;(1) Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de PortugalEscala de impacto: Positivo = mais produção/ crescimento | Neutro = redução não muito acentuada | Negativo = menos produção | (Muito) Negativo = (Muito) menos produção com COVID-19
LIGEIRO
LIGEIRO
maio 2020
PwC
Insights setoriais (7/12)
22COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
Fonte: Associações setoriais, imprensa nacional e análise PwC
Setor Fase 1 (curto-prazo) Incertezas nas Fases 2 e 3 (médio e longo prazo)Serviços administrativos e de apoio (1)
• Este setor agregado incluí as atividade como aluguer de automóveis e as atividades de agências de viagem, operadores turísticos; entre outros diretamente relacionados com atividades de turismo
• O setor inclui ainda outras actividades de cariz mais administrativo que mantêm as suas actividades em virtude do teletrabalho e que não são tão impactadas com as relacionadas com o turismo, pois são serviços necessários ao funcionamento das empresas
• A recuperação será também lenta, apoiada na retoma do turismo e da restante economia
Comércio a retalho e por grosso
• Ao nível do comércio a retalho, existiram fortes restrições à atividade, dada a obrigatoriedade de encerramento na maior parte das lojas. Exceção para o retalho alimentar, que continuou a operar durante o período de confinamento e, no seu início, viu até a sua atividade aumentar significativamente, tendo vindo a normalizar gradualmente
• O comércio por grosso abrange várias atividades. Genericamente, sofreu negativamente os constrangimentos da paralização da economia
• O comércio irá reabrir faseadamente, a partir de maio, com regras de higienização específicas. Estas condições de operação irão condicionar a rentabilidade do comércio a retalho, pela eventual procura inferior e com custos acrescidos de operação
(1) Inclui os CAEs 77 a 82, que correspondem à secção N - Actividades administrativas e dos serviços de apoioEscala de impacto: Positivo = mais produção/ crescimento | Neutro = redução não muito acentuada | Negativo = menos produção | (Muito) Negativo = (Muito) menos produção com COVID-19
NEGATIVOLIGEIRO
LIGEIRO
maio 2020
PwC
Insights setoriais (8/12)
23COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
Fonte: Associações setoriais, imprensa nacional e análise PwC
Setor Fase 1 (curto-prazo) Incertezas nas Fases 2 e 3 (médio e longo prazo)Utilities • De acordo com dados diários da REN, o consumo de eletricidade em
Portugal no final de março caiu 6%. Esta tendência revela que o eventual aumento de consumo por parte das famílias portuguesas (confinadas em casa) não compensou a diminuição do segmento empresarial que conta com o encerramento temporário de muitas unidades fabris
• Com o término do estado de emergência, e com a retoma da economia, é espectável que o consumo de energia volte aos níveis habituais, inclusivamente, em Abril, já foram registadas melhorias no consumo
• Sendo setores de capital intensivo e em "investimento constante", o acesso a financiamento e a volatilidade do mercado de capitais são fatores críticos
Indústria alimentar e de bebidas
• Apesar da descida no consumo de bebidas alcoólicas, verifica-se um impacto reduzido em virtude de pandemia, embora com perfil de consumo distinto, já que os cidadãos mudaram os seus hábitos de consumo e de compra (aumento de procura por bens não perecíveis)
• No entanto, a redução da atividade do canal HORECA, provoca uma contração do setor
• A recuperação será apoiada na retoma da restante economia
Escala de impacto: Positivo = mais produção/ crescimento | Neutro = redução não muito acentuada | Negativo = menos produção | (Muito) Negativo = (Muito) menos produção com COVID-19
LIGEIRO
LIGEIRO
maio 2020
PwC
Insights setoriais (9/12)
24COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
Fonte: Associações setoriais, imprensa nacional e análise PwC
Setor Fase 1 (curto-prazo) Incertezas nas Fases 2 e 3 (médio e longo prazo)Informação e telecomunicações
• A Plataforma de Media Privados (PMP), que tem como associados os grupos Global Media, Cofina, Impresa, Media Capital, Público e Renascença, reportou quebras superiores a 50% da receita, com muito reduzido impacto na estrutura de custos
• Os níveis de tráfego mantêm-se acima dos anteriores à crise de saúde pública. Na comparação com esse período, a Anacom(1) estima que o tráfego de voz foi 34% superior e o tráfego de dados ficou 35% acima
• Ao nível dos Media, a produção de novos conteúdos e a transmissão de eventos ao vivo ficará ainda condicionada, no período após o lockdown, dadas as condições de saúde e segurança
• A crise económica deverá também comportar menores receitas de publicidade
• Ao nível das telecomunicações, deverá continuar a existir um aumento da procura, graças ao aumento da digitalização que se tem vindo a existir nos diversos setores
Outra indústria transformadora
• O Instituto Nacional de Estatística afirma que, nas indústrias transformadoras, a diminuição de atividade chegou aos 10.5% no mês de Março relativamente ao período homólogo, em virtude da quebra na procura interna e externa
• As condições de produção serão alvo de mudança, com vista à manutenção de condições de segurança e higiene dos trabalhadores, aumentando os custos e podendo condicionar a produtividade das operações
• O nível de atividade deverá recuperar consoante a velocidade da restante recuperação da economia
Serviços prof. e técnicos
• Quebra significativa, em virtude do Estado de Emergência declarado, que impossibilita a maioria da prestação de serviços presenciais
• No caso das atividades que não exigem serviço presencial, foi utilizado o recurso ao teletrabalho, sentindo-se quebras de produtivade, dependendo das condições familiares
• Recomeço faseado a partir de maio, com regras de higienização específicas, mantendo a prioridade no teletrabalho se possível
• O nível de atividade deverá recuperar consoante a velocidade da restante recuperação da economia
Escala de impacto: Positivo = mais produção/ crescimento | Neutro = redução não muito acentuada | Negativo = menos produção | (Muito) Negativo = (Muito) menos produção com COVID-19
LIGEIRO
LIGEIRO
LIGEIRO
maio 2020
PwC
Insights setoriais (10/12)
25COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
Fonte: Associações setoriais, imprensa nacional e análise PwC
Setor Fase 1 (curto-prazo) Incertezas nas Fases 2 e 3 (médio e longo prazo)Finanças e seguros
• As medidas de confinamento limitaram a afluência às agências. Não obstante, o alto nível de digitalização do setor, limitou o impacto
• As instituições financeiras são alvo de medidas de flexibilização de requisitos regulatórios e de supervisão para alívio da situação de contingência decorrente do surto COVID-19
• No setor bancário, assiste-se a uma redução de receitas. No setor segurador assiste-se a uma redução significativa de novos seguros e muitas solicitações de revisão das condições dos seguros em vigor, mas menor sinistralidade
• Ao nível do setor bancário, a concessão de crédito e os NPL deverão ser afetados, com impacto negativo ao nível dos resultados. A análise de concessão de crédito será alvo de análise mais profunda, a exposição a determinado setor pode ser limitada e podem ser solicitadas garantias adicionais
• As seguradoras terão de ajustar rácios operacionais de acordo com o novo nível de risco inerente à incerteza da pandemia
• O setor irá ainda apostar na digitalização e na oferta diversificada de produtos
Agricultura, silvicultura e pesca
• O setor tem sido penalizado pelo aumento dos custos de transporte, não apenas em território nacional como também para a mercadoria exportada. O aumento destes custos chega aos 30%
• Os hábitos de consumo dos Portugueses também se alteraram, com uma menor compra de produtos perecíveis em virtude de um menor número de idas aos supermercados
• O setor deverá beneficiar da abertura do acesso aos mercados locais, da criação de plataformas de acesso a trabalhadores e mecanismos para utilização de trabalhadores em lay-off de outros setores, para suprir falta de mão-de-obra
• Serão libertados fundos ao abrigo dos instrumentos da Política Agrícola Comum
Escala de impacto: Positivo = mais produção/ crescimento | Neutro = redução não muito acentuada | Negativo = menos produção | (Muito) Negativo = (Muito) menos produção com COVID-19
LIGEIRO
LIGEIRO
maio 2020
PwC
Insights setoriais (11/12)
26COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
Fonte: Associações setoriais, imprensa nacional e análise PwC
Setor Fase 1 (curto-prazo) Incertezas nas Fases 2 e 3 (médio e longo prazo)Educação • Por se tratar de uma negociação caso a caso, como explicou ainda a
Confap, há colégios que estão a aplicar um corte de 35 a 40% na mensalidade e outros (a grande maioria), não vão além de uma redução na ordem dos 10 a 15% na mensalidade
• Nos níveis de escolaridade em que tal é possível, as aulas passaram a ser lecionadas no formato online
• Abertura de creches e das escolas para os alunos do 11º e 12º a partir de 18 de Maio e de creches, pré-escolas e ATL a partir de 1 de Junho
Indústria farmacêutica
• A curto prazo, a Indústria Farmacêutica assistiu a um aumento de atividade associado à necessidade do aumento de produtos relacionados com o diagnóstico e o tratamento do COVID-19 nos hospitais
• Por outro lado, o abrandamento da ativade médica noutras especialidades, apresentou o efeito contrário, tendo paralisado esses segmentos da indústria, durante o lockdown
• Apesar do ligeiro aumento no consumo de produtos farmacéuticos em primeira instância, já se nota um abrandamento de atividade no setor de volta a valores históricos
Indústria química (excepto farmacéuticos)
• As empresas alertam para a queda de cadeias de valor, gerando problemas de caixa e perdas financeiras. Está em causa a capacidade e até a continuidade da produção de alguns produtos
• Existem problemas na cadeia logística de abastecimento, falta de pessoal em funções chave e dificuldades em cumprir obrigações legais, nomeadamente a nível de reporte ambiental
• É um setor muito internacionalizado e como há mercados de exportação fechados, verificam-se quebras nas vendas
• Com abrandamento da epidemia, as empresas que tiveram pico de procura irão estabilizar e as cadeias de abastecimento serão repostas, todavia será um processo lento
• Espera-se um abrandamento da procura de produtos resultantes de algumas indústrias afetadas, incluindo a indústria automóvel e produtos industriais. No entanto, podemos ver simultaneamente uma procura contínua por parte de outros utilizadores finais, como os produtores de produtos de saúde pessoal e domésticos
Escala de impacto: Positivo = mais produção/ crescimento | Neutro = redução não muito acentuada | Negativo = menos produção | (Muito) Negativo = (Muito) menos produção com COVID-19
LIGEIRO
LIGEIRO
LIGEIRO
maio 2020
PwC
Insights setoriais (12/12)
27COVID-19 - Visão setorial dos seus impactos
Fonte: Associações setoriais, imprensa nacional e análise PwC
Setor Fase 1 (curto-prazo) Incertezas nas Fases 2 e 3 (médio e longo prazo)Saúde e assistência social
• Aumento da despesa pública relativamente ao aumento de trabalho e sobrecarga do Sistema Nacional de Saúde em 13%
• Do lado das entidades privadas, verificou-se uma redução de receita, associada à menor procura, seja porque há menos pessoas a recorrer a estes serviços durante o lockdown, seja pelo adiamento de consultas e cirurgias não urgentes. Segundo a associação do setor, a redução da atividade foi superior a 50%
• Até se verificar uma estabilização da pandemia completa, é expectavel a manutenção de níveis de despesa pública superiores
• Do lado privado, a procura deverá regularizar-se gradualmente
Administração pública e defesa
• No primeiro trimestre de 2020, a Despesa do Estado aumentou em virtude do aumento de despesa na Segurança Social
• No seguimento das medidas implementas pelo Estado é expectável que este aumento de despesa se reflicta durante a duração da pandemia
Escala de impacto: Positivo = mais produção/ crescimento | Neutro = redução não muito acentuada | Negativo = menos produção | (Muito) Negativo = (Muito) menos produção com COVID-19
POSITIVO
POSITIVO
Marta Alves CarvalhoStrategy Advisory Senior Manager [email protected]
Cláudia RochaStrategy Advisory [email protected]
© 2020 PwC. Todos os direitos reservados. PwC refere-se à PwC Portugal, constituída por várias entidades legais, ou à rede PwC. Cada firma membro é uma entidade legal autónoma e independente. Para mais informações consulte www.pwc.com/structure.
Contactos
www.pwc.pt/strategy