Correção ficha 3

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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS IBN MUCANA História da Cultura e das Artes – 10ºF – 2011/2012 Ficha formativa 3 ________________________________________________________________________________ _________ Módulo 2 – A Cultura do Senado 1. Diz em que consiste o “século de Augusto” (séc. I a.c. – I d.c.). Fruto de uma longa evolução, a civilização romana atingiu o seu auge entre meados do séc. I a.C. e meados do séc. I d.C., a época de ouro da Civilização Romana. Esse período coincide em grande parte com o governo de Octávio César Augusto. 2. Sintetiza as características políticas, sociais e culturais do Império Romano. - políticas: a vastidão do seu Império; o poder autocrático, centralizado e divino dos seus imperadores; a modernização do seu sistema jurídico; a meticulosa e disciplinada organização das suas legiões que conquistaram o mundo; - culturais: o ecletismo da sua cultura, da matriz helenística, associada a uma síntese original de influências múltiplas; a superioridade da sua civilização material (estradas,cidades, pontes e aquedutos); e a romanização (ato de aculturação exercido por Roma sobre os diferentes povos do seu império). - sociais: o mundanismo das suas elites sociais, em contraste com a plebe (estrato social da Antiga Roma a que pertenciam os homens livres, não-nobres e com menores posses económicas) e as duras condições de vida dos escravos (estrato social mais pobre, os escravos); 3. Destaca a importância da cidade de Roma. Capital de tão vasto império, a Urbe ou cidade (de Roma), cresceu de uma forma cosmopolita, sendo um exemplo para inúmeras cidades do império, em todas as regiões ou provincias, a nível administrativo e civilizacional, pois os romanos fizeram das cidades as sedes do seu governo em todas as províncias do império e da vida urbana o mais rápido processo de aculturação das populações; também a nível urbanístico pois o modelo urbano romano foi também adoptado nas

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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS IBN MUCANAHistória da Cultura e das Artes – 10ºF – 2011/2012

Ficha formativa 3_________________________________________________________________________________________

Módulo 2 – A Cultura do Senado

1. Diz em que consiste o “século de Augusto” (séc. I a.c. – I d.c.).

Fruto de uma longa evolução, a civilização romana atingiu o seu auge entre meados do séc. I a.C. e

meados do séc. I d.C., a época de ouro da Civilização Romana. Esse período coincide em grande parte

com o governo de Octávio César Augusto.

2. Sintetiza as características políticas, sociais e culturais do Império Romano.

- políticas: a vastidão do seu Império; o poder autocrático, centralizado e divino dos seus imperadores; a

modernização do seu sistema jurídico; a meticulosa e disciplinada organização das suas legiões que

conquistaram o mundo;

- culturais: o ecletismo da sua cultura, da matriz helenística, associada a uma síntese original de

influências múltiplas; a superioridade da sua civilização material (estradas,cidades, pontes e aquedutos);

e a romanização (ato de aculturação exercido por Roma sobre os diferentes povos do seu império).

- sociais: o mundanismo das suas elites sociais, em contraste com a plebe (estrato social da Antiga

Roma a que pertenciam os homens livres, não-nobres e com menores posses económicas) e as duras

condições de vida dos escravos (estrato social mais pobre, os escravos);

3. Destaca a importância da cidade de Roma.

Capital de tão vasto império, a Urbe ou cidade (de Roma), cresceu de uma forma cosmopolita, sendo um

exemplo para inúmeras cidades do império, em todas as regiões ou provincias, a nível administrativo e

civilizacional, pois os romanos fizeram das cidades as sedes do seu governo em todas as províncias do

império e da vida urbana o mais rápido processo de aculturação das populações; também a nível

urbanístico pois o modelo urbano romano foi também adoptado nas cidades novas, em toda a parte do

império e inspirou as reformas e melhoramentos urbanos feitos em muitas outras.

4. Explica a ação desenvolvida por Augusto, nos campos económico, social, político, militar,

cultural e religios.

- no plano militar – estabeleceu a Pax Romana

- no plano político - reformou o aparelho administrativo central e provincial, reforçando os poderes

do imperador ao criar novos órgãos de apoio (Conselho Imperial, Guarda Pretoriana e novo corpo de

funcionários dele dependente) e reduzindo os poderes do Senado, das magistraturas e dos comícios;

- no plano social – Apaziguou as lutas sociais (igualdade de todos os cidadãos perante a lei; eleição

para cargos políticos passa a depender do censo pago)

- no plano cultural - Protegeu as letras e as artes, atraíndo escritores e artistas à sua corte,

subsidiando as suas obras (mecenato) e realizando inúmeras obras públicas

- no plano religioso - restabeleceu a religião tradicional, tornando-se Augusto e pontifex maximus.

5. Demonstra o papel desempenhado pelo Senado na vida de Roma.

Como assembleia política, o Senado foi a mais velha instituição do Estado Romano, tendo existido

desde a monarquia até finais do Império.

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Durante a República (510-27 a.C.), foi o órgão principal da vida política romana. Inicialmente possuía

funções meramente consultivas, mas com o passar do tempo começou a dominar todos os assuntos

da vida pública com carácter deliberativo e normativo. Tal amplitude de funções, em conjunto com o

prestígio dos senadores fez das reuniões do Senado, na Cúria, o palco quotidiano da vida política do

império durante a República, onde a arma principal de convencimento era a palavra, a Retórica, ou arte

de bem-falar, importante factor no sucesso dos oradores e na condução das discussões e votações.

Com o Império, o Senado entrou em decadência. Augusto reduziu o número de membros e retirou-lhe

grande parte dos seus poderes: deixou de comandar o exército e de intervir na política externa.

6. Descreve o incêndio de Roma ocorrido em 64.

Ocorreu no tempo do imperador Nero, no mês de Julho do ano de 64, cuja violência e grandeza, acabou

por devastar parte de Roma durante sete dias. Desapareceram cerca de dez dos catorze bairros e as

perdas humanas foram também numerosas, particularmente nos bairros mais pobres, onde as casas de

madeira se amontoavam ao longo de ruas estreitas e tortuosas nas quais era difícil organizar o combate

às chamas. Nero, que se encontrava a cerca de 50 Km de Roma numa estância de Verão, regressou e

mostrou-se solícito a ajudar o povo romano, mandando abrir os seus jardins para acomodar as famílias

sem abrigo que deviam ser alimentadas e abrigadas em barracões. Contudo, algumas testemunhas

mencionaram que, na confusão das chamas, alguns escravos imperiais ateavam o fogo, enquanto que o

Imperador, no alto da Torre de Mecenas, assistia ao incêndio tocando lira e declamava odes ao belo

espectáculo. A indignação popular, manifestava-se contra Nero que por sua vez atribuía tal feito aos

cristãos , iniciando-se dessa forma o ciclo de perseguições e martírio aos cristãos, entre os quais os

apóstolos de São Pedro e São Paulo. Apesar da verdade dos acontecimentos jamais ter sido apurada,

os historiadores Plínio e Suetónio, referem-no como culpado.

7. Identifica o latim como elemento unificador do Império Romano.

O Latim, língua de origem indo-europeia, falada pela primeira vez, na Itália Central e meridional, a partir

de 1700 aC., foi marcado por influências de outros falares mediterrânicos ( dos seus vizinhos etruscos,

que adoptaram o latim quando da sua fixação na Península itálica), do gaulês, do dialecto cartaginês e

sobretudo do grego, largamente falado na Magna Grécia desde o século V II a.C., pelo menos. Os

primeiros documentos em estado precário datam do séc. V a.c., as primeiras obras incompletas do séc.

III a.c e as primeiras completas do séc. II a.C. Contudo o seu apogeu manifesta-se a partir do séc. I no

tempo de Júlio César e de Cícero. A partir de então o Latim, torna-se na língua oficial de Roma e de todo

o Império Romano, sendo então elemento de coesão e de referência nas obras literárias de Cícero,

Virgílio, Horácio ou Tito Lívio entre outros. A sua aplicação manifestou-se no âmbito da Poesia, do

Direito, Retórica e Filosofia.

8. Descreve os divertimentos públicos e privados dos romanos.

O século de Augusto trouxe paz e prosperidade económica proporcionada pelas conquistas e pelo bom

governo, possibilitando aos romanos o usufruto do ócio. Dos povos que influenciaram os romanos,

destacam-se os Gregos que de quem copiaram a língua grega, falada e escrita, passou a ser praticada

entre as elites cultas como uma segunda língua - mãe: os hábitos de luxo instalaram-se nos lares, o

interesse pela filosofia, pela música e pelas artes dominaram os meios intelectuais. Entre os ricos, o luxo

invadiu as residências, os banquetes e os salões privados eram frequentes e a ida às termas um hábito

indispensável e cada vez praticado como ritual social.

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Como divertimentos públicos popularizaram–se os jogos: o Grande Circo consistia em corridas de

cavalos, para seleccionar o melhor animal, cujo vencedor era sacrificado solenemente para purificação

do solo. As Grandes Procissões na via pública eram uma espécie de mascarada que tinha como

objectivo a prestação do culto aos deuses que para tal eram retirados dos seus templos. Os combates

entre Gladiadores, que tinham como cenário os anfiteatros, nos quais os combatentes entre condenados

à morte, prisioneiros ou escravos revoltados, cujo sacrifício humano era oferecido aos deuses. Os

combates entre feras e entre animais e homens desde o tempo do Imperador Nero, que se tornaram uma

prática corrente. A violência e o carácter sanguinário destes jogos, funcionavam como uma forma de

canalizar o descontentamento da plebe urbana, apesar da crítica das classes mais cultas as mais ricas

preferiam o conforto das suas villas campestres onde o gosto pela arte, pela leitura, filosofia e literatura

ocupava os seus tempos de lazer.

9. Descreve e analisa a importância do Coliseu.

A construção inicia-se no periodo de Vespasiano e terminou em 82 d.c. com Domiciano.

Colossal, foi o maior anfiteatro da antiguidade, comportava cerca de 70 mil espectadores;

Possuía uma altura de 4 andares, corredores e os vomitórios (escadas de acesso rápido ao

espaço), nas bancadas ou gáveas distribuíam-se as populações por importância social;

Tem uma arena elíptica; por baixo tem inúmeras dependências, armazéns e corredores que

forneciam os materiais aos espectáculos;

Exteriormente: sobreposição de colunas - dóricas, jónica e coríntia – intercalados por arcos de

volta inteira; possuía entablamentos fingidos que separavam os andares; tinha um velário seguro

por 280 mastros.

10. Refere as características gerais da arte romana.

Pragmática, funcional, colossal e magnificente, a arquitectura romana preocupou-se essencialmente

com a resolução dos aspectos práticos e técnicos da arte de construir, respondendo com soluções

criativas e inovadoras às crescentes necessidades demográficas, económicas, políticas e culturais da

cidade e do império.

11. Caracteriza a arquitetura romana nos seguintes aspetos:

- influências: helenistica, etrusca.

- Técnicas/instrumentos e conhecimentos tecnológicos:

- novos sistemas construtivos, que tiveram como base o arco e as construções que dele

derivam: os diferentes tipos de abóbadas, as cúpulas e as arcadas (conjunto de colunas

unidas superiormente por arcos). 

- - Desenvolveram as técnicas e os instrumentos de engenharia: aperfeiçoamento dos

conhecimentos de orografia e topografia; uso de técnicas de terraplenagem (acto de nivelar os

terrenos de modo a prepará-los para a execução da obra); invenção de cofragens (dispositivo

amovível de madeira destinado a conter as massas de betão fresco nas formas projectadas;

espécie de molde) e cimbres (armação de madeira que suporta e/ou molda os arcos ou

abóbadas), que serviram para montar e moldar as estruturas construtivas, economizando

assim a mão-de-obra e o tempo da construção; utilização dos grampos de metal para

fortalecer as juntas entre os blocos de pedra ou nas zonas de maior pressão dos edifícios.

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- aplicação dos diferentes opus (dos quais o mais importante foi o opus caementicium, uma

espécie de argamassa de cal e areia, a que se adicionavam pequenos pedaços calcário,

pozolana,, cascalho e restos de materiais cerâmicos, que criava uma pasta moldável

enquanto húmida, semelhante ao actual cimento ou betão que, depois de seca, se igualava à

pedra na solidez e na consistência; a sua utilização facilitou e tornou mais rápida e económica

a construção de estruturas complicadas como as coberturas abobadadas ou cupuladas e

ainda as paredes arredondadas e em abside);

- utilização dos paramentos para disfarçar as estruturas (diferentes almofadados em pedra e

tijolo, placas de mármore policromo, ladrilhos cozidos e estuques pintados;

- aplicação das ordens arquitetónicas: utilizaram os elementos gregos tais como colunas,

entablamentos e frontões, como meras "peças"decorativas, sem qualquer função estrutural,

inovando-as ao alterarem as suas formas e proporções; criaram ainda duas novas ordens: a toscana

(capitel simples, semelhante ao estilo dórico) e a compósita (junção da ordem jónica e da coríntia; o

capitel é decorado com volutas e folhas de acanto).

- tipologia de edifícios:

- Religiosa: templos, santuários e altares;

- Pública: de carácter prático e utilitário – estradas, pontes, aquedutos; Basílicas, fóruns,

anfiteatros; teatros, termas;

- privada: domus, insula, villa

- comemorativa: arcos de triunfo, colunas

- plantas: de diversas tipologias: rectangulares, elípticas.

- elementos decorativos: as ordens arquitectónicas, estatuária, relevos, revestimentos de mármore

polícromo, mosaicos e estuques dourados.

12. Descreve a configuração geral de um templo romano (estrutura, planta, materiais)

Os templos romanos do período republicano apresentavam algumas características comuns a todos

eles: erguiam-se sobre um estrado em pedra maciça, denominado pódio; possuíam um carácter frontal,

com a fachada assinalada pelo pórtico e pela escadaria de acesso ao templo; tinham geralmente uma

planta rectangular (tendo existido também, templos de planta circular), apenas uma cella e na maioria

das vezes não tinham peristilo, pois as colunas laterais se encontravam embebidas ou adossadas às

paredes exteriores da cella; as colunas e o entablamento eram uma imitação grega, seguindo uma das

ordens clássicas, mas possuíam apenas uma função decorativa;

13. Caracteriza as basílicas, os teatros, o Fórum de Trajano e as Termas de Caracala.

- Basílicas:

- cobertura com abóbadas, cúpulas e semicúpulas sobre as absides laterais, que permitiam criar

compartimentos interiores mais amplos e iluminados, que abrigassem um grande número de

pessoas;

- Eram edifícios multifuncionais: podiam ter tribunal, cúria, termas, mercados, bolsa de mercadores e

palácios imperiais.

- Teatros:

- semelhantes aos anfiteatros na forma e na decoração exterior, mas de menor porte;

- apresentavam influências gregas na construção;

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- não precisavam de locais apropriados para se erguerem porque graças aos sistemas construtivos

romanos, sustentavam-se a si próprias;

- embora fossem ao ar livre, eram fechados em torno de si mesmos, porque as paredes da cávea

(estrutura onde, segundo a escala social, se sentavam os espectadores), em anfiteatro, uniam-se à

cena.

- A orquestra era semicircular e a cena, mais elaborada, possuia vários andares colunados até à

altura da última bancada;

- Fórum de Trajano:

- Praça principal da cidade, centro político, religioso, económico e social;

- Eram formados por arcadas, tinham em geral uma planta rectangular

- Possuía a coluna de Trajano (monumento funerário e comemorativo)

- Tinha um arco triunfla à entrada, basílica, templo, mercado e estatuária variada.

- Termas de Caracala:

- Funções: higiénicas, lúdicas, sociais, símbolos do poder politico;

- Continham piscinas de água fria, tépida e quente; sauna; ginásio, hipódromos, salas de reuniões,

biblioteca, teatro, lojas e espaços verdes.

- Planta simétrica, funcional, coberturas abobadadas;

14. Distingue as tipologias da arquitetura privada.

- A domus, a casa unifamiliar e privada; feitas em tijolo e ladrilho cozido, apresentando um aspecto

exterior modesto; geralmente possuia apenas um piso ou dois e tinha um telhado ligeiramente inclinado

para o interior, coberto com telhas de cerâmica; não possuia aberturas para o exterior, excepto a porta

principal e, por vezes, uma outra nas traseiras; as dependências internas organizavam-se em torno de

um ou dois pátios interiores (o atrium e o peristilo), pelos quais se fazia a iluminação e ventilação da casa

e a circulação das pessoas; a decoração interior baseava-se nos pavimentos de mármore policromo ou

de mosaicos, e nos belissimos estuques pintados das paredes das divisões nobres (triclinium, sala de

jantar e tablinum, escritório ou sala de estar).

- As famílias mais abastadas possuíam variantes maiores e muito mais luxuosas do modelo acabado de

descrever, rodeadas de grandes e belos jardins, as villae, moradias construídas, muitas vezes, fora da

cidade, num arredor rural aprazível e surpreedente; os imperadores e suas famílias mandaram construir

villas grandiosas (os palácios imperiais), verdadeiras cortes que albergavam uma numerosa criadagem,

as milícias militares e as comitivas políticas 

- As insulae, autênticos prédios urbanos que alojavam as famílias mais pobres; tinham em média três ou

quarto andares, mas muitas delas atingiram os oito pisos. O rés-do-chão era geralmente recuado e

utilizado para lojas, abertas para a rua. Assemelhavam-se a autênticas colmeias humanas e eram

construídas com os materiais mais económicos como o tijolo, a madeira e a taipa. Levantaram grandes e

graves problemas urbanísticos tais como o abastecimento de água, os esgotos, o mau isolamento

acústico e térmico, o exagerado número de andares, a higiene e as normas de segurança, devido aos

frequentes incêndios e às escadas de acesso, íngremes e apertadas, que dificultavam as evacuações.

15. Caracteriza o urbanismo romano:

- Timgad como exemplo de uma cidade do Império Romano que segue o modelo organizativo dos

acampamentos

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militares;

- traçado em retícula (rede ortogonal) das ruas e dos quarteirões;

- articulação da cidade a partir do traçado das vias principais – o cardo (com a direcção norte-sul) e o

decumano (com a direcção nascente-poente) –, que se cruzam em ângulo recto;

- o fórum, centro nevrálgico da vida urbana, situado perto do cruzamento dos dois eixos de

circulação;

- localização de termas e anfiteatros na periferia da cidade.

16. Identifica e caracteriza a evolução da escultura romana, tipologias, materiais e espaços onde

era aplicada.

Influências: arte etrusca e arte grega do período clássico e, principalmente, helenístico

Material: pedra, mármore, bronze;

Características: preferiram o realismo emocional da representação à perfeição idealizada e

quase "sagrada", pois estava mais de acordo com o seu espírito prático e pragmático;

Retrato: apresenta um sentido pratico e realista, acentuando mesmo os defeitos do

retratado;acentuou-se o carácter fotográfico ao longo do império porque reproduziam

exatamente o modelo, acentuando até os “defeitos”, as “disformidades” e as características

fisionómicas dos olhos, das sobrancelhas, da boca, barba e cabelo, bem como marcas do

tempo e do sofrimento humanos. Deste modo, a escultura romana conseguiu atingir o seu

propósito: eternizar a memória dos homens através de imagens reais que evidenciavam o

carácter, a honra, a glória e a psicologia do retratado, com um carácter quase fotográfico;

Na época imperial, o retrato começa a mostrar influências do ideal grego, sobretudo no retrato

oficial: visto que os imperadores se tornavam deuses após a morte, os seus retratos e

estátuas apresentavam-no de um modo mais idealizado e mais divino, mas por outro lado

também mais grave, para ser admirado, respeitado e honrado; as figuras adquiriram uma

pose mais triunfal, majestosa e bela, embora, algumas partes do corpo, principalmente a

cabeça, continuassem plenas de verismo, mostrando as feições naturais do representado. Os

retratos foram o espelho do poder imperial e um elemento de unificação do território, pois os

retratos do imperador chegavam a todas as partes do império;

Estátuas e estatuas equestres: possuíam funções celebradoras, comemorativas e, por vezes,

decorativas e eram plenas de verismo e de um certo idealismo. Sobressai um grande

realismo, não descurando a fisionomia do rosto e enfatizando a descrição da personalidade

do representado sobretudo nos olhos e na expressão do olhar.

Relevo: fins ornamentais, submetido à arquitectura; carácter comemorativo, narrativo ou

histórico; aparecem em sarcófagos, altares, arcos do triunfo, colunas e frisos; aparecem por

vezes a sobreposição das personagens representadas. A narração decorria em cenas

contínuas onde a figura principal se encontra repetida, as figuras secundárias dispostas lado

a lado e as restantes colocadas em planos mais recuados. As figuras eram produzidas de

modo fidedigno e demonstravam o grande gosto dos romanos pela representação minuciosa

e verista. 

Tipologia dos relevos: alto, médio e baixo relevos;

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Técnica: recorreram a algumas técnicas usadas na pintura: conseguiram obter profundidade e

efeitos de perspectiva através da gradação dos planos, em conjunto com diferentes tipos de

relevo (alto, médio e baixo, até ao esmagamento) e utilizaram a figura em escorço,

principalmente nas cenas militares, de modo a transmitirem a noção de esforço e sofrimento.

Temática: militar, religiosa, mitológicas; as figuras principais aparecem destacadas; aparecem

outras representações com carácter decorativo (meandros em folhas de acanto);

17. Descreve a linguagem escultórica da Coluna de Trajano.

A Coluna de Trajano pertence à tipologia da arquitectura comemorativa romana e pensa-se que tenha

sido inspirada nos obeliscos egípcios. É um monumento urbanístico, simultaneamente arquitectura e

escultura, que teve a função de assinalar um momento histórico, conferindo-lhe um carácter documental

e honorífico.

Foi construída em 112-114, em Roma, no Fórum de Trajano, sobre o túmulo desse imperador, para

comemorar a vitória dos Romanos contra os Dácios. A sua construção foi concebida e dirigida pelo

arquitecto Apolodoro de Damasco e demonstra o espírito histórico e triunfalista dos Romanos que, de um

modo original, glorificaram o seu imperador.

A coluna possui cerca de 37 metros. O seu fuste é oco - no interior existe uma escada em espiral, feita

em mármore branco, que ascende até ao topo - e assenta sobre um tambor ou pedestal, de forma

cúbica, também oco e decorado com relevos de troféus militares. É decorada com um relevo

historiado que se desenrola à volta da coluna, em espiral, e conta os inúmeros acontecimentos das duas

campanhas de Dácia, cobrindo as 43 janelas que iluminam a escadaria interior. O que sobressai de toda

a representação é a magnanimidade do imperador, que acolhe os vencidos com generosidade. O

imperador é mostrado como o grande protagonista que dirige e orienta os trabalhos, intervém nas

batalhas e acode nas situações complicadas.

No topo da coluna existe um capitel dórico monumental, que era encimado por uma águia de bronze,

símbolo do Império. Mais tarde foi substituída por uma estátua em bronze de Trajano e actualmente

possui uma estátua de S. Pedro, colocada em 1588.

As cenas são realistas e tratadas de modo natural, sucedendo-se umas às outras, sem separações ou

linhas divisórias. Esta narrativa apresenta um verdadeiro “horror ao vazio”, devido à sua densidade e

grande número de personagens.

18. Identifica e caracteriza a pintura romana: tipologias, influências, características, temáticas,

fases, espaços de aplicação

- Tipologias - pintura mural e pintura móvel

- Influências: egípcia, etruscas; também a necessidade criada pela arquitectura para revestir as

paredes;

- características: o realismo, o naturalismo, a atenção ao pormenor e ao detalhe, a noção de

perspectiva conseguida; os belíssimos contrastes de claro-escuro e as composições plenas de

vivacidade, delicadeza e harmonia;

- Temáticas- triunfal, mitológica, paisagem, naturezas mortas, retratos

- Fases: Pintura encontrada em Pompeia:

1º estilo – Consiste em painéis de estuque pintado imitando revestimento de mármore

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2º Estilo - inclui elementos arquitectónicos pintados, como se as paredes se abrissem para o

exterior; criação da sensação de profundidade e perspectiva; são os “efeitos de janela” com

paisagens e figurações a “romper” a parede.

3º Estilo – aumenta o carácter ilusório da perspectiva, tentando recriar

arquitecturas e espaços ilusórios e impossíveis; utilização de elementos

vegetalistas de inspiração oriental e africana.

4º Estilo – corresponde à fase final da vida de Pompeia e Herculano e conjuga elementos de

estilos anteriores, denotando uma clara tendência para o exagero e fantasia; utiliza imitações

de mármore.

- Espaços de aplicação: decoravam os compartimentos das casas e dos edifícios civis.

18. Descreve a técnica do mosaico.

- Intimamente ligado à pintura, o mosaico vai buscar a essa arte o estilo e o colorido;

- Era feito com pequenas tesselas de materiais coloridos como mármores, pedras várias e

vidro, aplicadas sobre a argamassa fresca que cobria variadíssimos locais de suporte (chão,

paredes, tetos)

- Os seus temas foram os mesmos da pintura romana e desenvolveram-se em composições

figurativas

- A mais típica decoração em mosaico data dos sécs. II e II a.C. e é formada por uma espécie

de "tapetes" que cobrem parcial ou totalmente o chão de algumas divisões, com composições

complexas de motivos geométricos que serviam de moldura a pequenos motivos figurativos

como pessoas, animais e deuses;