coração aberto ao mundo A pandemia da covid-19 crioude vida”. Cada novo começo tem-me ajudado a...

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Publicação BIMESTRAL N.º 266 julho-agosto 2020 ISSN 0871-5688 PREÇO - 0,10 (IVA incluído) P. e Dário Balula Chaves [email protected] CORAÇÃO ABERTO AO MUNDO A pandemia da covid-19 criou uma crise mundial sem prece- dentes e abriu feridas profun- das na vida de muita gente que vão le- var muito tempo a cicatrizar. A isso se referiu o cardeal Tolentino Mendonça no discurso que fez a 10 de junho, festa do Anjo de Portugal: «Nestes últimos meses, abateu-se sobre nós uma im- prevista tempestade global que con- dicionou radicalmente as nossas vidas e cujas consequências estamos ainda longe de mensurar. A pandemia que principiou como uma crise sanitária tornou-se uma crise poliédrica, de am- plo espetro, atingindo todos os domí- nios da nossa vida comum.» Compaixão e fraternidade O que fazer, então? O cardeal Tolentino sugeriu: «Coloquemos em prática a compaixão – no seu sentido mais nobre – e que essa seja vivida como exercício efetivo da fraternidade. Compaixão e fraternidade não são flores ocasionais. Compaixão e fraternidade são per- manentes e necessárias raízes de que nos orgulhamos, não só em relação à História passada, mas também àquela hodierna. E é nesse chão que precisa- mos, como comunidade nacional, de fincar ainda novas raízes.» Para cicatrizar as feridas abertas pela pandemia só há um remédio: o amor, traduzido em gestos concretos de com- paixão e de fraternidade, no dia a dia. Somos desafiados a eliminar da nossa vida os vírus do egoísmo, individualis- mo, indiferença, e sermos especialistas da misericórdia e testemunhas do amor. Coração de Jesus, o amor sem limites São Daniel Comboni encontrou no mistério do Coração de Jesus o impulso para o seu empenho missionário. Foi a contemplação do Coração de Jesus que o inspirou a dar vida pelos «mais necessitados e abandonados», que nesse tempo eram os povos da África. O Coração de Jesus inspira-nos também a nós. Fazemos nossas as atitudes mais profundas de Cristo: o seu amor sem limites à Humanidade, a sua doação incondicional e a sua com- paixão perante o sofrimento humano. A contemplação do Coração trespassa- do de Cristo é um estímulo a trabalhar pela libertação integral de cada pessoa e a ter o amor fraterno como distintivo da família comboniana. Coração grande para amar A missão de testemunhar Jesus Cristo e de anunciar o seu Evangelho nunca foi nem será uma missão fácil. Primeiro, porque exige coerência entre o que se crê e o que se vive. Depois, o Evan- gelho nem sempre é fácil de escutar. É uma Palavra que soa, muitas vezes, contra a corrente e que incomoda. Jesus exorta-nos a não ter medo e a não nos calarmos! Na situação difícil que o mundo atravessa não podemos ficar de braços cruzados. Apresentemos o nosso co- ração ao Senhor, para que Ele o torne grande para amar. © 123RF/Monkey Business Images Para cicatrizar as feridas abertas pela pandemia só há um remédio: o amor, traduzido em gestos concretos de compaixão e de fraternidade

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Publicação BIMESTRAL N.º 266 julho-agosto 2020

ISSN 0871-5688 PREÇO - 0,10 € (IVA incluído)

P.e Dário Balula [email protected]

coração aberto ao mundoA pandemia da covid-19 criou

uma crise mundial sem prece-dentes e abriu feridas profun-

das na vida de muita gente que vão le-var muito tempo a cicatrizar. A isso se referiu o cardeal Tolentino Mendonça no discurso que fez a 10 de junho, festa do Anjo de Portugal: «Nestes últimos meses, abateu-se sobre nós uma im-prevista tempestade global que con-dicionou radicalmente as nossas vidas e cujas consequências estamos ainda longe de mensurar. A pandemia que principiou como uma crise sanitária tornou-se uma crise poliédrica, de am-plo espetro, atingindo todos os domí-nios da nossa vida comum.»

Compaixão e fraternidadeO que fazer, então? O cardeal Tolentino sugeriu: «Coloquemos em prática a compaixão – no seu sentido mais nobre – e que essa seja vivida como exercício efetivo da fraternidade. Compaixão e fraternidade não são flores ocasionais. Compaixão e fraternidade são per-manentes e necessárias raízes de que nos orgulhamos, não só em relação à História passada, mas também àquela hodierna. E é nesse chão que precisa-mos, como comunidade nacional, de fincar ainda novas raízes.»

Para cicatrizar as feridas abertas pela pandemia só há um remédio: o amor, traduzido em gestos concretos de com-paixão e de fraternidade, no dia a dia. Somos desafiados a eliminar da nossa vida os vírus do egoísmo, individualis-mo, indiferença, e sermos especialistas da misericórdia e testemunhas do amor.

Coração de Jesus, o amor sem limitesSão Daniel Comboni encontrou no mistério do Coração de Jesus o impulso para o seu empenho missionário. Foi a contemplação do Coração de Jesus que o inspirou a dar vida pelos «mais necessitados e abandonados», que nesse tempo eram os povos da África.

O Coração de Jesus inspira-nos também a nós. Fazemos nossas as atitudes mais profundas de Cristo: o seu amor sem limites à Humanidade, a sua doação incondicional e a sua com-paixão perante o sofrimento humano. A contemplação do Coração trespassa-do de Cristo é um estímulo a trabalhar pela libertação integral de cada pessoa e a ter o amor fraterno como distintivo da família comboniana.

Coração grande para amarA missão de testemunhar Jesus Cristo e de anunciar o seu Evangelho nunca foi nem será uma missão fácil. Primeiro, porque exige coerência entre o que se crê e o que se vive. Depois, o Evan-gelho nem sempre é fácil de escutar. É uma Palavra que soa, muitas vezes, contra a corrente e que incomoda. Jesus exorta-nos a não ter medo e a não nos calarmos!

Na situação difícil que o mundo atravessa não podemos ficar de braços cruzados. Apresentemos o nosso co-ração ao Senhor, para que Ele o torne grande para amar.

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Para cicatrizar as feridas abertas pela pandemia só há um remédio: o amor, traduzido em gestos concretos de compaixão e de fraternidade

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2 FAMÍLIA COMBONIANA

justiça e paz

UM VERÃO LAUDATO SI’

Ir. Bernardino Frutuoso

O verão é o tempo de férias por excelência. Temos uns dias para poder fazer atividades

diferentes, nomeadamente viajar, estar em contacto com a Natureza e conhe-cer novas culturas. Este ano, marcado pela covid-19, o convite é para conhe-cer o nosso país.

É também uma oportunidade para (re)ler e pôr em prática a Laudato Si’. No quinto aniversário da primeira en-cíclica ecológica da História, a Santa Sé lançou um ano especial para «chamar a atenção para o grito da Terra e dos pobres». O Papa Francisco convida to-das as pessoas de boa vontade a aderir a esta iniciativa, para «tomar conta da nossa casa comum e dos nossos irmãos e irmãs mais frágeis».

Novo estilo de vidaO verão e as férias podem ser, assim, tempos propícios para aprofundar a nossa consciência e o compromisso no cuidado da casa comum, em sintonia com a Laudato Si’. O documento diz--nos que «a consciência da gravidade da crise cultural e ecológica precisa de tra-duzir-se em novos hábitos» (LS, 209). Defende, portanto, uma nova espiri-tualidade e um novo estilo de vida, que nos permitam mudar hábitos no-civos de consumo e comportamentos suicidas da humanidade, rumo a uma «corajosa revolução cultural» (LS, 114).

Francisco convida-nos a «assumir o dever de cuidar da criação com peque-nas acções diárias» (LS, 211). E recorda algumas das atitudes que podemos praticar com «criatividade generosa e dignificante» e, assim, ajudar a mudar o mundo: evitar o uso de plástico e papel, reduzir o consumo de água, separar o lixo, cozinhar apenas aquilo que razoavelmente se poderá comer,

tratar com desvelo os outros seres vi-vos, servir-se dos transportes públicos ou partilhar o mesmo veículo com várias pessoas, plantar árvores, apagar as luzes desnecessárias, moderar o uso do ar condicionado…

O texto convida-nos, ainda, a regressar «à simplicidade que nos permite parar a saborear as pequenas coisas, agradecer as possibilidades que a vida oferece sem nos apegarmos ao que temos nem entristecermos por aquilo que não possuímos» (LS, 222). Adoptando um estilo de vida sóbrio, sublinha o Santo Padre, podemos ser felizes, pois «é possível necessitar de pouco e viver muito, sobretudo quan-

do se é capaz de dar espaço a outros prazeres, encontrando satisfação nos encontros fraternos, no serviço, na frutificação dos próprios carismas, na música e na arte, no contacto com a Natureza, na oração» (LS, 223).

E como tudo está relacionado, não podemos esquecer que neste mundo onde «há tantas desigualdades e são cada vez mais numerosas as pessoas descartadas, privadas dos direitos hu-manos fundamentais, o princípio do bem comum torna-se imediatamente, como consequência lógica e inevitável, um apelo à solidariedade e uma opção preferencial pelos mais pobres». O cui-dado da casa comum faz parte de um estilo de vida que implica a capacidade de viver juntos, superar a indiferença e ser solidários.

Neste verão, somos convidados a (re)visitar a encíclica Laudato Si’ e a comprometer-nos, ativa e responsavelmente, no cuidado da casa comum.

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O verão e as férias podem ser tempos propícios para aprofundar a nossa consciência e o compromisso no cuidado da casa comum

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FAMÍLIA COMBONIANA 3

espiritualidade missionária

O testemunho entusiasmado do encontro com Jesus Cristo no Evangelho é uma das prin-

cipais missões dos batizados. Desde finais do século xix que os papas nos convocam insistentemente para esse renovado movimento missionário. «A alegria do Evangelho enche o coração e a vida daqueles que se encontram com Jesus», é a frase com que inicia o primeiro documento do Papa Francis-co, a exortação apostólica Alegria do Evangelho, sobre o anúncio do Evan-gelho no mundo atual, publicada em novembro de 2013, oito meses após o conclave que o elegera Bispo de Roma e Sucessor de Pedro.

O Papa Francisco tem insistido nas referências à natureza própria da mis-são da Igreja no mundo. Repetiu várias vezes que anunciar o Evangelho não é «proselitismo», mas a Igreja cresce «por atração» e por «testemunhos».

É Cristo que faz a Igreja sair de siFrancisco reitera sempre que somos «Igreja em saída». E explica que a expressão não é um slogan, nem uma moda que ele inventou. «É um manda-mento de Jesus, que no Evangelho de Marcos pede aos seus discípulos que vão pelo mundo inteiro e anunciem o Evangelho a toda a criatura. A Igreja ou é em saída ou não é Igreja. Ou é em anúncio ou não é Igreja. Se a Igreja não sai, corrompe-se, perde a sua natureza. Torna-se outra coisa. Uma Igreja que não anuncia e que não sai, o que se torna? Torna-se uma associação espi-ritual, uma multinacional para lançar iniciativas e mensagens de conteúdo ético-religioso. Nada de mal, mas não

«A IGREJA OU É ANÚNCIO OU NÃO É IGREJA»

O Senhor Jesus diz aos seus discípulos de irem e anunciarem o Evangelho em todo o mundo. O Papa Francisco sublinha que «a Igreja ou é em saída

ou não é Igreja. Ou é em anúncio ou não é Igreja».

é a Igreja. […] A missão, a “Igreja em saída” não são um programa, uma intenção para ser realizada por boa vontade. É Cristo que faz a Igreja sair de si mesma. Na missão de anunciar o Evangelho, a gente move-se porque o Espírito Santo empurra-nos, leva-nos» (Papa Francisco no livro-entrevista a Gianni Valente).

Num encontro com as Obras Mis-sionárias Pontifícias, o papa sugeriu ler o livro dos Atos dos Apóstolos como texto habitual de oração, pois a narração dos primeiros tempos é um manual de estratégia missionária para

a nossa época. O protagonista dos Atos dos Apóstolos é o Espírito Santo. É Ele que age primeiro, que prepara e trabalha os corações, que acompanha os evangelizadores, guia-os, consola--os quando chegam os problemas, as perseguições e os martírios. O Espírito Santo dá-lhes a coragem apostólica e aviva-lhes a memória da vida e da men-sagem de Jesus, que são o seu conteúdo do anúncio e o modelo do testemunho de vida que desejam dar.

As palavras de Jesus no Evangelho de João explicam que é Deus quem atrai e a missão da Igreja é ser testemu-nhas da ação de Deus: «Ninguém vem a mim, se não for atraído pelo Pai que me mandou.» Anunciar o Evangelho é testemunhar o que o Pai, Jesus Cristo e o seu Espírito realizam na nossa vida.

O Papa Francisco tem insistido nas referências à natureza própria da missão da Igreja no mundo e reiterado sempre que somos «Igreja em saída»

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notícias de famalicão

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o missionário é uma vida para a missão

Aos nossos amigos e colabora-dores, votos de bem! Sou o Ir. Valentim Rodrigues, natural

da freguesia de Vermoil, concelho de Pombal e diocese de Leiria-Fátima.

Agradeço ao Pai as graças que recebi ao longo da minha vida: a família, a comunidade onde nasci, e todos os que me acolheram e amaram ao longo da minha caminhada como homem e como missionário. Foi com o exemplo e testemunho que recebi dos meus pais, irmãos e da minha família que, pouco a pouco, fui descobrindo e per-cebendo quão importante é a vivência cristã numa comunidade, que se torna família pela fé.

Antes de ingressar no seminário comboniano de Viseu (o Seminário das Missões), em 1958, estive em contacto com outros dois institutos, os Redento-ristas e os Franciscanos, e li dois livros da editorial Além-Mar: os Mártires do Uganda e Sete Missionários Com-bonianos de Fato-Macaco. Com este segundo livro, tive a possibilidade de refletir sobre o testemunho de vida de sete irmãos missionários combonianos nesse mesmo país da África, o Uganda, onde exerceram o seu apostolado junto do povo como artesãos, enfermeiros, barbeiros, agricultores, construtores, médicos e outras formas de servir as comunidades eclesiais e apostólicas desse tempo do século xx.

Em novembro de 1961, fiz a pro-fissão religiosa e missionária, em Famalicão, junto com o Ir. António Borges e o P.e Ramiro Loureiro. Iniciei a caminhada como missionário na casa da Maia, visitando as comunidades paroquiais da diocese do Porto, as co-laboradoras e os amigos. Depois, passei para a comunidade de Viseu. Em 1967, enviaram-me para Famalicão, que se encontrava na segunda fase de constru-ção do seminário menor, para acolher os candidatos a missionários combo-nianos. Permaneci em Famalicão até

O Ir. Valentim Rodrigues, natural de Vermoil (Pombal), conta 59 anos de serviço missionário no Brasil e Portugal

dezembro de 1974, quando parti para o Brasil. Ali assumi a administração das revistas missionárias Sem Fronteiras e Alô Mundo.

Em 1980, deixei as revistas e fui para o Norte do Brasil. Integrei a comuni-dade de Jarú, paróquia de São João Batista, na Amazónia. Acompanháva-mos as comunidades que visitávamos umas três ou quatro vezes por ano. Nas visitas ora tínhamos Eucaristia, ora celebração da Palavra, encontro com as dirigentes da comunidade cristã, batismos e regulamentação de casa-mentos. A presença das irmãs religiosas era muito importante no acompanha-mento e caminhada das comunidades. Mensalmente, tínhamos encontros de formação a vários níveis. Desse tempo, gostaria também de salientar a presen-ça de Virgínia Lopes, leiga missionária de Viseu, que se dedicava ao serviço da saúde pública em Jarú.

Em 1983, foi-me pedido para dei-xar o Brasil e assumir a coordenação

da nossa comunidade da Maia, e a formação dos seminaristas candidatos a irmãos missionários, juntamente com os padres Ramiro L. da Cruz e Fernando Guimarães, o que fiz durante quatro anos.

Da Maia, fui enviado para Lisboa e assumi a administração das revistas Além-Mar e Audácia.

De 1990 até 2005, estive novamente no Brasil, para a animação missioná-ria. Naquela comunidade éramos três combonianos de três continentes: eu, de Portugal, e um colega do Congo e outro do Chile.

Quando me pediram que regres-sasse a Portugal, fiquei dois anos em Viseu, em seguida, dez anos na Maia, e, desde fevereiro passado, estou aqui na comunidade de Famalicão para a todos servir como missionário comboniano.

Agradeço ao Senhor por me ter feito missionário e sempre me ter ajudado nestes 59 anos de vida para a missão. E peço-lhe que nos abençoe a todos, leigos e missionários, nos trabalhos que vamos realizando na Igreja.

Ir. Valentim Rodrigues

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NAS MÃOS DE DEUSSomos todos missionários na vanguarda e na retaguarda; cá ou noutras partes do mundo e também na casa do Pai. Recordamos todos os dias os nossos colaboradores que com alegria e dedicação nunca deixam de testemunhar o amor a Cristo e aos irmãos vivendo assim a sua missão na terra. E lembramos aqueles que nos deixaram recentemente: Maria Júlia, filha de Celeste Pereira e Orlando Pereira Almeida, de Santiago de Antas; Manuel Oliveira Campos, de Macieira de Rates, e Maria Julieta, irmã de Raquel Barros Quesado, de Outeiro (Viana do Castelo).

R. Fr. Bartolomeu dos Mártires, 1695 4760-037 V. N. DE FAMALICÃO

Tel.: 252 322 436 | Fax: 252 317 672 E-mail: [email protected]

IBAN: PT50 0035 2112 0000 6202 4309 4

MISSIONÁRIOS COMBONIANOS

Que saudades temos de estar-mos juntos na alegria da mis-são! Desejamos fazer festa. Será no Dia Mundial da Missão, em 18 de outubro próximo. Que-remos ter a casa cheia. Tanto o encontro como a Eucaristia e o convívio serão em área coberta, pelo que estaremos todos bem seguros, se Deus quiser.

CONVITE PARA A FESTA MISSIONÁRIA A 18 OUTUBRO

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a vida não serve, se não se serve

Certa manhã, um jovem, que muito estimo, postou no seu Facebook: «Aprendi que estou

na terra para ajudar os outros. O que ainda não percebi é o que estão os ou-tros aqui a fazer.»

É claro que logo lhe comuniquei si-nais de esperança. Mas as suas palavras fizeram-me lembrar o que publicou o

Papa Francisco no Twitter a 6 de abril: «Estamos no mundo para amar a Deus e aos outros. O drama que estamos a atravessar – a covid-19 – impele-nos a levar a sério o que é sério, a não nos perdermos em coisas de pouco valor; a redescobrir que a vida não serve, se não se serve. Porque a vida mede-se pelo amor.»

Estas palavras ecoaram de novo quando recebi a notícia da passagem para a casa do Pai de um missionário comboniano que trabalhou em Mo-çambique, como eu. O P.e Claudio Cri-mi (na foto) foi sempre um missionário entusiasta, alegre, feliz e dedicado ao povo que evangelizava nas aldeias da missão onde servia o Reino de Deus, sobretudo nos tempos difíceis da guer-ra civil. Passou mais de trinta anos em Tete a ajudar os outros, porque a vida não serve, se não se serve.

P.e Alberto Vieira

25 DE JULHO: ACOMPANHE A PEREGRINAÇÃO ESPIRITUAL DA FAMÍLIA COMBONIANAA peregrinação da Família Combo-niana a Fátima deste ano, como já foi informado, será realizada no dia 25 de julho, mas em modalidades diferentes devido às restrições da covid-19. Foi distribuído aos amigos um guião para seguir a celebração espiritual (que pode descarregar do nosso portal de internet: https://www.combonianos.pt/jornal/) e um grupo de combonianos estará no santuário de Fátima para animar as celebrações do Terço (10h00) e da Eucaristia (11h00).

Poderá, no conforto da sua casa, estar em comunhão connosco e acom-panhar estas celebrações na estação de televisão Canção Nova (em todos os operadores em que o canal transmite), em www.combonianos.pt e na nossa página no Facebook (Combonianos-Portugal). Contamos consigo!

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notícias de lisboa

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SEMPRE AO SERVIÇO DA MISSÃODizem que a vida é um «constante

recomeçar». Também a vida mis-sionária é feita de mudanças e, assim, com o novo ano pastoral, há alterações nas nossas comunidades.

O P.e Gregório dos Santos, que colaborava na pastoral nas paróquias vizinhas na comunidade de Lisboa, foi destinado a Viseu. Foi ordenado padre por D. José Pedro da Silva a 13 de julho de 1968. Passou a sua vida missionária entre o Brasil e Portugal.

O P.e José Vieira, que nos últimos seis anos esteve em Lisboa e exerceu como provincial, foi destinado à Etió-pia, país africano onde já esteve duran-te oito anos. Esteve também em Lisboa na redação das revistas Além-Mar e Audácia e no Sudão do Sul.

Vindo da Zâmbia para fazer férias, o P.e Manuel Pinheiro foi a Fátima com a intenção

de fazer o seu retiro anual. Era o dia 15 de março, dia do nascimento de São Daniel Comboni. Mas deparou com o santuário fechado. A covid-19 tinha chegado e não dava espaço para mais ninguém. Na perspetiva de vol-tar à Zâmbia, o missionário “exilado” partilha o que foi a sua experiência inesperada.

«Tem sido uma experiência agrido-ce. Por um lado, tem sido um tempo de descanso, de oração e reflexão numa comunidade que me acolheu como um irmão e me fez sentir em casa. Fazer experiência de comunidade é dos dons mais lindos que te podem oferecer.

Por outro lado, fui privado do que tencionava fazer: visitar os amigos, reforçar os seus laços com a missão de onde venho, passar mais tempo com os meus irmãos e amigos da terra. Re-gressarei sem ter tido a oportunidade de ver alguns amigos que gostava de

ver. Sempre visitei todos os doentes e anciãos da minha terra e desta vez só pude visitar alguns. Atrasei em três meses o meu regresso à missão na Zâmbia e, nesse tempo, vivi na incer-teza do futuro.

Mas tive a oportunidade de fazer uma experiência que nunca tinha feito: aperceber-me da necessidade que todos temos de dar um abraço, de caminhar com liberdade pela estrada,

O P.e Manuel Pinheiro regressa à Zâmbia depois de um período de férias diferente, caracterizado pelo confinamento social por causa da covid-19

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de visitar os amigos e conviver com as suas famílias. Mas sobretudo pude experimentar a amizade dos colegas que me acolheram e de fazer uma linda experiência de comunidade. Para eles o meu muito obrigado.»

MISSIONÁRIO «EXILADO» EM TEMPO DE COVID-19

O P.e Gregório dos Santos foi destinado de Lisboa a Viseu. O P.e José Vieira (à direita), que nos últimos seis anos esteve em Lisboa e exerceu como provincial, foi destinado à Etiópia

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MISSIONÁRIOS COMBONIANOSCalç. Eng. Miguel Pais, 91249-120 LISBOATel.: 213 955 286E-mail: [email protected]

Administração:Fax: 213 900 246E-mail: [email protected]

Redação:E-mail: [email protected]

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VISITAS MISSIONÁRIAS

OBRA COMBONIANA DE PROMOÇÃO HUMANA (OCPH)

Durante o mês de junho, passado o tempo de confinamento, aprovei-

támos para visitar os nossos colabora-dores e amigos que se dedicam de alma e coração à missão. O P.e Jorge Brites, o Ir. Óscar Cunha e o P.e Francisco Medeiros (destinado à África do Sul, mas que permanece na casa de Lisboa à espera do visto), visitaram a casas dos amigos e colaboradores e entregaram os calendários e almanaques missio-nários para o ano 2021. Para cada um de vós vai o nosso reconhecimento e a certeza da nossa comunhão de oração.

Lembramos que ainda temos dispo-níveis na nossa casa os almanaques e calendários para o próximo ano, assim

25 DE JULHO: PEREGRINAÇÃO ESPIRITUAL DA FAMÍLIA COMBONIANAA peregrinação da Família Combonia-na a Fátima será realizada no dia 25 de julho, mas em modalidades diferentes devido às restrições da covid-19. Foi distribuído aos amigos um guião para seguir a celebração espiritual (que pode descarregar do nosso portal de internet: https://www.combonianos.pt/jornal/) e um grupo de combonianos estará no santuário de Fátima para animar as celebrações do Terço (10h00) e da Eucaristia (11h00).

Poderá, no conforto da sua casa, estar em comunhão connosco e acom-panhar estas celebrações na estação de televisão Canção Nova (em todos os operadores em que o canal transmite), em www.combonianos.pt e na nossa página no Facebook (Combonianos-Portugal). Contamos consigo!

como livros e outros materiais missio-nários. São um meio para crescer como discípulos missionários e colaborar com a obra evangelizadora da Igreja.

Na nossa comunidade de Cama-rate (Loures) deu-se início no ano passado à Obra Combo-

niana de Promoção Humana (OCPH). É uma resposta à proposta do Capítulo Geral dos Missionários Combonianos de 2015, de abrir na Europa uma obra significativa para os irmãos combonia-nos. Este novo projeto europeu teve início com o irmão José Manuel Salva-dor Duarte e o padre Horácio Ribeiro Rossas. Este ano junta-se à equipa o Ir. Joseph Peanane, da RD do Congo. Colaboram também na iniciativa um grupo vasto de voluntários.

A OCPH é uma Obra de promoção humana cuja visão é criar a fraternida-de cristã que se realiza na complemen-taridade dos vários ministérios num contexto de periferia como resposta às várias necessidades e também como resposta à necessidade de promover a vocação comboniana, sobretudo a vocação do irmão missionário com-boniano.

Os objetivos da OCPH nesta fase inicial são: apoio formativo à pas-

toral social, nomeadamente com o fomento da leitura popular da Bíblia com dimensão sociopolítica, difusão do magistério social da Igreja, análise político-económica da realidade, in-formação crítica, animação litúrgica sobre a realidade dos migrantes; pro-moção humana integral das periferias (com atenção especial aos migrantes); pastoral juvenil vocacional, promoven-do o trabalho com os jovens.

O Ir. José Manuel Salvador Duarte (esq.) durante a visita a uma família em Camarate

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notícias da maia

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Aos nossos amigos e colabora-dores, votos de bem! Sou o Ir. Valentim Rodrigues, natural

da freguesia de Vermoil, concelho de Pombal e diocese de Leiria-Fátima.

Agradeço ao Pai as graças que recebi ao longo da minha vida: a família, a comunidade onde nasci, e todos os que me acolheram e amaram ao longo da minha caminhada como homem e como missionário. Foi com o exemplo e testemunho que recebi dos meus pais, irmãos e da minha família que, pouco a pouco, fui descobrindo e per-cebendo quão importante é a vivência cristã numa comunidade, que se torna família pela fé.

Antes de ingressar no seminário comboniano de Viseu (o Seminário das Missões), em 1958, estive em contacto com outros dois institutos, os Redento-ristas e os Franciscanos, e li dois livros da editorial Além-Mar: os Mártires do Uganda e Sete Missionários Com-bonianos de Fato-Macaco. Com este segundo livro, tive a possibilidade de refletir sobre o testemunho de vida de sete irmãos missionários combonianos nesse mesmo país da África, o Uganda, onde exerceram o seu apostolado junto do povo como artesãos, enfermeiros, barbeiros, agricultores, construtores, médicos e outras formas de servir as comunidades eclesiais e apostólicas desse tempo do século xx.

Em novembro de 1961, fiz a pro-fissão religiosa e missionária, em Famalicão, junto com o Ir. António Borges e o P.e Ramiro Loureiro. Iniciei a caminhada como missionário na casa da Maia, visitando as comunidades paroquiais da diocese do Porto, as co-laboradoras e os amigos. Depois, passei para a comunidade de Viseu. Em 1967, enviaram-me para Famalicão, que se encontrava na segunda fase de constru-ção do seminário menor, para acolher os candidatos a missionários combo-nianos. Permaneci em Famalicão até

O MISSIONÁRIO É UMA VIDA PARA A MISSÃO

da nossa comunidade da Maia, e a formação dos seminaristas candidatos a irmãos missionários, juntamente com os padres Ramiro L. da Cruz e Fernando Guimarães, o que fiz durante quatro anos.

Da Maia, fui enviado para Lisboa e assumi a administração das revistas Além-Mar e Audácia.

De 1990 até 2005, estive novamente no Brasil, para a animação missioná-ria. Naquela comunidade éramos três combonianos de três continentes: eu, de Portugal, e um colega do Congo e outro do Chile.

Quando me pediram que regres-sasse a Portugal, fiquei dois anos em Viseu, em seguida, dez anos na Maia, e, desde fevereiro passado, estou na comunidade de Famalicão para a todos servir como missionário comboniano.

Agradeço ao Senhor por me ter feito missionário e sempre me ter ajudado nestes 59 anos de vida para a missão. E peço-lhe que nos abençoe a todos, leigos e missionários, nos trabalhos que vamos realizando na Igreja.

Ir. Valentim Rodrigues

O Ir. Valentim Rodrigues, natural de Vermoil (Pombal), conta 59 anos de serviço missionário no Brasil e Portugal

dezembro de 1974, quando parti para o Brasil. Ali assumi a administração das revistas missionárias Sem Fronteiras e Alô Mundo.

Em 1980, deixei as revistas e fui para o norte do Brasil. Integrei a comuni-dade de Jarú, paróquia de São João Batista, na Amazónia. Acompanháva-mos as comunidades que visitávamos umas três ou quatro vezes por ano. Nas visitas ora tínhamos Eucaristia, ora celebração da Palavra, encontro com as dirigentes da comunidade cristã, batismos e regulamentação de casa-mentos. A presença das irmãs religiosas era muito importante no acompanha-mento e caminhada das comunidades. Mensalmente, tínhamos encontros de formação a vários níveis. Desse tempo, gostaria também de salientar a presen-ça de Virgínia Lopes, leiga missionária de Viseu, que se dedicava ao serviço da saúde pública em Jarú.

Em 1983, foi-me pedido para dei-xar o Brasil e assumir a coordenação

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FAMÍLIA COMBONIANA 5

MISSIONÁRIOS COMBONIANOSRua Augusto Simões, 108

4470-147 MAIATel.: 229 448 317Fax: 229 413 344

E-mail: [email protected]: PT50 0007 0416 0007 2650 0036 1

CALENDÁRIOS E ALMANAQUES FORAM DISTRIBUÍDOS

os amigos escrevem

Missionários da comunidade comboniana da Maia an-daram bastante ocupados

na distribuição dos calendários e almanaques missionários, em junho. Formaram-se três equipas com a ajuda de alguns amigos para visitar todas as colaboradoras combonianas que se empenham na venda destes meios de animação missionária nos concelhos e nas paróquias da diocese do Porto.

Nós temos sido muito bem recebi-dos por todos, sempre com muita ale-gria e muito entusiasmo missionário. Pedimos a todos que não desanimem no trabalho que lhes é confiado por nós, mas, sobretudo, por Deus, e se-guirem em frente com perseverança e sem medo dos obstáculos. Difundir os calendários e almanaques missionários é um trabalho bastante cansativo, mas muito bonito, porque se trata de esti-mular a paixão missionária das pessoas nos locais onde vivem.

Nós, Missionários Combonianos, estamos muito agradecidos a todos os colaboradores e benfeitores da Família Comboniana que, com tanta generosidade, colaboram connosco na obra missionária da Igreja. E não é só a oferta monetária que chega às missões. Um calendário ou almanaque entregue hoje pode vir a despertar uma vocação missionária amanhã. Sempre unidos na oração, pedimos para todos abundantes bênçãos de Deus.

CONVITE PARA A FESTA MISSIONÁRIA A 4 DE OUTUBRO Esperamos que em outubro seja possí-vel realizar a festa missionária, respei-tando as normas de segurança sanitária que estiverem em vigor nessa ocasião. Contamos com a vossa participação e animamos-vos a convidarem outras pessoas a virem também. Organizem o transporte. O programa do dia é o habitual:9h00 – Acolhimento10h00 – Encontro missionário11h30 – Eucaristia13h00 – Almoço de farnel14h30 – Convívio missionário e oração de conclusão16h30 – Despedida

NAS MÃOS DE DEUS

Faleceu o Sr. Elísio Graça, da Maia, organizador do grupo de peregrinos e amigo da Família Comboniana.

Queridos missionários combonia-nos. Nestes tempos tem sido muito difícil não poder participar presen-cialmente na Eucaristia. Por tal mo-tivo, venho por este meio pedir que na Missa celebrada num domingo próximo a ofereçam ao Menino Jesus pelas minhas intenções particulares, invocando também a intercessão de São Daniel Comboni. Agradeço de coração a atenção.

Cristina Gonçalves :: Lavra (Matosinhos)

25 DE JULHO: ACOMPANHE A PEREGRINAÇÃO ESPIRITUAL DA FAMÍLIA COMBONIANAA peregrinação da Família Combo-niana a Fátima deste ano, como já foi informado, será realizada no dia 25 de julho, mas em modalidades diferentes devido às restrições da covid-19. Foi distribuído aos amigos um guião para seguir a celebração espiritual (que pode descarregar do nosso portal de internet: https://www.combonianos.pt/jornal/) e um grupo de combonianos estará no santuário de Fátima para animar as celebrações do Terço (10h00) e da Eucaristia (11h00).

Poderá, no conforto da sua casa, estar em comunhão connosco e acom-panhar estas celebrações na estação de televisão Canção Nova (em todos os operadores em que o canal transmite), em www.combonianos.pt e na nossa página no Facebook (Combonianos-Portugal). Contamos consigo!

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4 FAMÍLIA COMBONIANA

notícias de santarém

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Dizem que a vida é um «constan-te recomeçar». O P.e Alberto Silva, que era padre-mestre no

nosso noviciado internacional de San-tarém, aplica estas palavras à sua vida. Diz ele que é o que tem experimentado nestes últimos tempos da sua vida.

«Há mais ou menos um ano, pedi-ram-me que fizesse as malas e deixasse a missão com os peregrinos de Santiago de Compostela, Espanha, para vir para a comunidade de Santarém.

Aqui trabalhei durante esses escas-sos meses, pela primeira vez, nestas terras ribatejanas e particularmente na formação dos noviços e pastoral mis-sionária no Jardim de Cima. Conheci muitos de vós, amigos e colaboradoras, por quem nutro, hoje, sentimentos de muito apreço e gratidão pela vossa

sempre ao serviço da missão

colaboradoras receberam visita missionáriaDurante o mês de junho, passado o tempo de emergência e confinamento, aproveitámos para visitar as nossas colaboradoras e os amigos que, com

amor, se dedicam de alma e coração à missão. Tínhamos telefonado a cada uma no período de isolamento para saber como estavam e mantivemo-nos

partilha e amizade na missão. É ver-dade o slogan: “primeiro estranha-se, depois entranha-se”. Assim aconteceu comigo nestas terras ribatejanas. Por tudo, obrigado!

Agora, uma nova etapa de vida se abre para mim, com a destinação para Roma, Itália. Não vou de ânimo leve. Sei bem que esta missão que me con-fiam é um desafio grande para mim! Neste sentido, estou certo de que este recomeçar vai ser um novo “sopro de vida”. Cada novo começo tem-me ajudado a perceber o que realmente é essencial na minha vida.

Ficamos em comunhão de oração e no espírito de São Comboni. E, por favor, pedi por mim, para que saiba ser instrumento do Seu amor ali onde me enviam.»

em comunhão com as suas famílias, re-zando pelos muitos pedidos de oração. Sabemos que também elas estão a rezar constantemente pelos missionários espalhados pelo mundo.

Na visita à casa de cada colaborado-ra, o P.e José Manuel, o seu pai e irmão entregaram os calendários e almana-ques missionários para o ano 2021, e receberam verdadeiros testemunhos de muito amor e carinho pela obra missionária comboniana. Na foto ao lado, podemos ver a alegria com que a Maria Celeste Nunes e a sua irmã Fernanda, de Charneca da Peralva, nos acolheram, demonstrando muita felicidade por participarem com a sua vida, oração e esforço em recolher fundos nas suas terras para a missão em outras partes do mundo.

Para cada uma de vós, nossas cola-boradoras e, por isso, missionárias, vai o nosso reconhecimento e a certeza da nossa comunhão de oração na Eucaris-tia diárias.

P.e Alberto Silva abraça uma nova etapa de vida em Roma

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MISSIONÁRIOS COMBONIANOSRua Teófilo Braga, 53

Jardim de Cima2005-438 SANTARÉM

Tel.: 243 351 331 E-mail: [email protected]

IBAN: PT50 0007 0204 0006 0760 0072 4

FAMÍLIA COMBONIANA 5

missionário «exilado» em tempo de covid-19

Vindo da Zâmbia para fazer férias, o P.e Manuel Pinheiro foi a Fátima com a intenção

de fazer o seu retiro anual. Era o dia 15 de março, dia do nascimento de São Daniel Comboni. Mas deparou com o santuário fechado. A covid-19 tinha chegado e não dava espaço para mais ninguém. Então, encontrou refúgio em Santarém. Na perspetiva de voltar à Zâmbia, o missionário “exilado” partilha o que foi a sua experiência inesperada.

«Tem sido uma experiência agrido-ce. Por um lado, tem sido um tempo de descanso, de oração e reflexão numa comunidade que me acolheu como um irmão e me fez sentir em casa. Fazer experiência de comunidade é dos dons mais lindos que te podem oferecer.

Por outro lado, fui privado do que tencionava fazer: visitar os amigos,

O P.e Manuel Pinheiro (segundo à esquerda) regressa à Zâmbia depois de um período de férias diferente, caracterizado pelo confinamento social por causa da covid-19

reforçar os seus laços com a missão de onde venho, passar mais tempo com os meus irmãos e amigos da terra. Re-gressarei sem ter tido a oportunidade de ver alguns amigos que gostava de ver. Sempre visitei todos os doentes e anciãos da minha terra e desta vez só pude visitar alguns. Atrasei em três meses o meu regresso à missão na Zâmbia e, nesse tempo, vivi na incer-teza do futuro.

Mas tive a oportunidade de fazer uma experiência que nunca tinha feito: aperceber-me da necessidade que todos temos de dar um abraço, de caminhar com liberdade pela estrada, de visitar os amigos e conviver com as suas famílias. Mas sobretudo pude experimentar a amizade dos colegas que me acolheram e de fazer uma linda experiência de comunidade. Para eles o meu muito obrigado.»

25 DE JULHO: ACOMPANHE A PEREGRINAÇÃO ESPIRITUAL DA FAMÍLIA COMBONIANAA peregrinação da Família Combo-niana a Fátima deste ano, como já foi informado, será realizada no dia 25 de julho, mas em modalidades diferentes devido às restrições da covid-19. Foi distribuído aos amigos um guião para seguir a celebração espiritual (que pode descarregar do nosso portal de internet: https://www.combonianos.pt/jornal/) e um grupo de combonianos estará no santuário de Fátima para animar as celebrações do Terço (10h00) e da Eucaristia (11h00).

Poderá, no conforto da sua casa, estar em comunhão connosco e acom-panhar estas celebrações na estação de televisão Canção Nova (em todos os operadores em que o canal transmite), em www.combonianos.pt e na nossa página no Facebook (Combonianos-Portugal). Contamos consigo!

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notícias de viseu

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CELEBRAR A ALEGRIA DOS 90 E 80 ANOS

Durante os meses de confina-mento, por causa da covid-19, aprendemos a apreciar as coi-

sas simples, a dar mais valor às pessoas, a apreciar e celebrar a vida como dom. Assim, tem razão de ser celebrar datas especiais.

No passado dia 25 de junho, o P.e António Ino celebrou 90 anos de vida! Nascido em Itália, ainda jovem estudante veio para Viseu, onde che-gou em 1955. Completados os estudos de Teologia, foi ordenado sacerdote aqui em Viseu, em 1959, e, de seguida, desempenhou vários serviços no Semi-nário das Missões: prefeito, professor, diretor espiritual e reitor. Em 1964, dei-xou Viseu e foi para a Maia, para iniciar a construção do seminário, que viria a ser dedicado à formação dos candi-datos a irmãos missionários combo-nianos. Aí permaneceu até 1970, indo nesse ano para Coimbra, onde se estava a construir o seminário do Areeiro, para os seminaristas que cursavam os primeiros anos de Teologia, na vertente de Filosofia. Em 1972, mudou-se para Santarém, para finalizar a acomodação da casa que acolheria a fase formativa do Noviciado. No ano seguinte, foi en-viado para Moçambique. Neste país da África, trabalhou em várias das missões onde os Combonianos estão presentes, com a dedicação e o entusiasmo que sempre lhe conhecemos.

Em 2003, regressou a Viseu. Assu-miu a pastoral na Capela do Seminário, bem como a animação de alguns dos cenáculos de oração missionária. Ain-da hoje, e apesar da idade e de algumas mazelas, continua disponível para aten-der no sacramento da reconciliação muitas das pessoas que aqui acorrem.

Indo ao baú das recordações, o P.e António recorda dois acontecimentos que o marcaram muito: o primeiro foi por ocasião da independência de Mo-çambique (e das nacionalizações). Teve de viver sozinho e morar na sacristia,

porque a casa tinha sido confiscada bem como o carro. Aceitou ficar com as pessoas, ser missionário mesmo se não podia fazer muito.

Outra recordação é de 2018, quando teve oportunidade de regressar a Mo-çambique para orientar os exercícios

espirituais do clero local, poder rever pessoas e lugares… e dar-se conta de que a semente lançada à terra germinou e está a dar frutos.

Ao celebrar os seus 90 anos, o P.e António está muito agradecido pelo dom da vocação missionária e pelas pessoas que fizeram e fazem parte da sua vida… E recorda quantos amigos, benfeitores e colaboradoras estiveram presentes a apoiar o seu trabalho mis-sionário. E, por tudo, exclama: «Deus seja louvado!»

No dia 26 de junho, foi a vez do P.e José de Sousa celebrar 80 anos de vida! Nascido numa pequena povoação perto de Aguiar da Beira, chamada Sargaçais, ainda menino entrou no Se-minário das Missões, em Viseu. Trans-postas as várias fases de formação, é ordenado sacerdote em Verona, Itália, a 27 de junho de 1965, pela imposição das mãos do bispo comboniano D. Eduardo Mason. Após a ordenação sacerdotal, é destinado a Viseu para a promoção vocacional, onde permanece até 1972.

Desenvolveu o serviço missionário em Portugal, Moçambique e Brasil. Em Portugal, trabalhou muito nas visitas às escolas, contagiando muitos adolescentes e jovens com o vírus mis-sionário. Era também incansável no contacto com colaboradoras, amigos e benfeitores, e a todos entusiasmava para a causa missionária. Nas missões de Moçambique e do Brasil, assim como nas comunidades combonianas em Portugal, era notada a sua paixão pela celebração da Eucaristia e o modo entusiasmante das suas homilias.

Agora em Viseu, e apesar das forças físicas debilitadas, continua o seu servi-ço missionário por meio da oração, re-cordando junto do altar todos aqueles e aquelas que nas suas famílias e nas suas paróquias vivem o ideal missionário.

Aos dois aniversariantes, damos os parabéns e desejamos mais anos de vida repletos das bênçãos do Senhor.

P.e António Ino, nascido em Itália, celebrou 90 anos de vida, sessenta dos quais como padre missionário comboniano

P.e José de Sousa, natural de Sargaçais, Aguiar da Beira, de 80 anos, continua o seu serviço missionário em Viseu, por meio da oração

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MISSIONÁRIOS COMBONIANOS(Seminário das Missões)

R. Pedro Álvares Cabral, 3013504-521 VISEUTel.: 232 422 834

E-mail: [email protected]: PT50 0033 0000 0548 0610 0019 6

Os calendários e almanaques missionários para 2021 estão a ser distribuídos. Sabemos

que, para muitos amigos e colabo-radoras, a distribuição e venda deste material exige um grande esforço. Contudo, é uma maneira de tornar presente nas famílias o trabalho da Igreja missionária, e recordar como todos temos responsabilidade na di-fusão do Evangelho.

Nós, Missionários Combonianos, estamos muito agradecidos a todos os colaboradores e benfeitores que, com tanta generosidade e amizade, colabo-ram connosco na obra missionária da Igreja. E não é só a oferta monetária

calendários em prol das missões

OBRA DO REDENTORContinuamos a recordar na celebração da Santa Missa todos os inscritos na Obra do Redentor. Lembramos de modo particular os amigos, benfeitores e as colaboradoras que faleceram e de que tivemos conhecimento. Para todos pedimos que se encontrem em paz nos braços amorosos e ternos do Pai.

Disse uma vez o P.e Victor Feytor Pinto, do patriarcado de Lisboa: «A morte é apenas uma porta: do lado de cá está um limite da Natureza... Do lado de lá, está a ternura maravilhosa de Deus, que nos acolhe.»

que chega às missões. Um calendário ou almanaque entregue hoje pode vir a despertar uma vocação missionária amanhã.

Juntamente com o material de animação missionária, entregamos o guião para a Peregrinação Espiritual da Família Comboniana a Fátima, que acontecerá a 25 de julho. Na impossi-bilidade de estarmos presencialmente juntos em Fátima, por meio da oração, estaremos unidos aos pés de Maria – a Rainha das Missões – implorando a Sua proteção materna para todos os que vivem e sentem o pulsar da igreja missionária, e pediremos muitas e santas vocações.

25 DE JULHO: ACOMPANHE A PEREGRINAÇÃO ESPIRITUAL DA FAMÍLIA COMBONIANAA peregrinação da Família Combonia-na a Fátima deste ano será realizada no dia 25 de julho, mas em modalidades diferentes devido às restrições da covid-19. Foi distribuído aos amigos um guião para seguir a celebração espiritual (que pode descarregar do nosso portal de internet: https://www.combonianos.pt/jornal/) e um grupo de combonianos estará no santuário de Fátima para animar as celebrações do Terço (10h00) e da Eucaristia (11h00).

Poderá, no conforto da sua casa, estar em comunhão connosco e acom-panhar estas celebrações na estação de televisão Canção Nova (em todos os operadores em que o canal transmite), em www.combonianos.pt e na nossa página no Facebook (Combonianos-Portugal). Contamos consigo!

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linha direta da missão

CONSAGRAÇÕES PARA A MISSÃO

Vinte irmãos missionários combo-nianos que exercem a sua missão

na Europa reuniram-se pela Internet, uma vez que não foi possível realizar a habitual reunião presencial. São irmãos naturais ou a trabalhar em Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, Polónia e na casa-geral do Instituto Combonia-no, em Roma. Os irmãos missionários combonianos, homens consagrados a Deus e à missão, testemunham o Evangelho e exercem a sua arte ou profissão em benefício das populações mais pobres e abandonadas do mundo.

São Daniel Comboni sonhou o seu instituto como um cenáculo de após-tolos, formado por padres e irmãos, de modo que na missão sempre estives-sem a par a evangelização e a promoção

humana. Atualmente, dos cerca de 1500 missionários combonianos, 219 são irmãos (dos portugueses, 60 são padres e 22 são irmãos).

Trinta e cinco jovens noviços com-bonianos – naturais de Etiópia,

Uganda, Maláui, Zâmbia, Quénia, Sudão do Sul, Togo, Congo, República Centro-Africana, Moçambique, Méxi-co, Colômbia e Guatemala – fizeram a sua consagração religiosa, com a primeira profissão dos votos de casti-dade, pobreza e obediência, em maio passado. Destes 35 noviços, catorze fre-quentavam o noviciado em Namugon-go (Uganda), onze em Sarh (Chade), cinco em Xochimilco (México), quatro

em Nampula (Moçambique, na foto) e um em Isiro-Magambe (R. D. Congo).

Com a profissão religiosa, os 35 noviços tornaram-se missionários combonianos. Após um breve período de férias, os candidatos ao presbiterado vão prosseguir os estudos de Teologia nos escolasticados internacionais do Instituto e os irmãos continuarão os seus cursos profissionais nos Centros de Formação para Irmãos. Irão renovar a consagração anualmente, até à con-sagração perpétua.

IRMÃOS COMBONIANOS NA EUROPA

UM SIM DEFINITIVO A DEUS

Mponda João Mponda (na foto), natural da Beira, Moçambique,

que fez o noviciado em Santarém, entre 2012 e 2014, pronunciou, este ano, o seu sim definitivo a Deus com a pro-fissão perpétua dos votos. A cerimónia decorreu na capela da comunidade dos missionários combonianos na sua terra natal.

Por causa da pandemia do corona-vírus, que levou o Governo moçambi-cano a decretar o estado de emergência nacional, com normas severas de confi-namento e distância de segurança, a ce-rimónia desenvolveu-se num ambiente muito sóbrio: estavam presentes só os combonianos das comunidades da Beira e Muxúngwè, onde Mponda está a exercer o seu serviço missionário, em preparação da ordenação sacerdotal, e os seus familiares mais chegados.

Depois de ter pronunciado a fór-mula dos votos de castidade, pobreza e obediência, Mponda recebeu a Bíblia e a Cruz, simbolizando que ao longo do caminho da vida missionária será sem-pre chamado a testemunhar a Palavra de Deus e a seguir o exemplo de Jesus, que deu a sua vida pela Humanidade.

O Ir. Alberto Lamana, assistente geral, durante o encontro

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testemunho missionário

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Pedro Nascimento, leigo missionário comboniano, há um ano em missão na Etiópia

Encontro-me diante do Senhor, em adoração eucarística, e re-cordo-me de vós. Ponho-vos

na minha oração: familiares, amigos e amigas, benfeitores, todas as pes-soas que continuamente continuam a interessar-se por mim e pela missão na Etiópia.

Quando estou mais distante, a ora-ção torna-se ainda mais importante. Porque acredito em Deus, sei que re-zar não é um tempo perdido, mas um tempo ganho, de diálogo com quem me escuta e me fala. E, por isso, a oração torna-se tão importante. Ponho-vos no coração de Deus, peço por vós, pelo nosso Portugal e todo o mundo fustigado pela covid-19, pelos nossos cristãos, aqui, todos os Gumuz e por toda a Etiópia. Rezar faz-me sentir mais perto de todos os que amo.

A covid-19 começa a dar sinais na Etiópia, as pessoas começam a falar mais e sente-se muitas vezes receio pelo futuro. Mas a vida não pára, não pode parar. Há campos para cultivar, casas para arranjar, comida para preparar e muitas bocas para alimentar, ainda que seja uma refeição diária.

A covid-19 interrompeu as nossas atividades, suspendeu todas as escolas, o funcionamento da biblioteca, as aulas de inglês e de informática, parou as nossas atividades com as crianças, as celebrações dominicais com os nossos cristãos. Porém, a vida não pára.

A covid-19 fechou-nos em casa, mas a vida não parou. E, por isso, quando decidimos visitar os nossos amigos refugiados, já lá não estavam. Tinham sido mudados para as suas aldeias de origem na véspera. Mudados para os locais onde sofreram e que receiam mas, por causa do covid-19,

a vida não páraPedro Nascimento, leigo missionário comboniano, há um ano em missão na Etiópia,

podia ter sido repatriado por causa da epidemia da covid-19, mas resolveu permanecer, para testemunhar àquele povo que estão juntos na mesma luta.

não devem estar todos juntos na escola que os albergava. O local onde viviam está silencioso, as casas vazias, a escola habitada por soldados... E os nossos amigos? E as crianças com quem brin-cávamos? Foram-se! E não foi apenas o espaço que ficou vazio. Também eu o fico: vazio de um adeus por dizer, de um último sorriso, de um último jogo de futebol...

A covid-19 fechou-nos em casa, mas a vida continua. Por isso, decidi-mos visitar as comunidades, para saber como estão e para que saibam que continuamos aqui, juntos na mesma luta. A vida, essa, prossegue.

A covid-19 fechou-nos em casa e impede-nos de continuar os nossos trabalhos em plenitude, com as pes-soas, mas sair para visitar as comuni-dades confirmou o meu viver a missão: o mais importante da missão são as pessoas. Claro que estamos aqui para trabalhar, para fazer comunhão, dar o melhor de nós e dar testemunho da nossa fé. Mas tão ou mais importante que todo o precioso trabalho que fa-zemos é o tempo que vivemos com as pessoas. Viver entre as pessoas, fazer comunhão é dizer «és importante para mim!». Como nos é dito no livro O Principezinho, «foi o tempo que dedi-caste à tua rosa que tornou a tua rosa tão importante para ti».

Obrigado a todos e todas pela vossa preocupação. Que o Senhor vos aben-çoe sempre! Abraço apertado daqui da Etiópia!

Pedro Nascimento

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Jovens em missão (JIM)

FAMÍLIA COMBONIANAPropriedade: Missionários Combonianos do Coração de Jesus Pessoa coletiva n.º 500139989Diretor: Bernardino Frutuoso (CP 6411 A)Redação: Fernando Félix (CP 1902 A)/Carlos Reis (CP 2790 A)Grafismo: Luís Ferreira Arquivo: Amélia NevesRevisão: Helder Guégués

Sede do Editor, Administração e Redação: Calç. Eng. Miguel Pais, 91249-120 LISBOARedação: Tel. 213 955 286 E-mail: [email protected]: Jorge BritesAdministração: Fax: 213 900 246E-mail: [email protected]

Registo na ERC com o n.o 104210Depósito legal: 7937/85Estatuto editorial: http://www.combonianos.pt/jornalImpressão: Jorge Fernandes, Lda.Rua Quinta do Conde Mascarenhas, 92825-259 CHARNECA DA CAPARICATiragem: 26 002 exemplares

Embora já vivamos um tempo de desconfinamento, e o regresso às celebrações comunitárias seja

em novos moldes marcados por me-didas de segurança, o movimento JIM – Jovens em Missão continua a realizar as suas atividades e acompanhamento juvenil “à distância”. E escrevemo--lo com aspas, porque a distância é meramente física – a oração, a fé, a vontade de caminharmos juntos com os jovens fazem-nos estar próximos, em comunhão.

Para cimentar a proximidade, ma-nifestando a nossa presença, continua-mos a realizar as orações JIM Alive, que são momentos de oração e reflexão transmitidos ao vivo pelas redes sociais do JIM. E, no dia 4 de julho, realizamos o Missão Jovem, por meios informá-ticos, de modo que os participantes “saíram do sofá”, sem sair do sofá.

Continuamos animados, em oração uns pelos outros e disponíveis para

escutar os jovens e caminhar com eles, mas de modo diferente. É também sinal de dinamismo e da ação do Es-pírito Santo no nosso movimento que tenhamos a audácia de repensarmos e readaptarmos as nossas atividades e maneiras de aproximar os jovens de Deus, e Deus dos jovens.

TEMPOS DIFERENTES, MAS SEMPRE JOVENS EM MISSÃO

• Gostarias de fazer uma experiên-cia de voluntariado missionário?

• Gostarias de dialogar com um(a) missionário(a) sobre vocação?

• Contacta-nos pelo correio eletró-nico [email protected] ou na página de Internet www.jim.pt.

Diálogos sobre fazer missão

Ainda mais: os animadores do JIM continuam disponíveis para conversar e acompanhar espiritualmente jovens que assim pretendam e precisem. Co-ragem! Este tempo estranho e diferente deve ser tempo de renovar a confiança em Deus e o espírito missionário em cada um de nós. Tenhamos Cristo vivo presente na nossa caminhada, e saibamos manifestá-lo e testemunhá-lo nestes tempos em que, para muitos, Ele parece distante.