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43 Revista Ciência e Saúde ARTIGO DE REVISÃO COQUELUCHE: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA COQUELUCHE: BIBLIOGRAPHIC REVIEW Vera Lúcia Venancio Gaspar1, Emanuelle Ferreira Xavier2, Yoriko Bacelar Kashiwabara3, Fernanda Lima Fernandes4 RESUMO A coqueluche é uma doença aguda, causada pela Bordetella pertussis (bactéria gram-negativa), altamente contagiosa, que acomete o trato respiratório e dissemina-se por meio de secreções das vias aéreas. O período de incubação da coqueluche varia, em média, de 7 a 10 dias e evolui em três estágios: catarral, tosse paroxística e convalescença. É considerada um problema de saúde pública e ocorre inclusive nos países com alta taxa vacinal. No Brasil, de acordo com dados disponibilizados pela Organização Mundial da Saúde, no período de 2010 a 2014, o número de casos foi o seguinte: em 2010 houve 477 casos; em 2011, 2.257; em 2012, 5.400; em 2013, 5.211; em 2014, 7.687. As complicações mais graves ocorrem em lactentes jovens que não iniciaram ou não completaram o esquema vacinal contra coqueluche, havendo risco de manifestar complicações mais graves da doença e inclusive risco de morte. O tratamento com antibiótico deve ser instituído precocemente e quando iniciado, preferencialmente, antes do início ABSTRACT Whooping cough is an acute disease caused by the highly contagious Bordetella pertussis (gram- negative bacteria) which affects the respiratory tract and spreads through secretions from the upper airways. Pertussis’ incubation period ranges from 7 to 10 days on average and develops in three phases: catarrhal, paroxysmal cough and convalescence. It is considered a public health problem that arises even in countries with a high vaccination rate. In Brazil, according to data provided by the World Health Organization, in the period from 2010 to 2014, the number of cases was as follows: in 2010 there were 477 cases; in 2011, 2.257; in 2012, 5.400; in 2013, 5.211; in 2014, 7.687. The most serious complications occur in young infants who did not start or did not complete the whooping cough vaccination schedule, running the risk of showing more serious complications of this disease, even death hazard. Antibiotic treatment should be initiated early and, preferably, prior to paroxysmal cough symptoms, which may influence on 1 Médica pediatra coordenadora do Programa de Residência Médica em Pediatria do Hospital Márcio Cunha – Fundação São Francisco Xavier, Ipatinga, MG, Brasil. 2 Médica residente em Pediatria do Hospital Márcio Cunha – Fundação São Francisco Xavier, Ipatinga, MG, Brasil. 3 Médica residente em Pediatria do Hospital Márcio Cunha – Fundação São Francisco Xavier, Ipatinga, MG, Brasil. 4 Médica residente em Pediatria do Hospital Márcio Cunha – Fundação São Francisco Xavier, Ipatinga, MG, Brasil. Autor correspondente: Vera Lúcia Venâncio Gaspar Rua Vênus, n o 438, Bairro Castelo, Ipatinga, MG. CEP: 35.160-076. Telefone: (31) 999251910. E-mail: [email protected] Artigo recebido em 06/09/2016 Aprovado para publicação em 08/10/2016

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43Revista Ciência e Saúde

ARTIGO DE REVISÃO

COQUELUCHE: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

COQUELUCHE: BIBLIOGRAPHIC REVIEW

Vera Lúcia Venancio Gaspar1, Emanuelle Ferreira Xavier2, Yoriko Bacelar Kashiwabara3, Fernanda Lima Fernandes4

RESUMO A coqueluche é uma doença aguda, causada pela Bordetella pertussis (bactéria gram-negativa), altamente contagiosa, que acomete o trato respiratório e dissemina-se por meio de secreções das vias aéreas. O período de incubação da coqueluche varia, em média, de 7 a 10 dias e evolui em três estágios: catarral, tosse paroxística e convalescença. É considerada um problema de saúde pública e ocorre inclusive nos países com alta taxa vacinal. No Brasil, de acordo com dados disponibilizados pela Organização Mundial da Saúde, no período de 2010 a 2014, o número de casos foi o seguinte: em 2010 houve 477 casos; em 2011, 2.257; em 2012, 5.400; em 2013, 5.211; em 2014, 7.687. As complicações mais graves ocorrem em lactentes jovens que não iniciaram ou não completaram o esquema vacinal contra coqueluche, havendo risco de manifestar complicações mais graves da doença e inclusive risco de morte. O tratamento com antibiótico deve ser instituído precocemente e quando iniciado, preferencialmente, antes do início

ABSTRACTWhooping cough is an acute disease caused by the highly contagious Bordetella pertussis (gram-negative bacteria) which affects the respiratory tract and spreads through secretions from the upper airways. Pertussis’ incubation period ranges from 7 to 10 days on average and develops in three phases: catarrhal, paroxysmal cough and convalescence. It is considered a public health problem that arises even in countries with a high vaccination rate. In Brazil, according to data provided by the World Health Organization, in the period from 2010 to 2014, the number of cases was as follows: in 2010 there were 477 cases; in 2011, 2.257; in 2012, 5.400; in 2013, 5.211; in 2014, 7.687. The most serious complications occur in young infants who did not start or did not complete the whooping cough vaccination schedule, running the risk of showing more serious complications of this disease, even death hazard. Antibiotic treatment should be initiated early and, preferably, prior to paroxysmal cough symptoms, which may influence on

1 Médica pediatra coordenadora do Programa de Residência Médica em Pediatria do Hospital Márcio Cunha – Fundação São Francisco Xavier, Ipatinga, MG, Brasil.2 Médica residente em Pediatria do Hospital Márcio Cunha – Fundação São Francisco Xavier, Ipatinga, MG, Brasil.3 Médica residente em Pediatria do Hospital Márcio Cunha – Fundação São Francisco Xavier, Ipatinga, MG, Brasil. 4 Médica residente em Pediatria do Hospital Márcio Cunha – Fundação São Francisco Xavier, Ipatinga, MG, Brasil.

Autor correspondente: Vera Lúcia Venâncio GasparRua Vênus, no438, Bairro Castelo, Ipatinga, MG. CEP: 35.160-076. Telefone: (31) 999251910.E-mail: [email protected]

Artigo recebido em 06/09/2016Aprovado para publicação em 08/10/2016

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da tosse paroxística, os resultados são melhores. O esquema vacinal deve ser mantido atualizado, com o intuito de minimizar a ocorrência, a gravidade e a propagação da coqueluche.

Palavras-chave: Coqueluche. Bordetella pertussis. Prevenção. Imunização.

INTRODUÇÃO

Doença de etiologia infecciosa, de caráter agudo,1 que acomete o trato respiratório, a coqueluche é muito contagiosa, disseminando-se por meio de secreções respiratórias.2 Considerada um problema de saúde pública, a coqueluche ocorre, inclusive, nas nações com alta taxa vacinal.3 Embora tenha ressurgido nos últimos anos,4 as primeiras descrições de surtos da doença datam do século XVI, e o isolamento da Bordetella pertussis (Bp) – agente etiológico da coqueluche – ocorreu em 1906.1

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que, no mundo, em 2008, ocorreram 89.000 mortes por coqueluche. Em 2014, foram relatados 139.786 casos, e a cobertura vacinal, com 3 doses da vacina contra difteria, tétano e coqueluche, foi estimada em 86,0%. 5 Contudo, visando à proteção dos lactentes, é necessário que, no planeta, 90,0% ou mais dessas crianças recebam 3 doses da vacina contra coqueluche, de alto poder imunogênico.2

No Brasil, de acordo com dados disponibilizados pela OMS, o número de casos de coqueluche, no período de 2010 a 2014, foi o seguinte: em 2010, houve 477 casos; em 2011, 2.257; em 2012, 5.400; em 2013, 5.211; em 2014, 7.687.6 No período de 2010 a 2013, houve no país 240 óbitos por coqueluche, sendo que 235 ocorreram entre lactentes menores de

efficient results. The vaccine schedule should always be updated in order to reduce whooping cough incidence, disease severity and dissemination.

Keywords: Whooping Cough. Bordetella pertussis. Prevention. Immunization.

1 ano; 1 ocorreu em criança da faixa etária de 1 a 4 anos; 1 em pessoa adulta e 3 entre idosos de 70 e 79 anos.7 Como os lactentes são mais susceptíveis às formas graves, bem como à morte determinada pela coqueluche, há necessidade de implementar ações visando à proteção, especialmente de crianças dessa faixa etária.8

Entre as explicações para o aumento da ocorrência da doença, incluem-se as variações genéticas da Bordetella pertussis, que comprometem a proteção determinada pela vacina e a redução da imunidade vacinal ao longo do tempo. Somam-se a esses fatos os avanços tanto da vigilância epidemiológica quanto dos recursos laboratoriais para o diagnóstico de coqueluche; a identificação mais frequente da infecção em adolescentes e adultos que apresentam manifestações clínicas atípicas;9 a baixa taxa vacinal e a transmissão pelos portadores assintomáticos – geralmente pessoas que receberam a vacina acelular contra coqueluche.10

Mas, diante do ressurgimento da doença, ainda existem aspectos a serem esclarecidos, que se referem às ações dos responsáveis pela saúde da coletividade e aos pesquisadores,10 devendo-se considerar que o momento atual realça a necessidade de manter alta taxa vacinal com as vacinas disponíveis.11

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EPIDEMIOLOGIA

Coqueluche é uma doença infecciosa com alto percentual de contagiosidade e, entre os contatos domiciliares, a transmissão pode atingir mais de 90,0% das pessoas susceptíveis.9

Ocorre de forma endêmica no mundo, não poupando as áreas geográficas com alta cobertura vacinal. Atinge, especialmente lactentes jovens de nações em desenvolvimento e com menor percentual vacinal, enquanto, nas nações com alto poder aquisitivo, acomete lactentes que ainda não completaram a idade para receber a vacina.12

A transmissão acontece predominantemente através da eliminação de gotículas de secreção respiratória, contudo pode acontecer, em menor escala, por meio de objetos recentemente contaminados por portadores da Bordetella pertussis.1

A coqueluche acomete pessoas das diversas faixas etárias,13 mas predomina em lactentes que ainda não receberam a vacina.4

ETIOLOGIA

A coqueluche é causada por uma bactéria gram-negativa, a Bordetella pertussis,9 encontrada na boca, garganta e nariz da pessoa infectada.2

PATOGENIA

A aderência da Bp aos cílios das células epiteliais respiratórias, por meio da produção de toxinas, paralisa-os, determinando inflamação do sistema respiratório, o que compromete a eliminação das secreções respiratórias.1

PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE

O período de transmissibilidade de uma pessoa infectada pela Bp estende-se por volta de 21 dias, sendo 7 dias correspondentes ao período catarral e 14 dias ao período inicial de tosse paroxística. Embora não haja portador crônico, nos lactentes, o período de eliminação da Bp pode ser mais prolongado.14 A transmissão para lactentes e crianças pode ocorrer, também, a partir de pessoas infectadas pela Bp, mesmo assintomáticas, ou que apresentam quadro clínico inexpressivo.9

FONTES DE INFECÇÃO

Segundo Skoff et al, entre os casos de coqueluche diagnosticados em lactentes, nem sempre se consegue identificar a fonte da infecção, porém a mãe tem sido considerada como a principal transmissora. Contudo, os autores identificaram a fonte em 43,6% dos lactentes. Os irmãos transmitiram para 35,5% dos lactentes doentes; as mães, 20,6%; os pais, 10,0%; os avós, 7,6%; os tios, 6,5%; em creche, 4,6%; os primos, 4,6%; os amigos, 3,0%; entre outros.15

Os profissionais das equipes de saúde pediátrica frequentemente têm contato com pacientes portadores de coqueluche e, muitas vezes, as medidas de controle e prevenção da infecção não são colocadas em prática plenamente e em tempo oportuno. Nesse contexto, deve-se considerar que, se o profissional é acometido por coqueluche, poderá transmiti-la aos pacientes susceptíveis.16

Outro grupo que representa risco para transmissão da infecção são os habitantes de áreas com alto percentual de liberação de imunização por motivos religiosos. Os casos de coqueluche acontecem

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mais nas comunidades em que maior percentual de crianças deixam de vacinar. Deixar de vacinar as crianças representa risco não só para elas próprias, mas também para outras crianças de seu convívio que ainda não completaram a idade para receber a proteção vacinal, para aquelas que têm contraindicação para a imunização e para as que já receberam as vacinas.17

QUADRO CLÍNICO

A coqueluche, em suas manifestações clínicas, evolui em três estágios.18 Após o período de incubação, que varia, em média, de 7 a 10 dias, com variação de 6 a 21 dias12 e, em raras ocasiões, podendo chegar a 42 dias,18 iniciam-se os sintomas relacionados às vias aéreas superiores.12 Esse é o primeiro estágio – denominado catarral.1 A doença inicia-se de maneira que sugere um resfriado comum; há coriza, espirros e tosse ocasional discreta que, progressivamente, se intensifica,1 até chegar aos paroxismos que são, em geral, acompanhados por vômitos. Os pacientes podem não apresentar febre, mas quando ocorre, geralmente é baixa.12 Esse estágio tem duração aproximada de 7 a 14 dias.18

A hipótese diagnóstica de coqueluche habitualmente ocorre no segundo estágio – de tosse paroxística. A criança manifesta episódios de tosse, inúmeras vezes, sugerindo que há dificuldade de eliminar secreções das vias respiratórias. Crises de cianose, durante os acessos de tosse, são observadas em alguns pacientes. Ao término da crise de tosse, pode ocorrer uma inspiração profunda. Vômitos costumam manifestar-se logo que termina a tosse paroxística. Passada a crise, os pacientes podem estar em condições clínicas satisfatórias, mas os lactentes e as crianças pequenas têm mais risco de apresentarem comprometimento

do estado geral. A tosse aumenta nos primeiros 7 a 14 dias do período paroxístico, mantêm-se por mais 14 a 21 dias e, em seguida, reduz progressivamente. As crises de tosse predominam à noite, ocorrendo, aproximadamente, 15 episódios por dia.1

No terceiro estágio – convalescença –, o paciente melhora progressivamente até desaparecer a tosse paroxística. A duração desse período varia entre 2 e 6 semanas, podendo prolongar-se por mais tempo.14

Se a pessoa que teve coqueluche contrair infecção de vias aéreas nos meses seguintes à doença, poderá voltar a apresentar tosse paroxística durante esses eventos.1

Quanto aos lactentes que contraem coqueluche nos primeiros 6 meses de vida podem apresentar um período catarral breve, seguido por episódios de engasgo, apneia12 e cianose.19

Crianças que receberam vacinas contra coqueluche, se contraírem a infecção logo após a imunização, podem manifestar a doença com tosse discreta. As manifestações clínicas da coqueluche em adolescentes e adultos incluem tosse de evolução prolongada, que pode ser ou não acompanhada de paroxismos.12 Dessa forma, recomenda-se incluir a coqueluche entre as hipóteses diagnósticas quando há tosse prolongada, considerando que o diagnóstico, em momento oportuno (sem atraso), e a instituição de medidas terapêuticas adequadas limitam a transmissão da doença para outras pessoas.13 Deve-se considerar, ainda, que adolescentes e adultos parcialmente imunizados podem ser assintomáticos.1

Há mais dificuldade para os clínicos diagnosticarem pacientes infectados pela Bp assintomáticos do que aqueles que apresentam sintomas discretos, situação particularmente observada em pacientes de faixas etárias mais altas. O grupo assintomático, por não

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apresentar manifestações clínicas, não é detectado mesmo por médicos experientes. No grupo com sintomas discretos, há possibilidade de se diagnosticar a doença e implementar ações preventivas.10

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

No leucograma, observa-se leucocitose e linfocitose, com contagem absoluta de linfócitos igual ou superior a 10.000 por mm3. Leucocitose muito elevada pode ser encontrada em pacientes que apresentam coqueluche mais grave.20

Entre os recursos laboratoriais para o diagnóstico, a cultura de material obtido da nasofaringe por Swab, considerada padrão ouro, apresenta também ótima especificidade.1 O material para o exame deve ser colhido nos primeiros 14 dias de tosse; após esse período, aumenta-se a possibilidade de resultado falso-negativo.21

A reação em cadeia da polimerase (PCR) tem ótima sensibilidade e especificidade variável. O material para a realização do exame deve ser obtido da nasofaringe, preferencialmente no período de até 21 dias a partir do começo da tosse, mas, até a quarta semana, o exame fornece resultados confiáveis.21

As sorologias são indicadas, principalmente, em ocasiões em que é necessário constatar ou não a ocorrência de surto de coqueluche. O ideal é que o exame seja realizado entre 2 semanas e 2 meses, a partir do início da tosse, mas esse prazo pode ser estendido até 12 semanas.21 Assim, os exames sorológicos, em geral, são mais recomendados para adolescentes e adultos em que a infecção já evolui há mais tempo, ocasião em que a cultura e a PCR costumam ser negativas.1

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

As doenças de etiologia infecciosa que devem fazer parte do diagnóstico diferencial de coqueluche são aquelas causadas por Bordetella bronchiseptica, Bordetella holmesii, Bordetella parapertussis e Mycoplasma pneumoniae,20 além de adenovírus, Chlamydia pneumoniae e vírus sincicial respiratório.14 Outras afecções podem ser incluídas no diagnóstico diferencial, como asma, aspiração de corpo estranho, pneumonia aspirativa e refluxo gastroesofágico.20

COMPLICAÇÕES

As complicações mais graves ocorrem em lactentes jovens que ainda não iniciaram ou não completaram o esquema vacinal contra coqueluche, havendo risco de manifestar a doença, acompanhada de complicações graves e risco de morte. As complicações mais frequentes, no grupo de lactentes internados, são apneia (61,0%), pneumonia (23,0%), convulsões (1,1%) e encefalopatia (0,3%).22 As pneumonias bacterianas são as complicações responsáveis pela maioria das mortes associadas à coqueluche. A encefalopatia, predomina entre lactentes, podendo ser causada pela hipóxia determinada pela tosse ou ainda resultar do efeito da toxina.1

Outras complicações observadas entre os lactentes e crianças incluem alterações do sono, aparecimento de hérnias, epistaxe, desidratação, inapetência e otite média. Ainda podem ocorrer hematoma subdural, hipertensão pulmonar, pneumotórax e prolapso retal.22

O percentual de complicações diminui com a idade: pode atingir 41,0% dos lactentes com idade inferior a 3 meses, diminuindo para 16,0% no grupo de 3 a 12 meses.8

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No Brasil, no grupo de crianças que evoluiu para óbito, as complicações mais frequentes foram desidratação, desnutrição, encefalite e pneumonia.23

As hospitalizações são necessárias em, aproximadamente, 50,0% dos lactentes com coqueluche, menores de 1 ano, e predominam no primeiro semestre de vida.22

As complicações observadas em adolescentes e adultos são, habitualmente, mais leves, principalmente naquelas pessoas que já receberam imunização. Complicações como emagrecimento, fratura de costela, incontinência urinária, pneumotórax, prolapso retal e síncope, além de aparecimento de hérnia, epistaxe, inapetência e otite média são observadas em alguns pacientes.22

ÓBITOS

No Brasil, a quase totalidade dos óbitos por coqueluche ocorre em crianças menores de 1 ano.7

Entre 1996 a 2013, dos 498 pacientes de até 19 anos que evoluíram para óbito por coqueluche, 96,8% tinham menos de 1 ano de vida.24

Ainda no Brasil, no período de 2007 a 2014, ocorreram 24.612 casos de coqueluche, sendo que 528 evoluíram para óbito.23

TRATAMENTO

Em geral, lactentes com menos de 4 meses de idade devem ser hospitalizados, preferencialmente, em estabelecimentos de saúde que disponham de recursos de terapia intensiva. Justifica a internação o risco de os lactentes apresentarem agravamento rápido das condições clínicas. Também devem ser internados os pacientes que apresentam apneia, cianose, convulsão,

dispneia e pneumonia.25

O tratamento com antibiótico deve ser instituído o mais cedo possível. Quando iniciado antes de o paciente manifestar tosse paroxística, os resultados são melhores. Devido à rapidez da piora clínica que pode ocorrer em lactentes, o tratamento deve ser considerado antes mesmo da confirmação diagnóstica, por meio de exames laboratoriais, se a hipótese de coqueluche for embasada em dados clínicos e se tratar de lactente jovem que apresenta mais risco de complicações.26 O uso precoce de antibióticos diminui a duração das manifestações clínicas da doença e também limita a transmissão da infecção para outras pessoas.25

ANTIBIOTICOTERAPIA

Em geral, para crianças, é utilizado um dos seguintes antibióticos:

• azitromicina: quando indicada para lactentes de até 5 meses,10 mg/kg em uma dose diária, via oral, por 5 dias. A partir de 6 meses de idade, 10 mg/kg no primeiro dia e continuar com 5 mg/kg/dia por mais 4 dias.14

• claritromicina: indicada para lactentes a partir de 1 mês de idade, 20 mg/kg/dia, de 12 em 12 h, via oral, durante 7 dias.14

• eritromicina: indicada para lactentes a partir de 1 mês de idade, 40 a 50 mg/kg/dia, via oral, de 8 em 8 horas, durante 7 dias.14

Geralmente, para adultos, é utilizado um dos seguintes antibióticos:

• azitromicina: 500 mg, 1 vez ao dia, via

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oral, no primeiro dia; continuar com 250 mg, via oral, 1 vez ao dia, por mais 4 dias.14

• claritromicina: 500 mg de 12 em 12 horas, via oral, durante 7 dias.14

• eritromicina: dose aproximada de 1g/dia, dividida em doses de 8 em 8 horas, durante 7 dias.14

A utilização de eritromicina em doses menores e com duração de 7 dias causa menos manifestações adversas relacionadas ao trato gastrointestinal e oferece resultados semelhantes a outros esquemas preconizados anteriormente.14

Recém-nascidos são susceptíveis a apresentar forma grave da doença associada a complicações e risco de morte, tornando necessário o uso de macrolídeos. Contudo, o uso desses medicamentos em crianças menores que um mês sinaliza a necessidade de acompanhamento dos pacientes, devido ao risco de manifestarem estenose hipertrófica do piloro e/ou outras manifestações adversas.26

O uso de azitromicina é associado ao risco de alterações na atividade elétrica do coração, podendo resultar em arritmia cardíaca, que pode ser fatal. Representa risco especialmente para pacientes com prolongamento do intervalo QT, bradicardia, hipocalemia, hipomagnesemia e para os que fazem uso de alguns medicamentos antiarrítmicos.27

A introdução da antibioticoterapia adequada reduz o período de transmissibilidade da coqueluche para 5 dias, a partir do início do tratamento.18

PROTEÇÃO DOS CONTATOS

Manutenção do calendário vacinal atualizado, diagnóstico oportuno da coqueluche e instituição de profilaxia antibiótica são medidas recomendadas na

prevenção da coqueluche.8

PROFILAXIA COM ANTIBIÓTICOS

Atenção especial deve ser dada aos lactentes no primeiro ano de vida, devido à alta morbimortalidade causada pela coqueluche nessa faixa etária. A antibioticoprofilaxia deve ser indicada, sem perda de tempo, para os contatos próximos com pessoa portadora de coqueluche no prazo de até 21 dias, a partir da exposição, para os seguintes grupos:14

• criança menor de 1 ano; 14

• gestante no último trimestre de gravidez;14

• pessoas que têm risco de apresentarem coqueluche com manifestações clínicas graves ou desenvolverem complicações.25

Quando a profilaxia pós-exposição for indicada, deve-se utilizar o mesmo antibiótico e a mesma dose recomendados para o tratamento.25

IMUNIZAÇÃO ATIVA

São disponíveis, no Brasil, pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), as seguintes vacinas contra pertussis:

• DTP: vacina contra difteria, tétano e coqueluche, cujo componente pertussis é preparado com células inteiras; recomendada para crianças de até 6 anos, 11 meses e 29 dias;28

• Pentavalente: DTP associada à vacina contra Haemophilus influenzae b e hepatite B;28

• dTpa: vacina contra difteria, tétano e coqueluche, cujo componente pertussis é

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acelular, recomendada para crianças de até 6 anos, 11 meses e 29 dias;9

• dTpa: vacina acelular contra difteria, tétano e coqueluche, para crianças a partir de 7 anos e adultos.9

VACINA CONTRA COQUELUCHE DE CÉLULAS INTEIRAS

No Brasil, a partir de julho de 2012, o PNI utiliza as vacinas contra difteria, tétano, coqueluche (células inteiras), hepatite B e Haemophilus influenzae b contidas na vacina pentavalente.9 Recomenda-se, para a prevenção de coqueluche, a utilização da vacina de células inteiras porque a proteção conferida por ela não é inferior à acelular, a produção é nacional, além de o custo ser mais baixo.9

VACINA TRÍPLICE ACELULAR CONTRA COQUELUCHE

A faixa etária em que a vacina dTpa deve ser prescrita está compreendida entre 2 meses e 6 anos, 11 meses e 29 dias,9 sendo a vacina dTpa recomendada para pessoas a partir de 7 anos.9

Após receberem a primeira dose da vacina dTpa, entre 2 e 3 meses de idade, os lactentes desenvolvem imunidade que contribui para a prevenção de hospitalização por coqueluche.29

O risco de contrair coqueluche aumenta progressivamente nos 6 anos seguintes à criança ter recebido a quinta dose de vacina acelular, indicando que há redução da imunidade vacinal antes de a pessoa completar 11 a 12 anos de idade, época recomendada para receber o reforço.30

COMPARAÇÃO ENTRE AS VACINAS DTP E DTPa

As vacinas de células inteiras e as acelulares oferecem resultados similares na prevenção de coqueluche nos primeiros 12 meses de vida, mas observa-se redução mais acelerada da imunidade quando se utiliza a forma acelular.19 A esse respeito, a avaliação de um grupo de adolescentes de 10 a 17 anos, que havia recebido um total de 4 doses da vacina contra coqueluche nos 2 primeiros anos de vida, mostrou que os que receberam a vacina de células inteiras apresentaram imunidade melhor contra coqueluche em relação aos que receberam vacinas acelulares.31 Essa observação mostra a necessidade de aplicação de reforços com a vacina acelular em crianças maiores e adultos que receberam a apresentação acelular.19

ESQUEMA VACINAL BRASILEIRO CONTRA COQUELUCHE

O esquema vacinal básico do Calendário Nacional de Vacinação consta de 3 doses da vacina pentavalente, aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de idade. Para as doses de reforço, que devem ser administradas aos 15 meses e aos 4 anos, utiliza-se a vacina DTP.32 A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda o mesmo esquema vacinal que o PNI, contudo, indica, preferencialmente, a vacina dTpa.33

A idade mínima para iniciar a vacina, deve ser 6 semanas de vida,19 e o limite máximo de idade para a criança receber a vacina DTP é de 6 anos, 11 meses e 29 dias.28 Se houver atraso na aplicação das doses subsequentes, não é necessário reiniciar a vacinação e, sim, completar o esquema vacinal.19

É recomendada a aplicação de uma dose de reforço

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com a dTpa para adolescentes entre 11 e 12 anos.34 Já a SBP indica, para adolescente, uma dose de reforço com a dTpa aos 14 anos.33

As gestantes também devem receber uma dose da dTpa, entre a 27ª e a 36ª semana de idade gestacional.32

De acordo com o Calendário Nacional de Vacinação, a dTpa também está disponibilizada para profissionais da saúde que prestam assistência a recém-nascidos e crianças no primeiro ano de vida, em maternidades e em unidades de internação neonatal, inclusive unidades canguru.32

RECOMENDAÇÕES PARA SITUAÇÕES ESPECIAIS

No momento atual, relativo à coqueluche, também é necessário implementar adequações no calendário vacinal, visando, especialmente, à proteção dos lactentes.4

PREMATUROS

Os prematuros devem receber vacina contra coqueluche ao atingirem a idade cronológica recomendada para a vacinação das crianças nascidas a termo, desde que estejam com os parâmetros clínicos estabilizados. É necessária atenção especial aos pré-termos, principalmente àqueles cujo peso de nascimento foi inferior a 1.500 g, considerando que podem manifestar apneia e bradicardia após a vacinação. Se ainda estiverem hospitalizados, na ocasião em que recebem a primeira dose da vacina, devem ser monitorizados por um período de 48 horas.18

VACINAÇÃO DURANTE A GRAVIDEZ

Estima-se que um percentual significativo de lactentes com coqueluche é contaminado pela mãe.35Assim, com vistas à prevenção da coqueluche nos recém-nascidos e lactentes, a primeira medida é a vacinação das mulheres durante o período gestacional, o que determina a passagem passiva de anticorpos para o filho.36

A dTpa, além de ser considerada segura para gestantes, possibilita a passagem de anticorpos contra coqueluche para o recém-nascido, protegendo-o no período em que ainda não completou a idade necessária para receber a primeira dose da vacina, ou seja, nos 2 meses iniciais de vida,18 idade em que a morbimortalidade por coqueluche é mais elevada.37Outra vantagem de a gestante ser vacinada ainda durante a gravidez é receber orientações sobre a doença e recomendar a imunização para os familiares e pessoas próximas que terão contato com o recém-nascido e que também devem ser vacinados antes da data prevista para o parto.37

A vacina recomendada para gestantes é a dTpa, que deve ser aplicada, preferencialmente, entre a 27ª semana e a 36ª semanas de gravidez. Se a grávida não receber a vacina durante a gestação, ela deve ser vacinada no pós-parto, antes da alta hospitalar.1

A mulher deve receber uma dose da dTpa em todas as gestações.35

Uma das propostas para aumentar a adesão das gestantes relutantes em receber a vacina dTpa consiste em esclarecê-las acerca dos riscos da coqueluche para o filho e da segurança da imunização durante o período gestacional.38

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VACINAÇÕES ADICIONAIS

A Academia Americana de Pediatria acrescenta as seguintes recomendações para a vacina dTpa:

• Recomenda-se a aplicação de uma dose da dTpa para crianças e adolescentes, da faixa etária de 7 a 10 anos, que não tenham o calendário vacinal atualizado ou se a situação vacinal for desconhecida.• Adultos, mesmo os que têm mais

de 65 anos, profissionais da área da saúde, cuidadores e pessoas adultas que convivem ou planejam convívio próximo com lactentes menores de 1 ano devem receber uma dose da dTpa desde que ainda não tenham recebido a vacina.39

CONTRAINDICAÇÕES DAS VACINAS CONTRA COQUELUCHE

Contraindicações das vacinas pentavalente e DTP

A vacina pentavalente e a DTP estão contraindicadas nas seguintes situações específicas: 28

• Crianças que têm afecções neurológicas em atividade;• Crianças que, após receberem dose

prévia da vacina com os componentes da pentavalente, manifestaram:

− Convulsões que tenham ocor-rido até 72 horas após a aplicação da vacina;− Reação hipotônico-hiporres-

ponsiva observada até 48 horas após

a aplicação da vacina;− Encefalopatia que tenha ocor-

rido após a aplicação da vacina;− Choque anafilático;

• Pessoas com 7 anos ou mais.28

Contraindicações da vacina dTpa

A vacina dTpa está contraindicada nas seguintes situações específicas:

• Ocorrência de choque anafilático causado por aplicação da vacina pentavalente, DTP, dTpa, dTpa, dupla infantil (DT) e dupla adulto (dT);9

• Encefalopatia que tenha surgido após a aplicação da vacina pentavalente, DTP ou dTpa; 9

• Pessoas a partir de 7 anos de idade.9

Há necessidade de novas vacinas, capazes de oferecer mais proteção contra a coqueluche,4 tendo em vista que a imunidade obtida, hoje em dia, com as vacinas disponíveis diminui ao longo do tempo.9

Deve-se considerar, ainda, que as vacinas acelulares conduzem a um menor poder imunitário e a sua duração da imunidade é mais curta quando comparada com as vacinas produzidas com células inteiras. A utilização de reforços pode ser capaz de limitar as epidemias no período em que prosseguem as pesquisas acerca de melhores vacinas.40

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