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    HISTRIA DA POLTICA EXTERNA DO BRASIL

    TEXTOS RESUMIDOSRIO BRANCO:

    Em 1904 o presidente americano declarava o seucorolrio Roosevelt Doutrina Monroe,segundo o qual qualquer agresso a um Estado americano seria considerada uma agresso atodos os outros. Desse modo, os EUA estendiam sua influncia pelo continente, como se viu nodesmembramento da Colmbia com a independncia doPaname com o bloqueio naval anglo-germnico Venezuela para forar o pagamento de dvidas, o que no encontrou oposionorte-americana. A poltica externa do Brasil no poderia ignorar esse cenrio.

    Ao assumir a chancelaria do Brasil em 1902, onde permaneceu por dez anos, servindo emquatro presidncias, o Baro de Rio desenhou uma aliana estratgica com os Estados Unidos,por meio da qual queria garantir aautonomia do Brasil dentro do subsistema sul-americano.Reconhecia a liderana dos EUA no continente no de forma submissa, mas buscando fazer opapel de interlocutor entre a poltica norte-americana e os desarticulados pases hispnicos doSul, obtendo vantagens para o Brasil. Com Rio Branco, o Brasil buscou sua insero num quadrointernacional mais amplo e para isso alinhou-se estrategicamente com a potncia hegemnica nocontinente americano, deslocando-se, portanto, de Londres para Washington o centro degravidade da poltica externa brasileira.

    Esse relacionamento especial foi marcado pela elevao da legao brasileira emWashington ao status de embaixada, comJoaquim Nabuco sua frente em 1905. Em 1906ElihuRoot fez a primeira visita oficial de um secretrio de Estado norte-americano a um pasestrangeiro. Alm disso, os EUA ainda ajudaram o Brasil no seu esforo derearmamento naval ,no sem levantarprotestos da Argentina , que acusava o Brasil de subimperialismo por serviraos interesses norte-americanos. Rio Branco manobrou habilmente entre os temores argentinos ea ameaa de umaaproximao com o Chile , uma aliana imbatvel diante dos platinos, nosentido de acalm-los. Iniciou em 1905 as conversaes para oPacto ABC , que obrigaria os trspases a cooperar militarmente, que s seria assinado depois de sua morte.

    A maior contribuio do Baro para o Pas foi a soluo dependncias lindeiras emarbitragens contra a Argentina (questo de Palmas), Frana (questo do Amap), Guiana Inglesa(questo do Pirar) e pela aquisio do Acre pela Bolvia.

    CASTELO BRANCO:

    A poltica externa de Castelo Branco foi marcada por um novoalinhamento automtico aos EUA, como nos dias de Dutra, mas de forma anacrnica diante da nova conjuntura exterior.O final da dcada de 50 e o incio da de 60 foi caracterizado pela emergncia crtica dos pases

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    pobres (exportadores de matrias primas) aos ricos (exportadores de manufaturados de altovalor agregado) e conseqente deslocamento do dilogo Leste-Oeste para a oposio Norte-Sul,

    ou seja, ricos e pobres. Assim, o Brasil no se reconheceu como um pas do Terceiro Mundo, masalinhou-se aos pases do Primeiro na esperana de fazer parte dele. Adotou aideologia da Guerra Fria , propugnada pela ESG e centrada nasfronteiras ideolgicas , pregando que a defesaexterna deveria ser exercida coletivamente. Esse era o pensamento dominante em associaes declasse e organismos governamentais como oIBAD, ADP, ESG.

    A conduo da poltica econmica esteve nas mos dos economistas liberais liderados porBulhese Roberto Campos , que colocaram em prtica oPAEG. Com sua poltica monetarista eliberal, que agradava o FMI e o Banco Mundial, houve considervel afluxo de novosinvestimentosno pas.

    No governo de Castelo Branco o Brasil se envolveu na crise daRepblica Dominicana com o envio de tropas , o que foi prejudicial sua imagem na AL, sendo acusado desubimperialista, enquanto nos recusamos a faz-lo naGuerra do Vietn. Em 1964 teve lugar a IUnctad , que teve o objetivo de colocar em pauta os descontentamentos dos pases produtores de bens primrios diante da deteriorizao dos termos de intercmbio com os pases ricos. Foi apostura brasileira no encontro que caracterizou sua poltica como anacrnica, quando tentamosdefender adoutrina da segurana econmica coletiva.

    As relaes do Brasil no perodo foram marcadas por correes de erros cometidos nosanos da PEI. Castelo revogou a Lei de Remessa de Lucros, chegou a um acordo sobre asindenizaespelas empresas estrangeiras encampadas no governo passado e promulgou lei que

    dava garantia aos investidoresestrangeiros no Brasil. Digno de nota foi orompimento com Cuba logo no ano de 1964. Castelo rechaou a aproximao com a China iniciada nos anos daPEI, bem como reduziu a intensidade de suas relaes com o bloco sovitico e com os no-alinhados. Defendeu na frica a composio dacomunidade afro-luso-brasileira , em nome daidentidade histrica entre os trs, em alinhamento com Portugal. As relaes com os paseslatino-americanos foram secundrias, mas vale destacar a inaugurao daPonte da Amizade entre Brasil e Paraguai em 1965.

    COSTA E SILVA:

    A diplomacia da prosperidadede Costa e Silva representou a volta aos parmetros queorientaram a Poltica Externa Independente dos governos de Jnio Quadros e Joo Goulart e oabandono do alinhamento automtico e anacrnico dos dias de Castello Branco. Costa e Silvareconheceu a importncia da poltica externa no aproveitamento depotencialidades internasdopas. Buscou uma diplomacia voltada para uma autonomia no desenvolvimento do Brasil,mostrandoiseno ideolgicadiante dos alinhamentos da Guerra Fria e situando o dilogo comas grandes potncias naoposio Norte-Sul.

    A conjuntura externa lhe conferiu uma ampla margem de manobra diplomtica com adtente entre os EUA e a URSS deslocava as tenses para a oposio Norte-Sul, que recrudesceu

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    na II Unctadem 1968. Nesse encontro, o Brasil liderou oGrupo dos 77e defendeu a criao deum sistema geral de prefernciasnas relaes comerciais, na tentativa de estabelecer uma nova

    ordem mundial atravs do dilogo entre os pases ricos e pobres. Nessa poca, a Europa j haviareconstrudo sua economia e o Japo, bem como os pases da Opep e os socialistas se mostravamcomo excelentes alternativas comerciais para os pases que buscavam ampliar seus mercados,caracterizando umpolicentrismoeconmico mundial.

    Durante os anos de seu governo, sob a liderana deHlio Beltroe Delfim Netto , Costa eSilva lanou oPrograma Estratgico de Desenvolvimento , consolidando o papel econmico doEstado na criao deempresas estataisem reas estratgicas. Com essa poltica o pas retomou ocrescimento (9,3% em 1968), depois a atenuao da poltica monetarista levada a cabo porBulhes e Campos nos anos anteriores. Outro aspecto importante foi a emergncia dacooperao nucleare a oposio dos EUA. Firmamos acordos com andia , Espanha eArgentina. Foi tambm no seu governo que comearam osseqestros de diplomatas estrangeiros por grupos de esquerda.

    As relaes exteriores do Brasil tentaram voltar aos dias da PEI, reaproximando-se dospases socialistas e demonstrando um maior interesse pela frica, depois da descoberta depetrleo em Angola , mas ainda alinhando-se com Portugal em questes colonialistas.Importante ainda no perodo foi a assinatura doTratado da Bacia do Prataem 1969 e a recusa brasileira em aderir aosTratado de No-Proliferaoem 1968.