Cooperação Chinesa – Entre o mito e a realidade, palestra do prof. Rui Teixeira Santos no Forum...

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COOPERAÇÃO CHINESA – ENTRE O MITO E A REALIDADE POR PROFESSOR DOUTOR RUI TEIXEIRA SANTOS PROFESSOR ASSOCIADO DO INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO 25 DE FEVEREIRO MYRIAD SANA LISBOA ACCLI 1ª Edição do Fórum de Cooperação para o Desenvolvimento China -Lusofonia - Ibero - América - Caribe

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COOPERAÇÃO CHINESA – ENTRE O MITO E A REALIDADE

P O RPR OFE SSOR DOU TOR R U I TEIX EI R A SA N TOS

P R O F E S S O R A S S O C I A D O D O I N S T I T U T O S U P E R I O R D E G E S TÃ O

2 5 D E F E V E R E I R OM Y R I A D S A N A

L I S B O A

ACCLI1ª Edição do Fórum de Cooperação para o

Desenvolvimento China -Lusofonia - Ibero - América - Caribe

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Sumário

Vimos esta manhã os objetivos da cooperação chinesa com a CPLP

Vimos o novo regime fiscal favorável para a cooperação Luso-Chinesa que entrou em vigor em janeiro de 2016 em que os investimentos chineses na CPLP feitos a partir de Portugal, estão isentos de impostos em Portugal.

Vamos ver agora as necessidades de comunicação da China e o contexto político e económico internacional onde esta cooperação se estabelece.

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Situação Global

Crise europeia: 1. Crise económica 2. Crise bancária 3. Crise social 4. Crise institucional: liderança 5. Crise de segurança 6. Crise religiosa

Conclusão: mais que uma crise de crescimento vs a decadência do Ocidente Prioridade ao humanitarismo, direitos humanos, transparência

e democracia nas relações internacionais vs o realismo económico

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O Ocidente vai invadir primeiro a Líbia, antes de ocupar a Síria? – o regresso ao colonialismo?

Contexto político internacional: Ângela Merkel prepara-se para novos voos (próxima secretária geral da

ONU ?) e aproveita bem a crise dos refugiados (que ameaça destruir a União Europeia, fragilizada por cinco crises - social, política, financeira, económica e de segurança - assustada com o terrorismo e incapaz de resolver a questão dos refugiados) e a guerra na Síria (financiada pela Arábia Saudita sunita)! O aparente acordo de cessar fogo na Síria, com os Russos (que com o colapso financeiro - e default - marcado para 2017, vão pagar para destruir a União Europeia ou iniciar uma grande guerra antes) é obra da diplomacia alemã e da Igreja Católica Romana...

Porém, a Turquia (dividida entre restaurar o islamismo do Império Otomano ou ser uma República laica europeia) nem respeitou o acordo de sexta-feira (11 de Fevereiro de 2016) e continuou os bombardeamentos, enquanto a Rússia e o Irão dizem que haverá guerra total (a tal grande guerra que já começou a fazer os refugiados que apavoraram a UE) se os EUA e os seus aliados invadirem a Síria.

Por isso, o inevitável regresso aos protetorados coloniais, no século XXI, vai começar pela invasão da Líbia – “estado falhado” onde o ISIS se está a instalar, ameaçando o gás da Argélia, que alimenta a Europa - e não pela ocupação da Síria, para já com os cessar fogo a serem negociados e depois, renegociados.

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Uma crise de mercado não é uma crise global

A crise decorrente do petróleo não é uma crise global como a grande crise de 29 e 2008. É apenas uma crise de mercado devido ao excesso da oferta e não uma crise financeira estrutural do capitalismo.

A próxima crise já não será europeia, mas dos produtores de commodities –onde se inclui África e América Latina - e dos eventuais beneficiários, podendo portanto atingir também a Europa e a China.

E nesse sentido, não será uma crise global, mas apenas uma crise de mercado, que passará (em menos de dois anos)… Há, portanto, oportunidades a prazo!

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Crise Portuguesa

Crise em Portugal1. Crise financeira2. Crise bancária3. Crise económica4. Crise social5. Instabilidade fiscal e regulatória6. Questão da legitimidade política

Conclusão: - criar oportunidades diante da falta de competitividade externa da economia portuguesa- Plataforma não hegemonica de comercio e cooperação UE –China-África-América Latina-Caribe

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CPLP - Entre a neutralidade, a irrelevância e a inconsciência

O papel definido neste contexto à CPLP acaba por ser o de neutralidade e de irrelevância em face da diversidade dos seus interesses.

Mas a maioria dos estados membros da CPLP são produtores de petróleo e por isso afetados pela atual crise de mercado, mas que poderá reconstruir-se a curto prazo.

Portugal e os restantes membros d CPLP estão em crise – há que construir a oportunidade com a cooperação chinesa.

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China – questões internas

Sustentabilidade financeira – excesso de crédito e compettividade externa

Sustentabilidade política: democracia e transparência

Modelo social: direitos humanos e desenvolvimento

Questão políticaAtratividade do investimento estrangeiroDesafio tecnológico

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China – 7 Mitos e a RealidadeA cooperação chinesa tem um problema de

comunicação

Os 7 Mitos sobre a cooperação chinesa:1. Que a China está em África ou na América Latina e no Caribe apenas para

extrair os recursos naturais;2. Que existe uma forte extensão do envolvimento chinês no continente

africano e na América Latina;3. Que as empresas chinesas empregam principalmente seus próprios

nacionais;4. Que a ajuda e o financiamento chinês é em si um veículo para fixar

concessões de petróleo e direitos de mineração;5. Que a China tem um apetite insaciável pela terra Africana e Sul

Americana, e talvez até mesmo um plano para enviar grupos de camponeses chineses para produzirem alimentos em África , na América do Sul e no Caribe, para depois os reenviarem para a própria China

6. Que a China não tem padrões de referencia políticos, sociais e de transparecia nas suas relações externas

7. Que a China exporta produtos de média tecnologia e produtos de massa e não faz transferência de tecnologia.

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1º Mito

O primeiro - e mais prejudicial - mito é que a China está em África ou na America Latina e no Caribe apenas para extrair os recursos naturais. Não há dúvida de que os recursos naturais dos continentes são um grande atrativo para as empresas chinesas - assim como são as empresas gigantes ocidentais de petróleo e minerais, como a Shell, ExxonMobil e Glencore. No entanto, mesmo em países ricos em petróleo como a Nigéria, isso está longe de ser verdade.

Só em 2014, as empresas chinesas assinaram mais de US $ 70 bilhões em contratos de construção em África que darão infra-estruturas vitais, fornecem empregos e impulsionam a transferencia de tecnologia. Só em angloa contams com mais de US$ 10 Bi na renovação da liha férrea de Benguela.

As empresas de tecnologia também têm feito muito para acelerar o desenvolvimento local, na area das telecomunicações, serviços e construção.

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2º Mito

Um segundo mito gira em torno da extensão do envolvimento chinês no continente. Observadores muitas vezes exageram dramaticamente a dimensão do financiamento oficial chinês - empréstimos e ajuda - a África e outros países em desenvolvimento. É certo que as estatísticas não são muito transparentes sobre esses fluxos financeiros.

Pequim, no entanto, publica dados agregados anualmente- e eles são menores do que alguns dos relatórios sugerem. Entre 2010 e 2012, a ajuda oficial chinesa cresceu rapidamente, mas o total ao longo desses três anos chegou apenas a US $ 14,4 bilhões, globalmente.

Contudo, o Plano da Ação para a Cooperação Económica e Comercial 2014-16 da China prevê atingir 160 mil milhões de euros nas relações com os países da CPLP…

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3º Mito

Um terceiro mito persistente é que as empresas chinesas empregam principalmente seus próprios nacionais. Em julho de 2015, quando o presidente Barack Obama disse a um grupo de embaixadores africanos na Etiópia que "as relações económicas não pode ser simplesmente sobre a construção de infraestruturas dos países com mão de obra estrangeira," todos sabiam que ele estava apontando o dedo à China. Mas foi uma descrição precisa das práticas comerciais chinesas?

Um pequeno grupo de países ricos em petróleo com os sectores de construção caros - incluindo a Argélia, Guiné Equatorial e Angola - os governos não permitem que as empresas de construção chinesas importem os seus próprios trabalhadores da China.

Mas noutras partes da África, a pesquisa citada pela Foreign Affairs, é clara: A grande maioria dos empregados em empresas chinesas são contratados localmente. Os professores de Hong Kong Barry Sautman e Yan Hairong pesquisou 400 empresas chinesas que operam em mais de 40 países africanos. Descobriram que, enquanto as posições de gerência e os técnicos superiores tenderam a permanecer chineses, mais de 80 por cento dos trabalhadores eram locais. Algumas empresas mais de 99 por cento da sua força de trabalho com locais

O caso dos investimentos em Portugal, como na Haitong ou na EDP, até mesmo a alta direção ainda esta em mãos de gestores profissionais ocidentais.

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4º Mito

Um quarto mito é que a ajuda e o financiamento chinês é em si um veículo para fixar concessões de petróleo e direitos de mineração. Como Richard Behar escreveu num artigo de 2008 na revista Fast Company, a China financia "hospitais, condutas de água, barragens, caminhos de ferro, aeroportos, hotéis, estádios de futebol, prédios do parlamento - quase todos eles ligados, de alguma forma, ao acesso da China a matérias primas". Um estudo da Rand Corporation sugeriu que a China" recebe uma oferta alargada de recursos como contrapartida "pela sua ajuda”. Um relatório do Congressional Research Service de 2009 concluía que "a ajuda externa da China é impulsionada principalmente pela necessidade de recursos naturais.”

Com a baixa do preço dos combustíveis o Banco de Desenvolvimento da China vai conceder um empréstimo de 2 mil milhões de dólares a Angola, para a terminar a construção da refinaria do Lobito, ficando com uma participação no capital e não corresponde pelo menos na totalidade a compromissos em recursos naturais.

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5º Mito

O quinto mito é que a China tem um apetite insaciável pela terra Africana e Sul Americana, e talvez até mesmo um plano para enviar grupos de camponeses chineses para produzirem alimentos em África , na América do Sul e no Caribe, para depois os reenviarem para a própria China .

Em 2012, o economista-chefe do Banco Africano de Desenvolvimento chamou à China "o maior terra tenente/proprietário” de África. Uma história que alegava que a China tinha comprado metade da terra agrícola na RDC. Outros diziam que os chineses estavam a estabelecer aldeias rurais em toda a África. Mas, o que se confirma é que apenas foram detetados 60 investimentos agrícolas chineses, incluindo a da RDC. Correspondendo a menos de 700.000 hectares. As maiores propriedades chinesas existentes são plantações de borracha, açúcar e sisal. Nenhuma é de cultivo de alimentos para exportação para a China. Em alguns países como a Zâmbia há algumas dezenas de empresários chineses que criam frangos para os mercados locais, e não existem aldeias de camponeses chineses em África ou na América do Sul.

O total do investimento chinês em Angola foi da 14,5 mil milhões de dólares, a que corresponde 5 mil milhões a exploração agrícola (milho, soja e trigo) feito pela empresa estatal Citic, ou seja apenas 30 % do investimento total é que foi para agricultura.

Quando muito alguns grupos de trabalhadores especializados que vivem em contentores, de apoio a obras civis ou públicas, mas neste caso a principal razão é a segurança.

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6º Mito

O sexto mito traduzir-se-á no fato da China não ter exigências humanitárias, nem pautar as suas relações externas pelos direitos humanos, democracia e exigência de transparência e combate à corrupção.

Ora a China mantendo em casa a política de “dois sistemas um país” acaba por estar imune a estas questões nas relações internacionais e por isso implementa a tradicional política de não inerência nas questões internas dos outros países. Não há memória da China intervir politicamente ou fomentar golpes de Estado.

Aliás a sua posição privilegiada do ponto de vista da oferta de produtos manufaturados - e neste século de serviços também - e de procura de matérias-primas em larga escala e oportunidades de investimento no exterior (nomeadamente em dívida pública) torna-a num parceiro de tal maneira desejado que não necessita de colocar ouros valores em cima da mesa.

Essa razão afasta o discursos politicamente correto das relações internacionais do âmbito do comercio e cooperação da China com África América do Sul e Caribe.

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7º Mito

O sétimo mito tem que ver com a percepção que a China exporta produtos de media tecnologia e produtos de massa e que não faz transferência de tecnologias

Essa percepção decorre das “lojas chinesas” instaladas na Europa, América Latina e África pela comunidade chinesa.

Não é contudo verdade. A principal exportação da China Máquinas e equipamentos elétricos (24,4%) e Máquinas e equipamento mecânicos (17,1%). A China tornou-se um potencia tecnológica e está agora a exportar serviços, nomeadamente financeiros.

Por exemplo, em Moçambique a China instalou uma linha de produção de automóveis da MATCHEDJE MOTOR e na produção de gás natural no valor de 10 mil milhões.

A reconstrução da linha de Benguela (US$10 bi) e os 50 projetos de iluminação publica ligada à energia solar no Brasil, Angola, Guiné-Bissau, Timor e Moçambique são provas dessa transferência de tecnologia.

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Fluxos financeiros China-Portugal

Cooperação para o desenvolvimento: boas relações políticas; potencial de crescimento sobretudo em ações trianguladas.

Balança Comercial: a cobertura é de 50%Investimento estrangeiro: até 2011

praticamente foi inexpressivo, mas com a privatização da REN, da EDP, da Fidelidade e da Haitong o cenário está a mudar

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Fluxos financeiros China-Africa/América Latina e Caribe

A China é o primeiro país exportador do Mundo (12,5%) e o segundo importador (10,3%)

Cooperação para o desenvolvimento: existe potencial de envolvimento

Balança Comercial: nenhum dos países desta zona faz parte dos principais importadores ou exportadores da China; há a perspectiva de crescimento das importações e das exportações chineses a partir de 2016 depois da queda de 2014

Investimento estrangeiro

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Problemas da cooperação

Dificuldade de fazer negócios (China está em 90ª lugar no Rank Doing Business 2015)

Competitividade (China esta no 28º lugar no Gobal Comp. Index 15-16)

Integração social e política Transparência de recursos (Índice da Transparency Int. a China

está no 100º lugar) Certificação florestal sustentável Proteção de espécies ameaçadas de extinção O apoio chinês varia também com a conjuntura naturalmente (o

comércio com o Brasil caiu 18% em 2015 e com Angola 45%)

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Em uma época marcada por ambientes turbulentos e complexos (Bettis e Hitt, 1995), é importante para compreender os mecanismos estáveis, a partir dos quais podemos trabalhar e que facilitam a compreensão e previsão, tais como ritmos e ciclos (Friedman, 1999).

A avaliação e o estudo científico dos ritmos do comércio internacional e das relações económicas entre as economias dominantes e o universo das restantes economias está por fazer

Contudo, podemos concluir:

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Conclusão

Desde o Império Asiático Português à re-emergência da China nas relações económicas internacionais há um padrão de hegemonia associado à potencia marítima dominante: nem a China nem África, América Latina ou Caribe cabem na definição dominante tradicional.

Um exemplo de integração social e económica através da cooperação não é sustentável: os interesses têm que além da cooperação e sobretudo serem económica e politicamente de interesse mútuo. É o substituto da potencia militarmente dominante.

O caso da migração portuguesa é exemplo de cooperação social – é uma integração à margem dos guetos que algumas migrações criam. A oportunidade de transformar Macau num “hub de cooperação China-lusofonia” cabe nesta definição.

Uma relação com futuro – um caminho de oportunidade: mas temos que encontrar formas de o ver estrategicamente.