Convívio, Lazer e Moradia

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UMA PR OPOS TA PARA A TER CEIRA ID ADE ARQUITETURA E URBANISMO CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ C ONVÍVIO , LAZER, MORADIA. Luiza Demarillac Camargo Rocha

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uma proposta para a terceira idade

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Luiza Demarillac Camargo Rocha

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CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ

ARQUITETURA E URBANISMO

CONVÍVIO, LAZER E MORADIA, UMA PROPOSTA

PARA A TERCEIRA IDADE

PROPOSTA PARA PROJETO DE ARQUITETURA

RIBEIRÃO PRETO - SP

2012

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CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ

ARQUITETURA E URBANISMO

CONVÍVIO, LAZER E MORADIA, UMA PROPOSTA

PARA A TERCEIRA IDADE

PROPOSTA PARA PROJETO DE ARQUITETURA

Aluna: Luiza D. Camargo Rocha Cod.: 1185512 Orientadora: Profª Dulce Palladini

RIBEIRÃO PRETO – SP

2012

TERMO DE APROVAÇÃO

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CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ

CONVÍVIO, LAZER E MORADIA, UMA PROPOSTA

PARA A TERCEIRA IDADE

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PARA OBTENÇÃO DO

GRAU DE BACHAREL EM ARQUITETURA E URBANISMO

Aluna: Luiza D. Camargo Rocha - Cód.: 1185512 ___________________________________ Orientadora: Prof.ª Dulce Maria P.F. Palladini

Nota Final __________________

Banca Examinadora: ________________________________

________________________________ _________________________________

RIBEIRÃO PRETO – SP 2012

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i

Porque viver implica em manter-se num processo de aprendizagem eterno...

E como dizia meu pai:

"Quando eu morrer, não terei aprendido nem metade do que eu gostaria de

saber...”

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ii

AGRADECIMENTOS

A minha família

Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou o meu caminho durante esta

caminhada. Ao meu esposo, meu grande amor, pela compreensão, paciência, apoio,

dedicação, pela ajuda no meu TFG e pelo amor que de forma especial e carinhosa me

deu força e coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades e etapas desses

cinco anos. Aos meus filhos, Daniel, Felipe e André, que sempre me apoiaram a

continuar os estudos quando eu pensava em desistir, iluminando de maneira especial

os meus pensamentos, me levando a buscar mais conhecimentos. Obrigado mais uma

vez ao meu filho Daniel pela força e apoio no meu TFG e não deixando de agradecer

de forma grandiosa os meus pais, a quem eu rogo todas as noites a minha existência.

Aos mestres

Agradeço em especial a todo o corpo docente que ao longo do curso

transmitiram seus conhecimentos, e aos demais funcionários que contribuíram nesta

longa caminhada.

Pela paciência e dedicação que tiveram comigo e com todos os alunos durante esses

cinco anos.

Ao meu coordenador de curso José Geraldine, pela ajuda, preocupação, pelo carinho

e compreensão.

À orientadora

Prof.ª Dulce, que com sua experiência profissional e de vida, me deu muito

apoio nesta difícil etapa de minha vida acadêmica, com muita paciência, alegria e

dedicação, me incentivando a ir em frente, não desistir, pois faltava tão pouco e que o

tão assustador TFG eu faria brincando.

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iii

Aos meus irmãos e amigos

Que me acompanharam durante minha vida acadêmica e que direta ou

indiretamente contribuíram com o resultado deste trabalho e sempre estiveram ao meu

lado. Que todos, mesmo que não citados nominalmente, se sintam agradecidos.

A energia de vocês foi fundamental para que eu concluísse mais esse desafio!

A todos... Muito obrigado.

E em especial a minha amiga Talita, muito obrigado, pela ajuda e ao apoio.

Aos idosos

Motivo do meu caminhar profissional, que muito me ensinam a respeito da vida.

"Tenha sempre presente que a pele se enruga, o cabelo embranquece, os dias

convertem-se em anos...

Mas o que é importante não muda... a tua força e convicção não têm idade.

O teu espírito é como qualquer teia de aranha.

Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida.

Atrás de cada conquista, vem um novo desafio.

Enquanto estiver viva, sinta-se viva.

Se sentir saudades do que fazia, volte a fazê-lo.

Não viva de fotografias amareladas...

Continue, quando todos esperam que desista.

Não deixe que enferruje o ferro que existe em você.

Faça com que, em vez de pena, tenham respeito por você.

Quando não conseguir correr através dos anos, trote.

Quando não conseguir trotar, caminhe.

Quando não conseguir caminhar, use uma bengala.

Mas nunca se detenha".

(Madre Teresa de Calcutá)

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iv

A VIDA

A vida não mima ninguém.

Ela é prática e utilitária.

Usa tudo em benefício de todos e nunca fará o trabalho que você já pode fazer.

É tão esperta que se você trabalhou bem, progrediu, desenvolveu sua lucidez, por

mais sábio que você seja, ela sempre colocará em sua frente um novo desafio para

que seu progresso continue ilimitado.

Não foi isso que ela sempre fez?

A terra não tinha tudo desde o começo da civilização, e até hoje os homens

descobrem seus segredos a cada dia.

Ela espera que os ousados façam, os fortes mantenham, e que os criativos

descubram.

E os fracos, os medrosos, os preguiçosos?

Esses, findo o tempo que lhe será reservado, ela empurra com força e ai acontece à

tragédia, a dor, tudo.

Para evitar isso é preciso ousar, tornar-se forte e desenvolver a criatividade.

(autor desconhecido)

“Mesmo que as pessoas mudem e suas vidas se reorganizem, os amigos devem ser

amigos para sempre, mesmo que não tenham nada em comum, somente compartilhar

as mesmas recordações. Pois boas lembranças são marcantes e o que é marcante

nunca se esquece. Uma grande amizade mesmo com o passar do tempo é cultivada

assim!”

(Vinícius de Morais)

“Quero um dia, dizer às pessoas que nada foi em vão... Que o amor existe que vale a

pena se doar às amizades e às pessoas que a vida é bela sim e que eu sempre dei o

melhor de mim... Que valeu a pena.”

(Adriana Britto)

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v

Sumário

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................vii

RESUMO ......................................................................................................................... viii

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 9

1.1. Apresentação da proposta ................................................................................. 9

1.2. Definição e conceituação do projeto .................................................................. 9

1.3. Objetivo da pesquisa ........................................................................................ 10

1.4. Justificativa da pesquisa .................................................................................. 11

2. HISTÓRIA DO IDOSO ............................................................................................. 14

2.1. O idoso no Brasil .............................................................................................. 14

2.2. O idoso em Ribeirão Preto ............................................................................... 15

2.3. Qualidade de vida dos idosos .......................................................................... 16

2.4. Programa de Integração Comunitária de Ribeirão Preto (PIC)....................... 18

2.4.1. Programa Municipal de Saúde do Idoso .................................................. 18

2.4.2. Programa Municipal do Idoso ................................................................... 19

2.4.3. SESC – Grupo da Terceira Idade ............................................................. 19

2.4.4. Programa SESI terceira idade: ................................................................. 19

2.4.5. Curso sobre alimentação saudável .......................................................... 20

2.4.6. Café da manhã com chorinho no museu ................................................. 20

3. LEITURA PROJETUAL ........................................................................................... 21

3.1. Condomínios se adaptam à nova vida dos idosos .......................................... 21

3.1.1. Parque Residencial Cidade Nova - Maringá – PR ................................... 22

3.2. Acessibilidade: Projetos pensados para a terceira idade ............................... 22

3.2.1. Iniciativa Privada ....................................................................................... 22

3.2.2. Boas iniciativas públicas ........................................................................... 25

3.2.2.1. Vila Dignidade – Avaré – SP ................................................................. 25

3.2.2.2. Centro de Vivência do Idoso – Sumaré – SP ....................................... 27

3.2.2.3. Vila dos Idosos ...................................................................................... 28

4. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ........................................................ 33

4.1. Critérios de escolha da área de atuação ......................................................... 33

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vi

4.2. Cidade de Ribeirão Preto ................................................................................. 33

4.2.1. Dados do Município: ................................................................................. 34

4.3. Planejamento Físico ......................................................................................... 34

4.4. Localização da Proposta .................................................................................. 36

5. DIRETRIZES DA PROPOSTA ................................................................................ 37

5.1. Programa de necessidades ............................................................................. 37

5.2. Estudo da proposta .......................................................................................... 38

6. CONSIDERAÇÕES DA ETAPA .............................................................................. 40

6.1. Considerações finais ........................................................................................ 40

7. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 42

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vii

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – EXEMPLOS DE ÁREAS DE CONVÍVIO PARA IDOSOS. .......................... 9

FIGURA 2 – EXEMPLOS DE ESPAÇOS ADAPTADOS A IDOSOS. ........................... 10

FIGURA 3 – ATIVIDADES PARA OS IDOSOS NOS CENTROS DE VIVÊNCIA. ........ 11

FIGURA 4 – ATIVIDADES PARA O DESENVOLVIMENTO DO IDOSO ...................... 12

FIGURA 5 – ATENDIMENTO AOS IDOSOS ................................................................. 13

FIGURA 6 – VIDA ATIVA, MELHOR QUALIDADE DE VIDA ........................................ 15

FIGURA 7 – GINÁSTICA AO AR LIVRE ........................................................................ 17

FIGURA 8 – INTEGRANDO O IDOSO........................................................................... 18

FIGURA 9 – CAFÉ DA MANHÃ NO MUSEU AOS DOMINGOS ................................... 20

FIGURA 10 – PARQUE RESIDENCIAL CIDADE NOVA - MARINGÁ – PR ................. 22

FIGURA 11 – VISTA FRONTAL DO EDIFICIO EM MORNINGTON, AUSTRÁLIA ...... 23

FIGURA 12 – PLANTA E CORTE DO EDIFICIO ........................................................... 24

FIGURA 13 – DETALHE DAS SALAS E ESPAÇOS INTERNOS ................................. 25

FIGURA 14 – VILA DIGNIDADE – AVARÉ – SP ........................................................... 25

FIGURA 15 - CORRIMÃO PARA APOIO AO LONGO DAS VIAS DE ACESSO. ......... 26

FIGURA 16 – AREA EXTERNA E ÁREA COMUNITARIA DA VILA DIGNIDADE ........ 26

FIGURA 17 – PLANTA DAS CASAS ............................................................................. 27

FIGURA 18 – CENTRO DE VIVENCIA DO IDOSO ....................................................... 27

FIGURA 19 – VILA DOS IDOSOS – SÃO PAULO ........................................................ 28

FIGURA 20 –VILA DOS IDOSOS – SÃO PAULO ......................................................... 29

FIGURA 21 – CROQUIS DA VILA DOS IDOSOS – SÃO PAULO ................................ 30

FIGURA 22 – PLANTAS DA VILA DOS IDOSOS – SÃO PAULO ................................ 31

FIGURA 23 – PLANTAS DA VILA DOS IDOSOS – SÃO PAULO ................................ 32

FIGURA 24 – VISTA FRONTRAL DO PREDIO ............................................................. 32

FIGURA 25 – MAPA DAS DIVISAS DO MUNICIPIO DE RIBEIRAO PRETO .............. 34

FIGURA 26 – IMAGEM DA LOCALIZAÇÃO DO TERRENO E MALHA VIÁRIA .......... 35

FIGURA 27 – PLANTA DE SITUAÇAO DO QUARTEIRÃO E DO TERRENO ............. 35

FIGURA 28 – IMAGEM DO TERRENO ......................................................................... 36

FIGURA 29 - PLANO DE MASSA - 1º ESTUDO – DATA 05/05/2012 .......................... 38

FIGURA 30 – CROQUIS DAS RESIDÊNCIAS .............................................................. 39

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viii

RESUMO

A arquitetura deve contribuir com a melhoria na qualidade de vida das pessoas e em

especial as que estão em processo de envelhecimento, não somente na questão de

arquitetura comportamental, mas também no sentido de oferecer a este público o

melhor da arquitetura hoje disponível, como: Tecnologia, espaços projetados, unindo

beleza e funcionalidade. A proposta do projeto apresentada foca o incentivo da

convivência dos idosos com a sociedade economicamente ativa visando uma melhoria

significativa na qualidade de vida da população idosa, cada vez mais crescente em

nosso país. Outro ponto importante dessa proposta é a preocupação com a

acessibilidade aos ambientes na tentativa de proporcionar mais conforto, segurança e

independência as pessoas de mais idade, oferecendo oportunidade para a inclusão

social, garantindo saúde, lazer e bem estar, assim, contribuindo para um

envelhecimento equilibrado do corpo e mantendo a dignidade da alma. Para a

implantação do projeto da proposta, foi escolhido um terreno localizado na Rua

Mariana Junqueira, entre as Ruas Visconde de Inhaúma e Tibiriçá, na cidade de

Ribeirão Preto - São Paulo. O terreno, com uma área total de 4048 m², esta localizado

na área central da cidade e é servido de linhas de ônibus que se conecta com toda a

cidade. No seu entorno há áreas comerciais com variadas opções de compra, além de

praças, teatros, igrejas, restaurantes, bancos e supermercados. A proposta do projeto

ainda contempla a construção de residências totalmente adaptadas, seguras e

confortáveis, para atender as necessidades dos moradores que por serem idosos

devem contar com que todos os ambientes ofereçam equipamentos e estrutura

voltados à acessibilidade. O local também será capaz de abrigar atividades como

elementos de integração entre os moradores idosos e a sociedade em geral. Para

tanto, o local contará com piscina para hidroginástica, canchas de bocha, hortas, salão

de festa, jogos e ginástica, biblioteca e ambulatório para pequenos atendimentos. Esta

área poderá ser utilizada por qualquer pessoa da terceira idade, não sendo

necessariamente de uso exclusivo dos moradores.

Palavra chave: (Área de convivência, idoso, terceira idade).

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9

1. INTRODUÇÃO

1.1. Apresentação da proposta

O conceito de envelhecimento saudável consiste na atenção integral ao idoso

que pressupõe o desenvolvimento do potencial humano do idoso, com a valorização

das habilidades pessoais e experiência de vida, a convivência Intergeracional, a

participação comunitária e a inclusão social. Sendo assim, o objetivo desta proposta

de projeto é apresentar as condições necessárias para criação de Centros de Vivência

para pessoas da terceira idade, tendo como base de estudo e pesquisa, alguns

exemplos existentes e a legislação vigente.

FIGURA 1 – EXEMPLOS DE ÁREAS DE CONVÍVIO PARA IDOSOS.

A) Área externa. B) Vista das residências de um Centro de Vivência.

Fonte: http://www.casadavilamariana.com.br/, acessado em 03/06/2012.

A proposta deste projeto de arquitetura, uma área de Convívio, Lazer e Moradia,

uma proposta para a Terceira idade, obedece à relação de prazer do usuário com o

espaço físico de forma harmônica e simples, sugerindo o bem estar, para as pessoas

de mais idade.

1.2. Definição e conceituação do projeto

O objeto da proposta deste projeto consiste na elaboração de um espaço

arquitetônico adequado para a moradia e lazer de pessoas da terceira idade,

atendendo aos conceitos de acessibilidade e integração social. Um dos fatores que

determinam a necessidade de iluminação de uma edificação é a boa definição de

cores e ausência de ofuscamento, permitindo o desenvolvimento das atividades dentro

do ambiente construído de forma agradável e eficaz.

O pré-dimensionamento dos ambientes está sendo realizado com base na análise

dos projetos de referência, na legislação vigente relativa à acessibilidade de pessoas INT

RO

DU

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O

A B

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10

com dificuldade de locomoção – ABNT NBR 9050, e no Estatuto do Idoso. De acordo

com o programa apresentado e o devido pré-dimensionamento dos espaços,

pretende-se executar o zoneamento dos ambientes relacionados de acordo com suas

respectivas funções e tomando como base a orientação geográfica e o regime de

ventos.

Os ambientes serão distribuídos de acordo com as necessidades dos idosos, com

áreas internas e externas à edificação. Acesso principal, habitações, área

administrativa, área médica, área social, depósito, serviço, piscina, canchas de bocha,

jardins, horta e estacionamento.

A proposta do projeto do Centro de Convívio para a Terceira Idade pauta-se no

conceito de envelhecimento saudável, que consiste na atenção ao idoso, numa

perspectiva de prevenção, com o objetivo de manter sua autonomia, independência e

assim diminuir as limitações dos mesmos. A atenção integral pressupõe a assistência

à saúde em suas diversas especialidades e o desenvolvimento do potencial humano

do idoso, com a valorização das habilidades pessoais e experiência de vida, a

convivência Intergeracional, a participação comunitária e a inclusão social.

1.3. Objetivo da pesquisa

O objetivo é desenvolver uma área de convívio, lazer e de cultura para idosos,

criando várias edificações especialmente desenhadas desde a disposição dos

ambientes, dando prioridade a acessibilidade, até mesmo na escolha dos materiais e

móveis utilizados priorizando a segurança e conforto.

A casa deve ser um local seguro, confortável e deve se adaptar à rotina dos

moradores (FIGURA 2).

FIGURA 2 – EXEMPLOS DE ESPAÇOS ADAPTADOS A IDOSOS.

A) Rampa de acesso com corrimão. B) Banheiro adaptado com barras de

apoio.

Fonte: http://www.casadavilamariana.com.br/, acessado em 03/06/2012.

B

A

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11

É essencial proteger aqueles que têm problemas de equilíbrio e flexibilidade, no

caso: idosos e portadores de necessidades especiais. Seguindo estas referências é

possível tornar a casa mais segura e cômoda, tornando o idoso mais autônomo e

confiante, garantindo que pratique movimentos dentro de casa ao se deslocar

livremente, estimulando a circulação, a memória e o raciocínio, diretamente

relacionados a uma autoestima melhor e qualidade de vida superior. O idoso necessita

estar engajado em atividades que o façam sentir-se útil e que lhe proporcionem prazer

e felicidade (FIGURA 3).

O Centro de Convívio para a Terceira Idade tem como objetivo incentivar a

convivência dos idosos com a sociedade, facilitando a independência, proporcionando

conforto, segurança e boa acessibilidade para a pessoa de mais idade.

FIGURA 3 – ATIVIDADES PARA OS IDOSOS NOS CENTROS DE VIVÊNCIA.

A) Hidroginástica. B) Baile. C) Passeios de bicicleta. D) Fisioterapia.

Fonte: http://www.amaobranca.org.br/lazer.asp , acessado em 02/06/2012.

1.4. Justificativa da pesquisa

A ideia de criar uma área de convívio, lazer e de moradia para a Terceira Idade

esteve em meus planos desde o primeiro ano de graduação. A participação em

A

B

C D

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12

palestras sobre acessibilidade, aliada com a experiência ao conviver na mesma

residência com minha mãe por mais de 15 anos, alimentaram ainda mais a ideia de

projetar um local que inspire vida, envolva a prevenção aos problemas de saúde e

apoio aos diversos níveis de dependência funcional e afetiva, que inevitavelmente

aparecem com o avançar da idade. Sendo assim, minha proposta é criar uma área

para a terceira idade, favorecendo a integração dessas pessoas para o

desenvolvimento de suas potencialidades artísticas, culturais e sociais, oferecendo

fácil acesso aos bens e serviços da comunidade (FIGURA 4).

FIGURA 4 – ATIVIDADES PARA O DESENVOLVIMENTO DO IDOSO

A) Aula de artesanato. B) Informática. C) Tricô. D) Passeios e encontros.

Fonte: http://www.avdragaodomar.com.br/site/projeto.php, acessado em 16/05/2012.

O Brasil, que já foi considerado um país de jovens, hoje vem se deparando com

uma situação inusitada, pois como mostra uma pesquisa do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), até o ano de 2050 teremos grandes transformações no

quadro demográfico com a população idosa atingindo um patamar de dois milhões de

pessoas. Nosso país, infelizmente ainda não encontrou a vocação para atendimento

das necessidades e a prestação de serviços desta parcela específica da população,

pois, podemos notar ainda uma escassez e ineficiência dos serviços de saúde,

A B

C D

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13

atendimentos inadequados e descasos com o seu tratamento. Diante de um quadro

tão desestruturado e despreparado para as nominadas mudanças, abrir discussões

para o encontro de alternativas sérias e viáveis para este novo perfil populacional

parece ser uma questão inevitável e urgente. Felizmente, o desenvolvimento da

Gerontologia, ciência que estuda todos os aspectos do processo do envelhecimento,

tem buscado soluções. Avanços tecnológicos nessa área permitem não apenas viver

mais tempo, como também preservar a qualidade de vida, mostrando os caminhos

para o envelhecimento bem sucedido.

O espaço de convívio para a terceira idade pauta-se no conceito de

envelhecimento saudável, que consiste na atenção integral ao idoso, numa

perspectiva de prevenção, com o objetivo de manter sua autonomia, independência e

diminuir as limitações. Espera-se ainda, que a presença de profissionais, atuantes em

diferentes áreas de formação como Fisioterapia, Enfermagem, Educação Física, entre

outras, propicie maior segurança e melhores condições durante a estadia dos idosos

(FIGURA 5).

FIGURA 5 – ATENDIMENTO AOS IDOSOS

A) Atendimento clínico. B) Ginástica e fisioterapia.

Fonte: http://www.hmdoctors.com/index.php, acessado em 28/05/2012

A B

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14

2. HISTÓRIA DO IDOSO

2.1. O idoso no Brasil

O envelhecimento da população é um fenômeno mundial. O IBGE estima que a

população idosa brasileira alcance um total de dois milhões de pessoas até o ano de

2050.

Do ponto de vista demográfico, segundo Carvalho & Andrade, (2000), no plano

individual envelhecer significa aumentar o número de anos vividos. Paralelamente à

evolução cronológica, coexistem fenômenos de natureza biopsíquica e social,

importantes para a percepção da idade e do envelhecimento. São considerados velhos

aqueles que alcançam 60 anos de idade, contudo é difícil caracterizar uma pessoa

como idosa utilizando como único critério a idade. Além disso, neste segmento,

conhecido como terceira idade estão incluídos indivíduos diferenciados entre si, tanto

do ponto de vista sócio econômico como demográfico e epidemiológico (IBGE, 2002).

O Brasil tem apresentado um rápido e intenso crescimento do número de idosos,

fator que instiga o estudo do processo de envelhecimento e dos serviços criados para

auxiliar os idosos a terem um envelhecimento saudável e uma velhice plena. Quando

se pensa no processo natural do envelhecimento se entende que a velhice abrange

perdas e ganhos, isto é, não se caracterizam isoladamente por declínio e/ou

crescimento, pois em um determinado momento as mudanças implicadas podem

assumir várias direções, exigindo do ser humano uma constante capacidade

adaptativa às mudanças do corpo, da mente e do ambiente (IBGE, 2009). Esse

acelerado processo de envelhecimento, causa transformações profundas na

composição etária de sua população. Além das modificações populacionais, o país

tem experimentado mudanças no perfil epidemiológico da população, com alterações

relevantes no quadro de morbimortalidade (IBGE, 2009). Em menos de 50 anos, o

Brasil passou de um perfil de mortalidade típico de uma população jovem para um

desenho caracterizado por enfermidades complexas e mais onerosas, próprias das

faixas etárias mais avançadas. Em 2008, para cada grupo de 100 crianças de 0 a 14,

havia 24,7 idosos de 65 anos ou mais de idade. Neste período, a proporção de idosos

cresceu mais de 170% enquanto a redução da proporção de crianças até 14 anos foi

de 42 %, conforme gráfico (IBGE, 2008).

O aumento da expectativa de vida tem sido evidenciado pelos avanços

tecnológicos relacionados à área de saúde nos últimos 60 anos, como as vacinas, uso

de antibióticos, quimioterápicos que tornam possível a prevenção ou cura de muitas

doenças. O Brasil caminha velozmente rumo a um perfil demográfico cada vez mais

envelhecido; fenômeno que, sem sombra de dúvidas, implicará na necessidade de

adequações das políticas sociais, particularmente daquelas voltadas para atender às

crescentes demandas nas áreas da saúde, previdência e assistência social (IBGE,

2008).

Page 19: Convívio, Lazer e Moradia

15

A população idosa brasileira teve importantes conquistas nas duas últimas

décadas. O marco no processo de garantia dos direitos desse segmento populacional

é a Lei: 10.741, de 1º de outubro de 2003, que instituiu o Estatuto do Idoso.

Instrumento legal que vem servindo como referência central para o movimento social

na área, o Estatuto serve como guia essencial para que as políticas públicas sejam

cada vez mais adequadas ao processo de ressignificação da velhice. Nesse contexto,

a saúde aparece como elemento central por exercer forte impacto sobre a qualidade

de vida (MINISTERIO DA SAUDE, 2010).

FIGURA 6 – VIDA ATIVA, MELHOR QUALIDADE DE VIDA

Fonte: http://centrodia.blogspot.com, acessado em 14/05/2012

2.2. O idoso em Ribeirão Preto

Segundo a projeção do Boletim SP Demográfico, nos próximos dez anos, a

população idosa da região de Ribeirão Preto deve crescer 50%. Segundo o estudo,

em 2020, a região terá 216.678 habitantes com 60 anos ou mais, ante os 144.425 de

2010. O percentual é bastante superior ao crescimento total da população, que no

mesmo período subirá 9,8% - indo de 1.246.995 no ano passado para 1.369.614 em

2020. Além disso, a fatia da terceira idade na população será maior — passará de

11,5% para 15,8%.

“Estamos em uma região rica se comparada ao restante do País, capaz de dar

melhores condições de vida à população, que acaba envelhecendo por encontrar mais

recursos médicos e alimentação, por exemplo,” explicou o sociólogo Ubaldo Silveira.

Por outro lado, enquanto o número de pessoas com 60 anos ou mais cresce, o

inverso verifica-se entre os jovens. De 0 a 29 anos, a projeção é que haja queda de

7,6% - de 591.261 em 2010 para 546.726 daqui a nove anos.

“Isso se deve à baixa taxa de nascimentos. Hoje em dia, não é interessante

economicamente ter uma família muito grande. Além disso, as pessoas estão mais

bem informadas sobre métodos contraceptivos, como os anticoncepcionais” - disse

Silveira.

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16

Com o envelhecimento da população em níveis muito superiores aos

nascimentos, o sociólogo prevê que o governo encontre problemas sérios na

previdência e na saúde.

“Será preciso uma nova política especial para a faixa etária acima dos 60 anos.”

Por meio de um sistema de atenção em rede, composto por gestores em todas as

esferas governamentais, mais entidades civis e a família, a diretora do Departamento

de Proteção Social Básica de Ribeirão, Marília Borragini, diz que a cidade está

preparada para ter mais idosos. “Priorizamos a qualidade de vida, qualificando as

relações sociais pertinentes aos idosos.” A projeção da Fundação Seade baseou-se

em dados do Censo de 2000 e foi revista em 2008, a partir da divulgação dos

resultados da Contagem Populacional de 2007, realizada pelo IBGE.

2.3. Qualidade de vida dos idosos

A chegada à Terceira Idade traz consigo limitações sobre um corpo já muito

vivido. Já não se tem a mesma vitalidade, a rapidez dos movimentos e do raciocínio, a

mesma coordenação motora da época da juventude.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a terceira idade começa, oficialmente,

aos 65 anos. Em uma sociedade que valoriza a eterna juventude, saber envelhecer é

uma arte.

Esqueça os jogos de damas na praça, os bordados e os coques no alto da

cabeça. A chamada “terceira idade” mudou. Práticas esportivas e sociais, estudo,

trabalho e muita diversão fazem cada vez mais parte do dia-a-dia das pessoas com

mais de 65 anos, classificadas como idosas no Brasil. Sabe-se que esta é a população

que mais cresce no país. E não é para menos, já que a qualidade de vida aumentou.

Mas essa melhoria não se deve simplesmente a ações governamentais em prol deste

público, mas principalmente a um esforço dos próprios idosos que, ao que parece,

decidiram reagir e mudar o estigma do envelhecimento, transformando esta fase da

vida na melhor idade.

Além disso, a terceira idade descobriu o prazer e os benefícios da prática de

atividades físicas (FIGURA 8). Mas não é só o corpo, muitos exercitam a mente

continuando ou mesmo iniciando os estudos, e há aqueles que continuam a trabalhar,

mesmo após a sonhada “aposentadoria”. Os relacionamentos sociais também fazem

parte da busca do bem estar e realizações pessoais.

Page 21: Convívio, Lazer e Moradia

17

FIGURA 7 – GINÁSTICA AO AR LIVRE

A) Ginastica coporal ao ar livre. B) Caminhada na praça.

Fonte: http://www.usp.br/agen/?p=16670, acessado em 12/06/2012

Esse é também um momento para que todos observem como seu estilo de vida

pode interferir no próprio envelhecimento. Vários comportamentos podem e devem ser

adotados para que essa fase da vida seja aproveitada de maneira mais prazerosa e

ativa. Entre os vários aspectos que fazem parte da vida, o lazer é um dos

responsáveis pela socialização, pela autoestima, pela saúde física e psicológica das

pessoas. Na terceira idade, com a interrupção de compromissos, principalmente o

profissional, as pessoas podem, com diversas atividades, preencher o tempo ocioso

de forma criativa e visando o bem-estar.

Saber usufruir de todos os momentos de lazer, a interação social e o

desenvolvimento de hobbies e interesses diversos colaboram para que a mente

mantenha-se ativa e saudável. Com o aumento da qualidade e da expectativa de vida,

a velhice não precisa ser sinônima de isolamento e improdutividade, é possível

encontrar prazer na terceira idade. Para isso é necessário manter não só o corpo

saudável e ativo, como a mente também. As mudanças decorrentes da terceira idade

requerem adaptação por parte do idoso, a forma como cada um se adapta também

determinará um envelhecimento saudável ou com dificuldades.

É importante que o idoso seja respeitado como ser humana que é com todas as

limitações inerentes a sua idade! Se já não possui a vitalidade da juventude, por outro

lado tem o conhecimento adquirido através das experiências ao longo de toda uma

vida. A partilha desses conhecimentos com as novas gerações proporciona ao idoso a

possibilidade de manter-se integrado à sociedade.

Esta integração é de suma importância para o idoso, uma vez que um de seus

maiores prazeres consiste em relatar fatos acontecidos em sua vida e perceber que as

pessoas que o cercam dão-lhe a atenção devida. O apoio social e dos familiares é de

fundamental importância nesta idade, assim como a alimentação, para que se

diminuam os riscos de depressão (FIGURA 9).

A B

Page 22: Convívio, Lazer e Moradia

18

FIGURA 8 – INTEGRANDO O IDOSO

A) Atividades aquaticas. B) Desenvolvimento de trabalhos manuais. C) Apoio da

família. D) Atividades em grupo

Fonte: http://www.zun.com.br/terceira-idade-e-qualidade-de-vida/, acessado em

28/05/2012

2.4. Programa de Integração Comunitária de Ribeirão

Preto (PIC)

Programa comunitário desenvolvido em 47 locais espalhados pela cidade. Este

programa é especialmente desenvolvido para pessoas da terceira idade, contanto com

atividades físicas e passeios.

2.4.1. Programa Municipal de Saúde do Idoso

Tem como principal objetivo reconhecer fragilidades para definir políticas de

atenção. O programa é o responsável pelo Ambulatório de Geriatria que funciona no

Núcleo de Gestão Assistencial - (Ambulatório Regional de Especialidades - NGA, na

Rua Minas, 895. Atualmente conta com enfermeira, equipe de enfermagem composta

por 3 elementos, terapeuta ocupacional, nutricionista, 3 geriatras e uma coordenadora.

A

B

C D

Page 23: Convívio, Lazer e Moradia

19

Não ficam aqui enumeradas todas as funções e estratégias de ação do Programa

de Saúde do Idoso. Outras frentes de ação, como parcerias com Estratégia de Saúde

da Família (ESF) e Programa Agente Comunitário de Saúde (PACS), ações em

abrigos filantrópicos - Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), atenção

a denúncias de maus tratos, cursos de educação permanente, fazem parte de nossa

rotina e podem ser esclarecidas com os componentes do Programa.

2.4.2. Programa Municipal do Idoso

O Programa Municipal do Idoso propicia o atendimento ao idoso acima de 60 anos

de ambos os sexos, com renda familiar de até três salários mínimos em situação de

vulnerabilidade ou exclusão social, oferecendo-lhes oportunidades para o seu

fortalecimento familiar, pessoal e social, com vista à sua inclusão, autonomia e

independência, garantindo espaço de convivência e socialização, estimulando a

participação e organização social do idoso e melhorando a qualidade de vida, tanto do

idoso como de seus familiares. Esse programa é desenvolvido por meio do Núcleo da

Terceira Idade, com gestão participativa e grupos localizados em diferentes bairros,

oferecendo atividades ocupacionais, físicas adaptadas, de lazer, recreação, cultural e

artístico. O programa tem como parceiros os Governos Estadual e Federal, as

Secretarias Municipais da Saúde, Esporte e Educação e conta com a cooperação de

voluntários: pessoas da comunidade, profissionais especializados e universitários no

desenvolvimento de atividades diárias.

2.4.3. SESC – Grupo da Terceira Idade

O SESC desenvolve diversas atividades para toda a população. Contudo, as

atividades para o grupo da Terceira Idade são possuem horários diferenciados e

programas de atividades específicas tais como: Atividades Aquáticas, Jogos de Verão,

Show Baile, Tai Chi Pai Lin, Quimbol, Canto e Coral, Vivências Teatrais, Arte em

Papel – Quilling, História da Arte - Módulo I, Crochê, História da Arte - Módulo II,

Passeios, Excursões.

2.4.4. Programa SESI terceira idade:

O Programa SESI Terceira Idade da Diretoria de Esportes e Lazer do SESI/SP, é

dirigido para pessoas com idade acima de 55 anos, e caracteriza-se pela oferta de

atividades e vivências de lazer e esportes que tomam por base as expectativas,

necessidades e características da pessoa idosa, e busca contribuir para o convívio e

participação social, o desenvolvimento, o bem-estar e a melhoria da qualidade de vida.

Page 24: Convívio, Lazer e Moradia

20

2.4.5. Curso sobre alimentação saudável

O aproveitamento integral de alimentos e a importância de refeições ricas em

fibras para uma boa saúde na terceira idade.

2.4.6. Café da manhã com chorinho no museu

As manhãs de domingo têm uma atração diferente no complexo que reúne o

museu Histórico e de Ordem Geral e museu do Café, com apresentação do Grupo

Roxinóis pelo projeto Café da Manhã com Chorinho, da Secretaria Municipal da

Cultura. A atração, gratuita, conta com a participação desse tradicional grupo que

desde 1993 anima as serestas da cidade.

FIGURA 9 – CAFÉ DA MANHÃ NO MUSEU AOS DOMINGOS

Grupo de idosos dançando Chorrinho no pátio do Museu do Café.

Fonte: http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/scultura/i14cafe.php,

acessado em 15/04/2012

Formado há mais de 20 anos por Clóvis Roxo, flautista falecido em 2001, e

composto pelos músicos Zé da Conceição no violão, Roberto Marani na clarineta,

Luizinho na timba, Hamilton no pandeiro e Zé Augusto no acordeom, esse grupo está

junto há 12 anos integra o projeto “Café da Manhã com Chorinho”, realizado pela

Secretaria Municipal da Cultura, no Museu do Café. O grupo apresenta canções em

ritmos variados, incluindo bolero, rumba, samba-canção, tchá-tchá-tchá e outros.

O Café da Manhã no Museu começa às 10h. Já os Museus permanecem abertos

ao público de terça à sexta-feira, das 9h às 16h30; aos sábados, das 12h30 às 16h30;

e aos domingos, das 9h às 16h30. O endereço é Avenida Zeferino Vaz, s/nº, Campus

da USP Ribeirão.

Page 25: Convívio, Lazer e Moradia

21

3. LEITURA PROJETUAL

3.1. Condomínios se adaptam à nova vida dos idosos

O crescimento da população idosa no Brasil traz consigo o aumento na

demanda por casas adaptadas. Apesar de o direito à moradia digna ser previsto no

Estatuto do Idoso de 2003, locais adequados para quem quer morar sozinho são

difíceis de encontrar. Mas este quadro vem sendo alterados por iniciativas públicas e

privadas. Casas e apartamentos adequados à terceira idade são oferecidos pelo

poder público e pela iniciativa privada.

Áreas de convívio e moradia para pessoas da Terceira Idade são comuns no

Brasil. Contudo, projetos e edificações planejados e adequados, que atendam as

necessidades e a legislação vigente não são tão populares. Ainda sim, podemos

encontrar algumas iniciativas públicas e privadas de ambientes exclusivamente

planejados, com a função de ocupação residencial, convívio e lazer, acrescentando

atividades recreativas e esportivas com característica de um clube, para este público

que vem crescendo nos últimos anos

No interior do estado, em cidades como Maringá e Cascavel, as prefeituras já

criaram condomínios especialmente feitos para idosos de baixa renda, seguindo

modelos praticados nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. No caso de

Cascavel, a iniciativa tem 20 anos e agora passa por uma reforma completa.

“A ideia é oferecer mais acessibilidade para os cerca de 50 moradores”, diz a

secretária municipal de Assistência Social, Inês Aparecida de Paula Dias.

A cidade de Maringá - PR é pioneira no assunto quando de trata de lazer e saúde

para a terceira idade. A cidade conta com inúmeras praças públicas, sempre bem

arborizadas, com equipamentos desenhados especificamente para idosos. Alem

dessa iniciativa, o Parque Residencial Cidade Nova é outra iniciativa e bom exemplo.

Em Maringá, são 52 apartamentos de 47 metros quadrados que possuem um

dormitório, um banheiro, uma sala de visita, uma cozinha e uma lavanderia. O local,

que foi todo planejado por alunos do curso de Arquitetura da Universidade Estadual de

Maringá (UEM), completa um ano no fim deste mês. Em Curitiba, a política

habitacional segue o disposto no Estatuto do Idoso, que prevê que 30% das unidades

de programas habitacionais públicos sejam reservados para a terceira idade. Desde

2009, das 6.024 unidades entregues pela Companhia de Habitação Popular de

Curitiba (COHAB), 180 foram para pessoas idosas. Eles recebem apartamentos no

piso térreo, para evitar a necessidade de subir e descer escadas. Nos projetos de

reassentamento, pessoas acima dos 60 anos recebem casas térreas e não sobrados.

Durante o registro das famílias, os idosos são cadastrados, para garantir que o

atendimento seja feito de acordo com a demanda.

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Page 26: Convívio, Lazer e Moradia

22

3.1.1. Parque Residencial Cidade Nova - Maringá – PR

FIGURA 10 – PARQUE RESIDENCIAL CIDADE NOVA - MARINGÁ – PR

Grupo de amigas reunidas na área comunitário do residencial.

Fonte: Gazeta do Povo, acessado em 13/05/2012

Nas duas cidades, a moradia é gratuita, mas em Maringá está sendo estudado o

recolhimento de um valor simbólico. “A prefeitura ainda elabora um contrato para que

os condôminos comecem a pagar. Talvez até o fim do ano tenha início a cobrança,

mas o preço será reduzido, apenas para bancar as necessidades básicas do

condomínio como água e luz. O conceito não é amparar idosos abandonados pela

família, mas sim dar moradia a quem não tem uma casa. A ideia não é sustentá-los,

mas apenas oferecer moradia”, diz o secretário da Secretaria de Assistência Social e

Cidadania (Sasc), Ulisses Maia.

3.2. Acessibilidade: Projetos pensados para a terceira

idade

3.2.1. Iniciativa Privada

Algumas incorporadoras decidiram incluir diferenciais construtivos em

empreendimentos para atender a população mais idosa. Um novo prédio residencial

da Construtora Laguna no Centro de Curitiba tem uma planta de apartamentos

voltada para melhorar a acessibilidade de pessoas com dificuldades de mobilidade.

O novo prédio contará com rampas inclinadas e plataforma elevatória de acesso,

barras de apoio, pisos antideslizantes e uma academia para atividades de

reabilitação. “A intenção é oferecer uma arquitetura inclusiva, para que a pessoa que

se encaixe no perfil de compra não tenha restrições”, diz Isabel Raab Carneiro,

Page 27: Convívio, Lazer e Moradia

23

gerente de marketing da Construtora. As plantas terão espaços e dimensões de

portas, entradas de acesso e ambientes que comportam o giro de uma cadeira de

rodas, além de vagas específicas na garagem, mais próximas aos elevadores.

A construtora e incorporadora Tecnisa, de São Paulo, tem um projeto de

consciência gerontológica, criado em 2008. São cerca de 30 itens para fazer a

inclusão de pessoas acima de 60 anos em alguns empreendimentos. A diretora de

projetos da empresa, Patrícia de Campos Valadares, diz que o projeto surgiu de um

número expressivo de compradores acima dos 55 anos. “Esse público está

chegando nessa faixa etária com muita qualidade de vida e nós queremos incluí-los.

É preciso ter um olhar voltado para a terceira idade.”

3.2.1.1. Conjunto de Residências para Idosos

Este edifício projetado por Lyon Arquitetos tem uma área residencial,

especialmente equipada para pessoas idosas que necessitam serviços de

enfermagem e reabilitação (FIGURA 11).

“O edifício é uma resposta ao paradigma convencional de um orfanato ou casa de

repouso”.

Através de sua especialidade integrada as normas, o edifício torna-se um centro

médico onde a família e profissionais trabalham juntos no atendimento aos moradores.

Foi concebido como uma grande casa ou hotel na costa, bem diferente de um hospital.

O edifício é compatível com uma nova forma de prestação de serviços aos idosos nas

comunidades (FIGURA 12).

FIGURA 11 – VISTA FRONTAL DO EDIFICIO EM MORNINGTON, AUSTRÁLIA

Fonte: www.maisarquitetura.com.br, acessado em 30/04/2012.

Page 28: Convívio, Lazer e Moradia

24

FIGURA 12 – PLANTA E CORTE DO EDIFICIO

A) Planta do edificio. B) Corte do edificio.

Fonte: www.maisarquitetura.com.br, acessado em 30/04/2012.

O edifício é compatível com uma nova forma de prestação de serviços aos idosos

nas comunidades.

Page 29: Convívio, Lazer e Moradia

25

FIGURA 13 – DETALHE DAS SALAS E ESPAÇOS INTERNOS

Fonte: www.maisarquitetura.com.br, acessado em 30/04/2012.

As salas onde os pacientes permanecem, tem janelas em que as pessoas

podem sentar e apreciar a vista. Piso em madeira, pisos de vinil e iluminação

através de cores quentes, ajudam a reforçar a iluminação interna e forma ainda,

diferentes áreas de leituras entre os espaços. A sala de jantar é o centro social e foco

na construção da família. Aqui, familiares, convidados e funcionários reúnem-se para

comer, conversar e tomar uma xícara de chá.

3.2.2. Boas iniciativas públicas

3.2.2.1. Vila Dignidade – Avaré – SP

Projeto elaborado pelo escritório de arquitetura Aflalo e Gasperini, desenvolvido

pela Secretaria da Habitação e Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano

(CDHU). O projeto prevê a construção de casas em um sistema de vilas a fim de

promover a reintegração de idosos à vida social (FIGURA 14).

FIGURA 14 – VILA DIGNIDADE – AVARÉ – SP

Fonte: www.acessasp.sp.gov.br, acessado em 12/05/2012

Page 30: Convívio, Lazer e Moradia

26

As áreas comuns da Vila Dignidade têm rampas com inclinação de até 8,33% e

corrimãos que facilitam a circulação dos moradores (FIGURA 15).

FIGURA 15 - CORRIMÃO PARA APOIO AO LONGO DAS VIAS DE ACESSO.

Fonte: www.acessasp.sp.gov.br, acessado em 05/06/2012

Entre os equipamentos de uso coletivo está a área destinada a ginástica. Na

praça ao ar livre, cadeiras com pedais e equipamentos para a fisioterapia são algumas

das opções para os exercícios.

Área externa da Vila Dignidade em Avaré destinada a jogos, com acesso por

rampas e corrimãos que facilitam a circulação dos idosos. O projeto é composto por 22

casas, um salão de convivência e três áreas externas para atividades como jogos e

exercícios físicos, além de descanso.

FIGURA 16 – AREA EXTERNA E ÁREA COMUNITARIA DA VILA DIGNIDADE

A) Mesas para jogos e local para descanso. B) Integração entre os moradores

Fonte: www.acessasp.sp.gov.br, acessado em 05/06/2012

A B

Page 31: Convívio, Lazer e Moradia

27

As casas são desenhadas duas a duas e construídas em sistema steel frame.

3.2.2.2. Centro de Vivência do Idoso – Sumaré – SP

FIGURA 18 – CENTRO DE VIVENCIA DO IDOSO

Fonte: www.acessasp.sp.gov.br, acessado em 05/06/2012

FIGURA 17 – PLANTA DAS CASAS

Fonte: www.acessasp.sp.gov.br, acessado em 05/06/2012

Page 32: Convívio, Lazer e Moradia

28

Os idosos de Sumaré, em breve, terão um motivo a mais para comemorar. A

prefeitura prevê para o primeiro semestre a inauguração do Centro de Vivência do

Idoso, em construção no Centro Administrativo de Nova Veneza. Quando o centro for

inaugurado, os idosos terão à disposição uma estrutura completa, com duas piscinas

(uma semi-olímpica, destinada à preparação de atletas para competições, e outra para

hidroginástica), quadra poliesportiva, campo de malha e cancha de bocha, quiosques,

sala de inclusão de digital, sala para dança de salão, biblioteca, cozinha e um

moderno salão de festas com palco. Um projeto especial de jardinagem e paisagismo

está em desenvolvimento para oferecer aos usuários um jardim japonês, com cascata,

flores e um charmoso cantinho para leitura. A construção foi pensada para que o idoso

pudesse usufruí-la “da melhor forma possível”.

3.2.2.3. Vila dos Idosos

Vila dos Idosos foi finalizada em agosto de 2007 e possui 145 unidades

habitacionais. O pátio, onde a vegetação ainda está em formação, tem como

elemento principal um espelho d’água. O condomínio residencial voltado a terceira

idade esta localizado no bairro do Pari. Obra da Secretaria Municipal de Habitação

(Sehab).

FIGURA 19 – VILA DOS IDOSOS – SÃO PAULO

Fonte: www.portaldoenvelhecimento.org.br, acessado em 15/05/2012

Page 33: Convívio, Lazer e Moradia

29

Na implantação, os dois blocos abraçam parcialmente o edifício da biblioteca

existente (FIGURA 20).

FIGURA 20 –VILA DOS IDOSOS – SÃO PAULO

Fonte: www.portaldoenvelhecimento.org.br, acessado em 15/05/2012

Projetado em forma de “U”, com quatro pavimentos, o conjunto tem 145

apartamentos – 57 deles com 43 m² e 88 quitinetes com 29 m². O edifício possui

rampas com piso antiderrapante, cobertura em todas as áreas, três elevadores

espaçosos, espelho d’água na área central, horta comunitária, salão de jogos e de

leitura. O terreno tem área total de 7.361,75 m², com 8.193 m² de área construída. A

Vila dispõe de uma equipe de assistentes sociais para atender seus moradores.

Atividades como palestras educativas sobre saúde, relacionamento e cuidados com a

manutenção do espaço, entre outras, são ministradas no local.

Page 34: Convívio, Lazer e Moradia

30

FIGURA 21 – CROQUIS DA VILA DOS IDOSOS – SÃO PAULO

Fonte: www.portaldoenvelhecimento.org.br, acessado em 15/05/2012

Page 35: Convívio, Lazer e Moradia

31

FIGURA 22 – PLANTAS DA VILA DOS IDOSOS – SÃO PAULO

Fonte: www.portaldoenvelhecimento.org.br, acessado em 15/05/2012

Page 36: Convívio, Lazer e Moradia

32

O condomínio é composto por dois blocos de quatro pavimentos, em forma de L.

A preocupação maior era em favorecer a ventilação natural cruzada, por isso todas as

unidades têm janelas paralelas voltadas para a face externa e para a circulação. O

conjunto é servido por três elevadores e dispõe, ainda, de salas de jogos e de TV,

além de salão comunitário com cozinha e sanitários.

FIGURA 23 – PLANTAS DA VILA DOS IDOSOS – SÃO PAULO

Fonte: www.portaldoenvelhecimento.org.br, acessado em 15/05/2012

FIGURA 24 – VISTA FRONTRAL DO PREDIO

Fonte: www.portaldoenvelhecimento.org.br, acessado em 15/05/2012

Page 37: Convívio, Lazer e Moradia

33

4. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

4.1. Critérios de escolha da área de atuação

O local para a implantação desta proposta esta localizado na cidade de Ribeirão

Preto, estado de São Paulo, na Rua Mariana Junqueira, entre as Ruas Visconde de

Inhaúma e Tibiriçá perfazendo uma área total de 4048m².

A área central foi escolhida, por se um local de fácil acesso, servido de várias

linhas de ônibus, e com muitas opções para compras e lazer. Um comércio bem

diversificado que para o idoso isto é muito bom, interagindo o cada vez mais com a

sociedade e contribuindo de forma significativa em sua qualidade de vida.

Programas voltados aos idosos como o PIC são importantes, incentivam a prática

de exercícios físicos, mas também para promover a socialização, o convívio social e

ajudar a aumentar a qualidade de vida e o grau de conhecimento em relação a

atividades físicas pelos participantes. “Programas que incentivam a prática de

exercícios físicos devem ser mantidos, pois são importantes para estimular o combate

ao sedentarismo, principalmente entre os idosos”.

Com o envelhecimento da população em níveis muito superiores aos

nascimentos, precisamos melhorar a qualidade de vida dos idosos, dando melhor

assistência médica, moradia para essas pessoas.

O desenvolvimento de suas potencialidades artísticas, culturais e sociais,

oferecendo fácil acesso aos bens e serviços da comunidade. Sendo assim, a proposta

da criação de uma área para a terceira idade, favorece a integração dessas pessoas.

Projetar um local que inspire vida, envolve a prevenção aos problemas de saúde e

apoio aos diversos níveis de dependência funcional e afetiva, que inevitavelmente

aparecem com o avançar da idade, parece ser uma ideia coerente e justificada.

4.2. Cidade de Ribeirão Preto

Ribeirão Preto está localizada a nordeste no estado de São Paulo e esta distante

313 km da capital. A cidade, com uma população de aproximadamente 563.107 mil

habitantes (IBGE, 2009), destaca-se pela produção de soja, milho, café, algodão e

frutos, além de ser considerado um dos centros comerciais mais importantes do

Estado de São Paulo.

A cidade limita-se ao sul com Guatapará; a sudeste com Cravinhos; ao norte com

Jardinópolis; a leste com Serrana; a oeste com Dumont; a noroeste com Sertãozinho;

e a nordeste com Brodósqui (FIGURA 25).

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34

FIGURA 25 – MAPA DAS DIVISAS DO MUNICIPIO DE RIBEIRAO PRETO

Fonte: http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/crp, acessado em 13/06/2012.

4.2.1. Dados do Município:

Ribeirão Preto estende-se por uma área total de 651 Km², estando a 546 m do

nível do mar. A região de Ribeirão Preto abrange ao todo 25 municípios.

4.3. Planejamento Físico

O terreno para o desenvolvimento deste projeto situa-se no centro de Ribeirão

Preto (FIGURA 26).

Page 39: Convívio, Lazer e Moradia

35

FIGURA 26 – IMAGEM DA LOCALIZAÇÃO DO TERRENO E MALHA VIÁRIA

LEGENDA: Área hachurada em amarelo demarca o terreno da proposta.

Fonte: Google Earth, acessada em 11/06/2012

O fator que influenciou na escolha do terreno foi o fato de estar na área

central da cidade, sendo de fácil acesso para as pessoas idosas.

Planta de situação do quarteirão e do terreno que será feito o objeto de

estudo.

FIGURA 27 – PLANTA DE SITUAÇAO DO QUARTEIRÃO E DO TERRENO

Page 40: Convívio, Lazer e Moradia

36

4.4. Localização da Proposta

A área do terreno é de 4.048 m², as ruas de acesso do quarteirão tem

sentido único de veículos. Localizado na Rua Mariana Junqueira entre as Ruas

Tibiriça e Alvares Cabral, no fundo temos a Rua Visconde do Rio Branco. A

entrada principal fica na Rua Mariana Junqueira e a saída na Rua Tibiriçá. Em

horário comercial o tráfego de veículos de pequeno e médio porte é mais

intenso, devido estar localizado no centro da cidade.A circulação de ônibus se

dá pelas Ruas Alvares Cabral e Tibiriçá.

FIGURA 28 – IMAGEM DO TERRENO

LEGENDA: Área hachurada em amarelo demarca o terreno da proposta.

Fonte: Google Earth, acessada em 11/06/2012

Page 41: Convívio, Lazer e Moradia

37

5. DIRETRIZES DA PROPOSTA

5.1. Programa de necessidades

Para estabelecer o programa de necessidades da área de convívio, lazer e

moradia para a terceira idade, foi proposto um conjunto de áreas com suas respectivas

atribuições e características suprindo e atendendo com eficácia as expectativas dos

usuários.

SETOR ADMINISTRATIVO: Guarita, secretaria, diretoria, sala de coordenação,

sanitários femininos e masculinos.

SETOR DE VIVÊNCIA: Salas para cursos, salão social, ambulatório, biblioteca,

piscina para hidroginástica, canchas de bocha.

SETOR DE MORADIA: Casas totalmente adaptada e com estrutura voltada para a

acessibilidade, contendo sala, cozinha, dormitório, banheiro, área de serviço e

varanda.

SETOR EXTERNO: Pátio para estacionamento, praça para descanso, jardins e

horta.

Portanto para o desenvolvimento do programa de necessidade, os ambientes

foram divididos em setores:

Administrativo, vivência, moradia e externo.

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ET

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Page 42: Convívio, Lazer e Moradia

38

5.2. Estudo da proposta

FIGURA 29 - PLANO DE MASSA - 1º ESTUDO – DATA 05/05/2012

LEGENDA:

Moradia

Piscina

Vestiário

Canchas de Bocha

Setor Vivencia

Page 43: Convívio, Lazer e Moradia

39

FIGURA 30 – CROQUIS DAS RESIDÊNCIAS

Page 44: Convívio, Lazer e Moradia

40

6. CONSIDERAÇÕES DA ETAPA

6.1. Considerações finais

A instalação desta área no centro de Ribeirão Preto ajudará uma parcela da

população que vem aumentando muito nos últimos anos – a Terceira Idade.

Procurou-se com o presente projeto ampliar as alternativas de atividades para

essa população, reforçando e contribuindo para melhoria na qualidade de vida dos

mesmos.

Além de promover a cidadania e a integração social com outras pessoas da

mesma faixa etária e com outros equipamentos existentes no entorno, o projeto visa

ser um marco na paisagem, contribuindo para revitalizar a área onde será inserido,

tendo também moradia para algumas pessoas da terceira idade que quiserem morar

no local.

Buscar atender de forma efetiva um fenômeno que se desenha de forma cada vez

mais acelerada nos estudos demográficos, que é o aumento da população idosa em

todo mundo, especialmente nos países em desenvolvimento. As projeções para o ano

de 2050 é que um quarto da população brasileira será idosa e urbana. As cidades do

interior, como Ribeirão Preto, tem uma população predominantemente jovem, mas que

está se tornando mais velha. Este é o balanço parcial do Censo em Ribeirão Preto.

Dados apresentados no dia 18/11/2010 pelo IBGE mostram que 20% dos moradores

da cidade têm entre 20 e 29 anos. A população acima dos 69 anos, contudo, é a que

mais cresceu nos últimos 20 anos.

Em 1991, 3,4% da população eram idosas. Com os dados preliminares do Censo

2010, este número pulou para 5,8%, o que representa pouco mais de 34 mil

moradores com mais de 69 anos. Em contrapartida, o número de crianças, com menos

de três anos, diminuiu de 5,49% para 3,35% da população.

É preciso adequar nossa postura e os ambientes para suas necessidades. Desta

forma minimizamos suas limitações e colaboramos muito para melhorar a qualidade

de suas vidas.

É fácil esquecer que também podemos ficar velhos, mas não é possível esquecer

que os velhos existem e que apesar de suas atuais limitações, são pessoas que

deixaram suas marcas no mundo.

São pessoas com uma história, com desejos, com uma vida além das rugas…

É uma ideia bem coerente projetar moradias, áreas de convivência sociais

adequadas às necessidades dos idosos, bem como proporcionar lazer e

entretenimento, um local que inspire a vida, envolva prevenção aos problemas de

saúde e apoio para os diversos graus de dependência funcional que inevitavelmente

aparecem com a idade, assegurar melhor qualidade de vida, fortalecer vínculos

familiares, estimular a inter-relação e o convívio social.

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Page 45: Convívio, Lazer e Moradia

41

Mas essa melhoria deve-se principalmente a um esforço dos próprios idosos que,

ao que parece, decidiram reagir e mudar o estigma do envelhecimento, transformando

esta fase da vida na melhor idade e mostrando os caminhos para o envelhecimento

bem sucedido.

Page 46: Convívio, Lazer e Moradia

42

7. BIBLIOGRAFIA

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR: 9050 Acessibilidade a

edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: ABNT,

2004.97p.

BRASIL, Ministério da Saúde. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Regulamento

técnico para funcionamento das instituições de longa permanência para idosos.

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