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Associação de Deficientes Visuais e Amigos - ADEVA - Ano X - nº 46 - março/abril de 2009 - Para onde vamos? Essa é a pergunta que milhares de pessoas com deficiência física que moram em São Paulo ouvem desde fevereiro passado. É que, desde então, circulam pelas ruas da cidade táxis para o transporte de cadeirantes. Todos são minivans, Fiat Doblò, modelo escolhido pelo grande espaço de porta-malas e o teto alto, que permitem as adaptações necessárias para acomodar uma cadeira de rodas e ainda transportar duas outras pessoas que não precisem dela. A tarifa é a mesma dos táxis convencionais – R$ 3,50 a bandeirada. Sem dúvida, é uma atitude louvável e que merece nosso aplauso, pois já é hora de ver os cadeirantes fora de suas casas, participando da vida paulistana. Mas não deve ficar só nisso, até porque táxi é um meio de transporte caro em São Paulo. Um número maior de coletivos acessíveis e calçadas em bom estado de conservação também são necessários. Assim como a preocupação das construtoras em oferecer resi- dências (principalmente apartamentos) com portas de largura adequada para dar passagem a uma cadeira de rodas, com banheiros adaptados e rampas de entrada. E os problemas não param por aí. Ainda são poucos os estabelecimentos onde se comer- cializam refeições que oferecem cardápios em braille, apesar da Lei Municipal nº 12.363, que existe desde 1997 e dispõe sobre sua obrigatoriedade. Tem-se na cidade um número reduzido de pessoas treinadas na linguagem brasileira de sinais (Libras) para atender os deficientes auditivos. E por quanto tempo ainda vamos lutar pela audiodescrição? Apesar de termos uma das melhores legislações do mundo no tocante à acessibilidade, estamos muito longe de ver esse direito garantido na prática. Sem sombra de dúvidas, já estamos em situação melhor do que anos atrás. Alguns bares, restaurantes, lanchonetes e hotéis já têm seu cardápio traduzido para o braille. Certos cursos já dispõem de material didático adaptado para atender os alunos com deficiência de visão ou de audição. Vários shoppings e locais públicos possuem rampas e banheiros que obedecem às determinações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). No entanto, isso não é sufi- ciente, considerando a quantidade de pessoas com necessidades especiais em nosso país. Segundo o Censo de 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 14,5% da população tem alguma deficiência, o que corresponde a 24,6 milhões de pessoas: 48,10% com deficiência visual, 27,10% com deficiência física, 16,6% com deficiência mental e 8,2% com deficiência auditiva. É preciso que os brasileiros se conscientizem que a questão da defi- ciência atinge não só essa parcela da população, mas nossa sociedade como um todo. Aliás, isso também diz respeito às outras minorias sociais: negros, indígenas, mulheres, homossexuais. Esperamos que daqui a algum tempo a acessibilidade não seja mais uma reivindicação e, sim, uma conquista consolidada. Markiano Charan Filho – Diretor-presidente da ADEVA Acessibilidade ampla, geral e irrestrita CURSOS DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL As inscrições podem ser feitas pelos telefones: (11) 3667-5210, (11) 3284-0560, com Sandra Maciel, e (11) 5084-6693 / 6695, com Edvando. CONVIVA

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Associação de Deficientes Visuais e Amigos - ADEVA - Ano X - nº 46 - março/abril de 2009

- Para onde vamos?

Essa é a pergunta que milhares de pessoas com deficiência física que moram em São Paulo ouvem desde fevereiro passado. É que, desde então, circulam pelas ruas da cidade táxis para o transporte de cadeirantes. Todos são minivans, Fiat Doblò, modelo escolhido pelo grande espaço de porta-malas e o teto alto, que permitem as adaptações necessárias para acomodar uma cadeira de rodas e ainda transportar duas outras pessoas que não precisem dela. A tarifa é a mesma dos táxis convencionais – R$ 3,50 a bandeirada.

Sem dúvida, é uma atitude louvável e que merece nosso aplauso, pois já é hora de ver os cadeirantes fora de suas casas, participando da vida paulistana.

Mas não deve ficar só nisso, até porque táxi é um meio de transporte caro em São Paulo. Um número maior de coletivos acessíveis e calçadas em bom estado de conservação também são necessários. Assim como a preocupação das construtoras em oferecer resi-dências (principalmente apartamentos) com portas de largura adequada para dar passagem a uma cadeira de rodas, com banheiros adaptados e rampas de entrada.

E os problemas não param por aí. Ainda são poucos os estabelecimentos onde se comer-cializam refeições que oferecem cardápios em braille, apesar da Lei Municipal nº 12.363, que existe desde 1997 e dispõe sobre sua obrigatoriedade. Tem-se na cidade um número reduzido de pessoas treinadas na linguagem brasileira de sinais (Libras) para atender os deficientes auditivos. E por quanto tempo ainda vamos lutar pela audiodescrição?

Apesar de termos uma das melhores legislações do mundo no tocante à acessibilidade, estamos muito longe de ver esse direito garantido na prática. Sem sombra de dúvidas, já estamos em situação melhor do que anos atrás. Alguns bares, restaurantes, lanchonetes

e hotéis já têm seu cardápio traduzido para o braille. Certos cursos já dispõem de material didático adaptado para atender os alunos com deficiência

de visão ou de audição. Vários shoppings e locais públicos possuem rampas e banheiros que obedecem às determinações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). No entanto, isso não é sufi-ciente, considerando a quantidade de pessoas com necessidades especiais em nosso país. Segundo o Censo de 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 14,5% da população tem

alguma deficiência, o que corresponde a 24,6 milhões de pessoas: 48,10% com deficiência visual, 27,10% com deficiência física, 16,6%

com deficiência mental e 8,2% com deficiência auditiva.

É preciso que os brasileiros se conscientizem que a questão da defi-ciência atinge não só essa parcela da população, mas nossa sociedade como um todo. Aliás, isso também diz respeito às outras minorias sociais: negros, indígenas, mulheres, homossexuais.

Esperamos que daqui a algum tempo a acessibilidade não seja mais uma reivindicação e, sim, uma conquista consolidada.

Markiano Charan Filho – Diretor-presidente da ADEVA

Acessibilidade ampla, geral e irrestrita

CURSOS DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL

As inscrições podem ser feitas pelos telefones: (11) 3667-5210, (11) 3284-0560, com Sandra Maciel, e (11) 5084-6693 / 6695, com Edvando.

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A realização de um sonho

Danieli Haloten, a primeira atriz deficiente visual a aparecer na tela da Globo

Dedicada, inteligente, estudiosa. São estas algumas das expressões que atores da novela Caras & Bocas usam ao falar de Danieli Haloten (29), “a primeira atriz deficiente visual, no mundo, a fazer uma das protagonistas em uma novela”, afirma o autor, Walcyr Carrasco.

Na trama das 19h, ela vive Anita, uma deficiente visual pobre, romântica e sonhadora, que vende flores na porta de um restaurante. “A Anita é totalmente diferente de mim, toda sonhadora, eu, mais prática; temos apenas algo em comum, somos muito família”, ela revela.

Desde criança, Danieli sonha ser atriz e entrar para o mundo da comunicação. Aos 17 anos perdeu a visão devido a um glaucoma congênito, o que, porém, não a fez desani-mar. Formada em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e em Jornalismo pela PUC de lá também, para chegar à Globo, percorreu um longo caminho.

Na busca pelo sucesso, participou como atriz amadora em cursos de teatro. Como jornalista, apresentou um programa de variedades em um canal de Curitiba, teve participação no Profissão: Repórter, do jornalista Caco Barcellos, além de ter estagiado em alguns jornais.

A necessidade de uma remuneração, contudo, fez com que Danieli interrompesse um treinamento na Folha de S.Paulo para atender a um chamado do Banco do Brasil, onde tra-balhou por quatro anos. “Lá eu fazia de tudo – trabalhava na agência, auxiliava clientes, ouvia reclamações; enfim, eu interpretava o meu papel de bancária”, conta.

Caras & Bocas é o seu primeiro trabalho como profissio-nal. A chegada até Walcyr Carrasco se deu graças à internet. “Estava criando a sinopse, quando recebi um e-mail assinado pela Danieli, apresentando-se. Pensei: ‘por que não?’. Pedi que me enviasse um DVD. Adorei. E a Danieli entrou para o elenco. Todos nós estamos fascinados com a disciplina dela. Na hora de gravar, ouve cuidadosamente as instruções do Jorginho, conta os passos (é a maneira que encontrou para se localizar no estúdio) e faz a cena como se sempre tivesse morado naquele cenário!”, é o que conta em seu Blog.

Uma iniciativa aplaudida por todos e destacada por Malvino Salvador: “um exemplo a ser seguido; a sociedade tem de pensar que existem pessoas com certas carências e que

precisam de emprego; só porque elas têm alguma deficiência não quer dizer que não são aptas.”

A história de Anita é bem parecida com a de muitos deficientes visuais. Segundo Danieli, “a gente está tentando mostrar a vida de uma pessoa cega o mais próxima da realidade, não fazendo nada falso ou fantasiando”.

A irmã de Gabriel (Malvino Salvador) sonha com sua independência. Quer abandonar a bengala e ter um cão-guia, mas não tem como comprá-lo. Josefa (Carmem Verônica), dona de uma pensão, ajuda Anita a conseguir um emprego. “Eu me lembro de um filme do Charlie Chaplin [Luzes da Cidade], em que uma jovem cega vendia flores na rua”. Então, ela vai ser florista na frente de um restaurante onde Anselmo (Wagner Santisteban) é garçom. Ele se apaixona por Anita e, com a ajuda de Ada (Amanda Azevedo), finge que é rico para impressioná-la.

Ao contrário da personagem, Danieli já tem um cão-guia, Higans, um labrador que está com ela há quatro anos. Nascida em Curitiba (PR), no dia 21 de fevereiro, é filha do caminhoneiro Edmundo Haloten e da dona de casa Maria Bonato Haloten e tem uma irmã, a Hilana, publicitária.

Entre colegas“Contracenar com Malvino Salvador, Elizabete Savala, Bete

Mendes está sendo uma experiência maravilhosa, pois aprendo muito com eles”, declara Danieli.

A recíproca é verdadeira. Carmem Verônica não poupa elo-gios. “A Dani é muito dedicada, aberta e estudiosa”. Segundo Malvino Salvador, “ela é uma colega maravilhosa e excelente atriz.” Já a atriz Elizabete Savala, que vive Socorro, a mãe da Anita, não economiza emoção. “Ela é um amor! Me ensinou uma coisa que eu considero fundamental, que é a superação.”

O diretor Jorge Fernando, que já conduziu 30 novelas na Globo, está por lá há 32 anos e, pela primeira vez, trabalha com uma atriz cega, confessa: “com certeza, vou aprender muito mais com ela do que ela comigo”. “A Dani é muito inteligente; no início, estava tensa, mas eu arranjei um código de trabalho, a gente foi relaxando e agora ela já tem uma movimentação normal dentro dos cenários da sua personagem”. E ressalta ainda que, “sua participação é importante porque pode ser um incentivo para que outros autores escrevam mais sobre temas relacionados às pessoas com necessidades especiais”.

Lúcia Nascimento

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No Convivaware anterior, apresenta-mos o rápido crescimento do mercado de audiolivros no Brasil nos últimos anos. Infelizmente, o espaço é pequeno, não permitindo que se aborde todas as questões em um único número deste jornal, por isso voltamos ao assunto dos livros. Com o avanço das tecnologias, a cada ano se vê crescer a disponibilidade de livros em meios digitais (texto, PDF, DAISY*, etc.), para iPhone, áudio (com voz humana e sintética), dentre outros. Segundo o ex-secretário da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida de São Paulo (SMPED), Renato Corrêa Baena, no ano passado, 160 telecentros da capital rece-beram mais de 200 títulos de audiolivros e softwares leitores de tela. Com isso, os estudantes não são os únicos beneficia-dos, mas todo aquele que é amante de uma boa leitura. Para se ter uma idéia, todas as obras de leitura obrigatória para os vestibulares de 2008, da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest), já puderam ser adquiridas no formato de audiolivro.

Quero aqui chamar atenção para a convergência de mídias. O uso de softwa-res leitores de tela nos computadores, iPods, iPhones e celulares trarão, cada vez mais, facilidades para as pessoas com deficiência manipularem os audiolivros, que, diferentemente do que acontecia há alguns anos, hoje, são distribuídos no formato MP3, diminuindo drastica-mente o espaço necessário para seu armazenamento.

Quem, acima dos 50 anos, não se lembra das velhas máquinas de lei-tura de livros falados da Fundação Dorina Nowill para Cegos? Trazidas da Inglaterra, pesavam em torno de 5 kg e usavam cartuchos de seis pistas com duas horas de duração cada. Alguns livros tinham mais de um cartucho, enquanto outros armazenavam mais de um livro. Como

o acesso era analógico, não havia como saltar para o próximo capítulo ou trecho. Para voltar ao ponto onde se estava lendo, não tinha outro jeito senão avançar aos poucos em uma pista de duas horas. É realmente difícil acreditar que alguém, que tivesse alternativa de acesso aos livros, desse preferência a essa forma de leitura. Hoje, os livros podem ser facilmente transferidos para um celular, ficando à disposição do leitor a qualquer hora e lugar. A Nokia até disponibiliza um leitor de audiolivros para a série 60 do sistema operacional Symbian, mas esse é assunto para outro Convivaware.

Segundo estudo da PriceWaterhouse, empresa do setor de entretenimento, entre os segmentos que vão apresentar maior expansão, no período entre 2006 e 2011, está o de filmes, CDs e DVDs. O salto deverá ser de R$ 155 bilhões (2006) para R$ 198 bilhões (2011). Nesse contexto, o mercado de audiolivro deverá ocupar um espaço bastante significativo. Na França, os audiolivros foram recebidos com uma imensa desconfiança há cerca de cinco anos. Agora, são um sucesso. Na Alemanha, não existiam há três anos. Hoje, já são 80 editoras especializadas. Isso sem falar nos EUA, onde o segmento representa 9% do mercado editorial. Lá, a produção acontece desde os anos 60, representando 8% das vendas de todos os livros em 2004, com 400 mil clien-tes e um volume de vendas de US$ 39 milhões. Já em 2007, cerca de 10% dos americanos pagaram para ouvir um livro e isso foi um estímulo às editoras brasileiras. Prova disso é a chegada no país de novas editoras nesse setor nos últimos anos, assunto já comentado no Convivaware 45.

Como se pode ver, o audiolivro, embora no Brasil fosse chamado de “livro falado”, não é recente. Mesmo para o mercado comercial, podemos encontrar iniciativas como a do produtor e jornalista Irineu

Garcia, que já lançava audiolivros de vinil em 1956. Infelizmente, a iniciativa não deu certo. A Philips adquiriu seu catálogo, mas o projeto durou pouco. Mais tarde, editoras, como a Francisco Alves, inves-tiram novamente, apostando no uso de fitas cassete, mas também não pegou.

Diferentemente das pessoas com deficiência visual, o grande público, de maneira geral, não incorporou o hábito de ouvir um livro em seus toca-fitas ou toca-discos. Como o acesso das pessoas cegas aos livros sempre foi difícil, essas iniciativas foram muito bem-vindas por esse público. Lembro-me de ter ouvido muitos livros do acervo da ADEVA em fitas cassete quando ainda aprendia a programar em linguagem Cobol [COmmon Business Oriented Language - Linguagem Orientada aos Negócios], com a querida fundadora dessa entidade, a Sandra Maciel.

Não tenho dúvidas de que, cada dia mais, teremos facilidades para ler livros. Seja o DVD da sala de estar, o áudio em um pen drive plugado no som do carro, seja no celular, ou mesmo por meio dos leitores de tela em um computador. O certo é que é preciso estarmos cada vez mais antenados nas novidades, porque, por mais que não pareça, elas escancaram as portas para o total acesso ao mundo fascinante do conhecimento.

Laercio Sant’Anna *DAISY - Digital Accessible Information System, sistema de dados que conjuga áudio e texto de maneira sincronizada, permitindo que seu usuário possa checar

o texto enquanto ouve o áudio.

A Comissão Brasileira para o Bicentenário de Louis Braille (CBBLB) e os Correios prestam uma homenagem ao inventor do sistema de leitura e escrita para os deficientes visuais com o lançamento de um selo comemorativo aos 200 anos de seu nascimento. São mais de um milhão de exemplares emitidos em todo o país. A criação do artista plástico mineiro Ricardo Cristofaro apresenta, em destaque central, a reprodução do busto de bronze de Louis Braille, que existe em Coupvray, na França, cidade onde ele nasceu. No lado esquerdo, dois dedos indicadores sobre uma página escrita em braille. No lado direito, um mapa-múndi, alusão à abrangência da implantação do sistema. E, sobre o mapa, uma reglete e um punção, os mais antigos aparelhos para a escrita desse sistema, e ainda os mais utilizados até hoje, mesmo com a existência de outros aparelhos modernos.

Selo Louis Braille

AUDIOLIVRO 2

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A Terra é azul. É assim que qualquer cosmonauta enxerga o nosso planeta lá do espaço. Isso não é sem motivo. Afinal, 70% da sua superfície é coberta por água, fazendo o planeta Terra (ou seria o planeta Água?) ter a cor azulada.

A Organização das Nações Unidas (ONU), em 1993, declarou o dia 22 de março como o Dia Mundial da Água, este bem comum não só da humanidade, mas de todos os seres vivos. Afinal, sem ela não há vida. Em março de 2005, Kofi Annan, ex-secretário-geral da ONU, decretou os anos de 2005 a 2015 como a Década da Água. Na semana de 26 de março, em Istambul, na Turquia, aconteceu o Fórum Mundial da Água.

Mas qual é o objetivo desse esforço geral? Quais são os desafios a serem vencidos?

Bem, nem toda a água está ao alcance das nossas mãos, isso porque ela é naturalmente mal distribuída no planeta – 97% é água do mar, imprópria para ser bebida; 1,75% está na forma sólida; 1,24%, em rios subterrâ-neos (aquíferos); e somente 0,007% está disponível para o consumo da população mundial, superior a 6 bilhões de pessoas. Desse montante, cerca de 2 bilhões não têm acesso a água encanada. Reduzir esse número é o grande desafio que os governos têm enfrentado. Segundo a ONU, aproximadamente 50% das doenças e mortes nos países em desenvolvimento ocorrem por falta de água ou pela sua contaminação. Turquia, Israel, Líbano, Índia, Paquistão, África do Sul, Egito e Haiti sofrem pela sua escassez.

Estima-se que, na metade deste século, dois quartos da humanidade viverão em regiões com falta crônica de água de qualidade. Esse problema também ocorre no Brasil, onde se encontra a maior reserva hídrica do mundo - 13,7% da disponibilidade de água doce do planeta, pois dois terços estão concentrados na região amazônica, com a menor densidade populacional do país. Portanto, uma pessoa, em Roraima, tem 1.000 vezes mais água à disposição do que alguém que mora no interior de Pernambuco.

Transportar a água não resolveria o problema da má distribuição? Desde os tempos dos romanos, com os seus aquedutos, a água tem sido levada de um lugar para outro. Mas isso vem se tornando cada vez mais caro, o que tem afetado em especial os grandes centros urbanos – para abastecer a Grande São Paulo, por exemplo, a água tem sido transportada do estado de Minas Gerais.

Enfim, transportar, ou despoluir para tornar a água potável, e o desperdício que ocorre na sua distribuição têm encarecido e continuará encarecendo esse precioso líquido que sai das nossas torneiras.

A contribuição de cada um para minimizar esses pro-blemas pode ser dada por meio de medidas simples, tais como manter a torneira fechada ao escovar os dentes e ensaboar a louça; lavar o quintal aproveitando a água da lavadora de roupa; não usar mangueira para varrer a calçada; não jogar entulhos nem lixo em córregos, rios, ruas e calçadas; denunciar as indústrias que poluem com seus dejetos rios, lagos e riachos às autoridades competentes e cobrar as devidas soluções. Afinal, a água é um bem comum, é de todos nós.

Sidney Tobias de Souza

A água de todos

nós

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A água da Terra está acabando? Não. Puro mito. A água é um recurso infinitamente renovável, já que, em seu ciclo, ela cai das nuvens em forma de chuva, fertiliza a terra, vai para o mar pelos rios e evapora de volta às nuvens, novamente como água doce.

O consumo doméstico excessivo está acabando com a água potável do planeta? Exagero. Apenas um décimo da água potável disponível é gasto no uso doméstico, enquanto 70% são usados na irrigação agrícola, onde ocorre o grande desperdício.

É verdade que os recursos hídricos vão acabar porque, com o aumento populacional, é cada vez maior a necessidade de água para produzir alimentos? Isto também não é exato. O consumo de água vem caindo graças à modernização das técnicas agrícolas. Esta queda é observada também

em outras áreas. Por exemplo, um dos mais respeitados centros de estudos mundiais sobre o assunto, o Pacific Institute, com sede na Califórnia, relatou que o consumo total de água nos Estados Unidos caiu de 600 quilôme-tros cúbicos por ano, na década de 80, para menos de 500 nos dias atuais. Tal se deve, em parte, à economia na indústria e no consumo doméstico. Na indústria, na década de 30, se gastava, em média, 200 toneladas de água para se obter uma tonelada de aço. Hoje, se gasta apenas três toneladas. Nas residências, por exemplo, em 20 anos, caiu para um quarto a quantidade média de água utilizada nas descargas dos banheiros.

O desafio agora é conseguir que, com uma população mundial em constante crescimento, os recursos sejam mais bem distribuídos e que a qualidade do produto seja mantida.

Água e EnvelhecimentoSempre que dou aula de clínica médica a estudantes do

quarto ano de Medicina, lanço a pergunta: “Quais as causas que mais fazem o vovô ou a vovó terem confusão mental?”

Alguns arriscam: “Tumor na cabeça.”

Eu digo: “Não.”

Outros apostam: “Mal de Alzheimer.”

Respondo, novamente: “Não.”

A cada negativa a turma se espanta. E fica ainda mais boquiaberta quando enumero os três responsáveis mais comuns: diabetes descontrolado, infecção urinária e a família passou um dia inteiro fora, enquanto os idosos ficaram em casa.

Parece brincadeira, mas não é. Constantemente vovô e vovó, sem sentir sede, deixam de tomar líquidos. Quando falta gente em casa para lembrá-los, desidratam-se com rapidez. A desidratação tende a ser grave e afeta todo o organismo. Pode causar confusão mental abrupta, queda de pressão arterial, aumento dos batimentos cardíacos (“batedeira”), angina (dor no peito), coma e até morte.

Insisto: não é brincadeira.

Ao nascermos, 90% do nosso corpo é constituído de água. Na adolescência, isso cai para 70%. Na fase adulta, para 60%. Na terceira idade, que começa aos 60 anos, temos pouco mais de 50% de água. Isso faz parte do processo natural de envelhecimento. Portanto, de saída, os idosos têm menor reserva hídrica. Mas há outro complicador: mesmo desidratados, eles não sentem vontade de tomar água, pois os seus mecanismos de equilíbrio interno não funcionam muito bem.

Explico: nós temos sensores de água em várias partes do organismo. São eles que verificam a adequação do nível. Quando ele cai, aciona-se automaticamente um “alarme”. Pouca água significa menor quantidade de sangue, de oxigê-nio e de sais minerais em nossas artérias e veias. Por isso, o corpo “pede” água.

A informação é passada ao cérebro, a gente sente sede e sai em busca de líquidos.

Nos idosos, porém, esses mecanismos são menos efi-cientes. A detecção de falta de água corporal e a percepção da sede ficam prejudicadas. Alguns, ainda, devido a certas doenças, como a dolorosa artrose, evitam movimentar-se até para ir tomar água.

Conclusão: idosos desidratam-se facilmente, não apenas porque possuem reserva hídrica menor, mas também porque percebem menos a falta de água em seu corpo.

Além disso, para a desidratação ser grave, eles não preci-sam de grandes perdas, como diarréias, vômitos ou exposição intensa ao sol. Basta o dia estar quente ou a umidade do ar baixar muito. Nessas situações, perde-se mais água pela respiração e pelo suor. Se não houver reposição adequada, é desidratação na certa. Mesmo que o idoso seja saudável, fica prejudicado o desempenho das reações químicas e funções de todo o seu organismo.

Por isso, aqui vão dois alertas.

O primeiro é para vovós e vovôs – tornem voluntário o hábito de beber líquidos. Bebam toda vez que houver uma oportunidade. Por líquido entenda-se água, sucos, chás, água-de-coco, leite. Sopa, gelatina e frutas ricas em água, como melão, melancia, abacaxi, laranja e tangerina, também funcionam. O importante é, a cada duas horas, botar algum líquido para dentro.

Meu segundo alerta é para os familiares – ofereçam cons-tantemente líquidos aos idosos. Lembrem-lhes de que isso é vital. Ao mesmo tempo, fiquem atentos. Ao perceberem que estão rejeitando líquidos e, de um dia para o outro, ficam confusos, irritadiços, fora do ar, atenção! É quase certo que esses sintomas sejam decorrentes de desidratação. Líquido neles e rápido para um serviço médico.

Arnaldo LichtensteinArnaldo Lichtenstein, médico, clínico-geral do Hospital das Clínicas e professor colaborador do Departamento de Clínica Médica da

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

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http://labs.google.com/accessible – uma ferramenta de pesquisa para deficientes visuais. É o que esse novo endereço do Google oferece. A intenção é dar maior acessibilidade nas buscas pelo mundo virtual para quem usa progra-mas leitores de tela. Seu nome – Google Accessible Search (Busca Acessível).

http://precodotaxi.com/ – Disponível para as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Salvador e Recife, por meio desse site se pode calcular o preço aproximado de uma corrida de táxi entre o local de origem e de chegada. Dá também para conhecer o trajeto em detalhes – nome das ruas que o motorista deve pegar, se ele deve virar à direita ou à esquerda ou quando é preciso sair de uma rua e entrar em outra. Serve de orientação até para quem vai dirigir seu próprio carro e não sabe como chegar ao destino.

www.infinitusalem.no.comunidades.net – criado por Márcio Spoladore, um dos diretores da Adeva, este site oferece textos sobre assuntos que podem inte-ressar os mais diferentes internautas: arte, história, informática, deficiência visual, depressão, transtorno bipolar, dicas de livros, direitos trabalhistas etc. Tem também links que levam a outros endereços relacionados a esses temas e um espaço para homenagear os amigos.

GALERIA TÁTIL – Exposição de escultu-ras brasileiras do acervo da Pinacoteca de São Paulo que oferece visitação autônoma a pessoas com deficiência visual. São 12 obras, em bronze, com dimensão, forma, textura e diversidade estética que facilitam sua compreensão e apreciação artística ao serem tocadas. Entre os artistas selecionados estão Rodolfo Bernardelli, Victor Brecheret, Bruno Giorgio, Amílcar de Castro. O percurso de visitação é orientado por piso tátil que sugere um caminho para a exploração das obras. Terça a domingo, das 10h às 18h, 2º andar, na praça da Luz, 2, tel.: 11 3324-1000.

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA – O filme é baseado na obra homônima do escri-tor português José Saramago, prêmio Nobel de 1998. Conta a história de uma cidade onde todos os seus habitantes, pouco a pouco, são acometidos por uma cegueira branca, que gera o caos e os obriga a novas formas de relacio-namento. Em DVD, nas locadoras, com audiodescrição.

ESPAÇO ALTERNATIVO – Há oito anos no ar, comandado pelo radialista Edson Natale, este programa dá espaço a todos que trabalham em favor da inclusão social de pessoas com deficiência. Aos sábados, às 21h, na Rádio 9 de Julho AM 1600 kHz.

O MELHOR DA MÚSICA SACRA – Coleção de DVDs, da editora Planeta DeAgostini, com a gravação de obras-primas da música clássica dedicadas a temas divinos. Filmadas em igrejas e salas de excelente acústica e grande beleza, as apresentações contam também com a participação de famo-sas orquestras, solistas e corais. Cada edição é acompanhada por um folhetim com sumário sobre o compositor, os intérpretes e o local da apresenta-ção. A cada quinze dias, nas bancas de jornal.

CARAS & BOCAS – Humor, romance e alto astral são os ingredientes dessa novela, segundo seu autor, Walcyr Carrasco. Com estréia acontecida em abril último, tem a participação de Danieli Haloten, primeira atriz cega a integrar um elenco global. TV Globo, de segunda a sábado, às 19h.

VESTIDO DE NOIVA – A peça de Nelson Rodrigues, sob a direção de Gabriel Villela, com Leandra Leal e Marcello Antony, está em cartaz no Teatro Vivo, av. Chucri Zaidan, 860, tel.: 11 7420-1520, até 5 de julho. Sexta-feira, às 21h30; sábado, às 21h; domingo, às 19h. Ingressos: R$ 60 e R$ 70 (sábado). Duração: 100 min. Censura: 14 anos. Com audiodescrição.

Um parceiro engajadoO radialista Edson Natale (51) está no ar há 15 anos.

“Comecei fazendo vinhetas”, ele conta.

Em 1995, e pelos cinco anos seguintes, permaneceu na Rádio Imprensa de São Paulo, apresentando o Esporte Alternativo, um programa que dava espaço para “atletas, times, equipes de esportes pouco divulgados, tipo bocha, malha”. “Foi então que conheci o Cesec [Centro de Emancipação Social e Esportiva de Cegos], uma entidade aqui de São Paulo, que promove a prática esportiva entre as pessoas com deficiência visual.”

E aí tudo começou. “Conheci outra realidade e mudei o foco do meu programa; ele passa a chamar Espaço Alternativo e se abre a todos que trabalham, colaboram, incentivam, patrocinam a inclusão social de pessoas com necessidades especiais.”

A iniciativa, pioneira na rádio brasileira, “só tem me dado alegrias e muitos amigos, vários deles da ADEVA” ele comenta.

“Conheço o pessoal desde 1997; eles se enquadram perfei-tamente ao perfil do programa, com o trabalho que realizam em favor da colocação do deficiente visual no mercado de trabalho”. A consideração é patente. O Espaço Alternativo está sempre aberto para as iniciativas da entidade. Em fevereiro passado, Zé Vicente, um dos colaboradores voluntários de Edson, divulgou o Carnadeva, o primeiro baile de Carnaval promovido pela entidade nos seus 30 anos de existência. E o diretor-presidente, Markiano Charan Filho, teve a oportunidade de atualizar as notícias sobre a ADEVA em 25 de abril e 9 de maio últimos, em um bate-papo por telefone.

O Espaço Alternativo é apresentado ao vivo todos os sába-dos, das 21h às 22h, na Rádio 9 de Julho, AM 1600 kHz. Tem comprometimento, entusiasmo, “notícias, entrevistas, apresentação de eventos, sorteio de brindes para os ouvin-tes e uns minutos dedicados ao 2º time do coração de todo torcedor de futebol, o Juventus, da Moóca”, declara esse juventino confesso.

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A paz está com eleDistribuindo sorrisos, dando abraços bem carinhosos e apertados e com

uma voz linda que nos diz sempre “que saudade de você!”. É assim que Carlos Norberto Gomes Corrêa (64), diretor de Relações Públicas da ADEVA, sempre chega às reuniões e festas da entidade. Ele é um exemplo de chefe de família, uma prova de que Deus existe e de que no mundo há, sem a menor sombra de dúvida, gente boa, que pensa, ajuda e ama o próximo.

De fato, Carlos Norberto é um grande amigo da ADEVA que, nas horas em que ela mais precisa, está pronto para ajudar e levantar o astral dos seus membros e associados.

Carlos chegou na ADEVA no final da década de 80, quando conhece o Celso de Oliveira, um associado e colaborador do Conviva. Tornam-se grandes amigos e ele, mais um colaborador.

Ao se aposentar, já nos anos 2000, o católico convicto se apresenta como voluntário para gravar livros de boa espiritualidade em CD. Logo, porém, percebe que as gravações ficam caras. Esse obstáculo, contudo, não o desanima. Assim, com o objetivo de levar boas mensagens aos associados da entidade, monta, com o amigo Flávio Cassiaro, um pequeno estúdio. “Praticamente dividíamos as despesas, pois ele nunca teve lucro com a nossa atividade”, lembra. Mas torna-se difícil levar avante o projeto por causa das inúmeras atividades do sócio. Sozinho, passa então a utilizar outros estúdios, embora limitadamente, devido aos altos preços. Hoje, com uma bela voz de locutor de rádio, grava mensagens em CD no estúdio Mickael, em São Paulo.

Nascido em Uberlândia (MG), em 16 de março, Carlos é o primogênito de Telmo Gomes Corrêa e Elizabeth Gomes Corrêa, e tem quatro irmãos: Emerina, Mário, Cristina e Terezinha. Seu pai morre aos 30 anos de idade, quando ele tem apenas cinco. “Tive uma infância pobre; precisei da ajuda de avós e tios; aos 12 anos trabalhava fora”, recorda.

Para Carlos, não sendo possível pagar uma faculdade no interior, em 1970, vem para São Paulo. “Ingressei na faculdade de Direito do Largo São Francisco, onde me formei bacharel em ciência jurídica. Casei-me com uma colega de curso, a Neusa, a garota mais bonita da faculdade, e progredi”, conta. Com ela, Carlos tem duas filhas, a Silvana e a Paula. “As três mulheres que são as colunas da minha vida”, declara.

Advogado, Carlos monta escritório e, durante oito anos, defende todo tipo de interesse relacionado ao Direito Civil, Criminal, Trabalhista e Comercial. Depois, ingressa na Cesp [Companhia Energética de São Paulo]. Nos últimos dez anos, antes da aposentadoria, especializa-se em Direito Ambiental.

Ao lado de sua esposa, Carlos tem viajado pelo mundo todo, mas, como bom brasileiro, prefere visitar seu país. “Fortaleza é uma das cidades mais bonitas do Nordeste, mas Santos, onde moro, é a melhor e a mais bonita cidade do mundo. Jericoacoara, inesquecível!”

Carlos Norberto, eleito diretor de Relações Públicas da ADEVA pelo terceiro triênio consecutivo, organiza, anualmente, a Missa de Ação de Graças pelo ani-versário da entidade, colabora na divulgação das suas atividades e na prospecção de novos parceiros.

Para ele, o trabalho de inclusão da ADEVA necessita, “essencialmente, que estejamos unidos no mesmo ímpeto, buscando a realização do ideal de incluir o deficiente visual, sem expô-lo, com o mínimo de desgaste possível, que a vida de trabalho já trará de sobra a ele e com ele. Com isso, toda a sociedade se beneficia. Acredito que quanto menos excluídos houver, mais humana, mais responsável, mais coerente será a vida”, finaliza.

Lúcia Nascimento

Jogo rápidoSigno: Peixes.

Cor: Verde.

Hobby: Fotografia e cinema.

Um filme: de todos os tempos: Cidadão Kane; moderno: O Apanhador de Pipas.

Um livro: Jesus e a Samaritana, Georges Chevrot.

Estilo de música: Popular.

Uma música: Eu Sei Que Vou Te Amar.

Cantora preferida: Maria Bethania.

Cantor: Dick Farney.

Sobre os deficientes e a deficiência: o impossível é possível

para quem tem boa vontade.

Religião: Católica Apostólica Romana.

Deus: Amor e Justiça.

Amigos: Nada tão importante, na vida, como tê-los de boa cepa.

Amor: Neusa.

Esporte preferido: Fórmula I para ver.

Time de futebol: Santos.

Família: sustentáculo, fundamento, base da sociedade humana e divina.

Seu sonho: conseguir que o máximo de pessoas sejam felizes como eu.

O que fazer para viver melhor? - Amar! Amar a Deus, amar ao próximo

- familiares, parentes, amigos, a pátria por amor de Deus e até os que

pensam ser meus inimigos... Dizer

sim, sempre que o não puder ser evitado.

Uma frase: A filosofia é a mestra da vida, mas, à vida, nenhum dom se compara.

E mais: Descobri na curta existência que quanto mais temos - é da

humana natureza - mais queremos ter e, pois, canalizar esta vontade

para o fim último é um bom preço a se pagar pela existência

que Deus nos deu de graça

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Jornalista responsável: Liane Constantino (MTb 15.185). Colaboradores: Celso de Oliveira, Cezar Yamanaka ((MTb 16.969), Laercio Sant’Anna, Lúcia Nascimento (MTb 29.273), Mara Alves, Márcio Spoladore, Markiano Charan Filho, Sandra Maciel, Sidney Tobias de Souza. Correspondência: rua Brig. Tobias, 247, cj. 1116, Santa Ifigênia, CEP 01032-000 - São Paulo (SP) - Telefones: 11 5084-6693 / 5084-6695 - Fax: 11 5084-6298 - E-mail: [email protected] Site: http://www.adeva.org.br. Editoração: Fernanda Lorenzo. Revisão: Célia Aparecida Ferreira. Fotolitos e Impressão: cortesia Garilli Artes Gráficas Ltda. - Tel.: 11 2696-3288 - E-mail: [email protected] - Tiragem: 1.000 exemplares. Distribuição gratuita.

Nossos parceiros

Oferta de empregoA empresa Mondial Assistance (www.mondial-assistance.com.br)

está recrutando pessoas com deficiência visual, total ou parcial, para contratação imediata.

Os candidatos selecionados farão vários cursos remunerados de capacitação na ADEVA. Após sua conclusão, serão integrados ao quadro de funcionários da empresa.

Local onde os cursos serão realizados:• Centro de Treinamento Mário Covas, à rua São Samuel, 174, Vila Mariana, próximo à estação Santa Cruz do metrô.

Local de trabalho após a conclusão dos cursos:• rua Tomé de Souza, 15, Centro, São Bernardo do Campo.

Função:• Analista de atendimento jr.

Jornada de trabalho:• horários variados, manhã, tarde e noite, seis horas por dia, com 40 minutos de descanso, folga por escala (oito folgas mensais, em média, duas por semana)

Benefícios:• vale-transporte, vale-refeição (pode ser trocado por vale-alimentação), convênio médico (Focus – plano básico sem desconto em folha), convênio odontológico e seguro de vida.

Perfil:• Idade entre 18 e 50 anos, ambos os sexos.

Escolaridade:• ensino médio completo.

Quem recebe amparo assistencial ou aposentadoria por invalidez só poderá concorrer se comprovadamente abrir mão desses benefícios.

Inscrições abertas pelos tels.: 11 5084-6693 / 5084-6695, com Edvando.

Gráfica brailleA ADEVA conta com uma gráfica e oferece a impressão de textos

em braille e em caracteres ampliados. Todos os recursos obtidos com a produção desses serviços são revertidos para a manutenção da enti-dade. Os valores pagos podem ser deduzidos do imposto de renda de pessoas jurídicas. Mais informações pelos telefones: 11 3824-0560 ou 3667-5210, com Márcio ou Sandra.

PalestrasCom o objetivo de promover o desenvolvimento pessoal e profissional

de empregados e empregadores, e conscientizar a sociedade sobre o potencial da pessoa com deficiência, a ADEVA oferece palestras sobre temas como estresse, etiqueta empresarial, o trabalho e o valor do trabalhador, mitos e realidades sobre o deficiente. Para agendar dia e horário, entre em contato com Sandra Maciel ou Márcio Spoladore, pelo telefone 11 3824-0560 ou pelo E-mail: [email protected]. As palestras podem ser ministradas in company e seu valor abatido do imposto de renda de pessoas jurídicas.

Mapas táteis no metrôA estação Santa Cecília do metrô tem insta-

lado, desde abril passado, um mapa tátil (com representação em relevo das quadras e ruas e as informações escritas em braille), que serve para orientar as pessoas com deficiência visual sobre os arredores dessa região central de São Paulo. A iniciativa, que teve a colaboração da Fundação Dorina Nowill para Cegos, deve se estender a outras estações. A próxima é a Santa Cruz, na região sul da cidade.

Projeto VidaO Projeto Vida, mantido pela Faculdade

Metodista de São Paulo desde 2001, oferece a prática esportiva para crianças e adolescentes, de 9 a 15 anos, com deficiência física ou mental. O objetivo é oferecer melhor qualidade de vida a esse público, além de estimular a auto-estima e melhorar o condicionamento físico. É orientado por professores e alunos voluntários dos cursos de Educação Física e Fisioterapia. As modalidades são: basquete, capoeira, dança, escalada, futebol, judô e natação. Para mais informações, ligue para 11 4366-5565 ou 11 4366-5931, com Vivian ou prof. Dumas.

Escola VirtualA Escol@Virtual, mantida pela Fundação

Bradesco, oferece mais de 150 cursos nas modali-dades on-line e semipresencial nos segmentos de educação básica, educação profissional e educação de jovens e adultos. Podem ser candidatar a uma vaga alunos e ex-alunos, educadores e funcionários da Fundação, além de pessoas da comunidade e pessoas que estejam desempregadas. O objetivo é oferecer a oportunidade para uma nova especia-lização ou requalificação para o trabalho.

Mais informações podem ser obtidas no site <http://www.escolavirtual.org.br/>, pelo E-mail: [email protected] ou pelo tel. 11 3684-4248.