Conversão de John Wesley Em 1736, Um Grupo de..

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21/02/15 CONVERSÃO DE JOHN WESLEY Em 1736, um grupo de... - Gersoneziom Silva https://www.facebook.com/geziom/posts/654329658012164?notif_t=like 1/3 CONVERSÃO DE JOHN WESLEY Em 1736, um grupo de morávios estava viajando num navio com destino à América. Dois jovens ingleses, missionários anglicanos, estavam no mesmo navio. Sobreveio sobre eles um terrível temporal e era iminente um naufrágio. Leiamos o que um dos jovens, John Wesley escreveu no seu diário a respeito desse acontecimento: Às sete horas fui procurar os morávios. Eu havia observado há muito a profunda seriedade do seu comportamento. Davam provas incessantes da sua verdadeira humildade em fazer aquelas tarefas servis para os demais passageiros que nenhum de nós suportaria; eles procuravam nos servir dessa forma e rejeitavam qualquer remuneração, dizendo que era bom para os seus corações orgulhosos e que o seu querido Salvador havia feito muito mais que isso por eles. Cada dia que passava lhes dava oportunidade de demonstrar uma meiguice que nenhuma injúria poderia desafiar. Se alguém os empurrasse, batesse ou jogasse no chão, eles se levantavam e saíam; mas nunca se ouviu qualquer queixa ou resposta nas suas bocas. Agora se apresentaria uma oportunidade de ver se eles eram isentos do espírito de medo da mesma forma que o eram do espírito de orgulho, ira e vingança. No meio do salmo com que iniciaram a sua reunião, o mar se ergueu, despedaçou a vela mestra, inundou o navio e as águas vieram jorrando sobre o convés como se um grande abismo estivesse nos engolindo. Irromperam-se terríveis gritos e uivos entre nós. Os morávios, porém continuavam a cantar tranqüilamente. Perguntei para um deles depois: "Você não estava com medo? Ele respondeu: “Graças a Deus, não.” Perguntei ainda: "Mas não estavam amedrontadas as mulheres e crianças?" Ele respondeu brandamente: "Não, nossas mulheres e crianças não têm medo da morte." Quando ele voltou à Inglaterra, escreveu: Eu fui à América para converter os índios; mas quem há de me converter? Quem é que me libertará deste coração mau de incredulidade? Tenho uma religião "de tempo bom". Sei falar bem; sim, e tenho confiança em mim mesmo quando não há perigo ao meu lado; mas venha a morte me enfrentar e meu espírito já se perturba. Nem posso dizer: "O morrer é lucro!" Em Londres, Wesley procurou o conselho de um missionário morávio, Peter Bohler, e logo após, converteu-se. Em menos de três semanas, ele estava viajando para a Alemanha para conhecer o Conde Zinzendorf e passar um período de tempo em Herrnhut. A VIDA DO CONDE ZINZENDORF O Conde Zinzendorf, preparado tão maravilhosamente por Deus para treinar e guiar a jovem igreja no caminho missionário, era marcado acima de tudo por um tenro, simples e apaixonado amor para o nosso Senhor Jesus. Convertido com a idade de quatro anos, ele escreveu naquela época: " Querido Salvador, sê meu e eu serei Teu". Ele escolheu como o lema da sua vida:"Tenho apenas uma paixão. É Jesus, Jesus somente". O amor expirante do Cordeiro de Deus havia conquistado e enchido o seu coração; o amor que levou Jesus a morrer pelos pecadores havia entrado na sua vida. Ele não tinha outro alvo a não ser viver e, se preciso, morrer também por esses pecadores. Quando ele se encarregou de cuidar dos morávios, aquele amor foi o único motivo ao qual ele recorria, o único poder no qual ele confiava, o único alvo para o qual ele procurava conquistar as suas vidas. 0 que o ensinamento, argumentos e disciplina nunca alcançariam, necessários e produtivos como fossem, o amor de Cristo realizou! Fundiu todos em um só Corpo; implantou em todos o desejo de abandonar tudo que fosse pecado Inspirou a todos com o anseio de testificar de Jesus. Dispôs muitos a sacrificar tudo -- a fim de tornar aquele amor conhecido a outros, alegrando dessa forma o coração de Jesus. O Conde Zinzendorf aprendera cedo o segredo da oração eficaz. Ele foi tão diligente em estabelecer círculos de oração que quando deixou o colégio de Halle, aos dezesseis anos de idade, entregou ao professor Francke uma lista de sete grupos de oração. CARACTERÍSTICAS DOS MORÁVIOS E os seguidores que Deus havia dado a Zinzendorf ? O que havia neles que os capacitava a tomarem a liderança das igrejas da Reforma ? Em primeiro lugar, havia aquele desprendimento e desligamento do mundo e das suas esperanças, o poder de perseverança e resistência, a confiança simples em Deus que a aflição e perseguição são destinadas a produzir. Esses homens eram literalmente estrangeiros e peregrinos na terra. Eram imbuídos do pensamento e Espírito de sacrifício. Haviam aprendido a

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CONVERSÃO DE JOHN WESLEY

Em 1736, um grupo de morávios estava viajando num navio com destino à América. Dois jovensingleses, missionários anglicanos, estavam no mesmo navio. Sobreveio sobre eles um terrível temporale era iminente um naufrágio. Leiamos o que um dos jovens, John Wesley escreveu no seu diário arespeito desse acontecimento:

Às sete horas fui procurar os morávios. Eu havia observado há muito a profunda seriedade do seucomportamento. Davam provas incessantes da sua verdadeira humildade em fazer aquelas tarefasservis para os demais passageiros que nenhum de nós suportaria; eles procuravam nos servir dessaforma e rejeitavam qualquer remuneração, dizendo que era bom para os seus corações orgulhosos eque o seu querido Salvador havia feito muito mais que isso por eles.

Cada dia que passava lhes dava oportunidade de demonstrar uma meiguice que nenhuma injúriapoderia desafiar. Se alguém os empurrasse, batesse ou jogasse no chão, eles se levantavam e saíam;mas nunca se ouviu qualquer queixa ou resposta nas suas bocas. Agora se apresentaria umaoportunidade de ver se eles eram isentos do espírito de medo da mesma forma que o eram do espíritode orgulho, ira e vingança.

No meio do salmo com que iniciaram a sua reunião, o mar se ergueu, despedaçou a vela mestra,inundou o navio e as águas vieram jorrando sobre o convés como se um grande abismo estivesse nosengolindo. Irromperam-se terríveis gritos e uivos entre nós. Os morávios, porém continuavam a cantartranqüilamente.

Perguntei para um deles depois: "Você não estava com medo? Ele respondeu: “Graças a Deus, não.”Perguntei ainda: "Mas não estavam amedrontadas as mulheres e crianças?" Ele respondeubrandamente: "Não, nossas mulheres e crianças não têm medo da morte."

Quando ele voltou à Inglaterra, escreveu:

Eu fui à América para converter os índios; mas quem há de me converter? Quem é que me libertarádeste coração mau de incredulidade? Tenho uma religião "de tempo bom". Sei falar bem; sim, e tenhoconfiança em mim mesmo quando não há perigo ao meu lado; mas venha a morte me enfrentar e meuespírito já se perturba. Nem posso dizer: "O morrer é lucro!"

Em Londres, Wesley procurou o conselho de um missionário morávio, Peter Bohler, e logo após,converteu-se. Em menos de três semanas, ele estava viajando para a Alemanha para conhecer oConde Zinzendorf e passar um período de tempo em Herrnhut.

A VIDA DO CONDE ZINZENDORF

O Conde Zinzendorf, preparado tão maravilhosamente por Deus para treinar e guiar a jovem igreja nocaminho missionário, era marcado acima de tudo por um tenro, simples e apaixonado amor para onosso Senhor Jesus. Convertido com a idade de quatro anos, ele escreveu naquela época: " QueridoSalvador, sê meu e eu serei Teu". Ele escolheu como o lema da sua vida:"Tenho apenas uma paixão. ÉJesus, Jesus somente".

O amor expirante do Cordeiro de Deus havia conquistado e enchido o seu coração; o amor que levouJesus a morrer pelos pecadores havia entrado na sua vida. Ele não tinha outro alvo a não ser viver e,se preciso, morrer também por esses pecadores.

Quando ele se encarregou de cuidar dos morávios, aquele amor foi o único motivo ao qual ele recorria,o único poder no qual ele confiava, o único alvo para o qual ele procurava conquistar as suas vidas. 0que o ensinamento, argumentos e disciplina nunca alcançariam, necessários e produtivos comofossem, o amor de Cristo realizou! Fundiu todos em um só Corpo; implantou em todos o desejo deabandonar tudo que fosse pecado Inspirou a todos com o anseio de testificar de Jesus. Dispôs muitos asacrificar tudo -- a fim de tornar aquele amor conhecido a outros, alegrando dessa forma o coração deJesus.

O Conde Zinzendorf aprendera cedo o segredo da oração eficaz. Ele foi tão diligente em estabelecercírculos de oração que quando deixou o colégio de Halle, aos dezesseis anos de idade, entregou aoprofessor Francke uma lista de sete grupos de oração.

CARACTERÍSTICAS DOS MORÁVIOS

E os seguidores que Deus havia dado a Zinzendorf ? O que havia neles que os capacitava a tomarem aliderança das igrejas da Reforma ? Em primeiro lugar, havia aquele desprendimento e desligamento domundo e das suas esperanças, o poder de perseverança e resistência, a confiança simples em Deusque a aflição e perseguição são destinadas a produzir. Esses homens eram literalmente estrangeiros eperegrinos na terra. Eram imbuídos do pensamento e Espírito de sacrifício. Haviam aprendido a

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suportar dureza e dificuldades e a olhar para Deus em cada problema.

Em cada detalhe das suas vidas -- no negócio, no lazer, no serviço cristão, nos deveres civis --tomavam o Sermão da Montanha como lâmpada para os seus pés. Consideravam o servir a Deus comoo único motivo da vida e faziam todas as demais coisas ocuparem um plano de segunda importância.Seus ministros e presbíteros deveriam supervisionar o rebanho rara averiguar se todos estavamrealmente vivendo para a glória de Deus. Todos deveriam formar uma única irmandade, auxiliando eencorajando-se mutuamente numa vida sossegada e piedosa.

No entanto havia algo mais que isso que emprestava à comunhão desses irmãos seu poder tãomaravilhoso. Era a intensidade da sua devoção e dedicação coletiva e individual a Jesus Cristo, comoCordeiro de Deus que os comprara com o Seu sangue.

Toda a sua correção uns dos outros e a sua confissão voluntária do pecado com o abandono domesmo, vieram dessa fé no Cristo vivo, através do qual acharam na seu coração a paz de Deus e alibertação do poder do pecado.

Essa mesma fé os levava a aceitar, e a zelosamente guardar, sua posição de pobres pecadores, salvospela Sua graça, dia a dia. Essa fé, cultivada e fortalecida diariamente pela comunhão na palavra, nocântico e na oração, transformou-se no alvo das suas vidas. Essa fé os enchia com tanto gozo queseus corações regozijavam no meio das maiores dificuldades, na certeza triunfante de que seu Jesus, oCordeiro que morrera por eles, e que agora estava amando-os, salvando-os e guardando-os, minutopor minuto, poderia também conquistar o coração mais endurecido e estava disposto a abençoar atémesmo o mais vir pecador.

Em 1741 ocorreu algo que completou a organização da Igreja dos Irmãos e que selou a suacaracterística central -- a devoção ao Senhor Jesus. Leonardo Dober havia sido por alguns anos oprincipal presbítero da igreja. Ele e alguns outros sentiam que seus dons peculiares o capacitavammais para outro tipo de ministério.

No entanto, à medida que os irmãos do sínodo olhavam em redor, sentiam que seria difícil em extremoencontrar uma pessoa capaz de tomar o seu lugar. No mesmo instante veio o pensamento a muitos quepoderiam pedir ao Salvador para ser o Presbítero Principal da sua pequenina igreja, e como resposta àoração, receberam a confiança de que Ele aceitara o cargo.

Seu único desejo era que Ele fizesse tudo que o presbítero principal fazia até aquela data -- que Ele ostomasse como a Sua propriedade peculiar, que Ele Se preocupasse com cada membro individualmente,e cuidasse de todas as suas necessidades. Prometeram amá-Lo e honrá-Lo, dar-Lhe a confiança dosseus corações, e como crianças, ser guiados pela Sua mente e vontade.

Era uma nova e aberta confissão do lugar que sempre haviam desejado que Cristo ocupasse, não sóna sua teologia e vidas pessoais, mas especialmente na Sua igreja. A igreja havia chegado agora amaioridade.

CONCLUSÃO

A história da igreja dos morávios foi contada como um exemplo. Nos primeiros vinte anos da suaexistência ela realmente enviou maior número de missionários que toda a Igreja Protestante no mesmoperíodo. Ela somente, entre todas as igrejas, procurou realmente viver a verdade: "que congregar aCristo as almas pelas quais Ele morreu para salvar é o único objetivo pela qual a Igreja existe". Elasomente procurou ensinar e treinar cada um dos seus membros a considerar como seu primeiro deverpara com Aquele que os amou: doar a sua vida para torná-Lo conhecido a outros.

Podemos identificar quatro princípios básicos ensinados pelo Espírito Santo nesta época da Suagrande operação:

1. Que a igreja existe para estender o Reino de Deus em toda a terra.

2. Que cada membro deve ser treinado e preparado para participar deste propósito glorioso.

3. Que a experiência íntima do amor de Cristo é o poder que capacita para este fim.

4. Que a oração é o segredo, a fonte, de tudo isto.

A “graça total” do nosso Senhor Jesus Cristo foi transmitida aos irmãos morávios através de umarevelação do sangue do expirante Cordeiro de Deus. O resultado foi o fogo do Espírito Santo,incendiando as suas vidas numa "dedicação total" para a evangelização do mundo.

Oração organizada, intensiva e perseverante trará hoje os mesmos resultados que trouxe naquelaépoca.

Que o Espírito Santo, nestes dias de restauração em que estamos vivendo, faça-nos arder de amor e

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paixão pelo Senhor Jesus, e transforme-nos numa igreja gloriosa que O manifeste plenamente; e queassim os pecadores se convertam e se unam a esta comunhão de amor de Deus Pai que temos no SeuFilho Jesus Cristo.