Conversando sobre bipolaridade

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CONVERSANDO SOBRE ... DEPRESSÃO E BIPOLARIDADE Elisabeth Sene-Costa Teng Chei Tung 28/02/2015

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Aspectos Bio-psicossociais do transtorno bipolar do humor

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  • CONVERSANDO SOBRE ...

    DEPRESSO E BIPOLARIDADE

    Elisabeth Sene-Costa Teng Chei Tung

    28/02/2015

  • Elisabeth Sene-Costa

    Mestre em Cincias pelo IPQHCFMUSP

    Ex- Mdica Colaboradora do Grupo de Estudos de Doenas Afetivas (GRUDA) do IPQHCFMUSP

    Membro da Comisso Cientfica e Coordenadora do Curso de facilitadores dosGrupos de Apoio Mtuo (GAM) da Associao Brasileira de Familiares, Amigos e

    Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA)

    Membro fundador da Associao Brasileira de Transtornos Bipolares (ABTB)

    Psicoterapeuta Psicodramatista Didata-Supervisora pela Sociedade dePsicodrama de So Paulo (SOPSP) e Instituto J. L. Moreno de Buenos Aires - Argentina

    TRANSTORNOS DEPRESSIVOS

  • 1. DEPRESSO

    2. Anemias por insuficincia de ferro

    3. Quedas

    4. Abuso de lcool

    5. Doenas pulmonares obstrutivas crnicas (DPOC)

    6. TRANSTORNO BIPOLAR

    7. Anomalias congnitas

    8. Osteoartrites

    9. Esquizofrenia

    10. Transtorno Obsessivo-compulsivo (TOC)

    The global Burden of Disease: A Comprehensive Assessment of Mortality and and Disability from Diseases,

    injuries, and risk factors in 1990 and Projected to 2020. Harvard School of Public Health, 1996

    PROJEO PARA 2020 (OMS)PRINCIPAIS DOENAS CAUSADORAS DE INCAPACITAO NO MUNDO

  • I. TRANSTORNO DEPRESSIVO maior (TDM)

    CLASSIFICAO DOS TRANSTORNOS DEPRESSIVOS (TD)(DEPRESSO UNIPOLAR) DSM-5 (APA)

    II. TRANSTORNO DEPRESSIVO persistente (Distimia)

    III. TRANSTORNO DISFRICO pr-menstrual

    IV. TRANSTORNO DEPRESSIVO induzido por substncia/medicamento

    V. TRANSTORNO DEPRESSIVO devido a outra condio mdica

    VI. TRANSTORNO DEPRESSIVO disruptivo da desregulao do humor

    VII. OUTRO TRANSTORNO DEPRESSIVO especificado e no especificado

  • 2 a 3 vezes mais

    frequente no sexo

    feminino, principalmente na

    idade frtil

    ALGUNS DADOS (epidemiolgicos) DOS TD

    Grave problema de sade pblica em termos

    de custo financeiro, social e suicdio

    340 milhes de pessoas apresentam

    a doena depressiva

    Tratamento correto: pode prevenir cerca de 70% de mortalidade

    relacionada doena

    Prevalncia da DM no decorrer da vida: de 15,1 a 16,8%

    (em S. Paulo: 10.4%)

    Distimia: 4.3 a 6.3%

    Acomete tanto crianas, adultos ou idosos

    Idade mdia de incio em adultos: 27/29 anos

    (27.2 em pases em desenvolvimento e 28.9%

    em pases desenvolvidos)

    40%: primeiro episdio antes dos 20 anos

    50%: entre 20 e 50 anos

    10%: aps os 50 anos

  • Perodo de 30 dias: o nmero

    de faltas ao trabalho, entre

    pacientes deprimidos, cerca

    de duas vezes maior do que entre os no deprimidos

    Risco de suicdio ao longo da vida: 19%

    (30 vezes maior do que na populao geral)

    Aproximadamente 80% dos indivduos tratados tero um 2 episdio depressivo

    ao longo da vida, numa mdia de quatro

    sub-diagnosticada e sub-tratada

    50 a 60% dos casos de depresso

    no so diagnosticados pelos

    mdicos de outras especialidades

    Muitos pacientes levam cerca de 10 anos

    para serem diagnosticados. Alguns fatores:

    preconceito da doena, descrena em

    relao ao tratamento, receio dos efeitos colaterais, relao mdico-paciente etc.

    Indivduos com parentes deprimidos de primeiro grau apresentam um risco

    3 vezes maior para o desenvolvimento

    da depresso

  • 27/02/2015Elisabeth Sene-Costa

    Leve

    Moderado

    Grave

    NICO

    RECORRENTE

    EPISDIODEPRESSIVO

    GRAUS

    CARACTERSTICAS E DURAO MDIA DE UM EPISDIO DEPRESSIVO

  • O risco de um

    segundo episdio

    de 50%.

    Aps o segundo de

    70%.

    Depois do terceiro

    episdio, este risco se

    amplia para 90%

    Cerca de 25% recidivam em 6 meses

    58% em 5 anos e 85% nos15 anos (seguintes a uma recuperao)

    Se no houver remisso total: risco de recorrncia trs vezes maior aps 2

    anos e podem surgir outros novos sintomas depressivos e mais graves.

    Sem tratamento (grau leve a moderado): em mdia de 4 a 30 semanas

    Sem tratamento (grave): 6 a 8 meses

    25% dos no tratados continuam com sintomas por mais de 12 meses

    Com tratamento: mdia de trs meses (suspenso precoce da

    medicao precipita recadas)

    Ao longo de 20 anos: recorrncias ocorrem de 5 a 6 vezesPrognstico bom: se corretamente

    diagnosticado e tratado

    Fonte: Moreno, Demtrio, Moreno, 2011

  • I. TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIORou

    DEPRESSO MAIOR (DM)

  • TRISTEZA X DEPRESSO

    Todas as pessoas se sentem, de vez em quando, tristes ou melanclicas. Isso faz parte da vida, passageiro e desaparece no mesmo dia, ou em alguns dias.

    Torna-se depresso quando a tristeza e outros sintomas passam a ser dirios e se estendem por mais tempo.

    A depresso uma doena de evoluo crnica, porm muitas vezes considerada, pelas pessoas do convvio (familiares e amigos, mdicos de outras

    especialidades, e outros), como uma falsa doena, ou fraqueza de carter, preguia ou m vontade, mentira ou uma fase ou crise da idade.

  • EPISDIO DEPRESSIVO MAIOR LUTO

    Humor deprimido persistente O afeto inclui sentimentos de vazio e perda

    Incapacidade para sentir felicidade ou prazer Os sentimentos podem diminuir de

    intensidade ao longo de dias a semanas

    O humor no est ligado a pensamentos ou

    preocupaes especficos

    As dores do luto esto associadas a

    pensamentos ou lembranas do falecido

    Sentimentos de infelicidade e angstia

    generalizadas e ruminaes pessimistas

    Elas podem vir acompanhadas de emoes e

    humor positivos

    Autoestima baixa sentimentos de desvalia Autoestima est preservada, em geral

    Os pensamentos de morte, ou vontade de

    morrer, esto focados no ato de acabar com

    a prpria vida por causa dos sentimentos de

    desvalia ou pela incapacidade de enfrentar a

    dor da depresso

    Se houver pensamentos de morte, ou vontade

    de morrer, o foco o falecido.

    Se houver ideao autodepreciativa ela

    estar ligada s possveis falhas em relao

    ao falecido

  • CRITRIOS DIAGNSTICOS

    A. Cinco ou mais dos seguintes sintomas por 2 semanas

    B. Os sintomas causam sofrimento significativo ou prejuzo no

    funcionamento social, familiar, profissional ou demais reas

    C. O episdio depressivo no ocorre em razo de uma

    substncia ou outra condio mdica

    D. Nunca houve um episdio hipomanaco ou manaco

  • SINTOMAS

    Ideias negativas: pessimismo,

    fracasso, desvalia,

    runa, desgraa Ideao suicida

    recorrente

    Humor deprimido na maior parte do dia,

    quase todos os dias (sentimento de tristeza,

    vazio, desesperana, fossa, choro)

    Acentuada diminuio do interesse ou prazer

    em todas ou quase todas as atividades na

    maior parte do dia, quase todos os dias

    Perda ou ganho

    significativo de peso sem

    estar fazendo dieta

    Fadiga ou perda

    de energia quase

    todos os dias

    Insnia ou hipersonia

    quase todos os dias

    Agitao psicomotora

    (incapacidade de ficar

    sentado, anda sem

    parar, mexe as mos de

    forma ansiosa etc.)

    Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva (no

    somente por estar doente)

    Diminuio da capacidade

    de pensar, com prejuzo da ateno, da concentrao

    e da memria

    Retardo psicomotor

    (pensamento, discurso e

    movimentos lentos; fala pouco e

    baixo ou apresenta mutismo etc.

  • Ruminaes acerca do

    passado

    Queixas somticas

    (dor) Desinteresse,

    diminuio ou perda

    do desejo sexual

    Sentimentos de angstia,

    solido, ansiedade, frustrao

    Sintomas psicticos: delrios (ex.

    acreditar que responsvel pela

    pobreza do mundo) e alucinaes

    Irritabilidade aumentada,

    ataques de raiva

    SINTOMAS COMPLEMENTARES

    Retraimento social ou negligncia com

    atividades anteriormente prazerosas

    Apetite exagerado (avidez) por

    alimentos especficos (ex.: doces)

    Baixa autoestima e

    baixa autoconfiana e autorrecriminao

    Indeciso

    Impossibilidade de

    realizar tarefas

    cotidianas com

    eficincia (se vestir,

    tomar banho etc.)

  • ALTERAES CARACTERSTICAS CLNICAS

    AfetividadeHumor depressivo, irritabilidade (desproporcional em relao ao estmulo e generalizado);

    anedonia; antecipao do desprazer; desmotivao; apatia; desinteresse; sentimentos de

    cunho negativo (diminuio da autoestima e da autoconfiana, tristeza, vazio, aumento da

    auto-recriminao e dos sentimentos de culpa)

    Psicomotricidade Retardo psicomotor; falta de energia; preguia ou cansao excessivo; agitao como

    ansiedade, tenso; falta de vontade e de iniciativa

    Funes cognitivas Trade depressiva negativa (avaliaes negativas acerca de si mesmo, do mundo, e do

    futuro); temas recorrentes: privao, perda, morte, desamparo, desesperana e pessimismo;

    lentificao do pensamento e do discurso; falta de concentrao; indeciso.

    Delrios congruentes com o humor (envolvendo sade, moral, relacionamentos e finanas), ou

    incongruentes com o humor (persecutrios)

    Sintomas vegetativos Aumento ou diminuio do apetite; diminuio da libido; dores, sintomas fsicos difusos;

    desregulao circadiana da temperatura corporal e do ciclo sono-viglia

    Adaptado de Moreno, DH e Macedo Soares, MB, 2003

  • DEPRESSO UNIPOLAR DEPRESSO BIPOLAR

    Incio mais tarde Incio mais cedo

    Menor nmero de episdios Maior nmero de episdios

    Incio mais gradual Incio agudo

    Mulheres >> homens Mulheres = homens

    Menos lentificao psicomotora; s vezes agitao Aumento da lentificao psicomotora

    Mais ansiedade, irritabilidade, queixas fsicas Maior labilidade de humor durante o episdio

    Diminuio do apetite e perda de peso Idem

    Insnia (intermediria e terminal) Hipersonia (piora pela manh)

    Risco menor de suicdio Risco maior de suicdio

    Sem relao com o ps-parto Relao com o ps-parto

    Sintomas psicticos com menor frequncia Probabilidade maior de sintomas psicticos

    Menor nmero de remisso espontnea Mais remisses espontneas

    Antidepressivos so eficientes Antidepressivos no devem ser usados (podem

    promover ciclagem com seu uso)

    Histria familiar de depresso Histria familiar de mania e depresso

    Adaptado de Dubovsky;Dubovsky, 2004; Moreno; Macedo Soares, 2003

    PRINCIPAIS DIFERENAS ENTRE DEPRESSO

    UNIPOLAR E BIPOLAR

  • CAUSAS (ETIOLOGIA) DOS

    TRANSTORNOS DEPRESSIVOS

    Existem vrios fatores que explicam as causas das depresses e

    por isso so denominados de multifatoriais:

    1. Fatores genticos (hereditrios)

    2. Fatores biolgicos

    3. Fatores ambientais

    4. Fatores psicossociais

    A doena depressiva desencadeada em indivduos

    biologicamente vulnerveis

  • 1. FATORES GENTICOS (HEREDITRIOS)

  • Estudos de famlias

    Parentes de 1 grau de portadores de depresso apresentam risco aumentado em 2,9vezes de desenvolver episdio depressivo maior (EDM)

    Estudos de adoo

    Filhos biolgicos de pais afetados permanecem com o risco mesmo sendo criados por famlias adotivas no afetadas

    Estudos de gmeos

    Gmeos idnticos: 59% de chance do irmo apresentar depresso.Gmeos no idnticos: 10 a 25% de chance do irmo tambm apresentar depresso

  • 2. FATORES BIOLGICOS

  • A. DESEQUILBRIO DOS NEUROTRANSMISSORES(serotonina, dopamina, NA, acetilcolina etc.)

    B. ESTRUTURAS CEREBRAIS INTERCONECTADAS SISTEMA LMBICO (crtex pr-frontal, tlamo, amgdala, hipocampo, corpo estriado,

    eixo endcrino hipotlamo-hipfise-adrenal - HHA)

    OBS. O uso crnico de

    AD aumenta a formao

    de neurnios e estimula

    a sobrevivncia deles

    Fonte: Moreno, Demtrio, Moreno, 2011

  • C. DEMAIS FATORES BIOLGICOS

    1. Doenas do sistema endcrino (hipotireoidismo)2.Doenas do sistema neurolgico (tumores e derrames cerebrais)3. Doenas do sistema imunolgico (lpus eritematoso sistmico)4. Perodo ps-parto (risco de depresso bipolar)5. Inmeros medicamentos (anticoncepcionais, cimetidina etc.)6. Uso de drogas (lcool, cocana etc.).7. Vitamina B128. cido flico9. Distrbios dos ritmos biolgicos

    a. Ritmo circadiano distrbio no ciclo de um diab. Ritmo mensal (ou lunar) no msc. Ritmo sazonal conforme as estaes do ano.

  • 3. FATORES AMBIENTAIS

  • Estresse

    Dieta

    Uso de substncias psicoativas (lcool, drogas, inibidores de

    apetite etc.)

    Ritmos biolgicos (privao de sono, perodo insuficiente de luz etc.)

    Eventos adversos precoces (falta de carinho ou perda de um

    dos pais, abuso fsico e/ou sexual na infncia etc.)

  • 4.FATORES PSICOSSOCIAIS

  • Desemprego

    Falecimento de familiar (perodo de luto)

    Separaes conjugais

    Perda dos pais antes dos 11 anos de idade

    Perda do cnjuge

    OBS. Os fatores psicossociais podem deflagrar os

    episdios iniciais, porm no possuem a mesma

    influncia nos episdios subsequentes

  • II. TRANSTORNO DEPRESSIVO PERSISTENTE (DISTIMIA)

  • Prevalncia no decorrer da vida:

    de 4,3 a 6,3%

    Mais comum nas mulheres

    Mais de 95% dos pacientes com distimia

    desenvolvero algum episdio de DM

    ao longo da vida, ou a DM pode preceder a

    distimia

    Em grego significa mau humor.

    um estado depressivo persistente, de intensidade leve e crnica.

    Acontece na maior parte do dia,

    na maioria dos dias, pelo perodo mnimo de 2 anos

    Incio precoce: cerca de

    50% na adolescncia ou

    incio da vida adulta,

    mas tambm pode ter incio tardio

    Humor deprimido sombrio, fechado em si

    mesmo, na fossa

    Apetite diminudo ou alimentao excessiva

    Presena de dois ou mais sintomas

    Insnia ou hipersonia

    Baixa energia ou fadiga

  • Sentimentos de desesperana,

    infelicidade, preocupaes e queixas

    excessivas, perda ou diminuio do

    interesse para a vida social.

    Tudo um esforo e nada

    desfrutvel

    Sempre fui assim

    Baixa autoestima

    Diminuio da concentrao ou

    dificuldade para tomas decises

    Baixa energia ou fadiga

  • III. TRANSTORNO DISFRICO

    PR-MENSTRUAL

  • CRITRIOS DIAGNSTICOS

    Pelo menos cinco sintomas na semana final antes do incio da menstruao

    Os sintomas devem comear a melhorar

    poucos dias depois da menstruao

    Na semana ps-menstrual no devem existir

    mais sintomas, ou serem discretos.

    Os sintomas causam sofrimento

    significativo ou prejuzo no

    funcionamento social, profissional

    ou demais reas

    Embora possa ocorrer ao mesmo tempo

    que outros quadros, o TDPM no umaexacerbao dos sintomas do TDM, TP,

    TDP ou do transtorno de personalidade.

    O diagnstico deve ser confirmado somente se os sintomas persistirem por pelo menos

    dois ciclos pr-menstruais

    O episdio depressivo no ocorre em razo de uma substncia ou de

    alguma outra condio mdica

    (ex. hipertireoidismo)

  • Sensao de estar

    sobrecarregada

    ou fora de controle

    Sintomas fsicos: sensibilidade ou inchao das mamas, dores articulares e musculares, sensao de ganho de peso como se estivesse inchada.

    Insnia ou hipersoniaLetargia, preguia, fadiga ou

    falta de energia acentuada

    SINTOMAS

    Labilidade afetiva acentuada

    (choro fcil, tristeza ou

    sentimento de rejeio)

    Humor deprimido

    (sentimentos de

    desespero ou autodepreciao)

    Nervosismo, tenso no limite

    e ansiedade acentuada

    Diminuio da

    capacidade de

    concentrao

    Irritabilidade ou raiva

    acentuada ou aumento nos conflitos

    interpessoais

    Diminuio do interesse

    pelas atividades habituais

    (lazer, trabalho, escola etc.)

  • IV. TRANSTORNO DEPRESSIVO

    INDUZIDO POR

    SUBSTNCIA/MEDICAMENTO

  • O ED desenvolve-se durante ou logo aps:

    intoxicao ou abstinncia de substncia exposio a algum medicamento

    O TD diagnosticado pela

    histria clnica, exame fsico ou

    achados laboratoriais

    O TD associado ao uso de

    substncia (lcool, cocana etc.)

    deve ter incio enquanto a pessoa

    estiver usando a substncia ou

    durante a abstinncia

    O incio do TD acontece nas

    primeiras semanas ou aps um ms de uso

    Depois que a droga for

    descontinuada os sintomas

    desaparecem no perodo de

    dias a vrias semanas

    Alguns medicamentos que podem

    levar a um episdio depressivo: estimulantes, antibiticos, produtos

    dermatolgicos, quimioterpicos etc.

  • CARACTERSTICAS DE ALGUNS TRANSTORNOS DEPRESSIVOS

    1. CARACTERSTICA MELANCLICAEpisdio mais grave, perda do prazer em todas ou quase todas as atividades; falta de reao a

    estmulos geralmente prazerosos, humor depressivo pior pela manh, despertar precoce (pelo

    menos duas horas antes do habitual), no melhora com o passar das horas (mesmo com algum

    acontecimento bom), anorexia ou perda de peso significativa, culpa excessiva, agitao

    acentuada ou retardo psicomotor. Mais comum em pacientes internados.

    2. CARACTERSTICA SAZONALO episdio depressivo surge sempre no outono e inverno e remite na

    primavera e vero. Apresenta diminuio da energia, sono e apetite

    exagerados, ganho de peso e "fissura por carboidratos. Ainda no se

    sabe se este padro (sazonal) um ED recorrente ou bipolar.

  • 5. CARACTERSTICA PSICTICA

    Com delrios e/ou alucinaes congruentes com o humor: contedo coerente com temas

    depressivos ideias de culpa, pecado, cimes, runa, doena, morte.

    Com delrios e/ou alucinaes incongruentes com o humor: o contedo no relacionado a

    temas depressivos. Ex. delrio persecutrio. As alucinaes, em geral, so auditivas.

    3. COM INCIO NO PERIPARTO 70 a 85% das mulheres apresentam, nos dez dias aps o parto, uma certa tristeza, com choro

    fcil, cansao e irritabilidade (tristeza ps-parto ou blues puerperal). Este quadro leve e

    transitrio e no requer assistncia mdica.

    Os EDM podem ter incio durante a gravidez ou no ps-parto.

    10% a 15% dessas mes desenvolvem o quadro depressivo: ansiedade grave, desinteresse pelo

    beb, ataques de pnico, medo etc.

    Mulheres que j apresentaram EDM, tem risco de 25% a 50% de apresentarem novo episdio.

    O quadro pode apresentar sintomas psicticos (alucinaes de comando para matar o beb,

    ou ideias delirantes (ex. acusam o beb de estar possudo). Este quadro mais comum nas

    mulheres primparas.

    4. CARACTERSTICA ANSIOSA

    Sintomas: nervosismo, tenso, inquietao dificuldade de concentrao, temor de que alguma

    coisa possa ocorrer, medo de perder o controle. Altos nveis de ansiedade esto associados com

    risco aumentado de suicdio, durao maior e pouca adeso.

  • Obrigada e timo final de semana!

    Elisabeth Sene-CostaF: (11)3813-3190

    [email protected]

  • 1. ABRATA Associao Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos www.abrata.org.br

    2. GRUDA - Grupo de Estudos de Doenas Afetivas - www.hcnet.usp.br

    3. DBSA - Depression and Bipolar Support Alliance www.dbsalliance.org

    4. PRODAF Programa de Distrbios Afetivos e Ansiosos - www.unifesp.com.br

    5. ABTB Associao Brasileira de Transtorno Bipolar www.abtb.org.br

    6. ISBD The International Society for Bipolar Disorders - www.isbd.org

    7. SOPSP - Sociedade de Psicodrama de So Paulo www.sopsp.org.br

    8. ELISABETH SENE-COSTA www.elisabethsene.com.br

    ALGUNS SITES

    Elisabeth Sene-Costa 27/02/2015

    http://www.sopsp.org.br/

  • SAIR DA DEPRESSO

    Novos mtodos para

    superar a Distimia e a

    depresso branda crnica

    Michael E. Thase

    Susan S. Lang

    Imago, 2004

    ALGUNS LIVROS

    UNIVERSO DA DEPRESSO

    Histrias e tratamentos pela

    Psiquiatria e pelo Psicodrama

    Dra. Elisabeth Sene-Costa

    Editora gora, 2006

  • Enigma Bipolar

    Conseqncias,

    Diagnstico e

    Tratamento do

    Transtorno Bipolar

    Dr. Teng Chei Tung

    MG Editores, 2007

    Temperamento

    FORTE e

    Bipolaridade

    Dominando os

    altos e baixos do

    humor

    Dr. Diogo Lara

    2004 - 4 ed.TRANSTORNO BIPOLAR

    O que preciso saber

    David J. Miklowitz

    M. Books do Brasil

    Editora Ltda. 2009

    ALGUNS LIVROS

  • Bipolaridade e o TRANSTORNO

    AFETIVO BIPOLAR

    Dr Teng Chei TungMembro da Comisso Cientfica da ABRATA

    Doutorado em Psiquiatria FMUSPCoordenador dos Servios de Pronto Socorro e Interconsultas IPq-HC-FMUSP

    Prof. Colab. Depto Psiquiatria FMUSPDiretor Clnico da CLIAD Clinica de Ansiedade e Depresso

    Autor do Livro Enigma Bipolar (MG Editores)

  • O que Transtorno Bipolar?

    Novo nome de Psicose Manaco Depressiva?

    Sinnimo de depresso?

    Sinal de loucura?

    Frescura? Fraqueza?

    Doena de moda?

    ?????

  • Transtorno Bipolar

    Episdios depressivos, manacos, hipomanacos e mistos =

    instabilidade do humor

    Mania

    Depresso

    Hipomania

    Estado misto

  • Transtorno Bipolar = Instabilidade

    HUMOREUFORIA

    (MANIA)DEPRESSO

  • Transtorno Bipolar = Instabilidade

    HUMOREUFORIA

    (MANIA)DEPRESSO

    ATIVIDADELENTIFICAO AGITAO

    APETITEINAPETNCIA

    (Perda de peso)

    EXCESSO DE

    APETITE

    PENSAMENTOLENTO ACELERADO

    RACIOCNIO MUITO EFICIENTEPOUCO EFICIENTE

    RITMO

    BIOLGICOSONO EXCESSIVO POUCO SONO

    SEXUALIDADEIMPOTNCIA

    FALTA DE

    DESEJO SEXUAL

    HIPERSEXUALIDADE

    HUMOR

    ATIVIDADE

    PENSAMENTO

    RACIOCNIO

  • Transtorno Bipolar = Instabilidade

    HUMORDEPRESSO

    ATIVIDADE AGITAO

    APETITEINAPETNCIA

    (Perda de peso)

    PENSAMENTO ACELERADO

    RACIOCNIOPOUCO EFICIENTE

    RITMO

    BIOLGICOPOUCO SONO

    SEXUALIDADE HIPERSEXUALIDADE

    HUMOR

    ATIVIDADE

    PENSAMENTO

    RACIOCNIO

  • Depresso Bipolar X Unipolar

    20 a 30% da populao ter depresso em algum momento da

    vida

    1/2 tem depresso bipolar altos e baixos, instabilidade do humor

    1/2 tem depresso unipolar depresso sem momentos de altos

    Tratamento da depresso unipolar diferente da depresso

    bipolar

    antidepressivos em bipolares podem no funcionar ou piorar a depresso

  • Reconhecer as fases Altas

    Hipomania

    Mania

  • Sintomas Hipomania Mania

    Euforia (incomum) Alegria um pouco exagerada Alegria excessiva

    Aumento de energia Aumento de produtividade Incapacidade

    Acelerao

    pensamento

    Fala/pensa mais rpido (ntido e > parte

    tempo)

    Fala difcil de entender

    Sono Dorme 3-4 horas e no sente falta de

    sono

    Dorme uma hora, ou no

    dorme

    confiana autoconfiante Deus, Lula, Tom Cruise

    Atividades de risco e.g. compra vrios sapatos iguais de

    cores diferentes

    e.g. compra cinco carros no

    mesmo dia

    Sexo Aumentado, tem mais relaes sexuais Aumentado, sem nenhum

    limite

    Agressividade Irrita-se facilmente, brigas freqentes Agressividade fsica comum

  • EPISDIOS MISTOS: SINTOMAS

    Sintomas de depresso e de mania ao mesmo tempo

    Predomnio da mau humor, irritabilidade, desespero fcil

    Impulsividade

    Maior risco de suicdio

  • CICLOTIMIA: SINTOMAS

    Incio na Infncia e Adolescncia

    Infncia

    sensveis, hiperativos ou temperamentais

    Mudanas rpidas no humor

    Sintomas hipomanacos e de depresso leve

  • SINAIS DE BIPOLARIDADE EM UM PACIENTE COM

    DEPRESSO

    Falha do tratamento inicial, com dose e durao adequados

    Presena de sintomas de hipomania no

    descoberto/investigados 25% a 35%

  • SINAIS DE BIPOLARIDADE EM UM PACIENTE COM

    DEPRESSO

    Presena de Transtornos Ansiosos (ex. Pnico, Fobia Social, Agorafobia)

    Familiares com Transtorno Bipolar (avs, pais e irmos)

    Hipomania com medicamentos (antidepressivos)

  • >90% de recorrncia

    TRANSTORNO BIPOLAR: EVOLUO

  • TB: outras caractersticas comuns

    Distrbios da impulsividade

    Sexualidade

    Compras excessivas

    Abuso de drogas/lcool

    Jogo patolgico

    Distrbios da ateno

    Hiperatividade

    Deficit de ateno

    Distrao

    Dificuldade de concentrao

    memria

  • Como uma pessoa com Transtorno Bipolar?

    ALTOS E BAIXOS

    Muitas mudanas na vida (vrias profisses, faculdades, casas,

    casamentos)

    Ganha com a mesma facilidade que perde (amigos, cnjuges,

    bens, negcios)

    Fases de grande produo/criatividade, e fases negras

    Gostar de coisas arriscadas (correr com o carro, esportes

    radicais, aventuras, jogos de azar)

  • Reconhecendo uma pessoa com Transtorno

    Bipolar 1) Reconhecer pelo menos uma fase de depresso

    2) procurar pelo menos uma fase alta: Hipomania

    Mania

    3) procurar uma crise grave de desespero: Idias de suicdio/tentativas

    Agitao e muita depresso (ESTADO MISTO)

    4) verificar se teve uma vida instvel ou personalidade instvel

    5) se tiver problemas com drogas, nada disso fica muito claro

  • TAB vs. TDAH

    Como diferenciar TAB do TDAH?

    Nas crianas com TAB, mais grandiosidade, humor eufrico e

    menor necessidade de sono

    Bipolares com mais irritabilidade e agressividade

    Histria familiar de TAB

  • Crise Grave de Desespero

    Suicdio:

    No tenha vergonha de falar ou perguntar

  • Pensamento Sentimento Corpo

    vida sem sada

    no tenho

    esperana

    Tristeza extrema

    Vazio

    Falta de apoio

    Solido

    Agitao

  • Pensamento Sentimento Corpo

    vida sem sada

    no tenho

    esperana

    Tristeza extrema

    Vazio

    Falta de apoio

    Solido

    Agitao

    S U I C D I O

  • 2000 Anos de Bipolaridade

    *

    * Winokur-Clayton(1969)

    *

    Falret-Baillarger

    (1854)

    *

    **Aretaeus (I sc DC)

    Kraepelin (1899)

    Angst (1966)

  • Bipolar =

    Gnios

    Criativos

    Trabalhadores

  • Bipolar =

    Gnios

    Criativos

    Trabalhadores

    DOENA

  • Mais fases altas, sem exageros

    Pouca irritabilidade

    Muito produtivos

    Muito queridos

    Personalidade forte

    Sem depresses relevantes

    VENCEDORES

    Bipolares Vencedores: sem doena

  • TB: Por que to comum

    Pelo menos 30% da

    populao tem caractersticas

    bipolares

    10% tem a doena (maior

    parte de depresso)

    1% mais intenso (mais

    mania)

    MAIS GENES

    MAIS PREDISPOSIO

    PELO MENOS 30 GENES s

    VENCEDORES

  • Neurobiologia do Transtorno Bipolar

    GENESEXPRESSO

    GNICA

    TRADUO

    PROTEICACLULAS SISTEMAS

    ENDOFENTIPOS

    TAB

    prejuzo atencional

    alteraes no aprendizado verbal e memria

    dficits cognitivos

    instabilidades no ritmo circadiano

    desequilbrio do sistema de motivao e recompensa

  • Transtorno Bipolar, Inflamao e Sistema

    Imune

    Adaptado de Gumnick et al., 2002

    Sickness Behavior

    Inflamao

    HIPOCAMPO

    -

  • BASE

    BIOLGICAINFLUNCIA

    AMBIENTAL

    GENTICA

    BIOLGICA

    -Nutrio

    -Acidentes

    -Doenas

    -Uso de drogas

    PSICOLGICA

    -cultura familiar e

    social

    -violncia fsica

    ou sexual

    Pessoas da

    mesma famlia

    so muito

    diferentes

    + +

  • BASE

    BIOLGICAINFLUNCIA

    AMBIENTAL

    GENTICA

    BIOLGICA

    -Nutrio

    -Acidentes

    -Doenas

    -Uso de drogas

    PSICOLGICA

    -cultura familiar e

    social

    -violncia fsica

    ou sexual

    Pessoas da

    mesma famlia

    so muito

    diferentes

    + +

    TRATAMENTO

    BIOLGICO

    TRATAMENTO

    PSICOLGICO

  • Transtorno Afetivo Bipolar

    comum

    1-2% da populao forma psictica (tipo I)

    8-10% da populao forma depressiva-ansiosa (tipo II e

    outros)

    incapacitante

    Pode ser letal

    Suicdio

    estigmatizante (causa vergonha)

  • Os Custos do Transtorno Afetivo Bipolar

    LIFE

    8 anos

    de funo plena

    Risco de morte por suicdio

    30x populao geral >>$45 Bilhes

  • TAB: nus invisvel

    Depresso = sofrimento

    Depresso = doena ???

    = incapacitao estigma do invlido

    = ineficincia estigma do intil

    = dependncia estigma do preguioso e inseguro

    = isolamento estigma da pessoa difcil,

    desagradvel

  • TAB: nus invisvel

    = suicdio estigma do descontrolado

    Suicida = culpado

    Famlia do suicida = dor da perda, raiva do abandono

    Sobrevivente de tentativa de suicdio = louco

    = euforia vergonha

    Dvidas

    Brigas

    Festas + lcool + drogas

    Excessos sexuais => doenas venreas

    Atitudes loucas no trabalho/escola/sociedade

  • 57% a 73% dos pacientes bipolares se separam ou enfrentam dificuldades no casamento.

    NDMDA

  • Quando uma pessoa aceita procurar ajuda?

    Depresso

    Problemas legais/criminais

    Quando entende que seu jeito difcil de ser pode ser um

    problema para remdios

    Ver algum igual a voc comeando a se tratar e mudar a vida

    Descobrir que o seu problema igual ao que foi falado na TV

    ou em livros/revistas

  • Reconhecendo os Sintomas do TAB

    Familiares tem condio privilegiada para reconhecer os sintomas

    Tendncia de minimizar os sintomas como:

    atitudes exageradas mas normais

    Justificados pelo estresse da vida ou de eventos mais graves Esses estressores/eventos muitas vezes so conseqncias do TAB, e

    no causas

    CONHECER O INIMIGO PARA COMBAT-LO conhecer os sintomas fundamental

  • Uma vez reconhecido que existe TAB...

    Como fazer o paciente aceitar que tem o problema?

    Comentar sobre a doena

    Os sintomas

    Fontes de informaes: livros, internet, profissionais

    Existe tratamento que melhora a qualidade de vida

    Dar exemplos de pessoas conhecidas (prximas ou pessoas famosas) que tem

    TAB

    Apontar os prejuzos causados pelo TAB reforar a necessidade de tratamento

  • Encaminhar para o psiquiatra/psiclogo...

    Pacientes no aceitam ir a um psiquiatra/psiclogo

    NO SOU LOUCO

    Mdicos psiquiatras e psiclogos so pessoas como as outras

    Ter TAB no quer dizer ser louco

    A psiquiatria e a medicina avanaram muito, com muitas

    opes de tratamento

  • Entender a importncia do Transtorno Afetivo Bipolar

    (TAB)

    Saber reconhecer os sintomas do TAB

    Saber reconhecer os sinais de recada

    Entender as estratgias de tratamento do TAB

    Ajudar na aderncia ao tratamento

    Ajudar no combate ao preconceito

    A Famlia precisa:

  • Compreender seus sintomas no como seu jeito de ser, mas como doena

    Intervir junto ao mdico no incio de um ciclo e na interrupo da medicao.

    Como a famlia e os amigos podem ajudar no tratamento

  • Aproveitar perodos de equilbrio para diferenciar depresso e euforia de tristeza e alegria

    Estabelecer regras de proteo cheques, sono, etc.

    Como a famlia e os amigos podem ajudar no tratamento

  • Como a famlia e os amigos podem ajudar no Tratamento?

    Aprender a reconhecer as manifestaes iniciais (prodrmicas) da doena

    Mostrar para o familiar com pacincia e tolerncia que ele est precisando de ajuda

  • Como a famlia e os amigos podem ajudar no tratamento

    Ter cincia que, em situaes de crise, talvez seja necessrio internar o paciente

    Se ele resistir, solicite ajuda a um profissional da sade

    Tenha em mente que, num episdio de crise, a capacidade de avaliao e julgamento do doente est comprometida

  • Ambiente Familiar Acolhedor

    Aumenta a auto estima

    Reduz o risco de recadas

    Diminui a intensidade de eventuais episdios de mania ou

    depresso

    Melhora a qualidade de vida

  • Aprendendo a conviver com o TRANSTORNO

    BIPOLAR

    Tratamento sempre longo

    Psicoterapia sempre importante

    Sempre buscar o melhor custo-benefcio do esquema

    teraputico

    RECONHECERACEITAR ASSIMILAR

    OBJETIVO: promover a evoluo da VIDA do paciente da

    melhor forma possvel

  • Prof. Dr. Teng Chei Tung

    MUITO

    OBRIGADO!!

    [email protected]