Controle de qualidade de matérias primas – insumos
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Controle de Qualidade de Matérias Primas – Insumos e produto acabado
Novembro/2013
1
2Vanessa Rodrigues Lopes
Farmacêutica, graduada pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da
Universidade de São Paulo – USP, São Paulo. Especialista em fármacos e
medicamentos também pela USP. Com vários cursos de especialização nas áreas
de Validação Analítica, Estabilidade, Controle de Qualidade e Assuntos
Regulatórios por associações independentes. Experiência de 10 anos adquirida
nas empresas Bristol-Myers Squibb nas áreas de controle e garantia de
qualidade e Eurofarma na área de assuntos regulatórios. Atualmente é
Especialista em assuntos regulatórios, atuando como link entre as áreas
técnicas e regulatória na submissão de novos projetos, resposta à exigências e
treinamentos técnicos internos. Contato com a ANVISA como especialista
técnica para desenho de projetos e participação ativa nas discussões de
entidades para revisão da legislação técnica atual.
3Objetivos da aula
Discutir a legislação local, conceitos e testes necessários para o estabelecimento do controle de qualidade de: Insumos;
Excipientes;
Materiais de embalagem;
Produto acabado;
4Principais legislações relacionadas RDC 16/2007 - Regulamento Técnico para Medicamentos Genéricos
RDC 17/2003 – Regulamento técnico para medicamentos similares
RDC 136/2003 – Regulamento técnico para medicamentos novos
RDC 45/2012 – Estabilidade de IFA
IN 02/2009 – Fabricação de Lotes piloto
RDC 899/2003 – Validação analítica
RDC 31/2010 – Equivalência Farmacêutica
RDC 17/2010 – Boas práticas de fabricação
RDC 25/2007 – Terceirização de produção e CQ
RE 0/1/2005 – Estabilidade
Guia para fotoestabilidade (site da ANVISA)
RDC 48/2009 – Pós registro
5
DefiniçõesRDC 17/2010
6Controle de qualidade
Art. 281. O Controle de Qualidade é responsável pelas atividades referentes à amostragem, às especificações e aos ensaios, bem como à organização, à documentação e aos procedimentos de liberação que garantam que os ensaios sejam executados e que os materiais e os produtos terminados não sejam aprovados até que a sua qualidade tenha sido julgada satisfatória.
7 Calibração: conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a relação
entre os valores indicados por um instrumento ou sistema de medição ou valores
representados por uma medida materializada ou um material de referência, e os valores
correspondentes das grandezas estabelecidos por padrões;
Especificação: documento que descreve em detalhes os requisitos que os materiais utilizados
durante a fabricação, produtos intermediários ou produtos terminados devem cumprir. As
especificações servem como base para a avaliação da qualidade;
Validação: ato documentado que atesta que qualquer procedimento, processo, equipamento,
material, atividade ou sistema realmente e consistentemente leva aos resultados esperados;
Controle de qualidade: Conjunto de ensaios realizados com o objetivo de avaliar a qualidade
de matérias primas, materiais de embalagem, produtos intermediários, acabados e verificar se
os mesmos se apresentam de acordo com as especificações definidas;
Desvio de qualidade: afastamento dos parâmetros de qualidade estabelecidos para um
produto ou processo
8
Segurança
EficáciaQualidade
9
Organograma convencional GQ/CQ
Diretoria técnica
Gerente de GQ
Supervisor de GQ
Gerente de CQ
Supervisor de CQ
Supervisor de
estabilidade
Gerente de P&D
Supervisor de DMA
Supervisor de validação
Supervisor de
estabilidade
10Escolha/
descoberta da molécula
Prospecção de fabricantes da
molécula
Escolha dos excipientes
Definição das especificações
Avaliação de possíveis processos produtivos
Desenvolvimento da
formulação
Desenvolvimento e validação
de metodologia analítica
Produção piloto
Estudos de estabilidade acelerada
Estudos in vivoEstudos de
estabilidade de longa duração
Submissão regulatória
Aprovação ANVISA
Transferência CQ
Análise de rotina
(liberação)
Estabilidade de acompanhame
nto
11
Responsabilidades do CQ
12I. Aprovar ou rejeitar as matérias-primas, os materiais de embalagem e os produtos
intermediários, a granel e terminados em relação à sua especificação;
II. Avaliar os registros analíticos dos lotes;
III. Assegurar que sejam realizados todos os ensaios necessários;
IV. Participar da elaboração das instruções para amostragem, as especificações, os métodos de
ensaio e os procedimentos de controle de qualidade;
V. Aprovar e monitorar as análises realizadas, sob contrato;
VI. Verificar a manutenção das instalações e dos equipamentos do controle de qualidade;
VII. Assegurar que sejam feitas as validações necessárias, inclusive a validação dos métodos
analíticos e calibração dos equipamentos de controle; e
VIII. Assegurar que sejam realizados treinamentos iniciais e contínuos do pessoal da área de
Controle de Qualidade, de acordo com as necessidades do setor.
13
Estabelecimento de especificações
14Controle de qualidade
Equipamentos laboratório Metodologia analítica aprovada Reagentes Validação de métodos Qualificação de equipamentos; Procedimentos operacionais; Especificações escritas MPs, PAs, MEs; Análise química/física das MPs, PAs, MEs; Boletins de Análise; Aprovação e rejeição; Estudo de Estabilidade.
15Padrões de referência:
1.4. Deve-se utilizar substâncias de referência oficializadas pela Farmacopéia Brasileira ou,
na ausência destas, por outros códigos autorizados pela legislação vigente. No caso da
inexistência dessas substâncias, será admitido o uso de padrões de trabalho, desde que a
identidade e o teor sejam devidamente comprovados (RDC 899/2003)
• padrão secundário (padrão de trabalho): padrão utilizado na rotina laboratorial, cujo valor
é estabelecido por comparação a um padrão de referência (RDC 17/2010) – NÃO
ACEITOS EM VALIDAÇÃO!!!
• padrão de referência: são exemplares de fármacos, impurezas, produtos de degradação,
reagentes, dentre outros, altamente caracterizados e da mais elevada pureza, cujo valor
é aceito sem referência a outros padrões (RDC 17/2010);
– Farmacopeico: Adquirido de um compêndio oficial reconhecido pela ANVISA (RDC 37/2009);
– Caracterizado (primário): Análises para determinação absoluta da pureza e identidade;
16
http://www.pharmtech.com/pharmtech/Peer-Reviewed+Research/Reference-Standard-Material-Qualification/ArticleStandard/Article/detail/591372
17Testes gerais – Fármacos e excipientes
Identificação Características físicas Solubilidade Doseamento ou teor Produtos de
degradação/Impurezas
Pureza quiral Polimorfismo Tamanho de partícula
Resíduo por ignição Perda por secagem Umidade por karl
fischer pH Ponto de fusão Densidade Solventes residuais Testes
microbiológicos Rotação especifica
18
Identificação, teor e produtos de degradação
TÉCNICAS ANALÍTICAS QUALITATIVAS E QUANTITATIVAS
19
Espectrofotometria
ESPECTROFOTOMETRIA UV
ESPECTROFOTOMETRIA IV
20A espectrofotometria faz parte da classe dos métodos analíticos que baseiam-se na interação da matéria com a energia radiante
Baixo custo, comparado à outras técnicas
Fácil operaçãoLuz incidente
Luz emergente
Luz absorvida
21USP <851> SPECTROPHOTOMETRY AND LIGHT-SCATTERING
Espectrofotometria é a medida quantitativa das propriedades reflexivas ou transmissivas de um material em função de um comprimento de onda.
Espectrofotometria de absorção é a medida da interação entre a radição eletromagnética e as moléculas ou atomos de uma substância química Tipos de técnicas analíticas: UV/ visível, IR, e espectroscopia de
absorção atômica
22 Espectrofotometria de absorção: Técnica que
mede a absorção de uma radiação em função de sua frequencia (ou comprimento de onda), devido às interações com uma amostra. A amostra absorve energia (fótons) do campo radiante.
A intensidade da absorção depende da frequencia (comprimento de onda) sendo que esta variação compõe o espectro de absorção.
23O Espectro eletromagnético
24
25Lei de Beer-Lambert
T: TransmitânciaI: Intensidade da luz incidenteI0: Intensidade da luz transmitidaα: coeficiente de absorçãol: caminho percorrido pela luz (cm)c: concentração da amostra (mol/L)
26
A absorbância é muito importante porque ela é diretamente proporcional à concentração, c, de espécies absorventes de luz na amostra
27Desvios da lei de Beer-Lambert
– Desvios/limitações instrumentais• São dependentes da forma como a medição é feita
– Desvios químicos• Resultado de alterações químicas associadas com a mudança de concentração
28
Em soluções relativamente concentradas (>0,01 mol L-1 ), a distância média entre moléculas absorventes diminui e interações entre as mesmas começam a afetar a distribuição de cargas. Este tipo de interação pode alterar a habilidade das espécies
absorverem um dado comprimento de onda
Em soluções diluídas de analitos porém com grande concentração de outras espécies, p.ex., eletrólitos Interações eletrostáticas podem alterar a absortividade
molar ε das espécies
Em casos extremos, soluções tão diluídas quanto 10-6 mol L-1 são necessárias para observação da lei de Beer
Em teoria, ε é dependente do índice de refração n. Se a concentração alterar significativamente n ⇒ desvio da lei de Beer
Desvios da lei de Beer-Lambert
29 Principal causa de desvios químicos ocorre
quando o analito se dissocia, associa ou reage com as moléculas do solvente gerando uma espécie química com espectro de absorção diferente Por ex., indicadores ácido-base (Ka = 1,42 x
10-5)
Desvios da lei de Beer-Lambert
30Desvios da lei de Beer-LambertA lei só é válida para radiação monocromática, ou seja, para um único comprimento de onda ()
Como minimizar o desvio?
• Escolher a região onde o é constante
31Espectrofotômetros
Feixe Simples
Feixe Duplo
32
Partes Essenciais de um Espectrofotômetro
Fontes de radiação; Monocromador; Compartimento de
amostra; Detector.
33Fontes de Radiação
34Fontes de Radiação
Condições para uma fonte ser de boa qualidade:
gerar radiação contínua; ter intensidade de potência radiante
suficiente para permitir a sua detecção pelo sistema detector;
ser estável.
Além disso deve ter um tempo de vida longo e preço baixo.
35Monocromadores Função: seleção do comprimento de onda em que se tem interesse
para a análise.
Constituição: fenda de entrada de um elemento de dispersão de radiação fenda de saída
Tipos: prismático reticuladores
36Monocromador Prismático
A radiação policromática vinda da fonte de radiação passa pela fenda de entrada e incide sobre a face de um prisma, sofrendo um desvio.
Os vários comprimentos de onda terão diferentes direções após a incidência no prisma. Se for realizado um ajuste rigorosamente controlado da fenda de saída, pode-se selecionar o comprimento de onda desejado.
37Monocromador Prismático
38Monocromador Reticular
O principal elemento dispersante é a rede de difração. Essa rede consiste em uma placa transparente ou refletora com muitas ranhuras paralelas e equidistantes.
Dispersão resultante desta rede é linear. Os vários comprimentos de onda dispersos são igualmente espaçados, por isso a fenda de saída isolará uma banda de radiação de largura constante.
A resolução é muito mais elevado que os prismas.
39Monocromador Reticular
40Celas de Medida
41Absorção da radiação eletromagnética
42Fundamentos da EspectrofotometriaDois requisitos devem ser observados para que uma determinada radiação possa ser absorvida por uma molécula:
• A radiação incidente deve ser de freqüência equivalente aquela rotacional ou vibracional, eletrônica ou nuclear da molécula,
• A molécula deve ter um dipolo permanente ou um dipolo induzido, ou seja, deve haver algum trabalho que a energia absorvida possa fazer.
43Porque ocorre o fenômeno da absorção? • TRANSIÇÕES ELETRÔNICAS – UV/Vis
– Moléculas que apresentam elétrons que podem ser promovidos a níveis de energia mais elevados mediante a absorção de energia
• ROTACIONAL E VIBRACIONAL – IR ou IV
– Níveis discretos de energia são absorvidos devido à vibrações e rotações das moléculas
44
Espectrofotometria UV
45Absorção da energia eletromagnética UV/vis
46Transições eletrônicas – UV/Vis
47
Espectro visivel: entre 36 a 72 kcal/mol, UV próximo (a partir de 200 nm): 143 kcal/mol
• Somente as duas primeiras transições descritas acima são possíveis com a energia disponível entre 200 a 800 nm.
• A promoção do elétron é sempre do orbital molecular mais ocupado (HOMO) para o orbital molecular menos ocupado (LUMO) sendo que as espécies resultantes deste processo são ditas em estado excitado.
• Quando moleculas de uma amostra são expostas a luz contendo a energia necessária para uma possível transição eletrônica, parte da luz é absorvida e o elétron é promovido a um orbital de maior energia. O espectrofotometro registra os comprimentos de onda nos quais esta absorção ocorre, bem como o grau de absorção em cada comprimento de onda, formando um gráfico de absorbância (A) x comprimento de onda.
48
Energy
*s
p
s
*p
nAtomic orbitalAtomic orbital
Molecular orbitals
Occupied levels
Unoccupied levels
Transições eletrônicas – UV/Vis
49
Energy
*s
p
s
*p
n
s
s
p
n
n
s*
p*
p*
s*
p*
alkanes
carbonyls
unsaturated cmpds.
O, N, S, halogens
carbonyls
Transições eletrônicas – UV/Vis
50
Espectrofotometria UVPRÁTICA
51
Cromóforos Representativos
Composto Cromóforo max (nm) Log ε
Octeno-3 C=C 185 , 230 3,9
Acetileno C=C 173 3,8
Acetona C=O 188 , 279 2,9 , 1,2
Acetato de diazoetila N=N 252 , 371 3,9 , 1,1
Butadieno C=C-C=C 217 4,3
Crotonaldeído C=C-C=O 217 , 321 4,2 , 1,3
Dimetilglioxina N=C-C=N 226 4,2
Octatrienol C=C-C=C-C=C 265 4,7
Decatetraenol [-C=C-]4 300 4,8
Vitamina A [-C=C-]5 328 3,7
Benzeno 198 , 255 3,9 , 2,4
1,4-Benzoquinona C C 245 , 285 , 435 5,2 , 2,7 , 1,2
Naftaleno 220 , 275 , 314 5,0 , 3,7 , 2,5
Difenilo 246 4,3
52Análises Quantitativas
53Análises Quantitativas
54Análises Quantitativas
55Titulações Espectrofotométricas
56Análise Qualitativa
240 250 260 270 280 290 300
Comprimento de onda (nm)
2,0
2,2
2,
4
2,
6
2,
8
3
,0
3
,2
Log
ε
A ou B
C
DC5H11
C5H11
OH
C5H11
R
OH OH
R
OH
C5H11
OH
OH
OHOH
(A) (B)
(C) (D)
Espectro de absorção do canabidiol comparado com outros fenóis.
57
Padrão: 50,1 mg * 99,03%/50 mL * 2 mL/100 mL = 0,01984 mg/mL – leitura 0,493
0,01984 mg/mL ---------------- 0,493x ---------------- 0,487 – x= 0,01960 mg/mL
* 50 mL = 0,9802 mg em 5,0 mL = 0,1960 mg/mL
* 50 mL = 9,8 mg/mL na amostra
58
Padrão: 50,2 mg * 99,70%/100 mL * 5 mL/50 mL * 2 mL/50 mL = 0,0020 mg/mL – leitura 0,499
0,0020 mg/mL ---------------- 0,499x -------------- 0,495 – x= 0,001986 mg/mL
* 100 mL = 0,1986 mg em 5,0 mL = 0,03972 mg/mL
* 100 mL = 3,972 mg em 10,0 mL = 0,3972 mg/mL /0,400 mg/mL = 99,3%
59
Espectrofotometria IV
60
61Espectrofotometria IV Região infravermelha do espectro eletromagnético, que é
caracterizada por possuir um comprimento de onda maior e uma menor frequencia do que a luz visível; Dividida em três regiões:
IV próximo (NIR): 14000 a 4000 cm-1 – vibrações harmonicas;
IV intermediário: 4000 a 400 cm-1 – vibrações rotacionais e vibracionais
IV longe: 400 a 10 cm-1 – vibrações rotacionais
Energia desta parte do espectro (entre 1 a 15 kcal/mol) não é suficiente para induzir excitação dos elétrons, entretanto pode induzir excitação vibracional dos atomos e grupos ligados covalentemente.
Virtualmente todos os compostos orgânicos absorvem radiação infra vermelha
62Número de modos vibracionais
Uma molécula pode vibrar de várias formas, cada forma é chamada de modo vibracional;
Para moléculas com N átomos, temos:
Moléculas lineares: 3N – 5 graus de modos vibracionais
Moléculas não lineares: 3N – 6 graus de modos vibracionais H2O, molecula não liner teria 3 × 3 – 6 = 3 graus de modos vibracionais
63Energia rotacional e vibracional – IV
64
Symetrical streching Antisymmetricalstretching Scissoring
Rocking Wagging Twisting
Energia rotacional e vibracional – IV
65Espectrofotometria IV O espectro IV da amostra é registrado passando um raio de
luz IV pela amostra. Quando a frequencia do raio é a mesma da vibração, ocorre a absorção.
66Espectrofotometria IV - prática
Cada molécula tem um espectro IV único, isso permite que a técnica seja amplamente utilizada para análise qualitativa, principalmente na identificação de moléculas no controle de qualidade
67
HPLC/CLAEHIGH PERFORMANCE LIQUID CHROMATOGRAPHY
CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA
68
69Separação
Operação pela qual uma mistura é dividida em pelo menos duas frações com diferentes composições.
É obtida por meios físicos embora reações químicas podem ser envolvidas no processo.
Os métodos físico-quimicos de separação são baseados na utilização de alguma propriedade física das substâncias a serem separadas.
70
Objetivo: Separação individual dos diversos constituintes de uma mistura de substâncias seja para identificação, quantificação ou obtenção da substância pura; Migração da amostra através de uma fase
estacionária por intermédio de um fluido (fase móvel); Após a introdução da amostra no sistema
cromatográfico, os componentes da amostra se distribuem entre as duas fases e viajam mais lentamente que a fase móvel devido ao efeito retardante da fase estacionária;
O equilíbrio de distribuição determina a velocidade com a qual cada componente migra através do sistema.
Visão Geral da cromatografia
71Separação cromatográfica
72Importância da cromatografia
Velocidade Poder de resolução Manuseio de pequenas quantidades de amostra
(10-9 – 10-15 g) Simplicidade da técnica
73
A amostra é dissolvida em um solvente e introduzida na coluna cromatográfica preenchida com a fase estacionária (FE)
Um solvente (FM) é bombeado com vazão constante e desloca os componentes da mistura através da coluna. Esses se distribuem entre as duas fases de acordo com suas afinidades
As substâncias com maior afinidade com a FE movem-se mais lentamente. Já as substâncias com pouca afinidade com a FE movem-se mais rapidamente.
Ao sair da coluna, os componentes passam por um detector que emite um sinal elétrico o qual é registrado, constituindo um cromatograma.
Princípio da eluição cromatográfica
74Princípio da eluição cromatográfica
75Princípio da eluição cromatográfica
76Princípio da eluição cromatográfica
77Princípio da eluição
cromatográfica
78Princípio da eluição
cromatográfica
79
80Componentes de um sistema HPLC
81
Componentes de um sistema HPLC
82
Fase móvel;
Bomba da fase móvel;
Injetor;
Coluna e termostato;
Detector;
Software de registro e tratamento de dados
Componentes de um sistema HPLC
83
O sucesso da separação cromatográfica só é possível se for aplicada uma FM correta a uma FE conveniente.
A escolha da composição da FM leva em conta vários fatores, tais como: Propriedades físico-químicas que afetam a solubilidade,
partição e adsorção e, portanto, a separação Propriedades físicas que afetam a possibilidade de
detecção dos componentes Propriedades físicas que dificultam o manuseio das
bombas, detectores ecoluna Propriedades que afetam a segurança (toxidez e
inflamabilidade) Custo
Fase móvel
84
Os seguintes parâmetros devem ser considerados para uma escolha adequada da FM: Viscosidade
Compressibilidade
Pressão de vapor
Toxidez
Índice de Refração
Corte de UV (cut off) – espectro de absorção UV-VIS
Miscibilidade de solventes e outras características importantes
Força dos Solventes
Fase móvel
85
86
87
Leva a fase móvel desde o reservatório até a coluna;
Alta reprodutibilidade e exatidão Vazão contínua sem pulso de 0,01ml /min -
10ml /min Vazão constante independentemente da
pressão Alta resistência à corrosão – inércia
química a solventes comuns Opera a altas pressões (6000 psi)
Bomba da fase móvel
88Bombeamento isocrático
A composição da fase móvel é mantida constante durante toda análise cromatográfica.
Utiliza-se apenas uma bomba.
89Bombeamento Gradiente
Alguma análises necessitam alteração da composição da fase móvel, sem alteração da vazão total, com a finalidade de diminuir tempo de análise e/ou melhorar a separação dos componentes da amostra;
baixa pressão: utiliza-se uma única bomba e a seleção do solvente a ser utilizado dá-se através de válvula de multiplas vias controladas pelo software do sistema.
alta pressão, cada solvente tem uma bomba específica.
90
91
Realizada com auxílio de válvulas especiais que permitem introdução com grande precisão e exatidão de volumes que variam, em geral, de 5 a 20 mcl.
Injetor – sistema de injeção da amostra
92Coluna cromatográfica Os tubos das colunas são preenchidos com a fase
estacionária conveniente, geralmente sílica ou seus derivados, com granulometria de 3, 5, 7 ou 10 mcm (em alguns casos, até de 1 mcm) de diâmetro médio.
Devido a queda de pressão elevada nos tubos, as colunas são relativamente curtas e de paredes espessas. COMPRIMENTO: 3 – 60 cm
DIÂMETRO INTERNO: 0,2 – 8 mm
93Mecanismos de separação
Em função da fase estacionária utilizada tem-se os seguintes mecanismos de separação: Adsorção
Partição
Troca iônica
Exclusão
Bioafinidade
94Mecanismos de separação - Adsorção A fase estacionária é um sólido contendo grupos (sítios
ativos) que podem adsorver certas substâncias. Compostos com diferentes constantes de adsorção são
separados.
95Mecanismos de separação - Partição A fase estacionária é um líquido depositado ou quimicamente ligado a um
suporte sólido.
As moléculas dos componentes a serem separados se distribuem entre a fase estacionária ligada e a fase móvel líquida de acordo com sua afinidade relativa;
Compostos com diferentes constantes de partição são separados;
A FM carrega as moléculas nela dissolvidas. Para reestabelecer o equilíbrio, moléculas na FE passam para a FM e são arrastadas. Tem-se um equilíbrio dinâmico em cada segmento da coluna. Como a FM está em contínuo movimento, esta acaba retirando todas as moléculas da coluna.
96Mecanismos de separação – Troca iônica A fase estacionária é uma resina catiônica
ou aniônica.
97Mecanismos de separação – Por exclusão A fase estacionária é uma resina catiônica ou
aniônica. A separação é efetuada de acordo com o
tamanho das moléculas. A fase estacionária tem poros de tamanho
controlado Moléculas pequenas podem penetrar na
maioria dos poros e apresentam um maior tempo de retenção
Moléculas grandes movem-se rapidamente através da coluna pois não entram nos poros
98Mecanismos de separação – Bioafinidade Nessa técnica somente componentes que
possuem bioafinidade com a fase estacionária são retidos (exemplo: isomeros)
99Detectores Os principais detectores utilizados em HPLC são:
Índice de refraçãoEspectrofotometira UV-VisívelFluorescênciaEletroquímicoEspectrometria de massa LC/MS
100
Detectores – Índice de refração
No momento da passagem do analito pelo detector, pode ocorrer uma alteração do índice de refração. Essa alteração em relação ao valor da fase móvel livre de analito é detectada.
A detecção só é possível quando o índice de refração do analito é diferente do IR da fase móvel.
Esse detector é normalmente utilizado quando os analitos não absorvem na região de comprimento de onda do UV-VIS.
Apresenta as seguintes desvantagens: baixa sensibilidade não permite a utilização em análises por gradiente (pois o
IR varia com a composição da fase móvel) temperatura deve ser constante (pois o IR varia com a
temperatura)
101
Detectores – UV/visível Baseia-se na absorbância da luz pelo analito ao passar pelo
detector.
É um detector seletivo pois só detecta os compostos que absorvem no comprimento de onda em que o detector for ajustado.
É o detector mais utilizado em HPLC pois grande maioria das substâncias absorvem radiação
UV. Exemplos de substâncias são: olefinas, aromáticos, compostos contendo ligações C=O, C=S, N=O.
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES:
A fase móvel utilizada não pode absorver no comprimento de onda selecionado
A pureza da fase móvel é extremamente importante (traços de impurezas podem absorver intensamente no comprimento de onda utilizado): UTILIZAR SOLVENTES GRAU HPLC
102
Detectores – UV/visível
Espectrofotométricos (REDE DE DIODOS – DIODE ARRAY)
Nesse tipo de detector, toda luz passa pela cela. A luz emergente é dispersada em uma grade holográfica e os comprimentos de onda resultantes são focalizados em uma rede de fotodiodos (256 a 1024). Assim, todo o espectro do componente pode ser armazenado. Com o auxílio de um computador, pode-se reproduzir um cromatograma para um determinado comprimento de onda ou produzir uma série de espectros em intervalos de tempo fixos.
VANTAGENS EM RELAÇÃO AO DETECTOR UV-VIS
No detector UV-VIS, seleciona-se o comprimento de onda que pode não ser o mais adequado para todos os componentes da amostra. Isso resulta na perda de sensibilidade de alguns componentes da amostra.
103
104Detectores – Eletroquímicos
Baseia-se na possibilidade de muitos compostos serem oxidados ou reduzidos quando se aplica um potencial elétrico.
Em um processo eletroquímico, um par de eletrodos é colocado na cela e um potencial suficientemente elevado é aplicado provocando uma reação de oxidação ou redução gerando uma corrente que é medida em um detector eletroquímico. A corrente gerada é proporcional a concentração do composto.
105Detectores – ELSD
evaporative light scattering detector Baseado na habilidade das partículas causarem
espalhamento (scattering) de fótons, quando elas atravessam um feixe de luz policromática.
O líquido efluente do HPLC é primeiro nebulizado e a mistura aerosol resultante contendo as partículas dos analitos é dirigida a um feixe de luz. As partículas causam espalhamento da luz. É gerado um sinal, que é proporcional à massa presente, e independe da presença ou ausência de grupos cromóforos, fluoróforos ou eletroativos. Qualquer analito não volátil pode ser detectado. Pode ser usado acoplado a um espectrômetro de
massa, para fornecer uma análise completa da amostra.
106
Parâmetros cromatográficos
Tempo de retenção Por definição chamamos de TEMPO DE RETENÇÃO, de uma
substância ao tempo decorrido do instante em que a amostra foi introduzida até o instante do máximo do pico;
Na análise cromatográfica, mantido constantes a vazão da fase móvel e a temperatura da coluna, o tempo de retenção é constante.
107
Pratos Teóricos Número indicativo da performance da coluna. É a medida
da largura do pico em relação ao seu tempo de retenção. É o parâmetro que mais precisamente define a qualidade de um sistema cromatográfico.
Parâmetros cromatográficos
108
109
Resolução Fornece uma medida quantitativa da habilidade da coluna
em separar duas substâncias.
Parâmetros cromatográficos
110
111
112
HPLC PRÁTICA
113
Análise Qualitativa
Análise Qualitativa em Controle de qualidade É normalmente efetuada através da comparação do
tempo de retenção ou retenção relativa dos analitos de interesse com esses parâmetros de padrões. Tais análises são realizadas com metodologias já estabelecidas.
Análise qualitativa em identificações não rotineiras
Neste caso é importante conhecer o máximo da história da amostra e utilizar detectores que auxiliam a identificação da estrutura do composto, como detector de espectrometria de massa.
114Análise Quantitativa
Normalização de área (% em área)
Ai = área do composto i
ΣAi = somatória das áreas de todos componentes
Considera-se que todos os componente apresentam resposta proporcional a sua concentração e que mesma concentração de diferentes compostos resulte em áreas iguais (o que dificilmente ocorre).
115Análise Quantitativa
Normalização com área corrigida
Ai = área do composto i
Fi = fator de resposta do componente i
ΣAiFi = somatória das áreas de todos componentes multiplicadas pelos respectivos fatores de resposta
É necessário conhecer todos os componentes da amostra para determinação dos fatores de resposta de cada componente
116
Testes Gerais
117
Determinação do ponto de fusão
118Determinação da densidade
119Determinação do índice de
refração
120Determinação da viscosidade
121Poder rotatório ou rotação
especifica
122
Perda por dessecação
123Cinzas sulfatadas
124Granulometria dos pós
125
Granulometria dos pós
126Microbiologia
127Microbiologia
128Fármaco –
especificação para testes críticos
• IMPUREZAS/PRODUTOS DE DEGRADAÇÃO
• CONCEITO CLASSIFICAÇÃO BCS/SCB
• TAMANHO DE PARTÍCULA
• POLIMORFISMO E ISOMERIA
• SOLVENTES RESIDUAIS
DMF – Drug master file Contém todos os dados do desenvolvimento
e fabricação dos lotes do IFA – “dossie do IFA”
Fórmula estrutural
Características físico químicas
Processo de fabricação e solventes usados
Polimorfos e isômeros
Solubilidade
Estabilidade
Produtos de degradação/impurezas
Métodos analíticos e validações
Materiais de embalagem
129
Fármaco - Especificações• Especificações farmacopéicas:
1.6. No caso de metodologia analítica descrita em farmacopéias ou formulários oficiais, devidamente reconhecidos pela ANVISA, a metodologia será considerada validada.
RDC 899/2003 – Validação analítica
Entretanto...Art. 18. O item 1.6 da Resolução – RE nº 899, de 29 de maio de 2003, passa a vigorar acrescido dos itens 1.6.1 e 1.6.2:
“1.6.1. A metodologia analítica para a quantificação de produto de degradação, mesmo que descrita em farmacopéias ou formulários oficiais, deverá ser validada.
1.6.2. A metodologia analítica por HPLC para a quantificação de teor, mesmo que descrita em farmacopéias ou formulários oficiais, deverá apresentar pureza cromatográfica.”
CP 11/2012 – Produtos de degradação
130
131
Impurezas/Produtos de degradação
132
Impurezas (WHO – 2011): Substâncias químicas não desejáveis presentes no fármaco ou no produto acabado
que não tem valor terapêutico e podem ou não ser potencialmente prejudiciais à saúde;
Impurezas de materiais de partida: Materiais usados na síntese do fármaco e incorporado como um elemento na
estrutura de um intermediário ou do próprio fármaco. Tem estrutura e características químicas bem definidas e conhecidas. Podem ou não ser produtos de degradação do fármaco.
Impurezas Intermediárias ou de síntese: Materiais produzidos durante as etapas de sintese do fármaco e que sofre reações
quimicas adicionais antes de se tornar o próprio fármaco. Podem ou não ser produtos de degradação do fármaco.
Produtos de degradação: Impureza resultante de uma alteração química da substância ativa ocorrida
durante a fabricação e/ou armazenamento pelo efeito de, por exemplo, luz, temperatura, pH, água, reações com o excipiente ou com a embalagem primária
Aplicável ao fármaco
Aplicável ao fármaco
Aplicável a fármaco e medicamento
133
Estabelecendo limites para impurezas:
1. Quais são as impurezas em potencial?
2. Quais são as impurezas que realmente ocorrem?
3. Quando especificar?
4. Quais os limites?
134Material de partida
Intermediário
Fármaco
Produto acabado
ReagentesSolventes
Catalisadores
ReagentesSolventes
Catalisadores
Solventes?
Impurezas do material de partida
Derivados
Derivados
Degradação
Interação comexcipientes
Interação comexcipientes
Potenciais Impurezas
1. Resíduo do material de partida
2. Resíduo dos intermediários
3. Impurezas no material de partida
4. Reagentes
5. Solventes
6. Catalisadores
7. Derivados da reação
8. Produtos de degradação
9. Reações fármaco-excipiente
10. Reações formulação-embalagem
Imprescindível: Conhecimento das possíveis reações químicas durante a síntese e dos prováveis produtos de degradação nas mais variadas condições (ácido, base, oxidação)!!!
135Impurezas - Desenvolvimento
1. Possíveis: Realização de estudos de stress:
Stress ácido Stress básico Stress por calor Stress por umidade Stress por oxidação Fotoestabilidade
2. Relevantes: Estudo de estabilidade acelerada
Estudo de estabilidade longa duração
136Possíveis – estudo de stress
Garantir degradação de 10-30% do ativo (evitar degradação secundária):
Nem todas as condições vão gerar degradação: pesquisa em literatura – após 7 dias, pode ser considerado estável naquela condição (aumentar concentração, p.ex. para garantir);
Método deve “ver” a degradação (balanço de massas) – indicativo de estabilidade;
PD significativos (20% em área do total degradado) deverão ser identificados e tratados como PD em potencial;
1372. Relevantes:
Estudo de estabilidade acelerada Estudo de estabilidade longa duração
Confirmam quais são as impurezas que realmente ocorrem no fármaco ou no produto acabado:
Utilizando a formulação definida Fabricado pelo processo produtivo
proposto Embalagem primária definida Condições de armazenamento propostas
138Impurezas no fármaco
1. Impurezas Orgânicas: Podem ser originárias do processo de fabricação ou do armazenamento do fármaco. Podem ser identificadas ou não, voláteis ou não e incluem as seguintes subclasses:
a. Materiais de partida: materiais usados na síntese do fármaco e incorporado como um elemento na estrutura de um intermediário ou do próprio fármaco. Tem estrutura e características químicas bem definidas e conhecidas;
b. Derivados (by-products):
c. Intermediários: Materiais produzidos durante as etapas de sintese do fármaco e que sofre reações quimicas adicionais antes de se tornar o próprio fármaco;
d. Produtos de degradação: Impureza resultante de uma alteração química da substância ativa ocorrida durante a fabricação e/ou armazenamento pelo efeito de, por exemplo, luz, temperatura, pH, água, reações com o excipiente ou com a embalagem primária
e. Reagentes, ligantes e catalisadores
f. Estereoisomeros: Compostos com mesma estrutura 2D, mas diferentes orientações na estrutura 3D. Existem testes especificos nas monografias quando ocorre este tipo de impureza.
139Impurezas no fármaco
1. Impurezas Inorgânicas: Podem ser resultantes do processo produtivo. São geralmente conhecidas e compreendem as seguintes subclasses:
a. Reagentes, ligantes e catalisadores
b. Metais pesados ou outros metais residuais
c. Sais inorgânicos
d. Outros materiais (filtros, carvão)
2. Solventes residuais: Líquidos orgânicos usados como veículo durante a síntese do fármaco;
140
Impurezas/Produtos de degradação – Especificações
As especificações devem incluir:
Impurezas/produtos de degradação:
Especificação para cada impureza/PD identificado;
Especificação para cada impureza/PD não identificado (≤ identification threshold);
Total de impurezas/PD.
Solventes residuais: Para todos os fármacos e controle no produto acabado somente se a dose do mesmo for maior que 10 g por dia ou se os limites no fármaco estiverem acima dos descritos nos guias internacionais
Impurezas inorgânicas: Somente nos fármacos e utiliza-se monografias e especificações de capítulos gerais das farmacopéias.
141Impurezas no fármaco
Solventes residuais
• Classes I e II: Tabelas do guia ICH Q3C(R4)• Classe III: 5000 ppm ou controlado por perda por
secagem (NMT 0,5%)
142Impurezas/Produtos de degradação - Especificações
Resultados devem ser apresentados numericamente e não em termos gerais (“cumpre” ou “dentro do limite”);
Qualquer impureza/PD maior que o limite de reporte e para o total de impurezas/PD: Abaixo de 1.0%: duas casas decimais; Acima de 1.0%: uma casa decimal;
Impurezas/PD devem ser designados por códigos ou pelo seu tempo de retenção;
143
Fluxograma de decisãoFÁRMACO
144
145
Impurezas/produtos de degradação - Especificações
• Limites de qualificação maiores ou menores que os anteriormente descritos podem ser adequados em alguns casos, dependendo do racional científico e do nível de preocupação com o produto de degradação:
Aceitação de limites maiores: Produtos de degradação que também são metabólitos;
Necessidade de limites menores: Impurezas genotóxicas ou produtos de degradação que são reconhecidamente associados à reações adversas;
146
Impurezas no fármaco - Monografias Monitorar as impurezas descritas no DMF, além das
impurezas descritas na monografia USP do fármaco. Porque?
Diferentes fabricantes de fármacos = diferentes rotas de síntese
Monografia é baseada em um fabricante e não nos indica qual rota de síntese utilizada;
Impurezas controladas dão pistas de qual rota de síntese;
Nem sempre as impurezas descritas na monografia são relevantes para o fármaco em questão (se não são produtos de degradação conhecidos);
Monografia não controla todos os produtos de degradação/impurezas para todos as rotas de síntese disponíveis: podem haver impurezas, reagentes e solventes diferentes (WHO, 2011);
147
Impurezas genotóxicas
148
Alertas estruturais
149 Consideradas inseguras em qualquer nível
Não há guia específico na legislação brasileira;
Guias FDA e EMA: divergências entre conceitos
ICH: em processo de harmonização – Término: 2013
Guideline Mais Recente (EMA, Setembro/2010): Especificações (limites) conforme o TTC (Threshold of Toxicological Concern)
Risco aceitável de desenvolvimento de câncer ao longo da vida
Água Potável: 1 em 106
Benzeno (1,5 µg/dia): 1 em 105
Genotóxicos em Medicamentos: 1 em 105
Limites conforme o TTC
1,5 µg/dia a 120 µg/dia
(depende da posologia do medicamento)
150Exceções ao TTC
Modelo de Análise de Risco (Câncer): inapropriado ou irrelevante
Medicamentos oncológicos
Medicamentos para tratamento emergencial (condições de
risco à vida)
Tratamentos paliativos (expectativa de vida < 5 anos)
Impurezas com exposição significativa a partir de outras
fontes (alimentos, metabólitos, etc)
Impureza e API com a mesma estrutura descrita como
alerta – não é necessário controle como genotoxina
Exceções são tratadas caso-a-caso: Não há recomendações
específicas
151Outras definições – USP 34
• Impurezas ordinárias: Espécies no fármaco ou produto acabado que não tem atividade biológica não desejável significativa nas quantidades presentes. Podem ser originadas durante a síntese, preparação ou degradação do fármaco ou de outras substâncias;
• Substâncias desconhecidas: Impurezas que são de fonte externa ou desconhecida ao processo de fabricação e que são introduzidas por contaminação ou adulteração. Estas substâncias não podem ser antecipadas e não são cobertas pelas monografias oficiais, constituindo um risco à qualidade da substância.
• Substâncias relacionadas: Substâncias estruturalmente relacionadas ao fármaco. Podem ser:
– Impurezas identificadas ou não identificadas originárias do processo de síntese, como materiais de partida, intermediários ou by-products que não aumentam com o armazenamento ou tempo;
– Produtos de degradação identificados ou não identificados que resultam do processo de síntese do fármaco ou de fabricação do produto acabado ou durante seu armazenamento;
152
Outras definições – USP 34• Componentes concomitantes: Não são considerados impurezas
para a farmacopéia, desta forma, quando existentes na substância, tem limites individuais . Exemplos: isômeros opticos e geométricos e antibióticos que são misturas. Não podem ter efeito tóxico para serem considerados componentes concomitantes;
• Polimorfos: Formas cristalinas diferenciadas de um mesmo fármaco. Podem incluir produtos de solvatação ou hidratação (pseudopolimorfos) e formas amorfas. Não são impurezas por definição, porém a forma polimórfica é crítica para a caracterização do fármaco;
153
Solubilidade e oConceito Classificação BCS
Conceitos – BCS ou SCBSOLUBILIDADE: Solubilidade de um fármaco (BCS): disolução da dosagem
mais alta (em tomada única) de um medicamento em 250 mL de uma solução tampão de pH entre 1,0 e 8,0.
Fármaco altamente solúvel: relação dose/solubilidade é menor ou igual a 250;
PERMEABILIDADE: Um fármaco de alta permeabilidade: biodisponibilidade
absoluta é maior que 90% na ausência de instabilidade no trato gastrintestinal ou quando este parâmetro é determinado experimentalmente.
ANVISA: Recomendações para realização de ensaios de dissolução para formas farmacêuticas sólidas orais de liberação imediata
154
Classificação BCS e exemplos
155
http://www.contractpharma.com/contents/displayImage/5605/
Determinando a solubilidade1. Utilizar no mínimo tampões pH pH 1,2; 4,6 e 6,8
a. Utilizar 3 replicatas
b. Deve ter coeficiente de variação ≤ 5% entre as replicatas
2. Shake flask;
3. Avaliação da estabilidade do fármaco na duração do estudo e nos meios testados
4. Método indicativo de estabilidade – farmacopeico ou validado
156
157
Tamanho de partícula
<429> LIGHT DIFFRACTION MEASUREMENT OF PARTICLE SIZE
158
Tamanho de partícula, biodisponibilidade e dissolução
Tamanho de partícula importante para fármacos de baixa solubilidade – BCS classe II ou classe IV. Deve ser definido antes do estudo de BE e mantido para o biolote e lotes produtivos.
Descrição do tamanho de partícula no produto
159
160
Polimorfismo e isomeria
<941> CHARACTERIZATION OF CRYSTALLINE AND PARTIALLY CRYSTALLINE SOLIDS BY X-RAY POWDER DIFFRACTION (XRPD)
161Definição de polimorfos
É a habilidade de uma substância existir como duas ou mais fases cristalinas que tem diferentes arranjos ou conformações das moléculas em sua estrutura cristalina. Mesma entidade quimica diferentes formas;
Associados a diferentes propriedades físicas do fármaco
Polimorfismo pode interferir na qualidade, eficácia e segurança do medicamento
162Tipos de polimorfismo
Formas polimórficas:
Formas cristalinas com diferentes arranjos ou conformações
das moléculas na estrutura cristalina;
Formas amorfas consistindo de arranjos desordenados das
moléculas que não possuem uma estrutura cristalina distinguivel;
Solvatos consistindo de formas contendo quantidades
estequimétricas ou não de solventes incorporados. Podem ser
hidratos (água) ou solvatos (outros solventes)
163Importância do
polimorfismo Diferentes formas polimórficas tem diferentes propriedades quimicas e físicas:
Ponto de fusão, Reatividade quimica, Solubilidade aparente, Taxa de dissolução, Propriedades opticas e mecânicas, Pressão de vapor, Densidade
Estas propriedades tem um efeito direto na habilidade de processar e/ou fabricar o fármaco ou o produto acabado:
Estabilidade do produto acabado, Dissolução, Bioequivalência
5-Methyl-2-[(2-nitrophenyl)amino]-3-thiophenecarbonitrile has been crystallized in ten polymorphs: The structure of themolecule is shown in the figure. The systemhas been named ROY for its red,orange, andyellowcrystal colors. Thedifferentpolymorphs arenamedas, yellowprisms (Y), red prisms (R), orange needles (ON), orange plates (OP), yellowneedles (YN), orange-red plates (ORP), and red plates (RPL).
164Caracterização de
polimorfos XRD – caracterização completa e absoluta
Microscopia
Análise térmica Termogravimetria
Análise térmica diferencial (DTA)
Calorimetria diferencial exploratória (DSC)
IV
Raman
NMR no estado sólido
165Isomeria – Carbono Quiral
166
Solventes Residuais
<467> Residual Solvents
167Classificação dos solventes residuais
<467> USP e ICH Q3C(R5)
Classe 1 – Solventes a serem evitados Conhecidamente ou com fortes suspeitas de
carcinogenicidade e danos ambientais;
Classe 2 – Solventes a serem limitados Não genotóxicos, carcinogênicos ou causadores de
toxicidade irreversível, como neurotoxicidade ou teratogenicidade;
Classe 3 – Solventes com baixo potencial tóxico Solventes com baixo potencial toxico aos humanos, no
qual não são necessários limites baseados na segurança à saúde.
• Solventes residuais:− Rota de síntese do fabricante x especificação descrita
− Método validado ou farmacopeico
− Skip test: Prova de que o processo está sob controle e não gera fármaco com solvente significativo (≥ 10 ppm)
168
169
ExcipientesSELEÇÃO E APROVAÇÃO
170Excipientes
Grau?
Farmacêutico, Técnico, Reagente
Especificações?
Farmacopéicas (testes adicionais?)
In-house
Solventes residuais – (ICH Q3C7 ou USP8 <467>)
Origem dos excipientes?
Animal (EET)/vegetal
Processo com reagentes de origem animal?
Óleos de plantas: aflatoxinas
Procedimento de qualificação/requalificação dos fornecedores?
171Solventes Residuais
• Declaração dos fabricantes sobre os solventes utilizados:− Only Class 3 solvents are likely to be present. Loss on drying is
less than 0.5 percent.
− Only Class 2 solvents X and Y are likely to be present. All are below the Option 1 limit. (Here the excipient manufacturer would name the Class 2 solvents represented by X and Y)
− Only Class 2 solvents X and Y and Class 3 solvents are likely to be present. Residual Class 2 solvents are below the Option 1 limit and residual Class 3 solvents are below 0.5 percent.
− No Class 1, Class 2, Class 3, or other solvents are used.
• Abaixo da opção 1 da USP não é necessário testes no produto acabado desde que se utilizem menos de 10 g do produto por dia
172
Materiais de embalagem
173Materiais de embalagem
174Materiais de embalagem –
FDA Adequabilidade em termos de:
Proteção
Compatibilidade
Segurança
Performance
Dependente da forma farmacêutica e via de administração
Avaliação do risco
175Recipientes para medicamentos e
correlatos 6.1 - Recipientes de vidro
6.1.1 - Resistência hidrolítica ou alcalinidade
6.1.2 - Arsênio
6.1.3 - Capacidade volumétrica total
6.2 - Recipientes plásticos
6.2.1 - Recipientes e correlatos plásticos
6.2.1.1 - Recipientes de polietileno
6.2.1.2 - Recipientes de polipropileno
6.2.1.3 - Recipientes de poli(tereftalato de etileno) e poli(tereftalato de etileno glicol)
6.2.2 - Tampas de elastômero
6.2.3 - Recipientes de plástico - testes de desempenho
6.2.3.1 - Recipientes de múltiplas unidades para cápsulas e comprimidos
176
6.2.3.2 - Recipientes de unidade simples e dose unitária para cápsulas e comprimidos
6.2.3.3 - Recipientes de dose múltipla e de dose unitária para líquidos
6.2.3.4 - Teste de transmissão de luz
6.2.4 - Biocompatibilidade
6.2.4.1 – Recipientes plásticos e tampas de elastômeros
6.2.4.2 - Correlatos
6.2.4.3 - Testes in vitro, testes in vivo e designação de classe para plásticos e outros polímeros
6.2.4.4 - Biocompatibildade de correlatos
6.2.4.5 - Guia para a seleção de plástico e outros polímeros
6.2.5 - Testes de reatividade biológica in vitro
6.2.6 - Testes de reatividade biológica in vivo
Recipientes para medicamentos e correlatos
177Referências USP
<87> Biologic reactivity tests, in vitro
<88> Biologic reactivity tests, in vivo
<381> Elastomeric closures for injections
<660> Containers – glass
<661> Containers – plastic
<670> Auxiliary packaging components
<671> Containers – Performance testing
<1031> Biocompatibility
178
Qualificação do fornecedor• SKIP LOT E SKIP TEST
• ANÁLISE REDUZIDA DE EXCIPIENTES E INSUMOS ATIVOS
• RDC 17/2010
179
180
Produto acabado
• FORMAS FARMACÊUTICAS• TESTES GERAIS DE CONTROLE DE QUALIDADE• TERCEIRIZAÇÃO DE CONTROLE DE QUALIDADE• ESTABILIDADE• TESTES OBRIGATÓRIOS POR FORMA FARMACÊUTICA
181Principais formas
farmacêuticas Sólidos: Cápsulas moles Cápsulas duras Comprimidos Supositórios e óvulos Pós para suspensão Pós liófilos para injetáveis
Semi-sólidos: Cremes Pomadas
182
Líquidos: Soluções Suspensões Emulsões
Sprays Nasais
Inalatórios orais Pó seco pré medido (DPI) Medidos pelo device (MDI)
Principais formas farmacêuticas
183
Controle de qualidadeRDC 17/2010
184Testes gerais – Produto acabado
Peso médio Volume Dureza Friabilidade Desintegração Dissolução Uniformidade de
doses unitárias
• Teor• Produtos de degradação
185
Determinação de peso
186Determinação de volume
187Determinação de Dureza
188Determinação de Friabilidade
189Determinação de Desintegração
190
Impurezas/produtos de degradação
191Impurezas no produto acabado
1. Impurezas do fármaco: não aumentam durante o tempo, não são controladas, exceto se também forem produtos de degradação;
2. Produtos de degradação exclusivamente dos excipientes: verificados em estudos de stress e estabilidade do placebo – não são controlados;
3. Produtos de degradação provenientes de interação com o fármaco – controlados: Interação fármaco-excipiente: Verificado em estudos de
stress e nos estudos de estabilidade Interação fármaco-material de embalagem: Verificado
nos estudos de estabilidade
4. Extraíveis e lixiviáveis: Não cobertos pelo guia ICH, especialmente importantes para soluções – capítulo geral da USP – recente: recall Pfizer
192Extraíveis e lixiviáveis – referências USP
193Produtos de degradação no produto acabado
194
Reporting threshold – limite de reporte:
Limite máximo no qual uma impureza não necessita ser reportada (limite de corte);
Identification threshold – limite de identificação:
Limite máximo no qual uma impureza não necessita ser identificada (estruturalmente);
Qualification threshold – limite de qualificação:
Limite máximo no qual uma impureza não necessita de qualificação;
Qualificação: Processo de aquisição e avaliação de dados que estabeleçam a segurança biológica de uma impureza individual ou de um perfil de impurezas em um nível especificado;
• Teste de AMES, mutações pontuais, aberrações cromossomais
195
Exemplo
196
Fluxograma de decisãoPRODUTO ACABADO
197
198
Impurezas/produtos de degradação – Especificações – FDA - ANDAs “Se o limite para uma impureza/produto de degradação especificado
não existir na USP, é recomendado que a impureza seja qualificada por comparação às quantidades observadas da impureza no produto de referência”; Localmente para o produto acabado: Formulações diferentes entre medicamento teste
e referência dão origem à produtos de degradação diferentes.
“Uma impureza/PD é considerado qualificado quando cumpre com uma das seguintes condições: O nível observado e o critério de aceitação proposto não excede o nível observado
para o produto de referência
É um metabolito significativo do fármaco;
O nível observado e o critério de aceitação proposto estão adequadamente justificados por literatura;
O nível observado e o critério de aceitação proposto não excedem os níveis que foram avaliados em estudos de toxicidade.”
199
Método de dissolução
200O que é o teste de dissolução?
Teste padronizado que mede a porção do fármaco:
1. Liberada da matriz da forma farmacêutica e
2. Dissolvida no meio de dissolução em condições controladas durante um período de tempo definido;
Em termos simples:
3. A forma farmacêutica se desintegra;
4. O fármaco então se dissolve no meio;
Quanto mais lenta a desintegração da forma farmacêutica, mais lenta a dissolução.
201Importância do teste de
dissolução Prever o desempenho in vivo da formulação;
Garantir a qualidade lote a lote do medicamento;
Orientar o desenvolvimento de novas formulações;
Assegurar a uniformidade da qualidade e do desempenho do
medicamento depois de determinadas alterações;
Reflexo da qualidade da formulação!!!!
202
203Componentes de um teste de
dissolução Meio de dissolução;
• Volume de meio de dissolução;
• Deaeração do meio de dissolução; Dissolutor; Equipamento de quantificação (UV, HPLC); Aparatos e acessórios (ex. Sinker);
• Velocidade de agitação do aparato; Filtros; Tipos de dissolução, tempo de duração ou de coleta; Justificativa para o valor de “Q”
204Meio de dissolução
Testar meios de dissolução na faixa de pH fisiológico:
pH 1,2 a 6,8 (liberação imediata).
pH 1,2 a 7,5 (liberação modificada)
Meio ideal:
Não utilizar surfactantes
• Permitido utilizar para atingir “sink condition (3 x volume mínimo de solvente para completa solubilização da dose)
Não utilizar solventes orgânicos;
Água: problemas de tamponamento e variação de qualidade;
Meios típicos: HCl diluído, tampões na faixa fisiológica, fluido gástrico ou intestinal simulado (com ou sem enzimas), água e surfactantes (ionicos, cationicos e neutros);
205Equipamento e aparatos
Aparato 1 (cesta) Aparato 2 (pás) Aparato 3 (cilindro
reciprocador) Aparato 4 (célula flow-through) Aparato 5 (pá sobre disco) Aparato 6 (cilindro) Aparato 7 (holder reciprocador)
Escolha depende da forma farmacêutica e da finalidade do teste.
206Aparato 1 - cesta
207Aparato 2 - pá
208Aparato – velocidade de
agitação Para cápsulas ou comprimidos: Aparato 1 (cesta): 100 rpm
Aparato 2 (pás): 50 rpm ou 75 rpm (se formar cone) ou 100 rpm (comprimidos de liberação modificada)
Outras velocidades de agitação podem ser usadas se justificadas (refletem melhor o comportamento “in vivo” ou tornam o método mais discriminativo);
Abaixo de 25 rpm ou acima de 150 rpm: Inapropriados por conta de efeitos hidrodinamicos e de turbulencia
Para suspensões: Aparato 2 (pás): 25 ou 50 rpm
Outras velocidades de agitação podem ser usadas se justificadas;
209
Formação de cone - exemplo
Durante todo o teste/desenvolvimento do método de dissolução, a observação e o senso crítico do analista são fundamentais. O método deverá ser reprodutível e isso envolve manter o ambiente controlado.
210Filtros
Filtração é etapa essencial do método de dissolução: Amostras devem ser filtradas imediatamente:
Param o processo de dissolução; Primeira porção do filtrado deve ser descartada
(saturação do filtro) Filtro não pode reter o fármaco Validar usando padrão diluido filtrado e
centrifugado – variação esperada máx. 2,0%
211
212
Determinação da uniformidade de dose unitária
213
Terceirização de controle de qualidadeRDC 25/2007
214
Art. 46. No caso de contrato de análise, a aprovação final para liberação do produto para comercialização deve
ser realizada pela pessoa designada da Garantia da Qualidade da empresa contratante;
Contratante:
Art. 48. O contratante é responsável por avaliar a competência do contratado em realizar corretamente os
processos ou testes contratados, pela aprovação das atividades do contrato, bem como por assegurar em
contrato que os princípios de BPF descritos nesta resolução sejam seguidos.
Art. 49. O contratante deve fornecer ao contratado todas as informações necessárias para a realização das
operações contratadas de forma correta, de acordo com o registro do produto e quaisquer outras exigências
legais.
Contratada:
Art. 52. É vedado ao contratado terceirizar qualquer parte do trabalho confiado a ele no contrato.
215
Produto acabado - EstabilidadeRDC 01/2005
216RDC 01/2005 - Condições
217
RDC 01/2005 - CondiçõesNúmero de lotes a serem incluídos no estudo
3 lotes para registro
1 ou 3 lotes para qualquer alteração pós registro (de acordo com a RDC 48/2009);
Acompanhamento:
1 lote/ano para fabricação > 15 lotes/ano
1 lote a cada 2 anos para fabricação < 15 lotes/ano
Critério de avaliação do estudo:
Até 6 meses de acelerada ou 12 meses de longa duração variação de teor < 5% em relação ao valor inicial – caso contrário só 12 meses de estabilidade concedida;
Demais testes dentro da especificação (dissolução até S2);
Após 12 meses, resultados dentro da especificação
Concessão do registro:
Com estabilidade acelerada completa (6 meses): Concessão de prazo de validade provisório de 24 meses
Confirmar com o envio do estudo de estabilidade de longa duração
218
Testes obrigatórios para a forma farmacêutica de acordo com a RE 01/2005
219Sólidos – testes
obrigatórios Aparência
Teor do princípio ativo e método analítico correspondente
Quantificação de produtos de degradação e método analítico
correspondente
Limites microbianos
Dissolução
Dureza
220Suspensões – testes
obrigatórios Teor do princípio ativo e método analítico correspondente
Quantificação de produtos de degradação e método analítico
correspondente
Limites microbianos
pH
Sedimentação pós-agitação em suspensões
Perda de peso em suspensões de base aquosa (forma final)
221Semi-sólidos – testes
obrigatórios Teor do princípio ativo e método analítico correspondente
Quantificação de produtos de degradação e método analítico
correspondente
Limites microbianos
pH (base aquosa)
Separação de fase em emulsões e cremes
Perda de peso em semi-sólidos de base aquosa
222Líquidos – testes
obrigatórios Teor do princípio ativo e método analítico correspondente
Quantificação de produtos de degradação e método analítico
correspondente
Limites microbianos
pH
Claridade em soluções (limpidez da solução)
Perda de peso em líquidos de base aquosa
223
Validação de metodologia analítica
224O que é validação?
• Ato documentado que atesta que qualquer procedimento, processo, equipamento, material, atividade ou sistema realmente e consistentemente leva aos resultados esperados;
– RDC 17/2010 – Boas Práticas de Fabricação
• Process of defining an analytical requirement, and confirming that the method under consideration has performance capabilities consistent with what the application requires.
– Eurachem: Fitness for purpose of analytical methods
225Porque validar?
• Demonstrar que o método é apropriado para a finalidade pretendida, ou seja, a determinação qualitativa, semi-quantitativa e/ou quantitativa de fármacos e outras substâncias em produtos farmacêuticos.
– RDC 899/2003 – Validação de métodos analíticos
• A validação é uma parte essencial de Boas Práticas de Fabricação (BPF), sendo um elemento da garantia da qualidade associado a um produto ou processo em particular.
– RDC 17/2010 – Boas Práticas de Fabricação
226Quando validar?
• Os métodos de controle de qualidade devem ser validados antes de serem adotados na rotina, levando-se em consideração as instalações e os equipamentos disponíveis.– Parágrafo único. Os métodos analíticos compendiais não requerem
validação, entretanto antes de sua implementação, devem existir evidências documentadas de sua adequabilidade nas condições operacionais do laboratório.
– RDC 17/2010 – Boas Práticas de Fabricação
• No caso de metodologia analítica descrita em farmacopéias ou formulários oficiais, devidamente reconhecidos pela ANVISA, a metodologia será considerada validada.
– RDC 899/2003 – Validação analítica
227
228Quando revalidar?
• A metodologia analítica deverá ser revalidada nas seguintes circunstâncias: – mudanças na síntese da substância ativa,
– mudanças na composição do produto acabado,
– mudanças no procedimento analítico.
– Outras mudanças podem requerer validação dependendo da sua natureza.
– RDC 899/2003 – Validação de métodos analíticos
• Alterações de formulação (excipiente, sabor, cor), alteração de especificações e métodos, inclusão de novo fabricante do fármaco ou alterações na sua rota de síntese, inclusão de nova concentração ou forma farmacêutica do medicamento,
– RDC 48/2009 – Alterações pós registro
229Responsáveis pela
validação?
Responsável Técnico
assegurar a realização dos programas de validação
Responsável pelo Controle de Qualidadeassegurar que sejam feitas as validações necessárias, inclusive a validação
dos métodos analíticos e calibração dos equipamentos de controle
Responsável pela Garantia da Qualidade assegurar o correto cumprimento das atividades de validação
RDC 17/2010 – Boas Práticas de Fabricação
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Como validar?
Qualificação
•Conjunto de ações realizadas para atestar e documentar que quaisquer instalações, sistemas e equipamentos estão propriamente instalados e/ou funcionam corretamente e levam aos resultados esperados. A qualificação é freqüentemente uma parte da validação, mas as etapas individuais de qualificação não constituem, sozinhas, uma validação de processo;
Plano
mestre de
validação
•Estabelece as estratégias e diretrizes de validação adotadas pelo fabricante. Ele provê informação sobre o programa de trabalho de validação, define detalhes, responsabilidades e cronograma para o trabalho a ser realizado;
Protocolo de validação
•Descreve as atividades a serem realizadas na validação de um projeto específico, incluindo o cronograma, responsabilidades e os critérios de aceitação para a aprovação de um processo produtivo, procedimento de limpeza, método analítico, sistema computadorizado ou parte destes para uso na rotina
Validação
•Deve garantir, por meio de estudos experimentais, que o método atenda às exigências das aplicações analíticas, assegurando a confiabilidade dos resultados. Para tanto, deve apresentar especificidade, linearidade, intervalo, precisão, sensibilidade, limite de quantificação, exatidão, adequados à análise.
Relatório de
validação
•Documento no qual os registros, resultados e avaliação de um programa de validação são consolidados e sumarizados. Pode também conter propostas de melhorias;
231Requisitos prévios para validação
Qualificação e calibração de equipamentos:
1.9. Para a garantia da qualidade analítica dos resultados, todos os equipamentos utilizados na validação devem estar devidamente calibrados e os analistas devem ser qualificados e adequadamente treinados (RDC 899/2003);• qualificação: conjunto de ações realizadas para atestar e
documentar que quaisquer instalações, sistemas e equipamentos estão propriamente instalados e/ou funcionam corretamente e levam aos resultados esperados (RDC 17/2010);
• calibração: conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a relação entre os valores indicados por um instrumento ou sistema de medição ou valores representados por uma medida materializada ou um material de referência, e os valores correspondentes das grandezas estabelecidos por padrões (RDC 17/2010);
232Requisitos prévios para validação
Treinamento dos analistas:
1.9. Para a garantia da qualidade analítica dos resultados, todos os equipamentos utilizados na validação devem estar devidamente calibrados e os analistas devem ser qualificados e adequadamente treinados (RDC 899/2003);
233Plano mestre de validação
• Deve conter os elementos chave do programa de validação. Deve ser conciso e claro, bem como conter, no mínimo:I. uma política de validação;
II. estrutura organizacional das atividades de validação;
III. sumário/relação das instalações, sistemas, equipamentos e processos que se encontram validados e dos que ainda deverão ser validados (situação atual e programação);
IV. modelos de documentos (ex: modelo de protocolo e de relatório) ou referência a eles;
V. planejamento e cronograma;
VI. controle de mudanças; e
VII. referências a outros documentos existentes.
– RDC 17/2010 – Boas práticas de fabricação
234Protocolo de validação
• Devem incluir, no mínimo, as seguintes informações:
I. objetivos do estudo;
II. local/planta onde será conduzido o estudo;
III. responsabilidades;
IV. descrição dos procedimentos a serem seguidos;
V. equipamentos a serem usados, padrões e critérios para produtos e processos relevantes;
VI. tipo de validação;
VII. processos e/ou parâmetros;
VIII. amostragem, testes e requisitos de monitoramento; e
IX. critérios de aceitação.
– RDC 17/2010 – Boas práticas de fabricação
235Processos/Parâmetros da
validação• No caso de metodologia analítica não descrita em farmacopéias ou formulários oficiais, devidamente reconhecidos pela ANVISA, a metodologia será considerada validada, desde que sejam avaliados os parâmetros relacionados a seguir, – Especificidade e Seletividade
– Linearidade
– Intervalo
– Precisão
– Limite de detecção (sensibilidade)
– Limite de quantificação
– Exatidão
– Robustez
– RDC 899/2003 – Validação de métodos analíticos
236
Categoria Finalidade
I Testes quantitativos para a determinação do princípio ativo em produtos farmacêuticos ou matérias–primas
IITestes quantitativos ou ensaio limite para a determinação de impurezas e produtos de degradação em produtos farmacêuticos e matérias-primas
III Testes de performance (por exemplo: dissolução, liberação do ativo, etc)
IV Testes de identificação
Categorias de testes
237
Ensaios necessários por categoria
Parâmetro Categoria I
Categoria IICategori
a IIICategori
a IVQuantitativo
Ensaio Limite
Especificidade Sim Sim Sim * Sim
Linearidade Sim Sim Não * Não
Intervalo Sim Sim * * Não
Precisão
Repe Sim Sim Não Sim Não
Repro ** ** Não ** Não
Limite de detecção Não Não Sim * Não
Limite de quantificação Não Sim Não * Não
Exatidão Sim Sim * * Não
Robustez Sim Sim Sim Não Não
* pode ser necessário, dependendo da natureza do teste específico. ** se houver comprovação da reprodutibilidade não é necessária a comprovação da Precisão Intermediária.