Controle de nível (Caldeira)

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    MODELAGEM E CONTROLE DE NVEL DO TUBULO DE UMA CALDEIRA

    DE VAPOR AQUATUBULAR DE UMA REFINARIA DE PETRLEO

    Francisco de Assis Pinto Marques

    TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAO DOS

    PROGRAMAS DE PS-GRADUAO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE

    FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

    NECESSRIOS PARA A OBTENO DO GRAU DE MESTRE EM CINCIA EM

    ENGENHARIA ELTRICA

    Aprovada por:

    Prof. Liu Hsu, Docteur dEtat

    Prof. Ramon Romankevicius Costa, D.Sc.

    Prof. Joo Carlos dos Santos Baslio, Ph.D.

    Eng. Mario Cesar Mello Massa de Campos, D.ECP.

    RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

    ABRIL DE 2005

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    MARQUES, FRANCISCO DE ASSIS

    PINTO

    Modelagem e controle de nvel do tubulo

    de uma caldeira de vapor aquatubular de

    uma refinaria de petrleo [Rio de Janeiro]

    2005

    XVI, 130p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ,

    M.Sc., Engenharia Eltrica, 2005)

    Tese - Universidade Federal do Rio de

    Janeiro, COPPE

    1. Caldeira aquatubular, modelo dinmico

    no-linear, controle de nvel de lquido,

    fenmeno de expanso e contrao (shrink

    and swell), algoritmo gentico.

    I. COPPE/UFRJ II. Ttulo (srie)

    ii

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    Agradecimentos

    A Deus, em primeiro lugar, por permitir que eu atingisse este degrau.

    minha amada esposa, Ellen Raquel Neves de Pontes Marques, por suas oraes

    e seu socorro sempre presente nas horas difceis. minha amada filha, Emilly Rebeka Pontes Marques, por seu precioso carinho

    sempre presente.

    minha me, Maria Jos Pinto Marques e ao meu pai Raimundo Marques Filho,

    pelo incentivo e pela confiana.

    Aos meus orientadores, professores Liu Hsu e Ramon Romankevicius Costa, pela

    pacincia, orientao e confiana em mim depositados.

    Suframa, pelo projeto inovador do primeiro curso de mestrado em AutomaoIndustrial em Manaus, para enriquecimento tecnolgico da Zona Franca de Manaus.

    PETROBRAS, por me confiar to nobre e distinta tarefa de realizar o mestrado,

    possibilitando que me dedicasse o tempo necessrio para realizao do curso.

    Aos demais professores que participaram dos diversos mdulos do curso, pela de-

    dicao e pela pacincia durante o curso.

    professora Marly, pela coordenao do curso na UFAM.

    COPPE/UFRJ, nas pessoas dos professores e de seus funcionrios.

    iii

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    Resumo da Tese apresentada COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessrios

    para a obteno do grau de Mestre em Cincia (M.Sc.)

    MODELAGEM E CONTROLE DE NVEL DO TUBULO DE UMA CALDEIRA

    DE VAPOR AQUATUBULAR DE UMA REFINARIA DE PETRLEO

    Francisco de Assis Pinto Marques

    Abril DE 2005

    Orientadores: Prof. Liu Hsu, Docteur dEtat

    Prof. Ramon Romankevicius Costa, D.Sc.

    Programa: Engenharia Eltrica

    Um modelo dinmico no linear para uma caldeira aquatubular com circulao na-

    tural desenvolvido usando dados reais de projeto de caldeiras a serem instaladas pela

    Petrobras na Refinaria Isaac Sabb (UN-REMAN), em Manaus-Am. A construo

    do modelo segue uma proposta recente da literatura para obter modelos dinmicos

    apropriados para o projeto de controle desse tipo de caldeiras. O modelo obtido foi

    testado por simulao para os dados de projeto e parece descrever bem a dinmica da

    caldeira, sendo capaz de reproduzir os fenmenos de expanso (swell) e de contrao

    (shrink) tpicos deste tipo de caldeira. Estes fenmenos dificultam o controle de nvel

    de gua no tubulo. Alguns parmetros do modelo devero ser ajustados quando da

    entrada em operao das caldeiras com os dados coletados da planta. O modelo desen-

    volvido poder ser til no projeto do sistema de controle da caldeira, bem como de seu

    ajuste. Foram feitos por simulao os ajustes dos controladores tradicionais utilizando

    algoritmos genticos. Os resultados foram comparados aos obtidos por outros mtodos

    clssicos de ajuste.

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    Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

    requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

    MODELING AND CONTROL OF DRUM LEVEL OF A STEAM BOILER OF

    ONE OIL REFINERY

    Francisco de Assis Pinto Marques

    April/2005

    Advisors: Prof. Liu Hsu, Docteur dEtat

    Prof. Ramon Romankevicius Costa, D.Sc.

    Department: Electrical Engineering

    A nonlinear dynamic model for a drum-boiler with naatural circulation is developed

    using boilers project real data that will be installed by Petrobras in the Isaac Sabb

    Refinery (UN-REMAN), in Manaus-Am. The model construction follows a recently

    proposed method for obtaining dynamic models of low complexity appropriate for the

    control design of this kind of boilers. The resulting model was tested by simulation

    performed with the available plant data and appears to describe well the boiler dy-

    namics, being able to reproduce the swell and shrink phenomenas, typical in this kind

    of boiler. The latter phenomena make the water level control in drum more difficult.

    Some model parameters shall be adjusted with the data collected from the real plant

    when the true boiler enters in operation. The developed model can be useful in the

    boiler control system design, as well as in its tuning. The tuning of several classical

    controllers were made with simulations and using a Genetic Algorithm. The results

    have been compared with those obtained with classical tuning methods.

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    Contedo

    Lista de Figuras x

    1 Introduo e Preliminares 1

    1.1 Caldeiras Aquatubulares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

    1.1.1 Componentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

    1.1.2 Funcionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

    1.1.3 Transferncia de Calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

    1.1.4 Circulao de gua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

    1.1.5 Separao Lquido-Vapor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

    1.1.6 Superaquecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

    2 Modelagem 12

    2.1 Introduo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

    2.2 Modelo No Linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

    2.2.1 Balanos globais de massa e de energia . . . . . . . . . . . . . . 12

    2.2.2 Balanos de massa e de energia nos subsistemas . . . . . . . . . 18

    2.2.2.1 Balano de massa e de energia nos risers e tubulo . . 18

    2.2.3 Sumrio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

    2.3 Modelo linearizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

    2.3.1 Modelo linearizado considerando eij fixos . . . . . . . . . . . . . 28

    2.3.2 Modelo linear considerando uma aproximao para eij . . . . . 31

    2.3.3 Modelo modificado considerando presso constante . . . . . . . 33

    3 Levantamento de Dados e Anlise dos Modelos 35

    3.1 Levantamento de propriedades termodinmicas . . . . . . . . . . . . . . 35

    vi

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    3.1.1 Levantamento de propriedades termodinmicas da Caldeira de

    STRM & BELL (2000) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

    3.1.2 Levantamento de propriedades termodinmicas da Caldeira Nova

    (GV-513101A) da REMAN . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

    3.1.3 Levantamento de propriedades termodinmicas da Caldeira B-

    402 da REMAN . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

    3.2 Levantamento de dados geomtricos e demais parmetros . . . . . . . . 38

    3.2.1 Levantamento de dados geomtricos e demais parmetros da Caldeira

    do strm . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

    3.2.2 Levantamento de dados geomtricos e demais parmetros da Caldeira

    Nova (GV-513101A) da REMAN . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

    3.2.3 Levantamento de dados geomtricos e demais parmetros da Caldeira

    B-402 da REMAN . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

    3.3 Anlise do Modelo Para a Caldeira do Artigo do strm e Bell . . . . . 42

    3.3.1 Modelo No Linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

    3.3.2 Modelo No Linear Considerando Presso Constante . . . . . . 44

    3.3.3 Modelo Linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 453.3.4 Modelo Linear Considerando Constantes os Coeficientes eij . . . 47

    3.3.5 Modelo Linear Considerando Presso Constante . . . . . . . . . 49

    3.3.6 Comparao dos modelos para a caldeira do artigo STRM &

    BELL (2000) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

    3.4 Anlise do Modelo Para a Caldeira Nova (GV-513101A) da REMAN . 52

    3.4.1 Modelo No Linear Para a GV-513101A . . . . . . . . . . . . . 52

    3.4.2 Modelo No Linear Considerando Presso Constante Para a caldeiranova (GV-513101A) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

    3.4.3 Modelo Linear Para a GV-513101A . . . . . . . . . . . . . . . . 55

    3.4.4 Modelo Linearizado Considerando Constantes os Coeficientes eij

    Para a GV-513101A . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

    3.4.5 Modelo Linear Considerando Presso Constante Para a caldeira

    nova (GV-513101A) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

    3.4.6 Comparao dos Modelos Para a Caldeira Nova (GV-513101A)

    da REMAN . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

    vii

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    3.5 Anlise do Modelo Para a Caldeira B-402 da REMAN . . . . . . . . . . 60

    3.5.1 Modelo No Linear Para a B-402 . . . . . . . . . . . . . . . . . 60

    3.5.2 Modelo Linear Para a B-402 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

    3.5.3 Modelo Linearizado Considerando Constantes os Coeficientes eij

    Para a B-402 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63

    3.5.4 Modelo Linear Considerando Presso Constante Para a B-402 . 64

    3.6 Discusso dos resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

    4 Controladores 67

    4.1 Introduo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

    4.2 Controle de Nvel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68

    4.2.1 Introduo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68

    4.3 Controle de nvel auto-operado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69

    4.4 Controle de nvel a um elemento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70

    4.5 Controle de nvel a dois elementos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

    4.6 Controle de nvel a trs elementos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72

    4.7 Controle de nvel a trs elementos com compensao da vazo de gua

    de alimentao e do nvel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74

    4.8 Ajuste do Controle de nvel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76

    4.8.1 Mtodos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76

    4.8.2 Mtodo da oscilao limite de Ziegler-Nichols . . . . . . . . . . 76

    4.8.3 Mtodo da curva de reao de Ziegler-Nichols . . . . . . . . . . 76

    4.8.4 Mtodo da curva de reao de Cohen e Coon . . . . . . . . . . . 78

    4.8.5 Consideraes sobre os Mtodos Ziegler e Nichols e Cohen e Coon 784.8.6 Algoritmos Genticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

    4.8.6.1 Introduo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

    4.8.6.2 Definies bsicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81

    4.8.6.3 Representao gentica . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81

    4.8.6.4 Estrutura dos Algoritmos Genticos . . . . . . . . . . 82

    4.8.6.5 Parmetros de controle de um AG . . . . . . . . . . . 88

    4.8.6.6 Fundamentos matemticos . . . . . . . . . . . . . . . . 89

    4.8.6.7 Vantagens e desvantagens dos Algoritmos Genticos . . 91

    viii

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    4.8.6.8 Representao gentica dos parmetros do PID . . . . 92

    4.8.6.9 Funo objetivo baseada no critrio misto H2/H . . . 93

    4.8.6.10 Auto-sintonia do PID usando Algoritmo Gentico . . . 94

    4.8.6.11 Detalhes importantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96

    4.8.7 Ajuste do controlador utilizando o mtodo da oscilao limite de

    Ziegler-Nichols . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97

    4.8.8 Ajuste do controlador utilizando o mtodo da curva de reao de

    Ziegler-Nichols . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97

    4.8.9 Ajuste do controlador utilizando o mtodo da curva de reao de

    Cohen e Coon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98

    4.8.10 Ajuste do controlador utilizando o mtodo do Algoritmo Gentico 99

    4.8.11 Mtodo de ajuste prtico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102

    5 Comparao entre os Controladores 103

    5.1 Introduo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103

    5.2 Comparao dos 3 tipos de controladores . . . . . . . . . . . . . . . . . 103

    6 Concluses 110

    Bibliografia 112

    ix

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    Lista de Figuras

    1.1 Modelo esquemtico de caldeira aquatubular . . . . . . . . . . . . . . . 5

    1.2 Efeito da presso na absoro de calor num gerador de vapor . . . . . . 61.3 Variao da densidade conforme a presso . . . . . . . . . . . . . . . . 9

    1.4 Internos do tubulo de vapor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

    2.1 Esquema simplificado de uma caldeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

    2.2 Tubo vertical com fluxo de calor uniforme . . . . . . . . . . . . . . . . 19

    2.3 Tubulo de vapor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

    3.1 Caldeira Nova Em Montagem na REMAN . . . . . . . . . . . . . . . . 40

    3.2 Caldeira B-402 em Operao na REMAN . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

    3.3 Modelo No Linear: Resposta a um degrau no fluxo mssico de vapor

    (qs) de 10kg/s em carga mdia (qs = 36kg/s)(.... : artigo do strm, -

    : obtido das simulaes). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

    3.4 Modelo No Linear: Resposta do nvel (l) a um degrau no fluxo mssico

    de vapor (qs) de 10kg/s em carga mdia (qs = 36kg/s)(.... : artigo do

    strm, -: obtido das simulaes). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

    3.5 Modelo No Linear: Resposta do nvel (l) a um degrau no fluxo mssico

    de vapor (qs) de 10kg/s em carga alta (qs = 72kg/s)(.... : artigo do

    strm, - : obtido das simulaes). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

    3.6 Modelo No Linear Considerando Presso Constante: Resposta a um

    degrau no fluxo mssico de vapor (qs) de 10kg/s em carga mdia (qs =

    36kg/s). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

    x

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    3.7 Modelo No Linear Considerando Presso Constante: Resposta do nvel

    (l) a um degrau no fluxo mssico de vapor (qs) de 10kg/s em carga

    mdia (qs = 36kg/s) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

    3.8 Modelo linear: Resposta a um degrau de 10kg/s no fluxo mssico de

    vapor (qs) em carga mdia (qs = 36kg/s). . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

    3.9 Modelo linear: Resposta do nvel (l)a um degrau no fluxo mssico de

    vapor (qs) de 10kg/s em carga mdia (qs = 36kg/s). . . . . . . . . . . . 46

    3.10 Modelo linear: Resposta do nvel (l)a um degrau no fluxo mssico de

    vapor (qs) de 10kg/s em carga alta (qs = 72kg/s). . . . . . . . . . . . . 47

    3.11 Modelo linear Considerando Constantes os Coeficientes eij

    : Resposta a

    um degrau no fluxo mssico de vapor (qs) de 10kg/s em carga mdia

    (qs = 36kg/s). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

    3.12 Modelo linear Considerando Constantes os Coeficientes eij: Resposta do

    nvel (l)a um degrau no fluxo mssico de vapor (qs) de 10kg/s em carga

    mdia (qs = 36kg/s). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

    3.13 Modelo linear Considerando Presso Constante: Resposta a um degrau

    no fluxo mssico de vapor (qs) de 10kg/s em carga mdia (qs = 36kg/s). 503.14 Modelo linear Considerando Presso Constante: Resposta do nvel (l)a

    um degrau no fluxo mssico de vapor (qs) de 10kg/s em carga mdia

    (qs = 36kg/s). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

    3.15 Caldeira do strm para degrau de 10kg/s em carga mdia (qs =

    36kg/s): - - - No linear; Linear e Linear considerando coeficientes

    ei,j constantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

    3.16 Caldeira do strm para degrau de 10kg/s em carga mdia (qs =36kg/s): - - - No linear; Linear e Linear considerando coeficientes

    ei,j constantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

    3.17 Caldeira do strm para um degrau de 10kg/s em carga mdia (qs =

    36kg/s) para presso constante: - - - No linear; Linear . . . . . . . 52

    3.18 Caldeira do strm para degrau de 10kg/s em carga mdia (qs =

    36kg/s) para presso constante: - - - No linear; Linear . . . . . . . 52

    3.19 Modelo No Linear para a GV-513101A: Resposta a um degrau no fluxo

    mssico de vapor (qs) de 1, 11kg/s em carga mdia (qs = 6, 94kg/s). . . 53

    xi

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    3.20 Modelo No Linear para a GV-513101A: Resposta do nvel (l)a um

    degrau no fluxo mssico de vapor (qs) de 1, 11kg/s em carga normal

    (qs = 6, 94kg/s). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

    3.21 Modelo No Linear para a GV-513101A: Resposta do nvel (l) a um

    degrau no fluxo mssico de vapor (qs) de 1, 11kg/s em carga baixa (qs =

    0, 389kg/s, 20% da carga normal). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

    3.22 Modelo No Linear Considerando Presso Constante para a GV-513101A:

    Resposta a um degrau no fluxo mssico de vapor (qs) de 1, 11kg/s em

    carga normal (qs = 6, 94kg/s). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

    3.23 Modelo No Linear Considerando Presso Constante para a GV-513101A:

    Resposta do nvel (l) a um degrau no fluxo mssico de vapor (qs) de

    1, 11kg/s em carga normal (qs = 6, 94kg/s). . . . . . . . . . . . . . . . 55

    3.24 Modelo linear para a GV-513101A: Resposta a um degrau no fluxo ms-

    sico de vapor (qs) de 1.11kg/s em carga nominal (qs = 6, 9436kg/s). . . 56

    3.25 Modelo linear para a GV-513101A: Resposta do nvel (l) a um degrau no

    fluxo mssico de vapor (qs) de 1, 1kg/s em carga nominal (qs = 6, 94kg/s). 56

    3.26 Modelo linear para a GV-513101A: Resposta do nvel (l) a um degrau nofluxo mssico de vapor (qs) de 1, 11kg/s em carga baixa (qs = 0, 389kg/s,

    20% da carga normal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

    3.27 Modelo linear Considerando Constantes os Coeficientes eij para a GV-

    513101A: Resposta a um degrau no fluxo mssico de vapor (qs) de

    1.11kg/s em carga nominal (qs = 6, 94kg/s). . . . . . . . . . . . . . . . 58

    3.28 Modelo linear Considerando Constantes os Coeficientes eij para a GV-

    513101A: Resposta do nvel (l) a um degrau no fluxo mssico de vapor(qs) de 1, 11kg/s em carga nominal (qs = 6, 94kg/s). . . . . . . . . . . . 58

    3.29 Comparao dos Modelos para a GV-513101A: Resposta do nvel (l) a

    um degrau no fluxo mssico de vapor (qs) de 1, 11kg/s em carga mdia

    (qs = 6, 94kg/s). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60

    3.30 Modelo No Linear para a B-402: Resposta a um degrau no fluxo mssico

    de vapor (qs) de 0, 5kg/s em carga normal (qs = 3, 83kg/s) . . . . . . . 60

    3.31 Modelo No Linear para a B-402: Resposta do nvel (l)a um degrau no

    fluxo mssico de vapor (qs) de 0, 5kg/s em carga normal (qs = 3, 83kg/s) 61

    xii

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    13/130

    3.32 Modelo Linear para a B-402: Resposta a um degrau no fluxo mssico de

    vapor (qs) de 0, 5kg/s em carga normal (qs = 3, 83kg/s) . . . . . . . . . 62

    3.33 Modelo Linear para a B-402: Resposta do nvel (l)a um degrau no fluxo

    mssico de vapor (qs) de 0, 5kg/s em carga normal (qs = 3, 83kg/s) . . 62

    3.34 Modelo Linear com eij constantes para a B-402: Resposta a um degrau

    no fluxo mssico de vapor (qs) de 0, 5kg/s em carga normal (qs = 3, 83kg/s) 63

    3.35 Modelo Linear com eij constantes para a B-402: Resposta do nvel (l)a

    um degrau no fluxo mssico de vapor (qs) de 0, 5kg/s em carga normal

    (qs = 3, 83kg/s) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

    3.36 Modelo Linear com presso constante para a B-402: Resposta a umdegrau no fluxo mssico de vapor (qs) de 0, 5kg/s em carga normal (qs =

    3, 83kg/s) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

    3.37 Modelo Linear com presso constante para a B-402: Resposta do nvel

    (l)a um degrau no fluxo mssico de vapor (qs) de 0, 5kg/s em carga

    normal (qs = 3, 83kg/s) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

    4.1 Controle de nvel termo-hidrulico auto-operado . . . . . . . . . . . . . 69

    4.2 Controle de nvel a um elemento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70

    4.3 Diagrama de blocos do controle de nvel a 1 elemento. . . . . . . . . . . 71

    4.4 Controle de nvel a dois elementos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72

    4.5 Diagrama de blocos do controle de nvel a dois elementos . . . . . . . . 73

    4.6 Controle de nvel a trs elementos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

    4.7 Diagrama de blocos do controle de nvel a trs elementos. . . . . . . . . 74

    4.8 Curva de reao para obteno dos parmetros para ajuste do PID porZiegler e Nichols . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77

    4.9 Diagrama de blocos para aplicao do mtodo da curva de reao para

    ajuste do controle de nvel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

    4.10 Mapeamento linear. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83

    4.11 Cromossomos escolhidos para o cruzamento. . . . . . . . . . . . . . . . 86

    4.12 Cromossomos depois do cruzamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

    4.13 Cromossomos depois do cruzamento em dois pontos. . . . . . . . . . . . 87

    4.14 Cromossomos depois da operao de mutao. . . . . . . . . . . . . . . 87

    xiii

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    14/130

    4.15 Modelo linear com presso constante para a GV-513101A: Resposta ao

    degrau no fluxo mssico de gua de alimentao (qf) para vrios pontos

    de operao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99

    4.16 Ajuste para carga de 30% da carga nominal . . . . . . . . . . . . . . . 100

    4.17 Ajuste para carga de 50% da carga nominal . . . . . . . . . . . . . . . 101

    4.18 Ajuste para carga de 100% da carga nominal . . . . . . . . . . . . . . . 101

    4.19 Ajuste para carga de 120% da carga nominal . . . . . . . . . . . . . . . 102

    5.1 Controle a 3 elementos para uma carga de 100% da nominal com ajuste

    pela oscilao limite de Ziegler e Nichols . . . . . . . . . . . . . . . . . 105

    5.2 Controle a 3 elementos para uma carga de 100% da nominal com ajustepelo Algoritmo Gentico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106

    5.3 Controle a 3 elementos para uma carga de 100% da nominal com ajuste

    pela curva de reao de Ziegler e Nichols . . . . . . . . . . . . . . . . . 106

    5.4 Controle a 3 elementos para uma carga de 100% da nominal com ajuste

    pela curva de reao de Cohen e Coon . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107

    5.5 Controle a 3 elementos para uma carga de 100% da nominal . . . . . . 107

    5.6 Respostas para o ajuste pelo mtodo do Algoritmo Gentico: degrau de

    1, 1kg/s no fluxo mssico de vapor qs para os trs tipos de controladores:

    a 1 elemento, a 2elementos e a 3elementos . . . . . . . . . . . . . . . . 108

    5.7 Respostas para o ajuste pelo mtodo da oscilao limite de Ziegler e

    Nichols: degrau de 1, 1kg/s no fluxo mssico de vapor qs para os trs

    tipos de controladores: a 1 elemento, a 2elementos e a 3elementos . . . 108

    5.8 Controle a 3 elementos para vrios pontos de operao: Resposta ao

    degrau de 1, 1kg/s no fluxo mssico de vapor qs com controlador ajustado

    pela oscilao limite de Ziegler e Nichols . . . . . . . . . . . . . . . . . 109

    5.9 Controle a 3 elementos para vrios pontos de operao: Resposta ao

    degrau de 1, 1kg/s no fluxo mssico de vapor qs com controlador ajustado

    pelo mtodo do Algoritmo Gentico para 100% da carga normal . . . . 109

    xiv

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    15/130

    .

    Lista de Smbolos

    A rea da seco transversal do tubo (m2)

    Adc rea do downcomer (m2)

    AG algoritmo gentico

    Cp calor especfico do metal (J/(kgoC))

    d distrbio no fluxo mssico de gua de alimentao (kg/s)

    GcL funo de transferncia do controlador de nvel

    Gcv funo de transferncia do controlador de vazo de gua de alimentao

    Gd funo de transferncia que representa o distrbio

    Gpqf funo de transferncia do nvel e vazo de gua de alimentao em malha abertaGpqs funo de transferncia do nvel e vazo de vapor em malha aberta

    Gpv funo de transferncia da vlvula de controle da gua de alimentao

    h entalpia especfica da mistura vapor/gua (J/kg)

    hc entalpia especfica de condensao (J/kg)

    hf entalpia especfica da gua de alimentao (J/kg)

    hs entalpia especfica do vapor (J/kg)

    hw entalpia especfica da gua (J/kg)k coeficiente de frico dimensional

    L nvel de lquido no tubulo de vapor (m)

    Ldc comprimento do downcomer (m)

    Lr comprimento do riser (m)

    Lsp set point do nvel de lquido no tubulo de vapor (m)

    mt massa total do metal (kg)

    p presso (Pa)

    Q fluxo de calor (W)

    xv

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    16/130

    qcd fluxo mssico de condensao (kg/s)

    qf fluxo mssico de gua que entra no tubulo (kg/s)

    qqd fluxo mssico total entrando nos risers (kg/s)

    qr fluxo mssico total saindo dos risers (kg/s)

    qs fluxo mssico de vapor que sai do tubulo (kg/s)

    qsd fluxo mssico de vapor atravs da superfcie lquida no tubulo (kg/s)

    t tempo (s)

    Td tempo de residncia do vapor no tubulo (s)

    tm temperatura do metal (oC)

    ts temperatura do vapor (o

    C)uw energia interna especfica da gua (J/kg)

    us energia interna especfica do vapor (J/kg)

    Vdc volume dos downcomers (m3)

    Vst volume total de vapor no sistema (m3)

    Vsd volume do vapor abaixo do nvel lquido (m3)

    Vt O volume total do tubulo, risers e downcomers (m3)

    Vwd volume de gua debaixo do nvel lquido (m3

    )

    Vwt volume total de gua no sistema (m3)

    m frao mssica de vapor no fluxo

    r qualidade de vapor

    v frao volumtrica

    v frao volumtrica mdia

    parmetro emprico

    s massa especfica do vapor (kg/m3)

    w massa especfica da gua (kg/m3)

    xvi

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    17/130

    Captulo 1

    Introduo e Preliminares

    Existem muitas aplicaes de modelos matemticos para representar o comportamento

    dinmico de caldeiras aquatubulares em termoeltricas (CHEN & SHAMMA, 2004).

    Os modelos so utilizados para minimizar o problema de regulao decorrente das

    mudanas acentuadas na gerao de energia eltrica. Uma conseqncia disso que

    as mudanas rpidas na demanda tm seu efeito aumentado. Isto leva a requisitos

    mais restritivos nos sistemas de controle para os processos (CHRISTIAAN & HAAF,

    2000). Algumas variveis do processo devem se manter em uma determinada faixa para

    grandes mudanas nas condies operacionais. Uma maneira de conseguir isto incor-

    porar mais conhecimento do processo nos sistemas de controle. Entretanto a falta de

    bons modelos de processo no-linear um gargalo na aplicao de controladores basea-

    dos em modelo. Para muitos processos industriais existem bons modelos estticos

    usados no projeto do processo na condio de operao no estado estacionrio. Usando

    tcnicas de identificao possvel obter modelos de caixa preta de complexidade ra-zovel que descreve bem o sistema em condies operacionais especficas. Entretanto,

    nenhum dos modelos estticos nem modelos de caixa preta so satisfatrios para o

    controle baseado em modelo, uma vez que os modelos de projeto esttico so bas-

    tante complexos e no capturam a dinmica e os modelos de caixa preta so s vlidos

    para condies operacionais especficas. Portanto, se faz necessrio para o projeto do

    controle, a utilizao de modelos matemticos com uma complexidade relativa e que

    consiga representar a dinmica do processo em diversos pontos de operao.

    Na indstria de petrleo, a caldeira um dos principais equipamentos, sendo res-

    1

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    18/130

    CAPTULO 1. INTRODUO E PRELIMINARES 2

    ponsvel pela gerao de vapor para acionar turbinas, aquecer produtos, fazer purga

    de segurana em diversos equipamentos, auxiliar o processo de destilao de petrleo,

    limpar sees de conveco de fornos de aquecimento de produtos, alm de outras apli-

    caes. Devido complexidade e importncia da utilizao de vapor em seus processos,

    uma refinaria de petrleo requer que a gerao de vapor seja extremamente confivel.

    Como est sendo instalado um novo sistema de gerao de vapor na Refinaria Isaac

    Sabb - UN-REMAN, optou-se por construir um modelo matemtico dinmico com

    complexidade reduzida e capaz de representar o comportamento linear e no-linear

    da caldeira de maneira suficientemente fiel para permitir o projeto de seu sistema de

    controle automtico de nvel. Tal malha de controle crtica e, deste modo, requer

    um cuidado especial para garantir um funcionamento seguro da caldeira. O modelo

    proposto baseado no modelo no linear de STRM & BELL (2000) e poder servir

    como um modelo de testes para possveis controladores. O modelo linearizado dever

    permitir a obteno de um pr-ajuste dos possveis controladores em pontos de ope-

    rao de interesse. Esse pr ajuste poder ser testado no modelo completo no linear

    e posteriormente ser utilizado como um ajuste inicial na planta real. Testes de campo

    poderiam refinar o ajuste.O sistema de controle de nvel da caldeira aquatubular apresenta dificuldades de

    controle bem conhecidas. Trata-se de um sistema de fase no-mnima (fenmenos de

    contrao e de expanso (KWANTNY & BERG, 1993)) com forte no linearidade

    responsvel pelas mudanas acentuadas de suas caractersticas conforme o ponto de

    operao da caldeira, principalmente em relao ao nvel de lquido no tubulo.

    Organizao

    Esta dissertao est organizada em seis captulos.Ainda no Captulo 1 so apresentados os componentes e funcionamento das caldeiras

    aquatubulares.

    No Captulo 2 abordada a modelagem da caldeira aquatubular baseado em S-

    TRM & BELL (2000).

    No Captulo 3 so apresentados os levantamentos de dados e anlise dos modelos

    para os diversos pontos de operao das caldeiras de STRM & BELL (2000), uma

    das caldeiras atualmente em operao na Refinaria Isaac Sabb - UN-REMAN e das

    novas caldeiras que esto em fase avanada de montagem.

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    19/130

    CAPTULO 1. INTRODUO E PRELIMINARES 3

    No Captulo 4 feita uma abordagem sobre os controladores de nvel auto-operado,

    a 1, 2 e a 3 elementos. Neste captulo so abordados quatro mtodos de ajustes do

    controlador de nvel: Mtodo da oscilao limite de Ziegler e Nichols, Mtodo da curva

    de reao de Ziegler e Nichols, Mtodo da curva de reao de Cohen e Coon e Mtodo

    do Algoritmo Gentico.

    No Captulo 5 so apresentadas as comparaes entre os trs tipos de controladores

    (a 1, 2 e a 3 elementos) em diversos pontos de operao, utilizando os quatro tipos de

    ajustes obtidos no Captulo 4.

    No Captulo 6 so apresentadas as concluses e as perspectivas para a continuao

    do estudo do modelo e controle de nvel de caldeiras aquatubulares.

    1.1 Caldeiras Aquatubulares

    As caldeira aquatubulares tm como principal caracterstica, e bvia, a formao do

    vapor no interior dos tubos, por onde tambm circula a gua. O funcionamento deste

    tipo de caldeira est descrito em FRYLING (1966), BABCOCK (1960), PEREIRA et

    al., e SILVA & PERREIRA (1993).

    1.1.1 Componentes

    Os principais elementos que compem o corpo de uma caldeira aquatubular a com-

    busto tpica so os seguintes (ver figura (1.1)):

    tubulo superior;

    tubos de circulao ascendentes (risers);

    tubos de circulao descendentes (downcomers);

    tubulo inferior;

    fornalha (onde ocorre a queima dos combustveis);

    Podem existir tambm:

    superaquecedor;

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    20/130

    CAPTULO 1. INTRODUO E PRELIMINARES 4

    preaquecedor de ar;

    economizador e;

    bomba de circulao forada.

    Os cinco primeiros componentes so fundamentais para o funcionamento de qual-

    quer caldeira aquatubular, gerando somente vapor saturado, no entanto so raros os

    casos de equipamentos contando apenas com eles. Normalmente, devido ao porte,

    utilizao do vapor e economicidade do sistema, vrios dos outros itens citados esto

    presentes.

    As funes destes componentes so as seguintes:

    Tubulo superior: separar, coletar, acumular o vapor gerado e receber a gua de

    alimentao;

    Tubos ascendentes (risers): gerar e conduzir o vapor ao tubulo superior;

    Tubos descendentes (downcomers): conduzir a gua lquida ao tubulo inferior;

    Tubulo inferior: acumular gua lquida e coletar depsitos, de onde podem ser

    drenados;

    Fornalha: gerar e fornecer a energia necessria ao processo de vaporizao da

    gua e superaquecimento do vapor;

    Superaquecedor: elevar a temperatura do vapor, secando-o;

    Pr-aquecedor de ar: aquecer o ar da combusto, normalmente aproveitando o

    calor dos gases de combusto;

    Economizador: aquecer a gua de alimentao da caldeira, tambm utilizando os

    gases de combusto;

    Bomba de circulao forada: manter a circulao de gua e vapor no interior

    dos tubos da caldeira, necessrio conforme a presso da caldeira e projeto daconfigurao das tubulaes.

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    21/130

    CAPTULO 1. INTRODUO E PRELIMINARES 5

    1.1.2 Funcionamento

    Ser descrito inicialmente o funcionamento bsico do sistema gua-vapor numa caldeira

    aquatubular de circulao natural, o tipo mais comum encontrado na indstria.Pode ser visto na figura (1.1) que este modelo bsico composto dos tubules

    superior e inferior e dos tubos ascendentes e descendentes somente, alm da fornalha.

    O tubulo superior opera com gua at seu nvel mdio (50%) e o tubulo inferior,

    afogado. Os tubos ascendentes encontram-se voltados para o lado da fonte de energia

    enquanto os tudos descendentes esto na posio oposta, ou seja, no recebem parcela

    significativa da energia.

    Observando a figura (1.1), pode-se concluir que a transferncia de calor e formao

    de vapor se dar apenas nos tubos ascendentes, na face exposta fonte de energia.

    Como consequncia imediata, a massa especfica do fluido presente nestes tubos ir

    diminuir devido presena do vapor, o que provocar a existncia de um diferencial

    de presso hidrosttica entre estes e os tubos descendentes, gerando um fluxo do lado

    descendente para o ascendente. Este fenmeno fsico gera a circulao de gua, que

    permite o fluxo mssico de vapor gerado para cima em direo ao tubulo superior e

    da gua dos tubos opostos para baixo.

    Figura 1.1: Modelo esquemtico de caldeira aquatubular

    Ao chegar no tubulo superior e encontrar a superfcie livre, o vapor sair do seio

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    22/130

    CAPTULO 1. INTRODUO E PRELIMINARES 6

    do lquido, separando-se e sendo acumulado. Enquanto isso, toda gua lquida obri-

    gatoriamente passa pelo tubulo inferior. Consequentemente todos os depsitos, que

    porventura possam se formar no interior da caldeira, se acumularo neste vaso.

    1.1.3 Transferncia de Calor

    A troca trmica numa caldeira ocorre pelas trs formas conhecidas: radiao, conduo

    e conveco.

    Numa caldeira necessria a transferncia de calor para fornecer energia gua

    para esta se aquecer, vaporizar e eventualmente superaquecer o vapor gerado. Como

    consequncia, devem existir reas de trocas especficas para cada uma destas fases da

    gerao de vapor. Na figura (1.2), pode-se ver as parcelas de energia necessrias a estas

    fases conforme a presso.

    Figura 1.2: Efeito da presso na absoro de calor num gerador de vapor

    Pode-se constatar que a entalpia de vaporizao diminui com o aumento da presso,

    determinando que em caldeiras de alta presso a superfcie de troca para a vaporizao

    seja menor que numa caldeira de baixa presso. A vaporicao ocorre na regio dos

    tubos ascendentes, que por motivos de maior aproveitamento do calor da fornalha

    so unidos uns aos outros, sendo esta regio conhecida ento como parede dgua da

    caldeira, e recebe calor diretamente da fornalha por radiao e por conveco dos gases

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    23/130

    CAPTULO 1. INTRODUO E PRELIMINARES 7

    de combusto. nesta regio que ocorrem as maiores taxas de absoro de calor, da

    ordem de 150000 kcal/hm2.

    Por outro lado, a rea de troca para aquecimento da gua at a saturao maior

    nas caldeiras de alta presso. A partir de certos valores de presso, o uso de sistemas

    de preaquecimento da gua crucial para a viabilidade econmica e operacional da

    caldeira. Estes sistemas englobam os trocadores de calor externos caldeira e os eco-

    nomizadores que recebem calor dos gases de combusto por conveco. Normalmente

    nestes sistemas as taxas de troca de calor so da ordem de 15000 kcal/hm2. O su-

    peraquecimento, que obviamente ocorre no superaquecedor, no muito influenciado

    pela variao de presso, e as taxas de transferncias de calor so de cerca de 2000

    kcal/hm2. Os superaquecedores podem receber calor por conveco ou radiao.

    As formas de absoro de calor, o meio absorvedor e a temperatura de absoro

    so fatores importantes no projeto e especificao dos materiais dos tubos usados nas

    regies. No caso da parede dgua, a temperatura do tubo tender para a da mistura

    gua-vapor interna, devido taxa de absoro ser muito grande (coeficiente de pelcula

    interno muito maior que o externo). Isto s ser obtido, claro, com uma taxa de

    circulao de gua que permita esta absoro e garanta condies de resfriamento dostubos. O processo de vaporizao pode ocorrer de duas formas:

    ebulio nucleada: onde bolhas de vapor aparecem na superfcie interna do tubo,

    sempre h gua lquida em contato com os tubos, permitindo melhores condies

    de resfriamento. Ocorre para baixas presses;

    ebulio em filme: onde ocorre a formao de um filme de vapor entre a gua e

    a superfcie interna dos tubos, sendo a condio de resfriamento pior que no casoanterior. Ocorre em presses mais altas.

    Para se evitar a ocorrncia de ebulio em filme, os cuidados de projeto tm de ser

    maiores sempre tentando manter-se a parede do tubo "molhada". Como critrio de

    projeto, limita-se a percentagem de vapor nas partes superiores dos tubos ascendentes

    em valores de 5 a 15 % em massa. Isto permite a manuteno da ebulio nucleada,

    estabelecendo taxas de absoro elevadas, e temperaturas de superfcie metlica dos

    tubos compatveis com o ao-carbono, material recomendado para a regio da parede

    dgua.

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    24/130

    CAPTULO 1. INTRODUO E PRELIMINARES 8

    J no caso dos superaquecedores, a transferncia de calor menos favorecida, porque

    em ambos os lados do tubo h gases (gs de combusto externamente e vapor inter-

    namente - coeficiente de pelcula externo equivalente ao interno), o que reflete numa

    temperatura de parede mais elevada. Este fato exige a aplicao de materiais mais

    resistentes em sua construo, sendo comum o uso de aos-liga.

    1.1.4 Circulao de gua

    A circulao de gua fundamental para a operao e funcionamento contnuo da

    caldeira aquatubular. ela que permite o fluxo mssico do vapor para o tubulo

    superior, e sua consequente separao e acmulo, bem como a renovao da massade gua aquecida que ir se vaporizar. Alm disto, como foi visto no item anterior,

    a circulao de gua deve ser mantida a uma velocidade apropriada para promover o

    resfriamento dos tubos da parede dgua.

    As foras que esto envolvidas neste fenmeno fsico so:

    o peso da massa de gua lquida nos tubos descendentes;

    o peso da massa da mistura vapor-gua lquida nos tubos ascendentes;

    as foras de atrito resistindo ao fluxo pelos tubos.

    Enquanto a diferena entre os pesos da gua lquida e da mistura vapor-gua puder

    superar o atrito ao fluxo nos tubos, a circulao poder se manter sozinha, sendo

    chamada circulao natural, isto , ocorre naturalmente quando da operao. A presso

    de operao ir afetar grandemente a circulao natural e sua viabilidade. Quando a

    presso baixa, a rea requerida para que se estabelea o fluxo de gua maior doque em presses mais elevadas, isto , so necessrios mais tubos para estabelecer um

    mesmo fluxo mssico numa caldeira de baixa presso do que numa caldeira de alta

    presso. As perdas por atrito se reduzem com o aumento da presso.

    Em contrapartida, com o aumento da presso, a densidade da gua lquida e do

    vapor tendem a se tornar muito prximas conforme mostra a figura (1.3).

    Logo, a diferena de peso das colunas de gua e da mistura vapor-gua diminui,

    e no consegue superar o atrito nos tubos. Isto inviabiliza a circulao natural para

    caldeiras de presso maior que 140 kgf/cm2. Portanto, em caldeiras com presso

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    25/130

    CAPTULO 1. INTRODUO E PRELIMINARES 9

    Figura 1.3: Variao da densidade conforme a presso

    de operao maiores que 180 kgf/cm2, a circulao obrigatoriamente forada, sendo

    usada uma bomba para prover a circulao necessria. Alm do caso de presso elevada,

    a circulao tambm pode ser forada em configuraes de tubulaes particulares, de

    modo a facilitar o projeto. No intervalo entre 140 e 180 kgf/cm2

    , conforme o projeto,poder ser natural, forada ou raramente mista.

    Os geradores de vapor que usam a circulao forada podem ser do tipo de recircu-

    lao, onde necessria a presena de um tubulo para separao e acmulo do vapor,

    e de tubos ascendentes e descendentes, ligados descarga e suco da bomba de circu-

    lao, respectivamente. Tambm existem geradores de vapor do tipo uma s passagem

    (once-through), nos quais a gua lquida succionada pela bomba e descarregada nos

    circuitos de troca trmica, onde ir sofrer a vaporizao e eventual superaquecimento.Este tipo dispensa a existncia de tubulo para a separao lquido-vapor, sendo usado

    para altas presses.

    1.1.5 Separao Lquido-Vapor

    Aps a gerao nos tubos, a mistura gua-vapor conduzida ao tubulo superior para

    ser separada. Esta separao influenciar diretamente na umidade residual presente

    no vapor que ir deixar o tubulo e seguir para o processo. Assim, no ser obtido

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    26/130

    CAPTULO 1. INTRODUO E PRELIMINARES 10

    um superaquecimento muito eficiente de vapor com grande presena de gua lquida

    no seio do vapor, obtendo-se temperatura final do vapor menor que a desejada.

    Como nas unidades industriais de grande porte, este vapor ter vrios usos, inclusive

    acionamento de turbinas, a temperatura e presso do vapor so fatores fundamentais

    na operao adequada das mesmas. Alm disto, a presena de umidade no vapor

    de admisso indesejvel e at danosa para estes equipamentos. Para garantir que

    os aspectos anteriores sejam contemplados quando da gerao de vapor, a separao

    vapor-gua no tubulo superior dever ser realizada da maneira mais eficiente possvel.

    Com este objetivo, o tubulo dotado de dispositivos especialmente projetodos

    para reduzir a presena de umidade no vapor. Estes acessrios so conhecidos como

    internos do tubulo e atuam sobre o fluxo vapor-gua das seguintes formas:

    fora da gravidade;

    fora inercial (momento);

    fora centrfuga;

    filtrao;

    lavagem.

    Os internos cujo funcionamento se baseia nas trs primeiras formas so chamados

    de dispositivos primrios de separao de vapor sendo prprios para uso em presses

    de gerao baixas e mdias. Enquandram-se neste caso, os ciclones, as "chicanas", os

    labirintos entre outros (ver firura (1.4)).

    Os dispositivos de funcionamento baseados em filtrao e lavagem so os dispositivos

    secundrios de separao de vapor e tornam-se imprescindveis quando da gerao devapor em altas presses. A chamada filtrao ocorre num conjunto de placas corrugadas

    ou grelhas (telas) num processo como uma peneirao. A eficincia deste processo

    depende, fundamentalmente da rea e percurso do fluxo no acessrio, do tempo de

    contato, e da velocidade do vapor nos elementos, que deve ser baixa. A lavagem do

    vapor indicada para reduo da slica voltio no vapor, sendo feito pela injeo de

    gua ou condensado num spray antes da sada do vapor de um dos ltimos dispositivos

    primrios e antes deste abandonar o tubulo. Ao entrar em contato com a gua com

    baixo teor de impurezas, cerca de 90% da slica condensada.

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    27/130

    CAPTULO 1. INTRODUO E PRELIMINARES 11

    Figura 1.4: Internos do tubulo de vapor

    1.1.6 Superaquecimento

    Como j foi visto anteriormente, o vapor gerado saturado, em equilbrio com a gua

    lquida. Assim, ao abandonar o tubulo, apesar da presena dos dispositivos de se-

    parao vapor-lquido, ainda h gua lquida dispersa pelo vapor. Normalmente, emcaldeiras bem projetadas e com internos de tubulo em bom estado, o vapor apresenta

    at 5% de gua lquida. Este vapor mido no apropriado para uso em mquinas

    como vapor-motriz, porque a quantidade de energia presente no suficientemente

    alta, o que obrigaria a um consumo elevado de vapor, e a presena da gua pode vir

    a provocar a eroso destas mquinas. A elevao do nvel energtico e secagem do

    vapor so obtidos num processo chamado superaquecimento, no qual o vapor tem sua

    temperatura elevada alm do ponto de ebulio.

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    28/130

    Captulo 2

    Modelagem

    2.1 Introduo

    Existem vrios modelos propostos nas literaturas, conforme pode ser visto em STRM

    & BELL (2000), BELL & STRM (1996) e KWANTNY & BERG (1993). Alguns

    pontos que no estavam claros nos referidos artigos, como por exemplo a utilizao da

    tabela de vapor saturado e as aproximaes quadrticas, foram detalhados. Tambm

    foram detalhados o procedimento para obteno dos modelos, bem como, os mtodos

    de clculos que esto abordados superficialmente em STRM & BELL (2000).

    2.2 Modelo No Linear

    Devido complexidade do sistema de gerao de vapor de uma caldeira aquatubular,

    vrios balanos de massa, de energia e de quantidade de movimento sero necessrios

    para representar matematicamente o seu comportamento dinmico. Alm disso, al-

    gumas consideraes e aproximaes tambm so fundamentais para a obteno de

    um modelo apropriado. O modelo utilizado neste estudo baseado no proposto por

    STRM & BELL (2000).

    2.2.1 Balanos globais de massa e de energia

    No esquema simplificado de uma caldeira, conforme mostrado na figura (2.1), o fluxo

    de calor, Q, fornecido aos tubos ascendentes causa a vaporizao. A fora devido dife-

    12

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    29/130

    CAPTULO 2. MODELAGEM 13

    rena de massa especfica do vapor proveniente dos tubos ascendentes responsvel pela

    circulao no sistema formado pelos tubos ascendentes, tubulo e tubos descendentes.

    Nesta figura, ainda est representado a gua de alimentao, qf, que entra no tubulo

    superior e saindo do tubulo, o fluxo mssico de vapor saturado, qs. Geralmente, este

    vapor enviado para o superaquecedor e depois para acionamento de turbinas. A

    presena de vapor abaixo do nvel de gua no tubulo superior, responsvel pelo

    fenmeno de expanso e de contrao. O balano global de massa dado por

    qf qs =d

    dt

    sVst + wVwt

    , (2.1)

    onde:qf : fluxo mssico de gua que entra no tubulo (kg/s),

    qs : fluxo mssico de vapor que sai do tubulo (kg/s),

    s : massa especfica do vapor (kg/m3),

    w : massa especfica da gua (kg/m3),

    Vwt : volume total de gua no sistema (m3),

    Vst : volume total de vapor no sistema (m3).

    Figura 2.1: Esquema simplificado de uma caldeira

    O balano global de energia dado por

    Q + qfhf qshs =d

    dt(susVst + wuwVwt + mtCptm) , (2.2)

    onde:

    Q : fluxo de calor(W),

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

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    CAPTULO 2. MODELAGEM 14

    hf : entalpia especfica da gua de alimentao (J/kg),

    hs : entalpia especfica do vapor (J/kg),

    uw = hw pw

    : energia interna especfica da gua (J/kg),

    us = hs ps

    : energia interna especfica do vapor (J/kg),

    mt : massa total do metal (kg),

    Cp : calor especfico do metal (J/(kgoC)),

    tm : temperatura do metal (oC).

    O volume total do tubulo, tubos descendentes e tubos ascendentes, Vt, calculado

    pela somatria do vapor e gua lquida no sistema, isto :

    Vt = Vst + Vwt . (2.3)

    A energia interna especfica dada por

    u = hp

    ,

    onde p denota a presso ou, equivalentemente,

    u = hp .

    Substituindo a equao acima na equao (2.2), vem

    Q + qfhf qshs =d

    dt

    (shs p)Vst + (whw p)Vwt + mtCptm

    ,

    Q + qfhf qshs =d

    dt

    shsVst + whwVwt p(Vst + Vwt) + mtCptm

    . (2.4)

    Como

    Vst + Vwt

    representa o volume total de gua no sistema, Vt, a equao (2.4) resulta em

    Q + qfhf qshs =d

    dt

    shsVst + whwVwt pVt + mtCptm

    (2.5)

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    31/130

    CAPTULO 2. MODELAGEM 15

    Para um melhor entendimento do comportamento dinmico do processo, necessrio

    representar as equaes (2.1) e (2.5) como um sistema de segunda ordem. Para variveis

    de estado, sero adotados a presso, p, e o volume total de gua, Vwt.

    Desenvolvendo a equao (2.1):

    qf qs =d

    dt

    sVst + wVwt

    ,

    qf qs = sdVst

    dt+ Vst

    dsdt

    + wdVwt

    dt+ Vwt

    dwdt

    ,

    dVstdt

    =d

    dt

    Vt Vwt

    ,

    dVstdt

    = dVwt

    dt,

    qf qs = sdVwt

    dt+ Vst

    sp

    dp

    dt+ w

    dVwtdt

    + Vwtwp

    dp

    dt,

    (s + w)dVwt

    dt+

    Vstsp

    + Vwtwp

    dpdt

    = qf qs .

    Fazendo

    e11 = w s ,

    e12 = Vstsp

    + Vwt + Vwtwp

    ,

    obtida a seguinte equao:

    e11dVwt

    dt+ e12

    dp

    dt= qf qs , (2.6)

    Para representar a equao (2.5), balano global de energia, na forma de equaes

    de estado, necessrio desenvolver cada um dos termos do lado direito da referida

    equao, conforme a seguir:

    Q + qfhf qshs =d

    dt(shsVst + whwVwt pVt + mtCptm) ,

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    32/130

    CAPTULO 2. MODELAGEM 16

    1o. termo:

    d

    dt(shsVst) =

    d

    dt(shs)Vst + shs

    dVstdt

    ,

    d

    dt(shsVst) = Vst

    dsdt

    hs + sdhsdt

    + shs

    d

    dt(Vt Vwt) ,

    d

    dt(shsVst) = Vsths

    s

    p

    dp

    dt+ s

    hs

    p

    dp

    dt+ shsdVt

    dt

    dVwt

    dt .Como Vt constante, resulta que

    dVtdt

    = 0 .

    Logo,

    d

    dt(shsVst) = Vsths

    s

    p+ s

    hs

    p dp

    dt shs

    dVwt

    dt. (2.7)

    2o. termo:

    d

    dt(whwVwt) =

    d

    dt(whw)Vwt + whw

    dVwtdt

    ,

    d

    dt(whwVwt) = Vwt

    dwdt

    hw + wdhwdt

    + whw

    dVwtdt

    ,

    d

    dt(whwVwt) = Vwt

    hw

    wp

    dp

    dt+ w

    hwp

    dp

    dt

    + whw

    dVwtdt

    .

    Portanto,

    d

    dt(whwVwt) = Vwt

    hw

    wp

    + whwp

    dpdt

    + whwdVwt

    dt. (2.8)

    3o. termo:

    d

    dt(pVt) = Vt

    dp

    dt. (2.9)

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

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    CAPTULO 2. MODELAGEM 17

    4o. termo:

    d

    dt(mtCptm) = mtCp

    tmp

    dp

    dt.

    A temperatura do metal, tm, pode ser aproximada pela temperatura de saturao

    do vapor, ts, pois nos tubos ascendentes h altas taxas de absoro de calor entre gases

    de combusto externa aos tubos ascendentes e a mistura gua-vapor internamente aos

    tubos ascendentes. Portanto, fazendo a substituio na equao anterior, vem

    tm = ts

    ed

    dt(mtCptm) = mtCp

    tsp

    dp

    dt. (2.10)

    Substituindo as equaes (2.7), (2.8), (2.9) e (2.10) na equao do balano de e-

    nergia, resulta que

    shs + whw

    dVwtdt

    +

    Vst

    hs

    sp

    + shsp

    + Vwt

    hw

    wp

    + whwp

    Vt + mtCptsp

    dp

    dt= Q + qfhf qshs . (2.11)

    Fazendo

    e21 = shs + whw ,

    e22 = Vst

    hs

    sp

    + shsp

    + Vwt

    hw

    wp

    + whwp

    Vt + mtCp

    tsp

    .

    substituindo na equao (2.11) e incluindo a equao (2.6), obtido o seguinte

    sistema de segunda ordem:

    e11dVwt

    dt + e12dp

    dt = qf qs ,

    e21dVwtdt

    + e22dpdt

    = Q + qfhf qshs .(2.12)

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  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

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    CAPTULO 2. MODELAGEM 19

    por equaes diferenciais parciais (HEUSSER, 1996). Em STRM & BELL (2000)

    apresentado uma modelagem relativamente simples, baseada em alguns parmetros

    e que se ajusta bem com dados experimentais. Para analisar a dinmica nos risers,

    consideraremos inicialmente um tubo vertical com fluxo de calor uniforme (ver figura

    (2.2)) e fazendo as seguintes definies:

    q : fluxo mssico (kg/s)

    : massa especfica da mistura vapor/gua (kg/m3)

    A : rea da seco transversal do tubo (m2)

    V : volume (m3)

    h : entalpia especfica da mistura vapor/gua (J/kg)

    Q : fluxo de calor fornecido ao tubo (W)

    Considerando que todas as quantidades esto distribudas no tempo t e no espao

    z e, por simplicidade, todas as quantidades so as mesmas numa seco transversal do

    tubo, so obtidas as equaes que representam os balanos de massa e de energia.

    Figura 2.2: Tubo vertical com fluxo de calor uniforme

    O balano de massa e de energia de uma seo z de um dos tubos ascendentes

    dado pelas seguinte equaes:

    Balano de massa:

    A

    t+

    q

    z= 0 (2.14)

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

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    CAPTULO 2. MODELAGEM 20

    Balano de energia:(h)

    t+

    1

    A

    (qh)

    z=

    Q

    V(2.15)

    A energia interna especfica da mistura vapor/gua, h, dada por:

    h = mhs + (1 m)hw = hw + hc , (2.16)

    onde hc a entalpia especfica de condensao e

    m a frao mssica de vapor no fluxo.

    O estado estacionrio dado por:

    q

    z= 0 . (2.17)

    Substituindo as equaes (2.17) e (2.16) nas equaes (2.14) e (2.15), resulta na

    seguinte expresso:

    qh

    z= qhc

    mz

    =QA

    V. (2.18)

    Considerando que o comprimento normalizado ao longo dos risers e r comosendo a qualidade de vapor na sada dos risers, tem-se que a frao mssica de vapor

    ao longo do tubo

    m() = r , (2.19)

    onde 0 1.

    O volume e a frao mssica de vapor so relacionados por v = f(m), onde

    f(m) =wm

    s + (w s)m. (2.20)

    Para modelar o tubulo de vapor essencial descrever o acmulo total de vapor nos

    risers. Isto regido pela frao volumtrica mdia nos risers. Supondo que a frao

    mssica linear ao longo dos risers, a frao volumtrica mdia, v, dada por

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

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    CAPTULO 2. MODELAGEM 21

    v =

    v()d (2.21)

    v =1

    r

    f()d (2.22)

    v =w

    w s

    1

    w(w s)r

    ln(1 +w s

    sr)

    (2.23)

    A transferncia de massa e energia entre vapor e gua por condensao e evaporao

    um elemento chave na modelagem. Quando as fases so modeladas separadamente a

    transferncia deve ser considerada explicitamente. Isto pode ser evitado articulando-se

    as equaes de balano para a gua e para o vapor. O balano global de massa para a

    seo do riser dado por

    ddtsvVr + w(1 v)Vr = qqd qr , (2.24)

    onde

    qr : fluxo mssico total saindo dos risers,

    qqd : fluxo mssico total entrando nos risers.

    O balano global de energia para uma seo do riser dado por

    d

    dt(shsvVr + whw(1 v)Vr pVr + mrCpts) = Q + qdchw (rhc + hw)qr . (2.25)

    Para uma caldeira com circulao forada do fluxo mssico do downcomer, qdc uma

    varivel controlvel. Para caldeira com circulao natural o fluxo mssico regido pelos

    gradientes de massa especfica nos risers e downcomers. O balano de quantidade de

    movimento no sistema formado pelos tubos descendentes e tubos ascendentes dado

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    38/130

    CAPTULO 2. MODELAGEM 22

    por:

    (Lr + Ldc)dqdcdt

    = (w s)vVrg k

    2

    q2dcwAdc

    ,

    onde

    k o coeficiente de frico dimensional;

    Lr o comprimento do riser;

    Ldc o comprimento do downcomer;

    Adc a rea do downcomer.

    Para valores numricos tpicos das novas caldeiras da REMAN, o tempo para atingir

    o estado estacionrio est em torno de 0, 3s. Como este valor bem menor que o tempo

    de amostragem para os casos estudados, pode ser utilizada a relao para o estado

    estacionrio, ou seja,

    dqdc

    dt= 0 ,

    o que resulta em:

    1

    2kq2dc = wAdc(w s)gvVr . (2.26)

    Os fenmenos fsicos no tubulo so complicados: o vapor entra por muitos tubos do

    riser, a gua de alimentao entra atravs de um arranjo complexo, a gua sai atravs

    dos tubos do downcomer e o vapor atravs das vlvulas de vapor dos consumidores.Os modelos de geometria e fluxo so complexos e os mecanismos bsicos so separao

    da gua e vapor e condensao.

    Fazendo as seguinte definies:

    Vsd : volume do vapor abaixo do nvel lquido (m3),

    Vwd : volume de gua debaixo do nvel lquido (m3),

    qsd : fluxo mssico de vapor atravs da superfcie lquida no tubulo (kg/s).

    Essas variveis esto representadas na figura (2.3).

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    39/130

    CAPTULO 2. MODELAGEM 23

    Figura 2.3: Tubulo de vapor

    O balano de massa para o vapor abaixo do nvel lquido dado por

    d

    dt

    (sVsd) = rqr qsd qcd , (2.27)

    onde qsd o fluxo mssico de vapor atravs da fase lquida no tubulo e qcd o fluxo

    mssico de condensao dado por:

    qcd =hw hf

    hcqf +

    1

    hc

    sVsd

    dhsdt

    + wVwddhwdt

    (Vsd + Vwd)dp

    dt+ mdCp

    dtsdt

    . (2.28)

    O fluxo mssico, qsd, regido pela diferena de massa especfica da gua e vapor,

    e o movimento do fluxo mssico entrando no tubulo. Vrios modelos de diferentes

    complexidades tm sido testados. Um bom ajuste para os dados experimentais tem

    sido obtido com o seguinte modelo emprico:

    qsd =sTd

    (Vsd V0sd) + rqdc + r(qdc qr) . (2.29)

    onde, V0sd o volume de vapor no tubulo na situao hipottica quando no h con-

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

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    CAPTULO 2. MODELAGEM 24

    densao de vapor no tubulo e Td o tempo de residncia do vapor no tubulo.

    O volume de gua no tubulo dado por:

    Vwd = Vwt Vdc (1 v)Vr . (2.30)

    Como o tubulo apresenta uma geometria complicada, o comportamento linearizado

    pode ser obtido pela rea superficial do lquido Ad no nvel de operao. A variao

    do nvel do tubulo l medido do seu nvel normal de operao :

    l = Vwd + VsdAd= lw + ls , (2.31)

    onde, lw representa a variao do nvel causada por mudana no acmulo de gua no

    tubulo e ls representa a variao do nvel causada por mudana no acmulo de vapor

    no tubulo.

    O modelo formado pelas equaes diferenciais (2.1), (2.5), (2.24), (2.25) e (2.27).

    Tambm so adicionadas ao modelo as seguintes equaes algbricas:

    a) A equao (2.26) - fluxo mssico de circulao, qdc;

    b) A equao (2.29) - fluxo mssico de vapor atravs da superfcie lquida do tubulo,

    qsd;

    c) A equao (2.31) - nvel do tubulo, l.

    Os volumes so representados pelas equaes (2.3) e (2.30).

    A dinmica do riser representada pelas equaes (2.24) e (2.25). Eliminando o

    fluxo mssico de sada dos risers, qr, multiplicando a equao (2.24) por (hw + rhc)

    e adicionando equao (2.25), resulta que:

    d

    dt

    (shsvVr) (hw + rhc)d

    dt

    (svVr) +d

    dtwhw(1 v)Vr (hw + rhc).

    d

    dt

    w(1 v)Vr

    Vr

    dp

    dt+ mrCp

    dtsdt

    = Q rhcqdc . (2.32)

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    41/130

    CAPTULO 2. MODELAGEM 25

    Simplificando, a seguinte equao obtida:

    hc(1 r)

    d

    dt(svVr) + w(1 v)Vrdhsdt rhc

    d

    dtw(1 v)Vr+ svVr dhsdtV r

    dp

    dt+ mrCp

    dtsdt

    = Q rhcqdc .

    (2.33)

    Se as variveis p e r so conhecidas, pode-se obter o fluxo mssico qr atravs da

    equao (2.24). Isto dado por:

    qr = qdc d

    dt(svVr)

    d

    dt

    w(1 v)Vr

    ,

    qr = qdc Vrd

    dt

    (1 v)w + vs

    ,

    qr = qdc Vrd

    dt

    w v(w s)

    ,

    qr = qdc Vr

    p

    (1 v)w + vs

    dpdt

    + Vr(w s)vr

    drdt

    . (2.34)

    Inserindo as equaes (2.34), (2.28) e (2.29) na equao (2.27), resulta que:

    sdVsd

    dt+ Vsd

    ds

    dt+

    1

    hc sVsddhsdt + wVwd dhwdt(Vsd + Vwd)

    d

    dt+ mdCp

    dtsdt

    +r(1 + )Vr

    d

    dt

    (1 v)w + vs

    =

    sTd

    (V0sd Vsd) +hf hw

    hcqf . (2.35)

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    42/130

    CAPTULO 2. MODELAGEM 26

    2.2.3 Sumrio

    O sistema compostos pelas seguintes variveis de estado:

    Vwt : volume total de gua,

    p : presso no tubulo,

    r : qualidade do vapor,

    Vsd : volume de vapor abaixo do nvel de lquido do tubulo.

    Equaes de estado:

    e11dVwt

    dt+ e12

    dp

    dt= qf qs ,

    e21dVwt

    dt+ e22

    dp

    dt= Q + qfhf qshs , (2.36)

    e32dp

    dt+ e33

    drdt

    = Q rhcqdc ,

    e42dp

    dt + e43dr

    dt + e44dVsd

    dt =

    s

    Td (V0

    sd Vsd)

    hf hw

    hc qf ,

    onde

    hc = hs hw ,

    e11 = w s ,

    e21 = Vstsp

    + Vwtwp

    ,

    e21 = whw shs ,

    e22 = Vst(hssp

    ) + shsp

    +

    + Vwt(hww

    p

    + whw

    p

    ) Vt + mtCpts

    p

    ,

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    43/130

    CAPTULO 2. MODELAGEM 27

    e32 = (whwp

    rhcwp

    )(1 v)Vr+

    + (1 r)hcsp

    + shs

    pvVr+

    +

    s + (w s)r

    hcVr

    vp

    Vr + mrCptsp

    ,

    e33 =

    (1 r)s + rw

    hcVr

    vr

    ,

    e42 = Vsdsp

    +1

    hcsVsdhsp

    + wVwdhwp

    Vsd

    Vwd + mdCptsp

    + r(1 + )Vr

    v

    sp

    + (1 v)wp

    + (s w)vp

    ,

    e43 = r(1 + )(s w)Vrvr

    ,

    e44 = s ,

    onde:

    v : frao volumtrica mdia,

    qdc : fluxo mssico de circulao,

    Td : tempo de residncia do vapor no tubulo,

    ts : temperatura do vapor,

    Vr : volume dos risers,

    mr : massa dos risers,

    : parmetro emprico,Vwd : volume de gua abaixo do nvel do tubulo.

    Portanto, o sistema resultante do tipo

    E(x)x = f(x, u) ,

    y = l(x) ,(2.37)

    .

    .

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    44/130

    CAPTULO 2. MODELAGEM 28

    onde:

    x = [Vwt p r Vsd]T , (2.38)

    u = [qf qs Q]T , (2.39)

    f(x, y) =

    qf qs

    Q qfhf qshs

    Q rhcqdc

    sVsd0Vsd

    Td+

    hfhwhc

    qf

    . (2.40)

    2.3 Modelo linearizado

    2.3.1 Modelo linearizado considerando eij fixos

    Para obter um modelo linearizado, so calculados os coeficientes eij no ponto de ope-

    rao e utilizado o Jacobiano no lado direito das equaes para encontrar os termoslineares. Fazendo E0 como matriz dos coeficientes eij no ponto de operao, obtido

    um sistema do tipo:

    E0x = f(x, u) , (2.41)

    y = l(x) , (2.42)

    sendo

    l =Vwd + Vsd

    Ad, (2.43)

    onde l uma representao do nvel que considera a rea do tubulo no nvel normal

    de operao, Ad, e Vwd o volume de gua no tubulo, ou seja,

    Vwd = Vwt Vdc (1 v)Vr , (2.44)

    y representa o nvel l, x o vetor de estados e u o vetor das entradas:

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    45/130

    CAPTULO 2. MODELAGEM 29

    x = [Vwt p r Vsd]T , (2.45)

    u = [qf qs Q]T , (2.46)

    f(x, y) =

    qf qs

    Q qfhf qshs

    Q rhcqdc

    sVsd0Vsd

    Td+

    hfhwhc

    qf

    . (2.47)

    O modelo linearizado tem a seguinte forma

    E0 x = J1x + J2u , (2.48)

    y = J3x , (2.49)

    ou, equivalentemente,

    x = Jax + Jbu , (2.50)

    y = Jcx , (2.51)

    onde

    Ja = (E0)1J1 ,

    Jb = (E0)1J2 ,

    Jc = J3 ,

    J1 =f

    x

    x=x0,u=u0

    ,

    J2 =f

    u

    x=x0,u=u0

    ,

    J3 =l

    x

    x=x0

    .

    .

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    46/130

    CAPTULO 2. MODELAGEM 30

    A matriz Jacobiana J1 dada por

    J1 =

    f1

    Vwt

    f1

    p

    f1

    r

    f1

    Vsd

    f2Vwt

    f2p

    f2r

    f2Vsd

    f3Vwt

    f3p

    f3r

    f3Vsd

    f4Vwt

    f4p

    f4r

    f4Vsd

    .

    Calculando, resulta que:

    J1 =

    0 0 0 0

    0 0 0 0

    0 0

    hcqdc + rhcqdcr

    0

    0 0 0 sTd

    .

    onde:

    qdc = 2wAdc(w s)gvVrk

    ,

    qdcr

    =1

    2

    2wAdc(w s)gvVrk

    0.5

    2

    kwAdc(w s)gVr

    vr

    ,

    v =w

    w s

    1

    s(w s)r

    ln

    1 +w s

    sr

    ,

    vr

    =ws

    1

    ln(1 + )

    1

    1 + ,

    = rw s

    s.

    Analogamente ao clculo da matriz J1, as matrizes J2 e J3 so dadas por:

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    47/130

    CAPTULO 2. MODELAGEM 31

    J2 =

    f1qf

    f1qs

    f1Q

    f2qf

    f2qs

    f2Q

    f3qf

    f3qs

    f3Q

    f4qf

    f4qs

    f4Q

    =

    1 1 0

    hf hs 1

    0 0 1

    hfhwhc

    0 0

    ,

    J3 = lVwt

    lp

    lr

    lVsd

    T ,

    l

    Vwt=

    1

    Ad,

    l

    p= 0 ,

    Vwdr= r

    ( VwdAd) = 1Ad

    Vwdr,

    l

    r= Vr

    vr

    ,

    l

    r= Vr

    ww

    1

    ln(1 + )1

    1 +

    ,

    l

    Vsd=

    1

    Ad,

    J3 =

    1Ad

    0 1Ad

    Vwdr

    1Ad

    .

    2.3.2 Modelo linear considerando uma aproximao para eij

    Uma forma alternativa de se fazer a linearizao considerar que os coeficientes eij

    variem segundo uma aproximao. Ser desenvolvida uma linearizao baseada na

    aproximao quadrtica dos coeficientes eij. Como esses coeficientes dependem das

    entalpias especficas (h), massas especficas(), temperatura de saturao (ts), massas

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    48/130

    CAPTULO 2. MODELAGEM 32

    de metal (m), dentre outras variveis, sero utilizadas as seguites equaes na equao

    (2.37):

    hs = a01 + (a11 + a21(p p1))(p p1) ,

    hsp

    = a11 + 2a21(p p1) ,

    s = a02 + (a12 + a22(p p1))(p p1) ,

    sp

    = a12 + 2a22(pp1) ,

    hw = a03 + (a13 + a23(pp1))(p p1) ,

    hwp

    = a13 + 2a23(p p1) ,

    w = a04 + (a14 + a24(p p1))(p p1) ,

    wp

    = a14 + 2a24(pp1) ,

    ts = a05 + (a15 + a25(p p1))(pp1) ,

    tsp

    = a15 + 2a25(p p1) ,

    e

    hf = Cfwtf1 +p

    w.

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    49/130

    CAPTULO 2. MODELAGEM 33

    2.3.3 Modelo modificado considerando presso constante

    Para efeito de estudo apenas de variaes no nvel, independente da presso, o modelo

    ser modificado considerando presso constante, ou seja, controlada por outro contro-lador independente no SDCD (Sistema Digital de Controle Distribudo). Este modelo

    poder servir para o projeto do controlador do nvel no tubulo, pois na prtica os

    parmetros do controlador so obtidos com os dados coletados da planta em operao

    e controle de presso ativado.

    Para efetivar esta modificao, necessrio eliminar o fluxo de calor Q que a

    varivel manipulada responsvel pelo controle da presso no tubulo. Portanto, o

    fluxo de calor Q representado em funo das outras variveis, conforme detalhado aseguir:

    Fazendo

    dp

    dt= 0 (2.52)

    e substituindo na equao (2.12), resulta que

    e11dVwt

    dt= qf qs ,

    e21dVwt

    dt= Q + qfhf qshs .

    Multiplicando a primeira equao por e21 e a segunda por e11 e subtraindo uma da

    outra, vem

    e21(qf qs) e11(Q + qfhf qshs) = 0 ,

    Q =e21(qf qs)

    e11 qfhf + qshs. (2.53)

    Substituindo as equaes (2.52) e (2.53) na equao (2.36), resulta no seguinte

    sistema de terceira ordem:

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    50/130

    CAPTULO 2. MODELAGEM 34

    e21dVwtdt

    = e21e11

    (qf qs) ,

    e33dr

    dt

    = e21e11

    (qf qs) qfhf + qshs rhcqdc, (2.54)

    e43drdt

    + e44dVsddt

    = sTd

    (V0sd Vsd)hfhwhc

    qf .

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    51/130

    Captulo 3

    Levantamento de Dados e Anlise dos

    Modelos

    Como foi observado no Captulo 2, o modelo tem uma grande quantidade de infor-

    maes, tais como: dados da geometria da caldeira, propriedades da gua e do va-

    por, parmetros de projeto, consideraes e aproximaes adotadas. Para analisar os

    modelos, foram seguidas algumas recomendaes de MARLIN (1995), como a orga-

    nizao das informaes disponveis (modelagens, propriedades da gua e do vapor,dados geomtricos, observao e dados de projeto) e a interpretao dos resultados das

    simulaes.

    3.1 Levantamento de propriedades termodinmicas

    Para obteno das propriedades termodinmicas (massa especfica, entalpia especfica

    e temperatura de saturao) da gua e do vapor, foram utilizadas as tabelas de vapor

    saturado (PERRY, 1973, WYLEN et al., 1994).

    3.1.1 Levantamento de propriedades termodinmicas da Caldeira

    de STRM & BELL (2000)

    Na tabela (3.1), esto listadas as propriedades termodinmicas da gua/vapor no ponto

    normal de operao, P0 = 8500000P a (valor inicial obtido do grfico de STRM &

    BELL (2000)), alm de outros valores para as aproximaes quadrticas.

    35

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    52/130

    CAPTULO 3. LEVANTAMENTO DE DADOS E ANLISE DOS MODELOS 36

    Tabela 3.1: Tabela de vapor/gua na condio de saturao para a caldeira de

    STRM & BELL (2000).

    p(10

    5

    P a) t(

    o

    C) % Vaporizao h(J/kg) (kg/m3

    )80 294,96 0 1317100 722,439

    80 294,96 100 2759900 42,517

    84 298,38 0 1336100 715,563

    84 298,38 100 2754000 44,996

    85 299,22 0 1340700 713,827

    85 299,22 100 2752400 45,624

    80 303,3 0 1363700 705,31880 303,3 100 2744600 48,816

    87 300,87 0 1350000 710,429

    87 300,87 100 2749300 46,891

    3.1.2 Levantamento de propriedades termodinmicas da Caldeira

    Nova (GV-513101A) da REMAN

    Na tabela (3.2), esto listados as propriedades termodinmicas da gua/vapor no ponto

    normal de operao, P0 = 2111688P a (presso absoluta que igual a 20, 5Kgf/cm2

    manomtrico ), alm de outros valores para as aproximaes quadrticas.

    As massas especficas (s, w) e entalpias especficas (hs, hw, hc), bem como as suas

    derivadas parciais em relao a presso, foram obtidas por aproximaes quadrticas

    utilizando dados da tabela de gua/vapor saturado.

    Para calcular, por exemplo,

    s

    esp

    necessrio encontrar os coeficientes a02, a12 e a22 das seguintes equaes:

    s = a02 + (a12 + a22(p p1))(p p1)

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    53/130

    CAPTULO 3. LEVANTAMENTO DE DADOS E ANLISE DOS MODELOS 37

    Tabela 3.2: Tabela de vapor/gua na condio de saturao para a caldeira nova da

    REMAN.p(P a) t(oC) % Vaporizao h(J/kg) (kg/m3)

    2111688 215,13 0 921260 846,525

    2111688 215,13 100 2798300 10,596

    1704798 204,43 0 872470 859,476

    1704798 204,43 100 2793500 8,598

    2128963 215,55 0 923180 846,024

    2128963 215,55 100 2798500 10,681

    2630626 226,66 0 974660 831,7392630626 226,66 100 2801500 13,164

    2000000 212,36 0 908590 849,907

    2000000 212,36 100 2797200 10,047

    2200000 217,23 0 930950 843,882

    2200000 217,23 100 2799100 11,032

    sp

    = a12 + 2a22(pp1)

    Fazendo p1 = 2000000P a e p = p1, resulta que a02 = 2797200J/kg.

    Fazendo p1 = 2000000P a, p = 2200000P a e p = 1704798P a, obtido um sistema

    de equaes (2x2) e pode-se calcular a12 e a22.

    Para calcular os coeficientes das demais aproximaes quadrticas foi feito o mesmo

    procedimento de clculo. Poderia ser utilizado o mtodo dos mnimos quadrados, que menos suscetvel a erros.

    3.1.3 Levantamento de propriedades termodinmicas da Caldeira

    B-402 da REMAN

    Na tabela (3.3), esto listados as propriedades termodinmicas da gua/vapor no ponto

    normal de operao, P0 = 1572320P a (presso absoluta que igual a 15Kgf/cm2

    manomtrico ), alm de outros valores para as aproximaes quadrticas.

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    54/130

    CAPTULO 3. LEVANTAMENTO DE DADOS E ANLISE DOS MODELOS 38

    Tabela 3.3: Tabela de vapor/gua na condio de saturao para a caldeira B-402 da

    REMAN.p(P a) t(oC) % Vaporizao h(J/kg) (kg/m3)

    1500000 198,28 0 844660 866,7

    1500000 198,28 100 2789900 7,596

    1572320 200,52 0 854780 864,08

    1572320 200,52 100 2791300 7,9497

    1600000 201,36 0 858560 863,11

    1600000 201,36 100 2791700 8,085

    1704798 204,43 0 872470 859,471704798 204,43 100 2793500 8,598

    2000000 212,36 0 908590 849,91

    2000000 212,36 100 2797200 10,047

    3.2 Levantamento de dados geomtricos e demais pa-

    rmetros

    3.2.1 Levantamento de dados geomtricos e demais parme-

    tros da Caldeira do strm

    Os dados geomtricos e demais parmetros fornecidos por STRM BELL (2000),so

    os seguintes:

    Vt = 85m3

    Vd = 41m3

    Vr = 37m3

    Vdc = 11m3

    Ad = 20m2

    mt = 300000kg

    mr = 160000kg

    md = 100000kg

    k = 25

    = 0, 3

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    55/130

    CAPTULO 3. LEVANTAMENTO DE DADOS E ANLISE DOS MODELOS 39

    Td = 12s

    Vsd0 = 4, 8m3 (valor inicial de Vsd)

    V0sd = 10, 9m3 (valor calculado para obter o mesmo valor para Vsd0 = 4, 8m3)

    O calor especfico do metal (Cp) e a rea dos downcomers (Adc), foram obtidas de

    EBORN (2001), pois os valores desses dois parmetros no so informados em STRM

    & BELL (2000).

    Cp = 550(J/(kgoC))

    Adc = 0, 355m2.

    3.2.2 Levantamento de dados geomtricos e demais parmetros

    da Caldeira Nova (GV-513101A) da REMAN

    Os dados geomtricos foram obtidos dos desenhos de fabricao e informaes de pro-

    jeto fornecidos pela Empresa CBC Indstria Pesada. Os valores obtidos esto listados

    a seguir:

    Vt = 17, 53m3

    Vd = 8, 31m3

    Vr = 5, 31m3

    Vdc = 1, 027m3

    Ad = 8, 67m2

    Adc = 0, 2919m2

    mt = 74184kg

    mr = 33417, 3kg

    md = 21656kg

    Os valores do coeficiente de frico do loop downcomer-riser, k, e o coeficiente emprico,

    , so os mesmos de STRM & BELL (2000). Entretanto, estes valores devem ser

    ajustados com informaes da planta.

    k = 25

    = 0, 3

    O tempo de residncia do vapor no tubulo, Td, de 5s.

    V0sd = 4m3

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    56/130

    CAPTULO 3. LEVANTAMENTO DE DADOS E ANLISE DOS MODELOS 40

    O calor especfico do metal (Cp) foi obtido de EBORN (2001), pois esse valor no foi

    informado em STRM & BELL (2000). Cp = 550(J/(kgoC)).

    Na figura (3.1) apresentado um foto da caldeira nova em fase de montagem na

    REMAN.

    Figura 3.1: Caldeira Nova Em Montagem na REMAN

    3.2.3 Levantamento de dados geomtricos e demais parmetros

    da Caldeira B-402 da REMAN

    Os dados geomtricos foram obtidos dos desenhos de fabricao e informaes de pro-

    jeto existentes na REMAN. A caldeira B-402 um equipamento muito antigo (dcadade 50), por esse motivo algumas informaes estavam ilegveis nos documentos, dificul-

    tando a obteno dos dados. Os valores obtidos esto listados a seguir:

    Vt = 16, 23m3

    Vd = 4, 82m3

    Vr = 7, 08m3

    Vdc = 0, 983m3

    Ad = 6, 7m2

    Adc = 0, 3227m2

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    57/130

    CAPTULO 3. LEVANTAMENTO DE DADOS E ANLISE DOS MODELOS 41

    mt = 24353, 67kg

    mr = 12308kg

    Os valores do coeficiente de frico do loop downcomer-riser, k, e o coeficiente emprico,

    , no foram ajustados pois faltaram alguns dados da planta, como por exemplo, o

    fluxo mssico de gua de alimentao, qf.

    k = 25 e = 0, 3

    O tempo de residncia do vapor no tubulo, Td, de 3s.

    Vsd0 = 1, 05m3 (valor inicial de Vsd)

    V0sd = 1, 8m3 (valor calculado para obter o mesmo valor para Vsd0 = 1, 05m3)

    O calor especfico do metal (Cp) o mesmo utilizado em STRM & BELL (2000),

    ou seja, Cp = 550(J/(kgoC))

    Na figura (3.2) apresentada uma foto recente da caldeira B-402 em operao na

    REMAN.

    Figura 3.2: Caldeira B-402 em Operao na REMAN

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    58/130

    CAPTULO 3. LEVANTAMENTO DE DADOS E ANLISE DOS MODELOS 42

    3.3 Anlise do Modelo Para a Caldeira do Artigo do

    strm e Bell

    3.3.1 Modelo No Linear

    Nos grficos das figuras (3.3) e (3.4), esto as respostas para um degrau no fluxo

    mssico de vapor (qs) de 10kg/s em carga mdia (qs = 36kg/s) para o modelo no

    linear. Pode ser observado que o modelo obtido das simulaes representa bem o

    modelo apresentado nos grficos de STRM & BELL (2000). A diferena observada

    entre as curvas obtidas das simulaes e as curva do referido artigo, devido aos

    dados de fluxo mssico de gua e calor especfico que no estavam disponveis e foram

    estimados.

    0 50 100 150 2008

    8.2

    8.4

    8.6

    8.8x 10

    6 Presso (p)

    Pa

    0 50 100 150 20055

    55.5

    56

    56.5

    57

    57.5

    58

    Volume Total de gua (Vwt

    )

    m3

    0 50 100 150 2000.05

    0.051

    0.052

    0.053

    0.054

    0.055

    Qualidade do vapor (r

    )

    s0 50 100 150 200

    4.5

    5

    5.5

    6

    Volume de vapor no tubulo (Vsd

    )

    s

    m3

    Figura 3.3: Modelo No Linear: Resposta a um degrau no fluxo mssico de vapor

    (qs) de 10kg/s em carga mdia (qs = 36kg/s)(.... : artigo do strm, - : obtido das

    simulaes).

    Na figura (3.3) so apresentadas as respostas de presso (p), volume total de gua

    (Vwt), qualidade do vapor (r) e o volume de vapor abaixo do nvel de lquido do tubulo

    (Vsd). Por ser um sistema integrador, a presso e o volume total caem linearmente

    quando da aplicao do degrau no fluxo mssico de vapor (qs). Devido a dinmica

    do processo e a reduo da presso, uma quantidade maior de bolhas de vapor so

    formadas abaixo do nvel de lquido no tubulo, fazendo com que a qualidade do vapor

    (r) e o volume de vapor (Vsd) apresentem uma rpida elevao e depois comecem a

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    59/130

    CAPTULO 3. LEVANTAMENTO DE DADOS E ANLISE DOS MODELOS 43

    cair linearmente.

    0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 2000.05

    0.04

    0.03

    0.02

    0.01

    0

    0.01

    0.02

    0.03

    0.04

    0.05Variao do nvel (L)

    s

    m

    Figura 3.4: Modelo No Linear: Resposta do nvel (l) a um degrau no fluxo mssico de

    vapor (qs) de 10kg/s em carga mdia (qs = 36kg/s)(.... : artigo do strm, -: obtido

    das simulaes).

    Pode-se observar na figura (3.4) a resposta inversa do nvel (l) para um degrau no

    fluxo mssico de vapor (qs). Esta resposta inversa causada pela rpida elevao dovolume de vapor abaixo do nvel de lquido do tubulo (Vsd), enquanto que, a reduo

    do nvel devida a ao integradora do sistema, ou seja, reduo no volume de gua

    no sistema.

    No grfico da figura (3.5), so mostradas as respostas para um degrau no fluxo

    mssico de vapor (qs) de 10kg/s em carga alta (qs = 72kg/s) para o modelo no linear.

    Da mesma forma que as figuras (3.3) e (3.4), observado na figura (3.5) que o modelo

    obtido das simulaes tambm representa bem o modelo apresentado nos grficos deSTRM & BELL (2000).

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    60/130

    CAPTULO 3. LEVANTAMENTO DE DADOS E ANLISE DOS MODELOS 44

    0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 2000.05

    0.04

    0.03

    0.02

    0.01

    0

    0.01

    0.02

    0.03

    0.04

    0.05Variao do nvel (L)

    s

    m

    Figura 3.5: Modelo No Linear: Resposta do nvel (l) a um degrau no fluxo mssicode vapor (qs) de 10kg/s em carga alta (qs = 72kg/s)(.... : artigo do strm, - : obtido

    das simulaes).

    3.3.2 Modelo No Linear Considerando Presso Constante

    Os grficos das figuras (3.6) e (3.7) mostram a resposta para um degrau no fluxo

    mssico de vapor (qs) de 10kg/s em carga mdia (qs = 36kg/s) para o modelo no

    linear considerando presso constante.

    0 50 100 150 2008

    8.2

    8.4

    8.6

    8.8x 10

    6 Presso (p)

    Pa

    0 50 100 150 20055

    55.5

    56

    56.5

    57

    57.5

    58

    Volume Total de gua (Vwt

    )

    m3

    0 50 100 150 2000.05

    0.052

    0.054

    0.056

    0.058

    Qualidade do vapor (r)

    s0 50 100 150 200

    4.5

    5

    5.5

    6

    Volume de vapor no tubulo (Vsd

    )

    s

    m3

    Figura 3.6: Modelo No Linear Considerando Presso Constante: Resposta a um de-

    grau no fluxo mssico de vapor (qs) de 10kg/s em carga mdia (qs = 36kg/s).

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    61/130

    CAPTULO 3. LEVANTAMENTO DE DADOS E ANLISE DOS MODELOS 45

    0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 2000.05

    0.04

    0.03

    0.02

    0.01

    0

    0.01

    0.02

    0.03

    0.04

    0.05Variao do nvel (L)

    s

    m

    Figura 3.7: Modelo No Linear Considerando Presso Constante: Resposta do nvel (l)a um degrau no fluxo mssico de vapor (qs) de 10kg/s em carga mdia (qs = 36kg/s)

    Pode-se observar nas figuras (3.6) e (3.7) que, para presso constante, o efeito da

    resposta inversa mais rpido que as respostas das figuras (3.3) e (3.4). Isto se deve

    dinmica do processo que, no caso da presso constante, as bolhas de vapor so

    reduzidas mais rapidamente, fazendo com que o nvel tambm caia.

    3.3.3 Modelo Linear

    Para a condio normal de operao (p = 8500000 Pa; qs = 36kg/s), foram obtidos os

    seguintes resultados para o modelo linear:

    Ja =

    0 2.2351 1010 0 0

    0 0.00018568 0 0

    0 6.8074 1010 0.14413 0

    0 1.0886 107 18.951 0.083333

    ,

    Jb =

    0.0020402 0.0012045 3.605 1010

    451.64 242.6 0.00029948

    4.6953 105 2.5221 105 3.4647 1011

    0.014188 0.0064526 7.587 1010

    ,

  • 8/3/2019 Controle de nvel (Caldeira)

    62/130

    CAPTULO 3. LEVANTAMENTO DE DADOS E ANLISE DOS MODELOS 46

    Jc =

    0.05 5.4229 108 6.7442 0.05

    .

    Como a matriz Ja apresenta a primeira coluna nula, o sistema integrador.

    Nas figuras (3.8), (3.9) e (3.10) so apresentadas as respostas para um degrau de

    10kg/s no fluxo mssico de vapor (qs). Pode-se observar que a resposta inversa para

    carga mdia maior que a resposta inversa para carga alta.

    0 50 100 150 2008

    8.2

    8.4

    8.6

    8.8x 10

    6 Presso (p)

    Pa

    0 50 100 150 20055

    55.5

    56

    56.5

    57

    57.5

    58

    Volume Total de gua (Vwt

    )

    m3

    0 50 100 150 2000.05

    0.051

    0.052

    0.053

    0.054

    0.055

    Qualidade do vapor (r)

    s0 50 100 150 200

    4.5

    5

    5.5

    6

    Volume de vapor no tubulo (Vsd

    )

    s

    m3

    Figura 3.8: Modelo linear: Resposta a um degrau de 10kg/s no fluxo mssico de vapor

    (qs) em carga mdia (qs = 36kg/s).

    0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 2000.05

    0.04

    0.03