CONTRIBUTOS DO XADREZ NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ-UVA LICENCIATURA PLENA EM EDUCAÇÃO FÍSICA Alessandro Marinho Bezerra CONTRIBUTOS DO XADREZ NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ-UVA

LICENCIATURA PLENA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Alessandro Marinho Bezerra

CONTRIBUTOS DO XADREZ NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

QUIXERAMOBIM/CE

ABRIL/2013

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Alessandro Marinho Bezerra

CONTRIBUTOS DO XADREZ NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Artigo Científico apresentado ao Curso

de Graduação em Licenciatura Plena

em Educação Física, da Universidade

Estadual Vale do Acaraú, como

requisito final para obtenção do Título

de Licenciado em Educação Física.

Orientador: Prof.Ms. Antonio Marcos

Machado de Sousa.

QUIXERAMOBIM/CE

ABRIL/2013

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Alessandro Marinho Bezerra

CONTRIBUTOS DO XADREZ NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Artigo Científico apresentado ao Curso

de Graduação em Licenciatura Plena

em Educação Física, da Universidade

Estadual Vale do Acaraú, como

requisito final para obtenção do Título

de Licenciado em Educação Física.

Orientador: Prof.Ms. Antonio Marcos

Machado de Sousa

Aprovado em _______/_______/2013.

Orientador: ___________________________________________

Prof. MS. Antonio Marcos Machado de Sousa

Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA (Quixeramobim.)

1ª. Examinador: _______________________________________

Prof.

2ª. Examinador: _______________________________________

Prof.

________________________________________

Fernanda Nascimento SeveroCoordenadora do Núcleo

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DEDICATÓRIA

Dedico esta, bem como todas as minhas demais

conquistas, aos meus pais, Francisco Félix e Maria Costa,

minhas irmãs Jaqueline e Kelly e meus filhos Davy e

Alessandra, meus melhores a maiores presentes e

principalmente a você minha amada esposa Socorro

Bezerra, obrigado pela paciência, pelo incentivo, pelo

carinho. Hoje estamos colhendo, juntos, os frutos do

nosso empenho! Esta vitória é mais sua que minha!

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar, a Deus, pela força e coragem durante toda esta longa

caminhada.

A toda minha família que, com muito carinho e apoio, não mediram esforços para

que eu chegasse até esta etapa da minha vida.

A todos os professores do curso, que foram tão importantes na minha vida

acadêmica.

Ao professor MS. Antônio Marcos Machado de Sousa, na condição de orientador

dessa pesquisa, presença amiga, que com sua competência e humanismo, soube

compreender as minhas dificuldades, que me incentivou e acompanhou. Sou muito

grato por sua disponibilidade e atenção.

Aos amigos e colegas, pelo incentivo e pelo apoio constante.

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CONTRIBUTOS DO XADREZ NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Alessandro Marinho Bezerra1

RESUMO

As novas concepções da Educação Física Escolar destacam o aluno como um todo

integrado que tem capacidade crítica para situar-se no mundo, para ser por ele

modificado e para transformá-lo, os profissionais de Educação Física tem um papel

fundamental nesse processo de formação e aprendizado, o xadrez traz esse

subsídio para o profissional de Educação Física em sua intervenção na escola, o

xadrez atua de forma criativa, desenvolvendo a auto-estima, consciência corporal,

cognitiva, social, pessoal, cultural e intelectual do aluno. Buscando instigar a

criatividade e a adoção de uma postura produtiva e criadora, com que o educando

possa fazer uma reflexão da realidade de uma forma global e lógica.

Palavras - Chave: Xadrez. Aprendizagem. Intervenção. Profissional.

INTRODUÇÃO

O presente estudo apresenta-se com o objetivo de fazer uma analise do

xadrez como ferramenta de apoio pedagógico a disposição do profissional de

Educação Física em sua intervenção na escola, desenvolvendo novas atitudes,

cognitivas, aprendizagem de novos conhecimentos, ética no trato com os outros e

formação do caráter.

Sá 1988 (apud PINTO e CAVALCANTI 2005) ressalta que a estratégia do

ensino é muito próxima da do xadrez, onde a dialética e a autocrítica ocupam um

lugar primordial e onde o vencido se enriquece mais que o vencedor. Do ponto de

vista moral, o xadrez pode promover a conduta ética por meio da experiência do

ganhar e do perde, que pode ser aproveitada pelo professor através da análise de

partidas comentando erros e acertos.

1 Graduando em Educação Física Licenciatura pela Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA.

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As partidas são os reflexos dos desafios da vida adulta. Os benefícios do

xadrez, sobretudo na vida da criança são gigantescos, “estimula a atividade

intelectual e estabiliza a personalidade de crianças e jovens durante seu

crescimento” (PINTO, CAVALCANTE, 2005 p.14), e em sua maioria, produz um

excelente resultado no desempenho escolar, “em aspectos gerais os alunos que

praticam xadrez apresentam nítida superioridade em força de vontade, tenacidade,

memória e concentração” (PINTO, CAVALCANTE, 2005 p.14). Utilizando o xadrez

como meio de desenvolver o pensamento logico do educando, o Professor de

Educação Física Escolar pode torná-lo numa poderosa ferramenta a sua disposição.

DESENVOLVIMENTO

HISTÓRIA DO XADREZ

A origem do xadrez é certamente o maior mistério existente no mundo. Os

historiadores não conseguem chegar a um consenso sobre o lugar de onde se

originara o xadrez. O documento mais antigo é provavelmente a pintura mural da

câmara mortuária de Mera, em Sakarah (nos arredores de Gizé, no Egito). Ao que

parece, essa pintura, representa duas pessoas jogando xadrez e data de

aproximadamente 3.000 anos antes da era Cristã.

Hoje a teoria mais aceita é que ele se originou na Índia por volta do século VI

d.C. Era conhecido como "o jogo do exército" ou "Chaturanga" e podia ser jogado

com dois ou mais jogadores. Graças às viagens dos mercadores e dos comerciantes

o jogo se espalhou para leste (China) e oeste (Pérsia). Mais adiante os árabes

estudaram profundamente o jogo e se deram conta que ele estava bastante

relacionado com a matemática, escreveram vários tratados sobre isto e

aparentemente foram os primeiros a formalizar e escrever suas regras.

A primeira menção do xadrez está em um poema Persa em qual menciona

que a vinda do jogo foi na Índia. O xadrez emigrou para a Pérsia (atual Irã) durante o

reinado de Chosroe-I Annshiravan (531-579) e é descrito em um manuscrito persa

daquele período. Este texto explica a terminologia, nomes e funções das peças com

certo detalhe.

O xadrez também é mencionado na poesia épica de Firdousi (940-1021),

Schanamekh - O livro dos reis, no qual ele menciona presentes que são dados por

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uma caravana do Rajah da Índia na corte do rei Persa Chosroe-I. Entre esses

presentes, se encontrava um jogo que simulava uma batalha entre dois exércitos.

Registros mostram que havia originalmente quatro tipos de peças usadas no xadrez.

O Shatrang (sânscrito Hindú) significa "quatro" e anga significa "lados".

Os antigos manuscritos consagrados inteiramente ao xadrez, denominados

Mansubas, aparecem em Bagdá, durante a Idade de Ouro Árabe. Não tendo em sua

língua nem o som inicial nem o som final da palavra Chatrang, eles a modificam para

Shatranj. Aproximadamente em 840, Al Adli, melhor jogador do seu tempo, publica

um manuscrito Livro do xadrez (este original foi perdido).

Por volta do século IX o xadrez foi introduzido na Europa por duas vias

distintas: segundo uns pela invasão muçulmana da Península Ibérica, e segundo

outros, durante o confronto Ocidente-Oriente na Primeira Cruzada. No século XI já

era amplamente conhecido no velho mundo.

Há duas referências do xadrez na literatura antiga chinesa. A primeira foi de

uma coleção de poemas conhecida como "Chu chi". O autor chamava-se Chii Yuan.

A segunda é de um famoso livro de filosofia conhecido como "Shuo Yuan" que citava

Chu Chi.

Existem vários tipos de xadrez: xadrez ocidental, xadrez chinês, xadrez

japonês (shogi), xadrez coreano, xadrez burmês, xadrez cambojano, xadrez

tailândes, xadrez malaio, xadrez indonésio, xadrez turco e possivelmente até xadrez

etíope. Todos têm em comum certos aspectos como: o objetivo que é dar xeque-

mate ao rei, todos tem o rei no centro, uma torre no canto, um cavalo próximo a ela

e peões em frente, e os movimentos dessas peças é idêntico ou quase idêntico ao

do xadrez ocidental.

As regras e os movimentos das peças sofreram alterações ao longo do

tempo, mas ultimamente as regras são as mesmas desde o século XV.

Na Idade Média, o "jogo dos reis" adquire, rapidamente, o status de passatempo

favorito da sociedade aristocrática européia, sendo proibida a sua prática entre os

pobres. Recomenda-se começar sua aprendizagem aos seis anos de idade. As

mulheres nobres não hesitam em sentarem-se em frente do tabuleiro, mostrando-se,

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inclusive, tão hábeis quanto os homens. Estes, só têm o direito de entrar em um

aposento feminino com o objetivo explícito de jogar xadrez.

No século XIII as casas do tabuleiro passaram a ser dividas em duas cores

para facilitar a visualização dos enxadristas. O duplo avanço do peão em sua

primeira jogada surgiu em 1283, em um manuscrito europeu.

Em vinte anos as inovações espalham-se e as duas modalidades de xadrez

coexistem por toda a Europa. A nova maneira de jogar imprime um maior dinamismo

às partidas, devido à grande riqueza combinatória que ela proporciona, e o antigo

xadrez é, rapidamente, relegado ao esquecimento.

A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NOS ULTIMOS TEMPOS

De todas as disciplinas que compõem a escola, provavelmente a Educação

Física foi a que sofreu transformações mais profundas nos últimos tempos,

mudanças pedagógicas e na legislação fizeram com que até mesmo sua missão

fosse questionada, na década de 80 o compromisso da área era revelação de

craques e melhoria do desempenho físico e motor dos alunos, hoje, e ênfase recai-

na reflexão sobre as produções humanas que envolvem o movimento.

A maior parte do atual ensino na Educação Física escolar e Universitária é

caracterizada por um procedimento metodológico orientado nas destrezas motoras

ou movimentos técnicos (OLIVERA, 1992).

Se antes só os esportes eram privilegiados, hoje há uma infinidade de

manifestações, um leque de opções como: danças, lutas, brincadeiras tradicionais,

xadrez e ate esportes radicais, tudo isso é claro com ótimas perspectivas nas

escolas.

De acordo com Peixoto (2009, p.4) não há mais o pensamento de que a

Educação Física só trabalha o corpo e as outras disciplinas só a mente. Com o

trabalho em conjunto, abre-se espaço para a Educação Física desenvolver

comunicações e expressões corporais e linguísticas num ambiente mais natural e

lúdico.

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Antes a escola dedicava-se apenas ao conhecimento acadêmico, passou

então a visar o aluno em todos os setores da vida social, intervindo com os objetivos

da área. Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), n°

9394/96, em seu artigo 26, parágrafo terceiro, refere-se: a Educação Física,

integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular da Educação

Básica.

A Educação Física passou a ser reconhecida como componente essencial

para a formação dos alunos. Antes isso desencadeou uma disciplina alheia ao

projeto escolar, considerada apenas como recreação ou passatempo, jamais como

objetivo pedagógico. Felizmente o objetivo maior da escola é ajudar na formação de

seus alunos para que possam participar da sociedade e melhorá-la. Os profissionais

de Educação Física devem participar das reuniões de pais e ter o conhecimento

teórico para orientá-los corretamente, deixando de lado a ideia de que as aulas são

umas brincadeiras sem importância (MARTINS, 2009, p.02).

A Educação Física investiga o patrimônio corporal, como também analisa os

grupos sociais e suas expressões, como esporte, jogos, lutas, ginásticas,

brincadeiras, danças para experimentá-las e vivencia-las no espaço escolar. As

aulas de esporte, lutas e danças não se esgotam a prática. É preciso refletir sobre

essas manifestações para entendê-las. “Montar uma seleção para disputar torneios

e deixar o resto dos alunos somente torcendo é fabricar adversários” (NEIRA, 2009,

p.40)

A Educação Física proposta na escola é a de inclusão, melhoria do corpo e

da mente, reflexão e entendimento das manifestações culturais que envolvem o

movimento. Devemos lembra que Educação Física não é uma prática alienada, que

sua perspectiva cultural considera quatro princípios indispensáveis na definição do

currículo.

Mello (1989), a Educação Física os dias de hoje deve ser caracterizada pela

busca constante de uma prática transformadora, que se integre nos avanços

alcançados nos estudos da psicomotricidade, e que especialmente, considere os

aspectos culturais no processo de aprendizagem.

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O primeiro é o dialogo nos grupos que compõem a sociedade, o segundo é a

noção que o aluno necessita ver na sociedade o reflexo do que está estudando, o

terceiro é entender e respeitar as condições de cada estudante, por fim o quarto,

que é o aperfeiçoamento do currículo profissional.

Atualmente, é unanimidade que a Educação Física escolar vai além da

recreação e do esporte, com objetivos claros, e procedimentos estratégicos, ela

expõe um aprendizado de forma gradativa, respeitando o limite de cada um e

também sua inclusão. Mas para que isso aconteça á disciplina deve ser orientada

por um profissional de Educação Física, que tem conceitos pedagógicos específicos

para atingir seus objetivos.

Segundo Martins (2009, p.02) desenvolvimento das habilidades motoras e

corporais que ajudam no processo cognitivo, psicológico e afetivo do cidadão. A

escola precisa valorizar a Educação Física e possibilitar que as aulas sejam

integradas ao plano pedagógico.

Toda essa multiplicidade de alternativas faz da Educação Física uma

disciplina privilegiada no espaço do conjunto das atividades escolares como também

no esforço de se pensar e construir uma nova sociedade e uma nova escola.

O QUE É O XADREZ

Analisando as diversas concepções percebesse distinções diversas para o

xadrez. O xadrez é uma ciência (Leibnitz2). O xadrez é a ginastica da inteligência

(Goethe3). O xadrez é muita ciência para ser jogo e muito jogo para ser ciência

(Montaigne4). O xadrez é uma luta gostosa de emoções (Lasker5)

2 Heinz Maier-Leibnitz, Físico Alemão.

3 Jonhann Wolfgang Von Goethe, Escritor Alemão.

4 Miche de Montaigne, Politico, Filosofo e Escritor Francês.

5 Emanuel Lasker, Matemático Alemão foi o segundo Campeão Mundial de Xadrez.

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Definição

Como jogo o xadrez é esporte intelectual, competição, expectativa, desafio

criador, divertimento, higiene mental, repouso. Como ciência o xadrez é estratégia,

estudo, pesquisa, imaginação, descobrimento, ideal de perfeição. Como arte o

xadrez e harmonia, mensagem de beleza, encanto espiritual, emoção, prazer

cultural, felicidade. (IDEL BACKER)

Para o Profº Ms. Estevão Keglevich de Buzin o xadrez é definido assim:

O xadrez é uma das mais ricas fontes de prazer, um meio no qual se encontram elementos para representar as mais admiráveis concepções artísticas, um campo pelo qual a imaginação pode voar livremente, produzindo, com encantadora beleza, ideias deliciosamente sutis e originais. O xadrez é uma das raras e preciosas atividades em que o homem pode explorar ao fundo suas emoções, atingindo estados de prazer tão sublimes, tão ternos, tão intensos, que só podem ser igualados pelas sensações proporcionadas pelo amor e pela música.

Para Laplaza (site institucional), as definições do xadrez sob a ótica da arte,

do jogo, do esporte e como ferramenta educativa;

Xadrez como jogo é: Um conjunto de normas de complexidade progressiva a respeitar Um âmbito de liberdade que agrada crianças e adultos Representação de âmbito em oposição Conjunto de símbolos que representam história Xadrez como arte é: Beleza no insólito, preciso e harmônico que se expressa como: Composição e interpretação de expressões Um idioma com expressão clara, mas apreciável por conhecedores.Xadrez com esporte é: Uma prova de comportamentos éticos Uma atividade que mede esforços e desenvolve a vontade Uma organização que relaciona países, províncias e clubes, Um âmbito que precisa de regras clarasXadrez como ferramenta educativa é: Um teste de habilidades transferíveis à escola Uma aplicação de exercícios de pensamento lateral, logico, matemático, visual, etc., com variações concretas, Um espaço de criatividade e recreação que acompanha o processo educativo A possibilidade de dar instrumentos de comparação ante o currículo A oportunidade para detectar inicios de comportamentos de alunos, de grande ajuda ao desenvolvimento de conteúdos procedimentais e de atitude.

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Um esporte que estimula o raciocínio lógico. Uma ciência, pois os lances

podem ser estudados e, muitas vezes, previstos. Arte, pois depende da espiração.

E, ainda, há aqueles que o consideram um lazer (SHITSUKA 2004). Jogo arte,

ciência, lazer e educação, assim podem definir o xadrez.

XADREZ NA ESCOLA

Levar o xadrez para a escola foi um experimento cujas raízes se encontram

na Rússia, na metade do século XX, e que começou a atrair a atenção dos

educadores ocidentais em fins dos anos 1960. Em meados dos anos 1970. Estudos

provenientes da Bélgica apontaram que o xadrez poderia melhorar as capacidades

espaciais, numéricas e verbais dos estudantes, como também produzir neles um

desenvolvimento cognitivo generalizado (SHANK, 2007, p. 225).

Os pesquisadores estavam descobrindo, na verdade, que o xadrez poderia

ajudar as crianças a desenvolver aptidões que iam muito além da lógica. “O xadrez

pode melhorar a concentração, a paciência e a perseverança”, conclui (PETER

DAUVERGNE), “como também desenvolve a criatividade, a intuição, a memória e o

que e mais importante, a capacidade de analisar e deduzir a partir de um conjunto

de princípios gerais, aprender a tomar decisões firmes e resolver problemas com

flexibilidade”.

Para Shenk et al, nas escolas, os alunos enfrentam diariamente situações que

dependem de decisões rápidas, e dessas decisões depende o relacionamento com

os colegas, professores, funcionários e o próprio desempenho escolar.

Segundo os PCN’s, 1998, p. 47.

Os jogos constituem uma forma interessante de propor problemas, pois permitem que estes sejam apresentados de modo atrativo e favorecem a criatividade na elaboração de estratégias de resolução e busca de soluções. Propiciam a simulação de situações problema que exige soluções vivas e imediatas, o que estimula o planejamento das ações.

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O xadrez integrado a escola tem valor inestimável a oferecer à criança a

oportunidade de vivenciar diferentes formas de organização para a melhor

realização de tarefas. O xadrez é capaz de mostrar as consequências de atitudes

displicentes, que não tenham sido previamente calculadas e, por conseguinte,

estimula o hábito de refletir antes de agir, além de ensinar a arcar com as

responsabilidades dos próprios atos (PINTO, CAVALCANTE, 2005).

XADREZ NAS AULAS DE EUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

O xadrez introduzido nas aulas de Educação Física Escolar promove e

estimula o raciocínio lógico e a capacidade de cálculo nos alunos que o praticam,

produzindo excelentes resultados no desempenho escolar. Em aspectos gerais, os

alunos que jogam xadrez apresentam nítida superioridade em força de vontade,

tenacidade, memória e concentração aspectos essenciais para a prática de qualquer

atividade esportiva ou social.

Como nos jogos, tradicionais nas aulas de Educação Física escolar, o xadrez

auxilia no processo de desenvolvimento cognitivo e social da criança. Consolidando

os esquemas de sociedade e dando prazer e equilíbrio emocional a criança.

Borin (1996) afirma que assim como nos jogos o xadrez:

Auxilia também na descentralização, que consiste em desenvolver a capacidade de ver algo a partir de um ponto de vista que difere do seu, bem como potencializa a linguagem, a criatividade e raciocínio dedutivo, exigidos na escolha de uma jogada e na argumentação necessária durante a troca de informações.

Para os PCN’s 1997 p.60 o Professor de Educação Física:

Deve elaborar sua intervenção de modo que os alunos tenham escolhas a fazer, decisões a tomar, problemas a resolver, assim os alunos podem tornar-se cada vez mais independentes e responsáveis.

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O xadrez assume essa dimensão múltipla e fascinante, tanto para jogar como

para estudar sob uma perspectiva lúdica, “o xadrez constitui um meio eficaz para a

educação e formação do intelecto do homem” (Che Guevara).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O xadrez é socialmente aceito e praticado por pessoas de todas as idades, de

ambos os sexos e de todos os setores da sociedade. Inserir o xadrez nas aulas de

Educação Física Escolar, é buscar inovar através de práticas de ensino que façam

os alunos interagir com o conteúdo ensinado, transformando-os em agente criadores

do seu próprio conhecimento, é uma forma de enriquecer ainda mais o imenso

mundo da Educação Física na escola. Podendo também se transformar em uma

ferramenta de ligação entre o conteúdo ensinado nas outras disciplinas como,

Matemática, Português e Historia, construindo uma ponte para a interdisciplinaridade

no ambiente escolar.

Além de sua importância no âmbito esportivo, aumenta, no contexto atual, o

número de países que começam a adotar o ensino do xadrez como instrumento

didático-pedagógico, e cada vez mais pesquisador, pais e professores em todo

mundo descobrem os benefícios educacionais diretos e indiretos decorrente de sua

prática.

A importância do profissional de Educação Física é fundamental em todo este

processo, pois suas aulas podem ser consideradas como um meio natural para que

principalmente a criança venha exercer atividades cognitivas, que lhes são tão

importantes e muitas vezes deixadas de lado pelo próprio desconhecimento de

alguns profissionais.

O imenso mérito do xadrez é que ele responde a uma das preocupações

fundamentais do ensino moderno: dar possibilidade de cada aluno progredir

segundo seu próprio ritmo, valorizando assim a motivação pessoal do educando.

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REFERÊNCIAS

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BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases

da Educação Nacional. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília,

DF, v. 132, n. 248, 23 dez. 1996. Seção 1, p. 27834-27841.

______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares

Nacionais: Educação Física / Secretaria de Educação Fundamental – Brasília:

MEC/SEF, 1997.

FILGUTH, Rubens (organizador). A importância do xadrez – Porto Alegre: Artmed,

2007.

NEIRA, Marcos Garcia. Ensino de Educação Física. São Paulo: Thomson Lerning,

2007.

______, (2009, agosto). Fala Mestre. Revista Nova Escola: 224; pp. 38-42.

OLIVEIRA, Vitor Marinho de. O que é Educação Física. São Paulo: Brasiliense,

2004.

PINTO, Valésio; CAVALCANTI, Francisco. Xadrez para todos – uma ferramenta

pedagógica – Recife: Bagaco, 2005.

SHENK, David. O jogo imortal: o que o xadrez nos revela sobre a guerra, a arte, a

ciência e o cérebro humano / tradução, Roberto Franco Valente – Rio de Janeiro:

Jorge Zahar Ed., 2007.

SHITSUKA, Ricardo; SHITSUKA, Rabbith I.C.M.; SHITSUKA, Caleb D.W.M.;

SHITSUKA, Dorlivete M. Xadrez e a estratégia no dia-a-dia – Rio de Janeiro:

Editora Ciência Moderna Ltda., 2004.

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http://www.laplaza.org.ar/ Acessado em Dezembro de 2012.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_xadrez: Acessado em Janeiro de

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