Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de...

217
Destinatário: Desenvolvido por: [Dezembro de 2012] Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento Socioeconómico e Ambiental de Portugal Relatório final

Transcript of Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de...

Page 1: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Página | 1

Destinatário:

Desenvolvido por:

[Dezembro de 2012]

Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento Socioeconómico

e Ambiental de Portugal

Relatório final

Page 2: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de
Page 3: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Página | i

Relatório final

Estudo desenvolvido para a SPV

Intervenientes na Avaliação de Ciclo de Vida:

Coordenação operacional

do projeto: Paulo Ribeiro

Ambiente, aspetos específicos da sócio-economia e elaboração do relatório: Paulo Ribeiro, Ana Lopes e Inês Costa

3 Drivers – Engenharia, Inovação e Ambiente Lda.

Av. 5 de Outubro, nº 124, 4º 1050-061 Lisboa, Portugal Tel: (+351) 216 026 334, Fax: (+351) 309 817 274 E-mail: [email protected] Internet: http://www.3drivers.pt

Coordenação científica do

projeto: Paulo Ferrão

Impacte económico: João

Rodrigues, Alexandra

Marques e Tiago Domingos

Caracterização das empresas

e emprego: Miguel Amaral,

Miguel Preto

Instituto Superior Técnico (IST)

Centro de Estudos em Desenvolvimento, Tecnologias e Políticas de Desenvolvimento (IN+)

Av. Rovisco Pais, 1 1049-001 Lisboa Tel: (+ 351) 218 417 732, Fax: (+351) 218 496 156 E-mail: [email protected] Internet: in3.dem.ist.utl.pt

Créditos das imagens e figuras no relatório:

3 Drivers, se não especificado.

Data do documento:

Dezembro de 2012

Disclamer:

[O conteúdo deste documento é da autoria dos seus

autores, sendo que as conclusões expressas podem

não coincidir necessariamente com a posição oficial

da entidade que adjudicou o estudo.]

Page 4: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de
Page 5: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal, Relatório Final

Página | iii

ÍNDICE

NOMENCLATURA XI

GLOSSÁRIO XIII

SUMÁRIO EXECUTIVO XVII

1 INTRODUÇÃO 1

1.1 Âmbito e Objetivos do Relatório 1

1.2 Organização do Relatório 2

2 ANÁLISE DE BIBLIOGRAFIA RELACIONADA COM OS CONTRIBUTOS AMBIENTAIS, ECONÓMICOS E

SOCIAIS DA GESTÃO DE RESÍDUOS 5

2.1 Considerações Iniciais 5

2.2 Contributos Ambientais 5

2.2.1 Enquadramento 5

2.2.2 Setor de Gestão de Resíduos 8

2.2.3 Gestão de Resíduos de Embalagens 14

2.3 Contributos Económicos 24

2.3.1 Enquadramento 24

2.3.2 Setor de Gestão de Resíduos 24

2.3.3 Gestão de Resíduos de Embalagens 33

2.4 Contributos Sociais 37

2.4.1 Enquadramento 37

2.4.2 Setor de Gestão de Resíduos 37

2.4.3 Gestão de Resíduos de Embalagem 42

3 AVALIAÇÃO AMBIENTAL DO SIGRE 43

3.1 Âmbito e Objetivos da Avaliação 43

3.2 Metodologia Utilizada 43

3.3 Resultados 49

3.3.1 Impactes e Benefícios Ambientais da Gestão de Resíduos Urbanos de Embalagens (Sistema Urbano) 49

3.3.2 Impactes e Benefícios Ambientais da Gestão de Resíduos Não Urbanos de Embalagens (Sistema eXtra-Urbano) 59

3.3.3 Balanço Global do SIGRE 65

4 AVALIAÇÃO ECONÓMICA DO SIGRE 71

4.1 Considerações Iniciais 71

4.2 Embaladores Aderentes ao SIGRE 71

4.2.1 Âmbito e objetivos da avaliação 71

4.2.2 Metodologia utilizada 71

4.2.3 Resultados 72

4.3 Empresas de Recolha, Triagem e Retoma/Reciclagem dos Resíduos de Embalagens 74

Page 6: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | iv

4.3.1 Âmbito e objetivos da avaliação 74

4.3.2 Metodologia utilizada 74

4.3.3 Resultados 76

4.4 Impacte Económico da Gestão de Resíduos de Embalagens em Portugal 79

4.4.1 Âmbito e objetivos da avaliação 79

4.4.2 Metodologia utilizada 80

4.4.3 Resultados 83

5 AVALIAÇÃO SOCIAL DO SIGRE 89

5.1 Enquadramento Geral 89

5.2 Caracterização das Empresas de Recolha, Triagem e Retoma/Reciclagem dos Resíduos de

Embalagens 89

5.2.1 Âmbito e objetivos da avaliação 89

5.2.2 Metodologia utilizada 90

5.2.3 Resultados 90

5.3 Empregos Associados à Gestão de Resíduos de Embalagens 95

5.3.1 Âmbito e objetivos da avaliação 95

5.3.2 Metodologia utilizada 95

5.3.3 Resultados 97

5.4 Impacte dos Projetos de Responsabilidade Social Promovidos pela SPV 98

5.4.1 Âmbito e objetivos dos projetos 98

5.4.2 Meios utilizados 99

5.4.3 Resultados 100

6 AVALIAÇÃO INTEGRADA DOS RESULTADOS AMBIENTAIS, ECONÓMICOS E SOCIAIS 103

6.1 Considerações Iniciais 103

6.2 Resultados Ambientais 103

6.2.1 Redução das Emissões de GEE 103

6.2.2 Redução do Consumo de Energia 104

6.2.3 Redução do Consumo de Água 105

6.2.4 Redução das Emissões de Substâncias Acidificantes 106

6.3 Resultados Económicos 106

6.3.1 Número e Volume de Vendas das Empresas Aderentes 106

6.3.2 VPV pago pelas Empresas Aderentes 107

6.3.3 Estrutura do Capital Social e Volume de Vendas e de Empresas Parceiras no SIGRE 108

6.3.4 Efeito Multiplicador do SIGRE ao Nível do Valor Acrescentado 108

6.3.5 Efeito Multiplicador do SIGRE ao Nível dos Salários 109

6.3.6 Efeito Multiplicador do SIGRE ao Nível do Volume de Negócios 109

6.3.7 Redução do Valor Acrescentado pela Ausência de Promoção da Reciclagem 109

6.4 Resultados Sociais 110

6.4.1 Número e Características dos Trabalhadores das Empresas Parceiras SPV no SIGRE 110

6.4.2 Empregos Associados à Atividade de Gestão de Resíduos de Embalagem 110

6.4.3 Impacto dos programas de responsabilidade social 111

Page 7: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | v

7 CONCLUSÕES FINAIS 113

8 REFERÊNCIAS 117

ANEXO A – DESCRIÇÃO METODOLÓGICA DETALHADA DA AVALIAÇÃO DE CICLO DE VIDA (ACV)

REALIZADA AO SIGRE 123

Aspetos Gerais 123

Data e Contexto da Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) 123

Conformidade com Documentos e Normas de Referência 123

Antecedentes - Estudos de ICV e ACV Anteriores 123

Objetivos da Análise 124

Aplicações Pretendidas 124

Limitações Iniciais Relacionadas com os Objetivos 124

Razões para o Desenvolvimento do Estudo e Contexto da Decisão 125

Públicos-Alvo 126

Existência de Afirmações Comparativas 126

Entidade Promotora do Estudo, Equipa de Projeto e Outras Partes Interessadas 126

Âmbito do Estudo 128

Sistema em Análise e Sua Função 128

Unidade Funcional do Estudo 129

Fluxos de Referência 129

Tipo de Metodologia ICV 130

Fronteiras do Sistema 130

Critérios de exclusão para Inclusão de Inputs e Outputs 132

Critérios para a ICV 133

Critérios para a AICV 138

Modificações em Relação ao Âmbito Definido Inicialmente 139

Inventário do Ciclo De Vida (ICV) 139

Procedimentos de Recolha de Dados 139

Descrição Qualitativa e Quantitativa dos Processos Unitários 140

Fontes Bibliográficas 145

Procedimentos de Cálculo 145

Validação dos Dados 146

Análise de Sensibilidade para Refinação das Fronteiras do Sistema 146

Substituição Específica ou Procedimentos de Alocação para Processos Multifuncionais 146

Tabela de Inventário 147

Avaliação de Impactes no Ciclo De Vida (AICV) 147

Considerações Iniciais 147

Métodos Utilizados 147

Elementos Opcionais da AICV 148

Processos Excluídos da Análise 148

Apresentação dos resultados 148

Considerações finais 148

Interpretação dos Resultados 149

Identificação das Questões Significativas 149

Page 8: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | vi

Controlo de Integralidade 150

Controlo de Coerência 150

Análise e Controlo de Sensibilidade 150

Análise de Incerteza 150

Pressupostos e Limitações 152

Conclusões e Recomendações 153

ANEXO B - TABELA DE INVENTÁRIO DO SIGRE 155

ANEXO C – TABELA DE RESULTADOS DE CARACTERIZAÇÃO PARA TODAS AS CATEGORIAS DE IMPACTE

DO MÉTODO ILCD 2011 (V.1.1) 175

ANEXO D – CÁLCULOS AUXILIARES PARA A AVALIAÇÃO INTEGRADA DOS RESULTADOS AMBIENTAIS,

ECONÓMICOS E SOCIAIS 177

I. Carbono | GEE | Alterações climáticas 177

II. Acidificação 178

III. Energia 178

IV. Água 179

ANEXO E – QUADROS DE MULTIPLICADORES E DE ALAVANCAGEM 181

ANEXO F - ANÁLISE DE INCERTEZA DOS MULTIPLICADORES E DA ALAVANCAGEM ESTIMADOS 191

Page 9: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal, Relatório Final

Página | vii

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1.1 – A inserção da Economia Verde nos três pilares do Desenvolvimento Sustentável 1

Figura 2.1 – Extração de materiais ao nível global, em 109t por ano 6

Figura 2.2 – Ligações existentes entre o uso de recursos naturais e a produção de resíduos numa economia 7

Figura 2.3 – Potencial contributo da reciclagem para o consumo do respetivo material (ano base 2006) 10

Figura 2.4 – Emissões da GEE na Europa dos 27 entre 1990 e 2008, em CO2 equivalentes 12

Figura 2.5 – Evolução prevista para as emissões da GEE na UE27 até 2020 segundo um cenário de Business-as-usual 13

Figura 2.6 – Balanço das emissões de GEE na gestão e tratamento de RSU 13

Figura 2.7 – Tendência de crescimento da produção de resíduos de embalagem e o PIB na UE15 entre 1998 e 2008 15

Figura 2.8 – Produção total de resíduos de embalagens na União Europeia (kg/hab.ano) 15

Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16

Figura 2.10 – Taxas de reciclagem de resíduos de embalagens em 1998 e 2008 17

Figura 2.11 – Fluxo de resíduos de embalagens gerados e recuperados 18

Figura 2.12 – Impactes da reciclagem de resíduos de embalagens 23

Figura 2.13 – Volume de negócios da reciclagem de 7 tipos de materiais nucleares 26

Figura 2.14 – Valor do comércio interno e externo de alguns materiais recicláveis 27

Figura 2.15 – Evolução dos preços de alguns materiais secundários, baseados nas estatísticas de comércio intra e extracomunitário

28

Figura 2.16 - Produtividade aparente do trabalho da indústria de reciclagem 30

Figura 2.17 – Rendimentos e custos associados à gestão de resíduos de embalagens pelos SMAUT 36

Figura 2.18 – Custos unitários de recolha seletiva e triagem por material de embalagem e volume de resíduos de embalagens

recolhidas 36

Figura 2.19 - Pessoal ao serviço em ambiente por principal atividade económica (2010) 38

Figura 2.20 - Pessoal ao serviço em funções de ambiente por nível profissional e atividade económica (2010) 39

Figura 3.1 – Ciclos de vida dos Resíduos de Embalagens Urbanos geridos pela SPV 46

Figura 3.2 – Ciclos de vida dos Resíduos de Embalagens Não Urbanos geridos pela SPV 47

Figura 3.3 - Importância relativa de cada processo unitário para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de

embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 50

Figura 3.4 - Importância relativa de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em

2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 52

Figura 3.5 - Importância relativa de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos, valores por t de

material reciclado (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 53

Figura 3.6 - Importância relativa de cada processo para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens de

plástico em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 54

Figura 3.7 - Importância relativa de cada processo para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens de

Papel/Cartão em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 55

Figura 3.8 - Comparação relativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC,

FOF, AT, DRH e DRN) 57

Figura 3.9 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011

(Consumo de energia) 58

Figura 3.10 - Importância relativa de cada processo unitário para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de

embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 60

Figura 3.11 - Importância relativa de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens

em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 62

Figura 3.12 - Comparação relativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011 (categorias

AC, FOF, AT, DRH e DRN) 63

Figura 3.13 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em

2011 (Consumo de energia) 64

Figura 3.14 - Importância relativa de cada processo unitário para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT,

DRH e DRN) 66

Figura 3.15 - Importância relativa de cada material para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e

DRN) 67

Figura 3.16 - Comparação relativa de diferentes cenários de gestão do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 68

Figura 3.17 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (Consumo de energia) 69

Figura 4.1 - Evolução do número de “Empresas SIGRE” (2000-2009) 76

Figura 4.2 - Evolução do número de ”Empresas SIGRE” e “Não SIGRE” com mesmo CAE entre 2000-2009 77

Figura 5.1 - Número médio de trabalhadores por empresa no SIGRE, em 2000-2009 91

Figura 5.2 - Força de trabalho em empresas parceiras da SPV no SIGRE, em 2000-2009 91

Page 10: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | viii

Figura 0.1 – Diagrama simplificado do Sistema de Gestão de Resíduos Urbanos de Embalagens 131

Figura 0.2 - Diagrama simplificado do Sistema de Gestão de Resíduos Não Urbanos de Embalagens 131

Figura 0.3 - Análise de incerteza ao cenário baseline do SIGRE (Caracterização) 152

Page 11: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal, Relatório Final

Página | ix

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 2.1 – Principais metas e objetivos existentes na legislação europeia referente a resíduos 8

Tabela 2.2 – Estimativas da poupança de recurso naturais pela reciclagem de resíduos 10

Tabela 2.3 - Poupança de emissões de GEE e consumo de energia pela reciclagem de vários materiais 11

Tabela 2.4 – Preferência ambiental global de várias opções de gestão de resíduos tendo em conta estudos de ACV realizados 14

Tabela 2.5 – Quantidade de resíduos de embalagens gerados e reciclados em 2009 na EU27 17

Tabela 2.6 – Resíduos de embalagens geridos no contexto da responsabilidade da SPV no quadro do SIGRE 19

Tabela 2.7 – Percentagem da produção global que é utilizada para o fabrico de embalagens 19

Tabela 2.8 - Estimativas da reciclagem de materiais na UE por fluxo de resíduos selecionados em 2006 20

Tabela 2.9 – Impactes ambientais evitados associados com um cenário de reciclagem em que a taxa de reciclagem da UE é idêntica

à taxa de reciclagem atual do Estado-Membro mais avançado nesta matéria, por material 23

Tabela 2.10 – Volume de negócios do setor da reciclagem 25

Tabela 2.11 – Evolução dos valores médios em Euros/t de diferentes recicláveis baseados nas estatísticas de comércio intra e

extracomunitário 28

Tabela 2.12 – Dados gerais das entidades produtoras de bens e serviços de ambiente por atividade económica 29

Tabela 2.13 – Distribuição do volume de negócios das entidades produtores de bens e serviços de ambiente por atividade

económica segundo o tipo de mercado 29

Tabela 2.14 – Multiplicadores da indústria de reciclagem e reutilização nos EUA e comparação com outras indústrias 31

Tabela 2.15 – Multiplicadores para o Estado do Missouri, Tipo I 32

Tabela 2.16 - Multiplicadores para o Estado do Missouri, Tipo II 32

Tabela 2.17 – Impactes anuais de um cenário de reciclagem mais elevado do que o atual na UE 35

Tabela 2.18 – Crescimento do emprego nos sub-setores das eco-indústrias na União Europeia entre o período 2000 e 2008 38

Tabela 2.19 - Pessoas ao serviço nas entidades produtoras de bens e serviços de ambiente por atividade económica, segundo o

sexo e nível profissional 40

Tabela 2.20 – Multiplicadores da criação de empregos diretos relacionados com a reciclagem de materiais 41

Tabela 2.21 – Empregos diretos criados por t de material reciclado 42

Tabela 3.1 - Contribuição de cada processo unitário para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em

2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 49

Tabela 3.2 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011

(categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 51

Tabela 3.3 – Análise comparativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC,

FOF, AT, DRH e DRN) 56

Tabela 3.4 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011

(Consumo de energia) 57

Tabela 3.5 - Análise comparativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos urbanos de embalagens (Consumo de energia) 59

Tabela 3.6 - Contribuição de cada processo unitário para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens

em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 60

Tabela 3.7 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em

2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 61

Tabela 3.8 – Análise comparativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011 (categorias

AC, FOF, AT, DRH e DRN) 62

Tabela 3.9 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em

2011 (Consumo de energia) 64

Tabela 3.10 - Análise comparativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos não urbanos de embalagens (Consumo de energia)

65

Tabela 3.11 - Contribuição de cada processo unitário para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e

DRN) 65

Tabela 3.12 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 67

Tabela 3.13 – Análise comparativa de diferentes cenários de gestão do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 68

Tabela 3.14 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (Consumo de energia) 68

Tabela 3.15 - Análise comparativa de diferentes cenários de gestão do SIGRE em 2011 (Consumo de energia) 70

Tabela 4.1 – Enquadramento económico dos embaladores aderentes ao sistema gerido pela SPV 73

Tabela 4.2 - CAE das empresas parceiras da SPV que foram caracterizadas 75

Tabela 4.3- Evolução do número de empresas do SIGRE (2000-2009) 76

Tabela 4.4 – Evolução do capital social, nº de estabelecimentos e volume de vendas das “Empresas SIGRE” e ”Empresas Não SIGRE”

em 2000-2009 (valores médios por empresa) 78

Tabela 4.5 – Evolução do capital social, nº de estabelecimentos e volume de vendas das “Empresas SIGRE”, desagregadas por tipo

de operador, em 2000-2009 (valores médios por empresa) 79

Page 12: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | x

Tabela 4.6 - Interacção entre os setores do SIGRE e o resto da economia nacional 81

Tabela 4.7 - Multiplicadores de tipo I (Euro/Euro), do SIGRE e a ele associados e representativos da economia portuguesa (por

ordem decrescente de multiplicador de VAB) 83

Tabela 4.8 - Desagregação do multiplicador de tipo I do SIGRE por ramo de atividade (Euro/Euro), por ordem decrescente de

multiplicador de VAB 85

Tabela 4.9 - Alavancagem do SIGRE por ramo de atividade (milhões de Euros), por ordem decrescente de alavancagem em VAB. 86

Tabela 5.1 – Evolução do número de trabalhadores das empresas parceiras da SPV no SIGRE, em 2000-2009 (valores médios por

empresa) 90

Tabela 5.2 – Evolução do número de trabalhadores das empresas parceiras da SPV no SIGRE, desagregadas por tipo de operador,

em 2000-2009 (valores médios por empresa) 90

Tabela 5.3 - Estatísticas descritivas dos trabalhadores das empresas parceiras da SPV no SIGRE, em 2000-2009 (valores médios) 92

Tabela 5.4 – Estatísticas descritivas dos trabalhadores em empresas parceiras da SPV no SIGRE, desagregadas por tipo de

operador, em 2000-2009 (valores médios) 94

Tabela 5.5 – Estimativa do número de empregos associados à gestão dos resíduos de embalagens do SIGRE 97

Tabela 5.6 - Resultados globais do projeto “2 causas por uma causa” 100

Tabela 5.7 - Resultados globais da 1ª fase do projeto “Reciclar é Dar e Receber” 100

Tabela 5.8 - Resultados globais da 2ª fase do projeto “Reciclar é Dar e Receber” 101

Tabela 6.1 - Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (emissões de CO2eq evitadas) 103

Tabela 6.2 - Benefício ambiental do SIGRE relativamente ao cenário de encaminhamento dos resíduos para aterro (emissões de

CO2eq evitadas) 104

Tabela 6.3 – Benefício ambiental do SIGRE relativamente ao cenário de encaminhamento dos resíduos para incineração (emissões

de CO2eq evitadas) 104

Tabela 6.4 - Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (consumo de energia primária total evitado) 105

Tabela 6.5 - Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (consumo de energia primária fóssil evitado) 105

Tabela 6.6 - Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (consumo de água evitado) 106

Tabela 6.7 – Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (emissões de SO2e evitadas) 106

Tabela 6.8 – N.º de empresas que reportaram a colocação de embalagens no mercado em 2010 106

Tabela 6.9 – Volume de vendas das empresas aderentes à SPV em 2010 [principais setores] 107

Tabela 6.10 – Valor Ponto Verde pago pelas empresas aderentes à SPV em 2010 107

Tabela 6.11 – Características médias das empresas parceiras da SPV no SIGRE em 2009 108

Tabela 6.12 – Efeito multiplicador do Tipo I do SIGRE ao nível do valor acrescentado 108

Tabela 6.13 - Efeito multiplicador do Tipo I do SIGRE ao nível dos salários 109

Tabela 6.14 - Efeito multiplicador de Tipo I do SIGRE dao nível do volume de negócios 109

Tabela 6.15 – Diminuição do valor acrescentado num cenário sem SIGRE 110

Tabela 6.16 – Características médias dos trabalhadores das empresas parceiras da SPV no SIGRE, em 2009 110

Tabela 6.17 – Estimativa funcional dos empregos associados à gestão dos resíduos de embalagens do SIGRE 111

Tabela 6.18 – Investimento inerente às campanhas de solidariedade social da SOV 111

Tabela 0.1 – Públicos-alvo 126

Tabela 0.2 – Equipa responsável pelo estudo de ACV 127

Tabela 0.3 – Partes interessadas 128

Tabela 0.4 – Resíduos geridos no âmbito do SIGRE em 2011 (t) 129

Tabela 0.5 – Características dos processos de reciclagem 135

Tabela 0.6 – Consumos energéticos associados aos processos de reciclagem 136

Tabela 0.7 – Emissões de GEE evitadas devido à reciclagem de vários materiais (t CO2 eq /t resíduo) 137

Tabela 0.8 – Emissões de GEE evitadas/produzidas devido à valorização energética de vários materiais (t CO2 eq evitadas/t resíduo)

137

Tabela 0.9 - Métodos de recolha de dados 140

Tabela 0.10 - Balanço de massas dos principais processos unitários considerados na modelação do Sistema Urbano (cenário

Baseline 2011) 144

Tabela 0.11 - Balanço de massas dos principais processos unitários considerados na modelação do Sistema Não Urbano (cenário

Baseline 2011) 145

Tabela 0.12 - Fontes de informação 145

Tabela 0.13 - Análise de incerteza ao cenário baseline do SIGRE 151

Tabela 0.1 - Multiplicadores de tipo I (euro/euro), ordenados por código de CAE 181

Tabela 0.2 - Desagregação do multiplicador de tipo I do SIGRE por ramo de atividade (Euro/Euro) 184

Tabela 0.3 - Alavancagem do SIGRE por ramo de atividade (milhões de Euros) 187

Page 13: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal, Relatório Final

Página | xi

NOMENCLATURA

ACV Análise de Ciclo de Vida

CV Ciclo de Vida

GEE Gases com Efeito de Estufa

ICV Inventário de Ciclo de Vida

IES Institute for Environment and Sustainability

ILCD International Reference Life Cycle Data System

IN+ Centro de Estudos em Inovação, Tecnologias e Políticas de Desenvolvimento

do Instituto Superior Técnico (IST)

ISO International Organization for Standardization

IST Instituto Superior Técnico

GEE Gases com Efeito de Estufa

JRC Joint Research Centre

LCA Life Cycle Assessment

OGR Operador de gestão de resíduos

ONGA Organizações Não-governamentais de Ambiente

SMAUT Sistema Multimunicipal, Intermunicipal e Autarquia

Page 14: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de
Page 15: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal, Relatório Final

Página | xiii

GLOSSÁRIO

Aderente Empresas que passam à Sociedade Ponto Verde a responsabilidade de gestão

dos resíduos de embalagem associados à sua atividade

Afirmação

comparativa

Alegação ambiental relativa à superioridade ou equivalência de um produto em

relação a um produto concorrente que desempenhe a mesma função;

Alocação Imputação dos fluxos de entrada ou saída de um processo ou sistema de

produto entre o sistema de produto em estudo e um ou mais outros sistemas de

produto;

Análise de incerteza Procedimento sistemático para quantificar a incerteza introduzida nos

resultados do inventário do ciclo de vida, devida aos efeitos cumulativos da

imprecisão do modelo, da incerteza e da variabilidade dos dados;

Análise de

sensibilidade

Procedimentos sistemáticos para estimar os efeitos das escolhas efetuadas, em

relação aos métodos e dados, no resultado de um estudo;

Aspeto ambiental Elemento das atividades, produtos ou serviços de uma organização que pode

interagir com o ambiente;

Avaliação Elemento no seio da fase de interpretação do ciclo de vida pretendido para

gerar confiança nos resultados da avaliação do ciclo de vida;

Avaliação de

impacte do ciclo de

vida (AICV)

Fase da avaliação do ciclo de vida com o objetivo de compreender e avaliar a

magnitude e significância dos impactes ambientais potenciais para um sistema

de produto ao longo do seu ciclo de vida;

Avaliação do ciclo de

vida (ACV)

Compilação e avaliação das entradas, saídas e dos impactes ambientais

potenciais de um sistema de produto ao longo do seu ciclo de vida;

Categoria de

impacte

Classe que representa questões ambientais dignas de preocupação à qual os

resultados de inventário de ciclo de vida poderão ser atribuídos;

Ciclo de vida Etapas consecutivas e interligadas de um sistema de produto, desde a obtenção

de matérias-primas ou sua produção a partir de recursos naturais até ao destino

final;

Controlo de

coerência

Processo que verifica se os pressupostos, métodos e dados são aplicados de

modo coerente ao longo do estudo e se estes estão de acordo com a definição

do objetivo e do âmbito antes que se retirem as devidas conclusões;

Controlo de

integralidade

Processo que verifica se a informação das fases de uma avaliação de ciclo de

vida é suficiente para se alcançarem conclusões de acordo com a definição do

objetivo e do âmbito;

Page 16: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | xiv

Controlo de

sensibilidade

Processo que verifica se a informação obtida de uma análise de sensibilidade é

relevante para se alcançarem conclusões e para que se façam recomendações;

Co-produto Qualquer de dois ou mais produtos oriundos do mesmo processo unitário ou

sistema de produto;

Critérios de exclusão Especificação da quantidade de fluxo de material ou energia ou do nível de

significância ambiental associado aos processos unitários ou sistema de produto

a serem excluídos de um estudo;

Emissões e

descargas

Emissões para o ar descargas para a água ou solo;

Energia de

alimentação

Calor de combustão de uma matéria-prima que não é utilizada como fonte de

energia para um sistema de produto, expresso em termos de poder calorífico

superior ou de poder calorífico inferior;

Energia de processo Entrada de energia necessária para operar o processo ou equipamento num

processo unitário, excluindo as entradas de energia para produção e

fornecimento da própria energia;

Entrada Fluxo de produto, material ou energia que entra num processo unitário;

Entrada auxiliar Entrada de material utilizada no processo unitário que produz o produto, mas

que não constitui parte dele;

Fator de

caracterização

Fator derivado de um modelo de caracterização que é aplicado para converter

um resultado atribuído do inventário do ciclo de vida à unidade comum do

indicador de categoria;

Fluxo de produto Produtos que entram de ou saem para outro sistema de produto;

Fluxo de referência Medida das saídas de processos de um dado sistema de produto necessária para

cumprir a função expressa pela unidade de referência;

Fluxo elementar Material ou energia que entra no sistema em estudo que tenha sido extraído do

ambiente sem transformação prévia humana, ou material ou energia que sai do

sistema em estudo e que é libertado para o ambiente sem subsequente

transformação humana;

Fluxo energético Entrada para ou saída de um processo unitário ou sistema de produto,

quantificada em unidades de energia;

Fluxo intermédio Fluxo de produto, material ou energia que ocorre entre processos unitários do

sistema de produto em estudo;

Page 17: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | xv

Fronteira do sistema Conjunto de critérios que especificam que processos unitários são parte de um

sistema de produto;

Impacte final por

categoria

Atributo ou aspeto do ambiental natural, saúde humana ou recursos, que

identifica uma questão ambiental que causa preocupação;

Indicador de

categoria de

impacte

Representação quantificável de uma categoria de impacte

Interpretação do

ciclo de vida

Fase da avaliação do ciclo de vida na qual os resultados, quer do inventário,

quer da avaliação de impacte, ou de ambas, são avaliados de acordo com o

objetivo e âmbito definidos, com vista à obtenção de conclusões e

recomendações;

Inventário de ciclo

de vida (ICV)

Fase da avaliação do ciclo de vida que envolve a compilação e quantificação de

entradas e saídas para um sistema de produto ao longo do seu ciclo de vida;

Matéria-prima Material primário ou secundário que é utilizado para produzir um produto;

Mecanismo

ambiental

Sistema de processos físicos, químicos e biológicos para uma determinada

categoria de impacte, que alia os resultados do inventário de ciclo de vida aos

indicadores de categoria e aos impactes finais por categoria;

Parte interessada Indivíduo ou grupo preocupado com ou afetado com o desempenho ambiental

de um sistema de produto, ou pelos resultados da avaliação do ciclo de vida.

Processo Conjunto de atividades inter-relacionadas ou que interagem entre si, que

transforma entradas em saídas;

Processo unitário O menor elemento considerado no inventário do ciclo de vida para o qual os

dados de entrada e saída são quantificados;

Produto Qualquer bem ou serviço;

Produto intermédio Saída de um processo unitário que constitui uma entrada para outros processos

unitários que requer transformação posterior dentro do sistema;

Qualidade dos

dados

Característica dos dados relacionados com a sua capacidade para satisfazer

requisitos estabelecidos;

Resíduo Substâncias ou objetos que o detentor tem intenção de ou é obrigado a rejeitar;

Resultado do

inventário do ciclo

de vida

Conjunto de informação resultando do inventário do ciclo de vida que cataloga

os fluxos que atravessam a fronteira do sistema e que constitui o ponto de

partida para avaliação de impacte do ciclo de vida;

Page 18: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | xvi

Revisão crítica Processo que visa assegurar a coerência ente a avaliação do ciclo de vida e os

princípios e requisitos das Normas Internacionais sobre a avaliação do ciclo de

vida;

Saída Fluxo de produto, material ou energia que sai de um processo unitário;

Sistema de produto Conjunto de processos unitários com fluxos elementares e de produto,

desempenhando uma ou mais funções definidas, e que modelam o ciclo de vida

do produto;

Transparência Apresentação aberta, completa e compreensível de informação;

Unidade funcional Desempenho quantificado de um sistema de produto para utilização como

unidade de referência;

Page 19: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal, Relatório Final

Página | xvii

SUMÁRIO EXECUTIVO

Nos últimos três anos, o conceito da “Economia Verde” (Green Economy), definida pela UNEP em 2010

como “a melhoria do bem-estar humano e da equidade social, em conjugação com a redução

significativa dos riscos ambientais e escassez ecológicas”, ganhou uma elevada notoriedade e passou

para a agenda política atual. São exemplos os recentes comunicados do grupo de países do G20, (UNEP,

2011) e as discussões na United Nations Conference on Sustainable Development, realizada no mês de

Junho de 2012.

Numa Economia Verde, o crescimento da riqueza e do emprego são conjugados com a redução das

emissões de gases com efeito de estufa e de outros impactes ambientais, melhorando-se a eficiência

energética e a utilização de recursos e prevenindo-se a perda de biodiversidade e serviços associados.

A atividade de gestão de resíduos em geral, e a reciclagem em particular, são elementos fundamentais

para a prossecução de uma “Economia Verde”, por potenciarem uma gestão mais de eficiente dos

recursos naturais e reduzirem os impactes ambientais da extração de novos recursos naturais e

assegurarem a disponibilidade de recursos essenciais às nossas economias (EEA, 2011a).

Neste contexto, a SPV lançou um projeto de investigação intitulado “Contributos do SIGRE para o

Desenvolvimento Socioeconómico e Ambiental de Portugal”, com o objetivo principal de avaliar os

contributos diretos e indiretos da gestão de resíduos de embalagens efetuada no âmbito do Sistema

Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE) aos níveis ambiental, económico e social no

nosso país e, deste modo, quantificar o contributo da gestão de resíduos de embalagens no conceito da

“Economia Verde”.

Relativamente aos aspetos ambientais, avaliaram-se os impactes e os benefícios que advêm da gestão

destes resíduos, com especial enfoque nos relacionados com a produção de Gases com Efeito de Estufa

(GEE) e no consumo de materiais primários e de energia, que foram calculados através da metodologia

de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV).

Da avaliação realizada, constatou-se que no global e para as categorias de impacte ambiental estudadas,

o SIGRE apresenta um balanço ambiental positivo, ou seja, os impactes gerados pelas diversas

atividades de recolha, triagem, transporte, tratamento e valorização de resíduos são suplantados pelos

impactes evitados devido à recuperação de materiais e energia obtidos pelos processos de valorização

dos resíduos, com especial enfoque na sua reciclagem.

Por exemplo, estima-se que em 2011 a gestão dos resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE gerido

pela SPV permitiu evitar a emissão de 116 kt CO2 eq, o que é equivalente ao carbono sequestrado por

198 km2 de área florestal com pinheiros bravos ou as emissões geradas pelo consumo de eletricidade de

124 mil agregados familiares em Portugal.

Em relação à contribuição por tipo de material para o desempenho do SIGRE, verifica-se que os

materiais mais relevantes são tipicamente o vidro e o papel/cartão, dependendo da categoria de

impacte em questão, facto a que não é alheio a elevada quantidade de resíduos destes materiais que

foram encaminhados para reciclagem em 2011.

Page 20: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | xviii

Por outro lado, comparando-se o desempenho do SIGRE com o desempenho potencial de dois cenários

hipotéticos associados a diferentes destinos finais, nomeadamente a incineração e o aterro, verifica-se

que a configuração atual do SIGRE é a única que apresenta um resultado ambiental positivo em todas as

categorias de impacte consideradas. Por exemplo, a nível da emissão de GEE, o atual modelo de gestão

de resíduos de embalagens permitiria evitar a emissão de 396.240 t CO2 eq em 2011, face a um modelo

onde os resíduos de embalagens teriam sido recolhidos indiferenciadamente com os outros resíduos e

encaminhados para incineração.

No que respeita à avaliação económica, calculou-se o enquadramento dos embaladores aderentes ao

sistema e das empresas responsáveis pela recolha, triagem, tratamento e retoma/valorização dos

resíduos de embalagens e calculou-se o impacte económico do SIGRE na economia nacional. Tal foi

realizado através de várias metodologias, sendo de destacar a utilização da Análise de Entradas-Saídas

(AES) na determinação do impacte económico do SIGRE.

Em relação ao enquadramento económico dos embaladores aderentes ao sistema gerido pela SPV,

verifica-se que a maior parte dos embaladores se enquadram em setores ligados às indústrias

transformadoras (46%), seguidos das empresas ligadas ao comércio por grosso e a retalho, reparação de

veículos automóveis e motociclos (36%) e agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (9%). No

total, as cerca de 12 mil empresas aderentes representam apenas 0,9% do número de empresas

existentes em Portugal, mas geram, no mínimo, 31,4% do volume de vendas das empresas não

financeiras no nosso país.

A adesão ao SIGRE é realizada mediante o pagamento do Valor Ponto Verde (VPV), que em 2010

totalizou 71,8 Milhões de Euros, ou seja, apenas 0,08% do total de custos com fornecimentos de

serviços externos (FSE) das empresas nacionais ou a 0,1% do volume de vendas das empresas aderentes

ao SIGRE.

No que respeita às empresas parceiras da SPV que efetuam a recolha, triagem e retoma/reciclagem dos

resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE, verificou-se que estas tinham, em média, um capital social

de 2,3 milhões de Euros e geravam um volume de vendas médio de 11,7 Milhões de Euros, em 2009.

Neste último aspeto, tal significava que estas empresas apresentavam um valor de vendas 6,4 vezes

superior à média agregada dos setores económicos a que pertencem.

Finalmente, verificou-se que as atividades de gestão de resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE

apresentam um impacte económico significativo, considerando tanto os seus impactes diretos, como

indiretos. Por exemplo, quanto ao valor acrescentado, o impacte do SIGRE encontra-se no terço superior

dos ramos de atividade com maior efeito multiplicador a nível nacional, sendo que, por cada Euro de

valor acrescentado no SIGRE são gerados adicionalmente 1,25 Euros de valor acrescentado no resto da

economia (efeito multiplicador do tipo I de 2,25). Por outro lado, por cada Euro de salários são

adicionalmente pagos 1,30 Euros de salários no resto da economia e por cada Euro de volume de

negócios circulam adicionalmente na economia 1,04 Euros de volume de negócios.

A alavancagem total do SIGRE, entendida como o valor monetário dos efeitos indiretos dos vários ramos

de atividade que integram o SIGRE nos restantes setores da economia, é de 147 milhões de Euros de

VAB, 80 milhões de Euros de salários e 391 milhões de Euros de volume de negócios.

Page 21: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | xix

Por outro lado, tendo em conta o atual panorama relacionado com a gestão de resíduos de embalagens

no SIGRE, que é gerido pela SPV, procurou-se adicionalmente avaliar as consequências económicas de

um cenário alternativo em que não ocorreria separação e reciclagem de resíduos de embalagens, sendo

estes resíduos geridos indiferenciadamente. Neste caso, estimou-se que tal cenário alternativo

implicaria uma redução de PIB de 71 milhões de Euros.

Quanto às questões sociais, tipificaram-se os empregos existentes nas parceiras da SPV no SIGRE,

responsáveis pela recolha, triagem, tratamento e retoma/reciclagem de resíduos de embalagens e

estimaram-se os empregos associados à gestão de resíduos de embalagens. Adicionalmente,

analisaram-se os resultados de diversos projetos de responsabilidade social promovidos pela SPV, com o

intuito de contribuir para uma sociedade mais justa e sustentável e que extravasam o âmbito

obrigatório de atuação da SPV. A avaliação do contributo social da SPV foi realizada sobretudo tendo em

conta informação bibliográfica existente.

Verificou-se que as empresas que colaboram com a SPV no SIGRE tinham em média, em 2009, 67

trabalhadores, representando no total 7.095 empregos, o que equivalia, por exemplo, a 0,23% dos

empregos remunerados das empresas não financeiras em Portugal. O trabalhador típico dessas

empresas é homem, português, com 40 anos de idade e com 8,5 anos de escolaridade. Comparando

com o universo de empresas que apresentam os mesmos CAE que as empresas parceiras da SPV,

verifica-se por exemplo, que o seu salário médio era superior em 52%.

Em termos dos empregos diretos associados à gestão de resíduos de embalagens, estima-se que este

número ascenda a mais de dois mil e trezentos trabalhadores, o que equivale a 0,08% do emprego nas

empresas não financeiras em Portugal. Destes, 83% dizem respeito à gestão dos resíduos urbanos de

embalagens, sobretudo ligados às atividades de recolha seletiva e triagem, 15% à gestão de resíduos

não urbanos de embalagens e apenas 2% encontram-se ligados à SPV.

No que respeita aos projetos de responsabilidade social, a SPV suportou nos últimos anos duas grandes

causas – a prevenção do cancro de mama e a ajuda a criança carenciadas. Assim, em conjunto com a

Associação Laço foram angariados 409 mil Euros, que foram utilizados para comprar duas unidades de

rastreio de cancro de mama. Por outro lado, em conjunto com a Associação Entrajuda foram angariados,

no global, cerca de 450 mil Euros que serviram, até agora, para construir 55 salas de aula e apoiar 4.500

crianças carenciadas.

Tendo em conta os resultados obtidos, conclui-se que a gestão dos resíduos de embalagens no âmbito

do SIGRE gerido pela SPV enquadra-se por excelência no conceito da Economia Verde, dado que

potencia uma gestão mais de eficiente dos recursos naturais, contribuindo para a redução dos impactes

ambientais da extração de novos recursos e para a disponibilidade de recursos essenciais às nossas

economias, criando ao mesmo tempo oportunidades de negócio e valor acrescentado e promovendo a

criação de emprego.

Page 22: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de
Page 23: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal, Relatório Final

Página | 1

1 INTRODUÇÃO

1.1 ÂMBITO E OBJETIVOS DO RELATÓRIO

Nos últimos três anos, o conceito da “Economia Verde” (Green Economy), definida pela UNEP em 2010

como “a melhoria do bem-estar humano e da equidade social, em conjugação com a redução

significativa dos riscos ambientais e escassez ecológicas”, ganhou uma elevada notoriedade e passou

para a agenda política atual. São exemplos os recentes comunicados do grupo de países do G20, (UNEP,

2011) e as discussões na United Nations Conference on Sustainable Development, realizada no mês de

Junho de 2012.

Numa Economia Verde, o crescimento da riqueza e do emprego são conjugados com a redução das

emissões de gases com efeito de estufa e de outros impactes ambientais, melhorando-se a eficiência

energética e a utilização de recursos e prevenindo-se a perda de biodiversidade e serviços associados

(figura 1.1).

Figura 1.1 – A inserção da Economia Verde nos três pilares do Desenvolvimento Sustentável

Fonte: Adaptado de EEA (2011a).

A atividade de gestão de resíduos em geral, e a reciclagem em particular, são elementos fundamentais

para a prossecução de uma “Economia Verde”, por potenciarem uma gestão mais de eficiente dos

recursos naturais e reduzirem os impactes ambientais da extração de novos recursos naturais e

assegurarem a disponibilidade de recursos essenciais às nossas economias (EEA, 2011a).

Page 24: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 2

Neste contexto, a SPV lançou um projeto de investigação intitulado “Contributos do SIGRE para o

Desenvolvimento Socioeconómico e Ambiental de Portugal”, com o objetivo principal de avaliar os

contributos diretos e indiretos da gestão de resíduos de embalagens efetuada no âmbito do Sistema

Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE) aos níveis ambiental, económico e social no

nosso país e, deste modo, quantificar o contributo da gestão de resíduos de embalagens no conceito da

“Economia Verde”.

Ao nível ambiental avaliaram-se os impactes e os benefícios que advêm da gestão de resíduos de

embalagens, com especial enfoque na produção de Gases com Efeito de Estufa (GEE), e nos consumos

de materiais primários e de energia, os quais foram calculados através da metodologia de Avaliação de

Ciclo de Vida (ACV).

Ao nível económico, avaliou-se o enquadramento económico dos embaladores aderentes ao sistema e

das empresas responsáveis pela recolha, triagem, tratamento e retoma/valorização dos resíduos de

embalagens e calculou-se o impacte económico do SIGRE na economia nacional. Tal foi realizado através

de várias metodologias, sendo de destacar a utilização da Análise de Quadros Entradas-Saídas

económicos ou, simplesmente, Análise de Entradas-Saídas (AES) na determinação do impacte

económico do SIGRE.

Ao nível social, tipificam-se os empregos associados às empresas parceiras da SPV que efetuam a

recolha, triagem, tratamento e retoma/reciclagem de resíduos de embalagens e estimaram-se os

empregos associados à gestão de resíduos de embalagens. Adicionalmente, analisam-se os resultados

de diversos projetos de responsabilidade social promovidos pela SPV com o intuído de contribuir para

uma sociedade mais justa e sustentável e que extravasam o âmbito obrigatório de atuação desta

empresa. A avaliação do contributo social da SPV foi realizado sobretudo tendo em conta informação

bibliográfica existente, sendo de destacar neste caso a utilização da base de dados “Quadros de Pessoal”

do INE.

Deste modo, no presente relatório apresentam-se os resultados obtidos no âmbito do projeto

promovido pela SPV e que foi desenvolvido pela 3 Drivers – Engenharia, Inovação e Ambiente, Lda.

em colaboração com o Instituto Superior Técnico (IST).

1.2 ORGANIZAÇÃO DO RELATÓRIO

O presente documento encontra-se dividido em 8 capítulos, que se descrevem de seguida:

Capítulo 1 – “Introdução”, no qual se descreve o âmbito e os objetivos do trabalho realizado, bem como

a estrutura do presente relatório.

Capítulo 2 – “Análise Bibliográfica Relacionada com os Contributos Ambientais, Económicos e Sociais da

Gestão de Resíduos”, onde se analisam estudos existentes que identificam e estimam os contributos

ambientais, económicos e sociais da gestão de resíduos, em geral, e da gestão de resíduos de

embalagens, em particular.

Capítulo 3 – “Avaliação Ambiental do SIGRE”, no qual se apresentam os contributos ambientais do

SIGRE, bem como a metodologia utilizada na avaliação.

Capítulo 4 – “Avaliação Económica do SIGRE”, no qual se apresentam alguns contributos económicos do

SIGRE, bem como as metodologias utilizadas na avaliação.

Capítulo 5 – “Avaliação Social do SIGRE”, onde se apresentam os contributos sociais do SIGRE, bem

como as metodologias utilizadas na avaliação.

Page 25: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 3

Capitulo 6 – “Avaliação Integrada dos Resultados Ambientais, Económicos e Sociais”, no qual se

apresentam os principais resultados identificados em capítulos anteriores de uma forma integrada e

mais tangível para o cidadão comum.

Capítulo 7 – “Conclusões Finais”, no qual se identificam as principais conclusões do projeto realizado.

Capítulo 8 – “Referências”, onde se identificam os documentos citados no presente relatório, bem como

os documentos de onde se extraíram dados utilizados na avaliação ambiental, económica e social

realizada.

Anexos – Onde se apresenta outra informação, que sendo relevante, se considerou não dever fazer

parte do corpo principal do relatório, nomeadamente a descrição detalhada da metodologia utilizada na

ACV do SIGRE.

Page 26: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de
Page 27: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal, Relatório Final

Página | 5

2 ANÁLISE DE BIBLIOGRAFIA RELACIONADA COM OS

CONTRIBUTOS AMBIENTAIS, ECONÓMICOS E SOCIAIS DA

GESTÃO DE RESÍDUOS

2.1 Considerações Iniciais

No presente capítulo realiza-se uma análise bibliográfica de estudos e projetos que incidem sobre os

contributos económicos, sociais e ambientais da gestão de resíduos, em geral, e de resíduos de

embalagens, em particular. Para esse efeito, recorreu-se à análise de relatórios e estudos do domínio

público e a informação bibliográfica existente em bases de dados científicas.

Verificou-se que não existem muitos estudos abrangentes relacionados com os contributos

ambientais, económicos e sociais da gestão de resíduos e da gestão de resíduos de embalagens.

A maioria dos estudos identificados encontra-se sobretudo relacionada com o setor da gestão de

resíduos e com a reciclagem em termos globais e focam-se normalmente em aspetos particulares,

como por exemplo, nas emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE) e no número de trabalhadores em

empresas de reciclagem.

Deve salientar-se, no entanto, que os resultados dos estudos existentes relativamente ao setor de

gestão de resíduos, como um todo, permitem balizar os contributos relacionados com a gestão dos

resíduos de embalagens, dado que em muitos casos a importância específica da gestão de embalagens é

bastante significativa no setor de gestão de resíduos, como é o caso, por exemplo, da reciclagem de

vidro de embalagem face à reciclagem de vidro global. Noutros casos, os resultados identificados

apontam para que as diferenças existentes entre os dois âmbitos não sejam muito significativas, como

por exemplo é o caso das características dos empregos das empresas que efetuam a recolha e

reciclagem de resíduos de embalagens face ao universo global das empresas que atuam no setor.

O presente capítulo centra-se na análise dos impactes globais da cadeia de valor relacionada com a

gestão dos resíduos. Neste contexto, dados bibliográficos específicos relacionados com processos

unitários, como por exemplo, os consumos energéticos, as eficiências de operação e o nº de

trabalhadores afetos à triagem dos resíduos de embalagens, foram compilados por forma a colmatar

lacunas de informação existentes relativamente ao SIGRE e para servir de comparação com os

resultados obtidos no âmbito do projeto, mas não são relevantes no contexto deste capítulo.

Desta forma, nas secções seguintes apresentam-se os principais resultados e conclusões da análise

bibliográfica realizada.

2.2 Contributos Ambientais

2.2.1 Enquadramento

As economias são construídas à volta da utilização e transformação de recursos naturais. Estes

compreendem recursos renováveis, como a biomassa, a madeira e o papel e recursos não renováveis,

como sejam os metais e outros minerais. Durante o último século, o aumento do nosso padrão de vida

foi alicerçado no aumento do consumo de recursos naturais da natureza. A extração de recursos

naturais aumentou num fator de 8 (EEA, 2012a), sobretudo à custa dos recursos não renováveis (ver

figura 2.1), mas significou igualmente um aumento da produção de resíduos, que acarretou

consequências ambientais negativas.

Page 28: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 6

Este aumento exponencial aconteceu mesmo num quadro de terciarização das economias mais

desenvolvidas, que consomem mais recursos direta ou indiretamente que economias em

desenvolvimento.

Figura 2.1 – Extração de materiais ao nível global, em 109t por ano

Fonte: Com base em UNEP (2012b) e Kausmann et al. (2009).

Os problemas ambientais relacionados com os resíduos não estão diretamente associados à sua

produção per si, apesar de esta ser uma medida importante da eficiência com que a economia usa os

seus recursos e produz bens e produtos úteis (Ribeiro, 2008).

As questões mais relevantes surgem quando os resíduos não são reaproveitados e constituem assim

desperdícios do sistema económico, sendo devolvidos de volta ao ambiente e quando a gestão de

resíduos não é realizada de forma adequada originando impactes ambientais elevados (e.g. levando à

mobilização para o ambiente de substâncias perigosas) (Ribeiro, 2008).

De facto, a utilização dos recursos naturais e a produção de resíduos são duas faces da mesma moeda.

Os resíduos são um recurso potencial quando são reutilizados, reciclados ou valorizados. Os resíduos

que são eliminados constituem uma perda de recursos (EEA, 2012a). Na figura 2.2 apresenta-se a inter-

relação entre o uso de recursos naturais e a produção de resíduos numa economia, segundo uma

perspetiva de Análise do Fluxo de Materiais (AFM)1.

1 Material Flow Analysis (MFA), em inglês, que é uma ferramenta que tem como a unidade de análise a economia de um país ou região, sendo que se analisa o metabolismo dessa região estudando as entradas, as saídas e o comportamento do stock de materiais na economia (Ribeiro, 2008).

Page 29: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 7

Figura 2.2 – Ligações existentes entre o uso de recursos naturais e a produção de resíduos numa economia

Fonte: EEA (2012a).

Atualmente e em termos globais, a sociedade contemporânea é ainda ineficiente na forma como usa

os seus recursos. As sociedades atuais produzem uma grande quantidade de resíduos e emissões para a

atmosfera e água e uma parte significativa dos produtos e materiais utilizados na economia são

devolvidos à natureza, sendo que apenas uma fração reduzida é reintroduzida no sistema económico

(Ribeiro, 2008).

De modo a capturar o potencial de recursos associados aos resíduos e a reduzir os impactes ambientais

da gestão de resíduos na Europa, a União Europeia introduziu o conceito da hierarquia da gestão de

resíduos e definiu como estratégia transformar-se numa sociedade de reciclagem (EEA, 2012a). A

promoção da reciclagem foi concretizada em diversas iniciativas legislativas específicas, de que a

Diretiva relativa a Embalagens é um exemplo, como ilustrado na tabela 2.1.

Page 30: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 8

Tabela 2.1 – Principais metas e objetivos existentes na legislação europeia referente a resíduos

Ano Objetivo de recolha Taxa de recolha Objetivos de reciclagem

Veículos em fim de vida

2006 100% 85% 80% incluindo reutilização

2015 100% 95% 85% incluindo reutilização

2005

Reciclagem de veículos de 95%

Reutilização e/ou reciclagem de veículos no mínimo em 85%

REEE

2006 Min. 4kg por habitante por

ano 70-80% dependendo da categoria de REEE

50-80% incluindo reutilização, dependendo da categoria de REEE

2016 (proposto) 65% do colocado no mercado ou 85% dos

resíduos gerados

Resíduos de Embalagens

2008

60% 55% dos quais 50% metal, 60%

vidro, papel/cartão, 22,5% plásticos e 15% madeiras.

Pilhas e acumuladores

2009

100% das baterias recolhidas

2011

65% para baterias de chumbo-ácido; 75% para nickel-cádmio e

50% para outras

2012 25%

2016 45%

Papel, metal, vidro e plástico de origem doméstica e outros resíduos domésticos semelhantes.

2015 Separar a recolha para pelo menos o papel, metal e os

vidros e plásticos.

2020

50%

Construção e demolição

2020

Reutilização, reciclagem ou recuperação de 70% (em peso) dos resíduos não perigosos

Resíduos municipais biodegradáveis

2006 ou 2010 Redução para 75% do valor de referência de 1995 no envio para aterro.

2009 ou 2013 Redução para 50% do valor de referência de 1995 no envio para aterro.

2016 ou 2020 Redução para 35% do valor de referência de 1995 no envio para aterro.

Pneus usados 2006

Eliminação dos aterros

De seguida enquadra-se o atual panorama relacionado com os resíduos em geral, e os resíduos de

embalagem, em particular, discutindo-se os atuais níveis de produção, reciclagem e valorização e os

impactes ambientais associados à sua gestão.

2.2.2 Setor de Gestão de Resíduos

2.2.2.1 Produção

Atualmente, estima-se que sejam produzidos na UE27 2,7 mil milhões de toneladas de resíduos (EEA,

2012b), equivalentes a 5,2 t/hab.ano2, sendo que a maior parte são resíduos minerais resultantes das

indústrias de extração de recursos naturais e de construção (EEA, 2010). Em Portugal, a capitação de

produção de resíduos é menor, sendo que, em 2010, ascendeu a 3,2 t/hab.ano (INE, 2011).

2 Eurostat, Waste statistics, http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/page/portal/waste/data/main_tables, consultado em 23 de Maio de 2012.

Page 31: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 9

Ao nível Europeu, na maior parte dos países da União Europeia, a produção de resíduos tem vindo

aparentemente a crescer ou, no melhor dos casos, a estabilizar (EC, 2011). Por exemplo, no que

concerne os resíduos urbanos, que representam 7% do total de resíduos da União Europeia, a produção

cresceu 16% entre 1999 e 2007, o que significou uma dissociação relativa entre o crescimento

económico e a produção deste tipo de resíduos. Atualmente, a produção estabilizou na ordem dos 524

kg/hab.ano, valor que se verificou em 2008, apesar de existirem grandes diferenças entre Estados

Membros, com as capitações a oscilarem entre cerca de 400 kg/hab.ano e os 800 kg/hab.ano (EC, 2011).

Um estudo da União Europeia estimou que a produção de resíduos aumentaria cerca de 7% entre 2008

e 2020, caso não fossem aplicadas políticas de prevenção de resíduos adicionais (EC, 2011), o que diz

bem sobre a relevância dos esforços realizados a este nível.

2.2.2.2 Reciclagem e Valorização

Ao nível europeu tem-se vindo a assistir a uma mudança importante ao nível da gestão de resíduos.

Em comparação com o passado, os resíduos são cada vez mais reciclados e valorizados, fruto das

políticas europeias e nacionais, como por exemplo, as que estabeleceram metas e instrumentos para a

reciclagem e valorização de resíduos, as taxas de deposição em aterro ou as restrições à eliminação de

certos tipos de resíduos. Outro aspeto que contribuiu para esta evolução foram os aumentos dos preços

das matérias-primas e da energia, que potenciam a reciclagem e valorização dos resíduos em

detrimento da sua eliminação (EEA, 2010).

No entanto, verifica-se que a eliminação de resíduos é ainda dominante a nível europeu. Em 2008, o

Eurostat estima que foram eliminados 55% dos resíduos produzidos, tendo sido valorizados os restantes

45%3. Destes, a maior parte foram valorizados através de reutilização ou reciclagem, sendo que a UNEP

estima que atualmente 38% do total de resíduos produzidos na União Europeia tenha estes destinos

(UNEP, 2012b).

A situação existente entre os Estados-Membros é bastante díspar, sendo que, por exemplo, em 2006,

98% do total de resíduos eram eliminados na Bulgária, enquanto na Dinamarca e Bélgica esse número

era inferior a 10% (EEA, 2010). Em Portugal, em 2010, a eliminação de resíduos ascendeu a 47% (INE,

2011).

2.2.2.3 Impactes e Benefícios Ambientais

Redução do Consumo de Recursos Naturais

A reciclagem dos resíduos gerados pelas atividades económicas é importante, dado que permite, em

geral, evitar o consumo de recursos extraídos da natureza, e os impactes associados a esses processos.

De igual forma, a valorização energética dos resíduos permite evitar o consumo de outros tipos de

recursos energéticos, como sejam os combustíveis fosseis (UNEP, 2012b).

Por outro lado, uma grande parte da reciclagem de materiais encontra-se ligada aos recursos não

renováveis, como sejam os metais (EEA, 2011a), pelo que, através da redução do consumo desses

recursos se promove a extensão das suas reservas (stocks).

3 Eurostat, Treatment of waste by NUTS 1 regions, consultado em 23 de Maio de 2012.

Page 32: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 10

Apesar de nas economias europeias ainda se verificarem muitas ineficiências na utilização de

recursos, em termos gerais, os níveis de reciclagem atualmente praticados para alguns materiais

cobrem já uma parte importante da sua procura (EEA, 2011a), de que os metais ou o papel/cartão são

exemplos. No entanto existe espaço para evolução, como se mostra na figura 2.3, onde se apresenta o

potencial de reciclagem dos resíduos existentes atualmente na EU27, por material, face ao seu nível de

consumo pela economia.

Figura 2.3 – Potencial contributo da reciclagem para o consumo do respetivo material (ano base 2006)

Fonte: Adaptado de EEA (2012c).

A redução do consumo de recursos naturais através da reciclagem de materiais, pode ser altamente

benéfica, particularmente quando a extração de determinados materiais a partir de recursos naturais

tem elevados impactes ambientais. Por exemplo, os metais exigem a extração de uma quantidade

muito elevada de minerais da crosta terrestre para a obtenção de 1 kg de material primário puro, como

se indica na tabela 2.2.

Tabela 2.2 – Estimativas da poupança de recurso naturais pela reciclagem de resíduos

Categoria Quantidade reciclada (kt) Fator* Poupança (kt)

Aço e ferro 77.700 4 310.800

Alumínio 3.100 9 27.900

Cobre 900 100 90.000

Chumbo 600 33 19.800

Zinco 700 19 13.300

Vidro 10.700 1 10.700

Agregados 769.200 1 769.200

Plástico 4.500 1 4.500

Papel 44.200 1.1 48.620

Madeira 21.700 1 21.700

Outros 119.200 1 119.200

Total 1.052.500 1.435.720

Fonte: Com base em BIO Intelligence et al. (2011b).

Page 33: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 11

Adicionalmente, devido à procura de recursos naturais continuar a aumentar e dada a dependência da

União Europeia na sua importação, prevê-se que o papel da reciclagem será cada vez mais importante

no espaço europeu (EC, 2011).

Emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE)

As emissões de GEE do setor como definidas pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC)

compreendem as emissões diretas dos aterros, da incineração sem recuperação de energia, do

tratamento de águas residuais e do tratamento biológico (IEEP et al., 2011). Tendo por base este

âmbito, estima-se que as emissões diretas de Gases com Efeito de Estufa (GEE) do setor dos resíduos

na EU27 tenham representado 2,8% do total de emissões ocorridas em 2007, tendo decrescido 30%

desde o ano de 1995 (EC, 2011).

A gestão adequada dos resíduos contribui para a redução das emissões globais de GEE inerentes às

atividades humanas, sendo que esta redução é alcançada de duas formas:

Através da redução das emissões diretas relacionadas com a eliminação e valorização de

resíduos, mais concretamente com o aterro de resíduos (sobretudo por se evitar a produção de

metano), mas igualmente pela redução das emissões diretas relacionadas com as atividades de

incineração e reciclagem, para além do transporte dos resíduos.

Pelo aumento das emissões evitadas, que representam os benefícios da valorização de

recursos (utilização dos resíduos como materiais secundários e substituição de recursos

energéticos) (EEA, 2011b). Por exemplo, na tabela 2.3 apresenta-se a poupança de emissões de

GEE e consumo de energia associados à reciclagem de alguns materiais.

Tabela 2.3 - Poupança de emissões de GEE e consumo de energia pela reciclagem de vários materiais

Tipo de material

Poupança de energia (%)

Poupança de emissão de gases de efeito de estufa

(kg CO2 eq/t material reciclado)

Poupança no preço do carbono (USD) por 1000 t de material

reciclado (US$ 13,4/t de CO2eq)

Aço 62-74 1.512 20.260

Papel 40 177 2.372

Fonte: Com base em Ecorys (2009).

Por exemplo, considerando apenas as emissões provenientes da gestão dos resíduos urbanos, que

compreendem as embalagens, verifica-se que o principal responsável pelas emissões diretas a nível

europeu é o aterro de resíduos. Já a reciclagem de resíduos permite evitar emissões da produção de

materiais primários. De realçar que tal é alcançado sobretudo pela reciclagem de resíduos de

embalagens.

Numa lógica de ciclo de vida, considerando o período entre 1995 e 2008, verifica-se que as emissões

relacionadas com a gestão de resíduos urbanos decresceram substancialmente, tendo esse decréscimo

sido devido à redução das emissões diretas com a sua gestão, mas igualmente pelo aumento dos

benefícios da valorização desse tipo de resíduos, com especial enfoque na reciclagem (ver figura 2.4).

Page 34: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 12

As principais forças motoras que catalisaram essa mudança foram a Diretiva Aterros, dado terem-se

introduzido metas de redução da quantidade de resíduos biodegradáveis colocados em aterro

(reduzindo-se as emissões de metano) e as Diretivas Embalagens e Diretiva Quadro de Resíduos, que

potenciaram o aumento dos níveis de reciclagem dos RSU como um todo (EEA, 2012b).

Figura 2.4 – Emissões da GEE na Europa dos 27 entre 1990 e 2008, em CO2 equivalentes

Fonte: Adaptado de EEA (2010a).

Com o aprofundamento da implementação da atual legislação europeia de resíduos, espera-se mesmo

que a médio prazo a gestão de RU na UE passe a ter contribuição líquida negativa para as emissões

globais de GEE, ou seja, que as emissões evitadas pela valorização de resíduos sejam superiores às

emissões diretas associadas à gestão dos mesmos, conforme se ilustra na figura 2.5 (EEA, 2012b).

A redução esperada das emissões do setor de gestão de resíduos constituirá uma parte relevante das

metas de redução climáticas da Europa para 2020.

Page 35: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 13

Figura 2.5 – Evolução prevista para as emissões da GEE na UE27 até 2020 segundo um cenário de Business-as-usual

Nota: Cenário Business-as-usual, que estima a evolução das emissões de GEE com base apenas na concretização das politicas de

resíduos existentes atualmente. Fonte: Adaptado de EEA (2012b).

Em Portugal, a consolidação dos sistemas de gestão de resíduos urbanos, nomeadamente com o

aumento esperado das taxas de reciclagem e valorização, implica uma melhoria dos impactes

ambientais relacionados com a emissão de GEE, embora os cenários existentes apontem para que em

2020 o balanço liquido das emissões seja ainda negativo. Segundo a análise realizada no âmbito do

PERSU II, a reciclagem é a componente com maior potencial de redução indireta de emissões (0,41 t

CO2 eq/treciclada), valor mais elevado que os da incineração com recuperação de energia (0,18 t CO2

eq/tincimerada) e da substituição de fertilizantes devido à compostagem (0,02 t CO2 eq/tvalorizada) (MAOTDR,

2007).

Figura 2.6 – Balanço das emissões de GEE na gestão e tratamento de RSU

Fonte: Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos PERSU II

Page 36: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 14

Outras Consequências Ambientais

A reciclagem de resíduos, para além de contribuir para reduzir a extração de recursos naturais e evitar

igualmente a emissão de GEE associadas a estes processos, permite em muitos casos reduzir outros

tipos de impactes ambientais, como sejam os relacionados com a formação de oxidantes fotoquímicos,

com a acidificação ou com a eutrofização.

Por outro lado, a reciclagem apresenta normalmente vantagens sobre outras formas de valorização e

eliminação de resíduos. Por exemplo, uma revisão bibliográfica a estudos de Avaliações de Ciclo de Vida

(ACV) concluiu que a reciclagem era a opção preferível para a maior parte dos materiais face à

incineração e o aterro dos resíduos (ver tabela 2.4).

Tabela 2.4 – Preferência ambiental global de várias opções de gestão de resíduos tendo em conta estudos de ACV realizados

Material

Reciclagem VS Incineração Reciclagem VS Aterro

Reciclagem Incineração Sem preferência Reciclagem Aterro Sem preferência

Papel e cartão 22 6 9 12 0 1

Vidro 8 0 1 14 2 0

Plástico 32 8 2 15 0 0

Alumínio 10 1 0 7 0 0

Aço 8 1 0 11 0 0

Madeira

Agregados 6 0 0

Total 80 16 12 65 2 1

Fonte: Com base em BIO Intelligence (2011).

Por este facto, a reciclagem foi colocada no 3º lugar da hierarquia de gestão de resíduos da União

Europeia, a seguir à prevenção e reutilização (EEA, 2011a).

2.2.3 Gestão de Resíduos de Embalagens

2.2.3.1 Produção

De acordo com a Agência Europeia do Ambiente, os resíduos de embalagens provenientes das

habitações e fontes comerciais representam cerca de 3% do total de resíduos gerados na União

Europeia. A produção destes resíduos tem vindo a crescer, apesar de existir uma dissociação

relativamente ao crescimento económico, como se pode constatar da análise da figura 2.7.

Page 37: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 15

Figura 2.7 – Tendência de crescimento da produção de resíduos de embalagem e o PIB na UE15 entre 1998 e 2008

Fonte: Com base na Agência Europeia do Ambiente (2011). Generation of packaging waste and GDP in the EU-15, CSI017,

www.eea.europa.eu/pt, site consultado em 23/05/2012.

Em termos médios, em 2008, a capitação na União Europeia dos resíduos de embalagem produzidos

rondava os 164 kg/hab.ano, tendo diminuído ligeiramente em relação ao ano 2000, conforme se ilustra

figura 2.8. No entanto, a produção per capita varia bastante entre os Estados Membros, desde 41

kg/hab.ano na Bulgária, até 245 kg/hab.ano na Irlanda (EC, 2011).

Figura 2.8 – Produção total de resíduos de embalagens na União Europeia (kg/hab.ano)

Fonte: BIO Intelligence (2011)

Em Portugal, considerando apenas os resíduos de embalagens geridos no âmbito do SIGRE, a capitação

em 2010 foi de 114 kg/hab.ano (SPV, 2012).

Page 38: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 16

Em termos da produção de resíduos por material, os materiais com maior geração de resíduos são o

papel/cartão, seguidos do vidro, embora o plástico seja cada vez mais utilizado, tendo aumentado 40%

entre 1997 e 2006 (EEA, 2012c), como se pode inferir pela análise da figura 2.9 que apresenta o

consumo aparente per capita de diferentes materiais de embalagens na UE. Em Portugal a situação é

semelhante, sendo que, no entanto em 2011, os quantitativos de resíduos de embalagens de vidro

geridos no âmbito do SIGRE foram ligeiramente superiores aos do papel/cartão (SPV, 2012).

Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano)

Fonte: Adaptado de BIO Intelligence et al. (2011b).

2.2.3.2 Reciclagem e Valorização

Em 2009, segundo dados do Eurostat, 62,5% dos resíduos de embalagens produzidos na União

Europeia (EU27) foram reciclados, tendo 12% sido encaminhados para valorização energética4.

As taxas de reciclagem variam bastante de Estado Membro para Estado Membro, conforme se ilustra na

figura 2.10, embora para a generalidade dos países estas taxas tenham vindo a aumentar ao longo do

tempo, com a exceção de alguns países, como a Alemanha.

4 Segundo dados disponíveis no site do Eurostat. Site consultado em 23 de Maio de 2012. http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/page/portal/environment/data/main_tables

Page 39: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 17

Figura 2.10 – Taxas de reciclagem de resíduos de embalagens em 1998 e 2008

Fonte: BIO Intelligence (2011).

O material com maior taxa de reciclagem é o papel/cartão na UE, tendo em 2009 sido alcançada uma

taxa de reciclagem de 83%, que correspondeu igualmente à maior quantidade de material processado a

nível europeu (25 Mt), como se pode verificar pela análise da tabela 2.5.

Tabela 2.5 – Quantidade de resíduos de embalagens gerados e reciclados em 2009 na EU27

Tipo de Resíduo de Embalagens

Resíduos Gerados (kt)

Reciclagem Valorização

Reciclagem (kt)

Taxa de reciclagem (%)

Valorização (kt)

Taxa de valorização (%)

Papel Cartão 29.789 24.828 83 27.019 91

Vidro 16.016 10.827 68 10.827 68

Plástico 14.602 4.697 32 8.718 60

Madeira 11.392 4.294 38 7.257 64

Metais 4.543 3.158 70 3.176 70

Total 76.565 47.838 63 57.117 75

Fonte: Com base em dados do Eurostat. Site consultado em 23 de Maio de 2012.

http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/page/portal/environment/data/main_tables

Em Portugal, os quantitativos reciclados têm vindo a aumentar ao longo do tempo, bem como as taxas

de reciclagem alcançadas. Na figura 2.11 apresentam-se os fluxos de resíduos de embalagens gerados,

reciclados e valorizados entre 2006 e 2010 a nível nacional.

Page 40: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 18

Figura 2.11 – Fluxo de resíduos de embalagens gerados e recuperados

Fonte: INE (2012).

Considerando apenas os resíduos de embalagens geridos no âmbito da responsabilidade da SPV no

quadro do SIGRE, estima-se que no total tenham sido encaminhados para reciclagem 711 kt de resíduos

de embalagens, de um total de 1.198 kt5 de resíduos de embalagens geridos (tabela 2.6). Tal significa

uma taxa de reciclagem global de 64% e de valorização de 70%. Considerando apenas os resíduos

urbanos de embalagens, a taxa de reciclagem ascende a 46% e a de valorização a 54%.

5 Para o fluxo urbano, os quantitativos mencionados para resíduos reciclados, valorizados organicamente e energeticamente

dizem respeito a resíduos de embalagens que foram efetivamente sujeitos a estas operações, tendo por base as declarações dos

vários SMAUT e Retomadores.

No caso dos quantitativos relativos ao aterro de resíduos de embalagens, estes valores foram estimados tendo em conta o

potencial de geração de resíduos urbanos de embalagens no âmbito da SPV (859.391 t), acrescidos de 1.474 t de resíduos de

embalagens de madeira que foram geridos efetivamente em acréscimo à responsabilidade da SPV e os quantitativos efetivamente

encaminhados para os restantes destinos.

No caso do fluxo não urbano, os resíduos geridos no âmbito do SIGRE foram calculados tendo em conta os resíduos efetivamente

encaminhados para reciclagem segundo os OGR intervenientes no sistema (318.281 t), acrescidos de 18.542 t de resíduos relativos

aos materiais madeira, vidro e outros que resultaram do consumo de embalagens que se estima que contribuíram

financeiramente para o SIGRE, mas que desconhece-se o seu tipo de destino final.

Page 41: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 19

Tabela 2.6 – Resíduos de embalagens geridos no contexto da responsabilidade da SPV no quadro do SIGRE

Fonte: Com base em dados fornecidos pela SPV, considerando o sistema de gestão de resíduos urbanos de embalagens e o sistema

eXtra-Urbano.

2.2.3.3 Impactes e Benefícios Ambientais

Redução do Consumo de Recursos Naturais

A reciclagem de resíduos de embalagens é bastante relevante no contexto da redução do consumo de

recursos naturais que são utilizados para fabricar os diferentes materiais de embalagem.

Existem materiais, como o vidro e os plásticos, em que uma parte significativa da sua produção global se

destina ao fabrico de embalagens, como se pode constatar da tabela 2.7. Consequentemente, os

resíduos de embalagens produzidos constituem uma fração bastante significativa da totalidade de

resíduos desses materiais disponíveis para serem reciclados.

Tabela 2.7 – Percentagem da produção global que é utilizada para o fabrico de embalagens

% do material utilizado para

embalagem Observações e fontes

Plásticos 38%

BIO Intelligence et al. (2011a) Vidro 60%

Alumínio 16%

Mesmo no caso de outros tipos de materiais com um mais variado leque de aplicações, como por

exemplo, os metais ferrosos, os resíduos de embalagens representam uma fração importante dos

resíduos reciclados na União Europeia, segundo os dados disponíveis e ilustrados na tabela 2.8.

Fluxo / Material (t) Aço Alumínio Madeira Papel e Cartão

Plástico Vidro Outros Total

Fluxo urbano

Reciclagem 18.676 840 4.516 104.907 47.933 210.422 0 387.295

Valorização orgânica

0 0 0 5.401 0 0 0 5.401

Valorização energética

0 0 215 27.105 42.715 0 0 70.036

Aterro 26.302 7.938 0 83.333 91.608 186.949 2.004 398.133

Total 44.978 8.778 4.732 220.746 182.256 397.371 2.004 860.865

Fluxo Não Urbano

Reciclagem 30.294 503 38.013 216.895 25.840 6.736 0 318.281

Destino desconhecido

0 0 11.757 0 0 6.280 505 18.542

Total 30.294 503 49.769 216.895 25.840 13.016 505 336.823

Total Fluxo Urbano + Fluxo Não Urbano 75.272 9.281 54.501 437.641 208.096 410.387 2.509 1.197.688

Page 42: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 20

Tabela 2.8 - Estimativas da reciclagem de materiais na UE por fluxo de resíduos selecionados em 2006

Material reciclado sob a política existente (t)

C&D VFV Embalagens REEE Total

Metal 9.989.944 4.294.855 3.600.212 1.169.576 19.054.587

Metal ferroso 9.989.944 3.842.765 2.788.713 1.063.251 17.684.673

Metal não ferroso 452.090 811.499 106.325 1.369.914

Alumínio - - 604.453 - 604.453

Vidro - - 11.233.183 - 11.233.183

Agregados 209.788.824 - - 209.788.824

Plástico 4.994.972 - 4.838.694 531.626 10.365.292

Papel - - 30.509.027 - 30.509.027

Madeira 9.989.944 - 5.323.356 - 15.313.300

Total 234.763.684 4.294.855 55.504.472 1.701.202 296.264.213

Fonte: Com base em BIO Intelligence (2011).

De seguida detalham-se algumas características relacionadas com a reciclagem dos diferentes materiais:

Metais

Os metais são vitais para a economia global e podem classificar-se como metais ferrosos e não ferrosos,

fazendo parte destes últimos o alumínio, o cobre ou o zinco. Atualmente, os resíduos de embalagens

representam aproximadamente 1,3% das entradas de metais na economia Europeia (EC, 2011).

A maioria dos metais pode ser reciclada qualquer número de vezes sem uma diminuição percetível da

qualidade. A taxa de reciclagem dos resíduos de embalagens metálicos situou-se nos 70% em 2009,

segundo dados do Eurostat.

No caso específico da taxa de reciclagem de latas de alumínio na Europa, esta estima-se em cerca de

60% (Ecorys, 2009), sendo que o tempo de residência na economia das embalagens deste material situa-

se entre 0,3 e 0,8 anos (UNEP, 2010). Segundo dados da European Environmental Agency (EEA), a

reciclagem de uma tonelada de alumínio permite poupar 1,3 t de resíduos de bauxite, 15 m3 de água de

refrigeração, 0,86 m3 de água de processo, evitando igualmente a emissão de 11 kg de SO2, para além

de 2 toneladas de CO2 (Ecorys, 2009).

Este setor pode ainda ser gerador de diversas atividades de subsistência, como no Brasil, onde se estima

que cerca de 700 mil as pessoas que desenvolvem atividades de reciclagem de latas de alumínio,

sobretudo no setor informal, o que contribui para que o país tenha uma taxa de reciclagem destas

embalagens bastante elevada (UNEP, 2011).

Page 43: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 21

Vidro

O vidro pode ser refundido de modo a fabricarem-se novos produtos de vidro sem perda de

propriedades físicas ou da sua qualidade. O vidro colorido não pode ser transformado em vidro

transparente, mas pode ser reciclado em produtos de vidro coloridos. Outras aplicações alternativas de

vidro reciclado incluem a filtragem de água e os agregados (BIO Intelligence et al., 2011a).

Plásticos

A produção global de plásticos em 2009 foi estimada em cerca de 245 Mt, sendo que 25% destes foram

produzidos na UE (BIO Intelligence, 2011).

Para além das garrafas de PET, que podem ser recicladas na sua forma prévia (closed-loop recycling), as

opções de reciclagem dos plásticos envolvem usualmente um down-cycling, onde os polímeros são

transformados em produtos de menor qualidade.

As maiores aplicações dos plásticos reciclados são os filmes e sacos para o setor da distribuição, fibras

para o fabrico de produtos para habitações e os materiais de construção. O PEBD e o PEAD podem ser

reciclados para aplicações de embalagem. O PVC é difícil de ser reciclado e atualmente não existem

operações de reciclagem em larga escala para o PVC de pós-consumo (BIO Intelligence et al., 2011a).

Madeira

As opções de reciclagem de madeira pós-consumo dependem sobretudo da qualidade da madeira em si

(e.g. decaimento, contaminações, etc.). A madeira recolhida e adequada para reciclagem é limpa e

processada de modo a remover contaminantes e é posteriormente fragmentada em lascas que podem

ser utilizados em várias aplicações, como no fabrico de contraplacados, arquitetura paisagística ou na

criação de animais (BIO Intelligence et al., 2011a).

Papel/cartão

A reciclagem de papel/cartão usado envolve a sua repolpagem, operação que quebra as fibras e

posteriormente a crivagem, seguida de limpeza e destintagem. Dependendo da qualidade das fibras

recicladas, a pasta de papel pode ser utilizada para fabricar novos produtos de papel e cartão, ou

misturada com fibras virgens para a produção de melhores “grades”. As fibras recicladas deterioram-se

com o tempo e não podem ser recicladas indefinidamente, tendo de ser misturadas com fibras virgens

(BIO Intelligence et al., 2011a).

O papel pode ser reciclado no máximo até oito vezes (EEA, 2011b). No papel/cartão utilizado em

embalagem, mais de 70% é proveniente da reciclagem (73.5% em 2008) (Ecorys, 2009).

Emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE)

As emissões de gases com efeito de estufa relacionadas com o fabrico e consumo de embalagens na

Europa representam uma fração significativa do total de emissões de GEE anuais. Um estudo realizado

em 2003 refere que as embalagens representavam nessa altura cerca de 2% das emissões totais de

GEE na EU15, correspondente a cerca de 80 milhões de toneladas de CO2 eq.

Page 44: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 22

A quota-parte das embalagens relativamente a outros impactes ambientais, como a acidificação da

atmosfera, a emissão de partículas finas e a eutrofização, seriam de uma magnitude comparável (EC,

2006a).

Ao nível europeu, o mesmo documento refere que a reciclagem e a valorização energética dos resíduos

de embalagens gerava uma poupança nas emissões de GEEE na ordem das 25 milhões de toneladas de

CO2 equivalente6 e de recursos de cerca de 10 milhões de toneladas de equivalente de petróleo

7, em

comparação com um cenário onde todas as embalagens seriam enviadas para deposição em aterro ou

incineração sem valorização energética, o que corresponderia a cerca de 0,6% das emissões totais de

GEE de países como a Dinamarca, a Irlanda ou a Suécia (EC, 2006a).

Outras Consequências Ambientais

Para além da redução da emissão de GEE, existem outros benefícios ambientais derivados da reciclagem

dos materiais de embalagem. Nesse contexto, segundo um estudo desenvolvido para a União Europeia

que analisou os impactes da Diretiva Embalagens, a reciclagem de embalagens pode ser classificada,

com um grau de certeza relativamente elevado, entre as opções mais eficientes em termos de custos

para a redução das emissões de CO2 e de outros impactos ambientais (EC, 2006a).

Um outro estudo realizado para a União Europeia estimou os impactes de maiores níveis de reciclagem

dos resíduos de embalagem, tomando como cenário que para cada material seria alcançado um nível de

reciclagem idêntico ao existente ao atualmente no Estado-Membro da UE mais avançado nessa matéria

(BIO Intelligence, 2011).

Nesse cenário, que pressupõe um maior índice de reciclagem, para além das vantagens económicas que

advêm de evitar da produção de materiais primários8, foi estimado que permitiria uma poupança

elevada de combustíveis fósseis, para além da depleção de recursos naturais e das emissões de GEE

(figura 2.12).

6 Cerca de 1 milhão de toneladas em resultado direto da Diretiva Embalagens. 7 Cerca de 3 milhões de toneladas em resultado direto da Diretiva Embalagens. 8 Considerando a diferença de preços entre meteriais primários e materiais reciclados.

Page 45: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 23

Figura 2.12 – Impactes da reciclagem de resíduos de embalagens

Fonte: BIO Intelligence (2011).

Para o cenário referido, a redução do impacte ambiental nas referidas categorias de impacte

encontram-se referidas na tabela 2.9. O plástico é o material com maior potencial de redução do seu

impacte ambiental, através da sua reciclagem.

Tabela 2.9 – Impactes ambientais evitados associados com um cenário de reciclagem em que a taxa de reciclagem da UE é idêntica à taxa de reciclagem atual do Estado-Membro mais avançado nesta matéria, por material

Material Reciclado Emissão de GEE

evitada (t CO2 eq) Consumo de recursos

novos evitados Combustíveis fósseis

evitados (tep)

Vidro 74.823 750 38.781

Plástico 8.797.013 106.280 5.431.320

Papel e cartão 4.524.490 4.963 134.312

Metais 3.568.870 26.796 1.048.554

Madeira N.D. N.D. N.D.

Benefícios totais 16.965.196 138.789 6.652.967

Fonte: Com base em BIO Intelligence (2011).

Page 46: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 24

2.3 Contributos Económicos

2.3.1 Enquadramento

A gestão de resíduos e a reciclagem constituem subsetores importantes das eco-indústrias, que

contribuem para o Produto Interno Bruto (PIB) europeu e para o comércio intra e extra comunitário

(EEA, 2011a).

Em particular, a reciclagem providencia novas oportunidades económicas, potencialmente criando

mercados para novos produtos e serviços (EC, 2011). A reciclagem permite que os recursos se

mantenham na economia num processo fechado (closed-loop), mudando o paradigma de

desenvolvimento económico que tem vindo a ser assente num modelo económico linear, baseado na

depleção de recursos naturais e da produção de resíduos (EEA, 2011a).

Nos parágrafos seguintes apresentam-se alguns impactes económicos relacionados com a gestão de

resíduos, em geral, e de resíduos de embalagens, em particular.

2.3.2 Setor de Gestão de Resíduos

2.3.2.1 Estrutura do Mercado

As indústrias de gestão de resíduos e reciclagem encontram-se bem estabelecidas ao nível europeu.

Segundo dados do Eurostat, em 2006, a UE27 detinha 5.170 instalações de incineração com recuperação

de energia, 3.897 instalações de incineração, 50.682 instalações de reciclagem e 10.286 aterros (IEEP et

al., 2011). Por outro lado, existiam aproximadamente 15.500 empresas dedicadas à reciclagem (Ecorys,

2009b).

A indústria é caracterizada por uma estrutura piramidal, com um número limitado de grandes empresas

e uma base alargada de pequenas empresas (Ecorys, 2009b). Estima-se que aproximadamente 95%

destas empresas são PME (IEEP et al., 2011). O primeiro grupo foca-se no processamento e na entrega

dos materiais reciclados, enquanto as pequenas empresas encontram-se orientadas para a recolha e

triagem dos resíduos (Ecorys, 2009b).

Como os materiais reciclados são matérias-primas, os clientes procuram boa qualidade a um bom preço.

Tipicamente, apenas as grandes empresas investem em I&D, especialmente com o objetivo de

desenvolver melhores processos de reciclagem que permitam produzir materiais reciclados “mais

puros” que podem ser vendidos a um preço mais elevado (Ecorys, 2009b).

O processamento dos resíduos recolhidos é geralmente capital intensivo. Os investimentos necessários

para estabelecer uma unidade de reciclagem são elevados. No entanto, genericamente, após a

construção das unidades de reciclagem, os custos salariais são uma importante fração dos custos

totais, tal como acontece com a energia. Adicionalmente, a recolha e a triagem de resíduos envolve

uma quantidade considerável de mão-de-obra (Ecorys, 2009b).

No entanto, a forma como os resíduos são recolhidos e triados pode variar entre países e regiões,

dependendo dos preços unitários dos fatores de produção. Por exemplo, o Eurostat estima que, em

2006, em termos médios, os custos com pessoal representaram 10% dos custos totais da indústria de

reciclagem, variando entre 1,6% na Bulgária e 20% no Luxemburgo e em França (Ecorys, 2009b).

Page 47: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 25

Em Portugal, segundo dados do INE, existiam 1292 empresas dedicadas à gestão de resíduos em 2010

e 410 empresas ligadas à produção de materiais e produtos reciclados. Estas empresas representavam

respetivamente 71% e 27% do total de empresas ligadas à gestão da poluição9 e gestão de recursos

10.

2.3.2.2 Volume de Negócios, Custos Incorridos e Rendimentos Obtidos

Um estudo realizado pela Ecorys, baseado em dados do Eurostat, estima que o volume de negócios

associados à gestão de resíduos e à reciclagem de materiais na Europa representou, em 2008, um

volume de negócios de 147 mil milhões de euros, o que significa em termos agregados 46% do volume

de negócios das eco-indústrias identificadas nesse estudo, que incluem adicionalmente, a distribuição

de água, a gestão de águas residuais, as energias renováveis, o controle da poluição atmosférica, a

biodiversidade, entre outras (Ecorys, 2009a).

Desta fatia, a maior parte estava relacionada com a gestão de resíduos (92 mil milhões de euros), sendo

o restante relativo à reciclagem de materiais (55 mil milhões de euros) (Ecorys, 2009a).

A reciclagem dos materiais apresentou a segunda maior taxa de crescimento das eco-indústrias, apenas

atrás das energias renováveis, tendo no período 2004-2008 apresentado uma taxa de crescimento anual

de 17% (EEA, 2011a) (ver tabela 2.10).

Tabela 2.10 – Volume de negócios do setor da reciclagem

2004 2006 2007 2008 2009

Volume de negócios da reciclagem de sete materiais nucleares na UE (M€, preços atuais)

32.535 47.008 56.082 60.524 37.229

VAB dos setores industriais, de produção de eletricidade e de gestão de resíduos da UE (M€, preços atuais)

1.930.790 2.113.325 2.221.800 2.243.801 1.919.044

Volume de negócios da reciclagem de sete materiais nucleares relativamente ao VAB dos setores industriais, de produção de eletricidade e de gestão de resíduos da UE (%)

1,69 2,22 2,52 2,7 1,94

VAB total da UE (M€, preços atuais) 9.490.958 9.877.205 10.405.157 11.011.791 11.188.957

Volume de negócios da reciclagem de sete materiais nucleares relativamente ao VAB total da UE (%)

0,34 0,48 0,54 0,55 0,33

O setor da reciclagem é atualmente é dominado por 7 tipos de materiais nucleares (EEA, 2011a):

Vidro.

Papel e cartão.

Plásticos.

Ferro e aço.

Cobre, alumínio e níquel.

Metais preciosos.

Outros metais.

9 Atividades de prevenção, medição, redução, eliminação, correção dos efeitos da poluição e de qualquer outro dano ao ambiente, nomeadamente à atmosfera, solos, rios assim como problemas associados à gestão dos resíduos, poluição sonora e ameaças aos ecossistemas. Notas: Excluem-se medidas tomadas por razões de higiene e segurança dos locais de trabalho ou as que visam o aumento da eficiência (por exemplo a redução de matérias-primas) ou rentabilidade da produção e melhoria da qualidade dos produtos e/ou serviços (INE, 2011.

10 Gestão de recursos de modo sustentável como a conservação de recursos naturais que estão sujeitos a esgotamento pelo consumo humano, visando a limitação ou minimização do seu uso. Notas: Refere-se ao aproveitamento da energia renovável, poupança de energia, gestão da água potável, entre outras atividades (INE, 2011).

Page 48: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 26

A maior parte do volume de negócios induzido pela reciclagem de materiais na Europa diz respeito à

reciclagem de ferro e aço, seguida de outros metais não ferrosos e do papel/cartão, como se pode

identificar pela análise da figura 2.13.

O setor da reciclagem encontra-se a crescer e em desenvolvimento, uma vez que o consumo de bens

não tem diminuído (EEA, 2011a). No entanto, em termos Europeus e dado que para alguns tipos de

resíduos as taxas de reciclagem alcançadas são elevadas, o espaço de manobra para a evolução é

limitado (Ecorys, 2009b).

Figura 2.13 – Volume de negócios da reciclagem de 7 tipos de materiais nucleares

Segundo a Agência Europeia do Ambiente, o volume de negócios duplicou entre 2004 e 2008, tendo as

exportações destes materiais aumentado devido ao crescimento das economias asiáticas, o aumento da

oferta de materiais recicláveis no mercado e a implementação das Diretivas europeias relativas a

resíduos, incluindo da Diretiva Embalagens. Neste contexto, a importância da exportação tem

aumentado relativamente às importações (ver figura 2.14).

Page 49: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 27

Figura 2.14 – Valor do comércio interno e externo de alguns materiais recicláveis

Fonte: (EEA, 2011a).

No entanto, o setor encontra-se muito dependente da evolução dos preços unitários das mercadorias

nos mercados internacionais (ver tabela 2.11 e figura 2.15). Por exemplo, devido à crise iniciada em

2008, ocorreu nessa altura uma quebra dos preços de várias matérias-primas, que se refletiu nos preços

dos materiais secundários e que originou uma diminuição acentuada do volume de negócios do setor

em 2009 face aos anos anteriores.

Page 50: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 28

Tabela 2.11 – Evolução dos valores médios em Euros/t de diferentes recicláveis baseados nas estatísticas de comércio intra e extracomunitário

2004 2006 2007 2008 2009

Preços médios em

EUR/t

Para fora da

EU

Dentro da EU

Para fora da

EU

Dentro da EU

Para fora da

EU

Dentro da EU

Para fora da

EU

Dentro da EU

Para fora da

EU

Dentro da EU

Vidro 158 36 89 42 83 39 103 43 101 47

Papel e cartão

94 94 102 94 116 118 119 120 82 84

Plástico 251 319 310 424 307 454 293 441 208 295

Cu, Al, Ni 1.015 1.242 1.832 2.134 1.521 2.207 1.543 1.991 1.222 1.412

Ferro e Aço 199 257 273 322 378 393 371 456 241 245

Metais preciosos

43.591 28.372 44.262 41.543 25.844 41.581 63.659 37.304 129.119 30.150

Outros Metais

1.012 921 2.255 1.610 2.724 1.723 2.358 1.519 1.484 1.132

Fonte: Com base em ETC/SCP (2011).

Figura 2.15 – Evolução dos preços de alguns materiais secundários, baseados nas estatísticas de comércio intra e extracomunitário

Fonte: Adaptado da EEA (2012c).

Em Portugal, o volume de negócios relacionado com as atividades de gestão de resíduos e os

materiais e produtos reciclados ascenderam a 2683 milhões de Euros em 2010, concentrados

maioritariamente nas empresas com CAE relacionado com a valorização de resíduos metálicos (CAE

38321), comércio por grosso de sucatas e de desperdícios metálicos (CAE 46771) e tratamento e

eliminação de outros resíduos não perigosos (CAE 38312), como se pode analisar da análise da tabela

2.12.

Page 51: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 29

Tabela 2.12 – Dados gerais das entidades produtoras de bens e serviços de ambiente por atividade económica

Fonte: INE (2011).

A maior parte do volume de negócios das empresas ligadas à gestão de resíduos e reciclagem está

concentrada no mercado nacional, como se depreende da análise da tabela 2.13.

Tabela 2.13 – Distribuição do volume de negócios das entidades produtores de bens e serviços de ambiente por atividade económica segundo o tipo de mercado

Fonte: INE (2011).

Page 52: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 30

2.3.2.3 Valor Acrescentado

A UNEP estima que o setor de gestão de resíduos, no seu todo, tenha representado em 2011, 0,16% do

Produto Interno Bruto (PIB) mundial, ou seja, cerca de 108 mil milhões de dólares, podendo triplicar em

valor até 2050 (UNEP, 2011).

Ao nível Europeu, verificam-se grandes diferenças entre os Estados Membros, que estão patentes na

figura 2.16. Estas diferenças refletem em grande parte os salários existentes nos vários países. Caso se

ajustasse a produtividade do trabalho para contabilizar tais diferenças, a situação mudaria bastante,

com alguns dos novos membros da UE a apresentarem os maiores índices ajustados de produtividade

do trabalho (Ecorys, 2009b).

Figura 2.16 - Produtividade aparente do trabalho da indústria de reciclagem

Fonte: Adaptado de Ecorys (2009b).

Por tonelada de resíduo, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) varia consoante a localização e as operações

a que os resíduos são sujeitos. Por exemplo, um estudo realizado na Califórnia estimou que em 1999 o

VAB relacionado com a eliminação de resíduos sólidos em aterro ascendia a 144$/t, enquanto a

valorização desses resíduos significava um VAB de 290 $/t (Goldman and Ogishi, 2001).

Em termos dos efeitos multiplicadores11

da reciclagem de resíduos, de referir em primeiro lugar que

existem diferentes tipos de multiplicadores económicos (NRC, 2001).

Por exemplo, os multiplicadores do Tipo I identificam o valor das transações diretas e indiretas

relativamente ao valor das transações diretas (e.g. o rendimento de um setor e todos os outros

rendimentos das compras efetuadas por esse setor aos seus fornecedores). Os multiplicadores do tipo

II identificam o valor de todas as transações económicas (diretas, indiretas e induzidas) que são

estimuladas na economia pela indústria em estudo, incluindo as despesas efetuadas pelos empregados

da cadeia de valor associada ao setor em análise, relativamente ao valor das transações diretas (NRC,

2001).

Ao nível do setor de reciclagem de resíduos, existem alguns estudos que realizaram essa análise,

sobretudo nos Estados Unidos e Austrália, debruçando-se ao nível económico, mas igualmente a nível

do emprego.

11

Termo frequentemente utilizado quando se refere os efeitos económicos ou os impactes económicos (igualmente efeito

multiplicador) (NRC, 2001)

Page 53: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 31

Por exemplo, o estudo citado anteriormente do NRC avaliou os multiplicadores associados à

reciclagem nos Estados Unidos e comparou-os com o de outras indústrias. Na tabela 2.14 apresenta-se

essa comparação, tendo sido estimado um efeito multiplicador de 2,43 (tipo I) e 3,82 (tipo 2) para o

valor acrescentado bruto, sendo que informação mais detalhada para várias operações relacionadas

com a reciclagem de resíduos encontra-se disponível no referido estudo.

Tabela 2.14 – Multiplicadores da indústria de reciclagem e reutilização nos EUA e comparação com outras indústrias

Setores Produção Emprego Rendimento pessoal Valor acrescentado

Tipo I Tipo II Tipo I Tipo II Tipo I Tipo II Tipo I Tipo II

Reciclagem e reutilização 1,7 2,36 2,18 3,55 2,33 3,56 2,43 3,82

Agricultura 1,9 2,82 1,51 2,11 2,01 3,29 2,08 3,42

Minas 1,54 2,31 1,97 3,93 1,63 2,66 1,46 2,2

Construção 1,9 3,02 1,84 3,16 1,84 3,01 2,17 3,93

Manufatura 1,97 2,9 2,65 4,87 2,3 3,78 2,39 4,04

Transportes, comunicação e utilidades

1,56 2,41 1,87 3,54 1,69 2,8 1,55 2,43

Comércio grossista 1,44 2,41 1,57 2,91 1,44 2,37 1,38 2,26

Comércio a retalho 1,34 2,37 1,13 1,59 1,24 2,02 1,25 2,08

Finanças, seguros e imobiliária

1,38 1,98 1,67 3,01 1,57 2,6 1,33 1,83

Serviços 1,51 2,79 1,31 2,17 1,35 2,21 1,46 2,7

Governo 1,14 2,51 1,06 1,88 1,06 1,72 1,08 2,01

Fonte: Com base em NRC (2001).

Verifica-se que os multiplicadores obtidos para as indústrias de reciclagem e reutilização excedem

frequentemente os multiplicadores da maioria dos outros grandes setores, à exceção do setor da

indústria.

A este estudo seguiram-se outros de caráter regional no mesmo país, com resultados consistentes. Por

exemplo, para o Estado do Missouri estimaram-se vários multiplicadores (do Tipo I e Tipo II) para

atividades relacionadas com a reciclagem de resíduos, que se podem analisar na tabela 2.15 e 2.16.

Page 54: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 32

Tabela 2.15 – Multiplicadores para o Estado do Missouri, Tipo I

Fonte: EIERA (2005)

Tabela 2.16 - Multiplicadores para o Estado do Missouri, Tipo II

Fonte: EIERA (2005)

Page 55: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 33

Outro estudo, desta vez para a Austrália e desenvolvido pelo Australian Council of Recyclers (ACOR),

verificou que o multiplicador variava bastante com o tipo de material. Deste modo, por cada dólar

australiano criado pela reciclagem de alumínio, 1,08 dólares adicionais eram criados indiretamente

(multiplicador do tipo I de 2,08). Caso se tivesse em conta as despesas induzidas pelos consumidores, o

valor subia para 1,52 dólares (multiplicador do tipo I de 2,52). O alumínio era o material com maior

efeito multiplicador do tipo II, acima do plástico (2,15), madeira (2,09), metais (2,07), papel genérico

(1,96), cartão canelado antigo (1,85) e vidro (1,61) (Insidewaste, 2008).

Finalmente, de referir que todas as referidas avaliações foram realizadas com base na técnica de Análise

de Entradas-Saídas (AES), tendo-se concluído que a indústria da reciclagem contribui de forma

significativa para a economia através dos seus efeitos indiretos.

Em relação à reciclagem em Portugal não se conhece nenhuma aplicação específica de AES, existindo no

entanto diversos estudos relacionados com outros temas. Particularmente, em Portugal a AES foi

utilizada no passado para analisar a aplicação de políticas públicas. Exemplo disso é o estudo realizado

pelo Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais (DPP) do Ministério do

Ambiente e Planeamento Regional, que avaliou o impacte dos apoios do QREN na economia portuguesa

(Dias e Lopes, 2011).

O único estudo compilado de AES sobre gestão de resíduos em Portugal foi realizado por Barata (2010),

que analisou os processos de geração e tratamento de resíduos e observou, por exemplo, que o setor da

construção é dos mais importantes geradores de resíduos sólidos no país e que a economia portuguesa

é responsável pela geração de 82,8% dos seus resíduos sólidos, sendo o restante gerado em países de

onde as importações portuguesas são provenientes.

2.3.3 Gestão de Resíduos de Embalagens

2.3.3.1 Estrutura de Mercado

Em geral, a função de substituição de produtos e serviços do ponto de vida da procura, bem como os

requisitos legais existentes levam a que exista uma diferença apreciável entre a recolha de resíduos de

embalagens domésticos e a recolha do mesmo tipo de resíduos das atividades comerciais e

industriais. Desta forma, a organização do mercado a nível dos vários países da UE é distinta para ambos

os tipos de resíduos de embalagens (DG Competition, 2005).

Tipicamente, a recolha e triagem dos resíduos de embalagens domésticos é realizada por entidades

com caráter público, em circuitos integrados na recolha dos resíduos urbanos. Neste aspeto, existem

importantes economias de rede a nível da recolha de resíduos de embalagens domésticas (DG

Competition, 2005). Mesmo neste tipo de embalagens, os custos associados à recolha, triagem e

valorização dos resíduos normalmente representam uma pequena fração dos custos totais dos produtos

(DG Competition, 2005)

Por outro lado, os resíduos de embalagens das atividades comerciais e industriais são frequentemente

recolhidos e triados em conjunto com outros tipos de resíduos industriais, sendo que, como existem

menos economias de rede do que no caso dos resíduos de embalagens domésticos, é mais fácil

aparecerem estruturas de recolha alternativas às existentes (DG Competition, 2005).

Page 56: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 34

Em geral, os materiais triados com vista à sua reciclagem fazem parte de mercados distintos (e.g.

vidro, papel, metal), que para além dos resíduos de embalagens integram outros tipos de resíduos do

mesmo material (e.g. RCD). O âmbito destes mercados pode ser predominantemente nacional mas

igualmente internacional, dado que cada vez mais estes mercados são globais (DG Competition, 2005).

O âmbito geográfico depende não só da dimensão dos Estados-Membros e das indústrias ai presentes

(por exemplo, Estados-Membros de pequena dimensão podem não ser autossuficientes a nível da

reciclagem dos resíduos de embalagens), mas igualmente dos custos de transporte e do material em

questão, dado que, por exemplo, a nível Europeu o fluxo intracomunitário de papel/cartão é mais

significativo que o de vidro (DG Competition, 2005).

2.3.3.2 Volume de Negócios, Custos Incorridos e Rendimentos Obtidos

No início da primeira década do sec. XXI, a UE encomendou um estudo para avaliar os impactes da

Diretiva Embalagens publicada em 1994. Tendo por base as taxas de reciclagem alcançadas em 2001

nos países da UE, os custos estimados com a gestão de resíduos de embalagens apontavam para cerca

de 6,6 a 6,8 milhões de Euros.

O mesmo estudo avaliou os custos hipotéticos da gestão dos resíduos de embalagens realizados através

de aterro, tendo concluído que seriam pouco inferiores (cerca de 6,1 mi milhões de Euros). Por outro

lado, os custos diretos relacionados com a aplicação da Diretiva de Embalagens representavam apenas

um incremento de cerca de 3% face aos custos esperados caso não existisse diretiva de embalagens

(GHK, 2006).

O estudo desenvolvido pela GHK refere um aumento de custos de 227 milhões de Euros atribuíveis à

Diretiva para o ano base de 2001 (GHK, 2006), variando a extensão e a forma de distribuição destes

custos por vários atores consoante o Estados Membros.

No entanto, de referir que o mercado evoluiu bastante em 10 anos. Por exemplo, por um lado, os

custos relacionados com a eliminação de resíduos são mais elevados, dado que em muitos países esta

opção foi fortemente restringida, por exemplo, pela adoção de taxas de aterro. Por outro lado, as

quantidades de embalagens recicladas aumentaram, bem como os preços de mercado de alguns

materiais reciclados (ver subcapítulo 3.2).

Passada uma década, um novo estudo desenvolvido para a União Europeia centrou-se no impacte da

gestão de resíduos de embalagens. Nesse estudo foi comparado a atual cenário de reciclagem na EU27,

com um cenário hipotético em que as taxas de reciclagem médias da UE por material seriam idênticas à

máxima taxa apresentada por um dos Estados-Membros (BIO Intelligence, 2011).

Nesse cenário, o acréscimo de materiais reciclados resultantes do incremento das taxas de reciclagem

na UE pode significar uma poupança de 7,5 mil milhões de Euros por ano, correspondente a 15,2

Euros/hab.ano, caso se tenha em conta a substituição das matérias-primas pelos materiais reciclados12

(BIO Intelligence, 2011). A desagregação por material é apresentada na tabela 2.17, sendo que a maior

poupança adviria do evitar da produção de plásticos e papel/cartão a partir de recursos naturais.

12 Considerando a diferença de preços entre meterias primários e materiais reciclados. A variação da qualidade dos materiais reciclados (pelo aumento da quantidade de resíduos enviados para reciclagem) não foi tida em conta, nem a volatilidade dos preços dos materiais reciclados e materiais primários.

Page 57: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 35

Tabela 2.17 – Impactes anuais de um cenário de reciclagem mais elevado do que o atual na UE

Tipo de material Total reciclado no

cenário de "elevada taxa de reciclagem" (t)

Toneladas adicionais recicladas comparativamente à situação atual

da EU (t)

Rendimentos mínimos por material comparativamente à situação atual

(€, preços de 2011, excl. VAT)

Vidro 16.694.124 5.674.005 141.850.125 €

Plástico (HDPE/PET) 8.373.068 3.846.986 4.031.449.482 €

Papel e Cartão 29.993.779 4.720.705 2.841.864.530 €

Metal (alumínio e aço) 4.677.323 1.341.352 526.681.725 €

Madeira 10.323.559 5.180.221 ////

Total - - 7.541.845.862 €

Fonte: BIO Intelligence (2011).

Em Portugal, um estudo desenvolvido pelo IST analisou a reciclagem dos resíduos de embalagem em

Portugal, centrando-se na reciclagem das embalagens do fluxo urbano. Para tal, baseou-se nos custos e

receitas incorridos pelos SMAUT, utilizando duas perspetivas diferentes (EIMPack, 2011).

A primeira perspetiva (económica), para além de considerar as receitas provenientes da SPV, tem em

conta outras receitas, nomeadamente as transacções diretas com os recicladores e os subsídios de

investimento (e.g. ao nível da triagem). Ao contrário da segunda perspetiva (financeira), tem igualmente

em consideração, os benefícios relacionados com os custos evitados pela recolha seletiva e reciclagem

dos resíduos, nomeadamente dos custos de recolha indiferenciada e dos custos de tratamento dos

resíduos que são evitados (e.g. aterro). Estas últimas componentes foram estimadas em 49 €/trecolhido e

53,9 €/ttratado, respetivamente, com base em inquéritos realizados aos SMAUT e pela análise dos

relatórios anuais destas entidades13

(EIMPack, 2011).

Já no que concerne aos custos, são considerados os custos operacionais relacionados com a recolha

seletiva e a triagem, a depreciação dos equipamentos e bens alocados a estas atividades e o retorno do

capital14

devido aos investimentos realizados nos equipamentos e infraestruturas. Por o outro lado, o

estudo não contabilizou os valores líquidos relacionados com a retoma das embalagens pela SPV e seu

encaminhamento para recicladores e operadores de gestão de resíduos e ainda as mais-valias obtidas na

cadeia de valor a jusante (EIMPack, 2011).

A análise concluiu que os SMAUT em termos médios beneficiam em 260 €/t de resíduos de

embalagem recolhidos, que correspondem a 369 €/t de resíduos encaminhados para reciclagem,

segundo uma perspetiva económica, ou seja, contabilizando os impactes evitados da recolha

indiferenciada e tratamento dos resíduos. Estes benefícios reduzem-se quando se utiliza uma

perspetiva financeira, onde os custos evitados não são considerados (EIMPack, 2011).

13 Tendo ainda em conta as eficiências de “triagem” das embalagens: Vidro – 95%, Papel – 93%, outros materiais – 63% 14 Considerando um tempo de vida útil de 9,6 anos, um custo do capital de 6,0%, uma taxa de imposto de 20,3%, um custo de dívida de 4,6% e uma percentagem de 19% de capitais próprios da estrutura do capital.

Page 58: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 36

Figura 2.17 – Rendimentos e custos associados à gestão de resíduos de embalagens pelos SMAUT

Fonte: Adaptado de EIMPack (2011)

Tendo em conta os resultados do estudo, os autores referem que o financiamento da indústria via VPV

deve ser discutido, sendo que, caso se utilize uma perspetiva económica, os custos associados estão

sobreavaliados, podendo descer em 43%. Por outro lado, caso se considere que a indústria deve ser

inteiramente responsável pela gestão dos resíduos de embalagem (incluindo os custos inerentes à

recolha indiferenciada e tratamento dos resíduos de embalagens não encaminhados para reciclagem, os

VPV devem subir em média 35% (EIMPack, 2011).

De referir que os resultados diferem consoante os SMAUT analisados, refletindo aspetos tão díspares

como as diferenças entre os materiais de embalagem recolhidos seletivamente, a dimensão e densidade

populacional existente, etc. Por exemplo, na figura 2.18 apresentam-se custos unitários de recolha

seletiva e triagem por tipo de material para vários SMAUT, pelo que se pode verificar as diferença

existentes, que são mais expressivas para resíduos provenientes do ecoponto amarelo (embalão)

(EIMPack, 2011).

Figura 2.18 – Custos unitários de recolha seletiva e triagem por material de embalagem e volume de resíduos de embalagens recolhidas

Fonte: Adaptado de EIMPack (2011).

Page 59: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 37

2.4 Contributos Sociais

2.4.1 Enquadramento

Um dos principais desafios atualmente para os decisores políticos que pretendem transformar a suas

economias é a criação de emprego. De acordo com a Organização Mundial do Trabalho (OMT), ao nível

mundial serão necessários 600 milhões de novos postos de trabalho nos próximos 10 anos de modo a

sustentar o crescimento e manter a coesão social (ILO, 2012).

A transição para uma Economia Verde requer o investimento em capital humano e social através de

políticas adequadas de emprego. Neste contexto, a necessária transformação das economias dos vários

países no sentido da Economia Verde cria um grande potencial para a criação de novos empregos

(UNEP, 2012a). Procurar estratégia Alemã, referida no Editorial do Expresso de 16 de Junho.

As oportunidades de criação líquida de emprego no âmbito da Economia Verde derivam da criação de

novos mercados, como sejam a nível da gestão e reciclagem de resíduos e do facto das cadeias de valor

nos setores verdes serem muitas vezes mais longas e diversificadas que nos setores convencionais,

como é o caso das energias renováveis vs. energia fóssil. Tal origina a criação de empregos indiretos a

jusante e a montante e igualmente efeitos induzidos através do aumento da procura (UNEP, 2012a).

2.4.2 Setor de Gestão de Resíduos

2.4.2.1 Nº de Trabalhadores

Ao nível mundial, a UNEP estima em pelo menos 20 milhões de empregos em atividades ligadas à

gestão de resíduos, com 15 milhões de pessoas no mundo desenvolvido a depender da recolha de

resíduos para a sua subsistência (UNEP, 2011).

O setor da gestão de resíduos, em geral, e o subsetor da reciclagem em particular, tiveram um

crescimento muito acentuado em termos de emprego, acompanhando a preocupação da sociedade na

resolução deste problema (UNEP, 2011).

Por exemplo, as indústrias de reciclagem nos EUA passaram de 8 mil empresas em 1967, que

empregavam 79 mil pessoas e geravam 4,6 biliões de dólares em receitas, para mais de 56 mil empresas

no ano 2000, que empregavam 1,1 milhões de pessoas e geravam 236 biliões de dólares em receitas. Na

China, estimam-se em cerca de 10 milhões os empregos atuais relacionados com as atividades de

reciclagem (UNEP, 2011).

Ao nível europeu, considerando em conjunto os dois subsetores de materiais reciclados e gestão de

resíduos descriminados do estudo Ecorys (2009), os empregos diretos ascenderam a 1,979 milhões em

2008. O crescimento médio anual desde o ano 2000 cifrou-se em 7,9%, sendo superior no subsetor dos

materiais reciclados (10,6%), conforme ilustrado na tabela 2.18 (Ecorys, 2009).

Em conjunto, os dois subsetores referidos perfaziam em 2008 cerca de 58% do emprego das eco-

indústrias da União Europeia, sendo que os materiais reciclados representavam 15% do total. Até 2020 é

estimado que a criação de empregos no setor da reciclagem pode significar mais meio milhão de

trabalhadores (EC, 2011).

Page 60: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 38

Tabela 2.18 – Crescimento do emprego nos subsetores das eco-indústrias na União Europeia entre o período 2000 e 2008

Emprego

(2000) Emprego

(2008)

Emprego: Taxa de crescimento anual

(%)

Gestão de resíduos 844.766 1.466.673 7,14

Abastecimento de água 417.763 703.758 6,74

Gestão de resíduos de água 253.554 302.958 2,25

Materiais recicláveis 229.286 512.337 10,57

Outros 129.313 193.854 5,19

Energias Renováveis 49.756 167.283 16,37

Poluição ambiental 22.600 19.067 2,1

Biodiversidade 39.667 49.196 2,73

Solo e leitos freáticos 14.882 18.412 2,7

Vibração e Ruído 4.176 7.565 7,71

Total 2.005.763 3.441.103 6,98

Ao nível nacional, com base em dados do INE relativos a Portugal, em 2010 existiam cerca de 16.52715

empregos ligados a atividades de gestão de resíduos, o que representava 52% do total dos empregos

na área do ambiente das entidades produtoras de bens e serviços de ambiente (32.066 pessoas). A

maior parte dos empregos na área da gestão de resíduos encontra-se relacionada com os CAE 38112 -

Recolha de outros resíduos não perigosos e 38212 - Tratamento e eliminação de outros resíduos não

perigosos (ver figura 2.19).

Figura 2.19 - Pessoal ao serviço em ambiente por principal atividade económica (2010)

Fonte: INE (2011).

15 Considerando os CAE de atividade centrais do ambiente: 22112 - Reconstrução de pneus, 38111 - Recolha de resíduos inertes, 38112 - Recolha de outros resíduos não perigosos, 38120 - Recolha de resíduos perigosos, 38211 - Tratamento e eliminação de resíduos inertes, 38212 - Tratamento e eliminação de outros resíduos não perigosos, 38220 - Tratamento e eliminação de resíduos perigosos, 38311 - Desmantelamento de veículos automóveis, em fim de vida, 38312 - Desmantelamento de equipamentos elétricos e eletrónicos, em fim de vida, 38313 - Desmantelamento de outros equipamentos e bens, em fim de vida, 38321 - Valorização de resíduos metálicos, 38322 - Valorização de resíduos não metálicos, 39000 - Descontaminação e atividades similares, 46771 - Comércio por grosso de sucatas e de desperdícios metálicos, 46772 - Comércio por grosso de desperdícios têxteis, de cartão e papéis velhos e 46773 - Comércio por grosso de desperdícios de materiais, n.e.

Page 61: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 39

2.4.2.2 Características dos Empregos Existentes

A nível nacional, a maior parte das pessoas afetas à gestão de resíduos eram operários (66%),

seguidas de administrativos (12%), encarregados (11%), quadros (6%) e finalmente dirigentes (5%). A

fração de pessoal afeto a funções de operação é superior na gestão de resíduos relativamente a outras

funções de ambiente, como se ilustra na figura 2.20.

Figura 2.20 - Pessoal ao serviço em funções de ambiente por nível profissional e atividade económica (2010)

Fonte: INE (2011).

Por outro lado, a força de trabalho é maioritariamente constituída por Homens (80%). Apenas a nível

dos quadros e administrativos é que existe uma situação relativamente equilibrada em termos de

género, sendo que a nível de encarregados e operários a proporção de homens para cada mulher é de

6,7 Homens/Mulher. Na tabela 2.19 apresenta-se a quantidade de Pessoas ao serviço nas entidades

produtoras de bens e serviços de ambiente por atividade económica, segundo o sexo e nível

profissional.

Page 62: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 40

Tabela 2.19 - Pessoas ao serviço nas entidades produtoras de bens e serviços de ambiente por atividade económica, segundo o sexo e nível profissional

Fonte: INE (2011).

2.4.2.3 Efeitos Relacionados com a Criação de Empregos

A gestão de resíduos em geral, e a reciclagem em particular, são elementos importantes de criação de

emprego a nível global, sendo que, como estes empregos representam uma fonte de rendimentos para

trabalhadores que usualmente têm baixos níveis de educação, são igualmente um importante elemento

de redução da pobreza. No entanto, em muitos países, muitos dos empregos relacionados com as

atividades de gestão de resíduos e reciclagem ainda não cumprem os requisitos básicos de trabalho

decente (UNEP, 2011).

A força de trabalho que sustenta o setor da reciclagem, em geral, contribui para a resolução de um ou

mais problemas ambientais (e.g. mitigação das alterações climáticas ou a prevenção da poluição). Estes

trabalhadores devem ser portanto considerados como uma categoria de agentes de mudança de que as

políticas ambientais e económicas dependem e o seu valor acrescentado deve ser mais claramente e

extensivamente reconhecido (UNEP, 2011). Por outro lado, existe um crescente conjunto de evidências

que a indústria de reciclagem gera um maior número de empregos e de níveis salariais mais elevados

(EEA, 2011a) que o aterro e a incineração de resíduos para a mesma quantidade de material

processado (UNEP et al., 2008).

Por exemplo, um estudo na Califórnia estimou que a indústria de reciclagem tinha naquele Estado o

dobro do impacte económico que o aterro de resíduos, sendo que a reciclagem de uma tonelada de

resíduos gerava em salários e vencimentos um montante de 101 dólares superior ao aterro (CIWMB,

2003). Outro estudo norte-americano, referente às cidades Baltimore, Washigton D.C e Richmond,

estimou que a reciclagem de resíduos apresentava um potencial de geração de emprego 10x superior à

eliminação dos resíduos (UNEP et al., 2008).

Page 63: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 41

Apesar da recolha de resíduos, sua segregação e reprocessamento serem atividades intensivas em

trabalho, o efeito global na criação líquida de emprego não pode ser generalizado. Por exemplo,

Porter refere que os empregos criados pelas atividades de reciclagem substituem empregos a montante

na economia, relacionados com a extração de recursos naturais (Porter (2002) citado em UNEP (2011)).

É o caso dos empregos envolvidos na extração de matérias-primas da natureza e serviços associados,

dado que a reciclagem reduz a necessidade da extração de recursos naturais. No entanto, o balanço na

criação líquida de emprego aparentemente é positivo. Por exemplo, no estado da Carolina do Norte

nos EUA, estima-se que por 100 empregos criados na reciclagem de resíduos, 13 empregos são perdidos

a nível da eliminação de resíduos e extração de recursos naturais (UNEP, 2011).Outro aspeto relevante é

o facto de a reciclagem não gerar apenas empregos diretos, mas igualmente ter um efeito multiplicador

a nível da geração de empregos indiretos e induzidos. Uma compilação dos multiplicadores do Tipo I16

e

do Tipo II17

referidos na literatura encontram-se identificados na tabela 2.20.

Com base no efeito multiplicador da criação de empregos diretos no setor da reciclagem e ainda, com

estimativas para o potencial de crescimento dos empregos diretos pelo incrementar das taxas de

reciclagem (ver tabela 2.21), um estudo dos Friends of the Earth estimou que, caso seja alcançada uma

taxa de reciclagem de 70% para os principais materiais, na UE27 serão criados 322 mil novos empregos

diretos, 161 mil empregos indiretos e 80 mil empregos induzidos, o que perfaz um potencial total de

criação de 563 mil novos empregos (Friends of the Earth, 2010).

Tabela 2.20 – Multiplicadores da criação de empregos diretos relacionados com a reciclagem de materiais

Estudo Tipo I Tipo II

Ernst and Young (2006) - UE Recolha e reciclagem de resíduos 1,22 -

EPA (2002) - US

Recolha de materiais recicláveis 1,13 1,77

Fabrico de materiais reciclados 2,48 4,11

media do setor de reciclagem 2,18 3,53

Scottish Executive (2009) - Escócia

Industria não especificada, incluindo reciclagem 1,36 1,63

Setor de produção de vidro - 1,80

Setor da construção - 1,93

Setor de produção de papel/cartão - 2,64

Friends of the Earth (2010) - UE Valores considerados para o setor da reciclagem 1,5 1,75

Access Economics (2009) – IOWA, US

Reciclagem de plásticos 2,53 -

Reciclagem de alumínio 2,39 -

Reciclagem de outros metais 2,48 -

Reciclagem de vidro 1,69 -

Reciclagem de madeira 1,65 -

Access Economics (2009) – Austrália

Setor de gestão de resíduos 1,84

Fonte: Com base no estudo Friends of the Earth (2010).

Nota: Os setores de produção de vidro, construção e produção de papel/cartão estão ligados à reciclagem em circuito fechado, pelo

que podem ser utilizados como indicador para o efeito multiplicador da reciclagem desses materiais.

16 Que calcula o emprego indireto a jusante e a montante na cadeia de valor resultante da criação direta de emprego no setor da reciclagem. 17 Que calcula o total de empregos induzidos, incluindo pela despesa realizada pelos trabalhadores direta ou indiretamente envolvidos no setor da reciclagem.

Page 64: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 42

Tabela 2.21 – Empregos diretos criados por t de material reciclado

Material reciclável

Rácio de trabalhos criados por kt de material reciclado

LEPU (2004) Cascadia (2009) Taxa assumida para

a EU27

Vidro 0,75 2,6 0,75

Papel 3,5 1,8 1,8

Plástico 15,6 9,3 9,3

Ferro e aço 5,4 - 5,4

Alumínio 11

11

Madeira 0,75

0,75

Têxtil 5 8,5 5

Bioresíduos 1,3 0,4 0,4

Média 6,2 5 4,9

Fonte: Friends of the Earth (2010).

2.4.3 Gestão de Resíduos de Embalagem

2.4.3.1 Nº de Trabalhadores

O estudo realizado para avaliar a primeira fase do impacte da Diretiva de Embalagens ao nível europeu

(UE15) estimou em 42 mil os empregos a tempo inteiro criados direta e indiretamente devido à recolha,

reciclagem e valorização de embalagens.

Apesar de não ser possível contabilizar o número de empregos que são perdidos pelo facto dos resíduos

não serem eliminados, o mesmo estudo concluiu que é provável que o balanço tenha sido neutro ou

ligeiramente positivo (EC, 2006a).

2.4.3.2 Características dos Empregos Existentes

Na análise realizada não se encontrou informação que pudesse ser utilizada para avaliar as

características dos empregos especificamente relacionados com a gestão de resíduos de embalagens.

No entanto, tendo em conta a estrutura do mercado, em que na maior parte dos resíduos de

embalagens são recolhidos e valorizados de forma análoga com outros resíduos com as mesmas

origens/características, poderá assumir-se que as características dos empregos existentes serão

semelhantes às do setor da reciclagem em geral (ver capítulo 5.3).

2.4.3.3 Efeitos Relacionados com a Criação de Empregos

Acresce ao referido no ponto anterior, que os efeitos relacionados com a criação de empregos devido à

gestão de resíduos de embalagens devem ser semelhantes aos efeitos verificados para o setor da

reciclagem em geral (ver capítulo 5.3).

Page 65: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal, Relatório Final

Página | 43

3 AVALIAÇÃO AMBIENTAL DO SIGRE

3.1 Âmbito e Objetivos da Avaliação

O Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE), foi criado pela Sociedade Ponto

Verde (SPV) por forma a dar cumprimento às suas obrigações ambientais e legais, através da

organização e gestão de um circuito que garante a retoma, valorização e reciclagem de resíduos de

embalagens não-reutilizáveis (www.pontoverde.pt, consultado em 3 de Outubro de 2012).

Atualmente, o SIGRE compreende dois subsistemas com modelos de gestão distintos:

Sistema de gestão de resíduos urbanos de embalagens.

Sistema de gestão de resíduos não urbanos de embalagens (sistema eXtra-Urbano).

No sistema de gestão de resíduos urbanos de embalagens, a SPV estabelece parcerias com os Sistemas

Municipais e/ou suas Empresas Concessionárias (SMAUT), que efetuam a recolha seletiva e triagem dos

resíduos de embalagens separados pelo consumidor na sua área de intervenção. Posteriormente esses

resíduos são encaminhados para reciclagem através das parcerias existentes com os Retomadores Pré-

Qualificados. Os resíduos de embalagens remanescentes são encaminhados para valorização orgânica

ou energética ou eliminados em aterros de resíduos sólidos urbanos.

No caso do sistema Extra-Urbano, a SPV estabelece uma parceria com Operadores de Gestão de

Resíduos (OGR) que procedem à recolha seletiva, triagem e encaminhamento para reciclagem desses

resíduos, que são produzidos em indústrias e empresas de comércio e serviços.

No caso concreto da avaliação realizada, em primeiro lugar estudaram-se separadamente os dois

referidos subsistemas e com base nos resultados obtidos, posteriormente analisou-se o SIGRE de forma

integrada.

Os objetivos principais da avaliação foram os seguintes:

1. Produzir informação sobre os impactes e benefícios ambientais (balanço ambiental) da

gestão de resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE, considerando as principais entradas

(recursos e energia) e saídas (emissões e resíduos) por unidade funcional definida.

2. Verificar quais os aspetos (processos unitários, materiais, etc.) mais relevantes em termos de

impacte ambiental, no contexto da gestão de resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE.

Uma vez que se pretendeu avaliar o balanço ambiental da gestão de resíduos embalagens,

consideraram-se não só os impactes associados à recolha, triagem, transporte, tratamento e

valorização dos referidos resíduos, mas igualmente os impactes ambientais evitados através da

substituição de materiais primários por materiais secundários e energia obtidos dos processos de

valorização (avoided impacts).

3.2 Metodologia Utilizada

Para a avaliação ambiental do SIGRE utilizou-se a metodologia de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV). A

Avaliação de Ciclo de Vida (Life Cycle Assessment (LCA), em inglês) é a compilação e avaliação das

entradas e saídas e dos potenciais impactes ambientais de um produto através do seu ciclo de vida (ISO

14040:2006).

Page 66: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 44

A ACV, que é baseada na 1ª e 2ª leis da termodinâmica (Ferrão, 1998) tem como objetivos, entre outros,

fornecer um quadro de interações de uma atividade com o ambiente, contribuir para o entendimento

da natureza interdependente e global das consequências ambientais das atividades humanas e

providenciar aos agentes decisores informações que identifiquem oportunidades de ecoeficiência (EEA,

1997 ; Daniels e Moore, 2002).

A ACV permite igualmente ajudar indivíduos, empresas, indústrias e governos a subirem na complexa

curva de aprendizagem relativamente aos impactes ambientais de produtos e serviços, em mudar a sua

cultura de modo a que comecem a pensar e encarar sistemas, processos e produtos em termos de ciclo

de vida (life-cycle thinking) e a alterar algumas ideias erradas enraizadas no senso comum do público em

geral (Allenby, 1999 ; Heiskanen, 2000).

A metodologia de ACV inclui quatro fases principais, que se inter-relacionam entre si (ISO 14040:2006).

1. Definição do objetivo e do âmbito da análise.

2. Inventário dos processos envolvidos no ciclo de vida analisado, com enumeração

das entradas e saídas do sistema.

3. Avaliação dos impactes ambientais associados às entradas e saídas do sistema.

4. Interpretação dos resultados das fases de inventário e avaliação, tendo em

consideração os objetivos do estudo.

No caso concreto da avaliação da gestão de resíduos é necessário considerar algumas particularidades

desta atividade, uma vez que o objeto em análise não é um produto como na ACV tradicional, mas

apenas a fase de fim de vida associada a um determinado tipo de resíduo (produto em fim de vida ou

cabaz de produtos em fim de vida) (Conssoni et al., 2005):

A Unidade Funcional é definida à entrada do sistema considerado (unidades de massa a serem

tratadas) e não à saída do sistema em análise, como numa ACV tradicional para um

determinado produto (neste caso a unidade funcional é, por exemplo, uma unidade de massa

do produto considerado).

A sequência dos processos a analisar começa quando os materiais/produtos se convertem em

resíduos e termina quando os resíduos são colocados e inertizados em aterro, saem do sistema

económico em emissões para o ambiente (e.g. emissões atmosféricas e aquosas) ou quando

entram novamente no ciclo de vida de outros produtos através da reciclagem.

Ao invés de avaliar os efeitos das alterações nos processos de produção, o objetivo da ACV é

comparar diferentes estratégias de gestão de resíduos.

Entre a informação que é necessário compilar para avaliação da gestão de resíduos conta-se, por

exemplo (Ribeiro, 2008):

As características e quantidades de resíduos a tratar em cada cenário.

o e.g. caracterização material, fração de carbono biogénico e não biogénico, humidade,

poder calorífico, etc.

As características técnicas de cada processo unitário relativo à gestão de resíduos.

o e.g. eficiências, consumos energéticos, consumo de materiais, produtos e subprodutos

produzidos e seus destinos, custos unitários, etc.

Page 67: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 45

As emissões associadas a cada processo unitário.

o e.g. emissões atmosféricas diretas do processo (CO2, CH4, etc.).

As características da logística utilizada.

o e.g. tipo de transporte utilizado entre cada processo, distâncias percorridas, quantidade de

combustível utilizado, etc.

No caso da avaliação realizada ao SIGRE, tendo em conta os seus objetivos e âmbito, a Unidade

Funcional selecionada para a avaliação foi o total de resíduos de embalagens geridos pela SPV no

âmbito do SIGRE em 2011, o que pressupõe o cabaz de resíduos geridos neste ano (ver capítulo 2.2.3).

Consideraram-se neste âmbito as embalagens cuja responsabilidade de gestão tenha sido transferida

pelos embaladores para a SPV (através do Valor Ponto Verde), independentemente de a SPV ser ou ter

sido responsável financeiramente por essa gestão. Desta forma, consideram-se incluídos no âmbito da

Unidade Funcional, por exemplo, os resíduos urbanos de embalagens que foram recolhidos

indiferenciadamente e encaminhados para aterro.

Adicionalmente, considerou-se ainda no âmbito da SPV os resíduos que foram efetivamente geridos e

encaminhados para reciclagem/valorização em 2011, embora em acréscimo à responsabilidade de

gestão da SPV, dado terem origem em embalagens que não contribuíram financeiramente para o SIGRE.

É por exemplo o caso dos resíduos de embalagens de metais, que foram reciclados numa quantidade

bastante superior à responsabilidade de gestão da SPV, calculada com base nas declarações dos

embaladores.

O modelo de ciclo de vida para o cálculo dos impactes ambientais diretos e indiretos associados ao

SIGRE é fundamentalmente do tipo “attributional model” ou seja, o modelo de ciclo de vida é

desenvolvido de acordo com os processos unitários existentes. No entanto, especificamente para o

cálculo dos impactes evitados pela reciclagem de resíduos de embalagens e sua valorização orgânica e

energética, recorreu-se a uma abordagem consequencial.

Neste contexto, tendo por base o contexto de decisão do presente estudo de ACV, cuja classificação de

acordo com a metodologia do ILCD Handbook (JRC/IES, 2010) é “C – Accounting/Monitoring", as regras

para subdivisão de processos e multifuncionalidade utilizadas são preferencialmente procedimentos de

substituição via expansão do sistema, mas independentes da quantidade absoluta das co-funções não

requeridas que serão substituídas18

.

Os dados de base utilizados para a modelação do sistema em análise foram, em primeira análise

fornecidos pela SPV, sendo específicos do SIGRE. No entanto, por forma a colmatar lacunas de

informação, utilizaram-se igualmente dados bibliográficos de origem variada, com especial enfoque em

publicações cientificas e nas bases de dados de ACV, nomeadamente a Ecoinvent 2.2 e ELCD 2.0.

Por outro lado, tendo em consideração o âmbito e objetivos do estudo e dado que no SIGRE participam

mais de 130 entidades distintas responsáveis pelas várias operações de gestão, optou-se por

caracterizar os processos unitários mais importantes recorrendo-se a valores médios para as entradas

e saídas dessas operações de acordo com a realidade nacional, ao invés de modelar especificamente e

individualmente as operações realizadas por cada uma das entidades parceiras do SIGRE.

18 Regras semelhantes aos de estudos classificados como “A - Micro-level decision support”.

Page 68: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 46

Neste contexto, a modelação foi realizada tendo por base os seguintes processos unitários:

Recolha seletiva

Recolha indiferenciada

Triagem

Reciclagem

Incineração

Tratamento mecânico

Valorização orgânica

Aterro

No caso dos processos unitários de valorização, englobou-se no seu âmbito o transporte dos resíduos de

embalagens desde a sua origem (triagem, incineração, tratamento mecânico) até ao destino

propriamente dito, quando aplicável.

Por outro lado, a modelação foi realizada para cada família de material de embalagem, tendo então

sido desenvolvidos 7 ciclos de vida distintos para cada um 2 subsistemas do SIGRE analisados (ver

figuras 3.1 e 3.2). Nesse sentido, modelou-se o fim de vida dos resíduos das embalagens de:

Aço

Alumínio

Madeira

Papel/cartão

Plásticos

Vidro

Figura 3.1 – Ciclos de vida dos Resíduos de Embalagens Urbanos geridos pela SPV

Nota: Árvore de ciclo de vida com base nos impactes da categoria Alterações climáticas, valores de caracterização, cut-off de 5%

Page 69: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 47

Figura 3.2 – Ciclos de vida dos Resíduos de Embalagens Não Urbanos geridos pela SPV

Nota: Árvore de ciclo de vida com base nos impactes da categoria Alterações climáticas, valores de caracterização, cut-off de 1%

Para cada uma das famílias, tratou-se de forma distinta a valorização de materiais específicos,

nomeadamente de aço seletivo e escórias ferrosas (aço), alumínio seletivo e escórias não ferrosas

(alumínio), ECAL e papel/cartão (papel/cartão) e EPS, filme plástico, outros plásticos, PEAD, PET e

plásticos mistos (plásticos).

No que respeita à avaliação de impactes, analisaram-se os impactes diretos e indiretos do SIGRE

recorrendo-se preferencialmente a 5 categorias de impacte ambiental, nomeadamente:

Alterações Climáticas (AC)

Formação de Oxidantes Fotoquímicos (FOF)

Acidificação Terrestre (AT)

Depleção de Recursos Hídricos (DRH)

Depleção de Recursos Naturais (DRN)

A avaliação do impacte nas referidas categorias foi realizada com base nos fatores de caracterização

estabelecidos no método ILCD 2011 Midpoint, versão 1.01 (de Setembro de 2012), do Joint Reseach

Center da Comissão Europeia e que denotam, segundo esta entidade, o melhor conhecimento científico

atual acerca cada uma das categorias de impacte.

Page 70: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 48

Adicionalmente às categorias descritas anteriormente, para análise específica do balanço energético

associado a cada subsistema e cenário utilizou-se o método Cumulative Energy Demand, v. 1.08 (de

2010), desagregando-se os resultados nas seguintes categorias:

Energia não renovável, fóssil.

Energia não renovável, nuclear.

Energia não renovável, biomassa.

Energia renovável, biomassa.

Energia renovável, vento, solar, geotérmica.

Energia renovável, hídrica.

Este método foi publicado pelo Swiss Centre for LCI no âmbito da base de dados Ecoinvent v.2.0 e

expandido pela PRe Netherlands para incluir outras matérias-primas existentes no Software Simapro

7.3. O método não contempla fatores de normalização.

Para ambos os métodos utilizados, consideram-se os valores médios e globais de caracterização

obtidos, não se tendo procedido à normalização ou ponderação de categorias de impacte ambiental.

Finalmente, de referir que o estudo de ACV realizado teve por base os requisitos das normas ISO

14040:2006 e ISO 14044:2006, publicadas em 2006, e cuja versão portuguesa é a norma ISO 14040,

datada de 2008 (NP EN ISO 14040:2008, 2008).

Por outro lado, em 2010 foi publicado o documento: “The International Reference Life Cycle Data

System (ILCD) Handbook – First edition”, pelo Institute for Environment and Sustainability (IES) do Joint

Research Centre (JRC) da Comissão Europeia, com o objetivo de estabelecer a melhor prática em termos

de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) e a base para assegurar a qualidade e consistência de dados,

métodos e avaliações de ciclo de vida (JRC/IES, 2010). O ILCD Handbook segue as normas ISO

14040:2006 e ISO 14044:2006, completando-as nos aspetos em que estas normas são mais genéricas e

podem dar origem a diferentes interpretações e, deste modo, colocar em causa a consistência e a

qualidade dos estudos de ACV. Nesse sentido, procurou-se seguir este referencial, bem como as

disposições constantes num documento posterior do JRC, direcionado para a realização de ACV no setor

da gestão de resíduos “Supporting Environmentally Sound Decisions for Waste Management” (JRC,

2011).

Deste modo, por forma a respeitar os requisitos constantes nos documentos acima referidos, em anexo

apresentam-se os vários elementos metodológicos associados à avaliação realizada de forma mais

detalhada.

Os resultados do estudo que se apresentam de seguida refletem portanto este conjunto de escolhas

metodológicas, sendo que a sua comparação em termos agregados com outros estudos deve ser

realizada com as devidas ressalvas, dado que podem ter por base pressupostos diferentes, como por

exemplo, refletirem um volume e cabaz de resíduos de embalagens diferentes ou centrarem a sua

atenção em aspetos particulares da gestão de resíduos de embalagens (e.g. urbanas).

Page 71: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 49

3.3 Resultados

3.3.1 Impactes e Benefícios Ambientais da Gestão de Resíduos Urbanos de

Embalagens (Sistema Urbano)

3.3.1.1 Alterações Climáticas, Formação de oxidantes fotoquímicos, Acidificação terrestre,

Depleção de recursos hídricos e Depleção de recursos naturais

Contribuição por tipo de processo unitário

Os impactes e benefícios ambientais por tipo de material nas categorias alterações climáticas, formação

de oxidantes fotoquímicos, acidificação terrestre, depleção de recursos hídricos e depleção de recursos

naturais e que são resultantes da gestão do subsistema de resíduos urbanos de embalagens, são

apresentados na tabela 3.1 tendo por base o ano de 2011.

Os resultados apresentados incluem as emissões diretas e indiretas decorrentes do funcionamento do

sistema, ou seja, incluem por exemplo, as emissões diretas resultantes da deposição de resíduos de

embalagens em aterro, bem como as emissões indiretas decorrentes do consumo de energia nas

operações de triagem de resíduos de embalagens. Por outro lado, têm em conta a gestão das várias

famílias de resíduos de embalagens, nomeadamente de alumínio, aço, madeira, papel/cartão, plástico,

vidro e outros materiais.

Como referido anteriormente no capítulo 3.2, consideraram-se incluídas no âmbito da análise as

embalagens cuja responsabilidade de gestão tenha sido transferida pelos embaladores para esta

entidade (através do Valor Ponto Verde), independentemente da SPV ser ou não ser responsável

financeiramente por essa gestão. Desta forma, consideraram-se incluídos no âmbito da unidade

funcional, por exemplo, os resíduos urbanos de embalagens que foram recolhidos indiferenciadamente

e encaminhados para aterro. Foi igualmente contabilizado o benefício ambiental decorrente da

reciclagem de resíduos e da produção de energia nos processos de valorização energética e incineração

de resíduos.

Tabela 3.1 - Contribuição de cada processo unitário para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)

Categoria de impacte

Unidade Recolha seletiva

Recolha indiferenciada

Triagem Incineração TM Reciclagem Valorização

orgânica Aterro Total

Alterações climáticas

kg CO2 eq 2,3E+07 8,6E+06 1,6E+06 9,7E+07 3,3E+05 -1,8E+08 -1,5E+05 5,1E+07 -3,98E+06

Formação de oxidantes fotoquímicos

kg NMVOC eq

1,3E+05 7,0E+04 1,2E+04 3,0E+04 4,0E+03 -1,1E+06 -7,9E+01 9,1E+04 -7,29E+05

Acidificação terrestre

mol H+ eq 1,1E+05 5,7E+04 1,1E+04 -9,5E+02 3,2E+03 -2,2E+06 -6,3E+02 8,1E+04 -1,93E+06

Depleção de recursos hídricos

m3 H2O 6,9E+03 2,4E+03 2,0E+03 2,0E+04 1,0E+02 -3,9E+05 -4,8E+01 4,3E+03 -3,55E+05

Depleção de recursos naturais

kg Sb eq 6,0E-03 2,0E-03 1,5E-04 -5,5E-04 3,9E-05 -1,2E+01 -1,7E-03 -2,5E-04 -1,20E+01

Page 72: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 50

Da análise realizada, verifica-se que, no global e para as 5 categorias de impacte apresentadas, a

gestão dos resíduos urbanos de embalagens no SIGRE apresenta um benefício ambiental, ou seja, os

impactes gerados pelas diversas atividades de recolha, triagem, transporte, tratamento, eliminação e

valorização de resíduos são contrabalançados pelos impactes evitados devido à recuperação de

materiais e energia nos processos valorização.

Pela análise figura 3.3, que apresenta a importância relativa de cada processo unitário para o resultado

ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011, fica patente que é a reciclagem de

resíduos de embalagens que fundamentalmente origina este resultado em todas as categorias de

impacte.

Figura 3.3 - Importância relativa de cada processo unitário para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)

Assim, a reciclagem dos resíduos urbanos de embalagens no âmbito do SIGRE significou, por exemplo,

uma redução nas emissões de GEE em cerca de 184 kt CO2 eq em 2011. O benefício ambiental

decorrente da reciclagem deve-se sobretudo à redução do consumo de recursos naturais devido à

incorporação dos materiais secundários obtidos no fabrico de novos produtos.

De referir que o valor apresentado é o resultado do balanço dos impactes gerados pela reciclagem dos

resíduos de embalagens (e.g. consumo de gás natural para fundir o vidro, consumo de eletricidade para

fragmentar os resíduos de embalagens de aço que são introduzidos no forno de arco elétrico, etc.) e dos

benefícios associados pela incorporação dos materiais secundários em novos produtos.

Da análise da figura 3.4, fica igualmente patente que no caso da categoria alterações climáticas, o

benefício ambiental que é obtido pela reciclagem é no entanto contrabalançado em grande parte

pelos impactes gerados nas restantes atividades de gestão.

-100%

-75%

-50%

-25%

0%

25%

50%

75%

100%

Alterações climáticas Formação de oxidantes

fotoquímicos

Acidificação terrestre Depleção de recursos hídricos

Depleção de recursos naturais

Cara

cter

izaç

ão, i

mpo

rtân

cia

rela

tiva

(%)

Recolha indiferenciada Aterro Incineração TM

Valorização orgânica Recolha seletiva Triagem Reciclagem

Page 73: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 51

Tal deve-se a duas situações distintas. Em primeiro lugar, as embalagens que são encaminhadas para

reciclagem e, igualmente para outros tipos de valorização, são provenientes de uma cadeia de valor a

montante, que inclui atividades que geram impactes ambientais, como sejam a recolha seletiva e a

triagem (e.g. devido ao consumo de combustíveis, eletricidade, etc.) e que não têm associado um

benefício ambiental, dado que este ocorre apenas quando os resíduos de embalagens são valorizados.

Das operações de montante, a operação mais relevante é a recolha seletiva das embalagens para a

maior parte das categorias de impacte.

Em segundo lugar, existem operações valorização/eliminação que apesar de originarem benefícios

ambientais devido à produção de energia elétrica, considerando as várias famílias e quantidades de

materiais geridos, apresentam um resultado ambiental líquido negativo, dado que os impactes

associados a essas operações são superiores aos benefícios que geram. Este é o caso da incineração e

do aterro de resíduos. As explicações para tal facto são apresentadas na secção seguinte, onde se

analisa a contribuição de cada material para o resultado ambiental do SIGRE.

Deste modo, considerando os benefícios e os impactes das diversas operações de gestão, estima-se

que a gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 tenha significado um benefício ambiental

aproximado de cerca de 3,9 kt CO2 eq.

Contribuição por tipo de material

Analisando os impactes e benefícios ambientais da gestão de resíduos urbanos de embalagens por tipo

de material em 2011, verifica-se que a generalidade dos vários materiais de embalagens apresenta um

resultado ambiental positivo nas diversas categorias de impacte analisadas, conforme se pode verificar

pela análise da tabela 3.2.

Tabela 3.2 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)

Analisando a importância relativa de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos

urbanos de embalagens em 2011, que se encontra patente na figura 3.4, verifica-se que o material que

mais contribui para o benefício global do SIGRE é o vidro, com exceção da categoria de depleção de

recursos naturais, onde o bom desempenho do sistema se deve sobretudo ao papel/cartão, de acordo

com método ILCD 2011 do Joint Research Center, embora o resultado absoluto de caracterização seja

bastante reduzido (ver tabela anterior), o que pode influência a análise.

Categoria de Impacte Unidade Aço Alumínio Madeira Papel Cartão

Plásticos Vidro Total

Alterações climáticas kg CO2 eq -1,6E+07 -8,8E+06 -6,9E+05 2,9E+07 7,5E+07 -8,1E+07 -3,88E+06

Formação de oxidantes fotoquímicos

kg NMVOC eq -2,3E+04 -1,6E+04 -7,1E+03 -2,4E+04 -6,6E+04 -5,9E+05 -7,29E+05

Acidificação terrestre mol H+ eq -6,7E+04 -4,7E+04 -9,6E+03 -1,2E+05 -1,1E+05 -1,6E+06 -1,93E+06

Depleção de recursos hídricos

m3 H2O -2,4E+04 -5,5E+03 -1,7E+03 -1,1E+05 -2,1E+04 -1,9E+05 -3,55E+05

Depleção de recursos naturais

kg Sb eq 3,1E-04 -3,0E-03 -9,6E-05 -1,2E+01 2,0E-03 -7,1E-02 -1,20E+01

Page 74: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 52

Figura 3.4 - Importância relativa de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens

em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)

A contribuição do vidro no desempenho ambiental do sistema varia entre 55% e os 80%, à exceção da

categoria depleção de recursos naturais, onde é relativamente residual. A relevância do vidro em

termos do desempenho ambiental do SIGRE em 2011 é fruto da combinação de dois fatores: Por um

lado, dos elevados quantitativos deste material que foram geridos em 2011 face a outros materiais

(397 kt num total de 861 kt geridos) e por outro, do benefício unitário resultante da reciclagem de cada

unidade de massa deste material, que por exemplo, relativamente à categoria alterações climáticas, se

estimou em 435 kg CO2eq/t de embalagem reciclada.

De referir que, neste último aspeto se considerou um cenário conservativo para os benefícios da

reciclagem de cada um dos materiais, como referido em anexo. Por outro lado, caso se compare a

reciclagem dos vários materiais em termos unitários (por exemplo, por t reciclada), verifica-se que a

importância relativa de cada material varia consoante a categoria de impacte, sendo de destacar a

importância dos metais, especialmente do alumínio, devido sobretudo à redução do consumo de

energia face à produção de alumínio primário (ver igualmente capítulo 2).

-100%

-75%

-50%

-25%

0%

25%

50%

75%

100%

Alterações climáticas Formação de oxidantes

fotoquímicos

Acidificação terrestre

Depleção de recursos hídricos

Depleção de recursos naturais

Car

acte

riza

ção

, im

po

rtâ

nci

a re

lati

va (%

)

Aço Aluminio Madeira Papel/Cartão Plásticos Vidro outros

Page 75: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 53

Figura 3.5 - Importância relativa de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos, valores por t de material reciclado (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)

Por outro lado, da análise da figura 3.4 verifica-se igualmente que os plásticos e o papel/cartão

apresentam um impacte ambiental negativo na categoria alterações climáticas. Para melhor evidenciar

o impacte ambiental associado à gestão destas duas frações de resíduos urbanos de embalagens, de

seguida efetua-se uma análise específica da sua gestão.

Na figura 3.6 observa-se que a operação de gestão dos resíduos de embalagens de plásticos que maior

impacte representou na categoria de impacte alterações climáticas foi a incineração, em consequência

das emissões associadas à combustão deste tipo de materiais.

Neste caso, apesar da incineração destes resíduos originar energia elétrica que é injetada na rede

elétrica nacional e, consequentemente, evitar a produção de eletricidade por outras fontes e

respetiva a emissão de GEE, o facto é que se mobiliza para a atmosfera carbono não biogénico (na

forma de CO2), dado os plásticos serem produzidos a partir de combustíveis fósseis. Em temos líquidos,

na análise realizada constatou-se que o balanço é negativo19

, tendo em conta as quantidades e

tipologias de resíduos de embalagens de plástico que são incineradas no SIGRE.

Por outro lado, tendo em consideração os quantitativos que foram reciclados em 2011, verifica-se que

os benefícios ambientais que advêm da reciclagem dos resíduos urbanos de embalagens de plásticos

não são suficientes para contrabalançar os impactes adversos da incineração e de outras operações de

gestão na categoria alterações climáticas.

19 Ver descrição da metodologia empregue para o cálculo das emissões evitadas em anexo.

-100%

-75%

-50%

-25%

0%

25%

50%

75%

100%

Alterações climáticas Formação de oxidantes

fotoquímicos

Acidificação terrestre Depleção de recursos hídricos

Depleção de recursos naturais

Cara

cter

izaç

ão, i

mpo

rtân

cia

rela

tiva

(%)

Aço Aluminio Madeira Papel/Cartão Plásticos Vidro outros

Page 76: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 54

Figura 3.6 - Importância relativa de cada processo para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens de plástico em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)

Centrando a análise na gestão dos resíduos de papel/cartão, verifica-se pela análise da figura 3.6 que o

impacte negativo na categoria de alterações climáticas decorre, sobretudo, da deposição em aterro,

sendo este processo uma fonte líquida de emissões de GEE, mesmo considerando a produção de

eletricidade a partir do biogás gerado.

A explicação reside no facto de o carbono existente nos resíduos de papel/cartão e que tem origem

biogénica, acabar igualmente por ser mobilizado para atmosfera, embora com um atraso temporal

apreciável20

. Se a libertação do carbono para a atmosfera se desse apenas na forma de CO2, esta seria

neutra em termos de alterações climáticas, devida à origem biogénica do carbono.

A questão reside no facto que as emissões de GEE provenientes do papel/cartão em aterro contêm

ainda uma fração apreciável de outros gases21

, nomeadamente de metano (CH4) que é um poderoso

gás com efeito de estufa, mesmo tendo em consideração os sistemas existentes para a captura e

incineração de biogás produzido ao longo do ciclo de vida do aterro.

Tendo em consideração o exposto, verifica-se portanto que de modo a melhorar ainda mais o

resultado ambiental do SIGRE na sua componente urbana é fundamental aumentar o nível de

reciclagem dos plásticos (que se situou em 26% em 2011), bem como reduzir o encaminhamento de

papel/cartão para aterro (que se estimou em 38% em 2011).

20 Ao contrário do que sucede com incineração de resíduos. 21 Por exemplo, através de emissões difusas.

-100%

-75%

-50%

-25%

0%

25%

50%

75%

100%

Alterações climáticas

Formação de oxidantes

fotoquímicos

Acidificação terrestre

Depleção de recursos hídricos

Depleção de recursos naturais

Cara

cter

izaç

ão, i

mpo

rtân

cia

rela

tiva

(%)

Recolha indiferenciada

Aterro

Incineração

TM

Valorização orgânica

Recolha seletiva

Triagem

Reciclagem

Page 77: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 55

Figura 3.7 - Importância relativa de cada processo para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens de Papel/Cartão em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)

Comparação da gestão do SIGRE em 2011 com cenários alternativos

Adicionalmente à análise dos impactes e benefícios ambientais da gestão dos resíduos urbanos de

embalagens no âmbito do SIGRE em 2011, compararam-se os resultados obtidos com dois cenários

hipotéticos em que a gestão dos resíduos de embalagens produzidos seria realizada de forma diferente.

Neste contexto, comparou-se a gestão de 2011 (denominada Baseline 2011), com os seguintes

cenários:

No “Cenário aterro”, onde considerou-se que todos os resíduos urbanos de embalagens seriam

recolhidos indiferenciadamente e encaminhados para aterro.

No “Cenário Incineração”, considerou-se que todos os resíduos urbanos de embalagens seriam

recolhidos indiferenciadamente e encaminhados para incineração (mass burn).

A avaliação foi realizada para o mesmo cabaz e quantidades de resíduos que efetivamente foram

geridos em 2011 no âmbito do SIGRE e tendo por base as mesmas tecnologias, constituindo-se portanto

“what-if scenarios” internos de modo a avaliar os benefícios/impactes da atual gestão de resíduos

urbanos de embalagens, face a cenários extremos da configuração do SIGRE. De referir que por uma

questão de simplificação, na análise realizada não têm em conta as implicações não lineares que tais

cenários poderiam acarretar a nível da infra-estrutura tecnológica (e.g. construção de novos aterros,

incineradores, etc.).

Neste contexto, os resultados obtidos são apresentados na tabela 3.3 e figura 3.8.

-100%

-75%

-50%

-25%

0%

25%

50%

75%

100%

Alterações climáticas

Formação de oxidantes

fotoquímicos

Acidificação terrestre

Depleção de recursos hídricos

Depleção de recursos naturais

Cara

cter

izaç

ão, i

mpo

rtân

cia

rela

tiva

(%)

Recolha indiferenciada

Aterro

Incineração

TM

Valorização orgânica

Recolha seletiva

Triagem

Reciclagem

Page 78: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 56

Tabela 3.3 – Análise comparativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)

Categoria de impacte Unidade Baseline 2011 Cenário Aterro Cenário

Incineração

Alterações climáticas kg CO2 eq -3,9E+06 1,3E+08 2,9E+08

Formação de oxidantes fotoquímicos kg NMVOC eq -7,3E+05 3,3E+05 6,7E+04

Acidificação terrestre mol H+ eq -1,9E+06 2,8E+05 -5,3E+05

Depleção de recursos hídricos m3 H2O -3,6E+05 1,4E+04 1,1E+04

Depleção de recursos naturais kg Sb eq -1,2E+01 3,1E-03 -3,1E-02

Pelo exposto na tabela 3.3 verifica-se que o “Cenário Baseline 2011” é o único que apresenta um

resultado ambiental positivo em todas as categorias de impacte, sendo que o “Cenário Incineração”

apresenta um impacte ambiental positivo nas categorias acidificação terrestre e depleção de recursos

naturais. Por outro lado, o “Cenário Aterro” apresenta um impacte ambiental negativo em todas as

categorias de impacte.

Por exemplo, no que respeita à categoria alterações climáticas, o “Cenário Baseline 2011” acarreta a

redução das emissões de GEE equivalente a cerca de 3,9 kt CO2 eq, enquanto os cenários “Aterro” e

“Incineração” representariam, respetivamente, a emissão de cerca de 130 e 290 kt CO2 eq. Ao nível da

depleção de recursos hídricos, o padrão é semelhante, verificando-se que o “Cenário Baseline 2011”

representa uma poupança de 0,36 hm3 de água, enquanto os cenários “Aterro” e “Incineração”

apresentam um consumo líquido de água.

Por outro lado, estabelecendo um ranking dos cenários analisados, verifica-se que em primeiro lugar

surge o cenário Baseline 2011, seguido do “Cenário Incineração” e finalmente do “Cenário Aterro” (ver

figura 3.8).

A exceção é a categoria de impacte alterações climáticas, onde a ordem destes últimos se encontra

invertida. Tal deve-se essencialmente aos aspetos mencionados anteriormente, relacionados com a

gestão dos resíduos de embalagens de plástico e papel/cartão. No caso das embalagens de plástico, de

referir adicionalmente que no “Cenário Aterro” as emissões de GEE são relativamente diminutas, dado

que este tipo de embalagens é de difícil degradação. Deste modo, explica-se em grande parte a

diferença existente com o “Cenário Incineração”, onde os resíduos de embalagem sofrem um processo

de combustão, originando fundamentalmente CO2 mas igualmente outros gases com efeito de estufa.

Page 79: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 57

Figura 3.8 - Comparação relativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)

3.3.1.2 Consumo de energia renovável e não renovável

Contribuição por tipo de material

Os impactes e benefícios ambientais por tipo de material no consumo de energia primária que é

resultante da gestão do subsistema de resíduos urbanos de embalagens, tendo por base o ano de 2011,

são apresentados na tabela 3.4.

Tabela 3.4 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 (Consumo de energia)

Categoria de impacte Unidade Aço Alumínio Madeira Papel/Cartão Plásticos Vidro Total

Energia não renovável, fóssil

MJ -2,3E+08 -8,7E+07 -2,3E+07 -1,8E+08 -1,1E+09 -1,1E+09 -2,69E+09

Energia não renovável, nuclear

MJ -8,7E+06 -2,5E+07 -6,9E+06 -1,6E+08 -1,2E+08 -2,8E+08 -6,02E+08

Energia não renovável, biomassa

MJ 4,9E+01 -4,7E+02 -1,5E+01 -1,9E+06 3,2E+02 -1,1E+04 -1,87E+06

Energia renovável, biomassa

MJ 4,6E+06 -5,4E+05 -7,4E+07 -1,6E+09 -8,8E+07 -2,5E+08 -1,99E+09

Energia renovável, vento, solar, geo

MJ 6,7E+06 1,8E+04 1,7E+05 -2,1E+07 -2,2E+07 -8,9E+05 -3,75E+07

Energia renovável, hídrica

MJ 9,7E+06 -2,5E+07 -4,7E+05 -1,1E+08 -5,1E+07 -3,2E+07 -2,14E+08

Total MJ -2,2E+08 -1,4E+08 -1,0E+08 -2,1E+09 -1,4E+09 -1,6E+09 -5,53E+09

-100%

-75%

-50%

-25%

0%

25%

50%

75%

100%

Alterações climáticas

Formação de oxidantes

fotoquímicos

Acidificação terrestre

Depleção de recursos hídricos

Depleção de recursos naturais

Cara

cter

izaç

ão, i

mpo

rtân

cia

rela

tiva

(%

)

Baseline 2011 Cenário Aterro Cenário Incineração

Page 80: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 58

Pela análise da tabela 3.4 pode verificar-se que o papel/cartão é o material cuja gestão no SIGRE implica

maior benefício ambiental em termos de consumo de energia primária, sendo que a gestão do vidro e

dos plásticos se traduz igualmente num benefício ambiental da mesma ordem de grandeza, embora

menor. Deste modo, considerando a gestão dos vários tipos de materiais geridos em 2011, no total

estima-se que o SIGRE tenha significado nesse ano uma redução do consumo de energia primária de

5.535 TJ, que se explica sobretudo devido à reciclagem dos vários tipos de resíduos, mas igualmente

pela produção de energia elétrica que advém da incineração dos mesmos e ainda da queima de biogás

em aterro.

Em termos do consumo de energia evitado, verifica-se que no caso do papel/cartão este tem origem

sobretudo na energia renovável proveniente da biomassa (ver figura 3.9). As principais origens do

benefício ambiental advêm do processo de reciclagem, que evita o fabrico de papel a partir de material

virgem e consequentemente da energia associada a esse fabrico, mas igualmente da energia associada

ao próprio material (energia de alimentação).

Em relação ao vidro e aos plásticos, o consumo de energia evitado é sobretudo do tipo não renovável e

fóssil e tem origem na energia de processo associada ao fabrico dos materiais de embalagens a partir

matérias-primas, que são evitadas pela reciclagem dos referidos materiais. No caso dos plásticos, reflete

ainda a energia de alimentação do próprio material, dado que este é proveniente de combustíveis

fósseis (petróleo).

Figura 3.9 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 (Consumo de energia)

Comparação da gestão do SIGRE em 2011 com cenários alternativos

Por outro lado, comparando os cenários de gestão dos resíduos urbanos de embalagens através de

aterro e de incineração com a gestão efetiva destes resíduos em 2011 (cenário Baseline 2011), verifica-

se que os dois primeiros cenários apresentam pior desempenho.

-3,0E+09

-2,5E+09

-2,0E+09

-1,5E+09

-1,0E+09

-5,0E+08

0,0E+00

5,0E+08

Energia não renovável, fóssil

Energia não renovável,

nuclear

Energia não renovável, biomassa

Energia renovável, biomassa

Energia renovável,

vento, solar, geo

Energia renovável,

hídrica

Cara

cter

izaç

ão (M

J)

Aço Aluminio Madeira Papel/Cartão Plásticos Vidro outros

Page 81: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 59

Enquanto que se estima que o SIGRE tenha representado uma redução do consumo de energia primária

de 5.535 TJ em 2011, no “Cenário Incineração” o valor estimado seria de 3.400 TJ e no “Cenário Aterro”

existiria um consumo liquido de energia, na ordem dos 560 TJ. Neste caso, o valor deve-se não só à

energia consumida na recolha e aterro dos resíduos (e.g. combustíveis fósseis), mas igualmente devido

ao desperdício de energia associada aos próprios materiais (energia de alimentação).

Tabela 3.5 - Análise comparativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos urbanos de embalagens (Consumo de energia)

Categoria de impacte Unidade Baseline

2011

Cenário Aterro

Cenário Incineração

Energia não renovável, fóssil

MJ -2,7E+09 5,9E+08 -2,1E+09

Energia não renovável, nuclear

MJ -6,0E+08 4,8E+07 -2,8E+08

Energia não renovável, biomassa

MJ -1,9E+06 4,8E+02 -4,9E+03

Energia renovável, biomassa

MJ -2,0E+09 -2,4E+07 -1,9E+08

Energia renovável, vento, solar, geo

MJ -3,7E+07 -1,5E+07 -2,0E+08

Energia renovável, hídrica

MJ -2,1E+08 -3,7E+07 -5,9E+08

Total MJ -5,5E+09 5,6E+08 -3,4E+09

3.3.2 Impactes e Benefícios Ambientais da Gestão de Resíduos Não Urbanos de

Embalagens (Sistema eXtra-Urbano)

3.3.2.1 Alterações Climáticas, Formação de oxidantes fotoquímicos, Acidificação terrestre,

Depleção de recursos hídricos e Depleção de recursos naturais

Contribuição por tipo de processo unitário

Os impactes e benefícios ambientais por tipo de processo unitário nas categorias alterações climáticas,

formação de oxidantes fotoquímicos, acidificação terrestre, depleção de recursos hídricos e depleção de

recursos naturais que são resultantes da gestão do subsistema de resíduos não urbanos de embalagens

(subsistema eXtra-Urbano), tendo por base o ano de 2011, são apresentados na tabela 3.6.

De realçar que a cadeia de valor associada à gestão dos resíduos do subsistema eXtra-Urbano é mais

simples que a cadeia de valor associada aos resíduos urbanos de embalagens. Por outro lado, tendo

em consideração os quantitativos de resíduos da responsabilidade da SPV, verifica-se que o destino final

destes resíduos foi principalmente a reciclagem, existindo uma quantidade diminuta de resíduos de

vidro e madeira que se desconhece o seu destino. Neste contexto, como explicado em anexo aquando

da descrição detalhada dos pressupostos utilizados na avaliação, optou-se por um cenário conservador

para modelar a gestão destes quantitativos, pelo que se considerou que seriam tratados e eliminados

em aterro.

Deste modo, os resultados ambientais desagregados por tipo de processo unitário que se apresentam

na tabela 3.6, apenas incidem nos processos de reciclagem e aterro, sendo que em ambos os casos se

incluem os impactes associados ao transporte dos resíduos de embalagens desde o seu produtor

(indústria e empresas de comércio e serviços) e ainda no caso do aterro, dos refugos dos próprios

processos de reciclagem.

Page 82: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 60

Tabela 3.6 - Contribuição de cada processo unitário para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)

Categoria de impacte

Unidade Recolha seletiva

Recolha indiferenciada

Triagem Incineração TM Reciclagem Valorização

orgânica Aterro Total

Alterações climáticas

kg CO2 eq - - - - - -1,4E+08 - 3,1E+07 -1,12E+08

Formação de oxidantes fotoquímicos

kg NMVOC eq

- - - - - -6,3E+05 - 3,3E+04 -6,02E+05

Acidificação terrestre

mol H+ eq - - - - - -9,1E+05 - 1,9E+04 -8,87E+05

Depleção de recursos hídricos

m3 H2O - - - - - -3,3E+05 - 1,3E+03 -3,33E+05

Depleção de recursos naturais

kg Sb eq - - - - - -2,5E+01 - -1,5E-04 -2,50E+01

Como seria de esperar, a reciclagem apresenta um benefício ambiental em todas as categorias de

impacte, enquanto a deposição em aterro tem impacte negativo em todas as categorias à exceção da

depleção de recursos naturais, embora neste caso marginalmente. Por exemplo, na categoria

alterações climáticas a reciclagem no subsistema eXtra-Urbano permite evitar a emissão de 140 kt CO2

eq, enquanto a deposição em aterro tem como consequência a emissão de 31 kt CO2 eq, ou seja cerca

de 22% das emissões evitadas com a reciclagem.

Na figura seguinte apresenta-se a importância relativa de cada processo unitário para o resultado

ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011 (figura 3.10).

Figura 3.10 - Importância relativa de cada processo unitário para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)

-100%

-75%

-50%

-25%

0%

25%

50%

75%

100%

Alterações climáticas

Formação de oxidantes

fotoquímicos

Acidificação terrestre

Depleção de recursos hídricos

Depleção de recursos naturais

Cara

cter

izaç

ão, i

mpo

rtân

cia

rela

tiva

(%)

Recolha indiferenciada

Aterro

Incineração

TM

Valorização orgânica

Recolha seletiva

Triagem

Reciclagem

Page 83: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 61

Contribuição por tipo de material

Na tabela 3.7 apresentam-se os impactes e benefícios ambientais do subsistema eXtra-Urbano por tipo

de material em 2011. Como se pode observar, a totalidade dos materiais apresenta um resultado

ambiental positivo na maior parte das categorias de impacte, que é devido ao elevado nível de

reciclagem existente.

Relativamente à categoria alterações climáticas, a gestão dos resíduos não urbanos de embalagens

em 2011 originou uma redução das emissões de GEE correspondentes a 112 kt CO2eq, devido

sobretudo à reciclagem do papel/cartão, seguida do aço e dos plásticos (ver figura 3.11).

Tabela 3.7 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)

Categoria de impacte Unidade Aço Alumínio Madeira Papel Cartão

Plásticos Vidro Total

Alterações climáticas kg CO2 eq -3,37E+07 -5,52E+06 2,30E+06 -4,68E+07 -2,54E+07 -2,93E+06 -1,12E+08

Formação de oxidantes fotoquímicos

kg NMVOC eq -8,10E+04 -1,14E+04 -6,45E+04 -3,00E+05 -1,23E+05 -2,18E+04 -6,02E+05

Acidificação terrestre mol H+ eq -1,53E+05 -3,01E+04 -8,84E+04 -4,37E+05 -1,25E+05 -5,27E+04 -8,87E+05

Depleção de recursos hídricos

m3 H2O -4,85E+04 -3,48E+03 -1,55E+04 -2,53E+05 -5,80E+03 -6,67E+03 -3,33E+05

Depleção de recursos naturais

kg Sb eq -2,90E-04 -1,89E-03 -1,25E-03 -2,50E+01 5,71E-04 -2,34E-03 -2,50E+01

Como referido anteriormente, os resultados obtidos são uma conjugação dos quantitativos

efetivamente geridos neste subsistema e do impacte/benefício unitário associado a cada tipo de

processo por unidade de massa deste material. Tomado o exemplo do papel/cartão e a sua reciclagem,

verifica-se que por unidade de massa este processo permite evitar 216 kg CO2 eq / t reciclada22

, valor

inferior por exemplo ao dos plásticos que se estimou em 982 kg CO2eq / t reciclada. No entanto, como

foi reciclada uma quantidade bastante superior de papel/cartão, em termos agregados, foi a gestão

deste material que permitiu uma maior redução de emissões de GEE associadas ao SIGRE.

22 Valor que tem em conta o transporte para reciclagem.

Page 84: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 62

Figura 3.11 - Importância relativa de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)

Comparação da gestão do SIGRE em 2011 com cenários alternativos

À semelhança do efetuado para o sistema de gestão dos resíduos urbanos, compararam-se os impactes

e benefícios gerados no âmbito do SIGRE em 2011 (Baseline 2011) com dois cenários hipotéticos,

associados a diferentes destinos finais (“Cenário Aterro” e “Cenário Incineração”). Os resultados obtidos

encontram-se descritos na tabela 3.8.

Tabela 3.8 – Análise comparativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)

Categoria de impacte Unidade Baseline 2011 Cenário Aterro Cenário

Incineração

Alterações climáticas kg CO2 eq -1,1E+08 1,5E+08 -4,9E+06

Formação de oxidantes fotoquímicos kg NMVOC eq -6,0E+05 1,7E+05 -1,3E+05

Acidificação terrestre mol H+ eq -8,9E+05 1,0E+05 -3,2E+05

Depleção de recursos hídricos m3 H2O -3,3E+05 7,1E+03 -3,0E+04

Depleção de recursos naturais kg Sb eq -2,5E+01 -7,4E-04 -5,4E-03

-100%

-75%

-50%

-25%

0%

25%

50%

75%

100%

Alterações climáticas Formação de oxidantes

fotoquímicos

Acidificação terrestre

Depleção de recursos hídricos

Depleção de recursos naturais

Cara

cter

izaç

ão, i

mpo

rtân

cia

rela

tiva

(%)

Aço Aluminio Madeira Papel/Cartão Plásticos Vidro outros_ne

Page 85: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 63

Verifica-se que caso a gestão dos resíduos no subsistema eXtra-Urbano assentasse na deposição em

aterro, o benefício ambiental que se estima para o SIGRE no ano de 2011 seria totalmente revertido,

passando a gestão dos resíduos não urbanos de embalagens a apresentar um balanço ambiental

negativo. Tal diferença é especialmente notória ao nível da categoria alterações climáticas. Por outro

lado, o cenário incineração é um cenário que apresenta resultados intermédios aos referidos

anteriormente, sendo que nas várias categorias de impacte analisadas, resulta sempre num benefício

ambiental, embora bastante menos favorável face ao atual panorama do SIGRE (ver figura 3.12).

Figura 3.12 - Comparação relativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)

3.3.2.2 Consumo de energia renovável e não renovável

Contribuição por tipo de material

Na tabela 3.9 apresentam-se os impactes e benefícios ambientais por tipo de material no consumo de

energia primária que é resultante da gestão do subsistema eXtra-Urbano, tendo por base o ano de 2011.

Pela análise da tabela pode verificar-se que o papel/cartão é o material cuja gestão resulta em maior

benefício ambiental em termos de consumo de energia primária, sendo este aspeto transversal aos

vários tipos de origens energéticas, com a exceção da energia não renovável fóssil, em que os plásticos

neste caso assumem maior importância devido a terem origem em combustíveis fósseis (petróleo) (ver

figura 3.13).

-100%

-75%

-50%

-25%

0%

25%

50%

75%

100%

Alterações climáticas

Formação de oxidantes

fotoquímicos

Acidificação terrestre

Depleção de recursos hídricos

Depleção de recursos naturais

Cara

cter

izaç

ão, i

mpo

rtân

cia

rela

tiva

(%

)

Baseline 2011 Cenário Aterro Cenário Incineração

Page 86: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 64

Tabela 3.9 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011 (Consumo de energia)

Categoria de impacte Unidade Aço Alumínio Madeira Papel/Cartão Plásticos Vidro Total

Energia não renovável, fóssil

MJ -4,9E+08 -5,6E+07 -2,2E+08 -7,1E+08 -9,5E+08 -3,9E+07 -2,47E+09

Energia não renovável, nuclear

MJ -1,8E+07 -1,5E+07 -5,8E+07 -3,7E+08 -1,1E+08 -9,2E+06 -5,75E+08

Energia não renovável, biomassa

MJ -4,5E+01 -3,0E+02 -2,0E+02 -3,9E+06 8,9E+01 -3,7E+02 -3,90E+06

Energia renovável, biomassa

MJ 7,4E+06 -3,5E+05 -6,3E+08 -3,3E+09 -3,1E+05 -8,1E+06 -3,92E+09

Energia renovável, vento, solar, geo

MJ 1,1E+07 -4,3E+04 -5,6E+05 -1,1E+07 5,8E+06 -3,1E+04 5,66E+06

Energia renovável, hídrica

MJ 1,6E+07 -1,6E+07 -7,6E+06 -1,8E+08 -3,8E+06 -1,1E+06 -1,95E+08

Total MJ -4,7E+08 -8,7E+07 -9,2E+08 -4,6E+09 -1,1E+09 -5,7E+07 -7,15E+09

Figura 3.13 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em

2011 (Consumo de energia)

Comparação da gestão do SIGRE em 2011 com cenários alternativos

Por outro lado, comparando a gestão do SIGRE em 2011 com cenários alternativos, verifica-se que, tal

como no caso da gestão dos resíduos urbanos, a valorização dos resíduos de embalagens através de

incineração ou a sua eliminação através de aterro apresentam pior desempenho face ao estimado para

o SIGRE nesse ano, como se pode analisar na tabela 3.10.

-4,5E+09

-4,0E+09

-3,5E+09

-3,0E+09

-2,5E+09

-2,0E+09

-1,5E+09

-1,0E+09

-5,0E+08

0,0E+00

5,0E+08

Energia não renovável, fóssil

Energia não renovável,

nuclear

Energia não renovável, biomassa

Energia renovável, biomassa

Energia renovável,

vento, solar, geo

Energia renovável,

hídrica

Cara

cter

izaç

ão (M

J)

Aço Aluminio Madeira Papel/Cartão Plásticos Vidro outros

Page 87: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 65

Tabela 3.10 - Análise comparativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos não urbanos de embalagens (Consumo de energia)

Categoria de impacte Unidade Baseline

2011

Cenário Aterro

Cenário Incineração

Energia não renovável, fóssil

MJ -2,5E+09 1,4E+08 -1,3E+09

Energia não renovável, nuclear

MJ -5,7E+08 2,5E+07 -1,1E+08

Energia não renovável, biomassa

MJ -3,9E+06 -1,2E+02 -8,5E+02

Energia renovável, biomassa

MJ -3,9E+09 -3,2E+07 -9,1E+08

Energia renovável, vento, solar, geo

MJ 5,7E+06 -2,8E+07 -9,6E+07

Energia renovável, hídrica

MJ -2,0E+08 -5,3E+07 -1,8E+08

Total MJ -7,2E+09 4,9E+07 -2,6E+09

3.3.3 Balanço Global do SIGRE

3.3.3.1 Alterações Climáticas, Formação de oxidantes fotoquímicos, Acidificação terrestre,

Depleção de recursos hídricos e Depleção de recursos naturais

Contribuição por tipo de processo

Tendo em conta os resultados apresentados para a gestão dos resíduos urbanos e não urbanos de

embalagens referidos nas secções anteriores, de seguida descrevem-se os resultados ambientais

agregados do SIGRE, que conjugam os resultados dos dois subsistemas mencionados. Em primeiro lugar,

refere-se a contribuição de cada processo unitário para as categorias alterações climáticas, formação de

oxidantes fotoquímicos, acidificação terrestre, depleção de recursos hídricos e depleção de recursos

naturais (ver tabela 3.11).

Tabela 3.11 - Contribuição de cada processo unitário para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)

Categoria de impacte

Unidade Recolha seletiva

Recolha indiferenciada

Triagem Incineração TM Reciclagem Valorização

orgânica Aterro Total

Alterações climáticas

kg CO2 eq 2,3E+07 8,6E+06 1,6E+06 9,7E+07 3,3E+05 -3,3E+08 -1,5E+05 8,2E+07 -1,16E+08

Formação de oxidantes fotoquímicos

kg NMVOC eq

1,3E+05 7,0E+04 1,2E+04 3,0E+04 4,0E+03 -1,7E+06 -7,9E+01 1,2E+05 -1,33E+06

Acidificação terrestre

mol H+ eq 1,1E+05 5,7E+04 1,1E+04 -9,5E+02 3,2E+03 -3,1E+06 -6,3E+02 1,0E+05 -2,82E+06

Depleção de recursos hídricos

m3 H2O 6,9E+03 2,4E+03 2,0E+03 2,0E+04 1,0E+02 -7,3E+05 -4,8E+01 5,6E+03 -6,89E+05

Depleção de recursos naturais

kg Sb eq 6,0E-03 2,0E-03 1,5E-04 -5,5E-04 3,9E-05 -3,7E+01 -1,7E-03 -4,0E-04 -3,70E+01

Page 88: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 66

Da análise da tabela 3.11, pode-se constatar que no global e para as 5 categorias de impacte

apresentadas, o SIGRE apresenta um balanço ambiental positivo, ou seja, os impactes gerados pelas

diversas atividades de recolha, triagem, transporte, tratamento e valorização de resíduos são

suplantados pelos impactes evitados devido à recuperação de materiais e energia obtidos pelos

processos de valorização dos resíduos, com especial enfoque na sua reciclagem (ver figura 3.14). Por

exemplo, em 2011, a gestão dos resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE gerido pela SPV permitiu

evitar a emissão de 116 kt de CO2 eq e uma poupança de 0,7 hm3 de água.

Figura 3.14 - Importância relativa de cada processo unitário para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)

Contribuição por tipo de material

Em relação à contribuição por tipo de material para o desempenho do SIGRE, verifica-se que os

materiais mais relevantes são tipicamente o vidro e o papel/cartão, dependendo da categoria de

impacte em questão, facto a que não é alheio a elevada quantidade de resíduos destes materiais que

foram encaminhados para reciclagem em 2011 (ver tabela 3.12 e figura 3.15).

No caso concreto das alterações climáticas, assumem ainda importância os plásticos e o aço, sendo que

no caso dos plásticos, ao contrário do aço, a sua gestão no SIGRE significa ainda uma emissão líquida de

GEE dado o baixo nível de reciclagem e a quantidade deste tipo de resíduos que são incineradas no fluxo

urbano.

-100%

-75%

-50%

-25%

0%

25%

50%

75%

100%

Alterações climáticas Formação de oxidantes fotoquímicos

Acidificação terrestre Depleção de recursos hídricos

Depleção de recursos naturais

Car

acte

riza

ção

, im

po

rtân

cia

rela

tiva

(%

)

Recolha indiferenciada Aterro Incineração TM

Valorização orgânica Recolha seletiva Triagem Reciclagem

Page 89: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 67

Tabela 3.12 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)

Categoria de impacte Unidade Aço Alumínio Madeira Papel/Cartão Plásticos Vidro Total

Alterações climáticas kg CO2 eq -4,98E+07 -1,43E+07 1,61E+06 -1,83E+07 4,92E+07 -8,44E+07 -1,16E+08

Formação de oxidantes fotoquímicos

kg NMVOC eq -1,04E+05 -2,78E+04 -7,16E+04 -3,24E+05 -1,89E+05 -6,15E+05 -1,33E+06

Acidificação terrestre mol H+ eq -2,20E+05 -7,70E+04 -9,80E+04 -5,59E+05 -2,36E+05 -1,63E+06 -2,82E+06

Depleção de recursos hídricos

m3 H2O -7,27E+04 -8,99E+03 -1,72E+04 -3,64E+05 -2,67E+04 -1,99E+05 -6,89E+05

Depleção de recursos naturais

kg Sb eq 2,13E-05 -4,92E-03 -1,35E-03 -3,69E+01 2,61E-03 -7,29E-02 -3,70E+01

Figura 3.15 - Importância relativa de cada material para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)

Comparação da gestão do SIGRE em 2011 com cenários alternativos

Comparando-se os impactes e benefícios gerados no âmbito do SIGRE em 2011 (Baseline 2011) com dois

cenários hipotéticos associados a diferentes destinos finais (“Cenário Aterro” e “Cenário Incineração”),

verifica-se que a configuração atual do SIGRE é a única que apresenta um resultado ambiental positivo

em todas as categorias de impacte consideradas (tabela 3.13). Por exemplo, ao nível das alterações

climáticas, verifica-se que a gestão dos resíduos de embalagens verificada em 2011 permite poupar

emissões na ordem das 400 kt CO2 eq face ao cenário de aterro das embalagens, o que equivaleria a

cerca de 0,6% das emissões de GEE nacionais.

-100%

-75%

-50%

-25%

0%

25%

50%

75%

100%

Alterações climáticas Formação de oxidantes

fotoquímicos

Acidificação terrestre

Depleção de recursos hídricos

Depleção de recursos naturais

Cara

cter

izaç

ão, i

mpo

rtân

cia

rela

tiva

(%)

Aço Aluminio Madeira Papel/Cartão Plásticos Vidro outros_ne

Page 90: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 68

Tabela 3.13 – Análise comparativa de diferentes cenários de gestão do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)

Categoria de impacte Unidade Baseline 2011 Cenário Aterro Cenário

Incineração

Alterações climáticas kg CO2 eq -1,2E+08 2,8E+08 2,8E+08

Formação de oxidantes fotoquímicos kg NMVOC eq -1,3E+06 5,0E+05 -6,4E+04

Acidificação terrestre mol H+ eq -2,8E+06 3,8E+05 -8,5E+05

Depleção de recursos hídricos m3 H2O -6,9E+05 2,1E+04 -1,9E+04

Depleção de recursos naturais kg Sb eq -3,7E+01 2,3E-03 -3,7E-02

Por outro lado, pode constatar-se igualmente que o “Cenário Incineração” em termos globais seria

preferível ao “Cenário Aterro”, sendo que este, ao contrário dos demais, apresenta sempre um balanço

ambiental negativo para todas as categorias de impacte (ver igualmente figura 3.16).

Figura 3.16 - Comparação relativa de diferentes cenários de gestão do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)

3.3.3.2 Consumo de energia renovável e não renovável

Contribuição por tipo de material

Na tabela 3.14 apresentam-se os impactes e benefícios ambientais por tipo de material no consumo de

energia primária que é resultante da gestão do SIGRE, tendo por base o ano de 2011. Verifica-se que a

gestão dos resíduos de embalagens resultou numa poupança de 12.700 TJ de energia primária.

Tabela 3.14 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (Consumo de energia)

-100%

-75%

-50%

-25%

0%

25%

50%

75%

100%

Alterações climáticas

Formação de oxidantes

fotoquímicos

Acidificação terrestre

Depleção de recursos hídricos

Depleção de recursos naturais

Cara

cter

izaç

ão, i

mpo

rtân

cia

rela

tiva

(%

)

Baseline 2011 Cenário Aterro Cenário Incineração

Page 91: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 69

Categoria de impacte

Unidade Aço Alumínio Madeira Papel/Cartão Plásticos Vidro outros Total

Energia não renovável, fóssil

MJ -7,2E+08 -1,4E+08 -2,5E+08 -8,8E+08 -2,1E+09 -1,1E+09 5,7E+05 -5,16E+09

Energia não renovável, nuclear

MJ -2,7E+07 -4,0E+07 -6,5E+07 -5,3E+08 -2,2E+08 -2,9E+08 1,5E+04 -1,18E+09

Energia não renovável, biomassa

MJ 3,3E+00 -7,7E+02 -2,1E+02 -5,8E+06 4,1E+02 -1,1E+04 1,4E+00 -5,77E+06

Energia renovável, biomassa

MJ 1,2E+07 -8,9E+05 -7,0E+08 -4,9E+09 -8,8E+07 -2,6E+08 1,8E+03 -5,91E+09

Energia renovável, vento, solar, geo

MJ 1,8E+07 -2,5E+04 -3,9E+05 -3,2E+07 -1,6E+07 -9,2E+05 1,3E+03 -3,18E+07

Energia renovável, hídrica

MJ 2,5E+07 -4,1E+07 -8,1E+06 -3,0E+08 -5,5E+07 -3,3E+07 4,2E+03 -4,09E+08

Total MJ -6,9E+08 -2,2E+08 -1,0E+09 -6,6E+09 -2,4E+09 -1,7E+09 5,9E+05 -1,27E+10

Pela análise da tabela e igualmente da figura 3.17 pode verificar-se que o papel/cartão é o material cuja

gestão no SIGRE implica maior benefício ambiental em termos de consumo de energia primária, seguido

dos plásticos e do vidro. Neste último caso, tal deve-se aos resultados do subsistema urbano, dado que a

quantidade de resíduos de vido que é gerido no âmbito do subsistema eXtra-Urbano é bastante

diminuta.

Figura 3.17 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (Consumo de energia)

-7,0E+09

-6,0E+09

-5,0E+09

-4,0E+09

-3,0E+09

-2,0E+09

-1,0E+09

0,0E+00

1,0E+09

Energia não renovável, fóssil

Energia não renovável,

nuclear

Energia não renovável, biomassa

Energia renovável, biomassa

Energia renovável,

vento, solar, geo

Energia renovável,

hídrica

Cara

cter

izaç

ão (M

J)

Aço Aluminio Madeira Papel/Cartão Plásticos Vidro outros

Page 92: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 70

Comparação da gestão do SIGRE em 2011 com cenários alternativos

Adicionalmente, comparando os vários cenários de gestão dos resíduos de embalagens no âmbito do

SIGRE verifica-se que a configuração atual do sistema é preferível em termos energéticos ao

encaminhamento dos resíduos para aterro e para incineração (ver tabela 3.15).

Tabela 3.15 - Análise comparativa de diferentes cenários de gestão do SIGRE em 2011 (Consumo de energia)

Categoria de impacte Unidade Baseline

2011

Cenário Aterro

Cenário Incineração

Energia não renovável, fóssil

MJ -5,2E+09 7,2E+08 -3,4E+09

Energia não renovável, nuclear

MJ -1,2E+09 7,3E+07 -3,9E+08

Energia não renovável, biomassa

MJ -5,8E+06 3,6E+02 -5,8E+03

Energia renovável, biomassa

MJ -5,9E+09 -5,6E+07 -1,1E+09

Energia renovável, vento, solar, geo

MJ -3,2E+07 -4,3E+07 -3,0E+08

Energia renovável, hídrica

MJ -4,1E+08 -9,0E+07 -7,6E+08

Total MJ -1,3E+10 6,1E+08 -5,9E+09

Page 93: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal, Relatório Final

Página | 71

4 AVALIAÇÃO ECONÓMICA DO SIGRE

4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A avaliação económica ao SIGRE foi realizada a três níveis. Em primeiro lugar, avaliou-se o

enquadramento económico dos embaladores aderentes ao sistema gerido pela SPV, ou seja,

compararam-se as empresas que contribuem para o financiamento do SIGRE com o universo de

empresas existentes a nível nacional.

Em segundo lugar, avaliou-se o enquadramento económico das empresas responsáveis pela recolha,

triagem, tratamento e retoma/valorização dos resíduos de embalagens do SIGRE, tanto ao nível do

subsistema urbano, como do subsistema não urbano (eXtra-Urbano).

Em terceiro lugar, avaliou-se o impacte económico da reciclagem de resíduos de embalagens em

Portugal, tanto ao nível direto, como indireto, nomeadamente em termos de valor acrescentado e

massa salarial gerada e volume de negócios.

De seguida descrevem-se as avaliações realizadas, nomeadamente em termos do seu âmbito, objetivos

e metodologias empregues e apresentam-se os principais resultados obtidos.

4.2 EMBALADORES ADERENTES AO SIGRE

4.2.1 Âmbito e objetivos da avaliação

O âmbito da avaliação realizada incluiu as empresas que contribuem financeiramente para o sistema

gerido pela SPV, através do pagamento do Valor Ponto Verde (VPV). Com a análise realizada

pretendeu-se estimar a representatividade das empresas aderentes à SPV face ao universo nacional em

termos de:

Volume de vendas

Nº de empresas parceiras

Valor Ponto Verde (VPV) despendido

4.2.2 Metodologia utilizada

Para analisar comparativamente o enquadramento económico dos embaladores aderentes ao sistema

gerido pela SPV com o universo de empresas existentes a nível nacional, recorreu-se a dados

bibliográficos das empresas em questão.

No caso da caracterização do perfil dos embaladores aderentes à SPV e que, como tal, transferem para

esta empresa a responsabilidade da gestão de fim de vida das embalagens que colocam no mercado,

mediante o pagamento do Valor Ponto Verde, utilizou-se uma base de dados disponibilizada pela SPV

com dados específicos referentes a cada uma dos embaladores, incluindo o seu volume de vendas, tipo

de atividade e quantidade de embalagens colocadas no mercado e VPV devidos.

Page 94: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 72

Para efeitos comparativos com o universo das empresas existentes em Portugal, em primeiro lugar, os

dados de caracterização das empresas embaladoras da SPV, referentes a 2010, foram agrupados por

secção da CAE rev.3, cobrindo desde empresas de agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca

(secção A) até às empresas ligadas a atividades das famílias empregadoras de pessoal doméstico e

atividades de produção das famílias para uso próprio (secção T)23

.

Posteriormente, os resultados obtidos foram comparados com estatísticas produzidas pelo INE

referentes ao universo nacional e constantes do relatório “Empresas em Portugal 2010” (INE, 2012).

De referir que não foi possível obter dados detalhados para todos os embaladores SPV, nomeadamente

em relação ao seu tipo de atividade e volume de vendas, sendo esta uma das limitações da análise

realizada. Desta forma, estabeleceram-se dois cenários:

Cenário de referência, onde de forma conservadora apenas se consideraram as empresas SPV

para os quais existiam dados concretos.

Cenário de “extrapolação”, estimado com base na extrapolação linear, por secção, de valores

médios apurados para o universo de empresas SPV que foram efetivamente caracterizadas.

Os resultados apurados para o primeiro cenário acabam por indicar o limite mínimo estimado para a

importância das empresas aderentes à SPV no contexto nacional.

4.2.3 Resultados

Em relação ao enquadramento económico dos embaladores aderentes ao sistema gerido pela SPV,

verifica-se que a maior parte dos embaladores se enquadram em setores ligados às indústrias

transformadoras (46%), seguidos das empresas ligadas ao comércio por grosso e a retalho, reparação

de veículos automóveis e motociclos (36%) e agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (9%).

Analisando as empresas em relação ao volume de vendas associadas as estas empresas, verifica-se

igualmente que estes setores são os mais relevantes, sendo que as empresas ligadas ao comércio por

grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos e as indústrias transformadores

representam, respetivamente, 51% e 45% do volume de vendas dos aderentes da SPV, em 2010.

Por outro lado, comparando as empresas aderentes à SPV e o universo de empresas existentes ao nível

nacional, verifica-se que os embaladores aderentes à SPV, cerca de 12 mil empresas, representam

apenas 0,9% do número de empresas existentes em Portugal, mas geram um volume de vendas, no

mínimo, de 31,4% do volume de vendas das empresas não financeiras no nosso país.

Tal significa que os aderentes à SPV têm, em geral, uma dimensão bastante superior ao que é comum no

nosso país. Tal deve-se, em parte, pela importância das empresas pertencentes aos setores das

indústrias transformadores e de comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e

motociclos, já referida anteriormente. Os embaladores aderentes à SPV representam nestes setores,

respetivamente 6,7% e 1,5% do número total de empresas nacionais, mas significam em termos de

volume de vendas, no mínimo, 47,4% e 29,3% do volume de vendas destes setores a nível nacional (ver

tabela 4.1). Neste último caso, a discrepância entre a representatividade ao nível do número de

empresas e volume de vendas, não é alheia o facto de nesta secção de CAE existirem bastantes

empresas de pequena dimensão ligadas à reparação automóvel (e.g. oficinas), cuja atividade não implica

a introdução de embalagens no mercado.

23 Não foram identificadas empresas aderentes à SPV e que integram a secção U da CAE rev.3 (atividades dos organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais)

Page 95: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 73

Tabela 4.1 – Enquadramento económico dos embaladores aderentes ao sistema gerido pela SPV

CAE Secção % das

empresas nacionais

Volume de Vendas

aderentes (M€) –

d.e.

Volume de Vendas

aderentes (M€) – extrap.

A - Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 1,85% 1.085,9 2.766,5

B - Indústrias extrativas 0,83% 19,7 43,2

C - Indústrias transformadoras 6,68% 33.042,7 48.529,3

D - Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio 0,68% 3,7 4,6

E - Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição

4,40% 169,9 266,2

F - Construção 0,02% 90,8 113,5

G - Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos

1,52% 37.437,8 54.204,3

H - Transportes e armazenagem 0,44% 75,5 134,6

I - Alojamento, restauração e similares 0,15% 78,8 183,3

J - Atividades de informação e de comunicação 0,81% 614,5 1.178,6

K - Atividades financeiras e de seguros 0,02% 44,6 74,3

L - Atividades imobiliárias 0,03% 0,1 0,4

M - Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares

0,06% 142,4 272,5

N - Atividades administrativas e dos serviços de apoio 0,03% 61,8 91,7

O - Administração Pública e Defesa; Segurança Social Obrigatória

s.d s.d s.d

P - Educação 0,01% 0,2 0,4

Q - Atividades de saúde humana e apoio social 0,03% 1,1 5,7

R - Atividades artísticas, de espectáculos, desportivas e recreativas

0,02% reduzido reduzido

S - Outras atividades de serviços 0,16% 20,4 108,8

T - Atividades das famílias empregadoras de pessoal doméstico e atividades de produção das famílias para uso próprio

s.d. reduzido reduzido

CAE Desconhecido s.d 32,0 470,4

Total 0,9% 72.921,8 108.448,5

Notas:

d.e. – dados existentes - com base nas empresas para as quais existe registo do volume de vendas em 2010.

extrap – considerando as empresas para as quais não existe registo do seu volume de vendas, através da extrapolação linear dos

volumes de venda por empresa médias de cada secção.

s.d. – sem dados.

Reduzido – valor abaixo de 0,05M M€ ou 0,05%.

Page 96: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 74

Por outro lado, no contexto do enquadramento económico dos embaladores aderentes à SPV, verifica-

se que estes, em 2010, contribuíram com 71,8 Milhões de Euros para o SIGRE através do Valor Ponto

Verde (VPV) (SPV, 2010). Este valor representou apenas 0,08% do total de custos com fornecimentos de

serviços externos (FSE) das empresas nacionais.

4.3 EMPRESAS DE RECOLHA, TRIAGEM E RETOMA/RECICLAGEM DOS

RESÍDUOS DE EMBALAGENS

4.3.1 Âmbito e objetivos da avaliação

O âmbito da avaliação realizada são as empresas que efetuam a recolha, triagem e retoma/reciclagem

dos resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE, tanto ao nível dos resíduos urbanos de embalagens

como do sistema eXtra-Urbano. Neste último caso, tendo em consideração o modelo de gestão

existente, excetuam-se do âmbito da análise os produtores de resíduos de embalagens (e.g. empresas

de comércio), estando incluídas as empresas que efetuam a sua recolha para posterior

reciclagem/valorização (OGR).

Com a análise realizada pretendeu-se analisar a evolução e a representatividade das empresas

aderentes à SPV face ao universo nacional em termos de:

Nº de Empresas parceiras da SPV

Capital Social

Nº de estabelecimentos

Volume de Vendas

4.3.2 Metodologia utilizada

De modo a enquadrar as diversas empresas parceiras da SPV face às demais empresas nacionais, em

primeiro lugar realizou-se um levantamento das empresas associadas à SPV desde o ano 2000 até ao

ano de 2009.

Embora a SPV tenha sido constituída em 1998, foi considerado que o período em análise devia ser

censurado à esquerda, por forma a garantir que a análise se centraria num período em que a SPV já

estava presente no mercado há pelo menos dois anos (em 2000), tendo sido já ultrapassada a fase

inicial de arranque de atividade. A censura à direita deveu-se fundamentalmente à falta de dados mais

recentes na base de dados utilizada para caracterizar as empresas.

A SPV forneceu informação sobre as diversas empresas suas parceiras, tendo sido considerado relevante

distinguir estas empresas de acordo com a sua relação com a SPV. Assim as empresas foram

classificadas de acordo com a seguinte tipologia:

SMAUT – entidade que efetua a recolha seletiva, triagem e tratamento dos resíduos urbanos de

embalagens.

Retomador – entidade que efetua a retoma dos resíduos urbanos de embalagens com vista à

sua reciclagem.

OGR – entidade que efetua a recolha dos resíduos de embalagens junto dos produtores não

urbanos com vista à sua reciclagem futura.

SMAUT/OGR – Entidade que apresenta um papel duplo como SMAUT e OGR.

Retomador/OGR - Entidade que apresenta um papel duplo como Retomador e OGR.

Page 97: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 75

A informação facultada pela SPV foi complementada com a recolha de informação em sites

especializados em informação corporativa, tendo sido dada particular relevância aos seguintes

descritores: código de atividade económica (CAE), ano de início de atividade e localidade da empresa.

Posteriormente, caracterizaram-se as referidas empresas utilizando para o efeito uma base de dados

do INE direcionada fundamentalmente para a caracterização do mercado de trabalho, mas que detém

diversas informações económicas (base de dados “ Quadros de Pessoal”).

Tendo por base os resultados obtidos, finalmente compararam-se os resultados obtidos com dois

grupos de referência para analisar em termos relativos as características das empresas SPV, por um

lado, as empresas não associadas à SPV sem qualquer constrangimento e, por outro, as empresas não

associadas à SPV cuja atividade económica coincidisse com os principais setores económicos (CAE) da

lista de empresas SPV. Os CAE utilizados para caracterizar as empresas parceiras da SPV são os que

constam na seguinte tabela:

Tabela 4.2 - CAE das empresas parceiras da SPV que foram caracterizadas

CAE Rev.2 (2000 a 2006)

CAE Rev.3 (2007 a 2008)

Descritivo

21120 17120 Fabricação de papel e de cartão (excepto canelado)

21211 17211 Fabricação de papel e de cartão canelados (inclui embalagens)

27420 24420 Obtenção e primeira transformação de alumínio

25210 22210 Fabricação de chapas, folhas, tubos e perfis de plástico

25220 22220 Fabricação de embalagens de plástico

26131 23131 Fabricação de vidro de embalagem

37100 38321 Valorização de resíduos metálicos

37200 38322 Valorização de resíduos não metálicos

90020 381 Recolha de resíduos

382 Tratamento e eliminação de resíduos

51532 46732 Comércio por grosso de materiais de construção (excepto madeira) e equipamento sanitário

51571 46771 Comércio por grosso de sucatas e de desperdícios metálicos

51572 46772 Comércio por grosso de desperdícios têxteis, de cartão e papéis velhos

De referir que a informação recolhida representa a maior parte e as mais relevantes empresas

atualmente associadas à SPV ou que tiveram associação com a SPV entre os anos 2000 e 2009, embora

não tenha sido possível identificar e caracterizar a totalidade do universo das empresas no período

analisado.

Page 98: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 76

Tal deveu-se ao facto do processo de identificação de algumas empresas ter sido dificultado por várias

razões, nomeadamente:

A existência de várias localidades associadas à empresa (por exemplo, a sede social ser numa

local diferente da instalação fabril).

As empresas apresentaram diferentes atividades económicas (por exemplo, existência de uma

atividade económica principal e de uma ou várias atividades económicas secundárias).

Existir desfasamento no início da atividade da empresa (por exemplo, fusão com uma nova

empresa poderá levar a alteração do ano de constituição) ou cessação da atividade por falência

ou liquidação.

4.3.3 Resultados

4.3.3.1 Evolução do N.º de Parceiros da SPV

Na tabela 4.3 e figura 4.1 apresenta-se a evolução do número de empresas parceiras da SPV ao longo da

última década. Podem igualmente encontrar-se na referida tabela os dados relativos às “empresas não

SIGRE” existentes a nível nacional, mas que apresentam o mesmo CAE de 5 dígitos que estas.

Tabela 4.3- Evolução do número de empresas do SIGRE (2000-2009)

Figura 4.1 - Evolução do número de “Empresas SIGRE” (2000-2009)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

N.º

de

em

pre

sas

Ano

SMAUT SMAUT/OGR Retomador OGR Retom. / OGR

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

SIGRE (desagregadas por tipo de operador)

SMAUT 13 15 15 19 20 22 23 23 24 25

SMAUT/OGR 2 3 3 3 4 4 4 4 4 4

Retomador 34 34 34 35 36 37 38 40 39 40

OGR 18 19 22 24 26 29 28 34 35 36

Retom. / OGR 20 24 24 25 26 29 31 31 33 33

Total SPV 87 95 98 106 112 121 124 132 135 138

Não SIGRE (dentro do mesmo universo CAE)

2.605 2.752 2.884 3.024 2.970 2.998 3.020 2.995 3.005 2.860

Page 99: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 77

Como pode observar-se, o número de empresas parceiras da SPV aumentou consideravelmente ao

longo da última década. De facto, o número de SMAUT aumentou cerca de 92% (de 13 para 25)

enquanto que o número de OGR duplicou (de 18 para 36).

Por outro lado, em termos globais, no ano 2000 foram identificadas 87 empresas ligadas à SPV, sendo

que em 2009 este valor já correspondia a 138 empresas, o que se traduz num crescimento de cerca de

60%. Analisando ainda os valores da figura 4.2, pode constatar-se que a evolução do número de

empresas parceiras da SPV é mais rápida do que aquelas que possuem o mesmo CAE e que estão fora

do universo SPV. Assim, as empresas não-SIGRE no mesmo período de tempo cresceram apenas 10%.

Figura 4.2 - Evolução do número de ”Empresas SIGRE” e “Não SIGRE” com mesmo CAE entre 2000-2009

4.3.3.2 Evolução do Capital Social, Nº de Estabelecimentos e Volume de Vendas

Na tabela 4.4 encontram-se representados os dados relativos ao capital social, incluindo a sua

composição, nº de estabelecimentos e volume de vendas das empresas parceiras da SPV, entre 2000 e

2010. Estão igualmente listados os dados relativos às “empresas não SIGRE”, mas que apresentam o

mesmo CAE e ainda a totalidade do universo de CAE a nível nacional.

Page 100: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 78

Tabela 4.4 – Evolução do capital social, nº de estabelecimentos e volume de vendas das “Empresas SIGRE” e ”Empresas Não SIGRE” em 2000-2009 (valores médios por empresa)

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Não SIGRE (todas)

Cap. Social (mil €) 500,41 - 564,16 478,77 314,01 448,96 411,11 424,43 429,79 447,36

Cap. Soc. Privado Nacional (%) 98,52 98,60 98,69 98,42 98,37 98,34 98,34 98,28 98,26 98,25

Cap. Soc. Público (%) 0,13 0,19 0,21 0,21 0,17 0,19 0,19 0,20 0,19 0,19

Cap. Soc. Estrangeiro (%) 1,35 1,21 1,10 1,36 1,46 1,48 1,47 1,52 1,55 1,55

Nº Estabelecimentos 1,16 1,16 1,15 1,16 1,16 1,16 1,17 1,17 1,17 1,16

Vendas (milhões de €) 0,84 0,91 1,12 0,92 0,89 0,85 0,93 1,00 1,06 1,10

Não SIGRE (dentro do

mesmo universo CAE)

Cap. Social (mil €) 295,27 - 333,35 368,93 349,96 340,42 346,44 414,62 377,65 488,36

Cap. Soc. Privado Nacional (%) 97,98 98,26 98,22 97,44 96,74 97,15 97,29 97,62 97,63 97,75

Cap. Soc. Público (%) 0,23 0,13 0,21 0,31 0,38 0,38 0,37 0,08 0,08 0,08

Cap. Soc. Estrangeiro (%) 1,79 1,61 1,57 2,25 2,88 2,47 2,34 2,30 2,29 2,17

Nº Estabelecimentos 1,10 1,11 1,10 1,12 1,12 1,12 1,13 1,11 1,12 1,12

Vendas (milhões de €) 1,20 1,25 1,38 1,43 1,44 1,52 1,58 1,73 1,76 1,83

SIGRE

Cap. Social (mil €) 2216,74 2146,25 3087,09 2221,01 2428,39 2050,74 2122,29 1867,63 2253,49 2300,00

Cap. Soc. Privado Nacional (%) 87,66 90,79 87,91 79,45 79,56 80,57 80,22 80,94 81,35 79,86

Cap. Soc. Público (%) 7,75 4,09 7,57 12,68 13,80 14,14 14,49 13,74 13,44 13,78

Cap. Soc. Estrangeiro (%) 4,59 5,11 4,53 7,87 6,64 5,30 5,29 5,31 5,21 6,36

Nº Estabelecimentos 1,40 1,45 1,44 1,65 1,68 1,66 1,68 1,68 1,71 1,80

Vendas (milhões de €) 10,53 7,11 8,40 6,74 6,63 7,43 7,89 8,25 9,62 11,71

Em termos médios, as empresas associadas à SPV apresentam um capital social consideravelmente

superior às empresas não associadas à SPV mas que pertencem aos mesmos setores de atividade

económica que as primeiras. Tipicamente, as empresas associadas à SPV detêm uma maior

percentagem de capital estrangeiro do que outras empresas da economia portuguesa (devido aos

OGR/Retomadores, ver tabela 4.5) e o mesmo se verifica no que respeita à participação pública no

capital social (neste caso devido aos SMAUT-ver tabela 4.5).

No que respeita à dimensão das empresas e considerando os parâmetros volume de vendas e o número

de trabalhadores, pode concluir-se que as empresas associadas à SPV e ao SIGRE são maiores do que

as suas congéneres (i.e., dos mesmos setores de atividade económica) e o mesmo sucede em relação ao

universo de empresas nacional.

As estatísticas descritivas indicam que as empresas associadas à SPV empregam entre seis a sete vezes

mais trabalhadores do que as restantes empresas da economia portuguesa (ver capítulo 5). Em termos

financeiros, o indicador usado aponta para uma relação entre cinco a seis vezes mais facturação (volume

de vendas) das empresas associadas à SPV comparativamente com as suas congéneres não associadas.

Page 101: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 79

Tabela 4.5 – Evolução do capital social, nº de estabelecimentos e volume de vendas das “Empresas SIGRE”, desagregadas por tipo de operador, em 2000-2009 (valores médios por empresa)

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

SMAUT

Cap. Social (mil €) 4850,07 3912,94 4437,84 3802,42 3725,85 3587,56 3652,79 3816,77 3978,21 4002,66

Cap. Soc. Privado Nacional (%) 45,75 74,07 47,57 30,71 29,58 25,60 27,81 27,59 30,70 29,42

Cap. Soc. Público (%) 54,25 25,93 52,43 63,41 65,16 69,40 67,64 67,87 64,96 66,42

Cap. Soc. Estrangeiro (%) 0,00 0,00 0,00 5,88 5,26 5,00 4,55 4,55 4,35 4,17

Nº Estabelecimentos 2,31 2,20 2,47 3,26 3,35 3,18 3,17 3,26 3,17 3,44

Vendas (milhões de €) 3,75 5,74 6,83 6,10 6,56 7,02 7,48 8,45 8,30 9,26

Retomador

Cap. Social (mil €) 3388,09 3733,24 6205,11 3831,86 3965,15 3667,45 3616,49 2908,76 4084,40 4216,09

Cap. Soc. Privado Nacional (%) 91,59 88,65 90,03 88,06 88,19 91,08 91,05 91,28 91,22 89,50

Cap. Soc. Público (%) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Cap. Soc. Estrangeiro (%) 8,41 11,35 9,97 11,94 11,81 8,92 8,95 8,72 8,78 10,50

Nº Estabelecimentos 1,29 1,35 1,38 1,31 1,33 1,32 1,34 1,33 1,36 1,35

Vendas (milhões de €) 23,29 14,16 16,60 12,80 12,87 13,24 13,76 12,55 16,37 20,88

OGR

Cap. Social (mil €) 303,28 260,90 415,79 440,94 404,08 358,86 352,21 323,39 358,00 352,06

Cap. Soc. Privado Nacional (%) 93,75 94,74 95,45 86,28 92,00 93,45 96,43 95,61 95,74 95,86

Cap. Soc. Público (%) 0,00 0,00 0,00 1,54 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Cap. Soc. Estrangeiro (%) 6,25 5,26 4,55 12,17 8,00 6,55 3,57 4,39 4,26 4,14

Nº Estabelecimentos 1,28 1,21 1,00 1,08 1,12 1,14 1,07 1,09 1,20 1,17

Vendas (milhões de €) 1,17 1,19 1,07 1,69 1,13 1,62 1,67 1,85 2,07 2,24

Retom. / OGR

Cap. Social (mil €) 376,64 474,48 635,27 565,65 1419,78 627,25 762,30 785,20 812,40 826,34

Cap. Soc. Privado Nacional (%) 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 96,67 96,77 96,88 93,94

Cap. Soc. Público (%) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Cap. Soc. Estrangeiro (%) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,33 3,23 3,13 6,06

Nº Estabelecimentos 1,15 1,21 1,13 1,32 1,35 1,34 1,26 1,29 1,30 1,52

Vendas (milhões de €) 2,50 3,30 5,09 3,88 4,18 6,69 7,04 9,58 10,52 13,10

SMAUT/OGR

Cap. Social (mil €) 212,47 641,65 650,00 1356,67 1642,50 1642,50 2100,26 2125,26 2125,26 2125,26

Cap. Soc. Privado Nacional (%) 100,00 100,00 100,00 38,33 28,75 28,75 28,75 30,00 30,00 30,00

Cap. Soc. Público (%) 0,00 0,00 0,00 60,00 70,00 70,00 70,00 70,00 70,00 70,00

Cap. Soc. Estrangeiro (%) 0,00 0,00 0,00 1,67 1,25 1,25 1,25 0,00 0,00 0,00

Nº Estabelecimentos 1,00 2,33 2,67 2,67 2,25 2,50 3,75 4,25 4,25 4,25

Vendas (milhões de €) 2,19 1,95 3,51 4,35 2,44 3,58 4,44 8,23 10,29 9,21

4.4 IMPACTE ECONÓMICO DA GESTÃO DE RESÍDUOS DE EMBALAGENS

EM PORTUGAL

4.4.1 Âmbito e objetivos da avaliação

O âmbito da avaliação realizada inclui os impactos diretos e indiretos relacionados com as atividades

do SIGRE, no que respeita aos resíduos urbanos de embalagens. Com a análise realizada pretendeu-se:

Identificar os efeitos diretos e indiretos no resto da economia da gestão de resíduos de

embalagens através do SIGRE, relativamente a quadro indicadores: valor acrescentado, salários

e volume de negócio.

Page 102: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 80

Comparar os efeitos diretos e indiretos no resto da economia da gestão de resíduos de

embalagens através do SIGRE com os de outras atividades económicas.

Identificar o efeito sobre o Produto Interno Bruto (PIB) da gestão de resíduos de embalagens

através do SIGRE, através da comparação da situação atual com um cenário alternativo sem

SIGRE.

4.4.2 Metodologia utilizada

Neste estudo, a quantificação de efeitos indiretos utiliza a Análise de Entradas-Saídas (AES) (Miller e

Blair, 2009). Este domínio científico da economia foi desenvolvido por Wassily Leontief, nos anos 40.

Desde então tem sido aplicado em inúmeros países ao estudo do impacto indireto de variados setores

de atividade. Esta técnica permite a identificação de multiplicadores, valores que indicam o efeito direto

e indireto gerado no resto da economia por um dado ramo de atividade económica. Em seguida

discutem-se os conceitos de efeito direto e indireto e apresentam-se as expressões de cálculo dos

multiplicadores.

No decurso da sua atividade económica, uma empresa necessita de recursos, como trabalho,

importações, etc. (efeitos diretos). Uma empresa efetua também compras de bens e serviços a outras

empresas, as quais vão necessitar de recursos (efeitos indiretos de primeira ordem). Estas últimas por

sua vez efetuam aquisições junto de outras empresas (efeitos indiretos de segunda ordem), e por aí

adiante.

No presente estudo são quantificados efeitos indiretos sobre três tipos de recursos: valor acrescendo

bruto (VAB), salários e volume de negócios. Para cada um deles foi calculado o multiplicador de Leontief

de tipo I, que indica qual a soma dos efeitos diretos e indiretos resultantes do consumo de uma unidade

de recurso dum certo ramo de atividade e é calculado através da fórmula:

mi = (Σj dj Lij)/di ,

em que dj é o coeficiente direto do ramo de atividade, que indica o consumo de recurso por volume de

negócios, e Lij é um elemento da matriz inversa de Leontief, que se calcula através da seguinte

expressão:

L = (I – A)-1

,

onde I é a matriz identidade e A é a matriz dos coeficientes técnicos, que por sua vez se calcula através

da expressão:

A = Z [diag(x)]-1

.

A matriz Z descreve o conjunto de transações entre ramos de atividade na economia nacional. O vetor x

indica o volume de vendas totais de cada ramo de atividade. A matriz Z e o vetor x, juntamente com o

vetor de procura final, y, e com o vetor de valor acrescentado, v, descrevem o conjunto de transações

que têm lugar na economia nacional, relacionando-se de acordo com as seguintes expressões:

x = Ze + y;

x' = e'Z + v',

onde e é um vetor de entradas unitárias, todos os vetores estão em formato coluna e ' representa a

matriz transposta. Em seguida descrevem-se os dados que compõem os elementos de Z, x, y e v.

Page 103: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 81

Como revisto por Cruz et al. (2012), a SPV desempenha um papel crucial na estrutura de gestão de

resíduos de embalagens em Portugal. A SPV cobra um valor VPV aos embaladores aderentes ao sistema

para financiamento do SIGRE e utiliza as receitas resultantes desta cobrança para apoiar

financeiramente os SMAUT, com o intuito de incentivar a separação dos resíduos de embalagens (este

apoio pode ser desagregado em vários incentivos, VC-RS, VC-IC, VIC). Os SMAUT são responsáveis pela

recolha, separação e tratamento/valorização tanto dos resíduos recolhidos seletivamente, como dos

indiferenciados.

Os materiais para reciclagem são leiloados pela SPV, recebendo esta (ou pagando, conforme os casos)

um Valor Líquido de Retoma (VLR) dos/aos retomadores. Para além da reciclagem de resíduos urbanos,

a SPV também oferece um incentivo financeiro (VIM) aos gestores de resíduos não urbanos que

recolhem resíduos de embalagens diretamente das indústrias embaladoras e os encaminham para

reciclagem (sistema Extra-Urbano).

O modelo mínimo necessário para analisar o impacto económico do SIGRE envolve quatro classes de

setores: a entidade gestora dos resíduos de embalagens (SPV), o setor de gestão de resíduos sólidos

(MWS), os retomadores/recicladores (REC) e o resto da economia (ROE), que é constituído por vários

setores. Este modelo está descrito na tabela 4.6, que indica quais os elementos não-nulos de Z, x, y e v.

As fontes de informação e o seu processamento são descritos em seguida e os valores de base são

apresentados em anexo.

Tabela 4.6 - Interacção entre os setores do SIGRE e o resto da economia nacional

Z ROE SPV MWS REC y

ROE A B C E

SPV F G

MWS J K

REC L

v' O P Q

Modelação do Resto da Economia (ROE)

O setor ROE (componentes A, E e O da tabela 4.6) foi modelado usando as tabelas AES simétricas

produto-por-produto de 2008 em preços básicos produzida pelo DPP (Dias e Domingos, 2011), com uma

agregação de 85 setores usando a classificação oficial CAE Rev.3 de dois dígitos (INE, 2007). O

investimento foi endogeneizado usando a tabela C.3 das Contas Nacionais (www.ine.pt) e a metodologia

descrita em Lenzen and Treloar (2005).

Modelação da Gestão de Resíduos de Embalagens (SPV)

O setor SPV foi caracterizado usando o relatório de atividade e contas da empresa relativo a 2009 (SPV,

2009, p. 20). As componentes B e P são as compras da SPV a outras empresas e fatores primários; a

componente F é a taxa VPV paga pelos embaladores de embalagens; a componente G é o pagamento

VLR recebido dos retomadores; a componente J é o apoio financeiro ao tratamento de resíduos.

Page 104: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 82

Modelação do Setor de Resíduos Sólidos Urbanos (MWS)

O setor de resíduos urbanos (MWS) representa a recolha, triagem e tratamento de resíduos de

embalagens que é efetuada nos SMAUT (e não da totalidade dos resíduos sólidos urbanos

indiferenciados) que é efetuada pelos SMAUT. As entradas C, K e Q da tabela 4.6 foram modeladas a

partir das fontes referidas em seguida.

Cruz et al. (2012, p. 13-14) apresenta informação geral sobre os custos correntes e depreciação das

operações de recolha e triagem de resíduos de embalagens. Os custos de recolha foram desagregados

usando a caracterização de Lavita (2008, pp. 45-48). Os custos de triagem foram desagregados

utilizando os valores médios resultantes do inquérito levado a cabo por Rodrigues (2009, p. 125).

Tanto Lavita (2008) como Rodrigues (2009) são estudos de pequena escala. A estrutura de custos por

eles descrita foi extrapolada para o conjunto do país utilizando informação complementar presente em

SPV (2010), que descreve os fluxos físicos de resíduos envolvendo cada município.

Para estimar outros fluxos não descritos nos estudos anteriormente referidos, tais como as despesas de

financiamento, recursos humanos e atividades ancilares foram também utilizadas outras fontes: o

relatório da ERSAR (2011), que descreve fluxos económicos para alguns serviços municipalizados; o

relatório da LIPOR (2010), que fornece um relatório de contas razoavelmente detalhado; e o modelo

WIO, descrito por Nakamura e Kondo (2002) e que pode ser acedido em

http://www.f.waseda.jp/nakashin/WIO.html.

Modelação do Setor de Retomadores (REC)

Por fim, o setor REC foi tratado como um setor estritamente intermediário, que recebe fluxos físicos de

resíduos separados da SPV e que entrega esses fluxos físicos ao setor produtivo correspondente, sem

incorrer em despesas ou recebimentos adicionais. Deste modo, a entrada L na tabela 4.6 foi obtida

diretamente a partir de SPV (2009).

Nos resultados são apresentados valores para a atividade de retomadores de papel, plástico, vidro e

metal (aço e alumínio), caracterizados a partir dos dados de ROE com os CAE respetivos de 17, 22, 23 e

24. Para conhecer a alavancagem específica associada à retoma destes materiais considerou-se que a

fração da atividade de cada um destes setores afeta à retoma é dada pela razão entre o VLR

correspondente e as aquisições intersetoriais.

Por fim, nos resultados são também apresentados valores para o SIGRE no seu conjunto, sendo este

compreendido como a SPV, o setor de MWS e os vários retomadores.

Finalmente, tendo por base a modelação realizada, realizou-se uma análise de incerteza aos resultados

obtidos, que se encontra em anexo e que mostram que os resultados obtidos são consistentes.

Page 105: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 83

4.4.3 Resultados

4.4.3.1 Valor acrescentado, Salários e Volume de Negócios Total

A tabela 4.7 apresenta os multiplicadores de tipo I para o SIGRE e setores representativos da economia

portuguesa24

. Cada entrada da tabela indica o impacto no conjunto da economia dum efeito num setor

em particular, relativamente a valor acrescentado bruto (VAB), salários e volume de negócios.

Os resultados indicam que por cada Euro de valor acrescentado do setor de SIGRE, são gerados

adicionalmente 1,25 Euros de valor acrescentado no resto da economia; por cada Euro de salários são

adicionalmente pagos 1,30 Euros de salários no resto da economia; e por cada Euro de volume de

negócios circulam adicionalmente na economia 1,04 Euros de volume de negócios.

Em anexo são apresentados adicionalmente os multiplicadores para os 85 ramos de atividades

económicos analisados neste trabalho.

Tabela 4.7 - Multiplicadores de tipo I (Euro/Euro), do SIGRE e a ele associados e representativos da economia portuguesa (por ordem decrescente de multiplicador de VAB)

Setores VAB Salários Volume de negócios

Transporte marítimo 3,82 3,94 2,63

Gás natural 3,34 8,38 2,02

Produtos químicos 2,85 2,86 1,97

Produtos petrolíferos 2,34 2,81 1,26

Produtos agrícolas 2,28 2,90 2,33

Telecomunicações 2,03 3,18 2,10

Produtos metálicos 1,93 1,78 1,88

Serviços de instalação/reparação de máquinas e equipamento

1,84 1,77 1,82

Serviços imobiliários 1,79 5,30 2,50

Produtos florestais 1,43 2,10 1,66

SPV 5,35 10,11 1,99

MWS 1,32 1,31 1,65

Retomadores papel 2,84 3,07 2,33

Retomadores plástico 2,09 2,03 1,84

Retomadores vidro 2,34 2,28 2,20

Retomadores metais 3,14 3,29 1,96

SIGRE 2,25 2,30 2,04

24 Os multiplicadores do Tipo I identificam o valor das transacções diretas e indiretas relativamente ao valor das transacções diretas (e.g. o rendimento de um setor e todos os outros rendimentos das compras efetuadas por esse setor aos seus fornecedores).

Page 106: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 84

A análise dos multiplicadores do SIGRE oferece uma visão global do papel da gestão de resíduos de

embalagens na economia. Relativamente ao efeito no valor acrescentado o SIGRE ocupa a 28ª posição,

em 88 ramos de atividade económica (ver tabela em Anexo); relativamente aos salários ocupa a 25ª

posição e em relação ao volume de negócios a 32ª posição. É possível dizer que este é um setor cujo

impacto na economia portuguesa é significativo, pois encontra-se no terço superior dos ramos de

atividade com maior efeito multiplicador. Os resultados obtidos relativos à gestão global dos resíduos de

embalagens são consistentes com os apurados em outros estudos semelhantes. A tabela 2.14 mostra

que o multiplicador de VAB da indústria da reciclagem e reutilização nos EUA é de 2,43, o multiplicador

de salários é de 2,18 e o de Volume de Negócios é de 1,7.

O SIGRE tem como componentes: a entidade gestora (SPV), a gestão de resíduos (MWS) e os

retomadores dos vários tipos de materiais recuperados. Pela análise da tabela pode verificar-se, que a

atividade da SPV tem um forte impacto no valor acrescentado e nos salários. Tal deve-se sobretudo ao

facto da SPV limitar o seu valor acrescentado e ter um baixo número de trabalhadores em relação ao

seu volume de negócios. O setor MWS tem multiplicadores inferiores a 2, porque as atividades de

recolha, triagem e tratamento de resíduos dos SMAUT efetuam poucas aquisições de bens e serviços a

outros ramos de atividade, relativamente às despesas com fatores primários, sobretudo trabalho e

custos de financiamento. Dentro dos vários retomadores, o metal e o papel apresentam os maiores

efeitos indiretos no valor acrescentado e salários. Relativamente ao volume de negócios, há uma menor

variação do multiplicador por tipo de retoma. Estes resultados são consistentes com os valores da

literatura revistos nas tabelas 2.15 e 2.16.

A tabela 4.8 apresenta o multiplicador de tipo I do SIGRE desagregado pelos diferentes ramos da

economia nacional. Relativamente ao VAB, o setor onde a atividade do SIGRE tem maior repercussão é o

setor da recolha, triagem e tratamento de resíduos (MWS). Dos 2,25 Euros de VAB gerados na economia

por um Euro de valor acrescentado do SIGRE, 64 cêntimos são gerados no setor MWS, 34 cêntimos no

setor do papel e cartão, 12 cêntimos no setor dos artigos de borracha e plástico e 9 cêntimos nos

setores de construção de edifícios e vendas para grosso.

Em termos de salários, a maior influência do SIGRE é ao nível do setor MWS. Seguido pelos setores do

papel e cartão e artigos de borracha e plástico. Sendo que, do efeito de 2,30 Euros que o setor do SIGRE

tem nos salários, 73 cêntimos ocorrem no setor MWS, 29 cêntimos no setor do papel e cartão e 13

cêntimos no setor dos artigos de borracha. Seguidamente, o efeito do SIGRE faz-se sentir sobretudo nos

setores de vendas para grosso e construção de edifícios, onde o efeito é de cerca de 10 cêntimos.

Relativamente ao volume de negócios, verifica-se que o setor onde a atividade do SIGRE se repercute

mais é o setor do papel e cartão, seguido pelo setor MWS. Do efeito multiplicador de 2,04 Euros de

volume de negócios de cada Euro de volume de negócios do SIGRE, 41 cêntimos são gerados no setor do

papel e cartão, 31 cêntimos no setor MWS, 19 cêntimos na SPV, 14 cêntimos no setor dos artigos de

borracha e plástico e 11 cêntimos no setor da eletricidade.

Page 107: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 85

Tabela 4.8 - Desagregação do multiplicador de tipo I do SIGRE por ramo de atividade (Euro/Euro), por ordem decrescente de multiplicador de VAB

Setor VAB Salários Volume de Negócios

MWS 0,643 0,733 0,317

Papel e cartão 0,340 0,292 0,410

Artigos de borracha e plástico 0,121 0,134 0,135

Construção de edifícios 0,089 0,101 0,083

Vendas para grosso (excepto veículos) 0,088 0,102 0,056

Eletricidade 0,075 0,033 0,111

SPV 0,070 0,037 0,191

Outros produtos minerais não metálicos (vidro)

0,069 0,075 0,064

Serviços financeiros 0,060 0,054 0,028

Engenharia civil 0,059 0,074 0,064

Transporte terrestre 0,058 0,074 0,045

Instalação/reparação de máquinas e equipamento

0,049 0,059 0,039

Produtos florestais 0,038 0,012 0,017

Duma forma global, os setores de recolha, triagem e tratamento de resíduos (MWS), papel e cartão,

artigos de borracha e plástico, construção de edifícios, vendas para grosso e eletricidade são os que

beneficiam mais, de forma direta e indireta, da atividade do SIGRE.

Em anexo é apresentado adicionalmente o efeito desagregado do multiplicador de tipo I do SIGRE para

os 85 ramos de atividades económicos analisados neste trabalho.

A tabela 4.9 mostra a alavancagem efetuada pelo SIGRE em vários setores da economia, em valores

absolutos. A alavancagem é entendida aqui como o valor monetário dos efeitos indiretos dum dado

setor (neste caso os vários ramos de atividade que compõe o SIGRE) nos restantes setores da economia.

A alavancagem total do SIGRE é de 147 milhões de Euros de VAB, 80 milhões de Euros de salários e 391

milhões de Euros de volume de negócios. Estes valores devem ser contrastados com o impacto direto do

SIGRE, que é, respetivamente, de 117 milhões de Euros no valor acrescentado bruto da economia

doméstica, 61 milhões em termos salariais e 377 milhões no que se refere ao volume de negócios.

Page 108: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 86

Tabela 4.9 - Alavancagem do SIGRE por ramo de atividade (milhões de Euros), por ordem decrescente de alavancagem em VAB.

Setor VAB Salários Volume de Negócios

MWS 24,78 14,83 39,37

Construção de edifícios 10,39 6,23 31,46

Vendas para grosso (excepto veículos) 10,30 6,26 21,27

Eletricidade 8,79 2,05 42,01

Serviços financeiros 7,00 3,29 10,72

Engenharia civil 6,87 4,57 24,07

Transporte terrestre 6,76 4,56 17,15

Instalação/reparação de máquinas e equipamento

5,76 3,62 14,81

Máquinas e equipamento 4,28 2,85 13,38

Papel e cartão 2,94 1,33 11,43

Produtos químicos 2,02 1,06 11,08

Combustíveis 0,85 0,33 15,61

Globalmente, o setor que mais beneficia da alavancagem do SIGRE é o setor de recolha, triagem e

tratamento de resíduos de embalagens (MWS). Em seguida surgem alguns ramos de atividade exteriores

ao SIGRE (construção, vendas por grosso, eletricidade, etc.).

Dentro dos ramos de atividades que compõe o SIGRE os retomadores de papel e cartão são o setor que

mais alavancagem tem do SIGRE, a seguir a MWS. O setor onde a alavancagem de VAB é maior é MWS,

com 25 milhões de Euros; o valor correspondente para salários é de 15 milhões, e ocorre também no

MWS; por fim, o valor correspondente para volume de negócios é de 42 milhões e ocorre para

eletricidade.

4.4.3.2 Comparação de Cenários de Gestão Resíduos de Embalagens

Tendo em conta o atual panorama relacionado com a gestão de resíduos de embalagens no SIGRE, que

é gerido pela SPV, procurou-se adicionalmente avaliar as consequências económicas de um cenário

alternativo em que não ocorrem separação e reciclagem de resíduos de embalagens. O efeito sobre o

valor acrescentado bruto desta alteração foi modelado da seguinte forma:

Variação de VAB = A + B + C + D,

onde cada um dos termos A, B, C e D é descritos abaixo:

A (Efeito da eliminação do VPV):

Na ausência do SIGRE, os embaladores já não têm de pagar o Valor Ponto Verde (VPV). Para

estudar o efeito que esta redução nos custos de produção tem no consumo adicional das

famílias consideraram-se dois casos-limite. Primeiro, se o preço do produto permanecer

constante, o valor acrescentado das companhias embaladoras aumenta, providenciando

rendimento adicional para os acionistas nacionais. Segundo, se o preço do produto refletir a

redução dos custos de produção, os consumidores têm mais rendimento disponível para

gastar. Assim, considerou-se que o cabaz de compras do consumidor médio se mantém

Page 109: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 87

inalterado e que a poupança no VPV se manifesta diretamente como um aumento do

consumo médio das famílias. O aumento da procura final estimula o consumo de produtos

domésticos e importados, sendo que o primeiro contribui para o valor acrescentado e o

segundo não. Considerando um total de VPV de 56 milhões de Euros (SPV, 2009), o efeito

líquido do aumento da procura devido à eliminação do VPV é de +45 milhões de Euros.

B (Efeito dos encargos com o tratamento de resíduos indiferenciados):

No cenário alternativo, é necessário considerar o destino dos resíduos de embalagens que

são atualmente reciclados, e que passam a ser tratados. Considerou-se que a sua gestão

seria idêntica à dos resíduos sólidos urbanos indiferenciados. Tal significa um aumento dos

encargos com as operações de recolha indiferenciada e tratamento (aterro e incineração),

que têm que ser suportados pelos municípios e famílias, reduzindo o rendimento disponível

para consumo. De acordo com Cruz et al. (2012), o custo médio do tratamento de resíduos

separados e indiferenciados é, respetivamente de 189 e 103 Euro/t. Considerando um

volume total de resíduos separados a partir de SPV (2010), e uma comparticipação atual de

60 milhões de Euros da SPV às SMAUT (VC-RS, VC-CI e VIC), conclui-se que os atuais encargos

das famílias com a recolha e triagem de resíduos de embalagens são de 26 milhões de Euros.

No cenário alternativo estes resíduos passam ao circuito de recolha indiferenciada

integralmente suportada pelas famílias, num valor de 47 milhões de Euros. Considerando

que este aumento se reflete numa redução de consumo por parte das famílias de 21 milhões

de Euros, o efeito sobre o VAB é de -17 milhões de Euros.

C (Efeito da operação de tratamento de resíduos indiferenciados):

No cenário alternativo o VAB dos setores da SPV e do MWS (no valor de 8 e 51 milhões de

Euros) desaparece. Os resíduos de embalagens presentemente recolhidos de forma seletiva

passarão a ter o mesmo tratamento dos RSU produzidos (SPV, 2010). Esta alteração provoca

um aumento de 9% do VAB atualmente gerado pela atividade de tratamento de RSU

indiferenciado.

Considerando um custo de tratamento de RSU indiferenciado de 103 Euro/t (Cruz et al.,

2012) e o total de RSU produzidos indicado acima, o custo total de tratamento de RSU é de

538 milhões de Euros, o que representa 21% do total de despesas do CAE 37, que engloba o

tratamento de RSU. Como o VAB do CAE 37 é de 977 milhões de Euros, considerámos que o

VAB de tratamento de RSU é de 202 milhões de Euros, e por consequência, a adição de

458324 toneladas de resíduos indiferenciados no cenário alternativo leva a um aumento do

VAB de 18 milhões de Euros.

O efeito resultante sobre o VAB é de -41 milhões de Euros.

D (Efeito da eliminação da retoma de resíduos de embalagem):

No cenário alternativo, os ramos de atividade que atualmente retomam resíduos de

embalagens separados como fatores de produção passam a ter que obter essas matérias-

primas por outras fontes. Assumiu-se que o valor de mercado de produtos secundários é

semelhante àquele dos produtos principais que substituem, tomando em atenção a perda de

qualidade dos produtos reciclados (Nakamura e Kondo, 2002). Considerou-se igualmente

que estas matérias-primas de substituição são importadas. Assim, considerou-se uma quebra

Page 110: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 88

de VAB nos setores de retoma, no valor de 37, 13, 6 e 3 milhões de Euros (respetivamente

para os setores de papel, plástico, vidro e metais). Estes valores foram obtidos considerando

que razão entre o VAB do subsetor de retoma e o VAB do ramo de atividade mais agregado é

idêntica à razão entre o VLR e o valor de trocas intersetoriais do ramo de atividade mais

agregado. A retoma de papel é um subsetor do CAE 17, a retoma de plástico é um subsetor

do CAE 22, a retoma de vidro é um subsetor do CAE 23 e a retoma de metais é um subsetor

do CAE 24. O efeito resultante sobre o VAB é de -58 milhões de Euros.

O efeito combinado destes diferentes fatores é uma redução líquida de PIB de cerca de 71 milhões de

Euros no cenário alternativo (ausência de separação e reciclagem de resíduos de embalagens).

Page 111: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 89

5 AVALIAÇÃO SOCIAL DO SIGRE

5.1 ENQUADRAMENTO GERAL

A avaliação social ao SIGRE foi realizada a três níveis. Em primeiro lugar, tipificaram-se os empregos

existentes nas empresas que colaboram com a SPV na recolha, triagem, tratamento e

retoma/reciclagem de resíduos de embalagens, comparando as suas estatísticas descritivas com

indicadores médios nacionais.

Em segundo lugar, com base nos resultados obtidos e com base em informação bibliográfica,

estimaram-se os empregos que estão especificamente associados à gestão de resíduos de embalagens

no âmbito do SIGRE.

Em terceiro lugar, identificaram-se resultados de projetos de responsabilidade social promovidos pela

SPV com o intuído de contribuir para uma sociedade mais justa e sustentável e que extravasam o âmbito

obrigatório de atuação da SPV

De seguida descrevem-se as avaliações realizadas, nomeadamente em termos do seu âmbito, objetivos

e metodologias empregues e apresentam-se os principais resultados obtidos.

5.2 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS DE RECOLHA, TRIAGEM E

RETOMA/RECICLAGEM DOS RESÍDUOS DE EMBALAGENS

5.2.1 Âmbito e objetivos da avaliação

O âmbito da avaliação realizada são as empresas que efetuam a Recolha, Triagem e

Retoma/Reciclagem dos Resíduos de Embalagens no âmbito do SIGRE, tanto ao nível dos resíduos

urbanos de embalagens como dos resíduos não urbanos. Neste último caso, tendo em consideração o

modelo de gestão existente, excetuam-se do âmbito da análise os produtores de resíduos de

embalagens não urbanos, estando incluindo as empresas que efetuam a sua recolha para posterior

reciclagem (Operadores de Gestão de Resíduos (OGR)).

Com a análise realizada pretendeu analisar-se a representatividade das empresas parceiras da SPV face

ao universo nacional em termos de:

Nº de trabalhadores

Características dos empregos existentes, nomeadamente em termos de:

o Género

o Idade

o Nacionalidade

o Habilitações literais

o Responsabilidade hierárquica

o Antiguidade

o Nº de experiências em outras empresas

o Nível salarial

Page 112: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 90

5.2.2 Metodologia utilizada

A metodologia utilizada, bem como as fontes de dados e as limitações associadas à avaliação são

idênticas às referidas no capítulo 4.3. tendo apenas variado o tipo de informação avaliado.

5.2.3 Resultados

5.2.3.1 Evolução do Nº de Trabalhadores

Na tabela 5.1 encontram-se representados os dados relativos ao número de trabalhadores das

empresas parceiras da SPV ao longo da última década. Estão igualmente listados os resultados relativos

às “empresas não SIGRE”, que são empresas com o mesmo CAE das empresas parceiras da SPV mas que

não efetuam a gestão de resíduos de embalagens e ainda os resultados relativos ao universo de

empresas a nível nacional.

Tabela 5.1 – Evolução do número de trabalhadores das empresas parceiras da SPV no SIGRE, em 2000-2009 (valores médios por empresa)

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Não SIGRE (todas) 10,03 10,02 9,39 9,27 9,24 8,99 8,99 9,01 9,09 8,87

Não SIGRE (dentro do mesmo universo CAE) 10,80 10,37 9,44 9,57 10,23 10,13 10,37 9,71 9,75 9,49

SIGRE 69,92 74,01 71,73 63,75 67,02 65,84 66,15 59,40 65,16 67,34

Nota: Ter em atenção que as empresas do SIGRE variaram ao longo dos anos (ver capítulo 4).

Os dados apresentados acima indicam que as empresas do SIGRE empregam em termos médios entre

seis e sete vezes mais trabalhadores do que as restantes empresas da economia portuguesa. Na tabela

5.2 e figura 5.1 apresentam-se os dados sobre a evolução do número de trabalhadores nas empresas

parceiras da SPV, desagregados por tipo de operador.

Tabela 5.2 – Evolução do número de trabalhadores das empresas parceiras da SPV no SIGRE, desagregadas por tipo de operador, em 2000-2009 (valores médios por empresa)

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

SMAUT 68,23 77,07 87,53 90,00 92,40 98,18 96,87 101,13 101,71 105,72

Retomador 128,59 143,06 140,12 114,43 125,81 120,32 117,47 94,23 113,64 109,00

OGR 13,44 13,47 11,50 12,79 11,38 12,00 14,18 14,50 15,11 17,14

Retom. / OGR 24,35 27,17 23,46 24,48 24,73 27,28 27,52 30,74 30,45 34,39

SMAUT/OGR 47,50 34,33 45,67 41,00 47,50 54,00 65,00 75,00 97,25 134,50

Nota: Ter em atenção que as empresas do SIGRE variaram ao longo dos anos (ver capítulo 4).

Page 113: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 91

Figura 5.1 - Número médio de trabalhadores por empresa no SIGRE, em 2000-2009

Pela observação da tabela 5.2 e figura 5.1, verifica-se que entre 2000 e 2009 ocorreu uma tendência de

diminuição do número médio de trabalhadores nos retomadores, verificando-se a tendência inversa nos

SMAUT e OGR. Se por um lado as empresas retomadoras tiveram uma diminuição do seu número de

trabalhadores em cerca de 15%, por outro, os SMAUT viram o seu número de trabalhadores aumentar

em 55% neste período. Estes resultados contrastam com a diminuição que ocorreu em termos médios

nos setores a que pertencem as empresas parceiras da SPV no SIGRE.

Em termos absolutos, como se pode verificar pela análise da figura 5.2, considerando a totalidade de

empresas associadas à SPV, por tipo de atividade, verifica-se o n.º de empregos dos retomadores do

SIGRE é maior que o n.º de empregos associados aos outros tipos de empresas parceiras da SPV. No

entanto, este valor, apesar de ter flutuado ligeiramente, em 2009, apresentava um valor semelhante ao

início da década, o que contrasta com a evolução do n.º de trabalhadores dos SMAUT parceiros do

SIGRE.

Figura 5.2 - Força de trabalho em empresas parceiras da SPV no SIGRE, em 2000-2009

0

20

40

60

80

100

120

140

160

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

N.º

de

tra

bal

had

ore

s (m

éd

ia)

Ano

SMAUT RetomadorOGR Retom. / OGRSMAUT/OGR SPVNão SPV (dentro do mesmo universo CAE)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

N.º

de

tra

bal

had

ore

s

Ano

SMAUT Retomador OGR

Retom. / OGR SMAUT/OGR

Page 114: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 92

5.2.3.2 Características dos Empregos Existentes

Na tabela 5.3 encontram-se reunidos os principais dados que caracterizam os trabalhadores das

parceiras da SPV no SIGRE, bem como dos trabalhadores de empresas com o mesmo CAE destas

empresas e ainda do universo de empresas a nível nacional.

Tabela 5.3 - Estatísticas descritivas dos trabalhadores das empresas parceiras da SPV no SIGRE, em 2000-2009 (valores médios)

2000 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Não SIGRE (todas)

Género (1=mulher) 0,42 0,42 0,43 0,43 0,43 0,44 0,44 0,45 0,45

Idade 37,09 37,28 37,54 37,72 37,62 37,84 38,06 38,26 38,64

Nacional (1=PT) 0,99 0,96 0,96 0,95 0,95 0,95 0,95 0,95 0,95

Habilitações (anos) 7,41 7,74 7,90 8,07 8,31 8,59 8,77 9,00 9,20

Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior) 4,09 4,17 4,17 4,17 4,14 4,17 4,20 4,23 4,27

Nº anos como Empregado 9,83 9,03 9,29 9,53 9,50 9,79 10,02 10,23 10,69

Nº de experiências em diferentes empresas 1,83 1,88 1,92 1,96 2,01 2,08 2,15 2,21 2,26

Salário por hora (€) 5,58 5,63 5,58 5,72 5,73 5,74 5,70 5,77 5,80

Não SIGRE (dentro do

mesmo universo CAE)

Género (1=mulher) 0,38 0,39 0,42 0,43 0,44 0,44 0,44 0,43 0,41

Idade 38,07 38,29 38,51 38,97 38,83 39,20 37,50 37,96 38,49

Nacional (1=PT) 0,99 0,95 0,94 0,94 0,93 0,93 0,96 0,96 0,96

Habilitações (anos) 6,43 6,64 7,01 7,12 7,30 7,46 7,56 7,71 7,87

Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior ) 3,65 3,71 3,73 3,68 3,65 3,64 4,10 4,11 4,15

Nº anos como Empregado 9,55 8,85 8,90 9,34 9,40 9,78 10,92 11,32 11,86

Nº de experiências em diferentes empresas 1,90 1,94 1,97 2,08 2,15 2,23 2,42 2,51 2,57

Salário por hora (€) 4,66 4,69 4,89 5,01 5,06 5,01 4,60 4,67 4,69

SIGRE

Género (1=mulher) 0,20 0,20 0,21 0,20 0,20 0,20 0,21 0,22 0,21

Idade 39,58 39,28 39,32 39,73 39,24 39,23 39,27 39,64 39,87

Nacional (1=PT) 0,99 0,96 0,94 0,95 0,95 0,96 0,95 0,95 0,95

Habilitações (anos) 6,87 7,37 7,49 7,74 7,91 8,13 8,12 8,38 8,53

Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior) 3,84 3,89 3,89 3,94 3,91 3,96 3,92 3,97 4,03

Nº anos como Empregado 14,14 12,89 12,35 12,72 12,43 12,47 12,18 12,78 13,04

Nº de experiências em diferentes empresas 1,90 1,92 1,97 1,96 2,09 2,15 2,26 2,27 2,40

Salário por hora (€) 7,17 7,21 7,06 7,43 7,33 7,41 7,33 7,35 7,13

Pela análise dos dados pode verificar-se que tipicamente, as empresas parceiras da SPV empregam

cerca de 21% de trabalhadores do género feminino, enquanto que as empresas do mesmo CAE destas

empregam sensivelmente o dobro (42%).

Apesar desta diferença muito significativa, o aspeto que mais se destaca na comparação dos perfis dos

trabalhadores das empresas parceiras da SPV com as restantes empresas com o mesmo CAE prende-

se com as remunerações dos trabalhadores, que são consideravelmente mais elevadas nas primeiras.

Um dos fatores que poderá explicar esta diferença é o facto dos trabalhadores das empresas parceiras

da SPV terem maior antiguidade na empresa.

Page 115: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 93

Outro dos aspetos reconhecidos como relevantes na economia de trabalho, que se pode observar nesta

análise comparativa, consiste no facto dos trabalhadores das empresas parceiras da SPV serem em

média mais velhos dos que os trabalhadores das restantes empresas com o mesmo CAE. Por outro lado,

os trabalhadores das empresas integrantes do SIGRE têm igualmente maior número de anos de

escolaridade do que os trabalhadores e permanecem um número médio de anos como empregado

bastante superior.

Finalmente, ao longo da última década verificou-se nas empresas parceiras da SPV um ligeiro aumento

na contratação de trabalhadores estrangeiros e mulheres, tendência que se registou igualmente no

universo das restantes empresas com o mesmo CAE.

De referir que os resultados obtidos são coerentes com o âmbito mais alargado da gestão de resíduos a

nível nacional, considerando outros resíduos (ver capítulo 2.3.2, por exemplo a participação na força de

trabalho de mulheres). Tal deve-se ao facto de, por um lado, grande parte dos operadores do SIGRE

realiza igualmente a gestão de outros tipos de resíduos e por outro, a atividade de gestão de resíduos de

embalagens é muito similar à dos restantes resíduos.

Na tabela 5.4 apresentam-se as estatísticas descritivas médias da força de trabalhado das empresas

integrantes do SIGRE, desagregadas por tipo de operador.

Pelo apresentado, por exemplo, verifica-se que os SMAUT contrataram tendencialmente mais mulheres

ao longo dos últimos anos, verificando-se também uma maior contratação de trabalhadores

estrangeiros. Os retomadores parecem privilegiar a contratação de trabalhadores mais velhos, tendo

estas empresas os trabalhadores com maior antiguidade, ou seja, anos de experiência na própria

empresa.

Em termos de habilitações, verifica-se que no ano de 2000, o número médio de anos de escolaridade

era superior nos OGR, sendo que no final da última década, esse aspeto alterou-se significativamente,

sendo possível verificar que em 2009 os trabalhadores empregues pelos retomadores são aqueles que

apresentam maiores habilitações.

Page 116: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 94

Tabela 5.4 – Estatísticas descritivas dos trabalhadores em empresas parceiras da SPV no SIGRE, desagregadas por tipo de operador, em 2000-2009 (valores médios)

2000 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

SMAUT

Género (1=mulher) 0,14 0,16 0,17 0,18 0,18 0,19 0,20 0,21 0,21

Idade 36,68 36,56 37,42 37,75 37,97 38,48 38,94 39,34 39,99

Nacional (1=PT) 1,00 0,96 0,96 0,96 0,96 0,97 0,96 0,96 0,97

Habilitações (anos) 7,65 7,67 7,65 7,79 7,89 8,01 8,07 8,14 8,17

Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior) 3,87 3,61 3,63 3,51 3,63 3,64 3,67 3,73 3,86

Nº anos como Empregado 7,57 7,12 7,53 8,14 8,49 9,24 9,87 10,32 11,06

Nº de experiências em diferentes empresas 2,39 2,34 2,33 2,35 2,40 2,45 2,48 2,50 2,60

Salário por hora (€) 6,85 6,77 6,65 6,65 6,73 6,86 6,56 6,75 6,85

Retomador

Género (1=mulher) 0,21 0,21 0,21 0,19 0,19 0,18 0,18 0,19 0,18

Idade 40,68 40,56 40,75 41,14 40,53 40,33 40,27 40,68 40,63

Nacional (1=PT) 1,00 0,97 0,95 0,96 0,96 0,96 0,96 0,96 0,96

Habilitações (anos) 6,73 7,42 7,48 7,79 7,97 8,25 8,18 8,53 8,79

Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior) 3,83 3,99 3,96 4,06 4,03 4,10 4,05 4,08 4,12

Nº anos como Empregado 16,51 15,48 15,43 15,59 15,52 15,31 14,96 15,60 15,70

Nº de experiências em diferentes empresas 1,78 1,78 1,81 1,77 1,91 1,92 2,07 2,04 2,10

Salário por hora (€) 7,52 7,74 7,64 8,13 8,00 8,13 8,37 8,20 7,87

OGR

Género (1=mulher) 0,28 0,29 0,31 0,30 0,31 0,30 0,32 0,31 0,26

Idade 35,13 33,90 34,95 35,83 35,95 36,59 36,98 37,35 37,63

Nacional (1=PT) 0,99 0,94 0,90 0,90 0,95 0,97 0,93 0,93 0,92

Habilitações (anos) 7,95 7,25 8,25 8,33 8,63 8,83 8,83 8,71 8,51

Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior) 4,10 3,65 4,07 4,01 4,09 4,02 4,06 3,91 3,87

Nº anos como Empregado 7,53 6,43 7,21 7,70 8,31 8,64 8,54 8,90 9,49

Nº de experiências em diferentes empresas 2,23 2,13 2,16 2,20 2,31 2,51 2,38 2,45 2,68

Salário por hora (€) 6,18 4,96 5,75 5,86 6,03 6,57 6,59 6,40 5,52

Retom. / OGR

Género (1=mulher) 0,22 0,27 0,31 0,29 0,28 0,27 0,28 0,28 0,27

Idade 37,45 37,43 37,74 38,02 37,60 37,49 38,16 38,16 38,71

Nacional (1=PT) 0,97 0,88 0,87 0,87 0,87 0,88 0,89 0,88 0,91

Habilitações (anos) 6,56 6,50 6,72 7,00 7,41 7,65 7,77 8,14 8,45

Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior) 3,93 3,68 3,88 3,96 3,84 3,92 3,88 4,02 4,03

Nº anos como Empregado 9,03 8,31 8,47 9,09 8,81 9,38 9,88 9,97 10,95

Nº de experiências em diferentes empresas 2,02 1,97 1,91 1,99 2,11 2,25 2,40 2,40 2,60

Salário por hora (€) 5,42 4,87 5,24 5,30 5,99 5,87 5,87 6,07 6,11

SMAUT/OGR

Género (1=mulher) 0,17 0,17 0,18 0,26 0,27 0,27 0,29 0,29 0,27

Idade 36,51 37,02 36,13 36,09 36,40 36,76 36,58 36,71 38,13

Nacional (1=PT) 1,00 1,00 0,99 0,97 0,96 0,96 0,95 0,98 0,98

Habilitações (anos) 5,04 6,77 7,38 7,61 7,43 7,51 7,71 8,33 8,38

Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior) 2,75 3,75 3,87 3,98 3,78 3,78 3,70 3,95 4,11

Nº anos como Empregado 5,49 6,25 6,93 6,80 7,57 7,80 8,29 8,68 9,86

Nº de experiências em diferentes empresas 1,95 2,13 2,23 2,25 2,34 2,42 2,39 2,74 3,00

Salário por hora (€) 3,98 5,09 5,24 6,05 6,07 5,85 5,72 5,82 6,38

Page 117: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 95

5.3 EMPREGOS ASSOCIADOS À GESTÃO DE RESÍDUOS DE EMBALAGENS

5.3.1 Âmbito e objetivos da avaliação

Nos capítulos anteriores apresentaram-se estatísticas relacionadas com o nº e as características dos

trabalhadores das empresas que integram o SIGRE. Acontece que muitas das empresas do SIGRE têm

outras atividades que extravasam a gestão dos resíduos de embalagens, como por exemplo os SMAUT

que efetuam a gestão da totalidade dos resíduos urbanos, ou os Retomadores, que gerem outros tipos

de resíduos (e.g. VFV, WEEE) ou são eles próprios fabricantes de produtos (e.g. recicladores de vidro).

Neste contexto, tendo em consideração os dados obtidos anteriormente, bem como outras fontes

bibliográficas, procurou-se estimar o número de empregos que estão associados diretamente à gestão

dos resíduos de embalagens nas várias empresas do SIGRE.

O âmbito da avaliação realizada e que se apresenta de seguida inclui igualmente os empregos

associados à gestão, recolha, triagem, transporte e retoma/valorização dos resíduos de embalagens no

SIGRE. Tendo por base o ano de 2009, estimou-se o número de empregos diretos associados às

seguintes atividades:

Gestão do SIGRE pela SPV

Sistema Urbano

o Recolha seletiva nos SMAUT

o Triagem nos SMAUT

o Recolha indiferenciada, tratamento, incineração, aterro e outras atividades não

operacionais nos SMAUT

o Transporte para os retomadores

o Retoma das embalagens nos retomadores

Sistema eXtra-Urbano

o Transporte

o “Retoma” das embalagens pelos OGR

5.3.2 Metodologia utilizada

Como não foi possível obter dados específicos para a maior parte das atividades de gestão dos

resíduos de embalagens junto das respetivas empresas associadas ao SIGRE, utilizaram-se nestes

casos métodos indiretos na análise realizada, tendo por base dados bibliográficos e estimativas

periciais. O método e as fontes de dados utilizadas variaram consoante o tipo de atividade, como se

descreve de seguida.

Gestão do SIGRE pela SPV

Utilizaram-se as informações constantes no Relatório Anual e Contas de 2009 da SPV.

Sistema Urbano

Recolha seletiva

o Em ecopontos

O n.º de trabalhadores afetos à recolha de ecopontos para uma parte

significativa dos SMAUT foram determinados com base em dados fornecidos

pela SPV.

Page 118: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 96

Para os SMAUT, para os quais não houve disponibilidade de dados, estimou-

se o número de trabalhadores tendo por base valores médios dos sistemas

caracterizados especificamente e o n.º de ecopontos existente.

Por outro lado, estimaram-se os trabalhadores associados à recolha das

embalagens mesmo que esta operação seja efetuada pelos municípios, como

no caso da Valorsul para a recolha seletiva.

o Porta-a-porta

Utilizou-se um procedimento análogo à estimativa realizada para a recolha

em ecopontos, sendo que, no entanto, para os casos em que não existiam

dados específicos por SMAUT, extrapolaram-se os dados em falta com base

na população servida em cada sistema e nas quantidades médias recolhidas

porta-a-porta por habitante.

Triagem

o O n.º de trabalhadores afetos à triagem de resíduos de embalagens para uma parte

significativa dos SMAUT foi determinado com base em dados específicos fornecidos

pela SPV para esta atividade.

o Para os SMAUT em que não existiam dados, estimou-se o n.º de trabalhadores tendo

por base valores médios de trabalhadores por tonelada de resíduos triados, calculados

com base nos sistemas caracterizados especificamente.

Tratamento, incineração, aterro e outras atividades não operacionais

o Para realizar a estimativa do n.º de trabalhadores associados a estas atividades teve-se

em atenção o n.º total de trabalhadores de cada SMAUT associado ao SIGRE, tendo

por base a base de dados do INE referente aos "Quadros de Pessoal" e ainda o n.º de

trabalhadores que se estimou que estão diretamente associados à recolha e triagem

dos RE (ver pontos referidos anteriormente).

o Com base no diferencial obtido, procedeu-se à alocação dos trabalhadores

remanescentes com base nas frações dos resíduos geridos pelos SMAUT que são

embalagens ou embalagens indiferenciadas.

o De referir que neste caso não se estimou a alocação dos trabalhadores dos municípios

que efetuam a recolha indiferenciada dos resíduos urbanos, por falta de dados.

Transporte para os retomadores

o Identificou-se o nº de trabalhadores associados à atividade de transporte de

mercadorias por rodovia e ainda o total de mercadorias transportadas em território

nacional em 2009 (dados INE).

o A estimativa do nº de trabalhadores no transporte associado ao encaminhamento de

resíduos de embalagens do sistema urbano para reciclagem resulta do produto entre o

nº de trabalhadores associados à atividade de transporte de mercadorias (rodovia) em

Portugal e a quantidade dos resíduos de embalagens enviados para reciclagem,

dividido pelo total de mercadorias transportadas por rodovia em Portugal (em

toneladas). Neste aspeto, não se teve em conta os casos em que o transporte é

realizado pelos próprios retomadores, considerando-se que são entidades distintas a

realizar as referidas operações. Não se teve igualmente em conta o transporte dos

retomadores para os locais de reciclagem propriamente ditos, quando aplicável, ou

seja, quando os retomadores apenas efetuam as operações de

processamento/armazenamento dos resíduos de embalagens.

Retomadores

o A estimativa foi obtida através de um procedimento de alocação do nº de

trabalhadores dos retomadores do SIGRE (ver capítulo 5.2), com base no valor das

vendas de 2009 desses retomadores (base de dados “Quadros de Pessoal”, do INE) e o

Page 119: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 97

valor médio de mercado dos materiais transacionados com a SPV. Apesar das suas

limitações, esta metodologia foi utilizada dado de não se disporem de outros dados

que permitissem utilizar métodos de extrapolação mais fidedignos.

Sistema eXtra-Urbano

o Transporte

Utilizou-se um procedimento análogo à estimativa realizada para o transporte

para os retomadores.

o “Retoma” das embalagens pelo “OGR”

Utilizou-se um procedimento análogo à estimativa realizada para os retomadores.

A estimativa para o n.º total de empregos relacionados com a gestão dos resíduos de embalagens no

SIGRE é apenas indicativa, dado o nível de incerteza associado aos dados e pressupostos utilizados. No

entanto, de referir que a incerteza a nível da recolha seletiva e triagem no fluxo urbano é bastante

menor, por exemplo, que a incerteza a nível da retoma destes resíduos, dado assentar em parte em

dados compiladores especificamente junto dos SMAUT pela SPV.

Deste modo, uma vez que as operações de recolha seletiva e triagem são as mais intensivas em mão de

obra por quantidade de resíduo de embalagens geridos, dada a sua natureza intrínseca, o resultado

global obtido para o n.º de trabalhadores associados às atividades de gestão consideradas permite no

entanto fornecer uma indicação macro do nível de emprego direto associado ao SIGRE.

5.3.3 Resultados

Na tabela 5.5 apresentam-se as estimativas relativas aos empregos diretamente relacionados com o

SIGRE em 2009, desagregados por tipo de entidade e operação, obtidos tal como descrito no capítulo

5.3.2. Como pode verificar-se, estima-se que o nível de emprego direto relacionado com a gestão dos

resíduos de embalagens das empresas parceiras do SIGRE ascenda a mais de 2300 postos de trabalho.

Tabela 5.5 – Estimativa do número de empregos associados à gestão dos resíduos de embalagens do SIGRE

SPV

SMAUT Transportadores Retoma

dores OGR

TOTAL

Recolha seletiva Triagem

Tratamento, incineração,

aterro e outras atividades não operacionais

RE Urbanos RE Não

Urbanos RE

Urbanos RE Não

Urbanos

Nº de trabalhadores afetos ao SIGRE 46 713 613 306 98 72 243 276 2367

Nº de trabalhadores afetos à SPV (média – trabalhadores por empresa) - 21 18 9 - - 5 4 -

Embora não tenha sido possível comparar o nível de emprego associado à atual configuração do SIGRE

face a outros cenários em que a gestão dos resíduos de embalagens seria efetuada indiferenciadamente

dos resíduos urbanos, os resultados apurados, que por um lado, indicam que a recolha seletiva e

triagem dos resíduos de embalagens é muito mais intensiva em trabalho do que a recolha indiferenciada

e tratamento destes resíduos por incineração/aterro e, por outro, que a reciclagem é aparentemente

benéfica em comparação com o consumo de recursos primários (ver capitulo 2), permitem inferir que o

SIGRE conduz à criação líquida de emprego a nível nacional.

Page 120: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 98

5.4 IMPACTE DOS PROJETOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL

PROMOVIDOS PELA SPV

A SPV tem sido ao longo dos seus 15 anos de existência um parceiro ativo na sociedade, interagindo

com os seus stakeholders no sentido de participar em ações de cariz social e educacional, desta forma, a

SPV tem desde sempre assumido a sua responsabilidade perante a comunidade onde se insere.

Extravasando o objeto direto da sua atividade que, como estabelecido no capítulo anterior, tem um

impacte bastante positivo nas empresas suas parceiras, o compromisso da SPV em termos de

responsabilidade social estende-se por todo o país e direciona-se para um desenvolvimento sustentável

sócio-ambiental.

Neste sentido, e assumindo uma posição distintiva no seu setor de atividade, a SPV desenvolveu desde

2008 projetos de responsabilidade social que tiveram como objetivo apoiar causas sociais e,

simultaneamente, melhorar as taxas de recolha e reciclagem dos resíduos de embalagem cuja

responsabilidade de gestão é da SPV.

As campanhas de solidariedade da SPV surgiram numa altura em que esta entidade quis marcar o início

de uma nova etapa da sua atividade, suportada por uma colaboração crescente dos portugueses

relativamente à separação dos resíduos de embalagem.

5.4.1 Âmbito e objetivos dos projetos

Foram dois os principais projetos de responsabilidade social desenvolvidos pela SPV ao longo dos

últimos anos. Estes tiveram como âmbito i) entrega de unidades de rastreio de cancro de mama em

hospitais – Projeto “2 causas por 1 causa”; ii) construção de salas e entrega de material escolar a

escolas/crianças carenciadas – Projeto “Reciclar é Dar e Receber”.

5.4.1.1 Projeto “2 causas por 1 causa”

Em 2008 a SPV lançou a campanha “2 causas por 1 causa” com o objetivo de apoiar uma causa de cariz

social pelo estímulo à melhoria da taxa de recolha de resíduos de embalagem. Neste projeto a SPV

aliou-se à Associação Laço que é uma associação sem fins lucrativos que tem por objetivo contribuir

para a prevenção, diagnóstico e tratamento do cancro da mama.

A Associação Laço possui unidades fixas e móveis de rastreio do cancro da mama com capacidade para

realizar diagnóstico desta doença. O país não está ainda totalmente coberto por este programa de

prevenção, é por este motivo que a atividade da Laço necessita de financiamento privado para garantir

a aquisição de novos equipamentos de rastreio que alarguem a sua cobertura nacional.

Com esta campanha específica a SPV contribuiu para o aumento do número de mulheres portuguesas

com acesso gratuito ao rastreio do cancro de mama, garantindo em simultâneo um incentivo à

prossecução das metas de recolha e reciclagem de resíduos de embalagem. Esta campanha foi por isso

suportada na participação de toda a população residente nos municípios que foram envolvidos na sua

operacionalização. Ao projeto aderiram 23 SMAUT integrando no seu total 231 municípios,

correspondentes a cerca de 9 milhões de habitantes.

A SPV apoiou o desenvolvimento deste projeto sobretudo porque a Associação Laço apoia uma causa

transversal à sociedade, que está presente em todas as regiões do país e que tem muita visibilidade.

Desta forma, a SPV garantiu a potencial participação de um largo conjunto de pessoas que foi alertado

para a questão e que, por sentir alguma proximidade com o tema, foi levado a participar.

Page 121: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 99

A SPV garantiu a campanha de comunicação do projeto com o objetivo de envolver nesta causa o maior

número de pessoas possível. Era objetivo inicial do projeto contribuir, em 2 anos, com 400.000 Euros

para a Associação Laço.

5.4.1.2 Projeto “Reciclar é Dar e Receber”

O projeto “Reciclar é Dar e Receber” iniciou-se em 2009 e ainda se encontra presentemente ativo. Tal

como na campanha “2 causas por 1 causa”, a SPV pretendeu com este projeto apoiar uma causa social e

simultaneamente, melhorar o nível de participação das populações na recolha seletiva de resíduos de

embalagem. O projeto foi construído com base numa parceria com a Associação Entreajuda que é uma

instituição particular de solidariedade social que visa apoiar outras instituições em tudo o que se refere

à sua organização e gestão, com o objetivo de melhorar o seu desempenho e eficiência em benefício das

pessoas carenciadas.

Nesta campanha a SPV ambiciona mostrar aos portugueses que a separação e depósito dos resíduos de

embalagem para envio para reciclagem tem como consequência a produção e novos produtos com

novas utilizações, bem como a redução do consumo de energia, água e materiais virgens.

Especificamente, este projeto consistiu em aproveitar a atividade de recolha e envio para reciclagem

dos resíduos de embalagem geridos pela SPV para, numa primeira fase, apoiar alunos carenciados e,

numa segunda fase, apoiar um conjunto de escolas espalhadas por todo o país. A participação da

Associação Entreajuda teve como objetivo a identificação das instituições que têm mais condições para

receber o financiamento proveniente do projeto.

Este tem sido um projeto de âmbito nacional que pretendeu apoiar alunos em todo o País. Na sua

primeira fase foram oferecidos kits de material escolar aos alunos carenciados, posteriormente, a SPV

aditou ao apoio dos alunos carenciados a construção de salas de estudo em diversas escolas do país. Ao

longo de toda o projeto a SPV tem garantido a campanha de comunicação do projeto com o objetivo de

envolver nesta causa o maior número de pessoas possível.

5.4.2 Meios utilizados

5.4.2.1 Projeto “2 causas por 1 causa”

Em termos diretos, cada um dos sistemas municipais e autarquias aderentes contribuiu para esta

campanha com um Euro por tonelada de embalagens recicladas em 2008-2009, provenientes da recolha

seletiva (ecopontos e porta-a-porta). A SPV, por seu turno, contribuiu com 0,5 Euro por cada tonelada

retomada de resíduos de embalagem.

Em termos indiretos a SPV fez um investimento em campanhas de televisão e desenho de materiais de

apoio distribuído num valor de cerca de um milhão de Euros. A divulgação da campanha contou com o

apoio de várias figuras públicas que se associaram à SPV e à Associação Laço, são exemplos, a actriz Ana

Bola e as jornalistas Rita Ferro Rodrigues e Tânia Ribas de Oliveira.

5.4.2.2 Projeto “Reciclar é Dar e Receber”

As famílias apoiadas no decorrer do projeto foram definidas em colaboração com a Associação

Entrajuda que trabalha diretamente com IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social) que, por

sua vez, trabalham diretamente com crianças carenciadas e têm a capacidade de identificar mais

facilmente quem deve ser apoiado.

Page 122: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 100

Em 2010, através e um projeto-piloto, foram apoiadas 2.000 crianças que foram identificadas pelas IPSS

que trabalham com a Associação Entrajuda. A cada uma destas crianças carenciadas foi entregue um kit

escolar no valor de 20 Euros, que incluía uma mochila e material escolar diverso (e.g. estojo, canetas,

compasso, dossier, etc.). Durante esse ano a SPV doou vinte cinco cêntimos por cada tonelada de

material de embalagem enviado para reciclagem. Foram contabilizadas todos os resíduos de

embalagem: vidro, papel/cartão, plástico e metal e madeira.

Na segunda fase do projeto a sua operacionalização implicou o esforço dos portugueses na separação

das embalagens de vidro. Neste caso, por cada tonelada de vidro enviada para reciclagem em 2011-

2012 a SPV entregou um Euro para a criação de salas de estudo.

5.4.3 Resultados

5.4.3.1 Projeto “2 causas por 1 causa”

Em termos de resultados globais operacionais da campanha “2 causas por uma causa”, a SPV apoiou e

financiou o rastreio de cerca de 34.000 mulheres em todo o país. Destas mulheres 204 foram enviadas

para tratamento. Na tabela 5.6 apresentam-se os resultados globais do projeto.

Tabela 5.6 - Resultados globais do projeto “2 causas por uma causa”

Ação Nº Totais (2009|2010|2011)

Mulheres rastreadas 34.102

Mulheres enviadas p/ tratamento 201

Em termos financeiros, angariaram-se 409 mil Euros, quantia que foi usada pela Associação Laço para

comprar duas unidades de rastreio de cancro de mama. Até à data este constituiu o maior valor anual

de investimento feito por uma campanha patrocinada por esta Associação.

Este valor representa 0,69% do volume de negócios da SPV em 2009 e, em termos de comparação com

outras associações de solidariedade representa, por exemplo, cerca de 1% do valor monetário

movimentado pelo Banco Alimentar contra a Fome em 2010 ou 18% do valor anual do orçamento da

Associação Abraço em 2010.

5.4.3.2 Projeto “Reciclar é Dar e Receber”

A campanha está operacional desde 2010, na primeira fase foram apoiadas 2.000 crianças, tendo sido o

valor de investimento de 45.000 Euros. Os seus resultados globais apresentam-se na tabela 5.7.

Tabela 5.7 - Resultados globais da 1ª fase do projeto “Reciclar é Dar e Receber”

Ano Nº de Crianças

apoiadas Valor de

Investimento (€)

2010 2.000 45.000

Page 123: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 101

A segunda fase do projeto dura até à data de elaboração do presente relatório, teve por isso efeitos em

2011 e 2012. Relativamente ao valor do investimento da SPV no projeto, este evoluiu dos 45.000 Euros

anuais em 2010 para cerca de 200 mil Euros anuais em 2011-2012, esta evolução representa um

aumento de 340% no valor do investimento por parte da SPV. Os dados relativos à segunda fase da

campanha constam da tabela 5.8.

Tabela 5.8 - Resultados globais da 2ª fase do projeto “Reciclar é Dar e Receber”

Ano Nº de Crianças

apoiadas Nº Salas Construídas

Valor de Investimento (€)

2011 1.077 30 230.000

2012 1.492 25 180.000

No total, e até à data, o projeto “Reciclar é dar e Receber” já representou para a SPV um investimento

de cerca de 455 mil Euros. Este valor representa 0,76% do volume de negócios da SPV em 2009. Em

termos de comparação com outras associações de solidariedade este representa, por exemplo, cerca de

2% do valor monetário movimentado pelo Banco Alimentar contra a Fome em 2010 ou 20% do valor

anual do orçamento da Associação Abraço em 2010.

Page 124: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de
Page 125: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 103

6 AVALIAÇÃO INTEGRADA DOS RESULTADOS AMBIENTAIS,

ECONÓMICOS E SOCIAIS

6.1 Considerações Iniciais

Como demonstrado anteriormente, a SPV e suas empresas parceiras no SIGRE geram impactes positivos

ao nível ambiental, económico e social. No presente capítulo apresentam-se os principais resultados

obtidos de forma comparativa e integrada, de forma mais percetível, facilitando deste modo a

comunicação entre a SPV e os seus diferentes públicos-alvo, nomeadamente do cidadão comum.

Pretende-se igualmente fornecer indicadores que possam ser usados para estabelecer metas e objetivos

de melhoria contínua das entidades parceiras do SIGRE, em geral, e da SPV em particular.

6.2 Resultados Ambientais

6.2.1 Redução das Emissões de GEE

Atual gestão dos resíduos de embalagens

Em termos globais, a gestão dos resíduos de embalagens no SIGRE em 2011, conjugando os subsistemas

urbano e não urbano, permitiu evitar a emissão de 115.874 t CO2eq. Estas emissões são equivalentes,

por exemplo, ao carbono sequestrado por 386 mil pinheiros bravos em 30 anos (ver tabela 6.1).

Tabela 6.1 - Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (emissões de CO2eq evitadas)

115.874 t CO2eq =

15.750 viagens à volta da terra em avião (por pax)

Peso de 927 baleias azuis

386.247

pinheiros bravos a sequestrar carbono durante 30 anos

Consumo de eletricidade de

124.302 agregados familiares em Portugal

0,16% das emissões totais de GEE em Portugal

1,56%

das emissões de GEE do setor de resíduos nacional

Emissões do fabrico de 321.872.086 latas de alumínio de 33 ml

c

Emissões do fabrico de 681.611.477 garrafas de vidro de 33 ml

Emissões do fabrico de 260.390.901 resmas de papel

Page 126: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 104

Comparação entre cenários alternativos

Comparando o desempenho da atual gestão de resíduos de embalagens no SIGRE relativamente a um

cenário em que estes seriam encaminhados para aterro, o atual modelo de gestão permite evitar a

emissão de 400.839 t CO2eq. Estas emissões são equivalentes, por exemplo, às emissões produzidas por

54.482 viagens à volta da terra em avião (tabela 6.2).

Tabela 6.2 - Benefício ambiental do SIGRE relativamente ao cenário de encaminhamento dos resíduos para aterro (emissões de CO2eq evitadas)

400.839 t CO2eq =

54.482 viagens à volta da terra em avião (por pax)

Peso de 3.207 baleias azuis

1.336.131

pinheiros bravos a sequestrar carbono durante 30 anos

Consumo de eletricidade de

429.993 agregados familiares em Portugal

Por outro lado, relativamente a um cenário em que os resíduos de embalagens seriam encaminhados

para incineração, o atual modelo de gestão permite evitar a emissão de 396.240 t CO2eq. Estas emissões

são equivalentes, por exemplo, ao peso de 3.170 baleias azuis (tabela 6.3).

Tabela 6.3 – Benefício ambiental do SIGRE relativamente ao cenário de encaminhamento dos resíduos para incineração (emissões de CO2eq evitadas)

396.240 t CO2eq =

53.857 viagens à volta da terra em avião (por pax)

Peso de 3.170 baleias azuis

1.320.801 pinheiros bravos a sequestrar carbono durante 30 anos

Consumo de eletricidade de

425.059 agregados familiares em Portugal

6.2.2 Redução do Consumo de Energia

Relativamente à redução do consumo de energia, a gestão dos resíduos de embalagens no SIGRE em

2011 permitiu evitar o consumo de 12.688 TJ de energia primária total. Este consumo é, por exemplo,

equivalente a 1,32% da energia primária consumida a nível nacional (tabela 6.4).

Page 127: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 105

Tabela 6.4 - Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (consumo de energia primária total evitado)

12.688 TJ =

1,32% do consumo nacional de energia primária

303.063 toneladas equivalentes de petróleo

Por outro lado, traduziu-se igualmente numa poupança de 5.155 TJ de energia primária fóssil, o que é

equivalente, por exemplo, ao consumo de 1,8 milhões de frigoríficos de classe A num ano (ver tabela

6.5).

Tabela 6.5 - Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (consumo de energia primária fóssil evitado)

5.155 TJ =

11.009.862 PC num ano, alimentados por eletricidade produzida por uma termoelétrica a carvão

1.832.041 frigoríficos classe A

0,54% do consumo nacional de energia primária

123.132 toneladas equivalentes de petróleo

396.519 t de carvão (antracite)

322.866 m3 de gás natural

6.2.3 Redução do Consumo de Água

No que diz respeito ao consumo de água, a gestão do SIGRE em 2011 permitiu evitar o consumo de

688.716 m3 de água. O volume de água evitado é o equivalente a cerca de 275 piscinas olímpicas de 50

m (tabela 6.6).

Page 128: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 106

Tabela 6.6 - Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (consumo de água evitado)

688.716 m3 =

Consumo de 10.812 habitantes num ano em Portugal

Consumo de 7.652.395 ciclos de lavagem de roupa

Capacidade de 275 Piscinas olímpicas

6.2.4 Redução das Emissões de Substâncias Acidificantes

Em termos da redução da acidificação do meio, a gestão dos resíduos de embalagens no SIGRE em 2011

permitiu evitar a emissão de 2.150 t SO2 eq. Este valor é o equivalente às emissões geradas por 28.308

camiões num ano (tabela 6.7).

Tabela 6.7 – Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (emissões de SO2e evitadas)

2.150 t SO2eq =

Circulação de 28.308 camiões por ano

6.3 Resultados Económicos

6.3.1 Número e Volume de Vendas das Empresas Aderentes

Em 2010 10.748 empresas reportaram à SPV que colocaram embalagens no mercado. Este valor

representa 1% do número total de empresas em Portugal. Na tabela 6.8 apresentam-se os números

desagregados pelos principais setores de atividade e a sua relação com a globalidade do setor

correspondente.

Tabela 6.8 – N.º de empresas que reportaram a colocação de embalagens no mercado em 2010

Setor de atividade N.º de empresas Representa

Todas as empresas que reportaram dados 10.748 1% do total de empresas

existentes a nível nacional

Empresas de agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (CAE secção A)

991 2% do número de empresas

desse setor

Indústrias transformadoras (CAE secção C) 4.948 7% do número de empresas

desse setor

Empresas de comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos (CAE Secção G)

3.873 2% do número de empresas

desse setor

Page 129: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 107

Tendo em conta as empresas para as quais existe informação concreta, o volume de vendas total

estimado das empresas aderentes à SPV em 2010 foi de 72.922 Milhões de Euros. Este valor representa

31% do volume de vendas das empresas não financeiras em Portugal. Na tabela 6.9 apresentam-se os

resultados desagregados pelos principais setores de atividade e a sua relação com a globalidade do

setor correspondente.

Tabela 6.9 – Volume de vendas das empresas aderentes à SPV em 2010 [principais setores]

Setor de atividade da empresa aderente Volume de

vendas [M Euros] Volume de vendas (% nacional/setorial)

Todas as empresas aderentes 72.922 31% do volume de vendas das empresas

não financeiras em Portugal

Empresas de agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (CAE secção A)

1.086 24% do volume de vendas desses

setores

Indústrias transformadoras (CAE secção C) 33.043 47% do volume de vendas desses

setores

Empresas de comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos (CAE Secção G)

37.438 29% do volume de vendas desses

setores

Realizando uma extrapolação para as empresas para as quais não existe informação sobre o volume de

vendas total, mas que colocaram embalagens no mercado nesse ano, o volume de vendas total

estimado ascenderia neste caso a 108.448 Milhões de Euros, o que representaria 47% do volume de

vendas das empresas não financeiras em Portugal.

6.3.2 VPV pago pelas Empresas Aderentes

Em 2010, o Valor Ponto Verde pago à SPV pelas empresas aderentes ao SIGRE foi de 72 Milhões de

Euros. Este valor representa, por exemplo, 0,08% do total de custos com fornecimentos de serviços

externos das empresas não financeiras em Portugal (tabela 6.10).

Tabela 6.10 – Valor Ponto Verde pago pelas empresas aderentes à SPV em 2010

72 Milhões de Euros =

0,08% do total dos custos com FSE das empresas nacionais não financeiras

0,03% dos custos totais intermédios das empresas não financeiras

0,1% do total de vendas estimado das empresas aderentes

Page 130: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 108

6.3.3 Estrutura do Capital Social e Volume de Vendas e de Empresas Parceiras no

SIGRE

As empresas parceiras da SPV que efetuam a recolha, triagem e retoma/reciclagem dos resíduos de

embalagens no âmbito do SIGRE em 2009 tinham em média um capital social de 2,3 Milhões de Euros e

um volume de vendas de 11,7 Milhões de Euros. Neste último aspeto, tal significava que estas

empresas apresentam um volume de vendas 6,4 vezes superior ao valor médio agregado dos setores a

que pertencem (tabela 6.11).

Em termos do seu número, as empresas parceiras da SPV representam cerca de 11% das empresas

dedicadas à gestão de resíduos e 33% das empresas ligadas à produção de materiais e produtos

reciclados.

Em termos do seu volume de vendas global, estima-se que este tenha-se aproximado de 1600 Milhões

de Euros, o que equivale a cerca de 34% do volume de vendas das entidades produtores de bens e

serviços de ambiente em Portugal nesse ano.

Tabela 6.11 – Características médias das empresas parceiras da SPV no SIGRE em 2009

Características das empresas

parceiras da SPV

Rácio de comparação com o universo de

empresas não SIGRE (mesmo CAE)

Rácio de comparação com o universo de

empresas não SIGRE (todos os CAE)

Nº de empresas 138 0,048 -

Cap. Social (mil €) 2.300 4,7 5,1

Cap. Soc. Privado Nacional (%) 80 0,8 0,8

Cap. Soc. Público (%) 14 172,3 72,5

Cap. Soc. Estrangeiro (%) 6 2,9 4,1

Nº Estabelecimentos 1,8 1,6 1,6

Vendas (milhões de €) 11,7 6,4 10,6

6.3.4 Efeito Multiplicador do SIGRE ao Nível do Valor Acrescentado

Por cada Euro de valor acrescentado do SIGRE, são gerados adicionalmente 1,25 Euros de valor

acrescentado no resto da economia. Esse valor é, por exemplo, 11% superior ao do efeito gerado no

setor das telecomunicações (ver tabela 6.12).

Tabela 6.12 – Efeito multiplicador do Tipo I do SIGRE ao nível do valor acrescentado

VAB = 2,25

0,99 X o efeito gerado no setor agrícola

1,57 X o efeito gerado no setor dos produtos florestais

1,11 X o efeito gerado no setor das telecomunicações

Page 131: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 109

6.3.5 Efeito Multiplicador do SIGRE ao Nível dos Salários

Por cada Euro de salários do SIGRE, são gerados adicionalmente 1,30 Euros de salários no resto da

economia. Esse valor é, por exemplo, 10% superior ao do efeito gerado no setor dos produtos florestais

(ver tabela 6.13).

Tabela 6.13 - Efeito multiplicador do Tipo I do SIGRE ao nível dos salários

Salários = 2,30

1,10 X o efeito gerado no setor dos produtos florestais

1,30 X o efeito gerado no setor dos serviços de instalação/reparação de máquinas e equipamento

0,82 X o efeito gerado no setor dos produtos petrolíferos

6.3.6 Efeito Multiplicador do SIGRE ao Nível do Volume de Negócios

Por cada Euro de volume de negócios do SIGRE são gerados adicionalmente 1,04 Euros volume de

negócios no resto da economia. Esse valor é, por exemplo, 62% superior ao do efeito gerado no setor

dos produtos petrolíferos (ver tabela 6.14).

Tabela 6.14 - Efeito multiplicador de Tipo I do SIGRE dao nível do volume de negócios

Volume de negócios = 2,04

1,62 X o efeito gerado no setor dos produtos petrolíferos

1,23 X o efeito gerado no setor dos produtos florestais

0,97 X o efeito gerado no setor das telecomunicações

6.3.7 Redução do Valor Acrescentado pela Ausência de Promoção da Reciclagem

Num cenário em que não se promovesse a reciclagem dos resíduos urbanos de embalagens no quadro

do SIGRE, ou seja, em que os resíduos de embalagens seriam recolhidos e tratados indiferenciadamente,

o valor acrescentado produzido a nível nacional decresceria em 71 Milhões de Euros. Este valor

equivale a 80% das vendas e prestações de serviço da SPV em 2011, sobretudo originárias do VPV e do

VR (tabela 6.15).

Page 132: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 110

Tabela 6.15 – Diminuição do valor acrescentado num cenário sem SIGRE

71 Milhões de Euros =

80% das vendas e prestações de serviço da SPV em 2011

0,04% do PIB nacional em 2011

ao PIB gerado em média por 4.384 pessoas em 2011

6.4 Resultados Sociais

6.4.1 Número e Características dos Trabalhadores das Empresas Parceiras SPV no

SIGRE

No total, as empresas parceiras da SPV no SIGRE empregam 7.095 trabalhadores, o que equivale a

0,23% dos empregos remunerados das empresas não financeiras em Portugal.

O trabalhador típico é homem, português, com 40 anos de idade e com 8,5 anos de escolaridade.

Comparando com o universo de empresas que apresentam os mesmos CAE que as empresas parceiras

da SPV, verifica-se, por exemplo, que o seu salário médio é superior em 52% (tabela 6.16).

Tabela 6.16 – Características médias dos trabalhadores das empresas parceiras da SPV no SIGRE, em 2009

Indicador Comparação com o universo de empresas com os mesmos CAE que

as empresas parceiras SPV

Género (1=mulher) 0,21 0,5 X Género (1=mulher)

Idade 39,87 1,0 X Idade

Nacional (1=PT) 0,95 1,0 X Nacional (1=PT)

Habilitações (anos) 8,53 1,1 X Habilitações (anos)

Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior)

4,03 1,0 X Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior)

Nº anos como Empregado 13,04 1,1 X Nº anos como Empregado

Nº de experiências em diferentes empresas

2,40 0,9 X Nº de experiências em diferentes empresas

Salário por hora (€) 7,13 1,5 X Salário por hora (€)

6.4.2 Empregos Associados à Atividade de Gestão de Resíduos de Embalagem

No total, estima-se que o número de empregos associados à gestão dos resíduos de embalagens do

SIGRE ascenda a mais de dois mil e trezentos trabalhadores, o que equivale a 0,08% do emprego nas

empresas não financeiras em Portugal.

Dos empregos associados à gestão dos resíduos de embalagens, cerca de 83% dizem respeito à gestão

dos resíduos de embalagens urbanos e 15% à gestão de resíduos de embalagens não urbanos (tabela

6.17).

Page 133: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 111

Tabela 6.17 – Estimativa funcional dos empregos associados à gestão dos resíduos de embalagens do SIGRE

Tipo de empresas Importância relativa (%)

SPV (gestão do SIGRE) 2%

Gestão de resíduos urbanos de embalagens 83%

Gestão de resíduos não urbanos de embalagens 15%

6.4.3 Impacto dos programas de responsabilidade social

No global, os resultados das duas principais campanhas de solidariedade desenvolvidas pela SPV é o que

se apresenta na tabela 6.18.

Tabela 6.18 – Investimento inerente às campanhas de solidariedade social da SOV

Projeto Peso relativo ao volume

de negócios da SPV 2009 (%)

Comparação com a atividade do Banco Alimentar Contra a Fome

em 2010

Comparação com orçamento Associação

Abraço em 2010

0,69% 1% 18%

0,76% 2% 20%

Page 134: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de
Page 135: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 113

7 CONCLUSÕES FINAIS

Nos últimos três anos, o conceito da “Economia Verde” (Green Economy), definida pela UNEP em 2010

como “a melhoria do bem-estar humano e da equidade social, em conjugação com a redução

significativa dos riscos ambientais e escassez ecológicas”, ganhou uma elevada notoriedade e passou

para a agenda política atual. São exemplos os recentes comunicados do grupo de países do G20, (UNEP,

2011) e as discussões na United Nations Conference on Sustainable Development, realizada em Junho de

2012.

Neste contexto, a SPV lançou um projeto de investigação intitulado “Contributos SIGRE para o

Desenvolvimento Socioeconómico e Ambiental de Portugal”, com o objetivo principal de avaliar os

contributos diretos e indiretos que a gestão de resíduos de embalagens efetuada no âmbito do

Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE) tem a nível ambiental, económico,

social no nosso país e deste modo, elucidar de forma compreensiva e abrangente o enquadramento da

gestão de resíduos de embalagens no conceito da “Economia Verde”.

Ao nível ambiental avaliaram-se os impactes e os benefícios que advêm da gestão destes resíduos, com

especial enfoque nos relacionados com a produção de Gases com Efeito de Estufa (GEE) e no consumo

de materiais primários e de energia, que foram calculados através da metodologia de Avaliação de Ciclo

de Vida (ACV).

Da avaliação realizada, constatou-se que no global e para as categorias de impacte ambiental

estudadas, o SIGRE apresenta um balanço ambiental positivo, ou seja, os impactes gerados pelas

diversas atividades de recolha, triagem, transporte, tratamento e valorização de resíduos são

suplantados pelos impactes evitados devido à recuperação de materiais e energia obtidos pelos

processos de valorização dos resíduos, com especial enfoque na sua reciclagem. Por exemplo, estima-

se que em 2011 a gestão dos resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE gerido pela SPV permitiu

evitar a emissão de 116 kt de CO2 eq, o que é equivalente ao carbono sequestrado por 386 mil

pinheiros bravos durante 30 anos ou as emissões geradas pelo consumo de eletricidade de 124 mil

agregados familiares em Portugal.

Em relação à contribuição por tipo de material para o desempenho do SIGRE, verifica-se que os

materiais mais relevantes são tipicamente o vidro e o papel/cartão, dependendo da categoria de

impacte em questão, facto a que não é alheia a elevada quantidade de resíduos destes materiais que

foram encaminhados para reciclagem em 2011.

Por outro lado, comparando-se o desempenho do SIGRE em 2011 com o desempenho potencial de

dois cenários hipotéticos associados a diferentes destinos finais, nomeadamente a incineração e o

aterro, verifica-se que a configuração atual do SIGRE é a única que apresenta um resultado ambiental

positivo em todas as categorias de impacte consideradas. Por exemplo, a nível da emissão de GEE, o

atual modelo de gestão de resíduos de embalagens permitiria evitar a emissão de 396.240 t CO2 eq em

2011, face a um modelo onde os resíduos de embalagens teriam sido recolhidos indiferenciadamente

com os outros resíduos e encaminhados para incineração.

Ao nível económico, avaliou-se o enquadramento dos embaladores aderentes ao sistema e das

empresas responsáveis pela recolha, triagem, tratamento e retoma/valorização dos resíduos de

embalagens e calculou-se o impacte económico do SIGRE na economia nacional. Tal foi realizado através

de várias metodologias, sendo de destacar a utilização da Análise de Entradas-Saídas (AES) na

determinação do impacte económico do SIGRE.

Page 136: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 114

Em relação ao enquadramento económico dos embaladores aderentes ao sistema gerido pela SPV,

verifica-se que a maior parte dos embaladores se enquadram em setores ligados às indústrias

transformadoras (46%), seguidos das empresas ligadas ao comércio por grosso e a retalho, reparação

de veículos automóveis e motociclos (36%) e agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (9%).

No total, as cerca de 12 mil empresas aderentes representam apenas 0,9% do número de empresas

existentes em Portugal, mas geram, no mínimo, 31,4% do volume de vendas das empresas não

financeiras no nosso país.

A adesão ao SIGRE é realizada mediante o pagamento do Valor Ponto Verde (VPV), que em 2010

totalizou 71,8 Milhões de Euros, ou seja, apenas 0,08% do total de custos com fornecimentos de

serviços externos (FSE) das empresas nacionais ou a 0,1% do volume de vendas das empresas

aderentes ao SIGRE.

No que respeita às empresas parceiras da SPV que efetuam a recolha, triagem e retoma/reciclagem

dos resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE, verificou-se que estas tinham em média em 2009 um

capital social de 2,3 Milhões de Euros e geravam um volume de vendas médio de 11,7 Milhões de

Euros. Neste último aspeto, tal significava que estas empresas apresentam um volume de vendas 6,4

vezes superior ao valor médio agregado dos setores económicos a que pertencem.

Finalmente, verificou-se que as atividades de gestão de resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE

apresentam um impacte económico significativo, considerando tanto os seus impactes diretos, como

indiretos. Por exemplo, a nível do valor acrescentado, o impacte do SIGRE encontra-se no terço superior

dos ramos de atividade com maior efeito multiplicador a nível nacional, sendo que, por cada Euro de

valor acrescentado no SIGRE são gerados adicionalmente 1,25 Euros de valor acrescentado no resto

da economia (efeito multiplicador do tipo I de 2,25). Por outro lado, por cada Euro de salários são

adicionalmente pagos 1,30 Euros de salários no resto da economia e por cada Euro de volume de

negócios circulam adicionalmente na economia 1,04 Euros de volume de negócios.

A alavancagem total do SIGRE, entendida como o valor monetário dos efeitos indiretos dos vários

ramos de atividade que integram o SIGRE nos restantes setores da economia, é de 147 milhões de Euros

de VAB, 80 milhões de Euros de salários e 391 milhões de Euros de volume de negócios.

Por outro lado, tendo em conta o atual panorama relacionado com a gestão de resíduos de embalagens

no SIGRE, que é gerido pela SPV, procurou-se adicionalmente avaliar as consequências económicas de

um cenário alternativo em que não ocorreria separação e reciclagem de resíduos de embalagens,

sendo estes resíduos geridos indiferenciadamente. Neste caso, estimou-se que tal cenário alternativo

implicaria uma redução de PIB de 71 milhões de Euros.

Ao nível social, tipificaram-se os empregos existentes nas empresas que colaboram com a SPV no SIGRE,

através da recolha, triagem, tratamento e retoma/reciclagem de resíduos de embalagens e estimaram-

se os empregos associados à gestão de resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE. Adicionalmente,

analisaram-se os resultados de diversos projetos de responsabilidade social promovidos pela SPV com o

intuído de contribuir para uma sociedade mais justa e sustentável e que extravasam o âmbito

obrigatório de atuação da SPV. A avaliação do contributo social da SPV foi realizada sobretudo tendo em

conta informação bibliográfica existente, sendo de destacar neste caso a utilização da base de dados

“Quadros de Pessoal” do INE.

Page 137: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 115

Verificou-se que as empresas que colaboram com a SPV no SIGRE tinham em média, em 2009, 67

trabalhadores, representando no total 7.095 empregos, o que equivale, por exemplo, a 0,23% dos

empregos remunerados das empresas não financeiras em Portugal. O trabalhador típico dessas

empresas é homem, português, com 40 anos de idade e com 8,5 anos de escolaridade. Comparando

com o universo de empresas que apresentam os mesmos CAE que as empresas parceiras da SPV,

verifica-se, por exemplo, que o seu salário médio é superior em 52%

Em termos dos empregos diretos associados especificamente à gestão de resíduos de embalagens,

estima-se que este número ascenda a mais de dois mil e trezentos trabalhadores, o que equivale a

0,08% do emprego nas empresas não financeiras em Portugal. Destes, 83% dizem respeito à gestão dos

resíduos urbanos de embalagens, sobretudo ligados às atividades de recolha seletiva e triagem, 15% à

gestão de resíduos não urbanos de embalagens e apenas 2% encontram-se ligados à SPV.

No que respeita aos projetos de responsabilidade social, a SPV suportou nos últimos anos duas grandes

causas – a prevenção do cancro de mama e a ajuda a criança carenciadas. Assim, em conjunto com a

Associação Laço foram angariados 409 mil Euros, que foram utilizados para comprar duas unidades de

rastreio de cancro de mama. Em conjunto com a Associação Entrajuda foram angariados, no global,

cerca de 450 mil Euros que serviram, até agora, para construir 55 salas de aula e apoiar 4.500 crianças

carenciadas.

Tendo em conta os resultados obtidos, conclui-se que a gestão dos resíduos de embalagens no âmbito

do SIGRE gerido pela SPV enquadra-se por excelência no conceito da Economia Verde, dado que

potencia uma gestão mais de eficiente dos recursos naturais, contribuindo para a redução dos

impactes ambientais da extração de novos recursos e para a disponibilidade de recursos essenciais às

nossas economias, criando ao mesmo tempo oportunidades de negócio e valor acrescentado e

promovendo a criação de emprego.

Ainda com base no trabalho desenvolvido, crê-se que os referidos resultados constituem-se igualmente

como uma informação relevante para a comunicação aos consumidores, entidades estatais e entidades

parceiras do SIGRE e consolidação da posição dos seus intervenientes junto dos embaladores, para além

do estrito cumprimento das disposições legais existentes.

Page 138: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de
Page 139: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 117

8 REFERÊNCIAS

Access Economics (2009). Employment in waste management and recycling, Report by Access

Economics Pty Limited for The Department of the Environment, Water, Heritage and the Arts, 2 July

2009.

Allenby, B. (1999). Industrial ecology: policy framework and implementation, Upper Saddle River,

Prentice Hall, NJ.

APA (2011). Resíduos Urbanos em 2010, Agência Portuguesa do Ambiente, Lisboa.

Axpo AG. (2010). Environmental Product Declaration: Wildegg-Brugg run-of-river Power Plant. Baden,

Switzerland: Axpo AG.

Barata, E. (2010). Handbook of Input-Output Economics in Industrial Ecology. In Economy-waste-

environmental-input-output model: effects of Portuguese production and consumption (pp. 573-601).

New York. USA: Springer.

Barbosa e Almeida (2012). Relatório de Sustentabilidade 2011, Barbosa e Almeida, Marinha Grande.

BIO Intelligence (2011), Awareness and Exchange of Best Practices on the Implementation and

Enforcement of the Essential Requirements for Packaging and Packaging Waste, Draft Final Report

prepared for European Commission, DG ENV, Lyon, 2011.

BIO Intelligence/IFF/Vito (2011a). Analysis of the key contributions to Resource Efficiency, Final Report,

project under the framework contract ENV.G.4/FRA/2008/0112, European Commission (DG ENV). Study

from BIO Intelligence Service, Social Ecology Vienna (IFF) and Vito, March 2011, Lyon, 2011.

BIO Intelligence/IFF/Vito (2011b). Analysis of the key contributions to Resource Efficiency, Annexes,

project under the framework contract ENV.G.4/FRA/2008/0112, European Commission (DG ENV). Study

from BIO Intelligence Service, Social Ecology Vienna (IFF) and Vito, March 2011, Lyon, 2011.

Bovea, M. D., Powell, J. C. (2006). Alternative scenarios to meet the demands of sustainable waste

management. Journal of Environmental Management, 115-132

Bullard, C. and Sebald, A. (1977). Effects of parametric uncertainty and technological change on input-

output models. Review of Economics and Statistics, 59:75-81, 1977.

Carvalho, M. (2008). Optimização de circuitos e indicadores de recolha de resíduos urbanos. Caso de

estudo: Município de Almada. Dissertação de Mestrado em Engenharia do Ambiente, perfil Gestão e

Sistemas Ambientais. Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente, Faculdade de Ciências e

Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Lisboa.

CEPA (2011). Method for estimating greenhouse gas emission reductions from recycling, California Environmental Protection Agency, November 2011

CIWMB (2003). Diversion Is Good for the Economy: Highlights from Two Independent Studies on the

Economic Impacts of Diversion in California, California Integrated Waste Management Board, California,

United States, 2003.

Consonni, S., Giugliano, M. e M. Grosso (2005). Alternative strategies for energy recovery from

municipal solid waste. Part A: mass and energy balances, Waste Management, 25 (2) 123–135.

Costa. (2010). Avaliação dos impactes ambientais da recolha de Resíduos Sólidos Urbanos através da

avaliação de ciclo de vida - Caso de Estudo dos concelhos de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra.

Page 140: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 118

Cruz, N., Simões, P., & Marques, R. (2012). Economic cost recovery in the recycling of packaging waste:

the case of Portugal. Journal of Cleaner Production, 8-18.

Daniels, P. e S. Moore (2002). Approaches for Quantifying the Metabolism of Physical Economies: Part I:

Methodological Overview, Journal of Industrial Ecology 5(4) 69-93.

DG Competition (2005). DG Competition Paper concerning issues of competition in waste management

systems, Bruxels, 2005.

Dias, A. M., & Domingos, E. (2011). Avaliação do impacto macroeconómico do Quadro de Referência

Estratégica Nacional 2007-2013 (QREN). Lisboa. Portugal. Departamento de Prospectiva e Planeamento

de Relações Internacionais.

Dias, A. M., & Lopes, E. (2011). Avaliação do impacto macroeconómico do quadro de referência

estratégica nacional 2007-2012 (QREN). Lisboa. Portugal. Departamento de Prospectiva e Planeamento

e Relações Internacionais.

DSM Environmental Services; MSW Consultants. (2009). Recycling economic information study update:

Delaware, Maine, Massachusetts, New York and Pennsylvania. Northeast Recycling Council.

EC (2006a). Relatório da Comissão ao Conselho e ao Parlamento Europeu Sobre a Aplicação da Diretiva

94/62/CE relativa a Embalagens e Resíduos de Embalagens e seu Impacto no Ambiente, bem como Sobre

o Funcionamento do Mercado Interno, COM(2006) 767 final, Comissão das Comunidades Europeias,

Bruxelas, 2006.

EC (2006b). Annex to the Report From the Commission to the Council and the European Parliament on

the Implementation of Directive 94/62/EC on Packaging and Packaging Waste and its Impact on the

Environment, as Well as on the Functioning of the Internal Market, Commission Staff Working

Document, SEC(2006) 1579, Commission of The European Communities, Bruxels, 2006.

EC (2011). Report From the Commission to the European Parliament, the Council, the European Economic

and Social Committee and the Committee of the Regions on the Thematic Strategy on the Prevention and

Recycling of Waste, COM(2011) 13 final, Brussels, 19/1/2011.

Ecorys (2009). Study on the Competitiveness of the EU eco-industry. Ecorys. Brussels. Belgium.

ECOTEC. (2002). Analysis of the EU Eco-Industries, their employment and export . ECOTEC Research and

Consulting Limited.

EEA (1997). Life Cycle Assessment (LCA), A guide to approaches, experiences and information sources.

Environmental Issues Series No. 6, European Environment Agency, Copenhagen.

EEA (2010). The European environment — state and outlook 2010 (SOER 2010), Material Resources and

Waste. European Environmental Agency. Copenhagen. ISBN 978-92-9213-155-5, doi: 10.2800/58607

EEA (2011a). Earnings, jobs and innovation: the role of recycling in a green economy. EEA Report No

8/2011. European Environmental Agency. Copenhagen, ISSN 1725-9177.

EEA (2011b). Waste opportunities, Past and future climate benefits from better municipal waste

management in Europe. European Environmental Agency. Copenhagen, ISSN 1725-9177.

EEA (2012a). Environmental Indicator Report 2012, Ecosystem Resilience and Resource Efficiency in a

Green Economy in Europe. European Environmental Agency. Copenhagen. ISBN 978-92-9213-315-3, doi:

10.2800/4874, 2012.

EEA (2012b). EEA Signals 2012 - Building the future we want. European Environmental Agency.

Copenhagen. ISBN 978-92-9213-254-5.

Page 141: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 119

EEA (2012c). The European environment — state and outlook 2010 (SOER 2010), Material Resources and

Waste – update 2012. European Environmental Agency. Copenhagen. ISBN 978-92-9213-314-6, doi:

10.2800/46022

EIERA (2005). Missouri Recycling Economic Information Study – MOREIS, Final Report, Environmental

Improvement and Energy Resources Authority (EIERA). January 20, 2005.

EIMPack (2011). The Economics of the Recycling of Packaging Waste: The Case of Portugal, EIMPack –

Economic Impact of the Packaging and Packaging Waste Directive. Study commissioned by the

European Investment Bank (EIB). December 2011.

EPA (2002). Recycling is working in the United States. January 2002.

EPA (2006). Solid Waste Management and Greenhouse Gases A Life-Cycle Assessment of Emissions and

Sinks, US Environmental Protection Agency.

Ernst and Young (2006), Eco Industry, Its Size, Employment, Perspectives and Barriers to Growth in an

Enlarged EU. For DG Environment of the European Commission.

ERSAR. (2011). Relatório anual do setor de águas e resíduos em Portugal. Volume 2 - Caracterização

económica e financeira do setor. Lisboa. Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos.

ETC/SCP (2011). Green economy and recycling in Europe. June 2011. European Topic Centre on

Sustainable Consumption and Production, ETC/SCP working paper 5/2011

Fernandes, G. A. T. (2009). Optimização da recolha de resíduos sólidos indiferenciados no município de

Sintra. Aplicação de SIG a uma Sistema de Apoio à Decisão. Dissertação de Mestrado em Bioenergia,

Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Lisboa.

Ferrão, P. (1998). Introdução à gestão ambiental: a avaliação do ciclo de vida de produtos, Colecção

Ensino da Ciência e da Tecnologia, IST Press, Lisboa.

Ferrão, P., Ribeiro, P. E P. Silva (2005). A ecologia industrial e a embalagem de produtos alimentares em

Portugal. ISBN: 972-774-213-0, Depósito legal: 228248/05, Celta Editores, Oeiras, Maio de 2005, 441 pp.

Friends of the Earth (2010). More jobs, less waste, Potential for job creation through higher rates of

recycling in the UK and EU. September 2010

Frischknecht, R., Jungbluth, N., Althaus, H.-J., Doka, G., Dones, R., Heck, T., et al. (2005). The ecoinvent

Database: Overview and Methodological Framework. THE INTERNATIONAL JOURNAL OF LIFE CYCLE

ASSESSMENT , 10 (1), 3-9.

GHK (2006). Costs of compliance case study: Packaging & Packaging Waste Directive 94/62/EC. Final

report submitted by GHK. June 2006.

Giugliano et al. (2011). Material and energy recovery in integrated waste management systems. An

evaluation based on life cycle assessment. Waste management, 2092-2101.

Goedkoop, M., Heijungs, R., Huijbregts, M., De Schryver, A., Struijs, J., & van Zelm, R. (2009). ReCiPe

2008 - Report I: Characterisation. Netherlands: VROM.

Goldman, G and Ogishi, A (2001). The Economic Impact of Waste Disposal and Diversion in California, a

Report to the California Integrated Waste Management Board. Department of Agricultural and Resource

Economics, University of California, Berkeley, April 2001.

Gomes, P., Carvalho, J., Matos, A. (2011). “Custos e Benefícios, à escala local, de uma Ocupação

Dispersa”, Anexo 5 - Custos de Sistema de Gestão de Resíduos Urbano, Projeto de Investigação

PTDC/AUR/64086/2006, Aveiro, Março de 2011.

Page 142: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 120

Heiskanen, E. (2000). Institutionalization of Life-Cycle Thinking in the Everyday Discourse of Market

Actors, Journal of Industrial Ecology, 4 (4) 31-46.

IEEP/Ecologic/Arcadis/Umweltbundesamt/Bio Intelligence/Vito (2011). Final Report – Supporting the

Thematic Strategy on Waste Prevention and Recycling. Service Request Five Under Contract,

ENV.G.4/FRA/2008/0112, 25 October 2010, final Report, FINAL REPORT.

ILO (2012). Global Employment Trends 2012. International Labour Office. Geneva. ILO, 2012, ISBN 978-

92-2-124925-2 (web pdf).

INE (2011). Estatísticas do Ambiente 2010. Instituto Nacional de Estatística I.P., Lisboa, Portugal, ISSN

0872-5276.

INE (2012). Empresas em Portugal, 2010. Instituto Nacional de Estatística I.P., Lisboa, Portugal, ISSN

0872-9514

INE. (2007). Classificação Portuguesa das Atividades Económicas Rev. 3. Lisboa: Instituto Nacional de

Estatística.

Insidewaste (2008). Recycling king wears aluminum crown, March / April 2008.

Iriarte et al. (2009). LCA of selective waste collection systems in dense urban areas. Waste Management,

903-914.

ISO/FDIS 14040. (2006). Environmental management - Life cycle assessment - Principles and framework.

France: AFNOR Standardization Unit.

JRC. (2011). Supporting Environmentally Sound Decisions for Waste Management: A technical guide to

Life Cycle Thinking (LCT) and Life Cycle Assessment (LCA). Ispra, Italy: European Commision.

JRC/IES. (2010). ILCD Handbook: General guide for Life Cycle Assessment - Detailed Guide - First Edition.

Joint Research Centre (JRC)/Institute for Environment and Sustainability (IES). Ispra, Italy: European

Commision.

JRC/IES. (2010). ILCD Handbook: General guide for Life Cycle Assessment - Provisions and action steps -

First Edition. Joint Research Centre (JRC)/Institute for Environment and Sustainability (IES). Ispra, Italy:

European Commision.

Krausmann, F., Gingrich, S., Eisenmenger, N., Erb, K.H., Haberl, H. and Fischer-Kowalski, M. (2009).

Growth in global materials use, GDP and population during the 20th century. Ecological Economics

68(10), 2696–2705

Lavita, M. T. (2008). Circuitos de recolha seletiva multi-material porta-a-porta. Oeiras.

Lahr, M. and de Mesnard, L. (2004). Biproportional techniques in input-output analysis: Table updating

and structural analysis. Economic Systems Research, 16 (2):115-134, 2004.

Lazarevic, D. et al. (2010). Plastic waste management in the context of a European recycling society:

Comparing results and uncertainties in a life cycle perspective. Resources, Conservation and Recycling,

246-259.

Lenzen, M. (2001). Errors in conventional and input-output-based life-cycle inventories. Journal of

Industrial Ecology, 4 (4):127-148, 2001.

Lenzen M. and Treloar G. (2004). Endogenising capital – a comparison of two methods, Journal of

Applied Input-Output Analysis 10, 1-11, 2004.

Page 143: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 121

Lenzen, M., Wood, R. and Wiedmann, T. (2010). Uncertainty analysis for multi-region input-output

models - a case study of the UK's carbon footprint. Economic Systems Research, 22 (1):43-63, 2010.

LIPOR. (2010). Relatório e Contas. Porto: Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande

Porto.

MAOTDR (2007). Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos PERSU II, Ministério do Ambiente,

do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional. Lisboa.

Merrild, H. et al. (2008). Life cycle assessment of waste paper management: The importance of

technology data and system boundaries in assessing recycling and incineration. Resources, Conservation

and Recycling, 1391-1398.

Merrild, H. et al. (2012). Assessing recycling versus incineration of key materials in municipal waste: The

importance of efficient energy recovery and transport distances. Waste Management, 1009-1018

Miler, R. E., & Blair, P. D. (2009). Input-Output Analysis: Foundations and Exten. Cambridge. UK:

Cambridge University Press.

Nakamura, S., & Kondo, Y. (2002). Input-output analysis of waste management. Journal of Industrial

Ecology , 36-63.

Nhambiú, J .(2004). Avaliação do ciclo de vida de produtos com recurso a quadros económicos de

entrada-saída: aplicação a Portugal. Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa,

Portugal, 2004.

Niza, S. e P. Ferrão (2006). A transitional economy's metabolism: The case of Portugal, Resources,

Conservation and Recycling. 46(3) 265-280.

NP EN ISO 14040:2008. (2008). Gestão ambiental - Avaliação de ciclo de vida, Princípios e

enquadramento (ISO 14040:2006). IPQ.

NRC (2001). U.S. Recycling Economic Information Study, Final Report. Prepared for The National

Recycling Coalition by R. W. Beck, Inc. for the National Recycling Coalition and funded by the

Environmental Protection Agency. July 2001.

Pasqualino, J. et al. (2011). The carbon footprint and energy consumption of beverage packaging

selection and disposal. Journal of Food Engineering, 357-365.

Pires et al. (2011). Reliability-based life cycle assessment for future solid waste management alternatives

in Portugal, Journal of Life Cycle Assessment, 316–337

Prognos, IFEU, INFU (2008). Resource savings and CO2-reduction potential in waste management in

Europe and the possible contribution to the CO2 reduction target in 2020, multi client study, 2008.

Rhoma, F., Zhang, Z., Luo, Y and Noche, B. (2010). Environmental & Economical Optimization for

Municipal Solid Waste Collection Problems, A Modelling and Algorithmic Approach Case Study. 12th

WSEAS International Conference on Mathematical Methods, Computation Techniques, Intelligent

Systems (MAMECTIS'10). WSEAS Press: 205-211.

Ribeiro (2008). A Ecologia Industrial e a Gestão de Resíduos em Portugal: Políticas e Ferramentas para o

Fecho dos Ciclos dos Materiais. Dissertação para obtenção do Grau de Doutor em Engenharia do

Ambiente, Instituto Superior Técnico (IST), Universidade Técnica de Lisboa (UTL), Lisboa, Setembro de

2008.

Rigamonti et al (2009). Influence of assumptions about selection and recycling efficiencies on the LCA of

integrated waste management systems. Journal of Life Cycle Assessment, 411–419

Page 144: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 122

Rigamonti et al. (2009b).Life cycle assessment for optimising the level of separated collection. Waste

Management, 934–944.

Rigamonti et al. (2010). Life cycle assessment of sub-units composing a MSW management system.

Journal of Cleaner Production.

Rodrigues, M. M. (2009). Estações de triagem: Caracterização e avaliação da situação nacional. Lisboa:

Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

Santos (2011). Avaliação de Circuitos de Recolha de Resíduos Urbanos: Indicadores Operacionais.

Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Engenharia do Ambiente, perfil Engenharia Sanitária,

FCTUNL.

Scottish Executive (2009). Input Output tables for the Scottish Economy.

SPV. (2009). Relatório de actividades e contas 2009. Oeiras: Sociedade Ponto Verde.

SPV. (2010). Relatório de actividades e contas 2010. Oeiras: Sociedade Ponto Verde.

SPV. (2010). SMAUT: Caracterização dos sistemas municipais aderentes ao Sistema Ponto Verde 2010.

Oeiras: Sociedade Ponto Verde.

SPV. (2012). SMAUT: Caracterização dos sistemas municipais aderentes ao Sistema Ponto Verde 2011.

Oeiras: Sociedade Ponto Verde.

Sven Lundie, G. M. (2005). Life cycle assessment of food waste management options. Journal of Cleaner

Production 13 , 275–286.

Tchobanoglous, G. (1993). Integrated solid waste management – Engineering principles and

management issues, MCGraw-Hill, New York et al. 1993

Technical University of Denmark. (Abril de 2010). Easewaste. Obtido em 29 de Abril de 2010, de

http://www.easewaste.dk/index.php?option=com_content&task=view&id=5&Itemid=6

UNEP (2010). METAL STOCKS IN SOCIETY, Scientific Synthesis, International Panel for Sustainable

Resource Management. Working Group on the Global Metal Flows. ISBN: 978-92-807-3082-1

UNEP (2011). Towards a Green Economy: Pathways to Sustainable Development and Poverty

Eradication. United Nations Environmental Program. November 2011, ISBN: 978-92-807-3143-9

UNEP (2012). Green Economy, Employment, Briefing Paper. United Nations Environmental Program.

Geneva. Switzerland. 2012.

UNEP (2012b). GEO5 Global Environmental Outlook - Environment for the future we want. United

Nations Environmental Program. Geneva. Switzerland. 2012

UNEP, ILO, IOE, and ITUC (2008). Green Jobs: Towards Decent Work in a Sustainable, Low-carbon World.

UNEP, Geneva.

Villanueva, A.; Wenzel, H. (2007). Paper waste – Recycling, incineration or landfilling? A review of

existing life cycle assessments. Waste Management, S29-S46.

Page 145: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 123

Anexo A – DESCRIÇÃO METODOLÓGICA DETALHADA DA

AVALIAÇÃO DE CICLO DE VIDA (ACV) REALIZADA AO SIGRE

Aspetos Gerais

Data e Contexto da Avaliação de Ciclo de Vida (ACV)

A avaliação ambiental realizada no contexto do presente capítulo insere-se no projeto “Contributos do

SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal”, promovido pela Sociedade

Ponto Verde (SPV), tendo sido desenvolvida durante o ano de 2012.

Conformidade com Documentos e Normas de Referência

O estudo de ACV realizado, assim bem como os seus documentos e relatórios, têm por base os

requisitos das normas ISO 14040:2006 e ISO 14044:2006, publicadas em 2006, e cuja versão portuguesa

é a norma ISO 14040, datada de 2008 (NP EN ISO 14040:2008, 2008).

Em 2010 foi publicado o documento: “The International Reference Life Cycle Data System (ILCD)

Handbook – First edition”, pelo Institute for Environment and Sustainability (IES) do Joint Research

Centre (JRC) da Comissão Europeia, com o objetivo de estabelecer a melhor prática em termos de

Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) e a base para assegurar a qualidade e consistência de dados, métodos e

avaliações de ciclo de vida (JRC/IES, 2010). O ILCD Handbook segue as normas ISO 14040:2006 e ISO

14044:2006, completando-as nos aspetos em que estas normas são mais genéricas e podem dar origem

a diferentes interpretações e, deste modo, colocar em causa a consistência e a qualidade dos estudos de

ACV.

Nesse sentido, procurou-se seguir este referencial, bem como as disposições constantes num

documento posterior do JRC, direcionado para a realização de ACV no setor da gestão de resíduos

“Supporting Environmentally Sound Decisions for Waste Management” (JRC, 2011).

Antecedentes - Estudos de ICV e ACV Anteriores

A gestão de resíduos, em geral, e a gestão de resíduos de embalagem, em particular, têm sido alvo de

atenção pela comunidade científica e vários estudos de ciclo de vida têm sido realizados neste contexto,

sendo que alguns destes estudos são identificados no capítulo 2 e ainda no presente anexo, aquando da

referência à modelação dos processos unitários relacionados com a gestão de resíduos de embalagens.

De igual forma, a Sociedade Ponto Verde (SPV) não tem sido alheia a este facto, tendo no início do

século XXI promovido um estudo compreensivo de ciclo de vida às principais embalagens de bebidas e

bens alimentares e que deu origem a um livro intitulado ”A ecologia industrial e a embalagem de

produtos alimentares em Portugal”, que avaliou as principais embalagens dos setores de bens

alimentares e bebidas (Ferrão et al., 2004).

Page 146: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 124

Objetivos da Análise

Aplicações Pretendidas

As aplicações pretendidas para o presente estudo de ACV apresentam-se de seguida por ordem de

relevância:

1. Produzir informação sobre o balanço ambiental da gestão de embalagens no âmbito do

SIGRE, considerando as principais entradas (recursos e energia) e saídas (emissões e resíduos)

por unidade funcional definida.

2. Verificar quais os aspetos (processos unitários, materiais, etc.) mais relevantes em termos de

impacte ambiental, no contexto da gestão de resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE.

Limitações Iniciais Relacionadas com os Objetivos

Tendo em consideração os objetivos do estudo, que enquadram o método seguido, os pressupostos

considerados e os impactes analisados, nos parágrafos seguintes apresentam-se algumas limitações

iniciais do estudo relacionados com os objetivos definidos.

Consideração dos impactes evitados pela reciclagem e valorização dos resíduos de embalagens

Tendo em conta o objetivo principal pretendido para o estudo, que é produzir informação sobre o

balanço ambiental da gestão de embalagens no âmbito do SIGRE, a abordagem metodológica

utilizada requer não só a avaliação dos impactes ambientais negativos das várias operações de

gestão de resíduos de embalagens (e.g. recolha, triagem, aterro, etc.), mas igualmente dos

impactes evitados pela produção de materiais secundários e eletricidade, que substituem outros

métodos de produção, nomeadamente através de recursos naturais.

Nesse sentido, de referir que alguns estudos não contabilizam esses impactes ambientais evitados

(créditos) por questões metodológicas e outros, utilizam diferentes pressupostos para

identificação dos materiais e características dos produtos substituídos (e.g. tipo de produtos

substituídos, consideração ou não da degradação da qualidade dos materiais (downcycling), etc.).

A nível dos impactes ambientais evitados, um esforço foi desenvolvido para fundamentar e utilizar

cenários conservadores relacionados com a substituição dos materiais energia, de modo a não

sobreavaliar as vantagens ambientais dos processos de valorização (ver secção relacionada com o

Inventário de Ciclo de Vida (ICV)).

Cabaz de resíduos em análise

Por outro lado, a avaliação incide sobre o SIGRE, pelo que a avaliação é realizada tendo em conta o

cabaz de resíduos geridos neste sistema referente a 2011 (ver secção Inventário de Ciclo de Vida

(ICV)), que apesar de ter cariz nacional, não represente a totalidade das embalagens geridas em

Portugal. Por outro lado é seguramente diferente do cabaz de resíduos de outros países.

Categorias de impacte consideradas

Dado que se pretende produzir informação ambiental do balanço ambiental do SIGRE,

consideraram-se apenas algumas categorias de impacte ambiental que se considerou mais

Page 147: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 125

relevantes, relacionadas por exemplo, com a emissão de GEE e o consumo de água e energia, pelo

que não se apresentam resultados para a totalidade de categorias de impacte existentes.

Nível de detalhe do modelo desenvolvido

Tendo em consideração o âmbito e objetivos do estudo e dado que no SIGRE participam mais de

130 entidades distintas responsáveis pelas várias operações de gestão, optou-se por na modelação

do sistema caracterizar os processos unitários mais importantes recorrendo-se a valores médios

para as entradas e saídas dessas operações de acordo com a realidade nacional, ao invés de

modelar especificamente e individualmente as operações realizadas por cada uma das entidades

parceiras do SIGRE.

De referir que as limitações enunciadas não colocam em causa a validade do estudo à partida face às

aplicações pretendidas, apenas significam que os seus resultados devem ser enquadrados no âmbito

dos objetivos definidos. Deste modo, a comparação com outros estudos mais específicos, com uma

vertente mais vertical (e.g. avaliação do fim de vida das embalagens de PET, desempenho ambiental de

um sistema regional de gestão de resíduos, etc.) ou a generalização dos resultados para outras situações

fora dos objetivos formulados (e.g. para efeitos de definição de metas de reciclagem, etc.) deve ser

realizada com as devidas parcimónia e ressalvas.

Razões para o Desenvolvimento do Estudo e Contexto da Decisão

A decisão para a realização de uma Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) à gestão de embalagens realizada

no âmbito do SIGRE partiu da equipa de projeto encarregue da avaliação dos “Contributos do SIGRE

para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal”, que considerou que a metodologia

de ACV era a indicada para dar resposta aos objetivos pretendidos para a avaliação na vertente

ambiental.

Nesse sentido, foram estabelecidas as aplicações pretendidas para o estudo, que como referido

anteriormente, são sucintamente as seguintes, por ordem de relevância:

Produzir informação sobre o desempenho ambiental da gestão de embalagens no âmbito do

SIGRE.

Verificar quais os aspetos mais relevantes em termos de impacte ambiental.

Deste modo, tendo em conta as aplicações pretendidas, o contexto de decisão que melhor se aplica ao

estudo, e que tem implicações nos métodos seguidos para as fases de ICV e AICV, é a classificação “ C –

Accounting/Monitoring", na metodologia do ILCD Handbook (JRC/IES, 2010).

Tal deve-se ao facto de se pretender analisar de forma retrospetiva os impactes associados à gestão de

resíduos embalagens que ocorreram num determinado período de tempo (neste caso em 2011), não se

pretendendo que o estudo servia de apoio à decisão, nem para análise de quaisquer consequências que

o sistema em análise poderá acarretar no background system ou outros sistemas.

Dado que se realiza a avaliação do SIGRE como ele existia em 2011, mas considera-se a interação deste

com outros sistemas, com especial enfoque nos impactes evitados pela reciclagem e valorização

energética dos resíduos de embalagens, o contexto de decisão é mais especificamente do tipo C1.

Page 148: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 126

Públicos-Alvo

Os públicos-alvo, isto é, a quem se pretende comunicar os resultados do estudo são, em primeiro lugar,

os diversos stakeholders do SIGRE e que se relacionam com a SPV (entidade promotora do estudo).

Estes são apresentados na tabela seguinte.

Tabela 0.1 – Públicos-alvo

Entidade Tipo de relação

com o promotor

Tipo de audiência

Sta

keh

old

ers

do

SI

GR

E

Sociedade Ponto Verde (SPV) Entidade interna Técnica

Sistemas Multimunicipais e Autarquias (SMAUT) Entidades externas

Técnica

Retomadores / Operadores de Gestão de Resíduos (OGR) Entidades externas

Técnica

Agência Portuguesa do Ambiente (APA) Entidades externas

Técnica

OU

TRO

S Organizações Não-Governamentais de Ambiente (ONGA) Entidades externas

Não técnica

Público em geral Entidades externas

Não técnica

Existência de Afirmações Comparativas

A análise comparativa efetuada no presente estudo é realizada sempre no âmbito do sistema em

análise, o SIGRE. Deste modo e uma vez que não se pretende realizar afirmações comparativas

relacionadas com superioridade ou inferioridade do SIGRE face outros sistemas congéneres, considera-

se não existirem afirmações comparativas na aceção das normas ISO 14040 e ISO 14044 e do

documento de referência relativos a ACV do JRC ((NP EN ISO 14040:2008, 2008) e(JRC/IES, 2010)).

Entidade Promotora do Estudo, Equipa de Projeto e Outras Partes Interessadas

Entidade Promotora

A entidade que promoveu o estudo é a Sociedade Ponto Verde (SPV), entidade que tem por missão

organizar e gerir - em nome dos embaladores, fabricantes de embalagens e materiais de embalagem e

distribuidores - a retoma e valorização de resíduos de embalagens, através da implementação do

Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE), também conhecido como Sistema

Ponto Verde (www.pontoverde.pt, consultado em 3 de Outubro de 2012).

Equipa de Projeto

As entidades que desenvolveram o estudo na sua componente de ACV são a empresa 3 Drivers -

Engenharia, Inovação e Ambiente Lda. e o Instituto Superior Técnico (IST), através do Centro de

Estudos em Inovação, Tecnologias e Políticas de Desenvolvimento (IN+). Ambas as entidades são

entidades externas ao promotor do estudo.

A 3 Drivers – Engenharia, Inovação e Ambiente é uma empresa dedicada ao trabalho de consultadoria

tecnológica na área da sustentabilidade e constituída por quadros qualificados ao nível de mestrado e

doutoramento.

Page 149: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 127

A 3 Drivers e os seus recursos humanos já desenvolveram trabalhos relacionados com a avaliação de

ciclo de vida de produtos e serviços (e.g. embalagens, equipamentos elétricos, aproveitamentos

hidroelétricos), estruturação, implementação e avaliação de desempenho de entidades gestoras e

sistemas de gestão de resíduos (e.g. Valorcar, Valorpneu, Sogilub, Amb3E, Sigeru), avaliação tecnológica

de operadores (e.g. fragmentadores de veículos em fim de vida), estudos de viabilidade tecnológica (e.g.

unidade de regeneração para óleos usados), estudos no âmbito da sustentabilidade na construção

(definição de indicadores, normas e boas práticas ambientais) e desenvolvimento de novas aplicações

de reciclagem e valorização energética (e.g. uso de células de combustível para valorização de resíduos

orgânicos).

A ligação próxima a universidades e centros de investigação e desenvolvimento na área do ambiente

induz uma grande flexibilidade na aquisição de competências, o que viabiliza a realização de trabalhos

nos mais variados âmbitos.

O Instituto Superior Técnico (IST), através do Centro de Estudos em Inovação, Tecnologias e Políticas de

Desenvolvimento (IN+), tem desenvolvido atividades multidisciplinares, integrando investigação básica e

aplicada ao desenvolvimento tecnológico e focado na sustentabilidade, nomeadamente na promoção

do desenvolvimento socioeconómico e da qualidade do ambiente conjuntamente com a gestão de

recursos energéticos. O centro inclui três laboratórios principais: o laboratório de termofluídos,

combustão e sistemas energéticos, o laboratório de sistemas ambientais e o laboratório de políticas e

gestão de tecnologias.

O presente estudo é desenvolvido no âmbito do laboratório de sistemas ambientais. Nos últimos anos o

IN+ tem-se envolvido ativamente na aplicação de metodologias de Ecologia Industrial (e.g. ACV) (de que

o livro “A Ecologia Industrial e as Embalagens de Bebidas e Bens alimentares em Portugal” é um

exemplo), na avaliação de fluxos de materiais para Portugal e na definição de práticas e avaliação de

políticas para a gestão de resíduos, conjuntamente com diversas instituições governamentais e

indústrias privadas.

O IN+ encontra-se atualmente envolvido no desenvolvimento do programa MIT Portugal e no

desenvolvimento de variados projetos nas áreas de Sustainable Energy Systems, Engineering Design and

Advanced Manufacturing.

Na seguinte apresenta-se a equipa responsável pelo desenvolvimento do estudo na sua componente de

ACV.

Tabela 0.2 – Equipa responsável pelo estudo de ACV

Atividade Recursos envolvidos Responsabilidade Entidades Relação com o promotor

Equipa técnica da ACV

Paulo Ribeiro Gestão operacional LCA Project Manager

3 Drivers Entidade externa

Ana Lopes LCA Practicioner

Paulo Ferrão Coordenação científica IST/MIT Portugal Entidade externa

Para além da equipa de projeto, colaboraram no desenvolvimento do projeto diversos elementos da

SPV. Entre estes contam-se o Eng. João Letras, o Eng. Manuel Pássaro e o Doutor Mário Raposo, entre

outros.

Page 150: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 128

Partes Interessadas

As partes interessadas são os indivíduos ou grupos preocupados com ou afetados com o desempenho

ambiental do sistema em análise, ou pelos resultados da avaliação de ciclo de vida. Na tabela seguinte

identificam-se as partes interessadas, classificando-as em termos técnicos e de relação com o promotor

do estudo.

Tabela 0.3 – Partes interessadas

Entidade Tipo de relação com o

promotor

Tipo de

audiência

Entidades intervenientes no SIGRE (SMAUT, Retomadores, OGR, etc.) Entidades externas

restritas Técnica

Entidades do Estado ligadas à gestão de resíduos (e.g. APA, )

Público Técnica Universidades e entidades do sistema científico nacional

Futuras empresas concorrentes da SPV

Organizações Não-Governamentais de Ambiente (ONGA) Público Não técnica

Público em geral

Âmbito do Estudo

Sistema em Análise e Sua Função

O Sistema em análise é o Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE), que foi

criado pela Sociedade Ponto Verde (SPV) de forma a dar cumprimento às suas obrigações ambientais e

legais, através da organização e gestão de um circuito que garante a retoma, valorização e reciclagem de

resíduos de embalagens não-reutilizáveis (www.pontoverde.pt, consultado em 3 de Outubro de 2012).

O Sistema Ponto Verde é um SIGRE dinamizado pela SPV que assenta na articulação de

responsabilidades e processos entre um conjunto de parceiros. Visa valorizar e reciclar resíduos de

embalagens, contribuindo para a diminuição do volume de resíduos depositados em aterro

(www.pontoverde.pt, consultado em 3 de Outubro de 2012).

O sistema gerido pela SPV apresenta dois subsistemas com modelos de gestão diferentes:

Sistema de gestão de resíduos urbanos de embalagens.

Sistema de gestão de resíduos não urbanos de embalagens (sistema eXtra-Urbano).

No sistema de gestão de resíduos urbanos de embalagens, a SPV estabelece parcerias com os Sistemas

Municipais e/ou suas Empresas Concessionárias (SMAUT), que efetuam a recolha seletiva e triagem dos

resíduos de embalagens separados pelo consumidor na sua área de intervenção. Posteriormente esses

resíduos são encaminhados para reciclagem através das parcerias existentes com os Retomadores Pré-

Qualificados.

No caso da gestão de resíduos não urbanos de embalagens, a SPV estabelece uma parceria com

Operadores de Gestão de Resíduos (OGR) que procedem à recolha seletiva, triagem e encaminhamento

para reciclagem desses resíduos, que são produzidos em empresas de comércio e serviços e empresas

industriais.

Page 151: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 129

Unidade Funcional do Estudo

Em ACV, a comparação entre dois produtos/sistemas só pode ser realizada tendo em consideração a

mesma unidade, que se denomina de unidade funcional. O maior propósito da unidade funcional é

servir de referência para o cálculo dos impactes ambientais, e concomitantemente, para a comparação

dos vários sistemas em análise, permitindo referenciar os inputs e os outputs de um determinado

processo (Sven Lundie, 2005).

Tendo em conta os objetivos do estudo, a unidade funcional selecionada é o total de resíduos de

embalagens geridos pela SPV no âmbito do SIGRE em 2011, o que pressupõe o cabaz de resíduos

geridos neste ano (ver secção seguinte).

Neste contexto, consideraram-se no âmbito da SPV as embalagens cuja responsabilidade de gestão

tenha sido transferida pelos embaladores para esta entidade (através do Valor Ponto Verde VPV),

independentemente da SPV seja ou tenha sido responsável financeiramente por essa gestão. Desta

forma, consideram-se incluídos no âmbito da Unidade Funcional, por exemplo, os resíduos urbanos de

embalagens que foram recolhidos indiferenciadamente e encaminhados para aterro.

Adicionalmente, considerou-se ainda no âmbito da SPV os resíduos que foram efetivamente geridos e

encaminhados para reciclagem/valorização em 2011, embora em acréscimo à responsabilidade de

gestão da SPV, dado terem origem em embalagens que não contribuíram financeiramente para o SIGRE.

É por exemplo o caso dos resíduos de embalagens de metais, que foram reciclados numa quantidade

bastante superior à responsabilidade de gestão da SPV, calculada com base nas declarações dos

embaladores.

Fluxos de Referência

O fluxo de referência é a medida das saídas de processos de um dado sistema de produto necessária

para cumprir a função expressa pela unidade de referência, sendo portanto a realização da unidade

funcional. Neste contexto, os resíduos de embalagens geridos pela SPV no âmbito do SIGRE em 2011

são caracterizados pelo seguinte cabaz de materiais:

Tabela 0.4 – Resíduos geridos no âmbito do SIGRE em 2011 (t)

Fluxo / Material (t) Aço Alumínio Madeira Papel e Cartão

Plástico Vidro Outros Total

Fluxo urbano

Reciclagem 18.676 840 4.516 104.907 47.933 210.422 0 387.295

Valorização orgânica

0 0 0 5.401 0 0 0 5.401

Valorização energética

0 0 215 27.105 42.715 0 0 70.036

Aterro 26.302 7.938 0 83.333 91.608 186.949 2.004 398.133

Total 44.978 8.778 4.732 220.746 182.256 397.371 2.004 860.865

Fluxo Não Urbano

Reciclagem 30.294 503 38.013 216.895 25.840 6.736 0 318.281

Destino desconhecido

0 0 11.757 0 0 6.280 505 18.542

Total 30.294 503 49.769 216.895 25.840 13.016 505 336.823

Total Fluxo Urbano + Fluxo Não Urbano 75.272 9.281 54.501 437.641 208.096 410.387 2.509 1.197.688

Page 152: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 130

De mencionar que para o caso do fluxo urbano, os quantitativos mencionados para resíduos reciclados,

valorizados organicamente e energeticamente dizem respeito a resíduos de embalagens que foram

efetivamente sujeitos a estas operações, tendo por base as declarações dos vários SMAUT e

Retomadores.

No caso dos quantitativos relativos ao aterro de resíduos de embalagens, estes valores foram estimados

tendo em conta o potencial de geração de resíduos urbanos de embalagens no âmbito da SPV

(859.391 t), acrescidos de 1.474 t de resíduos de embalagens de madeira que foram geridos

efetivamente em acréscimo à responsabilidade da SPV e os quantitativos efetivamente encaminhados

para os restantes destinos.

No caso do fluxo não urbano (sistema eXtra-Urbano), os resíduos geridos no âmbito do SIGRE foram

calculados tendo em conta os resíduos efetivamente encaminhados para reciclagem segundo os OGR

intervenientes no sistema (318.281 t), acrescidos de 18.542 t de resíduos relativos aos materiais

madeira, vidro e outros que resultaram do consumo de embalagens que se estima que contribuíram

financeiramente para o SIGRE, mas que desconhece-se o seu destino final.

Tipo de Metodologia ICV

Modelo de Ciclo de Vida

O modelo de ciclo de vida para o cálculo dos impactes ambientais diretos e indiretos associados ao

SIGRE é fundamentalmente do tipo “attributional model” ou seja, o modelo de ciclo de vida é

desenvolvido de acordo com os processos unitários existentes.

No entanto, especificamente para o cálculo dos impactes evitados pela reciclagem de resíduos de

embalagens e sua valorização orgânica e energética, recorreu-se a uma abordagem consequencial,

embora neste caso de forma conservativa.

Subdivisão de Processos e Multifuncionalidade

Tendo por base o contexto de decisão do presente estudo de ACV, cuja classificação de acordo com a

metodologia do ILCD Handbook (JRC/IES, 2010) é “C – Accounting/Monitoring", as regras para

subdivisão de processos e multifuncionalidade são preferencialmente através de procedimentos de

substituição via expansão do sistema, mas independentemente da quantidade absoluta das co-funções

não requeridas que serão substituídas25

.

Fronteiras do Sistema

Nas figuras seguintes apresentam-se diagramas muito simplificados com as fronteiras dos sistemas de

gestão de resíduos urbanos de embalagens e resíduos não urbanos de embalagens e onde se

identificam os processos de foreground principais que foram considerados na análise, bem como alguns

processos de background e substâncias consumidas e emitidas para o ambiente.

25 Regras semelhantes aos de estudos classificados como “A - Micro-level decision support”.

Page 153: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 131

Figura 0.1 – Diagrama simplificado do Sistema de Gestão de Resíduos Urbanos de Embalagens

Figura 0.2 - Diagrama simplificado do Sistema de Gestão de Resíduos Não Urbanos de Embalagens

Page 154: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 132

Segundo uma perspetiva de gestão, os processos de foreground são aqueles que estão sobre a

influência direta do produtor do bem/serviço ou do seu consumidor ou aquele em que este tem

influência.

Para além dos processos de foreground, consideram-se ainda os processos de background associados

aos dois subsistemas. Os processos de background compreendem os processos que são operados como

parte do sistema mas que não estão sob o controlo direto ou influencia do produtor do bem ou serviço

ou do seu utilizador. No caso da modelação do tipo attributional tipicamente dizem respeito aos

fornecedores de 2ª linha e inferiores (JRC/IES, 2010), como por exemplo, os processos relacionados com

o fabrico de gasóleo que é utilizado como combustível na recolha de resíduos.

A avaliação constante do presente relatório foi efetuada com base em dados fornecidos pela SPV no que

respeita nomeadamente aos fluxos mássicos para reciclagem (origem, destino, materiais, etc.) e

características de algumas operações unitárias efetuadas pelos SMAUT (recolha seletiva de embalagens,

triagem, etc.).

Os restantes dados, com especial enfoque para os processos unitários de valorização/tratamento foram

modelados tendo em conta informação bibliográfica, sobretudo de artigos científicos e bases de dados

de dados ACV: Ecoinvent 2.2 e ELCD 2.0 e com base em informação proprietária da empresa 3 Drivers.

Por não existir informação suficiente para a realização da modelação, ficaram excluídos da análise os

seguintes itens:

Transporte de resíduos desde o local de produção até ao local de recolha em ecopontos,

ecocentros, etc.

Fabrico e manutenção dos ecopontos.

Fabrico e manutenção dos contentores de lixo.

Operação das estações de transferência.

Valorização orgânica em digestores anaeróbicos

Critérios de exclusão para Inclusão de Inputs e Outputs

Os critérios de inclusão para definir as quantidades de fluxos de materiais ou energia a incluir no âmbito

das fronteiras do sistema são os considerados no âmbito da ISO 14040, que são os seguintes:

Significância ambiental, ou seja, definir a inclusão das entradas que contribuem mais de uma

quantidade adicional definida em relação à quantidade estimada para o impacte ambiental

dos processos escolhidos inicialmente.

Massa, ou seja, definir a inclusão das entradas que cumulativamente contribuem mais de uma

percentagem definida da massa total de entradas do sistema de produto analisado.

Energia, ou seja, definir a inclusão das entradas que cumulativamente contribuem mais de

uma percentagem definida da energia total de entradas do sistema de produto analisado.

Os valores de cut-off que foram considerados inicialmente são 1% de relevância ambiental, 1% da

massa, 1% de energia e, por esta ordem, embora devido ao âmbito e objetivos do estudo, alguns

processos unitários que estão abaixo dos valores de cut-off foram considerados (e.g. gestão de resíduos

urbanos de embalagens de madeira, transporte de outros resíduos não especificados), desde que

existisse informação que permitisse a modelação.

Page 155: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 133

Critérios para a ICV

Representatividade Tecnológica

A informação específica sobre as tecnologias utilizadas nos processos associados ao SIGRE são as

seguintes:

Processos de foreground

o Tecnologias identificadas na gestão de resíduos de embalagens no SIGRE, quando

disponíveis.

o Tecnologias médias europeias para outros.

Processos de background.

o Tecnologias médias europeias.

Representatividade Geográfica

As fronteiras geográficas dos dados adotados a nível dos vários processos são referidas de seguida e

refletem as localizações específicas onde os processos ocorrem:

Processos de foreground

o Informação específica nacional, relacionada com a gestão de resíduos de embalagens

nas suas múltiplas vertentes (recolha, triagem, reciclagem, etc.), quando disponíveis

o Valores médios europeus ou de outros países europeus, quando dados nacionais não

estão disponíveis ou se consideram desajustados à realidade do SIGRE.

Processos de background

o Energia elétrica produzida e consumida no quadro do Sistema Elétrico Nacional (SEN)

e referente ao mix energético nacional.

o Restantes, valores médios europeus.

Representatividade Temporal

Processos de foreground.

o Informação sobre quantitativos geridos relativos a 2011.

o Restantes: variável, dependendo do tipo de informação específica compilada. Para

alguns processos, os dados mais recentes existentes são referentes a 2008.

Processos de background.

o Energia elétrica produzida no quadro do Sistema Elétrico Nacional (SEN) relativa ao

mix energético nacional de 2010.

o Restantes: variável, valores referentes à base de dados Ecoinvent 2.2 e ELCD 2.0,

sempre que possível que refletissem igualmente períodos temporais mais próximos do

período de referência (2011).

Integração da Eletricidade Produzida Externamente ao Sistema

A eletricidade consumida nas diversas operações associadas à gestão dos resíduos de embalagens no

SIGRE (e.g. em triagem, na reciclagem, etc.), corresponde ao mix de produção de eletricidade no quadro

do SEN, para o período mais recente para o qual foi possível caracterizar esse mix e toda a cadeia de

valor específica a montante, que foi o ano de 2010.

Page 156: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 134

De referir que se caracterizaram as várias tecnologias produtoras de eletricidade refletindo

concretamente os centros eletroprodutores existentes a nível nacional e as suas características (e.g.

centrais termoelétricas de gás natural – eficiências de conversão Ep-Ef, emissões de GEE, outras

emissões, etc.), bem como a tipificação da eletricidade importada de outros países, nomeadamente de

Espanha.

Cálculo dos créditos ambientais pela reciclagem e valorização dos resíduos de embalagens

Tendo em consideração a sua relevância para os resultados da avaliação, de seguida especificam-se em

detalhe os principais pressupostos utilizados relacionados com o cálculo dos créditos ambientais pela

reciclagem e valorização dos resíduos de embalagens:

Reciclagem:

o Com base em informação da SPV sobre os quantitativos encaminhados para

reciclagem no âmbito do SIGRE, por material.

o Considerando eficiências de reciclagem e rácios de substituição típicos, por material,

dependendo do tipo de reciclagem em questão (open route, open route com

downcycling, etc.) e constantes em artigos científicos publicados em revistas com peer

review.

o Consumos e emissões dos processos bibliográficos com base em dados bibliográficos e

constantes em artigos científicos publicados em revistas com peer review.

o Os produtos substituídos dizem respeito tipicamente ao produto principal que é

substituído e refletem as tecnologias de produção médias europeias.

Valorização orgânica:

o Com base em informação da SPV sobre os quantitativos efetivamente valorizados

organicamente (papel/cartão).

o Considerando eficiências de compostagem presentes na bibliografia.

o A substituição de fertilizantes foi estimada com base nos teores de K, P e N típicos.

Valorização energética (incineração e aterro):

o Com base em informação da SPV sobre os quantitativos efetivamente valorizados

energeticamente por material e estimativas próprias dos resíduos encaminhados para

aterro, quer diretamente, quer indiretamente.

o Considerando eficiências típicas constantes em processos médios europeus, corrigidos

quando possível com base em dados específicos nacionais. A este respeito utilizaram-

se os processos constantes na base de dados Ecoinvent 2.2 e ELCD 2.0.

o A eletricidade substituída diz respeito ao mix de eletricidade do SEN, referente a 2010.

Nas tabelas seguintes apresentam-se as principais características dos processos de reciclagem

modelados.

Page 157: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 135

Tabela 0.5 – Características dos processos de reciclagem

Ef. pré-processamento

(A)

Ef. Reprocessamento

(B)

Ef. Combinada de reciclagem

(A x B)

Material secundário

Material evitado Rácio de

substituição

Aço

Aço selectivo 1 0,84 0,84 Ferrous metals Pig iron 1

Escórias ferrosas

0,8 0,84 0,67 Ferrous metals Pig iron 1

Alu

mín

io Alumínio

selectivo 1 0,93 0,93 Aluminium ingot

Aluminium ingot from virgin aluminium

1

Escórias não ferrosas

0,95 0,93 0,88 Aluminium ingot Aluminium ingot from

virgin aluminium 1

Madeira 0,86 1 0,86 particle board Plywood 0,60

Pap

el/

Car

tão

Papel/cartão 0,86 1 0,86* Recovered cardboard

Cardboard from virgin pulp

0,83

ECAL 0,86 1 0,86 Recovered liquid carton packaging

board

Cardboard from virgin pulp

0,83

Plá

stic

os

EPS 0,8 0,9 0,72 Recycled EPS

lightweight soil Virgin EPS lightweight

soil 1

Filme plástico 0,8 0,9 0,72 Granules of LDPE Granules of LDPE from

virgin materials 0,81

Outros plásticos

0,8 0,9 0,72 Granules of PP Granules of PP from

virgin materials 0,81

PEAD 0,8 0,9 0,72 Granules of HDPE Granules of HDPE

from virgin materials 0,81

PET 0,8 0,76 0,61 Granules of PET Granules of PET from

virgin materials 0,81

Plásticos mistos

0,8 0,6 0,48 Outside furniture

blocks from recycled mixed

plastics

Outside furniture blocks from wood

1

Vidro 0,94 1 0,94 Glass cullet Glass from virgin

materials 1

BIBLIOGRAFIA Com base em Rigamonti et al. (2009), Rigamonti et al. (2009b), Rigamonti et al. (2010) e Pires et al. (2011) e base de dados

Eco-invent 2.2. ; * - cartão

Page 158: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 136

Tabela 0.6 – Consumos energéticos associados aos processos de reciclagem

Pré tratamento Fundição, produção, valorização

En. elétrica (kWh/t de

reciclado prod.)

En. térmica (MJ/t de reciclado

prod.)

Fonte de energia térmica

En. elétrica (kWh/t de

reciclado prod.)

En. térmica (MJ/t de reciclado

prod.)

Fonte de energia térmica

Aço

Aço selectivo - - - 600 - -

Escórias ferrosas

71 - - 600 - -

Alu

mín

io Alumínio

selectivo - - - 10 4040 gás natural

Escórias não ferrosas

69 845 gás natural 10 4040 gás natural

Madeira 36,0 - - 95 239 (fóssil) + 2147

(wood) -

Pap

el/

Car

tão

Papel/cartão - - - 7 15 gás natural

ECAL - - - 7 15 gás natural

Plá

stic

os

EPS 136 451 gasóleo 278 1840 gás natural

Filme plástico 136 451 gasóleo 278 1840 gás natural

Outros plásticos

136 451 gasóleo 278 1840 gás natural

PEAD 136 451 gasóleo 278 1840 gás natural

PET 136 451 gasóleo 278 1840 gás natural

Plásticos mistos

136 451 gasóleo 278 1840 gás natural

Vidro - 18,4 - - 5460 natural gas

BIBLIOGRAFIA Com base em Rigamonti et al. (2009b), com alterações de modo a refletir com mais propriedade a realidade nacional e

Eco-invent 2.2.

Considera-se que os pressupostos utilizados foram, em termos gerais, conservadores. No que concerne

à reciclagem, considerou-se que em certos materiais existiria downcycling, como por exemplo no

papel/cartão, dado que as fibras não podem ser recicladas “infinitamente”, sendo que teve-se

igualmente em consideração as eficiências de separação e de reciclagem efetiva. Por exemplo,

considerando as emissões de GEE evitadas por tipo de material, verifica-se que os resultados obtidos

com base nos pressupostos apresentados são, em termos gerais, mais baixos que os encontrados em

outros estudos.

Page 159: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 137

Tabela 0.7 – Emissões de GEE evitadas devido à reciclagem de vários materiais (t CO2 eq /t resíduo)

Notas: Um valor negativo indica uma emissão líquida de GEE.

No estudo realizado para o SIGRE, considerou-se incluído o transporte para os retomadores e que existe downcycling para alguns

materiais. Os valores apresentados dizem respeito aos resíduos urbanos de embalagens e refletem o cabaz de resíduos de plástico

(PET, PEAD, plásticos mistos, etc.) e papel/cartão (papel/cartão e ECAL); * Refletindo o “cabaz” de plásticos considerados nos

diversos estudos.

No que respeita aos impactes ambientais evitados pela produção de eletricidade na incineração e aterro

de resíduos de embalagens, considerou-se a substituição do mix de eletricidade do SEN e não da

tecnologia marginal, que neste caso seria o gás natural com ciclo combinado, que, por exemplo, a nível

das emissões de gases com efeito de estufa apresenta um maior impacte ambiental. Por exemplo, em

2010, em Portugal, estima-se que as emissões médias nacionais diretas e indiretas por esta tecnologia

ascenderam a 417 g/kWh de CO2 eq, que contrastam com as emissões de 263 g/kWh de CO2 eq

estimadas para o SEN26

(ver igualmente tabela seguinte relativamente aos fatores de emissão da

incineração dos vários materiais de embalagens). Deste modo, caso se tivesse considerado a

substituição do gás natural ao invés do mix de energia do SEN, o benefício ambiental do SIGRE passaria

de -116 kt Co2eq em 2011, para -131 kt Co2eq.

Tabela 0.8 – Emissões de GEE evitadas/produzidas devido à valorização energética de vários materiais (t CO2 eq evitadas/t resíduo)

Notas: Um valor negativo indica uma emissão líquida de GEE.

No estudo realizado para o SIGRE, os valores apresentados dizem respeito aos resíduos urbanos de embalagens e refletem o cabaz

de resíduos de plástico (PET, PEAD, plásticos mistos, etc.) e papel/cartão (papel/cartão e ECAL); * Refletindo o “cabaz” de plásticos

considerados nos diversos estudos e o mix de energia substituída.

Tratamento dos Bens de Capital

A análise realizada integra os bens de capital (e.g. fábricas, veículos de transporte, etc.) sempre que

disponível informação sobre estes bens.

26 Diretas e indiretas, considerando o mix de fontes de produção desse ano e as centrais nacionais. Apenas produção, não considerando perdas por transporte e distribuição.

Estudo Aço Alumínio Madeira Papel e Cartão

Plástico* Vidro

Estudo realizado SIGRE 0,98 10,7 0,21 0,21 0,71 0,44

PERSU II (MAOTDR (2007) 1,79 - 0,4 1,36 0,84

Prognos, IFEU, INFU (2008) 2,0 11,1 - 0,82 0,41 0,48

EPA (2006) 0,49 3,7 - 0,93-0,96 0,38-0,46 0,08

EPA Warm model (2012) 1,98 9,8 - 3,88 1,65 0,31

CEPA (2011) 1,7 14,0 - 1,3 1,1 - 2 0,25

Fluxo / Material (t) Aço Alumínio Madeira Papel e Cartão

Plástico* Vidro

Estudo realizado SIGRE -0,01 -0,02 0,08 0,09 -2,3 -0,01

EPA (2006) -0,01 -0,01 - -0,02 -0,56--0,77 -0,01

EPA Warm model (2012) 1,71 -0,06 - 0,54 -1,42 -0,06

Page 160: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 138

Análise de Risco e Aspetos Sociais

Os impactes ambientais devido a acidentes ou outros eventos pontuais não estão incluídos na ACV. Os

impactes sociais foram objeto de análise no estudo com base em outras metodologias (capítulos 5 e 6).

Critérios para a AICV

Categorias de Impacte, Métodos e Outros Aspetos

Na realização da AICV consideram-se, preferencialmente, 5 categorias de impacte ambientais,

nomeadamente:

Alterações Climáticas

Formação de Oxidantes Fotoquímicos

Acidificação Terrestre

Depleção de Recursos Hídricos

Depleção de Recursos Naturais

A avaliação do impacte nas referidas categorias foi realizada com base nos fatores de caracterização

estabelecidos no método ILCD 2011 Midpoint, versão 1.01 (de Setembro de 2012), do JRC, da Comissão

Europeia e que denotam, segundo estas entidades o melhor conhecimento científico atual acerca cada

uma das categorias de impacte. Neste contexto, na versão original do referido método, estão

contempladas 16 categorias de impacte ambiental.

Adicionalmente às categorias descritas anteriormente, para análise específica do balanço energético

associado a cada sistema e cenário, utilizou-se o método Cumulative Energy Demand, v. 1.08 (de 2010),

desagregando-se os resultados nas seguintes categorias:

Energia não renovável, fóssil

Energia não renovável, nuclear

Energia não renovável, biomassa

Energia renovável, biomassa

Energia renovável, vento, solar, geotérmica

Energia renovável, hídrica

Este método foi publicado pelo Swiss Centre for LCI no âmbito da base de dados Ecoinvent v.2.0 e

expandido pela Pre Netherlands para incluir outras matérias-primas existentes no Software Simapro 7.3.

O método não contempla fatores de normalização.

Para cada um dos métodos utilizados efetuaram-se os passos metodológicos obrigatórios segundo as

normas ISO 14040 e ISO 14044, nomeadamente a Classificação e a Caracterização de impactes. Foram

considerados todos os processos incluídos na definição das fronteiras dos sistemas, nomeadamente os

processos que se apresentam a seguir neste anexo na secção de Inventário de Ciclo de Vida.

Para qualquer dos métodos referidos, os resultados da AICV são apresentados tendo em conta os

seguintes aspetos:

Inclusão de bens de capital.

Exclusão das emissões de longo prazo (superiores a 100 anos).

Na avaliação realizada não se utilizaram elementos opcionais da AICV.

Page 161: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 139

Software Utilizado

Para o desenvolvimento da ACV, foi utilizado o Programa Simapro, da Pré Consultants, versão 7.3.3.

Comparação entre Sistemas de Produto

No presente relatório avaliou-se o total de resíduos de embalagens geridos pela SPV no âmbito do SIGRE

em 2011, tendo por base os diferentes destinos a que estes resíduos foram submetidos, tendo por base

nas informações prestadas pela SPV. A esta avaliação denominou-se cenário Baseline 2011.

Apenas para efeitos comparativos, estudaram-se dois cenários hipotéticos alternativos de gestão de

resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE (quer urbanos, quer não urbanos), que se denominaram

“Tudo a aterro” e “Tudo a incineração”, em que se avaliou o que seriam os impactes ambientais

associados à gestão dos resíduos de embalagens geridos pela SPV no âmbito do SIGRE em 2011. Os

principais pressupostos associados a cada um dos cenários são os seguintes:

Cenário “Tudo a aterro”. Considerou-se que todos os resíduos urbanos de embalagens seriam

recolhidos indiferenciadamente e encaminhados para aterro. No caso dos resíduos não

urbanos, estes seriam igualmente encaminhados para aterro.

Cenário “Tudo a incineração”. Considerou-se que todos os resíduos urbanos de embalagens

seriam recolhidos indiferenciadamente e encaminhados para incineração (mass burn). No caso

dos resíduos não urbanos, estes seriam igualmente encaminhados para aterro.

De realçar que a avaliação foi realizada para o mesmo cabaz e quantidades de resíduos que

efetivamente foram geridos em 2011 no âmbito do SIGRE gerido pela SPV e, tendo por base as mesmas

tecnologias, constituindo-se portanto “what-if scenarios” internos que pretendem avaliar os

benefícios/impactes da atual gestão de resíduos de embalagens no SIGRE face a cenários extremos da

sua configuração.

Na análise realizada não se teve em conta as implicações não lineares que tais cenários poderiam ter a

nível dos sistemas de background (e.g. construção de novos aterros, incineradores, etc.).

Modificações em Relação ao Âmbito Definido Inicialmente

Em relação ao âmbito definido inicialmente, não ocorreram alterações significativas em relação ao

equacionado inicialmente.

Inventário do Ciclo De Vida (ICV)

Procedimentos de Recolha de Dados

Os procedimentos de recolha de dados para construção das tabelas de inventário são apresentados na

tabela 0.7.

Page 162: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 140

Tabela 0.9 - Métodos de recolha de dados

Tipo de dados Métodos aplicáveis

Foreground Específicos do sistema em análise (dados SPV). Relatórios técnicos e outros documentos similares e estimativas periciais. Dados bibliográficos de referência, quando não existiam informações específicas.

Ligação foreground-background Foram utilizados sobretudo dados bibliográficos de referência.

Background Foram utilizados sobretudo dados bibliográficos de referência.

No âmbito destes métodos, para além da recolha dos dados em si, procedeu-se à recolha de

metainformação relacionada com esses dados, de modo a permitir averiguar da sua validade tendo em

conta os objetivos e o âmbito do estudo e ainda, estimar o seu grau de incerteza, para efeitos de análise

de sensibilidade.

Descrição Qualitativa e Quantitativa dos Processos Unitários

A descrição qualitativa e quantitativa dos processos unitários considerados no estudo apresenta-se de

seguida.

Resíduos Urbanos de Embalagens

Recolha Seletiva

Este processo unitário consiste na recolha de resíduos de embalagem depositados pelos produtores

individuais (porta-a-porta, ecopontos e ecocentros) e respetiva entrega nas estações de triagem. O fluxo

de referência utilizado foi 1 tonelada de resíduos recolhidos seletivamente.

Incluiu-se na análise o consumo de combustível associado à utilização dos veículos afetos à recolha dos

resíduos de embalagem depositados porta-a-porta, nos ecopontos e nos ecocentros. Foram ainda

considerados neste processo unitário os consumos associados ao fabrico e manutenção dos veículos de

recolha.

O consumo de combustível foi calculado com base em dados fornecidos pela SPV relativa aos vários

SMAUT com que tem contrato, sendo que estimou-se que o consumo associado à recolha seletiva de

embalagens representou no total 6,2 x 106 L, em 2011, ou seja, uma média de 15,7 L/t de resíduos

recolhidos.

A recolha mais eficiente estimada foi relativa ao vidro (6,1 L/t) e as menos eficientes dizem respeito aos

resíduos dos contentores amarelos (plástico, aço e alumínio), que se estimou em 41,2 L/t. Estes valores

foram usados em conjunto com os processos unitários de transporte existentes na base de dados

Ecoinvent 2.2. para caracterizar o perfil ambiental da recolha seletiva.

Excluiu-se da análise o transporte de resíduos de embalagem desde o seu local de produção até ao

exterior das habitações, ecopontos e ecocentros, de onde estes são recolhidos pelos SMAUT. Também

foram excluídos os processos de fabrico dos ecopontos e sua manutenção, bem como os consumos

associados à operação dos ecocentros.

Page 163: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 141

Recolha Indiferenciada

Este processo unitário consiste na recolha dos resíduos urbanos de embalagens através de recolha

indiferenciada, conjuntamente com os demais resíduos urbanos e sua entrega no respetivo destino

(incineração, tratamento mecânico ou aterro). O fluxo de referência utilizado foi 1 tonelada de resíduos

de embalagens recolhidos indiferenciadamente.

Incluiu-se na análise o consumo de combustível associado à utilização dos veículos afetos à recolha dos

resíduos indiferenciados depositados. Tal como na recolha seletiva, foram ainda considerados os

consumos associados ao fabrico dos veículos de recolha.

Para o cálculo do combustível utilizado não se consideram valores diferenciados por tipo de material,

tendo-se considerado apenas a alocação de transporte relativa aos resíduos de embalagens, uma vez

que os resíduos urbanos indiferenciados são constituídos por várias frações (e.g. orgânicos, embalagens,

finos, etc.).

Deste modo, o consumo de combustível considerado foi de 5,27 L/t (Santos, 2011, zona com

ecopontos), tendo-se estimado no total um consumo de 2,4 x 106 L em 2011. Estes valores foram usados

em conjunto com os processos unitários de transporte existentes na base de dados Ecoinvent 2.2., para

caracterizar o perfil ambiental da recolha indiferenciada.

Excluiu-se da análise o transporte de resíduos indiferenciados desde o seu local de produção até aos

locais onde estes são recolhidos. Foram igualmente excluídos da análise os consumos associados à

operação das estações de transferência e o transporte associado à entrega e recolha de resíduos destes

locais, quando existente por uma questão de otimização de logística. Finalmente, não se consideraram

igualmente os consumos associados ao fabrico e utilização dos contentores onde são depositados os

resíduos indiferenciados (contentores verdes).

Triagem

Este processo unitário consiste na triagem dos resíduos que chegam às estações de triagem por via da

recolha seletiva efetuada pelos SMAUT. O fluxo de referência utilizado foi 1 tonelada de resíduos

sujeitos a triagem.

Foram incluídos na análise os consumos relativos à operação das estações de triagem, nomeadamente,

de eletricidade, água, combustíveis e outros (e.g. óleos e lubrificantes e fita e arame para embalagem).

Deste modo, para o consumo de eletricidade e outros consumíveis utilizaram-se dados internos da SPV

e de Bovea (2006) e Pires et al. (2011). Esses valores foram desagregados por tipo de material, sendo

que no caso do vidro, uma vez que este material tipicamente não é encaminhado para as estações de

triagem, não se consideraram consumos associados à sua separação, apenas tendo-se considerado uma

eficiência de separação.

Neste contexto, em relação às eficiências, consideraram-se valores nacionais obtidos com base em

dados específicos de alguns SMAUT fornecidos pela SPV e ainda, no caso do vidro, em dados compilados

pelo projeto EIMPACK (Eimpack, 2011). Por falta de informação, não se consideraram valores

diferenciados para o aço, alumínio e plástico. Neste contexto, as eficiências de triagem consideradas

fora as seguintes: aço, alumínio e plástico - 76,9%, papel/cartão – 96,2%, vidro – 95%.

Page 164: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 142

Incineração

Operação de queima com recuperação de energia dos resíduos de embalagens que chegam às

instalações de incineração diretamente por via da recolha indiferenciada ou indiretamente através do

refugo que resulta dos processos de triagem ou do tratamento mecânico. O fluxo de referência utilizado

foi 1 tonelada de resíduo sujeito a incineração.

Para caracterizar esta operação consideraram-se processos unitários presentes na base de dados

Ecoinvent 2.2, para os vários materiais de embalagens.

Para além dos impactes ambientais da operação, consideraram-se os impactes evitados pela produção

de eletricidade, cuja modelação foi realizada com base no mix de produção do SEN (ver anteriormente

“Cálculo dos créditos ambientais pela reciclagem valorização dos resíduos de embalagens”).

Foi excluído o transporte para aterro do refugo resultante desta operação. Não foi igualmente analisado

o acréscimo de massa devido à oxidação do alumínio (escórias), nem a perda ligeira de massa no caso

das escórias dos resíduos inertes (e.g. vidro), ou as cinzas não queimadas no caso dos resíduos

valorizáveis. Finalmente, não foi igualmente considerado na análise o potencial de aproveitamento de

calor associado à operação de queima de resíduos, tendo-se apenas considerado a eletricidade

produzida.

Tratamento Mecânico

Operação unitária que consiste numa sequência de operações mecânicas de preparação dos resíduos

recolhidos indiferenciadamente para serem valorizados e eliminados. Após este processo de tratamento

mecânico, os resíduos são encaminhados para valorização orgânica, incineração ou aterro. O fluxo de

referência utilizado foi 1 tonelada de resíduos sujeita a tratamento mecânico.

Foram incluídos na análise o consumo de eletricidade e combustíveis associados à operação dos

equipamentos utilizados nesta operação. Excluíram-se do presente processo os consumos relativos à

operação de compostagem, sendo que esta é caracterizada no processo unitário como valorização

orgânica.

Reciclagem

Processo que consiste na receção dos resíduos recolhidos seletivamente e triados (retomas) e seu

aproveitamento como matéria-prima secundária em processos produtivos. O fluxo de referência

utilizado foi 1 tonelada de resíduo retomado.

Foi incluído na modelação deste processo unitário tanto o consumo de combustível associado ao

transporte das retomas desde o seu local de origem (e.g. triagem e incineração) até aos retomadores,

como todos os consumos associados ao fabrico e manutenção dos camiões utilizados na recolha, para

além dos consumos e emissões associados ao processo de reciclagem em si.

Finalmente, foi considerado na análise o benefício ambiental decorrente da substituição de recursos

naturais por recursos secundários (impactes evitados), tendo em conta os vários materiais de

embalagens.

Page 165: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 143

As principais características dos processos de reciclagem considerados estão referidas anteriormente

aquando da apresentação da forma de “Cálculo dos créditos ambientais pela reciclagem valorização dos

resíduos de embalagens”.

Valorização Orgânica

Processo unitário que consiste na receção dos resíduos provenientes do tratamento mecânico e sua

valorização orgânica para produção de composto. O fluxo de referência utilizado foi 1 tonelada de

resíduo valorizado organicamente, sendo que o único material de embalagem considerado na

valorização orgânica foi o papel/cartão.

Foram incluídos na análise os principais consumos associados à compostagem, bem como o transporte

do composto para o seu local de aplicação e, igualmente, os consumos associados ao fabrico e

manutenção dos camiões utilizados no transporte. Em termos dos primeiros, ou seja, do consumo de

eletricidade, combustível, água e material estruturante, consideraram-se os valores presentes em Pires

et al. (2010).

A nível dos impactes evitados, foi tido em conta o benefício ambiental associado à utilização do

composto em detrimento de fertilizante. Nesse aspeto, estes foram estimados com base em Rigamonti

et al. (2010) e Grosso et al. (2009).

Aterro

Processo de deposição dos resíduos em aterro com origem nos vários processos unitários referidos

anteriormente (e.g. recolha indiferenciada, incineração, refugos triagem e da reciclagem, etc.) . O fluxo

de referência utilizado foi 1 tonelada de resíduos depositados em aterro.

Para modelação consideraram-se os processos de deposição em aterros dos vários tipos de materiais

que estão presentes na base de dados ELCD 2.0, do JRC. Neste aspeto, consideraram-se os impactes

ambientais evitados resultantes da produção de eletricidade a partir do biogás de aterro, devido à

degradação do papel/cartão e madeira.

Na tabela seguinte apresenta-se o balanço de massas considerado para os principais processos unitários

da modelação do sistema urbano.

Page 166: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 144

Tabela 0.10 - Balanço de massas dos principais processos unitários considerados na modelação do Sistema Urbano (cenário Baseline 2011)

Processos unitários Aço Alumínio Madeira Papel e Cartão

Plástico Vidro Outros Total

1 Produção de RE 44.978 8.778 4.732 220.746 182.256 397.371 2.004 860.865

2 Recolha Seletiva 8.150 519 4.516 107.579 54.457 221.497 0 396.719

3 para triagem 8.150 519 4.516 107.579 54.457 221.497 0 396.719

3 Recolha Indiferenciada 36.828 8.259 215 113.167 127.799 175.874 2.004 464.146

5 Para incineração 9.201 354 194 23.546 30.386 62.201 957 126.839

6 Para TMB 8.783 1.970 21 25.911 13.475 57.709 782 108.650

9 Para aterro 18.844 5.935 0 63.710 83.938 55.965 265 228.656

4 Triagem 8.150 519 4.516 107.579 54.457 221.497 0 396.719

5 Refugo para incineração 543 37 0 1.221 10.399 2.729 0 14.928

7 Retomas da recolha seletiva 6.267 399 4.516 103.491 41.878 210.422 0 366.974

9 Refugo para aterro 1.340 83 0 2.867 2.181 8.346 0 14.817

5 Incineração 9.744 391 215 27.105 42.715 64.929 957 146.057

5 Valorização energética 0 0 215 27.105 42.715 0 0 70.036

7 Retomas da incineração

(escórias) 9.744 391 0 0 0 0 0 10.135

9 Refugo para aterro 0 0 0 0 0 64.929 957 65.886

6 TMB 8.783 1.970 21 25.911 13.475 57.709 782 108.650

Refugo para incineração 0 0 21 2.338 1.930 0 0 4.289

Retomas do PTC (TM) 2.665 50 0 1.415 6.055 0 0 10.186

Valorização orgânica 0 0 0 5.401 0 0 0 5.401

Refugo para aterro 6.118 1.920 0 16.756 5.490 57.709 782 88.775

7 Reciclagem 18.676 840 4.516 104.907 47.933 210.422 0 387.295

8 Valorização orgânica 0 0 0 5.401 0 0 0 5.401

9 Aterro 26.302 7.938 0 83.333 91.608 186.949 2.004 398.133

Resíduos Não Urbanos de Embalagens

Reciclagem

Os processos de reciclagem considerados são idênticos aos modelados no sistema urbano, com a

exceção do transporte dos resíduos de embalagens, que foi estimado especificamente tendo em conta a

origem dos resíduos e seus destinos, pelo que divergem dos estimados para o caso das retomas dos

resíduos urbanos.

Incineração

Este processo apenas foi considerado em termos de análise de cenários.

Page 167: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 145

Aterro

Processo unitário idêntico ao descrito para os resíduos de embalagem urbanos.

Tabela 0.11 - Balanço de massas dos principais processos unitários considerados na modelação do Sistema Não Urbano (cenário Baseline 2011)

Processos unitários Aço Alumínio Madeira Papel e Cartão

Plástico Vidro Outros Total

11 Produção de RE 30.294 503 49.769 216.895 25.840 13.016 505 336.823

15 Incineração 0 0 0 0 0 0 0 0

17 Reciclagem 30.294 503 38.013 216.895 25.840 6.736 0 318.281

19 Aterro 0 0 11.757 0 0 6.280 505 18.542

Fontes Bibliográficas

Em termos de fontes de informação, os dados para os processos de foreground do sistema analisado

tiveram, sempre que possível, como proveniência a SPV, enquanto que para a compilação de dados

genéricos (background) utilizou-se de preferência bases de dados de ACV ou outra informação

bibliográfica com carácter científico (tabela 0.10).

Tabela 0.12 - Fontes de informação

Tipo de processos Fontes de informação

Foreground SPV Outras fontes genéricas para lacunas de dados Dados bibliográficos

Ligação foreground-background Dados bibliográficos

Background

Fontes principais: Ecoinvent 2.2 ELCD 2.0 Outras bases de dados de LCA Revistas científicas

Procedimentos de Cálculo

Os consumos e as emissões utilizadas nos vários processos unitários dos sistemas urbano e eXtra-urbano

são valores médios estimados para as diversas operações de gestão de resíduos urbanos (recolha,

tratamento, valorização, etc.), tendo por base a informação disponível. Neste sentido, sempre que

possível foram utilizados dados específicos das diversas empresas associadas do SIGRE para a obtenção

das estatísticas médias descritivas dessas operações, por exemplo através de cálculo de médias

ponderadas pela quantidade de resíduos processados.

Page 168: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 146

Validação dos Dados

Aquando da recolha de dados, foi compilada informação para indicar se os dados eram provenientes de

medições, calculados, estimados ou resultantes da modelação, para além de serem dados de uma fonte

ou valores médios de várias medições/estimativas/locais. Os dados compilados através de informações

fornecidos pela SPV foram pré-avaliados com esta entidade, sendo que a equipa de ACV realizou ela

própria uma avaliação desses dados, nomeadamente comparando-os com informação bibliográfica,

quando disponível.

Análise de Sensibilidade para Refinação das Fronteiras do Sistema

Em relação às fronteiras do sistema, como referido anteriormente, não foram considerados os seguintes

processos:

Produção de resíduos

o Encaminhamento dos resíduos para os seus locais de recolha (ecopontos, ecocentros,

etc.).

Recolha de resíduos

o Infraestrutura de recolha (contentores) e sua manutenção.

o Centrais de transferência de resíduos

Valorização orgânica

o Valorização por digestão anaeróbica

No entanto, tendo por base os processos incluídos na análise, bem como os fluxos de massa dos

diversos circuitos de gestão e os resultados ambientais obtidos, verificou-se que os processos mais

importantes foram contemplados na análise, no contexto do âmbito e objetivos estabelecidos para o

estudo.

Substituição Específica ou Procedimentos de Alocação para Processos Multifuncionais

No inventário de ciclo de vida realizado evitou-se sempre que possível a utilização de procedimentos de

alocação e, igualmente, de substituição específica. Estes quando ocorreram foram marginais e em

processos pouco relevantes em termos do balanço ambiental do SIGRE. Por exemplo, em termos do

consumo de eletricidade proveniente do SEN, na desagregação da origem Produção em Regime Especial

(PRE) - Térmica através da combustão de gás natural em co-geração, que produz como co-produtos a

eletricidade e o calor, utilizou-se o processo "natural gas, burned in power plant/MJ/UCTE" da base de

dados Ecoinvent 2.2, adaptado à realidade Portuguesa. Neste processo realizou-se a expansão das

fronteiras do sistema de modo a contemplar a produção de calor, tendo-se considerado como “avoided

product” o calor gerado, modelado com o processo “Heat, natural gás at industrial furnace > 100kW /

ReR U” dado ser funcionalmente equivalente à co-função do sistema em análise.

Em relação ao referido, excetua-se obviamente a expansão das fronteiras do sistema relacionada com

os impactes ambientais evitados pela substituição material e energética que ocorre nos processos de

valorização de resíduos, que foi já referida.

Page 169: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 147

Tabela de Inventário

Em anexo próprio é apresentada a Tabela de Inventário do SIGRE, para o cenário Baseline 2011.

Avaliação de Impactes no Ciclo De Vida (AICV)

Considerações Iniciais

A avaliação constante do presente relatório foi efetuada com base em dados fornecidos pela SPV no que

respeita nomeadamente aos fluxos mássicos para reciclagem (origem, destino, materiais, etc.) e

características de algumas operações unitárias efetuadas pelos SMAUT (recolha seletiva de embalagens,

triagem, etc.). Os restantes dados, com especial enfoque para os processos unitários de

valorização/tratamento foram modelados tendo em conta informação bibliográfica, sobretudo de

artigos científicos e bases de dados de dados ACV: Ecoinvent 2.2 e ELCD 2.0 e com base em informação

proprietária da empresa 3 Drivers.

Finalmente, é de realçar que os resultados ambientais apresentados têm em conta o seguinte:

Exceto informação em contrário, são relativos a resultados por unidade funcional do estudo ou

seja, consideram-se a soma dos impactes diretos e indiretos.

Refletem o cenário Baseline 2011 e, quando especificado, os cenários “Tudo a aterro” e “Tudo

a incineração”.

Contabilizam não só o impacte ambiental gerado mas igualmente o crédito ambiental obtido

pela reciclagem e valorização orgânica das embalagens e produção de energia elétrica por

incineração e aterro (recuperação de biogás).

Métodos Utilizados

Na realização da AICV consideram-se, preferencialmente, 5 categorias de impacte ambientais,

nomeadamente:

Alterações Climáticas.

Formação de Oxidantes Fotoquímicos.

Acidificação Terrestre.

Depleção de Recursos Hídricos.

Depleção de Recursos Naturais.

A avaliação do impacte nas referidas categorias foi realizada com base nos fatores de caracterização

estabelecidos no método ILCD 2011 Midpoint, versão 1.01 (de Setembro de 2012), do JRC, da Comissão

Europeia e que denotam, segundo estas entidades o melhor conhecimento científico atual acerca cada

uma das categorias de impacte.

Adicionalmente às categorias descritas anteriormente, para análise específica do balanço energético

associado a cada sistema e cenário, utilizou-se o método Cumulative Energy Demand (CED), v. 1.08 (de

2010), desagregando-se os resultados nas seguintes categorias:

Energia não renovável, fóssil

Energia não renovável, nuclear

Page 170: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 148

Energia não renovável, biomassa

Energia renovável, biomassa

Energia renovável, vento, solar, geotérmica

Energia renovável, hídrica

Para cada um dos métodos utilizados efetuaram-se os passos metodológicos obrigatórios segundo as

normas ISO 14040 e ISO 14044, nomeadamente a Classificação e a Caracterização de impactes. Foram

considerados todos os processos incluídos na definição das fronteiras dos sistemas, nomeadamente os

processos que se apresentam no capítulo 4 e 5.

Elementos Opcionais da AICV

Na avaliação realizada não se utilizaram elementos opcionais da AICV.

Processos Excluídos da Análise

Ver secção “Fronteiras do sistema”.

Apresentação dos resultados

Os resultados da análise apresentam-se no capítulo 3 divididos pelos dois subsistemas da SPV:

Sistema de gestão de resíduos urbanos de embalagens.

Sistema de gestão de resíduos não urbanos de embalagens (sistema eXtra-Urbano)

Foram igualmente produzidos resultados globais, que conjugam os resultados de cada subsistema.

Para cada subsistema de resíduos de embalagens apresentam-se os resultados por tipo de processo de

gestão de resíduos e por tipo de material.

Para comparação entre opções de gestão de resíduos, foram calculados ainda os impactes ambientais

resultantes da operação dos cenários alternativos ao Baseline do SIGRE: Tudo a aterro e Tudo para

incineração, já referido anteriormente neste anexo.

Considerações finais

Limitações dos Resultados da AICV e conclusões para a revisão/aprofundamento da avaliação

Como referido anteriormente, os resultados apresentados refletem o sistema em análise ou seja o

funcionamento do SIGRE em 2011 e os pressupostos e dados compilados tendo em conta o âmbito e

objetivos do estudo. Por outro lado, refletem as categorias de impacte identificadas.

Page 171: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 149

Relação entre os Resultados da AICV e os Objetivos e Âmbito do Estudo

A análise realizada encontra-se em geral de acordo com o inicialmente previsto, a indisponibilidade de

alguns dados não inviabilizou a utilização dos resultados da AICV para os objetivos propostos,

nomeadamente:

1. Produzir informação sobre o desempenho ambiental da gestão de embalagens no âmbito

do SIGRE, considerando as principais entradas (recursos e energia) e saídas (emissões e

resíduos) por unidade funcional definida.

2. Verificar quais os aspetos (processos unitários, materiais, etc.) mais relevantes em termos de

impacte ambiental, no contexto da gestão de resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE.

Relação dos Resultados da AICV e os Resultados de ICV

Os impactes resultantes da gestão do SIGRE em 2010 decorrem do consumo de um conjunto alargado

de substâncias e variam grandemente de categoria para categoria de impacte, mesmo assim é possível

salientar as principais substâncias consumidas geradoras de impacte ambiental. Desta forma, pode

dizer-se que, em termos gerais, as substâncias consumidas nos processos do SIGRE 2011 que geram

impacte ambiental são:

Petróleo utilizado para o fabrico de combustíveis não renováveis utilizados na recolha seletiva e

indiferenciada de resíduos.

Carvão consumido indiretamente na produção de eletricidade consumida nos processos de

Triagem, Incineração, Tratamento mecânico, Reciclagem, Valorização orgânica e deposição em

Aterro.

Gás natural consumido indiretamente para produção de eletricidade consumida nos processos

de Triagem, Incineração, Tratamento mecânico, Reciclagem, Valorização orgânica e deposição

em Aterro.

Emissões de GEE resultantes da incineração e aterro de resíduos, nomeadamente de CO2 e CH4

devido, respetivamente, à incineração de plásticos e ao aterro de papel/cartão.

A nível dos impactes evitados, a principal origem destes diz respeito à substituição material induzida

pela reciclagem dos resíduos de embalagens, de acordo com os vários materiais.

Interpretação dos Resultados

Identificação das Questões Significativas

A identificação das questões significativas é realizada no capítulo 3 do estudo, tendo por base uma

análise de pareto aos resultados obtidos.

Page 172: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 150

Controlo de Integralidade

Para a elaboração do presente relatório foi efetuada uma análise prévia de integralidade, sendo que,

como referido anteriormente, existem alguns processos que não foram incluídos na análise,

nomeadamente os relacionados com a origem dos resíduos de embalagem. Apesar disto, tendo por

base as informações disponíveis, bem como a informação bibliográfica recolhida, os principais

processos, tanto em termos de fluxos mássicos e energéticos, como de relevância ambiental, foram

incluídos na análise.

Controlo de Coerência

Na preparação do presente relatório realizou-se uma análise prévia de coerência de acordo com o

âmbito e objetivos do estudo definidos inicialmente, desta concluiu-se que o estudo corresponde, em

termos gerais, com o previsto.

Assim, tanto os cálculos e como a modelação efetuada para os principais processos da ACV são

coerentes e consistentes com os objetivos e o âmbito definidos inicialmente.

Análise e Controlo de Sensibilidade

Num projeto como o presente, fazer uma análise de sensibilidade significaria avaliar a influência de

alguns pressupostos assumidos e, deste modo, verificar se as informações obtidas são suficientes para

se alcançarem conclusões e efetuarem recomendações. Tendo em conta a fiabilidade da

metainformação associada aos dados utilizados na presente análise, definiu-se que seria feita uma

análise da sua incerteza mas não uma análise e controlo de sensibilidade. A análise de incerteza

realizada encontra-se no ponto seguinte.

Adicionalmente, dado que no decorrer dos trabalhos associados ao presente projeto houve a

necessidade de estabelecer e analisar dois cenários alternativos de funcionamento do SIGRE (aterro e

incineração), esta análise constituiu per si uma análise de sensibilidade aos resultados obtidos no

cenário baseline.

Análise de Incerteza

Foi feita uma análise de incerteza ao cenário baseline de funcionamento do SIGRE, tendo por base a

metodologia estabelecida pela base de dados Ecoinvent 2.2, também conhecida como “pedigree

matrix”.

Nesta metodologia, a estimativa da incerteza associada a um processo faz-se de acordo com a

metainformação associada aos dados, utilizando para isso a expressão abaixo expressa (Frischknecht, et

al., The ecoinvent Database: Overview and Methodological Framework, 2005).

Page 173: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 151

Equação 1 – Cálculo da incerteza associada aos dados

Estimada a incerteza associada a cada parâmetro utilizado na simulação, bem como a sua distribuição

estatística associada, com base no método de Monte Carlo efetuou-se um conjunto de simulações

sistemáticas para análise de incerteza, introduzindo variações nos parâmetros de entrada de acordo

com o grau de incerteza existente nos dados.

Tabela 0.13 - Análise de incerteza ao cenário baseline do SIGRE

Categoria de impacte Unidade Baseline () [2,5% - 97,5%]

Alterações Climáticas kg CO2 eq -1,18E+08 -2,18+08 -3,86E+07

Formação de oxidantes fotoquímicos kg NMVOC eq -1,33E+06 -1,80E+06 -9,68E+05

Acidificação molc H+ eq -2,81E+06 -3,52E+06 -2,26E+06

Depleção de recursos hídricos m3 água eq -6,93E+05 -8,81E+05 -5,47E+05

Depleção recursos naturais kg Sb eq -3,73E+01 -5,30E+01 -2,56E+01

Page 174: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 152

Figura 0.3 - Análise de incerteza ao cenário baseline do SIGRE (Caracterização)

NOTA: A verde claro representa-se o intervalo dos resultados encontrados. Com um ponto representa-se o valor esperado.

Pela análise da figura 0.3 pode concluir-se que nas categorias de impacte consideradas, tendo em conta

o cenário baseline de funcionamento do SIGRE, a incerteza dos dados não influência o “sinal” desse

balanço, assim, a conclusão de que o SIGRE apresenta um desempenho ambiental favorável não é

afetada pela incerteza associada aos dados.

Pressupostos e Limitações

Em termos dos principais pressupostos e limitações, de salientar o seguinte:

Na análise consideraram-se não só os impactes associados à recolha, triagem, transporte,

tratamento e valorização dos referidos resíduos, mas igualmente os impactes ambientais

evitados através da substituição de materiais primários por materiais secundários e energia

obtidos dos processos de valorização (avoided impacts).

O cabaz de resíduos em análise (ver unidade funcional do estudo) foi o relativo a 2011 no

SIGRE.

Page 175: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 153

Os fluxos mássicos dos sistemas de gestão de resíduos urbanos e não urbanos de embalagens

dizem respeito, a nível das operações de valorização, a dados fornecidos especificamente pela

SPV (resíduos encaminhados para reciclagem, resíduos valorizados energeticamente, etc.). Ao

nível dos fluxos de recolha seletiva, indiferenciada e encaminhamento direto para aterro,

recorreu-se a estimativas com base em diversas fontes de dados, de forma coerente e

respeitando-se a regra de conservação de massa no sistema.

Não se consideram os efeitos que potenciais contaminantes dos resíduos de embalagens

podem ter a nível da valorização dos resíduos, sobretudo no sistema urbano (e.g. orgânicos,

humidade), estando apenas de alguma forma este aspeto considerado a nível das eficiências de

separação e valorização consideradas (e.g. reciclagem).

Na análise utilizaram-se valores médios estimados para as várias operações de gestão de

resíduos no âmbito do SIGRE, não se tendo avaliado especificamente o panorama associado à

gestão de resíduos de embalagens numa dada área geográfica, sendo que os processos

unitários utilizados podem variar de sistema para sistema (e.g. não existência de tratamento

mecânico ou valorização orgânica).

Alguns dos dados utilizados para caracterizar os processos de foreground foram obtidos da

bibliografia, devido às lacunas de dados existentes. Para minimizar esta limitação utilizaram-se

preferencialmente dados publicados em jornais com peer review e consideram-se cenários

conservativos, por exemplo no que concerne aos impactes evitados, como é exemplo o

pressuposto da substituição do mix de eletricidade do SEN pela eletricidade produzida na

incineração de resíduos de embalagens de plástico.

Consideram-se 6 categorias de impacte, que foi as que se consideraram mais relevantes tendo

em conta o âmbito e objetivos do estudo, pelo que não se avaliou a totalidade dos aspetos

ambientais associados à gestão de resíduos de embalagens.

Os resultados e conclusões apresentadas no capítulo 3 e 6 referem-se ao cenário Baseline 2011

avaliado e, como tal, refletem entre outros, os pressupostos acima referidos.

Após a avaliação realizada e os resultados obtidos, de referir que se considera que os pressupostos e

limitações enunciadas não colocam em causa a validade do estudo face aos seus objetivos e âmbito.

No entanto, de salientar que a comparação com outros estudos mais específicos, com uma vertente

mais vertical (e.g. avaliação do fim de vida das embalagens de PET, desempenho ambiental de um

sistema regional de gestão de resíduos, etc.) ou a generalização dos resultados para outras situações

fora dos objetivos formulados (e.g. para efeitos de definição de metas de reciclagem, etc.) deve ser

realizada com as devida parcimónia e ressalvas.

Conclusões e Recomendações

As principais conclusões face aos objetivos e âmbito do trabalho são realizados no capítulo 3 e 6 do

presente relatório.

Em relação às recomendações para trabalhos futuros, apresentam-se, por exemplo, as seguintes ideias.

Compilar-se uma maior quantidade de informação sobre os processos de valorização dos

resíduos de embalagens existentes em Portugal, com especial incidência na sua reciclagem, por

exemplo em termos de:

o Produtos substituídos

o Eficiências de reciclagem

o Consumos energéticos e de outros materiais e emissões para a natureza

Page 176: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 154

Atualizar a informação relativa aos fluxos de massa e consumos específicos dos processos

associados à recolha e tratamento de resíduos de embalagens, aumentando a sua abrangência

para a totalidade dos SMAUT existentes (e.g. eficiências de triagem, consumos de combustíveis

na recolha seletiva, etc.).

Realizar a análise comparativa dos impactes e benefícios associados a cada área geográfica com

base em dados específicos que reflitam a realizada de cada SMAU, estabelecendo o seu ranking

e avaliando os aspetos fulcrais a melhorar em cada sistema.

Page 177: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 155

Anexo B - TABELA DE INVENTÁRIO DO SIGRE

Calculation: Analisar

Results: Inventário

Product: 1 p RE todos os materiais (of project SPV - Baseline)

Método: ILCD 2011 Midpoint (v1.01)

Indicador: Inventário

Unidade: ?

Compartimento: Todos os compartimentos

Per sub-compartment: N.º

Default units: N.º Excluir processos de infra-

estrutura: N.º Excluir emissões de longo

prazo: Sim

Sorted on item: Substância

Sort order: Ascendente

N.º Substância Compartimento Unidade Totalt

1 1-Butanol Ar kg -0,00157

2 1-Butanol Água kg -0,37645

3 1-Pentanol Ar kg -0,29348

4 1-Pentanol Água kg -0,70439

5 1-Pentene Ar kg -0,22179

6 1-Pentene Água kg -0,5323

7 1-Propanol Ar kg -2,06442

8 1-Propanol Água kg -0,94412

9 1,4-Butanediol Ar kg -0,01131

10 1,4-Butanediol Água kg -0,00452

11 2-Aminopropanol Ar kg -0,00209

12 2-Aminopropanol Água kg -0,00503

13 2-Butene, 2-methyl- Ar kg -4,92E-05

14 2-Methyl-1-propanol Ar kg -0,50645

15 2-Methyl-1-propanol Água kg -1,21547

16 2-Methyl-2-butene Água kg -0,00012

17 2-Nitrobenzoic acid Ar kg -0,00017

18 2-Propanol Ar kg -21,1385

19 2-Propanol Água kg -0,00077

20 2,4-D Solo kg -18,8552

21 4-Methyl-2-pentanone Água kg -4,21E-05

22 Acenaphthene Ar kg -0,00027

23 Acenaphthene Água kg 0,012251

24 Acenaphthylene Água kg 0,008764

25 Acetaldehyde Ar kg 889,7328

26 Acetaldehyde Água kg -7,81994

27 Acetic acid Ar kg -2730,26

28 Acetic acid Água kg -39,145

Page 178: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 156

29 Acetone Ar kg 856,795

30 Acetone Água kg -0,96518

31 Acetonitrile Ar kg -56,2076

32 Acetonitrile Água kg -0,00205

33 Acetyl chloride Água kg -0,55336

34 Acidity, unspecified Ar kg 0,001376

35 Acidity, unspecified Água kg -1077,42

36 Aclonifen Solo kg -0,79494

37 Acrolein Ar kg -0,0894

38 Acrylate, ion Água kg -0,12948

39 Acrylic acid Ar kg -0,05471

40 Acrylonitrile Água kg 0,000319

41 Actinides, radioactive, unspecified Ar Bq -36330,2

42 Actinides, radioactive, unspecified Água Bq -4994316

43 Aerosols, radioactive, unspecified Ar Bq -804877

44 Air Matéria prima kg 1,48E+08

45 Aldehydes, unspecified Ar kg -2,44162

46 Aldrin Solo kg -0,00141

47 Aluminium Ar kg -13652,1

48 Aluminium Água kg -1226,85

49 Aluminium Solo kg -6457,4

50 Aluminium, 24% in bauxite, 11% in crude ore, in ground Matéria prima kg -1677745

51 Americium-241 Água Bq 57443,61

52 Ammonia Ar kg -77333

53 Ammonia Água kg 24114,94

54 Ammonia Solo kg 145154,8

55 Ammonium carbonate Ar kg -0,30211

56 Ammonium, ion Ar kg 9,84E-05

57 Ammonium, ion Água kg -4920,9

58 Anhydrite, in ground Matéria prima kg -200,594

59 Aniline Ar kg -1,0587

60 Aniline Água kg -2,54096

61 Anthracene Ar kg 0,000305

62 Anthracene Água kg 0,006806

63 Anthranilic acid Ar kg -0,00013

64 Antimony Ar kg -17,6372

65 Antimony Água kg 581,6109

66 Antimony Solo kg -20,5271

67 Antimony-122 Água Bq -2031,55

68 Antimony-124 Ar Bq 15,10267

69 Antimony-124 Água Bq -960809

70 Antimony-125 Ar Bq -52,5863

71 Antimony-125 Água Bq -1116009

72 AOX, Adsorbable Organic Halogen as Cl Água kg 24173,84

73 Argon-41 Ar Bq -9,5E+07

74 Arsenic Ar kg -50,1228

Page 179: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 157

75 Arsenic Solo kg -9,86621

76 Arsenic trioxide Ar kg 1,39E-06

77 Arsenic, ion Água kg -193,585

78 Arsine Ar kg 0,000115

79 Atrazine Solo kg -0,00037

80 Barite Água kg -7792,53

81 Barite, 15% in crude ore, in ground Matéria prima kg -148303

82 Barium Ar kg 5,208487

83 Barium Água kg -1857,21

84 Barium Solo kg -887,89

85 Barium-140 Ar Bq -3420,69

86 Barium-140 Água Bq -8899,21

87 Basalt, in ground Matéria prima kg -84504,1

88 Benomyl Solo kg -0,1202

89 Bentazone Solo kg -0,4057

90 Benzal chloride Ar kg -7,09E-09

91 Benzaldehyde Ar kg -0,04065

92 Benzene Ar kg -3121,92

93 Benzene Água kg -1513,39

94 Benzene, 1-methyl-2-nitro- Ar kg -0,00015

95 Benzene, 1,2-dichloro- Ar kg -0,49427

96 Benzene, 1,2-dichloro- Água kg -3,59333

97 Benzene, 1,3,5-trimethyl- Ar kg 1,06E-06

98 Benzene, chloro- Água kg -49,7589

99 Benzene, ethyl- Ar kg 108,0525

100 Benzene, ethyl- Água kg -49,0682

101 Benzene, hexachloro- Ar kg 0,130123

102 Benzene, pentachloro- Ar kg 0,337312

103 Benzo(a)anthracene Ar kg 0,000153

104 Benzo(a)anthracene Água kg 0,005613

105 Benzo(a)pyrene Ar kg -6,87395

106 Benzo(b)fluoranthene Ar kg 0,000274

107 Benzo(b)fluoranthene Água kg 0,00622

108 Benzo(g,h,i)perylene Ar kg 0,000137

109 Beryllium Ar kg -0,0746

110 Beryllium Água kg -0,44249

111 Biomass, feedstock Matéria prima MJ -30895

112 BOD5, Biological Oxygen Demand Água kg -703073

113 Borate Água kg -53,5053

114 Borax, in ground Matéria prima kg -3,63867

115 Boron Ar kg -708,792

116 Boron Água kg -696,736

117 Boron Solo kg -59,6679

118 Boron trifluoride Ar kg -8,73E-09

119 Bromate Água kg -180,566

120 Bromide Água kg -2770,43

Page 180: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 158

121 Bromide Solo kg 13,1703

122 Bromine Ar kg -188,637

123 Bromine Água kg 1410,466

124 Bromine, 0.0023% in water Matéria prima kg -3291,61

125 Butadiene Ar kg -0,18971

126 Butane Ar kg -1076,16

127 Butene Ar kg -42,0954

128 Butene Água kg -0,5871

129 Butyl acetate Água kg -0,48457

130 Butyrolactone Ar kg -0,00033

131 Butyrolactone Água kg -0,00079

132 Cadmium Ar kg -28,586

133 Cadmium Água kg 1,096095

134 Cadmium Solo kg -7,71756

135 Cadmium, 0.30% in sulfide, Cd 0.18%, Pb, Zn, Ag, In, in ground Matéria prima kg 107,8363

136 Cadmium, ion Água kg -16,7899

137 Calcite, in ground Matéria prima kg -2,1E+07

138 Calcium Ar kg -11765

139 Calcium Solo kg 510702,6

140 Calcium chloride Matéria prima kg 8,66E-06

141 Calcium fluoride waste Resíduo kg 5,501584

142 Calcium, ion Água kg -414605

143 Carbetamide Solo kg -8,12899

144 Carbofuran Solo kg -65,9

145 Carbon Solo kg -42640

146 Carbon-14 Ar Bq -

3,01E+09

147 Carbon-14 Água Bq 2907904

148 Carbon dioxide, biogenic Ar kg -

1,60E+08

149 Carbon dioxide, fossil Ar kg -

1,67E+08

150 Carbon dioxide, in air Matéria prima kg -

5,34E+08

151 Carbon dioxide, land transformation Ar kg 58089429

152 Carbon disulfide Ar kg -688,74

153 Carbon disulfide Água kg -33,684

154 Carbon monoxide, biogenic Ar kg -98290,1

155 Carbon monoxide, fossil Ar kg -1481412

156 Carbon, in organic matter, in soil Matéria prima kg -83237,9

157 Carbonate Água kg -593,417

158 Carboxylic acids, unspecified Água kg -9036,96

159 Cerium-141 Ar Bq -829,251

160 Cerium-141 Água Bq -3558,06

161 Cerium-144 Água Bq -1083,2

162 Cesium Água kg -2,06771

163 Cesium-134 Ar Bq 15917,26

164 Cesium-134 Água Bq 1875289

165 Cesium-136 Água Bq -631,484

Page 181: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 159

166 Cesium-137 Ar Bq 31895,83

167 Cesium-137 Água Bq -

5,49E+08

168 Chemical waste, inert Resíduo kg -1773,18

169 Chemical waste, regulated Resíduo kg -164366

170 Chemical waste, unspecified Resíduo kg -2638,48

171 Chloramine Ar kg -1,03094

172 Chloramine Água kg -9,19911

173 Chlorate Água kg -1666,99

174 Chloride Ar kg 3,895531

175 Chloride Água kg -1994745

176 Chloride Solo kg 215954,8

177 Chlorinated solvents, unspecified Água kg -0,92482

178 Chlorine Ar kg -752,69

179 Chlorine Água kg 33,67286

180 Chloroacetic acid Ar kg -0,34737

181 Chloroacetic acid Água kg -81,2003

182 Chloroacetyl chloride Água kg -0,0067

183 Chloroform Ar kg -1,65623

184 Chloroform Água kg -0,29862

185 Chlorosilane, trimethyl- Ar kg -0,04339

186 Chlorosulfonic acid Ar kg -0,00299

187 Chlorosulfonic acid Água kg -0,00746

188 Chlorothalonil Solo kg -7871,99

189 Chromium Ar kg -327,929

190 Chromium Água kg 17,82261

191 Chromium Solo kg 13,4405

192 Chromium-51 Ar Bq -53,1372

193 Chromium-51 Água Bq -1354288

194 Chromium VI Ar kg -7,27843

195 Chromium VI Água kg -292,733

196 Chromium VI Solo kg -78,3376

197 Chromium, 25.5% in chromite, 11.6% in crude ore, in ground Matéria prima kg -80768,3

198 Chromium, in ground Matéria prima kg 4,253367

199 Chromium, ion Ar kg 0,000412

200 Chromium, ion Água kg -61,7608

201 Chromium, ion Solo kg 4,36E-06

202 Chrysene Ar kg 0,000377

203 Chrysene Água kg 0,031678

204 Chrysotile, in ground Matéria prima kg -34,2447

205 Cinnabar, in ground Matéria prima kg -3,20011

206 Clay, bentonite, in ground Matéria prima kg -648354

207 Clay, unspecified, in ground Matéria prima kg 15827306

208 Coal, brown, in ground Matéria prima kg -2,3E+07

209 Coal, hard, unspecified, in ground Matéria prima kg -6,7E+07

210 Cobalt Ar kg -24,9811

211 Cobalt Água kg -13,8157

Page 182: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 160

212 Cobalt Solo kg 28,79467

213 Cobalt-57 Água Bq -20045,8

214 Cobalt-58 Ar Bq 25,96384

215 Cobalt-58 Água Bq -9009549

216 Cobalt-60 Ar Bq 1881,693

217 Cobalt-60 Água Bq 5365458

218 Cobalt, in ground Matéria prima kg -0,50465

219 COD, Chemical Oxygen Demand Água kg -592812

220 Colemanite, in ground Matéria prima kg -600,267

221 Construction waste Resíduo kg 26035,21

222 Copper Ar kg -416,742

223 Copper Água kg 3,141293

224 Copper Solo kg -266,878

225 Copper, 0.99% in sulfide, Cu 0.36% and Mo 8.2E-3% in crude ore, in ground Matéria prima kg -7097,83

226 Copper, 1.18% in sulfide, Cu 0.39% and Mo 8.2E-3% in crude ore, in ground Matéria prima kg -39140,9

227 Copper, 1.42% in sulfide, Cu 0.81% and Mo 8.2E-3% in crude ore, in ground Matéria prima kg -10382,7

228 Copper, 2.19% in sulfide, Cu 1.83% and Mo 8.2E-3% in crude ore, in ground Matéria prima kg -51740,7

229 Copper, in ground Matéria prima kg -47,3314

230 Copper, ion Água kg -110,637

231 Cresol Água kg 2,23E-05

232 Cumene Ar kg -800,516

233 Cumene Água kg -1923,63

234 Curium alpha Água Bq 76130,09

235 Cyanide Ar kg 91,57467

236 Cyanide Água kg -84,0144

237 Cyanoacetic acid Ar kg -0,00245

238 Cyclohexane Ar kg 0,002143

239 Cypermethrin Solo kg -9,71409

240 Decane Água kg 30,13908

241 Decane Solo kg 1,602412

242 Diatomite, in ground Matéria prima kg 0,05602

243 Dibenz(a,h)anthracene Ar kg 8,52E-05

244 Dichromate Água kg -1,98088

245 Diethanolamine Ar kg 2,41E-09

246 Diethylamine Ar kg -0,47133

247 Diethylamine Água kg -1,13121

248 Dimethyl malonate Ar kg -0,00307

249 Dimethylamine Água kg -0,47583

250 Dinitrogen monoxide Ar kg -31600,7

251 Dioxin, 2,3,7,8 Tetrachlorodibenzo-p- Ar kg 0,000671

252 Dioxin, 2,3,7,8 Tetrachlorodibenzo-p- Água kg -2,47E-09

253 Dioxins, measured as 2,3,7,8-tetrachlorodibenzo-p-dioxin Ar kg -6,63E-07

254 Dipropylamine Ar kg -0,30003

255 Dipropylamine Água kg -0,72007

256 DOC, Dissolved Organic Carbon Água kg -180871

Page 183: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 161

257 Dolomite, in ground Matéria prima kg -4984254

258 Energy, from coal Matéria prima MJ 20809995

259 Energy, from coal, brown Matéria prima MJ 15652501

260 Energy, from gas, natural Matéria prima MJ 1,31E+08

261 Energy, from oil Matéria prima MJ 85555331

262 Energy, from peat Matéria prima MJ 31782,56

263 Energy, from uranium Matéria prima MJ 26426317

264 Energy, from wood Matéria prima MJ 608,7075

265 Energy, geothermal, converted Matéria prima MJ 30810,65

266 Energy, gross calorific value, in biomass Matéria prima MJ -

5,91E+09

267 Energy, gross calorific value, in biomass, primary forest Matéria prima MJ -5770804

268 Energy, kinetic (in wind), converted Matéria prima MJ -3,7E+07

269 Energy, potential (in hydropower reservoir), converted Matéria prima MJ -

4,09E+08

270 Energy, solar, converted Matéria prima MJ 4721836

271 Ethane Ar kg -580,569

272 Ethane, 1,1-difluoro-, HFC-152a Ar kg -0,16154

273 Ethane, 1,1,1-trichloro-, HCFC-140 Ar kg -0,00035

274 Ethane, 1,1,1,2-tetrafluoro-, HFC-134a Ar kg 107,4731

275 Ethane, 1,1,2-trichloro-1,2,2-trifluoro-, CFC-113 Ar kg -0,0026

276 Ethane, 1,2-dichloro- Ar kg -16,2935

277 Ethane, 1,2-dichloro- Água kg -28,7216

278 Ethane, 1,2-dichloro-1,1,2,2-tetrafluoro-, CFC-114 Ar kg -1,11565

279 Ethane, hexafluoro-, HFC-116 Ar kg -36,9772

280 Ethanol Ar kg -53,8528

281 Ethanol Água kg -6,45375

282 Ethene Ar kg -1780,24

283 Ethene Água kg -21,1198

284 Ethene, chloro- Ar kg 201,3281

285 Ethene, chloro- Água kg -0,05881

286 Ethene, tetrachloro- Ar kg -0,0009

287 Ethyl acetate Ar kg -99,0744

288 Ethyl acetate Água kg -1,20106

289 Ethyl cellulose Ar kg -0,1986

290 Ethylamine Ar kg -0,25872

291 Ethylamine Água kg -0,62093

292 Ethylene diamine Ar kg -5,53994

293 Ethylene diamine Água kg -13,2956

294 Ethylene oxide Ar kg -30,4885

295 Ethylene oxide Água kg -0,61302

296 Ethyne Ar kg -177,115

297 Feldspar, in ground Matéria prima kg -0,08036

298 Fenpiclonil Solo kg -309,867

299 Fluoranthene Ar kg 0,000992

300 Fluoranthene Água kg 0,006567

301 Fluorene Ar kg 0,003149

302 Fluoride Ar kg 3,194347

Page 184: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 162

303 Fluoride Água kg -9857,33

304 Fluoride Solo kg 3285,08

305 Fluorine Ar kg -104,152

306 Fluorine Água kg 0,023038

307 Fluorine, 4.5% in apatite, 1% in crude ore, in ground Matéria prima kg -17619

308 Fluorine, 4.5% in apatite, 3% in crude ore, in ground Matéria prima kg -12331,2

309 Fluorspar, 92%, in ground Matéria prima kg -502039

310 Fluosilicic acid Ar kg -43,0026

311 Fluosilicic acid Água kg -77,4046

312 Food biomass waste, DK Resíduo kg -0,72224

313 Formaldehyde Ar kg -7292,04

314 Formaldehyde Água kg -273,323

315 Formamide Ar kg -0,53679

316 Formamide Água kg -1,28831

317 Formate Água kg -0,54954

318 Formic acid Ar kg -376,226

319 Formic acid Água kg -0,37397

320 Furan Ar kg -106,751

321 Gallium, 0.014% in bauxite, in ground Matéria prima kg -0,00123

322 Gas, mine, off-gas, process, coal mining/m3 Matéria prima m3 -624234

323 Gas, natural, in ground Matéria prima m3 -2,8E+07

324 Glutaraldehyde Água kg -0,96204

325 Glyphosate Solo kg -134,154

326 Gold, Au 1.1E-4%, Ag 4.2E-3%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,19455

327 Gold, Au 1.3E-4%, Ag 4.6E-5%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,35675

328 Gold, Au 1.4E-4%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,42715

329 Gold, Au 2.1E-4%, Ag 2.1E-4%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,65244

330 Gold, Au 4.3E-4%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,1617

331 Gold, Au 4.9E-5%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,38729

332 Gold, Au 6.7E-4%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,5996

333 Gold, Au 7.1E-4%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,6761

334 Gold, Au 9.7E-4%, Ag 9.7E-4%, Zn 0.63%, Cu 0.38%, Pb 0.014%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,04051

335 Gold, in ground Matéria prima kg 8,65E-06

336 Granite, in ground Matéria prima kg -0,02388

337 Gravel, in ground Matéria prima kg -

1,21E+08

338 Gypsum, in ground Matéria prima kg 508,32

339 Heat, waste Ar MJ -

5,12E+09

340 Heat, waste Água MJ 1,27E+08

341 Heat, waste Solo MJ -7470198

342 Helium Ar kg -56,5145

343 Heptane Ar kg -416,92

344 Hexamethylene diamine Ar kg 5,43E-06

345 Hexane Ar kg -3388,06

346 Hexane Água kg 2,52E-06

347 Hydrocarbons, aliphatic, alkanes, cyclic Ar kg -65,0206

Page 185: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 163

348 Hydrocarbons, aliphatic, alkanes, unspecified Ar kg -8504,05

349 Hydrocarbons, aliphatic, alkanes, unspecified Água kg -268,803

350 Hydrocarbons, aliphatic, unsaturated Ar kg -6408,58

351 Hydrocarbons, aliphatic, unsaturated Água kg -25,0651

352 Hydrocarbons, aromatic Ar kg -3677,22

353 Hydrocarbons, aromatic Água kg -1103,57

354 Hydrocarbons, chlorinated Ar kg -9,64887

355 Hydrocarbons, unspecified Água kg -3268,34

356 Hydrogen Ar kg 11056,95

357 Hydrogen-3, Tritium Ar Bq -

1,78E+10

358 Hydrogen-3, Tritium Água Bq -

1,24E+12

359 Hydrogen bromide Ar kg 0,015638

360 Hydrogen chloride Ar kg -22531,9

361 Hydrogen chloride Água kg 0,000466

362 Hydrogen cyanide Ar kg 0,001043

363 Hydrogen fluoride Ar kg -6376,04

364 Hydrogen fluoride Água kg 29,30976

365 Hydrogen iodide Ar kg 1,12E-05

366 Hydrogen peroxide Ar kg -0,14741

367 Hydrogen peroxide Água kg -1,69861

368 Hydrogen sulfide Ar kg -5808,12

369 Hydrogen sulfide Água kg -46,0798

370 Hydroxide Água kg -5,62368

371 Hypochlorite Água kg -47,5127

372 Indeno(1,2,3-cd)pyrene Ar kg 0,000102

373 Indium, 0.005% in sulfide, In 0.003%, Pb, Zn, Ag, Cd, in ground Matéria prima kg 1,736226

374 Iodide Água kg -589,893

375 Iodine Ar kg -40,538

376 Iodine-129 Ar Bq -2950240

377 Iodine-129 Água Bq 8308375

378 Iodine-131 Ar Bq -8,8E+07

379 Iodine-131 Água Bq -188582

380 Iodine-133 Ar Bq -8433,94

381 Iodine-133 Água Bq -5586,77

382 Iodine-135 Ar Bq -9421,65

383 Iodine, 0.03% in water Matéria prima kg -717,187

384 Iron Ar kg -357,976

385 Iron Água kg 2682,452

386 Iron Solo kg -15374,4

387 Iron-59 Água Bq -1535,93

388 Iron, 46% in ore, 25% in crude ore, in ground Matéria prima kg -5,1E+07

389 Iron, ion Água kg -43694

390 Isocyanic acid Ar kg -1,57992

391 Isoprene Ar kg -4,95366

392 Isopropylamine Ar kg -0,00014

393 Isopropylamine Água kg -0,00033

Page 186: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 164

394 Kaolinite, 24% in crude ore, in ground Matéria prima kg -295191

395 Kieserite, 25% in crude ore, in ground Matéria prima kg 8,997405

396 Krypton-85 Ar Bq -

6,98E+08

397 Krypton-85m Ar Bq 2,15E+12

398 Krypton-87 Ar Bq -1,9E+07

399 Krypton-88 Ar Bq -2,1E+07

400 Krypton-89 Ar Bq -6708930

401 Lactic acid Ar kg -0,23502

402 Lactic acid Água kg -0,56406

403 Lanthanum-140 Ar Bq -292,348

404 Lanthanum-140 Água Bq -9478,45

405 Lead Ar kg -459,676

406 Lead Água kg -105,469

407 Lead Solo kg -102,088

408 Lead-210 Ar Bq -1,4E+07

409 Lead-210 Água Bq -

2,53E+08

410 Lead compounds Ar kg 1,04E-06

411 Lead, 5.0% in sulfide, Pb 3.0%, Zn, Ag, Cd, In, in ground Matéria prima kg 10004,88

412 Lead, in ground Matéria prima kg 219,2249

413 Linuron Solo kg -6,12461

414 Lithium, 0.15% in brine, in ground Matéria prima kg -15,5292

415 Lithium, ion Água kg -35,3572

416 m-Xylene Ar kg -241,136

417 m-Xylene Água kg -1,38971

418 Magnesite, 60% in crude ore, in ground Matéria prima kg -7397,05

419 Magnesium Ar kg -1018,41

420 Magnesium Água kg -27274,1

421 Magnesium Solo kg 73600,58

422 Magnesium chloride Matéria prima kg 4390,518

423 Magnesium, 0.13% in water Matéria prima kg -31,0585

424 Magnesium, in ground Matéria prima kg -7,53E-05

425 Mancozeb Solo kg -10224,3

426 Manganese Ar kg -385,658

427 Manganese Água kg -1134,52

428 Manganese Solo kg -4915,23

429 Manganese-54 Ar Bq -27,2125

430 Manganese-54 Água Bq 1356603

431 Manganese, 35.7% in sedimentary deposit, 14.2% in crude ore, in ground Matéria prima kg -10637,9

432 Manganese, in ground Matéria prima kg 37,58877

433 Mercury Ar kg -8,77958

434 Mercury Água kg -0,78496

435 Mercury Solo kg -1,94442

436 Mercury, in ground Matéria prima kg -0,00295

437 Metaldehyde Solo kg -3,54614

438 Metamorphous rock, graphite containing, in ground Matéria prima kg 22927025

Page 187: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 165

439 Methane Ar kg 3510605

440 Methane, biogenic Ar kg -32892,4

441 Methane, bromo-, Halon 1001 Ar kg -1,62E-09

442 Methane, bromochlorodifluoro-, Halon 1211 Ar kg -0,01579

443 Methane, bromotrifluoro-, Halon 1301 Ar kg -1,02207

444 Methane, chlorodifluoro-, HCFC-22 Ar kg -0,59146

445 Methane, chlorotrifluoro-, CFC-13 Ar kg 0,04826

446 Methane, dibromo- Água kg 5,03E-07

447 Methane, dichloro-, HCC-30 Ar kg -0,93314

448 Methane, dichloro-, HCC-30 Água kg -26,3268

449 Methane, dichlorodifluoro-, CFC-12 Ar kg 0,037246

450 Methane, dichlorofluoro-, HCFC-21 Ar kg -1,92E-05

451 Methane, fossil Ar kg -927627

452 Methane, monochloro-, R-40 Ar kg -0,00997

453 Methane, monochloro-, R-40 Água kg 0,002462

454 Methane, tetrachloro-, CFC-10 Ar kg -1,2005

455 Methane, tetrafluoro-, CFC-14 Ar kg -331,157

456 Methane, trichlorofluoro-, CFC-11 Ar kg 0,357448

457 Methane, trifluoro-, HFC-23 Ar kg -0,0061

458 Methanesulfonic acid Ar kg -0,00247

459 Methanol Ar kg -2507,48

460 Methanol Água kg -55,9857

461 Methyl acetate Ar kg -4,05E-05

462 Methyl acetate Água kg -9,72E-05

463 Methyl acrylate Ar kg -0,06207

464 Methyl acrylate Água kg -1,21259

465 Methyl amine Ar kg -0,00651

466 Methyl amine Água kg -0,01562

467 Methyl borate Ar kg -0,10871

468 Methyl ethyl ketone Ar kg -98,5707

469 Methyl formate Ar kg -0,14216

470 Methyl formate Água kg -0,05676

471 Methyl lactate Ar kg -0,25801

472 Metolachlor Solo kg -44,3273

473 Metribuzin Solo kg -360,011

474 Mineral waste Resíduo kg -339,208

475 Mineral waste, from mining Resíduo kg 29021302

476 Molybdenum Ar kg -2,87019

477 Molybdenum Água kg -91,8222

478 Molybdenum Solo kg -1,0033

479 Molybdenum-99 Água Bq -3268,06

480 Molybdenum, 0.010% in sulfide, Mo 8.2E-3% and Cu 1.83% in crude ore, in ground Matéria prima kg -961,534

481 Molybdenum, 0.014% in sulfide, Mo 8.2E-3% and Cu 0.81% in crude ore, in ground Matéria prima kg -136,378

482 Molybdenum, 0.022% in sulfide, Mo 8.2E-3% and Cu 0.36% in crude ore, in ground Matéria prima kg -103,306

483 Molybdenum, 0.025% in sulfide, Mo 8.2E-3% and Cu 0.39% in crude ore, in ground Matéria prima kg -499,729

Page 188: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 166

484 Molybdenum, 0.11% in sulfide, Mo 4.1E-2% and Cu 0.36% in crude ore, in ground Matéria prima kg -207,174

485 Molybdenum, in ground Matéria prima kg 0,035268

486 Monoethanolamine Ar kg -6,0442

487 Naphthalene Ar kg 0,032

488 Naphthalene Água kg 0,802928

489 Napropamide Solo kg -6,27384

490 Natural aggregate Matéria prima kg 23734159

491 Nickel Ar kg -229,807

492 Nickel Água kg 5,834601

493 Nickel Solo kg -7,98539

494 Nickel, 1.13% in sulfide, Ni 0.76% and Cu 0.76% in crude ore, in ground Matéria prima kg -1387,94

495 Nickel, 1.98% in silicates, 1.04% in crude ore, in ground Matéria prima kg -192558

496 Nickel, in ground Matéria prima kg -4,36494

497 Nickel, ion Água kg -170,286

498 Niobium-95 Ar Bq -3,23039

499 Niobium-95 Água Bq -150704

500 Nitrate Ar kg -4,93163

501 Nitrate Água kg -972883

502 Nitric oxide Ar kg 0,000103

503 Nitrite Água kg -60,0617

504 Nitrobenzene Ar kg -1,41366

505 Nitrobenzene Água kg -5,66518

506 Nitrogen Ar kg 10864,94

507 Nitrogen Água kg -25454,3

508 Nitrogen oxides Ar kg -978337

509 Nitrogen, in air Matéria prima kg -136186

510 Nitrogen, organic bound Água kg -422,029

511 NMVOC, non-methane volatile organic compounds, unspecified origin Ar kg -245132

512 Noble gases, radioactive, unspecified Ar Bq -

2,96E+13

513 o-Xylene Água kg -0,00022

514 Occupation, arable, non-irrigated Matéria prima m2a -2,6E+07

515 Occupation, construction site Matéria prima m2a -105245

516 Occupation, dump site Matéria prima m2a -386127

517 Occupation, dump site, benthos Matéria prima m2a -12506,6

518 Occupation, forest, intensive Matéria prima m2a -

8,19E+08

519 Occupation, forest, intensive, normal Matéria prima m2a -

3,81E+08

520 Occupation, forest, intensive, short-cycle Matéria prima m2a -1447596

521 Occupation, industrial area Matéria prima m2a -420625

522 Occupation, industrial area, benthos Matéria prima m2a -95,9325

523 Occupation, industrial area, built up Matéria prima m2a -527350

524 Occupation, industrial area, vegetation Matéria prima m2a -164908

525 Occupation, mineral extraction site Matéria prima m2a -220094

526 Occupation, permanent crop, fruit, intensive Matéria prima m2a -2112102

527 Occupation, shrub land, sclerophyllous Matéria prima m2a -7805,36

Page 189: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 167

528 Occupation, traffic area, rail embankment Matéria prima m2a -74805,2

529 Occupation, traffic area, rail network Matéria prima m2a -82716,9

530 Occupation, traffic area, road embankment Matéria prima m2a -1,7E+07

531 Occupation, traffic area, road network Matéria prima m2a 240080

532 Occupation, urban, discontinuously built Matéria prima m2a -62268,9

533 Occupation, water bodies, artificial Matéria prima m2a -685047

534 Occupation, water courses, artificial Matéria prima m2a -225733

535 Octane Ar kg 3,292155

536 Oil, crude, in ground Matéria prima kg -6,1E+07

537 Oils, biogenic Solo kg -4818,97

538 Oils, unspecified Água kg -149355

539 Oils, unspecified Solo kg -157811

540 Olivine, in ground Matéria prima kg -78,124

541 Orbencarb Solo kg -1944,05

542 Oxygen Ar kg 366252,9

543 Oxygen, in air Matéria prima kg -20448,3

544 Ozone Ar kg -1255,35

545 Packaging waste, paper and board Resíduo kg -79,2056

546 Packaging waste, plastic Resíduo kg -0,00228

547 Packaging waste, steel Resíduo kg -0,53274

548 Packaging waste, wood Resíduo kg -18,8149

549 PAH, polycyclic aromatic hydrocarbons Ar kg -158,873

550 PAH, polycyclic aromatic hydrocarbons Água kg -12,8879

551 Palladium Ar kg 2,40E-10

552 Palladium, in ground Matéria prima kg 9,10E-06

553 Particulates, < 10 um Ar kg -1209,24

554 Particulates, < 10 um Água kg -18,1989

555 Particulates, < 2.5 um Ar kg -229077

556 Particulates, > 10 um Ar kg -340363

557 Particulates, > 10 um Água kg 29274,36

558 Particulates, > 2.5 um, and < 10um Ar kg -51200,5

559 Pd, Pd 2.0E-4%, Pt 4.8E-4%, Rh 2.4E-5%, Ni 3.7E-2%, Cu 5.2E-2% in ore, in ground Matéria prima kg -0,08629

560 Pd, Pd 7.3E-4%, Pt 2.5E-4%, Rh 2.0E-5%, Ni 2.3E+0%, Cu 3.2E+0% in ore, in ground Matéria prima kg -0,20736

561 Peat, in ground Matéria prima kg -2954976

562 Pentane Ar kg -1845,02

563 Phenanthrene Ar kg 0,010052

564 Phenol Ar kg -599,93

565 Phenol Água kg -788,118

566 Phenol, 2,4-dichloro- Ar kg -0,00558

567 Phenol, pentachloro- Ar kg -0,53893

568 Phosphate Água kg -28226,9

569 Phosphate Solo kg 110586,6

570 Phosphine Ar kg -4,60E-05

571 Phosphorus Ar kg -607,623

572 Phosphorus Água kg -1169,22

573 Phosphorus Solo kg -2688,42

Page 190: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 168

574 Phosphorus, 18% in apatite, 12% in crude ore, in ground Matéria prima kg -49114,6

575 Phosphorus, 18% in apatite, 4% in crude ore, in ground Matéria prima kg -70476,1

576 Phosphorus, in ground Matéria prima kg 0,002786

577 Pirimicarb Solo kg -0,03838

578 Plastic waste Resíduo kg -701,927

579 Platinum Ar kg -3,37E-05

580 Platinum, in ground Matéria prima kg 0,000109

581 Plutonium-238 Ar Bq -0,41946

582 Plutonium-alpha Ar Bq 3,41712

583 Plutonium-alpha Água Bq 228690,7

584 Polonium-210 Ar Bq -2,4E+07

585 Polonium-210 Água Bq -

3,83E+08

586 Polychlorinated biphenyls Ar kg -0,27422

587 Potassium Ar kg -47022,5

588 Potassium Água kg 1753,064

589 Potassium Solo kg 57043,92

590 Potassium-40 Ar Bq -3131659

591 Potassium-40 Água Bq -3,8E+07

592 Potassium chloride Matéria prima kg -2,068

593 Potassium, ion Água kg -28758,8

594 Primary energy from waves Matéria prima MJ -170,887

595 Propanal Ar kg -1,79

596 Propanal Água kg -1,01973

597 Propane Ar kg -1072,29

598 Propane, 1,2-dichloro- Água kg 4,36E-09

599 Propene Ar kg -928,54

600 Propene Água kg -705,134

601 Propionic acid Ar kg 16,23152

602 Propionic acid Água kg -0,02445

603 Propylamine Ar kg -0,16999

604 Propylamine Água kg -0,40797

605 Propylene oxide Ar kg 5,993227

606 Propylene oxide Água kg 14,42439

607 Protactinium-234 Ar Bq -436878

608 Protactinium-234 Água Bq -8049733

609 Pt, Pt 2.5E-4%, Pd 7.3E-4%, Rh 2.0E-5%, Ni 2.3E+0%, Cu 3.2E+0% in ore, in ground Matéria prima kg -0,00405

610 Pt, Pt 4.8E-4%, Pd 2.0E-4%, Rh 2.4E-5%, Ni 3.7E-2%, Cu 5.2E-2% in ore, in ground Matéria prima kg -0,0145

611 Pumice, in ground Matéria prima kg 0,432306

612 Radioactive species, alpha emitters Água Bq -663889

613 Radioactive species, Nuclides, unspecified Água Bq -

2,99E+09

614 Radioactive species, other beta emitters Ar Bq 89841392

615 Radioactive tailings Resíduo kg 9637,365

616 Radium-224 Água Bq -

1,03E+08

617 Radium-226 Ar Bq -1,9E+07

618 Radium-226 Água Bq -

Page 191: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 169

4,51E+09

619 Radium-228 Ar Bq -3823222

620 Radium-228 Água Bq -

2,07E+08

621 Radon-220 Ar Bq -

1,38E+08

622 Radon-222 Ar Bq -

1,31E+12

623 Rejects Resíduo kg 4287513

624 Rh, Rh 2.0E-5%, Pt 2.5E-4%, Pd 7.3E-4%, Ni 2.3E+0%, Cu 3.2E+0% in ore, in ground Matéria prima kg -0,00129

625 Rh, Rh 2.4E-5%, Pt 4.8E-4%, Pd 2.0E-4%, Ni 3.7E-2%, Cu 5.2E-2% in ore, in ground Matéria prima kg -0,00404

626 Rhenium, in crude ore, in ground Matéria prima kg -0,0019

627 Rhodium Ar kg 2,31E-10

628 Rubidium Água kg -20,6771

629 Ruthenium-103 Ar Bq -0,70973

630 Ruthenium-103 Água Bq -689,576

631 Ruthenium-106 Água Bq 57443,65

632 Sand, unspecified, in ground Matéria prima kg 15458748

633 Scandium Ar kg -0,14093

634 Scandium Água kg -5,32738

635 Selenium Ar kg -1506,62

636 Selenium Água kg 34,89141

637 Shale, in ground Matéria prima kg -567,923

638 Silicon Ar kg -1421,31

639 Silicon Água kg -10282,6

640 Silicon Solo kg -22385,8

641 Silicon tetrafluoride Ar kg -0,52991

642 Silver Ar kg -0,02651

643 Silver-110 Ar Bq -7,03408

644 Silver-110 Água Bq -5874953

645 Silver, 0.007% in sulfide, Ag 0.004%, Pb, Zn, Cd, In, in ground Matéria prima kg -4,42697

646 Silver, 3.2ppm in sulfide, Ag 1.2ppm, Cu and Te, in crude ore, in ground Matéria prima kg -3,16015

647 Silver, Ag 2.1E-4%, Au 2.1E-4%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,29163

648 Silver, Ag 4.2E-3%, Au 1.1E-4%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,66606

649 Silver, Ag 4.6E-5%, Au 1.3E-4%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,65283

650 Silver, Ag 9.7E-4%, Au 9.7E-4%, Zn 0.63%, Cu 0.38%, Pb 0.014%, in ore, in ground Matéria prima kg -0,43078

651 Silver, in ground Matéria prima kg 0,001488

652 Silver, ion Água kg -1,8953

653 Slag (uranium conversion) Resíduo kg 25,58018

654 Slags Resíduo kg 1090,042

655 Slate, in ground Matéria prima kg -7,98372

656 Sodium Ar kg -2215,61

657 Sodium Solo kg 528216

658 Sodium-24 Água Bq -24725,2

659 Sodium chlorate Ar kg -5,74859

660 Sodium chloride, in ground Matéria prima kg -5094706

661 Sodium dichromate Ar kg -0,53666

Page 192: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 170

662 Sodium formate Ar kg -6,82075

663 Sodium formate Água kg -16,3864

664 Sodium hydroxide Ar kg -0,54914

665 Sodium nitrate, in ground Matéria prima kg -0,20584

666 Sodium sulphate, various forms, in ground Matéria prima kg -145044

667 Sodium, ion Água kg -301695

668 Soil, unspecified, in ground Matéria prima kg 9800871

669 Solids, inorganic Água kg -361556

670 Solved solids Água kg -28172,2

671 Stibnite, in ground Matéria prima kg 0,005822

672 Strontium Ar kg -21,0464

673 Strontium Água kg -4219,66

674 Strontium Solo kg 270,8109

675 Strontium-89 Água Bq -165106

676 Strontium-90 Água Bq -

2,45E+09

677 Styrene Ar kg -14,1338

678 Sulfate Ar kg -13902,9

679 Sulfate Água kg -1100562

680 Sulfate Solo kg 4197,041

681 Sulfide Água kg 820,8909

682 Sulfide Solo kg 24625,87

683 Sulfite Água kg -130,861

684 Sulfur Água kg -3595,46

685 Sulfur Solo kg -3095,41

686 Sulfur dioxide Ar kg -1419337

687 Sulfur hexafluoride Ar kg -13,6847

688 Sulfur trioxide Ar kg -11,3695

689 Sulfur, in ground Matéria prima kg -4429,27

690 Sulfuric acid Ar kg -0,1153

691 Sulfuric acid Solo kg -7,09E-05

692 Suspended solids, unspecified Água kg -171227

693 Sylvite, 25 % in sylvinite, in ground Matéria prima kg -483481

694 t-Butyl methyl ether Ar kg -5,48992

695 t-Butyl methyl ether Água kg -4,92925

696 t-Butylamine Ar kg -0,00178

697 t-Butylamine Água kg -0,00428

698 Talc, in ground Matéria prima kg -134,9

699 Tantalum, 81.9% in tantalite, 1.6E-4% in crude ore, in ground Matéria prima kg -3,47442

700 Tebutam Solo kg -14,8662

701 Technetium-99m Água Bq -75356,3

702 Teflubenzuron Solo kg -23,9992

703 Tellurium Ar kg 5,50E-05

704 Tellurium-123m Água Bq -119953

705 Tellurium-132 Água Bq -189,221

706 Tellurium, 0.5ppm in sulfide, Te 0.2ppm, Cu and Ag, in crude ore, in ground Matéria prima kg -0,47404

707 Terpenes Ar kg -46,8408

Page 193: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 171

708 Thallium Ar kg -0,10846

709 Thallium Água kg -0,27261

710 Thiram Solo kg -0,21325

711 Thorium Ar kg -0,16024

712 Thorium-228 Ar Bq -722204

713 Thorium-228 Água Bq -

4,17E+08

714 Thorium-230 Ar Bq -2769787

715 Thorium-230 Água Bq -

1,10E+09

716 Thorium-232 Ar Bq -914490

717 Thorium-232 Água Bq -1563990

718 Thorium-234 Ar Bq -436982

719 Thorium-234 Água Bq -8051029

720 Tin Ar kg -5,29618

721 Tin Água kg 6,45E-05

722 Tin Solo kg -40,4406

723 Tin oxide Ar kg 1,09E-07

724 Tin, 79% in cassiterite, 0.1% in crude ore, in ground Matéria prima kg -191,969

725 Tin, in ground Matéria prima kg 7,33E-12

726 Tin, ion Água kg -75,8186

727 TiO2, 54% in ilmenite, 2.6% in crude ore, in ground Matéria prima kg -262473

728 TiO2, 95% in rutile, 0.40% in crude ore, in ground Matéria prima kg 0,002372

729 Titanium Ar kg 10,98

730 Titanium Água kg 0,108821

731 Titanium Solo kg -371,59

732 Titanium, in ground Matéria prima kg 12,45685

733 Titanium, ion Água kg -54,8362

734 TOC, Total Organic Carbon Água kg -183939

735 Toluene Ar kg -418,109

736 Toluene Água kg -260,884

737 Toluene, 2-chloro- Ar kg -0,41972

738 Toluene, 2-chloro- Água kg -0,87916

739 Transformation, from arable Matéria prima m2 -741,083

740 Transformation, from arable, non-irrigated Matéria prima m2 -4,8E+07

741 Transformation, from arable, non-irrigated, fallow Matéria prima m2 -203,558

742 Transformation, from dump site, inert material landfill Matéria prima m2 -1066,48

743 Transformation, from dump site, residual material landfill Matéria prima m2 -467,978

744 Transformation, from dump site, sanitary landfill Matéria prima m2 -36,332

745 Transformation, from dump site, slag compartment Matéria prima m2 10,45602

746 Transformation, from forest Matéria prima m2 -43395,3

747 Transformation, from forest, extensive Matéria prima m2 -8220772

748 Transformation, from forest, intensive, clear-cutting Matéria prima m2 -51699,5

749 Transformation, from industrial area Matéria prima m2 -214,021

750 Transformation, from industrial area, benthos Matéria prima m2 -0,04223

751 Transformation, from industrial area, built up Matéria prima m2 -25,0235

752 Transformation, from industrial area, vegetation Matéria prima m2 -42,6871

753 Transformation, from mineral extraction site Matéria prima m2 -3945,55

Page 194: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 172

754 Transformation, from pasture and meadow Matéria prima m2 -5151,98

755 Transformation, from pasture and meadow, intensive Matéria prima m2 -39553,7

756 Transformation, from sea and ocean Matéria prima m2 -12520,4

757 Transformation, from shrub land, sclerophyllous Matéria prima m2 -2787,72

758 Transformation, from tropical rain forest Matéria prima m2 -51699,5

759 Transformation, from unknown Matéria prima m2 -42762,3

760 Transformation, to arable Matéria prima m2 -2055,1

761 Transformation, to arable, non-irrigated Matéria prima m2 -4,9E+07

762 Transformation, to arable, non-irrigated, fallow Matéria prima m2 -256,73

763 Transformation, to dump site Matéria prima m2 -2976,75

764 Transformation, to dump site, benthos Matéria prima m2 -12506,6

765 Transformation, to dump site, inert material landfill Matéria prima m2 -1066,48

766 Transformation, to dump site, residual material landfill Matéria prima m2 -468,011

767 Transformation, to dump site, sanitary landfill Matéria prima m2 -36,332

768 Transformation, to dump site, slag compartment Matéria prima m2 10,45602

769 Transformation, to forest Matéria prima m2 -2461,52

770 Transformation, to forest, intensive Matéria prima m2 -5467024

771 Transformation, to forest, intensive, clear-cutting Matéria prima m2 -51699,5

772 Transformation, to forest, intensive, normal Matéria prima m2 -2608338

773 Transformation, to forest, intensive, short-cycle Matéria prima m2 -51699,5

774 Transformation, to heterogeneous, agricultural Matéria prima m2 -1985,26

775 Transformation, to industrial area Matéria prima m2 -10051,1

776 Transformation, to industrial area, benthos Matéria prima m2 -13,8137

777 Transformation, to industrial area, built up Matéria prima m2 -10688

778 Transformation, to industrial area, vegetation Matéria prima m2 -3372,61

779 Transformation, to mineral extraction site Matéria prima m2 -52863,5

780 Transformation, to pasture and meadow Matéria prima m2 -293,516

781 Transformation, to permanent crop, fruit, intensive Matéria prima m2 -29732,2

782 Transformation, to sea and ocean Matéria prima m2 -0,04223

783 Transformation, to shrub land, sclerophyllous Matéria prima m2 -1560,32

784 Transformation, to traffic area, rail embankment Matéria prima m2 -174,066

785 Transformation, to traffic area, rail network Matéria prima m2 -191,328

786 Transformation, to traffic area, road embankment Matéria prima m2 -115272

787 Transformation, to traffic area, road network Matéria prima m2 -828,417

788 Transformation, to unknown Matéria prima m2 -849,345

789 Transformation, to urban, discontinuously built Matéria prima m2 -1240,36

790 Transformation, to water bodies, artificial Matéria prima m2 -5231,59

791 Transformation, to water courses, artificial Matéria prima m2 -2680,21

792 Tributyltin compounds Água kg -6,26359

793 Triethylene glycol Água kg 1,041639

794 Trimethylamine Ar kg -7,81E-05

795 Trimethylamine Água kg -0,00019

796 Tungsten Ar kg -0,0013

797 Tungsten Água kg -9,24163

798 Ulexite, in ground Matéria prima kg -70,5601

799 Uranium Ar kg -0,15243

Page 195: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 173

800 Uranium-234 Ar Bq -6096968

801 Uranium-234 Água Bq -9659680

802 Uranium-235 Ar Bq 277881,2

803 Uranium-235 Água Bq -1,6E+07

804 Uranium-238 Ar Bq -7760707

805 Uranium-238 Água Bq -

1,37E+08

806 Uranium alpha Ar Bq -2,4E+07

807 Uranium alpha Água Bq -

4,64E+08

808 Uranium, in ground Matéria prima kg -2148,09

809 Urea Água kg -1,17188

810 Used air Ar kg 1,77E+08

811 Vanadium Ar kg -248,141

812 Vanadium Água kg 0,657176

813 Vanadium Solo kg -10,636

814 Vanadium, ion Água kg 21,79047

815 Vermiculite, in ground Matéria prima kg -21,6314

816 VOC, volatile organic compounds Ar kg 5472,308

817 VOC, volatile organic compounds, unspecified origin Água kg -747,13

818 Volume occupied, final repository for low-active radioactive waste Matéria prima m3 -3,61397

819 Volume occupied, final repository for radioactive waste Matéria prima m3 -0,90848

820 Volume occupied, reservoir Matéria prima m3y -9057382

821 Volume occupied, underground deposit Matéria prima m3 -9,38341

822 Waste returned to mine Resíduo kg 173961,5

823 Waste, industrial Resíduo kg -544,911

824 Waste, nuclear, unspecified/kg Resíduo kg 106,2971

825 Waste, unspecified Resíduo kg -909,836

826 Water Ar kg 66515025

827 Water, cooling, unspecified natural origin/m3 Matéria prima m3 -8637596

828 Water, lake Matéria prima m3 -22761,2

829 Water, river Matéria prima m3 -1302221

830 Water, salt, ocean Matéria prima m3 -124138

831 Water, salt, sole Matéria prima m3 -1458542

832 Water, turbine use, unspecified natural origin Matéria prima m3 -

2,12E+09

833 Water, unspecified natural origin/kg Matéria prima kg 4,35E+08

834 Water, unspecified natural origin/m3 Matéria prima m3 -3002750

835 Water, well, in ground Matéria prima m3 -358782

836 Wood waste Resíduo kg -34,526

837 Wood, hard, standing Matéria prima m3 -276884

838 Wood, primary forest, standing Matéria prima m3 -535,324

839 Wood, soft, standing Matéria prima m3 -215753

840 Wood, unspecified, standing/m3 Matéria prima m3 -0,22439

841 Xenon-131m Ar Bq -9,1E+07

842 Xenon-133 Ar Bq -

2,82E+09

843 Xenon-133m Ar Bq -9450697

844 Xenon-135 Ar Bq -

1,17E+09

Page 196: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 174

845 Xenon-135m Ar Bq -

7,64E+08

846 Xenon-137 Ar Bq -1,8E+07

847 Xenon-138 Ar Bq -

1,46E+08

848 Xylene Ar kg -381,706

849 Xylene Água kg -210,355

850 Zinc Ar kg -1137,71

851 Zinc Água kg 17,29543

852 Zinc Solo kg -1752,43

853 Zinc-65 Ar Bq -135,879

854 Zinc-65 Água Bq -335226

855 Zinc oxide Ar kg 2,17E-07

856 Zinc, 9.0% in sulfide, Zn 5.3%, Pb, Ag, Cd, In, in ground Matéria prima kg -54639,1

857 Zinc, in ground Matéria prima kg 40,36077

858 Zinc, ion Água kg -886,81

859 Zirconium Ar kg -0,91211

860 Zirconium-95 Ar Bq -132,817

861 Zirconium-95 Água Bq -3882,15

862 Zirconium, 50% in zircon, 0.39% in crude ore, in ground Matéria prima kg -4,67179

Valores retirados da modelação no Simapro

Page 197: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 175

Anexo C – TABELA DE RESULTADOS DE CARACTERIZAÇÃO PARA

TODAS AS CATEGORIAS DE IMPACTE DO MÉTODO ILCD 2011

(v.1.1)

Calculation: Analisar

Results: Avaliação de impacto

Product: 1 p RE todos os materiais (of project SPV - Baseline)

Método: ILCD 2011 Midpoint V1.01

Indicador: Caracterização

Unidade: %

Skip categories: Nunca

Modo: Grupo Excluir processos de infra-

estrutura: N.º Excluir emissões de longo

prazo: Sim

Sorted on item: Categoria de impacte

Sort order: Ascendente

Categoria de impacte Unidade Total

2) Recolha seletiva

3) Recolha indiferenciada 4) Triagem

5) Incineração 6) TMB

7) Reciclagem

8) Valorização orgânica 9) Aterro

Climate change kg CO2 eq -1,2E+08 2,3E+07 8,6E+06 1,6E+06 9,7E+07 3,3E+05 -3,3E+08 -1,5E+05 8,2E+07

Ozone depletion kg CFC-11 eq -1,4E+01 3,3E+00 1,3E+00 1,5E-01 -8,0E-01 4,0E-02 -1,8E+01 -1,6E-03 2,8E-01 Human toxicity, cancer effects CTUh -4,4E+00 1,8E-01 5,7E-02 1,1E-01 4,3E-01 2,3E-03 -5,6E+00 -5,1E-04 3,6E-01 Human toxicity, non-cancer effects CTUh -1,3E+02 1,3E+00 4,3E-01 2,8E-01 -1,3E-01 1,1E-02 -1,3E+02 -3,3E-03 -1,4E-01

Particulate matter kg PM2.5 eq -6,7E+05 5,7E+03 2,6E+03 1,3E+03 8,7E+02 3,7E+02 -6,8E+05 -4,0E+01 2,3E+03

Ionizing radiation HH kg U235 eq -3,2E+07 3,3E+05 1,1E+05 3,8E+04 -5,1E+04 3,7E+03 -3,3E+07 -1,9E+03 8,3E+05

Ionizing radiation E (interim) CTUe -2,8E+02 2,9E+00 9,7E-01 3,4E-01 -4,7E-01 3,4E-02 -2,9E+02 -1,3E-02 8,4E+00 Photochemical ozone formation kg NMVOC eq -1,3E+06 1,3E+05 7,0E+04 1,2E+04 3,0E+04 4,0E+03 -1,7E+06 -7,9E+01 1,2E+05

Acidification molc H+ eq -2,8E+06 1,1E+05 5,7E+04 1,1E+04 -9,5E+02 3,2E+03 -3,1E+06 -6,3E+02 1,0E+05

Terrestrial eutrophication molc N eq -5,2E+06 4,8E+05 2,7E+05 4,4E+04 1,1E+05 1,5E+04 -6,5E+06 -2,3E+03 3,3E+05

Freshwater eutrophication kg P eq 2,7E+04 2,6E+02 8,1E+01 5,3E+01 -4,5E+02 3,5E+00 -1,7E+04 -9,2E+00 4,4E+04

Marine eutrophication kg N eq -5,9E+05 4,4E+04 2,4E+04 4,0E+03 9,8E+03 1,3E+03 -7,2E+05 -5,0E+01 5,0E+04

Freshwater ecotoxicity CTUe -5,1E+08 6,8E+06 2,3E+06 1,3E+06 1,7E+08 4,3E+04 -7,0E+08 -3,1E+04 8,8E+06

Land use kg C deficit -2,9E+09 4,6E+07 1,7E+07 2,7E+06 -1,5E+05 8,1E+05 -3,0E+09 4,7E+03 -3,2E+06

Water resource depletion m3 water eq -6,9E+05 6,9E+03 2,4E+03 2,0E+03 2,0E+04 1,0E+02 -7,3E+05 -4,8E+01 5,6E+03 Mineral, fossil & ren resource depletion kg Sb eq -3,7E+01 6,0E-03 2,0E-03 1,5E-04 -5,5E-04 3,9E-05 -3,7E+01 -1,7E-03 -4,0E-04

Valores de caracterização, modelo ILCD 2011 (V.1.01), retirados da modelação no Simapro.

Page 198: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de
Page 199: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 177

Anexo D – CÁLCULOS AUXILIARES PARA A AVALIAÇÃO INTEGRADA DOS RESULTADOS AMBIENTAIS,

ECONÓMICOS E SOCIAIS I. Carbono | GEE | Alterações climáticas

Fatores de conversão

Comparação Conversão Obs. Fonte

Árvores a sequestrar carbono no seu tempo de vida (emissões)

300,00 kgCO2e / 30 anos uma árvore compensa 0,01t

CO2/ano DGRF, ISA Inventário nacional florestal

Área plantada com pinheiro bravo (emissões) 300.000,60 kgCO2e/ha.30anos área plantada num ano DGRF, ISA Inventário nacional florestal

Quilómetros de automóvel (emissões) 0,20 kgCO2e / km lig passg; consumo médio; traj comb The Carbon Neutral Company http://www.carbonneutralcalculator.com/househ

oldcalculator.aspx

Circulação de um veiculo num ano (emissões) 39,60 kgCO2e / ano ligeiro passg; consumo médio; traj

comb; 20.000 km/ano The Carbon Neutral Company

http://www.carbonneutralcalculator.com/householdcalculator.aspx

Viagens Lx-Pequim ida e volta (emissões) 2.020,00 kg CO2e / viagem 1 pax; avião; Lisboa- Pequim (ida) =

9661,183 km The Carbon Neutral Company

http://www.carbonneutralcalculator.com/householdcalculator.aspx

Voltas à Terra de avião (emissões) 7.357,27 kgCO2e / volta 1 pax; avião; circunferência

equatorial = 40075,16 km Emissões atribuíveis a 1 pax

Wikipédia http://en.wikipedia.org/wiki/Earth

Emissões anuais de um agregado familiar médio 932,20 kgCO2e / ano 3 pax; 250 kWh.mes; 10m3 gas, 3.3

kg resd Carbonozero http://www.carbono-zero.com/

Baleias azuis (peso) 125.000,00 kg / baleia azul varia entre 100 a 150 toneladas American Cetacean Society http://www.acsonline.org

Total Portuguese GHG emissions without land-use, land-use change and forestry (LULUCF)

70,60 Mt CO2eq /ano -- APA Portuguese national inventory report on

greenhouse gases, 1990 - 2010,

Emissões anuais de GEE do setor de gestão de resíduos

7,41 Mt CO2eq /ano -- APA Portuguese national inventory report on

greenhouse gases, 1990 - 2010,

Emissões geradas na produção de uma garrafa de vidro de 33 ml

360,00 g CO2e/garr 33 ml -- Coca cola http://www.cokecorporateresponsibility.co.uk/big

-themes/energy-and-climate-change/product-carbon-footprint.aspx Emissões geradas na produção de uma lata de

alumínio de 33 ml 170,00 g CO2e/lata 33 ml -- Coca cola

http://www.cokecorporateresponsibility.co.uk/big-themes/energy-and-climate-change/product-

carbon-footprint.aspx Emissões geradas na produção de uma resma de papel

445,00 g CO2e/resma papel

-- Produtor de papel - Glatfelter http://www.glatfelter.com/sustainability/environ

mental/greenhouse_gases.aspx

VPV pago à SPV 67.561.795 Euros -- SPV VPV de 2011

Page 200: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 178

II. Acidificação

Fatores de conversão

Comparação Conversão Obs. Fonte

Emissões de SO2 associadas à circulação de camiões num ano (emissões)

75,96 kgSO2 / ano EURO 5-25t; 60.000 km/ano;

15l/100km DAF --

III. Energia

Fatores de conversão

Comparação Conversão Obs. Fonte

Consumo de eletricidade em computadores 49,92 kWh/ano Potência computador económico: 41W (ativo) /

2,3W (latente) / 1,4W (desligado) UE Energy Star http://www.eu-energystar.org/pt/pt_008.shtml

Consumo de eletricidade em computadores 468,24 MJ /ano assumindo uma eficiência de conversão Ep - Ef de

38,38% (central termoelectrica a carvão - Sines) UE Energy Star http://www.eu-energystar.org/pt/pt_008.shtml

Consumo de eletricidade de um frigorifico 300,00 kWh/ ano Consumo de referência frigorífico Classe A –

Combinado Bosch KGP 39371 Bosch --

Consumo de eletricidade de um frigorifico classe A

2.813,97 MJ /ano assumindo uma eficiência de conversão Ep - Ef de

38,38% (central termoelectrica a carvão - Sines) Bosch --

Consumo de energia primária nacional 22.902.000 tep/ano -- DGEG/MEID

(2010)

http://www.pordata.pt/Portugal/Consumo+de+energia+primaria+total+e+por+tipo+de+fonte+de+energia-1130

Consumo de energia primária nacional 958.860.936.000 MJ/ano -- DGEG/MEID

(2010)

http://www.pordata.pt/Portugal/Consumo+de+energia+primaria+total+e+por+tipo+de+fonte+de+energia-1130

Conversão tep - MJ 41.868,00 MJ /tep -- -- --

kg de carvão (antracite) 32,00 MJ / kg carvão (antracite)

-- -- --

m3 de gás natural (Argélia) 39,30 MJ / m

3 gás natural --

Portal gas natural

http://portal.gasnatural.com/docs/brr/guiadelgas/poder_calorifico.swf

Page 201: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 179

IV. Água

Fatores de conversão

Comparação Conversão Obs. Fonte

Consumo de água por habitante 63,70 m3/hab.ano --

INAG/MAOT - INE (2010)

http://www.pordata.pt/Portugal/Consumo+de+agua+distribuida+pela+rede+publica+per+capita-1226

Consumo de água ciclo lavagem de máquina de lavar roupa

90,00 l/ciclo -- INAG http://www.inag.pt/inag2004/port/divulga/pdf/Poupehojeparateramanha.pdf

Capacidade piscina olímpica 2.500,00 m3/ piscina --

Federação Internacional Natação

Page 202: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de
Page 203: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 181

Anexo E – QUADROS DE MULTIPLICADORES E DE

ALAVANCAGEM

Tabela 0.1 - Multiplicadores de tipo I (euro/euro), ordenados por código de CAE

Setores VAB Salários Volume de Negócios

01 Produtos da agric., prod. animal, caça e serv. relac. 2,28 2,90 2,33

02 Produtos da silvic., expl. florestal e serv. relac. 1,43 2,10 1,66

03 Produtos da pesca, aquacultura e serv. relac. 1,40 1,49 1,67

05 Hulha (inclui antracite) e linhite 0,00 0,00 0,00

061 Petróleo Bruto 0,00 0,00 0,00

062 Gás Natural produzido 0,00 0,00 0,00

07+08+09 Outras Extrativas 1,92 2,05 2,05

10 Produtos alimentares 3,40 2,95 2,33

11 Bebidas 3,15 3,12 2,46

12 Produtos da indústria do tabaco 1,54 1,94 1,76

13 Produtos têxteis 2,26 1,91 1,97

14 Artigos de vestuário 1,75 1,61 1,80

15 Couro e produtos afins 1,83 1,67 1,71

16 Madeira e cortiça e suas obras, excl.mobil.; obras de esp. e cest.

3,22 2,57 2,39

17 Papel e cartão e seus artigos 2,84 3,07 2,33

18 Trabalhos de impressão e gravação 1,93 1,82 2,02

19 Coque, produtos petrolíferos refinados e aglomerados de combustíveis

2,34 2,81 1,26

20 Produtos químicos e fibras sintéticas ou artificiais 2,85 2,86 1,97

21 Produtos farmacêuticos de base preparações e artigos farmacêuticos

1,81 1,81 1,88

22 Artigos de borracha e de matérias plásticas 2,09 2,03 1,84

23 Outros produtos minerais não metálicos 2,34 2,28 2,20

24 Metais de base 3,14 3,29 1,96

25 Produtos metálicos transformados, excepto máquinas e equipamento

1,93 1,78 1,88

26 Produtos informáticos, eletrónicos e ópticos 1,47 1,58 1,32

27 Equipamento elétrico 1,99 1,94 1,62

28 Máquinas e equipamentos, n.e. 1,80 1,68 1,69

29 Veículos automóveis, reboques e semi-reboques 2,24 1,87 1,57

30 Outro material de transporte 1,78 1,61 1,71

31 Mobiliário 2,01 1,71 1,95

Page 204: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 182

32 Produtos diversos das indústrias transformadoras 1,89 1,75 1,81

33 Serviços de reparação e instalação de máq e equip 1,84 1,77 1,82

351+353 Eletricidade, vapor e água quente e fria e ar frio 3,66 5,96 3,05

352 Gás natural distribuído 3,34 8,38 2,02

36 Captação, tratamento e distribuição de água 2,23 2,42 2,48

37+38+39 Serviços de saneamento, descontaminação e valorização de materiais

2,26 2,30 2,18

41 Construção de edifícios 2,30 2,27 2,16

42 Trabalhos engenharia civil 2,78 2,70 2,44

43 Trabalhos de construção especializados 1,91 1,71 1,95

45 Vendas p/ grosso e ret. e serv. Rep. Veíc. Auto. e motoc

1,80 1,53 1,83

46 Vendas p/ grosso, excep veíc. Auto. e motociclos 1,85 1,74 1,98

47 Vendas a retalho, exc veículos automóveis e motociclos

1,55 1,51 1,82

49 Serv. transporte terrestre e por condutas (pipelines) 1,96 1,80 2,02

50 Serviços de transporte por água 3,82 3,94 2,63

51 Serviços de transporte aéreo 2,91 2,11 1,97

52 Serviços de armazenagem e auxiliares dos transportes 2,01 2,27 2,25

53 Serviços postais e de courrier 1,64 1,43 1,83

55 Serviços de alojamento 1,88 1,78 2,12

56 Serviços de restauração e similares 1,59 1,58 1,88

58 Serviços de edição 2,24 1,87 2,04

59 Serv prod filmes, vídeos e prog TV, grav som e ed músic

3,72 3,28 2,45

60 Serviços de programação e radiodifusão 3,15 2,68 2,66

61 Serviços de telecomunicações 2,03 3,18 2,10

62 Consultoria e prog informática e serviços relacionados 2,01 1,74 2,02

63 Serviços de informação 2,05 1,76 2,07

64 Serviços financeiros, exc. seguros e fundos de pensões 1,48 1,50 1,66

65 Serv seguros, resseg e f. pensões, exc. Seg soc. Obrig. 1,49 1,86 1,63

66 Serviços auxiliares de serviços financeiros e de seguros

1,52 1,70 1,65

6801+6802 Serviços imobiliários excluindo rendas imputadas em habitação própria

1,79 5,30 2,50

6803 Rendas imputadas em habitação própria 1,80 n.d. 2,53

69 Serviços jurídicos e contabilísticos 1,48 1,63 1,68

70 Serv. sedes sociais; serviços de consultoria de gestão 1,83 1,82 1,92

71 Serv arquitect e de eng.; serv. de ensaios e de anál. Técn.

1,92 1,89 1,96

72 Serviços de investigação e desenvolvimento científicos 1,40 1,55 1,60

73 Serviços de publicidade e estudos de mercado 2,71 3,42 2,39

Page 205: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 183

74 Out serv consultoria, científicos, técnicos e similares 1,93 1,69 1,97

75 Serviços veterinários 1,55 1,88 1,73

77 Serviços de aluguer 1,95 3,44 2,31

78 Serviços de emprego 2,21 2,21 2,09

79 Serv. ag. viagens, op. Turíst. e out. serv. reservas e rel. 2,95 2,35 2,43

80 Serviços de segurança e investigação 1,21 1,13 1,36

81 Serv p/ edifícios e serv. Plant. e manutenção de jardins

1,40 1,24 1,60

82 Serv. Administr. e de apoio prestados às empresas 2,07 1,82 2,08

84 Serv. Admin. pública, defesa e seg. social obrigatória 1,42 1,29 1,74

85 Serviços de educação 1,16 1,10 1,31

86 Serviços de saúde humana 1,50 1,36 1,64

87 Serviços de apoio social com alojamento 1,63 1,43 1,86

88 Serviços de apoio social sem alojamento 1,45 1,32 1,73

90 Serviços criativos, artísticos e de espectáculo 2,43 3,18 2,20

91 Serv. bibliotecas, arquivos e museus e out. serv. culturais

1,80 1,57 2,04

92 Serviços de lotarias e outros jogos de aposta 1,60 1,89 1,81

93 Serviços desportivos, de diversão e recreativos 2,16 1,86 2,14

94 Serviços prestados por organizações associativas 2,35 1,72 2,20

95 Serv. Rep. computadores e de bens pessoais e dom. 1,69 1,44 1,86

96 Outros serviços pessoais 1,55 1,48 1,75

97 Serv. famílias empregadoras de pessoal doméstico 1,00 1,00 1,00

SPV 5,35 10,11 1,99

MWS 1,32 1,31 1,65

Retomadores n.d. n.d. 2.00

Retomadores papel 2,84 3,07 2,33

Retomadores plástico 2,09 2,03 1,84

Retomadores vidro 2,34 2,28 2,20

Retomadores metais 3,14 3,29 1,96

SIGRE 2,25 2,30 2,04

O multiplicador de tipo I dum certo recurso (VAB, salários ou volume de negócios) indica o impacto total

na economia duma unidade de recurso no setor de origem.

A maioria dos multiplicadores de tipo I calculados encontra na gama de valores entre 1 e 3, conforme

seria de esperar.

Page 206: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 184

Há alguns multiplicadores que são nulos (CAE 4, 5 e 6) porque não há produção nacional desses ramos

de atividade.

Há alguns multiplicadores que não estão definidos (n.d.) (ex. multiplicador de salários do CAE 59, ou os

multiplicadores do setor REC) porque não existem efeitos diretos associados a esse ramo de atividade.

Um multiplicador de tipo I tem valor muito elevado quando a utilização direta de recurso é reduzida. Por

exemplo, os multiplicadores de salários dos CAE 32 e 33 são muito elevados porque na geração de

eletricidade e no transporte de gás o fator trabalho é pouco significativo em relação aos restantes

fatores de produção. Este efeito também se observa nos multiplicadores de VAB e salários do setor SPV.

Tabela 0.2 - Desagregação do multiplicador de tipo I do SIGRE por ramo de atividade (Euro/Euro)

Setores VAB Salários Volume de Negócios

01 Produtos da agric., prod. animal, caça e serv. relac. 0,003 0,002 0,002

02 Produtos da silvic., expl. florestal e serv. relac. 0,038 0,012 0,017

03 Produtos da pesca, aquacultura e serv. relac. 0,000 0,000 0,000

05 Hulha (inclui antracite) e linhite 0,000 0,000 0,000

061 Petróleo Bruto 0,000 0,000 0,000

062 Gás Natural produzido 0,000 0,000 0,000

07+08+09 Outras Extrativas 0,011 0,010 0,008

10 Produtos alimentares 0,002 0,002 0,003

11 Bebidas 0,000 0,000 0,001

12 Produtos da indústria do tabaco 0,000 0,000 0,000

13 Produtos têxteis 0,001 0,002 0,001

14 Artigos de vestuário 0,000 0,000 0,000

15 Couro e produtos afins 0,000 0,000 0,000

16 Madeira e cortiça e suas obras, excl.mobil.; obras de esp. e cest.

0,012 0,016 0,016

17 Papel e cartão e seus artigos 0,340 0,292 0,410

18 Trabalhos de impressão e gravação 0,005 0,006 0,004

19 Coque, produtos petrolíferos refinados e aglomerados de combustíveis

0,007 0,005 0,041

20 Produtos químicos e fibras sintéticas ou artificiais 0,017 0,017 0,029

21 Produtos farmacêuticos de base preparações e artigos farmacêuticos

0,000 0,000 0,000

22 Artigos de borracha e de matérias plásticas 0,121 0,134 0,135

23 Outros produtos minerais não metálicos 0,069 0,075 0,064

24 Metais de base 0,030 0,030 0,060

25 Produtos metálicos transformados, excepto máquinas e equipamento

0,021 0,028 0,019

26 Produtos informáticos, eletrónicos e ópticos 0,002 0,001 0,002

Page 207: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 185

27 Equipamento elétrico 0,003 0,003 0,003

28 Máquinas e equipamentos, n.e. 0,037 0,046 0,035

29 Veículos automóveis, reboques e semi-reboques 0,013 0,021 0,026

30 Outro material de transporte 0,001 0,001 0,001

31 Mobiliário 0,002 0,003 0,002

32 Produtos diversos das indústrias transformadoras 0,001 0,001 0,000

33 Serviços de reparação e instalação de máq e equip 0,049 0,059 0,039

351+353 Eletricidade, vapor e água quente e fria e ar frio 0,075 0,033 0,111

352 Gás natural distribuído 0,005 0,001 0,014

36 Captação, tratamento e distribuição de água 0,001 0,001 0,001

37+38+39 Serviços de saneamento, descontaminação e valorização de materiais

0,025 0,026 0,020

41 Construção de edifícios 0,089 0,101 0,083

42 Trabalhos engenharia civil 0,059 0,074 0,064

43 Trabalhos de construção especializados 0,026 0,040 0,021

45 Vendas p/ grosso e ret. e serv. Rep. Veíc. Auto. e motoc

0,010 0,015 0,007

46 Vendas p/ grosso, excep veíc. Auto. e motociclos 0,088 0,102 0,056

47 Vendas a retalho, exc veículos automóveis e motociclos

0,016 0,017 0,008

49 Serv. transporte terrestre e por condutas (pipelines) 0,058 0,074 0,045

50 Serviços de transporte por água 0,001 0,001 0,001

51 Serviços de transporte aéreo 0,001 0,001 0,001

52 Serviços de armazenagem e auxiliares dos transportes

0,008 0,007 0,005

53 Serviços postais e de courrier 0,004 0,006 0,002

55 Serviços de alojamento 0,002 0,002 0,001

56 Serviços de restauração e similares 0,003 0,003 0,002

58 Serviços de edição 0,003 0,004 0,002

59 Serviços produção filmes, vídeos e progamas TV, gravação som e edição música

0,001 0,001 0,001

60 Serviços de programação e radiodifusão 0,003 0,004 0,003

61 Serviços de telecomunicações 0,010 0,004 0,007

62 Consultoria e prog informática e serviços relacionados

0,014 0,019 0,008

63 Serviços de informação 0,001 0,002 0,001

64 Serviços financeiros, exc. seguros e fundos de pensões

0,060 0,054 0,028

65 Serv seguros, resseg e f. pensões, exc. Seg soc. Obrig.

0,009 0,004 0,004

66 Serviços auxiliares de serviços financeiros e de seguros

0,004 0,003 0,002

6801+6802 Serviços imobiliários excluindo rendas imputadas em habitação própria

0,037 0,006 0,014

Page 208: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 186

6803 Rendas imputadas em habitação própria 0,000 0,000 0,000

69 Serviços jurídicos e contabilísticos 0,019 0,014 0,009

70 Serv. sedes sociais; serviços de consultoria de gestão

0,023 0,024 0,013

71 Serv arquitect e de eng.; serv. de ensaios e de anál. Técn.

0,018 0,020 0,012

72 Serviços de investigação e desenvolvimento científicos

0,008 0,006 0,004

73 Serviços de publicidade e estudos de mercado 0,022 0,016 0,021

74 Out serv consultoria, científicos, técnicos e similares 0,003 0,004 0,002

75 Serviços veterinários 0,000 0,000 0,000

77 Serviços de aluguer 0,011 0,004 0,006

78 Serviços de emprego 0,003 0,003 0,002

79 Serv. ag. viagens, op. Turíst. e out. serv. reservas e rel.

0,001 0,001 0,001

80 Serviços de segurança e investigação 0,007 0,012 0,003

81 Serv p/ edifícios e serv. Plant. e manutenção de jardins

0,005 0,009 0,002

82 Serv. Administr. e de apoio prestados às empresas 0,019 0,028 0,013

84 Serv. Admin. pública, defesa e seg. social obrigatória 0,001 0,002 0,000

85 Serviços de educação 0,003 0,005 0,001

86 Serviços de saúde humana 0,002 0,003 0,001

87 Serviços de apoio social com alojamento 0,000 0,000 0,000

88 Serviços de apoio social sem alojamento 0,000 0,000 0,000

90 Serviços criativos, artísticos e de espectáculo 0,000 0,000 0,000

91 Serv. bibliotecas, arquivos e museus e out. serv. culturais

0,000 0,000 0,000

92 Serviços de lotarias e outros jogos de aposta 0,000 0,000 0,000

93 Serviços desportivos, de diversão e recreativos 0,001 0,001 0,000

94 Serviços prestados por organizações associativas 0,001 0,002 0,001

95 Serv. Rep. computadores e de bens pessoais e dom. 0,001 0,002 0,001

96 Outros serviços pessoais 0,000 0,000 0,000

97 Serv. famílias empregadoras de pessoal doméstico 0,000 0,000 0,000

SPV 0,070 0,037 0,191

MWS 0,643 0,733 0,317

Retomador 0,000 0,000 0,002

A soma em colunas da tabela 0.2 corresponde à linha SIGRE da tabela 0.1.

Page 209: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 187

Tabela 0.3 - Alavancagem do SIGRE por ramo de atividade (milhões de Euros)

Setores VAB Salários Volume de Negócios

01 Produtos da agric., prod. animal, caça e serv. relac.

0,31 0,11 0,90

02 Produtos da silvic., expl. florestal e serv. relac. 4,45 0,72 6,34

03 Produtos da pesca, aquacultura e serv. relac. 0,01 0,00 0,01

05 Hulha (inclui antracite) e linhite 0,00 0,00 0,00

061 Petróleo Bruto 0,00 0,00 0,00

062 Gás Natural produzido 0,00 0,00 0,00

07+08+09 Outras Extrativas 1,28 0,62 3,01

10 Produtos alimentares 0,21 0,13 1,09

11 Bebidas 0,06 0,03 0,22

12 Produtos da indústria do tabaco 0,00 0,00 0,00

13 Produtos têxteis 0,15 0,12 0,56

14 Artigos de vestuário 0,01 0,01 0,02

15 Couro e produtos afins 0,02 0,01 0,06

16 Madeira e cortiça e suas obras, excl.mobil.; obras de esp. e cest.

1,40 1,00 6,04

17 Papel e cartão e seus artigos 2,94 1,33 11,43

18 Trabalhos de impressão e gravação 0,59 0,38 1,37

19 Coque, produtos petrolíferos refinados e aglomerados de combustíveis

0,85 0,33 15,61

20 Produtos químicos e fibras sintéticas ou artificiais 2,02 1,06 11,08

21 Produtos farmacêuticos de base preparações e artigos farmacêuticos

0,01 0,00 0,02

22 Artigos de borracha e de matérias plásticas 0,98 0,57 3,49

23 Outros produtos minerais não metálicos 2,40 1,37 7,19

24 Metais de base 0,76 0,38 4,77

25 Produtos metálicos transformados, excepto máquinas e equipamento

2,47 1,71 7,22

26 Produtos informáticos, eletrónicos e ópticos 0,18 0,08 0,67

27 Equipamento elétrico 0,31 0,18 1,31

28 Máquinas e equipamentos, n.e. 4,28 2,85 13,38

29 Veículos automóveis, reboques e semi-reboques 1,54 1,28 9,85

30 Outro material de transporte 0,07 0,05 0,20

31 Mobiliário 0,22 0,17 0,62

32 Produtos diversos das indústrias transformadoras 0,06 0,04 0,17

33 Serviços de reparação e instalação de máq e equip

5,76 3,62 14,81

351+353 Eletricidade, vapor e água quente e fria e ar frio 8,79 2,05 42,01

352 Gás natural distribuído 0,60 0,09 5,38

Page 210: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 188

36 Captação, tratamento e distribuição de água 0,17 0,08 0,36

37+38+39 Serviços de saneamento, descontaminação e valorização de materiais

2,89 1,57 7,69

41 Construção de edifícios 10,39 6,23 31,46

42 Trabalhos engenharia civil 6,87 4,57 24,07

43 Trabalhos de construção especializados 3,07 2,47 7,94

45 Vendas p/ grosso e ret. e serv. Rep. Veíc. Auto. e motoc

1,13 0,93 2,60

46 Vendas p/ grosso, excep veíc. Auto. e motociclos 10,30 6,26 21,27

47 Vendas a retalho, exc veículos automóveis e motociclos

1,82 1,03 2,88

49 Serv. transporte terrestre e por condutas (pipelines)

6,76 4,56 17,15

50 Serviços de transporte por água 0,12 0,06 0,49

51 Serviços de transporte aéreo 0,07 0,07 0,37

52 Serviços de armazenagem e auxiliares dos transportes

0,97 0,41 1,78

53 Serviços postais e de courrier 0,42 0,34 0,75

55 Serviços de alojamento 0,19 0,11 0,37

56 Serviços de restauração e similares 0,38 0,21 0,72

58 Serviços de edição 0,30 0,23 0,84

59 Serv prod filmes, vídeos e prog TV, grav som e ed músic

0,12 0,07 0,47

60 Serviços de programação e radiodifusão 0,32 0,23 0,97

61 Serviços de telecomunicações 1,20 0,27 2,62

62 Consultoria e prog informática e serviços relacionados

1,58 1,15 3,20

63 Serviços de informação 0,14 0,11 0,30

64 Serviços financeiros, exc. seguros e fundos de pensões

7,00 3,29 10,72

65 Serv seguros, resseg e f. pensões, exc. Seg soc. Obrig.

1,02 0,27 1,58

66 Serviços auxiliares de serviços financeiros e de seguros

0,48 0,18 0,79

6801+6802 Serviços imobiliários excluindo rendas imputadas em habitação própria

4,32 0,39 5,44

6803 Rendas imputadas em habitação própria 0,00 0,00 0,00

69 Serviços jurídicos e contabilísticos 2,21 0,88 3,35

70 Serv. sedes sociais; serviços de consultoria de gestão

2,69 1,48 5,08

71 Serv arquitect e de eng.; serv. de ensaios e de anál. Técn.

2,14 1,21 4,47

72 Serviços de investigação e desenvolvimento científicos

0,96 0,39 1,37

73 Serviços de publicidade e estudos de mercado 2,57 0,99 7,87

74 Out serv consultoria, científicos, técnicos e similares

0,34 0,25 0,74

75 Serviços veterinários 0,00 0,00 0,00

77 Serviços de aluguer 1,28 0,27 2,13

78 Serviços de emprego 0,31 0,16 0,72

Page 211: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 189

79 Serv. ag. viagens, op. Turíst. e out. serv. reservas e rel.

0,07 0,05 0,23

80 Serviços de segurança e investigação 0,77 0,72 0,96

81 Serv p/ edifícios e serv. Plant. e manutenção de jardins

0,59 0,56 0,92

82 Serv. Administr. e de apoio prestados às empresas 2,26 1,71 4,93

84 Serv. Admin. pública, defesa e seg. social obrigatória

0,12 0,10 0,17

85 Serviços de educação 0,34 0,32 0,40

86 Serviços de saúde humana 0,26 0,21 0,46

87 Serviços de apoio social com alojamento 0,00 0,00 0,00

88 Serviços de apoio social sem alojamento 0,00 0,00 0,00

90 Serviços criativos, artísticos e de espectáculo 0,02 0,01 0,07

91 Serv. bibliotecas, arquivos e museus e out. serv. culturais

0,00 0,00 0,01

92 Serviços de lotarias e outros jogos de aposta 0,00 0,00 0,00

93 Serviços desportivos, de diversão e recreativos 0,06 0,05 0,14

94 Serviços prestados por organizações associativas 0,10 0,11 0,28

95 Serv. Rep. computadores e de bens pessoais e dom.

0,16 0,12 0,29

96 Outros serviços pessoais 0,01 0,00 0,02

97 Serv. famílias empregadoras de pessoal doméstico

0,00 0,00 0,00

SPV 0,07 0,02 0,66

MWS 24,78 14,83 39,37

Retomador 0,00 0,00 0,63

Page 212: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de
Page 213: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 191

Anexo F - ANÁLISE DE INCERTEZA DOS MULTIPLICADORES E DA

ALAVANCAGEM ESTIMADOS

O grau de fiabilidade dos resultados dos impactes económicos do SIGRE foi avaliado através do seguinte

procedimento:

Atribuição duma estimativa de incerteza a cada dado de base.

Integração numérica do sistema, assumindo que os erros têm distribuição normal e independente.

Assumiu-se que os valores agregados (vector x) não têm erro enquanto os valores de base das

componentes interiores do sistema (matriz Z e vectors y e v) têm erros estimados através da expressão:

e(t)/t = at-b

,

onde e(t) é o erro, t é o valor de base, e a = 0.165518 e b = 0.05160 são parâmetros determinados de

forma a que o erro relativo do valor de base mais baixo seja de 30% e o erro relativo do valor de base

mais elevado seja de 10%. A escolha desta gama de valores reflecte o facto empírico de haver um

decrescimento da incerteza com o aumento do valor de base (Lenzen, 2001) e a escolha dos valores-

limite é consistente com um estudo feito para a matriz simétrica portuguesa de 1995 (Nhambiu, 2004),

e consistente com estudos internacionais (Bullard e Sebald, 1977; Lenzen et al., 2010).

Os erros foram gerados assumindo uma distribuição normal e independente para cada valor de base

(Lenzen et al., 2010). Para garantir que não ocorrem valores negativos mas que o valor esperado é

preservado, para cada valor de base t só foram aceites realizações entre 0 e 2t. Depois de gerada uma

configuração do sistema, esta foi balançada utilizando o método RAS (Lahr e de Mesnard, 2004).

Utilizando a técnica de integração de Monte-Carlo, para cada configuração foram calculados os

multiplicadores de tipo I analisados acima e as estimativas de incerteza foram obtidas através da

estatística descritiva:

E[m] = (Σj mj)/n;

Var[m] = (Σj (mj - E[m])2)/n,

onde E[m] e Var[m] são o valor esperado e variância dum multiplicador, mj é uma realização do

multiplicador a partir duma dada configuração de valores de base e n é o número de configurações. Por

fim, o erro do multiplicador é dado por:

e(m) = (Var[m])0.5

.

Tendo efectuado n = 10000 realizações, obtiveram-se as estimativas de incerteza relativa (e(m)/m)

apresentadas em anexo.

Para o multiplicador de tipo I de cada ramo de actividade obteve-se uma incerteza relativa máxima de

13% para o VAB, 19% para os Salários e 8% para o Volume de Negócios. Os valores equivalentes para a

desagregação por ramo de actividade do multiplicador de tipo I do SIGRE são de 28%, 30% e 25%. No

caso da alavancagem do SIGRE os valores são 29%, 30% e 26%.

Page 214: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 192

Incerteza relativa (%)

Multiplicador de tipo I

Alavancagem total

VAB Salários

Volume de negócios VAB Salários

Volume de negócios

01 Produtos da agric., prod. animal, caça e serv. relac. 6,30 8,87 2,86 3,39 5,15 2,86

02 Produtos da silvic., expl. florestal e serv. relac. 4,90 8,51 3,87 6,39 8,57 3,87

03 Produtos da pesca, aquacultura e serv. relac. 4,31 5,99 2,92 5,15 7,98 2,92

05 Hulha (inclui antracite) e linhite 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

061 Petróleo Bruto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

062 Gás Natural produzido 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

07+08+09 Outras Extrativas 6,17 8,21 2,68 3,67 5,94 2,68

10 Produtos alimentares 7,39 8,75 2,35 3,19 4,68 2,35

11 Bebidas 7,70 10,00 1,92 2,24 3,87 1,92

12 Produtos da indústria do tabaco 5,86 9,07 2,93 4,74 6,68 2,93

13 Produtos têxteis 7,26 6,67 2,92 4,49 6,63 2,92

14 Artigos de vestuário 5,70 5,78 2,66 4,55 6,85 2,66

15 Couro e produtos afins 6,00 5,98 2,96 5,19 7,62 2,96

16 Madeira e cortiça e suas obras, excl.mobil.; obras de esp. e cest. 7,92 7,88 2,87 3,49 5,76 2,87

17 Papel e cartão e seus artigos 7,52 10,19 2,27 2,71 4,27 2,27

18 Trabalhos de impressão e gravação 6,17 6,69 2,97 3,97 6,88 2,97

19 Coque, produtos petrolíferos refinados e aglomerados de combustíveis 8,29 11,42 2,18 7,18 8,48 2,18

20 Produtos químicos e fibras sintéticas ou artificiais 7,50 9,56 2,82 4,28 5,59 2,82

21 Produtos farmacêuticos de base preparações e artigos farmacêuticos 6,04 7,58 2,27 3,61 6,07 2,27

22 Artigos de borracha e de matérias plásticas 6,58 8,06 2,50 4,06 5,97 2,50

23 Outros produtos minerais não metálicos 6,55 8,04 2,15 2,85 4,95 2,15

24 Metais de base 8,41 11,01 3,19 5,04 6,19 3,19

25 Produtos metálicos transformados, excepto máquinas e equipamento 5,61 5,87 2,63 4,42 6,84 2,63

26 Produtos informáticos, eletrónicos e ópticos 4,20 5,87 1,93 5,92 8,02 1,93

27 Equipamento elétrico 6,46 7,74 2,58 4,89 6,72 2,58

28 Máquinas e equipamentos, n.e. 6,13 6,83 2,48 4,58 6,85 2,48

29 Veículos automóveis, reboques e semi-reboques 7,81 7,25 2,74 5,65 7,08 2,74

30 Outro material de transporte 6,85 7,11 2,63 4,85 7,35 2,63

31 Mobiliário 7,32 6,79 2,69 4,06 6,48 2,69

32 Produtos diversos das indústrias transformadoras 6,63 7,51 2,40 4,10 6,53 2,40

33 Serviços de reparação e instalação de máq e equip 5,40 6,03 2,55 4,32 6,87 2,55

351+353 Eletricidade, vapor e água quente e fria e ar frio 7,22 10,40 3,42 3,67 5,28 3,42

352 Gás natural distribuído 9,56 15,21 4,19 6,70 8,14 4,19

36 Captação, tratamento e distribuição de água 7,46 9,65 3,76 2,93 5,42 3,76

37+38+39 Serviços de saneamento, descontaminação e valorização de materiais 6,54 8,18 2,83 3,18 5,41 2,83

41 Construção de edifícios 5,69 7,01 2,09 3,13 5,10 2,09

42 Trabalhos engenharia civil 6,77 8,17 2,41 3,18 4,99 2,41

43 Trabalhos de construção especializados 6,10 5,66 3,03 4,78 7,13 3,03

45 Vendas p/ grosso e ret. e serv. Rep. Veíc. Auto. e motoc 6,42 5,42 2,55 4,11 6,69 2,55

46 Vendas p/ grosso, excep veíc. Auto. e motociclos 5,37 6,05 2,08 2,96 5,39 2,08

47 Vendas a retalho, exc veículos automóveis e motociclos 4,54 5,27 2,30 3,45 6,05 2,30

49 Serv. transporte terrestre e por condutas (pipelines) 5,96 6,50 2,25 3,42 5,71 2,25

50 Serviços de transporte por água 9,10 12,00 2,27 2,37 3,94 2,27

51 Serviços de transporte aéreo 9,80 8,43 2,47 4,45 5,56 2,47

52 Serviços de armazenagem e auxiliares dos transportes 6,46 8,40 3,60 3,05 5,53 3,60

Page 215: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 193

53 Serviços postais e de courrier 6,61 5,50 3,05 4,36 7,20 3,05

55 Serviços de alojamento 6,41 7,41 2,56 2,82 5,48 2,56

56 Serviços de restauração e similares 4,78 5,87 2,46 3,73 6,21 2,46

58 Serviços de edição 7,99 7,90 2,40 3,09 5,54 2,40

59 Serv prod filmes, vídeos e prog TV, grav som e ed músic 9,39 11,48 1,95 2,15 3,71 1,95

60 Serviços de programação e radiodifusão 9,45 10,79 2,38 2,01 3,78 2,38

61 Serviços de telecomunicações 6,50 9,54 3,07 3,51 5,32 3,07

62 Consultoria e prog informática e serviços relacionados 6,71 6,08 2,99 3,25 6,31 2,99

63 Serviços de informação 8,63 8,14 3,10 3,26 6,13 3,10

64 Serviços financeiros, exc. seguros e fundos de pensões 3,98 4,53 2,52 4,26 7,12 2,52

65 Serv seguros, resseg e f. pensões, exc. Seg soc. Obrig. 5,31 7,63 2,45 4,50 6,62 2,45

66 Serviços auxiliares de serviços financeiros e de seguros 5,46 7,45 2,65 4,31 6,89 2,65

6801+6802 Serviços imobiliários excluindo rendas imputadas em habitação própria 9,26 15,25 7,80 4,45 11,07 7,80

6803 Rendas imputadas em habitação própria 8,75 11,03 6,01 4,02 0,00 6,01

69 Serviços jurídicos e contabilísticos 4,60 6,25 2,54 4,14 6,77 2,54

70 Serv. sedes sociais; serviços de consultoria de gestão 5,68 6,65 2,68 3,31 6,01 2,68

71 Serv arquitect e de eng.; serv. de ensaios e de anál. Técn. 5,87 6,89 2,65 3,37 6,06 2,65

72 Serviços de investigação e desenvolvimento científicos 4,72 6,57 2,66 4,80 7,33 2,66

73 Serviços de publicidade e estudos de mercado 6,85 9,55 2,53 2,80 4,57 2,53

74 Out serv consultoria, científicos, técnicos e similares 7,41 7,43 2,57 3,18 6,03 2,57

75 Serviços veterinários 6,43 9,24 3,02 4,76 7,21 3,02

77 Serviços de aluguer 7,92 11,87 4,15 3,12 6,05 4,15

78 Serviços de emprego 7,72 9,47 2,62 2,73 5,32 2,62

79 Serv. ag. viagens, op. Turíst. e out. serv. reservas e rel. 9,37 9,69 2,22 2,19 4,36 2,22

80 Serviços de segurança e investigação 3,76 2,40 2,77 7,99 10,03 2,77

81 Serv p/ edifícios e serv. Plant. e manutenção de jardins 5,50 3,61 3,18 6,42 8,66 3,18

82 Serv. Administr. e de apoio prestados às empresas 6,69 6,31 2,91 3,26 5,93 2,91

84 Serv. Admin. pública, defesa e seg. social obrigatória 4,75 4,01 2,84 4,60 6,91 2,84

85 Serviços de educação 2,62 1,70 2,17 7,45 8,91 2,17

86 Serviços de saúde humana 4,59 3,98 2,44 4,89 7,28 2,44

87 Serviços de apoio social com alojamento 6,53 5,66 2,92 4,49 7,05 2,92

88 Serviços de apoio social sem alojamento 5,43 4,67 2,98 4,95 7,44 2,98

90 Serviços criativos, artísticos e de espectáculo 8,25 11,63 2,37 2,46 4,42 2,37

91 Serv. bibliotecas, arquivos e museus e out. serv. culturais 8,51 7,99 3,44 3,74 6,55 3,44

92 Serviços de lotarias e outros jogos de aposta 6,08 8,99 2,85 3,99 6,29 2,85

93 Serviços desportivos, de diversão e recreativos 7,91 7,94 2,73 2,89 5,26 2,73

94 Serviços prestados por organizações associativas 10,88 7,71 2,82 3,01 5,29 2,82

95 Serv. Rep. computadores e de bens pessoais e dom. 6,81 5,71 2,99 4,10 7,43 2,99

96 Outros serviços pessoais 5,16 5,79 2,48 4,11 7,09 2,48

97 Serv. famílias empregadoras de pessoal doméstico 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

SPV 12,73 19,36 1,76 5,40 8,70 1,76

MWS 4,19 5,09 2,57 6,88 10,00 2,57

Retomador 0,00 0,00 1,20 0,00 0,00 1,20

Máximo 12,73 19,36 7,80 7,99 11,07 7,80

Page 216: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório de Final

Página | 194

Multiplicador do tipo I do SIGRE por ramo de actividade Alavancagem do SIGRE por ramo de actividade

VAB Salários

Volume de negócios VAB Salários

Volume de negócios

01 Produtos da agric., prod. animal, caça e serv. relac. 15,59 18,91 11,04 17,05 18,85 14,58

02 Produtos da silvic., expl. florestal e serv. relac. 20,66 23,70 16,63 22,47 24,12 19,94

03 Produtos da pesca, aquacultura e serv. relac. 20,49 23,67 16,55 21,46 23,35 19,10

05 Hulha (inclui antracite) e linhite 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

061 Petróleo Bruto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

062 Gás Natural produzido 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

07+08+09 Outras Extrativas 19,26 22,15 16,36 18,79 20,96 16,56

10 Produtos alimentares 19,13 22,01 15,79 20,70 22,30 18,85

11 Bebidas 15,31 18,95 10,39 16,17 18,56 13,33

12 Produtos da indústria do tabaco 27,62 30,15 24,55 28,53 30,12 26,46

13 Produtos têxteis 21,55 23,44 17,95 21,91 22,93 19,47

14 Artigos de vestuário 17,92 20,60 13,62 18,58 20,01 15,96

15 Couro e produtos afins 24,61 26,51 21,65 24,77 26,01 22,80

16 Madeira e cortiça e suas obras, excl.mobil.; obras de esp. e cest. 18,11 21,02 13,91 19,52 20,91 17,14

17 Papel e cartão e seus artigos 13,45 16,45 10,66 9,80 13,15 6,02

18 Trabalhos de impressão e gravação 12,79 16,68 6,06 13,86 16,21 10,28

19 Coque, produtos petrolíferos refinados e aglomerados de combustíveis 15,78 19,47 10,47 14,52 17,15 11,31

20 Produtos químicos e fibras sintéticas ou artificiais 16,58 19,59 12,72 17,93 19,90 15,63

21 Produtos farmacêuticos de base preparações e artigos farmacêuticos 17,82 21,20 13,48 18,52 20,63 15,90

22 Artigos de borracha e de matérias plásticas 22,99 24,51 21,19 13,41 15,81 11,15

23 Outros produtos minerais não metálicos 19,22 21,54 17,01 12,19 14,66 9,38

24 Metais de base 22,32 24,80 19,40 13,65 16,35 10,66

25 Produtos metálicos transformados, excepto máquinas e equipamento 13,41 16,78 7,28 13,55 15,55 10,18

26 Produtos informáticos, eletrónicos e ópticos 16,95 20,49 12,45 17,46 19,71 14,87

27 Equipamento elétrico 15,56 19,01 10,45 15,92 18,00 13,02

28 Máquinas e equipamentos, n.e. 21,18 23,73 17,11 19,05 20,71 16,62

29 Veículos automóveis, reboques e semi-reboques 23,55 25,42 19,31 21,37 22,32 18,81

30 Outro material de transporte 17,09 20,18 11,78 17,25 19,09 13,73

31 Mobiliário 16,55 19,15 11,17 17,39 18,76 13,95

32 Produtos diversos das indústrias transformadoras 16,92 20,25 12,03 17,43 19,49 14,45

33 Serviços de reparação e instalação de máq e equip 14,68 18,15 9,25 13,90 16,10 10,67

351+353 Eletricidade, vapor e água quente e fria e ar frio 16,15 19,42 11,68 18,01 19,60 15,43

352 Gás natural distribuído 16,19 19,62 10,01 17,65 19,76 13,72

36 Captação, tratamento e distribuição de água 15,45 19,04 10,67 16,19 18,49 13,39

37+38+39 Serviços de saneamento, descontaminação e valorização de materiais 17,87 20,98 14,02 17,71 19,71 15,30

41 Construção de edifícios 14,10 17,50 9,54 15,46 17,25 13,19

42 Trabalhos engenharia civil 14,03 17,27 8,42 13,34 15,25 10,26

43 Trabalhos de construção especializados 14,03 16,92 7,13 13,99 15,43 10,05

45 Vendas p/ grosso e ret. e serv. Rep. Veíc. Auto. e motoc 15,18 17,73 9,62 16,10 17,26 12,75

46 Vendas p/ grosso, excep veíc. Auto. e motociclos 12,73 16,20 7,63 13,56 15,46 11,05

47 Vendas a retalho, exc veículos automóveis e motociclos 15,60 18,66 11,91 16,64 18,40 14,73

49 Serv. transporte terrestre e por condutas (pipelines) 15,07 18,24 10,71 16,66 18,27 14,32

50 Serviços de transporte por água 20,62 24,05 17,01 21,86 24,19 19,70

51 Serviços de transporte aéreo 17,66 19,47 11,70 18,28 18,90 14,29

52 Serviços de armazenagem e auxiliares dos 13,90 17,69 8,84 14,93 17,18 12,38

Page 217: Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento ......Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano) 16 Figura 2.10 – Taxas de

Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal Relatório Final

Página | 195

transportes

53 Serviços postais e de courrier 13,57 16,47 5,53 14,30 15,68 9,72

55 Serviços de alojamento 16,10 19,26 11,97 16,81 18,73 14,45

56 Serviços de restauração e similares 16,15 19,40 12,16 17,05 18,93 14,99

58 Serviços de edição 15,61 18,52 9,92 15,74 17,48 12,02

59 Serv prod filmes, vídeos e prog TV, grav som e ed músic 15,21 18,92 9,68 15,28 17,71 11,74

60 Serviços de programação e radiodifusão 15,82 18,96 10,59 15,63 17,67 12,12

61 Serviços de telecomunicações 14,54 17,77 9,05 15,28 17,07 12,18

62 Consultoria e prog informática e serviços relacionados 12,52 15,84 5,76 13,42 15,24 9,83

63 Serviços de informação 14,05 17,44 5,71 14,80 16,70 9,79

64 Serviços financeiros, exc. seguros e fundos de pensões 12,78 16,46 7,64 13,66 15,68 11,20

65 Serv seguros, resseg e f. pensões, exc. Seg soc. Obrig. 17,27 20,44 12,70 17,39 19,26 14,73

66 Serviços auxiliares de serviços financeiros e de seguros 14,66 18,28 9,03 15,32 17,67 12,20

6801+6802 Serviços imobiliários excluindo rendas imputadas em habitação própria 14,45 17,23 7,91 14,18 15,70 10,14

6803 Rendas imputadas em habitação própria 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

69 Serviços jurídicos e contabilísticos 12,22 16,42 6,08 13,36 15,83 10,30

70 Serv. sedes sociais; serviços de consultoria de gestão 13,17 16,85 7,75 14,31 16,43 11,70

71 Serv arquitect e de eng.; serv. de ensaios e de anál. Técn. 13,08 16,75 7,43 14,25 16,45 11,40

72 Serviços de investigação e desenvolvimento científicos 16,34 19,58 12,06 16,02 18,21 13,06

73 Serviços de publicidade e estudos de mercado 14,34 18,02 9,66 14,12 16,59 11,26

74 Out serv consultoria, científicos, técnicos e similares 14,23 17,81 7,68 15,43 17,42 11,65

75 Serviços veterinários 22,35 25,23 18,50 23,65 25,38 21,05

77 Serviços de aluguer 12,75 16,39 5,52 13,65 15,74 9,65

78 Serviços de emprego 12,71 17,07 5,54 13,28 16,29 9,22

79 Serv. ag. viagens, op. Turíst. e out. serv. reservas e rel. 15,80 18,87 9,69 16,42 18,14 12,63

80 Serviços de segurança e investigação 15,43 17,50 7,63 16,24 16,85 11,42

81 Serv p/ edifícios e serv. Plant. e manutenção de jardins 14,80 16,65 6,80 15,62 16,03 10,67

82 Serv. Administr. e de apoio prestados às empresas 12,84 15,99 6,27 14,07 15,59 10,57

84 Serv. Admin. pública, defesa e seg. social obrigatória 22,86 24,59 19,62 22,86 23,58 20,82

85 Serviços de educação 18,19 19,90 13,32 19,14 19,49 16,10

86 Serviços de saúde humana 16,47 18,88 11,82 17,21 18,30 14,36

87 Serviços de apoio social com alojamento 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

88 Serviços de apoio social sem alojamento 24,74 26,65 21,34 25,42 26,25 23,16

90 Serviços criativos, artísticos e de espectáculo 17,31 21,15 12,59 17,93 20,57 14,82

91 Serv. bibliotecas, arquivos e museus e out. serv. culturais 20,69 23,05 15,78 21,09 22,40 17,60

92 Serviços de lotarias e outros jogos de aposta 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

93 Serviços desportivos, de diversão e recreativos 20,28 22,63 15,95 20,29 21,63 17,39

94 Serviços prestados por organizações associativas 18,56 19,67 11,80 19,38 19,13 14,62

95 Serv. Rep. computadores e de bens pessoais e dom. 16,07 19,11 10,64 17,33 18,93 13,88

96 Outros serviços pessoais 20,05 23,08 16,44 20,17 22,06 18,01

97 Serv. famílias empregadoras de pessoal doméstico 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

SPV 13,19 18,02 5,15 19,30 22,23 15,33

MWS 8,55 9,62 5,30 10,51 14,26 2,97

Retomador 0,00 0,00 12,19 0,00 0,00 16,03

Máximo 27,62 30,15 24,55 28,53 30,12 26,46