Contraditório Mundo Novo

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  ____________________________________________________ _________________________________________ CONTRADITÓRI O MUNDO NOVO Lisete Barbosa * Quando tudo parece sem sentido Quando tudo parece sem vida Quando tudo parece sem alma Quando a banda já passou Deixando rastro da folia e um véu de poeira pela estrada afora A solidão, deixa o gosto amargo na garganta A pele queima de excitação Pulsa o meu coração Que pede,implora,deseja Doce loucura dos desesperados Entre o silêncio e a balbúrdia Entre moderno e o arcaico Entre ascensão e a desgraça O contraditório jogo de palavras persiste O que busco em meus dias?  No passeio da criança Pela calçada quase inexistente Seguida por sua cachorra Fiel companheira assim ,como a Baleia em Vidas Secas Calor intenso da tarde Com sorvete em punho Como se fosse um troféu  No vulto do homem sentado Em sua famosa cadeira de balanço Com olhar carcomido pelas lembranças De um tempo que escapou por entre os dedos  Na tragada do tabaco,lenta como seus dias Segue a inquietação profunda corroendo Meus ossos,carne e coração Acidez do contraditório Ora é ruidoso,ora se aquieta *  Poeta. Acadêmica do curso de Ciências Econômicas: economia, integração e desenvolvimento da Universidade Federal da Integração Latino-America na. Web site: http://www.lisetebarbosa.blogspot.com.br  Revista Orbis La tina, vol.5, nº1, janeiro-dezembro de 2015.  ISSN: 2237-6976   Página 213 

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Poesia de Lisete Barbosa publicada na Revista Orbis Latina.

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    CONTRADITRIO MUNDO NOVO

    Lisete Barbosa*

    Quando tudo parece sem sentidoQuando tudo parece sem vidaQuando tudo parece sem almaQuando a banda j passouDeixando rastro da folia e um vu de poeira pela estrada aforaA solido, deixa o gosto amargo na gargantaA pele queima de excitaoPulsa o meu coraoQue pede,implora,desejaDoce loucura dos desesperadosEntre o silncio e a balbrdiaEntre moderno e o arcaicoEntre ascenso e a desgraaO contraditrio jogo de palavras persiste

    O que busco em meus dias?No passeio da crianaPela calada quase inexistenteSeguida por sua cachorraFiel companheira assim ,como a Baleia em Vidas SecasCalor intenso da tarde Com sorvete em punhoComo se fosse um trofuNo vulto do homem sentadoEm sua famosa cadeira de balanoCom olhar carcomido pelas lembranasDe um tempo que escapou por entre os dedosNa tragada do tabaco,lenta como seus dias Segue a inquietao profunda corroendoMeus ossos,carne e coraoAcidez do contraditrioOra ruidoso,ora se aquieta

    * Poeta. Acadmica do curso de Cincias Econmicas: economia, integrao e desenvolvimento da Universidade Federal da Integrao Latino-Americana. Web site: http://www.lisetebarbosa.blogspot.com.br

    Revista Orbis Latina, vol.5, n1, janeiro-dezembro de 2015. ISSN: 2237-6976 Pgina 213

  • O que espero ainda no chegouPermaneo com ps cravados Como o peo e suas esporasNo lombo do valente pingoVendo a vida de longeCom olhos atentos Dos avisos que vem do cuComo o preldio de chuva Em tempos de sol a pino Onde as garas no revoado, imitam um pano brancoCiscam o aude que virou lodo Na busca determinada pela sobrevivncia

    No vou relutar em lutarMesmo que tudo parea contraditrioMesmo que a viso parecer turvaMesmo que ao meio dia tudo se torne negroComo as noites de inverno friaMesmo que os padres sejam ditadosMesmo que os enlatados se sobreponhaEncobrindo at o direito de respirarE sufocar nossos pulmes e ideiasA luta no solitriaA luta a mesma de todos nossos irmos, da Amrica Latina!

    Recebido em 15/04/2015Aprovado em 25/06/2015

    Revista Orbis Latina, vol.5, n1, janeiro-dezembro de 2015. ISSN: 2237-6976 Pgina 214