Contraceptivos de Emergência

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  • 7/25/2019 Contraceptivos de Emergncia

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    Interveno Farmacutica

    na Contracepo de Emergncia

    Manual

    de Apoio

    Perto de Si

    Promovendo a Sade

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    Interveno Farmacutica na

    FICHA TCNICA

    Direco Nacional da Ordem dos Farmacuticos

    Coordenao:Antnio Hiplito de AguiarAna Sofia GuimasLgia Brito ReisLus Rhodes BaioMaria Manuela Teixeira

    Design grfico, produo e impresso:Cadavalgrfica, Lda.Depsito legal n 333776/11

    Ano: 2011Lisboa

    Todos os direitos reservados pelo Editor:Ordem dos Farmacuticos

    Rua da Sociedade Farmacutica, 181169-075 Lisboa

    Copyright 2011 da Ordem dos Farmacuticos

    No permitida a reproduo quer parcial, quer total desta publicao, nem a sua transmis-so por qualquer processo electrnico, mecnico, fotogrfico, fotocpia, gravao ou outro,sem prvia autorizao escrita do Editor.A elaborao da presente publicao teve como base a mais recente evidncia e normas emvigor. natural, porm, que esta informao seja objecto de reviso e actualizao peridica,

    tendo como base novas referncias bibliogrficas sobre as matrias abordadas.As orientaes constantes desta publicao constituem ferramentas destinadas a apoiar os far-macuticos na prestao de um servio farmacutico. No substituem a avaliao profissionalindividual e no constituem a nica abordagem possvel na interveno farmacutica.

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    Contracepo de Emergncia

    NDICE

    I Introduo

    II Contracepo de Emergncia

    III Interveno Farmacutica

    Anexos

    V Bibliografia

    IV Fluxograma

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    Interveno Farmacutica na

    I. INTRODUO

    O conceito de Sade Sexual e Reprodutiva implica que as pessoas possam ter uma vidasexual activa, segura e que possam decidir quando e com que frequncia tm filhos.

    Esta condio pressupe o direito de cada indivduo ser devidamente informado, de teracesso a mtodos de planeamento familiar seguros e eficazes, e acesso a servios desade adequados que permitam s mulheres terem o acompanhamento necessriodurante a gravidez e no parto. Abrange, tambm, o direito sade sexual, entendidacomo potenciadora da vida e das relaes interpessoais.

    Os cuidados a prestar em Sade Sexual e Reprodutiva constituem por isso, um conjunto

    diversificado de servios, tcnicas e mtodos que contribuem para a sade e o bem-estardas mulheres e dos homens ao longo do seu ciclo de vida.1

    Os farmacuticos comunitrios, pela sua acessibilidade, mas tambm porque a farmciaintegra profissionais com credibilidade e formao na rea da sade, esto muito prxi-mos do cidado, em espaos que no oferecem barreiras. na farmcia que estodisponveis servios essenciais e diferenciados, que diariamente passam pela disponibi-lizao de informao e aconselhamento, dispensa de medicamentos e de produtos desade, realizao de determinaes de parmetros bioqumicos e fisiolgicos, deteco eresoluo de problemas relacionados com medicamentos, entre outros.

    tambm no domnio da Sade Sexual e Reprodutiva que os farmacuticos comunitriosdevem colocar ao servio do cidado as suas competncias contribuindo para a utiliza-o correcta, segura e eficaz dos mtodos contraceptivos, para a preveno da gravidezindesejada e para a diminuio das doenas sexualmente transmissveis.

    Os actuais mtodos contraceptivos so muito eficazes, mas a verdade que se estima quecerca de 15% da populao feminina residente com idade compreendida entre os 15 e os55 anos no usa qualquer mtodo contraceptivo, pelo que aproximadamente 2 milhesde mulheres esto em condio passvel de gravidez.7 Na realidade, existem muitas

    gravidezes no planeadas e no desejadas(a)

    pelo que o recurso Contracepo deEmergncia surge como uma alternativa que permite minimizar estes riscos.

    A necessidade de recorrer a Contracepo de Emergncia claramente uma oportu-nidade de dialogar com as mulheres, ou com os casais, que procuram aconselhamentofarmacutico. um momento priveligiado para educar para a sade, com informaoadaptada a cada caso, de forma a aumentar os conhecimentos e compreenso para queindividualmente se faam as melhores escolhas em questes de sade sexual aspectosessenciais em promoo da sade, na qual o farmacutico deve estar permanentemeteenvolvido.

    (a)Em Portugal, o nmero de interrupes voluntrias de gravidez realizadas aps a entrada emvigor da Lei n 16/2007 de 17 de Abril, regista um aumento de 6,67% entre 2008 e 2009 (DGS 2011)

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    Contracepo de Emergncia

    II. CONTRACEPO DE EMERGNCIA

    A Contracepo de Emergncia (CE) um mtodo destinado a evitar uma gravidez nodesejada aps uma relao sexual desprotegida ou em caso de falha do mtodo contra-ceptivo. Constitui uma segunda linha na preveno primria da gravidez no desejada. o nico mtodo que pode ser utilizado para prevenir a gravidez aps a relao sexual.3

    A CE pode ser utilizada com segurana por qualquer mulher, mesmo quando h contra-indicaes para a toma de contraceptivos orais hormonais. Aps a toma da CE a mulherpode engravidar em qualquer altura, caso no utilize nenhum mtodo contraceptivo. A CEapenas previne uma gravidez decorrente de relaes sexuais ocorridas antes da toma e

    nunca nos casos em que estas ocorrem subsequentemente. A CE no efectiva se a mu-lher j estiver grvida.

    A CE pode prevenir a maior parte das gravidezes no desejadas que ocorrem, se um maiornmero de mulheres tiver acesso a esta opo.

    O acesso CE particularmente importante no caso de adolescentes que, com frequncia,tm pouca experincia na utilizao da contracepo. Dar informao sobre a CE e ondepodem recorrer para a obter um meio de evitar os problemas de sade que podem advir,designadamente, de uma gravidez precoce.

    Reduzindo o nmero de gravidezes no desejadas, a CE pode diminuir o nmero de inter-rupes voluntrias da gravidez.

    A CE um recurso importante para a mulher que, no desejando engravidar, teve umarelao sexual no protegida ou um acidente contraceptivo. Deve ser sempre oferecida,nos casos de violao atravs dos servios competentes.

    Depois de se utilizar a CE, recomenda-se que as relaes sexuais subsequentes sejam pro-tegidas por um mtodo de barreira fivel at ao incio da menstruao seguinte - o recur-so CE pode ser uma oportunidade privilegiada para o incio de um mtodo contracep-tivo continuado e eficaz.

    Existem, actualmente, duas abordagens teraputicas diferentes:i. em que a CE pode ser feita at s 72h aps relao sexual desprotegida

    ou inadequadamente protegida e,

    ii. a CE em que a eficcia comprovada at ao 5 dia, mais precisamenteat 120h aps relao sexual desprotegida ou inadequadamente protegida.

    A eficcia da contracepo de emergncia tanto maior quanto mais rpida for a tomaaps a relao sexual.

    A CE no abortiva, e no tem efeitos teratognicos.1

    Os Quadros 1 e 2 caracterizam cada um dos medicamentos com indicao na contra-cepo de emergncia disponveis no mercado (ver em Anexos).

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    Interveno Farmacutica na

    III. INTERVENO

    Objectivos

    A interveno farmacutica tem como objectivos centrais a:1. Preveno da gravidez indesejada;2. Promoo do uso correcto, efectivo e seguro da CE;3. Promoo da sade sexual e reprodutiva da populao.

    Populao

    Utentes com idade superior a 16 anos (os dados disponiveis em idades inferiores a 16 anosso muito limitados).

    Materiais

    De forma a suportar a interveno o farmacutico tem ao seu dispor:

    1. O protocolo de actuao na forma de questionrio para orientao daentrevista a realizar e fluxograma;

    2. Um folheto com informao escrita sobre o tema para entrega no momentodo aconselhamento ou dispensa de medicamentos com indicao na CE;

    3. Questionrio para utentes que adquirem CE na semana de 26 de Setembro a 1 deOutubro. Este questionrio de auto-preenchimento.

    Mtodo

    A interveno farmacutica na CE pode ser desencadeada nas seguintes situaes: Reporte de relao sexual no protegida ou em que houve falha do mto

    do contraceptivo; Solicitao de contracepo de emergncia; Apresentao de prescrio mdica de medicamentos indicados na

    contracepo de emergncia.

    As mulheres que solicitam CE podem apresentar grande ansiedade, devendo o aconsel-hamento ser efectuado de uma forma ainda mais compreensiva, objectiva e isenta de ju-zos de valor.

    por isso recomendvel que o atendimento decorra em ambiente de privacidade, no

    gabinete, e pelo farmacutico.A Ordem dos Farmacuticos recomenda a seguinte metodologia de interveno:2,5

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    Contracepo de Emergncia

    Passo 1 - AVALIAO

    i) Identificar a utentea. Assegurar que est a falar com a prpria utente que vai usar a CEb. Questionar a idade

    ii) Identificar outros problemas de sade

    iii) Identificar outros medicamentos que estejam a ser tomados

    Passo 2 CRITRIOS DE INCLUSO E DE EXCLUSO

    i) Analisar critrios de inclusoa. Confirmar que a utente ainda est no perodo indicado de utilizao (72

    ou 120 horas)b. Avaliar a causa: relao sexual no protegida ou falha potencial do mtodo

    contraceptivo habitualmente utilizadoc. Avaliar a fase do ciclo em que se encontra

    ii) Analisar critrios de exclusoa. Confirmar que a utente no se encontra grvida, determinando a data

    da ltima menstruaob. Confirmar que a utente no intolerante ao princpio activo ou excipientesc. Avaliar potenciais interaces com outros medicamentosd. Certificar que a utente no tem:

    e. Assegurar que no se trata de uma 2 toma do medicamento no mesmo ciclo,em virtude da sobrecarga hormonal

    No caso da substncia activa sero Levonorgestrel ou ulipristal

    Alterao da funo hepticagrave.

    Sndromas de m absorograve, tais como a doena deCrohn.

    Problemas hereditrios rarosde intolerncia galactose,deficincia de lactase de Lappou m absoro glucose-galactose.

    No caso da associao Etinilestradiol +Levonorgestrel

    Presena ou antecedentes de processostromboemblicos venosos ou arteriais e

    estados que predispem para tais doenas. Presena ou antecedentes de tumores no fgado; Cancro da mama ou do endomtrio exis-

    tentes ou tratados. Antecedentes de herpes da gravidez Perturbaes graves da funo heptica; Ictercia ou prurido persistente em gravidez

    anterior; Sndrome de Dubin-Johnson; Sndrome de Rotor; Tromboflebite existente;

    Anemia falciforme Angioedema hereditrio

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    Passo 3 INFORMAO E ACONSELHAMENTO

    a. Explicar o modo de acob. Apresentar o grau de eficcia e segurana do mtodoc. Referir a posologiad. Caso a utente vomite at 3 horas aps a toma do comprimido, deve repetir a tomae. Alertar para as perturbaes menstruais, muito frequentes e que podem

    atrasar ou acelerar a menstruao seguinte. Aconselhar, em caso de umatraso superior a 5 dias no caso de levonorgestrel ou 7 dias no caso doulipristal, a realizao de um teste de gravidez

    f. Se a utente estiver a amamentar, suspender a amamentao nas 36horas seguintes aps a toma no caso do ulipristal, nas 6 horas seguintesno caso do levonorgestrel. Para a associao etinilestradiol+levonorgestrel ape-nas existe referncia eventual excreo no leite materno e a diminuio tem-porria de produo de leite

    g. Referir que o recurso a CE no constitui uma contra-indicao ao usocontinuado de contracepo hormonal regular, no entanto, a aco con-traceptiva pode ficar diminuda devendo associar-se um mtodo debarreira fivel at ao incio da menstruao seguinte

    h. Deve ser acentuado, de forma sistemtica, que a contracepo deemergncia no um mtodo contraceptivo de uso regular, mas sim umrecurso. Devem ser discutidos outros contraceptivos para uso futuro.

    i. Enfatizar que a CE no previne a transmisso de doenas sexualmentetransmitidas

    j. Entregar informao escrita (folheto)

    Passo 4 SEGUIMENTO

    a. Solicitar utente que reporte qualquer situao no habitual

    b. Caso a menstruao tenha uma atraso superior a 5 dias no caso de levo-norgestrel ou 7 dias no caso do ulipristal, recomendar a realizao de umteste de gravidez

    c. Notificar reaces adversas ao Sistema Nacional de Farmacovigilncia

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    Solicitao domedicamento de CE

    Indicao de relaosexual no protegida

    < 17 anos?

    Potencial gravidez?

    No

    Amenorreia h mais de 4 semanas /gravidez

    Histria de gravidez ectpicaDoenas de foro ginecolgicoDoenas de coagulaoDoena heptica activa

    Carbamazepina, fenobarbital, fenitona,

    primidona?

    Rifampicina?Griseofulvina?

    Hiperico?

    No

    Relao sexual h mais de 72h?

    Critrios de excluso

    Critrios de incluso

    Hipersensibilidade susbstncia activa?

    Interaces?

    Relao sexual no protegida, neste ciclo menstrual?

    Utilizao de CE neste ciclo menstrual?

    No

    No

    Dispensa CE

    Informao e AconselhamentoModo de actuao e grau de eficciaPosologiaEfeitos secundrios e forma de os minimizarPerturbaes menstruais provveisSe no surgir o fluxo menstrual na data esperadarealizar teste de gravidezCE no mtodo contraceptivo regularCE no protege de DSTs

    Em caso de surgir alguma situao no habitualsolicitar utente que informe o farmacuticoCaso a menstruao tenha uma atraso superior a 5 dias no caso de levonorgestrel ou 7 diasno caso do ulipristal, recomendar a realizao de um teste de gravidezReaces Adversas - registar e notificar o SistemaNacional de Farmacovigilncia

    Sim

    Si

    m

    Sim

    Sim

    Sim

    Sim

    Referenciar ao mdico

    Identificao de outros medicamentos

    Identificao de outros problemas de Sade

    Identificao

    Prescrio mdica de CE

    Avaliao

    In

    tervenoeseguimento

    No

    Seguimento

    AssociarInformao

    escrita(folheto)

    IV. FLUXOGRAMA

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    V. BIBLIOGRAFIA

    1 Direco Geral de Sade - Programa Nacional de Sade Reprodutiva (Acedido em:21.08.2011). Disponvel em: http://www.saudereprodutiva.dgs.pt/

    2 Norma de Interveno Farmacutica na Contracepo de Emergncia. Ordem dosFarmacuticos. Rev. Ordem dos Farmacuticos n 66, p22-27

    3 CEDIME- Contracepo oral de emergncia. Farmcia Prtica n 29, ANF.(2010), p3-44 Infarmed- Resumo das Caracteristicas do Medicamento: Norlevo, Postinor, Tetragynon,

    Ellaone (Acedido em: 20.08.2011). Disponvel em: www.infomed.pt5 Best practice guidelines for the supply by pharmacist of the emergency contraceptive pill. Jan

    2011, Pharmacy Council of New Zealand, Pharmaceutical Society of New Zealand (Acedidoem: 30.08.2011). Disponvel em:http://www.pharmacycouncil.org.nz/cms_show_download.php?id=215

    6 American College of Obstetrician and Gynecologist. ACOG Practice Bulletin. ClinicalManagement Guidelines for Obstetrician-Gynecologists, Number 69, December 2005.Emergency contraception. Obstet Gynecol. 2005; 106(6):1443-52

    7 Inqurito Nacional de Sade 2005/20068 Fontes, E, [et al.]- Pattern of use of emergency oral contraception among Portuguese women.

    Pharm World Sci. (2010)9 Teixeira, M, - Dispensa de Contracepo de Emergncia: rigor, tica e profissionalismo.

    Newsletter Farmcia, Grupo Tecnifar Farmacutica. (2011)10 Reis, L [et al.]- Quando a maturidade desperta. Rev. Farmcia Portuguesa n 177, ANF.(2008),

    p36-4011 British National Formulary N 61. London, BMJ Publishing Group Ltd and RPS Publishing, 2011.12 Leung V, Levine M, Soon JA. Mechanisms of action of hormonal emergency contraceptives.

    Pharmacotherapy 2010; 30(2): 158-68.13 Jones D, Stammers T. Why emergency contraception remains controversial. South Med J 2009;

    102 (1): 5-7.14 Ulipristal acetate. Obstet Gynecol 2010; 116(6). 1252-53.

    15 Towards more effective emergency contraception? Lancet 2010; 375: 527-28.Mais informao em:

    The American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG):http://www.acog.org/

    World Health Organization (WHO): http://www.who.int/en/ The International Consortium for Emergency Contraception (ICEC):

    http://www.emergencycontraception.org/index.php Direco Geral da Sade (DGS): http://www.saudereprodutiva.dgs.pt

    Associao para o Planeamento da Famlia (APF): http://www.apf.pt European Medicines Agency (EMA): http://www.ema.europe.eu

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    Contracepo de Emergncia

    ANEXOS

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    Quadro 1 - Medicamentos no sujeitos a receita mdica com indicao contracepo de emergncia

    Marcas Comerciais

    Composio

    Mecanismode aco

    Posologiae modo deadministrao

    Eficcia

    Advertnciase precauesespeciais deutilizao

    Contra-indicaes

    Efeitosindesejveis

    Norlevo Postinor

    1,5 mg de Levonorgestrel

    O mecanismo de aco no est totalmente esclarecido. Nesta dose, o levonorgestrel bloqueia a ovulao prevenindo assim a fecun-

    dao caso a relao sexual tenha ocorrido na fase pr-ovulatria, quandoa probabilidade da fecundao maior.

    Pode tambm dar origem a alteraes no endomtrio que o tornam impr-

    prio para a nidao de um eventual ovo.

    O tratamento consiste na administrao oral de um comprimido que deve sertomado o mais cedo possvel, de preferncia nas 12 horas aps a relao sex-ual no protegida, at um mximo de 72 horas (3 dias).

    Pode ser administrado em qualquer momento durante o ciclo menstrual.

    Nos ensaios clnicos demonstrou prevenir 84%-85% das gravidezes esperadas. A eficcia parece diminuir com o tempo decorrido aps a relao sexual no

    protegida:- 95%, se tomado nas primeiras 24h;- 85% se tomado entre as 24 e as 48h;

    - 58% se tomado entre as 48 e as 72 horas A eficcia aps 72 horas no conhecida.

    Aps a toma, os fluxos menstruais so, habitualmente, de abundncia nor-mal e ocorrem na data prevista podendo, no entanto, aparecer alguns diasantes ou depois do esperado.

    No aconselhvel a administrao repetida durante o mesmo ciclo menstrualpelo facto de contribuir para uma sobrecarga hormonal indesejvel com pos-sveis perturbaes graves no ciclo menstrual.

    Se o perodo menstrual seguinte estiver com um atraso de mais de 5 diasdeve despistar-se a possibilidade de gravidez.

    Se ocorrer vmito dentro das trs horas aps a toma do comprimido, devetomar-se imediatamente outro comprimido.

    Desaconselhado a doentes com alterao da funo heptica grave e comsndromas de m absoro grave, tais como a doena de Crohn (diminuioda eficcia).

    Doentes com problemas hereditrios raros de intolerncia galactose, defi-cincia de lactase de Lapp ou m absoro glucose-galactose no devemtomar este medicamento.

    Gravidez A hipersensibilidade substncia activa ou a algum dos excipientes que

    constemda formulao

    Nuseas, dores nos abdominais inferiores, fadiga, cefaleias , tonturas, tensomamria, vmito, menstruao abundante, diarreia , hemorragia, atraso namenstruao.

    Estes efeitos indesejveis desaparecem normalmente no perodo de 48 horasaps a toma.

    II

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    Contracepo de Emergncia

    Quadro 2 - Medicamentos sujeitos a receita mdica com indicao na contracepo de emergncia

    Marca comercialComposio quanti-tativa e qualitativa

    Mecanismo deaco

    Posologia e modode administrao

    Eficcia

    Advertncias eprecauesespeciais deutilizao

    Contra-indicaes

    Efeitos indesejveis

    Tetragynon (Emb. com 4 Comprimidos) 0,050 mg de etinilestradiol + 0,250 mg

    delevonorgestrel;

    Perturbao dos processos de diferenci-ao endometrial na altura da ovulao

    O endomtrio apresenta condiesextremamente desfavorveis para anidao devido s alteraes morfolgicase enzimticas que ocorrem.

    A fase lutenica normalmente diminuda.

    Os dois primeiros comprimidos devem sertomados logo que possvel aps a relao

    sexual no protegida, e at s 72 h que seseguem; Os outros comprimidos devem ser tomados

    12 h depois. importante que seja respeita-do o intervalo de 12 horas entre as tomas.

    Quanto mais cedo for utilizado, maior asua eficcia.

    A utilizao repetida deste medicamentodurante o mesmo ciclo deve ser evitada,uma vez que constitui um stress hormonalindesejvel e pode resultar em gravesperturbaes de ciclo.

    Caso surjam vmitos nas 3 a 4 h aps a

    toma de comprimidos, a absoro podeno ser completa e, consequentemente, aeficcia pode ser reduzida. Se tal situaose verificar, a toma de comprimidos deveser repetida.

    Doentes com doenas hereditrias rarasde intolerncia galactose, deficinciade lactase de Lapp ou malabsoro deglucose-galactose no devem tomar estemedicamento.

    Doentes com doenas hereditrias rarasde intolerncia frutose, malabsoro deglucose-galactose ou insuficincia desacarase-isomaltase no devem tomareste medicamento.

    Gravidez. Hipersensibilidade s substncias activas

    ou a qualquer um dos excipientes. Presena ou antecedentes de processos

    tromboemblicos venosos ou arteriais eestados que predispem para tais doenas.

    Presena ou antecedentes de tumores nofgado;

    Cancro da mama ou do endomtrio exis-tentes ou tratados.

    Antecedentes de herpes da gravidez.

    Vmitos, dor de cabea, tonturas, dorabdominal inferior, tenso mamria efadiga. Em mulheres com angioedema hered-itrio, o uso de estrognios exgenos podeinduzir ou exacerbar sintomas de angio-edema.

    Ellaone

    30 mg de acetato de ulipristal

    O acetato de ulipristal um moduladorselectivo sinttico, oralmente activo, doreceptor da progesterona que actua devi-do sua ligao de elevada afinidade aoreceptor da progesterona humano. Oprincipal mecanismo de aco ainibio ou o atraso da ovulao.

    O tratamento consiste na administraooral de um comprimido, logo que possv-

    el, o mais tardar at s 120 horas (5 dias)aps a relao sexual no protegida ou afalha do contraceptivo.O comprimido pode ser tomado com ousem alimentos.

    Apresenta eficcia constante at ao 5 diaaps a relao sexual mal protegida.

    No recomendada a utilizao con-comitante com um contraceptivo deemergncia que contenha levonorgestrel.

    A administrao repetida no mesmo ciclomenstrual no recomendada, dado queno foram investigadas a segurana e

    eficcia nesta situao. Caso ocorra o vmito at 3 horas aps aingesto, dever tomar-se outro compri-mido.

    Aps a administrao a menstruaopode por vezes ocorrer alguns dias maiscedo ou mais tarde que a data esperada.

    No recomendada a utilizao em mulhe-res com asma grave no controlada de for-ma suficiente com um glucocorticide oral.

    Doentes com problemas hereditrios rarosde intolerncia galactose, deficinciade lactase de Lapp, ou m absoro deglucose-galactose no devem tomar estemedicamento.

    Gravidez. Hipersensibilidade substncia activa ou

    a qualquer um dos excipientes.

    Cefaleias, nuseas e dores abdominais.

    III

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    Interveno Farmacutica na

    IV

    CICLO MENSTRUAL

    O ciclo menstrual determinado pelas hormonas reprodutivas femininas e corresponde ao perodode tempo que medeia entre o incio de um fluxo menstrual (menstruao) e o incio do fluxo men-strual seguinte. Dura em mdia 28 dias, sendo normal a existncia de ciclos de 21 a 35 dias.Durante este perodo de tempo, a mulher sofre variaes ao nvel de determinadas hormonas, enzi-mas e outras substncias que induzem alteraes fisiolgicas, havendo um perodo correspondente fase frtil em que h risco de gravidez indesejada na mulher que teve relaes sexuais desprotegidas.

    SISTEMA REGULADOR DIPOTLAMO-HIPFISE-OVRIOSO ciclo menstrual determinado pela actividade hormonal do hipotlamo, hipfise e ovrios, fun-cionalmente inter-relacionados, e que produzem substncias que se influenciam e modulam entre si.

    Este sistema regulador est organizado de forma hierrquica. Em conjunto, o hipotlamo e a hipfiserepresentam o centro de controlo (sistema hipotlamo-hipfise), sendo o hipotlamo o rgo reguladorsuperintendente. A hipfise desempenha uma funo mediadora entre o hipotlamo e os ovrios.As concentraes das hormonas produzidas no hipotlamo, hipfise e ovrios so adaptadas respectiva situao fisiolgica durante o ciclo. Neste contexto, as hormonas sexuais produzidas nosovrios desempenham um papel importante, dado que influenciam o sistema hipotlamo-hipfiseatravs de um mecanismo de retrocontrolo (feed-back).O hipotlmo segrega e liberta, para o sistema porta hipotlamo-hipofisrio, a hormona libertadorade gonadotrofinas (GnRH), como resposta ocorrncia de nveis reduzidos de estrognios e proges-terona no final do ciclo menstrual. A GnRH actua a nvel da hipfise anterior, onde so sintetizadas,armazenadas e libertadas as gonadotrofinas hormona folculo estimulante (FSH) e hormona

    luteinizante (LH).A FSH estimula a maturao dos folculos do ovrio e, com ela, a secreo de estrognios que influ-enciam o desenvolvimento folicular e desencadeiam o crescimento do endomtrioA LH influencia,predominantemente, a produo de progesterona pelo corpo amarelo (resultante do folculo rotoaps a ovulao), e responsvel pela transformao secretria do endomtrio, preparando-o parareceber o ovo.Como consequncia deste complexo mecanismo hormonal devemos realar, como acontecimen-tos importantes do ciclo menstrual, a maturao dos folculos, a ovulao e a preparao doendomtrio para a implantao do ovo.

    CICLO MENSTRUALPara a compreenso do ciclo menstrual normal til dividi-lo em trs fases: fase folicular, ovulaoe fase lutenica, e relacion-las com as modificaes hormonais e endometriais correspondentes (verFigura 1).

    Fase FolicularA fase folicular tem o seu incio no primeiro dia da menstruao, e tem uma durao mdia de 14dias (podendo ir de 2 a 3 semanas) at se atingir a ovulao.Nos primeiros dias desta fase d-se uma pequena elevao da FSH, que responsvel pelo recruta-mento dos folculos activos para esse ciclo e pelo incio da produo dos estrognios responsveispela maturao dos mesmos. Na segunda metade desta fase os nveis de FSH reduzem-se, vindo a

    atingir, posteriormente, o seu mximo em simultneo com a LH, por altura da ovulao. tambmno ltimo perodo desta fase que os estrognios atingem nveis cada vez mais elevados, o que induza libertao macia de FSH e LH. O pico de LH que surge prximo do meio do ciclo condio prviapara a ovulao que ocorre cerca de 20 horas mais tarde.O endomtrio, aps a fase de descamao correspondente ao fluxo menstrual findo, inicia, por

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    Contracepo de Emergncia

    aco dos estrognios foliculares, o crescimento de uma nova camada funcional. Quando esta faseproliferativa atinge o seu termo, a camada funcional do endomtrio apresenta uma espessura decerca de 6 a 8 mm.

    OvulaoA ovulao, que se processa no 14 dia antes do ciclo menstrual seguinte, precedida de grandesalteraes nas concentraes hormonais sanguneas, como j foi referido. O ovcito libertado cap-tado pelo pavilho da trompa e transportado para o local onde se possa dar a fecundao, fen-meno que dever ocorrer dentro das primeiras 24 a 36 horas.

    Fase LutenicaInicia-se aps a ovulao, termina com o incio do novo fluxo menstrual, e tem uma durao aprox-imada de 14 dias.As concentraes de FSH e de LH diminuram acentuadamente e mantm-se relativamente baixasdurante toda esta fase. O corpo amarelo segrega, sobretudo, progesterona, e em menos quanti-dades estrognios. Os nveis de progesterona sobem at 6 a 8 dias aps o pico de LH.Na ausncia de gravidez, a vida do corpo amarelo auto-limitada e, 9 a 11 dias aps a ovulao,inicia-se o seu processo degenerativo.O endomtrio sofre, entretanto, a aco combinada de estrognios e progesterona, que determi-nam as modificaes secretrias importantes das clulas glandulares, at ao 19/21 dias, data daeventual implantao do ovo.

    Se esta no ocorrer, o corpo amareloreduz a sua produo hormonal, oque determina um conjunto de fen-menos que culminam na desca-mao da camada funcional doendomtrio e no aparecimento dofluxo menstrual.

    Perodo FrtilEstima-se que a ovulao se processeno 14 dia antes do ciclo menstrual

    seguinte. Sabendo-se que esta ocorreentre 10 a 20 horas do pico de LH ealgum tempo aps o pico deestrognios (elementos que so difceisde apreciar clinicamente), conclui-seno ser fcil de determinar o perodofrtil. habitual jogar com as carac-tersticas do ciclo menstrual e, atravsdeste, determinar o provvel 14 diaantes do termo do ciclo. O perodo fr-til deve ser considerado entre 2 dias

    antes e 2 dias aps essa data.Na figura em anexo, apresenta-seesquematicamente o ciclo menstrualcom as alteraes hormonais, ovri-cas e endometriais que ocorrem.

    V

    Ovu

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    Estrognio

    Folculo Corpo Lteo

    Progesterona

    Hormonas

    Hormona

    Folculo-estimulante(FSH)

    HormonaLuteinizante

    (LH)

    Desenvo

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    vimen

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    En

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