Conto Maravilhoso - Daniel Simonetti

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Conto Maravilhoso de Daniel Simonetti Um Estudo Tipológico-Estrutural Sérgio Simonetti Daniel Simonetti R.A. 10301688 6º ano 1 Manhã Colégio Ari de Sá Cavalcante Aldeota 15 de maio de 2013

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Conto Maravilhoso de

Daniel Simonetti

Um Estudo Tipológico-Estrutural

Sérgio Simonetti

Daniel Simonetti

R.A. 10301688 6º ano 1 – Manhã

Colégio Ari de Sá Cavalcante – Aldeota 15 de maio de 2013

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Introdução

O estudo das formas é o estudo das transformações.

GOETHE

presente estudo tem como objetivo fazer uma análise morfológica do conto maravilhoso escrito por Daniel Simonetti na Verificação

Parcial 1, Redação, do 6º ano 1 do Colégio Ari de Sá. A nossa proposta é colocar em evidência os elementos invariantes que se encontram sempre presentes nos contos de magia, e que não se

perdem de vista, mesmo quando passam de um enredo para outro. Com efeito, essas invariantes e suas correlações no âmbito da composição,

constituem a estrutura do conto de magia. O conto de Daniel não será analisado considerando-se os motivos e o

enredo em seu conjunto, pois nem os enredos nem os motivos, apesar de seu caráter repetitivo, explicam a uniformidade específica do conto

maravilhoso. Por mais paradoxal que possa parecer à primeira vista, são eles que constituem os elementos substituíveis, variáveis, do conto. A isto convém acrescentar que a própria reunião dos motivos em

enredos, ou, mais precisamente, seu agrupamento dentro deles, depende de uma estrutura de composição constante, específica do conto maravilhoso.

O russo Vladimir Propp, em 1928, foi quem descobriu que as funções

dos personagens são os elementos constantes e repetitivos dos contos de magia. No livro Morfologia do Conto Maravilhoso (Morfológuia Skázki), Propp relaciona o total de trinta e uma funções: afastamento, proibição e transgressão da proibição, interrogatório e informação sobre o herói, embuste e cumplicidade, dano (ou carência), mediação, início da reação, partida, primeira função do doador e reação do herói, recepção do objeto mágico, deslocamento no espaço, combate, marca do herói, vitória, reparação do dano ou carência, regresso do herói, perseguição e socorro, chegada incógnito, falsas pretensões, tarefa difícil e tarefa cumprida, reconhecimento e desmascaramento, transfiguração, castigo, casamento.

Naturalmente, nem todas estas funções estão sempre presentes nos contos, mas seu número é limitado e a ordem em que aparecem no

decorrer do desenvolvimento da ação é sempre a mesma. Todas as funções que se sucedem no tempo constituem uma espécie de

sequência sintagmática linear e, em princípio, uma função implica em outra.

Os papéis (em número de sete), que se distribuem de determinada maneira entre os personagens concretos do conto com seus atributos,

são também sempre os mesmos, a saber: o antagonista, o doador, o auxiliar, a princesa, ou seu pai, o mandante, o herói e o falso herói.

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Daí as duas definições diferentes dadas por Propp ao conto de magia

("um relato constituído segundo a sucessão regular das funções citadas" e "contos que seguem o esquema dos sete personagens"). A esfera das

ações (isto é, a distribuição das funções de acordo com os papéis) coloca o segundo modelo na dependência do primeiro, que é fundamental. O

que realmente permitiu a Propp passar do atomismo ao estruturalismo foi sua recusa de fazer um estudo dos motivos, em favor das funções.

O esquema geral do conto maravilhoso se estabelece como a seguir:

Após a exposição da "situação inicial", um personagem se ausenta. Esta ausência acarreta uma desgraça seja diretamente, seja indiretamente (pela violação de uma interdição ou obediência a uma

prescrição). Um traidor surge, toma informações sobre sua vítima, engana-a, para prejudicá-la.

Certos contos começam diretamente pela primeira função principal que é a ação própria do traidor: rapto de uma pessoa, roubo de um objeto

mágico, injúria, sortilégio, substituição, assassinato etc. Desta "traição" resulta uma "carência", a não ser que a situação inicial se ligue

diretamente com o estado de carência: percebida esta, um herói é solicitado a remediá-la.

Em seguida, há dois percursos possíveis: ou a vítima torna-se o herói da narrativa, ou o herói é distinto da vítima e a socorre.

O herói (vítima ou demandante) encontra um "benfeitor", voluntário ou involuntário, solícito ou hesitante, imediatamente compassivo ou de início hostil. Ele submete o herói à prova. O herói reage negativa ou

positivamente, por seus próprios meios ou graças a uma intervenção sobrenatural. A obtenção de ajuda sobrenatural (objeto, animal, pessoa) é um traço essencial da função do herói.

Transportado ao lugar de sua intervenção, o herói trava a luta

(combate, desafio, jogo) com o traidor. Recebe uma marca de identificação, o traidor é vencido e a situação de carência é anulada. O herói toma o caminho de volta, mas é perseguido por um inimigo do

qual escapa graças a uma ajuda recebida ou por um estratagema. Certos contos terminam com a volta do herói e seu casamento

subsequente. Enfim, o herói recebe sua recompensa (esposa, reino etc.) e o conto termina.

As passagens acima destacadas em negrito estão presentes no conto maravilhoso de Daniel Simonetti.

O inventário aqui resumido inspira várias conclusões. Em primeiro lugar, o número das funções é muito limitado, trinta e uma ao todo. Em

segundo lugar, as funções se implicam lógica e esteticamente, articulam-se todas sobre o mesmo eixo de tal modo que duas funções quaisquer não se excluem jamais mutuamente.

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Pares de funções, sequências de funções, e funções independentes se

organizam em um sistema invariante: verdadeira pedra de toque permitindo apreciar cada conto em particular, e fixar seu lugar numa

classificação. Cada conto recebe, efetivamente, sua fórmula que, análoga às fórmulas químicas, enumera, na ordem natural de sucessão, as letras (gregas ou romanas) e os símbolos servindo para codificar as

diversas funções. Letras e símbolos podem associar-se a um expoente, que denota uma variedade no seio de uma função específica.

Observe, por exemplo, um conto simples que é dado pela fórmula:

α β1 δ1 A1 B1 C ↑ H1 − J1 K4 ↓ W3 Os doze signos são lidos, pela ordem: “Um rei, pai de três filhas”

(situação inicial – α), “as quais foram passear” (afastamento dos mais novos – β1), “retardam-se num jardim” (rudimento de proibição transgredida – δ1) e, após serem “raptadas por um dragão” (nó da intriga – A1), “o rei pede socorro” (apelo – B1), “(três) herói(s) se apresenta(m)”

(C) e “partem para procurá-las” (↑), “combatem (três vezes) contra o dragão” até a “vitória” (H1 − J1), “libertam as princesas” (reparação do dano – K4), “retornam” (↓) e recebem a “recompensa” (retribuição em dinheiro – W3).

Afinal, o que se entende por conto maravilhoso? Do ponto de vista

morfológico podemos chamar de conto maravilhoso a todo desenvolvimento narrativo que, partindo de um dano (A) ou uma

carência (a) e passando por funções intermediárias, termina com o casamento (W0) ou outras funções utilizadas como desenlace. A função final pode ser a recompensa, obtenção do objeto procurado ou, de modo

geral, a reparação do dano, o salvamento da perseguição etc. Este desenvolvimento recebe o nome de Sequência.

Sabendo como se dividem as sequências, podemos desmembrar qualquer conto em suas partes constituintes. Vimos que as partes

constituintes fundamentais são as funções dos personagens. Temos ainda os elementos de união e as motivações, as formas de entrada em cena dos personagens e os elementos atributivos ou acessórios. Estas

cinco categorias de elementos não só determinam a construção do conto, como também o conto em sua totalidade.

Os novos contos não passam de combinação ou transformações de contos antigos. Com isto, pode parecer que se quer insinuar que o povo,

quando se dedica ao conto, não realiza uma criação. Isto não é absolutamente correto. Podem-se demarcar precisamente os domínios

onde o narrador popular jamais inventa, e aqueles onde cria com maior ou menor liberdade.

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O narrador não é livre para criar nos seguintes campos:

1) Nas funções consecutivas, cuja ordem segue o esquema dado acima.

2) Na substituição daqueles elementos cujas espécies se encontram ligadas por uma dependência.

3) Escolher determinado personagem em função de seus atributos,

quando é exigida determinada função. 4) Existe uma considerável dependência entre a situação inicial e as

funções seguintes.

Por outro lado, o narrador é livre para aplicar sua criatividade nos

seguintes domínios: 1) Na escolha das funções que omite ou que utiliza.

2) Na escolha do meio graças ao qual se realiza a função. Este é, certamente, o caminho que leva à criação de novas variantes, novos

enredos, novos contos. 3) Na escolha da nomenclatura e dos atributos dos personagens. 4) Escolher os meios que lhe oferece a língua.

Agora vamos proceder a análise morfológica do conto de Daniel,

lembrando que André Jolles, em 1929, no seu livro Einfache Formen (Formas Simples), já afirmava que o conto maravilhoso responde ao

nível ideal do modo optativo (do desejo), assim como a lenda está ligada ao imperativo e o mito ao modo interrogativo e o próprio Propp qualifica

o conto maravilhoso como "mítico", no sentido de que, em última instância, o mito estaria na gênese do conto maravilhoso.

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2ª Verificação Parcial 1 – Redação 1ª Etapa – 2 de março de 2013

Proposta 1

Imagine um CONTO MARAVILHOSO ocorrido no passado, em um tempo impreciso e que se tenha desenrolado no castelo mostrado. Use personagens típicas, como, por exemplo, princesas, bruxas, príncipes, fadas, animais e objetos que falam etc., mas você deverá fazer parte desse conto e ser uma dessas personagens citadas. Seja criativo!

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Conto Maravilhoso Daniel Simonetti

ra uma vez, um reino, onde tudo era feito de cimento. Mas

não um cimento qualquer. Era o cimento Shnaulher.

O rei? Era fanático por cimento, apesar de ter cimento no castelo

todo, ele era o mais rico castelo do mundo!

– Se não fossem esses prêmios de melhor castelo, ele passava bem

mais tempo aqui! Reclamava a rainha.

A rainha me chamou e disse:

– Daniel!

– Sim, vossa majestade.

– O rei faz semanas que não aparece, e isso está me deixando louca!

– Tudo bem, eu vou chamar o príncipe Tiago e vou à busca do rei!

Nós passamos por vários obstáculos como dragões, pontes

quebradas, montanhas, e até patos dançarinos de tango chupando

um picolé de tamarindo!

Quando chegamos na torre da bruxa, vimos o rei desesperadamente

pedindo socorro. O príncipe Tiago, que era muito esperto, trouxe

uma pedra para arrebentar as correntes. Quando estávamos no

caminho, perguntamos a lição que ele aprendeu, e ele respondeu:

– Que agora meu castelo tem que ser de pedra!

– Ah! Esse rei não toma jeito!

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Análise Morfológica Sérgio Simonetti

Um Conto Maravilhoso de Daniel Simonetti

o quadro abaixo, na coluna à esquerda, estão especificados os

requisitos descritos na Proposta 1 da Verificação Parcial de Redação da 1ª etapa e, na coluna à direita, a solução

apresentada pelo aluno Daniel Simonetti para atender a cada um

desses requisitos:

REQUISITO REDAÇÃO

“Ocorrido no passado, em um tempo impreciso.”

“Era uma vez, um reino.”

“Desenrolado no castelo.” “O mais rico castelo do mundo.”

“Use personagens típicas.” “Rei, rainha, príncipe, dragões, patos dançarinos, bruxa etc.”

“Você deverá fazer parte desse conto.” “A rainha me chamou e disse: – Daniel!”

“Seja criativo!” “Era o cimento Shnaulher.” “Prêmios de melhor castelo.” ”Patos dançarinos de tango chupando um picolé de tamarindo!”

Habitualmente, todo conto maravilhoso começa com uma situação inicial, que fornece ao leitor o contexto em que irá se desenrolar o enredo, enumeram-se as personagens e apresenta-se o nome do futuro

herói. Embora não seja uma função, a situação inicial é um elemento morfológico importante.

Os elementos constantes, permanentes, do conto maravilhoso são as funções dos personagens, independentemente da maneira pela qual eles

as executam e formam as partes constituintes básicas do conto. O número de funções dos contos de magia conhecidos é limitado. A sequência das funções é sempre idêntica. Todos os contos de magia são

monotípicos quanto à construção.

Após a situação inicial, as ações se desenvolvem dentro dos limites das funções. As funções podem ser reunidas em duplas, normalmente uma relação de causa e efeito, ou em grupos. As funções dos contos

maravilhosos podem ser agrupadas de maneira lógica em esferas de ação.

Tais esferas correspondem às funções que cada personagem realiza na narrativa. Não estão relacionadas às personagens específicas de um

determinado conto, mas às categorias de personagens do conto maravilhoso, ou seja, ao papel que as personagens desempenham no

enredo e ao conceito que estão representando.

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O conto maravilhoso escrito pelo aluno Daniel Simonetti se desenvolve a

partir de uma situação e uma proposição temática resumidas, e o modo de narrar, objetivo e compacto, deve se resumir a simplesmente contar uma história, sem compromisso com o mundo real. No conto maravilhoso, o acontecimento narrado é mais importante do que as

personagens que o vivem, pois o importante é saber o que é realizado, e não por quem ou como. Ademais, o conto maravilhoso não possui precisão histórica, pois personagens, lugares e tempo são

indeterminados historicamente.

O desenvolvimento narrativo elaborado pelo autor, do ponto de vista morfológico, obedece à estrutura dos contos maravilhosos: parte de uma carência da rainha (“– Se não fossem esses prêmios de melhor castelo, ele passava bem mais tempo aqui!”) e posterior percepção do desaparecimento do rei (“– O rei faz semanas que não aparece, e isso está me deixando louca!”), passa por funções intermediárias, e termina com a função final de salvamento do rei.

Um conto maravilhoso tradicional encerrar-se-ia nesse ponto, com um final feliz – o reencontro da pessoa desaparecida e uma provável

recompensa – apresentando uma moral ingênua, em oposição ao trágico real da vida cotidiana. Entretanto, Daniel mergulha na subjetividade e

resolve acrescentar, de forma subentendida, um ensinamento de ordem psicológica: as pessoas não mudam! – o rei não vai mudar o seu

comportamento original e o relacionamento do casal real continuará sendo o mesmo de antes.

Posteriormente, eu perguntei a Daniel por que razão não existe uma função de recompensa no final do seu conto, considerando-se que a

quase totalidade dos contos maravilhosos termina com essa função. O autor me confidenciou que a razão para isso é que o personagem “Daniel” é uma espécie de preboste do reino e não havia por que cobrar

nada a mais por seus serviços.

No conto maravilhoso escrito por Daniel Simonetti, identificamos seis esferas de ação entre as sete possíveis:

1. MANDANTE Rainha;

2. AUXILIAR / DOADOR Príncipe; 3. HERÓI Daniel; 4. PROCURADO Rei;

5. ANTAGONISTA Bruxa.

Dessa forma, no conto analisado, observamos que falta apenas o personagem básico do Falso Herói.

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É possível ainda fazer a comparação entre a estrutura do conto de

Daniel e outras narrativas oriundas de culturas e sociedades distintas: A narrativa de Daniel Simonetti é um conto maravilhoso, onde Daniel é convocado pela rainha do castelo de cimento para resgatar o rei desaparecido. Daniel e o príncipe partem em sua busca e, depois de enfrentar vários obstáculos pelo caminho, encontram a torre da bruxa, quebram as correntes e trazem o rei de volta. O rei promete mudar o

reino quanto à forma, mas não muda a sua essência. A segunda narrativa é um conto de magia russo, onde o herói é

convocado pelo rei de uma região para resgatar a princesa, sequestrada

por um dragão. O herói parte em sua busca, mata o dragão, traz a princesa de volta e recebe a mão dela em casamento.

A terceira narrativa pode ser um repente do Nordeste brasileiro, onde

o sertanejo é chamado pelo coronel da região para resgatar sua filha, a

mais bela da região, raptada pelo diabo. O sertanejo parte em sua busca, ludibria o diabo, traz a filha do coronel de volta e casa com a

moça.

Existem diversos exemplos desta mesma estrutura narrativa ao redor do mundo todo. O que varia, de uma história para outra, é justamente

aquilo que enriquece o conto e o aproxima do contexto sociocultural em que é difundido: as personagens e sua caracterização. As personagens possuem atributos semelhantes (relacionados ao seu papel na história)

e, ao mesmo tempo, atributos individualizantes (relacionados ao contexto em que cada obra foi planejada). No entanto, a estrutura das

narrativas é extremamente semelhante. Do ponto de vista morfológico, todos os elementos de qualquer conto maravilhoso podem ser extraídos do conto que narra o rapto da princesa pelo dragão (esquema fundamental).

A prova da análise está na síntese. Se a síntese se revela impossível, é que a análise ficou incompleta. Nada pode convencer melhor da insuficiência do formalismo do que a incapacidade em que se encontra

para restituir o conteúdo empírico de onde, todavia, partiu. O que terá perdido no meio do caminho? Precisamente, o conteúdo. Propp

descobriu - e é sua glória - que o conteúdo dos contos é permutável; e muitas vezes concluiu que era arbitrário, e é a razão das dificuldades que encontrou, pois mesmo as substituições estão sujeitas às leis.

Finalmente, estamos preparados para fazer a análise detalhada do

Conto Maravilhoso de Daniel Simonetti, de acordo com a metodologia proposta por Propp:

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Situação Inicial (α):

Era uma vez, um reino, onde tudo era feito de cimento. Mas não um cimento qualquer.

Era o cimento Shnaulher.

O rei? Era fanático por cimento, apesar de ter cimento no castelo todo, ele era o mais rico

castelo do mundo!

Carência da esposa (a1):

– Se não fossem esses prêmios de melhor castelo, ele passava bem mais tempo aqui!

Reclamava a rainha.

Rapto de um ser humano (A1) e apelo (B1):

A rainha me chamou e disse:

– Daniel!

– Sim, vossa majestade.

– O rei faz semanas que não aparece, e isso está me deixando louca!

O Herói-Buscador aceita agir (C) e partida do herói (↑):

– Tudo bem, eu vou chamar o príncipe Tiago e vou à busca do rei!

O herói é submetido à prova (D):

Nós passamos por vários obstáculos como dragões, pontes quebradas, montanhas, e até patos

dançarinos de tango chupando um picolé de tamarindo!

Viagem ao lugar de destinação (G):

Quando chegamos na torre da bruxa, vimos o rei desesperadamente pedindo socorro.

Posse de um objeto salvador (F) e libertação (K10):

O príncipe Tiago, que era muito esperto, trouxe uma pedra para arrebentar as correntes.

Regresso do herói (↓) e, adicionalmente, um final-surpresa

humorístico com uma não transformação racionalizada:

Quando estávamos no caminho, perguntamos a lição que ele aprendeu, e ele respondeu:

– Que agora meu castelo tem que ser de pedra!

– Ah! Esse rei não toma jeito!

Se isolarmos todas as funções do conto, obteremos o seguinte esquema:

α a1 A1 B1 C ↑ D G F K10 ↓

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