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CONTEXTUALIZAÇÃO DO USO DE HERBICIDAS EM LAVOURAS DE CAFÉ NO MUNICÍPIO DE PLANALTO BA VIVALDO RIBEIRO DOS SANTOS FILHO VITÓRIA DA CONQUISTA - BA 2013 UESB

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CONTEXTUALIZAÇÃO DO USO DE HERBICIDAS EM

LAVOURAS DE CAFÉ NO MUNICÍPIO DE PLANALTO – BA

VIVALDO RIBEIRO DOS SANTOS FILHO

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

2013

UESB

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VIVALDO RIBEIRO DOS SANTOS FILHO

CONTEXTUALIZAÇÃO DO USO DE HERBICIDAS EM LAVOURAS CAFEEIRAS

NO MUNICÍPIO DE PLANALTO - BA

Monografia apresentada à Universidade Estadual

do Sudoeste da Bahia, como parte das exigências

do Programa de Pós-Graduação Lato sensu em

Gestão da Cadeia Produtiva do Café com Ênfase

em Sustentabilidade, para obtenção do título de

“Especialista”.

Orientador:

Pesq. M.Sc. Gabriel Fernandes Pinto Ferreira

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

2013

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho de conclusão do curso em Gestão da

Cadeia Produtiva do Café, com Ênfase em Sustentabilidade aos

meus pais Vivaldo Ribeiro dos Santos e Gizélia Silva Santos,

aos meus irmãos: Givaldo Silva, Cleide Jane, Lucia Márcia e

Waguina, que estiveram presentes ao meu lado em todos os

momentos de dificuldades, me apoiando e me fortalecendo

diante de todas as adversidades desta e de outras caminhadas.

Com muito amor, dedico também este trabalho a minha

esposa Aline Lima, pelo incentivo e cooperação em todas as

etapas deste curso, como também a minha filhinha Gabriela, que

foi o meu suprimento de energia na busca de novos

conhecimentos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pois sem ele, nada

seria possível na minha vida.

À minha família que sempre esteve ao meu lado, me

fortalecendo e me passando confiança para que eu buscasse os

meus adjetivos.

Em especial à minha colega de trabalho e de curso Zorai

Santana, que esteve ao meu lado na confecção de algumas

etapas deste trabalho.

Aos Engenheiros Agrônomos e amigos, Alan Oliveira e

Henrique Curvelo que foram parceiros em todo o curso.

A todos os meus amigos, e todos aqueles que direta ou

indiretamente contribuíram para realização desse sonho.

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RESUMO

SANTOS FILHO, V. R. dos. Contextualização do uso de herbicidas em lavouras de café

no município de Planalto – BA. Vitória da Conquista - BA: UESB, 2013. 39p. (Monografia

– Especialização Lato sensu em Gestão da Cadeia Produtiva do Café com Ênfase em

Sustentabilidade)

O controle de plantas daninhas é uma prática de manejo de elevada importância para a

cafeicultura. Atualmente, um dos métodos mais utilizados para controlar essas plantas é o

químico, representado pelo uso de herbicidas. Entretanto, seu emprego deve ser realizado

seguindo-se critérios técnicos de recomendação para obtenção de resultados satisfatórios,

além de evitar a contaminação ambiental e intoxicação humana, visto tais produtos se

tratarem de agrotóxicos. O objetivo deste trabalho foi, portanto, avaliar a contextualização do

uso de herbicidas em lavouras de café de diferentes regiões produtoras do município de

Planalto, Estado da Bahia. A metodologia utilizada para tanto consistiu na aplicação de um

questionário, contendo 10 (dez) questões objetivas, a 30 (trinta) cafeicultores das regiões de

Baixa do Lico, Barra do Rio, Parafuso, Baixa do Facão, Laginha e Queimadas. Os dados

obtidos nos questionários aplicados foram interpretados determinando-se as frequências (%)

com que os mesmos ocorreram nas respostas. Conforme o resultado observou-se com

evidência que a maioria dos cafeicultores tem mais de 50 anos de idade e apresentam baixo

nível de escolaridade. A maioria deles utiliza herbicidas em suas lavouras de café, mas

relatam que não verificam o período de carência do produto e que nunca sentiram sintomas de

intoxicação pelo uso desses agrotóxicos, mesmo utilizando equipamentos de proteção

individual (EPI), porém incompletos. Alguns resultados também se destacam de forma

negativa, como exemplo a compra de herbicidas que é realizada sem receituário agronômico,

o armazenamento desses produtos que é feito em galpões sem procedimentos específicos, a

não realização da tríplice lavagem nas embalagens e a não destinação final adequada dessas

embalagens. De posse dessas informações é possível estabelecer ações prioritárias para

orientação sobre o uso de herbicidas de forma adequada aos cafeicultores da região do

respectivo estudo.

Palavras-chave: Coffea arabica, agrotóxicos, manejo integrado, sustentabilidade.

Orientador: Gabriel Fernandes Pinto Ferreira, M.Sc., EBDA.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 10

2. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 12

2.1 Cafeicultura na Bahia ................................................................................................... 12

2.2 Manejo de plantas daninhas na cafeicultura ................................................................. 14

2.3 Uso de herbicidas na cultura do café ............................................................................ 16

3 MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................................. 19

3.1 Tipo de estudo .............................................................................................................. 19

3.2 Local do estudo ............................................................................................................. 19

3.3 Participantes da pesquisa .............................................................................................. 19

3.4 Metodologia de coleta dos dados ................................................................................. 20

3.5 Análises dos dados ....................................................................................................... 20

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................................... 21

4.1 Contextualização da faixa etária dos cafeicultores entrevistados

.....................................

21

4.2 Contextualização do nível de escolaridade dos cafeicultores entrevistados

.....................

21

4.3 Contextualização da utilização de herbicidas nas lavouras de café

..................................

22

4.4 Contextualização da verificação do período de carência dos herbicidas

..........................

23

4.5 Contextualização de cafeicultores que já sentiram sintomas de intoxicações

.................. ...................

24

4.6 Contextualização da utilização de equipamento de proteção individual – EPI

................

24

4.7 Contextualização da aquisição de herbicidas

...................................................................

25

4.8 Contextualização do armazenamento de herbicidas nas propriedades cafeeiras

..............

26

4.9 Contextualização da realização da tríplice lavagem das embalagens de herbicidas

........

28

4.10 Contextualização da destinação final das embalagens de herbicidas

.............................

28

5 CONCLUSÕES................................................................................................................ 31

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................. 32

APÊNDICE ........................................................................................................................ 35

ANEXO A .......................................................................................................................... 38

ANEXO B .......................................................................................................................... 39

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Mapa da região Sudoeste da Bahia ..................................................................... 13

Figura 2. Mapa do município de Planalto – Bahia ............................................................. 14

Figura 3. Embalagens de herbicidas encontradas em lavouras de café .............................. 30

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Número de produtores entrevistados por região no município de Planalto - BA 19

Tabela 2. Contextualização (%) da faixa etária dos cafeicultores entrevistados no

município de Planalto – BA.................................................................................................

....................................................................................................................

21

Tabela 3. Contextualização (%) do nível de escolaridade dos cafeicultores entrevistados

no município de Planalto – BA ...........................................................................................

22

Tabela 4. Contextualização (%) de cafeicultores que utilizam herbicidas nas lavouras de

café no município de Planalto - BA.....................................................................................

22

Tabela 5. Contextualização (%) de cafeicultores que verificam o período de carência

dos herbicidas nas lavouras de café do município de Planalto - BA ..................................

23

Tabela 6. Contextualização (%) de cafeicultores que já sentiram sintomas de

intoxicações com o uso de herbicidas nas lavouras de café do município de Planalto –

BA........................................................................................................................................

24

Tabela 7. Contextualização (%) de cafeicultores que utilizam equipamento de proteção

individual - EPI nas lavouras de café do município de Planalto - BA ................................

25

Tabela 8. Contextualização (%) de cafeicultores que utilizam o receituário agronômico

para aquisição de herbicidas nas lavouras de café do município de Planalto –

BA........................................................................................................................................

25

Tabela 9. Contextualização (%) do tipo de armazenamento de herbicidas nas

propriedades cafeeiras do município de Planalto - BA .......................................................

26

Tabela 10. Contextualização (%) dos cafeicultores que realizam a tríplice lavagem das

embalagens rígidas de herbicidas utilizadas nas lavouras de café no município de

Planalto – BA ......................................................................................................................

28

Tabela 11. Freqüência (%) da destinação final dada às embalagens de herbicidas pelos

cafeicultores entrevistados no município de Planalto - BA ...............................................

28

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LISTA DE ABREVIATURAS

AGROFIT Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários

ANDEF Associação Nacional de Defesa Vegetal

BHC Benzenohexacloreto

CONAB Companhia Nacional de Abastecimento

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

CONFEA Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia

CREA Conselho Regional de Engenharia, Agronomia e Arquitetura

DDT Dicloro – difenil – Tricloroetano

DL50 Dose Letal Média – 50%

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

EPI Equipamento de Proteção Individual

EUA Estados Unidos da América

IBC Instituto Brasileiro do Café

OMS Organização Mundial da Saúde

PND Plano Nacional de Desenvolvimento

PRRC Plano de Renovação e Revigoramento de Cafezais

SEAGRI Secretaria de Agricultura do Estado da Bahia

SEI Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia

SINDAG Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola

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1 INTRODUÇÃO

A cultura do café apresenta elevada importância econômica e social para o Brasil, pois

proporciona a geração de renda e emprego para grande número de trabalhadores (CAIXETA

et al., 2008). Atualmente, o País é considerado o maior produtor e exportador mundial desse

produto. A produção nacional na safra 2012 foi de aproximadamente 50,8 milhões de sacas de

60 kg de café beneficiado, das espécies das espécies Coffea arabica L. (café arábica) e C.

canephora Pierre (café conillon) (CONAB, 2012).

Diante da relevância dessa cultura para o Brasil, verifica-se a necessidade da adoção

de práticas sustentáveis que garantam a produtividade da cultura cafeeira em longo prazo.

Sabe-se que a sustentabilidade na cafeicultura está diretamente relacionada aos impactos

econômicos, sociais e ambientais provocados pela utilização de práticas agrícolas adequadas.

Dentre as principais práticas de manejo adotadas nas lavouras de café destaca-se o controle de

plantas daninhas, visto que o cafeeiro é uma planta bastante sensível à competição,

normalmente imposta por essas plantas, que competem por água, luz e nutrientes,

ocasionando efeitos adversos significativos na produção.

Neste contexto, para minimizar os efeitos dos danos ocasionados pela interferência das

plantas daninhas ao cafeeiro torna-se fundamental controlá-las. O controle dessas plantas em

lavouras cafeeiras pode ser feito através de diversos métodos, dentre eles destacam-se os

mecânicos, os físicos, os culturais, os químicos e os métodos considerados integrados

(ALCÂNTARA; SILVA, 2010) que consistem no uso de técnicas conjuntas que promovem o

controle e a redução dessas plantas daninhas (FONTES et al., 2003).

Atualmente, um dos métodos de controle predominantes em lavouras cafeeiras é o

químico, representado pelo uso de herbicidas, que apresenta como principais vantagens a

economia de mão-de-obra, a praticidade de aplicação, a rapidez de ação, a relação

custo/benefício e o não revolvimento do solo. Entretanto, há de se considerar também que seu

emprego inadequado pode ocasionar problemas como a contaminação ambiental, a

intoxicação humana e o próprio surgimento de plantas resistentes.

A maioria dos estudos de percepção de risco no trabalho rural no Brasil foi realizado

com grupos produtores rurais da agricultura familiar. Esse grupo de trabalhadores está mais

vulnerável aos problemas gerados nas relações entre a saúde, o trabalho e o ambiente. Isso se

deve a carência na assistência técnica oferecida a estes indivíduos; ao fato de estarem

expostos ininterruptamente aos efeitos nocivos destes agentes e a dificuldade no entendimento

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das informações disponíveis sobre saúde e segurança relacionadas ao uso de agrotóxicos na

agricultura (GREGOLIS et al., 2012).

Assim, objetivou-se com este trabalho verificar a contextualização do uso de

herbicidas em lavouras cafeeiras no município de Planalto, Estado da Bahia, com vistas a

subsidiar formas de manejo adequado do uso destes produtos.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Cafeicultura na Bahia

A cafeicultura teve início na Bahia a partir da década de 70, notadamente no período

que vai de 1975 a 1980, a partir do Plano de Renovação e Revigoramento de Cafezais –

PRRC (OLIVEIRA et al., 2007), proposto pelo extinto Instituto Brasileiro do Café - IBC

(DUTRA NETO, 2004). A partir de então o Estado passou a fazer parte do cenário da

cafeicultura comercial brasileira, recebendo financiamentos governamentais para o plantio

desta cultura (OLIVEIRA et al., 2007).

A Bahia possui um parque cafeeiro expressivo (FERNANDES, 2011) sendo

atualmente o quarto maior produtor nacional de café, tendo produzido na safra de 2012

aproximadamente 2,14 milhões de sacas de 60 Kg de café beneficiado o que correspondeu a

4,23% da produção nacional. A área cultivada é de 146.543 hectares, sendo que 8.330 ha

correspondem às áreas de café em formação e 138.213 ha as áreas em produção (CONAB,

2012). As principais regiões produtoras da Bahia são o Oeste e o Planalto, onde são

cultivados café arábica (C. arabica L.) e a regiões Sul e Extremo Sul onde cultivam-se café

conillon (C. canephora Pierre). Na região do Planalto estão localizadas as sub-regiões de

Vitória da Conquista, da Chapada Diamantina e de Itiruçu/Vale do Jiquiriçá/Brejões

(FERNANDES, 2011).

Na região do Planalto de Vitória da Conquista, onde se cultiva café arábica,

encontram-se doze municípios produtores: Vitória da Conquista; Barra do Choça; Poções;

Planalto; Encruzilhada; Ribeirão do Largo; Itambé; Caatiba; Iguaí; Nova Canaã; Boa Nova e

Ibicuí. O total das áreas cultivadas com C. arabica, nessa região, é de aproximadamente 50

mil hectares (DUTRA NETO, 2004). Nesta região estão localizados os mais antigos cafezais

do Estado (BLISKA et al., 2009).

Na região Sudoeste da Bahia está localizado o município de Planalto (Figura 1) que

está situado numa área de transição entre a zona da mata e o semiárido, com pluviosidade

média anual em torno de 750 mm e altas temperaturas durante o verão. No inverno as

temperaturas são amenas, atingindo 10ºC. A economia agropecuária do município baseia-se

na produção de café, feijão, milho, mandioca e hortifrutigranjeiros assim como a

bovinocultura de corte e leite e a caprinocultura (SOARES, 2011).

Verifica-se, portanto, que a produção de café é importante para o desenvolvimento

socioeconômico do município, visto que, segundo afirma Oliveira et al. (2007), a cafeicultura

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no Estado da Bahia contribuiu para a fixação do homem no campo e a geração de emprego e

renda.

O município de Planalto (Figura 2) se formou a partir de uma antiga fazenda

pertencente ao município de Poções onde aos poucos foi se formando um ponto de encontro

para o comercio de produtos diversos. A partir daí, formou-se o arraial do Peri-Peri que

cresceu progressivamente até que em 1962 foi emancipado do município de Poções

denominando-se Planalto. Essa nomenclatura se deu em função das características do relevo

local (PMP, 2013).

Figura 1. Mapa da Região Sudoeste da Bahia, onde se encontra o município de Planalto.

Fonte: http://www.a-bahia.com (2013).

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Figura 2. Mapa município de Planalto - BA.

Fonte: http://www.planalto.ba.gov.br (2013).

De maneira geral, a cadeia produtiva do café na Bahia se caracteriza pela elevada

competitividade (FERNANDES, 2011). O acirramento dessa competição está exigindo do

cafeicultor maior eficiência e esta será a condição para se manter na atividade. A

competitividade pode ser obtida pela adequada produtividade dos cafezais cultivados, pela

qualidade do produto, bem como pela comercialização eficiente (CAIXETA et al., 2008).

Assim, as práticas de manejo adotadas devem ser economicamente viáveis e ambientalmente

sustentáveis. Neste sentido, o controle de plantas daninhas se insere como uma das principais

estratégias para manutenção de uma lavoura cafeeira produtiva.

2.2 Manejo de plantas daninhas na cafeicultura

O cultivo do café está sujeito a uma série de fatores que podem afetar o seu

desenvolvimento e produção. Dentre esses fatores, destaca-se a interferência das plantas

daninhas que competem por luz, nutrientes e água, produzem efeitos alelopáticos (DIAS et al.,

2005), e interferirem em práticas culturais, como fertilizações, controle de pragas e doenças e

na colheita (SILVA et al., 2006).

Quando em um mesmo espaço se desenvolvem plantas daninhas e cultura agrícola,

estabelece-se a competição. A competição entre as plantas infestantes e a cultura tem efeitos

negativos sobre as duas, porém, a espécie daninha quase sempre supera a cultivada (FIALHO,

2010).

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A interferência causada pelas plantas daninhas resulta na diminuição do teor de

nutrientes nas folhas, menor crescimento e, consequentemente, menor produção do cafeeiro.

Todavia, o manejo eficiente e econômico das plantas daninhas constitui fator imprescindível

para a viabilização da cafeicultura, sendo de extrema importância o conhecimento do

comportamento, biologia e mecanismos de interferência entre plantas daninhas e cultura

(PIVA, 2008).

Em resposta à competição, podem ocorrer alterações na partição de matéria seca, com

mudanças morfológicas na planta, como reduções na proporção de matéria seca de raízes em

relação à parte aérea, na fase inicial de desenvolvimento da cultura. Essa é uma tentativa da

planta em investir em determinado compartimento devido a maior carência de recurso

(FIALHO, 2010). O cafeeiro, por ser uma cultura bastante sensível a mato-competição, requer

um sistema de manejo de plantas daninhas bastante eficiente, e que preserve o potencial

produtivo dos solos (ALCÂNTARA; FERREIRA, 2009).

Embora estas plantas sejam altamente competitivas com as culturas, quando

manejadas de forma adequada, podem promover uma cobertura sobre o solo que previne

danos causados pela erosão hídrica e melhora o ambiente radicular por meio da decomposição

dos seus restos vegetais (CHAVES et al., 2011). A competição pode causar prejuízos ao

desenvolvimento das plantas cultivadas e dificultar os tratos culturais. Para diminuir os danos

causados pela interferência de plantas daninhas, é necessária a adoção de métodos de controle

eficientes (MARTINS, 2012).

O controle de plantas daninhas consiste na adoção de práticas que resultam na redução

da infestação. Assim, é necessária a adoção de dois ou mais métodos de controle, constituindo

o controle integrado (LORENZI, 2006). Os métodos usuais de controle de plantas daninhas

são os mais variados possíveis, abrangendo desde o arranque das plantas com as mãos até o

uso de equipamentos sofisticados de micro-ondas para exterminar as sementes no solo. Os

métodos de controle podem ser: preventivo, cultural, mecânico ou físico, biológico e químico

(SILVA et al., 2001).

O controle preventivo consiste no uso de práticas que visam prevenir a introdução de

plantas daninhas em áreas livres da presença das mesmas. O controle cultural prevê práticas

como rotação de culturas e uso de cobertura verde. O controle mecânico é feito com praticas

de eliminação de ervas por meio de efeito físico-mecânico (máquinas para roçagem). No

controle biológico, são utilizados inimigos naturais (LORENZI, 2006).

Um controle ideal seria aquele que, economicamente, eliminasse os prejuízos causados

pelas plantas daninhas e não causasse danos às mudas de cafeeiro. Então é preciso ressaltar

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que as operações de controle químico não dispensam, mas facilitam o manejo integrado de

plantas daninhas (PIVA, 2008).

Métodos inadequados e repetitivos de controle das plantas daninhas podem

comprometer a sustentabilidade da cafeicultura, ocorrendo impactos negativos à lavoura. A

convivência do café com as plantas daninhas é possível através do manejo integrado. O

manejo integrado envolve diferentes práticas de controle das plantas daninhas, visando a

convivência da cultura com estas espécies, conservação do solo, redução dos custos de

produção e menos impacto ambiental (SANTOS et al., 2011).

2.3 Uso de herbicidas na cultura do café

Devido a sua importância, o controle das plantas daninhas é indispensável ao bom

crescimento e desenvolvimento da cultura do café e à produção de grãos. O controle das

plantas daninhas por meio da utilização de herbicidas tem expandido de forma considerável

por este ser um método rápido, eficiente e economicamente viável. A escolha do herbicida a

ser aplicado depende das características do produto, do solo, do clima e da sua persistência no

ambiente (MARTINS, 2012).

De acordo com a Lei nº 7.802/89 os herbicidas são classificados como agrotóxicos e,

portanto, a venda aos usuários será feita através de receituário próprio, prescrito por

profissionais, Engenheiros Agrônomos e Engenheiros Florestais, legalmente habilitados.

O desenvolvimento acelerado da agricultura tem aumentado à necessidade do uso de

herbicidas. O uso desses produtos tornou-se uma prática habitual devido à dificuldade de se

encontrar mão-de-obra, no momento preciso e na quantidade necessária, além da eficiência e

economicidade do controle químico (SILVA et al., 2001).

Os resultados evidenciam ainda, que não basta a adoção de uma prática de manejo

tecnicamente comprovada, faz-se também necessária uma avaliação econômica dessas

praticas (ALCÂNTARA et al., 2009). O uso de herbicida pré-emergentes para o controle de

planta daninha nas entrelinhas é o tratamento que traz o maior rendimento técnico e a melhor

resposta em valores econômicos.

Muitos cafeicultores utilizam herbicidas não seletivos, como o glyphosate,

empregados em aplicações dirigidas, a fim de tornar o processo mais econômico. Para a

eficiência da aplicação desse herbicida, há necessidade de equipamentos e técnicas

apropriadas que evitem o contato das gotas pulverizadas com as plantas de café. Utilizam-se,

para esse fim, barreiras físicas, pontas com indução de ar, adição de óleo vegetal à calda de

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pulverização, além de cuidados com a pressão de trabalho, altura da barra, velocidade de

operação e do vento. Contudo, apesar de todos os cuidados com a tecnologia de aplicação, são

constatados casos de intoxicação em lavouras de cafeeiro devido à deriva acidental do produto

(FRANÇA et al., 2013).

Os herbicidas podem ser agrupados por atividade, uso, modo de ação, grupo químico

ou tipo de vegetação controlada. O modo de ação dos herbicidas pode ser através do xilema

da planta, após absorção pela raiz (herbicidas sistêmicos) ou pela absorção das folhas

(herbicidas de contato). Seu uso pode ser pré-emergente (aplicado antes do plantio) ou pós-

emergente (aplicado após a germinação). O mecanismo de ação pode ser através de inibidores

da acetil-coenzima A-carboxilase; inibidores da acetolacto-sintase; inibidores da enolpiruvil-

shikimato 3-fosfate-sintase; auxina sintética e inibidores do fotossistema.

O herbicida é uma ferramenta fundamental no controle de plantas daninhas, porém

deve ser utilizado dentro de um programa de manejo integrado de plantas daninhas (MIPD),

um sistema que utiliza mais de uma técnica, que não se baseia unicamente em critérios de

eficácia e rentabilidade e requer planejamento a longo prazo, visando resultados com o

mínimo de impacto no ambiente (WERLANG, 2005).

O grupo químico dos herbicidas registrados no Brasil para aplicação nas lavouras de

café estão descritos no Quadro 1.

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Quadro 1. Herbicidas recomendados para a cultura do café

Fonte: AGROFIT, 2013.

Herbicidas como glyphosate, paraquat e 2-4 D têm sido largamente empregados no

controle de plantas daninhas na cultura do café (RODRIGUES et al., 2003).

Nome Comum Grupo Químico Classe(s)

acetocloro cloroacetanilida Herbicida

alacloro cloroacetanilida Herbicida

ametrina triazina Herbicida

carfentrazona-etílica triazolona Herbicida

cianazina triazina Herbicida

cletodim oxima ciclohexanodiona Herbicida

Dibrometo de diquate bipiridílio Herbicida

Dicloreto de paraquate bipiridílio Herbicida

diurom uréia Herbicida

flazasulfurom sulfoniluréia Herbicida

fluazifope-P-butílico ácido ariloxifenoxipropiônico Herbicida

flumioxazina ciclohexenodicarboximida Herbicida

glifosato glicina substituída Herbicida

glifosato-sal de isopropilamina glicina substituída Herbicida

glifosato-sal de potássio glicina substituída Herbicida

Glufosinato - sal de amônio homoalanina substituída Herbicida

metribuzim triazinona Herbicida

MSMA organoarsênico Herbicida

orizalina dinitroanilina Herbicida

oxifluorfem éter difenílico Herbicida

Paraquate bipiridílio Herbicida

pendimetalina dinitroanilina Herbicida

simazina triazina Herbicida

sulfentrazona triazolona Herbicida

sulfosato glicina substituída Herbicida

2,4-D ácido ariloxialcanóico Herbicida

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Tipo de estudo

O presente estudo classifica-se como pesquisa quantitativa, visto que busca

demonstrar a contextualização do uso de herbicidas por cafeicultores do município de

Planalto-BA.

3.2 Local do estudo

Este estudo foi desenvolvido em trinta propriedades cafeeiras, representativas da

cafeicultura familiar do município de Planalto - BA, nas regiões de Baixa do Lico, Barra do

Rio, Parafuso, Baixa do Facão, Laginha e Queimadas, município de Planalto - BA.

3.3 Participantes da pesquisa

Os sujeitos participantes desta pesquisa foram 30 (trinta) cafeicultores que

participaram voluntariamente das entrevistas realizadas, conforme discriminação na tabela 1:

Tabela 1. Número de cafeicultores entrevistados por região no município de Planalto-BA.

Região Número de produtores entrevistados

Baixa do Lico 12

Barra do Rio 05

Parafuso 03

Baixa do Facão 04

Laginha 03

Queimadas 03

Total 30

A seleção desses cafeicultores foi feita a partir de informações cedidas pela Secretária

de Agricultura da Prefeitura Municipal de Planalto, Bahia, que tem o cadastramento e presta

assistência técnica à maioria desses produtores rurais. Destaca-se que todos os entrevistados

foram informados sobre o objetivo da pesquisa e sobre o sigilo envolvendo as informações

prestadas.

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3.4 Metodologia de coleta dos dados

A metodologia de coleta dos dados para a presente pesquisa foi constituída de um

questionário estruturado contendo 10 (dez) questões objetivas (APÊNDICE), cujas respostas

contextualizam o uso de herbicidas em lavouras de café no município de Planalto - BA. Este

questionário foi proposto de maneira a atenuar ao máximo a subjetividade nas respostas

obtidas. O levantamento desses dados ocorreu nos meses de junho e julho de 2013.

3.5 Análises dos dados

Os resultados dos dados obtidos nos questionários aplicados foram interpretados

determinando-se as frequências (%) com que os mesmos ocorreram nas respostas dadas pelos

cafeicultores entrevistados.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Contextualização da faixa etária dos cafeicultores entrevistados

Os resultados referentes à faixa etária dos cafeicultores entrevistados no município de

Planalto – BA estão apresentados na Tabela 2.

Tabela 2. Contextualização (%) da faixa etária dos cafeicultores entrevistados no município

de Planalto - BA

De acordo com os resultados das entrevistas feitas com a população amostrada,

verifica-se que 40 % dos produtores possuem idade superior ou igual a 50 anos. Vale ressaltar

que foram entrevistados somente os responsáveis diretos pela aplicação de agrotóxicos nas

lavouras de café. O objetivo desse questionamento foi verificar a existência de menores na

participando das aplicações de agrotóxicos, o que não foi verificado na população amostrada.

4.2 Contextualização do nível de escolaridade dos cafeicultores entrevistados

Os resultados referentes ao nível de escolaridade dos cafeicultores entrevistados no

município de Planalto - BA estão apresentados na Tabela 3.

Faixa etária Número de entrevistados %

≤ 20 _ 0

21 – 30 04 13

31 – 40 08 27

41 – 50 06 20

≥ 50 12 40

Total 30 100

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Tabela 3. Contextualização (%) do nível de escolaridade dos cafeicultores entrevistados no

município de Planalto - BA.

Em relação à escolaridade, observa-se que o nível entre os entrevistados é muito

baixo, sendo que aproximadamente 50% apresentam apenas o curso do Ensino Fundamental I,

com grandes dificuldades para leitura. Verifica-se também que um grande número de

analfabetos e analfabetos funcionais no campo.

Pode-se dizer de modo geral, que está é uma realidade da maioria dos trabalhadores do

setor agropecuário nordestino. De acordo com Alves (2011), 41% dos produtores que dirigem

o estabelecimento agropecuário no Nordeste não sabem nem ler nem escrever; 12,5% não

tiveram nenhuma instrução educacional, mas sabem ler e escrever, 5,4% são adultos

alfabetizados e 30,3% não terminaram o ensino fundamental.

Esse panorama é um dos grandes entraves para que possa ocorrer uma mudança

significativa com uso e manejo dos herbicidas no meio rural.

4.3 Contextualização da utilização de herbicidas nas lavouras de café

Os resultados referentes à utilização de herbicidas nas lavouras de café no município

de Planalto – BA estão apresentados na Tabela 4.

Tabela 4. Contextualização (%) de cafeicultores que utilizam herbicidas nas lavouras de café

no município de Planalto - BA.

Escolaridade Nº entrevistados %

Não alfabetizados 08 27

Ensino Fundamental I (incompleto) 14 46

Ensino Fundamental II (incompleto) 06 20

Ensino Médio 02 07

Ensino Técnico _ 00

Total 30 100

Produtores Número de entrevistados %

Utilizam herbicidas 28 95

Não utilizam herbicidas 02 05

Total 30 100

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Com relação à utilização de herbicidas nas lavouras de café, fica evidente em relação à

população amostrada que esta prática é comum para 95% dos entrevistados. O herbicida mais

utilizado pelos produtores entrevistados é o Glyphosate, que é um herbicida sistêmico, não

seletivo do Grupo Químico Glicina substituída, da Classe Toxicológica III altamente tóxico.

Foi verificado também nas entrevistas com os produtores, que apesar da utilização do

método químico para o manejo das plantas daninhas, 90% destes produtores utilizam outros

métodos para o manejo da planta daninha, como: capina manual e roçagem.

4.4 Contextualização da verificação do período de carência dos herbicidas

Os resultados referentes ao percentual de cafeicultores que verificam o período de

carência dos herbicidas nas lavouras de café no município de Planalto – BA estão

apresentados na Tabela 5.

Tabela 5. Contextualização (%) de cafeicultores que verificam o período de carência dos

herbicidas nas lavouras de café no município de Planalto - BA.

Segundo o Decreto Federal nº 4.074 de 04 de janeiro de 2002, em seu artigo 1º,

parágrafo XXI, o intervalo de segurança ou período de carência, na aplicação de agrotóxicos

ou afins: a) antes da colheita: intervalo de tempo entre a última aplicação e a colheita; b) pós-

colheita: intervalo de tempo entre a última aplicação e a comercialização do produto tratado;

c) em pastagens: intervalo de tempo entre a última aplicação e o consumo do pasto; d) em

ambientes hídricos: intervalo de tempo entre a última aplicação e o reinício das atividades de

irrigação, dessedentação de animais, balneabilidade, consumo de alimentos provenientes do

local e captação para abastecimento público; e) em relação a culturas subsequentes: intervalo

de tempo transcorrido entre a última aplicação e o plantio consecutivo de outra cultura.

Período de carência Número de

entrevistados

%

Não verificam, por desconhecimento 13 46,4

Não verificam, porque não se preocupam 05 17,8

Verificam, mas não se preocupam 02 7,1

Verificam e respeitam 06 21,6

Verificam para alguns 02 7.1

Total 28 100

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Em se tratando do período de carência ou intervalo de segurança, 64% dos produtores

declararam não verificar nas bulas dos herbicidas, sendo que 46% do grupo amostrado

declaram que não verificam por desconhecimento e 18% informaram que não verificam, por

não se preocuparem com o intervalo de segurança.

4.5 Contextualização de cafeicultores que já sentiram sintomas de intoxicações

Os resultados referentes ao percentual de cafeicultores que já sentiram sintomas de

intoxicações com uso de herbicidas nas lavouras de café do município de Planalto – BA estão

apresentados na Tabela 6.

Tabela 6. Contextualização (%) de cafeicultores que já sentiram sintomas de intoxicações

com uso de herbicidas nas lavouras de café do município de Planalto – BA.

Ao se observar os dados sobre os efeitos causados pelo contato dos aplicadores com os

herbicidas, foi verificado que 71% da população amostrada nunca sentiu nenhum problema de

saúde ao manusear e aplicar herbicidas na lavoura de café. Entretanto, vale ressaltar que

muitos dos sintomas causados pela contaminação com agrotóxicos são percebidos semanas,

meses ou anos após o contato com esses produtos (STOPPELLI, 2005). As principais vias de

contaminação por agrotóxicos são: a via oral, dérmica, respiratória e ocular (ANDEF, 2005).

Já os que afirmaram ter apresentado algum tipo de sintoma (29% dos produtores

entrevistados que utilizam herbicidas), descreveram que os sintomas mais comuns foram: dor

de cabeça excessiva, tontura e vômitos.

4.6 Contextualização da utilização de equipamento de proteção individual - EPI

Os resultados referentes ao percentual de cafeicultores que utilizam equipamento de

proteção individual - EPI nas lavouras de café do município de Planalto - BA estão

apresentados na Tabela 7.

Sintomas de contaminação

Número de entrevistados

%

Já sentiram 08 29

Não sentiram 20 71

Total 28 100

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Tabela 7. Contextualização (%) de cafeicultores que utilizam equipamento de proteção

individual - EPI nas lavouras de café do município de Planalto - BA.

Quanto à utilização do equipamento de proteção individual – EPI ao preparar e aplicar

herbicida na lavoura de café pode-se verificar que 79% da população amostrada utilizam de

forma incorreta e incompleta, sendo que os EPI’s (Equipamento de Proteção Individual)

comumente utilizados pelos produtores são botas e luvas. Já 21% dos entrevistados não

utilizam qualquer equipamento de proteção.

O uso dos EPI’s é fundamental para reduzir o risco de absorção do produto tóxico pelo

organismo, protegendo a saúde do trabalhador. Os EPI’s mais comumente utilizados são:

vestimentas (calça e jaleco de material impermeável); botas impermeáveis; avental

impermeável; respiradores (máscaras), que podem ser descartáveis ou de baixa manutenção

com filtros; viseira ou óculos com boa transparência; boné árabe e luvas de borracha nitrílica

ou neoprene.

4.7 Contextualização da aquisição de herbicidas

Os resultados referentes ao percentual de cafeicultores que utilizam o receituário

agronômico para aquisição de herbicidas nas lavouras de café do município de Planalto – BA

estão apresentados na Tabela 8.

EPI

Número de entrevistados

%

Utilizam completo 00 0

Utilizam incompleto 22 79

Não utilizam 06 21

Total 28 100

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Tabela 8. Contextualização (%) de cafeicultores que utilizam o receituário agronômico para

aquisição de herbicidas nas lavouras de café do município de Planalto – BA.

* Receituário Agronômico

Os dados demonstram que apesar desta obrigatoriedade do seu uso pelos agricultores,

o que se observou nas entrevistas com a população amostrada é que 100% dos mesmos não

utilizam o receituário agronômico. Logo pode se concluir que não há uma exigência por parte

das revendedoras de agrotóxicos por este documento, além do desconhecimento por parte dos

produtores, bem como não há uma fiscalização mais efetiva dos órgãos competentes.

De acordo com a Resolução do CONFEA nº 344, de 27 de julho de 1990, a venda e

utilização de agrotóxicos e afins aos usuários, serão feitos por meio de receituário, prescrito

por profissionais legalmente habilitados, Engenheiro Agrônomo e Engenheiro Florestal.

4.8 Contextualização do armazenamento de herbicidas nas propriedades cafeeiras

Os resultados referentes ao armazenamento de herbicidas nas propriedades cafeeiras

do município de Planalto – BA estão apresentados na Tabela 9.

Tabela 9. Contextualização (%) do armazenamento de herbicidas nas propriedades cafeeiras

do município de Planalto - BA.

Foi verificado na entrevista com a população amostrada que 75% dos produtores

armazenam os herbicidas em galpão, sem cuidados com o local, estrutura e a sinalização do

Utilizam o RA* Número de entrevistados %

Sim 00 0

Não 28 100

Total 28 100

Armazenamento N° de entrevistados %

Em casa 00 0

Galpão sem procedimentos específicos 21 75

Galpão, seguindo normas técnicas 00 0

Outro local 07 25

Total 28 100

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mesmo, sendo que esse depósito muitas vezes também é destinado para o armazenamento do

café produzido, máquinas e ferramentas usadas no manejo da lavoura.

De acordo com o (Manual de Uso Correto e Seguro de Produtos Fitossanitários –

ANDEF, 2005), saber armazenar agrotóxicos, mesmo que seja uma pequena quantidade,

requer conhecer procedimentos específicos:

Construir um compartimento isolado para o armazenamento dos

produtos fitossanitários é o mais recomendado, porém, se for absolutamente

necessário guardá-los no galpão de máquinas, é preciso isolar a área do

armazenamento com uma parede ou tela de proteção e mantê-la trancada.

Se a opção for construir, deve ser em alvenaria, com boa ventilação e

iluminação natural;

Piso cimentado e o telhado livre de goteiras;

As instalações elétricas devem estar em bom estado de conservação

para evitar curto-circuito e incêndios;

As portas devem permanecer trancadas evitando a entrada de crianças,

animais e pessoas não autorizadas;

Local deve estar sinalizado com uma placa de identificação com os

dizeres: CUIDADO VENENO;

Não fazer estoque de produtos, procurando manter as quantidades

necessárias para uso na safra agrícola;

Os produtos devem estar armazenados de forma organizada, com os

rótulos sempre visíveis;

Todos os produtos devem ser mantidos nas embalagens originais. Após

uma remoção parcial do conteúdo, as embalagens devem ser novamente fechadas;

No caso de rompimento das embalagens, estas devem receber uma

sobrecapa, preferencialmente de plástico transparente, com o objetivo de evitar o

vazamento de produto;

Não armazenar produtos fitossanitários junto com alimentos, rações ou

medicamentos.

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4.9 Contextualização da realização da tríplice lavagem das embalagens de herbicidas

Os resultados referentes ao percentual dos cafeicultores que realizam a tríplice

lavagem das embalagens rígidas de herbicidas utilizadas nas lavouras de café no município de

Planalto – BA estão apresentados na Tabela 10.

Tabela 10. Contextualização (%) dos cafeicultores que realizam a tríplice lavagem das

embalagens rígidas de herbicidas utilizadas nas lavouras de café no município de Planalto –

BA.

Os resultados das entrevistas com os cafeicultores mostram que 71% não realizam a

tríplice lavagem com as embalagens rígidas de herbicidas (plásticas, metálicas e de vidro) que

acondicionam formulações líquidas para serem diluídas em água. Esse processo diminui a

quantidade do agrotóxico que fica impregnado nas embalagens após a sua utilização,

diminuindo os riscos de contaminação ao meio ambiente, além de evitar desperdícios.

Os procedimentos para realização desta prática são: esvaziar completamente o

conteúdo da embalagem no tanque do pulverizador; adicionar água limpa à embalagem até

1/4 do seu volume; tampar bem a embalagem e agitá-la por 30 segundos; despejar a água de

lavagem no tanque do pulverizador; fazer esta operação 3 vezes; inutilizar a embalagem

plástica ou metálica, perfurando o fundo (ANDEF, 2013).

4.10 Contextualização da destinação final das embalagens de herbicidas

Os resultados referentes à destinação final dada às embalagens de herbicidas pelos

cafeicultores entrevistados no município de Planalto - BA estão apresentados na Tabela 11.

Realizam Tríplice Lavagem Número de entrevistados %

Sim 08 29

Não 20 71

Total 28 100

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Tabela 11. Contextualização (%) da destinação final dada às embalagens de herbicidas pelos

cafeicultores entrevistados no município de Planalto – BA.

Verifica-se que 46% dos produtores entrevistados queimam, colocam em sacos

plásticos não indicados e até mesmo reutilizam as embalagens de herbicidas. Pode-se observar

também, que 32% da população amostrada ainda deixam embalagens jogadas pela lavoura de

café ou próximo dela (Figura 4). A partir da analise dos dados sobre a destinação final das

embalagens vazias de herbicidas, constata-se que os cafeicultores dão os mais diversos fins às

mesmas exceto o destino adequado que é a devolução para a unidade de recebimento.

A destinação final das embalagens vazias de agrotóxicos é um procedimento

complexo que requer a participação efetiva de todos os agentes envolvidos na fabricação,

comercialização, utilização, licenciamento, fiscalização e monitoramento das atividades

relacionadas com o manuseio, transporte, armazenamento e processamento dessas embalagens

(ANDEF, 2005). Essas embalagens devem ser descartadas de forma adequada, pois as

mesmas constituem um grande potencial de poluição ambiental.

A legislação brasileira (Lei Federal nº 9.974 de 06.06.2000 e Decreto nº 4.074 de

04.01.2002) obriga o agricultor a devolver todas as embalagens vazias dos produtos na

unidade de recebimento de embalagens indicada pelo revendedor. Antes de devolver, o

agricultor deverá preparar as embalagens, ou seja, separar as embalagens lavadas das

embalagens contaminadas.

Destino das embalagens Número de entrevistados %

Enterradas 03 11

Jogadas na lavoura 09 32

Galpão da propriedade 03 11

Devolvidas c/ procedimento técnico 00 0

Queima, reutiliza etc. 13 46

Total 28 100

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Figura 3. Embalagens de herbicidas encontradas nas lavouras de café do município de

Planalto – BA. Fonte: SANTOS FILHO, V. R. dos. (2013).

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5 CONCLUSÕES

Apesar de boa parte dos entrevistados possuírem faixa etária maior que 50 anos e

possuírem uma longa experiência na cafeicultura, ainda assim, o nível de escolaridade é muito

baixo. A maioria desses produtores desconhece o manejo adequado dos herbicidas, não lêem

ou tem dificuldades para ler as bulas, além de desconhecerem o receituário agronômico.

A maioria dos cafeicultores entrevistados não respeita o período de carência dos

herbicidas e não utilizam equipamentos de proteção individual - EPI. Apesar de não se

observar o consumo excessivo de herbicidas, os mesmos são utilizados de forma incorreta

pela população amostrada. O principal herbicida utilizado pelos produtores entrevistados é o

Glyphosate, que é um herbicida sistêmico.

Mesmo não tendo estudos sobre intoxicação com herbicidas na região, parte dos

entrevistados relata o aparecimento de sintomas, após a aplicação do agrotóxico.

Os herbicidas adquiridos para lavouras de café são armazenados em depósitos, juntos

com outros utensílios agrícolas e em alguns casos são armazenados no galpão de

armazenamento do café colhido. A tríplice lavagem não é realizada pela maioria dos

produtores.

Não há a preocupação por parte da maioria dos produtores com o descarte adequado

das embalagens de herbicidas. Muitos descartam no campo, reutilizam ou queimam. É preciso

conscientizar e sensibilizar os produtores rurais do município de Planalto - BA sobre as

consequências do uso indiscriminado de agrotóxicos, divulgar o receituário agronômico e

orientá-los a respeito da utilização do Equipamento de Proteção Individual (EPI), além da

intensificação da fiscalização pelos órgãos competentes.

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APÊNDICE

QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PRODUTORES DE CAFÉ DO MUNICÍPIO DE

PLANALTO-BA

Data da entrevista: ____/____/______

Região:___________________________________________

Nome do produtor:__________________________________

Propriedade:_______________________________________

Área total:_________ Área cultivada com café:___________

Tempo de experiência com o plantio de café:______________

Escolaridade:_______________________________________

1- Qual a faixa etária do cafeicultor entrevistado no município de Planalto – BA?

a) ( ) ≤ 20 anos

b) ( ) 21 – 30 anos

c) ( ) 31 – 40 anos

d) ( ) 41 – 50 anos

e) ( ) ≥ 50 anos

2- (A) Sr (a) utiliza herbicida em algum momento do ano em sua lavoura de café?

a) ( ) Sim. Qual (is)?_________________________________

b) ( ) Não

3-Como costuma controlar as ervas daninhas (o mato) na lavoura de café?

a) ( ) capina manual

b) ( ) capina mecânica

c) ( ) com herbicidas

d) ( ) Usa mais de um método. Quais?_____________________________

e) ( ) não controla

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4 – O (A) Sr (a) verifica na bula do herbicida o período de carência ou intervalo de

segurança?

a) ( ) Não verifica, porque você desconhece esse intervalo de segurança.

b) ( ) Não verifica, porque não se preocupa com o intervalo de segurança.

c) ( ) Verifica, mas não se preocupa com o intervalo de segurança

d) ( ) Verifica e respeita esse intervalo de segurança

e) ( ) Verifica para alguns produtos, e não verifica para outros.

5 – Ao aplicar algum tipo de herbicida, o (a) Sr (a), já sentiu algum problema de saúde?

a) ( ) Sim

Qual?___________________________________________________

b) ( ) Não

c)

6 – Quanto ao EPI (Equipamento de Proteção Individual), ao preparar e ao aplicar os

herbicidas na lavoura de café, o (a) Sr (a)?

a) ( ) utiliza calça, jaleco, botas, avental, máscara, viseira, boné árabe e luvas.

b) ( ) utiliza só alguns utensílios.

Quais?________________________________

c) ( ) não utiliza.

d) ( ) utiliza algumas vezes.

e) ( ) não utiliza porque não sabe o que é, e que sua utilização é obrigatória ao se

preparar e aplicar agrotóxicos.

7 – Ao adquirir o(s) herbicidas(s), há a exigência por parte das comercializadoras, do

receituário agronômico?

a) ( ) Sim

b) ( ) Não

8 – Onde são armazenados os herbicidas adquiridos para a lavoura de café na sua

propriedade?

a) ( ) Na sua casa

b) ( ) Em um galpão, sem os cuidados com o local, a estrutura e a sinalização do

mesmo.

c) ( ) Em um galpão, seguindo as normas técnicas.

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d) ( ) Em outro local. Qual?____________________________________

9 – O (A) Sr (a) realiza a tríplice lavagem das embalagens rígidas (plásticas, metálicas e

de vidro) dos herbicidas.

a) ( ) Sim

b) ( ) Não

10– O que você faz com as embalagens dos herbicidas utilizados na lavoura de café na

sua propriedade?

a) ( ) enterra em um local da propriedade.

b) ( ) deixa jogado na lavoura.

c) ( ) deixa armazenado no galpão destinado para agrotóxicos.

d) ( ) faz a tríplice lavagem das embalagens aptas e armazena as embalagens

flexíveis em embalagens destinadas, e posterior a isso destina as mesmas para um

local indicado na nota fiscal.

e) ( ) n.d.a. outro procedimento. Qual?_____________________________

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ANEXO A

Avaliação da safra cafeeira produzida no Brasil no ano de 2012.

Fonte: CONAB, 2012.

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1 – Aquisição • Só compre agrotóxicos com a receita

agronômica e exija a nota fiscal;

• Examine o prazo de validade;

• Não aceite embalagens danificadas;

• O rótulo e a bula devem estar legíveis.

2 - Transporte

• O transporte de agrotóxicos deve ser feito

sempre com a nota fiscal do produto e em

veículo apropriado (caminhonete).

3 - Armazenamento • Armazene os agrotóxicos em local seguro

(depósito de alvenaria) e separado de

residências e outras instalações rurais;

6 - Período de carência

•É o número de dias a ser respeitado entre a

última aplicação e a colheita. O período de

carência vem escrito na bula do produto. Este

prazo é importante para garantir que o

alimento colhido não possua resíduos acima

do limite máximo permitido.

5- Aplicação

• Lave o pulverizador e verifique o seu

funcionamento após cada dia de trabalho;

• Leia o manual de instruções do fabricante do

equipamento pulverizador e saiba como calibrá-

lo corretamente;

• Pressão excessiva na bomba causa deriva e

perda da calda de pulverização;

• Observe a umidade relativa do ar;

7 - Higiene

• Lave bem as mãos e o rosto antes de comer,

beber ou fumar;

• Ao final do dia de trabalho, lave as roupas

usadas na aplicação separadas das roupas da

família;

• Tome banho com bastante água e sabonete,

lavando bem o corpo;

• Use sempre roupas limpas. 8 - Primeiros socorros em caso de

contaminação

•Descontamine a pessoa de acordo com as

intruções de primeiro socorros do rótulo ou da

bula do produto;

• Dê banho e vista uma roupa limpa na vítima,

levando-a imediatamente para o hospital;

• Mostre para o médico o rótulo ou a bula do

produto;

• Ligue para o telefone de emergência do

fabricante, informando o nome e a idade do

paciente, o nome do médico e o telefone do

hospital.

Importante:

Todo empregador é obrigado a fornecer EPI

e treinar o empregado. O empregado é

obrigado a usar EPI ao trabalhar com

agrotóxicos, sob pena de demissão por justa

causa.

4 - Preparo da cauda

• O uso de Equipamentos de Proteção

Individual (EPI) ;

• Manuseie os produtos longe de crianças,

animais e pessoas desprotegidas;

• Utilize sempre água limpa para preparar a

calda e evitar o entupimento dos bicos do

pulverizador;

• Leia o rótulo e a bula do produto.

Fonte: ANDEF, 2005.

ANEXO B