CONTEXTUALIZAÇÃO DA DISCIPLINA

A disciplina busca uma maior compreensão do pensamento filosófico, que se dedica à reflexão sobre os processos educativos (sistemas educacionais, conteúdos curriculares, material didático, metodologia de ensino, tendências pedagógicas), dentre outras temáticas relacionadas à Pedagogia.

Uma das grandes questões a ser refletida em FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO, diz respeito a dicotomia entre educação para a transmissão de conhecimento e educação crítica, para a formação integral do indivíduo.

A disciplina foi dividida em duas partes: a primeira, abordará a filosofia como ciência e reflexão ao longo da história do pensamento humano. A segunda, mostrará a relação existente entre Educação/Filosofia, discutindo as concepções de educação e prática filosófica em sala de aula.

OBJETIVOS DA AULA

• Conhecer os diferentes tipos de conhecimento que contribuem para a compreensão do mundo.

• Conhecer o sentido etimológico da palavra “FILOSOFIA”.

• Reconhecer o papel do conhecimento filosófico na vida do homem.

• Distinguir entre os usos coloquiais do termo “filosofia” e a concepção de “FILOSOFIA” como disciplina sistemática.

• Refletir sobre a relação FILOSOFIA e PODER.

• Refletir sobre o Mito da Caverna, de Platão.

Como podemos compreender o mundo que nos cerca?

Conhecimento mítico (a palavra mito vem do grego mythos, que significa conversar, contar, narrar) – Trata-se de um conhecimento baseado na intuição e que deriva do entendimento de que existem modelos naturais e sobrenaturais dos quais brota sentido de tudo o que existe. É um tipo de saber que ajuda o homem “explicar “ o mundo por meio de representações que não são logicamente racionalizadas.O conhecimento mítico também é expresso por meio de linguagem simbólica e imaginária, que recorre aos deuses e ao mistério para explicar a realidade.

Conhecimento empírico (senso comum) – primeira manifestação de saber que o indivíduo tem acesso. Ao nascer, o indivíduo já se vê inserido em um contexto social formado por regras, valores, linguagem, crenças, que são passadas de geração para geração.Trata-se de um conhecimento que nós mesmo criamos para dar conta de resolver determinado problema de nossa vida cotidiana.Conhecimento NÃO sistemático, que NÃO possui nenhuma formulação pedagógica.NÃO há uma preocupação direta com o ato de reflexão, ocorre espontaneamente, sem necessidade de investigação.

Conhecimento Religioso – A religião produz um saber que se apoia em doutrinas e que não pode ser verificado, pois é da ordem da fé. Entretanto, esse conhecimento é de grande importância, pois não é possível reconhecer a cultura humana sem estrutura religiosa.

A religião é um fenômeno universal que acompanha toda a evolução da civilização

Conhecimento Filosófico - É uma forma de conhecimento baseada na reflexão, na crítica e na razão, gerando argumentos válidos e coerentes para explicar um determinado fenômeno.Estuda a relação entre HOMEM-DEUS-MUNDO.

Conhecimento Científico – É uma conquista recente da humanidade, surgiu no século XVII com a Revolução Científica. Preza pela apuração e constatação. Busca por leis e sistemas, no intuito de explicar de modo racional aquilo que se está observando. Não se contenta com explicações sem provas concretas; seus alicerces estão na metodologia e na racionalidade. Análises são fundamentais no processo de construção e síntese que o permeia, isso, aliado às suas demais características, faz do conhecimento científico quase uma antítese do popular (wikipédia).

ETIMOLOGIA DA PALAVRA

A palavra FILOSOFIA é composta por dois termos gregos:

Philo (deriva de philia) = amor fraterno e/ou amizade fraterna

Sophia = sabedoria

FILOSOFIA tem o sentido etimológico de AMOR À SABEDORIA ou AMIZADE PELO SABER

O Nascimento da FILOSOFIAA FILOSOFIA nasceu no dia a dia de um grupo de homens e mulheres (raras mulheres, porque pouquíssimas participavam da vida social), no Mundo Antigo, Ocidental, que hoje conhecemos como Grécia.

Esse grupo de pessoas se perguntava sobre os “por quês das coisas, para ter uma vida mais racionalizada, mais consciente, mais pensante e não exclusivamente religiosa, mítica ou lendária.

Por que essas coisas são como são?Qual é a fonte do poder?

O que é liberdade?O que é justiça?

Deus existe?Há vida após a morte?

Por que morremos?

Essas são algumas questões que, há séculos, a humanidade busca respostas. Elas estão conectadas com o nosso dia a dia, por isso, a FILOSOFIA nasce com esse tipo de preocupação.

O Processo de FilosofarA filosofia de vidaComo somos seres racionais e sensíveis, estamos sempre dando sentido e valor às coisas. Ao filosofar espontâneo do homem comum, costumamos chamar filosofia de vida.O homem analisa sua experiência de vida cotidiana e escolhe critérios (mesmo que sejam pouco rigorosos), para sustentar suas escolhas e decisões.

A filosofia propriamente dita A filosofia propriamente dita surge no momento em que o pensamento é posto em causa, tornando-se objeto de reflexão.Refletir filosoficamente é retomar o próprio pensamento, pensar o já pensado, voltar para si mesmo e colocar em questão o que já se conhece.A reflexão do filósofo propõe a “pensar nossos pensamentos e ações”.

• A filosofia é essencial pois não se pode pensar em nenhum homem que não seja solicitado a pensar e agir.

• A filosofia oferece condições teóricas para a superação da consciência ingênua.

• A filosofia faz crítica à cultura e desvela as formas de dominação que se ocultam o convencionalismo, a alienação e a ideologia.

• A filosofia questiona o saber instituído.

• A filosofia permite ao homem ter mais de uma dimensão além da que é dada pelo agir imediato, no qual o homem prático se encontra mergulhado.

A queda. Denis Darzacq, 2006

FILOSOFIA E PODER

Por que a filosofia pode ser “perigosa”?

François Châtelet, historiador, afirma que:

Desde que há Estado – da cidade grega às burocracias contemporâneas -, a ideia de verdade sempre se voltou, finalmente, para o lado dos poderes [...]. Por conseguinte, a contribuição específica da filosofia que se coloca a serviço da liberdade, de todas as liberdades, é a de minar, pelas análises que ela opera e pelas ações que desencadeia, as instituições repressivas e simplificadoras: quer se trate da ciência, do ensino, da tradução, da pesquisa, da medicina, da família, da polícia, do fato carcerário, dos sistemas burocráticos, o que importa é fazer aparecer a máscara, deslocá-la, arrancá-la...

FILOSOFIA E PODERPARA REFLETIR...

Sempre há os que ignoram os filósofos. Mas não é o caso dos ditadores: estes os fazem

calar, pela censura, porque sabem bem quanto eles ameaçam seu poder.