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1 Conteúdo do Módulo 2 Temas: Os mitos sobre o(a) aluno(a) com Altas Habilidades ou Superdotação Instrumentos de identificação Análise da identificação TEMAS CONTEÚDOS OBJETIVOS 1. OS MITOS SOBRE O(A) ALUNO(A) COM ALTAS HABILIDADES OU SUPERDOTAÇÃO Breve apresentação das principais ideias errôneas usadas para descrever o aluno (a) com Altas Habilidades Conhecer e discutir sobre as diferentes terminologias 2. INSTRUMENTOS DE IDENTIFICAÇÃO Apresentação dos principais instrumentos usados para a identificação do aluno com altas habilidades Conhecer e discutir sobre os principais instrumentos de identificação 3. PROPOSTA DE ENRIQUECIMENTO CURRICULAR PARA O ( A) ALUNO(A) COM ALTAS HABILIDADES OU SUPERDOTAÇÃO: Apresentação de propostas de enriquecimento curricular para a aprendizagem do ( a) aluno( a) com altas habilidades ou superdotação Conhecer e analisar as propostas do enriquecimento curricular. AVALIAÇÃO Questões de Múltipla Escolha; Fórum;

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Conteúdo do Módulo 2

Temas:

Os mitos sobre o(a) aluno(a) com Altas Habilidades ou Superdotação

Instrumentos de identificação

Análise da identificação

TEMAS CONTEÚDOS OBJETIVOS

1. OS MITOS SOBRE

O(A) ALUNO(A) COM

ALTAS HABILIDADES

OU SUPERDOTAÇÃO

Breve apresentação das

principais ideias errôneas

usadas para descrever o

aluno (a) com Altas

Habilidades

Conhecer e discutir sobre as

diferentes terminologias

2. INSTRUMENTOS

DE IDENTIFICAÇÃO

Apresentação dos

principais instrumentos

usados para a

identificação do aluno

com altas habilidades

Conhecer e discutir sobre os

principais instrumentos de

identificação

3. PROPOSTA DE

ENRIQUECIMENTO

CURRICULAR PARA O

( A) ALUNO(A) COM

ALTAS HABILIDADES

OU SUPERDOTAÇÃO:

Apresentação de propostas

de enriquecimento curricular

para a aprendizagem do ( a)

aluno( a) com altas

habilidades ou superdotação

Conhecer e analisar as

propostas do

enriquecimento curricular.

AVALIAÇÃO

Questões de Múltipla Escolha;

Fórum;

2

Os mitos sobre o (a) aluno (a) com Altas Habilidades ou

Superdotação

Desfazendo os mitos sobre as Altas Habilidades ou Superdotação

O tema das altas habilidades ou superdotação ainda é um assinto que necessita

de maiores discussões no campo educacional, principalmente na educação especial,

assim, devido a falta de conhecimento sobre o aluno com alto potencial muitas são as

ideias errôneas que surgem a respeito deste alunado. Nesta perspectiva, organizamos

os principais mitos apresentados por Sabatella (2008), para esclarecer as dúvidas e

desfazer as ideias errôneas sobre as Altas Habilidades ou Superdotação:

A superdotação é inteiramente inata: É uma afirmação que ignora a grande

influência de fatores externos para o desenvolvimento de aptidões e

capacidades humanas.

Superdotação é um fenômeno raro: poucas crianças e jovens podem ser

considerados superdotados: Os superdotados estão em toda parte, convivendo

e “sobrevivendo” no nosso cotidiano, mas o que pode ser salientado é que, se

realmente as condições forem inadequadas, dificilmente o indivíduo com maior

potencial poderá desenvolvê-lo.

Superdotados não precisam de atendimento especial: A falta de atendimento

ao aluno com altas habilidades ou superdotação causa desânimo, frustação e,

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em alguns casos, até desistência. Aparentemente este aluno já é atendido, pois

está na escola, mas isso impede a visualização da necessidade de sua inclusão.

Todos têm talentos e dependem somente de estímulo: A estimulação

cognitiva pode favorecer uma melhora no desempenho, mas não fabrica

comportamentos de superdotação quando a criança não apresenta

indicadores.

O atendimento especial para superdotados é elitismo: O atendimento

especial, sob o paradigma da inclusão, é a integração social de todos que

possuem necessidades educacionais especiais, isso inclui o aluno com altas

habilidade ou superdotação, e que precisam de serviço educacional

diferenciados para que possam ser cidadãos felizes e realizados.

Superdotação é sinônimo de genialidade: Nem todo superdotado é um gênio,

mas todo gênio é superdotado.

Superdotados são frágeis e gostam de isolamento social: As características

físicas e de personalidade variam e são de ordem genética ou ambiental. O

isolamento quase sempre é consequência da conduta incomodativa dos outros

ou da falta de entrosamento com alunos da mesma idade, ocasionada pela

disparidade do nível de conhecimento em relação aos demais. Para evitar mais

rótulos ou apelidos, o aluno se afasta.

Não se deve dizer à criança que ela é diferente: Crianças superdotadas são

muito atentas e percebem rapidamente seu ritmo de pensar, aprender e

concluir; sua diferença de interesses e resultados. Curiosamente, quando

crianças e jovens são informados sobre sua capacidade diferenciada, ficam

mais tolerantes e aceitam seus colegas de menor potencial.

Superdotados não precisam ser identificados: Os superdotados precisam ser

identificados para que possamos conhecer suas necessidades, discernir as

estratégias pedagógicas que devem ser implementadas e estruturar os recursos

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que terão de ser disponibilizados para esse fim, pois, para um atendimento

adequado, saber a quem se destina é uma condição essencial.

Superdotados são resultados de pais muito cuidadosos: Os pais de crianças

superdotadas tem a preocupação de proporcionar a seu filho um ambiente

estimulante e livrá-lo do desestímulo e da frustação.

Superdotados têm alto Q.I: Os testes de Q.I medem apenas algumas áreas da

inteligência e não da totalidade das potencialidades do aluno superdotado.

Superdotados sempre têm bons resultados escolares: O superdotado pode

apresentar um rendimento aquém de seu potencial numa determinada matéria

por se sentir desmotivado devido a excessiva repetição do conteúdo, aulas

monótonas e pouco estimuladoras.

O número de superdotados não é expressiva: De acordo com a Organização

Mundial de Saúde, estima-se que entre 2 a 3% dos indivíduos de uma dada

população sejam superdotados. Porém, quando incluímos outros aspectos à

avaliação de superdotados, como por exemplo, liderança, criatividade,

competências artísticas e psicomotoras, as estatísticas sobre as altas

habilidades aumentam significamente, chegando a uma porcentagem de 15 a

20 % da população.

Superdotados não precisam de oportunidades especiais: Muito ainda é a luta

pela qualidade de ensino para todos os alunos, inclusive para os superdotados,

pois até agora estes alunos com alto potencial não foram incluídos ou

excluídos, apenas esquecidos.

Superdotados desenvolvem seu potencial sem precisar de ajuda: É um engano

pensarmos que os superdotados têm recursos suficientes para desenvolverem

sozinhas suas habilidades, não sendo necessária uma intervenção pedagógica

compatível e o apoio para a realização de atividades diferenciadas. A realidade

é que estes alunos necessitam de uma variedade de experiências de

aprendizagem enriquecedoras que estimulem seu potencial.

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A identificação da pessoa com Altas Habilidades ou Superdotação

Uma vez compreendida a necessidade de atendimento específico para a

pessoa com Altas Habilidades ou Superdotação passamos então para a

identificação e o atendimento.

A identificação é o passo fundamental para o atendimento. Porém, por

razões muitas vezes político-ideológicas, algumas pessoas acreditam que os

superdotados não precisam ser identificados (SABATELLA, 2008). Os superdotados

precisam ser identificados para que se conheçam suas necessidades, para

discernirmos estratégias de atendimento e estruturarmos recursos, pois, para

atendimento adequado é condição essencial saber a quem se destina.

É possível adotar conceitos específicos para embasar os processos de

identificação. Ainda que a identificação de Altas Habilidades ou Superdotação se

mostre um desafio por sua complexidade e pela falta de um consenso sobre

conceitos e definições e também quanto às consequências da identificação

(GUENTHER, 2006; GUIMARÃES & OUROFINO, 2007).

Para fazer a identificação é interessante que se adote um dos diferentes

conceitos de Altas Habilidades ou Superdotação. Esse conceito deve atender às

necessidades específicas do educador. Não há conceitos melhores ou piores,

apenas conceitos de Altas Habilidades ou Superdotação que podem ser mais ou

menos interessantes de acordo com os educadores que os utilizarem e seus

objetivos. Devemos lembrar que conceitos diferentes implicam em prestar atenção

em características diferentes.

Considerando que cada pessoa é única, as pessoas com potencial elevado

também possuem características diferenciadas em relação a suas áreas de interesses.

Este é mais um motivo para se utilizar diferentes instrumentos para a identificação

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destas características. Pesquisadores como Renzulli (2004), Guenther (2000), Gardner

(1995) e Virgolim (2007), são unânimes em afirmar que a identificação deve ser

realizada por meio de inúmeros instrumentos que permitam uma visão integral do

sujeito. Estes autores acreditam que devam ser utilizados diferentes critérios,

identificados a partir de variadas fontes de informações.

Virgolim (2007) destaca, como possíveis, os seguintes instrumentos:

1. Nomeação por professores: os professores normalmente possuem

maior facilidade na indicação de alunos com características de altas habilidades, uma

vez que convivem por um grande tempo com os alunos em suas turmas e podem

observar traços importantes que se salientam em relação ao grupo de colegas.

2. Indicadores de criatividade: alguns indicadores de criatividade do

aluno, assim como testes formais, podem auxiliar o professor a identificar alunos com

criatividade aparente, como também aqueles que possuem talentos únicos, mas que

em sala de aula passam despercebidos ao olhar desatento. É necessário salientar que a

identificação desse aluno altamente criativo é importante para evitar um possível

fracasso escolar, em função do seu pensamento divergente.

3. Nomeação por pais: os pais são personagens que tendem a contribuir

para a identificação dos alunos com altas habilidades, uma vez que a maioria deles

acompanha o desenvolvimento dos seus filhos com grande atenção. Esses podem

informar todas as etapas do desenvolvimento vivenciadas pelo filho, salientando seus

maiores interesses, realizações, criações etc. Porém é necessário cuidado, pois alguns

pais supervalorizam as habilidades dos filhos e podem confundi-las com características

das altas habilidades.

4. Nomeação por colegas: muitas vezes, os colegas reconhecem

características importantes de um aluno, que o professor pode ainda não ter

observado. Este processo pode ser desenvolvido de diferentes formas, quais sejam,

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abordagem direta, abordagem disfarçada, abordagem no formato de jogos, a fim de

tornar mais fácil a identificação de talentos.

5. Autonomeação: pode ser um instrumento útil para a indicação de

crianças que não tiveram seus talentos notados nem pelo professor nem pelos colegas,

mas que possuem habilidades em determinada área do conhecimento. Através da

autonomeação, podem ser percebidas áreas específicas de interesse, assim como

liderança, esportes etc.

6. Nomeações especiais: esta forma de nomeação permite que sejam

indicados alunos que tenham se destacado em anos anteriores, mas que por

problemas emocionais ou pessoais possam estar apresentando um baixo rendimento

escolar. Por isso, é interessante que se busquem informações, sempre que possível,

com professores das séries anteriores dos alunos.

7. Avaliação dos produtos: a observação da qualidade de uma produção

do aluno pode permitir que sejam identificadas características de talento. Os produtos

podem demonstrar criatividade, pensamento criador, habilidades específicas ou outros

aspectos relacionados a temáticas especiais.

8. Escalas de características e listas de observação: as escalas e listas são

utilizadas de forma conjunta entre o professor, os pais, o próprio aluno e a avaliação

do produto. Existem algumas propostas de escalas e listas, dentre elas a Escala de

Características proposta por Renzulli e a Lista de Indicadores para Observação do

professor proposta por Guenther, que podem auxiliar na observação e na indicação de

alguns alunos.

9. Nomeação por motivação do aluno: alunos motivados e que

demonstram um interesse incomum em determinada área durante o ano escolar

também podem ser indicados para um atendimento especializado. Estes alunos

geralmente demonstram comportamentos inesperados e diferenciados e se o

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professor estiver atento pode detectar seu envolvimento com a área, levando-o a

desenvolver sua criatividade e habilidades específicas.

Nos Subsídios para Organização e Funcionamento de Serviços de Educação

Especial – Área de Altas Habilidades, alguns procedimentos foram apresentados para

identificar as crianças com altas habilidades, entre eles:

[...] avaliação realizada por professores, especialistas e supervisores; percepção de resultados escolares superiores aos demais; autoavaliação; aplicação de testes individuais, coletivos ou combinados; e demonstração de habilidades superiores em determinadas áreas. (BRASIL, 1995, p. 23)

Estas são formas possíveis de identificar um aluno (a) com Altas Habilidades ou

Superdotação e que podem ser utilizadas em conjunto, permitindo uma maior

validade dos comportamentos percebidos.

Porém, entendemos que o sistema educacional ainda apresenta dificuldades

em utilizar estes instrumentos de identificação, pois não há profissionais capacitados

para tal.

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Principais características mais comuns em uma pessoa com Altas Habilidades ou Superdotação

As caraterísticas das pessoas com Altas Habilidades ou Superdotação não são

homogêneas, por isso os traços podem variar de acordo com o contexto sociocultural,

com a etapa de desenvolvimento e também de indivíduo para indivíduo.

Assim, embora as pessoas com Altas Habilidades ou Superdotação sejam

diferentes entre si e seja impossível definir um perfil único, autores como Perez e

Freitas,2011, ressaltam algumas características mais comuns como:

Muita curiosidade;

Assincronismo;

Flexibilidade de pensamento;

Senso crítico exagerado;

Criatividade;

Gosto pelo desafio;

Leitura voraz;

Produção ideativa;

Desgosto com a rotina;

Consciência de si mesmo;

Habilidade em áreas especificas;

Independência de pensamentos;

Tendência ao perfeccionismo;

Memória muito desenvolvida;

Senso de humor desenvolvido;

Busca de soluções próprias para os problemas;

Capacidade desenvolvida de análise, avaliação e julgamento;

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Concentração prolongada numa atividade de interesse;

Interesse por assuntos e temas complexos, ideias novas e por várias

atividades;

Precocidade na área que apresenta habilidades acima da média;

Rapidez e facilidade de aprender;

Relacionamento de informações e associações entre ideias e

conhecimentos;

Sensibilidade aos problemas sociais e as sentimentos dos outros;

Tendência a associar-se a pessoas mais velhas ou mais novas do que

elas;

Vocabulário avançado, rico e extenso em relação aos seus pares. ( p.24)

De acordo com as autoras supra citadas, estas características não estão sempre

presentes em todas as pessoas com Altas Habilidades ou Superdotação e sofrem

influência de características de personalidade e do ambiente sociocultural e

econômico no qual a pessoa vive. Perez e Freitas (2011) ainda ressaltam que estas

características não podem ser usadas como uma lista de identificação, pois o fato de

que alguma (s) destas características não sejam apresentadas pela pessoa não quer

dizer que esta não posso ter indicadores de Altas Habilidades ou Superdotação.

Os principais instrumentos de identificação da pessoa com Altas Habilidades ou Superdotação

Os instrumentos aqui apresentados são usados para fazer um levantamento

prévio dos alunos que mais se destacam em determinadas áreas. Assim,

apresentaremos os instrumentos de duas teorias distintas: A Teoria dos Três Anéis de

Renzulli; e a teoria de Dotação e Talento de Zenita Guenther.

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Os procedimentos de identificação de acordo com A Teoria dos Três Anéis de Renzulli.

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2.4: Os procedimentos de identificação de acordo com A Teoria de Dotação e Talento para alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental I.

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PROPOSTA DE ENRIQUECIMENTO CURRICULAR PARA O (A) ALUNO(A) COM ALTAS HABILIDADES OU SUPERDOTAÇÃO

Mesmo sendo o enriquecimento uma das modalidades do programa de

atendimento ao estudante com Altas Habilidades ou Superdotação, daremos uma

maior ênfase , visto que a educação especial no município de São Paulo trabalha na

perspectiva do enriquecimento intracurricular e extracurricular.

Renzulli ( 2014) esclarece que o modelo de enriquecimento é um programa de

atendimento para os estudantes com Altas Habilidades ou Superdotação , mas que

atinge também todos os estudantes a escola. Assim, este modelo proporciona

experiências de aprendizagem enriquecidas e padrões de aprendizagem mais elevados

para todos os alunos por meio de três objetivos:

Desenvolver o talento em todas as crianças;

Oferecer uma ampla gama de experiência de enriquecimento para todos

os estudantes;

Proporcionar oportunidades de acompanhamento em nível avançado

para os jovens com base em seus pontos fortes de interesse (

RENZULLI , 2014, p. 539)

De acordo com estes objetivos, Renzulli ( 2014) ressalta que o modelo de

enriquecimento para toda a escola introduz no currículo regular um currículo

expandido de oportunidades de atendimento, recursos e apoio para os professores

que trabalham numa prática pedagógica voltada a uma aprendizagem mais

investigativa e motivadora , explorando os interesses dos alunos. Nesta perspectiva, a

aprendizagem se torna mais efetiva e prazerosa pois o conteúdo e o processo são

aprendidos dentro de um problema real e atual. Desta forma, se deve dar uma

atenção às oportunidades de personalizar a escolha dos alunos na seleção de

problemas , a importância do problema para os indivíduos e grupos que dividem

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interesses comuns no problema e as estratégias para ajudar os alunos na

personalização de problemas que eles possam querer escolher para estudar.

Ao pensar no estudante com Altas Habilidades ou Superdotação, entendemos

que o enriquecimento é a modalidade que requer maior nível de investimento de

recursos (sejam financeiros, seja a maior disponibilização de profissionais

especializados, ou ainda a disponibilização de material específico de atendimento)

para que possa atingir os interesses desses alunos com alto potencial, assim, a Figura

1 ilustra diferentes atividades em um contexto enriquecido de atendimento a alunos

com Altas Habilidades ou Superdotação :

DIFERENTES ATIVIDADES – PROGRAMA DE CONTEXTO ENRIQUECIDO

• Incluir no currículo regular, programas de ensino, pensamento produtivo e

crítico;

• Promover projetos independentes individuais e em pequenos grupos;

• Desenvolver atividades de exploração em diferentes áreas do conhecimento;

• Organizar atividades baseadas nos interesses dos alunos;

• Resolver problemas da vida real e antecipar problemas futuros;

• Implementar oficina de invenções;

• Realizar concursos de ciências, letras, artes visuais e plásticas e outros;

• Oferecer aulas de música, interpretação, artes visuais ou outros;

• Realizar colóquios com especialistas;

• Desenvolver estudos aprofundados sobre temas específicos;

• Realizar adaptações curriculares;

• Desenvolver projetos de investigação;

• Participar de programas extracurriculares.

Figura 5 – Quadro de atividades em contexto enriquecido, adaptado de Pérez,

Rodríguez e Fernández (1998).

O Ministério da Educação recomenda o atendimento em sala de aula regular,

de acordo com sua diretriz inclusiva (BRASIL, 1998), podendo concomitantemente

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receber atendimento educacional especializado em sala de aula, em sala de recursos e

por meio de ensino por professor itinerante.

MODELO TRIÁDICO DE ENRIQUECIMENTO

O modelo triádico de enriquecimento desenvolvido por Renzulli , foi elaborado

com o objetivo de propor um programa para alunos com Altas Habilidades ou

Superdotação que incentivasse a produtividade criativa dos alunos, expondo –os a

vários temas , áreas de interesse e campos de estudo. O Modelo Triádico de

Enriquecimento, é composto por três tipos de enriquecimento são planejados para os

contextos tanto do ensino regular quanto do especializado. Na figura 1 apresentamos

esta proposta de forma mais detalhada.

Figura 1: Modelo Triádico do Enriquecimento , Renzulli ( 2014) p. 545

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De acordo com Virgolim (2010) e Renzulli ( 2014) o Enriquecimento Escolar do

Tipo I implica em atividades destinadas a todos os estudantes da escola e seu principal

objetivo é o de expor os alunos a uma grande variedade de disciplinas, tópicos,

pessoas, lugares, eventos, que normalmente não estão incluídos no currículo da escola

regular.

Virgolim (2010) cita tem três importantes objetivos para o enriquecimento tipo

I:

Dar oportunidade a todos os alunos de participar de alguma experiência

de enriquecimento curricular que seja de seu real interesse;

Enriquecer a vida dos estudantes através de experiências que

usualmente não fazem parte do currículo da escola regular; e

Estimular novos interesses que possam levar o aluno a aprofundá-los

em atividades criativas e produtivas posteriores ( p. 26).

O Enriquecimento Escolar do Tipo II inclui materiais e métodos elaborados

para promover o desenvolvimento de processos de pensamento e sentimentos aos

alunos e pode ser oferecido a grupos de estudantes em sala de aula ou em programas

de atendimento educacional especializados (RENZULLI , 2014) .

Virgolim ( 2010) ressalta os principais objetivos do enriquecimento do tipo II:

Desenvolver nos alunos as habilidades gerais de pensamento crítico, resolução

de problemas e pensamento criativo;

Desenvolver os processos afetivos, sociais e morais, tais como sentir, apreciar,

valorizar, respeitar;

Desenvolver uma grande variedade de aprendizagens específicas de “como

fazer”, tais como tomar notas, entrevistar, classificar e analisar dados, tirar

conclusões etc., necessárias ao processo científico;

Desenvolver habilidades avançadas para a aprendizagem de materiais de

referência, tais como resumos, catálogos, registros, guias, programas de

computador, Internet, etc.;

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Desenvolver habilidades de comunicação escrita, oral e visual, a fim de que a

produção do aluno tenha maior impacto sobre determinadas audiências.

As atividades de Enriquecimento do Tipo III são planejadas para o aluno que

demonstra um grande interesse em se aprofundar em uma área do conhecimento; que

querem comprometer grande parte do seu tempo e esforço para a aquisição de um

conteúdo mais avançado; e que queira participar de um processo de treinamento mais

complexo, no qual assume o papel de aprendiz em primeira-mão ( VIRGOLLIM,

2010,RENZULLI 2014).

Os principias objetivos do tipo II são:

Aplicar seus interesses, conhecimentos, ideias criativas e motivação em

um problema ou área de estudo de sua escolha;

Adquirir um conhecimento avançado a respeito do conteúdo e

metodologia próprios a uma disciplina, área de expressão artística ou

estudos interdisciplinares em particular;

Desenvolver produtos autênticos, com o objetivo de produzir

determinado impacto em uma audiência pré-selecionada;

Desenvolver habilidades de planejamento, organização, utilização de

recursos, gerenciamento de tempo, tomada de decisões e auto-

avaliação; e

Desenvolver motivação/ envolvimento com a tarefa, autoconfiança e

sentimentos de realização criativa, e habilidade de interagir

efetivamente com outros alunos, professores e pessoas com níveis

avançados de interesse e conhecimento em uma área comum de

envolvimento.

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Referências bibliográficas

BRASIL. Secretaria de Educação Especial. Subsídios para organização c funcionamento de serviços de educação especial: Área de Deficiência / Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Especial. - Brasília : MEC/SEESP. 1995. FREITAS, S. N.; PÉREZ, S.G.P.B. Altas habilidades/superdotação. Atendimento especializado. Marília: abpee, 2010. GARDNER, H. Estruturas da Mente: A teoria das Inteligências Múltiplas. Porto Alegre – RS: Artes Médias, 1995. GUENTHER, Z. C. Capacidade e Talento: Um programa para e escola. São Paulo: EPU, 2006. OUROFINO, V. T. E GUIMARÃE, T. G. Características Intelectuais, Emocionais e Sociais do Aluno com Altas Habilidades/ Superdotação. In: FLEITH. D.S; A Construção de Práticas Educacionais para Alunos com Altas Habilidades / Superdotação: Orientação a Professores. v. 1, Ministério da Educação Secretaria de Educação Especial,Brasília,2007. RENZULLI, J.S. Modelo de enriquecimento para toda a escola: um plano abrangente para o desenvolvimento de talentos e superdotação. Revista Educação Especial. v.27. n. 50 . p. 539-562. Santa Maria. 2014 RENZULLI, J. S. O Que é Esta Coisa Chamada Superdotação, e Como a Desenvolvemos? Uma retrospectiva de vinte e cinco anos. Revista de Educação, p.75 -131. Portos Alegre – RS, 2004. SABATELLA, M. L. P. Talento e Superdotação: problema ou solução? Ibpex, Curitiba, 2008. VIRGOLIM , A.M.R. A contribuição dos instrumentos de investigação de Joseph Renzulli para a identificação de estudante com Altas Habilidades /Superdotação. Anais IV Encontro Nacional do ConBrasd . p. 1-33. Curitiba- P.R, 2010. VIRGOLIM, A M.R. Altas Habilidades / Superdotação Encorajando Potenciais. Brasília: Ministério da Educação Especial, 2007

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VÍDEO:

Pais falam da discriminação com seus filhos superdotados.

https://www.youtube.com/watch?v=iViCZERSwVU&list=LL4fPPtG0Nyz9M8jkkHK18_A

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