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Visão geral Apresentação da disciplina: O curso de pós Graduação em Gestão de Projetos, propõe aos profissionais a aptidão para atuarem como gestores de projetos em pequenas, médias e grandes empresas, bem como prepará-los para gerenciar as atividades relacionadas ao desenvolvimento organizacional e a busca pela eficácia das organizações que forem atuar. Neste sentido, a disciplina de Contabilidade Financeira dentre suas principais características e atribuições irá discutir e apresentar os conceitos que norteiam sua aplicação e os procedimentos necessários para análise patrimonial e o sucesso das organizações. Além do mais, a referida disciplina irá detalhar acerca das principais demonstrações contábeis, discutindo também as diversas formas de análises e interpretações dos resultados apurados em cada organização. Objetivos: Os objetivos propostos com a disciplina, entre outros são: 1) Apresentar os principais conceitos e atribuições da Contabilidade como ferramenta de Gestão Empresarial; 2) Evidenciar detalhadamente a conceituação e a estrutura das principais Demonstrações Contábeis; 3) Permitir o entendimento acerca das principais variações patrimoniais e o seu impacto na análise dos resultados; 4) Apresentar os principais índices financeiros de análise contábil, 5) Apresentar vídeos, artigos, estudos de casos e demais materiais que possam complementar todo o processo de aprendizagem acerca da temática proposta na disciplina. Conteúdo Programático:

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Visão geral

Apresentação da disciplina: O curso de pós Graduação em Gestão de Projetos, propõe aos profissionais a aptidão para atuarem como gestores de projetos em pequenas, médias e grandes empresas, bem como prepará-los para gerenciar as atividades relacionadas ao desenvolvimento organizacional e a busca pela eficácia das organizações que forem atuar. Neste sentido, a disciplina de Contabilidade Financeira dentre suas principais características e atribuições irá discutir e apresentar os conceitos que norteiam sua aplicação e os procedimentos necessários para análise patrimonial e o sucesso das organizações. Além do mais, a referida disciplina irá detalhar acerca das principais demonstrações contábeis, discutindo também as diversas formas de análises e interpretações dos resultados apurados em cada organização.

Objetivos: Os objetivos propostos com a disciplina, entre outros são:

1) Apresentar os principais conceitos e atribuições da Contabilidade como ferramenta de Gestão Empresarial;

2) Evidenciar detalhadamente a conceituação e a estrutura das principais Demonstrações Contábeis;

3) Permitir o entendimento acerca das principais variações patrimoniais e o seu impacto na análise dos resultados;

4) Apresentar os principais índices financeiros de análise contábil,

5) Apresentar vídeos, artigos, estudos de casos e demais materiais que possam complementar todo o processo de aprendizagem acerca da temática proposta na disciplina.

Conteúdo Programático:

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1 – CONTABILIDADE

1.1 – Contabilidade e suas características

1.1.1 – Evolução Histórica

1.1.2 – Conceitos e Objetivos

1.1.3 – Usuários e Campo de Atuação

1.1.4 – Patrimônio e Patrimônio Líquido

2 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

2.1 – Principais Demonstrações Contábeis

2.1.1 – Balanço Patrimonial

2.1.2 – Demonstração do Resultado do Exercício

2.1.3 – Demonstração do Fluxo de Caixa

3 – ANÁLISE FINANCEIRA

3.1 – Análise Financeira na Gestão Empresarial

3.1.1 – Conceituação e contextualização histórica

3.1.2 – Análise Horizontal

3.1.3 – Análise Vertical

3.1.4 – Análise por Índices

4 – INDICES DE ANÁLISE

4.1 – Análise por Índices ou Quocientes Financeiros

4.1.1 – Indicadores da Estrutura do Patrimônio

4.1.2 – Índices de Liquidez/Solvência

4.1.3 – Prazos Médios

4.1.4 – Indicadores de Rentabilidade

Metodologia:

Nas unidades utilizaremos todos os recursos necessários e disponíveis para o desenvolvimento da discussão do conteúdo, sendo assim, faremos uso de:

• Textos da própria web-aula e de outros sites que possam contribuir para a discussão;

• Vídeos que podem esclarecer ou aprofundar

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determinados conteúdos; • Fóruns para discussão de tópicos onde seja

possível a troca de ideias e conteúdos entre os discentes e docentes;

• Avaliações virtuais onde será realizada a verificação do aprendizado;

• Entre outros recursos que poderão ser utilizados visando maior entendimento da matéria.

Avaliação Prevista:

Cada web aula conterá uma avaliação virtual composta de 5 questões (sendo assim, temos 2 web-aulas com 5 questões cada). Quando houver fórum de discussão o aluno será avaliado quanto ao conteúdo de sua postagem, onde deverá comentar o tópico apresentando respostas completas e com nível crítico de avaliação pertinente ao nível de pós-graduação.

Critérios para Participação dos Alunos no Fórum:

Quando houver fórum de discussão o aluno será avaliado quanto ao conteúdo de sua postagem, onde deverá comentar o tópico apresentando respostas completas e com nível crítico de avaliação pertinente ao nível de pós-graduação. Textos apenas concordando ou discordando de comentários de outros participantes do fórum sem a devida justificativa ou complementação não acrescentam em nada ao debate da disciplina, sendo assim, devem ser evitados. Os textos devem sempre vir acompanhados das justificativas para a opinião do discente sobre o conteúdo discutido, para que assim, possamos dar continuidade ao debate em nível adequado. Além disso, podem ser utilizados citações de artigos, livros e outros recursos que fundamentem a opinião ou deem sustentação a sua posição crítica sobre o assunto. Deve ser respeitado o tópico principal do fórum, evitando debates que não tem relação com o tema selecionado pelo professor.

e ainda obterá um aprofundamento acerca de suas principais demonstrações, estrutura e formas de elaboração. Já na segunda

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unidade pretende-se apresentar e discutir sobre a importância da Análise Financeira e ainda detalharemos as principais metodologias de análises e índices utilizados na interpretação dos resultados.

Convido você a entrar neste cenário e utilizar do conhecimento próprio e da busca incessante de novas conquistas.

CONTABILIDADE – Evolução Histórica

Com relatos que datam de 8000 a.C, baseados nas trocas de mercadorias, a contabilidade serviu, inicialmente, para definir quanto alguém possuía de tal mercadoria e qual seu valor de troca em relação à outra mercadoria. Com a evolução natural do comércio, o aprimoramento dos meios de trocas e o aumento constante do patrimônio das pessoas, novas técnicas foram criadas, e o desenvolvimento contábil tomou novos rumos, assim, o estudo, interpretação e registro dos fenômenos que afetam o patrimônio das entidades evoluiu para a tomada de decisões com base nas informações produzidas.

A contabilidade é responsável pela produção de informações, seja qual for o tamanho da empresa, necessariamente, ela terá que se valer da contabilidade na busca de informações sobre seu negócio.

Conhecer quais são os componentes contábeis e quais as informações produzidas pela contabilidade através de seus relatórios é de extrema importância para qualquer empresa e para qualquer profissional da área de gestão, pois as tomadas de decisões devem estar calcadas em informações que retratem os verdadeiros fatos ocorridos durante determinado período na empresa e demonstrar o resultado desses fatos é o que a contabilidade visa proporcionar aos seus usuários através de suas técnicas.

Para que nossa aula se torne ainda mais interessante, veja o vídeo abaixo que fala justamente sobre todo o processo Histórico da Contabilidade:

<https://www.youtube.com/watch?v=qw5wbbPwXTg>

Muito legal observamos todo este processo envolvido com o desenvolvimento desta ciência chamada de Contabilidade. Ainda acerca deste assunto histórico, é importante destacar duas escolas que tiveram grande importância para evolução da Contabilidade, trata-se da Escola Europeia e da Escola Norte Americana. No quadro 01 abaixo, é possível visualizar as principais razões da importância destas duas escolas e ainda um comparação acerca da queda de uma delas e da ascensão de outra.

Quadro 1 – Comparação das Escolas de Pensamento Contábeis

Algumas razões da queda da Escola Europeia

Algumas razões da ascensão da Escola Norte-americana

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1. Excessivo Culto à Personalidade:

grandes mestres e pensadores da

Contabilidade ganharam tanta notoriedade

que passaram a ser vistos como “oráculos”

da verdade contábil.

1. Ênfase ao Usuário da Informação Contábil: a Contabilidade é apresentada

como algo útil para a tomada de decisões,

evitando-se endeusar demasiadamente a

contabilidade; atender os usuários é o

grande objetivo.

2. Ênfase a uma Contabilidade Teórica: as mentes privilegiadas

produziam trabalhos excessivamente

teóricos, apenas pelo gosto de serem

teóricos, difundindo-se ideias com pouca

aplicação prática.

2. Ênfase à Contabilidade Aplicada:

principalmente à Contabilidade Gerencial.

Ao contrário dos europeus, não havia uma

preocupação com a teoria das contas, ou

querer provar que a Contabilidade é uma

ciência.

3. Pouca importância à Auditoria:

principalmente na legislação italiana, o grau

de confiabilidade e a importância da

auditagem não eram enfatizados.

3. Bastante importância à Auditoria:

como herança dos ingleses e transparência

para os investidores das Sociedades

Anônimas (e outros usuários) nos relatórios

contábeis, a auditoria é muito enfatizada.

4. Queda do nível das principais faculdades: principalmente as faculdades

italianas, superpovoadas de alunos.

4. Universidades em busca de qualidade:

grandes quantias para as pesquisas no

campo contábil, o professor em dedicação

exclusiva, o aluno em período integral

valorizaram o ensino nos Estados Unidos.

Fonte: Iudícibus; Marion (2000, p. 36).

PARA REFLETIR

E no Brasil, como será que se deu o desenvolvimento da Contabilidade? Será que a Contabilidade é de fato uma ciência que se desenvolveu ao longo dos tempos no país? Aproveite nosso fórum e exponha o seu ponto de vista sobre o assunto.

OLTANDO AO ASSUNTO...

No Brasil, a contabilidade pode ser separada em duas fases: antes (a intervenção da legislação no desenvolvimento de procedimentos contábeis e a influência das Escolas Italianas de pensamento contábil) e depois de 1964 (adotado o método didático norte-americano). Na primeira fase destacam-se dois dos principais estudiosos contábeis brasileiros, Francisco D’ Auria e Frederico Herrmann Junior, ambos influenciados pela Escola Patrimonialista, onde o objeto da ciência da contabilidade era o patrimônio e suas mutações. A segunda fase foi liderada pelo professor José da Costa Boucinhas, a partir de 1964, adotando o método americano no ensino contábil. Desse período até os dias atuais, vários estudiosos contribuíram de forma relevante ao desenvolvimento da Contabilidade no Brasil.

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CONTABILIDADE – Conceitos, Objetivos, Usuários e Campo de Atuação

Para conceituar contabilidade é necessário pensar no patrimônio, pois no patrimônio das entidades está a razão de ser da contabilidade e patrimônio, segundo Padoveze (2000, p. 36) “é o conjunto de riquezas de propriedade de alguém”. Para D’Áuria (apud PADOVEZE, 2000, p. 49) a “contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, controle e registro relativos aos atos e fatos da administração econômica”.

Já para Hendriksen (apud PADOVEZE, 2000, p. 49) a “contabilidade é um processo de comunicação de informação econômica para propósitos de tomada de decisão tanto pela administração como por aqueles que necessitam fiar-se nos relatórios externos”.

De uma forma mais prática podemos dizer que, a contabilidade estuda, registra e interpreta os fenômenos que afetam o patrimônio das entidades de forma que passa a ser um sistema de informação em si fazendo parte de um sistema de informações gerenciais dentro da gestão empresarial.

PARA REFLETIR

Diante de todas estas informações, fica com certeza uma dúvida que precisa ser esclarecida: Qual será o Objetivo desta Contabilidade?

VOLTANDO AO ASSUNTO...

De uma forma bem sintetizada pode-se afirmar que o patrimônio1 das entidades é o objeto da contabilidade e o controle deste patrimônio e o fornecimento de informações sobre o mesmo aos usuários é o seu objetivo.

Segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras - FIPECAFI (2003, p. 48): “o objetivo principal da contabilidade, portanto, é o de permitir, a cada grupo de usuários, a avaliação da situação econômica e financeira da entidade num sentido estático, bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras”.

Já Iudícibus (2004, p. 21) afirma que “o objetivo da contabilidade, portanto, pode ser resumido no fornecimento de informações econômicas para os vários usuários, de forma que propiciem decisões racionais”.

Sob a ótica defendida por diversos autores a nível nacional e mundial, o objetivo contábil torna-se praticamente semelhante, mantendo a abordagem em relação a importância das informações geradas através da contabilidade ao atendimento das necessidades de seus usuários, específicos a cada fim.

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E agora, você saberia dizer quem são os usuários da Contabilidade?

Veja como é simples. São denominados de Usuários da Contabilidade, todas as pessoas físicas ou jurídicas que, direta ou indiretamente, tenham interesse na avaliação e no desenvolvimento da entidade. Podemos citar como exemplo de tais pessoas: os administradores, os sócios e acionistas da entidade, o governo, os bancos, etc. Note-se que, nesse aspecto, temos tanto usuários internos como usuários externos que se interessam, cada um a seu modo, pelas informações contábeis como um todo.

De uma forma mais completa e detalhada podemos dizer que os usuários externos são aqueles que se utilizam dos relatórios formatados pelos órgãos reguladores da profissão: acionistas e investidores; instituições financeiras; fornecedores; órgãos públicos; sindicatos e o mercado em geral. São aqueles que não atuam diretamente na empresa, mas que externamente querem ter conhecimento da situação patrimonial.

Já os usuários internos são aqueles que, por atuarem na atividade da empresa, além de utilizarem dos relatórios normalizados, também solicitam e utilizam relatórios específicos: administradores; encarregados; diretoria e pessoal interno em geral. São aqueles que por estarem fazendo a gestão da entidade necessitam de informações específicas e detalhadas.

PARA REFLETIR

Observem quantas informações inerentes a Contabilidade e suas atribuições. Mas onde será de fato que esta Contabilidade é aplicada? Você já usou da Contabilidade? Sua empresa já utilizou da Contabilidade? De que Forma?

Aproveitem nosso fórum de discussão e apresente o seu relato sobre a aplicabilidade da Contabilidade em sua vida pessoal e profissional

VOLTANDO AO ASSUNTO...

Você sabia que origatoriamente toda empresa deve ter um contador que é o responsável técnico perante os órgãos governamentais? Pois bem, sendo assim, todas as pessoas jurídicas por força de lei faz parte do campo de atuação da contabilidade, além delas as pessoas físicas possuidoras de um grande patrimônio normalmente contratam um contabilista para controlar o seu patrimônio.

Algumas atividades econômicas têm características peculiares, necessitando assim de uma aplicação específica da contabilidade. Uma atividade comercial adquire as mercadorias para revender, sendo assim de pequena complexidade o seu controle, já uma

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indústria, que adquire os materiais e os transforma em um novo bem aplicando mão de obra, utilizando equipamentos, instalações e edifícios para o desenvolvimento de sua atividade tem no controle de seu patrimônio uma complexidade muito maior.

Com relação à atividade econômico-financeira podemos classificar as empresas em três grandes grupos: indústria, comércio e serviços.

Algumas atividades utilizam da contabilidade geral ou empresarial para o registro de seus fatos contábeis, outras precisam de contabilidade específicas, tais como:

a) Indústria;

b) Instituições Financeiras;

c) Seguradoras;

d) Órgãos públicos.

FAZENDO UM MOMENTO DE REFLEXÃO E ANÁLISE

Vimos com muita seriedade, à complexidade e importância da Contabilidade no contexto atual, principalmente que o seu grande objetivo é cuidar do Patrimônio das entidades. Mas o que será que representa este patrimônio? Como ele é formado e calculado pela Contabilidade?

PATRIMÔNIO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO – Principais Características e atribuições

Ao recorrer ao dicionário (FERREIRA, 1994, p. 488) as primeiras definições para patrimônio são: “Herança paterna. Bens de família.” Mais adiante define como direito: “Complexo de bens, materiais ou não, direito, ações, posse e tudo o mais que pertença a uma pessoa ou empresa e seja suscetível de apreciação econômica” E como contabilidade: “A parte jurídica e material da azienda.”

O Conselho Federal de Contabilidade - CFC (2006, p. 19) no apêndice à resolução sobre os princípios fundamentais de contabilidade refere-se a dois aspectos do patrimônio: o qualitativo e o quantitativo.

Podemos resumir que o patrimônio é composto de bens, direitos e obrigações, mensuráveis em dinheiro, que pertence a uma pessoa física ou jurídica.

BENS: São as coisas em geral, que por satisfazerem as necessidades das pessoas e empresas se tornam úteis e são expressas em valor monetário. São considerados itens de riquezas, porque se são úteis é possível negociar, vender, trocar, arrendar. As coisas que não forem passíveis de avaliação e mensuração econômica não podem ser consideradas bens.

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DIREITOS: Em contabilidade nos referimos a direito para os haveres que temos contra alguma pessoa ou empresa, é o poder jurídico de exigirmos alguma coisa ou valor de alguém. São exemplos de direito as duplicatas e títulos a receber, os aluguéis a receber, os impostos recuperáveis entre outros. Automaticamente se a sua empresa tem um direito, a outra empresa tem uma obrigação.

OBRIGAÇÕES: São dívidas que a pessoa ou empresa tem a pagar a outras pessoas. Podemos denominá-las também de obrigações exigíveis. As obrigações normalmente têm prazo de vencimento determinado. A algumas obrigações cujo vencimento não é previamente definido damos o nome de provisões, porque deverão ser pagas, mas não tem um vencimento previamente conhecido.

PARA REFLETIR

Agora que você já sabe que o Patrimônio é o objeto principal da contabilidade e que o mesmo é formado por Bens, Direitos e Obrigações, pergunto-lhes: Você consegue apurar o seu patrimônio? Como ele pode ser estruturado pela Contabilidade?

VOLTANDO AO ASSUNTO...

Podemos representar a estrutura do patrimônio assim:

ATIVO PASSIVO+PL

Bens Obrigações

Direitos Patrimônio Líquido

A parte positiva do patrimônio, por convenção, será sempre demonstrada do lado esquerdo e a parte negativa do direito. Mas e quanto ao Patrimônio Líquido? O que ele representa?

Patrimônio líquido é o patrimônio que os sócios ou acionistas investiram na empresa acrescidos dos resultados da própria empresa que não foram distribuídos. Também pode ser denominado de situação líquida ou riqueza líquida. Pode-se também representar o patrimônio líquido por duas equações:

Patrimônio Líquido = Bens + Direitos (-) Obrigaçõe

Patrimônio Líquido = Capital Social + Reservas + Lucros Acumulados

Enquanto na primeira equação o patrimônio líquido é encontrado a partir de inventários ou levantamentos da situação da empresa, na segunda é encontrado a partir da soma dos subgrupos do lado direito do balanço patrimonial2, após a apuração do resultado.

O relatório contábil que demonstra a estrutura patrimonial apurada em um determinado momento de forma estática é o balanço patrimonial.

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BALANÇO PATRIMONIAL

Uma demonstração financeira obrigatória segundo a Lei 6.404/76 – Lei das Sociedades por Ações3, e que corresponde a um dos relatórios mais importantes no processo decisório, podendo ser comparado de forma figurativa a “fotografia” de uma empresa em um determinado período. Basta olharmos para uma fotografia e podemos observar as pessoas presentes nesta imagem, bem como todas as suas características, a aparência, o estado que se encontram, etc.

É considerada uma demonstração estática, pois a qualquer momento poderá a contabilidade elaborá-lo e evidenciar naquele instante, a quem interessar o desempenho financeiro e patrimonial da empresa. Para entender a sua composição, classificação e avaliação das contas que o compõe, apresenta-se abaixo a estrutura atual de um Balanço e o detalhamento de cada item.

ATIIVO

CIRCULANTE

Disponível

Créditos

Estoques

Despesas Antecipadas

NÃO-CIRCULANTE

Realizável a longo prazo

Investimentos

Imobilizado

Intangível4

PASSIVO

CIRCULANTE

NÃO CIRCULANTE

Exigível a longo prazo

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital Social

Reservas de Capital

Reservas de Lucros

( - )Ações em Tesouraria Lucros

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Ajustes de Avaliação Patrimonial

Lucros ou Prejuízos Acumulados

ATIVO

Representa todos os Bens e Direitos de propriedade da empresa, passiveis de mensuração financeira e que representam benefícios presentes ou futuros da entidade. Se a empresa possui um veículo adquirido por leasing (arrendamento mercantil), este bem não poderá constar no Ativo desta entidade, pois a empresa embora possua a sua posse, NÃO possui a sua PROPRIEDADE. O leasing é considerado um aluguel pago para o uso de um determinado bem, tendo o seu adquirente a opção da compra no final do contrato.

Outro ponto importante a ser evidenciado é a hipótese de a empresa possuir uma “marca” forte no mercado, mas não conseguir avaliá-la, não conseguir mensurá-la. Esta ausência de valor, de mensuração, NÃO permite que este bem Intangível seja evidenciado como Ativo.

Poderão ocorrer casos em que a empresa possua em seu imobilizado uma máquina sem vida útil, sem capacidade instalada, não podendo gerar qualquer benefício presente ou futuro para esta entidade. Neste caso também não será considerado este bem um Ativo. Em poucas palavras, para qualquer empresa considerar um bem ou direito como seu Ativo é necessário observar e acatar as seguintes características:

1) Que esses Bens e Direitos sejam de PROPRIEDADES da empresa;

2) Sejam passíveis de MENSURAÇÃO,

3) Possam gerar BENEFÍCIOS presentes ou futuros.

No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registradas, nos seguintes grupos:

ATIVO CIRCULANTE

Representa todos os Bens e Direitos considerados como Ativo da empresa e que podem vir a se transformar em dinheiro no chamado curto prazo, ou seja, até o término do ano seguinte. Também este grupo é conhecido como “Capital de Giro” da entidade, e que como o próprio nome expressa, contribuirá para o giro, a realização das atividades necessárias da entidade.

Este Ativo Circulante ainda será subdivido nos seguintes sub-grupos:

Disponível: Valores disponíveis de forma mais imediata para empresa, valores que estão à disposição das operações que a empresa precisa realizar. Exemplos mais comuns:

• Caixa; • Banco Conta Movimento, • Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata...

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Créditos: Representam créditos que a empresa possui no curto prazo, seja com o Governo –(Créditos Fiscais):

• ICMS a Recuperar; • PIS a Recuperar; • COFINS a Recuperar.

Seja com clientes ou qualquer valor a receber:

• Duplicatas a Receber; • Títulos a Receber; • Adiantamento a Fornecedores; • Adiantamentos a Empregados.

Estoques: Representam os valores que a empresa possui de Estoques com Mercadorias. Aquelas mercadorias que são de sua propriedade e que podem ser dividas nos seguinte sub-grupos:

• Estoques de Mercadorias para Revenda; • Estoques de Material de Consumo; • Estoques de Material de Expediente.

Despesas Antecipadas: Como o próprio nome já apresenta, são valores de despesas que segundo oPrincípio da Competência5, ainda não foram consumidas e por isso serão ativadas até sua efetiva realização, como exemplos pode-se apresentar:

• Prêmios de Seguros a Apropriar; • Assinaturas de Revistas e Periódicos; • Juros sobre Financiamentos.

ATIVO NÃO CIRCULANTE

São incluídos neste grupo todos os bens de permanência duradoura, destinados ao funcionamento normal da sociedade e do seu empreendimento, assim como os direitos exercidos com essa finalidade.

Este Ativo Não Circulante ainda será subdivido nos seguintes sub-grupos:

Realizável a longo prazo: Representa os valores de Bens e Direitos de Propriedades da empresa que irão se realizar, ou seja, irão se transformar em dinheiro após o término do ano seguinte. Valores a receber com data prevista para o longo prazo.

Investimentos: São participações permanentes que a empresa realiza em outras companhias, valores desembolsados na compra de parte de empresas e que não possui a intenção de vender. Qualquer valor

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que a empresa destina como forma de “especulação financeira”6 e que possuem caráter permanente. Como exemplos:

• Participações em outras companhias; • Imóveis para alugar; • Obras de Artes; • Ações de clubes.

Imobilizado: São os bens destinados a manutenção de todas as atividades da empresa, aqueles que irão contribuir para a empresa atingir a conclusão de suas atividades principais. Estes bens NÃO serão destinados à venda e permanecerão de forma permanente na entidade.

• Móveis e Utensílios; • Computadores e Periféricos; • Veículos; • Máquinas e Equipamentos; • Edifícios; • Imóveis para uso da empresa.

Intangíveis: As empresas podem evidenciar no balanço patrimonial todos os seus bens Intangíveis (marcas, patentes, fundo de comércio, etc.), porém, desde que o mesmo seja avaliado e mensuradode forma real, com veracidade dos valores.

ASSIVO

Como já apresentado nos módulos anteriores e de conhecimento comum, o Passivo representa todas as obrigações que uma empresa possui com terceiros, também conhecido como Capital de Terceiros ou Obrigações Exigíveis. No passivo as contas serão dispostas em ordem crescente de exigibilidades, registradas nos seguintes grupos:

PASSIVO CIRCULANTE

São dívidas que a empresa possui com terceiros cujos vencimentos ocorrerão até o término do exercício seguinte.

PASSIVO NÃO CIRCULANTE

Este Passivo Não Circulante ainda será subdivido no seguinte sub-grupo:

Exigível a longo prazo: Representam todas as dívidas que a empresa possui com terceiros cujos vencimentos ocorrerão após o término do exercício seguinte.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

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O Patrimônio Líquido representa os recursos próprios da empresa, ou seja, aqueles valores remanescentes de suas atividades e que pertencem aos seus sócios. Exatamente por pertencer estes valores aos proprietários das entidades, também é conhecido como Capital Próprio ou Obrigações não Exigíveis. As contas pertencentes ao Patrimônio Líquido estão distribuídas nos seguintes grupos:

CAPITAL SOCIAL

Representa o investimento inicial realizados pelos sócios para abertura da empresa. São valores que os sócios assumem o compromisso de integralizar. Este valor total é também conhecido como Capital Nominal ou Capital Subscrito.

RESERVAS DE CAPITAL

Reservas de capital são valores não oriundos do resultado do exercício da empresa, não transitam pelas demonstrações contábeis.

RESERVAS DE LUCROS

Como o próprio nome já expressa, representa valores constituídos mediantes à apuração e distribuição do lucro da empresa. Estas reservas estarão evidenciadas nos seguintes grupos:

• Reserva Legal: É constituída mediante aplicação de 5% sobre o lucro líquido da companhia, antes da constituição de qualquer outra reserva. Porém, este valor não poderá exceder a 20% do capital social.

• Reserva Estatutária: É constituída segundo o Estatuto da companhia e só deverá ser realizada quando a mesmo apresentar a sua finalidade e o limite máximo de seu valor.

• Reservas para Contingências: É destinada a tender a fotos que poderão ocorrer, fatos futuros, que causarão prejuízos a entidade. Uma medida preventiva de compensar o prejuízo de uma companhia em datas futuras.

• Reservas de Lucros para Expansão (Reservas Orçamentárias): Como o próprio nome já diz, são valores retidos do Lucro apurado, com a finalidade de expansão das atividades da empresa, aumentar a capacidade instalada da entidade.

• Reservas de Lucros a Realizar: A constituição desta reserva visa evitar a distribuição de lucros não realizados financeiramente e também o pagamento de Imposto de Renda destes valores não realizados.

AÇÕES EM TESOURARIA

São ações que a própria empresa comprou, por conta de uma situação atípica na sociedade. Essas ações ficam classificadas no Patrimônio Líquido da sociedade, REDUZINDO o seu valor. Na venda

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(alienação) o lucro ou prejuízo ficará registrado na reserva de lucro ou reserva de capital, respectivamente.

AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL

O ajuste da avaliação patrimonial é uma correção do valor apresentado no balanço patrimonial, por um ativo ou passivo, em relação ao seu valor justo. Esta correção busca expressar a realidade patrimonial de uma empresa; e como é um ajuste o valor da conta pode ser para mais ou para menos.

LUCROS OU PREJUIZOS ACUMULADOS

Após todas as deduções do lucro liquido apurado, seja para a constituição das Reservas, seja para a distribuição dos Dividendos (parte do lucro destinado aos sócios), o saldo remanescente será transferido para uma conta específica chamada Lucros Acumulados, sendo transferido para os períodos seguintes. Este valor poderá ser utilizado para aumento de Capital ou mesmo para amortizar parte do prejuízo de um determinado período, fato este que explica o porquê do nome de Lucros ou Prejuízos Acumulados.

PARA REFLETIR

Percebemos o quanto é interessante e importante a demonstração Contábil denominada de Balanço Patrimonial. Mas como será que esta demonstração pode ser útil no processo de análise e tomada de decisão dentro de uma empresa?

Aproveite nosso fórum e faça suas considerações...

VOLTANDO AO ASSUNTO...

Outras demonstração também muito importantes para a Contabilidade, em especial para um enfoque mais econômico e financeiro, é a Demonstração do Resultado do Exercício – DRE.

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

A DRE – Demonstração do Resultado do Exercício, como o próprio nome já evidencia, tem a função primordial de apresentar a situação econômica de uma instituição, seja Lucro ou Prejuízo. Trata-se de um relatório contábil apurado de forma vertical por meio do qual as vendas brutas da empresa, são realizadas todas as deduções pertinentes. Para um melhor entendimento desta demonstração, seguem abaixo os grupos que a compõe:

RECEITA OPERACIONAL BRUTA

Representam vendas totais (brutas) de uma empresa, incluindo todos os impostos incidentes e abatimentos concedidos, deduções estas que

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estão discriminadas em grupos separados. Classificam-se como: Vendas de Mercadorias e Vendas de Serviços.

DEDUÇÕES DA RECEITA OPERACIONAL BRUTA

São valores que irão reduzir a Venda Bruta, para se chegar à chamada: Receita Operacional Líquida. Estas deduções são conhecidas como:

• Vendas Canceladas: Corresponde a anulação total ou parcial de vendas de mercadorias ou serviços realizadas.

• Abatimentos: São também conhecidos como descontos incondicionais e significam abatimentos que uma mercadoria ou serviço sofre no seu preço de venda devido a defeitos, problemas na qualidade, etc.

• Impostos Incidentes sobre as Vendas: São valores que a empresa está obrigada a recolher ao fisco sobre as suas vendas brutas, reduzindo assim o seu valor.

CUSTOS OPERACIONAIS

Estes valores estão diretamente relacionados aos estoques das empresas, pois representa a baixa efetuada neste grupo pelas vendas realizadas no período. Serão classificados de acordo com cada atividade da empresa, sendo assim divididos:

• Custo das Mercadorias Vendidas – CMV: Cada empresa estará apurando o seu CMV – Custo das Mercadorias Vendidas mediante a utilização das Fichas de Controles de Estoques e em obediência ao critério de estoques adotado.

• Custo dos Serviços Prestados - CSP: São todos os valores desembolsados pela empresa para execução do serviço e que são necessários para obtenção das receitas oriundas destes serviços.

• Custo dos Produtos Vendidos – CPV: Funciona da mesma forma que o CMV, porém são atribuídos valores sobre o Produto e não a mercadoria final.

Importante destacar, que da Receita Operacional Líquida, deduzido dos Custos Operacionais, obtém o chamado Resultado Operacional Bruto ou Lucro Operacional Bruto, o qual sofrerá as deduções das Despesas Operacionais.

DESPESAS OPERACIONAIS

As Despesas Operacionais constituem-se das despesas pagas ou incorridas para vender produtos e administrar a empresa. Para se chegar ao lucro operacional, serão deduzidas as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais.

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• Despesas com Vendas • Despesas Administrativas • Despesas Financeiras • ( - ) Receitas Financeiras • Outras Despesas Operacionais • ( - ) Outras Receitas Operacionais

Importante destacar, que do Resultado Operacional Bruto, deduzido todas as Despesas Operacionais, obtém o chamado Resultado Antes dos Impostos sobre o Lucro, o qual serão calculados o Imposto de Renda da Pessoas Jurídica – IRPJ e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL.

Para finalizar, não podemos esquecer que o resultado final obtido com a Demonstração do Resultado do Exercício, seja Lucro ou Prejuízo, será transferido para o Balanço Patrimonial no grupo do Patrimônio Líquido, como “Lucros ou Prejuízos Acumulados”7.

Para um melhor entendimento e visualização da DRE, segue um modelo utilizado.

MODELO DE DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

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DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA - DFC

Quando o assunto se refere à análise Financeira, a Contabilidade deve-se também focar em uma outra Demonstração Contábil muito

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importante no processo decisório, trata-se da chamada Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC.

Para a Contabilidade, o Fluxo de Caixa além da extrema relevância, é considerado uma das Demonstrações Obrigatórias para a execução do processo Contábil1. O modelo definido pela Lei 6.404/76 (legislação que define as principais características e premissas da aplicação contábil) embora diferente do modelo usado na gestão financeira apresenta como ponto fundamental: O controle dos recursos monetários da organização.

A DFC é considerada uma grande ferramenta empresarial, pois permite que as empresas demonstrem todas as suas operações financeiras realizadas, possibilitando melhores análises e decisões quanto à aplicação de todos os recursos financeiros disponíveis. Para aprimorar ainda mais o seu conhecimento sobre a DFC, o Internacional Accounting Standards Committee – IASC, órgão normatizador mundial da contabilidade, através da NIC 7 - Norma Internacional de Contabilidade, que foi revisada em 1992, evidencia que a DFC proporciona informações que habilitam os usuários a avaliar as mudanças nos ativos líquidos de uma empresa, sua estrutura financeira (inclusive sua liquidez e solvência) e sua habilidade para afetar as importâncias e prazos dos fluxos de caixa.

Dois de nossos grandes autores da área contábil, Iudícibus e Marion (2002, p. 220) afirmam que a DFC “demonstra a origem e a aplicação de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado período e o resultado desse fluxo”, sendo que o termo caixa engloba todo o disponívelda entidade.

PARA SABER MAIS

Esta demonstração é um instrumento muito utilizado pela contabilidade no sentido de expor a situação de todos os recursos monetários presentes e futuros da entidade e foi a partir de 28 de Dezembro de 2007 com a publicação da Lei 11.638 que passou a ser considerado relatório contábil obrigatório.

VOLTANDO AO ASSUNTO

Afim que de vocês possam ter uma melhor visualização da demonstração, segue um modelo de sua estrutura elaborado pelo chamado Método Direto2.

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Fonte: Do autor

[2] O Método Direto expõe melhor as movimentações financeiras dos componentes operacionais em comparação ao Método Indireto. Assim, na DFC elaborada pelo método direto, as movimentações operacionais, como recebimento de clientes, pagamentos de impostos e funcionários, estão expressas de forma mais detalhada. Este formato possibilita que pessoas com pouco conhecimento contábil possam compreender o relatório.

PARA REFLETIR

Afim de que você possa conhecer o outro modelo de DFC, denominado de Método Indireto, acesse o link abaixo e veja a aplicação deste modelo de DFC aplicado em uma indústria

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MOMENTO DE REFLEXÃO!

Convido a todos a analisarem a importância da Demonstração do Fluxo de Caixa para as empresas de acordo com o vídeo abaixo:

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PARA AMPLIAR OS CONHECIMENTOS...

Afim de ampliar ainda mais seus conhecimentos, veja no link abaixo um artigo simples e didático sobre a DFC: .

Quer aprofundar ainda mais os estudos sobre a DFC? Então navegue pelo site abaixo: .

Análise contábil como ferramenta para uma melhor gestão financeira

A análise contábil é uma ramificação das Ciências Contábeis responsável, conforme o próprio nome diz, pela análise das principais demonstrações contábeis e financeiras existentes. Assim como os ramos de contabilidade de custos, auditoria contábil, perícia contábil, contabilidade pública, entre outras, a análise das demonstrações é útil a diferentes usuários, dentre os quais: bancos, fornecedores, governo, acionistas, analistas de mercado, administradores, etc.

O surgimento da análise das demonstrações contábeis ocorre no final do século XIX, onde os banqueiros norte-americanos solicitavam as demonstrações às empresas que necessitavam contrair empréstimos junto a essas instituições financeiras. Porém, na época, a principal

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demonstração utilizada era o próprio Balanço Patrimonial, onde a ramificação contábil era conhecida como “análise de balanço”.

Ao longo dos anos, além dos bancos, outros usuários também necessitavam analisar as demonstrações contábeis com alguma finalidade. Conforme abordado, por exemplo, fornecedores podem utilizar as demonstrações para fins de aprovação de uma venda a prazo para algum cliente, bem como o próprio governo pode utilizar as demonstrações para verificar se a situação contábil informada condiz com a realidade de uma empresa, entre outros exemplos (acionistas, analistas de mercado, administradores, que utilizam a análise para a tomada de decisões).

Esta Análise Contábil consiste no processo de conhecimento e interpretação da estrutura e composição das demonstrações contábeis, favorecendo aos usuários interessados no acompanhamento da evolução das entidades, bem como os períodos de sua instabilidade. Surge esta prática da necessidade da obtenção de informações mais detalhadas sobre o patrimônio e as variações apresentadas.

Dentre os tipos de análises existentes, destacam-se:

• Análise Horizontal • Análise Vertical • Análise por Índices • NÁLISE HORIZONTAL • A análise horizontal é aplicada para se mensurar a evolução,

seja positiva ou negativa, de um determinado parâmetro da empresa, como, por exemplo, o lucro. Quando é mencionado em algum noticiário que a empresa apresentou aumento de 10,0 % no lucro, foi através da análise horizontal que se obteve este índice.

• Assim, a análise horizontal se faz através do comparativo dos dados de uma empresa em períodos distintos. A relação que rege o cálculo da análise horizontal é a seguinte:

• • O resultado é dado em porcentagem. Para exemplificar,

suponha-se que o patrimônio líquido da Empresa Fantasia seja de R$ 2 milhões em 2009, e de R$ 3 milhões em 2010. Aplicando a fórmula apresentada, verificamos que o Patrimônio Líquido da Empresa Fantasia aumentou em 50 %.

• Para facilitar o entendimento do assunto, no exemplo abaixo, iremos analisar as contas do Ativo com a intenção de averiguar o progresso entre os valores do exercício social de 2009 para

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2010; assim saberemos se houve uma evolução ou retrocesso dessas contas.

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• Analisando as contas do Ativo, utilizando a Análise Horizontal, iremos averiguar que o Ativo Circulante da empresa diminui em 3,88%, sendo o grupo de contas de Créditos a Receber o mais representativo nessa baixa, o que pode demonstrar duas vertentes: a primeira que a empresa começou a utilizar um novo plano de vendas, diminuindo os recebimentos a prazo e aumentando os recebimentos a vista; ou as vendas de um ano para o outro diminuíram, refletindo nessa conta.

• MUITO IMPORTANTE • O mesmo procedimento de análise pode ser feito com as contas

do Passivo e Patrimônio Liquido, além de também ser possível a sua utilização na análise das contas da Demonstração do Resultado do Exercício.

• ANÁLISE VERTICAL • A análise vertical verifica a participação em termos percentuais

de cada conta em relação ao conjunto total da demonstração. Por exemplo, no balanço patrimonial podemos calcular a proporção de cada conta em relação ao total do ativo.

• Aliás, no balanço patrimonial, os referenciais comparativos são o total do ativo e o total do passivo. Já para a DRE, a base comparativa é a receita operacional líquida. Para exemplificar, faremos a suposição que o imobilizado da Empresa Fantasia tenha valor de R$ 200 mil e o total do seu ativo é de R$ 500 mil. Podemos concluir então, que o imobilizado desta companhia representa 40 % do seu ativo.

• Para facilitar o entendimento do assunto, no exemplo abaixo iremos analisar as contas do Ativo, com a intenção de constatar a proporção entre todas as contas e grupos de contas com o total do Ativo.

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• A conta mais representativa do Ativo é a conta de Imobilizado, que representa 32,28% do total do Ativo, já a conta de estoques representa 22,07% do total do Ativo. Os recebíveis representados pela conta Créditos a Receber representam 31,62% do total do Ativo.

• MUITO IMPORTANTE • O mesmo procedimento de análise pode ser feito com as contas

do Passivo e Patrimônio Liquido, além de também ser possível a sua utilização na análise das contas da Demonstração do Resultado do Exercício.

• QUESTÕES PARA REFLEXÃO • As análises contábeis horizontais e verticais comparam valores

por períodos ou valores dentro do próprio período. Reflita sobre quais as informações que os gestores das empresas podem extrair dessas análises e discuta em nosso fórum...

• ANÁLISE POR ÍNDICES OU QUOCIENTES FINANCEIROS • A análise da situação financeira da empresa remete, entre

outras coisas, a avaliação qualitativa e quantitativa do endividamento da empresa, bem como a sua capacidade em saldar estas dívidas. Esta análise pode ser realizada para prazos longos, curtos ou imediatos.

• Objetivando uma melhor didática, será dividida a análise da situação financeira por índices nos seguintes grupos: 1) indicadores que avaliam a estrutura do patrimônio, 2) indicadores que avaliam a liquidez, 3) indicadores de Prazos Médios e 4) Indicadores de Rentabilidade

• 1) Indicadores da Estrutura do Patrimônio • Esta classe de indicadores demonstra a o grau de

endividamento da empresa em comparação ao patrimônio. Nas palavras de Ribeiro (2002, p. 133), os indicadores da estrutura patrimonial “mostram a proporção existente entre os Capitais Próprios e os Capitais de Terceiros, sendo calculados com base em valores extraídos do Balanço Patrimonial”.

• Assim, verifica-se que os índices ou quocientes de estrutura necessitam das informações constantes no balanço patrimonial das empresas para que possam ser calculados. Conforme já abordado na unidade de estudo anterior, quando relatado a estrutura do balanço patrimonial, o Ativo é composto de todos os bens e direitos, ou seja, onde foram aplicados os capitais da empresa. Em contrapartida, o Passivo, composto das obrigações da empresa, demonstra a origem desses capitais. São os denominados Capitais Próprios e Capitais de Terceiros.

• Os principais índices de estrutura são: • Participação de Capitais de Terceiros • O Índice de Participação de Capitais de Terceiros (PCT)

demonstra o relacionamento entre o Capital Próprio e os Capitais de Terceiros, ou seja, de acordo com Ribeiro (2002, p.

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134), o “quanto a empresa utiliza de capitais de terceiros para cada real de capital próprio”.

• O PCT pode ser calculado pela seguinte relação:

• • Onde: • PCT = Participação dos Capitais de Terceiros • PC = Passivo Circulante • PNC = Passivo não Circulante • PL = Patrimônio Líquido • A resposta do índice é dada em termos de porcentagem, e

quanto menor o valor do índice, melhor. • Composição do Endividamento • O Índice de Composição do Endividamento (CE) demonstra o

valor das obrigações de curto prazo em relação ao total das dívidas da empresa, ou seja, de acordo com Ribeiro (2002, p. 135), o “quanto a empresa terá de pagar a curto prazo para cada real do total das obrigações existentes”

• O CE pode ser calculado pela seguinte relação:

• • Onde: • CE = Composição do Endividamento • PC = Passivo Circulante • PNC = Passivo não Circulante • A resposta do índice é dada em termos de porcentagem, e

quanto menor o valor do índice, melhor. • Imobilização do Capital Próprio • O Índice de Imobilização do Capital Próprio (ICP) demonstra o

quanto a empresa investe de seu capital próprio em valores permanente, ou seja, o quanto a empresa imobilizou nas contas investimentos permanentes, ativo imobilizado e ativo intangível para cada real de patrimônio líquido.

• O ICP pode ser calculado pela seguinte relação:

• • Onde: • ICP = Imobilização do Capital Próprio • Inv = Investimentos Permanentes

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• Imob = Ativo Imobilizado • Intang = Ativo Intangível • PL = Patrimônio Líquido • A resposta do índice é dada em termos de porcentagem, e

quanto menor o valor do índice, melhor. • Imobilização dos Recursos Permanentes • O Índice de Imobilização dos Recursos não Corrente (IRP)

demonstra o quanto a empresa investe de seu capital próprio e de terceiros a longo prazo, em valores permanentes, ou seja, o quanto a empresa investiu nas contas investimentos permanentes, ativo imobilizado e ativo intangível para cada real de seu capital próprio mais o oriundo de empréstimos a longo prazo.

• O IRP pode ser calculado pela seguinte relação:

• • Onde: • ICP = Imobilização do Capital Próprio • Inv = Investimentos Permanentes • Imob = Ativo Imobilizado • Intang = Ativo Intangível • PL = Patrimônio Líquido • PNC = Passivo Não Circulante • A resposta do índice é dada em termos de porcentagem, e

quanto menor o valor do índice, melhor. • Endividamento Geral • O Índice de Endividamento Geral demonstra o quanto a

empresa depende de recursos externos para sua manutenção, ou seja, mostra a proporção de capital de terceiros dentro da empresa, disponível para realizar as suas atividades. Em outras palavras, demonstra o quanto dos recursos totais da empresa estão comprometidos para o pagamento de dívidas.

• O EG pode ser calculado pela seguinte relação:

• • Onde: • EG = Endividamento Geral • PC = Passivo Circulante • PNC = Passivo Não Circulante • AT = Ativo Total • A resposta do índice é dada em termos de porcentagem, e

quanto menor o valor do índice, melhor. • 2) Índices de Liquidez/Solvência

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• Os Índices de Liquidez, também denominados de Índice de Solvência, demonstram a “saúde financeira” das empresas. Para Ribeiro (2002, p. 139) estes índices “evidenciam o grau de solvência da empresa em decorrência da existência ou não de solidez financeira que garanta o pagamento dos compromissos assumidos com terceiros”. Em outras palavras, mensura a capacidade da empresa em liquidar seus débitos.

• Os principais índices de estrutura são: • Índice de Liquidez Geral • O Índice de Liquidez Geral (ILG) demonstra o quanto a

empresa possui de ativos, circulantes a curto e longo prazo, para saldar todas as suas obrigações.

• O ILG pode ser calculado pela seguinte relação:

• • Onde: • ILG = Índice de Liquidez Geral • AC = Ativo Circulante • ARLP = Ativo Realizável a Longo Prazo • PC = Passivo Circulante • PNC = Passivo Não Circulante • A resposta do índice é dada em fatores numéricos, e sua

interpretação nos remete que o número encontrado corresponde a disponibilidade da empresa para quitar R$ 1,00 de sua dívida. Assim, quanto maior o valor do índice, melhor.

• Índice de Liquidez Corrente • O Índice de Liquidez Corrente (ILC) demonstra o quanto a

empresa possui de ativos circulantes para saldar suas obrigações de curto prazo.

• O ILC pode ser calculado pela seguinte relação:

• • Onde: • ILG = Índice de Liquidez Geral • AC = Ativo Circulante • PC = Passivo Circulante • A resposta do índice é dada em fatores numéricos, e sua

interpretação nos remete que o número encontrado corresponde a disponibilidade da empresa para quitar R$ 1,00 de sua dívida de curto prazo. Assim, quanto maior o valor do índice, melhor.

• Índice de Liquidez Seca • O Índice de Liquide Seca (ILS) demonstra o quanto a empresa

detém de recursos ativos circulantes, desconsiderando seus estoques, para saldar suas dívidas de curto prazo.

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• O ILS pode ser calculado pela seguinte relação:

• • Onde: • ILS = Índice de Liquidez Seca • AC = Ativo Circulante • Est = Estoques • PC = Passivo Circulante • A resposta do índice é dada em fatores numéricos, e sua

interpretação nos remete que o número encontrado corresponde a disponibilidade da empresa para quitar R$ 1,00 de sua dívida de curto prazo. Assim, quanto maior o valor do índice, melhor.

• Índice de Liquidez Imediata • O Índice de Liquidez Imediata (ILI) demonstra o quanto a

empresa possui de recursos ativos disponíveis, para saldar suas dívidas de curto prazo.

• O ILI pode ser calculado pela seguinte relação:

• • Onde: • ILI = Índice de Liquidez Imediata • Disp = Disponibilidades • PC = Passivo Circulante • A resposta do índice é dada em fatores numéricos, e sua

interpretação nos remete que o número encontrado corresponde à disponibilidade da empresa para quitar R$ 1,00 de sua dívida de curto prazo Assim, a primeiro momento, quanto maior o valor do índice, melhor.

• 3) Indicadores de Prazos Médios • Esta classe de índices demonstra o prazo médio de realização

dos recursos. Tem ligação direta à classe anterior, do Giro de Recursos. A resposta dos parâmetros aqui analisados será dada em termos numéricos, que nos remeterá ao número de dias (prazo) que a empresa leva para realizar determinada ação.

• Prazo Médio de Renovação de Estoques • O Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE) demonstra a

quantidade, em dias, que uma empresa leva para renovar seu estoque, ou seja, aponta o período que decorre desde a compra (ou produção) de um determinado item até a sua comercialização.

• O Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE) pode ser calculado pela seguinte relação:

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• • A resposta do índice é dada em fatores numéricos, mais

precisamente em números de dias, e sua interpretação nos remete ao período necessário para o estoque ser renovado, ou seja, quantos dias o estoque ficou parado desde a sua compra e/ou produção até a venda. Assim, quanto menor o valor do índice, melhor.

• Prazo Médio de Cobrança • O Prazo Médio de Cobrança (PMC) demonstra a quantidade, em

dias, que uma empresa leva para receber de seus credores, ou seja, aponta o prazo efetivo (não o concedido no momento da negociação com o cliente) que a empresa leva para receber de seus clientes. Assim, quanto menor este prazo, melhor para a empresa, pois recebendo antes, o capital de giro aumenta.

• O Prazo Médio de Cobrança (PMC) pode ser calculado pela seguinte relação:

• • A resposta do índice é dada em fatores numéricos, mais

precisamente em números de dias, e sua interpretação nos remete ao período necessário para a empresa receber suas vendas de seus clientes. Assim, quanto menor o valor do índice, melhor. Nesta análise, será necessário a conta Receita Líquida, extraída da DRE.

• Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores • O Prazo Médio de Pagamento de Fornecedores (PMPF)

demonstra a quantidade, em dias, que uma empresa leva para quitar de suas obrigações, ou seja, aponta o prazo efetivo (não o conquistado no momento da negociação com o fornecedor) que a empresa leva para pagar seus fornecedores. Assim, quanto maior este prazo, melhor para a empresa, pois é mais saudável para o fluxo de caixa que a empresa disponha de um prazo maior para pagamento de suas despesas.

• O Prazo Médio de Pagamento de Fornecedores (PMPF) pode ser calculado pela seguinte relação:

• • A resposta do índice é dada em fatores numéricos, mais

precisamente em números de dias, e sua interpretação nos remete ao prazo recebido pela empresa para pagar seus compromissos. Neste caso, quanto maior o valor do índice, melhor.

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• 4) Indicadores de Rentabilidade • Margem Bruta • A Margem Bruta (MB) consiste da relação entre o resultado

bruto do período e a receita líquida. Ambas as contas analisadas estão descritas na Demonstração do Resultado do Exercício. A margem bruta avalia o planejamento do setor de compras, ao verificar se ele saiu como o esperado. O índice é dado em termos de porcentagem e quanto maior o valor, melhor o resultado.

• A margem bruta pode ser calculada pela seguinte relação:

• • Margem Operacional • A Margem Operacional (MO) consiste da relação entre o lucro

operacional do período e a receita líquida. Ambas as contas analisadas estão descritas na Demonstração do Resultado do Exercício, onde o lucro operacional está nomeado como resultado operacional. A margem operacional verifica o quanto as despesas operacionais, ou seja, a estrutura da empresa reflete no resultado do período. O índice é dado em termos de porcentagem e quanto maior o valor, melhor o resultado.

• A margem bruta pode ser calculada pela seguinte relação:

• • Margem Líquida • A Margem Líquida demonstra o percentual do lucro líquido em

relação à receita líquida. Ambas as contas analisadas estão descritas na Demonstração do Resultado do Exercício. O índice é dado em termos de porcentagem e quanto maior o valor, melhor o resultado.

• A margem líquida pode ser calculada pela seguinte relação:

• • Taxa de Retorno sobre os Ativos • A taxa de retorno sobre os ativos (TRA) verifica a relação

percentual entre o lucro líquido e o ativo total da empresa, ou seja, relaciona o lucro obtido com o total de investimentos realizados. Este índice é bastante utilizado para verificar a eficiência da gestão, uma vez que demonstra o resultado atingido diante de todos os recursos disponíveis.

• A Taxa de Retorno sobre os Ativos pode ser calculada pela seguinte relação:

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• • Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido • A taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (TRPL) verifica a

relação percentual entre o lucro líquido e o patrimônio líquido da empresa, ou seja, relaciona o lucro obtido com os investimentos realizados pelos acionistas ou proprietários da empresa.

• A Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido pode ser calculada pela seguinte relação:

• • Giro de Estoques • O Giro de Estoques (GE) pode ser calculado pela seguinte

relação:

• • Giro do Ativo • O Giro do Ativo (GA) pode ser calculado pela seguinte relação: