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outdoor www.revistaoutdoor.pt Nº11 JUL/AGO/SET 2013 Torna-te fã REVISTA por Aurélio Faria ESCALADA EXTREMA, OS 9A DE PORTUGAL PROJETO Volta ao Mundo AVENTURA Elbrus por Luísa Tomé DESCOBRIR Praias Fluviais das Aldeias do Xisto ENTREVISTA com Ana Marisa Correia ÁGUA Stand Up Paddle

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Torna-te fã

REviSTA

por Aurélio Faria

ESCALADA EXTREMA, OS 9A DE PORTUGAL

PROjETOVolta ao Mundo

AvEnTURAElbrus por Luísa Tomé

DESCObRiRPraias Fluviais das Aldeias do Xisto

EnTREviSTA com Ana Marisa Correia

ÁGUAStand Up Paddle

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DiretrizesEDiTORiAL 05

GRAnDE REPORTAGEM

ESCALADA EXTREMA, Os 9A de Portugal! 06

EM FAMÍLiA

OPINIÃO— A Recompensa de Viajar com Crianças 14

AvEnTURA

DESAFIO — Elbrus 16

EnTREviSTA

Ana Marisa Correia — A Escalar no Feminino 24

POR TERRA

INDOOR — Preparação Indoor para Escalada 30

DESAFIO — Escalar nas Desertas por Rui Dantas 34

ÁGUA

AVENTuRA — Mergulhar em Cascais com os Tubarões 40

ATIVIDADE — STAND uP PADDLE 46

SuGESTÕES — Sup em Portugal 51

FOTOGRAFiA

PORTFOLIO DO MÊS — Vanda Abreu 54

FOTO-REPORTAGEM — Lisboa - Madrid em BTT 60

FOTO DO MÊS - Boulder Night Session 70

SOS

Mentalidade de Auto-Preservação e Kit de Sobrevivência 72

PERFIL - Luís Varela 77

SAÚDE DO VIAJANTE — Guia de Escalada em Rocha 78

DESCObRiR

21 PRAIAS FLuVIAIS DAS ALDEIAS DO XISTO 82

ALOJAMENTO - Onde ficar nas Aldeias do Xisto 91

LIVRO AVENTuRA — Guia de Escalada em Rocha 94

PROJETO - Volta ao Mundo 96

kiDS

P´A AVENTuRA NO VERÃO 102

ATiviDADES OUTDOOR 106

DESPORTO ADAPTADO

CANyONING, uM ATIVIDADE PARA TODOS 110

ESPAÇO APECATE

Novo Diploma para a Animação Turística 114

EQUiPAMEnTO 118

A FEChAR 120

Ana Marisa Correia, é uma amante do des-porto, fotografia e natureza. Ana Marisa, destaca-se no mundo da escalada e... Hoje é uma das atletas de referência desta modali-dade em Portugal.

Venha conhecer as 21 Praias Fluviais da Rede das Aldeias do Xisto. Espaços belos e agra-dáveis, num território repleto de lendas.

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Os textos e imagens presentes na Revista Outdoor são da responsabilidade dos seus autores. Não é permitido editar, reproduzir, duplicar, copiar, vender ou revender, qualquer informação presente na revista.

nº11 Julho a Setembro2013

Aurélio Faria, apresenta-nos na grande re-portagem a história dos escaladores portu-gueses e dos seus feitos nas vias 9A. Leopol-do e André em destaque numa reportagem sem dúvida a não perder.

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Chegou mais uma edição da Outdoor, desta vez comemorativa! Já passa-ram dois anos desde o lançamento da edição 0… foram dois anos de pesquisas, descobertas e, essencial-

mente, de muita aventura.

Para o número 11, procurámos atletas portugue-ses que têm feito história na escalada… Já ouviram falar de Leo-poldo Faria e André Neres? Eles são os únicos 9ª portugueses e contamos-lhe muitas curiosidades na grande reportagem.

Na entrevista, a escalada é no feminino com Ana Marisa Correia. Já conhecem esta grande aventureira? Para além de nos contar alguns segredos também ficamos a conhecer alguns truques e di-cas para nos prepararmos para escalar. Nos desafios, Rui Dantas, conta-nos a sua experiência de escalar num pequeno paraíso… As Desertas!

Da Terra para a água, fomos descobrir o Stand Up Paddle. Mergu-lhem nesta modalidade e encontrem alguns dos melhores locais em Portugal para a praticar.

Continuando na água, partimos à aventura e descobrimos 21 praias fluviais nas Aldeias do Xisto, ideias para nos refrescarmos nos dias de mais calor. Se ainda não decidiram as vossas férias e querem ficar no nosso maravilhoso cantinho, esta é sem duvida uma passagem obrigatória.

No SOS, fiquem a conhecer o perfil do nosso aventureiro Luis Va-rela, especialista em técnicas de sobrevivência e não percam mais conselhos para se aventurarem em segurança.

Mergulhem nesta edição, recheada de sugestões, e partam à des-coberta do fantástico mundo outdoor!

Boas aventuras e até Outubro. ø

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Editorial Ficha técnica

2º AnivERSÁRiODA OUTDOOR

Edição nº11

WPG – WEB PORTALS LDA

NPC: 509630472

CAPITAL SOCIAL: 10.000,00

Rua Melvin Jones Nº5 Bc – 2610-297 Alfragide

Telefone: 214702971

Site internet: www.revistaoutdoor.pt

E-mail: [email protected]

REGISTO ERC N.º 126085

EdiTor E dirETorNuNO NEVES | [email protected]

MArkETing, CoMUniCAção E EVEnToSISA HELENA | [email protected]

SOFIA CARVALHO | [email protected]

rEViSão CLáuDIA CAETANO

CoLAborArAM nESTE núMEro:ANA BARBOSA, ANA MARISA CORREIA, ANDRé NERES,

ANTóNIO GAVINHO, AuRéLIO FARIA, ARTuR PEGAS,

ISA SEBASTIÃO, JOSé CARLOS SOuSA, LEOPOLDO

FARIA, LuíS VARELA, LuíSA, MIGuEL LACERDA, TOMé,

RuI DANTAS, VANDA ABREu, VERA PEREIRA.

SoMBEBIANA CRuz

dESign EdiToriALINÊS ROSADO

FoTogrAFiA dE CAPARICARDO ALVES

dESEnVoLViMEnToÂNGELO SANTOS

www.portalaventuras.clix.pt

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Grande Reportagem

ESCALADA EXTREMA, OS 9A DE PORTUGAL

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Grande Reportagem

Leopoldo Faria entrou para a His-tória da escalada em Portugal a 2 de março de 2013. Em Sagres, no setor Corgas, um dos mais reputados esca-ladores portugueses encadeou aos 29

anos de idade a Peixe-porco, a primeira via 9a em território português.

A 22 de abril, mas a 1500 km de Sagres, em Siu-rana, no sul da Catalunha, André Neres obteve aos 27 anos a "medalha de prata" lusa dos 9a com o encadeamento da Estado Crítico.Em menos de 2 meses, André e Leo tornaram-se os primeiros escaladores nacionais a alcançar o patamar máximo da escalada desportiva. Desde 1991, data do primeiro encadeamento mundial 9a, foi alcançado apenas por algumas dezenas de escaladores.

LEoA Peixe-porco foi descoberta, por acaso, em 2011, quando Leo, como Leopoldo é conhecido entre amigos e os pares da escalada, recuperava do acidente sofrido no Paquistão, numa expe-dição atribulada às altas paredes de rocha da cordilheira do Karakorum. «Precisava de algo novo e inspirador, que me motivasse a ficar em forma» recorda o escalador. Mal sabia que, entre a descoberta e a conquista, sofreria 2 anos de contrariedades extremas.

«A distância a que está de Lisboa, a dificuldade em arranjar companheiro de cordada porque não há escaladores em Sagres, as condições climatéricas, a própria via em si, e as dúvidas se alguma vez conseguiria...» Leo faz as contas ao vaivem entre Lisboa e Sagres, aos mais de 20.000 quilómetros de carro e dezenas de de-pósitos atestados, ao par de pneus dianteiros e aos dois pares de pés de gato, aos 20 metros de corda cortada e aos sacos de magnésio gastos e à muita pele esfolada. Os últimos 7 meses foram particularmente frustrantes «Estive muito perto de conseguir em agosto de 2012, mas caía quase sempre no último movimento...»

9A, VEnTo E ondAS «Tem um ambiente incrível, especialmente nos dias de muito vento e ondas gigantes, que ca-racterizam tão bem esta zona do cabo de São Vicente. A qualidade da rocha é boa, com for-mações variadas de pequenos buracos e estalac-tites.»A escalada da Peixe-porco começa por um rappel até à base sinuosa da parede (Corgas), suficientemente confortável para admirar o Oceano Atlântico. Numa parede calcárea, a via tem 35 metros e inclinação extrema, mesmo por cima do mar, e um início relativamente fácil. A primeira rampa de 4 metros desem-boca numa parede e nos primeiros dez metros

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de escalada exigente até um buraco bom onde o repouso de alguns segundos permite seguir para a zona mais dura. «São 4 metros de rocha quase lisa, em que os movimentos têm de ser já de grande precisão». Foi na secção-chave da via que durante sete meses Leo registou as maiores dificuldades:«São 10 movimentos seguidos, de grande tensão e sem repouso possível porque as mãos agarram em nada. Demorei dias até descobrir a melhor sequência. Era frustrante porque normalmente caía no último, ou a meio.»Os últimos 15 metros são já menos exigentes mas também não permitem qualquer perda de concentração. «É dura!!!» resume Leo que até este ano tinha como conquista máxima 9 dias de "pegues" para um 8c+ de 50 metros, em Espanha.

AndrÉAos 27 anos, André Neres é o mais internacional dos escaladores portugueses e compete já entre os 25 melhores do mundo com currículo que dis-pensa apresentações: 9 vezes campeão nacional, nº15 do ranking mundial 8A.nu, 47ª posição no campeonato do mundo de escalada 2012. Aos 15 anos, foi o atleta português mais novo a enca-dear uma via 8a. O 9a de abril acabou por ser uma evolução natural no percurso do escalador de Caneças. «Inicialmente tinha como objetivo a via Era Vella em Margalef (8b). Como fica num vale sombrio e húmido, no último inverno que

foi rigoroso, não consegui arranjar gente dis-posta a escalar à sombra, com 5 graus e num só de oitavos duros. Era uma má escolha, e ho-nestamente nem eu tinha muita vontade! Com a Estado Crítico ao sol quase todo o dia, e com muita gente, foi fácil arranjar segurador. Na ver-dade, era uma via que já tinha pensado expe-rimentar!» André precisou de 1 mês e dez dias para encadear a Estado Critico.

9A, SoL E ESPorão dE 40 MLocalizada no El Pati da famosa escola de esca-lada de Siurana, no sul da Catalunha, a Estado Crítico é considerada uma via esteticamente bela .Num impressionante esporão de 40 me-tros, foi equipada em 1999 pelo Espanhol Daniel Andrada e é um desafio impressionante: «Co-meça com uma fissura técnica muito inclinada e desgastante de 20 metros até um repouso de 2 presas boas. Este é o último ponto onde con-seguimos respirar antes do início da verdadeira "batalha". Entramos então numa sequência de movimentos duros onde inclusive temos de "saltar" uma proteção, para poupar energia até aos 3 últimos movimentos que, são sem dúvida, o "crux" da via.» No "crux" da via, André acabou por caír mais de 20 vezes.«Temos ainda 10 me-tros de escalada em presa muito pequena, téc-nica e exigente. Os últimos 6 movimentos de-cidem, se encadeamos ou não. Além de duros, estão mesmo no fim, onde chegamos muito can-sados. Aqui, caí outras 20 vezes, antes de com-pletar a via».

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Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR10

Grande ReportagemEMoçÕES 9AA conquista da Peixe-porco foi o momento mais emocionante da vida de escalador de Leo «Foi a primeira vez que me comovi na chegada ao cimo de uma via, não pela via em si ou pela di-ficuldade, mas pela batalha travada nos meses anteriores» Mesmo em forma, e com os movi-mentos estudados, o escalador recorda os mo-mentos de solidão, as dúvidas e os pensamentos de desistência. Com prazo imposto de regresso à capital até abril, a presença da equipa de fil-magem da Hands Up Creations acabou por ser o talismã que quebrou o enguiço. «No dia 2 de março, não me sentia especialmente forte porque era o quarto dia seguido de escalada. Só escalei, porque estava lá a equipa de filmagem. Se calhar foi isso... Ia mais relaxado, dá para pensar...»

A mesma dupla, que acompanha atualmente escaladores portugueses de topo, foi também determinante na conquista de André. «Os pro-blemas vieram durante o processo: a subida drástica das temperaturas, - numa via de presa pequena como esta faz toda a diferença na ade-rência-, depois queimei um dedo a cozinhar, fiquei ainda 3 dias de cama com um vírus. Aí as coisas começaram a complicar-se. Tinha 6 pessoas dependentes do meu sucesso: a minha família, a equipa vídeo e um amigo que me dava segurança...Com o "arrastar" da situação, tivemos de marcar o regresso, e a pressão ins-talou-se, e de que maneira. Quando já ninguém

esperava, na última tentativa do último dia, a vontade foi mais forte e acabei por encadear!» A seguir ao encadeamento, veio um turbilhão de emoções «Costumo dizer que, quanto maior o sacrifício maior a satisfação e assim foi. Como projeto em que mais me sacrifiquei, a satisfação foi equivalente. A sensação foi magnífica, ao mesmo tempo senti um alívio enorme por poder avançar sem deixar este projeto pendente. De-morei dias a "digerir" e a cair em mim» resume André.

9A, 2º LEo E AndrÉE conquistado um 9a, - em Portugal, usa-se a es-cala francesa da modalidade -, como é que os 2 escaladores explicam tecnicamente as con-quistas?Responde Leo: «9A é unicamente um valor na escala que mede a dificuldade de uma via de escalada. É uma classificação subjetiva que se baseia única e exclusivamente na opinião de es-caladores que realizam essa via. Neste caso, está perto do fim da escala 9A, 9A+, 9B, 9B+, o fim da escala até ao momento.»

Para o primeiro escalador 9a português, a clas-sificação é secundária, e a conquista foi pessoal «Este encadeamento não tem importância pela dificuldade X ou Y. Para mim, foi uma história com principio, meio e fim porque descobri a via, equipei-a, fui lá durante 2 anos. O feito de chegar ao fim é que foi importante!»

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Pedagógico, André considera que não é fácil explicar um 9a a quem nunca escalou, ou não atingiu ainda o nível máximo: «A explicação mais fácil será analogia com desporto mais co-nhecido. Por exemplo, será como correr a ma-ratona em menos de 2:13h, ou correr os 100m em menos de 10 segundos. Resumindo: é extre-mamente difícil!» E por difícil, André contraria ideias feitas de que um 9a é uma parede lisa sem nada para se agarrar. «Não é o tamanho das presas nem a inclinação da parede mas, o con-junto de factores como exigência técnica, força pura, resistência, e até nível de exigência psi-cológica.», conclui o campeão nacional de esca-lada desportiva.

E quando se fala de vias com inclinações nega-tivas, presas de milímetros e o corpo suspenso por um dedo, a dúvida é inevitável: como é que se descansa neste tipo de vias? «Com muitas horas passadas em inclinações negativas, aprendemos que há posicões em que por vezes é possível re-tirar as mãos da parede, entalando o joelho ou o pé num buraco. Às vezes, bastam uns segundos para recuperar e avançar alguns metros…» res-ponde Leo. Já para André «quando se atinge um certo nível físico na escalada, não é difícil e é até fundamental conseguir descansar "pendurado". A nossa capacidade de recuperação é treinada ao máximo e conseguimos repousar um braço em poucos segundos, quando estamos apoiados no outro. É só fazer esta gestão de tempo.»

VidAS 9ADepois da Estado Crítico, André voltou já à com-petição e aventurou-se no gelo e neve da média montanha em expedição aos Alpes com o alpi-nista João Garcia. Voltar a Siurana no próximo inverno é quase uma certeza. «Quem sabe, en-cadear a famosa "La Rambla" 9a+...?» lança em

jeito de desafio « Ser profissional de escalada, não é fazer 9a ou ganhar competições, é uma questão de atitude, e ser exemplo para a co-munidade. É o quão sério levamos a atividade mesmo antes de receber o que quer que seja. Só assim nos tornamos profissionais. É necessário sair da mentalidade do “ver se dá”. Como se diz em Siurana, é ir verdadeiramente “A Muerte!“. É o tudo ou nada, o resto é marketing!»

Freelance, financeiramente dependente de bis-cates em trabalhos verticais ou como duplo de cinema, Leo mantém o rumo de vida depois da Peixe-porco. «Este é o meu desporto, onde mergulhei a fundo há 13 anos. Na vida pessoal, e com tanto tempo passado na falésia, não es-tamos em casa e acabamos por perder muita coisa. Se valeu a pena? Sim, valeu!.. Há com-preensão e percebem que não sou demente!» O reconhecimento internacional poderá chegar brevemente. O percurso entre a malograda ex-pedição ao Paquistão e a sofrida conquista da Peixe-porco é o argumento do filme-aventura Amin Brakk realizado pela Hands Up Creations.Para André e para os escaladores de topo, é vá-lida a reflexão lida por Leo na apresentação on-line do filme, com estreia prevista a dezembro de 2013: «O caminho que percorremos tem o comprimento da nossa vontade e do nosso de-sejo. A única certeza que nos conforta é saber que continuaremos sempre a sonhar!» ø

Aurélio Faria Jornalista

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agemA 9a de LEo

Aos escaladores, Leo explica a Peixe-porco: «É uma via bastante peculiar, com um boulder muito duro a 10 metros do chão, envolvendo movimentos na maioria sobre aplats bastante maus e que obrigam a condi-ções muito específicas. Encadeei ao terceiro pegue do dia. No primeiro, caí a 3 passos do final. No segundo, caí a 2. Ou seja, não é uma via de progressão, como são as vias de resistência ou continuidade, é uma via bastante única! Tem uma primeira secção inicial de 10 metros, que ronda o 8a+ de via, com boa presa de repouso no final dessa primeira parte. Depois, tem uma secção chave com cerca de 10 movimentos que devem rondar o 8a+ de boulder, e outro bom repouso seguido de uma outra secção de 10 movimentos de cerca de 7a+ de boulder. Daí são só 10 metros de 6c até ao top.»

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Em Família

A RECOMPEnSA DE viAjAR COM CRiAnÇAS

Opinião

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Em

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Experimentem levar os vossos

filhos para além da vossa (e das deles) bo-lha de conforto. Verão

que a recompensa é enorme e as alegrias

múltiplas.

A vida faz-se de aprendizagens contí-nuas. É um lugar-comum dizer-se que os mais novos aprendem com os mais velhos, pela experiencia, pela atitude, por tudo. Não nego. No

entanto, acrescento que o processo de apren-dizagem é, e deverá ser sempre bidirecional, especialmente se viajarmos com crianças e virmos o mundo a pouco mais de um metro a partir do chão.

Sou um apaixonado por viagens. Viajo sempre que posso. E, quando não posso, viajo também, planeando viagens para outros ou simplesmen-te magicando naquelas que ainda farei. Quan-do, há cerca de onze anos, nasceu a nossa primeira filha, eu e a minha mulher assumimos que a partir do mo-mento em que ela tivesse algu-ma autonomia a incluiríamos nas nossas deambulações pelo mundo. Passado pouco mais de um ano, nasceu a nossa segunda filha e apli-camos o mesmo princípio.

Contra opiniões de avós e até de pediatras, desde os dois e um ano de idade, respetivamen-te, que a Pilar e a Cármen têm con-nosco partilhado vivências e formas de ver o mundo.

Para a esmagadora maioria dos pais portugue-ses é inconcebível que se viaje com crianças para a Índia ou para o Egito. Para o Pantanal ou para o Atlas marroquino. “Que horror!” – hão de muitos pensar. Mas digo-vos, do fundo do coração, que as viagens em família são para nós um investimento na formação e educação das nossas filhas.

Dar-lhes a oportunidade para que elas vejam in loco aquilo a que muitos só através da tele-visão podem ver; ensinar-lhes que há meninos e meninas que são felizes com um décimo das coisas que elas têm em casa; mostrar-lhes que nem só de príncipes e princesas é feito o mun-do, mas que, apesar de tudo, vivermos num planeta fascinante é motivo mais que suficien-te para continuarmos a fazer estas viagens fa-miliares.

As crianças (pelo menos as minhas) ensina-ram-me a respeitar o tempo em viagem. E re-firo-me ao tempo em sentido lato. A meia hora que passamos a comer um gelado ou a brincar

com as vacas nas pastagens austríacas é tão importante como a meia hora

que passamos a ver um museu ou a caminhar num trilho. Com

elas o slow travel faz todo o sentido, e acabo por perceber que “menos é mais”.

Pela experiência de pai e de viajante, asseguro-vos que as crianças não se cansam.

Por vezes fartam-se, concor-do, mas se lhes dermos um ob-

jetivo diário a viagem fará parte integrante das brincadeiras.

Outro tema recorrente no que toca às via-gens em família é a segurança. Como em tudo na vida, o bom senso deve dominar, e posso dizer que a esmagadora maioria dos países do mundo é seguro para viajar com crianças. A ideia que muitas pessoas têm sobre alguns países e regiões é enviesada e formata pela co-municação social. A experiência ensinou-me que sempre, ou quase sempre, a realidade que encontramos tem pouco ou nada a ver com as ideias preconcebidas.

Já vai longo este testemunho. Queria apenas deixar aqui o repto aos pais que resumem as suas viagens com crianças a levá-las para os “tudo incluído” da Riviera Maya, da República Dominicana ou de outro local “paradisíaco”.

Experimentem levar os vossos filhos para além da vossa (e das deles) bolha de conforto. Verão que a recompensa é enorme e as alegrias múl-tiplas. ø

Um abraço e boas viagens (em família),

Artur Pegas

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Aventura

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Aventura

“Polícia pode pedir passaporte, visto ou vis-to de apoio. Provavelmente eles vão tentar dizer-te que algo está errado nos docu-mentos. Não confie neles. A única violên-

cia real pode ser se você não estiver registado 72 horas após chegar à Rússia. Você pode ser multa-do por isso, mas apenas nos escritórios da OVIR/UVIR e eles devem dar-lhe um recibo. Todos os outros pagamentos são ilegais e são apenas uma forma de ganhar dinheiro das pessoas pela polí-cia local. Não pague. Eles não podem fazer nada com você, eles só podem falar com você a tentar assustá-lo e forçá-lo a dar algum dinheiro. Isso é uma grande vergonha da polícia local, é difícil lutar contra isso porque os próprios turistas dão--lhes dinheiro.”

Respiro fundo depois de ler o último email da agência local russa. Além do treino físico para escalar os 5642m do monte Elbrus, preparo--me agora mentalmente para não ceder à cor-rupção da polícia local. Vamos para uma zona muito especial: apesar de pertencer à Rússia, é o Cáucaso e aqui até o dialecto é diferente, muitos nem sabem falar russo.

Tento investigar esta zona, leio algo que vai fazer bastante sentido depois de estar alguns dias no vale de Baksan. “A raça humana nunca foi um todo uniforme, composto por indivíduos rigoro-samente iguais. Há um certo número de caracte-rísticas comuns a todos os seres humanos; outros atributos pertencentes a cada indivíduo. Além da divisão da raça humana por sexo, idade, clas-se social, há outra separação muito importante

que é a da linguística, étnica, religiosa ou terri-torial: a divisão em grupos nacionais distintos. Estes grupos nacionais são caracterizados não só através da linguística ou realidade étnica, mas também por realidades humanas globais como a opressão ou outras forças da história.” O Cáuca-so foi cena dos cinco de oito conflitos armados étnicos que surgiram na União Soviética desde o início da glasnost em 1986.

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Terá que ficar no aeroporto à espera do últi-mo voo de Moscovo; nós partimos para o vale de Baksan. Durante as 4 horas de caminho até ao hotel vamos conhecendo as pessoas com as quais vamos passar os próximos dias. Ingleses, americanos, finlandeses; a mim agrada-me bas-tante os grupos internacionais. Há sempre uma troca de experiências a tantos níveis que torna a interação do grupo mais intensa e fluida.

- Será mesmo este o hotel? – Olho para o Artur, incrédula. O motorista que fala umas escassas palavras de inglês insiste para que entremos. Procuro na sala gigantesca, com as obras ina-cabadas algo que se pareça com uma recepção de hotel, mas encontro apenas o eco e o cimento cinzento das paredes. As mochilas empilham-se no chão. Resolvo subir umas escadas que apa-rentemente vão dar a um corredor também em

obras, mas deparo-me com um mundo novo do outro lado. Aí sim, um bal-

cão de hotel para nos receber. Esta é a época baixa nesta região; no

inverno quando a neve chega, grupos de russos invadem este vale para esquiar. As obras de ampliação do hotel realizam-

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Resolvo su-bir umas escadas

que aparentemente vão dar a um corredor também em obras, mas

deparo-me com um mundo novo do ou-

tro lado.

Esta esplêndida cadeia montanhosa que divide a região em dois, de noroeste para sudeste, é com-posta por altas montanhas com glaciares e neve permanente, como o monte Elbrus, que alimen-tam rios cuja água permite uma profusão de cul-turas e pastagens nos vales tanto a norte como a sul. O Cáucaso sempre foi conhecido pelas suas riquezas minerais desde longos tempos e estas riquezas têm-lhe trazido muita instabilidade.

Aterramos no aeroporto de Mineralnye Vody acompanhados por locais que vêm certamente visitar os familiares ou russos que aproveitam esta cidade termal para fazer tratamentos. Con-tam-se pelos dedos das mãos os turistas, e os que são percebe-se o seu propósito, a montanha mais alta da Europa!

Juntamo-nos no exterior ao guia, que para nos-sa surpresa não é um homem mas uma mulher. A montanha é preferencial-mente um mundo de homens e ter guias femininas é pouco usual. Simpatizo de imediato com ela, vamos ser os dois únicos ele-mentos femininos no grupo e isso uniu-nos de imediato.

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Aventura

-se por motivos óbvios durante o verão. À saída encontram-se os meios mecânicos que trans-portarão os esquiadores para as pistas, também eles em remodelação. Instalamo-nos naquele hotel inacabado, desejosos por uma noite bem dormida.

No pequeno almoço conversamos animada-mente sobre montanhas. Entre vários fatores, um que poderá decidir o êxito duma ascensão é o equipamento. É feita uma revisão individual a cada elemento e saímos para a vila para alu-gar ou comprar algum material em falta. Sendo local de saída para o ponto mais alto da Euro-pa, existem sempre algumas lojas onde encon-trar material técnico. Há quem alugue botas, outros compram luvas e há quem simplesmente vagueie pela praça apreendendo os hábitos dos locais.

– Não é a minha primeira montanha, mas venho sempre com o mesmo respeito como se o fosse. – Digo eu, respondendo às perguntas da guia. Iniciamos o nosso trekking de aclimatação numa floresta densa e fresca tão típica da região do Cáucaso. - Preciso de vos conhecer, para que todos tenham êxito, mas sobretudo para que estejam em segu-rança. Vou impor um ritmo mais rápido, sabes como é, sou mulher, tenho que lhes mostrar que sou mais forte do que eles. – E, dizendo isto, pis-ca-me o olho e “dispara” montanha acima.

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Aceleramos o nosso passo para a acompanhar, a respiração torna-se ofegante, as conversas param, o som dos passos ritmados toma uma proporção maior. Chegamos a um local com vistas magníficas para o monte Elbrus. É o nos-so objetivo. Percebo o que quis testar, o grupo separou-se, as pessoas vão chegando aos pou-cos, umas mais cansadas que outras, o seu olhar atento regista um a um todos os elementos.

No dia seguinte, partimos carregados com equi-pamento e garrafões de água para o campo base, os Barris. Que melhor refúgio para os esquia-dores russos do que antigos barris de petróleo transformados em quartos? Assim é o campo base do Monte Elbrus, 11 barris alinhados com as cores da bandeira russa. Têm eletricidade, o que nos permite ter aquecedor, um luxo a que não estamos habituados. Instalamo-nos no n.º7 juntamente com o Bear, o David, o Doug e o Ben. Subimos utilizando os meios mecânicos ao nosso dispor. Uma telecabine antiga, suja e a precisar de revisão levou-nos até determinado ponto. A partir daí usamos as cadeirinhas. Este dia é passado a descansar; estamos a dar tempo ao nosso organismo para se habituar à falta de oxigénio. À altitude a que nos encon-

tramos, 3800m, a pressão atmosférica é menor resultando uma maior rarefação de oxigénio no ar. Sentimos algumas dores de cabeça, a respi-ração mais ofegante e um maior cansaço. Este processo a que chamamos aclimatação demora o seu tempo e embora nos apeteça subir nesse mesmo dia temos que ser pacientes e aguardar.

Com passada pausada e regular, subimos até Pastuckhov Rocks que se encontra a sensivel-mente 4300 m. Podemos medir as nossas for-ças, apreciar as vistas para o cume, continuar o nosso processo de aclimatação. A boa dispo-sição reina no grupo, todos estamos confiantes. O dia aqueceu e no regresso ao campo base a neve derretida forma uma corrente de água que nos ensopa as botas. Nada que nos incomo-de muito, terão tempo para secar, o importante agora é o bom tempo que nos permita atingir o cume. À noite temos a habitual reunião com os guias, uma conversa onde podemos tirar as nossas dúvidas, falar sobre as previsões meteo-rológicas, a hora de partida, as medidas de segurança. No dia de cume há mais do que um guia com o grupo. Pode haver ritmos diferen-tes, alguém que necessite voltar ao campo base ou simplesmente um apoio moral.

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Aventura

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É ainda escuro quando o despertador toca. Começo a ouvir o som de quem se prepara para sair para a montanha, colocar arnês, vestir impermeável, gorro na cabeça e frontal ligado. O ar frio acorda-me os sentidos e ajuda-me a des-pertar. Em consenso o grupo decidiu apanhar “boleia” dos ratrack russos que nos deixam em Pastuckhov Rocks. Aqui existe um outro refú-gio, embora esteja mais perto do cume é mais pequeno e não tem tanto conforto. Percorremos a mesma distância que fizemos no dia anterior, encolhidos com o frio e apertados uns contra os outros chocalhando montanha acima. É com alí-vio que salto daquela máquina infernal e aterro na neve com confiança. Iniciamos finalmente a nossa marcha. Concentro-me no som dos cram-pons no gelo, é um som familiar, transmite-me calma e tranquilidade. Imponho o meu ritmo, conecto-me com a respiração, é como uma len-ta dança, alternando crampon, piolet, crampon, piolet…

Ainda falta algum tempo para chegar ao local de descanso. A luz ao nascer do sol dá-me novo ânimo, tiro fotografias, aprecio a paisagem e respiro fundo. O declive começa a diminuir, aproximamo-nos de Seddle a 5400m, ponto em que separa o cume Este do Oeste. São os dois muito próximos em altitude, sendo o oeste ligei-ramente mais alto, e é para lá que nos dirigi-mos. Descansamos um pouco, bebemos muita água, comemos uma barra que nos dá energia e entregamo-nos de alma e coração àquela ver-tente mais inclinada que nos separa do nosso objetivo. Os guias animam-nos, a distância a percorrer já é muito pouca, mas o dia já vai lon-

go e a altitude exige um esforço maior. É com extrema alegria que atingimos o cume, abra-ços, fotografias, a vasta cordilheira, o vale ao longe, o nosso esforço recompensado. Alguns dos companheiros ainda sobem, nós optamos por iniciar o nosso regresso, que vai ser lon-go. Concentro-me no equilíbrio, solto as per-nas e tento descer o mais relaxada possível. O Andrea e o seu filho acompanham-me. Dois companheiros excepcionais estes alemães de leste. Casado com uma russa, o Andrea foi uma mais-valia para o grupo, pois falava a língua e abriu muitas portas.

Fomos chegando “a casa” aos poucos, a apro-ximação aos Barris coloridos enche-nos de ale-gria e aceleramos o passo pensando no mere-cido repouso. Quando nos reunimos todos, o entusiasmo é contagiante, e ali estamos na montanha como antigos amigos, construindo ligações, partilhando momentos.

Quando venho para as montanhas, procuro o sucesso no dia de cume, é um dos objetivos. Mas, quando regresso a casa, descubro que o que mais procuro é o bom ambiente, o com-panheirismo, a partilha, o amor pela nature-za. Afinal, não houve o mínimo problema com a polícia russa e as gentes que encontramos nestes locais remotos, com condições de vida tão duras, surpreendem-nos com a sua simpli-cidade e hospitalidade. ø

Luísa ToméPapa-Léguas

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ventu

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Em família

Julho_Agosto 2011 OUTDOOR24 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR24

EMAnUEL POMbO, UM PRAzER SObRE RODASPOR bEbiAnA CRUzFOTOGRAFiAS: LUÍS LOPES

AnA MARiSA CORREiAA ESCALADORA!

EntrevistaEntrevista

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EntrevistaEntrevistaAna Marisa Correia, é uma amante do desporto, fotografia e natureza. Ana Marisa, destaca-se no mundo da escalada e... Hoje é uma das atletas de referência desta modalidade em Portugal.

CoM qUE idAdE TiVESTE o TEU PriMEiro ConTACTo CoM A ModALidAdE? Sempre pratiquei desporto desde que me lem-bro, comecei no ballet aos 4 anos, passei pela ginástica, atletismo e basket, mas só aos 18 anos tirei um curso de iniciação à escalada em rocha por iniciativa de amigos e este foi o primeiro contacto “a sério” com a modalidade, uma vez que na escola uns anos antes já tinha experi-mentado. No início não estava muito conven-cida que fosse um desporto que me motivasse, mas enganei-me e passados 15 anos continuo apaixonadíssima.

qUAiS São AS VErTEnTES dA ESCALAdA CoM qUE MAiS TE idEnTiFiCAS? PorqUê?A escalada desportiva e a escalada de bloco, são as vertentes com que mais me identifico e que pratico com regularidade pelas suas caracterís-ticas, mas gosto bastante de escalada clássica e no verão do “psicobloc”, que é uma forma de es-calar em rocha em autonomia, tendo água por baixo como proteção em caso de queda.

o ESPíriTo dE EnTrEAJUdA ESTá PrESEnTE EnTrE oS PrATiCAnTES?Sim sem dúvida, é fundamental que haja entrea-juda e confiança entre os praticantes para que se possa desfrutar em pleno da escalada. A mo-tivação, as conquistas e o incentivo por parte das pessoas que nos rodeiam são um estímulo para nós próprios.

qUAiS São oS ErroS MAiS CoMUnS doS ini-CiAnTES?Os erros/acidentes acontecem especialmente pela falta de formação ou inexperiência dos ini-ciantes. Erros como os de encordamento e espe-cialmente a má colocação da corda no “Gri-Gri” faz com que seja bastante perigoso. A escalada é um desporto seguro, mas muito perigoso se for feito por quem não tem conhecimentos das téc-nicas básicas de segurança!

qUAL É o EqUiPAMEnTo nECESSário PArA PrATiCAr A ModALidAdE EM SEgUrAnçA? Para a escalada desportiva o equipamento é composto por, Arnês, Pés de Gato, Saco de Mag-nésio, Corda Dinâmica, Expresses, ”Gri-Gri” e Capacete. Para a escalada de bloco, basta ape-nas Pés de Gato, Saco de Magnésio e Crash Pad (colchão de quedas).

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PArA Ti, qUAiS São oS MELhorES SPoTS PArA ESCALAr? Portugal tem vários spots muito bons, mas des-tacaria o Penedo da Amizade em Sintra, o Meio Mango no Cabo Espichel e Sagres.

qUAiS São oS bEnEFíCioS dE qUEM PrATiCA ESTE dESPorTo?A escalada traz muitos benefícios, não só físicos como mentais. Em termos físicos é um desporto exigente e que “obriga” a que sejam utilizados uma grande variedade de músculos para tornar a progressão/subida eficiente e em termos men-tais porque a conjugação da adrenalina, motiva-ção e superação do medo liberta a alma!

CoMo TE PrEPArAS PArA AS CoMPETiçÕES?Elaboro um plano de treino para esse fim es-pecífico e coordeno dois tipos de treino, um de preparação física onde treino no clube Fitness Hut das Amoreiras e outro de treino específico numa estrutura artificial de escalada indoor.

CoSTUMAS FAzEr TrEino indoor PArA A PráTiCA dAS ATiVidAdES oUTdoor?Costumo, o treino indoor é o modo mais acessível para quem tra-balha e tem que conjugar um horário de trabalho rígido com o treino. No meu caso o Fitness Hut, foi o que mais me agra-dou pelas condições e ambiente e também

Portugal tem vários spots muito

bons, mas destacaria o Penedo da Amizade em Sintra, o Meio Mango

no Cabo Espichel e Sagres.

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pela sua localização, uma vez que fica a dois mi-nutos de distância do meu local de trabalho, po-dendo assim treinar à hora do almoço ou ao fim do dia sem perder muito tempo em deslocações.

qUE TiPoS dE TrEino indoor rEALizAS?No Fitness Hut com a ajuda de uma PT faço tra-balho cardiovascular, de resistência e força. No muro de treino, o trabalho é mais técnico e es-pecífico. E oUTdoor?A parte do treino outdoor, passa por escalar, es-calar, escalar… para sobretudo trabalhar o pla-no mental.

o qUE TE MoTiVA PArA ATingirES noVAS METAS? Especialmente ir superando dificuldades cada vez maiores.

qUAL Foi ATÉ AgorA o PonTo ALTo dA TUA CArrEirA CoMo ATLETA? Para além das competições nacionais que ga-nhei ao longo dos anos, provavelmente o ter re-presentado Portugal em campeonatos da Euro-pa e do Mundo competindo com os melhores da modalidade.

PrATiCAS oUTrAS ModALidAdES? qUAiS São oS TEUS hobbiES?Nesta altura estou centrada na escalada, mas o hobby que me ocupa o que resta do tempo livre é a fotografia que normalmente concílio também com a escalada, partilhando ambas as paixões com o meu namorado o que facilita a conjuga-ção uma vez que ele também é escalador.

qUAiS São oS TEUS obJETiVoS A CUrTo E A Longo PrAzo?Neste momento que tenho mais tempo livre es-tou a aproveitar para voltar a estar em forma, encadear algumas vias de escalada em rocha, ganhar ritmo e motivar-me para cumprir o ca-lendário de provas do Campeonato Nacional de Escalada da Federação Portuguesa de Monta-nhismo e Escalada.

qUE ConSELhoS dáS A qUEM SE qUEr ini-CiAr nA CoMPETição?Primeiro que faça um plano de treino focado para o objetivo, se tiver dúvidas que procure ajuda de escaladores mais experientes e depois que o cumpra! Mas especialmente que desfrute ,quer a escalar em rocha quer a competir, por-que só assim conseguirá obter os melhores re-sultados!

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PREPARAÇÃO inDOOR PARA

ESCALADA

Indoor

Por Terra

Por Ana Marisa CorreiaAtleta do Fitness hut Amoreiras

4’ - Elevações de Braços na Barra Fixa – Sequência de 5 elevações por minuto x 4

2

10’ Corrida – 6’ Intensidade moderada - 3’ Rápida – 1’ Lenta

1www.fitnesshut.pt

notas de treino:2 a 3 séries de cada exercício12 repetições de cada exercício15 a 20 segundos de transição entre exercícios

O plano de treino seguinte é um exem-plo de um treino inicial de 60 minutos em ginásio, que deve ser realizado 2x por semana intercalado com o treino em estrutura artificial de escalada.

Sempre que possível aconselho que o treino seja realizado com um personal trainner, uma vez que o acompanhamento para a correta execução dos exercicios, gestão do esforço e cumprimento dos tempos dos exercicios e descansos são muito im-portantes para a evolução, evitando ao máximo as lesões. ø

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5’ – Elevações a uma perna com apoio de mãos no TRX – Sequência 3 por perna por minuto x5

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5’ – Abodminais– Sequência de 10 por min x5

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5’ – Bloqueios a 1 Braço – Sequência 30’’ cada braço alternamente x5

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2’ - Flexões com os pés apoiados no TRX – Sequência de 10 por minuto x2.

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3’ – Jacobs Ladder – Intensidade Moderada

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15’ – Alongamentos

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15’ – Alongamentos

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ESCALAR nAS DESERTAS...O FARELhÃO

Desafio

POR RUi DAnTAS

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ESCALAR nAS DESERTAS...O FARELhÃO

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CUrioSidAdES E hiSTóriAS As designações por que é conhecido são de-monstrativas da elegância e forma do rochedo. Mais conhecido por Farelhão, também é conhe-cido por Estátua da Virgem, Prego do Mar, Furi-lhão e Rocha do Navio.

O Farelhão apresenta desde logo um desafio: a sua localização. A 180 m do Ilhéu Chão e a apro-ximadamente 25 kms da marina da Quinta do Lorde no Caniçal, só é possível alcançá-lo de barco. Entre os locais possíveis de partida para o Farelhão, a Marina referida é a minha preferi-da devido à sua localização, e as boas condições para o embarque.

Mas se o embarque é simples, no desembar-que há que ter alguns cuidados. Com um diâ-metro muito reduzido, o Farelhão está implan-tado numa área de fortes correntes marítimas. O desembarque faz-se habitualmente pelo lado norte do rochedo e, para que nada falhe, obriga a uma manobra rápida e a uma excelente coordenação en-tre o passageiro e o timoneiro. Quando falha, o resultado é um excelente mergulho! Mal se coloca a mão ou o pé, em terra, só há uma alternativa: ESCALAR rapidamente até uma posição resguardada que nos permita preparação para o resto da via.

A primeira tentativa de escalar o Farelhão foi realizada em feverei-ro de 1990 por Izamberto Silva e por mim, Rui Dantas. Com Orlando Nunes, re-peti a tentativa, em meados de Abril do mesmo ano, e partilhei a conquista do topo do rochedo.

Em 2012, outros 5 escaladores atingiram o topo do Farelhão, e bateram um recorde: no grupo, havia um escalador de 75 anos de idade.

23 anos depois da primeira escalada, o Farelhão já foi escalado diversas vezes sempre pelas mes-mas 5 pessoas. Infelizmente, nunca nenhuma mulher tentou esta aventura. O rochedo é composto por duas vias, em faces opostas. A mais utilizada é a via do lado este, a “via dos Velhos”, por ter uma plataforma mais ampla que permite estabelecer uma base de apoio.

qUEM PodE ESCALAr nAS dESErTAS?As Desertas são reserva integral e geridas pelo Parque Natural da Madeira. Por isso, é obrigató-

rio solicitar uma autorização especial, que deve incluir identificação e número de escaladores, finalidade da viagem e referência a eventual de-sembarque no Ilhéu Chão para visita breve. A embarcação deve possuir também autoriza-ção para a abordagem ao rochedo.

ESCALAr nA ViA doS VELhoSA via dos Velhos está situada a este, tem 49 m, e segue duas fendas que definem o trajeto.

Apesar de equipada, é necessário ter em aten-ção a proximidade do mar, e a eventualidade do mau estado de alguns pernes, que podem apre-sentar um estado acentuado de degradação. Re-comendo a utilização de equipamento adicional: a utilização de alguns friends e entaladores para compensar a menor qualidade dos pernes.

A “Via dos Velhos” é constituída por dois largos e uma travessia, e oferece alguns desafios para os

amantes de escalada clássica.No primeiro largo, constituído por

três grandes blocos, é possível escolher ultrapassar o obstácu-

lo com recurso a “entalamen-tos”, ou através de “bavare-sa”, e tirar partido de uma fenda bem definida e com boa aresta para aplicação da técnica. O basalto nesta fase de esca-

lada é muito bom. Apesar da proximidade do mar, a face do

rochedo está limpa e com boa aderência devido à predominância

dos ventos e da chuva regular.

A travessia, após o primeiro largo, apela muito a aderência, até atingirmos a base da fenda que define o segundo largo. Esta passagem indica ao escalador que as coisas vão mudar.Passamos de rocha firme e “limpa” para um campo de jogos completamente diferente, onde a rocha é quebradiça e a via está revestida de líquen que prejudica a aderência do calçado.No final da travessia deparamo-nos com uma pedra que é preciso contornar, e na qual se ob-tém algum apoio. Nunca fiando, a forma como a pedra está, não oferece confiança aos escala-dores. Há que manter a frieza e a confiança e preparar a entrada no segundo largo, contando com o apoio de uma plaqueta, e a possibilidade de utilizar um friend nº 3. O ponto mais crítico de toda a subida é esta passagem para o segun-do largo.

A parede deste segundo largo não transmite a

Por Terra

Apesar de equipada,

é necessário ter em atenção a proximidade

do mar, e a eventualidade do mau estado de alguns pernes, que podem apre-sentar um estado acen-

tuado de degrada-ção.

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mesma confiança que a do largo anterior. É ins-tável, quebradiça e sem grande aderência. Se-guimos sempre a fenda, num primeiro momen-to estreita e a partir de metade do segundo largo muito larga, para colocar o equipamento que le-vamos, e garantir dessa forma uma confortável margem de segurança e consequentemente de confiança.Logo após a entrada no segundo largo, caso seja necessário, ou pré-definido, é possível estabe-lecer uma reunião numa pequena reentrância existente na via, apoiado por dois pitões e uma plaqueta.

À entrada deste segundo largo é importante en-contrar um bom jogo de pés, utilizar um friend nº1 para segurança, e ultrapassar uma zona de pedra solta até atingir a plaqueta situada um metro acima.A escalada sobre blocos soltos e semi-soltos da entrada dá lugar a uma escalada através de uma fenda que se vai abrindo até ao topo, com passos técnicos de alguma dificuldade. Esta parte final, constituída por quatro blocos, muito coberta por vegetação, conta com o apoio de plaquetas nos dois primeiros blocos, sendo necessário a utilização de friends para transpor os dois últimos. Numa conjugação de entalamento de punho e de pé, com aderência, é possível progredir com alguma rapidez, contando sempre com um friend nº 4 para segurança. Nos últimos dois metros, toda a atenção é im-portante para que não caiam pedras até à base, pois o resto da cordada não terá muito espaço para fuga e o ruído do mar pode dificultar a au-dição de qualquer tipo de alerta. Chegados ao topo é possível contar com uma área de aproximadamente 1,5 m2 para estar. Em 2012, as fixações no topo estavam em muito bom estado, possibilitando uma descida em rap-

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Por Terrapel fácil, segura e muito bonita. Existem duas opções para a descida: novamente pela face Este, ou optar pela Sul, com a possibi-lidade de descer diretamente ao barco, seguindo uma linha de perfil que dá um excelente enqua-dramento para uma imagem colhida do topo do Ilhéu Chão.

Atenção à gestão da corda no topo, para que não caia, pois não há outra alternativa à descida: a perda de corda aqui, complica muito o resultado final da operação. Só não compromete totalmente pois do topo é possível ter contacto telemóvel...

EqUiPAMEnTo:

Para além do equipamento individual, é aconse-lhável a utilização do material abaixo indicado para a via clássica: - Revólver - 7- Fita longa - 4- Fita média - 4- Mosquetões - 15 (não estão incluídos os mos-quetões dos revolveres)- Mosquetões adicionais - 5- Friends nº1,3(3),4 - Corda com 10m para apoio ao desembarque dá “jeito”- Cordelete guia para trabalho com bote, (quan-do barco não encosta à rocha) 20m - Duas cordas de escalada com 60m 9mm (de-pende da opção escolhida)

Duração da atividade: 1 dia

Notas:Para a realização desta atividade é necessário

ter embarcação contratada, e ter em conta estado do mar e do tempo.A época aconselhada é entre setembro e meados de outubro.

Na viagem, é possível observar cetáceos e aves marinhas de alguma raridade.A possibilidade de visitar uma das mais emble-máticas reservas naturais do país é um aliciante extra.

Uma boa câmara fotográfica ou de vídeo, é obri-gatória: a vista do topo do Farelhão é única e ex-clusiva, e está ao alcance de muito poucos no mundo! ø

rui dantas

8h30 – Chegada à marina da Quinta do Lorde + Preparação de embarque

Viagem: A viagem até ao Farelhão, dependen-do do barco, mar e timoneiro, varia entre os 30 mi-nutos e os 45 minutos.

Desembarque: O tempo é variável. Depende do estado do mar, arrojo dos passageiros, destreza do timoneiro, número dos passageiros a desembarcar e meios utilizados para o efeito. Prever tempo mí-nimo de 40 minutos.

Atividade: Numa cordada de dois, é previsível realização entre 1h a 1h30m.O rappel é de fácil montagem e execução. Se re-servarmos 15 minutos para esta operação, incluin-do a recolha da corda, podemos estimar estar de novo a bordo, 60 minutos depois do segundo cor-dada atingir o topo.

Chegada novamente a bordo: 13h30

Tarde: Almoço em Terra e visita às desertas.

Regresso à Ilha da Madeira: 18h

iTinERÁRiO SUGERiDO

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Por Água Aventura

MERGULhAR EM CASCAiS COM OS TUbARõES

PATAS-ROXAS

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MERGULhAR EM CASCAiS COM OS TUbARõES

PATAS-ROXAS

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Por Água

Na sequência do trabalho que tenho vindo a realizar para o mar de Cas-cais “Roteiros Submarinos de Cas-cais”, que visa identificar os locais com mais interesse para a prática

do mergulho recreativo nesta zona do país (um trabalho mais virado ao turismo) levou a que numa das minhas saídas de prospeção (com o centro de mergulho “CascaisDive”) descobrís-semos um novo “spot” de mergulho que nomi-námos Pedra do Pata-roxa. Este facto deve-se à quantidade de exemplares desta pequena espé-cie de tubarão que conseguimos observar numa área bem delimitada de rocha, na cota dos 25 metros de profundidade, frente à Guia.

Quando planeamos mergulhar num local dife-rente, normalmente temos como objetivo en-contrar algo de novo, quer pelas caraterísticas do fundo, quer pela especificidade do mergulho, quer pela visibilidade das águas ou por tudo aquilo que possamos encontrar durante essa submersão. O facto de termos a garantia que va-mos encontrar uma espécie diferente do que é habitual num preciso local, torna-se um grande atrativo para a comunidade do mergulho. Isto tem levado vários mergulhadores a procurarem mergulhar em Cascais de forma a satisfazer a curiosidade de mergulhar junto desta espécie, ou procederem a registos fotográficos e vídeo. Este “spot” se tornou num dos mais procurados e é um ex-líbris do mergulho em Cascais.

Mergulhar com esta pequena espécie de tubarão é sem dúvida um mergulho curioso e muito se deve à passividade e á curta distância que este seláceo permite ao mergulhador. Tratando-se da espécie de tubarão mais comum da Europa,

(muito apreciada na cozinha Por-tuguesa, principalmente na

caldeirada), o encontro com mergulhadores é

extremamente raro. Aliás, não se conhe-ce outro local onde possamos encon-trar com tanta fa-cilidade esta espé-cie durante uma

Mergulhar com esta pequena

espécie de tubarão é sem dúvida um mergulho curioso e muito se deve à passividade e á curta dis-

tância que este seláceo permite ao mergu-

lhador.

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submersão, quer em Portugal, quer em toda vasta área citada para esta espécie que se esten-de pelo Atlântico Norte, desde o norte da Europa até à costa NW Africana tendo como limite o Sul do Senegal. É também comum no Mediterrâneo. Posso afirmar que em mais de 40 anos de mer-gulho, só me tinha cruzado com esta espécie duas vezes (de fugida), precisamente em Cas-cais e muito perto deste “spot”. Juntamente com o centro de mergulho CascaisDive, temos feito registos de todas as observações desta espécie neste local desde setembro do ano passado (al-tura em que identificámos o spot) e temos nota-do que o número de exemplares observados tem vindo a aumentar, chegando mesmo às duas de-zenas por submersão. Possivelmente tem a ver com a altura citada para o acasalamento destes tubarões que é durante a primavera. Curiosa-mente dos registos feitos até à data ainda não há a identificação de um exemplar macho.

Este facto é no mínimo interes-sante e parece ter conteúdo, ar-gumento e é acessível para que se proceda um estudo mais ri-goroso e científico por forma a sabermos um pouco mais sobre a espécie e a razão da-

Por

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Curiosa-mente dos re-

gistos feitos até à data ainda não há a identificação de

um exemplar macho.

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Por Água

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quele local específico. Tomei a iniciativa de con-tactar um Professor da Faculdade de Ciências de Lisboa, que mostrou de imediato interesse pelo assunto e dentro em breve vamos criar sinergias para iniciar e trabalhar o tema.

UMA PEQUEnA DESCRiÇÃO SObRE A ESPéCiE: O pata-roxa conhecido no norte da Europa por “small-spotted catshark” (pequeno tubarão--gato manchado) e no mundo científico como Scyliorhinus canicula pertence ao grupo dos tubarões (peixes car-tilagíneos) e é um parente próxi-mo de muitas outras espécies de tubarões bem maiores como o tubarão-martelo, tubarão-tigre, o tubarão-baleia, etc. O pata--roxa apesar de ter característi-cas muito semelhantes a outras espécies de tubarões tem a parti-cularidade de só atingir cerca de 1 metro de comprimento e pesar cerca de 3kg (na grande maioria das observa-ções efetuadas rondam entre os 50 e os 70 cm de comprimento).

Trata-se de uma espécie costeira que pode ocor-rer até cerca de 400 metros de profundidade. Encontramo-los normalmente durante o dia repousados em fundos móveis (areia, areão) ou

sobre as rochas (no limiar desses fundos mó-veis). Do que se conhece desta espécie é duran-te a noite que têm maior atividade, altura em que procuram os seus alimentos (moluscos, crustáceos e pequenos peixes).

Os machos e as fêmeas vivem normalmente se-parados, tendo o encontro na altura da prima-vera para o acasalamento, o que parece bater

certo com as observações efetuadas até á data.

A postura é feita pelas fêmeas até dois ovos de cada vez (até oito por semana) em águas mais res-guardadas e pouco profundas. Esses ovos em forma de “H” são protegidos por uma forte cápsula

que se fixa a algas, gorgónias ou estruturas rígidas pelos vários fila-

mentos. Nove a onze meses depois, dá-se a eclosão dos juvenis (com cerca

de 10 cm de comprimento).

Para quem tenha curiosidade em mergulhar com esta pequena espécie de tubarão, basta di-rigir-se a Cascais e contactar o centro de mergu-lho CascaisDive na praia da Duquesa. ø

Miguel Lacerda

Trata-se de uma espécie

costeira que pode ocorrer até cerca de 400 metros de

profundidade

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Por Água Atividade

STAnD UP PADDLE

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Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR48

Por ÁguaÉ cada vez mais frequente vermos nas praias portuguesa pessoas em pé na água … não, não é milagre: é o Stand Up Paddle (SUP).

o SUP é a atividade física e desportiva que nos úl-timos anos mais cresceu ao nível de praticantes em todo o mundo. Pode mesmo falar-se da febre do Stand Up Paddle, uma febre boa e que vicia. Adequado para todas as idades, tipos de condição física e gostos, pode praticar-se no mar flat ou nas ondas, nos rios (rápidos e calmos), lagoas, albufeiras, enfim, em qualquer plano de água e para todos os tipos de emoções: fortes, tranquilas, exaustivas, amigos, família e até para passear com o cão. Será talvez a “bici-cleta” da água em que todos vão poder andar!

ORiGEnS DO STAnD UP PADDLEO SUP é uma antiga forma de deslizar na água de pé em cima de uma prancha e utilizando um remo para progredir. A origem do SUP está ancorada nas raízes do surf e remonta à época dos grandes Reis havaianos da era pré-coloni-zação. Eles costumavam viajar pelo arquipéla-go remando em canoas que acabaram por dar origem às pranchas. A tradução Havaiana da palavra é “Ku Hoe He’e NALU” ou seja “colocar--se de pé, remar e surfar a onda”. Nos finais dos anos 90, Laird Hamilton e Dave Kalama (surfis-

tas de ondas gigantes) e um núcleo de water-mens reintroduziu a modalidade como forma alternativa para os seus treinos nos dias em que não podiam surfar. Foram assim percebendo como o SUP é uma excelente opção de treino de condição física fortalecendo braços, pernas, ab-dómen, além de melhorar o equilíbrio, postura e concentração. Pode dosear-se o seu grau de intensidade facilmente, aplicando mais ou me-nos pressão nas remadas. Pode fazer-se desde um treino aeróbio de baixa ou alta intensidade, até um treino mais anaeróbio, voltado para for-ça e potência muscular. Um aspeto interessante é a propriocepção muito estimulada durante a prática, o que ajuda a prevenir lesões como en-torses do tornozelo ou lesões no joelho. Para não atletas é uma excelente opção a fim de melhorar ou manter a forma física assim como para quem quer perder peso (devidamente orientado…).

QUE MATERiAL nECESSiTO PARA PRATiCAR

- Prancha:As pranchas de SUP possuem dimensões e me-didas próprias, as quais caracterizam tanto a sua forma como o seu comportamento na água. Es-tas medidas são referenciadas em “pés” e “pole-gadas” e devem adequar-se ao tamanho e peso do praticante bem como ao seu nível técnico e tipo de utilização. As pranchas mais compridas têm uma melhor performance na progressão (deslizamento), as pranchas mais largas têm

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uma maior estabilidade; quanto mais curta é a prancha melhor responde à pressão dos pés e apoios do remo para mudança de direção. Existem os seguintes tipos de pranchas:All Around - ideais para quem quer fazer uma utilização familiar e de passeios. São normal-mente compridas e largas com uma boa flutabi-lidade, o que lhe confere uma boa estabilidade (tamanhos entre os 9’ e 11’ pés)

Ondas - mais instáveis mas mais fáceis de ma-nobrar. Os seus tamanhos variam bastante tal como o seu shape que vai determinar o grau técnico e facilidade de manobra (tamanhos en-tre 7’11 e 9’ pés) Race - pranchas para realizar grandes distân-cias, são normalmente utilizadas em competi-ção. Existem pranchas de race 12’6 pés, 14’ e 17´com larguras variáveis.

Os materiais de construção das pranchas pode passar pela Epoxy, wood ou carbono sendo os valores comerciais em crescendo pela ordem

descrita.

Remos:Podemos falar de três tipos de remos com com-posições de alumínio, madeira, carbono, ou ke-vlar:Ondas – a pá tem a forma de uma gota de água;Power – a base da pá é reta, o que faz com que a remada seja bastante potente sendo um remo bom para águas tranquilas e iniciação às ondas;

Race – é uma mistura dos anteriores mas um pouco mais estreito, para que não ofereça muita resistência à água.

Será ainda necessário o fato de neoprene (por-que vamos querer praticar durante todo o ano), colete de flutuação (para quando fazemos rema-das de distância – navegar), e leash para que a prancha esteja sempre ligada a nós.

Antes de comprar material é fundamental fazer algumas aulas de forma a aprender as técnicas básicas e regras de segurança e perceber qual a

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Por Águavertente de SUP que mais nos agrada e em fun-ção da nossa estatura e nível técnico escolher a melhor prancha e remo.

DiFEREnTES vERTEnTES DO SUPComo fizemos referência anteriormente o SUP pode praticar-se em qualquer plano de água e com o objectivos muito diferentes, assim no mar podemos fazer grandes travessias, downwind (baixar ao vento) e ondas. Nos rios e albufeiras, passeios, expedições e rápidos. Podemos ainda praticar SUP Indoor (piscinas), SUP Fit, SUP Yoga, SUP Pilates ou com fins terapeuticos.

Ao nível das competições desportivas existem atualmente: • Race Maratona: + 10 km• Race Técnico: 5 a 6 km• Race Sprint: 200 a 800 m• Ondas

Portugal é um dos paises como melhores condi-ções para a prática desta modalidade, com um clima ameno durante todo o ano, boas ondas, muitos rios, e com características únicas no mun-do para a realização da vertente de downwind. Para começar a praticar, devemos procurar uma escola de SUP devidamente registada e autoriza-da com técnicos com formação especializada. ø

isa Sebastião www.supaddiction.com.pt

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STAnD UP PADDLE LAGOA DE óbiDOS

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SUP - STAnD UP PADDLE SUP

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South Adventures é uma empresa que é es-pecializada na prestação de serviços rela-cionados com um dos mais bem sucedidos desportos de hoje e em grande crescimento: SUP - Stand Up Paddle Surf.A nossa oferta destina-se a todos os tipos de pessoas: desde principiantes absolutos aos mais experientes que desejam explorar lu-gares singulares, como praias, com ou sem ondas, rios e lagoas, de uma forma exclusiva e personalizada.Além disso, a South Adventures é capaz de organizar passeios para explorar a zona de Lisboa ou até mesmo a costa Portu-guesa em cima de uma prancha de SUP. Organização: South Adventures

Preços

COnTACTOST. 916126305 / 300E-mail: [email protected]@southadventures.com.ptRegisto RNAAT 101/2013Apólice de Seguro Nº 85.021205 Mútua dos Pescadores

STAnDUP PORTUGAL ACADEMYA StandUp Portugal Academy, Lda., é uma empresa de animação turística registada que oferece programas de Stand Up Paddleboar-ding para turistas nacionais ou estrangeiros em locais privilegiados da Costa de Prata. Praticamos uma novidade da modalidade: O Stand Up Paddle Yoga, vem experimentar!Temos 3 spots onde realizamos a atividade de Sup Paddle.Spot 1: Lagoa de Óbidos - A paisagem des-lumbrante da maior lagoa de água salgada da Europa permite realizar um passeio de SUP e “Bird Watching”.Spot2: Ilha da Berlenga - Fazer SUP nas zo-nas mais bonitas da ilha, é um experiencia única e inesquecível.Spot 3: Baía de São Martinho do Porto - O Passeio de Sup na Baia proporciona aos pra-ticantes uma experiência de Sup no Oceano. De que esperas? Marca já a tua experiência de Sup. Organização: Standup Portugal Academy

COnTACTOST. 916126305 / 300E-mail: [email protected]

Se está de férias na Costa de Portugal e pro-cura uma nova atividade no meio aquático..seguida, vême experimentar o Stand Up Paddleboarding na Lagoa de Óbidos connosco. Neste meio dia a aventura é garantida! ALagoa é de água salgada das marés rodeado pelas aldeias Bom Sucesso, Pérola da Lagoa, Foz do Arelho e Nadadouro.Organização: Supxcape

COnTACTOST. 937 841 307E-mail: [email protected]

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Por Água

O Stand up Paddling (SUP) tornou--se num dos desportos náuticos com maior crescimento, nos úl-timos tempos.

No SUP, a não ser que se entre em compe-tição, somos todos vencedores. É um des-porto que depende apenas de nós próprios e da nossa vontade. Não tendo a dificuldade inicial que existe na maioria dos desportos náuticos, como o windsurf ou o surf, o SUP é adequado a todos, mas é aconselhada a sua prática a partir dos 10 anos.

Uma vez um cliente disse-nos que a sua pri-meira experiência de SUP tinha sido fantás-tica, parecia estar a “andar sobre a água”…e é exatamente isso que o torna tão apetecível e é tão atrativo. Cada praticante dita o seu próprio ritmo, podendo decidir se vai apenas dar um pequeno passeio, fazer um exercício mais intenso ou uma grande corrida, tudo depende da sua vontade e habilidade.

Esta modalidade tem a vantagem de poder ser praticada em lagos, rios ou mar. Em Portugal, a nossa imensa costa oferece-nos um elevado le-que de opções para praticar todas as categorias de SUP e em praticamente todas as estações do ano. Há vários lugares fabulosos a menos de 2h de Lisboa…nós na Beyond Boards levamos os principiantes normalmente para a baía de Cas-cais por ser um local muito protegido do vento e das correntes e, simultaneamente, com um ce-nário de fundo de cortar a respiração.

Para os que têm mais tempo ou mais experiên-cia, providenciamos tours de meio-dia e de dia inteiro bem como SUP camps, que incluem dor-mida num fantástico hostel, transferes diários para os locais de SUP, material completo e aulas com instrutor.

As viagens de um dia são altamente aconselhá-veis para quem queira também conhecer um pouco do país de uma forma diferente. Deixe o carro de lado em alguns locais, e faça o passeio de Sup. Dependendo do interesse dos clientes

SUP COM A bEYOnD bOARDS!

Aventura

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pode-se incluir passagem por monumentos his-tóricos, marcos interessantes ou simplesmente zonas de natureza deslumbrante. Pelo caminho é ainda uma opcional parar em restaurantes tí-picos ou cafés locais.

A Beyond Boards é especialista em pacotes de aulas de SUP, viagens de SUP, campos e ainda de SUP YOGA, uma forma muito divertida e clara-mente original de fazer ambas as modalidades, sobre a qual falaremos mais adiante neste ar-tigo. Temos uma equipa multilingue de instru-tores e com diferentes backgrounds e em que todos partilham a mesma paixão por este des-porto.

Com o aparecimento de várias empresas de SUP no mercado como é que pode saber qual é a me-lhor?

Há alguns pontos que deve ter em conta nessa escolha: - Certificado de Instrução de SUP. A Beyond Boards é gerida por uma instrutora certificada em ASI níveis 1, 2 e 3, que garante que todos os elementos da sua equipa são extremamente profissionais. As aulas são bem estruturadas e pensadas para que cada aula tenha valor acres-centado.- Utilização de material de alta qualidade nas aulas. A Beyond Boards é também a empresa distribuidora oficial da melhor marca de fabri-cantes de SUP mundiais: a STARBOARD. Com isto conseguimos garantir nas aulas equipamen-to sempre em excelentes condições e os últimos modelos de pranchas e pagaias/remos. Para a melhor aprendizagem possível é fundamental ter o melhor material. Deve ter bem em atenção este ponto quando aluga ou compra material de SUP.

Por vezes, na tentativa de reduzirem alguns cus-tos, muitos operadores oferecem material mais barato e o cliente acaba por ter uma experiência menos positiva. Alguns exemplos são a prancha parecer um peso-morto, a pagaia não ter a al-tura indicada, entre outros aspetos. Para evitar este tipo de desapontamento questione sempre pela marca, o modelo e o ano da prancha, ve-rifique a altura da sua pagaia/remo e pergunte quais são as opções de troca em caso de se sen-tir desajustado. Se possível experimente vários pois terá melhor termo de comparação. Se não lhe derem uma explicação razoável, é altura de procurar outro operador!

Já está com vontade de entrar na água? Se ainda não se sente inspirado experimente SUP-YOGA, uma forma fabulosa de combinar os elementos do Yoga e do SUP que o deixarão rejuvenesci-do, uma vez que alia um treino de fitness com o equilíbrio da yoga.

Fazer exercício numa prancha em vez de em chão firme treina vários músculos diferentes e melhora o seu equilíbrio central. Adicionando um bocadinho de passeio/remada antes e depois da aula de yoga, pensando também que estará na água rodeado de natureza, torna esta ativida-de uma experiência única para o corpo e mente. Não é necessário qualquer tipo de experiência. As aulas de SUP-YOGA são leccionadas por uma instrutora de yoga profissional para garantir que esta é uma experiência segura e divertida em simultâneo. ø

Entre nesta aventura!Tina Sahl

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SUP COM A bEYOnD bOARDS!

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GEOSSÍTiOS DE AROUCA

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Vanda Abreu, é uma apaixonada pela fotografia e pelos desportos de mar.Tudo começou nas viagens, primeiro com a família e uma pequena Olympus 35RC vinda de Nova Yorque e ofer-ecida pelo meu avô aquando dos meus dezasseis anos! Continuou mais tarde nas férias, novas viagens, em festas e encontro de amigos, sempre a procurar captar com a minha máquina diferentes perspectivas das pessoas, dos objectos, dos detalhes.

Quando a “pre’ jubilacion “ me foi “oferecida” pelo Banco, foi determinada que escolhi uma Canon 400D para dar um salto na qualidade técnica, nos motivos novos de foto-grafia que escolhi, bem como participar em workshops. Como desde sempre gostei e vivi perto do mar, com muito amigos praticantes de windsurf e sup esta passou a ser a minha “praia”.Exige capacidade de muita observação, paciência, para se conseguir captar aquele momento! Não importa que as condições climatéricas sejam difíceis...vento,chuva, frio...já que é nas condições piores que se consegue captar o melhor.Espero que sintam nas fotografias aqui colocadas o cheiro de mar, a luz, os sons, a emoção e prazer dos desportistas!”

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QUEM é vAnDA AbREU?

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GEOSSÍTiOS DE AROUCA

Foto-Reportagem

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LiSbOA MADRiD EM bTT, A GRAnDE EXPEDiÇÃO

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FotografiaEtapa 1 - Madrid a Miraflores (68km, 1200m )

O início da rota é no centro de Madrid, na famosa Plaza del Sol, onde se encontra o marco kilométrico que assi-nala o km 0 de todas as estradas que saem de Madrid! Segue-se por ruas pedonais passando e por alguns par-ques da cidade, tais como o Parque do Retiro.

O percurso segue para Norte por grandes avenidas e passa junto ao mitico estádio Santiago Barnabéu. Al-guns km depois e apenas 1h depois de iniciar a rota sur-ge o primeiro troço de terra e alguns divertidos km em single-tracks junto ao caminho de Santiago.

A grande cidade e começa a ficar para trás e atraves-samos alguns belos campos dourados a caminho das montanhas! O destino é Miraflores a 1100m de altitude à entrada da Serra do Guadarrama.

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Etapa 2 - Miraflores a Cercedilla, (68km 1850m+)

Etapa 4 - ávila – Barco D’ávila (116km, 2000m+)

Partimos de Miraflores de la Sierra, atravessamos o rio Guadalix e iniciámos uma suave e calma subida entre pinheiros e carvalhos.

Este dia é marcado por cenários de alta montanha, com fortes possibilidades de encontrar cavalos, gado e vida selvagem. Iremos encontrar alguns single-tracks diver-tidos num vale junto a uma ribeira de montanha, por en-

tre um fantástico bosque.

Grandes e longas subidas e divertidas descidas, este é um dia para recordar. O final deste belo dia nas monta-nhas é feito através de uma longa descida (os 10 km da etapa) para terminar em Cercedilla, hoje já com 1850m de acumulado de subida!

Etapa 3 - Cercedilla a ávila (92km, 1800m+)

No terceiro dia da travessia, temos a primeira etapa mais longa com 91 km a iniciar em Cercedilla. Este é um dia de planaltos em altitude, caminhos florestais e al-guns locais históricos interessantes, como a Cruz dos Caidos e El Escorial. Iremos pedalar parte do dia numa longa cumeada com um parque eólico. Para finalizar este longo dia, há um tesouro escondido, um espetacu-lar single-track que o levará até ao interior da cidade de ávila, uma das cidades históricas e culturais mais inte-ressantes ao longo da rota.

Deixamos a cidade medieval de ávila, descendo pelas ruas ao longo das muralhas e dirigindo-se para oeste. A saída da cidade entra num fantástico single-track si-nuoso ao longo de uma ribeira e no meio de uma denso e fabuloso bosque. Este é mais um dia de bicicleta em vai pedalar por incríveis caminhos de alta montanha e é ainda o dia com passagem a maior altitude de toda a travessia na Serra do zapatero a 1822m no Montanha de Gredos. A beleza das paisagens e o fantástico per-curso ao longo do rio Tormes com vários single-tracks e com as suas pontes romanas, ajudam a esquecer que este é um longo dia. Chegada a Barco d'ávila, uma cida-de histórica dentro desta cadeia de montanhas.

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Fotografia

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Etapa 5 - Barco D’Avila to SotoSerrano (86km, 1800m+)

Etapa 6 - Sotoserrano to Pinofranqueado, (84km, 1600m+)

Estamos no quinto dia da travessia e temos um desafio, a Montanha de Béjar.

Este é um dia com subidas dificeis, trilhos técnicos, e muitos single-tracks que resul-tam em um progresso lento, mas sempre cheio de emoções.

Atravessamos várias florestas de carvalhos e passamos pela espetacular e pitoresca Vila de Candelario.

Com excelentes single tracks e depois de 83 km finalmente chegará a Sotoserrano, a tempo de repousar no final da tarde!

Este é um dia onde o terreno é mais suave, e uma boa maneira para se recuperar da últi-ma etapa bem mais difícil.

As montanhas perdem alguma elevação e o terreno altera-se dos granitos para o xis-to. Este é o reino de carvalhos e pinheiros com excelentes caminhos na floresta, muito agradáveis para pedalar.

Atravessa ainda a região de Las Hurdes com excelentes paisagens, em mais cerca de 82 km e uns suaves 1650 m de subida, para ter-minar em Pinofranqueado.

Etapa 7 - Pinofranqueado to Valverde del Fresno, (108km 1800m+)

No sétimo dia da travessia, e com quase metade da distância percorrida é hora de desfrutar atravessando pequenas aldeias repletas de história e tradição, como que perdidas noutra época.

A Serra da Gata oferece belos trilhos e surpreenden-tes oportunidades para fotos durante este dia. A etapa termina em Valverde del Fresno depois de 2000 m de subida e 85 km pedalados.

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Etapa 8 - Valverde del Fresno ao Sabugal, (59km, 1500m+)

Etapa 9 - From Sabugal a Manteigas, (87km, 2500m+)

Metade da travessia está feita! Este é o dia mais curto, bom para recuperar para as pró-ximos 7 etapas.

Subida a montanha para atravessar a fronteira entre Portu-gal e Espanha a cerca de 1000m na Serra da Malcata.

O objetivo é atraves-sar esta região mon-tanhosa isolada e sel-vagem para chegar às primeiras aldeias típi-cas de Portugal.

O percurso segue através de uma flo-resta de pinheiros e carvalhos e contorna uma barragem para chegar à cidade de Sa-bugal.

Etapa de grande be-leza numa região de aldeias históricas de Portugal.

Passagem por Sorte-lha, uma incrivel aldeia de granito em estado medieval com um im-pressionante castelo!

Calçadas medievais e single tracks em vales entre aldeias farão as delicias dos ciclistas nesta etapa.

Entrada na maior ser-ra de Portugal com passagem por belos bosques e chegada a pitoresca vila de Man-teigas no leito de um vale glaciar!

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Fotografia

Etapa 11 - Piodão a Castanheira de Pera, (75km, 2150m+)

Etapa 10 - Manteigas a Piodão, (69km, 2200m+)

Paisagens de monta-nha de grande beleza. Este é também o dia mais alto em Portugal com passagem aos 1600 m junto a uma la-goa da mais alta Serra de Portugal – A Serra da Estrela, um belo e imponente maciço granítico com bos-ques, prados de mon-tanha e aldeias serra-nas típicas!

Final da etapa na mais bela aldeia de Xisto de Portugal – Piodão!

Esta etapa atravessa o sistema de montanhas de xisto do centro de Portugal e o percurso segue grande parte do tempo por cumeadas próximas dos 1000m. É um dia de grandes paisagens e de travessias de longos parque éolicos. Este é o últi-mo dia acima dos 1000m.

Final da etapa com uma incrível descida de 700 m de desnível até a tranquila vila de Castanheira de Pêra.

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Etapa 13 - Tomar a Rio Maior, (95km, 1800m+)

Etapa 12 - Castanheira de Pêra a Tomar, (90km, 2200m+)

Um dia incrível e com grande variedade de paisa-gens! Percurso de montanha com passagem em aldeias serranas e passagem pelo magnífico des-filadeiro da Foz do Alge. Cascata impressionante com single tracks super divertidos junto a ribeira. Entrada nas Serras de Calcário, paisagem que irá dominar as próximas etapas com os seus bosques de Oliveiras e Azinheira! Estamos no reino da Pedra!

Saída de Tomar, cidade dos Templários, para um dia de Serras Calcárias. Um dia totalmente passado no reino da pedra! Os caminhos são ladeados por muros de pedra cons-

truídos ao longo de centenas de anos, um cenário único e impressionante. No final do dia ao chegar a última cumeada da Serra va-mos avistar pela primeira vez a Costa Atlântica!

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Etapa 14 - Rio Maior a Torres Vedras, (67km, 1700m+)

Etapa 15 - Torres Vedras ao Cabo Espichel, (77km, 1700m+)

Fotografia

Finalmente no último dia desta épica travessia chega-mos ao mar! Para quem conseguiu atravessar 14 dias de montanha desde o centro da Peninsula Ibérica este é um grande dia!

Estradas e caminhos sobre o mar, single-tracks, trilhos nas falésias e praias fazem deste um dia diferente e único nesta travessia. Chegada ao Cabo da Roca, a pon-ta mais ocidental da Europa! ø

No início deste dia dominam os bosques de Euca-liptos. Atravessa-se a última serra calcaria da tra-vessia, Montejunto por um caminho a meia encos-ta com vistas soberbas sonre as planícies. Single tracks nas cumeadas repletas de típicos moínhos de vento e por ribeiras no meio de uma luxuriante vegetação mediterrânica são o ponto forte deste dia!

Próximo Madrid Lisboa: 14 a 28 Junho de 2014

António gavinhowww.bikemadridlisbon.com/#

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Fotografia do mês

boULdEr nighT SESSionRealizou-se no passado dia 14 de Junho o “Desnível All Night”, uma Boulder Night Session na Peninha - Sintra.O evento organizado pela Associação de Desportos de Aventura Desnível, com o apoio da Camâra de Cascais e do grupo Boulder Sintra, contou com a presença de mais de 60 animadores partici-pantes... O frio e nevoeiro que se fizeram sentir, não desmotivaram os fanáticos bloqueiros que passaram pelos inúmeros blocos ao longo da noite.Para terminar em beleza foi servido um caldo verde que aqueceu os mais friorentos e feito um sorteio de prémios oferecidos pela Petzl, Beal e Andrea Boldrini que animou o final de noite. Sem dúvi-

da um evento a repetir! ø

José Carlos Sousa

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MEnTALiDADE DE AUTO-PRESERvAÇÃO E kiT DE SObREvivênCiA

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aO turismo de natureza está cada vez mais na moda. Hoje em dia já são muitas as pessoas que prefe-rem passar uns dias numa selva na amazónia, na savana africana

ou nas grandes montanhas europeias, em de-trimento de um lugar de um destino de praia. Este afastamento da civilização deslumbra-nos mas ,também se pode tornar extremamente perigoso. Neste artigo abordaremos algumas práticas a implementar para quem vai fazer ou faz com regularidade viagens deste género.

MEnTALidAdE dE AUTo-PrESErVAçãoImagine que vai fazer uma viagem de 5 dias numa selva afastada da civilização, numa zona que não conhece minimamente e sem rede de telemóvel. Com certeza terá um guia contrata-do conhecedor profundo da zona, que o vai dei-xar descansado. Afinal só tem de seguir as suas instruções. Ora isto é um exemplo da ausência de mentalidade de auto-preservação: colocar--se completamente nas mãos de terceiros, por muito que confie neles. Imagine agora que a meio da viagem o guia adoece gravemente ou morre. Você está a 2 ou 3 dias da civilização, mas em que direção? Qual o caminho a tomar? E se comete um erro e se afasta ainda mais? Existem vários relatos de turistas em apuros porque o seu guia adoeceu ou acabou mesmo por morrer, ficando completamente dependen-tes deles próprios num ambiente desconheci-do e por vezes hostil, com poucos ou nenhuns conhecimentos para lidar com a situação. É preciso então adquirir esta mentalidade de au-to-preservação porque, por muito que os pro-gramas de TV lhe transmitam a ideia contrária, a sobrevivência não é nada divertida. É desgas-tante física e psicologicamente e em muitos ca-sos fatal. Grande parte das pessoas que se per-dem, morrem se não forem resgatadas nos 3 dias seguintes.

O que pode fazer então? Estude a zona para onde vai, a sua fauna e flora, nomeadamente plantas comestíveis ou tóxicas e animais pe-rigosos. Estude também o percurso e no últi-mo local com civilização informe alguém, de preferência as autoridades, do que vai fazer e do tempo que prevê demorar, para que saibam onde o procurar no caso de exceder esse tem-po. Conheça também as doenças próprias do local e os seus sintomas, levando medicamen-tos para as combater. Resumindo, informe-se o mais possível sobre tudo o que puder em rela-ção à viagem que vai fazer.

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S.O.S.o kiT dE SobrEViVênCiAO kit de sobrevivência é um conjunto de artigos a que recorremos em caso de emergência, es-sencial para a maior parte das incursões na na-tureza. Devemos salientar que um kit de sobre-vivência não é um kit de conforto. Não deve ser enorme e ocupar outra mochila, pelo contrário deve ser o mais compacto possível. Deve estar preso junto ao corpo, de modo a que seja mais difícil perdê-lo, pois muitos viajantes perdem a sua mochila e ficam apenas com a roupa que têm no corpo.

Pessoalmente uso uma “equação” para definir o que deve conter um kit de sobrevivência: 5xC+POS (cinco vezes C mais POS).

Os 5 “C” são em teoria os utensílios que mais dificilmente se encontram na natureza ou que sejam difíceis de fabricar apenas com materiais naturais. São 5 palavras começadas pela letra “C” para ser mais facilmente memorizável: Cor-tante, Combustão, Contentor, Cobertura e Cor-da. A estes 5 “C” acrescentaremos a sigla POS: Primeiros socorros, Orientação e Sinalização, resultando na “equação” acima mencionada. Este kit é muito pessoal e deve ser construído ponderando os seus conhecimentos ou compe-tências, mas vamos deixar uma ideia geral do que o mesmo deve conter.

Cortante: Prefira uma faca aos canivetes, porque o mecanismo dos mesmos pode partir-se e ficar

com esta ferramenta inutilizada. Junte-lhe uma pedra de afiar pequena e leve.

Combustão: Aqui não pode facilitar, o fogo é im-portantíssimo e serve para várias funções que vão desde aquecer, afastar predadores e insec-tos e cozinhar até purificar água e outros fins. Faça então um pequeno kit de fogo, composto principalmente por um isqueiro. Esqueça a vi-são romântica do fogo com dois pauzinhos, se-não ainda acaba em hipotermia ou mesmo mor-to. Junte algo que pegue fogo com facilidade (com uma faísca) e arda durante alguns minutos (por exemplo bolas de algodão embebidas em parafina). Como plano B coloque uma pedernei-ra (que funciona mesmo molhada) e uma lupa pequena (dependendo da zona para onde for), que também não ocupam muito espaço.

Contentor: Aqui falamos num recipiente que possa ir ao fogo e sirva para cozinhar e ferver água para a purificar e um saco dobrável apro-priado para carregar água, que quando dobrado ocupe muito pouco espaço.

Cobertura: Cobertura equivale a abrigo. Uma manta térmica ou uma lona pequena, leve e compacta, que consiga abrigá-lo rapidamente dos elementos.

Corda: De preferência paracord, não só pela sua resistência e durabilidade, mas também porque podem ser aproveitadas as suas fibras interiores

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e multiplicar a quantidade disponível, dependendo do trabalho a realizar.

Primeiros socorros: Partindo do princípio que leva um es-tojo mais completo na mochi-la, o que leva no kit de sobrevi-vência deve ser o mínimo possível para emergências e versões mini das coisas comuns, com principal incidência em medicação vital que possa estar a tomar e pas-tilhas de purificação de água (Plano B, no caso de não conseguir fazer fogo), anti-histamínicos, antidiarréicos, etc., tudo em quantidades redu-zidas.

orientação: Uma bússola pequena mas fiável será o essencial e se possível um mapa da zona.

Sinalização: Possivelmente das coisas mais me-nosprezadas e no entanto mais importantes. Neste item temos duas palavras-chave: contras-te e movimento. Tudo o que possa fazer contras-te com o meio natural pode ser utilizado, a co-meçar pela sua roupa. Se estiver numa floresta

a usar roupa com padrão camuflado, o mais certo é passar completamente des-percebido, enquanto se usar roupa laranja (por exemplo)

fará bastante contraste com o meio natural.

Em relação ao movimento é usar a imaginação e criar movimentos que

não sejam naturais (improvisar uma bandei-ra com uma peça de roupa, por exemplo). Junte ainda um bom apito (o som chega mais longe e você não se cansará tanto do que se estiver a gri-tar), um pequeno espelho sinalizador e até uma caneta laser, que ocupa pouco espaço e, depen-dendo da potência, pode ser vista a muitos kms assim que começa a anoitecer e pela noite fora (as aeronaves normalmente não fazem buscas de noite, mas em certos casos o socorro virá por terra). Adicione também uma pequena lanterna LED de dínamo.

Faça uma fogueira com lenha e ramos verdes, para fazer bastante fumo que seja visível o mais longe possível.

Se estiver numa

floresta a usar roupa com padrão camuflado,

o mais certo é passar com-pletamente despercebido,

enquanto se usar roupa la-ranja (por exemplo) fará bastante contraste com

o meio natural.

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diCAS AdiCionAiS E EXTrASTente diminuir ao máximo o tamanho e o volu-me do seu kit de sobrevivência. Coloque os arti-gos uns dentro dos outros, gerindo muito bem o espaço. Use a imaginação e escolha artigos com mais do que uma função. Por exemplo, uma lona laranja pode servir de abrigo e sinalização, assim como o kit de fogo poderá servir para co-zinhar, purificar água, aquecer e sinalizar.

Muito importante também é imper-meabilizar o seu kit e para isso

temos várias opções, basta pesquisar um pouco (sacos

zip lock, por exemplo).

Não descure a tecnolo-gia. Se tiver um smart-phone com gps, adqui-ra um carregador com bateria incorporada,

que lhe permita car-regar o mesmo nos dias

que vai estar afastado da civilização. Use uma aplica-

ção que registe todo o percurso (por exemplo Wikiloc) e em caso de emergência pode voltar para trás seguindo o percurso regis-tado. Se não tiver esta possibilidade lembre-se de que se houver um bom plano, se souberem para onde vai e o horário previsto para regres-sar, provavelmente a única coisa que precisa de fazer é estar quieto e sinalizar.

Neste artigo não é possível descrever ao porme-nor como criar o seu kit de sobrevivência ou os seus artigos, mas fica com uma ideia geral do que deve fazer. Existem várias técnicas em caso de emergência que também não podemos des-crever exaustivamente neste artigo, para isso pode consultar os meus artigos nas edições an-teriores da Revista Outdoor.

Mas o mais importante é procurar formação nesta área, só assim estará realmente prepara-do e mais confiante no caso de ser necessário, o que pode significar a diferença entre a vida e a morte. ø

Luís Varelainstrutor de bushcraft e Técnicas de Sobrevivência

www.luisvarela.pt www.escoladomato.com

S.O.S.

Muito importante

também é imper-meabilizar o seu kit e

para isso temos várias opções, basta pesquisar

um pouco (sacos zip lock, por exem-

plo).

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Per

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Luís Varela é um dos poucos instrutores de Bush-craft e Técnicas de Sobrevivência em Portugal e um especialista em Preparação e Resposta a

Catástrofes, com centenas de horas de formação dadas nestas áreas, um pouco por todo o país.

é formador certificado pelo IEFP e diretor pe-dagógico da Escola do Mato, onde também é

instrutor em diversos cursos. é aluno de David Canterbury, um conhecido especialista mundial em sobrevivência, com programas no Canal Dis-covery. é também convidado regular em pales-

tras e workshops sobre estas temáticas.

Como surgiu o gosto por esta área do bushcraft e da sobrevivência?A minha infância foi passada numa zona com baixa densidade populacional e com mato e o rio por perto. O contacto com a natureza era uma constante e era ali o meu local de eleição para passar a maior parte do meu tempo livre. Mais tarde, no início dos anos 90, surgiu o gosto pelas questões da sobrevivência quando servi na For-ça Aérea Portuguesa. O Bushcraft surge mais tarde como uma se-quência lógica de tudo isto.

Como são inseridas estas duas disciplinas no seu dia a dia?Quando não estou a dar formação ou a partici-par em nenhuma atividade, aproveito ao máxi-mo para estudar, colocar em prática novas téc-nicas e treinar situações específicas ou cenários. Um formador tem de ter este nível de exigência consigo próprio, pois só assim está o mais prepa-rado possível para ensinar os outros.

qual a diferença entre o bushcraft e a Sobrevi-vência?As Técnicas de Sobrevivência incidem geral-mente sobre uma situação de emergência e o que fazer para nos mantermos vivos até sermos resgatados dessa mesma situação. O Bushcraft vai mais além, porque cultiva o gosto de estar-mos na natureza e nos sentirmos confortáveis nela, pelo seu estudo, proporcionando uma inte-ração o mais harmoniosa possível e aprendendo a retirar dela maneiras de suprir a maior parte

das nossas necessidades. São coisas distintas, embora se possam aplicar na Sobrevivência al-gumas das técnicas utilizadas no Bushcraft.

Sendo também Escoteiro-Chefe na Associação dos Escoteiros de Portugal, considera o escotis-mo uma base fundamental para o crescimento dos pequenos aventureiros?Sem dúvida! Mas o escotismo é muito mais do que isso: É uma associação educativa que utiliza a educação não formal como um complemen-to importantíssimo da escola. Visa, entre muitas outras coisas, formar cidadãos interventivos na sociedade, conscientes dos seus deveres e obri-gações, com capacidade de liderança, solidários com o próximo e com elevados conhecimentos sobre a natureza.

Com todas as restrições da sociedade moderna, o escotismo começa a ser das poucas atividades que tira os jovens de frente dos computadores e os coloca em contacto com a natureza. É a mi-nha maneira de fazer voluntariado e contribuir um pouco para a sociedade, por isso adoro ser-vir no escotismo.

A sua família segue este seu gosto pela natureza?O meus filhos João e o Gonçalo também são escoteiros por isso o gosto pela Natureza está muito enraizado neles. Sempre que podemos fa-zemos umas aventuras em conjunto, para com-pensar algum do tempo que passo no mato a dar formação ou em treino. Para tudo isto é essen-cial ter uma esposa de fora de série e eu tenho a sorte de ter a melhor do mundo.

quais os conselhos para quem quer aprender téc-nicas de bushcraft ou de sobrevivência?Em termos de sobrevivência torna-se necessá-rio desmistificar os programas de TV, onde pare-ce uma coisa simples e divertida, mas ter a vida em perigo não é nada divertido. As técnicas de sobrevivência são úteis para todos, não apenas para quem se aventura na natureza, pois uma situação destas pode ocorrer quando menos es-peramos. Deve sobretudo procurar formação idónea e de qualidade reconhecida nestas áreas, porque não são vídeos no Youtube que lhe vão conseguir transmitir estes conhecimentos. Para dar um exemplo, muitas plantas conhecem-se pelo seu cheiro característico, coisa que o you-tube ainda não consegue transmitir.

Também na área do Bushcraft, são tantas as áreas de intervenção e as técnicas básicas, que o melhor é começar também por uma boa for-mação na área e depois continuar a praticar. ø

Perfil

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S.O.S.

MALÁRiA Saúde do Viajante

A Malária é uma doença grave, pre-valente em alguns países do mundo classificados como em vias de de-senvolvimento. Caracteriza-se por uma infeção cau-

sada por um parasita denominado Plasmodium, transmitido através da picada de mosquitos do género Anopheles.

Existem quatro tipos de parasita Plasmodium, possíveis de causar a malária, o Plasmodium falciparum, o Plasmodium vivax, o Plasmodium ovale e o Plasmodium malariae. O Plasmodium falciparum é frequentemente o mais perigoso, sendo responsável pela doença na sua forma mais severa e/ou morte.

o qUE AConTECE nA MALáriA?Após a picada do mosquito, o Plasmodium é libertado na corrente sanguínea e infeta as células do fígado, levando à sua destruição e permitindo que milhares de parasitas entrem na corrente sanguínea e infetem os glóbulos vermelhos do sangue. Segue-se um ciclo de in-feção, com a reprodução dos parasitas nos gló-bulos vermelhos e a sua posterior destruição.

Dependendo do tipo de parasita Plasmodium, o período de incubação pode levar de 9 dias a 10 meses, sendo o Plasmodium falciparum o res-ponsável por um menor período de incubação, entre 9 a 14 dias.

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S.O

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Mal

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qUAiS oS SinToMAS?Segundo o Dr. Stam, médico da clínica 121doc: “Os sintomas da malária podem desenvolver-se 7 dias após a infeção e a sua severidade pode va-riar de acordo com o uso ou não de profilaxia, no caso de ser uma infeção recorrente, do es-tado de saúde da pessoa infetada e do tipo de parasita que causou a infeção.”

Os sintomas mais comuns assemelham-se aos de outras infeções como a gripe (vírus influen-za) e podem incluir febre, dores de cabeça, do-res musculares, tosse seca, arrepios, suores, fadiga e cansaço, náuseas e vómitos. Em casos

mais raros, a malária pode afetar a função ce-rebral e levar a convulsões e à perda de cons-ciência.

PAíSES dE riSCoAs zonas de maior risco da malária incluem os países do continente africano, em especial a África do Norte, a América Central e do Sul, o Médio Oriente e a Ásia. Estima-se que mais de 100 países do mundo sejam considerados de risco para esta infeção, pelo que é importante estudar o risco do seu destino antes de viajar.

PrEVEnção dA MALáriAExistem duas estratégias preventivas que pode adotar para evitar a infeção, a profilaxia da ma-lária e a protecção contra as picadas de mos-quito.

Para prevenir as picadas dos mosquitos, deve evitar sair no período noturno, uma vez que este se caracteriza por uma maior atividade dos mosquitos responsáveis pela infeção. Opte por roupas que cubram as principais áreas do cor-po e use repelente de insetos, principalmente nas áreas descobertas. O uso de redes mosqui-teiras e sprays inseticidas é também muito útil, principalmente nas áreas de dormir.

Em relação aos tratamentos profiláticos, a sua utilização depende do risco do país ou região de

destino, uma vez que esta profilaxia deve ser adaptada às condições de saúde do

paciente, em especial no caso dos mais jovens, idosos, grávidas e imunocom-prometidos. A maioria das pessoas infetadas com malária não segue a profilaxia, pelo que esta é muito im-portante para evitar a infeção.

Atualmente estão disponíveis vários tratamentos, adaptados ao risco do

país de destino, podendo a sua toma e

“Após a picada do mosquito, o Plas-modium é libertado

na corrente sanguínea e infeta as células do fígado, levando à sua

destruição (...)”

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duração variar de acordo com o tipo de trata-mento. “Deve cumprir a dose e a duração reco-mendadas do tratamento e assegurar-se de que tem a quantidade de medicamento suficiente para a sua estadia e após regressar da sua via-gem, uma vez que na maioria dos casos deve ser feita a toma após o regresso durante 1 a 4 semanas.”

TrATAMEnToS diSPoníVEiSApesar de a profilaxia ser a melhor opção para prevenir a infeção de malária, existem trata-mentos antimaláricos para o tratamento desta condição.

A Cloroquina é o tratamento mais eficaz para tratar as infeções causadas pelo Plasmodium ovale ou Plasmodium malariae, sendo por isso recomendado para áreas de baixo a moderado risco de infeção.

No caso das áreas de risco elevado, onde estão presentes as estirpes mais resistentes do Plas-modium falciparum ou Plasmodium vivax, o tratamento com a cloroquina não é eficaz, pelo que se recomendam o Malarone (atovaquona e proguanil) e a Doxiciclina.

S.O.S.

Se vai viajar para uma localização onde a malá-ria é prevalente, é importante que siga a profi-laxia da malária e adopte medidas preventivas para evitar a infeção. A malária é um doença grave e potencialmente mortal, mas também capaz de ser prevenida se tomar as devidas precauções. ø

Clínica 121docpt.121doc.net

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Novembro_Dezembro 2011 OUTDOOR82 Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR82

GEOSSÍTiOS DE AROUCA

21 PRAiAS FLUviAiS DAS ALDEiAS DO XiSTO

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PiODÃO Praia Fluvial da Aldeia Histórica do Piódão. Um local apetecível, magnífico para as férias. Água fresca e límpida, num belo e envolvente local.

O local ideal para descansar: nas margens do rio Ceira onde ainda se ouve o chilrear dos pássaros.Praia fluvial com relvados, acesso para pessoas com deficiência, parque infantil e bar/esplanada.Bons acessos e zona de estacionamento.

CAnAvEiASNas Fragas de S. Simão, encontrará uma praia de construção recente, rodeada das imensas fragas, que possibilitam a realização de desportos radicais (rappel, slide, escalada), num local de uma beleza ímpar, que poderá percorrer e assim desfrutar de toda a sua excelência. Ali existe um bar de apoio, instalações sanitárias e balneários.

FRAGAS DE SÃO SiMÃO

Venha conhecer as 21 Praias Flu-viais da Rede das Aldeias do Xisto.Espaços belos e agradáveis, num ter-ritório repleto de lendas.

Descubra zonas refrescantes e um povo acolhe-dor que transformarão uma simples visite em momentos que desejará repetir.

INICIE A SUA DESCOBERTA.

Explora o site das praias fluviais: www.praiasfluviais.com

Descobrir

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ORTiGALocalizada na região sul do Concelho de Mação e com a albufeira da Barragem de Belver como pano de fundo, a Praia Fluvial de Ortiga é desde há muito o local de eleição para quem visita Mação e para os próprios maçaenses.Equipada com infraestruturas de excelente quali-dade é também possível a marcação de atividades desportivas de ar livre e lazer.

ALDEiA RUivAPraia com bandeira Acessível.Esta Praia situa-se na ribeira de Isna. É uma praia muito completa, com balneários, bar-restaurante/ esplanada, parque de estacionamento, entre outras.Esta praia foi classificada como praia acessível e recebeu o galardão de “Praia Acessível, Praia para Todos”. Muito próxima da principal via de comuni-cação: IC8.

MALhADALNa base da Serra de Alvéolos, bem no interior de Portugal, onde serpenteia a Ribeira da Isna (afluen-te do Rio Zêzere), a Praia Fluvial do Malhadal, tem para lhe oferecer um óptimo local de descanso e de contacto com a natureza.Caracteriza-se por uma enorme extensão de água (cerca de 1 Km), cercada de abundante vegetação e de relevo acidentado.

FRóiAO aproveitamento da Ribeira da Fróia permitiu a construção desta praia situada num pequeno vale, através da requalificação das suas margens com passeios, bancos e até candeeiros, que permitem um belo panorama nocturno.Trata-se de um espaço bem arranjado que se esten-de ao longo de cerca de duzentos metros da ribeira.

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Situada no leito da Ribeira de Pêra, de águas límpi-das e cristalinas, a Praia Fluvial do Poço Corga pro-porciona ao visitante a tranquilidade e serenidade necessárias para renovar forças e deliciar o corpo e o espírito.As paisagens bucólicas, que misturam o verde da Serra da Lousã com o azul do céu, o colorido das flores e o chilrear dos pássaros, propiciam um con-tacto pleno com a natureza.

POÇO CORGA

AÇUDE PinTOCom um aproveitamento exemplar da Ribeira e das suas margens, a Praia Fluvial do Açude Pinto contém todas as infra-estruturas necessárias para que o vi-sitante usufrua de belos dias de lazer e calma. Esta praia convida o visitante a usufruir de todos os es-paços existentes: com muitas sombras, relva e duas piscinas.

CAMbASPraia Fluvial com uma vasta área verde e com apro-veitamento natural do Rio Zêzere. Local privilegiado para um dia de descanso em contacto com a natu-reza.Nesta praia houve o aproveitamento perfeito do ser-pentear do Rio, constituindo um local único com uma riqueza natural e com pouca intervenção hu-mana.

Descobrir

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LOUÇAinhAA frescura, o verde das serras, a calma e a paz des-te local, fazem das Represas Naturais da Louçainha um dos locais naturais mais aprazíveis do Concelho.Aqui poderá encontrar para além de piscinas naturais, um parque de merendas e um restaurante panorâmico.

Praia fluvial nas margens do rio Alva, junto a um açude.Tem muita sombra, proporcionada pela galeria ri-beirinha de amieiros.

Com vastos espaços verdes, estacionamentos e bons acessos.

SECARiASA Praia Fluvial das Rocas é um complexo de lazer, animação e divertimento situado num lago com quase 1 km de extensão, bem no coração de Casta-nheira de Pêra.Uma ilha no centro da Praia, uma piscina de ondas (a maior do país), uma albufeira e uma ponte se-cular, constituem um ambiente onde o sonho e a realidade se confundem.

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Praia fluvial natural na ribeira de S. João, num lo-cal deslumbrante caracterizado pelas Ermidas de Nª Sra. da Piedade e o Castelo da Lousã.

A praia e a envolvente tem inúmeros recantos pro-pícios para descansar, merendar ou sonhar com as lendas da Princesa Peralta.

SRª DA PiEDADE

Paraíso de água e sol no rio Ceira entre as Serras do Açor e Lousã.Praia fluvial com relvados, ilha de areia no meio do rio, esplanada sobre o rio e monumentos como a ponte Joanina de Góis e o restante centro histórico.

PEnEDA

DescobrirAnA DE Aviz

O local ideal para descansar mesmo junto ao IC8.

Praia fluvial com relvado, acesso a deficientes e bar/esplanada. Bons acessos, zona de estaciona-mento e parque de merendas com churrasqueira.

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Praia fluvial no rio Ceira, com boas instalações de apoio: bar e parque de campismo.Possui uma rampa e plataforma de apoio para acesso à água, além de uma piscina destinada a crianças.O local ideal para as suas férias..

SRª DA GRAÇA

MOSTEiROA praia fluvial do Mosteiro rodeada de pequenas e grandes hor-tas, propriedade dos habitantes da aldeia, que lhe confere um enquadramento rural. Banhada pela ribeira de Pera, esta praia tem grandes espaços verdes e uma zona extensa de água. Per-pendicular à zona fluvial há uma pequena cascata com riacho. Os pinhais e os castiçais são altos e densos, proporcionando sombras bastante frescas e agradáveis. P

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POMARESJunto à Serra do Açor, esta praia fluvial é con-tígua a um parque de campismo e convi-da a momentos de descanso e lazer. Possui uma bela envolvente natural e tem disponí-veis bons equipamentos de apoio e segurança.

bOGUEiRAPraia fluvial no rio Ceira em Casal de Er-mio, com bar de apoio e relvado com aces-so por passadiço de madeira sobre o rio.Possui Bandeira de Praia Acessível para todos, garantindo o acesso às pes-soas com mobilidade condicionada.Local tranquilo e ambiente familiar.

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SUGESTõES DE ALOjAMEnTO

hOTEL SAnTA MARGARiDA

O Hotel Santa Margarida, inaugurado em Ou-tubro de 2012, está implantado num dos locais mais emblemáticos da Vila de Oleiros, na mar-gem esquerda da ribeira com o mesmo nome. Um hotel moderno com 23 quartos (dos quais 4 suites) de design contemporâneo e surpreen-dente mas inspirado nas tradições da região – do Pinhal Interior Sul e da rota das Aldeias do Xis-to – proporciona espaços amplos e luminosos em que conforto e modernidade se conjugam na perfeição com a tradição e hospitalidade.

O Restaurante Callum inserido no Hotel home-nageia as tradições gastronómicas locais recor-rendo aos produtos da região, reinventando re-ceitas como o Cabrito Estonado e os Maranhos, que pode saborear todos os Domingos ao almo-ço. A pensar na oferta de um serviço de excelên-cia, o Hotel Santa Margarida dispõe de um bar, piscina, SPA, ginásio e loja de produtos regionais. Possui um conjunto de espaços excelentes para eventos desportivos, culturais, festas e reuniões.”

Contactos:

Morada: Torna, 6140-498 Oleiros Telefone: (+351) 272 680 010 E-mail: [email protected]: www.hotelsantamargarida.ptGPS: 39.9157, -7.907Facebook

No interior de Portugal há um novo objecto de paixão. Construído no topo da vila que lhe deu o nome, o Villa Pampilhosa Hotel é o lugar ideal para quem gosta de natureza, gastronomia, da cultura e tradições regionais.Com vista panorâmica sobre a serra e a vila, dis-pões de 52 quartos equipados com mini bar, ar condicionado, secador de cabelo, TV satélite, co-fre, telefone e WiFi.

O SPA dispõe de piscina interior climatizada, ja-cuzzi, sauna, banho turco, ginásio, duche vichy, e duas salas de massagens com cromoterapia.O Restaurante “O Buke”, combina os aromas e os cheiros suaves da cozinha serrana com o re-quinte e inspiração da cozinha de autor.

O Villa Pampilhosa Hotel dispõe ainda de um Lobby Bar, Business Center, uma Sala de Reu-niões e uma Sala de Eventos com capacidade máxima para 100 e 350 pessoas, respectivamen-te.

Contactos:

Morada: Rua Arlindo de Almeida Esteves, Lote 8E - 3320-242 Pampilhosa da SerraTelefone: 235 590 010Email: [email protected]: www. villapampilhosahotel.comFacebook

viLLA PAMPiLhOSA hOTEL

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Uma aldeia de xisto onde a natureza apela à criativi-dade. Um conceito em torno da sustentabilidade, cul-tura e bem estar. Uma oportunidade para conhecer a Casa de Artes e Ofícios, recuperada só com xisto, argila e madeira, que faz parte do roteiro interna-cional da Arquitectura Ecológica (EcoArq). Dispõe de três casas individuais totalmente equipadas para alojamento – Casa do Forno, Casa da Escada e Casa da Janela. Capacidade para receber grupos de 6 a 11 pessoas.

Venha descobrir uma das maravilhas de Portugal!

Contactos:Email: [email protected]: + 351 925 401 432Website: www.cerdeiravillage.comFacebook

CERDEiRA viLLAGE

ÁGUA FORMOSA

QUinTA DA FOnTE Agro-turismo Quinta da Fonte é uma casa rural numa pequena aldeia de sete casitas. Duas delas foram re-cuperados por as donas holandesas Liedewij e Jolein. Nesse sítio pode aproveitar a natureza, a calma, o ar puro, a água da mina, refeições saborosas e especiais servidas com os produtos frescos cultivados na quinta e descansar sem stress e desperdício. Liedewij e Jo-lein pensaram em tudo o que pode fazer durante a sua estadia: Percursos pedestres sinalizados, workshops de pintura, de produção de sabao de azeite, pescar ou nadar no rio Zêzere. Pode dormir num quarto rústico, numa tenda equipada ou numa caravana para 4 pes-soas. Também é possível acampar com uma tenda sua. Contactos: Email: [email protected]: + 351 933 011 017 Website: www.quintadafonte.nl

Descobrir

As Casas de Água Formosa estão na parte mais baixa da aldeia no cruzamento de duas pequenas ribeiras. Construídas de Xisto e assentes no fundo rochoso da aldeia permanecem com o aspecto original exterior mas por dentro foram remodeladas e tornaram-se ainda mais confortáveis. As casas de Água Formosa são igualmente muito con-fortáveis no Inverno pois têm lareira. Recentemente a associação proprietária das casas inaugurou mais duas: a Casa Nova e a Casa da Fonte na aldeia vizinha de Vale das Casas. Iniciaram agora o restauro de mais duas casas em Água Formosa: a Casa Nascente e a Casa da Eira.

Contactos:Email: [email protected] Telefone: + 351 919 275 993Website: www.aguaformosa.com

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Descobrir Livro Aventura

GUiA DE ESCALADA EM ROChA - “ROCk CLiMbinG GUiDES –

PORTUGAL”

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Este guia de escalada em rocha é o resultado de um projeto que se tem vindo a desenvolver ao longo de vários anos e recentemente com-pilado num dossier que está em constante atu-alização.

O objetivo é que seja prático e que a informa-ção contida seja fidedigna.

Englobará falésias de norte a sul do país e já contempla as falésias de Penha Garcia, Monte-junto, Bucelas, Sintra, Cascais (Farol da Guia, Baía do Mexilhoeiro, Encosta dos Bêbados), Serra da Azóia, Sesimbra (Forte do Cavalo, Dente do Leão, Admirável Mundo Novo, Pe-dreiras) e Outão.

Os guias estão também disponíveis em versão individual, impressa ou e-Book.Parta à aventura, desfrute da natureza e deixe--se encantar por alguns dos mais belos locais para a prática da escalada em Portugal. ø

Autores:José Carlos Sousa - Escalador desde 1982, frequentou a Escola de Alta Montanha de Benasque e centra a sua área profissio-nal na formação de trabalhos em altura.

Ana Marisa Correia - Licenciada em Ensino Básico e Educação Física é escaladora desde 1998 e faz parte da Seleção Nacional de Esca-lada desde 2004.

Facebook guia de Escalada em rocha

Versão Impressa – 25€Versão e-Book – 20€

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vOLTA AO MUnDOquando o sonho de uma volta ao mundo

deixa de ser só um sonho.

Descobrir Projeto

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vOLTA AO MUnDO

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T udo começou com uma viagem de 3 semanas pela América Central e por descobrir que viajar é fácil. E porque soube a pouco rapidamente tomei a decisão que queria conhecer o Mundo

e que ia precisar de tempo. E foi dai que nasceu a ideia de viajar durante um ano, com a mochila às costas, por vários países da América do Sul, Ocea-nia e Ásia. E sozinha. A boa notícia é que o que mais gosto é diversidade e no Mundo é o que não falta.

Foi necessário um pouco mais de um ano para pre-parar esta aventura, que começou em novembro na Colômbia e continuou para sul, durante quase 4 meses, em direção à Patagónia. Neste continente vive-se o espírito latino levado ao extremo, haven-do divertimento garantido. E para quem está a viajar é abençoado e de extremos.

Desde as florestas densas da Colômbia que termi-nam no mar, à cordilheira dos Andes que rasga de norte a sul todo o continente. Da selva amazónica cheia de vida ao salar de Uyuni com uma envol-vente de cenário lunar. Terminando na Patagónia, com as suas esverdeadas ou azuladas lagoas gla-ciares que contrastam com as suas míticas monta-nhas, tais como o Fitz Roy ou as Torres del Paine que fazem sonhar qualquer escalador. Fiz kitesurf no Peru, desci em 60 kms os 3000 metros de alti-tude da famosa “Estrada da Morte” na Bolívia, por uma estrada estreita e de cascalho com precipí-cios do tamanho do Empire State Building. Vi o pôr do sol dum vulcão e o início de um novo dia na Porta do Sol a olhar para Machu Picchu. Fiz can-yoning e andei a cavalo pelas inóspitas paisagens da Patagónia...

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Patagónia

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DescobrirA despedida da América do Sul foi na remota ilha da Pascoa, no meio do Pacífico. Com uma tra-dição polinésia muito forte, vivi de perto o culto aos “moai’s” e a sua história que ninguém conhece ao certo. Mas também aí vi uma cratera que produz uma planta medicinal que dizem curar qualquer doença e vi as ondas mais bonitas e massivas de toda a minha vida. Queria ter ficado mais tempo neste conti-nente mas um bilhete de avião já marcado obrigou-me a partir e continuar a viagem.

E assim chegou o momento de mudar de ares, cultura e conti-nente. A paragem seguinte foi na Nova Zelândia. Este país con-trastou de todos os anteriores e foi onde senti o primeiro grande choque cultural. Tudo é limpo, brilhante e automático. E tam-bém extremanente organizado. Diria que é dos países do mundo onde é mais fácil viajar, estan-do totalmente orientado para o setor do Turismo. A ilha do norte não me deslumbrou, já a ilha do sul foi "entrando" devagar e gos-tei muito pela diversidade.

No mesmo dia via praias impres-sionantes, florestas tropicais, montanhas de 4000 metros e ainda glaciares. Com a chegada mesmo a sul, em total ambiente de Senhor dos Anéis, rendi-me à Nova Zelândia. No entanto é um país excessivamente caro e todas as atividades radicais que tan-to a caracterizam não estavam disponíveis ao meu orçamento, pelo que apenas andei a pé.

A boa notícia é que é um exce-lente país para andar a pé por-que as vistas são simplesmente fabulosas. E bebi também umas boas garrafas de vinho, não seja a Nova Zelândia um dos gran-des produtores mundiais. Estas foram uma ótima companhia, em simultâneo com o céu estre-lado e com umas boas conversas com viajantes que fui conhecen-

Gili Islands - Indónesia

Tongariro National Park - Nova zelândia

Grande Barreira de Coral - Austrália

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do pelo caminho e com vidas bem mais alternati-vas que a minha.

A próxima paragem foi na Austrália e apenas para conhecer a Grande Barreira de Coral através dum liveaboard de três dias e onze mergulhos. Com 30 graus, dentro e fora de água, fez-me perceber que realmente gosto muito de estar no fundo do mar. Com muito coral e muitos peixes pequenos, incluindo o peixe-palhaço que todos conhecemos por "Nemo", mas também muitas barracudas, raias e tartarugas. À noite, tivemos ainda a companhia de tubarões, numa noite em que o coração bateu forte. Foi preciso entrámos na água e sen-tirmos verdadeiramente que os tubarões só se aproximavam por curiosidade, para o medo que sentia se transformar num sentimento saudável de adrenalina e divertimento, numa noite que acabou por ser inesquecível e que ficará para sempre na memória.

E chegou o momento de seguir para o desconhecido mundo asiático com a sua mistura de étnias e religiões. Tudo começou verdadeiramente na Indonésia. Aterrei em Bali para aprender a fazer surf, mas apesar da bele-za das ondas quentes, com magníficas "direitas" e "esquerdas", as praias não deslumbraram pela areia escura e por vezes suja, e por ser impossível não comparar com a qualidade da "nossa" mag-

nífica costa portuguesa. Mas a forte cultura bali-nense é fascinante com as suas cores, simpatia e forma de viver a religião.

E no final o paraíso existe mas está na ilha ao lado: Lombok. Primeiro nas pequenas Gili's com o seu mar azul. Estão rodeadas por um gigante aquário azul onde se pode até encontrar tartarugas. São pequenas ilhas, ideais para chill out e mergulho, onde por várias vezes adiei a minha partida, tendo ficado muito mais tempo do que o previsto. Foram

as férias das minhas longas férias. E para "fechar" a Indonésia rumei a sul de

Lombok, para Kuta. É uma peque-na povoação onde o turismo é

maioritariamente dedicado ao surf. Mas é também uma das praias mais bonitas que vi na vida, agravado por ser muito virgem, quase sem turistas, e em consequência, deserta. Com alguns bons picos para

surf, sendo os melhores no out-side, onde só se chega de barco,

senti-me uma verdadeira surfista a saltar de prancha para a água. E

podia ainda intercalar com momentos de snorkeling e ver a vida aquática no reef que origi-na as próprias ondas.

No início da viagem defini alguns objetivos aos quais me propus a concretizar. Um deles era mer-gulhar com tubarões-baleia, pelo que segui para a Tailândia, para Koh Tao, para voltar ao fundo

Tudo come-çou verdadeira-

mente na Indonésia. Aterrei em Bali para

aprender a fazer surf, mas apesar da beleza das on-das quentes, com magní-

ficas “direitas” e “es-querdas” (...)

Rurrenabaque - Bolívia

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DescobrirMachu Picchu -Peru

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mar, sendo este um típico destino onde é possí-vel encontrá-los nesta altura do ano. No entanto é uma questão de sorte e desta vez não estivemos lado a lado. Em compensação mergulhei em Sail Rock, num penhasco no meio do mar e do nada, vi em simultâneo milhares de peixes, incluindo um grupo de mais de 300 barracudas a mover-se em grupo de forma circular.

E assim passaram os primeiros 6 meses. E des-cobri que o que me fascina é a natureza no seu estado mais puro, seja rodeada de grandes monta-nhas ou a vaguear pelo fundo do mar. E confirmei o que já pensava, viajar é fácil e não é necessário um grande planeamento. O melhor é mesmo a decisão para "o dia seguinte" porque depois existe todo um mundo de hosteis e agências de turismo, com preços para todas as carteiras e que estão preparados para nos ajudar a chegar a todo lado. E também nunca estou sozinha e tenho conheci-do pessoas de todo o lado que viajam também por este mundo fora.

No início do mês de maio voei para o Camboja para participar num projeto de voluntariado como professora numa escola em Siem Reap. Fascinan-te. As crianças são o verdadeiro tesouro deste país. Entregues muitas vezes a si mesmas e obrigadas a crescer rapidamente, em ambientes familia-res destruturados e num mundo em que os bens materiais são reduzidos ao mínimo, e o jogo da bola e do elástico são ainda os favoritos. É muito bom ajudar, para que estas crianças possam um dia ter a oportunidade de escolher uma profissão que lhes permita levar uma vida melhor. Os próximos meses serão ainda pelo sudoeste asiático, sendo o plano atual, terminar esta aven-tura em outubro a olhar para os Himalaias. E depois voltar a Portugal, com a mala muito cheia de histórias, aventuras e recordações. E não chorar porque acabou, mas sorrir porque aconteceu...ø

Vera Marqueswww.omundoemecragigante.com

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Programas de férias de verão na natureza.

Neste verão não perca os programas de férias dedica-dos aos mais jovens, recheados de atividades lúdico--pedagógicas, associadas à natureza e ao quotidiano do parque – alimentação animal, maneio de equinos, tarefas na horta, ações de sensibilização ambiental, trabalhos manuais e artes plásticas, oficina de olaria, workshop do pão, ateliê de culinária, entre muitas ou-tras.

Os jovens com idades dos 7 aos 12 anos poderão ins-crever-se nestes programas e render-se aos encantos da natureza e ao contacto com os animais de raças autóctones.

Para além destas atividades o parque promove, ainda, passeios de charrete, tiro com arco, jogos de equipa, jogos tradicionais, festas de aniversário, visitas guia-das, entre outros.

O Parque Biológico da Serra da Lousã é visita obri-gatória para quem quer conhecer a vida selvagem de Portugal.

Visa associar a biofilia e a paixão pela natureza com a inclusão de pessoas com deficiência ou doença men-tal grave, exemplo único no mundo.

O Parque integra a Quinta Pedagógica com raças au-

PArqUE bioLógiCo dA SErrA dA LoUSã, MirAndA do CorVo

tóctones da agro pastorícia tradicional, Centro Hípi-co, pioneiro na equitação adaptada e hipoterapia (1ª representação Paralímpica portuguesa em Atenas), mostra de Animais Selvagens, Labirinto de Árvores de Fruto (único no mundo), Ecomuseu Vivo de Artes e Ofícios Tradicionais e Tanoaria (onde os artesãos são pessoas com necessidades especiais), Loja de Artesa-nato e Restaurante Museu da Chanfana.

O Parque recebeu o Prémio Damião de Góis 2012 atri-buído pela Embaixada do Reino dos Países Baixos. Contatos:Parque Biológico da Serra da Lousã Quinta da Paiva, 3220-154 Miranda do CorvoTel: 239 538 444/5 Tlm: 915 361 527E-mail: [email protected]: Parque biológico da Serra da Lousã

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CoLóniA bodyboArd&AVEnTUrA

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Colónia externa lúdico-pedagógica que promove multiatividades na grande área de Lisboa, com par-tida entre as 8h30 e as 9h00 de pontos centrais em Lisboa e regresso entre as 17h30 e as 18h00.

Uma semana de férias inesquecível, recheada de ati-vidade e de novas amizades para crianças e jovens dos 6 aos 12 anos!

As manhãs são de Praia com a Iniciação ao Body-board. As tardes desafiam-te com atividades Lúdico--pedagógicas: Mega Aventura - Circuito de Cordas Altas, Bowling&Lasermaze – Jogos de perícia, Sco-re 100 – Jogos de orientação estratégica; LaserTag - Jogo tipo Paintball mas com um sistema inofensi-vo de laser, e ainda uma Grande Viagem ao Jardim Zoológico de Lisboa! Almoço, Lanche, Materiais, Entradas e Seguros incluídos.

ContactosLocal: LisboaTelefone: Tel: +351 210 155 139 | 962 785 998Email: [email protected]: Equinócio

CAMPo dE FÉriAS SniPErOs programas de Campo de férias do Parque Aven-tura Sniper destacam-se pelos seus desafios arroja-dos e únicos, levando os participantes a experienciar situações novas de vários níveis de dificuldade que lhes permite ganhar confiança, determinação e agi-lidade. Todos estes desafios estão acompanhados de diversão, emoção e histórias inesquecíveis.

São muitas e variadas as atividades que constituem o programa do Campo de Férias: atividades de Des-porto Aventura, paintball, slide, rappel, pontes de cordas, escalada, tiro com arco, percursos pedestres e de orientação, matraquilhos humanos, caça ao te-souro, jogos de dinâmicas de grupo, karaoke, gin-canas, jogos de códigos, acampamento exterior em tenda e em abrigo improvisado, jogos de sobrevivên-cia, etc., etc..

O Parque Aventura Sniper associa ao programa de Campo de Férias uma componente lúdica, mas tam bém uma forte componente pedagógica e cultural.

ContactosLocal: Parque Aventura em BucelasTelefone: +351 912 426 118Email: [email protected]: +351 219 694 778Promotor: Sniper

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EXPEriênCiA dE EqUiTAçãoVenham desfrutar de uma experiência com cavalos, que vai ser inesquecível.As aulas e baptismo incluem maneio do cavalo, lim-peza e aprendizagem dos termos equestres, em es-pecial para as crianças.

Uma experiência a não perder!

ContactosLocal: CascaisEmail: [email protected]: +351 934 479 075Promotor: Guincho Adventours

qUinTA PEdAgógiCA doS oLiVAiSA Quinta Pedagógica dos Olivais é um espaço sem-pre disponível para todos. Queremos que nos visitem com olhos bem abertos, ávidos de conhecimento.

Qualquer pessoa pode visitar a Quinta, ou participar, mediante inscrição, em atividade lúdico-pedagógi-cas diversas, que incluem afazeres da lavoura, da pecuária e das cozinhas tradicionais, entre outras.

ContactosEmail: [email protected] Telef: + 351 218 550 930Promotor: Quinta Pedagógica dos Olivais

bATiSMo dE SUrF oU bodyboArd Vem aprender a modalidade de surf ou bodyboard na praia de Ribeira D´Ilhas na Ericeira. O surf promove a saúde e o bem-estar físico, e é uma excelente mo-dalidade para combater o stress do quotidiano. Aqui, estaremos todo o ano para o receber e partilhar con-sigo aquilo que de melhor temos para lhe oferecer. A simpatia, o profissionalismo, o “know -how” do Surf local, e as ondas!ContactosLocal: EriceiraEmail: [email protected]: +351 910 056 620Promotor: Pocean Surf Academy

CAMPoS dE FÉriAS PEnA AVEnTUrAAceita o desafio e descobre o Pena Aventura, um lu-gar onde a aventura nunca tem fim!O Pena Aventura tem as opções mais divertidas para as tuas férias!

Dispõe dois espaços únicos para o teu campo de fé-rias, o Pena Aventura Park e Ecopark Azibo.

ContactosLocal: CascaisEmail: [email protected]: +351 259 498 085 Promotor: Pena Aventura Park

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SinTrA FAnTASMAgóriCASabe mais em www.portalaventuras.clix.pt

PAinTbALL nAS TErMAS do ViMEiroSabe mais em www.portalaventuras.clix.pt

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Atividades Outdoor

dA MonTAnhA Ao VALE do doUroSabe mais em www.portalaventuras.clix.pt

CAMinhAdA nA SErrA dE MonTEJUnToSabe mais em www.portalaventuras.clix.pt

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110 Abril_Maio_Junho 2013 OUTDOOR

Desporto Adaptado

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Desporto Adaptado

De uma forma geral, quando pensa-mos em realizar qualquer desporto de Natureza e Aventura, além da sensação de desafio e desejo de experimentar, por vezes, também

sentimos sensações contraditórias relacionadas com a nossa capacidade para o fazer. Será que somos capazes? Tenho aptidões para fazer uma atividade deste tipo? Está ao meu alcance real-izá-la?

O canyoning é claramente uma dessas modali-dades que suscita uma mistura de sen-sações, todas elas com grande dose de intensidade e por isso torna esta modalidade numa das mais apetecidas, desafiantes e fantásticas para se reali-zar, sobretudo no verão.

Nos percursos de canyon-ing podemos encontrar uma grande variedade de locais de beleza, diría-mos que incalculável, es-tando sempre presentes as

componentes lúdica e de lazer. Cada um dos percursos tem as suas caraterísticas especiais, tornando-os únicos na sua diversidade. Dada a variedade de percursos, é possível escolher rios com níveis de dificuldade variada e com cara-terísticas especificas, o que permite desde logo selecionar os que se ajustam a grupos com ca-raterísticas especiais.

Por tudo isto, o canyoning é uma modalidade inclusiva, capaz de permitir a prática a pes-soas com caraterísticas e aptidões diversas e

também com várias finalidades. Um determinado percurso pode ter

características únicas para a prática de canyoning em

família, intergeracional, podendo receber a famí-lia, desde o neto ao avô, em que os objetivos da descida também podem variar. Por outro lado podemos

apenas buscar emoções fortes, locais fantásticos

O canyoning é

claramente uma dessas modalidades que suscita

uma mistura de sensações, todas elas com grande dose de

intensidade e por isso torna esta modalidade numa das mais apetecidas, desafiantes e fan-

tásticas para se realizar, sobretudo no verão.

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e inacessíveis doutra forma, como buscar uma terapia usufruindo da paz que esses locais nos podem transmitir ou até mesmo procurando uma vertente ecológica onde podemos observar a fauna e flora desses lugares.

Neste e outros casos particulares é necessário adaptar o percurso, as técnicas, a forma de acompanhamento dos participantes, a comuni-cação, o rácio de guia/cliente, de forma a que seja possível realizar a atividade com elevados níveis de segurança e lazer.

O canyoning inclusivo é assim também uma atividade de cariz social na medida em que pes-soas com características especiais, tais como invisuais, surdos, leves limitações físicas e mentais, poderão experimentar a modalidade. Nestes casos, o verdadeiro desafio passa pelo ul-trapassar de barreiras mentais, físicas e conven-ções sociais, desafio esse também para a equipa de guias. É portanto, fundamental selecionar uma equipa de guias capaz de traçar um bom plano para a atividade, ajustado ao grupo (nível de dificuldade adequado, facilidade de acesso e saída do percurso, duração, níveis de água, complexidade das manobras com cordas, tipos de rocha, vegetação, ou outras especificidades que vão de encontro ao objetivo da atividade), adaptando as dificuldades para que estas sejam desafios e não barreiras intransponíveis.

Portanto, podemos considerar o canyoning como uma modalidade que se adapta a grupos especiais, não desvirtuando a sua verdadeira es-sência – um desporto de Natureza completo e com emoções fortes! øBoas aventuras!

Manuel Costa, Joel Pereira e José Lopes

www.toboga.pt

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Espaço APECATEEspaço APECATE

nOvO DiPLOMA PARA A AniMAÇÃO TURÍSTiCA

Ao fim de um longo período de gesta-ção, saíu finalmente o DL nº95/2013 de 19 de Julho que regula, alterando, o acesso à atividade de animação tu-rística.

A APECATE participou muito activamente na elaboração do DL nº 108/2009 e foi sucessiva-mente consultada no âmbito desta sua primei-ra revisão, iniciada ainda no anterior Governo, mais precisamente em Março de 2010.

Quais as razões que justificaram esta revisão, menos de 1 ano após a publicação do diploma original?Conforme foi oportunamente explicitado, este decreto-lei foi o primeiro ao qual foi aplicada a Directiva europeia para os Serviços. Diga-se a título de exemplo que consagrou, entre outros, o princípio do balcão único/taxa única, iniciou a simplificação e desmaterialização dos processos administrativos e procedeu a um abaixamento significativo da taxa devida pelo Registo.

Em 2010, quando a Directiva Serviços foi trans-posta para a legislação portuguesa, os responsá-veis pela avaliação do seu cumprimento em toda a actividade económica entenderam que o 108

precisava ainda de alguns acertos. Foi esta a causa próxima da revisão. Mas não a limitou. No quadro das alterações impostas pela Di-rectiva, criou-se também a oportunidade para corrigir algumas formulações anteriores que a prática revelou inadequadas e contrárias aos in-teresses dos empresários. Assim aconteceu.O facto de termos sido consultados ao longo de todo este processo permitiu-nos, com o apoio dos nossos associados, contribuir para melho-rar o diploma em pontos que consideramos relevantes. No entanto, como sempre acontece quando há várias partes envolvidas, se fizemos vingar o nosso ponto de vista nuns aspectos, ou-tros houve que foram à partida declarados como não negociáveis.

Vejamos então o fundamental das alterações efectuadas.

UMA dEFinição MAiS CLArA do SECTorÉ uma inovação do diploma que nos pareceu importante e para a qual contribuímos. Ficou claramente expresso que se consideram activi-dades de animação turística as actividades lú-dicas de natureza desportiva, recreativa e cul-tural, que se configurem como actividades de

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turismo de ar livre ou de turismo cultural, as-sim como o entendimento que se faz, no quadro do diploma, destes dois tipos de actividades. Esta chamada “densificação” da definição de Animação Turística é ainda corroborada por um Anexo exemplificativo de actividades.A melhor delimitação do âmbito do sector era uma vontade já antiga dos empresários, que tantas vezes nos comentaram que a Animação Turística parecia uma espécie de lugar indiscri-minado onde cabia tudo o que não cabia nou-tros subsectores do Turismo, pelo que só pode-mos dar-nos por satisfeitos.

O que acontece a instalações ou equipamen-tos como os kartódromos, os autódromos e similares? Considerou-se que não faria sentido que insta-lações de natureza desportiva, que já estão licenciadas para práticas desportivas formais ou informais, tivessem que ser obrigadas à inscrição no RNAAT. Apenas terão que o fazer aquelas onde se de-senvolvem actividades abrangidas pela nova defi-nição acima referida, como será o caso dos Parques de Arborismo ou os chama-dos Parques Aventura, por exemplo.

o rnAAT não VAi SEr ELiMi-nAdoAo contrário do que algumas pes-soas inferiram das notícias já publica-das na comunicação social, o RNAAT não vai ser eliminado. Vejamos a evolução. Com o DL nº 108/ 2009, acabaram-se os alvarás. Nem todos terão compreendido que um regis-to e um alvará são duas realidades diferentes (4 anos passados, alguns ainda mantêm na sua identificação comercial o nº de alvará em vez do nº de registo), mas têm pesos distintos. O alvará é um licenciamento que subentende um con-trato entre o administrador e o administrado; o registo tem o carácter de uma permissão admi-nistrativa leve.

O que acontece com esta alteração? A relação fica ainda mais ténue. As empresas não podem começar a operar sem fazerem a chamada “comunicação prévia”, que se tra-duz na inscrição electrónica no RNAAT, atra-vés da entrega da documentação estipulada na lei e da qual fazem parte os comprovativos dos pagamentos do seguros obrigatórios e da taxa

devida pelo Registo. Mas, ao contrário do que acontecia até agora, não têm que esperar pela resposta - permissão administrativa - porque o Estado não tem que as autorizar a existir neste ramo de actividade. É isto que quer dizer a expressão veiculada na imprensa “eliminação do registo como condição de aces-so e de exercício da actividade”.Neste novo quadro, cabe ao Turismo de Portu-gal verificar se a inscrição da empresa cumpre o estipulado na lei. Terminado o processo de Registo, a avaliação de eventuais incumpri-mentos na actividade empresarial será função das entidades fiscalizadoras, cuja acção o Go-verno se propõe reforçar.

Duas excepções:a) a chamada comunicação prévia com pra-

zo, aplicável às empresas que queiram ope-rar com actividades de Turismo de

Natureza, sujeitas a uma classi-ficação a cargo do ICNF; sem

receberem esta classificação não podem operar nas Áreas Protegidas;

b) a isenção de comuni-cação prévia para pessoas singulares ou colectivas que operam em Portugal

em regime de livre pres-tação de serviços – leia-se

prestadores de serviços em território nacional que se en-

contram estabelecidos e reconhe-cidos em Estados-Membros da UE ou

do espaço económico europeu – desde que se limitem a desenvolver actividades corres-pondentes às tradicionalmente prestadas por profissionais de informação turística.

TAXAS É uma das grandes alterações do diploma e emana directamente da Directiva europeia, que é muito clara nesta matéria: uma taxa não é um imposto nem pode ser um entrave cor-porativo; é apenas o valor que se paga por um serviço que nos é prestado pelo Estado.

Neste caso, de que serviço se trata? Da criação e manutenção do RNAAT. Nuns casos, é apenas o Turismo de Portugal que está envolvido; noutros, acresce o ICNF; noutros ainda, a DGRM e a DGAM.

Quais foram as consequências destas novas contas?a) As taxas baixaram substancialmente

(...)consideram

actividades de ani-mação turística as activi-dades lúdicas de natureza

desportiva, recreativa e cultural, que se configurem

como actividades de tu-rismo de ar livre ou de

turismo cultural

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empresas de animação turística e os operadores marítimo-turísticos ficam isentos da obrigação de obtenção de permissões administrativas e do pagamento de quaisquer outras taxas exi-gidas para o exercício das actividades abran-gidas pelo diploma, apenas com duas excep-ções: a da referida taxa dos recursos hídricos e a referente à pesca turística que também já cons-tava do 108.

Neste ponto há, no entanto, que não confundir a isenção de permissões e taxas sobre a actividade com a obrigatoriedade, já presente no 108, de ser cumprida a legislação em vigor quer para as actividades, quando se aplique, quer para a ins-talação ou utilização de equipamentos.

SEgUroSNeste capítulo há, na nossa opinião, uma má no-tícia e uma boa notícia.

A má é a isenção do Seguro de Acidentes Pes-soais para actividades desenvolvidas em meio urbano, consideradas de reduzido risco, como os percursos pedestres e as visitas guiadas a mu-seus, palácios e monumentos, ou seja, como aci-ma se referiu, as actividades tradicionalmente desenvolvidas pelos profissionais de informação turística, agora abrangidos por este diploma.

Por um lado, não nos parece que caiba ao Estado pronunciar-se sobre níveis de risco. Por outro, como a ressalva para esta isenção é que ela não se aplica se estas actividades forem realizadas

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Espaço APECATEb) Procurando reflectir o trabalho diferenciado que a administração tem com cada tipo de em-presa, diferenciaram-se as taxas (para as mi-croempresas variam entre €20 e €160, para as restantes entre €90 e €240)Este foi um dos pontos que nos pareceu uma má solução.

Por um lado, a dinâmica interna do sector leva a que uma empresa que hoje apenas faz activi-dades em terra, amanhã lance um produto em meio aquático e vice-versa, o mesmo suceden-do com as actividades de turismo de natureza, de que dificilmente se pode fugir num país com uma percentagem tão elevada de território clas-sificado.

Por outro, perante os valores em causa, não se justifica o trabalho extra de upgrade em cima de upgrade que este esquema vai dar à adminis-tração, contraditório, aliás, com o objectivo da simplificação.

Finalmente, a fiscalização encontrará novas di-ficuldades (ver ponto dos Seguros) que poderão traduzir-se em problemas inesperados para os empresários.

Mas há boas notícias para contrabalançar: - ficaram consagradas no diploma as condições que obrigam ao pagamento da taxa de utilização privativa de recursos hídricos, o que vai tradu-zir-se em poupança para muitos;- e também está escrito preto no branco que as

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de forma “notoriamente perigosa”, prevemos problemas para a fiscalização e, sobretudo, para os empresários que algum dia tenham que se defender do facto de a forma como exercem a sua actividade, taxada pelo mínimo e isenta do seguro, poder ser interpretada como notoria-mente perigosa por um agente da ASAE...

Esta foi outra das batalhas que perdemos e, a bem de todos nós, só esperamos não ter razão. A boa notícia é que, finalmente, ficamos clara-mente isentos de duplicações de seguros em actividades que, por legislação especial, este-jam sujeitas à contratação dos mesmos tipos de seguros. É uma isenção muito impor-tante para todos e, em particular, para quem trabalha com o mercado ex-terno, resolvendo também um dos problemas que tantas dúvi-das tem colocado: como proce-der com os seguros no caso de subcontratação entre empre-sas de animação turística.

rEFLEXÕES FinAiS: A iMPor-TÂnCiA dA AUTo-rEgULAçãoEste diploma não se esgota nos temas que aqui foram abordados e nos motivaram estas primeiras notas. Outras dúvidas surgirão mas teremos, se-guramente, oportunidade de promover sessões de esclarecimento após a sua publicação em DR. E, sobretudo, de reflectir sobre as suas conse-quências.Não se trata de um diploma perfeito nem deve-mos esperar que nos venha resolver todos os problemas, tanto mais que, diga-se em abono da verdade, a sua grande maioria não provém do Turismo mas de outras tutelas com as quais estamos, também, a trabalhar em colaboração com a Secretaria de Estado do Turismo.

Mas é um diploma importante porque, para além de introduzir algumas melhorias, tem o mérito de nos dizer com toda a clareza e de uma vez por todas que o Estado deixou de ser o pai protector do sector turístico.

E, perante isto, só há duas posições possíveis: ou dizemos que o céu vai desabar sobre as nos-sas cabeças porque liberalizar a actividade eco-nómica num país onde a fiscalização e a justiça estão longe de ser exemplares é uma tragédia; ou consideramos que esta realidade é inspira-dora da proactividade empresarial e associativa que nos vai fazer crescer.

A mesma directiva europeia que manda os Es-

tados liberalizarem a actividade económica faz uma chamada de atenção muito relevante para o novo papel das associações sectoriais: é a elas que cabe promover a auto-regulação, implementando a qualificação dos sectores que representam e diferenciando as empresas no mercado pela via da certificação da qualidade.

Não podemos estar mais de acordo. Somos nós, empresários, que temos que cuidar de nós próprios e, no nosso sector, já temos massa crítica, força e maturidade suficientes para o fazer.

No que nos diz respeito, estamos a assu-mir as nossas responsabilidades. Na

sequência da elaboração da nossa Carta de Qualidade, estamos a

ultimar o Regulamento para a atribuição do Selo de Quali-dade APECATE, a primeira distinção sectorial que que-remos que seja um factor credível de diferenciação das empresas neste merca-

do aberto em que vivemos. øAna barbosa

Presidente da direcção da APECATE

[email protected]

A pedido da autora este texto encontra-se escrito com o antigo acordo ortográfico.

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PROtERRA MID Descrição:

O novo modelo Proterra Mid é ideal para a prática de montanhis-mo. Com gáspeas em pele fabricadas com a revolucionária tecno-logia Stratafuse™ o ajuste é otimizado fazendo com que pareça que foram criados para o pé de cada um. Possui costuras em rede para uma melhor respiração do pé e ainda a tecnologia M-Select FRESH que previne o mau odor de uma forma natural. A sola pro-porciona uma maior sensação do terreno e ainda uma tração du-radora graças ao sistema M-Select GRIP.

Mais informações: Merrel

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tIMEx ExPEDItIOn ShOck-RESIStAnt

Descrição:Qualquer que seja a atividade que esteja a praticar, o Timex Expedi-tion Shock-Resistant XL aguenta todos os “embates” inerentes a um estilo de vida ativo e aventureiro. Testados os seus níveis de resis-tência ao choque “Shock” pelos standards do I.S.O., resistente à água até 200 metros, este robusto relógio pode de cair, bater ou ficar submerso e continuará a trabalhar sem problemas.

O Timex Expedition Shock – Re-sistant XL Vibrating Alarm, é um relógio digital de tamanho grande, para o ar livre, certificado pelo ISO em relação à resistência ao cho-que, com luz noturna INDIGLO®,

Equipamento

cronógrafo de 100horas com vol-tas/intervalos, contador regressi-vo de 24horas bem como 3 zonas horárias e três alarmes.A caixa resistente ao choque é su-portada por uma bracelete robus-ta de borracha, proporcionando o máximo conforto e durabilidade, resistente a qualquer aventura ao ar livre. Este relógio é resistente à água até 200 metros e possui alar-mes vibratórios - por isso, inde-pendentemente do ambiente em que se encontre, nunca vai perder os seus lembretes.O Timex Expedition Shock-Re-sistant XL estará disponível já a partir de Setembro de 2013.

Mais informações: Timex

SPEEDcROSS 3 Descrição:

Calçar umas Speedcross é como levar asas nos pés. É uma sapa-tilha leve, de perfil agressivo e perfeita para competição. A nova Speedcross 3 mantém a identidade e a essência do calçado de trail running para competir, mas apresenta inovações que a tornam ainda mais competitiva. É um calçado de competição leve e rápido, e o preferido de alguns dos melhores atletas de trail running do mundo, não só pela leveza, mas também pelas excecionais prestações em terrenos húmidos e com erva, graças à sua sola super especial de corrida (adjetivar).

Mais informações: Salomon

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GARMIn AnuncIA MOntERRA

Descrição:O Monterra vem equipado com o sis-tema operativo Android e é o primei-ro GPS da Garmin com WiFi. O siste-ma operativo Android possibilita os utilizadores de acederem às suas apps de Ou-tdoor favoritas, e disponíveis neste sistema. Para os apaixonados do montanhismo e al-pinismo, outra boa notícia é que o Monterra traz pré instalada uma das apps recreativas de Outdoor mais populares na EuropePeak-Finder que informa sobre os nomes e a altura

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Mais informações: Garmin

das montanhas transalpinas. O seu altímetro barométrico tem a capacida-de de acompanhar as mudanças na pressão para identificar a altitude exata e também pode traçar a pressão barométrica ao lon-go do tempo para monitorizar as condições meteorológicas. O Monterra possui um ecrã otimizado de vidro mineral de alta durabi-lidade, transmissivo e reflexivo para usar a energia do sol de modo a fornecer a melhor legibilidade dos conteúdos mesmo sob in-tensa luz solar. O Monterra possui uma câmara digital de 8 megapíxeis com autofoco que oferece ima-gens muito nítidas, tira fotografias de refe-rências de geocaching para facilitar a nave-gação, e disponibiliza vídeos HD com 1080p e flash LED. Tem uma memória interna de 6 GB, além de um cartão microSD para uma capacidade extra. O novo Garmin Monterra já está disponível a um preço de venda ao público recomendado de 669 euros, IVA incluído, e traz de origem mapas da Europa com estradas Navteq®.

Descrição:Os novos Oregon 600 e 650 são mais robustos e apresentam novas funcionalidades e mais avançadas do que a série anterior, nomeada-mente maior potência, velocidade e precisão graças ao seu sistema de navegação de alta tecnologia que engloba GPS e GLONASS.Os novos equipamentos da marca apresen-tam melhorias significativas ao nível da per-formance: novas funcionalidades, um ecrã tátil aperfeiçoado, e duas vezes mais brilhan-te que os modelos anteriores, que oferece

grande legibilidade na sombra e sobre inten-sa luz solar. Ainda devido ao sistema de nave-gação GPS + GLONASS, a nova série oferece maior precisão, velocidade e potência. Já dis-poníveis para compra, por um preço de venda ao público (PVP) recomendado de 379 euros (600), 449 euros (600t), 449 euros (650) e 519 euros (650t). Preços com IVA incluído.A nova série foi desenvolvida para ser a me-lhor ferramenta de navegação para diferentes atividades outdoor, com equipamentos que se posicionam como os melhores companheiro dos fãs de aventuras ao ar livre. Desta forma, os modelos Oregon “t” oferecem uma exce-lente cartografia topográfica para a Europeia (escala de 1:100K) e permitem acrescentar novos mapas topográficos, náuticos, de es-tradas, e inclusive a cartografia BirdsEye, de acordo com as necessidades dos utilizadores.

Os Oregon estão disponíveis no mercado a um PVP disponível de 379 euros (600), 449 euros (600t), 449 euros (650), 519 euros (650t). IVA incluído em todos os valores.

GARMIn APRESEntA A nOVA SéRIE OREGOn

Mais informações: Garmin

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A fechar

FESTiVAL bikE CELEbrA 10ª Edição

O 10º Festival Bike Portugal - Festival Internacional da Bicicleta, Equipamentos e Acessórios e Salão de Ciclis-mo Profissional apresenta as novidades do mercado en-tre os dias 18 e 20 de Outubro, no Centro Nacional de Exposições, em Santarém.

Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt

ViVEr A LEndA do ToUr dE FrAnCE A PEdALArA proposta é celebrar os 100 anos do Tour de France e viver a paixão da bicicleta em cenários únicos de mon-tanha.Estamos a observar de perto etapas de montanha e contra-relógio para depois, em grupo e em autono-mia, percorremos as lendárias subidas do Alpe d’Huez 1.860mts), Telegraphe (1.588m) Galibier (2.647m) numa volta circular com a bicicleta de montanha pelos Altos Alpes (400 kms) no Parque Nacional de Les Écrins.muitos foram os heróis que no passado cruzaram estas míticas subidas.

CArLoS Sá VEnCE ULTrAMArATonA bAdWATEr

O ultramaratonista Carlos Sá, venceu a ultramaratona Badwater, uma das mais duras e seletivas provas mun-diais da modalidade que decorreu no Vale da Morte (Dead Valey) nos Estados Unidos. Aos 39 anos, o atleta de Barcelos alcança o maior feito de um atleta português em corridas extremas de longa distância, depois de este ano já se ter tornado no homem mais rápido do mundo na ascensão ao Monte Aconcágua na Argentina.

Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt

SUrF AT nighTO maior festival de Experiências e Emoções está de volta e já tem datas confirmadas. O Surf at Night 2013 vai acontecer entre os dias 12 e 18 de Agosto, na Vila do Surf (Praia de Cortegaça – Ovar) e traz novidades. Durante uma semana, o Surf At Night vai voltar a pro-mover experiências como Surf à Noite, Bodyboard, Longboard, Stand Up Paddle, Skate, Surf Adaptado, Workshops de Shape, Atividades Radicais, Massagens, Fitness, Insufláveis para crianças e muito mais, tendo na componente social e sustentável um reforço da sua atitude.

Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt

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AgEndA oUTdoor

Já conheces a agenda outdoor semanal do Portal Aventu-ras? Descobre a atividade à tua medida e parte à desco-berta... Por Terra, Água, ou Ar, a aventura não vai faltar.

Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt

EdiçÕES dA rEViSTA oUTdoor

Sabias que podes consultar todas a edições da Revista Outdoor, e sim desde o número 0. Não percas esta opor-tunidade de estar a par de todas as reportagens, entre-vistas e novos conteúdos.

Boas Aventuras!

Sabe mais em www.revistaoutdoor.pt

noVo WEbSiTE PorTAL AVEnTUrAS

Já está disponível o novo website do Portal Aventuras. Agora é mais simples reservares a tua atividade prefe-rida... Consulta o nosso mapa, escolhe a tua atividade e click, parte à aventura!

Mas ao navegares na nossa página vais des-cobrir mais novidades... Aventura-te em se-gurança no Portal Aventuras e descobre tudo!

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PASSATEMPoS PorTAL AVEnTUrAS

O Portal Aventuras tem constantemente passatempos com ofertas de atividades, equipamentos, bilhetes de parques zoológicos, aventura, corridas, maratonas e muitos mais!

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