Construção do espaço africano · Os países pobres se qualificam para o esquema se enfretarem um...

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Construção do Espaço Africano Aula 5 Temas Africanos Esta aula tem como objetivo apresentar diferentes temas e reportagens sobre acontecimentos africanos. Tema 1 – A economia da África Site: http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/1419_africaneconomy/ A maioria dos países da África Subsaariana está na categoria de países do Banco Mundial com Renda Nacional Bruta (RNB) inferior a US$ 765 per capita por ano. Etiópia e Burundi estão em situação mais precária, com US$ 90 da RNB por pessoa. Mesmo países com renda média como o Gabão e Bostsuana possuem boa parte de sua população vivendo na pobreza. No norte da África, as condições são um pouco melhores do que ao sul do Saara. Lá estão as economias mais estáveis, comércio e turismo são relativamente altos e há uma menor incidência de Aids. (http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/1419_africaneconomy/index.shtml - BBC)

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Construção do Espaço Africano

Aula 5

Temas Africanos

Esta aula tem como objetivo apresentar diferentes temas e reportagens sobre acontecimentosafricanos.

Tema 1 – A economia da África

Site: http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/1419_africaneconomy/

A maioria dos países da África Subsaariana está na categoria de países do Banco Mundial com RendaNacional Bruta (RNB) inferior a US$ 765 per capita por ano. Etiópia e Burundi estão em situaçãomais precária, com US$ 90 da RNB por pessoa.

Mesmo países com renda média como o Gabão e Bostsuana possuem boa parte de sua populaçãovivendo na pobreza.

No norte da África, as condições são um pouco melhores do que ao sul do Saara. Lá estão aseconomias mais estáveis, comércio e turismo são relativamente altos e há uma menor incidência deAids. (http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/1419_africaneconomy/index.shtml - BBC)

http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/1419_africaneconomy/index.shtml

A iniciativa ligada a países pobres altamente endividados (HIPC - Heavily Indebted Poor CountriesInitiative) foi criada em 1996 para reduzir a dívida das nações mais pobres do mundo.

Os países pobres se qualificam para o esquema se enfretarem um endividamento insustentável quenão pode ser reduzido por métodos tradicionais. Eles também concordaram em seguir políticas de boagovernança definidas pelo Banco Mundial e FMI.

Críticos do esquema dizem que os parâmetros são restritivos demais e mais países deveriam poder sebeneficiar da HIPC.

A África recebe cerca de um terço do total de ajuda dada por governos em todo o mundo, de acordocom a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Boa parte da ajudavem com condições, ou seja, os governos que a recebem têm que implementar determinadas políticaspara recebê-la ou gastar os recursos comprando bens e serviços do país doador.

Guerra dos BoersLuta entre o Reino Unido e apopulação bôer, descendente decolonizadores holandeses efundadores das repúblicasindependentes de Transvaal e Orange,no nordeste da África do Sul. Oconflito, que dura de 1899 a 1902,inicia-se com a tentativa da Coroabritânica de anexar as duas repúblicas,ricas em jazidas de diamante, ouro eferro. Os bôeres, que ocupam a região

O Banco Mundial alega que a ajuda é muito mais eficaz e menos vulnerável à corrupção quandoatrelada à melhoria da governança. Houve uma redução drástica nos gastos dos países ricos em ajudano final da década de 90.

A África é rica em recursos naturais como minérios, madeira e petróleo, mas o comércio com o restodo mundo costuma ser difícil. Entre as causas estão infraestrutura precária, instabilidadegovernamental, o impacto da Aids na população em idade economicamente ativa e a corrupção.Segundo a Transparência Internacional, oito dos 20 países onde há maior corrupção são africanos e opaís na África Subsaariana onde o problema é menos grave é a África do Sul, em 44ª lugar noranking.

Países mais pobres e ONGs como a Oxfam também alegam que as regras de comércio internacionalsão injustas.

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Tema 2 - O regime do Apartheid

A origem do apartheid foi na África do Sul, uma região dominadapor colonizadores de origem inglesa e holandesa que, após a Guerrados Boeres (1902) passaram a definir a política de segregação racialcomo uma das fórmulas para manterem o domínio sobre a populaçãonativa. Esse regime de segregação racial - conhecido como apartheid- começou a ficar definido com a decretação do Ato de TerrasNativas e as Leis do Passe.

desde 1830, lutam para preservar suaindependência. Os ingleses vêemnesse nacionalismo um perigo àdominação do Reino Unido no sul daÁfrica.A princípio, a supremacia é dosbôeres, que começam a guerra.Invadem a colônia do Cabo, além desitiar cidades importantes e anexarterritórios ingleses. Mas, em 1902,acontece a contra-ofensiva inglesa. Asuperioridade britânica em homens earmamentos derrota os bôeres.As tropas inglesas devastam equeimam propriedades ao longo daguerra. Os bôeres capturados sãocolocados em campos deconfinamento, onde morrem cerca de20 mil pessoas. As notícias sobre otratamento desumano dado pelosingleses aos prisioneiros intensificam aimagem negativa do Reino Unidoperante a opinião internacional. Coma Paz de Vereeniging (1902), asrepúblicas são incorporadas ao ReinoUnido e, em 1910, juntam-se àscolônias do Cabo e de Natal paraconstituir a União Sul-Africana.

“O Ato de Terras Nativas” forçou o negro a viver em reservasespeciais, criando uma gritante desigualdade na divisão de terras dopaís, já que esse grupo formado por 23 milhões de pessoas ocuparia13% do território, enquanto os outros 87% das terras seriamocupados pelos 4,5 milhões de brancos. A lei proibia que negroscomprassem terras fora da área delimitada, impossibilitando-a deascender economicamente ao mesmo tempo que garantia mão de obra barata para os latifundiáriosbrancos.

Nas cidades eram permitidos negros que executassem trabalhos essenciais, mas que viviam em áreasisoladas (guetos).

As “Leis do Passe” obrigava os negros a apresentarem o passaporte para poderem se locomoverdentro do território, para obter emprego.

A partir de 1948, quando os Afrikaaners (brancos de origem holandesa) através do Partido Nacionalassumiram o controle hegemônico da política do país, a segregação consolidou-se com a catalogaçãoracial de toda criança recém nascida, com a Lei de Repressão ao Comunismo e com a formação dosBantustões em 1951, que eram uma forma de dividir os negros em comunidades independentes, aomesmo tempo em que estimulava-se a divisão tribal, enfraquecia-se a possibilidade de guerras contrao domínio da elite branca.

Mesmo assim a organização de mobilizações das populações negras tendeu a crescer: Em 1960 cercade 10.000 negros queimaram seus passaportes no gueto de Sharpeville e foram violentamentereprimidos.- greves e manifestações eclodiram em todo o país, combatidas pela com o exército nas ruas.- ruptura com a Comunidade Britânica (1961)- fundada a Lança da Nação, braço armado do CNA- em 1963 Mandela foi preso e condenado a prisão perpétua.

Década de 80 - apoio interno e externo à luta contra oApartheid se intensificaram, destacando-se a figura de:Winnie Mandela e bispo Desmond Tutu.

Durante a década de 70 a radicalização aumentou, tanto com os atos de sabotagem por parte daguerrilha, como por parte de governo, utilizando-se de intensa repressão.

A ONU, apesar de condenar o regime sul-africano, não interveuo de formaefetiva, nesse sentido o boicote realizado por grandes empresas deveu-se àpropaganda contrária que o comércio com a Africa do Sul representava.

A partir de 1989, após a ascensão de Frederick de Klerk ao poder, a elitebranca começa as negociações que determinariam a legalização do CNA e detodos os grupos contrários ao apartheid e a libertação de Mandela.

Negros querem mudar nomes de cidades sul-africanasSusanna Loof

AE/Associated Press - Johannesburgo, África do Sul

O apartheid se foi, mas os mapas da África do Sul ainda estão repletos de homenagensaos homens brancos, saudados como heróis pelas leis que favoreciam uma minoria nopaís. Na nova África do Sul, há um movimento para mudar o mapa, aposentando otributo geográfico a um passado racista e adotando ou recuperando nomes africanos querepresentem a herança e a história da população nativa do país.

A capital administrativa, Pretória, recebeu o nome em homenagem a Andries Pretorius,um líder dos bôeres, os sul-africanos de origem holandesa. Não se sabe exatamenteporque Johannes legou seu nome a Johannesburgo, mas é certo que ele era branco.Durban recebeu o nome de um governador britânico, Benjamin D´Urban. O governoargumenta que os sul-africanos não podem viver em cidades chamadas pelos nomes depessoas que foram responsáveis pela sua opressão racial.

“Mesmo em lugares cujos nomes aparentemente são de origem africana, o antigo regimebranco mutilou a pronúncia”, afirma Langa Mathenjwa, o presidente do ConselhoGeográfico de Nomes Sul-Africanos. Um exemplo é Umbogintwini, uma pequena cidadepróxima a Durban. Trata-se de uma forma adulterada de dizer o nome próprioEzimbokodweni, que significa lugar das pedras em idioma Zulu.

“Não é apenas um modo de colocar novos nomes, mas uma forma de recuperar nomesque foram abolidos pelas leis do apharteid”, diz Mathenjwa. “Nós temos nomes nativospara esses lugares”.

Cidade do ouroO conselho, um corpo consultivo criado pelo Parlamento para avaliar o assunto,elaborou uma proposta que permitirá às áreas metropolitanas mudar seus nomes,recuperando as denominações africanas abolidas pelo apartheid ou ainda escolhendonovos nomes africanos. Pretória pode ser renomeada como Tshwane e a metropolitanaJohannesburgo poderá tornar-se conhecida como Egoli, a palavra Zulu para cidade doouro.

A idéia irrita alguns sul-africanos, que consideram a proposta um desperdício de tempo edinheiro, e enfurece a muitos brancos conservadores e adeptos da velha ordem. “Nãovemos razão para mudar os antigos nomes”, diz o general Constand Viljoen, líder da ala

direita do Freedom Front, um pequeno partido que representa os cidadãos de idiomaafricânner, o mais falado no país.

“Não há meios de mudar a história. Se você tenta, o risco é seu. Mas ao mudar o nomedos locais, você está tentando destruir a história”. Viljoen afirma que os nomes africanospodem ser colocados em novos lugares, monumentos e ruas. Entretanto, James Selfe, doPartido Democrático, de oposição, integrado predominantemente por brancos, declaraque não tem objeção a mudar os nomes de lugares que possuam associações negativascom as eras colonial e do apartheid.

Marketing“Os conselhos das cidades deveriam ter o direito de mudar seus nomes, se quiserem”, elediz. Mas ele acrescenta que outras considerações devem ser levadas em conta, incluindoo fato de que muitas cidades têm investido grandes somas de dinheiro em marketinglocal, promovendo-se como destino turístico com os nomes atuais. Por esse motivo,cidades como Johannesburgo e Pretória deveriam manter seus nomes. Mas o nome dasáreas metropolitanas - cidades e subúrbios - poderiam mudar. Em Cidade do Cabo, oconselho urbano decidiu há dois meses em manter o atual nome da área metropolitana.

Renomear regiões metropolitanas será apenas o próximo passo de um amplo esforço doCongresso Nacional Africano para atirar os nomes que evocam o apartheid à lata de lixoda história. O país removeu os vestígios da era do apartheid da nomenclatura de suasprovíncias, substituindo antigas denominações, em alguns casos, por nomes africanos.

A província ao redor de Johannesburgo e Pretória, o centro da economia do país, erachamado de Transvaal antes do final do apartheid em 1994. Agora é Gauteng, o quesignifica o local do ouro em Sotho. A região oriental da antiga Transvaal tornou-seMpumalanga, denominação Ndebele para o lugar onde o sol nasce. Os conselhosmunicipais estão submetendo as propostas de mudança ao Conselho Geográfico deNomes, para que eles verifiquem a soletração correta e certifiquem-se de que não haveráduplicidade antes de enviar a aprovação para as administrações locais.

DesafioMichael Sutcliffe, presidente da comissão de demarcação responsável pela novadelimitação das áreas metropolitanas da África do Sul, declarou que as cidades nãodevem se apressar no processo de troca de nomes e deveriam procurar os maissignificativos. Atingir esse objetivo vai ser um desafio para um país com 11 idiomasoficiais e uma história cheia de dolorosos conflitos. Até aqui, de qualquer forma, não háqualquer sinal de discórdia entre as tribos nacionais na escolha de nomes.

Geralmente, os nomes africanos encaminhados para o conselho pertencem ao idioma datribo que possui relação com o local. Outros são nomes originais, anteriores à presençados brancos, e alguns são ainda a forma como as pessoas se referem usualmente ao local,que acabaram substituindo os antigos nomes. Com o tempo, acreditam os membros doCNA parte da imagem da segregação vai desaparecer.

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Fome

Tentativas democráticas

Fonte: Le monde http://MondeDiplo.com/maps/africademomdv51Since the national conferences of the 1990s, attempts to establish democracy in African countries have been undermined byelection rigging and the decadence of state power. The declaration by the Organisation of African Unity (OAU) in 1999

condemning military coups failed to prevent their occurrence in Niger, Sierra Leone, the Comores and Cote d'Ivoire.

Fluxos

Fonte: Le monde - http://mondediplo.com/maps/africambembemdv51

Conquistas

Fonte: Le monde

Refugiados

A luta pelo poder na Região dos Lagos

Fonte: Le monde

Temas africanos

Tema 4 - Não deixe de conhecer

1 - Atlas Racial Brasileiro PNUD: (http://www.tamandare.g12.br/Aulafrica/atlas.htm)

2 - Joguinhos

http://www.unidadenadiversidade.org.br/jogos/trilha/trilha.htmlhttp://www.aulavaga.com.br/jogos/educativos/africa-mount/http://pt.yupis.org/jogos/mapa-da-africa/http://pt.searchgames.org/jogos/play/juego-de-geografia-africahttp://www.jocjogos.com/jogos-de-capitais-de-africa.htmhttp://pensar.jogosloucos.com.br/jogos-de-capitais-de-africa.htmlhttp://pt.yupis.org/jogos/mapa-da-africa/http://www.ojogos.com.br/jogo/The-Countries-of-Africa.htmlhttp://www.hyperjogos.com/games/geografia/http://www.schoolnet.na/games/map/africa.html

Dê sua opinião sobre um dos jogos acima. Envie para o professor responsável([email protected])

4 - Dica de filmes

O Jardineiro Fiel (The Constant Gardener), Inglaterra, 2005, 129 min, Fernando Meirelles. Umaativista inglesa é morta na África depois de desvendar um esquema fraudulento de realização detestes farmacêuticos na população carente do Quênia. Seu marido, um diplomata, resolve levaradiante as investigações.

A Batalha de Argel (La Battaglia di Algeri), Itália/Argélia, 1965, 117 min, Gillo Pontecorvo,Lumière

O filme retrata a revolução que houve na Argélia na década de 50, quando a população desse paíslutava para se libertar dos franceses.

Entre Dois Amores (Out of Africa), EUA, 1985, 162 min, Sydney Pollack, Universal Pictures

Uma dinamarquesa casa-se com um amigo para ganhar o título de baronesa e vai morar na Áfricapara cuidar de uma plantação de café. O filme mostra o relacionamento dela e de outro estrangeirocom o local em que vivem.

Hotel Ruanda (Hotel Rwanda), Canadá/Reino Unido/Itália/África do Sul, 2004, 122 min, TerryGeorge

A história real de um gerente de hotel que deu abrigo a cerca de 1200 refugiados durante conflitosentre as etnias hutu e tutsie, em 1994, que mataram mais de 1 milhão de pessoas naquele país.

Kiriku e a Feiticeira (Kiriku et la Sorcière), França/Bélgica/Luxemburgo, 1998, 71 min, direção:Michel Ocelot

Baseado em uma lenda da África Ocidental, a animação conta a história de Kiriku, um garotopequeno, mas dons especiais, que nasceu com a missão de salvar sua aldeia da cruel feiticeiraKaraba.

Malcoln X (Malcon X), EUA, 1992, 192 minutos, direção: Spike LeeA história de um dos maiores defensores dos direitos dos negros nos Estados Unidos.

Sarafina, O Som da Liberdade (Sarafina), USA, 1993, 116 min, direção: Darrel Roodt

Na África do Sul, professora ensina jovens alunos negros a lutarem por seus direitos. Para uma alunaem especial, essas lições serão um rito de iniciação na vida adulta, na forma de uma brutal tomada deconsciência a respeito da realidade que a cerca.

Um Grito de Liberdade (Cry Freedom), Inglaterra, 1987, 157 min, direção:

Richard Attemborough

Nos anos 70, na África do Sul do apartheid, um jornalista branco torna-se amigo de Stephen Biko,militante pelos direitos dos negros. Quando Biko é morto na prisão, o jornalista tenta divulgar ahistória do ativista e a crueldade do apartheid.

Temas Africanos

Textos complementares

1 - As últimas estatísticas a situação tenebrosa da África. Professor Charles Pennafortehttp://www.charlespennaforte.pro.br/africa2004.html

2 - África: futuro dizimado pela Aids - JB [28/SET/2003] - Quando, há cinco anos, foidiagnosticado que ela estava com o vírus HIV, Mary Chiku, de 35 anos, mãe solteira de doisgarotos, literalmente encarou a morte em seu rosto.

3 - Mundialização, desenvolvimento sustentável: uma agenda para a África - Prof. Angelo Turco -Dakar, maio de 2003

4 - Outros textos: http://www.africamente.net/africamente http://www.revistaforum.com.br/Revista/7/semlugar.htm http://africa.sapo.pt/1505/256426.html http://www.cidadevirtual.pt/acnur/acn_lisboa/swr/mapa_a.html http://www.mulheresnegras.org/mocamb.html

5 - www.africafiles.orgAfrica Files é um site que oferece artigos sobre assuntos diversos relacionados com o continenteafricano, como direitos humanos, economia e justiça. Há também a possibilidade de se cadastrarno site e receber os artigos por e-mail. Versão: inglês.

6 - Vídeo: A Geopolítica do Continente Africano (http://200.244.52.177/embratel/main/mediaview/freetextsearch/op_previewer#op_previewer)