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Ângela Maria Cavalcanti Ramalho Francisca Luseni Machado Marques Pesquisa e Ensino em Geografia DISCIPLINA Aula Autoras A pesquisa científica como construção do conhecimento 01 Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________________________

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Ângela Maria Cavalcanti Ramalho

Francisca Luseni Machado Marques

Pesquisa e Ensino em Geografi aD I S C I P L I N A

Aula

Autoras

A pesquisa científi ca comoconstrução do conhecimento

01Material APROVADO (conteúdo e imagens)( g ) Data: ___/___/___

Nome:______________________________________

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1Aula 01 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Apresentação

Caro EstudanteA metodologia da pesquisa instrumentaliza o aluno/pesquisador na elaboração e

apresentação de suas intenções de estudo bem como na construção do conhecimento e sistematização de seus relatórios de pesquisa.

Este propósito está configurado, no presente trabalho, através dos conteúdos e mecanismos de compreensão propostos, mostrando como a produção científi ca pode se tornar uma tarefa fácil e prazerosa.

Dedicamo-nos a explicitar um entendimento do que seja pesquisa e seus elementos essenciais e, a seguir, fazemos um esforço de encaminhar o estudante universitário para a produção, elaboração e transmissão de novos conhecimentos embasados na capacidade de descoberta e criação.

Assim, convido a todos a acreditarem no futuro, na ciência, no conhecimento e na pesquisa. Se não conseguirmos um ensino com pesquisa, pelo menos podemos começar a fazer pesquisa no ensino. Vejamos como a metodologia da pesquisa pode contribuir com esse desafi o.

As autoras

Bom estudo e muito sucesso !!!

VERSÃO DO PROFESSOR

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2 Aula 01 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Caminhos a percorrer...

ObjetivosPretende-se, ao término desta aula, que você sinta-se capaz de:

Analisar como o ato de pesquisar signifi ca ir além da mera aparência, situando a importância dos desafi os e incertezas de nosso tempo;

Observar como a pesquisa científica enquanto processo que capacita o educando/pesquisador a produzir conhecimento adequado à compreensão de determinada realidade, fato, fenômeno ou relação social;

Perceber como a pesquisa caracteriza-se como descoberta e criação do mundo, uma criação e reelaboração da concepção de mundo, com sujeitos capazes de apropriar-se do saber com autonomia;

Compreender a pesquisa como princípio educativo, considerando que a educação necessita gerar ambiência para estratégia de geração de conhecimento e de emancipação do sujeito no diálogo com a realidade e na formação da cidadania.

Atenção!

O Conhecimento

A busca do conhecimento é a busca eterna do Homem. Neste processo evolutivo, o homem ousou questionar suas verdades e fi losofou, ousou experimentar e descobriu o conhecimento empírico, estabeleceu regras e fez ciência e implementou tecnologias; e tudo isso movido pela curiosidade, pesquisou, e foi através da pesquisa, experiências e experimentações que avançamos da barbárie à compreensão do mundo que nos cerca. Assim, por isso é importante manter-se sempre a chama da investigação, independente do domínio da necessidade, pois ambas possuem um encontro perfeito quando produz no Homem a necessidade de criar, produzir novos métodos e técnicas e por conseguinte: fazer ciência e refl etir seu estar no mundo (BOENTE; BRAGA, 2004)

VERSÃO DO PROFESSOR

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3Aula 01 Pesquisa e Ensino em Geografi a

O ato de Pesquisar

Os seres humanos em todo e qualquer contexto histórico sempre buscam descobrir as circunstâncias e as características do mundo em que estão inseridos. Assim, a procura do conhecimento, da felicidade e da beleza é uma constante na vida da humanidade.

A investigação ou a procura de novos conhecimentos é próprio do ser humano, o homem é um ser inquieto na procura pelo saber, embora os caminhos a percorrer para satisfazer essa procura que é característico da inquietude humana, sejam como pontuava Hume no século 17, suaves e pacífi cos; as tarefas a desempenhar para conseguir avançar nesse caminho, exigem compromisso e dedicação para se fazer história.

Todavia, entre questionamentos e respostas do ponto de vista histórico, as inquietações humanas é um esforço dirigido para aquisição de um conhecimento, que propicia a solução de problemas teóricos e práticos, além da necessidade de corresponder aos desafi os atuais no reconhecimento de competência científi ca que só pode construir-se pela pesquisa, que redunde em capacidade de elaboração própria.

Refl ita!!!

É na medida em que se vive num meio sobre o qual é possível agir, no qual é possível, com o outros, discutir, decidir, realizar, avaliar. Que são criadas as condições mais favoráveis ao aprendizado (LIBEWRT, 1994).

Desse modo, os seres humanos com o desenvolvimento histórico do conhecimento, da inteligência e da liberdade, passam a compreender a ação das forças que os arrastam e, formulam uma nova visão de mundo e, por conseqüência, sua ação no contexto social que estão inseridos.

Da mesma forma,

O conhecimento do conhecimento deve aparecer como necessidade primeira, que servirá de preparação para enfrentar os riscos permanentes de erro e de ilusão, que não cessam de parasitar a mente humana. Trata-se de armar cada mente no combate vital rumo à lucidez (MORIN, 2000, p.14).

Assim, o ato de pesquisa signifi car ir além da mera aparência, situando a importância dos desafi os e incertezas de nosso tempo. Nesse sentido, à pesquisa vivenciada no processo pedagógico converte-se em um instrumento que conduz o estudante a um diálogo criativo com dúvidas e interrogações, condição necessária para a formação cidadã. Portanto, pesquisar é lançar-se no desconhecido signifi cando apostar na busca do novo.

VERSÃO DO PROFESSOR

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Atividade 1

4 Aula 01 Pesquisa e Ensino em Geografi a

A partir dessa perspectiva elucidada sobre o ato de pesquisar, faça uma análise da aventura histórica do homem na busca do conhecimento através da investigação, tendo como fi o condutor analítico a música da Caetano Veloso: Os Argonautas, sendo mais um deles a navegar com ousadia no oceano da pesquisa.

Os Argonautas(Caetano Veloso)

O barco, meu coração não aguentaTanta tormenta, alegria

Meu coração não contenta O dia, o marco, meu coração, o porto, não

Navegar é preciso, viver não é preciso Navegar é preciso, viver não é preciso

O barco, noite no céu tão bonitoSorriso solto perdido Horizonte, madrugada

O riso, o arco, da madrugada O porto, nada

Navegar é preciso, viver não é preciso Navegar é preciso, viver não é preciso

O barco, o automóvel brilhante O trilho solto, o barulho

Do meu dente em tua veia O sangue, o charco, barulho lento

O porto silêncio

Navegar é preciso, viver não é precisoNavegar é preciso, viver não é preciso

VERSÃO DO PROFESSOR

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5Aula 01 Pesquisa e Ensino em Geografi a

VERSÃO DO PROFESSOR

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Atividade 2

6 Aula 01 Pesquisa e Ensino em Geografi a

A Pesquisa Científi ca

A pesquisa científi ca diz respeito à capacidade de produzir conhecimento adequado à compreensão de determinada realidade, fato, fenômeno ou relação social. É o resultado de um processo investigativo, cujo principal objetivo é resolver problemas e esclarecer

dúvidas, mediante a utilização de procedimentos científi cos. A investigação se caracteriza como a composição do ato de estudar, observar, analisar e experimentar os fenômenos, deixando de lado uma concepção estruturada a partir de visões superfi ciais, imediatas e subjetivas.

Assim, a pesquisa é defi nida “como uma forma de estudo de um objeto. Estudo sistemático e realizado com a fi nalidade de incorporar os estudos obtidos em expressões comunicáveis e comprovadas aos níveis do conhecimento obtido” (BARROS; LEHFELD, 1999, p.30).

Também, a pesquisa pode signifi car “[...] condição de consciência crítica e cabe como componente necessário de toda proposta emancipatória. Não se trata de copiar a realidade, mas reconstruí-la conforme os nossos interesses e esperanças” (DEMO, 2002, p.40).

Vários são os conceitos de pesquisa, mais todos convergem em um mesmo signifi cado, pois toda pesquisa busca respostas para os problemas investigados, e para se encontrar as possíveis respostas devemos percorrer caminhos parecidos como: traçar objetivos, justifi car os resultados

Portanto, a busca do conhecimento através de um procedimento sistemático objetiva descobrir, explicar e compreender os fatos que estão inseridos na tessitura de uma determinada realidade.

A partir da perspectiva do texto acima, faça uma análise da aventura do conhecimento através da educação, tendo como fi o condutor fragmentos do poema: Um certo olhar sobre a pesquisa, de Martin Gerard e interprete olhares que devemos ter acerca de pesquisa.

Um certo olharsobre a pesquisa

LAVILLE, C.; DIONNE, j.A construção do saber.

Tradução de Heloísa Monteiro e Francisco

Settineri.

Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.

Que alegria diz a Eternidade. Ver o fi lho de minha esperançaApaixonar-se pela pesquisa, Pois em sua menteColoquei inúmeros de meus sonhos E gostaria tanto que se tornasse realidade.

VERSÃO DO PROFESSOR

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7Aula 01 Pesquisa e Ensino em Geografi a

A pesquisaComeçou a explicar a Eternidade,[...]É a fusão, em um só crisol,De observações, teorias e hipótesesPara ver se cristalizarAlgumas parcelas de verdade.

A pesquisa,É ao mesmo tempo, trabalho e refl exãoPara que os homensAchem todos um pouco de pãoE mais liberdade,Também é o olhar para o passadoPara encontrar nos antigosAlguns grãos de sabedoriaCapazes de germinarNo coração dos homens de amanhã.[...]

A pesquisaDiz fi nalmente a Eternidade,É o trabalho do jardineiroQue quer se tornarNo jardim de minha criaçãoO parceiro de minhas esperanças

VERSÃO DO PROFESSOR

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Atividade 3

8 Aula 01 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Um turista fi ca admirado com a paisagem do Pico das Agulhas Negras ou um alpinista que escala uma montanha e sente-se cansado, se questiona da altitude e diz somente que está desgastado. Outro indivíduo observa um maciço constituído de certas categorias de rochas, situado em determinado conjunto orográfi co, submetido a certas condições climáticas, que determinam certa distribuição de vegetação, originando certos modos de ocupação do solo pelos homens e tornando possíveis certos produtos.

Como vimos, à pesquisa se caracteriza como um ato de observação dos fenômenos. O texto acima apresenta tipos de observação para um fato geográfi co. Quais observações se inserem no âmbito da pesquisa científi ca? Comente.

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9Aula 01 Pesquisa e Ensino em Geografi a

A pesquisa comoDescoberta e Criação

A pesquisa caracteriza-se como uma descoberta do mundo, da realidade e do cotidiano, uma criação e reelaboração de uma concepção de mundo, com sujeitos capazes de apropriar-se do saber com autonomia e habilidade para manejar e produzir conhecimento

em sentido, ativo, produtivo e construtivo. Assim, Demo (2002, p.32), afi rma que “[...] a pesquisa é a arte de questionar de modo crítico e criativo, para melhor intervir na realidade”.

Assim, a pesquisa aponta para a direção correta da aprendizagem centrada na elaboração própria, devendo se agregado ao processo a qualidade formal e política, elevando, portanto, a capacidade do educando aprender. ”Aprender é uma necessidade, de ordem instrumental, mas a emancipação se processa pelo aprender a aprender. È fundamental portanto, ensinar, a pesquisa ou seja, superar a mera aprendizagem” (DEMO, 2002, p.450).

A utilização da pesquisa é um subsídio fundamental para traçar novos métodos de ensino como condição essencial para atuarmos de modo diferenciado no exercício da nossa profi ssão. Nesse sentido, na concepção de Lakatos e Marconi (2001, p.38):

Os desafi os as crises que envolvem a educação apontam para a urgência de repensar as práticas pedagógicas, as nossas interações e mediações com os alunos, coma comunidade escolar, com outros profi ssionais e com todos aqueles que adquirem contato introdutório com a pesquisa.

Acreditamos, igualmente, seja nossa tarefa a de criar meios e instrumentos através do movimento dialético da prática educativa o incentivo a pesquisa como criação de produção do conhecimento, valorizar no aluno a sua capacidade de ser sujeito do processo de aprendizagem

Portanto, a Universidade por excelência é o ambiente que deve proporcionar a realimentação dos saberes: culturais, sociais, estéticos, ambientais, espirituais, mas necessita, sobretudo, alimentar-se de sua especifi cidade intrínseca, que é a pesquisa.

Assim, a Universidade que queremos é um “[...] recanto privilegiado onde se cultive a refl exão crítica sobre a realidade e se criem conhecimentos com bases científi cas” (LUCKESI, 2001, p.30).

Desse modo:

Enquanto educador, como é possível superar a pedagogia da cópia, pensar que, tendo lido os outros, ou tendo escutado aulas, copiando aulas copiadas, os educandos são capazes de “aprender a aprender” adquirindo a instrumentalização necessária e conteúdo científi co? Refl ita!

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Atividade 4su

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10 Aula 01 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Leia com atenção o texto abaixo:

Falta a essência: Ciência e educação. Professor, stricto sensu, é um formador de formadores, por razão científi ca e educativa. A razão científi ca encontra-se na construção da capacidade de produzir ciência com criatividade, ocupando postura de sujeito do processo científi co, não de objeto. A razão educativa aparece na habilidade de motivar processo emancipatório, que viceja apenas em ambiente de sujeitos críticos e criativos. A relação de autoridade – que sempre existe – precisa existe – precisa ancorar, não na distinção falsa entre alguém que ensina e outro que aprende, mas na competência superior, comprovada, visível do professor, frente a um aluno que está começando a vida acadêmica (DEMO, 2002, p.140).

A partir da leitura do texto, apresente propostas metodológicas para o “aprender a aprender” pesquisando:

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11Aula 01 Pesquisa e Ensino em Geografi a

A pesquisa comoPrincípio Educativo

Outro horizonte da pesquisa é princípio científi co e educativo, através da geração de ambiência para estratégia de geração de conhecimento e de emancipação do sujeito no diálogo com a realidade e na formação da cidadania.

A escola precisa atualizar-se objetivando acompanhar o progresso da ciência e os desafi os cotidianos da sociedade. Trilhar novos caminhos de informação com instrumentos didáticos contextualizados, proporcionar aos alunos permanência condizente com o desafi o de elaboração própria.

Na educação escolar, a pesquisa também assume a capacidade de criar os meios necessários ao estabelecimento de novas interações, mediações e modifi cações de contextos que envolvem os sujeitos do ensino e os da aprendizagem. “Também na escola deve emergir o desafi o da ciência, até porque, em nome da pesquisa, todo professor deve ser cientista” (DEMO, 2002, p.77).

Assim, a escola que vivencia o princípio educativo pela pesquisa confi gura-se como um espaço de formação de sujeitos capazes de questionar e promover uma revolução das mentes que deverão abrir-se para uma realidade que buscar o saber, confi a em si, gosta de si, com consciência da riqueza de suas potencialidades, com razões para aprender de coração e de mente.

Neste contexto, o papel do professor consiste em suscitar o movimento dialético da aquisição de conhecimentos por meio da pesquisa. O ensino pela pesquisa como uma condição fundamental da relação ensino e aprendizagem. São momentos intersequentes de uma mesma vivência da relação ensino- aprendizado realiza a mesma prática pedagógica.

Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses-que-fazeres se encontram um corpo no outro. Enquanto ensino, continuo procurando, continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar e, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade (FREIRE, 1997, p. 32).

Na educação escolar, a pesquisa assume a capacidade de criar meios necessários ao estabelecimento de novas interações, mediações e modifi cações de contextos que envolvem os sujeitos do ensino e da aprendizagem. Na escola deve emergir o desafi o da ciência, até porque, em nome da pesquisa, todo professor e aluno são pesquisadores.

Portanto, vamos promover a revolução necessária no processo educacional através da pesquisa como princípio educativo, começando pelo processo refl exivo analítico.

VERSÃO DO PROFESSOR

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Atividade 5

12 Aula 01 Pesquisa e Ensino em Geografi a

A partir do enfoque abordado, analise o poema e faça uma relação com o princípio educativo da pesquisa.

MestreMaria Luíza Silveira Teles

Mestre,teu verbo deve ser revelação

e em teu ensinamentodeve viver o perfume de teu espírito.

Se não podes dar a teu discípulotuas próprias asas,

dá-lhe o anseio de voare contenta-se em sera mais humilde pedra

Que sustentará a sua galgada.Tu tens que caminhar com ele,

lado a lado,na estrela do saber.Se tens mensagem,

tuas palavras jamais se perderão no tempoe as sementes do teu verbo

germinarão na terra dos coraçõesE tu serás eterno...

Mas, ah!Se não conheces o sentido da vida

e se em ti não existe fé;se não foste fermentado pela dor,

se te preocupas com coisas,e estás cristalizado em “ tuas verdades”,melhor seria que não tivesse nascido...

Pois, de que vale a fl or que não dá seu néctare nem se torna fruto?

Mestre

TELES. L. S. Sociologia para jovens: iniciação à

sociologia, Petrópolis, RJ : Vozes, 1993.

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13Aula 01 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Guisa Refl exiva!!!

O que se impõe à pedagogia neste momento é a tarefa de desenvolver práticas pedagógicas que projetadas, refl etidas, desenvolvidas e avaliadas à luz do projeto histórico da sociedade, permitam estabelecer as bases de uma teoria pedagógica que dê sustentação a uma nova práxis educativa efetivamente transformadora (SUELI MAZILLI).

ResumoNessa aula buscamos apresentar ao estudante, uma proposta metodológica para o desenvolvimento da pesquisa científi ca, que não deve ser vista como um amontoado de dados ou uma simples transmissão de informações, mais um instrumento exeqüível com capacidade de produzir conhecimento adequado à compreensão de determinada realidade, fato, fenômeno ou relação social. É o resultado de um processo investigativo, cujo principal objetivo é resolver problemas e esclarecer dúvidas, mediante a utilização de procedimentos científicos,conduzindo o estudante a um diálogo criativo com dúvidas e interrogações, condição necessária para a formação cidadã. Contribuindo sobremaneira para a reflexão, debate e o enriquecimento da linguagem e pensamento, pois os dois processos estão interligados. Também para conhecer, saber, criar e pesquisar... E assim, encontrar prazer na criatividade, na sua engenhosidade e a alegria de descobrir e aprender. Navegar é preciso...

VERSÃO DO PROFESSOR

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14 Aula 01 Pesquisa e Ensino em Geografi a

AutoavaliaçãoA partir das discussões dos textos apresentados esperamos que você tenha assimilado as mensagens emitidas. Agora construa seu próprio texto, a partir das idéias sobre a temática pesquisa a partir dos eixos discutidos:

Parabéns você acaba de concluir a unidade !!!

Então diga que valeu !!!

Sugestões de LeituraDEMO, P. Pesquisa: princípio científi co e educativo. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

Recomenda-se a leitura da obra, considerando ser bastante relevante para o aluno e graduação, pois busca desmitifi car o conceito de pesquisa mostrando novos horizontes a partir da perspectiva descoberta, criação e diálogo com a realidade. Dando ênfase ao princípio científi co e educativo na busca da superação das limitações do ensinar e aprender para um processo de aprender a aprender a partir da pesquisa contribuindo para a emancipação e autonomia do estudante, considerando a atividade humana processual pela vida afora.

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15Aula 01 Pesquisa e Ensino em Geografi a

LUCKESI, C. C. Fazer universidade: uma proposta metodológica. 12. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

Recomenda-se a leitura da obra, por representar um receituário de soluções para os problemas pedagógicos e acadêmicos da Universidade. Com uma proposta de trabalho para a formação acadêmica voltada para capacitar o aluno, através de refl exões, práticas e refl exões da própria prática, a uma analise do conhecimento, seu processo de produção, expressão e apreensão; elementos necessários à construção da Universidade como um centro vivo de consciência crítica e de construção de conhecimentos.

ReferênciasBARROS, A. J. da S.; LEHFELD, N. A. de S. Fundamentos de metodologia científi ca: um guia para a iniciação científi ca. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 2000.

BOENTE, A. BRAGA. Metodologia científi ce contemporânea. Rio de Janeiro: Brasport, 2004.

DEMO, P. Saber pensar. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

______, Pesquisa: princípio científi co e educativo.9.ed.São Paulo:Cortez,2001.

______. Desafi os modernos da educação. 12. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1997.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científi ca. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

LUCKESI, C. C. Fazer universidade: uma proposta metodológica. 12. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2000.

VERSÃO DO PROFESSOR

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16 Aula 01 Pesquisa e Ensino em Geografi a

AnotaçõesVERSÃO DO PROFESSOR

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Ângela Maria Cavalcanti Ramalho

Francisca Luseni Machado Marques

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Aula

Autoras

A trajetória daciência e seus paradigmas

02Material APROVADO (conteúdo e imagens)( g ) Data: ___/___/___

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Revisoras Tipográfi cas

Adriana Rodrigues Gomes

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1Aula 02 Pesquisa e Ensino em Geografi a

ApresentaçãoPrezado(a) Aluno(a)!

NEsta aula discutiremos o conceito de ciência e a sua trajetória, com base em alguns autores, como Thomas Kuhn. Neste sentido, destacaremos aspectos da história científi ca da antiguidade à atualidade, tendo em vista a presente crise de paradigma e

as perspectivas antropológicas hoje.

Caminhos a percorrer...

ObjetivosPretende-se, ao fi nal desta aula que você tenha compreendido:

a distinção entre sujeito e objeto na construção da pesquisa;

a trajetória da ciência em função de seus paradigmas;

o signifi cado de “ciência com consciência”.

O Conhecimento é uma Relação.

Atenção!!!

Conhecer é estabelecer uma relação entre a pessoa (sujeito que conhece) e o objeto (fato ou fenômeno) que passa a ser conhecido. No processo de conhecimento, quem conhece acaba se apropriando do objeto que conheceu. Ou seja, forma um conceito desse objeto, reconstituindo-o em sua memória.

Conceito – signifi ca a representação

mental que o sujeito passa a ter sobre o

objeto, decorrente do ato de conhecer.

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2 Aula 02 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Os objetivos da Ciênciacomo resultado da Relação Sujeito e Objeto

A era do conhecimento em que vivemos tem como objeto a ciência, a qual tem a pesquisa científi ca como atividade propulsora. Os objetivos da ciência consistem em afi rmar que é possível o alcance do conhecimento dos objetos reais situados no tempo e no espaço.

Estes objetivos são determinados pela necessidade que o homem possui de compreender e controlar a natureza e as coisas do universo.

A ciência pode ser entendida como busca constante de explicações e soluções, de revisão e de verdades sobre os fenômenos naturais e sociais – daí a permanente necessidade do conhecimento. O conhecimento científi co resulta da interrelação que se estabelece entre o sujeito cognoscente (que tem capacidade de conhecer) com os fenômenos da realidade empírica. Assim, podemos dizer que o ato de conhecer se dá por meio das informações obtidas pelo sujeito, conforme as determinações afetivas, biológicas, cognitivos e sociais, na apreensão do objeto. O conhecimento científi co é o resultado da relação sujeito e objeto mediado pelo processo de pesquisa.

Os fatos que podem ser conhecidos fazem parte do nosso cotidiano, os produzimos na rotina de cada dia. Por vezes, podemos criá-los com a fi nalidade de estudá-los, como ocorre em situações experimentais de laboratórios. “Entretanto uma grande parte dos esforços, realizados pela ciência, destina-se ao conhecimento de fatos que já existem, produzidos pela natureza, e que o homem ainda desconhece ou, pelo menos, não sabe todo o alcance de suas implicações.” (RUDIO, 1999, p. 10, grifo do autor).

O papel do sujeito e a relação com o objeto é discutido pela epistemologia, para fazer referência a estes dois pólos envolvidos na produção do conhecimento. Epistemologia, no sentido etimológico da palavra, signifi ca: discurso ou estudo (logos) sobre a ciência (episteme). Assim, a epistemologia procura estudar a origem do conhecimento científi co e sua validade. Como disciplina fi losófi ca faz permanente refl exão sobre a problemática do conhecimento, das relações entre sujeito e objeto na busca do conhecimento, especialmente do conhecimento científi co.

Da relação do sujeito com os objetos da natureza e da sociedade surgiram várias ciências. As ciências factuais que se dedicam ao estudo dos fenômenos da natureza (físicos, químicos, biológicos...) e dos fenômenos da sociedade (sociais, culturais, econômicos...). Cada ciência dedica-se ao estudo de uma faceta da realidade e, de modo especial, uma particularidade do fato que é observado por meio dos sentidos e da consciência sensível a uma explicação científi ca.

As ciências elaboram suas teorias que, além de apresentar uma explicação científi ca dos fatos, também, podem nos levar a novas inquietações na busca do conhecimento de fatos que ainda não foram sufi cientemente explicados. Tal orientação leva o estudante a focalizar sua atenção sobre determinado enfoque teórico específi co durante a trajetória acadêmica, passando a constituir tema importante para futura pesquisa.

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Atividade 1

3Aula 02 Pesquisa e Ensino em Geografi a

A verdade científi ca objetiva atinge as razões e as causas dos objetos, pois conhecer é pensar, signifi ca não se contentar em ver os objetos do mundo empírico sem questionar ou refl etir. Nós somos capazes de participar do mundo científi co a partir do momento em que ultrapassamos o simples conhecer pelo empenho de pensar e refl etir com críticas objetivas, possibilitando o nascer e o fortalecer de atitudes científi cas.

Assim, podemos defi nir ciência como o saber sobre um objeto determinado construído pela pesquisa. Resulta da utilização adequada de métodos capazes de descrever, analisar, controlar, prever fatos e buscar soluções para os objetos detectados pelo homem nas diversas realidades que o cerca.

Elabore um esquema do texto acima.

Atenção!!!

Realidade Empírica

Signifi ca tudo que existe e que pode ser conhecido através da experiência. Universo material, físico, naturalmente perceptível pelos órgãos dos sentidos, ou mediante a ajuda de instrumentos de investigação, verifi cável na prática por demonstração, observação ou experimentação.

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Atividade 2

4 Aula 02 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Atenção!!!Quem conhece?O que está sendo conhecido?A distinção entre sujeito e objeto é útil na pesquisa.

Figura 1– Relação no processo de conhecimento

Sujeito Objeto

Ser cognoscente, afetivo, biológico,

social, econômico, cultural, religioso,

lingüístico, moral.

Fenômeno da realidade empírica

Pesquisa científi ca

Conhecimento científi co

Interprete a fi gura acima.

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5Aula 02 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Paradigmas da CiênciaA trajetória da ciência alcança seu apogeu no século XIX, com o domínio das ciências

da natureza, o ritmo e o número das descobertas. Tais descobertas e suas aplicações práticas modifi caram profundamente a fi sionomia do século.

Para alcançar este patamar, podemos pensar a trajetória da ciência com base em três paradigmas: o paradigma teocêntrico, o paradigma antropocêntrico e o paradigma ecocêntrico. Nesses paradigmas norteadores da trajetória da ciência poderemos identifi car as revoluções científi cas.

Carvalho e outros (2000, p. 62, grifo do autor), destacam a relação de paradigma e revolução científi ca, apresentando o seguinte esclarecimento sobre este tema:

Quando a teoria se impõe como adequada, torna-se modelo a partir do qual novas descobertas são realizadas. O conhecimento é, então, acumulado, à medida que os novos resultados são produzidos não se contrapõem aos princípios básicos que constituem o paradigma. Durante muito tempo, por exemplo, pesquisadores da área da física trabalharam a partir do modelo newtoniano, ampliando-o, sem, no entanto, colocá-lo em questão. [...] fase normal da ciência.

Quando resultados diferentes dos esperados – as anomalias – começam a aparecer, o paradigma vigente começa a entrar em crise. [...] o conjunto de anomalias acaba por produzir uma revolução científi ca. A teoria copernicana, que substituiu a explicação geocêntrica pela heliocêntrica, assim como a de Einstein, que rompeu com o modelo newtoniano de física, são exemplos de revoluções científicas, pois apontaram a insufi ciência dos paradigmas ou modelos explicativos anteriores e estabeleceram novos critérios para elaboração de procedimentos de pesquisa da realidade.

A história do conhecimento humano mostra como o interesse e a dominação tem infl uenciado na concepção de ciência. Porém, as mudanças de paradigmas, não signifi cam, necessariamente, que as idéias ou interpretações, ora descartadas ou substituídas, eram essencialmente falsas ou foram elaboradas de forma equivocada ou que os pesquisadores que as produziram não estavam devidamente preparados para reformulá-las.

Mais ainda, elas mostram que os resultados científi cos não são defi nitivos e que os cientistas não param de pensar e discutir consigo mesmo e com seus pares; ou de buscar, ainda, outros modos de formular os conceitos ou interpretações. Isso se aplica para toda a pesquisa, tanto nas ciências da vida quanto nas ciências da terra.

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Atividade 3

6 Aula 02 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Curiosidades!!!

As ciências da Terra, da qual faz parte a geomorfologia, tratam da reconstrução, valendo-se das evidências disponíveis, da sequencia de eventos que ocorreram na superfície da terra, ou debaixo dela, deram origem às formas e materiais que fazem parte dela. Para isso, a Geomorfologia recorre a evidências disponíveis e a partir delas, enuncia sequencia de fatos que os geomorfólos acreditam verdadeiros. Na realidade, não há como provar, de forma conclusiva, que os eventos aconteceram ou se aconteceram à ordem suposta. Desde a época em que a crença na criação divina da Terra foi destruída, nunca mais houve consenso; houve e há discussão, controvérsia e substituição regular de paradigmas ou modelos. Prova disso são os modelos descartados nos últimos trezentos anos, entre eles o catastrofi smo e teorias sobre a formação das montanhas, ciclo de erosão ou a divisão de períodos do pleistoceno (COLTRINARI, 2002, p.116).

A revolução científi ca é um fenômeno semelhante a uma espiral. Enumere, no desenho abaixo em forma de espiral, as fases que podem ocorrer em um paradigma, segundo Kuhn.

Atenção!!!

Paradigmas são “[...] as realizações científi cas reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para a comunidade” (KUHN, 1998, p.13).

Nessa perspectiva, em determinada fase de normalidade da ciência, seu paradigma explica os questionamentos sobre os fatos ou fenômenos (1); surge um fato novo, diferente do já conhecido e o conhecimento atual não consegue dar explicações satisfatórias – aconteceu uma anomalia na ciência normal (2); essa anomalia leva a crise do paradigma vigente (3); com essa crise pesquisas extraordinárias são realizadas na busca de explicação do novo fato (4); quando se conseguir novos conceitos e princípios para explicar o novo fato (a anomalia), emerge o novo paradigma da ciência (5). A ciência, então, retorna a um estado de normalidade (6).

MAIA, I. M. R. L. S.O desenvolvimento da

ciência em Thomas Kuhn.

Disponível em: <HTTP://www.consciencia.

org/kuhmisabel.shtml>. Acesso em: 11 jun. 2009.

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7Aula 02 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Paradigmas daTrajetória da Ciência

Paradigma TeocêntricoO paradigma teocêntrico foi o primeiro modelo de ciência dominante entre a Antiguidade

e Idade Média. Esse paradigma supõe que a verdade tem como centro o mundo de Deus (Teo), enquanto o conceito de universo era o geocêntrico (Terra).

Este paradigma foi predominante até o fi nal da Idade Média. A concepção da ciência e dos métodos de constituição do saber, no decorrer dos séculos que seguem à Antiguidade Grega, pouco progresso é digno de nota O conhecimento adotado era o meio termo entre religião e ciência que correspondeu à interpretação de Santo Tomás de Aquino, dos preceitos fi losófi cos de Aristóteles, enquanto que as interpretações apresentavam uma conciliação entre razão e fé subordinadas aos dogmas do cristianismo (CARDOSO, 1995).

O renascimento veio contrapor a esse dogmatismo e o início de uma autonomia científi ca até então oprimida pela Santa Inquisição.

Sugestão para ver:

GIORDANO BRUNOO fi lme relata os últimos dias da vida de Giordano Bruno, quando foi perseguido, preso e condenado pela Santa Inquisição, por ter escrito livros contra o dogmatismo da Igreja.

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8 Aula 02 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Paradigma AntropocêntricoNeste paradigma a verdade está, mais especifi camente, com o homem (Antropos). Em

outras palavras, o homem preterido na Idade Média por Deus, passa a ser o centro das atenções dos pensadores e homens da ciência.

Na Idade Moderna conduz a encarar novos pontos de vista que irão fl orescer no século XVII: O homem acumulador de conhecimento oriundo das inquietações do cotidiano se coloca como capaz de descobrir o modo de funcionamento da natureza, como já vinha descobrindo outros povos, continentes e terras.

Assim a construção de um novo conhecimento se impõe com a construção de um método que se constrói a partir da observação da realidade (empirismo) e coloca a explicação à prova (experimentação).

A base das ciências, na visão moderna é a experiência verifi cável. A partir de então o conhecimento não repousa no simples exercício do pensamento, mas na observação, experimentação e mensuração, tendo como fundamento o método científi co em sua forma experimental. Podemos caracterizar a ciência moderna como a aprendizagem de dominação da natureza.

EMPIRISMO

Relaciona-se ao Conhecimento obtido por meio dos sentidos, pela experiência sensível.

Curiosidades

Galileu Galilei (1564 – 1642) - Considerado o pai da ciência moderna, sofreu hostilidade dos sábios de sua época, por acreditar que o cientista deve provar na prática tudo o que afi rma. Para refutar a teoria geocêntrica (aterra como centro do universo) desenvolveu argumentos que encontrou nas obras de Nicolau Copérnico (1473 – 1543). Valendo-se de um telescópio (que inventou ou redescobriu) com a capacidade para aumentar até mil vezes a imagem observada, conseguiu ver as fases de Vênus: isto veio confi rmar a teoria de Copérnico de que esse planeta girava em torno do sol e que a terra não era o centro do universo (concepção heliocêntrica do universo).

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Atividade 4

9Aula 02 Pesquisa e Ensino em Geografi a

A observação da queda da maçã, que teria inspirado Isaac Newton, ao que denominou “lei da gravidade universal”. No lugar das “leis divinas” surgem a noção de leis da natureza e a idéia de que a ciência tem por objetivo defi nir suas leis.

O que mudou na ciência com a transformação do Paradigma teocêntrico para o antropocêntrico?

A observação da queda da maçã

Figura do livro de Laville e Dionne citado nas referências.

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10 Aula 02 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Paradigma Ecocêntrico

Nesse paradigma, o homem passa a ser um fi o na grande teia da vida. Novos conceitos da relação homem e meio ambiente passam a ser considerados para “o fazer” ciência no fi nal do século XIX e início de século XX. A concepção de mundo está fundamentada

no conceito que se tem de universo (ECO).

A ciência experimental desenvolveu-se por meio de inúmeras aplicações ao estudo dos fatos da realidade empírica. Os resultados científi cos em benefício da humanidade levaram a ciência a ter considerável infl uência na sociedade.

As mudanças e os melhoramentos são notáveis a vida humana. Por outro lado, vivemos numa sociedade sem limites para o progresso científi co em que convivemos com “perigos cada vez mais verossímeis da catástrofe ecológica ou da guerra nuclear” (SANTOS, 2003, p. 6).

Soluções são procuradas para a grave crise ecológica que aparece até em nosso cotidiano. Os resultados científi cos tem demonstrado uma prática ecológica associada a atividades utilitárias e pragmáticas, com fi nalidade econômica e, consequentemente, ao particular interesse das classes dominantes.

Vivemos, portanto, uma grande perplexidade sobre os caminhos percorridos pelo homem com os resultados da pesquisa científi ca. Se de um lado nos encantam as façanhas da engenharia genética ou da medicina nuclear, temos de haver-nos com as sombras de desastres dos recursos da ciência contemporânea. Eis porque a ciência e a tecnologia se constituem nas glorias e nas sérias preocupações para o ser humano no presente século.

Sugestão para ver

Ponto de Mutação

Filme em que enfoca três personagens: um cientista, um político e um poeta, que discutem sobre a crise atual da ciência com base no livro de Fritjof Capra que dá nome ao fi lme (ver resenha apresentada no fi nal da aula). Estabelecem-se novas concepções defendidas pela visão holística.

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11Aula 02 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Uma refl exão sobre a ciência hoje

Estamos diante de uma crise do paradigma atual da ciência: emerge um novo tempo de refl exão e de questionamentos; um tempo de revisão sobre o rigor científi co; de uma nova orientação do pensar científi co, em outras bases conceituais teóricas e epistemológicas

e a noção humanista ética de responsabilidade.

Resta pensar, postas as realizações científi cas irreversíveis do novo mundo, qual o signifi cado contido nelas. Dias (2000) apresenta algumas questões que fazem parte de qualquer arcabouço que se imagine para a educação nos tempos em que vivemos: De que forma a informática é agregada ao cotidiano para a construção de cidadania? Será que o domínio de genoma está propiciando as condições racionais para a intervenção mais profunda do homem na natureza sem cavar sua própria sepultura com a destruição do ecossistema? Estará à engenharia genética a serviço da qualidade de vida de todos, ou do lucro da minoria?

Os resultados das pesquisas científicas que beneficiam o homem não devem ser restritos à academia, mas a todos que não puderam chegar à universidade. O que nos leva ao entendimento de que o mais sofi sticado dos produtos de laboratório deve ser explicado ao mais humilde dos cidadãos. Estamos tratando, agora, da biosfera, da sobrevivência da humanidade.

A evolução da ciência em apenas quatro séculos de experimentalismo conseguiu realizações verdadeiramente assustadoras, numa sociedade sem limites para o progresso científi co. “O momento é o de perguntarmos o que podemos fazer hoje, convivendo com os avanços meio inconscientes de uma ciência que é, em si, maravilhosa, mas em muito se tornou perversa em razão da perda de uma consciência profunda” (MORAIS, 2003, p. 91-92).

O maior desafi o é entender como contribuir para a construção de uma consciência ecológica. Que possa sustentar uma evolução sem desconsiderar os outros seres, reconhecidamente vivos ou não. Uma educação fundamentada nestes princípios, que incorpore a atitude crítica para uma atividade consciente do todo, na formação de uma identidade harmonizada.

É preciso crer na participação do ser humano nas possibilidades de recuperação do mundo, no sentido de refl etir sobre o fazer ciência com consciência, considerando que tem sido vítima de erros ideológicos.

A perspectiva da ciência hoje depende da luta em dois níveis: primeiro, o desafi o de uma política no sentido de levar o conhecimento científi co a todos os cidadãos e não só para alguns e, segundo, a reeducação do homem voltada para atos pequenos e cotidianos, fundamentada na consciência sobre seu mundo. Desse modo, estaremos contribuindo para uma produção de cientistas que recupere o sentido do cotidiano, edifi que uma ciência ética e socialmente comprometida com o impacto das descobertas e o caminho de suas aplicações.

Muitas alternativas já foram tentadas para a recuperação dos caminhos legítimos da ciência. A ciência na modernidade para garantir o status de científi co instituiu a objetividade, utilizando-se do método experimental no ato de conhecer fatos empiricamente verifi cáveis,

Dias

Emanuel Dias, Jornal do Comércio – Recife –PE, Caderno 2, em 11. 01.2000.

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Atividade 5

12 Aula 02 Pesquisa e Ensino em Geografi a

atualmente emerge para uma visão compreensiva, holística, dialética da realidade. A concepção de cosmovisão (a parte está no todo e o todo está na parte) e outras tradições espirituais passam a raízes para este novo modelo. O entendimento é o de que no futuro residem todas as possibilidades, as boas e as más, e que aquilo que há de vir depende das ações humanas que preparam esse futuro.

Como poderemos construir Ciência com Consciência? Como vivenciá-la na escola?

Holismo

Termo instituído por Jan Smuts no em 1926,

se refere a uma visão incluente, englobando

o novo, o dinâmico, o fl exível, a evolução,

trazendo a si todos os seus princípios – considerada

concepção norteadora, por muitos estudiosos, para

uma educação ecológica.

Ângela Maria Cavalcanti Ramalho

Professora do DFCS/ UEPB e doutoranda em Educação

Ambiental da UFCG.

Para maior compreensão sobre a crise do paradigma atual, Leia a resenha abaixo:

CAPRA, Fritjof. A teia da vida. Tradução de Newton Roberval Ejchemberg. São Paulo: Cultrix, 1996.

Ângela Maria Cavalcanti Ramalho

A obra de Capra A Teia da Vida faz uma refl exão sobre as perspectivas intelectual e espiritual que emerge no mundo na contemporaneidade, delineando a necessidade de se buscar uma nova maneira de pensar mais sensível e signifi cativa; um novo paradigma com uma visão de mundo ecológica. Essa nova concepção de mundo busca superar o paradigma dominante que preside a ciência moderna que se constituiu a partir da Revolução Científi ca do século XVI e desenvolveu-se nos séculos seguintes basicamente á luz das ciências naturais, com total separação entre a natureza e o ser humano.

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13Aula 02 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Portanto, essa perspectiva paradigmática deve ser coerente com uma mudança fundamental na compreensão humana quanto à natureza do conhecimento científi co. A esfera das ciências físicas, ciências biológicas, sociais e humanas contribuirá para signifi cativa mudança sistêmica e transformação cultural. Com uma visão diferente de mundo e da vida, os protagonistas do novo paradigma conduzem uma luta apaixonada contra todas as formas de autoritarismo e dogmatismo, fazendo-nos crer no limiar de uma sociedade interativa com uma organização social liberta das carências sociais.

Assim, como em outros períodos de transição difíceis de entender e de percorrer se instaura a necessidade de formular novas perguntas. Os questionamentos se encaminham com vistas á compreensão da realidade que se apresenta. O ato de conhecer implica em um modo de interpretação da realidade em função de como esta interpretação afeta nosso comportamento frente a nós mesmos e a natureza.

O novo paradigma que emerge atualmente pode ser descrito de várias maneiras: visão de mundo holística, que enfatiza mais o todo que as suas partes. Também denominado de visão de mundo ecológica - a expressão ecologia tem um sentido mais amplo e profundo do que aquele em que é usualmente empregado. A consciência ecológica, no sentido profundo, reconhece a interdependência essencial de todos os fenômenos e o diálogo profícuo entre os indivíduos e as sociedades nos processos cíclicos da natureza. Essa percepção profundamente ecológica está agora emergindo em vários segmentos da sociedade.

O paradigma ecológico é alicerçado em valores ecocêntricos (centralização na Terra), enraizado numa percepção existencial que vai além do arcabouço teórico-metodológico científi co baseado em valores antropocêntricos (homem como centro do universo), no rumo de sua consciência de íntima e sutil unidade de toda a vida e da interdependência de suas múltiplas manifestações e de seus ciclos de mudança e transformação.

Em última análise, essa profunda consciência ecológica é espiritual. Entendendo o conceito de espírito humano como o modo de consciência em que o indivíduo se sente ligado ao cosmo como um todo. Portanto, não é surpresa o fato de que a nova visão da realidade esteja em harmonia com todas as concepções das tradições espirituais da humanidade.

Sendo assim, à luz dos pressupostos teóricos e da obra em foco que preconiza a importância de um novo paradigma: traduzindo-se em uma compreensão, sabedoria de vida, em harmonia e comunhão com tudo que nos rodeia e que é o mais íntimo de cada um de nós.

Enfi m, acreditamos ser necessário o pronunciamento de um discurso ecocêntrico de cada ser humano para que efetivamente possamos promover mudanças substanciais; baseada na crença de que todo sujeito não é um ser individualizado, é um ser social aprendido em um espaço coletivo compondo a teia da vida... pois, na vida todas as coisas estão interligadas. Uma teia de conexões nos envolve por todos os lados, podendo fazer-nos seres cooperativos e solidários, por causa desta teia chegamos até aqui e poderemos ter futuro.

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Atividade 6

14 Aula 02 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Faça algumas considerações sobre a resenha acima.

Concluindo a aula!Ao término desta aula desejamos que você tenha compreendido: a importância de

conhecer fenômenos do mundo e da teoria científi ca que dá suporte à sua área de saber; a preocupação epistemológica correspondente a relação sujeito e objeto; aspectos que determinaram o surgimento da ciência moderna e o que se questiona sobre a ciência hoje.

Do mesmo modo, esperamos que as explicações dos paradigmas da ciência, tenham levado você à refl exão sobre os modelos de conhecimento estabelecidos e aceitos pela comunidade em determinado momento histórico.

Até a próxima aula!!!

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15Aula 02 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Sugestões de leituraPropomos como leituras complementares às discussões apresentadas nesta aula:

KUHN, Thomas. A estrutura das revoluções científi cas. 5. ed. São Paulo: Perspectiva, 1998.

A obra é clássica ao iniciar um novo capítulo na história da fi losofi a da ciência, aliando as abordagens fi losófi cas ao conhecimento dos procedimentos científi cos. Destacamos os capítulos em que discute a questão epistemológica, quanto a prática real dos cientistas na caracterização do empreendimento científi co, bem como, a noção de paradigma e seus estágios.

TEIXEIRA, Elizabeth. As três metodologias: acadêmica, da ciência e da pesquisa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.

Para nossos fi ns, particularmente, destacaríamos a segunda parte do livro Metodologia da Ciência, que apresenta a relação conhecimento e ciência, tendo como ponto central das discussões a trajetória da ciência e seus paradigmas. Neste contexto, a autora destaca aspectos relevantes da história científi ca, da modernidade à atualidade, e chama a atenção para a presente crise de paradigmas.

ResumoNesta aula foi destacado que os objetivos da ciência são determinados pela necessidade que o homem possui de conhecer. Na descrição da relação sujeito e objeto na produção do conhecimento científi co, necessário a compreensão sobre o que está sendo conhecido e o papel de quem conhece mediado pela pesquisa científi ca. O enfoque sobre a trajetória da ciência teve por base três paradigmas: teocêntrico, antropocêntrico e ecocêntrico, em que se identifi cam revoluções científi cas. O questionamento e refl exão sobre as realizações científi cas tem como meta a educação para a construção da ciência, fundamental à concepção de ciência com consciência face a crise do paradigma atual.

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16 Aula 02 Pesquisa e Ensino em Geografi a

AutoavaliaçãoNesta aula, foi apresentada a trajetória da ciência. Elabore um texto contendo uma síntese dos três paradigmas: teocêntrico, antropocêntrico e ecocêntrico. Situe a pesquisa neste contexto e o signifi cado de ciência com consciência.

ReferênciasCARDOSO, Clodoaldo M. A canção da inteireza. São Paulo: Summus, 1995.

CARVALHO, A. M. et al. Aprendendo metodojogia científi ca: uma orientação para os alunos de graduação. 2. ed. São Paulo: Nome da Rosa, 2000.

COLTRINARI, L. A pesquisa acadêmica, a pesquisa didática e a formação do professor de geografi a. In: PONTUSCHKA, N. N.; OLIVEIRA, O. U. Geografi a em perspectiva: ensino e pesquisa. São Paulo: Contexto, 2002.

DIONNE, J; LAVILLE, C. A construção do saber. Tradução de Heloísa Monteiro e Francisco Settineri. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.

KUHN, T. A estrutura das revoluções científi cas. 5. ed. São Paulo: Perspectiva, 1998.

MORAIS, F. R. de. Ciência e perspectivas antropológicas hoje. In: CARVALHO, Maria Cecília M. de (Org.). Construindo o saber – Metodologia científi ca: fundamentos e técnicas. 15. ed. Campinas, SP: Papirus, 2003.

RUDIO, F. V. Introdução ao projeto de pesquisa. 24. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.

SANTOS, B. de S. Um discurso sobre as ciências. São Paulo: Cortez, 2003.

TEIXEIRA, E. As três metodologias: acadêmica, da ciência e da pesquisa. Petrópolis: Vozes, 2005.

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Ângela Maria Cavalcanti Ramalho

Francisca Luseni Machado Marques

Pesquisa e Ensino em Geografi aD I S C I P L I N A

Aula

Autoras

Critérios de cientifi cidadena construção da pesquisa

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Elizabeth da Silva Ferreira

Ivana Lima

Johann Jean Evangelista de Melo

José Antonio Bezerra Junior

Mariana Araújo de Brito

Adaptação para Módulo Matemático

Joacy Guilherme de A. F. Filho

Governo Federal

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Secretário de Educação a Distância – SEEDCarlos Eduardo Bielschowsky

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

ReitorJosé Ivonildo do Rêgo

Vice-ReitoraÂngela Maria Paiva Cruz

Secretária de Educação a DistânciaVera Lucia do Amaral

Universidade Estadual da Paraíba

ReitoraMarlene Alves Sousa Luna

Vice-ReitorAldo Bezerra Maciel

Coordenadora Institucional de Programas Especiais – CIPEEliane de Moura Silva

Secretaria de Educação a Distância – SEDIS/UFRN

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1Aula 03 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Apresentação

Nesta aula, apresentaremos alguns procedimentos a serem observados durante o planejamento e execução da pesquisa. A prática dessas posturas volta-se para conseguir do aluno uma visão crítica da realidade, uma atitude ética e

um compromisso com a cientifi cidade. Tais cuidados são considerados um exercício metodológico fundamental ao direcionamento da pesquisa científi ca.

Caminhos a percorrer...

ObjetivosAo fi nal desta aula, esperamos que você tenha compreendido

e interpretado:

o sentido da crítica para a construção e posicionamento diante do conhecimento;

o signifi cado da ética do conhecimento na realização da pesquisa científi ca;

a importância dos critérios de cientifi cidade na produção dos resultados da ciência.

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2 Aula 03 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Uma refl exãosobre Pesquisa e Cientifi cidade

O ser humano precisa conhecer!!!

A pesquisa é uma atividade voltada para a busca de um determinado conhecimento. Resulta de uma indagação da realidade com o objetivo de conhecer. Com a pesquisa conhecemos para comunicar, para utilizar, para criticar, para viver na sociedade

do conhecimento.

Você já deve ter compreendido que a pesquisa antecede a atividade de transmitir e usar conhecimento. Há, portanto, um momento em que sentimos necessidade de pesquisar. Quando descobrimos que o que conhecemos era pouco, sempre. Não sabemos quando isso ocorre. Como consideramos o tempo da vida do conhecimento anterior à pesquisa? Talvez possamos considerar como “tempo de apenas comunicar e utilizar o que se sabe”.

No entanto, algo acontece quando descobrimos que não sabemos ainda, ou que precisamos de mais conhecimento. Então se pesquisa, se investiga. A insatisfação com o conhecimento é o que leva a pesquisar. Podemos dar um nome a esse tempo. Poderia ser: “o tempo da ciência”. A diferença está na busca, na procura do saber que não possuímos através da pesquisa em alguma ciência, talvez seja também a diferença entre utilizar o que se sabe e utilizar o que se veio a saber.

Bruyne e colaboradores (1991) defendem a idéia de que os critérios de cientifi cidade devem fazer parte do processo de construção do conhecimento. Minayo e outros (1994, p.10 -12), afi rmam que:

O campo científi co, apesar de sua normatividade, é permeado por confl itos e tradições. Há os que buscam a uniformidade dos procedimentos para compreender o natural e o social como condição para atribuir o estatuto de “ciência” [...] Poderíamos dizer, nesse sentido, que o labor científi co caminha sempre em duas direções: numa elabora suas teorias, seus métodos, seus princípios e estabelece seus resultados; noutra investiga, ratifi ca seu caminho abandona certas vias e encaminha-se para certas direções privilegiadas.

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Atividade 1

3Aula 03 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Para você, o que signifi ca: pesquisar para conhecer?

Assim, o êxito de uma pesquisa depende fundamentalmente de certas qualidades intelectuais e morais do pesquisador. No entanto, “[...] não bastará, pois, conhecê-las; é preciso vivê-las, reduzi-las à prática, cultivá-las” (RUIZ, 1996, p. 132).

Inicialmente, apresentaremos a importância do posicionamento crítico e ético na pesquisa para, em seguida, os cuidados metodológicos que uma vez seguidos produz o resultado requerido pela ciência.

A crítica naConstrução da Pesquisa

A humanidade atingiu conhecimentos sobre a natureza e sociedade. Quando o homem faz conhecimento apresenta sua dimensão histórica e ao usá-lo sua condição social. Cada ser humano se apropria do acervo dessas informações conforme sua vivência

e experiência pessoal, bem como, as condições dadas. Nessas circunstâncias, torna-se importante a conscientização da necessidade de posicionar-se diante do conhecimento, prática defi nidora do fazer e do usar.

O pensamento crítico e a pesquisa se sobrepõem, visto que o pensamento crítico ocorre em todos os níveis do processo de investigação. No processo de pesquisa esperamos que o

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Atividade 2

4 Aula 03 Pesquisa e Ensino em Geografi a

aluno desenvolva a capacidade de crítica, mediante a refl exão do conhecimento. Pois, o ato de aprender e de pensar, com atenção e criticamente, credenciam a atividade científi ca.

Assim, pensar é ter um posicionamento crítico a respeito de cada uma das possibilidades de saber. É sair da imediatez da experiência situando-a como um saber aparente que necessita ser criticado (HÜHNE, 1995, p 40).

Atenção!!!

Quando você se posiciona diante de algum assunto, implica o ato de pensar, de colocar-se refl exivamente diante do conhecimento adquirido.

As tomadas de posição de nossa vida não podem ser assumidas aleatoriamente, mas consideradas como um trabalho do pensamento, por requerer a busca de sentido.

Portanto, para você: o que signifi ca violência? O que pensa acerca de Greve? De Família? Qual seu discurso sobre meio ambiente? Sobre amizade? Qual o seu conhecimento a respeito dessas questões? Como você conheceu esses assuntos? Como você se posiciona acerca dessas questões? E de outras?

Pense e escreva um texto sobre um conceito de seu campo de estudo. Pode ser: desmatamento, resíduos sólidos, mata atlântica ou outro de seu interesse.

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5Aula 03 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Mas, o que você entende por crítica?

Atenção!!!

Lembre-se que o ato de criticar exige o pensar.

O sentido científi co e fi losófi co de Criticar não signifi ca: criticar por criticar, sem conhecer a matéria que está sendo analisada. Quando não se conhece o assunto a critica é um ato proveniente de interesses pessoais, de tabus emocionais, ou seja, decorre da subjetividade do sujeito, sem fundamento lógico por falta de exame.

Criticar é, antes de qualquer coisa, analisar, questionar, submeter a exame, julgar a validade, a fundamentação das soluções estabelecidas. Em que a formação do espírito crítico, direito inalienável à pessoa humana, dá inicio a trajetória de renovação de cada um em particular e científi ca da humanidade. Dessa forma, “Crítico, aqui, equivale a objetividade na elucidação: descrição da realidade a partir de suas manifestações [reais] e não a partir de projeções psicossociológicas do sujeito” (LUCKESI, 2005, p. 139).

Necessário, pois, estabelecer a diferença entre Espírito Crítico e Espírito de Crítica. O Espírito Crítico consiste na atitude amadurecida do homem que o leva a aperfeiçoar o discernimento, capacitando-o a separar o que é essencial do acidental, o importante do secundário. Signifi ca a busca com seriedade do conhecimento mais adequado, “que tranqüiliza as exigências da razão, dissipa as trevas da ignorância e promove o progresso da mente.” Enquanto que o Espírito de Crítica “é o espírito de contradição [...] de superfi cialidade irresponsável [que] nasce do nada e não conduz a coisa alguma, ou nasce da inquietação pessoal e conduz a inquietação de muitos.” Portanto, o aluno pesquisador “[...] deve cultivar, desenvolver e fundamentar solidamente o espírito crítico e, por outro lado, banir do ambiente amadurecido da ciência o fútil espírito de crítica, demolidor e pernicioso” (RUIZ, 1996, p. 133).

A crítica como trabalho intelectual tem a fi nalidade de explicitar o conteúdo de um pensamento qualquer, de um discurso qualquer, para encontrar o que foi silenciado por esse pensamento ou por esse discurso. Nesse processo de desvelamento do objeto, a crítica permite encontrar uma obra de pensamento – a descoberta de tudo aquilo que estava silenciado, não dito, não revelado. Que não tinha conhecimento.

Assim, como o ato de pesquisar constitui um processo em que o fenômeno estudado não se deixa desvelar facilmente para o pesquisador, então cabe usar de suas capacidades cognitivas de análise, síntese, compreensão, avaliação, revisão e aplicação, para a apreensão do objeto. E só deste modo poderá argumentar e, consequentemente, criticar. Pois, é impossível investigar sem usar os procedimentos da razão.

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Atividade 3

6 Aula 03 Pesquisa e Ensino em Geografi a

O Que você entendeu do texto acima?

Refl ita!!!

Se a sua cabeça posiciona-se diante do conhecimento, você está criticamente no mundo.

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7Aula 03 Pesquisa e Ensino em Geografi a

A ética noprocesso do conhecimento

A educação assume o papel de tecer e incorporar no aluno o sentido de se viver eticamente neste mundo global. Neste contexto, a prática da pesquisa envolve ações voltadas para exemplos e vivências concretas – na refl exão do que poderemos deixar para as gerações

futuras – alunos conscientes e comprometidos consigo mesmo e com o próximo.

Uma refl exão que deve começar bem cedo sobre as ações realizadas no exercício de nossa profi ssão. Podemos perguntar a nós mesmos: estou sendo um bom profi ssional? Estou agindo adequadamente? Realizo corretamente minha atividade? Algumas perguntas podem guiar a refl exão, para que possamos fazer uma avaliação das nossas ações, até ela se tornar um hábito incorporado no dia a dia. Defrontamos com a necessidade de pautar o comportamento por normas que julgamos apropriadas ou mais dignas de serem cumpridas.

Na vida real, enfrentamos vários problemas práticos que ninguém pode fugir. Para resolvê-los recorremos a normas que servem para justifi car a decisão tomada ou os passos dados. Toda sociedade apresenta um conjunto de valores e regras destinadas a regular as ações dos indivíduos que chamamos de Moral – que signifi ca costume, no sentido de conjunto de normas ou regras adquiridas por hábito.

A refl exão sobre os costumes, ou seja, a refl exão sobre o que seria o comportamento ideal para os homens constitui atributo da Ética.

No cotidiano, a palavra Ética ganhou o status de coisa séria, entendida sobre o bom ou mau, correto ou incorreto, adequado ou inadequado, com a missão de refl etir sobre as ações humanas.

Com o progresso da ciência, o homem apresenta-se como absoluto, como criador de diferentes domínios. Desse modo, razões históricas, políticas e culturais nos distanciaram da dimensão ética da vida.

As causas históricas do esquecimento da questão ética para segundo plano é justifi cada pela convicção tecnológica de que o verdadeiro caminho da sociedade rumo a uma vida melhor seria o avanço técnico dos conhecimentos, da ciência, da riqueza material e econômica que esse caminho proporciona; preconceito contra o discurso das virtudes – responsabilidade, coragem, solidariedade, dedicação etc. - na concepção de que o discurso moral era utilizado para conter a emancipação humana moderna.

Os resultados do avanço da ciência como sinônimo de progresso tem contribuído para as refl exões éticas na contemporaneidade, do século XIX até nossos dias, voltando-se para seus motivos e suas aplicações. Na produção do conhecimento científi co, as refl exões sobre as ações humanas se instauram quanto à responsabilidade de seus atos e a consciência de seu dever.

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Atividade 4

8 Aula 03 Pesquisa e Ensino em Geografi a

A ética de Kant (1980) é a mais perfeita expressão para a refl exão sobre a ciência e perspectivas para a humanidade hoje. Indica o que a ética impõe a todos, fazer o bem e evitar o mal. Para ele, o sujeito cognoscente é ativo, criador e está no centro tanto do conhecimento quanto da ética. O que leva o esforço da mente a refl etir sobre as ações dos homens à luz da máxima concepção possível do que seria perfeito (GUEDES, 2000).

A pesquisa científi ca como atividade voltada para o estudo dos fatos de interesse do homem, na busca do conhecimento e não ao dogma, tem de avançar ancorada no conhecimento já sistematizado. Mas, a questão de interesse se fi rma com a refl exão da problematização e justifi cativas do conhecimento.

a) Atualmente, sobre que assunto gostaria de obter maior conhecimento?

A ética de Kant

Kant. I. Fundamentação da metafísica dos

costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1980. (Coleção os

pensadores).

b) Escreva o motivo pelo qual você escolheu este assunto.

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9Aula 03 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Critérios de cientifi cidade

Os critérios de cientifi cidade referem-se aos cuidados metodológicos que norteiam a elaboração do trabalho de pesquisa. “Há, assim, um rol de cuidados específi cos, que uma vez seguidos, parecem produzir o resultado imaginado, o saber, a ciência” (DEMO,

2008, p. 34, grifo do autor).

Embora esses critérios também não se esgotem, é ponto de partida e de chegada para a elaboração do trabalho científi co. Com este raciocínio, procuramos responder seguinte questão: quais cuidados metodológicos o aluno pesquisador deve levar em consideração para qualifi car seu trabalho como científi co? Como resposta, seguimos o pensamento e classifi cação de Pedro Demo (2008), apresentados no texto A Construção Científi ca, categorizando estes “cuidados” em critérios internos e externos de cientifi cidade. Os primeiros estão relacionados à própria obra científi ca, ou seja, giram em torno da qualidade das características intrínsecas do trabalho. Os segundos dizem respeito à opinião sobre ele, ou seja, o julgamento da qualidade de suas características atribuídas de fora.

A Construção Científi ca

Estes critérios encontram-se explicitados no capítulo 2 do livro Introdução à Metodologia da Ciência, páginas 34 a 42 e apresentado como sugestão de leitura.

É contraditório um político construir a imagem de paladino da justiça social , enquanto sua fazenda mantém trabalhadores sem terra em regime de semi-escravidão.

Critérios internos de cientifi cidade:

Formais (quanto à forma) → coerência e consistência

Informais (quanto ao conteúdo) → originalidade e

objetivação

Critérios externos de cientifi cidade:

Estão relacionados à Opinião Dominante

Critérios internos formais e critérios InformaisOs critérios internos formais estão ligados à preocupação do aluno pesquisador quando

a forma do trabalho científi co:

Coerência: caracteriza a montagem do trabalho sem contradições, onde as partes estão no seu devido lugar, deduzido de tal sorte que a conclusão não contradiz o ponto de partida, e assim por diante.

Para o atendimento deste critério o aluno deverá cumprir algumas tarefas básicas: a) defi nir com precisão os conceitos trabalhados; b) escrever o texto de modo simples e compreensível; c) não confundir uma coisa com outra; d) observar a ordenação do texto: introdução, desenvolvimento e conclusão.

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Atividade 5

10 Aula 03 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Vamos organizar nosso estudo analisando a noção de coerência textual. Fica mais fácil começar pela leitura de um fragmento do texto de Pedro Demo (2008, p.50), no qual demos um título:

Superação da perplexidade inicial na elaboração de um Trabalho de Pesquisa Quando nos propomos a realizar um trabalho de pesquisa é normal que a primeira impressão seja de perplexidade. Não sabemos por onde começar, sobretudo se nunca nos tenhamos metido antes no assunto. Todavia, é a situação de quem se julga pesquisador e não detentor do saber prévio. Pesquisador é alguém que se propõe a descobrir a realidade, supondo que nunca a sabemos satisfatoriamente. Sempre há o que descobrir. Quem parte de evidências nada tem a pesquisar. O processo de superação desta perplexidade inicial é algo central na formação científi ca de uma pessoa. Como se faz?

Em primeiro lugar, vamos à biblioteca ler sobre o tema. Não é bom expediente adiantar, de mão beijada, literatura específi ca, e muito menos certas páginas, cuja leitura dá uma resposta à questão procurada. Pesquisador é aquele que descobre por si, que inventa sua saída. Em segundo lugar vamos levantar informação em torno do assunto, seja de ordem factual ou teórica. Em terceiro lugar, é preciso colocar a imaginação para funcionar, ou seja, apelar para a criatividade.

A perplexidade começa a ser superada, quando imaginamos vislumbrar uma suspeita explicativa. Aí vemos uma luz no fundo do túnel. Conseguimos levantar algumas referências orientadoras. Pode ser que venhamos logo a constatar que o caminho imaginado não é factível ou que é equivocado. Mas já foi um avanço. E vamos avançando com maior ou menor velocidade até elaborarmos as condições sufi cientes para desembocar nas conclusões.

a) Você deve lembrar que o produtor de um texto comunica suas idéias tendo em vista a imagem que faz do leitor. Para quem este texto foi escrito? Justifi que.

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11Aula 03 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Atenção!!!

Quando lemos, atribuímos sentido ao texto porque temos idéias a respeito do que se desenvolve nesse texto. Quando escrevemos, levamos para o leitor sentidos que vão ser partilhados com ele, porque ele tem também idéias a respeito do tema tratado no texto.

b) Releia o texto Superação da perplexidade inicial na elaboração de um Trabalho de Pesquisa, ele apresenta continuidade de sentido. Comente.

c) O texto traz aquilo que esse leitor esperava encontrar quando leu o título e início do assunto? Justifi que.

d) Que outro título poderia ter?

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12 Aula 03 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Atenção!!!

Você deve ter considerado que é possível atribuir signifi cado ao texto porque está organizado de modo que a fazer o leitor acompanhar a sequência dos acontecimentos.

Consistência: este critério pode ser alcançado pelo aluno pesquisador com o estudo permanente do tema da pesquisa. O propósito é a aquisição de conhecimento sufi ciente para apresentar a característica de profundidade que toda obra científi ca deve ter. A meta é a de apresentar explicações sobre o tema com a necessária profundidade, com explicações mais adequadas. Considerando que consistência: De certa maneira podemos defi ni-la como capacidade de resistir a contra-argumentos. É consistente aquilo que não rui, que é compacto, resistente.

Assim, se lemos ainda hoje Aristóteles, Platão, Maquiavel, é porque vemos em suas obras algo que conseguiu sobrepor-se à erosão do tempo. Não são mais atuais. Reconhecemos até erros. Mas continuam importantes.

Os critérios internos não formais estão relacionados ao conteúdo do trabalho cientifi co, como:

Originalidade: ligada ao conteúdo, signifi ca a atenção para não cair apenas na cópia e repetição; a necessidade de recuperar a criatividade, sem deturpar a realidade; relação intrínseca com a produtividade, da capacidade de construir com os processos e instrumentos de pesquisa. Portanto, não parece contradição afi rmar que o espírito científi co deve ser criativo. Mas, é contradição imaginar que o aluno pesquisador criativo é aquele que sabe sem estudar.

A pesquisa científica pode ser destacada como trabalho diferente dos exercícios acadêmicos, geralmente solicitados. Signifi ca a necessidade de levar a ciência para frente, de a renovar constantemente, de recuperar interminavelmente a criatividade, de explorar todas as potencialidades imagináveis, de inventar alternativas onde menos se espera. De caminhar pelo caminho do saber científi co.

Objetividade: Esta qualidade, também, caracteriza os resultados de uma pesquisa.

Para alcançarmos a explicação dos fatos de modo que haja adequação entre o nosso pensamento e o fato estudado – fi ca claro que o espírito crítico se liga ao compromisso da objetividade. Este critério demarca o início da pesquisa experimental, movida pela busca de uma analise mais realista possível do fenômeno pesquisado.

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Atividade 6

13Aula 03 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Interessa a ciência captar a realidade assim como ela é.

A negação da objetividade é incompatível com a ciência. A apropriação do objeto pela mente, o conhecimento da verdade não subjetiva, é uma das razões de ser da ciência. É essa verdade que se denomina objetiva, porque busca a apreensão do que realmente existe.

Com a subjetividade – o conhecimento resulta de condicionamentos pessoais, dos interesses, predileções, preconceitos ou gostos, o que implica na deturpação da realidade.

≠Com a objetividade – o conhecimento resulta do esforço da mente em adequar o pensamento ao que existe, implica na apreensão da realidade como ela é, e não como gostaríamos que fosse.

Atenção!!!

O que acontece na realidade é um esforço de objetivação constante na atividade do cientista. Há um grande esforço para recortar o objeto e tratá-lo de forma mais objetiva possível, num trabalho contínuo, paciente e cuidadoso. Nesse processo, o cientista deve ter a plena consciência de que todos os seus esforços só conseguem produzir conhecimento provisório, mutável e falível. Um conhecimento que está sempre à espera de uma melhor construção, ou seja, da elaboração de uma teoria que possa explicar melhor o real (GUEDES, 2000, p. 178).

Consideramos que a maioria dos cuidados metodológicos visa à objetividade. Por que

esse critério é importante na pesquisa científi ca?

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14 Aula 03 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Critérios Externos

Ao lado dos critérios internos temos ainda os critérios externos, que decorrem do julgamento ou avaliação externa a respeito da obra científi ca. Signifi ca a opinião dominante em determinado assunto, ou sobre certa obra ou autor. Estes se manifestam através da opinião dominante científi ca. Assim, uma obra, além dos critérios internos de avaliação, enfrenta a expectativa ideológica ou a opinião dominante.

Embora na avaliação devêssemos adotar somente a crítica interna, baseada nos critérios internos, alicerçada pela qualidade interna, a opinião dominante tenta evitar fenômeno do argumento de autoridade.

O enunciado não pode ser considerado científi co por causa de seu produtor. Para Cervo e Bervian (1996, p. 20), “O argumento de autoridade consiste em admitir uma verdade ou doutrina com base no valor intelectual ou moral daquele que propõe ou professa.”

A ciência não aceita o argumento de autoridade como critério de avaliação científi ca. Embora tal critério tenha sido dominante por muito tempo, tomada como aceitação do que um “mestre” anunciava acerca de um assunto. De certo modo, os cientistas utilizam o argumento de autoridade em nossos dias (quando, por exemplo, aceitam como verdadeiras as técnicas empregadas por outros, sem verifi cá-las pessoalmente). [...] Em nossos dias, a ciência não aceita a concepção de verdade eterna e submete qualquer argumento de autoridade à verifi cação, a fi m de verifi car sua veracidade ou falsidade. Se assim não fosse, o conhecimento científi co fi caria estagnado e ainda estaríamos acreditando na teoria geocêntrica de Ptolomeu, imaginando que o sol e os planetas girariam em torno da terra (CERVO; BERVIAN, 1996, p, 20).

Os resultados científi cos obtidos por especialistas poderão, certamente servir para guiar trabalhos de investigação. O estudo de fontes bibliográfi cas, presente em todo tipo de pesquisa, se expressa na fundamentação teórica obtida com o desenvolvimento de citações.

As citações no texto são importantes no sentido de permitir ao leitor seguir o roteiro de construção do tema ou relacionar aspectos já estudados por outros estudiosos. As citações vem garantir a cientifi cidade do argumento, acrescentando, sustentando, apoiando as idéias apresentadas pelo autor do texto.

Atenção!!!

A citação não é autoridade, porquanto é somente instrumental.

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Atividade 7

15Aula 03 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Após o texto acima escrito, verifi camos duas citações seguidas. As citações merecem ser contextualizadas: seja, concluindo um argumento, seja situada no texto e, em seguida, interpretada. Qual sua sugestão nesse sentido?

Assim, a avaliação científi ca recebe infl uência da opinião dominante, que aparece intrinsecamente: no tipo de direcionamento da relação orientador e orientando; na sugestão de um determinado tema considerado mais atual e mais adequado infl uenciado pelo momento histórico; na adesão extrema às idéias de um autor; enfi m, a opinião dominante realiza a incursão subjetiva na atribuição da nota para um trabalho científi co.

Atenção!!!

Um trabalho sem citações é pobre em referência, mas abarrotado delas indica que o autor do texto esconde-se atrás de citações.

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Atividade 8

16 Aula 03 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Concluindo a aula!!!Ao fi nal da aula, esperamos que você tenha compreendido a importância do senso crítico

e da postura ética na construção do conhecimento, bem como, em sua vida. Do mesmo modo, a apreensão dos cuidados metodológicos requeridos no processo de pesquisa, na produção de resultados científi cos.

ResumoNesta aula, foi estudado o signifi cado da crítica e da refl exão sobre as ações humana por uma ética do conhecimento. A descrição dos cuidados metodológicos, classifi cados em critérios internos e critérios externos, que o pesquisador deve seguir para a obtenção de cientifi cidade nos resultados da pesquisa.

A banca examinadora, de um trabalho de conclusão de curso, pode ser considerada um critério externo de cientifi cidade habitualmente praticado na Universidade. Por quê?

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17Aula 03 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Autoavaliaçãoa) Leia sobre os critérios internos e externos de cientifi cidade e escreva o que entendeu.

b) Releia todo texto desta aula e faça um comentário.

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18 Aula 03 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Sugestão de leituraDEMO, P. Introdução à metodologia da ciência. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

O autor apresenta a dialética como a metodologia mais adequada para apreender a realidade. No capítulo 2, destacamos, no enfoque relacionado à demarcação científi ca, a apresentação de cuidados específi cos do cientista, reconhecidos como importantes, “que uma vez seguidos, parecem produzir o resultado imaginado, a saber, a ciência”. Tais cuidados são categorizados, pelo autor, como critérios internos e externos de cientifi cidade.

ReferênciasBRANDÃO, C. R. A pergunta a várias mãos: a experiência da partilha através da pesquisa em educação. São Paulo: Cortez, 2003

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científi ca. 4. ed. São Paulo: Makron Books, 1996.

DEMO, P. Introdução à metodologia da ciência. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

GUEDES, E. M. Curso de metodologia científi ca. 2. ed. São Paulo: HD livros, 2000.

HÜNHE, N. A. Metodologia científi ca. 6. ed. Rio de Janeiro: Agir: 1995.

RUIZ, J. A. Metodologia científi ca:guia para efi ciência nos estudos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1998.

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AnotaçõesVERSÃO DO PROFESSOR

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Anotações

20 Aula 03 Pesquisa e Ensino em Geografi a

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Ângela Maria Cavalcanti Ramalho

Francisca Luseni Machado Marques

Pesquisa e Ensino em Geografi aD I S C I P L I N A

Aula

Autoras

Pontos fundamentaisde um projeto de pesquisa

04Material APROVADO (conteúdo e imagens)( g ) Data: ___/___/___

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Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzidasem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central “Zila Mamede”

Coordenadora da Produção dos MateriaisVera Lucia do Amaral

Coordenador de EdiçãoAry Sergio Braga Olinisky

Projeto Gráfi coIvana Lima

Revisores de Estrutura e Linguagem

Janio Gustavo Barbosa

Eugenio Tavares Borges

Thalyta Mabel Nobre Barbosa

Revisora das Normas da ABNT

Verônica Pinheiro da Silva

Revisores de Língua Portuguesa

Flávia Angélica de Amorim Andrade

Janaina Tomaz Capistrano

Kaline Sampaio de Araújo

Samuel Anderson de Oliveira Lima

Revisoras Tipográfi cas

Adriana Rodrigues Gomes

Margareth Pereira Dias

Nouraide Queiroz

Arte e Ilustração

Adauto Harley

Carolina Costa

Heinkel Hugenin

Leonardo Feitoza

Diagramadores

Elizabeth da Silva Ferreira

Ivana Lima

Johann Jean Evangelista de Melo

José Antonio Bezerra Junior

Mariana Araújo de Brito

Adaptação para Módulo Matemático

Joacy Guilherme de A. F. Filho

Governo Federal

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Secretário de Educação a Distância – SEEDCarlos Eduardo Bielschowsky

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

ReitorJosé Ivonildo do Rêgo

Vice-ReitoraÂngela Maria Paiva Cruz

Secretária de Educação a DistânciaVera Lucia do Amaral

Universidade Estadual da Paraíba

ReitoraMarlene Alves Sousa Luna

Vice-ReitorAldo Bezerra Maciel

Coordenadora Institucional de Programas Especiais – CIPEEliane de Moura Silva

Secretaria de Educação a Distância – SEDIS/UFRN

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1

2

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1Aula 04 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Apresentação

A universidade deve ser um centro que forme profi ssionais capazes de pensar e criticar com independência e que saibam transmitir à sociedade o conhecimento. A capacidade de refl exão, de busca e de crítica, onde a verdade é procurada cotidianamente, segundo

suas próprias vias, em todas as direções possíveis.

Para alcançar esses objetivos, é preciso habilitar os alunos com noções básicas em pesquisa e terminologia específi ca a fi m de que estes possam desenvolver investigações sistemáticas e aplicar conteúdos éticos, resultantes de trabalhos científi cos.

Assim, a partir dessa perspectiva, procuraremos através de uma linguagem acessível e exemplos práticos, ordenar a unidade em uma progressão que se inicia pela elaboração do projeto de pesquisa com seus vários elementos e seus requisitos básicos de viabilidade e confi abilidade.

Convictas da importância do conteúdo programático apresentado, como elemento básico para a competência profi ssional, e objetivando alimentar uma vivência prática da proposta de iniciação científi ca, convidamos você a percorrer conosco todas as páginas com motivação e autodisciplina apropriando-se criteriosamente os conteúdos e pensamentos.

As autoras

Caminhos a percorrer...

ObjetivosPretende-se, ao fi nal desta aula, que você sinta-se capaz de:

compreender a pesquisa científi ca como processo que capacita o educando/pesquisador a produzir conhecimento adequado à compreensão de seu campo de interesse;

entender os passos requeridos para a construção de um projeto inicial de pesquisa;

elaborar sistematização dos passos de um pré-projeto segundo um roteiro estabelecido.

VERSÃO DO PROFESSOR

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2 Aula 04 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Refl ita!!!

Não é no espaço que devo buscar minha dignidade, mas na ordenação de meu pensamento. Não terei mais, possuindo terras; pelo espaço, o universo me abarca e traga como um ponto, pelo pensamento, eu os abarco (PASCAL, 1973, p.128).

O Projeto de Pesquisa:

primeiras questõesTodo trabalho científi co deve ser construído a partir da elaboração de um projeto de

pesquisa. O projeto de pesquisa vai possibilitar o delineamento das idéias inicias sobre o problema e sobre a metodologia que será usada no desenvolvimento.

O projeto de pesquisa deve funcionar como um guia do pesquisador em relação aos passos a seguir. Apesar de ser um roteiro pré-estabelecido e rigorosamente elaborado, o projeto não é imutável, ao contrário, o caminho percorrido ao longo da pesquisa acaba por imprimir-lhe novas características, novos aspectos, colocando novas exigências para o pesquisador.

Assim, podemos dizer que o momento da construção do projeto é o momento mais criativo e individual do pesquisador. “[...] por outro lado também é certo que o processo de investigação, pela sua riqueza, transforma o sonho, por vezes reduzindo-o, por vezes ampliando mais ainda os seus horizontes” (GONSALVES, 2001, p.11).

Para que o projeto seja efi ciente necessita ser bem pensado como também redigido, considerando que o mesmo é um documento escrito, é a materialização de um planejamento.

O projeto de pesquisa também possibilita o estabelecimento de uma comunicação entre os pares, permitindo uma troca, o que se caracteriza como uma experiência muito rica e comum nos cursos de graduação e pós-graduação. Expondo seu projeto para seus colegas e professores, você consegue descobrir suas lacunas, perceber novas possibilidades.

A elaboração de um projeto de pesquisa segundo Gonsalves (2001) implica em três dimensões, que estão interligadas:

a) a dimensão técnica, que remete para as regras instituídas sobre a elaboração de um projeto de pesquisa científi ca;

b) a dimensão teórica, que corresponde às escolhas do pesquisador (tema, referencial teórico etc.) que norteiam a reconstrução de um objeto de conhecimento com procedimentos próprios e consensuais no campo da ciência;

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3Aula 04 Pesquisa e Ensino em Geografi a

c) a dimensão afetiva, que revela a afi nidade, identidade e o envolvimento do pesquisador com o tema escolhido.

Portanto, a construção do projeto de pesquisa é um momento relevante na vida de um estudante de graduação, pois é o resultado de um sonho, pela riqueza de ampliação dos seus horizontes. Um momento criativo e individual do pesquisador.

Assim:

O projeto de pesquisa deve ser entendido como um produto, pois é um documento escrito resultante de um exercício acadêmico e científi co – e, também como um processo – pois é um instrumento dinâmico, que tem a importante característica de ser fl exível (GONSALVES, 2001, p.12).

Construindo o pré-projeto

Para Lakatos e Marconi (2001) antes de redigir um projeto de pesquisa, alguns passos necessitam ser dados. Em primeiro lugar, exigem-se estudos preliminares que permitirão verifi car o estado da questão que se pretende desenvolver sob o aspecto teórico e de

outros estudos e pesquisas já sistematizadas.

A fi nalidade do Pré-Projeto é a integração dos elementos em quadros teóricos e aspectos metodológicos adequados, permitindo também ampliar e especifi car a defi nição das categorias. Em um segundo momento, prepara-se o projeto defi nitivo.

Assim, o primeiro passo inicia-se com a escolha do tema. O que estudar?

a) Escolha do Tema

Com a escolha do tema, você inicia a sua caminhada científi ca, cujo conteúdo e sucesso dependem bastante deste momento. Além disso, diante da vastidão das possibilidades de temas sugeridos pela atividade humana, sabe-se, por experiência, da difi culdade diante da escolha de um tema.

Defi nido o tema, vamos dar o segundo passo à delimitação do tema, sair da perspectiva temática geral para a específi ca. O que estudar especifi camente?

b) Delimitação do Tema

Delimitar um tema signifi ca focalizar as partes específi cas que interessam, considerando-o por período de tempo, situação geográfi ca, social, política, cultural ou histórica.

Exemplo: Tema: Desertifi cação. O tema é bem abrangente, logo, necessita de ser delimitado.

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Atividade 1

4 Aula 04 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Assim:A desertifi cação como resultado da intervenção do homem no meio ambiente no Cariri paraibano.

Ou:A desertifi cação como resultado dos efeitos climáticos e da ação antrópica no Cariri paraibano.

Resumindo:Processo inicial: a) encontrar um interesse em uma área defi nindo uma temática; b) restringir o interesse para um tópico possível; c) questionar esse tópico sob diversos pontos de vista; d) defi nir um fundamento lógico para o projeto.

O Pré-Projeto de pesquisa também pode ser iniciado por uma situação problema. Portanto, vamos construí-la exercitando.

a) A partir do que lemos ao longo do semestre, do que estamos aprendendo nas várias disciplinas, do que temos trabalhado em nossa prática estamos interessados em pesquisar sobre qual problema?

b) O referido problema nos preocupa por quê?

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5Aula 04 Pesquisa e Ensino em Geografi a

c) Questões NorteadorasEstamos interessados nessa situação problema porque queremos encontrar resposta às seguintes perguntas:

d) Fundamento LógicoEstamos interessados nessa situação problema e queremos encontrar resposta às perguntas formuladas a fi m de:

Observe!!!

Assim, se as perguntas estão direcionadas aos autores, ou seja, se o desejo é formular e encontra respostas em fontes bibliográfi cas, a Pesquisa é Bibliográfi ca. Se as perguntas estão direcionadas aos atores da educação, ou seja, se o desejo é encontrar respostas em fontes orais nos múltiplos contextos educacionais então a Pesquisa será uma Pesquisa de Campo.

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6 Aula 04 Pesquisa e Ensino em Geografi a

O Projeto de Pesquisa:estrutura básica

Realizada a construção do Pré-projeto de pesquisa e feita à revisão da bibliografi a, análise do estado da arte e defi nido o quadro teórico e os aspectos metodológicos, sistematiza-se o projeto de pesquisa, mais detalhado e apresentado rigor e precisão metodológicos.

Assim, eis os elementos:

TEMA: apresentação do tema e de seus conceitos mais gerais.

DELIMITAÇÃO DO TEMA: especifi cação geográfi ca e temporal

SITUAÇÃO PROBLEMA: a situação que está causando o interesse pela pesquisa. Exemplos: uma ausência, uma falta/carência, difi culdades sentidas/observadas, uma mudança, uma descontinuidade, uma crise, uma contradição, dúvidas. O que você detectou como problemático na escola e deseja estudar para desvendar, compreender e transformar.

Deverá vir acompanhado das questões norteadoras ou hipóteses: os questionamentos: as perguntas que devem ser respondidas com a pesquisa; As Hipóteses: são respostas às perguntas formuladas acima.

Exemplo:

Problema: Quais são os fatores determinantes do processo de desertifi cação no Cariri paraibano?

Hipótese: A desertifi cação é um fenômeno que se processa em zonas áridas, semi-áridas e subúmidas secas, desencadeado por efeitos climáticos e intensifi cado pela ação antrópica, resultante de fatores econômicos, sociais e culturais, ocorrendo à perda dos solos e o desaparecimento da biodiversidade, Intensifi cando a degradação ambiental.

É nesta etapa que você responde a um por quê? Refere-se aos motivos que impulsionaram você a pesquisar sobre determinado tema. Para tanto, ela deve abordar os seguintes elementos: a delimitação, a relevância e a viabilidade além do caráter de cientifi cidade.

Não existem regras fi xas na elaboração de hipóteses. Sua formulação exige habilidade, criatividade e conhecimento do tema estudado. Um mesmo problema pode apresentar várias hipóteses que são soluções possíveis para a sua resolução.

JUSTIFICATIVA: explicitar as razões teóricas e prática que te levaram a pesquisar o tema, motivação e importância do estudo. Aqui você deve buscar convencer o leitor de que seu estudo tem relevância e os fatores que foram determinantes.

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7Aula 04 Pesquisa e Ensino em Geografi a

OBJETIVOS: são obrigatórios em qualquer tipo de pesquisa. Eles devem sintetizar o que se pretende alcançar com a pesquisa. São divididos em geral e específi cos e devem ser claros, sucintos e diretos e estar coerentes com o problema e a justifi cativa.

OBJETIVO GERAL: é a síntese do que se pretende alcançar/ atingir com a pesquisa realizada, oferecendo uma resposta ao problema, testando a veracidade da hipótese de trabalho.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS: o que será feito ao longo de estudo para responder às perguntas, ocupam-se dos detalhes e serão desdobramentos do objetivo geral.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: autores que serão referência para o estudo; teorias que serão utilizadas etc. Os aspectos defi nidores do tema, suas características, peculiaridades, modalidades etc.

METODOLOGIA: É o ponto mais complexo da pesquisa, pois nele se faz a explanação e a demonstração a ser adotada. Devem ser descritos minuciosamente os procedimentos utilizados na pesquisa.

a) A escolha dos métodos de abordagem que serão utilizados

b) Método de procedimento

c) Seleção das técnicas de coleta de dados: demonstrando-os por quais instrumentos será feita a coleta de dados, como será feita a tabulação, a análise dos dados

d) Descrição da população ou delimitação do universo da pesquisa, que consiste na determinação do espaço geográfi co, espaço de tempo e indicadores ou aspectos que serão pesquisados

e) Para efeito de pesquisa, “população” não signifi ca apenas pessoas ou habitantes, mas sim, a totalidade de elementos de um determinado universo.

Resumindo

(A) Tipo de estudo: suas características, razões da escolha B) Local/Contexto: onde será feito o estudo. Aspectos defi nidores. C) Fontes de Informação: o que será consultado (fontes orais, documentais etc., quem irá fornecer os dados, critérios de escolha, suas características. D) Técnicas de Coleta e Análise de Dados: questionário, formulário, entrevista, análise de documentos, história de vida/oral, observação, observação participante, fotografi a, fi lmagem, etc. referir quais técnicas para quais sujeitos, etapas que pretende desenvolver e as técnicas de análise dos dados que pretende adotar. (E) Aspectos Éticos: como será obtido consentimento esclarecido dos informantes.

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8 Aula 04 Pesquisa e Ensino em Geografi a

CRONOGRAMA: (Quando?) descrever o período que será desenvolvido a pesquisa e as respectivas atividades.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: (Quais as fontes de estudo?) apresentar a relação de documentos que subsidiaram a compreensão do objeto de estudo.

RESUMINDO: As perguntas ao serem respondidas redundarão no corpo ou estrutura do projeto de pesquisa.

(1) O que fazer, ou o que eu quero descobrir? Constitui a formulação do problema, o enunciado das hipóteses, se for o caso, e estabelecimento de bases teóricas do estudo a ser feito.

(2) Por quê? Refere-se a justifi cativa da pesquisa, motivos de ordem prática e teórica que ensejam a pesquisa o assunto e o que trará benefício para a sociedade.

(3) Para quê? Objetivos gerais da pesquisa é a defi nição clara do que se deseja conseguir com o estudo, exposto de maneira bem geral e abrangente, mas sem ser muito extensiva. Para quem? Refere-se aos objetivos específi cos e deve conter as situações particulares dos objetivos.

(4) Onde? Como? Com quê? Quando? Nesta parte está considerado o trabalho em si, ou seja, o plano experimento. Onde e como, referem-se ao campo de observação e variáveis que sejam importantes para o estudo, características da população. Com quê? Instrumentos a serem usado devem ser descritos e relacionados às informações que se deseja colher, quais serão os procedimentos e que resultados se pretende obter com os dados coletados.

(5) Quando? Responde a defi nição de tempo para planejamento, execução e apresentação da pesquisa, compreendendo todas as suas fases. Cronograma.

(6) Com quanto fazer? Toda e qualquer pesquisa, para ser feita, envolve gastos e esta pergunta se refere ao orçamento ou plano de custos. Nele devem ser incluídos os gastos com recursos materiais e humanos de maneira bem discriminada.

Assim, da mesma forma que a estrutura do projeto tem um núcleo básico, o percurso da investigação científi ca também possui alguns elementos comuns. Goldenberg (1999) compara este momento com uma relação amorosa. Vamos Observá-la:

“A fase inicial, que pode ser chamada de exploratória, lembra uma paquera de dois adolescentes. É o momento em que se tenta descobrir algo sobre o objeto de desejo, quem mais escreveu (ou

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Atividade 2

9Aula 04 Pesquisa e Ensino em Geografi a

se interessou) sobre ele, qual a melhor abordagem dentre todas as possíveis para conquistar este objeto” (GOLDENBERG, 1999, p.72). Podemos considerar essa fase correspondente a um olhar, um desejo ainda distante.

“Em seguida, vem a fase do “namoro”, uma fase de maior e compromisso que exige um conhecimento mais profundo, uma dedicação quase que exclusiva ao objeto de paixão.” (GOLDENBERG, 1999, p.72). Aqui o pesquisador acaba por envolver-se com seu objeto de estudo de forma profunda.

“A terceira fase é o “casamento”, em que a pesquisa exige fi delidade, dedicação, atenção ao seu cotidiano, que é feito de altos e baixos.” (GOLDENBERG, 1999, p.72).

Finalmente, a última fase que para a autora é um momento de “separação” feliz: “[...] a fase da separação, em que o pesquisador precisa se distanciar do seu objeto para escrever o relatório fi nal da pesquisa. É o momento em que é necessário olhar o mais criticamente possível o objeto estudado. É o momento de ver os defeitos e qualidades do objeto amado.” (GOLDENBERG, 1999, p.72).

Agora vamos exercitar o aprender fazendo, sistematizando um Pré-Projeto de pesquisa:

TEMA

DELIMITAÇÂO DO TEMA

PROBLEMA

HIPÓTESE

JUSTIFICATIVA

OBJETIVOS

GERAL

ESPECÍFICOS

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Atividade 3

10 Aula 04 Pesquisa e Ensino em Geografi a

METODOLOGIA

CRONOGRAMA:

  ATIVIDADES / PERÍODOS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 101 Pesquisa bibliográfi ca X                  2 Elaboração do Projeto   X  X              3 Coleta de dados     X X X          4 Análise dos dados       X X X X      5 Elaboração do Relatório Final           X X X    6 Revisão da ABNT/ Ortográfi ca                 X  7 Entrega/ Defesa da Monografi a                   X

Vejamos agora se realmente você entendeu o que um projeto de quais seus objetivos. Portanto, descreva:

O que é um projeto de pesquisa?

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Atividade 4

11Aula 04 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Ao término da unidade nosso desafi o agora é “aprender a aprender”. Portanto, iniciemos fazendo uma analisar da proposta abaixo:

Na atual realidade em que vivemos, as transformações são constantes em ritmos acelerados. Verdades são questionadas e as nossas certezas tornam-se provisórias. Diante desse contexto, o desafi o é “aprender a aprender” e “saber pensar”. Portanto, o educador deve estimular e propor ao aluno conteúdos e atividades que possibilitem ao aluno aprender pela ação. Como é possível essa vivência? Comente.

Refl ita!!!

Em questões de ciência, a autoridade de mil pessoas não tem o mesmo valor que o raciocínio de um só indivíduo (GALILEU).

AutoavaliaçãoA partir de uma observação sistemática do meio ambiente no qual você está inserido e o da fi gura apresentada abaixo. Formule uma questão que mereça ser investigada.

Meio Ambiente

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12 Aula 04 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Concluindo nosso DIÁLOGOAo término das leituras e atividades desenvolvidas esperamos que você tenha encontrado pistas sufi cientes que possa lhe permitir dar passos signifi cativos rumo ao “aprender a aprender” no caminho da pesquisa científi ca. Lembramos que existe ainda muita coisa a ser dita e outras tantas a serem aprofundadas. Todavia, ao possibilitar a realização desse diálogo você já se manifesta favorável a redimensionar sua leitura de mundo e aprender pela ação. Considerando que é preciso construir o conhecimento com iniciativa própria, pesquisando em grupo e elaborando individualmente, fi ca para a vida, principalmente a atitude cotidiana construtiva, sendo uma chance real de futuro. Assim: “Saber pensar não é só pensar é saber intervir” (DEMO, 2001.p.36).

Discutimos nesta aula, que o ato de pesquisar signifi ca ir além da mera aparência, por isso é relevante perceber a importância dos desafi os e incertezas de nosso tempo. Abordamos a pesquisa científi ca como processo que capacita o educando/pesquisador a produzir conhecimento adequado à compreensão de determinada realidade, fato, fenômeno ou relação social. Vislumbrando a pesquisa como descoberta e criação que se caracteriza como uma descoberta do mundo, criação e reelaboração de uma concepção de mundo, com sujeitos capazes de apropriar-se do saber com autonomia. Nesse sentido, é preciso compreender a pesquisa como princípio educativo, considerando que a educação necessita gerar ambiência para estratégia de geração de conhecimento e de emancipação do sujeito no diálogo com a realidade e na formação da cidadania.

Leituras complementaresGONSALVES, E. L. Iniciação à pesquisa científi ca. 2. ed. Campinas, SP: Alínes, 2001.

Este livro supera a fi gura de um “manual clássico” para a construção e apresentação de um projeto de pesquisa. A autora mostra que as regras instituídas pelo jogo da ciência estão em constante mutação e que o maior motor dessa transformação é um conjunto formado pela criatividade, ousadia e o rigor do pesquisador.

SANTOS, I. E. dos. Métodos e técnicas da pesquisa científi ca. 2. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2000.

A obra apresenta uma série de textos selecionados de métodos e técnicas de pesquisa científi ca, todos considerados importantes e indispensáveis a qualquer estudante que esteja envolvido com as atividades científi cas.

Resumo

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13Aula 04 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Parabéns!!! Mais uma etapa vencida.

Nós acreditamos no seu potencial...

ReferênciasANDRADE, M. M. de. Introdução à metodologia do trabalho científi co. São Paulo: Atlas, 2000.

DEMO, P. Saber pensar. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

GOLDENBERG, Mirian. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em ciências sociais. São Paulo:Record,1999.

GONSALVES, E. L. Iniciação à pesquisa científi ca. 2. ed. Campinas,SP: Alínes, 2001.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científi ca. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

PIZZOLATO, L, L.(Coord.). RELATÓRIOS. Universidade Federal do Paraná, Sistema de Bibliotecas. Curitiba: Editora da UFPR, 2001.

SANTOS, I. E. dos. Métodos e técnicas da pesquisa científica. 2. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2000.

Anotações

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16 Aula 04 Pesquisa e Ensino em Geografi a

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Francisca Luseni Machado Marques

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Aula

Autoras

Classifi cação da pesquisa científi ca

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Ivana Lima

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1Aula 05 Pesquisa e Ensino em Geografi a

ApresentaçãoCaro(a) Aluno(a)

Nesta aula enfocaremos a importância da pesquisa para o professor. A intenção é incentivá-lo a pensar em pesquisa como base de seu próprio desenvolvimento profi ssional. Pois, além do contato permanente do professor com a pesquisa – por

meio de conhecimentos adquiridos ou produzidos no estudo das diversas áreas do currículo, novas metodologias de ensino ou opções pedagógicas -, o trabalho pedagógico do professor, cada vez mais, se constrói mediante conhecimentos gerados de pesquisa de sua própria prática pedagógica.

Com esse objetivo, apresentaremos as tipologias das pesquisas, tendo como base os seguintes critérios: quanto à defi nição de objetivos; quanto ao local de obtenção das informações e; quanto aos procedimentos técnicos utilizados pelo pesquisador.

Além das defi nições e exemplos, você vai encontrar solicitações de atividades que podem levá-lo (a) a maior refl exão do conceito de pesquisa e sua relação com a prática docente na área de conhecimento Geografi a.

Assim, poderá realizar nova leitura sobre o projeto de pesquisa, para a descrição mais aprofundada e consciente do tipo de pesquisa em função das atividades desenvolvidas na investigação.

Caminhos a percorrer ...

ObjetivosEsperamos que, ao fi nal desta aula, você saiba:

Estabelecer a importância da pesquisa científica no desenvolvimento da prática docente;

Situar classifi cações das pesquisas quanto aos objetivos e local de informações;

Identificar pesquisas segundo o tipo de questões formuladas.

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2 Aula 05 Pesquisa e Ensino em Geografi a

A Pesquisa:Atividade Básica do Ensino

O professor é necessariamente, pesquisador, pois, a docência implica permanente busca do conhecimento, tanto como princípio para a aprendizagem, tanto no horizonte da pesquisa como princípio para o ensino.

O conceito de ciência vem sendo desmitificado ao longo dos anos. Os meios de comunicação contribuíram para a divulgação da pesquisa científi ca como atividade tão somente realizada por pessoas consideradas gênios, bem como a concepção da imperiosa manipulação de equipamentos complicados.

No entanto, quem faz pesquisa são pessoas dotadas de determinada escolaridade à compreensão dos caminhos que levam ao conhecimento científi co na adequação entre o pensamento e a realidade. Para o professor, a pesquisa não se reduz à obtenção de conhecimento de ponta, mas atividade de aprendizagem.

Conhecimento de Ponta

Resulta dos conhecimentos obtidos de pesquisadores que já incorporaram à rotina de uma ciência ou profi ssão, parte em busca do novo, do ignorado, com intenção e método. O profi ssional de nível superior, convidado para integrar-se em pesquisas, usa procedimentos e equipamentos dos mais complexos na busca de descobertas consideradas relevantes para a humanidade. A pesquisa de “ponta” é a tentativa de negação/superação científi ca e existencial (SANTOS A. R., 2002).

Neste sentido, Demo (2004, p. 80 - 81), afi rma que:

Nem todos os professores serão pesquisadores profi ssionais, mas serão de todos os modos profi ssionais pesquisadores: capazes de pesquisar sempre que necessário para renovar sua profi ssão. “Profi ssional pesquisador” é aquele que não faz da pesquisa sua razão maior de ser, mas instrumentação indispensável de aprendizagem permanente. Professor e o “eterno aprendiz”, e só será se souber pesquisar. Assim colocadas as coisas, pesquisa comparece em muitos matizes nos professores, desde aquele que se torna capaz de sofi sticações maiores, até outros que exercitam o questionamento reconstrutivo com relativa modéstia.

Professor é o eterno aprendiz que faz da aprendizagem sua profi ssão e tem a pesquisa como hábito de estudo para as atividades de ensino realizadas. A pesquisa se torna pano de fundo para a aprendizagem e ensino, considerando-se que: o professor que realiza pesquisa para aprender tende a ressaltar a idéia de “educar pela pesquisa” como caminho dos mais

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Atividade 1

Ciência

Método Pesquisa

ENSINO

3Aula 05 Pesquisa e Ensino em Geografi a

profícuos para se chegar ao “aprender a aprender”. Diz respeito, também, à capacidade do professor de produzir conhecimento científi co adequado à compreensão de determinado fato ou fenômeno. Consequentemente, para que o aluno aprenda a pesquisar, implica que tenha diante de si professor que saiba pesquisar.

A pesquisa, concebida como busca signifi cativa de uma dúvida ou problema, demanda a necessidade de realizar empreendimentos para descobrir ou conhecer algo (BARROS; LEHFELD, 1999).

Pois, a investigação científi ca nasce de um problema percebido: da ignorância ou objetiva maior compreensão, atende a inquietação ou ao desejo de apropriação, revela a necessidade de descoberta ou da revisão do conhecimento já produzido. Para o professor, atende a necessidade de maior conhecimento sobre determinado tema ou respostas de situação que envolve o contexto educacional.

O trabalho do professor, basicamente, é adquirir e reconstruir novas explicações sobre os fenômenos observados. Neste sentido, busca respostas de novas questões, realiza ações para resolver problemas, aperfeiçoa investigações, agregando estes conhecimentos aos já existentes. O método de pesquisa orientador deste trabalho confere a validade dos resultados do estudo.

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4 Aula 05 Pesquisa e Ensino em Geografi a

a) A partir de do que você estudou: o que representa a fi gura acima?

Lembre-se:

O professor precisa compreender e utilizar os caminhos da ciência...

b) Para você, o que signifi ca a afi rmativa: a pesquisa é a atividade básica para o ensino.

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Aula 04 Pesquisa e Ensino em Geografi a 5

Curiosidades!!!

Setores da Pesquisa em Geografi a

A pesquisa em geografia é fragmentada em setores, dentre os quais podem ser considerados:

1) Geomorfologia: que trata da observação do terreno e dos efeitos dos mecanismos perceptíveis e suscetíveis de serem projetados no plano de hipóteses de evolução.

O laboratório auxilia o estudo da geomorfologia quando permite diagnosticar o grau de estabilidade de uma vertente, a velocidade mais ou menos pronunciada de destruição de uma topografi a tais como o desfl orestamento, construções, obras de arte etc.

As pesquisas geomorfológicas envolvem: o estudo do gelo, das rochas e dos solos; estudo das alterações das rochas e análise com raios x. Estas pesquisas demandam laboratórios e equipamentos com tecnologia de ponta. Outras, como: os estudos de bacias e vertentes podem ser feitas através de pesquisas mais simples, com observações de campo.

2) Climatologia: as pesquisas no campo da climatologia levam a curiosidade além do plano dos climas locais, gerados por efeitos voluntários ou involuntários e das realizações da economia industrial: climas urbanos, clima das regiões, modifi cações operadas no escoamento e no estacionamento das águas e nas transformações da vegetação, entre outros.

O campo da pesquisa é relativo aos “danos” dos meios densamente ocupados e sobrecarregados de técnicas ainda mal controladas, está a exigir novos trabalhos de climatologia geográfi ca.

3) Hidrologia: pesquisas relacionadas com a oceanografi a. A hidrologia vai se integrando cada vez mais à geomorfologia, na medida em que o fl uxo é considerado um tempo de fator de erosão e de deslocamento de materiais e como forma de alimentação fl uvial balanceada pela natureza das rochas, pelos solos e pela vegetação.

4) Biogeografi a: constitui vastíssimo campo de investigação, pois compreende o estudo dos seres vivos sobre a superfície do globo, atualmente e no tempo passado, e das condições desta distribuição, contemplando a composição das fl oras e faunas viventes ou fósseis, o determinismo e as conseqüências desta composição. É essencialmente ecológica, isto é, constitui a mais representativa da abordagem geográfi ca dos fatos planetários.

Qualquer agressão a um equilíbrio biogeográfi co compromete não apenas a combinação viva como também seu sustentáculo inerte, com relação ao qual ela exercia uma função de proteção e de conservação (ZILIANI, 2007).

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6 Aula 05 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Classifi cação da PesquisaA pesquisa, mais usualmente, pode ser classifi cada ou dividida de três maneiras: a primeira

com base nos objetivos pretendidos, a segunda com base na obtenção das informações e a terceira se baseia nos procedimentos utilizados pelo pesquisador.

A classifi cação da pesquisacom base em seus objetivos

Quanto aos objetivos, a pesquisa pode ser exploratória, descritiva e explicativa.

1) A pesquisa exploratória é considerada uma pesquisa preliminar, mais superfi cial, que se caracteriza pela existência de poucos dados disponíveis. “Muitas vezes, por não ter clareza sobre um determinado problema, o pesquisador vale-se inicialmente desse tipo de pesquisa [...] Alguns autores a vêem como um estudo inicial para a realização de outro tipo de pesquisa” (RODRIGUES, 2006, p. 90).

O planejamento do tipo de pesquisa exploratória está relacionado à pesquisa bibliográfi ca sobre um tema estudado. Quando realiza entrevistas com pessoas que possam responder sobre o problema pesquisado, geralmente, assume a forma de estudo de caso.

Explorar é tipicamente a primeira aproximação com o tema e visa criar maior familiaridade em relação a um fato ou fenômeno. Quase sempre busca-se essa familiaridade pela prospecção de materiais que possam informar ao pesquisador a real importância do problema, o estágio em que se encontram as informações já disponíveis à respeito do assunto, e até mesmo, revelar ao pesquisador novas fontes de informações (SANTOS, A. R., 2007, p. 26).

2) A pesquisa descritiva trata da descrição das características de um determinado fenômeno ou estabelecer relações entre variáveis que se manifestam espontaneamente.

Após a primeira aproximação (pesquisa exploratória), o interesse é descrever um fato ou fenômeno. Por isso a pesquisa descritiva é um levantamento das características conhecidas, componentes do fato/fenômeno/problema. É normalmente feita na forma de levantamentos ou observações sistemáticas do fato/fenômeno/problema escolhido (SANTOS, A. R., 2007, p.26).

Muitas são as pesquisas com esta denominação e a utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como questionário e a observação sistemática. Nesse caso, o pesquisador registra, analisa e interpreta os dados. É amplamente utilizada nas Ciências Humanas e Sociais, com a utilização do método observacional; solicitada por instituições educacionais, empresas comerciais, partidos políticos e outros.

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Atividade 2

7Aula 05 Pesquisa e Ensino em Geografi a

3) A pesquisa explicativa estuda de modo mais aprofundado a realidade, porque explica o motivo, o porquê das coisas. Consiste numa investigação mais complexa, valendo-se do método experimental. As Ciências Naturais utilizam com maior freqüência os procedimentos das pesquisas explicativas.

Criar uma teoria aceitável a respeito de um fato ou fenômeno constitui a pesquisa explicativa. Esta se ocupa dos porquês de fatos/fenômenos que preenchem a realidade, isto é, com a identifi cação dos fatores que contribuem ou determinam a ocorrência, ou a maneira de ocorrer dos fatos e fenômenos. Não é demais afi rmar que as informações mais importantes, componentes de várias ciências, são originárias deste tipo de pesquisa, já que visa aprofundar o conhecimento da realidade para além das aparências dos seus fenômenos. E, por natureza, envolve o pesquisador num nível também mais elevado de responsabilidade para com os resultados obtidos. (SANTOS, A. R., 2007, p.27).

A classifi cação da pesquisa quanto aos objetivos está relacionada ao nível de investigação - mais superfi cial ou menos superfi cial? Comente.

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8 Aula 05 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Classifi cação da pesquisacom base na obtenção das informações

A pesquisa quanto ao local de obtenção das informações pode ser classifi cada em: bibliográfi ca, de campo e de laboratório.

a) As informações na pesquisa bibliográfi ca são obtidas por meio de fontes teóricas, ou seja, por meio de material publicado como livros, revistas e artigos científi cos. Consiste na pesquisa fundamental à formação do estudante universitário. Todo estudante universitário deve ser iniciado nos métodos e técnicas da pesquisa bibliográfi ca. Geralmente, o local indicado para obtenção das informações é a biblioteca.

Leia!!!

Como você deve ter percebido não se concebe a docência sem pesquisa bibliográfi ca. Porque o(a) professor(a) não tem nada a ensinar se não dispõe de material de discussão, sem ser retirado de outros autores, através de pesquisas.

Atenção!!!

O confronto crítico do professor pesquisador durante a leitura é condição fundamental para se superar de níveis apenas repetitivos. Portanto, a disposição de dialogar com teóricos, não como mero aprendiz, mas como alguém capaz de relacionar a aprendizagem ao contexto em que vive e marcar a trajetória do aprendizado com contribuições originais.

b) A coleta e registro na pesquisa de campo, relativos ao assunto da pesquisa, são realizadas in loco, ou seja, no local onde está ocorrendo o fenômeno estudado. O pesquisador obtém os dados no local (campo) onde o fenômeno surgiu, e ocorre em situação natural, espontaneamente.

A pesquisa de campo constitui um tema muito importante na Geografi a. O campo para o geógrafo é o local adequado para o ato de observação da realidade, em que sua construção geográfi ca depende de suas práticas sociais. Neste sentido, como afi rma Morin (1996), implica a forma de visualização do mundo como uma totalidade complexa e dialética não externa ao sujeito. Pois, faço parte de um sistema mundo e como observador/pesquisador/transformador de mim e de mim nele.

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9Aula 05 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Leia!!!

O campo de pesquisa do professor pesquisador pode ser dimensionado como: a sala de aula, a escola, a comunidade, uma praça, um rio ou uma serra próximo à sua cidade etc. A pesquisa de campo é a que observa, registra ou recolhe os dados no local, de interesse do pesquisador.

Atenção!!!

O(a) professor(a) realiza o trabalho de campo com o objetivo de compreender os grupos de relação com a escola para construir sua própria resposta em função desta intenção.

Assim, prática docente é condição fundamental para a realização da pesquisa aplicada, baseada no desejo de conhecer ou compreender uma situação vivenciada, para tornar-se capaz de fazer algo melhor ou de maneira mais efi ciente.

c) Os dados obtidos em laboratório caracterizam a pesquisa de laboratório, quando o pesquisador procura produzir ou reproduzir o fenômeno estudado, em condições de controle (experimento), para saber os efeitos.

Os mais modernos aparelhos e instrumentos de precisão e experiências que a técnica coloca à disposição do homem, invadem aos poucos nossas Universidades, alojando-se nos chamados laboratórios. Os alunos são acompanhados pelos mestres especializados no treinamento necessário ao uso de tais instrumentos, para realizarem experiências ou pesquisas de laboratório (CERVO; BERVIAN, 2002, p. 34).

Leia!!!

A pesquisa de laboratório pode ser caracterizada por duas situações: a interferência artifi cial na produção do fato/fenômeno ou artifi cialização de sua leitura, geralmente melhorando as capacidades humanas naturais de percepção. [...] os fatos/fenômenos que acontecem na realidade, no campo, muitas vezes escapam ao padrão desejável de observação. Por isso, são reproduzidos de forma artifi cial e controlada, e permitem assim captação adequada para descrição e análise (SANTOS, A. R., 2002, p. 30 – 31).

Atenção!!!

O professor pode fazer da sala de aula seu laboratório. Para isto, deve apresentar um plano experimental, defi nindo o experimento e como será testado. Algumas pesquisas aproximam-se ao máximo do planejamento da pesquisa experimental e, por isso, serem consideradas quase experimentais.

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Atividade 3

10 Aula 05 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Como se distinguem os locais em que podem ser obtidas informações de pesquisa?

Pesquisas classifi cadas com base nos procedimentos técnicos utilizados

Uma terceira maneira de classifi car os tipos de pesquisa diz respeito aos procedimentos técnicos utilizados pelo pesquisador. Neste caso, a elaboração das perguntas defi ne o tipo de pesquisa. Com esse raciocínio, as pesquisas podem ser identifi cadas, dentre outras, como: bibliográfi ca, documental, do tipo levantamento, estudo de caso, pesquisa ação

Pesquisa bibliográfi ca

Inicialmente, o aluno pesquisador precisa estar a par de uma bibliografia, instrumentalizando-se na manipulação de referências bibliográfi cas dos diversos tipos de publicações com que irá lidar no momento da pesquisa bibliográfi ca.

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Atividade 4

11Aula 05 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Para Gil (2002, p. 72-73), os procedimentos da pesquisa bibliográfi ca se defi nem mediante os seguintes passos: a) determinar os objetivos; b) elaborar um plano de trabalho; c) identifi car as fontes; localizar as fontes e obter o material; d) ler o material; fazer apontamentos; e) confeccionar fi chas; e f) redigir o trabalho.

Exemplo de uma pergunta de pesquisa: Como a literatura brasileira contemporânea tem tratado o desmatamento da Amazônia?

A pesquisa terá sempre uma parte de fundamentação teórica sobre o assunto. Nessa parte deve apresentar os conhecimentos adquiridos das leituras realizadas na bibliografi a selecionada para estudo. Importante lembrar que a pesquisa bibliográfi ca é base para a pesquisa de campo ou de laboratório, pois, a fundamentação teórica é essencial a qualquer tipo de pesquisa. Por vezes, é realizada independentemente, percorrendo todos os passos do trabalho científi co. Assim, como os demais tipos de pesquisa, a pesquisa bibliográfi ca exige do pesquisador procedimento crítico diante dos textos consultados e incluídos na pesquisa.

As técnicas utilizadas na coleta de dados decorrem dos procedimentos de estudo da leitura trabalhada: resumos, fi chamentos, resenhas etc. Estão relacionadas a preparar-se para anotar informações, à aplicação do espírito para apreender e obter conhecimentos.

A Educação Ambiental tem sido motivo de preocupação no âmbito da educação há, pelo menos, três décadas. Na Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, Suécia, em 1972, reconheceu-se o desenvolvimento da EA como elemento crítico para o combate à crise ambiental no mundo e enfatizou-se a urgência da necessidade do homem reordenar suas prioridades. Além disso, recomendou-se o treinamento de professores e o desenvolvimento de novos recursos institucionais e métodos para trabalhar a EA, sendo reconhecida a importância em trazer assuntos ambientais para o público em geral (DIAS, 1998)

De acordo com o texto acima, é fundamental que professores trabalhem assuntos ambientais para os alunos. O que requer do professor a atividade da pesquisa bibliográfi ca sobre o tema Meio Ambiente, voltada para o ato de ensinar.

a) Formule uma pergunta de pesquisa sobre Meio Ambiente que permita a obtenção da resposta, através de uma pesquisa bibliográfi ca, ou seja, a atividade a ser desenvolvida requer procedimentos da leitura de material já elaborado, constituído de livros, artigos, monografi as, dissertações, teses etc.

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12 Aula 05 Pesquisa e Ensino em Geografi a

b) Com o objetivo de obter conhecimento sobre o tema referido, cite duas referências bibliográfi cas que você considera possíveis fontes de pesquisa.

Pesquisa documental

A pesquisa documental embora se assemelhe à pesquisa bibliográfi ca, diferencia-se, seja quanto: à natureza das fontes de pesquisa; ou quanto aos documentos que podem ser escritos ou não, ou ainda, que não receberam tratamento analítico.

Exemplo de uma pergunta de pesquisa: Como os PCNs tratam a questão do meio-ambiente nos temas transversais?

Gil (2002, p.52) defi ne as seguintes fases na pesquisa documental: a) estabelecimento de objetivos; b) elaboração do plano de trabalho; c) seleção e localização das fontes; d) obtenção do material; e) tratamento dos dados; f) confecção das fi chas; e g) redação do trabalho.

A pesquisa documental, geralmente, é realizada em locais que sirvam como fonte de informações para o levantamento de documentos arquivados em órgãos públicos e instituições

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Atividade 5

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13Aula 05 Pesquisa e Ensino em Geografi a

privadas, associações, sindicatos, igrejas etc. Tem como objeto para coleta de dados: boletins, cartas pessoais, folhetos, diários, fotografi as, gravações, memorandos, regulamentos etc. Por outro lado, a pesquisa documental procura dados em documentos como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas, anais etc. Como se vê, “[...] é possível até mesmo tratar a pesquisa bibliográfi ca como um tipo de pesquisa documental, que se vale especialmente de material impresso fundamentalmente para fi ns de leitura” (GIL, 2002, p. 52).

Formule uma pergunta de pesquisa cujos dados possam ser obtidos, a partir de documentos.

Analise em que medida o lixo da praça e textos dos alunos podem ser utilizados como fonte de dados em pesquisa.

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Atividade 6

14 Aula 05 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Pesquisa levantamento

Trata de um estudo que envolve grande número de componentes de determinado universo a ser pesquisado, através de amostras.

Refere-se aos estudos interrogando-se, de forma clara e direta, indivíduos dos quais se objetiva saber o comportamento. Exemplos são os censos realizados pelo governo e buscam informações de todos os componentes de um determinado universo pesquisado, através de amostras (SANTOS, I. E., 2000, p. 162).

Os levantamentos podem envolver vários segmentos (sócio econômicos, psicossociais etc.). A análise dos dados é realizada por meio de tratamento estatístico. Nas conclusões procuram-se respostas às perguntas de pesquisa, incluindo comentários do pesquisador em relação às implicações ou necessidades de aprofundamento.

De modo geral, para Gil (2002, p.86) as fases da pesquisa levantamento podem ser defi nidas na seguinte sequência: a) apresentação dos objetivos; b) defi nição dos conceitos e variáveis; c) realização de um estudo piloto; d) seleção da amostra; e) elaboração do instrumento e coleta de dados; e f) análise e apresentação dos resultados.

Exemplo de uma pergunta de pesquisa: Quais são os grupos culturais e étnicos que compõem a população de alunos da comunidade x atualmente?

A pesquisa procura respostas para descrever a situação como ela existe, podendo ser qualitativa ou quantitativa. Geralmente, os resultados são apresentados em forma de narrativas com apresentação de tabelas e gráfi cos.

a) Formule uma pergunta de pesquisa, cujos dados possam ser obtidos a partir de levantamento.

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15Aula 05 Pesquisa e Ensino em Geografi a

b) Convém que o projeto de pesquisa, a seguir, seja desenvolvido como levantamento:

Projeto de pesquisa acerca das contribuições de cientistas brasileiros na área de Desenvolvimento Capitalista no Espaço Agrário Brasileiro. Por quê?

Pesquisa estudo de caso

Neste estudo, se realiza uma análise com profundidade de uma ou poucas unidades, com vistas à obtenção de conhecer detalhes sobre o objeto da pesquisa. O processo de aquisição de conhecimento da realidade se pauta pela economia e efi ciência. Para isto, Martins (2006, p 17), afi rma ser “[...] necessário buscar, armazenar e ter acesso ao máximo de informações e conhecimentos possíveis sobre o tema escolhido, com um nível aceitável de esforço e dispêndio de tempo e recursos”.

Para Gil (2002, p. 121), nos estudos de casos se distinguem quatro fases: a) delimitação da unidade caso; b) coleta de dados; c) análise e interpretação dos dados coletados; e d) redação do relatório.

Exemplo de uma pergunta de pesquisa: Como o saber de Geografi a é construído na escola X da rede pública de ensino?

O objeto de uma pesquisa de estudo de caso pode surgir de circunstâncias pessoais ou profi ssionais, da experiência científi ca própria ou alheia. Pode ser uma pessoa, uma família, uma comunidade, uma escola ou um conjunto de relações ou processos (como confl itos no trabalho, segregação espacial numa comunidade etc.).

A quantidade de informações necessárias sobre o objeto de estudo, depende da percepção do pesquisador em considerá-los sufi cientes para se chegar à compreensão do objeto. É muito importante, também, que para a análise dos dados sejam utilizadas categorias analíticas. Por exemplo, se numa pesquisa sobre conteúdos básicos da Geografi a na Educação Infantil e Anos iniciais for possível, utilizar as categorias “paisagem”, “região”, “lugar”, “território”, “natureza” e “sociedade”, os dados assumem um signifi cado que facilmente pode ser transmitido.

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Atividade 7Su

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spos

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16 Aula 05 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Apresente uma pergunta de pesquisa para a qual seja indicada a utilização do estudo de caso.

Pesquisa ação

A pesquisa ação diz respeito à intervenção planejada e envolvimento do pesquisador em relação ao grupo envolvido no problema, com o objetivo de examinar os efeitos dessa intervenção.

Moreira e Caleffe (2008, p.92, grifo nosso), afi rmam que a pesquisa ação na escola e na sala de aula é um meio:

a) de sanar problemas diagnosticados em situações específi cas, ou melhorar alguma maneira um conjunto de circunstâncias. b) de treinamento em serviço, portanto, proporcionando ao professor habilidades, métodos para aprimorar sua capacidade analítica e fortalecimento da autoconsciência; c) de introduzir abordagens adicionais e inovadoras no processo ensino-aprendizagem e aprender continuamente em um sistema que normalmente inibe a mudança e a inovação; [...] e) de proporcionar uma alternativa à solução de problemas na sala de aula.

[acrescenta ainda:]

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17Aula 05 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Quem realmente pode fazer pesquisa-ação? Três possibilidades se apresentam. Primeiro, o professor trabalhando sozinho com sua turma. Ele sentirá necessidade de algum tipo de mudança ou melhora na sua prática pedagógica e na organização e estará em uma posição de traduzir suas idéias em ação na sua própria sala de aula. Nesse caso ele se torna praticante e pesquisador e tentará integrar as orientações teóricas e práticas em seu trabalho. Segundo, a pesquisa pode ser realizada por um grupo de professores trabalhando cooperativamente em uma escola, ainda que haja a necessidade de o professor trabalhar sozinho. Ele pode ser ou não orientado por um pesquisador de fora da escola. E, terceiro, há uma ocasião – talvez a mais característica em anos recentes – em o professor ou os professores trabalham em conjunto com um pesquisador ou pesquisadores em uma relação sustentada, possivelmente com outras partes interessadas como orientadores, departamentos universitários e patrocinadores.

Na educação a pesquisa ação realizada de forma cooperativa se revela como a mais prática de pesquisa na busca de solução de problemas pelos professores, administradores, alunos e pessoas da comunidade, tendo como fundamento a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem.

Moreira e Caleffe (2008, p. 93) ainda apresentam ocasiões em que a pesquisa ação é apropriada:

1) Métodos de ensino – substituir um método tradicional por um método progressista;

2) Estratégias de aprendizagem – adotar uma abordagem integrada de aprendizagem em referências a outro estilo de ensino;

3) Procedimentos de avaliação – melhorar os métodos de avaliação;

4) Atitudes e valores – possibilidade de incentivar atitudes mais positivas em relação ao trabalho, ou modifi car o sistema de valores dos alunos em relação a alguns aspectos da vida;

5) O desenvolvimento pessoal dos professores – melhorar as habilidades de ensino, desenvolver novos métodos de aprendizagem, aumentar a sua capacidade de análise.

6) Gerenciamento e controle – a introdução gradual de técnicas de modificação de comportamento;

7) Gestão – aumentar a efi ciência do professor em alguns aspectos administrativos da vida escolar.

Exemplo de uma pergunta de pesquisa: É possível planejar um sistema de controle disciplinar para a Escola XXX com a fi nalidade de melhorar o comportamento geral dos alunos?

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Atividade 8

18 Aula 05 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Trata de um problema específi co da escola XXX, preocupada com a disciplina em sala de aula. Com a pesquisa ação se identifi ca um problema específi co, apresenta possíveis soluções para o problema para aplicar e testar essas soluções. Durante o processo de execução é necessário registrar todas as situações, os procedimentos e resultados. A pesquisa ação segue os principais passos, conforme ilustração abaixo:

Condição anterior(Indisciplina)

Pesquisa Implementada(Nova Proposta Disciplinar)

Condição Subsequente (Melhor Comportamento)

Assim, a pesquisa ação está preocupada com o diagnóstico de um problema de um contexto específi co. As atividades a serem desenvolvidas exigem um plano de ação direcionado à melhoria das condições deste contexto particular com a adoção de procedimentos fl exíveis, pois no processo de pesquisa os objetos são constantemente redefi nidos.

Uma pesquisa ação concretiza-se com o planejamento de uma ação destinada a enfrentar o problema que foi diagnosticado. Isto implica a elaboração de um plano de ação que indique:

a) Um objetivo que pretende atingir:

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19Aula 05 Pesquisa e Ensino em Geografi a

b) A população a ser benefi ciado: ___________________________________________

c) A identifi cação de ações que podem contribuir para melhorar a situação:

Concluindo a aula !!!Finalizando esta aula, esperamos que você tenha refl etido sobre a importância da

pesquisa científi ca na atividade docente como um recurso permanente para a aprendizagem. Do mesmo modo, o conhecimento/prática das atividades sobre tipologias das pesquisas, possam orientá-lo(a) na compreensão das implicações e ações mediadoras no processo de reconstrução do ensino.

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20 Aula 05 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Sugestões de leituraMOREIRA, H. CALEFFE, L. G. Metodologia da pesquisa para professor pesquisador. São Paulo: DP&A; Lamparina, 2006.

Este livro destaca a importância da pesquisa com base no seu próprio desenvolvimento. Consiste em relevante auxílio para o professor pesquisador, dando suporte para alunos de graduação e especialização que necessitam elaborar suas monografi as. Destacamos o capítulo 3 que trata das tipologias das pesquisas inerentes aos paradigmas: positivista e interpretativo.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

O livro traz esclarecimentos acerca dos procedimentos a serem adotados para a elaboração de projetos referentes aos mais diversos tipos de pesquisa. A preocupação do autor é apresentar condições de organização de conhecimentos fundamentais à sistematização da pesquisa, obtidos ao longo da vida acadêmica. O capítulo 4 aborda a classifi cação da pesquisa com base nos objetivos e nas informações obtidas, apresentando conceituações, vantagens e limitações. Nos capítulos subseqüentes, descreve o delineamento dos mais diversos tipos de pesquisas como: pesquisa bibliográfi ca, pesquisa documental, pesquisa experimental, pesquisa “ex-pós-facto”, levantamento, estudo de caso, pesquisa ação e pesquisa participante.

ResumoNesta aula, tratamos de esclarecer a importância da pesquisa na prática pedagógica do professor. Abordamos a classificação da pesquisa quanto aos objetivos, na perspectiva de complexidade da investigação. Apresentamos a classifi cação da pesquisa quanto ao local de obtenção das informações coletadas e com base nos procedimentos técnicos utilizados, ou seja, as pesquisas defi nidas segundo a natureza das perguntas que estimulam a investigação científi ca.

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AutoavaliaçãoElabore um resumo esquemático do texto desta aula.

ReferênciasBARROS, A. J. P. de; LEHFELD, N. A. de S. Fundamentos de metodologia: um guia para a iniciação científi ca. 2. ed. ampl. São Paulo: Makron Books, 2000.

CERVO, A; BERVIAN, p. A. Metodologia científi ca. São Paulo:Prentice Hall, 2002.

DIAS, G. F. Educação ambiental: princípios e práticas. 5. ed. São Paulo: Gaia, 1998.

DEMO, P. Professor do futuro e reconstrução do conhecimento. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

MARTINS, G. A. Estudo de caso: uma estratégia de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2006.

MOREIRA, H. CALEFFE. L. G. Metodologia da pesquisa para o professor pesquisador. 2. ed. São Paulo: DP&A, 2008.

SANTOS, R. A. dos. Metodologia científi ca: a construção do conhecimento. 7. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2007.

SANTOS, I. E. dos. Métodos e técnicas da pesquisa científi ca. 2. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2000.

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EMENTA

> Ângela Maria Cavalcanti Ramalho

> Francisca Luseni Machado Marques

Métodos e técnicas de ensino em geografi a e sua relação com a pesquisa. O papel da pesquisa na formação docente. As fontes de pesquisa e o ensino de Geografi a. Atividades práticas envolvendo a pesquisa e o ensino deGeografi a.

Pesquisa e Ensino em Geografi a – GEOGRAFIA

AUTORES

AULAS

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01 A pesquisa científi ca como construção do conhecimento

02 A trajetória da ciência e seus paradigmas

03 Critérios de cientifi cidade na construção da pesquisa

04 Pontos fundamentais de um projeto de pesquisa

05 Classifi cação da pesquisa científi ca

06 Os métodos de pesquisa

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Ângela Maria Cavalcanti Ramalho

Francisca Luseni Machado Marques

Pesquisa e Ensino em Geografi aD I S C I P L I N A

Aula

Autoras

Os métodos de pesquisa

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Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central “Zila Mamede”

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Secretaria de Educação a Distância – SEDIS/UFRN

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3Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Apresentação

Caro Estudante

Esta coletânea sobre métodos de pesquisa foi organizada com o intuito de iluminar a compreensão da signifi cação do termo método à medida que o primeiro esforço foi tentar entendê-lo como caminhos para atingir um fi m, investigação, maneira de agir,

percurso pelo qual se chega a um determinado resultado e discernimento de direção. Como também, a constituição e politização do método, além das múltiplas acepções dos fundamentos do método científi co, para em seguida, iniciar um diálogo intelectual sobre os procedimentos dos métodos e sua importância no processo da pesquisa científi ca.

Nesta caminhada, será inevitável não enfrentar difi culdades, mas aceitar o desafi o da superação pode ser altamente estimulante. Vale a pena atravessar esses momentos, apoiados na clorosa recomendação Marcel Proust (1989, p.35): “[...] ler uma bela página antes de se pôr a trabalhar [...] a leitura é para nós iniciadora, cujas chaves mágicas abrem no fundo de nós mesmos a porta das moradas onde não saberíamos penetrar”.

Caminhos a percorrer ...

ObjetivosAo término desta aula, esperamos que você seja capaz de:

Entender os caminhos da pesquisa científica, para aprimorar a percepção, refi nar a sensibilidade e ampliar os horizontes de compreensão do fenômeno observado;

Traçar um caminho que possa conduzi-lo a construir uma representação adequada das questões a serem estudadas

Optar por um método que cultive a ética na construção do conhecimento, múltiplas descobertas que a pesquisa deve ensejar.

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4 Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Construção ePolitização do Método

O método científi co foi constituído no âmbito de um movimento cuja origem remonta aos séculos XVI e XVIII e que valorizava a capacidade do pensamento racional. Acreditava-se que, pelo uso da razão, seria possível aos homens não só conhecer o mundo, mas, além

disso, transformá-lo. Esse discernimento que associava a razão dos homens à possibilidade de provocar mudanças na vida social já signifi cava o questionamento do saber diletante e contemplativo. Representava, também, um questionamento da supremacia das interpretações teocêntricas (Deus como centro do universo), propondo a desvinculação da produção do saber da ordem eclesial para que ela pudesse se constituir na interior do universo secular. O surgimento das academias laicas (leigas) trazia, portanto, outra possibilidade interpretativa, buscando explicações para os dramas sociais na própria dimensão humana de existência, sem interferência dos componentes extraterrenos.

Cuidou-se, então, de construir meios confiáveis para observar, para promover experimentos, bem como para elaborar hipóteses e princípios. O desenvolvimento destes instrumentos foi concomitante ao uso das técnicas; postulava-se, afi nal, uma ciência de intervenção, que fosse atuante na prática, estivesse sintonizada com a expansão capitalista e com o aumento da capacidade produtiva. Ordenar as coisas, sistematizar, identifi car unidade e diversidade, mensurar, decompor o todo em partes, analisar – eis resumidamente o que se queria consolidar.

Vejamos o desenvolvimentohistórico do método científi co

Contribuições de Bacon, Galileu e Descartes:

O inglês Francis Bacon (1561- 1626) é considerado um dos fundadores do método indutivo de investigação científi ca. Atribui-se a ele a criação do lema “saber é poder”, que indica o objetivo da ciência moderna: colocar as forças da natureza a serviço do homem.

Para chegar a conhecimentos científi cos úteis, é preciso criticar todos os preconceitos e erros, que ele chama de ídolos: por exemplo, os preconceitos que são frutos de uma educação e cultura diferente, ou de uma linguagem não exata, ou da subserviência à tradição.

Bacon propõe quanto à observação dos fenômenos, o uso de três tábuas: de presença, de ausência e de graus. A Tábua de presença indica todos os casos em que aparece um determinado fenômeno. Por exemplo, estudando o calor, serão observadas as circunstâncias

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5Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a

que acompanham esse fenômeno. Na tábua de ausência são indicados todos os casos em que o fenômeno não se verifi ca. E, por fi m, na Tábua dos graus se indicam os casos em que o fenômeno variou, com graus de intensidade diferente.

Depois dessa observação, realizada por meio das tábuas, será preciso formular uma hipótese que pode explicar a causa do fenômeno. Quando a hipótese concordar com todos os casos que aparecem nas tábuas, será válida e tornar-se-á uma verdadeira lei.

Galileu Galilei (1564-1642) afi rma a necessidade, para o cientista que queira estudar a natureza, de libertar-se completamente do peso da autoridade do passado, seja no campo fi losófi co, seja no religioso.

Galileu dá uma interpretação quantitativa da natureza e, consequentemente, indica como meta da pesquisa científi ca, a descoberta das quantidades que se encontram no fenômeno: fi gura, lugar, tempo e movimento.

Sustenta que a pesquisa científi ca acontece por dois momentos: um analítico – consiste na observação do fenômeno e proposição das hipóteses. O outro o sintético – consiste na experimentação e se a hipótese for confi rmada, transforma-se em lei.

Renê Descartes (1596-1650) – sustenta o método matemático dedutivo. (do geral par o particular), dando início, assim, ao pensamento racionalista moderno.

Preposições:

Sustenta que os elementos fundamentais do método matemático são expressos em quatro regras:

Regra da evidência: Não acolher jamais como verdadeira uma coisa que não se reconheça evidentemente como tal, isto é, evitar a precipitação

Regra da análise: Dividir cada uma das difi culdades em tantas partes necessárias para melhor resolvê-las.

Regra da síntese – Ir do mais simples ao mais complexo.

Regra da enumeração – Realizar sempre enumerações tão cuidadas e revisões gerais que se possa ter certeza de nada haver omitido.

Descartes elabora seu sistema fi losófi co, colocando o fundamento do conhecimento e da verdade na razão humana (daí o termo racionalismo). A base deste sistema é o “Cogito, ergo sum” (=Penso, logo existo). De fato, diante de todas as dúvidas e erros que o homem pode cometer, ele não pode duvidar da sua existência, pois a razão apresenta esse fato como evidente

Assim, nessa exposição, encontramos três propostas diferentes: Bacon apresenta a necessidade da indução, Galileu a importância da experimentação e Descartes fi xa regras do método matemático-dedutivo, ressaltando a importância da razão humana.

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Faça a diferença da perspectiva metodológica de Bacon, Galileu Galilei e Descartes:

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7Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Signifi cação eFundamentos do método

A pesquisa em todas as áreas do conhecimento científi co, de modo geral, exige a aplicação de metodologias apropriadas, bem como uma teoria base e de ampla bibliografi a, além de um método científi co específi co. Assim, os pesquisadores necessitam se aproximar

cada vez mais da metodologia, lapidando artesanalmente a construção dos seus estudos, sem perder de vista a ideia de totalidade que recobre as ciências humanas.

Desse modo, antes de falarmos sobre método é importante entendermos o signifi cado do termo em questão. Na antiga Grécia, methodos (methá+odon) signifi cava “caminho para chega a um fi m”. Com a passar do tempo essa signifi cação generalizou-se e o termo passou a ser empregado, também, para expressar outras coisas, como “maneira de agir”, “tratado elementar”, “processo de ensino” etc.

Todavia, isso, não impediu que conservasse sua validade com o significado de “caminho para chegar a um fi m”, precisamente a acepção que nos interessa. Assim, método é conceituado como:

“Conjunto de etapas, ordenadamente dispostas, a serem vencidas na investigação da verdade, no estudo de uma ciência, ou para alcançar determinado fi m” (RAMPAZZO, 2002, p.13).

“Método pode ser conceituado como um conjunto de procedimentos os quais são percorridos visando à criação do conhecimento (ANDRADE, 1993, p, 36).

Nas palavras de Marilena Chauí (1994, p.354) “methodos signifi ca uma investigação que segue um modo ou uma maneira planejada e determinada para conhecer alguma coisa; procedimento racional para o conhecimento seguindo um percurso fi xado”.

O método indica, portanto, estrada, via de acesso e, simultaneamente, rumo, discernimento de direção. O método assinala um percurso escolhido entre outros possíveis. Não é sempre, que o pesquisador tem consciência de todos os aspectos que envolvem este seu caminhar; nem por isso deixa de assumir um método. Todavia, neste caso, corre muitos riscos de não proceder criteriosamente com as premissas teóricas que norteiam seu pensamento.

Assim, o método não representa tão somente um caminho qualquer entre outros, mas um caminho seguro, uma via de acesso que permita interpretar com a maior coerência e correção possíveis às questões sociais propostas num dado estudo, dentro da perspectiva abraçada pelo pesquisador.

Numa perspectiva ampla, é isso que se concebe por método entre os fi lósofos, como mostra Marilena Chauí (1994, p.77), ressaltando que, “o bom método é aquele que permite conhecer verdadeiramente o maior número de coisas com o menor número de regras”, também

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Atividade 2

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enfatiza a importância do pesquisador buscar a aproximação entre as áreas, pois: “[...] as ciências humanas tendem a apresentar resultados mais complexos e satisfatórios quando trabalham interdisciplinarmente, de modo a abranger os múltiplos aspectos simultâneos e sucessivos dos fenômenos estudados”.

Contudo, mormente de um ponto de vista de elaboração dos trabalhos científi cos, dois métodos podem ser debatidos por meio de dois modos básicos de compreensão: método de abordagem; método de procedimento

Pense nisso !!!

“A complexidade e a mutabilidade do real são tão grandes como a imprecisão e rigidez dos métodos de investigação destinados a compreendê-lo melhor [...]. Neste sentido, o processo de (formação) do conhecimento não é mais do que uma vitória parcial e efêmera sobre a ignorância humana” (QUIVY, 1972, p.147).

A partir das refl exões estabelecidas sobre o método científi co analise as questões:

a) Como surgiu o método científi co?

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9Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a

b) O que é método?

c) Qual a importância do método para o trabalho de pesquisa científi ca?

Métodos de AbordagemTrata-se de um fundamento do plano geral de trabalho; fala de seus pressupostos lógicos,

do processo de raciocínio escolhido. Enfi m, discutir o método de abordagem é debater um conjunto de procedimento essencialmente racional, caracterizado basicamente por “uma abordagem mais ampla, em nível de abstração mais elevado, dos fenômenos da natureza e da sociedade” (LAKATOS, 2001, p.106). Em outras palavras, os métodos de abordagens podem ser entendidos como um conjunto de procedimentos gerais.

Em termos de seu delineamento e conforme especificamente o tipo de raciocínio empregado, o método de abordagem pode ser discutido através de quatro maneiras principais: a) método dedutivo; b) método dedutivo; c) método hipotético-dedutivo; d) método dialético.

Antes de passarmos para uma discussão sobre esses quatro tipos principais, ressalta-se ainda que é possível que tais métodos sobre esses quatro tipos principais de abordagens apareçam tanto de uma forma exclusiva em algumas pesquisas como de forma simultânea em

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outras. Podem-se observar, por exemplo, alguns estudos sendo feitos apenas pelo método indutivo, outros se desenvolvendo ao mesmo tempo através do método dialético e dedutivo.

a) Método Dedutivo: trata-se de um método que promove uma conexão ascedente, ou seja, tal raciocínio parte de premissas particulares em direção às premissas gerais. Pode ser delineado a partir das seguintes etapas:

Observação – manifestações da realidade, espontânea ou provocadas;

Hipótese (s): tentativa de explicação;

Experimentação: observação da reação de causa-efeito, imaginada na etapa anterior;

Comparação: classifi cação, análise e crítica dos dados recolhidos;

Abstração: verifi cação dos pontos de acordo e de desacordo dos dados recolhidos;

Generalizações: consiste em estender a outros casos, da mesma espécie, um conceito obtido com base nos dados observados (ANDRADE, 1993, p. 105-106)

b) Método Indutivo: aqui ocorre a promoção da conexão descendente, ou seja, os pressupostos de raciocínio partem de premissas gerais para premissas particulares. A dedução, enfi m, “é a argumentação que torna explicitas verdades particulares contidas em verdades universais” (CERVO, 1983, p.41)

c) Método Hipotético-Dedutivo: caracteriza-se principalmente pelo seu aspecto lógico. Desta forma, relaciona-se fundamentalmente e historicamente com a questão da experimentação, fato que lhe dá destaque, sobretudo, nas investigações das ciências naturais.

d) Método Dialético: defi ne-se como um método de investigação dos fenômenos em constante mudança, os quais ocorrem inerentemente, a partir das ações recíprocas e contraditórias entre natureza e a sociedade (ANDRADE, 1993).

O método dialético traz contribuições signifi cativas para o processo de formação do conhecimento, quando problematiza o processo do conhecimento dentro de um contínuo de constantes mudanças inacabadas que contém um todo que abarca contrários em incessantes confl itos. Nesse processo, há sempre algo que se cria, se desfaz, se agrega, se desagrega. È como se o real, nessa perspectiva, pudesse ser exemplifi cado uma massa heterogênea com todos os contrários em constante luta.

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11Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Método de procedimento: Tem um caráter específi co, ou seja, apresenta-se menos da perspectiva do plano geral

do trabalho e mais do ponto de vista de suas etapas, ressaltando suas particularidades. Em outras palavras:

Os métodos de procedimentos seriam etapas mais concretas da investigação, com fi nalidade mais restrita em termos de explicação geral dos fenômenos e menos abstratas. Dir-se-ia até serem técnicas que, pelo uso mais abrangente, se erigiram em métodos. Pressupõem uma atitude concreta em relação ao fenômeno e estão limitados a domínio particular (LAKATOS, 2001, p.106).

Partindo de tais considerações, pode-se dizer que os principais métodos de procedimentos, que podem ser usados nas ciências sociais e humanas, são:

a) Método histórico

Investiga os fenômenos sociais e humanos nos seus processos históricos, averiguando-os junto às instituições do passado a fi m de ver os possíveis graus de infl uência na sociedade atual.

b) Método Comparativo:

Realiza comparações com a fi nalidade de verifi car semelhanças e explicar divergências. Usado para comparações de grupos no presente, no passado, entre sociedades de iguais ou de diferentes estágios de desenvolvimento.

c) Método estatístico:

Utiliza-se fundamentalmente da perspectiva estatística, que lida com probabilidades. Ainda que indique certa margem de erro, suas conclusões mostram-se com grandes possibilidades de acertos.

d) Método Funcionalista:

É considerado mais um método de interpretação do que de investigação. Enfatiza as relações e o ajustamento entre os diversos componentes de uma cultura ou sociedade.

Propõe-se a estudar a sociedade, a partir da função de suas unidades, ou seja, estudá-la como um sistema organizado de atividades. Considera, de um lado, a sociedade como uma estrutura complexa de indivíduos reunidos numa trama de ações e reações sociais; de outro, como um sistema de instituições correlacionadas entre si, agindo e reagindo umas em relação às outras.

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Atividade 3

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e) Método Monográfi co ou estudo de caso:

Parte do princípio de que qualquer caso que se discuta além da superfície dos fatos e com sistematização pode ser signifi cativo para a compreensão de muitos outros. Isto sem contar que o referido caso, a despeito de considerar-se uma possível margem de erro, pode ser representativo de muitos outros casos semelhantes.

O método monográfi co consiste no estudo de determinados indivíduos, profi ssões, condições, instituições, grupos ou comunidades, com a fi nalidade de obter generalizações.

O estudo monográfi co pode, também, em vez de se concentrar em um aspecto, abranger o conjunto de atividades de um grupo social particular. A vantagem do método consiste em respeitar a ‘totalidade solidária’ dos grupos, ao estudar, em primeiro lugar, a vida do grupo na sua unidade concreta, evitando, portanto, a prematura dissociação de seus elementos (LAKATOS, 2001, p. 108)

Estudo de caso em suas minúcias pode servir de referências para outros que apresentem as mesmas características.

b) Qual a importância dos métodos na observação dos fenômenos da natureza?

A partir das leituras sobre os métodos de abordagem e procedimentos, analise:

a) Qual a diferenças entre os dois métodos?

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13Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Processos do Método

Para oferecer demonstrar de que não existe um método único de “fazer” ciência, diferentes fontes descrevem as etapas do método científi co de maneiras diversas. Algumas delas mencionam três etapas, outras apenas duas. Em termos fundamentais, porém, elas

incorporam os mesmos conceitos e princípios.

Imagem de William Harris

Para os nossos propósitos, diremos que existem cinco etapas fundamentais no método.

Etapa 1: Observação

Quase todas as investigações científi cas começam por uma observação que desperta a curiosidade ou suscita uma questão. Por exemplo, quando Charles Darwin (1809-1882) visitou as Ilhas Galápagos (localizadas no Oceano Pacífi co, a 950 km a oeste do Equador), ele observou diversas espécies de tentilhões, cada qual adaptado de maneira única a um habitat específi co. Os bicos dos tentilhões, em especial, apresentavam largas variações e pareciam desempenhar papel importante na maneira pela qual o animal obtinha alimento. Os pássaros

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cativaram Darwin. Ele queria compreender as forças que permitiam que tantas variedades diferentes coexistissem com sucesso em uma área geográfi ca pequena. Suas observações o levaram a formular uma pergunta que poderia ser submetida a teste.

Etapa 2: Formulação da pergunta

O propósito da pergunta é estreitar o foco da investigação e identifi car o problema em termos específi cos. A pergunta que Darwin poderia ter feito, depois de ver tantos tentilhões diferentes, talvez fosse expressa assim: o que causou a diversifi cação dos tentilhões das ilhas Galápagos?

Eis algumas outras questões científi cas:

O que faz com que as raízes de uma planta cresçam para baixo e o seu caule cresça para cima?

O que causa descoloração nos corais?

O que causa o buraco na camada de ozônio?

Que fatores provocam a desertifi cação?

Encontrar perguntas científi cas não é difícil e não requer treinamento científi co. Se você já se sentiu curioso sobre algo, se já quis saber o que causou algum acontecimento, então provavelmente já formulou uma pergunta que poderia servir de base a uma investigação científi ca.

Etapa 3: Formulação da hipótese

Perguntas anseiam por respostas e o próximo passo no método científi co é sugerir uma possível resposta em forma de hipótese. Uma hipótese é, muitas vezes, defi nida como um palpite informado porque quase sempre se baseia nas informações que você dispõe sobre um tópico. Por exemplo, se você desejasse estudar o problema relacionado à resistência do ar, poderia já ter a sensação intuitiva de que um carro em forma de pássaro poderia enfrentar menos resistência do ar do que um carro em forma de caixa. Essa intuição pode ser usada para ajudar a formular uma hipótese.

Em termos gerais, uma hipótese é expressa na forma de uma declaração “se... então”. Ao fazer uma declaração como essa, os cientistas estão praticando o raciocínio dedutivo, que é o oposto do raciocínio indutivo. A dedução, na lógica, requer movimento do geral para o específi co. Eis um exemplo: se o perfi l da carroceria de um carro se relaciona à resistência do ar que ele encontra - declaração geral - então um carro em forma de pássaro será mais aerodinâmico do que um carro em forma de caixa - declaração específi ca.

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15Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Perceba que existem duas qualidades importantes quanto a uma hipótese expressa em formato “se... então”. A primeira é que ela é passível de teste e é possível organizar uma experiência que teste a validade dessa declaração. A segunda é que ela pode ser contestada, ou seja, seria possível desenvolver uma experiência que revele que tal idéia não procede. Caso essas duas qualifi cações não sejam atendidas, a questão não poderá ser tratada por meio do método científi co.

Etapa 4: Experiência controlada

Muitas pessoas pensam em uma experiência como algo que acontece em um laboratório. Mas as experiências não necessariamente envolvem as bancadas de um laboratório ou tubos de ensaio. No entanto, elas precisam ser montadas de forma a testar uma hipótese específi ca e precisam ser controladas. Controlar uma experiência signifi ca controlar todas as variáveis, de modo que apenas uma esteja aberta a estudo. A variável independente é a variável controlada e manipulada pelo responsável pela experiência, enquanto a variável dependente não o é. À medida que a variável independente é manipulada, a variável dependente é mensurada em busca de variações.

Agora considere o exemplo sobre a resistência do ar. Se desejarmos conduzir a experiência, precisaríamos de ao menos dois carros - um de forma mais esbelta, semelhante à do corpo de um pássaro, e o outro em forma de caixa. O primeiro modelo seria o grupo experimental e o segundo o grupo de controle. Todas as demais variáveis - o peso dos carros, os pneus e até mesmo a pintura - teriam de ser idênticas. A pista de teste e as condições que a afetam teriam de ser controladas ao máximo.

Etapa 5: Análise dos dados e conclusão

Durante uma experiência, os cientistas reúnem dados quantitativos e qualitativos. Em meio a essas informações, se eles tiverem sorte, estão indícios que podem ajudar a sustentar ou a rejeitar uma hipótese. O volume de análise necessário para chegar a uma conclusão pode variar amplamente. Como a experiência de Pasteur dependia de observações qualitativas sobre a aparência do caldo, a análise era bem simples. Ocasionalmente, é preciso usar ferramentas analíticas sofi sticadas para analisar os dados. De qualquer forma, o objetivo fi nal é provar ou negar uma hipótese e, ao fazê-lo, responder à pergunta original.

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Atividade 4

1

2

16 Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Qualquer pessoa que tente resolver um problema pode realizar observações e usar o método científi co. Assim, observe alguns problemas do meio ambiente na região onde você vive e formule perguntas e hipótese que conduza a uma experiência de pesquisa:

Comente uma das assertivas e justifi que sua resposta:

a) Todas as etapas do trabalho científi co se sucedem na mesma ordem.

b) As necessidades da sociedade infl uem no trabalho científi co.

c) A comprovação experimental antecede a observação dos fenômenos.

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3

17Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Indique a fase do Método Científi co Experimental a que pertence cada uma dessas propostas:

a) Procurar em um dicionário o signifi cado da palavra refração.

b) Contemplar o céu estrelado numa noite de verão.

c) Representar grafi camente a velocidade do carro que o transporta, a cada minuto de viagem.

d) Supor que vemos a Lua de noite porque nosso satélite refl ete a luz solar.

e) Medir a temperatura na qual “fervem” vários líquidos.

a)

b)

c)

d)

e)

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4

5

Medida e análise dos dados

Definição do problema a estudar

Observaçãodo fenômeno

18 Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Analise as questões

a) Os agricultores têm fama de serem bons observadores e de prever com bastante exatidão o tempo que vai apresentar-se no dia seguinte. Em que se diferencia a observação que fazem os agricultores daquelas realizadas pelos meteorologistas para as previsões do tempo? Você acredita nas “previsões” do “Homem do Tempo” da TV ou do agricultor? Comente.

Complete os espaços em branco correspondentes às fases do Método Científi co Experimental:

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19Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Concluindo a aula!!!

Ao término da aula com as leituras e atividades desenvolvidas esperamos que você tenha encontrado pistas sufi cientes que possa lhe permitir trabalhar o conteúdo aprendido, ou seja, com as diferentes propostas metodológicas esboçadas. Fundamentando-se

na leitura, intelecção, discussão e elaboração de associações possíveis, dialogando com os teóricos clássicos dos métodos, ler é o passo inicial.

Para evitar dissabores, uma saída é acompanhar atentamente as construções teórico-metodológicas do texto, mergulhando em sua dinâmica interior. A recompensa virá do próprio exercício em si, que cultiva as múltiplas descobertas que o texto proporciona.

Parabéns! mais uma etapa vencida !!!

Sugestões de leituraRecomendamos como leitura complementar as discussões apresentadas nesta aula:

BASTOS, R. L. Ciências Humanas e complexidades: projetos método e técnicas de pesquisa. Juiz de Fora, MG: EDUFJF, 1999.

Esta obra permite um diálogo com o leitor, no sentido de que ele opere as páginas lidas e faça combinações diversas, dando-lhes uma ordem em função de seu interesse, gerando no leitor uma ação criadora e transformadora de auto operador do texto em questão.

OLIVEIRA, P. de S.(Org.) Metodologia das ciências humanas. São Paulo: HUCITEC, 2001.

O livro apresenta textos com diferentes alternativas, todas baseadas em autores clássicos, que parecem desafi ar o tempo pela riqueza de ensinamentos, pela luminosidade no encaminhamento das refl exões e pelo arrimo seguro. Podem, por isso mesmo, tanto acolher novas, quanto sugerir desdobramentos originais.

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20 Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a

ResumoNesta aula, foi trabalhada a signifi cação do termo método como caminhos para atingir um fi m, investigação, maneira de agir, percurso pelo qual se chega a um determinado resultado, discernimento de direção. Como também a constituição e politização do método, além das múltiplas acepções dos fundamentos do método científi co, para em seguida, iniciar um diálogo sobre os procedimentos dos métodos e sua importância no processo da pesquisa científi ca. A pesquisa em todas as áreas do conhecimento científi co exige a aplicação de metodologias apropriadas, bem como uma teoria base, além de um método científi co específi co. Assim, os pesquisadores necessitam se aproximar cada vez mais da metodologia, lapidando artesanalmente a construção dos seus estudos, sem perder de vista a ideia de totalidade que recobre as ciências humanas.

ReferênciasANDRADE, M. M. Introdução à metodologia do trabalho científi co. São Paulo: Atlas, 1993.

BASTOS, R. L. Ciências Humanas e complexidades: projetos, método e técnicas de pesquisa. Juiz de Fora, MG: EDUFJF, 1999.

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia Científi ca. São Paulo: MacGraw-hill, 1983.

CHAUÍ, Marilena. Introdução à história da fi losofi a: dos Pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo: Brasiliense, 1994.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científi ca. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

OLIVEIRA, P. de S.(Org.) Metodologia das ciências humanas. São Paulo: HUCITEC, 2001.

PROUST, Marcel. Sobre leitura. Tradução de C. Vogt. Campinas, SP: Pontes, 1989.

RAMPAZZO, L. Metodologia Científi ca: para alunos dos cursos de graduação e pós-graduação. São Paulo: Loyola, 2002.

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EMENTA

> Ângela Maria Cavalcanti Ramalho

> Francisca Luseni Machado Marques

Métodos e técnicas de ensino em geografi a e sua relação com a pesquisa. O papel da pesquisa na formação docente. As fontes de pesquisa e o ensino de Geografi a. Atividades práticas envolvendo a pesquisa e o ensino deGeografi a.

Pesquisa e Ensino em Geografi a – GEOGRAFIA

AUTORES

AULAS

2º S

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09Im

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ráfi c

a

01 A pesquisa científi ca como construção do conhecimento

02 A trajetória da ciência e seus paradigmas

03 Critérios de cientifi cidade na construção da pesquisa

04 Pontos fundamentais de um projeto de pesquisa

05 Classifi cação da pesquisa científi ca

06 Os métodos de pesquisa

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