Conprando seu Carro Usado

7/23/2019 Conprando seu Carro Usado

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COMO ESCOLHER

CARRO IDEAL

LEANDRO MATTERA

DESCUBRA O ROTEIRO COMPLETO PARA COMPRAR O

MELHOR VEÍCULO PARA O SEU PERFIL E SEU BOLSO

Aprenda o inovador Método seu Carro C.E.R.T.O.

para uma compra inteligente

O SEU

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Leandro Mattera

DESCUBRA O ROTEIRO COMPLETO PARA COMPRAR O

MELHOR VEÍCULO PARA O SEU PERFIL E SEU BOLSO

1ª Edição - Maio de 2014

São José dos Campos-SP

Leandro Torres Mattera

COMO ESCOLHERO SEU

CARRO IDEAL


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Livro Digital: COMO ESCOLHER O SEU CARRO IDEAL

Copyright © 2014 – Todos direitos reservados a Leandro Torres Mattera

Todos os direitos protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998, bem como por toda e qualquer legislação apli-

cável relativa à proteção da propriedade intelectual, tanto em âmbito nacional como internacional.

Número ISBN: 978-85-917254-0-3

Obra registrada e protegida pela AVCTORIS

Atenção: Nenhuma parte deste livro digital poderá ser negociada, reproduzida ou retransmitida sem au-

torização prévia por escrito do autor, sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos,

fotográcos, gravação ou quaisquer outros.

Fica ressalvada a possibilidade de citações de trechos limitados da obra, desde que informada a fonte.

Autor: Leandro Mattera

Site: www.oseucarroideal.com.br

E-mail: [email protected]

Design do livro digital: André Bets

O autor escreveu esta obra de forma independente e autônoma, sem qualquer vínculo ou inuências de em-

presas ou pessoas ligadas ao setores analisados. O conteúdo reete a opinião pessoal do autor e é baseado

em anos de acúmulo de conhecimentos e informações.

Toda e qualquer decisão tomada a partir da leitura deste livro é de única e exclusiva responsabilidade do

leitor. O autor não assume nenhuma responsabilidade por eventuais perdas decorrentes do uso deste

material, que tem nalidade meramente didática. As fotos têm caráter ilustrativo.

As análises são baseadas em fatores objetivos e subjetivos diversos. Os juízos de valor, em muitos casos,

podem variar de acordo com parâmetros pessoais.

Os veículos são máquinas extremamente complexas que apresentam um imenso conjunto de variáveis

relativas aos aspectos técnicos e condições de uso. Considerando que não existem máquinas perfeitas,

o leitor ca ciente de que problemas e defeitos de diversas naturezas podem surgir em qualquer carro.

Recomenda-se que o leitor pesquise e conrme as informações que julgar relevantes antes de tomar ou

consolidar suas próprias decisões de compra, pelas quais assume inteira responsabilidade. L i c e n c i a d o p a r a D a v i s o n G r e l l m a n n S e v e r o ,

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mailto:consultor%40carroedinheiro.com.br

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COMO ESCOLHER O SEU CARRO IDEAL 4

Índice

Índice

Dedicatória e agradecimento

Prefácio

Introdução e Aspectos Iniciais Importantes

Sobre o autor

Capítulo 1: Uma Inusitada História de Escolha Consciente

1.1. Os critérios básicos adotados

1.1.1. A escolha do modelo com foco na necessidade, qualidade e segurança

1.1.2. A escolha do modelo com foco nas nanças

1.1.3. A escolha do modelo com foco no lado emocional

1.2. A pesquisa e a busca

1.3. O encontro

1.4. A história na lama e fora dela

1.5. A lição:

Capítulo 2: O exclusivo “Método Seu Carro C.E.R.T.O.” e a escolha inteligente do seu carro

2.1. Você e os carros mais caros e cada vez mais vendidos do mundo

2.1.1. Fatores fora do nosso controle

2.1.2. O Fator que depende da nossa Atitude

2.2. O que você pode fazer então?

Capítulo 3: Checar as necessidades, com foco nas suas prioridades

3.1. As 20 perguntas essenciais para avaliar as suas necessidades:

3.2. Qual tipo de carroceria escolher?

3.3. Itens de Série e Acessórios: pense em quais são indispensáveis

3.4. A relevância do espaço interno:

3.5. A compra de carros cada vez maiores:

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Índice

3.5.1. Necessidade de transportar mais passageiros

3.5.2. Necessidade de transportar mais bagagem ou carga

3.5.3. Necessidade de veículos mais robustos ou mais altos

3.5.4. Anal, por que tanta gente compra carros maiores sem precisar?

3.6. Desempenho: o que importa para você?

3.7. Avalie o sistema de suspensão, a estabilidade e a altura do solo:

3.8. Câmbio: qual é a sua preferência?

3.9. Necessidades futuras

3.10. Carros discretos, pensando em segurança contra a violência:

3.11. Eciência na quantidade de veículos

3.12. Resumo e pontos-chave:

Capítulo 4: Examinar a Qualidade é fundamental

4.1. Carro global, para mercados emergentes ou só para o Brasil?

4.1.1. Carros globais

4.1.2. Carros destinados a mercados emergentes:

4.1.3. Carros exclusivos para o Brasil:

4.2. A importância do ano do Projeto

4.3. Conheça o histórico e a conabilidade da fabricante:

4.4. Avalie a conabilidade e histórico do carro:

4.5. Avalie a rede de concessionárias e disponibilidade de peças:

4.6. Garantia: é importante para você?

4.7. Identique os pontos positivos e negativos do seu carro atual e anteriores, para

procurar mantê-los ou evitá-los.

4.8. Carros importados

4.9. Qual versão escolher?

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Índice

4.10. Principais dados técnicos para prestar atenção:


Capítulo 5: Reconhecer a Segurança, porque sua vida e saúde estão acima de tudo

5.1. A (in)segurança dos carros no Brasil

5.2. Você e a escolha de um carro seguro

5.2.1. Histórico da marca no Brasil e exterior:

5.2.2. Características do projeto e da Estrutura de Absorção de Impactos:

5.2.2.1 O que a Associated Press concluiu?

5.2.3. Características do comportamento dinâmico:

5.2.4. Itens de segurança:

5.2.5. Resultados do modelo em Crash Tests

5.3. Uma história real envolvendo a segurança nos carros


Capítulo 6: Tratar das Finanças e a Estrutura de Preços dos Carros no Brasil

6.1. A “Matriz: seu Carro e seu Bolso”.

6.2. A Estrutura de Preços dos Carros no Brasil

6.2.1. Custos de Aquisição

6.2.2. Custos incidentes durante o período de Propriedade

6.2.3. Custos esporádicos durante a propriedade

6.2.4. Venda do carro

6.2.5. Custo de oportunidade

6.2.6. Financiamento

6.3. Quanto você pode efetivamente pagar, levando em conta toda a Estrutura de Preços?

6.3.1. O carro como instrumento de obtenção de renda

6.4. Compre o carro possível, conforme suas condições

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Índice

6.5. Compre um carro que atenderá você por muito tempo

6.6. Impactos Financeiros dos veículos maiores

6.7. A “Regra de Ouro” envolvendo carros e nanças:


Capítulo 7: Observar os Desejos: a vez do Lado Emocional e o cuidado com o Status e o Marketing

7.1. Sociedade e Psicologia do Consumo

7.2. O Marketing faz sua cabeça?

7.2.1. A propaganda é a alma do negócio?

7.2.2. A inuência do Marketing na escolha de qual carro comprar

7.2.3. Algumas estratégias de marketing que merecem reexões

7.3. Status e Imagem

7.4. Obsolescência Programada

7.5. Fatores Pessoais:

7.6. Cuidado com o Efeito Halo:


Capítulo 8: Carro zero quilômetro ou usado/seminovo? Uma visão diferente para uma eterna dúvida

8.1. Carros Novos - vantagens e desvantagens:

8.1.1. Vantagens da compra de um carro zero quilômetro:

8.1.2. Desvantagens da compra de um carro novo:

8.2. Por que comprar um carro usado?

8.2.1. Fundamentos relativos ao carro

8.2.1.1. “Carro novo mais simples x usado mais completo”:

8.2.1.2. O ano do projeto ou do lançamento da geração:

8.2.1.3. O brasileiro troca de carro rapidamente:

8.2.1.4. Um carro de qualidade e bem conservado pode durar muito:

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Índice

8.2.1.5. O temor da alta quilometragem

8.2.1.6. “A melhor marca é a do carro zero quilômetro”:

8.2.1.7. A obsessão pelo novo (neolia):

8.2.2. Fundamentos relativos às nanças

8.2.2.1. A questão do risco x retorno:

8.2.2.2. Desvalorização:

8.2.2.3. IPVA:

8.2.2.4. Emplacamento:

8.2.2.5. Manutenção:

8.2.3. Desvantagens dos usados:

8.3. O conceito-chave para a boa compra dos usados:

Capítulo 9: Os 10 erros comuns que podem causar grandes arrependimentos

Erro 01: Pedir e valorizar demais a opinião de quem não entende ou é parcial

Erro 02: Esquecer das suas necessidades

Erro 03: Não saber qual carro está comprando

Erro 04: Comparar apenas os preços e não os carros

Erro 05: Analisar apenas (e tão-somente) o preço de compra ou da parcela

Erro 06: Esquecer do fator segurança

Erro 07: Fazer uma compra impulsiva

Erro 08: Escolher apenas pelo design e status

Erro 09: Valorizar demais a exclusividade ou antecipação

Erro 10: Não realizar o test-drive

Bônus: Erro 11: Não se informar sobre as condições de mercado:

Capítulo 10: Um exemplo real de aplicação do Método Seu Carro C.E.R.T.O.

Conclusão: A sua compra do carro ideal e a hora de recapitular

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Dedicatória e agradecimento

Dedico este livro à minha querida esposa

Karina, que, ao longo dos últimos 13 anos,

tem sido uma verdadeira companheira em

todos os momentos. Obrigado pelo contínuo

apoio e inesgotável fonte de aprendizado

e inspiração.


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Prefácio

Tomar uma decisão é sempre um ato de muita responsabilidade e que envolve emo-ções, razão, aprendizado e consequências. Comprar ou não esse carro? Devo optar por

um carro usado ou zero quilômetro? A segurança deve ser um fator considerado? Como

sei se está caro ou barato? A escolha do carro ideal passa por inúmeras questões aparen-

temente simples, óbvias, mas cujas respostas são mais complexas do que imaginamos.

Fiquei muito feliz ao receber o convite do amigo Leandro Mattera para assinar o Pre-

fácio deste que é, no meu ponto de vista, o trabalho mais completo já realizado em prol

do consumidor automotivo deste país. O livro digital “Como Escolher o Seu Carro Ideal” e

seu material extra trazem luz a uma das realidades mais peculiares do mundo em termos

de consumo: temos carros caros, ruins e ainda assim vendas extraordinárias.

A culpa ou responsabilidade é apenas do consumidor? É claro que não. Há exces-

siva carga tributária e uma transferência de ganhos excessiva na forma de margens elucro, originadas da nossa cultura, além do elevado “Risco Brasil”. Ainda assim, o com-

prador tem papel fundamental, anal é ele quem paga a conta, por opção.

Com uma linguagem simples, histórias e exemplos, este material certamente auxi-

liará você a tomar uma decisão mais inteligente ao analisar marcas, modelos e opções

de carros, usados ou não. Um destaque especial para o “Método Seu Carro C.E.R.T.O”,

capaz de guiá-lo através de passos simples e claros na busca pelo carro ideal.

Mas, carro ideal, como assim? A abordagem usada pelo Leandro Mattera é muito

interessante porque leva em conta o perl do comprador, suas características pessoais,

familiares, interesses, a segurança e também o aspecto emocional, algo geralmente ig-

norado nos principais guias e revistas especializadas.

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Ora, há quem queira um carro esportivo, mas precise de um carro maior, para levar

a família e sua bagagem? Como equilibrar os desejos e as necessidades sem abrir mão

de conforto, segurança e um bom negócio? O que dizer dos serviços de pós-venda, da

manutenção e dos aspectos nanceiros da compra, você sabe avaliar este impacto em

seu orçamento?

Tenho certeza de que a leitura de “Como Escolher o Seu Carro Ideal” fará você rever

sua atual metodologia de escolha de carros ou mesmo passar a respeitar um certo “ritual”

para evitar amargas surpresas como custos elevados de manutenção, dores de cabeça

com reparos, falta de segurança e incompatibilidade familiar.

Se você gosta de automóveis, encontre um lugar tranquilo para iniciar sua leitura

e prepare-se para uma viagem apaixonante pelo mundo dos carros. Se você pretende

comprar ou trocar de carro, prepare-se para um resultado ainda mais extraordinário. Sua

decisão de compra nunca mais será a mesma, eu garanto!

Boa leitura e parabéns pela aquisição.

Conrado Navarro

Prefácio


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A decisão de comprar um carro geralmente provoca uma série dúvidas, desaos e incer -tezas. Por isso, pergunto se você já passou ou está passando por alguma dessas situações:

1. “Você ca em dúvida na hora de escolher qual carro comprar?”

2. “Diante de tantas opções e lançamentos, você se sente perdido e confuso?”

3. “Ao negociar e conversar com vendedores, permanece inseguro ou intimidado,

sem saber quais são as melhores decisões a tomar?”

4. “Você conhece pessoas que se arrependeram profundamente por terem compra-

do determinados veículos, considerando as dores de cabeça e gastos que tiveram?”

5. “Você já pesquisou, leu e conversou bastante e, mesmo assim, não conseguiu

superar, com conança, suas incertezas?”

Se respondeu “sim” a algumas dessas perguntas, acredito que está começando a ler

o livro certo para o seu perl. É bastante provável que você, assim como eu e a maioriadas pessoas, já enfrentou, está enfrentando ou vai enfrentar o desao de escolher (bem)

qual carro comprar.

A pergunta que insiste em car nas nossas mentes é: “Como escolher o carro ideal

para mim?”. Eu sei bem o que isso signica porque já passei por situações parecidas e

complicadas, como a envolvendo a história que vou contar no capítulo a seguir.

Provavelmente, o que você deseja é apenas escolher um carro que proporcionará

um transporte confortável, seguro, agradável, econômico e com um visual bacana. Mas,

para chegar numa boa escolha, há um conjunto de fatores que precisará ser analisado.

Aliás, a denição de um carro é mesmo um grande desao no Brasil, considerando

que temos os automóveis mais caros do mundo, tanto para comprar como para manter.



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Provavelmente, você já reparou em quantas notícias saíram nos últimos tempos alertan-

do sobre essa realidade.

Até a Forbes falou do assunto, fazendo piada sobre os nossos preços exorbitantes:

“Alguém pode imaginar que pagar US$ 80 mil, por um Jeep

Grand Cherokee, signica que ele vem equipado com rodas folhea-

das a ouro e asas. Mas no Brasil esse é o preço de um básico” (...)“Com os R$ 179 mil que paga por um único Grand Cherokee, um

brasileiro poderia comprar três, se vivesse em Miami”.

Agora o que poucas pessoas sabem é que, além de caríssimos, muitos carros ven-

didos no nosso mercado não oferecem condições adequadas de qualidade e segurança.Sim, essa é uma realidade preocupante e você entenderá exatamente os motivos.

Adiante, esses e outros temas serão devidamente revelados para que você des-

cubra os pontos essenciais para a sua compra inteligente, de acordo com o seu perl e

respeitando o seu poder de decisão.

Neste livro, você descobrirá o inovador “Método Seu Carro C.E.R.T.O.”, que sis-tematiza o processo de escolha de um carro em cinco módulos. O principal foco do

método é a busca pelo equilíbrio de todos os aspectos que são essenciais para uma

decisão consciente.

O “Método Seu Carro C.E.R.T.O.” é o resultado de mais de 20 anos de vivência

e interesse no setor automotivo por parte do Autor. Colocando-o em prática, é bastante



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http://carros.uol.com.br/noticias/redacao/2012/08/13/forbes-ironiza-precos-da-chrysler-no-brasil-e-quem-busca-status-em-carro-caro.htm

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provável que você terá condições de realizar a compra de um carro de modo eciente, ao

contrário da maioria dos brasileiros.

Você terá acesso a um conhecimento organizado com o objetivo de gerar economia

de tempo, dinheiro e energias física e mental. Sabendo qual caminho e quais passos

deve seguir , o seu processo de decisão será mais focado, facilitando sua vida e evitando

uma série de desgastes.

Além da apresentação completa do referido método, inclusive com um exemplo real

de sua aplicação, serão apresentadas as vantagens e desvantagens relacionada aos

carros novos e usados. Adicionalmente, serão discutidos os 10 principais erros, comuns

na hora de escolher um carro, e que geram grandes arrependimentos para as pessoas.



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Sobre o autor

O objetivo deste livro é compartilhar os aprendizados e conhecimentos que tenhoacumulado por décadas e que me levaram a ter um reconhecimento nacional como es-

pecialista no tema envolvendo “carros e nanças”.

O meu interesse pela área automotiva é bastante antigo, com início desde os

tempos de criança, época na qual já participava de exposições (fui a todos os Salões do

Automóvel desde 1990), lia revistas especializadas e colecionava fotos.

Com consistência, esses conhecimentos foram sendo intensicados até hoje por

meio de estudos e leituras constantes, contatos com prossionais da área e experiência

pessoal e prossional (conforme detalhado a seguir) e pesquisas contínuas.

Além disso, a área nanceira sempre atraiu minha atenção. Com cerca de dez

anos de idade, eu já acompanhava cadernos econômicos nos jornais. Como investidor

desde o ano 2000 e com a experiência de ter trabalhado por três anos num grande banco

brasileiro, numa Equipe de Especialistas em Crédito Empresarial, permaneço atento e

interessado no assunto até hoje.

Por conta desse intenso entusiasmo, muitos familiares, amigos e conhecidos sem-

pre pediram meus conselhos na hora de trocar de carro. Depois de uma série de resul-

tados positivos, conforme detalharei mais à frente, decidi prossionalizar essa atuação,fundando a consultoria automotiva pessoal Carro e Dinheiro há algum tempo.

Este livro, portanto, é o resultado da minha experiência trabalhando como “Con-

sultor Automotivo Pessoal” nos últimos anos, bem como de todo o conhecimento

acumulado até hoje.

Tenho exercido essa atividade de forma pioneira no Brasil, considerando o foco

Sobre o Autor


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http://www.carroedinheiro.com.br/qual_carro_comprar

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tanto automotivo quanto nanceiro. Depois de atender clientes em todas as regiões do

país e, ainda, ter realizado uma consultoria internacional, acredito que consegui reunir

uma bagagem suciente para poder ajudar você na sua escolha.

Além do trabalho como consultor independente, costumo compartilhar alguns dos

meus aprendizados por meio de artigos e entrevistas.

Inicialmente, tornei-me colunista do Dinheirama.com e alguns dos textos publicados

geraram enorme repercussão. Além disso, já concedi diversas entrevistas e fui citado em

vários veículos da mídia, tais como Infomoney, Notícias Automotivas, Yahoo Finance!,

Arata Academy, Blog Quero Ficar Rico, Rádio Gaúcha, Jornal Metro, IG Economia

entre outros.

De modo complementar em relação às análises automotivas e nanceiras, principal-

mente para tratar dos aspectos emocionais que inuenciam nas compras, procuro utilizar

meus conhecimentos e estudos (também acumulados por anos) sobre ciências relacio-

nadas ao comportamento dos indivíduos na sociedade.

Tendo em vista esse histórico, inclusive levando em conta todas as dúvidas dos

meus clientes e leitores, desenvolvi um método que, acredito, pode ser bastante e-

ciente para ajudar você a escolher o seu carro ideal, o “Método Seu Carro C.E.R.T.O.”

Anal, acredito que os conhecimentos precisam ser compartilhados para se tornarem

úteis para as pessoas.

Antes de detalhar o referido Método, porém, gostaria de compartilhar uma curiosa

história pessoal que ilustra um pouco do que penso sobre a escolha de um carro, mos-

trando parte do que você descobrirá ao longo do livro.

Sobre o Autor


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CAPÍTULO 01

Uma inusitada história deescolha consciente

O relato pessoal que mostra oprocesso de compra inteligente

e uso de um carro


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Capítulo 01 - Uma inusitada história de escolha consciente

Como disse antes, tenho um profundo interesse por automóveis e nan-

ças desde criança. Em 2009, porém, vivenciei uma situação desaado-

ra, na qual tive que superar minhas próprias dúvidas, e aprender muito

mais sobre o que realmente era importante para decidir o melhor carro

para minha esposa.

Desde 2007, morávamos no interior do Rio Grande do Sul, após deixarmos a

cidade de São Paulo. No início de 2009, surgiu, para ela, uma boa oportunidade

de emprego em uma multinacional localizada em outra cidade, a cerca de 80 km

de distância.

No entanto, o melhor acesso para esse município contemplava 20 km por estrada

de terra, bastante irregular e com muitas pedras e cascalho. Além disso, os outros 60 km

eram de estrada com pista simples (mão-dupla), com muito tráfego de caminhões longos

e topograa irregular.

Naquela época, já possuíamos um sedan médio que atendia às nossas necessi-

dades. Mas, evidentemente, precisaríamos de um novo carro para que ela pudesse se

deslocar de modo apropriado.

1.1. Os critérios básicos adotados

Começava, então, uma jornada para denir os critérios necessários à resposta para

a seguinte pergunta: “Anal, qual é o carro ideal para comprar?”

Nos itens a seguir, vou apresentar uma versão bem resumida dos pontos conside-

rados, apenas para antecipar um pouco do que será detalhado nos capítulos especícos

adiante, que serão muito mais esclarecedores.


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1.1.1 A escolha do modelo com foco na necessidade, qua-

lidade e segurança

O novo carro iria trafegar em vias complicadas e precisaria oferecer condições ade-

quadas. Devido ao relevo da região e pensando na visibilidade, era interessante contar

com um veículo alto.

A prioridade era o fator segurança. Por conta disso, entre os candidatos, somente

selecionei veículos que foram submetidos a “crash tests” (testes de colisão) internacio-

nais e que haviam obtido, no mínimo, quatro estrelas (das cinco possíveis). Adicional-

mente, deveria contar com airbag duplo e freios ABS (sistema de freio antitravamento).

Em seguida, a robustez e a conabilidade do carro e da marca eram essenciais. De

fato, minha esposa iria trafegar por estradas de terra, pouco movimentadas, inclusive à

noite. Imagine essa situação. Por conta disso e dos períodos de chuva, seria interessante

contar com tração 4×4.

Além disso, o carro deveria ser baseado num projeto global, desenvolvido para os

mercados de “Primeiro Mundo”. Um bom desempenho, pensando no conjunto mecânico,

também era importante.

Por m, buscávamos características complementares em relação ao nosso sedan,

permitindo outros tipos de uso. Dessa forma, a escolha recaiu num “Small SUV” (utilitárioesporte compacto) importado.

1.1.2. A escolha do modelo com foco nas finanças

Tudo parecia relativamente fácil no item anterior. Porém, tínhamos uma limitação

nanceira considerável em relação ao preço de compra que, em função das nossas prio-

ridades, não poderia ser muito superior ao de um popular novo.


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Dessa forma, a opção seria um veículo usado. Aliás, essa decisão era respal-

dada pelas minhas planilhas de controle financeiro, feitas por mais de oito anos,

que traziam dados dos meus carros usados e de um zero quilômetro. Analisando

essas informações, ficava evidente o quanto a compra de um carro usado tinha

vantagens financeiras. (Friso que essas vantagens eram interessantes para o nosso

perl; neste livro, serão apresentados os pontos positivos e negativos dos carros novos

e usados).

Era fundamental que o veículo fosse relativamente econômico em razão das dis-

tâncias a serem percorridas. Admitíamos, contudo, preços de seguro e manutenção um

pouco mais elevados, que seriam compensados, em parte, pelo menor gasto com o IPVA.

Além disso, a compra de um veículo usado traria menos impactos em termos de

desvalorização e custo de oportunidade.

1.1.3. A escolha do modelo com foco no lado emocional Após a análise dos itens anteriores, era o momento de optar por um carro com um

bom design externo e interno e que fosse agradável para nós (não para os outros).

Particularmente, sou uma pessoa que valoriza bastante a busca pelo equilíbrio. Des-

sa forma, não acho que as escolhas devam ser meramente racionais.

Por conta disso, a intenção era aliar, dentro do possível, funcionalidade e beleza.

Gostaríamos, ainda, de contar com câmbio automático.

Após tudo isso, conseguimos especicar qual seria o SUV 4×4, a marca e os anos

da geração que teríamos condições de comprar.


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1.2. A pesquisa e a busca

Todo esse processo foi fundamentado em muita pesquisa. Foram considerados da-

dos técnicos, análises, relatos de proprietários, contatos com designers e mecânicos es-

pecializados na marca, fóruns na internet, sites e blogs automotivos e revistas.

As informações foram procuradas no Brasil e no exterior (pela maior relevância do

modelo lá fora), principalmente nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido.

Praticamente todas as fontes mais conáveis apontaram para a excelente qualidade

do projeto e satisfação dos proprietários. Aliás, esse modelo se tornou referência em vá-

rios quesitos. Lembro-me de um especialista americano comentando que esse carro era

“tão conável quanto à existência da lei da gravidade”.

Chequei, ainda, alguns comentários sobre casos de altíssimas quilometragens (car-

ros do mesmo modelo com mais de 400 mil km) nos referidos países. Obviamente, esse

era um dado que deveria ser mitigado no Brasil, em virtude das condições de pavimenta-

ção e combustível, mas, de todo modo, era algo relevante.

Denido o modelo, era hora de começar as buscas nos sites de classicados. Essa

fase foi bem complexa em função da série de requisitos que considero fundamentais para

a compra de um usado de qualidade.

Realmente, a opção por um veículo usado pode ser bem interessante, mas é necessário

que esteja em ótimas condições e tenha boa procedência, para evitar complicações futuras.

O objetivo era comprar em São Paulo, pela maior disponibilidade de ofertas e princi-

palmente porque lá a maioria dos SUVs não são usados na terra.


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Enquanto eu buscava intensamente, a minha esposa usava o nosso sedan para tra-

balhar, tendo que seguir por um trajeto asfaltado que era muito mais extenso e perigoso.

1.3. O encontro

Após diversos contatos, chamou minha atenção um carro que estava à venda numa

concessionária de uma marca premium. Como tinha um compromisso em São Paulo,

aproveitei a oportunidade para conferir de perto.

Realmente o veículo estava em condições excepcionais de conservação e com uma

quilometragem razoável. Teve dois proprietários bastante meticulosos com a manuten-

ção, sendo que todas as revisões estavam feitas e comprovadas por notas scais (todos

os documentos relativos ao histórico do carro estavam bem organizados numa pasta).

O preço de compra estava um pouco abaixo da tabela FIPE, que já havia sido bas-

tante corrigida em função dos impactos da crise de 2008. Além disso, seria entregue com

o IPVA quitado.

Enm, só restava comprá-lo. Após uma simples troca de óleo por precaução, segui

rumo ao Rio Grande do Sul numa viagem ininterrupta e tranquila.

1.4 A história na lama e fora dela

Nos três anos seguintes, a minha esposa usou o carro em condições intensivas, encaran-

do sol, chuva, geadas etc. Por muitas vezes, chegava em casa com o carro coberto de lama.

Enfrentou também o excesso de pedras e cascalho que eram jogados na estrada,

sem o devido cuidado, para evitar o atolamento de caminhões.


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Em algumas oportunidades, teve que se deslocar para Santa Catarina, e viajava por

mais de 8 horas seguidas. Certa vez, foi obrigada a superar uma via na qual houve um

desmoronamento de terra em Blumenau.

Mas o mais importante é que sempre trafegou com segurança. O carro se mostrou

muito conável e robusto, superando nossas expectativas. Sequer teve um pneu furado.

O único item que apresentou um defeito, fora do previsto, foi um sensor do freio ABS, mas

pôde rodar até o momento do reparo.

No restante, apenas seguimos o plano de revisões e trocamos alguns itens de des-

gaste natural.

Analisando o lado nanceiro, o investimento no veículo foi altamente produtivo, por -

que permitiu que minha esposa aproveitasse uma ótima oportunidade prossional. Nesse

período na empresa, obteve uma considerável ascensão e o retorno foi bastante satisfa-

tório em vários sentidos.

Em 2012, decidimos deixar o Rio Grande do Sul e voltamos para o Estado de São

Paulo, para morar em São José dos Campos. Depois de rodar mais de 85 mil km, conti-

nuamos com este extraordinário carro, que agora atende a outras necessidades, como o

transporte do nosso cachorro e das nossas bicicletas.

Adicionalmente, permite eventuais incursões em estradas não pavimentadas no in-

terior e no litoral. Como podem ver, ainda tem muitas missões a cumprir conosco.

1.5 A lição:

Na minha visão, valorizo as escolhas conscientes em relação às decisões que real-

mente são relevantes em nossas vidas.


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Se tivesse optado pela rota mais fácil e cômoda, compraria um carro popular novo,

expondo minha esposa a riscos elevados em termos de segurança, sem contar as outras

inúmeras desvantagens.

Por isso, considero que deve ser prioritária a busca pelas melhores opções possí-

veis, ainda que existam desaos iniciais, tendo em vista os resultados positivos que serão

colhidos ao longo do tempo.

A compra de um carro, que para muitos pode parecer algo banal, na verdade tem

uma série de aspectos importantes a serem considerados.

Os pontos essenciais, para que você também aprenda a realizar boas escolhas,

serão analisados em detalhes nos próximos capítulos.

Espero que o “Método Seu Carro C.E.R.T.O”, que é bem mais completo do que os

aspectos mencionados nesta história, seja tão útil para você quanto tem sido para mim e

para os clientes que já atendi em vários Estados brasileiros.

Aliás, acredito profundamente que você nunca mais irá escolher um carro da

mesma forma.


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“Quando minha escolha é consciente, nenhuma repercussão me

assusta. Quando não é, qualquer comentário me balança.”

José Eustáquio


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CAPÍTULO 02

O exclusivo “Método SeuCarro C.E.R.T.O.” e a escolha

inteligente do seu carro

O panorama do que você vai encontrarno livro, considerando o objetivo de

escolher um bom carro dentro da

complicada realidade brasileira


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Capítulo 02 - O exclusivo “Método Seu Carro C.E.R.T.O.” e a escolha inteligente do seu carro

O objetivo deste livro é ajudar você a escolher da melhor forma possível

o carro mais indicado para seu perl, conciliando todos os pontos es-

senciais que precisam ser observados para uma decisão de compra

inteligente. Para tanto, será apresentado o inovador “Método Seu

Carro C.E.R.T.O.”.

Você irá aprender a escolher um carro conciliando, dentro do possível, necessidade,

qualidade, segurança, economia e o lado emocional. A partir dos passos apresentados,

cará mais fácil saber qual caminho seguir, tendo mais foco para o que realmente importa.

A intenção é apresentar um plano de orientação para equilibrar todos esses aspec-

tos, de acordo com o seu perl. Vale lembrar que não preconizo “receitas” e “fórmulas”

aplicáveis a todos justamente porque respeito bastante as diferenças individuais.

Você terá o roteiro e saberá por onde seguir, principalmente para buscar a situação

“Carro certo no bolso certo”, que será explicada quando tratarmos da “Matriz: seu

Carro e seu Bolso”. Ao nal, será mostrado, inclusive, um exemplo real do uso do mé-

todo, para ilustrar na prática o seu funcionamento.

Para complementar as informações apresentadas no Método Seu Carro C.E.R.T.O.,

procurarei apresentar uma visão bastante diferente e fundamentada acerca de uma das

maiores dúvidas dos consumidores: “Devo comprar um carro zero quilômetro ou usa-

do/seminovo?”. Você descobrirá também qual é o “conceito-chave para a boa comprados carros usados e seminovos”.

Além disso, serão comentados os 10 erros principais (e bem comuns) que as

pessoas cometem ao escolherem seus carros. Será possível perceber que a maioria dos

consumidores não tem a menor ideia de que praticam esses equívocos, motivo pelo qual

existem tantos arrependimentos.


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A relevância de adotar um método na busca de compras conscientes é justicada

em função do complicado cenário existente no Brasil, onde os carros são caríssimos e as

opções precisam ser muito bem selecionadas. Aliás, será revelada também a “Regra de

Ouro envolvendo carros e nanças”.

Mas é importante esclarecer: esse método é voltado para quem valoriza o seu

dinheiro e quer escolher com inteligência, pensando tanto no carro quanto no bolso.

Vale lembrar, ainda, que não há carro perfeito, sendo necessário aceitar alguns pontos

menos relevantes que não poderão ser contemplados. Por isso, o seu carro ideal será

aquele que atender à maior parte das suas prioridades. Por se tratar de uma máquina,

também é importante lembrar que sempre estará sujeito a defeitos.

Diante de todo esse contexto, o objetivo será responder a pergunta: “O que você,

como consumidor, pode fazer para escolher bem o seu carro ideal?”

2.1 Você e os carros mais caros e cada vezmais vendidos do mundo

A decisão de comprar um carro geralmente é razão para longas e calorosas conver-

sas. Esse tema desperta nos brasileiros emoções capazes de alterar seu comportamento

e, principalmente, os parâmetros usados na hora de decidir ou não pela compra.

Considerando a realidade do nosso caótico sistema de transporte, a propriedade de

um veículo é uma necessidade para grande parte das pessoas.

Por outro lado, o carro também é um grande sonho para muitos, representando uma

conquista que se traduz em mais liberdade e conforto.


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Além disso, é comum ouvirmos que o brasileiro é apaixonado por carros. O tema é

bastante controverso, mas essa discussão não é relevante no momento.

Por ora, o que é possível armar com certeza é que o brasileiro aceita pagar caro

pelos carros que compra em quantidades cada vez maiores, apesar de serem os veículos

com os preços mais caros do mundo.

Como isso ocorre e o que podemos fazer? Inicialmente, vamos falar sobre os “qua-

tro pilares” que sustentam esses preços astronômicos. Os três primeiros (que estão fora

do nosso alcance) serão abordados rapidamente, porque o foco será discutir o quarto.

2.1.1 Fatores fora do nosso controle

Os três principais motivos pelos quais temos os carros mais caro do mundo são:

(i) a alta carga tributária;

(ii) a elevada margem de lucro das fabricantes e concessionárias;(iii) o “Custo-Brasil” e a existência de protecionismo econômico.

Como não podemos alterar essas condições pelo nosso próprio esforço direto, não

entraremos em detalhes sobre eles.

2.1.2 O Fator que depende da nossa Atitude

Nos últimos anos, o nosso mercado de automóveis vem crescendo no ranking global

de vendas e já temos a quarta posição, com perspectivas de atingirmos a terceira.

Como isso é possível considerando que temos os carros mais caros do mundo?

A resposta é simples: o brasileiro aceita pagar para comprá-los. Como já foi dito por

executivos das fabricantes, o preço desvincula-se do custo de produção e é baseado no valor


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percebido pelos clientes. Esse fator subjetivo de avaliação permite que as empresas ven-

dam os seus produtos pelo maior preço possível que os consumidores se dispõem a pagar.

Desse modo, se há compradores dispostos a pagar preços exorbitantes, não há

motivos para uma marca reduzir os valores cobrados. Obviamente, não há nada de erra-

do nisso, levando em conta que as empresas não são entidades assistencialistas e não

estão vendendo bens absolutamente essenciais à vida humana. Elas ofertam produtos e

cabe ao consumidor decidir, ou não, pela compra.

Há algum tempo, a Forbes publicou uma matéria mostrando que os brasileiros se

assustam com os preços dos carros no Brasil quando comparados aos similares ameri-

canos. Na época, o Educador Financeiro (e amigo) Conrado Navarro disparou no Twitter:

“Fica assustado, mas compra pra dedéu?” . Isso resume o que penso também.

Além disso, o que dizer das pessoas que ainda se dispõem a pagar ágio sobre os

preços que já são estratosféricos? O que comentar sobre as las de clientes comprando

lançamentos que sequer chegaram às concessionárias, mostrando que estão adquirindo

sem ao menos ver e dirigir o futuro carro?

2.2 O que você pode fazer então?

Em relação ao exposto no item 2.1.1 acima, observa-se que os três pontos desta-cados compreendem aspectos que estão fora do nosso controle direto. É claro que há

várias iniciativas que podem ser tomadas ou apoiadas para alterar essa situação (o que é

mais do que necessário), mas isso escapa ao nosso alcance na esfera individual.

Portanto, vamos nos restringir, no momento, ao que pode ser feito agora, jus-

tamente envolvendo as nossas decisões de compra, que precisam ser inteligentes


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http://www.infomoney.com.br/minhas-financas/carros/noticia/2582558/brasileiro-assusta-com-preco-dos-carros-afirma-forbes








e fundamentadas.

Por exemplo, quando os consumidores não aceitam pagar um preço muito elevadopor carros com baixa qualidade, normalmente ocorrem medidas por parte das marcas e

concessionárias. Há muitos casos, inclusive, de automóveis que tiveram os preços redu-

zidos ou deixaram de ser vendidos em função da baixa procura, mostrando que compor-

tamentos conscientes dos consumidores podem, sim, representar grandes diferenças.

Como você descobrirá a seguir, com o “Método Seu Carro C.E.R.T.O.”, cará evi-

dente a importância de atentar para:

Os motivos da compra

A realização do seu planejamento financeiro

A comparação e pesquisa para saber se o carro tem qualidade e segurança e vale

o que custa.

Os aspectos que deverão tornar sua compra inteligente, tanto do ponto de vista

automotivo quanto financeiro.

Nos próximos capítulos, serão detalhados todos os pontos essenciais que compõem

o método, com o roteiro completo para a sua busca pelo carro ideal.


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“Os métodos são as verdadeiras riquezas.”

Friedrich Nietzsche


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CAPÍTULO 03

Checar as necessidades, comfoco nas suas priopridades

Saiba exatamente do que você precisaem um carro para atender o que importa

para você e sua família


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Capítulo 03 - Checar as necessidades, com foco nas suas priopridades

Para fazer sentido, a compra de um novo carro deve ser baseada em mo-

tivos reais. Por isso, vale parar e reetir sobre as suas necessidades que

deverão ser atendidas, esclarecendo o porquê da compra.

Após décadas de marketing intenso, muitos se esqueceram de que os

bens que adquirimos devem, em primeiro lugar,suprir nossas necessidades.

Dessa forma, precisamos voltar a ter esse foco para realizarmos compras conscientes.

Para tanto, o autoconhecimento é muito importante, bem como a denição e res-

peito pelas suas prioridades pessoais e familiares.

Por exemplo, se você precisa apertar parafusos, provavelmente irá a uma loja para

comprar uma chave de fenda. Obviamente, a aquisição de um martelo não resolverá o

seu problema. O mesmo raciocínio deve ser aplicado aos veículos, porque não faz senti-

do, ilustrativamente, comprar uma caminhonete apenas para levar crianças para a escola

no próprio bairro.

Inicialmente, deve-se pensar na razão para comprar o carro, reetindo sobre a pergunta:

“Afinal, para quê eu preciso de um novo carro e por que devo escolher

determinado modelo?”

3.1 As 20 perguntas essenciais para avaliaras suas necessidades:

Para auxiliar na denição da resposta à última pergunta do item anterior, é interes-

sante pensar nas várias peculiaridades que envolvem aspectos pessoais e familiares,

bem como as condições regionais de infraestrutura.


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Para tanto, como exercício ainda inicial, pense nas respostas para estas 20 perguntas

complementares, que ajudarão na visualização do seu carro ideal:

1. “Você precisa (mesmo) de um novo carro?” “Por que?”

2. “Qual é sua intenção com esta compra?”

3. “Como será a utilização do carro?

4. “O veículo rodará mais na cidade ou em estradas?”

5. “Em que tipo de vias (pavimentadas ou não) trafegará?” “Como é o relevo delas?”

6. “Quais são os percursos que normalmente você fará para trabalhar, estudar e passear?”

7. “Por onde usará o carro, existe alto risco de enchentes ou outros aspectos que deman-

dem uma boa altura do solo?”

8. “Qual será a quilometragem média anual?”

9. “Você cará muito tempo dentro do carro, considerando o trânsito habitual e as viagens?”

10. “Transportará muitas pessoas? A sua família tende a aumentar?”

11. “Considerando as suas características e das pessoas que trafegarão no carro, o que

é relevante em termos de espaço interno e ergonomia?”

12. “Pensando na carroceria, de que tipo de carro você necessita?

13. “Quais são as dimensões ideais, analisando inclusive onde cará estacionado?”

14. “Transportará bagagens, objetos e cargas? Qual é o tamanho mínimo do porta-malas

de que precisará?”

15. “Tem preferência por câmbio manual ou automático?”

16. “Quais serão as características de segurança indispensáveis?”

17. “Quais são os itens de série essenciais?”

18. “Considerando as condições de uso, o que importa em termos de desempenho

e estabilidade?”

19. “Você necessita de um carro realmente conável e robusto?”

20. “O seu carro precisa ser discreto por questões de segurança?”


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Após toda essa análise, ca esta dica essencial:

Se você examinar bem as suas necessidades em vez dos seus desejos, provavel-

mente chegará mais rapidamente e com mais eciência à escolha do carro ideal para você.

Enm, esses são os itens iniciais do processo. O objetivo de apresentar essas ques-

tões agora é de começar a despertar suas reexões, porque as informações detalhadas

serão apresentadas adiante.

Com essas respostas já em mente, cará facilitado o processo de escolha consciente,

gerando mais satisfação com a compra. Além disso, você poderá car mais tempo com o

veículo, o que também é interessante nanceiramente (como será visto no item 6.5 adiante).

3.2 Qual tipo de carroceria escolher?

Antigamente, existia um número

limitado de opções de carrocerias e era

muito fácil distinguir cada uma delas.

Atualmente, no entanto, há uma

grande tendência de mistura de carac-

terísticas, tornando esse tipo de classi-

cação mais complexo e, às vezes, inútil.

Basicamente, as principais op-

ções atuais são hatch, sedan, perua

(station wagon), SUV (veículo utilitário-

-esportivo), crossover (mistura de ele-

mentos de carros e utilitários), picape,

conversível, cupê, van e minivan.

Picape Crossover

Sedan Hatch

Perua Cupê

SUV Van

Minivan Conversível


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Nesse processo de escolha, é fundamental saber quais são as suas prioridades

para poder escolher o carro com as características apropriadas às suas necessidades.

3.3 Itens de Série e Acessórios: pense emquais são indispensáveis

Procure avaliar com tranquilidade e atenção quais são os itens de série e opcionais

realmente essenciais para você, levando em conta o custo-benefício. Você pagará por tudo

que estiver incluído no carro; portanto, apenas compre aquilo de que precisará e usará.

Denidas as suas prioridades, procure as melhores opções de modelos e versões

equipadas com esses itens e acessórios, os quais podem ser voltados para a segurança,

conforto, conveniência ou apenas serem interessantes para o seu gosto.

Contudo, não se deixe levar por diversos tipos de tentativas de convencimento para

que você adquira algo desnecessário, pagando um alto preço por isso, principalmente

quando há venda de “pacotes de opcionais”.

Apesar dos preços normalmente altos (principalmente cobrados pelas próprias con-

cessionárias) para inclusão de opcionais e acessórios, pelos costumes do mercado, eles

não são computados na hora da avaliação para revenda.

Antes de optar pela instalação deles nas concessionárias, compare com os preços

do mercado e conrme se o serviço será realizado no próprio estabelecimento ou se

será terceirizado.

No entanto, existem alguns itens que já estão se tornando padrão em boa parte da

frota e realmente são importantes, como direção assistida, ar-condicionado e trio elétrico,

além de airbags e freios ABS.


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Em carros de determinados segmentos, aliás, há um nível mínimo de equipamentos

que se tornam praticamente padrão. Se você comprar um carro sem eles, provavelmente

terá diculdades de revenda. Por outro lado, se o veículo estiver equipado com os opcio-

nais e acessórios mais desejados, possivelmente terá maior liquidez.

Como será detalhado adiante, os itens relativos à segurança são os mais essenciais

e devem ser priorizados. Aliás, com a obrigatoriedade de airbags e freios ABS a partir

de 2014, o mercado de veículos 0km melhorou um pouco, considerando que esses com-

ponentes são absolutamente fundamentais.

Mas atenção: caso você opte por um veículo usado ou seminovo, recomendo forte-

mente que evite a aquisição de carros desprovidos desses componentes.

Adicionalmente, na hora de avaliar o custo-benefício, procure utilizar os congurado-

res eletrônicos disponíveis nos sites das fabricantes.

Na tabela a seguir , o objetivo é apresentar uma visão simplicada em relação aos

35 principais equipamentos e acessórios, com uma avaliação genérica em relação à

relevância de cada um. É claro que essa análise é subjetiva e dependerá de inúmeros

fatores relacionados às suas prioridades e ao segmento do carro.

Trata-se de um panorama para que você consiga visualizar melhor o que pode ser

importante e tirar suas próprias conclusões sobre a viabilidade de adquiri-los. Para auxi-

liar na sua referência, os itens foram classicados em Essenciais, Importantes, Conforto,

Interessantes e Dispensáveis.


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Itens / Acessórios Nível de importância Observações

Airbags Essencial

• Conforme o segmento, prera veículos com osairbags laterais e de cortina também.

• Quando possível, os airbags de joelho são bem-

vindos.

Freios ABS Essencial• Este e outros itens serão detalhados no Capítulo

sobre Segurança.

Ar-condicionado Importante

• Dependendo do segmento, é interessante que

seja "dual zone" e tenha ecientes dutos para a(s)

leira(s) traseira(s).

Direção Assistida Importante • Poderá ser Hidráulica, Elétrica ou Eletro-Hidráulica.

Vidros, travas e

retrovisores elétricosImportante

• O travamento automático, quando é atingida uma

determinada velocidade, também é interessante.

• Dependendo dos locais onde o carro for estacionado,

o rebatimento automático dos retrovisores pode ser

interessante.

Bom sistema de som,

com entradas USB e

auxiliares

Conforto

• Quanto ao som, avalie a qualidade, quantidade de

alto-falantes e os formatos de reprodução de áudio.

• Para pessoas que pretendem instalar equipamentos

mais sosticados, observe se há espaço suciente.

Conectividade,

Central Multimídia,

GPS, Comandos por

voz e Bluetooth

Conforto

• O Bluetooth é interessante por permitir a conexão de

dispositivos eletrônicos sem o uso de os.

• O GPS integrado costuma proporcionar melhor

ergonomia e aparência.

Bancos de couro Interessante

• Dependendo da categoria.

• São fáceis de limpar e resistentes, mas muito

sensíveis às altas e baixas temperaturas.

Regulagens de

volante, bancos e

cintos de segurança

Interessante• Nos carros mais sosticados, existem comandos

eletrônicos e memórias de ajustes.


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Piloto-automático Conforto

• Ao manter uma velocidade constante, evita oesforço repetitivo principalmente em viagens longas,

mas requer atenção para o seu uso não provocar

sonolência.

Rodas de Liga Interessante • Para muitos segmentos, já vêm de série no Brasil.

Sensores de

estacionamentoInteressante

• Instalado principalmente na traseira, facilita as

manobras, proporcionando conforto e segurança.

Borboletas no volante(paddle- shifters)

Dispensável • Proporciona mais segurança na condução ediversão.

Botão de partida

(start/stop)Dispensável

Câmera de ré Interessante • Aumenta a segurança e praticidade nas manobras.

Chave Presencial Dispensável

Comandos no Volante Interessante• Melhoram a ergonomia e permitem mais atenção à

dirigibilidade.

Computador de Bordo Interessante• A maior importância se refere aos cálculos de

consumo e autonomia.

Econômetro Interessante• Ajuda na condução visando à economia de

combustível.

Alarme Importante

Teto Solar ou

PanorâmicoDispensável

• Varia bastante em termos de gosto pessoal,

permitindo visibilidade e sensação agradável na

cabine.

Freios com EBD Importante • Item detalhado no capítulo sobre segurança.

Freios com BAS Interessante • Item detalhado no capítulo sobre segurança.


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Controle deEstabilidade (ESP)

Importante • Item detalhado no capítulo sobre segurança.

Controle da Tração

(ASR)Interessante • Item detalhado no capítulo sobre segurança.

Suportes Isox para

cadeiras infantis no

banco traseiro

Importante• Aumentam signicativamente a segurança para

quem transporta crianças pequenas.

Faróis de neblina Interessante• Principalmente para aqueles que costumam trafegar

sob nevoeiro.

Sensor de

luminosidadeDispensável

• Item de conforto, que algumas pessoas apreciam

bastante.

Sensor de Chuva Dispensável

• Item de conforto, que algumas pessoas apreciam

bastante.

Leds para luz diurna Interessante • Ajuda na visualização do carro.

Luz de neblina

traseiraInteressante • Proporciona sinalização ao trafegar sob nevoeiro.

Sensor de pontos

cegos Interessante

Assistente de partida

em rampaInteressante

• Retém os freios por alguns segundos, ao liberar o

pedal, para que o carro não se mova até o motorista

acelerar.

Assistente de

EstacionamentoDispensável

• Restrito a veículos de segmento superior, auxilia

eletronicamente a manobra para estacionar.


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3.4 A relevância do espaço interno:

A função de um carro é transportar pessoas e bens. Quanto maior o espaço interno, maior

tende a ser o conforto e sensação de bem-estar, principalmente considerando a quantidade e

tamanho das pessoas que trafegarão no veículo, ainda mais quando destinado a uso familiar.

É importante avaliar a disposição dos bancos, o espaço para pernas, a largura (especial-

mente quando ocorrer o transporte de crianças em cadeirinhas) e altura do teto. Um dica interes-

sante é observar a distância entre-eixos, que costuma ser um bom indicador para essa análise.

Algo que merece muita atenção diz respeito aos carros que têm a característica de “cheap

space”, isto é, “espaço barato”. Normalmente projetados para mercados emergentes, esses ve-

ículos apresentam plataformas de carros de entrada, mas sofrem adaptações para terem como

ponto forte justamente o espaço interno. Eles costumam ter estrutura simples, design controver-

so e acabamento simplório. No Brasil, situam-se numa posição intermediária no mercado.

A principal ideia que se deve ter nesses casos é que o tamanho não representa qua-

lidade, como inclusive será detalhado no próximo item, bem como no próximo Capítulo.

3.5 A compra de carros cada vez maiores:

“Todas as pessoas que tenho atendido estão sempre querendocomprar um carro maior do que o do seu vizinho, colega ou rival. As

pessoas, por alguma razão, estão usando ‘tamanho’ para medir ou

expressar sucesso – real ou imaginário. Quando tudo começa a ser

denido como uma questão de tamanho, nós perdemos contato com

duas coisas essenciais: qualidade e sustentabilidade”

Gilbert Obondi , proprietário de uma revenda de carros nos EUA.


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Você já reparou na tendência das pessoas comprarem carros cada vez maiores?

Será que isso é necessário e sustentável?

Apesar de estarmos muito distantes da realidade americana (que inclusive começa

a dar sinais de mudança), algumas observações que tenho realizado no mercado e no

comportamento das pessoas acabaram me motivando a escrever sobre o tema.

Aproveito para esclarecer que questionarei a necessidade de “carros cada vez

maiores”, não “carros cada vez melhores”. Essa diferença, aparentemente óbvia, nem

sempre tem sido lembrada pelos consumidores que, em muitos casos, acreditam que

veículos mais amplos apresentam mais qualidade.

Explorando mais essa diferença, na minha visão, a busca por carros melhores é

louvável. Trata-se de algo normal e está relacionado com o objetivo geral de aperfeiço-

amento que a maioria de nós possui. Obviamente, os parâmetros do que é “melhor” de-

pendem dos valores de cada um e o conceito de “suciência” varia de acordo com nossas

prioridades individuais.

Em relação aos carros maiores, na maioria dos casos, os motivos que são usados

para justicar a compra são relativos:

(i) ao aumento do número de pessoas;

(ii) ao acréscimo de bagagens e cargas a serem transportadas; ou

(iii) à necessidade de carros mais robustos para trafegar em vias e terrenos adversos.

A necessidade efetiva de cada um dos itens acima precisa ser bem analisada e,

portanto, os detalhes serão apresentados a seguir.


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3.5.1 Necessidade de transportar mais passageiros

A maioria dos veículos oferece condições adequadas para quatro passageiros.Quando é necessário transportar um quinto ocupante, deve-se checar se o carro possui

o respectivo cinto de três pontos e o apoio de cabeça, ambos importantes itens de segu-

rança, além de espaço adequado.

Para quem necessita de sete lugares, além dos itens anteriores, é importante ava-

liar o acesso às leiras de bancos e a ergonomia para os passageiros, bem como os

impactos no tamanho do porta-malas.

Quanto ao transporte decrianças em cadeirinhas, além de checar o espaço disponível, vale

observar se o carro possui o importante sistema Isox de xação, que garante mais segurança.

Uma dica importante é avaliar o tempo efetivo em que o carro será usado com a

capacidade máxima de ocupantes, a m de checar se realmente compensam os impactos

nanceiros decorrentes de um veículo maior. Anal, podem existir outras alternativas, como

o aluguel de um carro adicional nas raras ocasiões de transporte de muitas pessoas.

3.5.2 Necessidade de transportar mais bagagem ou carga

Pensando nesse aspecto, avalie o tamanho do porta-malas e sua capacidade efetiva,

bem como as características das dobradiças, que podem amassar determinadas bagagens.

Vale observar ainda como é o sistema de rebatimento de bancos (bipartidos ou

não) e se apresentam modularidade com mais opções de combinações.

Para quem tem uma necessidade de carga ainda maior, vale checar a viabilidade de ins-

talação de bagageiro no teto. Algumas necessidades especícas, como transporte de bici-

cletas e de animais, também devem ser avaliadas cuidadosamente no momento da compra.


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Para aqueles que efetivamente transportam cargas maiores e precisam de

caminhonetes, é importante checar o tamanho e a profundidade da caçamba, a neces-

sidade de cobertura, o uso de protetor deste compartimento e a existência de ganchos

para amarração.

No caso de reboque, avalie a capacidade suportável pelo veículo.

3.5.3 Necessidade de veículos mais robustos ou mais altos

Existem casos de pessoas que necessitam de carros robustos para enfrentar vias com-plicadas. Muitas vezes, precisam de veículos altos, com tração 4×4, marcha reduzida etc.

Vale lembrar que, vergonhosamente, apenas cerca de 12% das vias são pavimenta-

das no Brasil (segundo dados do DNIT, mencionados pela Suzuki). E, como sabemos, a

maior parte das pavimentadas também não oferece boas condições, principalmente em

razão de lombadas, obstáculos e buracos.

Em casos de uso severo em vias precárias, vale atentar para as características de ro-

bustez do veículo. Por exemplo, deve-se observar se é monobloco ou utiliza chassi, que em

tese é mais adequado ao uso off-road e acarreta um comportamento dinâmico mais parecido

com o de veículos utilitários. Eles também têm características de suspensão diferenciadas.

Alguns consumidores necessitam, ainda, de boa capacidade de imersão. Aliás,

observando-se os constantes alagamentos em várias cidades do país, essa não é uma

necessidade tão rara.

Considerando as opções disponíveis no mercado e alguns aspectos regionais (como

a falta de concessionárias próximas), há casos de pessoas que são praticamente obriga-

das a comprar veículos com dimensões exageradas em busca da robustez necessária. Em

virtude de um leque de escolha bastante reduzido, restam poucas possibilidades viáveis.


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http://www.noticiasautomotivas.com.br/suzuki-jimny-mostra-que-no-off-road-tamanho-nao-e-documento/








Outra situação, cada vez mais comum inclusive nas cidades, é a preferência por

carros mais altos (principalmente SUVs) em função da visibilidade que proporcionam.

Essa busca tem sido cada vez mais intensa tanto por mulheres quanto por homens. Além

disso, esses veículos são procurados pelas pessoas que buscam mais segurança (ou

sensação de segurança), o que é um aspecto polêmico.

Por serem mais pesados e terem o centro de gravidade mais alto, esses carros

costumam ter mais desaos na dirigibilidade e menos estabilidade. Para compensar

parcialmente esses aspectos, necessitam de tecnologia embarcada, como controle

de tração e estabilidade (ESP), além de freios ecientes, com sistemas como ABS,

EBD (Distribuição de Força de Frenagem) e BAS (Sistema de Assistência em Frena-

gem de Emergência).

Contudo, quando colidem contra outros veículos menores e mais leves, acabam levan-

do certa “vantagem” pelas suas próprias características, considerando elementos da Física.

Tração 4x4

O sistema de tração é o responsável por colocar os carros em movimento. Na maio-

ria dos casos, apenas um eixo é utilizado para essa função.

Nos entanto, existem veículos que apresentam tração nas 4 rodas, sendo que o

acionamento e o funcionamento podem variar bastante. No Brasil, o universo 4x4 é com-

posto predominantemente por caminhonetes e utilitários (esportivos ou não).

No que se refere à necessidade, precisam desse mecanismo as pessoas que trafe-

gam por vias com condições ruins e precárias, com pouca aderência (por exemplo terra,

areia, áreas alagadas, gelo ou lama) e em terrenos muito acidentados (com aclives, de-

clives, valetas etc). Na maioria das vezes, isso ocorre em condições off-road.


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Diante do exposto, ca evidente que somente é aconselhável a compra de um 4x4

para pessoas que realmente necessitam do sistema, considerando os seus pers e con-

dições de tráfego.

Levando em conta todas as peculiaridades dessas necessidades especícas relati-

vas à veículos maiores, é preciso reetir sobre uma questão intrigante, que será exposta

no próximo item.

3.5.4 Afinal, por que tanta gente compra carros maiores

sem precisar?

A resposta para essa pergunta é complexa. Analisando-se historicamente, o obje-

tivo de “parecer maior e mais intimidante” foi um fenômeno importante no processo de

seleção natural.

Contudo, o aspecto de vincular o ego a um bem material é algo relativamente re-

cente, que será detalhado no Capítulo 7.

Dessa forma, observamos que há muitos casos de pessoas que compram carros

maiores movidas por desejos, principalmente com o objetivo de construírem uma impres-

são de imponência.

Mas nem todos têm esse tipo de aspiração. Ocorrem muitos casos de pessoas

que têm uma história de trocar de carros buscando veículos maiores em função de

necessidades passadas e que acabam seguindo esse padrão de forma automática,

sem reetir com mais calma a respeito dos reais fundamentos.

Considerando os aspectos comentados, reflita por um instante sobre as

seguintes questões:


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1. “Quantas vezes você já viu um gigantesco SUV levando apenas uma pessoa

numa avenida da cidade?”

2. “Quantas vezes já observou uma caminhonete sendo usada para levar as crian-

ças para a escola e para visitas ao shopping?”

3. “Quantos 4×4 você conhece que nunca chegaram nem perto de estradas de terra?”

Será que isso faz sentido? A atitude de procurar no veículo algum tipo de compensação

decorrente de fatores psicológicos é algo bastante equivocado e que deve ser evitado.

Além disso, é interessante pensar no impacto ambiental e no comprometimento

dos espaços públicos e privados.

3.6 Desempenho: o que importa para você?

Avalie com atenção suas necessidades em relação a estes pontos:

1. “Em qual velocidade média você costuma trafegar, nos diferentes tipos de pistas?”

2. “Qual é seu perl de condutor: conservador, moderado ou arrojado?”

3. “Quais destes itens você considera importantes: aceleração, arrancada, retomada,

velocidade nal, capacidade de enfrentar aclives ou facilidade para ultrapassagem?”

Após reetir sobre esses questionamentos, é importante checar os dados técnicos

do carro, principalmente a cilindrada, a potência e o torque, bem como a relação desses

dois últimos itens com o peso do carro.

Para ter uma perspectiva e realizar comparações, avalie os números de ve-

ículos do mesmo segmento e concorrentes, inclusive em testes realizados pela

mídia. Lembre-se de observar os números do 0 a 100km/h e os relacionados

às retomadas.


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Procure fazer uma análise dos números focalizando nas suas necessidades especí-

cas, tais como o transporte de bastante peso, o tráfego por vias com aclives e declives

acentuados, a necessidade de realizar ultrapassagens constantemente por caminhões

em estradas etc.

Finalmente, procure conrmar suas impressões, dentro do possível, no momento

do test-drive.

3.7 Avalie o sistema de suspensão, aestabilidade e a altura do solo:

Para simplicar bem em relação às características dos ajustes de suspensão, há

carros que buscam ser mais “confortáveis”, enquanto outros podem ser mais “rmes” ou

mesmo “duros”.

Os automóveis que oferecem maior nível de conforto de rodagem são aqueles que

contam, geralmente, com ajuste de suspensão mais “macio”. Nesses casos, ocorre

uma melhor absorção das irregularidades da pista.

Para auxiliar no conforto, os pneus com perl mais alto tendem a ser mais interes -

santes também, porque auxiliam com mais eciência na absorção dos impactos.

Nos carros que têm esse acerto mais voltado ao conforto, a desvantagem maior

costuma ser em relação à menor estabilidade. Em determinadas situações, essa con-

guração pode comprometer, de certo modo, a segurança, principalmente se não forem

equipados com Controle Eletrônico de Estabilidade (ESP).

Por outro lado, os carros com uma orientação um pouco mais esportiva, tendem a


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ter suspensões mais rmes. Apesar de auxiliarem bastante na estabilidade, acabam

comprometendo o conforto, principalmente em locais com pavimentação precária e ir-

regular. Os pneus de perl baixo, nesses casos, acabam acentuando essa situação na

medida em que transmitem com mais intensidade as irregularidades do piso.

Se você tem o perl de utilizar o veículo “sem dó”, ignorando obstáculos e problemas nas

vias, é aconselhável buscar carros com um bom padrão de robustez no sistema de suspensão.

Adicionalmente, os carros equipados com subchassi proporcionam um padrão de

rodagem superior.

Um ponto normalmente esquecido e que costuma causar problemas é a vericação da al-

tura do solo, principalmente na parte dianteira e na região entre os eixos. Avalie suas condições

de uso e veja se o carro pretendido oferece a altura adequada. Aliás, tem havido uma grande

tendência de lançamento de carros mais baixos, inclusive porque vários projetos seguem os

padrões internacionais, não sendo devidamente pensados para as condições brasileiras.

3.8 Câmbio: qual é a sua preferência?

A transmissão é um componente fundamental nos carros. Recentemente, têm ocor -

rido muitas mudanças no mercado de câmbio. Desse modo, é necessário que você avalie

com cuidado qual tipo será o seu preferido, de acordo com as condições de uso, bemcomo o número e as relações de marcha de cada carro.

No Brasil, principalmente nos veículos dos segmentos de entrada e intermediários,

ainda existe muito espaço para os câmbios mecânicos. Nesses casos, no momento da

escolha, é importante vericar como são os engates em termos de precisão e suavidade,

além do funcionamento da embreagem. Aliás, em relação à embreagem, por ser um item


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que apresenta desgaste ao longo do tempo, é necessário levar em conta os gastos para

a troca do conjunto na hora do seu planejamento nanceiro.

A principal vantagem do câmbio mecânico é a de proporcionar maior nível de con-

trole sobre o veículo (como, por exemplo, em ultrapassagens ou descidas de serra). No

passado, costumavam ser mais econômicos, mas, com a evolução dos câmbios automá-

ticos, atualmente as diferenças já são mínimas em muitos automóveis.

Por outro lado, seguindo a tendência internacional, têm crescido a demanda e a

oferta de câmbios automáticos, os quais evoluíram muito neste século. Na escolha,

deve-se atentar para sua qualidade (se é moderno, como são os engates, se têm

programação inteligente, e como têm sido suas durabilidades – inclusive em outros

veículos da marca).

Outro aspecto interessante é avaliar se apresentam engates sequenciais, que per-

mitem um nível de controle relativamente semelhante ao existente nos câmbios manuais.

O principal ponto positivo do câmbio automático, sem dúvidas, é o conforto propor-

cionado, facilitando a condução na maior parte dos casos. Dessa forma, é possível ter

mais atenção para a dirigibilidade.

A manutenção dos câmbios automáticos também deve ser feita com atenção, prin-

cipalmente em relação às trocas e complementos no nível de óleo. Apesar dos câmbios

automáticos mais modernos e com qualidade apresentarem menos problemas do que no

passado, se houver algum tipo de defeito, os custos de reparo tendem a ser bem altos,

principalmente em veículos sosticados e importados.

Recentemente, tem crescido a tendência de câmbios automatizados, com

embreagem simples (mais antigos) ou dupla. Os câmbios com dupla embreagem podem

ser banhados em óleo ou a seco. No geral, por serem novidade, recomendo bastante


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cautela para avaliar a compra desses carros, pela inexistência de um histórico conclusivo

no nosso mercado e considerando algumas reclamações existentes no exterior.

3.9 Necessidades futuras

Ao analisar suas necessidades, lembre-se de pensar nas presentes e futuras. Por

exemplo, se você já sabe que sua família irá aumentar no próximo ano, busque veículos

que já ofereçam as condições de que irá precisar.

Para ilustrar, conheço o caso de um senhor que comprou um sosticado sedan e

precisou trocá-lo após menos de um ano de uso em função do nascimento de um novo

lho, porque precisaria de mais espaço.

O detalhe problemático é que ele já possuía a intenção de ter a criança e não levou

em conta esse detalhe fundamental. Dessa forma, torna-se importante agir com critério

e planejamento.

3.10. Carros discretos, pensando emsegurança contra a violência:

Dependendo do seu perl e das regiões em que costuma trafegar, a discrição pode

ser um fator de grande relevância.

Como sabemos, a violência e a criminalidade crescentes, principalmente nas Gran-

des Metrópoles, contribuem para aumentar a sensação de insegurança.

Para quem tem essa preocupação, entendo que um caminho interessante é pro-

curar conciliar todos os módulos que compõem o “Método Seu Carro C.E.R.T.O.”,


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evitando-se exageros, como a compra de veículos importados que demonstram muita

ostentação e exclusividade.

Desse modo, podem ser interessantes soluções intermediárias, isto é, carros bons e

seguros que integram faixas médias ou média-altas do mercado.

3.10.1 Blindagem

Essa á uma tendência que começou, nos anos 90, principalmente em cidades como

São Paulo e Rio de Janeiro, mas tem se ampliado para outras capitais e localidades comelevados índices de criminalidade.

A blindagem representa uma signicativa alteração no projeto original, o que traz

implicações nas características essenciais do veículo, do ponto de vista estrutural, dinâ-

mico, na segurança, no peso, no consumo, na frenagem, na estabilidade etc.

Em relação ao processo de blindagem em si, é necessário vericar o nível de proteção(o mais comum é o nível III-A) e os demais aspectos técnicos pertinentes, inclusive a garantia

geral e contra delaminações (descolamento da película interna dos vidros). Além disso, há uma

série de requisitos legais relacionados à documentação, que deve ser totalmente regularizada.

O ponto essencial refere-se à escolha e à qualidade do serviço da empresa blinda-

dora, que deve ser registrada perante o Exército, além de usar materiais testados e apro-

vados. É importante optar por empresas certicadas e que possuem um bom histórico

com muitos anos de atividade.

Os veículos blindados de fábrica ainda são raros, mas a oferta tem aumentado. De-

pendendo dos custos envolvidos, podem ser opções bem interessantes, considerando a

teórica qualidade superior principalmente considerando os ajustes realizados nos carros,

além da permanência da garantia original.


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Na análise nanceira, caso opte por realizar o serviço, recomenda-se vericar o custo do

processo, incluindo aspectos como a mudança na documentação. Adicionalmente, os gastos

com consumo serão maiores e dicilmente o investimento na blindagem será levado em con-

ta totalmente no momento da revenda, que pode até se tornar mais difícil. Além dos gastos

mencionados, em casos de acidente, os custos de reparo tendem a ser mais elevados.

Principalmente pelos signicativos impactos nanceiros, a blindagem somente é re-

comendável quando se torna imprescindível para o interessado, sendo interessante car

com o carro por um bom período para que o investimento seja mais compensador.

Na compra de usados blindados, os cuidados devem ser redobrados. Para tanto,

deve-se vericar, inclusive com o auxílio de uma empresa de vistoria técnica, o real esta-

do de conservação da blindagem. Além disso, merece especial atenção os itens do carro

que mais sofrem desgastes em função das alterações no projeto original, como o funcio-

namento dos vidros, suspensão, câmbio e freios.

3.11. Eficiência na quantidade de veículos

Recomenda-se uma análise criteriosa para checar quantos carros são, efetivamente,

necessários para você ou sua família. Avalie a quantidade de tempo e as condições em que

existirá esse demanda, para poder calcular o custo-benefício de ter mais de um veículo.

Como você sabe, os carros representam um dos maiores investimentos realizados

nas nossas vidas e trazem enormes impactos nos orçamentos.

Para realizar esse cálculo, leve em conta todos os reexos nanceiros que serão

abordados nesta obra, porque o aumento na quantidade de carros representará a multi-

plicação desses custos incidentes.


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Nos casos de necessidade efetiva de compra de carros adicionais, procure escolher

veículos com tipos de carroceria diferentes, com o objetivo de complementar as fun-

cionalidades, ampliando as possibilidades de uso.

3.12 Resumo e pontos-chave:

Finalmente, espero que tenha sido compreendida a importância de priorizar a ação

de “Checar as Necessidades”, porque diz respeito a um dos principais componentes que

levará à satisfação com o carro.

A partir da reexão sobre os pontos abordados, cará mais fácil identicar do que

você realmente precisa. Após suas denições, a busca no mercado ocorrerá de modo

mais efetivo e focado. Isso trará mais conança e tranquilidade para que você possa es-

colher o carro ideal para comprar.

Para sua orientação, sugiro que anote todos os veículos que passaram pela sua

cabeça durante a análise de suas necessidades. Conforme evoluirmos na apresentação

do “Método Seu Carro C.E.R.T.O.”, procure ltrá-los ou substituí-los em conformidade

com as novas informações.

Enm, está constituído o primeiro pilar do “Método Seu Carro C.E.R.T.O.”:

Método Seu Carro C.E.R.T.O. = Checar a Necessidade + ...


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“Muitas vezes, observando a quantidade de objetos à venda,

Sócrates dizia a si mesmo: ‘Quantas coisas me são desnecessárias!”

Diógenes Laércio


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CAPÍTULO 04

Examinar a Qualidadeé fundamental

Descubra as características essenciaisque definem um bom carro, o que

será essencial para sua satisfação

com a compra


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Capítulo 04 - Examinar a Qualidade é fundamental

Você escolherá um novo carro. Para decidir de forma inteligente, é

essencial priorizar o fator qualidade, considerando uma série de itens

relacionados às características técnicas do carro.

Neste Capítulo, você cará sabendo quais são os aspectos mais

importantes para sua análise. Adicionalmente, recomenda-se compa-

rar todas as opções dentro do segmento pretendido.

Como já foi dito, temos carros caríssimos e esse quadro se agrava quando ocorre a

compra de veículos com baixo padrão de qualidade.

De fato, no Brasil, há modelos que apresentam projetos antigos e ultrapassados,

além de outros com qualidade de construção questionável.

Diante desse cenário, veremos em detalhes os pontos mais relevantes que merecem aten-

ção, tais como as características do projeto (principalmente o ano de concepção), a qualidade de

construção, o design, o nível de renamento, o comportamento dinâmico, o conforto, a robustez efacilidade de manutenção, o conjunto mecânico, os itens de série, além de outros aspectos técnicos.

Antes de prosseguir, peço sua especial atenção: muitas das informações a seguir

são amplamente ignoradas por quase todas as pessoas. Portanto, que alerta para o

conteúdo deste Capítulo.

4.1 Carro global, para mercadosemergentes ou só para o Brasil?

Um dos pontos essenciais (e normalmente esquecido) na análise de um carro é ve-

ricar se é um projeto destinado ao mercado global, somente para países emergentes ou

restrito ao Brasil. Conra a seguir a importância de atentar para esses aspectos.


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4.1.1 Carros globais

Oscarros globais

são aqueles que são desenvolvidos para todos os mercados, prin-cipalmente se forem vendidos nos países de Primeiro Mundo (incluindo Estados Unidos,

Europa e Japão). Portanto, a preferência na maioria das vezes deve recair sobre eles.

Esse entendimento justica-se porque esses veículos são desenvolvidos para aten-

der as necessidades de consumidores exigentes, em mercados competitivos e com legis-

lação rigorosa, principalmente em termos de segurança.

A utilização de uma mesma plataforma global também é algo de grande importância.

No entanto, caso o automóvel em questão não seja importado diretamente das fábri-

cas que atendem os países desenvolvidos, ele pode ter o projeto relativamente adaptado

às condições da América do Sul.

Explicando melhor: o mesmo carro cujo projeto teórico é o mesmo de um vendido na

Europa, ao ser produzido no Brasil ou Argentina, pode sofrer várias alterações, principal-

mente com o objetivo de redução de custos.

Essa realidade varia de fabricante para fabricante. Portanto, é importante car aten-

to aos reexos dessas adaptações, principalmente no quesito segurança, que será deta-

lhado no próximo Capítulo.

4.1.2 Carros destinados a mercados emergentes:

Numa categoria intermediária estão os veículos direcionados a mercados como Bra-

sil, Argentina, Colômbia, México, África do Sul, Índia, entre outros.

Os projetos desses carros e de suas plataformas costumam ser mais simples, com

menor nível de qualidade e renamento técnico, em função da busca por redução de custos.


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Isso não signica que esses carros sejam necessariamente ruins. Como são desti-

nados a diversos países com consumidores e legislações diferentes, há casos inclusive

de veículos dessa categoria com ótimas notas em testes de colisão.

Mas, quando comparados aos similares destinados aos países desenvolvidos, cam

evidenciadas algumas de suas limitações. Muitas delas, inclusive, impediriam esses veí-

culos de serem comercializados nesses mercados avançados.

4.1.3 Carros exclusivos para o Brasil:

Nessa categoria, podem ser enquadrados também alguns modelos vendidos ape-

nas na América do Sul. Nesses casos, como você já deve imaginar, a situação torna-se,

na maioria da vezes, mais complicada.

Anal, o nosso mercado consumidor ainda é pouco exigente e aceita adquirir prati-

camente todos os produtos que são ofertados. Além disso, a nossa legislação não é tão

rigorosa quanto a dos países desenvolvidos, motivo pelo qual existe maior margem para

as fabricantes desenvolverem veículos muito simplicados, ultrapassados e de baixo custo.

4.2 A importância do ano do Projeto

Novamente temos um tema de extrema importância e que é rotineiramente ignoradopelos consumidores brasileiros: o ano do projeto do carro, especicamente da geração.

A análise desse fator é relevante porque o padrão geral de comportamento dinâmico,

desempenho, renamento e principalmente de segurança é o vigente naquela época do

lançamento da geração. Embora possam existir aperfeiçoamentos, normalmente cam

aquém quando comparados a carros com propostas mais recentes.


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Para car mais claro: existem carros com projetos “jurássicos” – vendidos há déca-

das – e que ainda são oferecidos no mercado de novos (em várias faixas de preço, não

apenas evolvendo populares).

Como estamos num mercado emergente, por uma série de fatores, a tendência é

que os carros fabricados aqui tenham um ciclo muito longo de produção. Dessa forma,

existem casos de veículos que são feitos há décadas sem mudança de geração (novo

projeto efetivo, e não um mero “facelift” – pequenas alterações meramente estéticas),

estando muito atrasados em relação aos similares em outros países.

Outro ponto importante diz respeito aos carros que são lançados no Brasil com

enorme atraso em relação ao mercado externo, principalmente quando ocorre sua na-

cionalização tardia. Nesses casos, é fundamental averiguar o ano de lançamento lá fora.

Além disso, temos casos de motores aproveitados desde os anos 80 e que ainda

continuam equipando veículos novos. Possuímos, ainda, carros com plataformas abso-

lutamente defasadas, datadas do início dos anos 90.

Por conta dessa realidade, deixo a seguinte pergunta para reexão: você acha que

alguém compraria, atualmente, um celular “tijolão” projetado nos anos 90, apenas com

pequenas mudanças estéticas nos botões, por um preço semelhante ao dos concorren-

tes modernos?

Pois é, o curioso é que esse tipo de comportamento ainda é bem comum, quando

pensamos no mercado automotivo brasileiro em vários dos seus segmentos.

Considerando esse cenário, que de olho no ano do projeto ou do lançamento da

geração no Brasil e no exterior, bem como nas características da plataforma e do motor.


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4.3 Conheça o histórico e a confiabilidade

da fabricante:

Em muitos casos, é fundamental avaliar como tem sido, basicamente, o histórico da

fabricante no exterior e no Brasil, principalmente nos últimos anos. É interessante checar

se a empresa está em boas condições nanceiras e como tem sido sua postura em ter -

mos de inovação, lançamentos e respeito aos consumidores.

Um aspecto de imensa importância, e lamentavelmente esquecido, diz respeito à

representação da marca no país. Todas as empresas são multinacionais, mas algumas

delas atuam no Brasil em parcerias com grupos nacionais, enquanto a maioria está vin-

culada ao mesmo grupo empresarial e à matriz internacional.

A relevância de ter essa consciência se justica porque as políticas de preço, impor -

tação, marketing, pós-venda e reposição de peças costumam car a critério do represen-

tante nacional. Dependendo do nível de credibilidade da empresa brasileira responsável,

podem ocorrer situações complicadas e alguns transtornos.

Além disso, há diversas marcas que pertencem a grandes Grupos Empresariais

liderados por uma fabricante. Nesses casos, costumam ocorrer muitas inuências da

controladora. Por exemplo, uma fabricante japonesa que está num grupo comandado por

uma marca francesa apresenta reexos dessa inuência em vários sentidos.

É bom lembrar, ainda, que diversas marcas deixaram o Brasil nos períodos de

crises econômicas, como no nal dos anos 90. Naquela oportunidade, os consumidores

dessas fabricantes caram literalmente “na mão”.

Obviamente, não há garantias de que isso não ocorrerá novamente, tornando-se

necessário avaliar quais foram as fabricantes que sempre permaneceram por aqui.


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Outro ponto que merece cuidado diz respeito à delidade em relação às fabrican-

tes, porque mesmo as melhores, atualmente, oferecem modelos que não são recomen-

dados. Adicionalmente, algumas marcas que apresentavam um bom padrão de qualida-

de, no passado, acabaram tendo uma queda acentuada.

Merecem atenção, ainda, os casos de marcas recém-chegadas que precisam ga-

nhar “market share”, isto é, participação no mercado. Nessas hipóteses, é comum ob-

servarmos políticas de preços e produtos um pouco diferenciadas para atrair consumido-

res. Com o passar do tempo, porém, acabam adotando práticas semelhantes em relação

à concorrência.

Finalmente, pesquise como tem sido a satisfação dos consumidores da marca sobre

robustez, conabilidade e qualidade do pós-venda. Essa avaliação é mais importante

nos casos de lançamento de carros sem histórico no mercado ou na adoção de grandes

inovações tecnológicas.

4.4 Avalie a confiabilidade e histórico do carro:

A conabilidade é um dos itens mais importantes na análise de um carro e diz res-

peito ao funcionamento adequado e consistente do produto, bem como a inexistência de

defeitos graves que possam deixar “você na mão”.

Esse fator ganha maior relevância principalmente para as pessoas que contam com

um carro apenas, e usam o veículo com frequência para atividades importantes.

Aliás, você provavelmente conhece casos de carros com fama de “inquebráveis”,

enquanto outros são identicados como verdadeiras “bombas”.


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Para realizar a avaliação, pesquise acerca das condições do carro no mercado,

nível de satisfação dos proprietários, leia os relatos e reclamações quanto a defeitos e

problemas comuns e consulte testes de longa duração feitos por revistas e sites. Conra

também os rankings de satisfação dos proprietários.

Além disso, é válido pesquisar quais têm sido os defeitos comuns e os que são con-

siderados, pela fabricante e mercado, como “características do carro”, como por exemplo

determinados tipos de barulhos para os quais não são oferecidas soluções denitivas.

Mas, atenção: avalie com parcimônia as opiniões, procurando ltrar para selecionar

as que indicam tendências e não são parciais. Sempre mantenha um extremo senso

crítico em relação aos conteúdos mencionados, analisando se podem existir conitos de

interesses ou parcialidade por parte dos responsáveis pelas referidas avaliações.

Identique ainda como tem sido a facilidade de manutenção e disponibilidade de

peças da fabricante.

No caso de lançamentos de novas gerações, é válido buscar informações sobre as

anteriores, servindo as conclusões como meras referências, porque não há como saber

como o novo projeto se comportará na prática.

No caso das “primeiras fornadas” de carros recém-lançados, costumam surgir defeitos

que acabam sendo corrigidos com o tempo. Por mais que ocorram testes, há aspectos que

apenas são identicados em condições de uso normais, ainda mais num país continental com

as peculiaridades do Brasil. Por isso, se você puder aguardar, será uma atitude mais sensata.

Finalmente, recomendo que leia atentamente a entrevista-bônus que foi realizada

com o especialista em mecânica, Daniel Kosma, com dicas extremamente valiosas a

respeito do tema.


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4.5 Avalie a rede de concessionárias e

disponibilidade de peças:

É fundamental conhecer a reputação e credibilidade da rede autorizada da marca,

tanto em nível nacional como local. Existem muitas diferenças em relação aos padrões

de qualidade de cada estabelecimento.

Dessa forma, avalie se há concessionária em sua região e como é o grau de sa-

tisfação em relação a elas. Se puder, visite antes o local em que pretende fazer a manu-

tenção, a m de checar na prática como é a estrutura e o nível dos prossionais do esta-

belecimento. Às vezes, é aconselhável buscar uma concessionária mais distante na sua

cidade (ou mesmo viajar para outra localidade) com a nalidade de contar com serviços

com mais qualidade.

Infelizmente, no Brasil temos muitos casos de concessionárias que oferecem pés-simos serviços, além de utilizarem a chamada “empurroterapia”, ofertando serviços dis-

pensáveis e desnecessários. Adicionalmente, há estabelecimentos com mecânicos e

prossionais despreparados e sem a experiência necessária. Tenha cautela, portanto, na

análise dos orçamentos propostos.

Outro aspecto que requer atenção diz respeito a concessionárias que terceirizam

os serviços, como por exemplo o de funilaria. Nesses casos, pode ser que os custos

quem muito altos e sejam realizados por empresas ou prossionais com nível de

especialização duvidoso.

Em relação à disponibilidade de peças, é necessário pesquisar com antecedên-

cia para vericar como tem sido o histórico da marca e do modelo, principalmente se

for importado.


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A falta de peças tem se tornado cada vez mais comum nos últimos tempos, princi-

palmente com a tendência das concessionárias reduzirem os estoques. No entanto, há

diferenças signicativas em relação às marcas. Por exemplo, em algumas as peças podemdemorar poucos dias para chegar, enquanto em outras a espera pode durar muitos meses.

Por conta dessa realidade, principalmente se você tiver apenas um carro, procure

dar maior relevância à análise desse aspecto. Além disso, congure o seu seguro para

contar com carro reserva por mais tempo.

Finalmente, vale lembrar que, para os carros usados, existe a obrigação legal dasfabricantes oferecerem peças de reposição pelo prazo de dez anos, contado do encerra-

mento da produção do veículo. Avalie esse ponto com cautela, porque nem sempre é fácil

contar com essas peças, mesmo no período citado.

4.6. Garantia: é importante para você?

Nas duas últimas décadas, as marcas começaram a expandir o período de garantia, princi-

palmente com a chegada das fabricantes japonesas e, depois, coreanas. A existência dessa cober -

tura proporciona, em tese, mais tranquilidade aos compradores, principalmente de carros novos.

No momento da escolha do seu carro, verique quais são os “itens não cobertos pela garan-

tia” (alguns dos quais de desgaste natural). Conra quais são as exclusões para evitar surpresasdesagradáveis no futuro. Também vale lembrar que para exercer o direito à garantia, em determina-

dos casos, pode haver bastante burocracia por parte das concessionárias e da própria fabricante.

Por conta dessa tendência do aumento do prazo da garantia, os brasileiros estão se

acostumando com a realização das revisões periódicas. Como se sabe, as marcas vincu-

lam a cobertura da garantia à execução das revisões programadas na própria rede autori-

zada. Elas devem ser realizadas nas quilometragens ou prazos previstos pela fabricante.


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Caso você opte por realizá-las em ocinas particulares, haverá a perda da cobertura.

Por conta disso, no caso da compra de usados que teoricamente devem estar cobertos, é

fundamental checar se todas revisões foram realizadas no tempo previsto, conferindo os

carimbos no manual do proprietário, que, de preferência, devem ser acompanhados das

notas scais. Caso elas não estejam disponíveis, vale entrar em contato com as conces-

sionárias onde foram feitas para conrmar a exatidão das informações.

4.7 Identifique os pontos positivos e

negativos do seu carro atual e anteriores,para procurar mantê-los ou evitá-los.

Com o objetivo de aumentar o seu nível de satisfação com o novo carro, pense, por exemplo,

nos três principais aspectos positivos e negativos do seu veículo atual ou dos seus carros anteriores.

É interessante ter esse nível de consciência, quanto aos pontos favoráveis, porque

você já deve ter se acostumado com eles e os valoriza, sendo conveniente mantê-los no

novo carro (dentro do possível, é claro).

Em relação aos aspectos negativos, é bem possível que alguns deles envolvam

inclusive os motivos da troca. Portanto, para que essa mudança faça sentido, procure

evitar ao máximo a compra de um veículo que mantenha esses pontos desfavoráveis.

4.8 Carros importados

Se optar por um importado, torna-se ainda mais relevante a pesquisa sobre o mo-

delo e as práticas da fabricante. Além disso, é preciso avaliar se o carro passou por um

processo de tropicalização bem feito.


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Basicamente, a tropicalização envolve a adaptação de um carro projetado para o

exterior com a nalidade de que tenha condições de rodar no Brasil. Dependendo da

fabricante, esse processo pode ser mínimo (para cumprir apenas as exigências legais,

como instalação de extintor, por exemplo) ou mais sosticado, incluindo principalmente

mudanças no motor, transmissão e conjunto de freios e suspensão.

Fabricantes com mais “know-how” e que não priorizam excessivamente o contingen-

ciamento de custos, tendem a oferecer melhores condições nos veículos tropicalizados.

Adicionalmente, os carros importados de países com os quais o Brasil possui trata-

dos comerciais costumam ter preços mais competitivos. Porém, podem ocorrer mudan-

ças nesses pactos, com reexos no mercado de novos e usados.

Algo que merece atenção (e normalmente é desconsiderado) diz respeito ao risco cambial.

Anal, podem ocorrer signicativas alterações nos preços das moedas dos países, ocasionando

desequilíbrios que podem impactar no preços das peças ou mesmo na retirada do carro ou da

marca do mercado, o que traz reexos no seguro, na manutenção, na desvalorização e na liquidez.

4.9 Qual versão escolher?

Normalmente, as versões intermediárias de cada modelo costumam ser as mais

interessantes em termos de custo-benefício. Mas isso não é regra. Uma das grandes

vantagens, nessas hipóteses, é poder contar com alguns itens já incorporados como de

série, o que diminui a perda de dinheiro no momento da revenda (considerando que os

opcionais não costumam ser computados).

Em proporção menor, temos as versões de entrada. Embora não seja muito fre-

quente, em determinados casos, a versão mais acessível já contempla todas as necessi-

dades essenciais, conforme detalhado no Capítulo 3.


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As versões topo de linha, geralmente, correspondem a um pequeno percentual

no mix de vendas. Dessa forma, com frequência são destinadas a pessoas com pre-

tensões mais exclusivas, não valendo a pena (na maioria das vezes) um desembolso

excessivo, principalmente quando o preço se aproxima de versões de entrada de car-

ros com um padrão superior. Aliás, perceba que, às vezes, a função da versão top é

justamente fazer a versão intermediária parecer um bom negócio.

As visões acima apresentadas são especialmente válidas para a compra de

carros zero quilômetro. No caso dos usados, como a desvalorização costuma ser

maior para as versões mais sofisticadas, pode ser que ofereçam o melhor custo-

-benefício, dependendo, é claro, de todo o conjunto de fatores do “Método Seu

Carro C.E.R.T.O.”.

Uma dica interessante, quando estiver pesquisando por informações e fotos,

é tomar cuidado com as avaliações e imagens do carro analisado. Isso porque, no

lançamento, as fabricantes costumam ceder para os testes e ensaios fotográcossomente as versões mais sosticadas. Se estiver procurando uma mais simples, re-

dobre sua atenção.

4.10 Principais dados técnicos para prestaratenção:

Conra, na tabela a seguir, alguns dos aspectos técnicos que merecem análise e

comparações mais profundas. Evidentemente, as constatações deverão levar em conta

as suas necessidades e prioridades.


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ItemDetalhes a serem

checadosObservações

Motor

Cilindrada, número

de válvulas, tipo (s)

de combustível (eis),

material usado no

bloco e cabeçote,

números de potência

e torque, além do

sistema de injeção(direta ou não) e se

possui turbo

• Quanto aos materiais empregados na construção

do motor (bloco e cabeçote), prera os que

utilizam alumínio, em relação aos de ferro fundido,

principalmente pelo menor peso.

• Salvo em situações muito especícas, evite a compra

de veículos 1.0 aspirados, considerando a realidade

de uso no Brasil.

• Com a tendência de diminuição dos motores e novos

limites de emissão, os motores turbo devem ganhar

maior participação no mercado. Mas, por serem maiscomplexos, precisam de mais cuidados e tendem a

ter menor durabilidade e mais defeitos.

• Nos carros com injeção direta, verique o

combustível recomendado pela marca.

Câmbio:Manual, automático

ou automatizado• Conra o exposto no item 3.8 anterior.

Desempenho:Tempo do 0 a 100

km/h e consumo.

• Consulte o item 3.6 anterior.

Design externo:

Avalie a qualidade

de construção,

os elementos dos

desenhos, formas,

qualidade das peças

e pintura.

• Por exemplo, verique a uidez dos traços e a

qualidade de acabamento.

Design interno:

Observe o desenho

e a qualidade dosmateriais empregados

no painel,

laterais e demais

revestimentos.

• Inclusive considerando os revestimentos dos bancos.

• Observe a textura e superfície dos plásticos usados

no painel e nas portas.


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Acabamento:

Cheque a qualidade

de construção

e dos materiais

escolhidos, os vãos

e alinhamentos

existentes entre as

peças, a qualidade da

pintura, a precisão dos

encaixes e a existência

de rebarbas.

Dimensões:

Cumprimento, largura,

altura, entre-eixos,

capacidade do porta-

malas e capacidade

do tanque.

• O entre-eixos é importante como indicador do espaço

interno, ampliando também o conforto e a estabilidade.

• A capacidade do tanque interferirá na autonomia.

• Lembre-se, ainda, de checar as dimensões externas

do carro caso você tenha restrição de espaço para

estacionar na sua garagem ou em outros locais.

Pneus:Medidas e marca

original

• Atentar para o perl, porque os muito baixos não são

adequados para a maioria das vias brasileiras. Como sãomenos ecientes na absorção de impactos, tornam-se um

pouco mais desconfortáveis e mais sujeitos a danos.

• Veja mais no item 6.2.2, subtópico “pneus”.

Direção:

Cheque se é assistida

e por qual meio (se é

elétrica, hidráulica ou

eletro-hidráulica)

• As elétricas tendem a ser mais leves e precisas,

além de proporcionarem economia de combustível.

Freios:Verique se são a

disco ou tambor.

• Prera carros com freios a disco nas 4 rodas esempre com ABS.

• Se for possível, valorize a presença de EBD:

Distribuição Eletrônica de Força de Frenagem e BAS:

Sistema de Auxílio de Frenagem Emergencial.

• Pesquise sobre a durabilidade dos componentes do

sistema de freio, bem como para sua eciência.

• Alguns modelos sofrem desgastes prematuros e

problemas, como empenamentos de discos em

função da falta de tropicalização adequada.


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Suspensão:

Avalie quais são

os tipos na frente e

traseira.

• Prera os modelos com a suspensão traseira

independente (facilita a condução e aumenta a

segurança e o equilíbrio).

Itens de série e

opcionais:

Verique os disponíveis

e aqueles que serão

essenciais para você.

• Para detalhes, veja o item 3.3.

Itens de segurança:

Verique quais estão

disponíveis e quaissão opcionais.

• Serão detalhados no Capítulo sobre segurança.

Dados relacionados

ao projeto:

Ano do projeto,

destinação, país de

fabricação e ano de

lançamento da geração

no exterior e no Brasil.

• Conforme explicado no item 4.1.

Ergonomia:

Analise a posição de

dirigir, visibilidade,como se acomodam os

passageiros, conforto

dos bancos, espaço

para as pernas, altura

em relação à cabeça,

acesso ao interior e

porta-malas, disposição

dos instrumentos e

regulagens existentes.

• Preste atenção principalmente durante o test-drive,notando se você sente-se confortável e conante.

• As regulagens envolvem bancos, volante,

retrovisores e altura do cinto de segurança.

• Valorize ainda mais este item caso você utilize

bastante o veículo ou que muito tempo no carro, por

conta de viagens ou trânsito excessivo.

• Veículos mais sosticados oferecem memórias das

regulagens para diferentes pessoas.

Faróis

Considere o tipo de

lente e a eciência do

facho de luz.

• Para carros mais luxuosos, existem os faróis de

xenon e lanternas de led, além dos faróis direcionais

e sistemas de luzes adaptativas.

Nível de Ruídos

Avalie como é o

isolamento acústico,

principalmente quando

o motor atinge rotações

mais elevadas.


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Evidencia-se que “Examinar a Qualidade” também deve ser uma atitude que merece

bastante atenção. É importante checar os dados técnicos e relacionados ao projeto do

veículo pretendido, porque esses aspectos serão determinantes para avaliar as caracte-

rísticas do automóvel.

Além disso, pontos como a conabilidade e histórico da marca e do carro precisam

ser levados em conta, bem como as suas prioridades pessoais especícas.

Dessa forma, a atividade de “Examinar a Qualidade” passa a acompanhar a de

“Checar a Necessidade”, formando os dois primeiros módulos do “Método Seu Carro

C.E.R.T.O.”:

Método Seu Carro C.E.R.T.O. = Checar a Necessidade + Examinar a

Qualidade + ...


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“A qualidade é lembrada muito tempo depois de esquecido o preço.”

Aldo Gucci


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Capítulo 05 - Reconhecer a Segurança, porque sua vida e saúde estão acima de tudo

Na condição de seres humanos, não fomos concebidos para trafegar

nas altas velocidades atingidas pelos carros atualmente. Por con-

ta disso, o tema segurança automotiva deve ser tratado, também,

como prioridade.

Numa breve perspectiva histórica, lembro-me de ter lido, certa

vez, que aproximadamente em 1911 foi publicado, na França, um estudo segundo o qual

jamais poderíamos transitar a mais de 62 km/h. Em um dos livros do Domenico de Masi,

recordo da citação de um poema, de 1937, que expressava algo como “e os carros pas-

savam a toda velocidade a 70 km/h”.

Evidentemente, é possível perceber como as coisas mudaram. Mas uma coisa não

foi alterada: o nosso corpo.

Saindo do campo losóco para a prática, sabemos que, de acordo com a OMS

(Organização Mundial da Saúde), o Brasil é um país com elevado número de mortes no

trânsito. Pelo ranking de 2012, o país estava no terrível 138º lugar. Comparado com a

Europa, o número de fatalidades é 10 vezes maior.

Esse é o contexto básico que torna o tema tão importante. Apesar da relevância, a

segurança automotiva no Brasil está longe de receber a atenção que deveria de todas as

partes envolvidas, isto é, fabricantes, governo e consumidores.

A minha visão fundamenta-se na ideia de que os va lores “vida” e “saúde”

estão acima de todos os outros. No fim deste capítulo, compartilharei com você

uma história real impressionante, envolvendo o tema “segurança automotiva”

na prática.


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5.1 A (in)segurança dos carros no Brasil

Normalmente esquecido pelos consumidores brasileiros, o fator segurança também

deve ser prioritário na análise de qual carro comprar.

Essa ideia leva em conta as peculiaridades do nosso mercado automotivo, onde boa

parte dos carros (principalmente os populares) apresenta padrões de segurança questio-

náveis e com décadas de atraso em relação aos similares europeus e americanos.

Esse cenário é decorrente do fato de que estamos num mercado emergente, como

já expusemos anteriormente.

Exemplicando o atraso brasileiro, somente em 2014 foi implementada a obrigato-

riedade de airbag duplo e freios ABS. Esses itens já estão presentes há muitos anos nos

carros dos mercados desenvolvidos. Nesses países, inclusive, em breve haverá a obri-

gatoriedade de itens ainda mais avançados, como Programa Eletrônico de Estabilidade(ESP) e sistemas de frenagem autônoma.

Apesar da referida legislação brasileira ter representado um avanço, pode-se dizer

que ainda foi tímido. Anal, muitos carros jurássicos e outros que já obtiveram nota

zero em crash tests continuam à venda no mercado de novos.

Aliás, costumo comentar que, em carros com uma estrutura de absorção de im-pactos ruim, a presença desses itens é algo parecido com a situação de “pular de um

prédio usando capacete”.

Adicionalmente, os problemas não estão apenas concentrados no segmento dos

populares, novamente em função da realidade de mercado emergente que vivenciamos.

Ainda assim, existem alguns avanços importantes na nossa região. O principal deles


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veículo acompanhado de seus dados técnicos. Na disputa, basta comparar abstratamen-

te os números.

A realidade, porém, é mais complexa. Para ilustrar essa situação, os resultados do

LATIN NCAP revelam que alguns carros com airbag duplo conseguem a proeza de serem

teoricamente menos seguros do que outros que não têm o dispositivo.

Por isso, eu defendo a importância de uma análise global e detalhada de um con-

junto de fatores para a escolha de um carro pensando na segurança.

Mesmo para quem apenas pretende usar o carro na cidade, ainda assim

o fator segurança é fundamental em razão das possibilidades de colisões com

velocidades significativas.

5.2.1 Histórico da marca no Brasil e exterior:

É importante analisar o retrospecto de segurança dos modelos e do respeito ao con-sumidor, bem como as diretrizes comerciais atuais da fabricante. Essa atitude se torna

mais relevante no atual momento em que observamos uma queda no controle de quali-

dade de determinadas marcas.

É interessante observar como têm sido os resultados da montadora nos testes de

colisão e como têm sido equipados os seus carros.

Há algum tempo, fui questionado se um mega recall era algo preocupante. Res-

pondi que preocupam ainda mais, na verdade, as marcas que não fazem recall, numa

demonstração clara de que não zelam pela segurança de seus clientes.

No Brasil, temos vários casos de problemas reconhecidamente crônicos em determi-

nados veículos e algumas fabricantes se recusam (ou se recusaram até onde puderam)


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a fazer o chamado para reparo. Por outro lado, as marcas que realizam o procedimento

mostram respeito ao consumidor.

Na compra de usados, verique se foi atendido o chamado para recall antes de con-

cluir o negócio.

5.2.2 Características do projeto e da Estrutura de Absor-

ção de Impactos:

É necessário relembrar a importância de se verificar a idade da geração e

se o projeto do carro é global, para países emergentes ou apenas para o Brasil,

conforme exposto no item 4.1 anterior. Os carros destinados a mercados menos

exigentes podem ter problemas adicionais relacionados à estrutura de absorção

de impactos.

Para ter um bom nível de qualidade, é essencial que a estrutura seja composta por

materiais, principalmente aço, de alta resistência, além de contar com um bom número

de pontos de solda.

Por exemplo, temos no mercado um carro que se baseia num projeto semelhante ao

existente na Europa. Lá fora o carro obteve quatro estrelas no crash test do EURO NCAP.

O vendido aqui, contudo, somente conseguiu duas estrelas no LATIN NCAP.

Isso demonstra que, apesar das semelhanças, há menos resistência estrutural de-

corrente do emprego de materiais de qualidade inferior, menos pontos de solda,

menos reforços etc.

A esse respeito, inclusive, houve a publicação de uma reportagem reveladora da

Associated Press.


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5.2.2.1 O que a Associated Press concluiu?

Esta reportagem, que foi considerada bombástica, no próprio título, arma que oscarros brasileiros são comprovadamente letais.

De acordo com a matéria, basicamente, a maioria dos carros brasileiros tem um

grande potencial para fatalidades, o que resulta em uma taxa de mortalidade em aci-

dentes quase quatro vezes maior do que nos EUA.

“Os culpados são os próprios carros, produzidos com soldas mais fracas, poucos

equipamentos de segurança e materiais inferiores comparados aos modelos similares

produzidos para os EUA e para os europeus” , apontou a publicação.

A matéria menciona opiniões de que faltam reforços estruturais e mais pontos de

solda e que muitos veículos são construídos em plataformas com décadas de atraso.

Esse cenário é ainda mais complicado no segmento dos populares, considerando que

quatro dos cinco carros mais vendidos do Brasil não conseguiram ter boas notas em tes-

tes de colisão promovidos pelo LATIN NCAP.

Boa parte dessa situação decorre das práticas das fabricantes que visam ao aumen-

to excessivo de seus ganhos, com uma margem maior do que no exterior, ao economiza-

rem no processo produtivo.

Dessa forma, carros teoricamente semelhantes aos modelos do Primeiro Mundo

acabam obtendo notas bem inferiores nos testes locais, em função da inexistência de

atributos fundamentais do projeto original.

Mas o consumidor também tem sua responsabilidade, porque não age com

consciência e não valoriza aspectos relacionados à segurança no momento da compra.


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http://www.huffingtonpost.com/2013/05/12/brazil-car-safety-brazilian-autos-prove-deadly_n_3262556.html%3Fncid%3Dedlinkusaolp00000003

http://www.huffingtonpost.com/2013/05/12/brazil-car-safety-brazilian-autos-prove-deadly_n_3262556.html%3Fncid%3Dedlinkusaolp00000003





Na referida matéria, encontra-se a seguinte opinião: “Os fabricantes fazem isso por -

que os carros cam mais baratos de se fabricar e a exigência dos consumidores brasilei -

ros é menor; sua ciência sobre as questões de segurança é menor que na Europa ou nos

EUA” , alerta realizado pela coordenadora do Proteste, Maria Ines Dolci.

As fabricantes procuram se defender alegando que cumprem com os requisitos

legais, mas isso não é suciente por conta da legislação defasada e pouco exigente.

Os reexos podem ser vistos nos crescentes números de mortes em função dessas ca-

racterísticas dos carros, aliadas às péssimas condições de trânsito e pavimentação no

país, bem como considerando o comportamento dos motoristas ao volante.

Por m, a reportagem destaca que seria necessário um forte clamor público e uma

mudança de hábitos de consumo para forçar as fabricantes a equalizarem os padrões

de segurança em relação ao mercado externo desenvolvido.

Aliás, a busca por um novo padrão de hábitos de consumo é justamente um dos

objetivos deste livro. E para sintetizar, preste atenção nesta citação:

“A diferença de que estamos falando é de alguém morto no veículo

ou morrendo muito rapidamente, ou então alguém sendo capaz de sair

do veículo sozinho.”

David Ward, diretor-geral da Fundação FIA

5.2.3 Características do comportamento dinâmico:

Na análise desse fator, é aconselhável obter informações principalmente referentes

ao desempenho (inclusive em relação à facilidade de ultrapassagem), estabilidade e ca-

pacidade de frenagem.


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5.2.4 Itens de segurança:

É necessário atentar para quais são os itens de segurança de série e opcionais doveículo. Os dispositivos são classicados em itens de segurança ativa e passiva.

Itens de segurança ativa

Os equipamentos dessa categoria visam evitar o acidente. Estão inclusos nesse

segmento os componentes que têm o objetivo de impedir colisões, como, por exemplo,

os faróis e os pneus em bom estado.

Mas pensando nos dispositivos eletrônicos, que apoiam na condução, os mais co-

muns atualmente são Freios Antitravamento (ABS), Distribuição Eletrônica de Força de

Frenagem (EBD), Sistema de Controle de Tração (TCS ou ASR), Programa Eletrônico de

Estabilidade (ESP ou VSA) e Sistema de Assistência em Frenagem de Emergência (BAS).

As siglas mencionadas podem variar de acordo com as nomenclaturas adotadas

pelos fabricantes.

O ABS (“Anti-lock Braking System”) é um sistema que impede o travamento das ro-

das em frenagens bruscas, bem como em situações com diferentes níveis de aderência

dos pneus. Ele atua por meio de sensores que emitem sinais para uma central eletrônica,

que faz o rápido gerenciamento, para evitar que ocorram os travamentos e a consequen-

te perda do controle.

O EBD (“Eletronic Brake Force Distribuition”) é um sistema de controle da pressão

de frenagem, que atua individualmente em cada roda. Ele funciona em conjunto com o

ABS para equilibrar as forças com o foco de manter o veículo na trajetória, principalmente

em curvas.


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O ESP (“Electronic Stability Program”) é o sistema de controle de estabilidade. Sua

função é corrigir a trajetória do veículo em determinadas situações identicadas por meio

de diversos sensores. Quando ocorrem desvios repentinos ou acentuados, ele aciona os

freios em cada roda para acertar a direção do carro. Se necessário, também pode reduzir

o torque em determinadas rodas.

Realmente o ESP é um item de grande importância e o seu espaço no mercado ain-

da é tímido. Por isso, é essencial que os consumidores passem a exigi-lo. Por exemplo,

recentemente foi lançado um SUV, com preços acima dos R$ 100 mil, sem esse disposi-

tivo, o que revela um descaso da fabricante em relação à segurança de um veículo que,

por ser alto, demanda ainda mais cuidados com a estabilidade.

Curiosamente, enquanto estava escrevendo este livro, conversei com um cliente

que há pouco tempo havia comprado um carro recomendado por mim, equipado com o

ESP. Ele relatou uma história bem impressionante. Ao trafegar por uma das estradas du-

plicadas com maior velocidade no Estado de São Paulo, sob chuva, ele se deparou comum caminhão entrando na pista de forma imprudente na sua frente. Ele teve que frear e

fazer um movimento brusco para desviar, quase indo parar no canteiro, mas conseguiu

manter o controle do carro e evitou o acidente. Graças ao ESP e a outros dispositivos de

segurança, como o ABS, ele pode seguir a viagem e, mais adiante, parou num posto para

tomar um café e respirar aliviado.

Caso você tenha mais curiosidade ou queira entender melhor o funcionamento dos

referidos dispositivos, a sugestão é procurar vídeos na internet que ilustram, em testes e

grácos, como eles atuam na prática.

Itens de segurança passiva

Por sua vez, objetivam minimizar as consequências do acidente, quando não foi


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possível evitá-lo. Nessa categoria, temos itens como cintos de segurança e barras de

proteção nas portas.

Aliás, recomenda-se checar se o carro possui encosto de cabeça e cintos de três

pontos para todos os ocupantes, além de contar com cintos de segurança com pré-ten-

sionadores.

Merecem especial importância os airbags frontais, laterais (proteção à região toráci-

ca) e de cortina (proteção à cabeça), bem como a presença da Estrutura de Deformação

Programada (conforme explicado no item 5.2.2).

Acrescente-se que, no caso dos airbags, algumas marcas estipulam um prazo de

validade, o que deve ser objeto de atenção redobrada na compra de usados.

5.2.5 Resultados do modelo em Crash Tests

É essencial checar os resultados dos modelos que você está avaliando nos testesde colisão, realizados ao redor do mundo. Para tanto, basta visitar os respectivos sites

dos institutos nomeados a seguir.

Esses testes simulam acidentes com manequins (“dummies”) devidamente monito-

rizados que desempenham o papel de seres humanos e permitem avaliar a segurança

dos automóveis em situações reais. Desse modo, constata-se a pressão exercida neles,

além de vericar a deformação da estrutura da carroceria e a atuação dos sistemas de

segurança ativa e passiva.

Nos testes frontais, os automóveis normalmente colidem com velocidades próximas

a 64km/h contra uma barreira.

Geralmente, as notas que recebem são entre zero a cinco estrelas, envolvendo


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colisões frontais, laterais, proteção às crianças e outras situações especícas.

A relevância desses resultados é que são identicados os potenciais ferimentos edanos em todas as partes dos corpos dos ocupantes.

Além disso, vericam-se quais são as probabilidades de sobrevivência. Para você

ter uma ideia, normalmente essa chance é o dobro num veículo cinco estrelas em re-

lação a outros com apenas uma.

Uma dica importante para auxiliar nas suas pesquisas: em outros países, o mesmocarro vendido aqui pode ter nomes diferentes. Portanto, lembre-se dessa possibilidade

caso tenha diculdades de encontrar o resultado pretendido.

Veja na Tabela 5.1 quais são os principais institutos em todo o mundo, bem como os

respectivos sites.

Na América do Sul (LATIN NCAP): http://www.latinncap.com/po/

Nos Estados Unidos (NHTSA e IIHS):http://www.safercar.gov/Safety+Ratings e

http://www.iihs.org/iihs/ratings

Na Europa (EURONCAP): http://www.euroncap.com/

No Japão (J-NCAP): http://www.nasva.go.jp/mamoru/en/index.html

Na China (C-NCAP): http://www.c-ncap.org.cn/c-ncap_en/index.htm

Austrália (ANCAP): http://www.ancap.com.au/home


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http://www.latinncap.com/po/

http://www.safercar.gov/Safety%2BRatings


http://www.euroncap.com/%20

http://www.nasva.go.jp/mamoru/en/index.html

http://www.c-ncap.org.cn/c-ncap_en/index.htm

http://www.ancap.com.au/home

http://www.ancap.com.au/home

http://www.c-ncap.org.cn/c-ncap_en/index.htm

http://www.nasva.go.jp/mamoru/en/index.html

http://www.euroncap.com/%20


http://www.safercar.gov/Safety%2BRatings

http://www.latinncap.com/po/





Merecem destaque, ainda, os recentes novos crash tests introduzidos pelo IIHS2 , de-

nominados de Small Overlap (choque de quina contra obstáculo a 64 km/h). Por conta do

imenso número de veículos (de todas as categorias) reprovados nesse rigorosíssimo teste,

é bem provável que as fabricantes tenham que evoluir seus projetos nos próximos anos.

5.3 Uma história real envolvendo asegurança nos carros

Para ilustrar na prática a importância do “fator segurança”, vou mencionar um caso

de uma pessoa que assessorei no passado.

Basicamente, em função da prossão, ela precisava de um carro robusto e seguro

para enfrentar estradas de terra e pedra frequentemente e, também, adequado para via-

gens longas. Ainda, existia limitação nanceira para o preço de compra.

Por várias razões, foi sugerido um SUV importado usado, de uma geração passada,

que contemplava uma série de aspectos técnicos importantes e, acima de tudo, tinha

obtido 4 estrelas nos crash tests internacionais.

Ela efetivamente comprou o carro, pagando praticamente o preço de um veículo

popular novo, sendo bem feliz com ele por cerca de seis meses.

Numa noite, contudo, ela sofreu um acidente, colidindo contra o muro de uma casa.

Apesar da perda total, todos os ocupantes saíram ilesos.

2 Institute for Highway Safety, que signica Instituto para Segurança em Rodovias nos Estados Unidos. Foi a segunda organi-

zação americana a realizar os testes de impacto, sendo patrocinada pelas companhias de seguro. Realiza os testes desde 1995

e seus resultados não são apresentados em estrelas e sim nos conceitos Bom, Aceitável, Regular e Ruim.


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Esse desfecho tem um signicado importante para mim, porque o resultado poderia

ser bem diferente em outro carro. Anal, na própria mídia, temos inúmeros casos relata-

dos de ferimentos graves e mortes de pessoas que estavam em carros populares, princi-

palmente sem airbag frontal.

Considerando o exposto neste Capítulo, caso você não tenha condições de comprar

um carro seguro zero quilômetro, a melhor opção é a compra de um usado que apresente

boas características de segurança.

Fica o alerta, porém, para o fato de que, por mais equipado e teoricamente seguro,

não existem milagres nos casos de acidentes com excesso de velocidade. Isso foi infe-

lizmente exemplicado no caso do ator Paul Walker, que estava num Porsche a cerca de

160 km/h no momento da colisão fatal.

Por isso, uma conduta cautelosa ao volante ainda é o principal “item de segurança”.

Finalmente, a manutenção preventiva e uma atenção especial ao estado e calibra-

gem dos pneus também são aspectos de grande importância. Ainda lembramos do cinto

de segurança, que sempre deve ser utilizado por todos os passageiros.


Evidentemente, sabemos que um carro mais seguro não elimina todos os incontáveis

riscos aos quais os passageiros estão submetidos. Mas é possível minimizar consideravel-

mente esses riscos, que variam bastante de acordo com as especicidades de cada veículo.

Como no Brasil temos muitos automóveis com segurança questionável, torna-se funda-

mental pesquisar a fundo quais são as características do carro que você pretende comprar.


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Dessa forma, damos um novo passo na construção do nosso método, incluindo a

ação de “Reconhecer a Segurança”, que passa a acompanhar os outros pilares do “Mé-

todo Seu Carro C.E.R.T.O.”:

Método Seu Carro C.E.R.T.O. = Checar a Necessidade + Examinar a

Qualidade + Reconhecer a Segurança + ...


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A pergunta que gostaria de deixar para sua reexão é a seguinte:

“O que vale mais, a vida e a saúde ou os outros bens e o dinheiro?”


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CAPÍTULO 06

Tratar das Finanças e aEstrutura de Preços dos

Carros no Brasil

Conheça a Matriz Seu Carro e SeuBolso e todos os impactos financeiros

dos carros, bem como a Regra de Ouro

envolvendo os carros e as finanças


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Capítulo 06 - Tratar das Finanças e a Estrutura de Preços dos Carros no Brasil

Agora que você já sabe quais são as características necessárias no

veículo e vericou a qualidade e segurança, é hora de avaliar a

questão nanceira. Note que partimos da necessidade e depois

chegamos às nanças.

Esse entendimento baseia-se no fato de que não considero

adequado pensar: “Tenho R$ 80 mil: será que compro um sedan médio, um hatch com-

pacto de imagem, um SUV 4×4 ou uma caminhonete a diesel usada?” .

Observem que são veículos totalmente diferentes e com características e propostas

peculiares. Antes de tudo, saiba o que você quer para evitar essas confusões extremas.

Lembre-se desta passagem em “Alice no País das Maravilhas”:

“Um dia, Alice chegou a uma bifurcação na estrada e viu o gato

listrado numa árvore. “Que estrada eu pego?”, ela perguntou. “Aonde

você quer ir?”, ele respondeu. “Eu não sei”, disse Alice. “Então”, disse

o gato, “tanto faz.””

É importante ressaltar que a avaliação nanceira requer muito mais do que normal-

mente as pessoas levam em conta. Como sabemos, a maioria dos consumidores apenas

olha o preço de compra ou o valor da parcela do nanciamento.

Esse comportamento acaba trazendo uma série de problemas e arrependimentos

futuros, que custam muito caro.

Provavelmente, você conhece alguns casos de pessoas que precisam fazer uma “gi-

nástica nanceira” para manter os carros ou, então, acabam se desfazendo dos veículos

quando já estão com o bolso muito comprometido.


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Além disso, sempre é bom relembrar que os carros não são investimentos. Ao

contrário, geram uma série de impactos nanceiros negativos no orçamento, principal-

mente no Brasil, onde temos os carros mais caros do mundo.

Por conta disso, para realizar uma profunda análise sobre o impacto nanceiro de

um carro, é necessário levar em conta o que chamo de “Estrutura de preços dos carros

no Brasil”. Ela se inicia na hora da compra, passa pelo período de propriedade e termina

somente no momento da venda.

Antes, porém, será apresentada a esclarecedora “Matriz seu Carro e seu Bolso”,

envolvendo quatro hipóteses distintas.

6.1 A “Matriz: seu Carro e seu Bolso”.

Na compra de um carro é fundamental aliar qualidade, segurança e economia. A-

nal, não é interessante ter um ótimo carro tecnicamente, mas além das possibilidades

nanceiras pessoais. Do mesmo modo, não é aconselhável economizar excessivamente

comprando automóveis com projetos ruins e sem segurança.

Para ilustrar melhor esse cenário, apresento a seguinte Matriz:

A seguir, conra a descrição de cada uma dessas hipóteses:

Situação 1. Carro certo no Bolso certo Situação 3. Carro errado no Bolso certo

Situação 2. Carro certo no Bolso errado Situação 4. Carro errado no Bolso errado


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Situação 1. Carro certo no Bolso certo

Nesse caso, temos o melhor dos mundos. A pessoa tem um carro tecnicamente ade-quado em termos de necessidades, qualidade e segurança, de acordo com seu perl e,

principalmente, suas possibilidades nanceiras. É algo relativamente raro no Brasil, mas

que você poderá atingir aplicando o “Método Seu Carro C.E.R.T.O.”.

Situação 2. Carro certo no Bolso errado

Trata-se de uma hipótese um pouco mais comum, mas nem tanto. Observa-se que

a pessoa tem um carro tecnicamente adequado, em conformidade com suas prioridades.

No entanto, aquele veículo está além de suas capacidades nanceiras, principal-

mente considerando a totalidade da Estrutura de Preços dos carros.

Nessas hipóteses, é preciso avaliar até que ponto o proprietário reunirá condições

de manter o carro sem comprometer demasiadamente suas nanças.

Situação 3. Carro errado no Bolso certo

Esta é a situação mais inusitada e envolve, basicamente, os casos de pessoas que

têm condições para comprar um carro com a qualidade e segurança que seriam minima-

mente necessárias, mas optam por veículos inferiores.

Para ilustrar o impacto dessa constatação, é preciso deixar claro que, ao contrário

do que ocorre nos países desenvolvidos, no Brasil não é interessante praticar um exces-

so de economia na hora de comprar um carro.

Não se trata de condenar o frugalismo, em hipótese nenhuma. Mas, essa crítica é

pertinente porque temos, como já foi dito, uma série de veículos inseguros e com baixa


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qualidade, motivo pelo qual pode ocorrer uma exposição do comprador a riscos e des-

confortos desnecessários.

Curiosamente, são conhecidos casos de milionários (e até de bilionários) que

andam em carros populares no Brasil. Sim, eles existem e, às vezes, surgem notícias na

mídia a respeito disso.

Adicionalmente, há muitos casos de pessoas que, em busca da independência -

nanceira a todo custo, resolvem ter carros populares ou muito ultrapassados eternamen-

te, pensando exclusivamente no dinheiro. Mas será que essas atitudes merecem ser

enaltecidas? Será que essas pessoas devem servir como modelo?

A resposta é negativa. Não visualizo nada de admirável na escolha de um popular ou

de um carro muito defasado quando o consumidor tem amplas possibilidades nanceiras

de adquirir carros melhores e, principalmente, mais seguros. Novamente questiono:

“O que vale mais, a vida e a saúde ou os outros bens e o dinheiro? De que

adianta uma fortuna ou a independência nanceira se a pessoa anda num carro que pode

levá-la à morte numa simples colisão a meros 60 km/h? O que é prioritário?”

Situação 4. Carro errado no Bolso errado

Evidentemente, esse é o pior cenário possível. Inicialmente, a compra do carro é

inadequada do ponto de vista técnico, considerando o que já foi exposto sobre o “Méto-

do Seu Carro C.E.R.T.O.”.

Mas o agravante é que essa aquisição traz impactos nanceiros que extrapolam

a capacidade econômica da pessoa ou da família. Nesses casos, são necessárias me-

didas severas para corrigir a situação rapidamente, visando a evitar o agravamento dos

danos existentes e potenciais.


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O objetivo deste livro é justamente levar você, que busca o seu carro ideal, rumo

à “Situação 1”. Para tanto, é importante conhecer a Estrutura de Preços dos Carros

no Brasil.

6.2 A Estrutura de Preços dos Carros no Brasil

Basicamente, a Estrutura baseia-se na ideia de que os impactos nanceiros come-

çam na hora da compra (envolvendo preço de aquisição e despesas no Detran), passampelo período de propriedade (abrangendo IPVA, licenciamento, DPVAT, seguro, consu-

mo de combustível, manutenção e outras despesas incidentais, como lavagem, multas,

taxa de inspeção veicular, pedágio e estacionamento) e terminam na hora da venda, com

a desvalorização efetiva, que sempre é elevada.

Adicionalmente, numa análise mais profunda, deve ser incluído o “custo de oportu-

nidade” e os custos decorrentes de nanciamento, quando aplicáveis.

Vamos apresentar a referida Estrutura, a seguir, em mais detalhes:

6.2.1 Custos de Aquisição

Nessa categoria, temos os impactos nanceiros necessários para a compra do veículo:

Preço de Compra

Trata-se do preço a ser pago, tanto para uma loja ou para um particular, na compra

de um carro zero quilômetro ou usado/seminovo. Antes de negociar, saiba exatamente

qual é o preço sugerido pelo fabricante e evite ao máximo o pagamento de qualquer tipo

de ágio, comparando os preços praticados em estabelecimentos diferentes.


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É válido lembrar que, no mercado, os preços praticados efetivamente podem

ser bem diferentes dos anunciados nos sites das marcas, em função de diversos

fatores. Por isso, uma pesquisa mais aprofundada de preços requer o contato direto

com as revendas.

Caso a sua intenção seja pagar à vista, lembre-se de que esse fator é praticamente

indiferente para as concessionárias, porque elas sempre irão receber à vista da institui-

ção responsável pelo nanciamento. Aliás, como existe a possibilidade de a autorizada

receber uma comissão no caso de vender o nanciamento em conjunto, pode ser que

esse seja o seu interesse principal. Dessa forma, em determinados casos, é possível que

seja interessante negociar o menor valor possível do carro nanciado diretamente pela

concessionária, antes de expor o objetivo de comprar à vista.

Recomenda-se, ainda, que primeiramente seja negociado o preço do novo carro

pretendido antes de tratar da eventual inclusão do seu usado no negócio, bem como

das possíveis cortesias que serão oferecidas. É interessante também que a nota s-cal contemple todos os opcionais e acessórios comprados em conjunto com o carro

zero quilômetro.

Verique qual é o limite que você pode gastar (ou nanciar) no Preço de Compra

e lembre-se de deixar uma margem de segurança para algumas despesas adicionais,

como as referentes ao Detran no caso dos novos. Para os usados, essa margem deve ser

maior para contemplar custos com transferência e eventuais reparos necessários.

Assim, primeiro descubra o “valor” do carro (pensando na sua qualidade, confor-

me detalhado no capítulo 4) e depois avalie se o “Preço de Compra” é alto ou não. Mas

sempre se lembre de que o Preço de Compra é apenas UM dos itens da Estrutura de

Preços dos carros.


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Despesas relacionadas ao Detran

No caso de um carro zero quilômetro, para colocá-lo em circulação, é necessário oseu registro, emissão de documentos e emplacamento. Nesse caso, podem incidir “Taxa

de registro do veículo”, “Taxa de lacração” e outras eventuais despesas. Além disso, as

pessoas que fazem questão de escolher os caracteres das placas pagam um valor extra

para tanto.

Em relação aos usados, haverá as despesas referentes à transferência de proprie-

dade, inclusive considerando se ocorrerá mudança de município, hipótese na qual tam-

bém haverá o custo com emplacamento.

Para mais detalhes em relação aos valores cobrados, consulte o site do Detran do

seu Estado.

6.2.2 Custos incidentes durante o período de Propriedade

Nessa categoria, estão os impactos nanceiros incidentes durante o período de per -

manência com o carro:

IPVA

O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores é devido anualmente.

A sua alíquota varia de Estado para Estado, normalmente no intervalo entre 2 a 4% do

valor do carro.

Conforme a legislação estadual, podem ocorrer descontos aplicáveis em função

das características do veículo (como tipo de combustível, por exemplo) ou em função de

características do proprietário (como para “bons condutores”, que não possuem multas

no ano anterior).


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Licenciamento

É o processo de emissão do Certificado de Registro e Licenciamento do Veícu-lo (CRLV), que deve ser renovado anualmente. Também costuma variar de Estado

para Estado.

DPVAT

Trata-se do Seguro para Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores

de Via Terrestre. É pago anualmente por todos os proprietários e possui um valor

unicado nacionalmente.

Seguro Particular

Como se sabe, é importante proteger o seu patrimônio e, principalmente, estar

resguardado contra danos causados a terceiros. Considerando a realidade brasileira,

acredito que o seguro é indispensável para a grande maioria das pessoas.

No que se refere à propriedade do veículo em si, a proteção é importante porque

os gastos com reparos subiram muito nos últimos anos. Além disso, é fundamental se

precaver contra eventuais perdas do veículo, envolvendo colisões ou furtos e roubos.

Essa situação é ainda mais relevante quando o veículo está nanciado. Anal, se

você tiver a perda do carro, obviamente deverá cumprir sua obrigação referente ao pa-

gamento da dívida. Quando estava escrevendo este livro, recebi inclusive três relatos de

pessoas que estavam justamente atravessando esse imenso desao de terem de conti-

nuar pagando por algo que já não possuíam.

Mais imprescindível ainda é a proteção contra terceiros, porque podem ser cau-

sados danos a outros bens e pessoas, sendo impossível prever a extensão dos custos.


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Lembre-se de que os prejuízos podem ser altíssimos, em hipóteses como colisões contra

veículos sosticados.

O seguro é o custo com maior variação em função de diversos fatores, como mo-

delo do carro, perl dos condutores, região, momento da contratação e condições de uso.

Adicionalmente, é interessante checar informações acerca do Índice de Furto dos

carros pretendidos, o que também impacta no custo da apólice.

Os gastos com o seguro tendem a crescer com o passar do tempo. E vale lembrarque o seguro de veículos é o item que mais aumentou em toda a história do Plano Real.

Na hora de realizar a cotação, procure comparar diversas opções porque a pesquisa

pode resultar em grandes economias. Mas, recomenda-se a contratação apenas de se-

guradoras de “primeira linha”, para evitar dores de cabeça futuras.

Finalmente, outra recomendação expressa é realizar a cotação do(s) carro(s) pre-tendido(s) ANTES da compra, para saber exatamente quais serão os custos envolvidos

para o seu perl, bem como para evitar surpresas desagradáveis futuramente.

Consumo

Esse gasto merece bastante atenção. Analise qual é o tipo de combustível do ve-

ículo, que pode ser “monofuel” (somente um tipo) ou abastecido por meio de dois oumais combustíveis. Avalie o que tende a ser mais vantajoso para você, considerando as

suas condições de uso (conforme denido no Capítulo 3).

O custo com o consumo também costuma apresentar grandes variações de-

pendendo do carro escolhido. Por isso, recomenda-se uma pesquisa detalhada an-

tes da compra.


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Para ter estimativas, consulte o site do INMETRO, que tem realizado testes anuais,

bem como procure informações em revistas e sites especializados.

Vale buscar também relatos de proprietários (principalmente da sua região ou que

façam um uso semelhante ao seu), para ter uma visão mais próxima da sua realidade. Res-

salte-se que o consumo também pode variar bastante em função do modo de condução.

No Brasil, temos a ampla participação no mercado dos motores Flex (exíveis em

combustível), que funcionam com gasolina e etanol, o qual somente tem preço competi-

tivo em determinadas épocas e em regiões especícas. As teóricas vantagens precisam

ser analisadas caso a caso, principalmente porque esses motores já provaram que são

menos ecientes do que os antigos movidos somente a um combustível.

Algo que merece ser observado é a eciência do veículo comparando-se o consumo

com os dois tipos de combustível. Isso porque a teórica desvantagem do etanol quando

seu preço ultrapassa os 70% da gasolina (regra que tem prevalecido no mercado) nem

sempre é aplicável para todos os carros.

Porém, uma vantagem indiscutível dos motores ex é a diminuição do risco de abas-

tecer somente com um combustível, o que pode ter altos impactos nanceiros em caso

de desabastecimento ou altas signicativas de um deles em função das condições do

mercado, inclusive internacional.

Em relação a veículos a diesel, é importante lembrar que não são vantajosos para

todos. Os ganhos pela economia no preço do combustível (que é subsidiado pelo gover-

no) somente tendem a compensar para pessoas que rodam quilometragens muito altas

ou pretendem car com o veículo por um bom tempo. Adicionalmente, embora o motor a

diesel seja mais durável, os custos com a aquisição do carro, manutenção e seguro ten-

dem a ser maiores. Faça suas contas com atenção.


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É essencial ainda levar em conta qual é o combustível recomendado pela fabricante,

podendo ser de qualidade premium (principalmente nos carros com injeção direta), aditivado

ou comum. Isso é algo que pode causar uma signicativa diferença ao longo do tempo.

Um outro mito, ainda presente na cabeça de muitos, é o de que “quem compra um

carro de padrão relativamente superior não deve se preocupar com consumo”. Trata-se

de um equívoco das pessoas que não têm consciência nanceira.

Anal, esse custo não pode ser desprezado em hipótese nenhuma, inclusive no

caso de carros mais luxuosos. Confesso que já ouvi pessoas de absolutamente todas as

classes sociais realizando comentários sobre o consumo de seus carros. Aliás, mesmo

nos segmentos mais sosticados, há muitas notícias recentes relativas à preocupação

das fabricantes com economia de combustível.

Recomenda-se, ainda, que você abasteça somente em postos com qualidade, sem

histórico de adulterações, e evite as aparentes economias por centavos, que podem re-

presentar gastos e transtornos futuros.

Finalmente, vale lembrar, para os apreciadores da consciência ecológica, que é in-

teressante optar por veículos mais ecientes que emitam menos poluentes. Dessa forma,

causam menos impacto ambiental. Além disso, a tendência é que combustíveis alternati-

vos ganhem cada vez mais espaço e competitividade.

Revisões periódicas

Antes de comprar o carro, pesquise profundamente acerca da qualidade e preços

de manutenção praticados pela marca, como já foi comentado no Capítulo 4. Ressalta-

se novamente que, dependendo da concessionária, não há garantia de serviços especia-

lizados e com a qualidade teórica que seria esperada.


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Consulte como funciona o plano de revisões da fabricante, especialmente qual é o

intervalo de quilometragem e o prazo para cada revisão. Existem marcas que denem o

intervalo máximo em apenas 06 meses, o que pode causar maiores impactos nanceiros

e a inconveniência relacionada ao tempo e deslocamento necessários.

Além disso, conrme se as revisões têm preço tabelado e lembre-se de consultar, no site

da marca, o preço de cada uma, vericando se estão inclusos os custos com mão de obra.

Normalmente, a validade da garantia é condicionada à realização periódica das re-

visões na rede de concessionárias. Nesse sentido, alguns casos que merecem especial

atenção são aqueles que envolvem longos períodos de garantia, acompanhados de

preços exorbitantes no pós-venda.

Por isso, tenha bastante atenção em relação à marca e ao tipo de manutenção que

você implementará.

Uma situação comum, no entanto, envolve os casos nos quais os proprietários preferem

deixar de fazer as revisões na rede de concessionárias, optando por “ocinas e mecânicos

particulares”, especializados ou não. Também é frequente o comportamento de ignorar a

manutenção preventiva com o objetivo de “economizar”, atitude totalmente desaconselhável.

Caso opte pela realização da manutenção em ocinas particulares, é de extrema

importância buscar estabelecimentos com mão-de-obra realmente qualicada. Reitera-se

que essa decisão pode afastar a proteção pela garantia, caso ela ainda esteja no teórico

prazo de validade.

Considerando a complexidade da tecnologia embarcada dos carros atuais, não bus-

que economia a todo custo e sempre se lembre do velho ditado de que “o barato pode

sair caro”.


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Por m, reitero que é de extrema importância a realização da manutenção preventiva

cumprindo à risca aquilo que está preconizado no manual do proprietário, principalmente

envolvendo trocas de uídos, ltros e correias. Para mais detalhes e dicas importantes e

reveladoras, consulte a entrevista-bônus com o especialista Daniel Kosma.

Peças e mão-de-obra

Além do custo das revisões programadas, pode ser necessário trocar peças não

cobertas pela garantia (normalmente as de desgaste natural), bem como a realização de

outros reparos. Aliás, temos um mercado com peças de reposição cada vez mais caras.

Deve-se levar em conta, ainda, o custo da mão de obra (principalmente no caso de

optar por revisões em concessionárias). Esse gasto tem sido afetado pela alta da inação

dos serviços nos últimos anos. Além disso, merece cuidado a prática de algumas marcas

que divulgam tabelas de preços de revisões que não incluem o custo da mão de obra,

deixando-o a critério de cada estabelecimento.

Para ter uma ideia sobre os preços das peças, é interessante consultar revistas es-

pecializadas que, em determinados casos, fazem cotações das chamadas “cestas de pe-

ças”. Normalmente, essas informações encontram-se nas edições especiais que avaliam

as melhores opções do ano para compra.

Se quiser fazer a cotação por conta própria, selecione peças como amortecedores,

discos, pastilhas de freio, buchas, coxins, faróis, para-choques e retrovisores. Se estiver

comparando veículos, faça orçamentos especícos para cada modelo.

Finalmente, para veículos com projetos globais, existe a opção de importar peças. Em

determinados casos, essa possibilidade pode ser altamente vantajosa nanceiramente, mas

requer uma avaliação cuidadosa e o respeito à legislação vigente, principalmente tributária.


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Pneus

Os pneus costumam ter um elevado preço, que varia bastante de acordo com asmedidas e marcas. Antes de comprar um carro, é interessante pesquisar quanto custam

para evitar surpresas futuras.

Geralmente, quanto maior é seu potencial de desempenho, maior é o preço e

menor é a durabilidade. Pneus com aros maiores, mais largos e com perl menor tam -

bém costumam ser mais caros. Mas não existe uma regra absoluta para isso, valendo a

pena a pesquisa para cada caso, inclusive para avaliar se, na medida buscada, existem

várias ofertas de marcas diferentes, ou não.

Os pneus, em hipótese nenhuma, podem ser avaliados simplesmente pela estética.

Isso porque eles têm enorme importância na segurança, considerando que são os úni-

cos pontos de contato do carro com o solo. Dessa forma, não vale a pena tentar econo-

mizar comprando unidades com qualidade duvidosa.

É aconselhável, portanto, a escolha da marca que originalmente equipa o carro ou

de outras fabricantes de “primeira linha”. Além disso, cuide da manutenção deles, reali-

zando o rodízio, alinhamento e balanceamento periódicos (conforme indicado no manual

do carro ou pela marca dos pneus), não se esquecendo de computar esses gastos para

ns de avaliação do impacto nanceiro.

Adicionalmente, cuide sempre da calibragem adequada para as condições de uso e

verique a existência de danos, como bolhas no perl.

Lembre-se, ainda, de que os pneus devem ser trocados quando há danos irrepará-

veis ou decorre o prazo de validade. Porém, a condição mais comum é o momento em

que é atingido o TWI (Tire Wear Indicator).


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O TWI é uma pequena saliência de borracha no interior do sulco do pneu, que mostra

se o sulco está abaixo de 1,6 mm. Esse é o mínimo aceitável pela lei. Se estiver abaixo,

além de prejudicar seriamente sua segurança, poderá acarretar uma multa. Obviamente,

nunca deixe o pneu car “careca”.

6.2.3 Custos esporádicos durante a propriedade

Existem algumas despesas que têm caráter eventual ou esporádico, variando em

conformidade com o comportamento ou preferências do proprietário, bem como em fun-

ção de aspectos regionais:

Multas

Evidentemente, trata-se de um custo variável, que pode nem existir, dependendo

do seu comportamento ao volante. Porém, é bom lembrar que acabam se reetindo nos

custos relacionados ao carro, principalmente considerando a realidade da “indústria das

multas” observada no país.

Estacionamento

Trata-se, novamente, de um custo que nem todos enfrentam. Muitas pessoas têm

esse gasto xo no domicílio, trabalho ou estabelecimentos de ensino. Outros arcam com

essa despesa esporadicamente.

Há também o aspecto de que esses custos variam bastante, conforme a região, e

costumam ser mais elevados nas capitais.

Para quem vive em apartamentos e possui uma vaga com IPTU separado, é interes-

sante levar em conta também esse ponto na hora de computar as despesas.


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Lavagem:

Mais uma vez, abordamos um custo que não é sempre aplicável. Obviamente, elevaria em função das condições regionais e da preferência do proprietário, que pode inclu-

sive optar por realizar as limpezas por conta própria.

Existem, também, outros tipos de serviços estéticos, como polimento, os quais de-

vem ser incluídos nas contas.

Taxa de Inspeção Veicular

Trata-se de um tributo referente à atividade, realizada na esfera municipal, de ve-

ricação das condições de manutenção e emissão de poluentes liberados pelos esca-

pamentos dos veículos. Esse procedimento ainda não foi implementado em todas as

cidades, motivo pelo qual você deve vericar se é obrigatório ou não no seu município.

Além disso, quando comprar veículos usados provenientes de cidades onde é obri-

gatória a inspeção, verique a sua regularidade antes de concluir o negócio. Por m, em

determinados municípios, pode ocorrer a isenção nas hipóteses de aprovação do veículo

no teste.

Pedágio

Para nalizar a lista de gastos eventuais, os pagamentos em pedágios também de-

vem ser considerados no seu planejamento nanceiro, principalmente se você tem essa

despesa regularmente nos trajetos realizados.

Em alguns casos, podem incidir custos de mensalidade referentes a mecanismos de

cobrança automática, quando os proprietários optam por instalar dispositivos que permi-

tem passar pelas praças de pedágio sem parar.


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6.2.4 Venda do carro

Hoje a maioria das pessoas tem consciência de que carro não é investimento, como já dissemos. É aconselhável, no entanto, pensar nas futuras condições de venda, princi-

palmente porque há signicativas diferenças nos impactos nanceiros provocados pelos

diversos modelos de automóveis.

Desvalorização

É um dos itens que mais impacta nanceiramente, variando em função de uma série

de fatores, relacionados ao carro em si e ao mercado.

Inicialmente, é essencial checar o histórico da marca (que pode ter, por exemplo,

um retrospecto de manutenção complicada e cara, e isso impacta na desvalorização,

sendo que o oposto também ocorre para marcas conáveis) e do modelo (inclusive das

gerações anteriores) para ter uma ideia geral preliminar.

Além disso, alguns aspectos relacionados ao carro (como aqueles que deixam de

serem fabricados ou sofrem grandes mudanças) ou excesso de reclamações nos diver-

sos meios de comunicação podem trazer impactos signicativos.

Evidentemente, o estado de conservação do carro também inuenciará no mo-

mento da venda (mas nem tanto como deveria, o que pode ser ruim ou bom, dependendo

se você é o vendedor ou o comprador, como veremos mais adiante).

Geralmente, os carros tendem a apresentar desvalorizações compatíveis com as

categorias a que pertencem, embora existam grandes variações especícas para cada

modelo. Na maior parte das vezes, os carros mais acessíveis (populares) das marcas

mais tradicionais são os que costumam ter menores desvalorizações.


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Por outro lado, os carros com maior nível de sosticação, tendem a apresentar

maior desvalorização. Como são vendidos a preços mais elevados, acabam sofrendo

uma depreciação mais acentuada.

Outro ponto relevante é que, infelizmente, muitos carros com padrão superior são

comprados meramente pelo status que proporcionam. Desse modo, em pouco tempo,

tendem a se desvalorizar mais aceleradamente, inclusive pelas trocas contínuas que

esse tipo de público realiza.

Com o passar do tempo, a manutenção dos carros com maior luxo também ca mais cara

e muita gente não tem condições de arcar com as despesas. Isso se reete na depreciação.

Essa desvalorização dos veículos mais sosticados é ainda afetada porque muitos

consumidores, que apenas enxergam o Preço de Compra, acabam optando por um carro

novo em vez de um usado com mais qualidade.

Levando em conta a desvalorização de modo geral no mercado, ao sair da loja, o

carro sofre uma perda de no mínimo 12% do seu valor. Na média, a depreciação anual

no Brasil tem sido de aproximadamente 17%, podendo chegar a até 25% em função das

características de cada veículo.

Esses números podem, no entanto, variar bastante em função de utuações na

economia, considerando, por exemplo, movimentos inacionários e deacionários, bem

como as próprias condições do mercado automotivo.

Liquidez e “Preço Efetivo de Venda”

Liquidez é a facilidade com a qual o carro pode ser convertido em dinheiro, sem

perda signicativa de seu valor. Quanto mais rápido e eciente for o processo, maior

será a liquidez.


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Todavia, nem sempre é possível receber o valor que pedimos no nosso usado. Ge-

ralmente, quanto maior a pressa e a busca por conveniência, menor será o valor obtido.

Além disso, também pode ser difícil de se conseguir o valor indicado pela tabela FIPE,

que é o principal referencial do mercado.

Desse modo, o “preço efetivo de venda” pode ser inferior ao padrão médio vericado

no mercado.

Considerando as variadas regiões do país, é possível que determinados carros te-

nham maior ou menor participação e aceitação no mercado, o que se reetirá na liquidez

e no preço de venda.

6.2.5. Custo de oportunidade

Como nosso objetivo é calcular o Impacto Financeiro Total (não apenas os gas-

tos) do carro, vamos incluí-lo na nossa lista. Basicamente, é o custo decorrente de uma

alocação de recursos em uma escolha quando comparado com alternativas renunciadas.

Explicando de um modo mais simples: quando você gasta para comprar um carro,

você deixa de realizar uma aplicação nanceira, por exemplo. Esse impacto, obviamente,

se acentua na compra de carros adicionais.

Para referência geral, acredito que pode ser utilizada a Taxa Selic como parâmetro

comparativo. Dessa forma, para calcular o custo de oportunidade, verique o quanto você

obteria caso optasse (ao invés de gastar o preço de compra do carro) por investir em algo

com retorno próximo à referida taxa.

Essa ideia é interessante para um cálculo rápido e simplicado. Se você quiser

aprofundar a análise, utilize alguma aplicação nanceira real, incluindo aspectos como

o Imposto de Renda aplicável.


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http://www.fipe.org.br/web/index.asp%3Faspx%3D/web/indices/veiculos/introducao.aspx

http://www.fipe.org.br/web/index.asp%3Faspx%3D/web/indices/veiculos/introducao.aspx





momento em que quitam, já partem para uma nova dívida. Creio que essa não é a melhor

forma de gerir o patrimônio.

Por m, lembre-se de que um nanciamento sem entrada pode representar uma

dívida sem saída. Desse modo, procure nanciar o menor montante possível, porque não

é aconselhável, do ponto de vista econômico, o nanciamento de bens que se depreciam.

Anal, em algumas situações, o valor da dívida pode se tornar superior ao do bem.

6.3 Quanto você pode efetivamente pagar,levando em conta toda a Estrutura de Preços?

Agora que você já conhece a Estrutura de Preços dos Carros no Brasil, a segunda

ação é justamente pesquisar para ter uma ideia de quanto aquele determinado veículo

pode impactar no seu orçamento, principalmente considerando as despesas efetivas

mensais e anuais.

A Estrutura, embora aplicável a todos os veículos, apresenta números muito diver-

sos de carro para carro, considerando as especicidades de cada modelo. Além disso,

carros do mesmo segmento e com preços de compra parecidos também podem apresen-

tar números bem diferenciados ao longo do tempo.

Por m, recomendo que avalie o seu orçamento pessoal e familiar para analisar qual

seria o montante máximo percentual de impacto admissível.

6.3.1 O carro como instrumento de obtenção de renda

Um aspecto bastante relevante, pensando no lado nanceiro, é avaliar se o carro

será usado como meio de obtenção de renda.


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Há situações em que essa relação é direta, como nos casos de uso para o trabalho,

envolvendo o seu próprio transporte ou de clientes ou cargas.

Mas há casos também de impacto indireto, como nas hipóteses de ser utilizado

para estudo ou como ferramenta de marketing, algo que, lamentavelmente, alguns pros-

sionais necessitam para captação de clientes.

Sabemos que o carro é, infelizmente, um objeto de status, principalmente no Brasil.

Esse assunto, inclusive, será devidamente analisado no Capítulo 7.

6.4 Compre o carro possível, conforme suascondições

Para manter em boas condições as suas nanças pessoais e familiares, é essencial

comprar um carro que esteja de acordo com sua capacidade econômica.

Sobre o momento da compra, é importante lembrar que a melhor hora para adqui-

rir um carro é aquela que o próprio consumidor decidiu ao constatar que possui as

condições nanceiras necessárias para tanto. Se houver alguma condição externa fa-

vorável, como promoções, será apenas um componente adicional positivo.

Considerando os altos preços dos carros zero quilômetro, é possível que você che-gue à conclusão de que a compra está além das suas possibilidades nanceiras. Você

pode, ainda, se recusar a pagar o valor cobrado.

Nesses casos, existe a opção de buscar outros meios de transporte ou adquirir um

usado, desde que em ótimas condições, como detalharemos no Capítulo 8.


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Caso tenha vericado que o seu orçamento familiar não permite, no momento, a

compra de um carro, ainda que usado, busque alternativas até que você possa superar

essa situação e lembre-se de que “nem todo mundo pode ter um carro”, como já escre-

veu, certa vez, o educador nanceiro Conrado Navarro.

6.5. Compre um carro que atenderá vocêpor muito tempo

De acordo com estimativas apresentadas pelo Sr. Sérgio Habib, presidente da JAC

Motors, o brasileiro ca com um carro por 32 meses, em média. Esse número é bem infe-

rior quando comparado, por exemplo, à média de 60 meses existente na França.

Na minha opinião, esse é um comportamento questionável e insustentável, porque

os automóveis são bens duráveis e devem ser tratados como tal.

As sucessivas trocas trazem elevados impactos nanceiros e, em muitos casos, não

têm fundamento real plausível, pensando estritamente nas condições de uso do carro. A

questão do impacto ambiental resultante também deveria ser levada em conta.

Realmente, avaliando o lado nanceiro, costuma ser vantajoso car com o mesmo

veículo pelo maior tempo possível.

Por isso, reitera-se a importância da escolha, que deve ser bastante criteriosa. Para

tanto, é preciso considerar inclusive a robustez, durabilidade, disponibilidade de peças e

facilidade de manutenção, com o objetivo de assegurar o uso do carro por um bom período.

Este estudo publicado pela Revista Exame traz estimativas interessantes mostrando

que, na maioria dos casos, compensa permanecer com o carro por mais tempo.


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http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/noticias/manter-carro-por-10-anos-custa-menos-do-que-trocar-de-carro/

http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/noticias/manter-carro-por-10-anos-custa-menos-do-que-trocar-de-carro/





Mas você deve estar se perguntando: “Será que dá mesmo para car com um carro

por muito tempo?”.

A resposta é sim, mas depende de dois fatores importantes:

(i) Da escolha de um bom carro, considerando sua qualidade, segurança e

custo-benefício; e

(ii) Da manutenção (inclusive preventiva) e conservação de forma adequada.

6.6 Impactos Financeiros dos veículos maiores

Os carros maiores, na maioria das vezes (não em todas), costumam ser mais onero-

sos. Isso é acentuado no caso dos SUVs e caminhonetes que, pelas próprias caracterís-

ticas de design e construção, geram mais gastos do que os automóveis.

Normalmente, os veículos mais avantajados apresentam maior consumo em fun-

ção do seu peso. Dependendo do modelo, a aerodinâmica também pode impactar nega-

tivamente no gasto com combustível.

Ainda em razão do peso e tamanho, necessitam de pneus maiores e mais caros.

Se forem de uso misto (asfalto e terra), tendem a se desgastar mais rapidamente.

Em relação ao seguro, custos maiores também são altamente prováveis, principal-

mente no caso de veículos importados e movidos a diesel. Os gastos com estaciona-

mento e lavagem também podem ser mais elevados para os carros maiores.

Além disso, a desvalorização é provavelmente o componente nanceiro que mais

merece atenção. De modo geral, quanto mais elevado é o segmento a que pertence o


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veículo, maior tende a ser a depreciação. Isso decorre em grande parte dos crescentes

custos de manutenção ao longo do tempo, algo com maior impacto nos carros mais so-

sticados em termos de tecnologia.

Por exemplo, o segmento dos SUV costuma apresentar grandes desvalorizações.

Por m, analisando os carros com tração 4x4, pode-se dizer que os seus impactos

nanceiros tendem a ser mais elevados. Começam no momento da compra porque existe

um preço adicional para sua aquisição. Acentuam-se na manutenção em função da exis-

tência da peças mais caras e necessidade de outros cuidados especiais. Além disso, o

consumo tende a ser mais elevado ao rodar com o sistema ativado, bem como em função

do peso adicional dos seus componentes. Isso tudo se reete também na maior desvalo-

rização dos veículos 4x4.

6.7 A “Regra de Ouro” envolvendo carrose finanças:

Pensando nos veículos em si e em toda a Estrutura de Preços dos Carros no Brasil,

existe uma “Regra de Ouro” que os divide em dois grupos:

(i) Carros mais Caros para serem Comprados e mais Baratos para serem Mantidos; e

(ii) Carros mais Baratos para serem Comprados e mais Caros para serem Mantidos.

Carros mais Caros para serem Comprados e mais Bara-

tos para serem Mantidos

Há carros que têm um “Preço de Compra” um pouco mais elevado, mas, ao longo

do tempo, tendem a ser mais compensadores quando analisamos as nanças de forma


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“Preço é o que você paga e valor é o que você leva.”

Warren Buffet


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CAPÍTULO 07

Observar os Desejos: a vez doLado Emocional e o cuidado

com o Status e o Marketing

Como tomar decisões maisconscientes, evitando as influências

das pessoas, do Marketing e da

Psicologia do Consumo


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Capítulo 07 - Observar os Desejos: a vez do Lado Emocional e o cuidado com o Status e o Marketing

Como acredito na importância de valorizar o equilíbrio em várias áreas

da vida, entendo que, após analisados os itens anteriores, também

devemos conciliar os aspectos relacionados aos nossos desejos,

gostos e emoções.

Percebeu que nesse item não há a palavra “análise”? Pois é, agora

que sua mente examinou todos os aspectos anteriores e você chegou até aqui com al-

guns modelos no radar, é hora de “ouvir o seu coração e sua intuição”.

A vida não pode ser apenas racional e as nossas emoções e gostos também devem

ser valorizados (não hipervalorizados infantilmente, ressalte-se). Beleza, cores e sensa-

ções não podem ser deixadas de lado.

Nesse momento, é hora de apreciar o design externo, interno e tudo aquilo que faz

você se sentir bem e gostar daquele modelo. Também cabe valorizar características

que são legais simplesmente porque você “curtiu”.

O lado emocional está aqui, em caráter complementar , em função da realidade

que temos no Brasil, onde muitos carros não têm níveis de qualidade e segurança satis-

fatórios, além de serem caríssimos.

Por conta desse cenário, percebe-se como são problemáticas as rotineiras compras

impulsivas, baseadas apenas em alguns elementos sentimentais.

Por exemplo, você pensaria em escolher uma determinada vassoura apenas por -

que tem adesivos como “adventure” ou “super sport”? Você acha que esses apetrechos

alterariam em alguma coisa a qualidade e o uso do utensílio? Parece óbvio que não,

certo? Pense nisso em relação aos carros e evite compras movidas apenas por coisas

sem sentido.


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É claro que, se você conciliou os passos anteriores e ainda pode car com um carro

com aparência bacana, siga em frente e seja feliz.

Antes, porém, é fundamental ter uma ideia melhor sobre os elementos sociais que

podem comprometer e inuenciar suas verdadeiras emoções. Anal, as escolhas ba-

seadas apenas em fatores emocionais e sociais costumam trazer consequências negativas.

O aspecto mais importante é evitar seguir o padrão de pensamento que associa o

carro a status, imagem e meio de expressão da própria personalidade.

É sempre importante lembrar que “ninguém é o carro que possui”, devendo ser

evitada a inuência de aspectos emocionais que vinculam ao bem algum tipo de com-

pensação de caráter psicológico.

Em relação às compras impulsivas, vale destacar que os carros são máquinas ex-

tremamente complexas, compostos por milhares de componentes, que trafegam nas pre-

cárias superfícies existentes no Brasil. Dessa forma, embora eu reconheça o valor de

comprarmos bens compatíveis com nossos desejos, é extremamente importante que a

escolha do seu carro seja feita de forma consciente.

Para tanto, é necessário planejar, pesquisar, testar e conrmar uma série de infor -

mações relevantes antes de focar no design e nos aspectos emocionais.

7.1 Sociedade e Psicologia do Consumo

O processo de vinculação do ego a bens materiais, estudado pela Psicologia do Con-

sumo, iniciou-se após a Primeira Guerra Mundial, quando o consumo deixou de ser orientado

apenas pelas necessidades (nitas) e passou a ser norteado pelos desejos (innitos).


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É importante deixar claro que as marcas e os responsáveis pelo marketing estão

simplesmente fazendo o seu papel. Fabricam e divulgam seus produtos, cobrando o pre-

ço que acham conveniente. A responsabilidade pelas compras sempre é do consumidor,

que detém o poder de escolher entre os bens ofertados.

7.2.1 A propaganda é a alma do negócio?

Sim, há fortes indícios de que o marketing tem sido muito importante para o

sucesso dos carros no Brasil. Para ilustrar essa constatação, uma marca, que tem

feito um grande sucesso, gastou em propaganda o montante de R$ 996,9 milhões

somente em 2012.

Essa quantia praticamente bilionária representou um investimento de R$ 11.550 por

carro vendido, conforme dados do Ibope Monitor.

Esses valores são realmente impressionantes. Mas, considerando que não

é a primeira vez que esses gastos são realizados, é muito provável que estejam

dando retorno.

Por outro lado, conhecemos diversos casos de carros de boa qualidade que

acabam tendo vendas pífias por conta dos baixos esforços de algumas marcas na

divulgação. Com menos participação no mercado, tendem a apresentar custos mais

elevados de manutenção e dificuldades de revenda, o que também se reflete na

maior desvalorização.

7.2.2. A influência do Marketing na escolha de qual

carro comprar


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“Mais do que nunca, nós expressamos quem somos por meio

daquilo que compramos e como usamos aquilo que compramos.

Extensões de nossas personalidades, totens de quem somos,

lembretes de quem somos ou de quem gostaríamos de ser.”

Seth Godin

Conforme comentado, o desenvolvimento da publicidade no século passado contri-buiu para mudar o foco do consumo, que deixou de ser norteado pelas necessidades e

passou a ser baseado nos desejos.

Com técnicas persuasivas que focalizam em diversos aspectos psicológicos, a pro-

paganda tem um forte apelo no convencimento das pessoas, principalmente ao vincular

o bem ao ego.

Dessa forma, muitos escolhem os carros pensando numa lamentável estratégia de

“construção de imagem”. Em busca de status, utilizam os veículos para expressar suas

personalidades. Esse comportamento não tem fundamento considerando que “ninguém

é o seu carro”.

Por exemplo, perceba como não deveria fazer sentido a armação de que determi-

nado carro é de “tiozão”. Por acaso, você já ouviu alguém dizer que um aparelho de ar-

condicionado é de “tiozão”?

Também se deve evitar que o carro seja utilizado como meio de inserção social.

Se para participar de um grupo de relacionamento ou frequentar certos ambientes você

precisa de determinados carros, pense bem se vale a pena esse tipo de aproximação.


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Adicionalmente, um dos efeitos mais complicados do uso do marketing diz respeito

ao posicionamento de um carro numa categoria acima do que ele efetivamente merece.

Essa estratégia baseia-se no fato de que os consumidores decidem pagar considerando

o “valor percebido”, e não o “valor real”.

Há casos em que as propagandas conseguem construir um apelo incompatível com

o que o carro oferece na prática. Quem compra nessas condições está levando “gato por

lebre” e provavelmente se frustrará no futuro.

Algo ainda mais problemático são as propagandas enganosas, que, às vezes, in-

formam dados essenciais equivocados. Para se ter uma ideia, mesmo em mercados mais

desenvolvidos, como o americano, essas práticas ainda ocorrem. Por isso, recomenda-

se atenção redobrada em relação aos anúncios.

Atualmente, diante das milhares de opções no mercado de consumo, a disputa

pela atenção e pelo bolso dos consumidores está cada vez mais acirrada. Nesse con-

texto, parece valer de tudo, inclusive a veiculação de propagandas e ações com gosto

altamente duvidoso.

7.2.3. Algumas estratégias de marketing que merecem

reflexões

A ideia, neste momento, é pensar sobre alguns exemplos de táticas normalmenteempregadas no segmento automotivo. Vejamos algumas delas:

1. O senso de exclusividade, valorizado por muitos, é bastante explorado em de-

terminados nichos;

2. O aspecto “aspiracional” trabalha com elementos dos sonhos e desejos pro-

fundos dos consumidores. Mas é importante lembrar que a simples compra do carro


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não mudará a sua vida. De fato, não basta adquirir um carro 4x4 para, num passe

de mágica, passar a subir montanhas, atravessar atoleiros e vivenciar as paisagens

no campo. Isso somente ocorrerá se a compra for acompanhada de uma mudança

de vida, o que, como sabemos, é raro.

3. Na tentativa de representação do carro como uma conquista, são utilizadas fra-

ses como: “você fez por merecer” e “para quem está indo bem”;

4. Outra estratégia é a mudança das siglas dos modelos, criação de séries “espe-

ciais”, adoção de apetrechos e adesivos inúteis, como os existentes nos famigerados

“aventureiros urbanos” (que geralmente são veículos convencionais, com simplesalterações estéticas por meio de plásticos e acessórios, que não mudam as caracte-

rísticas essenciais do carro e pouco acrescentam para o uso no fora-de-estrada); e

5. Considerando a questão de imagem, vemos que, às vezes, são adotados compo-

nentes nos próprios carros que não seriam os mais aconselháveis do ponto de vista

da engenharia. Como exemplo, temos os pneus com perl excessivamente baixo

para enfrentar as péssimas superfícies das vias brasileiras;

Adicionalmente, o apelo pela compra do “último modelo” merece toda a cautela

por parte dos consumidores. Essa tática baseia-se na tendência mundial de “neo-

lia”, isto é, obsessão pelo novo. Dessa forma, as marcas tentam “turbinar” o número

de lançamentos, usando estratégias de vários tipos que, em muitos casos, não têm

fundamentos sólidos.

Essa conclusão leva em conta que vale praticamente de tudo para poder usar as

palavras “novo” ou “new”. Na maioria das vezes, são aplicadas equivocadamente porque

não ocorreu a mudança efetiva de geração (com um novo projeto completo) e sim apenas

um mero “facelift”, traduzido em pequenas mudanças estéticas principalmente na frente

e traseira.


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Dessa forma, é importante ter consciência para evitar compras baseadas apenas

no fator necessidade, bem como constantes mudanças de carro apenas para possuir o

“carro do ano”.

7.3 Status e Imagem

“Não se mede o valor de um homem pelas suas roupas ou pelosbens que possui; o verdadeiro valor do homem é o seu caráter, suas

ideias e a nobreza dos seus ideais.”

Charles Chaplin

Infelizmente, esse tema precisa ser tratado porque estamos no Brasil e, na socieda-de ocidental, o consumo tem servido como modo de inserção social.

Escolher um bem pensando no que os outros vão pensar é algo que não possui um

fundamento plausível, se pensarmos de forma consciente.

No entanto, alguém poderia dizer: “Ah, mas no Brasil carro é status” . Sim, sei

disso. Mas, eu sinceramente não acho que isso é algo bacana, sustentável e que deveser perpetuado.

Lembre-se de que esse é um jogo competitivo sem m e as pessoas sempre es-

tarão lutando para se manter com uma “boa imagem”.

Aliás, esta frase do meu amigo Conrado Navarro resume bem: “Somos o país da


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percepção, do impacto social do consumo.” Aliás, convido você a acompanhar com

bastante atenção a especial e enriquecedora entrevista que eu realizei com o Conrado

Navarro, que é um dos bônus por ter adquirido este livro.

Nesse ponto, ressalte-se, os carros são vistos como “bens posicionais”. Esse ter-

mo econômico é usado para designar bens demandados não pelo uso que proporcionam,

e sim pelo status que oferecem em termos de posição social.

Novamente, atente: o consumo nessa hipótese está desvinculado do bem e de você,

porque é orientado para satisfazer expectativas e opiniões dos outros, numa clara in-

uência da pressão social.

Portanto, não entre nesse jogo destrutivo e não tente substituir o “SER” pelo “TER”,

em busca da aprovação alheia.

Perceba que comprar um carro esportivo não o torna um esportista. Assim como

comprar uma caixa de ferramentas com o adesivo “High Class” não o torna uma pessoa

da “classe A”. Novamente, o autoconhecimento, as prioridades e os valores individu-

ais devem ser as bases para pautar suas escolhas.

Mas, como já disse, procuro evitar radicalismos e sei que existem determinadas

pessoas que, pelas suas prossões, precisam de um carro que transmita status, como

ferramenta de marketing. Nesses casos, se o veículo serve para alavancar sua renda,

leve esse fator em conta, mas evite exageros que possam comprometer suas nanças.

Quanto à questão da imagem e aparência, é necessário tomar muito cuidado com

aquilo que parece, mas não é. Quando pensamos no mercado automotivo, temos que

lembrar que os projetos devem ser pautados pela eciência de acordo com a proposta

que apresentam.


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Por isso, perceba se o carro possui peças que não exercem a função para a qual

foram criadas, não servindo para nada, como falsos bagageiros, apliques, plásticos e gra-

des que não fazem o menor sentido. Em alguns casos, essas peças apenas atrapalham.

Finalmente, é claro que, se depois de todos os passos anteriores, você conseguir

chegar a um carro com uma imagem bacana, não há nada de errado nisso. Aliás, é ótimo

e curta sua nova conquista. Apenas não inverta a ordem do que realmente importa

para a SUA vida.

Para nalizar este tópico, lembro-me de ter visto um relato interessante de um em-

presário: para fazer um grande investimento no negócio, ele vendeu sua Mercedes e

optou por usar, temporariamente, uma Brasília da empresa.

Você certamente consegue imaginar a reação dos seus familiares, “amigos” e vizi-

nhos que o “julgavam” sem saber o contexto. Segundo ele, foi a melhor experiência para

descobrir quem eram as pessoas companheiras de verdade.

7.4 Obsolescência Programada

Os veículos são bens duráveis e não bens de consumo. Isso signica que a ex-

pectativa relativa ao tempo de sua utilização deve ser prolongada, visando ao pleno uso

das potencialidades do bem adquirido.

No sentido oposto, na nossa sociedade hiper-consumista, esses bens estão sendo

tratados como de consumo, descartáveis, utilizados por pouquíssimo tempo e logo as

pessoas acabam se sentido “enjoadas”.

Dessa forma, esses consumidores negociam seus carros em um curto espaço de


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tempo, tendo em vista a imaginária necessidade de “passar para frente” logo. Infelizmen-

te, as pessoas acabam enxergando os veículos como bens de consumo.

O conceito de Obsolescência Programada baseia-se na ideia de que os bens devem

durar por certo período ou devem se tornar antiquados antes mesmo que tenham sido

consumidos inteiramente.

No primeiro caso, temos a utilização de componentes que têm um prazo aproxima-

do de funcionamento. Mas, como já disse, os carros são bem duráveis e são concebidos

para durarem muito mais do que os cerca de 32 meses, que é o tempo médio de perma-

nência no Brasil, conforme já explicitado.

Para exemplicar, recentemente, houve o lançamento de um hatch com um câmbio de

dupla embreagem. Segundo a fabricante, a expectativa de durabilidade do conjunto seria

por toda sua vida útil, que foi estimada em 240 mil km. Esse dado não deve ser tomado

como regra, mas apenas como um referencial do que é imaginado pela própria fabricante.

O segundo caso é mais complexo porque envolve a intencional criação de me-

canismos que tornam o bem antiquado em termos de design. Nesse sentido, temos as

constantes atualizações e mudanças estéticas nos carros, em períodos muito curtos,

como a cada 2 anos, por exemplo.

Nessas pequenas mudanças (que não envolvem a mudança efetiva de geração),

sempre as fabricantes tentam utilizar a palavra “novo” para promoverem uma espécie

de relançamento do produto.

Perceba que isso não faz sentido porque se trata de um mesmo carro, não valendo

a pena, na maioria das vezes, a compra de modelos já ultrapassados, apenas porque

receberam uma sobrevida no seu longo ciclo de produção.


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7.5 Fatores Pessoais:

Pensando nas características pessoais que podem inuenciar no momento da com-

pra, determinadas ações movidas por aspectos emocionais podem ser prejudiciais, caso

não sejam consideradas no momento e na proporção adequada, devendo serem tratadas

com cautela.

Nesse sentido, merecem destaque a ansiedade e a crescente valorização do ime-

diatismo por parte dos consumidores. Essa ausência de paciência pode levar ao fecha-

mento de negócios ruins e precipitados apenas em função de um falso senso de urgência.

Como exemplo, cito o caso de uma pessoa conhecida que queria adquirir um carro

da cor dourada, mas acabou levando um prata apenas porque estava disponível à pronta

entrega. O resultado é que, menos de um ano depois, voltou à concessionária para en-

comendar o carro dourado, entregando o seu prata no negócio. Dessa forma, ela sofreuo impacto da alta desvalorização previsível em um caso assim.

Acrescente-se, como complicador, a falta de planejamento, que inclui todos os fa-

tores importantes considerados no “Método Seu Carro C.E.R.T.O.”. Quem prefere agir

de forma impulsiva normalmente acaba se arrependendo depois, e isso custa caro.

Por outro lado, se você já construiu um sólido patrimônio e possui uma idade maisavançada, creio que é interessante dar maior peso e espaço para o lado emocional. A-

nal, é importante colher (e saborear) os frutos daquilo que já plantou em sua vida.

Finalmente, em relação à escolha da cor do carro, compete a você avaliar o grau

de importância que dará ao seu gosto, quando confrontado com as preferências do mer -

cado, principalmente em relação à facilidade de revenda.


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Os aspectos mais relevantes a serem vericados no caso das cores são: visibilidade

noturna e diurna, retenção de calor, exposição a sujeira e riscos, discrição e se é uma cor

adotada pelos táxis na sua região.

7.6 Cuidado com o Efeito Halo:

Para chegarmos a conclusões realmente ecientes, precisamos tomar bastante cui-

dado com os mecanismos mentais que adotamos. Nesse sentido, é necessário se preca-

ver para evitar o “Efeito Halo”.

No livro “A arte de pensar claramente”, o autor Rolf Dobelli traz a seguinte denição:

“segundo o efeito halo, deixamo-nos ofuscar por um aspecto e, a partir dele, deduzimos

a imagem completa. Fala-se aqui em “halo” no sentido de círculo luminoso em torno de

uma gura sagrada”.

Em outras palavras, pode-se entender que se trata da nossa inclinação de julgar

algo tomando por base apenas um ou alguns aspectos, sem analisar todos os pontos que

seriam necessários para uma decisão realmente consciente.

Para ilustrar, vou citar um situação concreta. Em 2014, houve um acontecimento

(até então inédito), envolvendo o resultado de “cinco estrelas” alcançado por um carro

popular no crash test do LATIN NCAP.

Por conta deste resultado, muitas pessoas passaram a me perguntar: “Então, o ne-

gócio é comprar esse carro?”

Tendo em vista os aspectos relativos ao efeito halo, a resposta que procurei dar foi

a seguinte:


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“A análise do fator segurança deve ser prioritária. Mas, para escolher qual carro

comprar, não basta que ele seja seguro. Anal, existe uma série imensa de outros fatores,

técnicos e nanceiros, que precisam ser observados com atenção.”

Realmente, o simples fato de um carro ser seguro não demonstra que é um bom

veículo em outros quesitos. Por exemplo, já houve o caso de um SUV compacto que tam-

bém obteve cinco estrelas no teste de colisão e, após, recebeu uma avaliação negativa

num teste de longa duração de uma revista.

Diante do exposto, lembre-se da importância de aplicar, em sua plenitude, o

“Método Seu Carro C.E.R.T.O.”, que fornecerá elementos abrangentes na sua bus-

ca pelo carro ideal. E, de modo complementar, leia atentamente a extraordinária en-

trevista-bônus concedida pela especialista Adriana Rodopoulos sobre o tema “como

aperfeiçoar nossas escolhas, evitando inuências negativas”.


Perceba que não defendo a compra de carros utilizando somente critérios racionais.

É inegável que o design e a beleza são importantes também. Apenas devem ser concilia-

dos após a análise criteriosa dos outros aspectos que merecem prioridade.

Respeite os seus valores e tome atitudes com a tranquilidade necessária para uma

escolha com inteligência. Dessa forma, você evitará a atitude criticada na frase ampla -

mente conhecida de que:

“As pessoas compram o que não precisam com o dinheiro que não têm, para im-

pressionar pessoas de que não gostam.” , de Donald Olson.


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“A beleza das coisas existe no espírito de quem as contempla.”

David Hume


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CAPÍTULO 08

Carro zero quilômetro ou usado/seminovo? Uma visão diferente

para uma eterna dúvida

As vantagens e desvantagens doscarros novos e usados, por um

ângulo inédito, e o Conceito-Chave

para a boa compra de um usado


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Capítulo 08 - Carro zero quilômetro ou usado/seminovo? Uma visão diferente para uma eterna dúvida

novo, principalmente nos casos em que o veículo anterior serve como parte do pagamen-

to. Nessa última hipótese, preste atenção nos casos de sobrevalorização do seu usado

com consequente aumento na margem do carro novo que você pretende comprar.

Às vezes, a busca por um carro usado pode demorar muito tempo e ser um processo

extremamente desgastante.

Existem, ainda, diversas outras vantagens reais ou supostas, principalmente envol-

vendo aspectos subjetivos. Entre elas, muitos apreciam o tal “cheirinho de carro novo” e

o prazer de ser o primeiro a dirigir.

Algumas pessoas alegam também que não há a “energia” dos donos anteriores “im-

pregnada” no veículo. Por ser algo bastante pessoal e com bases, digamos, esotéricas,

ca a critério de cada um avaliar até onde isso pode ser relevante.

Finalmente, existem alguns grupos de pessoas que se beneciam de consideráveis

descontos na compra de carros zero quilômetro. Por exemplo, temos os Portadores de

Necessidades Especiais, os frotistas, os produtores rurais, os funcionários das monta-

doras etc. Nessas condições, aumentam as teóricas vantagens, porém, ainda assim, é

válido calcular se vale a pena a aquisição, lembrando que o Preço de Compra é apenas

um dos componentes da estrutura de Preços.

8.1.2 Desvantagens da compra de um carro novo:O risco sempre está presente em nossas vidas e nas nossas decisões. Essa ver-

dade universal não seria diferente no mundo dos carros, ainda mais considerando que

vivemos num sistema capitalista.

Por isso, é fundamental lembrar que essa compra também tem um grau de risco –

menor, mas presente.


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Os carros, mesmo novos, podem ser baseados em projetos antigos, ultrapassados,

que sairão de linha ou passarão por transformações relevantes. Acrescentem-se os ca-

sos em que sofreram danos no transporte até a concessionária, que não são entregues

no prazo previsto na hora da encomenda, que podem ser reprovados em posteriores

testes de institutos e da mídia etc.

Lembre-se de que há inúmeros relatos de insatisfação e protestos, problemas crôni-

cos, recalls que crescem a cada dia (sem contar os que deixam de ser feitos), falhas de

montagem (principalmente em carros de “primeira fornada”) etc.

Mas, sem sombra de dúvidas, a principal desvantagem envolve o lado finan-

ceiro. Afinal, novamente ressalto que temos carros caríssimos no Brasil e a des-

valorização é um dos componentes que mais impacta na Estrutura de Preços dos

Carros. Além disso, os gastos com IPVA são mais elevados no caso dos carros

zero quilômetro.

É preciso lembrar, ainda, que na compra de carros novos estão envolvidas muitas

margens de lucros e comissões, por parte das fabricantes, concessionárias e vendedo-

res, o que requer cautela adicional nas negociações.

Nesse contexto, lembre-se de que se paga muito, mas muito caro mesmo, para se

ter um carro novo no país.

8.2. Por que comprar um carro usado?

Não é novidade que existe uma série de críticas relativas à compra de veículos usa-

dos. Essas objeções são abundantes e você certamente conhece algumas.


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de 2014). O tema era qual carro cada jornalista da revista escolheria caso se tornasse mi-

lionário. Vale prestar atenção no conceito que ele adotou ao dizer que compraria um sedan

médio, ano 2011, de seu vizinho com apenas 7 mil km rodados: “(...) Claro que gosto de

carrões, mas acho que o preço do automóvel no Brasil é um desaforo. Me recuso a pagar o

que pedem, ainda que eu tenha o dinheiro. Atualmente, tenho outras prioridades.”

Vale lembrar, por m, que já existem iniciativas das fabricantes no sentido de criarem

“programas de venda de carros selecionados” nas suas redes de concessionárias. Em

alguns casos, há uma garantia especial para os referidos veículos, oferecidas principal-

mente pelas marcas premium.

8.2.1 Fundamentos relativos ao carro

Inicialmente, o objetivo é analisar os aspectos favoráveis dos carros usados do pon-

to de vista técnico.

8.2.1.1 “Carro novo mais simples x usado mais completo”:

Considerando “Preços de Compra” semelhantes, é possível adquirir um carro usado

com um padrão extremamente superior ao de um zero quilômetro.

Esse quadro se acentua quando falamos em populares novos, que costumam ofere-

cer baixos níveis de qualidade e segurança, conforme já discutimos. Vale lembrar, ainda,

que um carro, para merecer o adjetivo de “completo”, atualmente, deve contar, no míni-

mo, com freios ABS e airbag duplo.

Além disso, outra vantagem para o comprador do usado é que os opcionais e aces-

sórios normalmente não são computados no preço do carro, algo bem diferente do que

ocorre no caso dos zero quilômetro.


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8.2.1.2 O ano do projeto ou do lançamento da geração:

Este é um ponto muito importante e bastante esquecido. O seu detalhamento já foidiscutido no item 4.2 acima.

Na minha opinião, quando alguém decide comprar um carro ultrapassado (por estar

há muitos anos no mercado), é muito mais interessante a aquisição de um usado, porque

se trata do mesmo projeto (com pequenas alterações sem relevância, na maioria das

vezes). Além disso, evita-se o pagamento de um preço elevado por um zero quilômetro

que é antiquado.

8.2.1.3 O brasileiro troca de carro rapidamente:

Lembre-se do que foi comentado no item 6.5 acima sobre as trocas constantes dos

brasileiros. Como os veículos são bem duráveis, principalmente aqueles com padrão de

qualidade superior, essas trocas constantes não fazem sentido, causando enormes pre-

juízos nanceiros.

Por isso, quem compra um usado de pessoas que se desfazem do bem com muita

antecipação tende a ser beneciado porque paga um “Preço de Compra” bastante inferior

em função da desvalorização já consolidada.

A respeito dessa situação, lembro-me de uma conversa com um amigo cientista

que está vivendo nos Estados Unidos há pouco tempo. Ele comentou que “lá não exis-

tem seminovos como aqui no Brasil, e teve que comprar um usado com cerca de 100

mil milhas rodadas”.

Na verdade, a anomalia está no nosso mercado (como era de se esperar), e não lá.

Anal, a venda de carros com apenas dois anos de uso ou menos de 40 mil km rodados é


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algo que não tem fundamentos sustentáveis. Quem compra nessas condições, portanto,

tende a se beneciar bastante, desde que escolha com inteligência.

8.2.1.4 Um carro de qualidade e bem conservado pode du-

rar muito:

Desde que bem cuidado, com a manutenção bem feita, um carro pode rodar por

muitos quilômetros e vários anos.

É claro que as adversas condições brasileiras, principalmente de infraestrutura e

combustível, diminuem a vida útil dos carros, mas, ainda assim, ela pode ser muito longa.

Há vários casos de veículos, em boas condições, com centenas de milhares de quilôme-

tros rodados, inclusive no Brasil.

Apenas para citar um exemplo extremo internacional, um norueguês atingiu a incrí-

vel marca de “um milhão de milhas” (cerca de 1.609.000 km!) com seu carro.

É importante, portanto, ter critério na hora de escolher um usado (realmente bem

conservado), para realizar uma boa compra.

Por isso, não tome suas decisões considerando apenas os anos de uso do ve-

ículo. Avalie cuidadosamente a qualidade do modelo pretendido e principalmente o

estado de conservação.

8.2.1.5 O temor da alta quilometragem:

No Brasil, consolidou-se a ideia de que deve ser evitada a compra de carros com

muitos anos de uso ou muito rodados (isso também contribui para o signicativo nú-

mero de adulterações).


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http://www.huffingtonpost.com/2011/10/24/1-million-miles-on-a-car_n_1029072.html

http://www.huffingtonpost.com/2011/10/24/1-million-miles-on-a-car_n_1029072.html





8.2.2.1 A questão do risco x retorno:

Em todas as nossas escolhas há risco. A obsessão por fug ir dele, em vezde procurar gerenciá-lo, tem um alto custo, principalmente quando falamos

em carros.

Como foi dito no item 8.1.2 acima, a compra de um carro zero quilômetro tam-

bém envolve riscos. Dessa forma, em muitos casos e dependendo do perl de cada

comprador, compensa assumi-los na opção por um usado, considerando as inúmeras

vantagens nanceiras.

8.2.2.2 Desvalorização:

Sem dúvida é a grande vilã quando analisamos o impacto nanceiro. Dessa forma,

você prefere tê-la ao seu lado ou contra você? Se comprar um usado, pode atenuar os

seus efeitos, servindo como uma forte aliada.

Por exemplo, recentemente, um dos meus clientes foi orientado a comprar em 2013

um SUV de alta qualidade, ano 2007, pelo qual pagou cerca de R$ 50 mil. Na época do

lançamento, esse carro custava R$ 123 mil.

Pense (bem) nesses montantes, que ainda nem levam em conta a inação e o

custo de oportunidade.

8.2.2.3 IPVA:

Como esse imposto é baseado num percentual do valor do carro, tende a diminuir

com o passar do tempo, ocorrendo inclusive a isenção para veículos com idades superio-

res aos patamares denidos nas legislações estaduais.


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Dependendo do seu grau de aversão ou controle de riscos, compete a você analisar

se a melhor opção para o seu perl é a compra de um novo ou de um usado.

No entanto, os riscos envolvendo a compra de usados podem ser atenuados (não

eliminados), com a observância ao “conceito-chave para compra dos usados”, que

será explicado no próximo item:

8.3. O conceito-chave para a boa compra

dos usados:

Para realizar uma boa compra e sintetizar as ideias expostas, gostaria de deixar

claro o “conceito-chave para compra dos usados”, que é:

“É bom comprar um bom carro usado.”

Na prática, isso signica que a compra de um usado somente é interessante, na

minha opinião, se houver uma boa escolha, tanto relativa ao (i) modelo com qualidade

quanto ao (ii) estado de conservação do veículo.

Em primeiro lugar, deve-se denir qual é o modelo mais adequado e com qualidade,

de acordo com seu perl. Em seguida, o ideal é buscar exemplares em ótimas condições.

Lembre-se sempre: na compra de um usado, o que vale é o seu estado de con-

servação. O preço deve ser encarado como um aspecto secundário.

De fato, é interessante pagar um pouco mais caro por um automóvel impecável do

que buscar uma economia temporária, com a compra de um carro em condições duvi-

dosas. Isso porque o “Preço de Compra” é apenas um dos itens da Estrutura de Preços.


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“As opções pelas compras de carros zero quilômetro e usados

possuem vantagens e desvantagens. Competirá a você decidir quais

são as suas prioridades, de acordo com seu perl, para avaliar qual

dessas alternativas é mais interessante no seu caso particular.”

Leandro Mattera


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CAPÍTULO 09

Os 10 erros comuns na escolhados carros que podem causar

grandes arrependimentos

Evite cometer equívocos que geramgrandes dores de cabeça e prejuízos

para você e seu bolso


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Capítulo 09 - Os 10 erros comuns na escolha dos carros que podem causar grandes arrependimentos

Antes de analisar quais são os 10 erros comuns observados na esco-

lha de qual carro comprar, peço a você que pense nestas situações:

1. “Você já cogitou comprar um tênis três números acima do seu

apenas porque o preço seria o mesmo?”

2. “Com R$ 100 para gastar em vestuário, já cou em dúvida entre

uma camiseta, uma calça ou 20 pares de meia?”

3. “Precisando de uma chave de fenda para apertar parafusos, você já foi a uma loja

e acabou voltando com um balde?”

4. “Ou, ainda, ao olhar para os baldes disponíveis, optou por um deles apenas por-

que tinha os adesivos “Advanced Structure”?”

Seria possível ir longe nesses exemplos aparentemente bizarros. No entanto, esses

casos não são tão distantes da realidade ao pensarmos no comportamento das pessoas

na hora de escolher qual carro comprar. Mas, “Como assim?” , você pergunta.

Sim, há muitas confusões em relação aos motivos pelos quais as pessoas

decidem comprar um determinado automóvel. Basicamente, muitos se esque-

cem de pensar em suas necessidades (presentes e futuras) e acabam comprando

movidos pelo desejo, emoções, busca de status ou deixam que a faixa de preço

decida as opções.

Lembrando dos nossos exemplos iniciais, pensar dessa forma equivale a compraro tênis maior do que o necessário ou car em dúvida sobre roupas que têm nalidades

muito diferentes.

Nesse contexto, serão apresentados os 10 erros mais comuns que costumam trazer

impactos negativos e arrependimentos em vários sentidos.


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soas que têm pouca experiência com carros ou não conhecem bem as opções do

mercado. Por exemplo: uma pessoa que sempre teve um carro bem básico antigo,

vai achar que qualquer carro intermediário atual é o melhor do mundo. Anal, quem

só teve carros ruins tende a valorizar excessivamente o atual, que pode ser apenas

um pouco melhor do que os anteriores.

2. As pessoas costumam ter um certo compromisso, de caráter mental, com suas es-

colhas, e são resistentes a admitirem seus erros. Adicionalmente, também não querem

comprometer demasiadamente a imagem de um carro que deverão vender futuramente.

Diante do exposto, vale ter muita cautela na hora de pedir e pesquisar opiniões. Pro-

cure levar em conta apenas as conáveis e realmente de qualidade.

Erro 02: Esquecer das suas necessidades

Quando não se sabe o que se quer, qualquer coisa serve. O aspecto necessidade foi

amplamente analisado no Capítulo 3, mas sempre é bom lembrar dele para que você não

tenha gastos desnecessários com tipos de carros e itens dos quais não precisa.

Algo que merece cuidado é uma estratégia das fabricantes que consiste em oferecer

uma versão de entrada (com preço atraente) apenas na teoria, isto é, “para inglês ver”.

Nesses casos, o objetivo é que ela sirva de “isca” de atração de clientes às concessioná-

rias, onde cam sabendo que aquela versão não está em estoque e, às vezes, nem pode

ser encomendada.

Nessas situações, o consumidor é levado a “experimentar ou conhecer” as versões

superiores e pode acabar seduzido por determinados aspectos nos quais ele não preten-

dia gastar. Nessa hipótese, certamente o preço do carro cará bem mais salgado.


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Portanto, lembre-se de usar o “Método o Seu Carro C.E.R.T.O.” da forma como

foi apresentado.

Erro 03: Não saber qual carro está comprando

Quando se compra um carro sem saber o que está levando para casa, as chances

de arrependimento crescem assustadoramente.

Se alguém escolhe um carro supercialmente, fazendo no máximo umas seis per-

guntas para quem está vendendo, não faz o test drive e não atenta para os detalhes téc-

nicos básicos, a sua compra ocorre de modo inconsciente.

Dessa maneira, não adianta reclamar depois, alegando que o carro é uma porcaria

e não é nada do esperado.

Para ilustrar, lembro-me de dois casos reais envolvendo insatisfações que pode-

riam ser evitadas. No primeiro, ouvi uma reclamação de que um sedan médio japonês

“não andava”. Como estranhei essa armação, z algumas perguntas para a pessoa e

soube que o desapontamento era porque o carro não tinha uma performance do mesmo

nível de um BMW, que era seu carro anterior. Obviamente, foi uma compra baseada na

aparência de carros de segmentos bem diferentes.

Numa segunda situação, observei um descontentamento com o comportamento de

um SUV derivado da melhor caminhonete do mercado. A alegação era de que não se

assemelhava ao de um carro de passeio. Novamente, qualquer análise um pouco mais

atenta levaria a entender que se trata de um veículo baseado num utilitário de carga,

possuindo chassi. Dessa forma, é previsível que seu comportamento seja diferente em

relação ao de um carro de convencional.


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Por conta dessa realidade, tenha cautela e evite a todo custo as compras impulsivas,

muitas das quais baseadas em comportamentos infantis semelhantes aos de crianças que

apenas gritam “Eu quero(!)”, sem pensar em todo o conjunto de aspectos importantes.

No Capítulo 7, analisamos o Lado Emocional e convido você a ler com atenção a

entrevista, disponível no material bônus, com a especialista Adriana Rodopoulos, que

analisa como funcionam nossas decisões e o que podemos fazer para tornar nossas

escolhas melhores. Confesso que quei bastante impressionado com o conteúdo dessa

entrevista e realmente acredito que a leitura com atenção pode mudar a sua forma de

tomar decisões de compra.

Erro 08: Escolher apenas pelo design e status

Esse é um dos erros mais comuns e não é difícil de observá-lo em vários casos. É

bem provável que você ou alguns dos seus conhecidos já agiram dessa forma.

Realmente a maioria das pessoas, ainda mais no Brasil, tende a escolher um carro

somente porque ele tem um design atraente ou possui um estilo que lhe agrada. Nova-

mente, trata-se de algo decorrente do efeito halo (discutido no item 7.6), considerando

que a decisão de compra é motivada por apenas um fator.

Os consumidores que seguem esse caminho geralmente acabam enfrentando uma

dessas três situações: (i) arrependimento; (ii) estouro do seu orçamento; ou (iii) venda

antecipada do carro para adquirir outro compatível com sua situação e necessidades.

Para evitar essas hipóteses desagradáveis, aplique o “Método Seu Carro

C.E.R.T.O.” e escolha bem o seu veículo, decidindo com inteligência. Dessa forma,

você conseguirá conciliar o seu gosto de uma forma adequada.


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Erro 10: Não realizar o test-drive

O test-drive é um procedimento indispensável na compra consciente de um carro.

O objetivo é ter uma experiência prática, dentro do possível, para sentir como serão as

condições de uso que você enfrentará com o carro.

Lembre-se de que você gastará um valor considerável na compra. Não é interessan-

te, portanto, adquirir um bem no qual você não se sinta bem e confortável ao dirigir.

No teste, procure simular o máximo de movimentos e situações possíveis, principal-

mente aqueles que mais se assemelham com as condições de tráfego que você enfren-

tará no uso cotidiano.

Pense em como você se sentirá naquele veículo por alguns anos. Preste bastante

atenção aos detalhes que são importantes para você, e questione ao máximo o ven -

dedor. Evite que ele domine a conversa e apenas exponha aquilo que for conveniente

para ele.

Após o test-drive, é importante sentir, de verdade, um bom nível de satisfação e

alegria com o carro, o que será essencial para assegurar a conança necessária para

a compra.

Por m, procure estabelecer bons parâmetros de comparação entre os carros que

estiver pesquisando, fazendo os diferentes testes dos concorrentes no mesmo dia ou

num curto espaço de tempo.

E que que claro uma vez mais: não dispense o test-drive; ele é fundamental para

você ter uma sensação real a bordo do veículo.


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Por m, existem os casos de reposicionamento no mercado, com impactos fortes

nos preços. Essas hipóteses podem decorrer de intervenções governamentais, que nor-

malmente são difíceis de prever, como ocorreu com o aumento do IPI para os importados

há algum tempo.

Em outros casos, a própria fabricante opta por alterar o preço visando a adequar

o produto às faixas médias do mercado. Essa atitude pode ser motivada, por exemplo,

pelo aumento da concorrência ou lançamento de um novo modelo próprio, que não pode

“canibalizar” a venda do carro já disponível.

Descontos e promoções

No que se refere a descontos e promoções, antes de tudo, é importante pesquisar o

porquê dessas “vantagens”. Algumas perguntas podem fornecer pistas importantes:

• “Será que o carro não está vendendo bem?”

• “Será que a fabricante quer apenas aumentar a sua participação no mercado?”

• “Será que vai sair de linha?”

• “Será que foi lançado um concorrente extremamente superior?”

Enm, a lista poderia ser bem maior, mas é preciso realmente checar os motivos

daquela situação e avaliar se efetivamente vale a pena.

O mesmo raciocínio se aplica para os casos de brindes e incentivo ao nancia-

mento, normalmente com juros baixos ou aumento no número de parcelas. Nesses ca-

sos, atente também para possíveis armadilhas, como o oferecimento do chamado “juro

zero”. Anal, normalmente essa operação tem o objetivo de usar o valor que poderia ser


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Capítulo 10 - Um exemplo real de aplicação do Método Seu Carro C.E.R.T.O.

Adicionalmente, era importante a existência de um bom retrospecto da marca e do

modelo em relação à segurança e ao respeito pelo consumidor em nível global.

4. Tratar das Finanças:

Depois de vericados os itens anteriores relativos às características do carro em

si, havia chegado a hora de pensar nas nanças, com o objetivo de averiguar quais

seriam as melhores alternativas no mercado para contemplar as prioridades denidas.

Tendo em vista que o preço de compra máximo não poderia ultrapassar R$ 70 mil,

cou evidente que seria necessário partir para um veículo usado. Seriam priorizados car -

ros mais vantajosos nanceiramente ao longo do tempo, mesmo que o preço de compra

fosse relativamente elevado.

No contexto da Estrutura de Preços dos carros no Brasil, seria importante que o

carro tivesse impactos nanceiros baixos, dentro do possível, referentes a manutenção,consumo e desvalorização.

Por outro lado, seriam tolerados custos mais elevados de seguro e de deter-

minadas peças, desde que o carro fosse robusto e apresentasse boa durabilidade

dos componentes.

Como o pagamento iria ocorrer à vista, não houve preocupações com nanciamento.

5. Observar os Desejos:

Curiosamente, o KWS é uma pessoa com valores bem consolidados e que não dá

importância para questões de status e aparência.


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tests nos Estados Unidos e Japão), com 6 air bags, controle de tração e estabilidade, teto

solar elétrico, piloto automático, sensor de chuva, ar-condicionado dual zone, bancos de

couro, com câmbio automático de cinco marchas, além de ser de uma marca tradicional e

com um dos melhores pós-venda do país. Como ponto fraco, o desempenho é um pouco

abaixo do que seria esperado, mas suciente para atender o seu estilo de condução.

Do ponto de vista nanceiro, por ser um carro bastante durável, a manutenção

costuma ser simples e relativamente acessível, além de ter baixa desvalorização para

o segmento. Além disso, é considerado econômico para o seu porte e apresenta boa

liquidez. O seguro, no entanto, tem um preço um pouco alto e os pneus também têm

custo elevado.

Agora o principal aspecto positivo diz respeito ao uso da desvalorização a seu favor.

Conforme ele relatou para mim, o carro havia sido comprado, quando novo, por mais de

R$ 100 mil, de acordo com a Nota Fiscal. E novamente lembro que agora ele foi adquirido

(com uma quilometragem baixíssima) por R$ 70 mil.

Enm, este é um caso emblemático de compra de um carro ideal e esta belíssima

foto, a seguir, retrata o contentamento da família ao chegar de viagem com o carro.


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Espero que essa história sirva de inspiração para você xar o

“Método Seu Carro C.E.R.T.O.” e aplicá-lo nas suas compras, que

também poderão ser inteligentes e conscientes.

Leandro Mattera


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No Brasil, como vimos, há muitos veículos com baixa qualidade e níveis de segu-

rança questionáveis, além de serem os mais caros do mundo. Esse cenário torna indis-

pensáveis pesquisas e reexões. Como você aprendeu, a decisão de comprar um carro

envolve uma série de aspectos importantes, tanto em relação ao carro quanto no que se

refere às nanças.

Espero, sinceramente, que você tenha achado o conteúdo útil e relevante. Agora

realmente imagino que você promoverá uma transformação compatível nos seus hábitos

de consumo em relação aos carros. Lembre-se de que o seu conhecimento somente fará

sentido se for aplicado.

Como consumidor consciente, você poderá aproveitar as melhores oportunidades,

não deixando se inuenciar por pessoas e circunstâncias.

Você tem o roteiro para realizar o seu planejamento adequado e começará a tomar

melhores decisões na hora de escolher o seu caro ideal. Aliás, os critérios que você pas-

sou a conhecer fazem parte de um conhecimento raríssimo.

Lembre-se de que, mesmo no cenário complicado brasileiro, ainda assim existem mui-

tas possibilidades para serem aproveitadas.

O “Método Seu Carro C.E.R.T.O.” e todas as outras lições aprendidas, como a

“Regra de Ouro envolvendo Carros e Finanças” e o “Conceito-Chave para a Com-

pra de Usados”, devem afastar você dos erros comuns que analisamos.

Agora que você conhece o “Método Seu Carro C.E.R.T.O.”, saberá como comprar

carros equilibrando as necessidades, a qualidade, a segurança, as nanças, e o lado

emocional. Lembre-se dele novamente:

Conclusão


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Portanto, conheça a si mesmo, avalie sua situação familiar, planeje, dena suas

prioridades, pesquise e escolha com inteligência automotiva e nanceira.

Agora que você está concluindo a leitura, pode mudar suas atitudes e caminhar em

direção às escolhas conscientes, que trarão prosperidade para sua vida, gerando satisfa-

ção e felicidade. É isso que desejo para você.

Se as orientações apresentadas forem úteis para esses propósitos, carei muito

contente de contribuir com o seu sucesso pessoal e patrimonial, materializado na compra

do seu incrível carro ideal.

Um grande abraço e sucesso em suas decisões!

Leandro Mattera

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Conclusão

Conprando seu Carro Usado

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