Conjuntura Econômica 02/04/2015

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1 CONJUNTURA MACROECONÔMICA SEMANAL Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Conjuntura Macroeconômica Semanal 02 de abril de 2015 Leandro Câmara Negrão Fabiana D’Atri Desempenho da economia global seguiu pautado pelo fortalecimento do dólar e pelos preços mais baixos das commodities no primeiro trimestre Fazendo um balanço do cenário econômico mundial do primeiro trimestre, podemos destacar: (i) as surpresas positivas com a Europa; (ii) a manutenção da tendência de preços mais baixos do petróleo e de fortalecimento do dólar em escala global; (iii) a frustração com o desempenho da China; e (iv) a consolidação das expectativas de que o início da normalização da política monetária nos EUA está se aproximando. Em paralelo, as economias emergentes mais expostas à China, e às exportações de commodities em geral, e aquelas com desafios domésticos relevantes têm mostrado desaceleração mais acentuada e depreciação da taxa de câmbio superior àquela sugerida pelo movimento do dólar. Configuram-se, assim, a recuperação das economias desenvolvidas e a moderação das emergentes, com redução significativa da diferença de ritmo de crescimento entre os dois grupos. De fato, projetamos expansão do PIB global de 3,1% neste ano, com os países desenvolvidos e emergentes crescendo, respectivamente, 2,2% e 4,0%. Não esperamos alteração significativa desse cenário para o segundo trimestre e entendemos que a perda de ritmo da economia chinesa segue como risco baixista importante, ao mesmo tempo em que os movimentos dos bancos centrais seguirão concentrando as atenções dos mercados. O descompasso entre os movimentos dos bancos centrais – com Japão e Europa ainda aliviando as condições monetárias e EUA aproximando-se da virada de sua política – continuará determinante para o fortalecimento do dólar em comparação com a grande maioria das moedas. Essa tendência, contudo, deverá perder força nos próximos trimestres. Da mesma forma, também acreditamos que parte relevante do recuo das cotações das commodities tenha ficado para trás, ainda que seja difícil vislumbrar altas no horizonte de curto prazo. Desempenho das finanças dos governos regionais neste início de ano tem surpreendido, impulsionando o resultado consolidado do setor público Os dados das contas públicas referentes a fevereiro mostraram que, no acumulado do ano, o superávit primário chegou a R$ 18,76 bilhões. Esse resultado representa 28,3% da meta estabelecida pelo Governo para o ano. Porém, vale destacar que esse saldo apresenta elevada influência dos governos regionais, que registraram um superávit de R$ 15,74 bilhões nesse período, sendo 143,1% da meta estabelecida de R$ 11 bilhões (0,2% do PIB). Por outro lado, o governo central registrou superávit de R$ 3,40 bilhões no período e cumpriu até o momento 6,2% da meta estabelecida para 2015, de R$ 55 bilhões (1,0% do PIB). Apesar do comprometimento da União em cortar as despesas, a desaceleração econômica e as defasagens dos efeitos das medidas adotadas até o momento têm afetado a melhora da receita do governo federal neste começo de ano. Porém, entendemos que tão importante quanto o cumprimento da meta, é o esforço em curso de promover ajustes estruturais, com mais valor intertemporal. Assim, o processo de consolidação fiscal será capaz de construir uma nova governança orçamentária, com maior previsibilidade nos anos à frente vinda da disciplina do gasto público. Junto a isso, nas próximas semanas, após a sanção do orçamento, deverá ser divulgado um contingenciamento de gastos. Algumas notícias têm apontado algo entre R$ 60 e 80 bilhões. Acrescentando a isso o bom desempenho dos governos regionais observado neste início de ano, mantemos nossa projeção de superávit primário de 1,2% do PIB.

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Conjuntura Econômica 02/04/2015 - Bradesco

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    Departamento de Pesquisas e Estudos Econmicos

    Departamento de Pesquisas e Estudos EconmicosConjuntura Macroeconmica Semanal02 de abril de 2015

    Leandro Cmara Negro

    Fabiana DAtri

    Desempenho da economia global seguiu pautado pelo fortalecimento do dlar e pelos preos mais baixos das commodities no primeiro trimestre

    Fazendo um balano do cenrio econmico mundial do primeiro trimestre, podemos destacar: (i) as surpresas positivas com a Europa; (ii) a manuteno da tendncia de preos mais baixos do petrleo e de fortalecimento do dlar em escala global; (iii) a frustrao com o desempenho da China; e (iv) a consolidao das expectativas de que o incio da normalizao da poltica monetria nos EUA est se aproximando. Em paralelo, as economias emergentes mais expostas China, e s exportaes de commoditiesemgeral,eaquelascomdesafiosdomsticosrelevantestmmostradodesaceleraomais acentuada e depreciao da taxa de cmbio superior quela sugerida pelo movimento do dlar.

    Configuram-se,assim,arecuperaodaseconomiasdesenvolvidaseamoderaodasemergentes,com reduo significativa da diferena de ritmode crescimento entre os dois grupos.De fato,projetamos expanso do PIB global de 3,1% neste ano, com os pases desenvolvidos e emergentes crescendo, respectivamente,2,2%e4,0%.Noesperamosalteraosignificativadessecenriopara o segundo trimestre e entendemos que a perda de ritmo da economia chinesa segue como risco baixista importante, ao mesmo tempo em que os movimentos dos bancos centrais seguiro concentrando as atenes dos mercados.

    O descompasso entre os movimentos dos bancos centrais com Japo e Europa ainda aliviando as condiesmonetriaseEUAaproximando-sedaviradadesuapolticacontinuardeterminantepara o fortalecimento do dlar em comparao com a grande maioria das moedas. Essa tendncia, contudo,deverperderforanosprximostrimestres.Damesmaforma,tambmacreditamosqueparterelevantedorecuodascotaesdascommoditiestenhaficadoparatrs,aindaquesejadifcilvislumbrar altas no horizonte de curto prazo.

    Desempenho das finanas dos governos regionais neste incio de ano tem surpreendido, impulsionando o resultado consolidado do setor pblico

    Os dados das contas pblicas referentes a fevereiro mostraram que, no acumulado do ano, o supervit primrio chegou a R$ 18,76 bilhes. Esse resultado representa 28,3% da meta estabelecida pelo Governoparaoano.Porm,valedestacarqueessesaldoapresentaelevadainflunciadosgovernosregionais, que registraram um supervit de R$ 15,74 bilhes nesse perodo, sendo 143,1% da meta estabelecida de R$ 11 bilhes (0,2% do PIB). Por outro lado, o governo central registrou supervit deR$3,40bilhesnoperodoecumpriuatomomento6,2%dametaestabelecidapara2015,deR$ 55 bilhes (1,0% do PIB).

    Apesar do comprometimento da Unio em cortar as despesas, a desacelerao econmica e as defasagensdosefeitosdasmedidasadotadasatomomentotmafetadoamelhoradareceitadogovernofederalnestecomeodeano.Porm,entendemosquetoimportantequantoocumprimentodameta,oesforoemcursodepromoverajustesestruturais,commaisvalorintertemporal.Assim,oprocessodeconsolidaofiscalsercapazdeconstruirumanovagovernanaoramentria,commaior previsibilidade nos anos frente vinda da disciplina do gasto pblico.

    Junto a isso, nas prximas semanas, aps a sano do oramento, dever ser divulgado um contingenciamento de gastos. Algumas notcias tm apontado algo entre R$ 60 e 80 bilhes. Acrescentando a isso o bom desempenho dos governos regionais observado neste incio de ano, mantemos nossa projeo de supervit primrio de 1,2% do PIB.

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    Leandro Cmara Negro

    Governo Central: percentual do cumprimento da meta - acumulado no decorrer do

    ano

    Setor pblico consolidado: percentual do cumprimento da meta - acumulado no decorrer do ano

    Desempenho das finanas dos governos regionais neste incio de ano tem surpreendido, impulsionando o resultado consolidado do setor pblico

    Os dados das contas pblicas referentes a fevereiro, que foram divulgados nesta semana, mostraram que, no acumulado do ano, o supervit primrio chegou a R$ 18,76 bilhes. Esse resultado representa 28,3% da meta estabelecida pelo Governo para o ano, R$ 66,3bilhes (1,2%doPIB).Porm,valedestacarque esse saldo apresenta elevada influncia dos governos regionais, que registraram um supervit de R$ 15,74 bilhes nesse perodo, sendo 143,1% da meta estabelecida para o ano de R$ 11 bilhes (0,2% do PIB). Por outro lado, o governo central registrou supervit de R$ 3,40 bilhes no perodo e cumpriuatomomento6,2%dametaestabelecida

    para 2015, de R$ 55 bilhes (1,0% do PIB).

    Apesar do comprometimento da Unio em cortar as despesas, a desacelerao econmica e as defasagensdosefeitosdasmedidasadotadasatomomento tm afetado a melhora da receita do governo federal neste comeode ano.Porm, entendemosquetoimportantequantoocumprimentodameta,o esforo em curso de promover ajustes estruturais, com mais valor intertemporal. Assim, o processo de consolidaofiscalsercapazdeconstruirumanovagovernana oramentria, com maior previsibilidade nos anos frente vinda da disciplina do gasto pblico.

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    Fonte: BCBElaborao: BRADESCO

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    Fonte: BCB Elaborao: BRADESCO

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    Governos Regionais: percentual do cumprimento da meta - acumulado no decorrer do ano

    Fonte: BCBElaborao: BRADESCO

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    Entre parnteses o peso na Receita total

    Fonte: STNElaborao: BRADESCO

    No acumulado entre janeiro e fevereiro, a receita total do governo federal registrou queda de 4,6% em termos reais na comparao com o mesmo perodo de 2014. Por sua vez, a receita lquida, que exclui transferncias, cresceu 0,1%, na mesma base de comparao. Decompondo o resultado, temos que (i) as receitas com contribuies caram 2,8%, (ii) os impostos recuaram 1,3% e (iii) as demais receitas mostraram reduo de 20,9%, em

    termos reais. Nesses dois primeiros meses do ano, o IOF (considerado na categoria de impostos) anica receita que apresentou crescimento real na comparaocom2014.Essedesempenhojreflexodoaumentodaalquotaincidentesobreocrditodepessoa fsica, que passou de 1,5% ao ano para 3,0% ao ano. Para os prximos meses, os primeiros efeitos das medidas de elevao de impostos adotadas no fimdejaneiroficaromaisevidentes.

    Principais receitas: Variao real acumulada no ano

    -32,7%

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    Receitas do Banco Central (0,3%)

    Demais (10,7%)

    Impostos - Importao (3,0%)

    Receitas do Tesouro Nacional (72,0%)

    RECEITA TOTAL (100%)

    Impostos - IPI (4,2%)

    Contribuies (28,2%)

    Impostos TOTAL (35,2%)

    Receitas da Previdncia Social (27,7%)

    Impostos - IR (25,5%)

    Impostos - IOF (2,5%)

    Do lado das despesas, notamos um esforo muito grande do governo em reduzir gastos. No acumulado do ano, as despesas totais cresceram 0,1% em termos reais na comparao com 2014. A despesa com benefcios previdencirios foi a que apresentou a maior alta, de 5,2% nessa mesma base de comparao. Por outro lado, os gastos com PAC e os discricionrios (dois itens que o governo tem maior autonomia para contingenciar) mostraram

    fraco desempenho neste incio do ano. De fato, os gastos com o PAC e as despesas discricionrias recuaram37,1%e4,7%,jdescontandoa inflao,emrelaoaosdoisprimeirosmesesde2014.Porm, importante destacar que essas duas despesassomadas representam apenas um pouco mais de 20%dasdespesastotais,reforandoosdesafiosparauma reduo mais ampla das despesas, ao menos no curto prazo.

    -37,1%

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    PAC (5,2%)

    Outras Despesas de Custeio e Capital (28,8%)

    Despesa do FAT (5,2%)

    Discricionrias (19,3%)

    Despesas do Tesouro (61,2%)

    Pessoal e Encargos Sociais (21,3%)

    Despesas do Banco Central (0,3%)

    DESPESA TOTAL (100%)

    Benefcios Previdencirios (38,5%)

    Fonte: STNElaborao: BRADESCO

    Principais despesas: Variao real acumulada no ano

    Entre parnteses o peso na Receita total

    Emfevereiro,odficitnominaldosetorpblicochegoua R$ 58,6 bilhes, totalizando R$ 379,5 bilhes (7,3% do PIB) nos ltimos doze meses. Em janeiro, esse percentualerade6,4%doPIB.Esseforteaumentoreflexoprincipalmentedacontadejuros,quepassou

    de 5,8% do PIB em janeiro para 6,6% em fevereiro, no acumulado dos ltimos doze meses. Essa conta, porsuavez,estsendo influenciadaprincipalmentepelas operaes de swap cambial, adotadas pelo Banco Central do Brasil. Em fevereiro, essas operaes

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    Fonte: BCBElaborao: BRADESCO

    Despesas com juros do setor pblico - Acumulado 12 meses (% do PIB)

    registraram um prejuzo de R$ 27,3 bilhes, atingindo R$ 38,2 bilhes (0,7% do PIB) nos ltimos doze meses. Como esse efeito dever acontecer novamente em maro (quando o real depreciou aproximadamente 13% frente ao dlar), acreditamos que, neste momento, seja

    mais adequado expurgar esse efeito para observar a real tendncia dos gastos com juros. Considerando esse tratamento, nos ltimos dozemeses findadosem fevereiro, as despesas com juros atingiram 5,9% do PIB, ante 5,8% em janeiro.

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    DESPESA COM JUROS DO SETOR PBLICO - EM % DO PIB ACUMULADO 12 MESES

    Juros Nominais Juros Nominais (ex-swap)

    Gasto com Swap

    FONTE: BACENELABORAO: BRADESCO

    Outro item que tem sido afetado pelas operaes de swap ocustoimplcitodadvidalquida.Esseitemaumentou2,7 p.p. em fevereiro e atingiu 20,9% no acumulado em

    doze meses. Repetindo o mesmo tratamento feito acima, o custo implcito teve uma elevao de 0,4 p.p. e chegou a 18,3% no acumulado dos ltimos doze meses.

    Custo implcito da dvida lquida com e sem operaes de swap cambial

    14,3%

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    CUSTO IMPLCITO DA DVIDA LQUIDA COM E SEM SWAPS

    Total

    Sem swap

    Oficial

    Fonte: BCBElaborao: BRADESCO

    A dvida bruta do governo geral atingiu 65,5% do PIB em fevereiro, ainda considerando os nmeros do PIB antes da reviso metodolgica. Segundo nossas estimativas de reviso do PIB e as informaes disponveisatfevereiro,essarelaodevecairpara60,8%.Jadvidalquida,tambmcomoproporodo PIB, chegou a 36,3% antes de considerada a reviso. Da mesma forma, segundo nossas estimativas, esse nmero dever ser alterado para 33,7% aps a divulgao dos novos dados de PIB.

    Por fim, a desacelerao da atividade econmica brasileira mais intensa do que espervamos meses

    atrs tem se tornado um obstculo cada vez maior para o atingimento da meta de supervit primrio neste ano.Porm, importante lembrar que aindanoconseguimosverificarorealefeitodasmedidasdeelevaodeimpostosadotadasnofimdejaneiroe que devero aparecer nas informaes de maro em diante. Junto a isso, nas prximas semanas, aps a sano do oramento, dever ser divulgado um contingenciamento de gastos. Algumas notcias tm apontado algo entre R$ 60 e 80 bilhes. Acrescentando a isso o bom desempenho dos governos regionais observado neste incio de ano, mantemos nossa projeo de supervit primrio de 1,2% do PIB.

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    Fabiana DAtri

    Fonte: FMI Elaborao: BRADESCO

    Variao anual do PIB dos pases emergentes e desenvolvidos (%)

    Desempenho da economia global seguiu pautado pelo fortalecimento do dlar e pelos preos mais baixos das commodities no primeiro trimestre

    Fazendo um balano do cenrio econmico mundial do primeiro trimestre, podemos destacar: (i) as surpresas positivas com a Europa; (ii) a manuteno da tendncia de preos mais baixos do petrleo e de fortalecimento do dlar em escala global; (iii) a frustrao com o desempenho da China; e (iv) a consolidao das expectativas de que o incio da normalizao da poltica monetria nos EUA est se aproximando. Em paralelo, as economias emergentes mais expostas China e s exportaes de commoditiesemgeral,eaquelascomdesafiosdomsticosrelevantes tm mostrado desacelerao mais acentuada e depreciao da taxa de cmbio superior quela sugerida pelo movimento do dlar.

    Configuram-se,assim,arecuperaodaseconomiasdesenvolvidas e a moderao das emergentes, com reduo significativa da diferena de ritmo decrescimento entre os dois grupos. De fato, projetamos expanso do PIB global de 3,1% neste ano, com os pases desenvolvidos e emergentes crescendo, respectivamente, 2,2% e 4,0%. No esperamos alteraosignificativadessecenrioparaosegundotrimestre e entendemos que a perda de ritmo da economia chinesa permanece como risco baixista importante, ao mesmo tempo em que os movimentos dos bancos centrais seguiro concentrando as atenes dos mercados.

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    Variao anual do PIB dos pases emergentes e desenvolvidos. Fonte: FMI. Elaborao e projeo: Bradesco

    Pases Emergentes

    Pases Desenvolvidos

    A perspectiva de recuperao da economia europeia, mesmo que gradual, vem ganhando fora e merece ser apontada como destaque positivo deste incio de ano. Nas ltimas semanas, em especial, tem se assistido a uma retomada sustentada apontada por indicadores dos setores de servio e da indstria de transformao, acompanhados pela recuperao dos ndices de confianacompatveiscomumaaltadoPIBde0,4%no primeiro trimestre deste ano, aps avano de 0,3% nos ltimos trs meses do ano passado. Acompanhando indicadoresdesurpresa,comomostradonogrficoaseguir,ficaevidentequeodesempenhodaeconomiaeuropeia tem superado as expectativas. Essa melhora

    vem respondendo depreciao do euro, aos ganhos advindos da queda do preo do petrleo e aos efeitos do programa agressivo de afrouxamento quantitativo (do Banco Central Europeu), que comeam a surtir efeito sobrearegio.Almdisso,acumulam-seosimpactospositivosdosajustesfiscaisadotadosnosltimosanoseos riscosdeflacionistas tendemaperder foraaolongo do ano. Com isso, projetamos crescimento do PIB de 1,3% neste ano, sucedendo expanso de 0,9% em 2014. Entre os pases, Alemanha e Espanha tm sido impulsionadasprincipalmentepeloconsumodomstico,enquanto que as indstrias da Frana e Itlia do sinais de retomada de competividade com o euro mais fraco.

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    Fonte: Bloomberg, GS Elaborao: BRADESCO

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    ndices de surpresa com atividade econmica para rea do Euro e EUA. (Valores positivos expressam que resultados dos indicadores econmicos superaram as

    expectativas e o oposto verdadeiro). Fonte: Bloomberg, GS. Elaborao: Bradesco

    rea do Euro

    EUA

    ndices de surpresa com atividade econmica para rea do Euro e EUA (valores positivos indicam que resultados superaram as expectativas; o inverso tambm verdadeiro)

    Por outro lado, o desempenho da economia chinesa tem desapontado na passagem do ano passado para este. Ainda que a desacelerao fosse esperada, ela tem acontecido em ritmo mais intenso e a economia parece no ter respondido at agora aos estmulos monetrios adotadosdesde novembro do ano passado (desde ento tivemos dois cortes da taxa de juros1 e uma reduo do compulsrio). De fato, os ajustes estruturais, concentrados principalmente no setor imobilirio, e o endividamento dos governos locais (restringindo investimentos, principalmente em infraestrutura) tm se sobreposto s perspectivas mais positivas das exportaes, ao bom desempenho do setor de servios e aos benefcios advindos da queda dos preos do petrleo. Diante disso, o governo tem sinalizado maior tolerncia a taxas de crescimento menores, reduzindo a meta de expanso do PIB deste ano, de 7,5% para 7,0%. Adicionalmente, o governotemreforadoadisposiodeintensificarosestmulosmonetrioefiscal,casoaperdaderitmose acentue. De todo modo, esperamos crescimento de PIB abaixo de 7,0% j neste primeiro trimestre, levando o PIB a crescer 6,5% no ano todo. Os riscos ainda se concentram no arrefecimento do setor imobilirioenasfinanasdosgovernoslocais,queseguem bastante controladas pelo governo central e afetadas pela queda da receita advinda da venda dasterras.Aindaassim,importantedizerquenocontemplamos um cenrio de desacelerao brusca daChina.Noentanto,somando-seaquestesdeexcessodeofertacomonosmercadosdeminriode ferro, petrleo e gros a menor demanda da

    Chinatemsidosuficienteparasustentarospreosda maioria das commodities em patamares bastantes baixos.

    A retomada da economia dos EUA, mesmo que tenha se acomodado e at frustrado no primeirotrimestre, continua robusta e sustentvel. A gerao de empregos, em torno de 250 mil postos por ms, vem acumulando resultados bastante positivos e bem acima das 150 mil vagas (ao ms) que reduzem a taxa de desemprego, a qual tem cado substancialmente. A inflao,porsuavez,seguebaixa,oqueemgrandemedida se deve queda dos preos do petrleo, cujoefeitotransitrio.AprincipalimplicaodessecontextodequeoFedestseprogramandoparainiciar a normalizao da poltica monetria no segundo semestre. Em especial, acreditamos que a taxa de juros ser elevada em setembro de maneira bastante gradual, conforme reforado pela autoridade monetria do pas. Devemos, assim, esperar por um movimento adicional de fortalecimento do dlar, mas em intensidade inferior dos outros dois ciclos de valorizaodamoeda(umnoinciodadcadade80eoutroaofinaldadcadade90).Entrediversosfatores,destacamos que (i) o diferencial de crescimento e da taxa de juros entre os EUA e o restante do mundo menor quando comparamos aos outros ciclose (ii) dessa vez, no esperamos crise nos pases emergentes, que poderia levar depreciao dessas moedas somada apreciao do dlar. Acreditamos em uma valorizao adicional do dlar, possivelmente superior a 10% em relao ao patamar atual. Os riscos, contudo, so para uma superao desse valor.

    1 Lembrando que a taxa real de juros segue subindo diante da desacelerao da inflao.

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    Fonte: Bloomberg Elaborao: BRADESCO

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    Dlar em relao cesta DXY. Fonte: Bloomberg.

    Dlar em relao cesta DXY

    A melhora dos EUA e da Europa, em oposio ao enfraquecimento da China, tem sustentado o fortalecimento do dlar, a depreciao das moedas dos emergentes e a queda dos preos das commodities, com destaque para o petrleo. De forma geral, os pases emergentes tm respondido de forma no uniforme a esse cenrio. Primeiramente, as economiasdependentesdosEUA,comoMxico,tmsebeneficiado.Namesmadireo,pasesdoLesteEuropeu, como Polnia e Hungria, esto diretamente expostos retomada da rea do Euro e devero mostrar melhora gradual daqui para frente. Entre os exportadores lquidos de petrleo e com elevada vulnerabilidade poltico-econmica, estoRssia eVenezuela, alm de economias frgeis doOrienteMdio e dafrica que passaro por importantedesacelerao neste ano. A sia a despeito do

    arrefecimento da China tem se beneficiado (i) dos preos mais baixos do petrleo, por serem na maioria dos casos importadores lquidos, (ii) do enfraquecimento de suas moedas, e (iii) do espao de afrouxamento monetrio. Vale lembrar que China, ndia,Indonsia,CoreiadoSul,CingapuraeTailndiacortaram as taxas de juros neste primeiro trimestre, com destaque para as surpresas dos movimentos adotados pelos quatro ltimos bancos centrais mencionados. Entre os exportadores de petrleo, o enfraquecimentodaRssiaomaisevidentecomojdito.PasescomofricadoSul,AustrliaeAmricaLatina, entre eles o Brasil, tm sido desfavorecidos no s pela queda dos preos dos seus produtos de exportao, com expressiva perda de termos de troca,mastambmpelaretraodosinvestimentos,especialmente na cadeia de minerao.

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    ndice CRB de preos de commoditiesFonte: BloombergElaborao: Bradesco

    ndice CRB de preos de commodities

    Fonte: Bloomberg Elaborao: BRADESCO

    De forma especial, a economia daAmrica Latinatemseenfraquecidodesdeoanopassado,refletindosua elevada exposio s commodities,mastambm

    os ajustes internos pelos quais muitos pases tm passado. O Brasil, maior economia da regio, dever exibir retrao de 1,5% neste ano, aps ter crescido

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    0,1%noanopassado, respondendoaoajustefiscalemonetrio em curso, alm da desacelerao decadeias importantes (como leo e gs e construo civil).Astensespolticaslocais,almdeaumentaremaspreocupaescomosucessodoajustefiscal,tmpostergadoa retomadada confianadasempresase das famlias (tambm afetadas pela aceleraoda inflao e pela piora domercado de trabalho).Acreditamos que a Argentina e a Venezuela no apresentaroalteraosignificativadoscenriosatuais,intensificandoadeterioraoobservadanosltimosanos.Chile,Colmbia,PerueMxicomostraram-seem condies mais favorveis. Ainda assim, a queda do preo do petrleo vem afetando diretamente a economia colombiana e a reduo das cotaes do cobre tem sido desfavorvelparaPerueChile.Porfimvalelembrarquea economia mexicana, mesmo demonstrando esforo em avanar nas reformas estruturais e sendo exposta aos EUA, tem desapontado.

    Em suma, a reduo da diferena do ritmo de crescimento entre desenvolvidos e emergentes, os preos mais baixos das commodities (especialmente dopetrleo)eo fortalecimentododlardefiniramocenrio econmico global do primeiro trimestre. A retomada das economias europeia e japonesa foi a surpresa positiva, enquanto que a China segue concentrando os riscos de baixa para os prximos trimestres. O descompasso entre os movimentos dos bancos centrais com Japo e Europa ainda aliviando ascondiesmonetriaseEUAaproximando-sedavirada de sua poltica continuar determinante para o fortalecimento do dlar em comparao com a grande maioria das moedas. Essa tendncia, contudo, dever perder fora nos prximos trimestres. Da mesma forma, tambmacreditamos que parte relevante do recuodas cotaes das commoditiestenhaficadoparatrs,ainda que seja difcil vislumbrar altas no horizonte de curto prazo.

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    Fonte: FMIElaborao e (p) projeo: BRADESCO

    Quadro de Projees - PIB real Mundial e pases selecionados 2006-2016

    2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015p 2016pPases Desenvolvidos 3,0 2,8 0,1 -3,6 2,9 1,6 1,2 1,4 1,8 2,2 2,4Estados Unidos 2,7 1,9 -0,3 -3,5 2,4 1,8 2,2 1,9 2,4 2,9 3,0rea do Euro 3,2 3,0 0,4 -4,3 1,8 1,5 -0,6 -0,4 0,9 1,3 1,5Alemanha 3,9 3,4 0,8 -5,1 3,6 3,1 0,9 0,4 1,6 1,7 0,0Frana 2,5 2,3 -0,1 -3,1 1,7 1,7 0,0 0,3 0,4 0,6 0,0Itlia 2,2 1,7 -1,2 -5,5 1,8 0,4 -2,7 -1,9 -0,3 0,4 0,0Reino Unido 2,6 3,6 -1,0 -4,0 1,8 0,9 0,3 1,9 2,7 2,5 2,5Japo 1,7 2,2 -1,0 -5,5 4,7 -0,5 1,5 1,5 0,0 1,0 1,0

    Pases Emergentes 8,2 8,6 6,2 2,8 7,4 6,3 5,1 4,7 4,4 4,0 4,8China 12,7 14,2 9,6 9,2 10,4 9,3 7,7 7,7 7,4 6,5 6,5Coria 5,2 5,1 2,3 0,3 6,3 3,6 2,0 2,8 3,3 3,5 3,5Rssia 8,2 8,5 5,2 -7,8 4,3 4,3 3,4 1,3 0,6 -4,0 -1,0ndia 9,6 9,7 8,2 6,4 9,7 7,5 5,1 4,5 5,2 6,8 6,5

    Amrica Latina 5,7 5,8 4,3 -1,3 6,1 4,5 2,9 2,7 1,1 0,7 2,7Brasil 4,0 6,0 5,0 -0,2 7,6 3,9 1,8 2,7 0,1 -1,5 1,5Argentina 8,4 8,0 3,1 0,1 9,1 8,6 0,9 3,0 -2,3 -2,0 1,8Chile 5,7 5,2 3,3 -1,1 7,5 4,8 5,4 3,6 1,8 3,0 3,8Colmbia 6,7 6,9 3,6 5,8 4,0 6,6 4,0 4,7 4,8 3,5 3,0Mxico 5,1 3,2 1,2 -6,2 5,1 4,0 3,9 1,1 2,1 3,2 3,5Peru 7,8 8,9 10,1 1,1 8,4 6,5 6,0 5,6 2,7 2,6 5,0

    Mundo 5,2 5,4 2,9 -0,6 5,4 4,1 3,4 3,3 3,1 3,1 3,5

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    Fonte:DadosoficiaisparanmerosefetivosElaborao e (*)projeo: BRADESCO

    (1): A partir de 2012 com dados calculados de acordo com a nova metodologia da Pesquisa Mensal de Emprego.

    Atualizado com dados at 02/abril/2015

    Quadro de Projees Macroeconmicas - Ano base 2006-2016

    2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015* 2016*ATIVIDADE, INFLAO E JUROS

    PIB (%) 4,0 6,0 5,0 -0,2 7,6 3,9 1,8 2,7 0,1 -1,5 1,5Agropecuria (%) 4,8 3,2 5,5 -3,8 6,8 5,6 -2,5 7,9 0,4 0,0 3,0Indstria (%) 2,0 6,0 3,9 -4,8 10,4 4,1 0,1 1,8 -1,2 -4,0 2,0Servios (%) 4,4 5,8 4,8 1,9 5,8 3,4 2,4 2,5 0,7 -0,6 1,0Consumo Privado (%) 5,4 6,3 6,4 4,2 6,4 4,8 3,9 2,9 0,9 -0,5 1,0Consumo da Adm. Pblica (%) 3,6 4,1 2,1 2,9 3,9 2,2 3,2 2,2 1,3 0,0 1,0 Investimento (FBKF) (%) 6,1 12,0 12,7 -1,9 17,8 6,6 -0,6 6,1 -4,4 -8,0 4,0 Exportaes Bens e Servios No Fatores (%) 4,8 6,2 0,4 -9,2 11,7 4,8 0,5 2,1 -1,1 1,5 3,0 Importaes Bens e Servios No Fatores (%) 17,8 19,6 17,0 -7,6 33,6 9,4 0,7 7,6 -1,0 -1,5 3,0PIB (R$) - bilhes (Preos Correntes) 2.410 2.718 3.108 3.328 3.887 4.375 4.713 5.158 5.521 5.939 6.444

    PIB (US$) - bilhes 1.107 1.395 1.694 1.666 2.208 2.612 2.412 2.390 2.346 1.990 2.110

    Populao - milhes 187,3 189,5 191,5 193,5 195,5 197,4 199,2 201,0 202,8 204,5 206,1PIB per capita - US$ 5.865 7.281 8.717 8.469 11.084 13.233 12.105 11.890 11.571 9.733 10.238

    Produo Industrial - IBGE (%) 2,7 5,9 3,1 -7,1 10,2 0,4 -2,3 2,0 -3,3 -4,0 1,0Taxa de Desemprego Aberto (30 dias) - IBGE (1) 10,0 9,3 7,9 8,1 6,7 6,0 5,5 5,4 4,8 6,8 6,5Vendas no Comrcio Varejista - Restrita (%) 6,2 9,7 9,1 5,9 10,9 6,7 8,4 4,3 2,2 -1,0 1,0IPCA - IBGE (%) 3,1 4,5 5,9 4,3 5,9 6,5 5,8 5,9 6,4 8,0 5,7IPC - FIPE (%) 2,5 4,4 6,2 3,7 6,4 5,8 5,1 3,9 5,2 7,3 5,7IGP-M - FGV (%) 3,8 7,8 9,8 -1,7 11,3 5,1 7,8 5,5 3,7 5,6 5,5IGP-DI - FGV (%) 3,8 7,9 9,1 -1,4 11,3 5,0 8,1 5,5 3,8 5,6 5,5Taxa Selic (final de perodo) % 13,25 11,25 13,75 8,75 10,75 11,00 7,25 10,00 11,75 13,00 11,50Taxa Selic nominal (acumulado 12 meses) % 15,08 11,85 12,48 9,92 9,78 11,62 8,48 8,21 10,91 12,60 11,89Taxa Selic real / IPCA (acumulado 12 meses) % 11,6 7,1 6,2 5,4 3,7 4,8 2,5 2,2 4,2 4,3 5,9Taxa Selic real / IGP-M (acumulado 12 meses) % 10,8 3,8 2,4 11,8 -1,4 6,2 0,6 2,6 7,0 6,4 6,1

    EXTERNO, CMBIO, RISCO E BOLSA

    Balana Comercial (US$ bilhes) 46,5 40,0 24,8 25,3 20,1 29,8 19,4 2,6 -4,0 8,4 9,2 Exportaes (US$ bilhes) 137,8 160,6 197,9 153,0 201,9 256,0 242,6 242,2 225,1 198,0 206,4 Importaes (US$ bilhes) 91,4 120,6 173,1 127,7 181,8 226,2 223,2 239,6 229,1 189,6 197,2Corrente de Comrcio (% PIB) 20,7 20,2 21,9 16,8 17,4 18,5 19,3 20,2 19,4 19,5 19,1Dficit em servios e rendas (US$ bilhes) -37,1 -42,5 -57,3 -52,9 -70,3 -85,3 -76,5 -87,3 -89,3 -78,1 -84,9Saldo em conta-corrente (US$ bilhes) 13,6 1,6 -28,2 -24,3 -47,3 -52,5 -54,3 -81,4 -91,3 -65,6 -71,4Saldo em conta-corrente (% PIB) 0,8 0,1 -1,7 -1,6 -2,2 -2,0 -2,3 -3,4 -3,9 -3,2 -3,3Investimento Direto Estrangeiro (US$ bilhes) 18,8 34,3 45,1 25,9 48,5 66,7 65,3 64,0 62,5 55,0 60,0Taxa de cmbio (final de perodo) R$ / US$ 2,14 1,77 2,34 1,74 1,67 1,88 2,08 2,35 2,65 3,00 3,10Taxa de cmbio (mdia anual) R$ / US$ 2,18 1,95 1,83 2,00 1,76 1,67 1,95 2,16 2,35 2,98 3,05Desvalorizao nominal ponta (%) -8,66 -17,15 31,94 -25,49 -4,09 12,58 10,86 12,81 12,96 13,21 3,33Desvalorizao nominal mdia (%) -10,56 -10,53 -5,82 8,98 -9,93 -4,85 16,67 10,43 9,06 26,83 2,34Reservas internacionais (US$ bilhes) - liquidez 85,8 180,3 206,8 239,1 288,6 352,0 378,6 375,8 374,1 379,7 387,3Dvida Externa Total Mdio e Longo Prazo (US$ bilhes) 172,6 193,2 198,3 198,2 256,8 298,2 312,9 308,6 348,7 357,1 375,0

    Dvida Externa / Exportaes 1,3 1,2 1,0 1,3 1,3 1,2 1,3 1,3 1,5 1,8 1,8Reservas Internacionais / Importaes 0,9 1,5 1,2 1,9 1,6 1,6 1,7 1,6 1,6 2,0 2,0Rating Soberano Moody's Ba2 Ba1 Ba1 Baa3 Baa3 Baa2 Baa2 Baa2 Baa2 - -Rating Soberano S&P BB BB+ BBB- BBB- BBB- BBB BBB BBB BBB- - -IBOVESPA - Pontos 44.474 63.886 37.550 68.588 69.305 56.754 60.952 51.507 50.007 - -

    FISCAL

    Resultado primrio do setor pblico (R$ bilhes) 75,9 88,1 103,6 64,8 101,7 129,0 105,0 92,0 -33,0 67,3 121,7Resultado primrio do setor pblico (% PIB) 3,15 3,24 3,33 1,95 2,62 2,94 2,23 1,77 -0,59 1,20 2,00Resultado nominal do setor pblico - sem cmbio (% PIB) -3,6 -2,7 -2,0 -3,2 -2,4 -2,5 -2,3 -3,1 -6,2 -4,8 -4,8

    Dvida Lquida do Setor Pblico (R$ bilhes) 1120,1 1211,8 1168,2 1362,7 1475,8 1592,9 1550,5 1640,5 1919,1 2087,1 2211,1Dvida Lquida do Setor Pblico (% PIB) 46,5 44,6 37,6 40,9 38,0 34,5 32,9 31,5 34,1 35,6 36,9

  • 11DEPEC

    Equi

    pe T

    cni

    ca

    OctaviodeBarros-DiretordePesquisaseEstudosEconmicosMarceloCirnedeToledo-Superintendenteexecutivo

    Economia Internacional: Fabiana DAtri / Felipe Wajskop Frana / Thomas Henrique Schreurs PiresEconomia Domstica: IgorVelecico/AndraBastosDamico/EllenReginaSteter/MyriTatianyNevesBastAnlise Setorial: Regina Helena Couto Silva / Priscila Pacheco Trigo / Leandro de Oliveira Almeida Pesquisa Proprietria: FernandoFreitas/LeandroCmaraNegro/AnaMariaBonomiBarufiEstagirios: Ariana Stephanie Zerbinatti / Lucas Zaniboni / Thomaz Lopes Macetti / Victor Hugo Carvalho Alexandrino da Silva / Davi Sacomani Beganskas / Ives Leonardo Dias Fernandes / Henrique Neves Plens / Mizael Silva Alves

    Equipe Tcnica

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