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ISSN 2318-7263
SAEMI2014
SISTEMA DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL MUNICIPAL DO IPOJUCA
REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSALLíngua Portuguesa (Leitura) e MatemáticaEducação de Jovens e Adultos (EJA) - Fase 3
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PREFEITO DO IPOJUCACarlos José de Santana
VICE-PREFEITO DO IPOJUCAPedro José Mendes Filho
CHEFIA DE GABINETE DO PREFEITO Antônio Alberto Cardoso Giaquinto
SECRETARIA DO GOVERNOPedro Henrique Santana de Souza Leão
SECRETARIA DE EDUCAÇÃOMargareth Costa Zaponi
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PREFEITO DO IPOJUCACarlos José de Santana
VICE-PREFEITO DO IPOJUCAPedro José Mendes Filho
CHEFIA DE GABINETE DO PREFEITO Antônio Alberto Cardoso Giaquinto
SECRETARIA DO GOVERNOPedro Henrique Santana de Souza Leão
SECRETARIA DE EDUCAÇÃOMargareth Costa Zaponi
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CarosEDUCADORES,O Saemi – Sistema de Avaliação Educacional Municipal do Ipojuca, em seu segundo ano de existência, vem consolidar a proposta inicial de oferecer, à rede municipal de ensino do Ipojuca, um retrato da qualidade da educação ofertada pelo município.
Apresentamos, nesta coleção, os resultados das avaliações aplicadas pelo Saemi, durante o ano de 2014, com o intuito de contribuir para as discussões acerca das políticas implementadas na rede de ensino. Os resultados dessas avaliações constituem ferramentas fundamentais para subsidiar a rede e as escolas, no desenvolvimento de ações que possam aperfeiçoar, substantivamente, a qualidade da educação oferecida às crianças e aos jovens do município. De posse desses dados, os gestores, junto às equipes pedagógicas, podem refletir sobre os projetos político-pedagógicos e as estratégias de ensino das escolas, com vistas à melhoria do desempenho dos estudantes.
A coleção Saemi 2014 está organizada de forma a otimizar a análise, a interpretação e a apropriação dos resultados de todas as avaliações aplicadas nesse ano.
A Revista da Avaliação Longitudinal, na presente edição, informa os resultados obtidos pelos estudantes do 1º e 2º anos do Ensino Fundamental, em Língua Portuguesa e Matemática, nas avaliações de entrada e de saída de 2014. Desse modo, é possível estabelecer uma comparação com os dados revelados pelas avaliações de 2013 e verificar a evolução desses estudantes.
As Revistas da Avaliação Transversal, por sua vez, apresentam as informações referentes às avaliações aplicadas ao final do ano de 2014, do 4º ao 8º ano do Ensino Fundamental, em Língua Portuguesa, Matemática, Ciências Humanas (Geografia e História) e Ciências da Natureza. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) também participou do processo, por meio da verificação do desempenho de seus estudantes, em Língua Portuguesa e em Matemática.
A análise acurada dos resultados dessas avaliações, verificando-se as habilidades consolidadas pelos estudantes e aquelas que ainda estão em processo de consolidação, é condição essencial para que os dados aqui fornecidos se transformem em ações efetivas, que promovam modificações substanciais no processo educacional de nosso município.
Mais uma vez, contamos com a participação de todos para que as mudanças aqui propostas se tornem realidade.
MARGARETH COSTA ZAPONI
SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO
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SUMÁRIO
08 1. A APROPRIAÇÃO E O USO DOS RESULTADOS
DA AVALIAÇÃO EXTERNA PELOS PROFESSORES
11 2. AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
12 3. A INTERPRETAÇÃO
DOS RESULTADOS
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16 4. RESULTADOS DESTA ESCOLA
17 5. PADRÕES DE DESEMPENHO
35 6. REFLEXÃO PEDAGÓGICA
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Refletir sobre a avaliação educacional em larga escala como estratégia efetiva
para a melhoria da qualidade do ensino passa diretamente por compreender
a importância da figura do educador nesse contexto. Afinal, como se apropriar
dos resultados das avaliações e utilizar os dados, de forma prática, no trabalho
pedagógico?
Pensando nisso, esta revista foi desenvolvida especialmente para você, profes-
sor(a). Nas próximas páginas, é possível conferir informações sobre os principais
elementos da avaliação educacional e os resultados da sua escola. Apresen-
tando os princípios da avaliação, sua metodologia e seus resultados, o objetivo
desta publicação é fomentar debates na escola que sejam capazes de aprimorar
o trabalho pedagógico, com base nos resultados obtidos no SAEMI.
A APROPRIAÇÃO E O USO DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO EXTERNA PELOS PROFESSORES
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As avaliações externas em larga escala vêm se revelando, progressivamente, uma importante
ferramenta para o trabalho das equipes gestoras e pedagógicas das escolas em nosso país. O
ato de avaliar a rede pública de ensino demonstra que a educação brasileira está atingindo um
nível de maturidade tal, que permite pensar além dos limites do espaço escolar.
As práticas de avaliação, anteriormente, se restringiam à avaliação interna, conduzida pelos
professores, em suas turmas. Como o nome indica, essa avaliação tem sentido no interior da
escola; faz-se necessário, porém, verificar se os estudantes de toda a rede de ensino estão de-
senvolvendo aquelas habilidades consideradas essenciais para que consigam avançar em sua
caminhada educacional. As escolas avaliam muito mais do que essas habilidades mínimas, pois
trabalham com um currículo amplo, que focaliza diversos elementos, com o objetivo de expandir
ao máximo o nível de conhecimento de seus estudantes: a avaliação interna aborda, portanto,
muitos aspectos que vão além das habilidades mensuradas pelas avaliações externas.
A avaliação externa surgiu da constatação daquela necessidade. Por suas características, as
avaliações internas não objetivam estabelecer um paralelo com outras unidades escolares, ou
mesmo com outras redes de ensino. Já as avaliações externas têm essa intenção, fornecendo
aos gestores de rede e aos gestores escolares informações a respeito do desempenho dos
estudantes, naquelas habilidades que se espera que tenham consolidado, em determinada dis-
ciplina e etapa de escolaridade. De posse dessas informações, os gestores de rede podem
verificar as políticas implementadas pelas secretarias de educação que se revelaram eficazes,
e as que merecem revisão.
Os gestores escolares, por seu turno, em diálogo com a gestão de rede, atuam como media-
dores entre os resultados da avaliação externa e seu impacto no cotidiano da escola. Entra
em ação, nesse momento, a equipe pedagógica da unidade escolar: junto à equipe gestora,
coordenadores pedagógicos e professores podem se debruçar sobre os resultados da avalia-
ção, verificando o desempenho da escola, das turmas e dos estudantes. Essa verificação tem
o intuito de observar quais são as habilidades desenvolvidas pelos estudantes, e quais as que
merecem atenção diferenciada. Entretanto, há que se ter cuidado com uma visão reducionista
desses resultados: não se pode compreender tais habilidades como as únicas a serem trabalha-
das em sala de aula. A Matriz de Referência, base para as avaliações em larga escala, consiste
em um “recorte” do currículo, relacionando aquelas habilidades mínimas já referidas, passíveis
de serem avaliadas em um teste de proficiência com questões objetivas.
Embora os resultados de desempenho não sejam os únicos a serem levados em consideração,
quando se avalia a trajetória escolar de um estudante, eles podem auxiliar na tomada de deci-
sões sobre as estratégias a serem adotadas, visando à melhoria da qualidade do ensino ofer-
tado pelas redes e pelas escolas. A expectativa é que, de posse desses resultados, a equipe
pedagógica repense suas práticas, analisando cada ângulo possível. A avaliação externa em
larga escala pode ser o marco inicial de uma discussão acerca do desempenho da escola e do
sistema de ensino em que ela está inserida: partindo de seus dados, é possível refletir sobre o
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 3 09 SAEMI 2014
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trabalho pedagógico desenvolvido e elaborar e implementar ações que tenham como foco as
dificuldades de aprendizagem observadas.
Para tanto, é necessário, em primeiro lugar, ler e interpretar pedagogicamente os resultados da
avaliação. Essa leitura não se resume às médias de proficiência e à comparação com as médias
da rede e de outras escolas; essas informações são importantes para situar a unidade escolar
no conjunto de escolas que formam o sistema, mas não são suficientes para compreender, na
totalidade, o desempenho específico daquela escola. Cada instituição precisa, portanto, estu-
dar as informações produzidas, verificando, por exemplo, a distribuição dos estudantes pelos
Padrões de Desempenho, e o que isso significa em termos de desempenho desses estudantes.
Essa distribuição é ponto de partida para detectar problemas mais amplos, comuns à maioria
dos estudantes da escola, mas a leitura dos resultados não se deve limitar a ela, também: é ex-
tremamente importante que seja realizado um movimento de interpretação dos resultados das
turmas e dos estudantes, individualmente.
Ao analisar os dados produzidos pela avaliação, a equipe pedagógica poderá entender o que
funcionou e o que precisa ser aperfeiçoado, com relação às metodologias adotadas. Estratégias
que se mostraram eficazes, em um determinado momento, podem não ser mais produtivas, por
motivos diversos: esses motivos, muitas vezes, só podem ser percebidos por aqueles que lidam
dia a dia com a realidade da escola, avaliando as condições de oferta do ensino e o perfil dos
estudantes atendidos.
Efetuada a revisão das metodologias de ensino, torna-se relevante pensar em intervenções
pedagógicas mais ou menos abrangentes. Algumas podem ser pontuais, direcionadas a casos
individualizados; outras podem ter um caráter sistêmico, abarcando turmas ou até mesmo a es-
cola em si. O que importa, aí, é detectar as questões levantadas pelos resultados da avaliação
externa e averiguar como podem ser solucionadas, contribuindo para a melhoria do processo
de ensino e aprendizagem.
Outro ponto que merece destaque é a formação para o uso dos resultados. É possível que tanto
os gestores escolares, como as equipes pedagógicas tenham dificuldades em entender e usar
esses resultados. Essas dificuldades podem ser oriundas não só da complexidade própria dos
sistemas de avaliação em larga escala, mas também da formação dos profissionais que atuam
na escola. No caso dos professores, os cursos de atualização e de especialização podem contri-
buir para que novas ideias sejam agregadas às práticas já existentes, quando se perceber que,
depois de adequadamente lidos e interpretados os resultados da avaliação, é necessário rever
os processos pedagógicos adotados pela escola.
Importa lembrar que gestão de rede, gestão escolar e equipe pedagógica – coordenadores
e professores – são corresponsáveis pelas ações adotadas em prol de um ensino equânime.
Certo é que o professor assume papel de destaque nesse processo, dado ser ele quem está
presente todos os dias em sala, acompanhando passo a passo a evolução de seus estudantes.
E é aos docentes que dedicamos esta publicação, esperando que a leitura concorra para que
sua prática seja cada vez mais bem-sucedida.
SAEMI 2014 10 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
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A avaliação transversal se preocupa com a descrição de características de um
conjunto de indivíduos em um determinado momento do tempo. Um bom exem-
plo de uma avaliação transversal é a Prova Brasil: a cada dois anos, todos os
estudantes de 5º e 9º ano do Ensino Fundamental da rede pública são avaliados.
Outro exemplo é o Pisa, avaliação organizada pela OECD, que, a cada três anos,
avalia uma amostra de jovens que tenham em torno de 15 anos.
A Secretaria Municipal de Educação do Ipojuca, por meio do Saemi, avalia, de
forma censitária, os estudantes do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens
e Adultos (EJA), ao final de cada ano letivo, desde 2013, nas disciplinas de Língua
Portuguesa, Matemática e Ciências da Natureza. Em 2014, passou-se a avaliar,
ainda, a área de Ciências Humanas.
O objetivo dessa avaliação é produzir informações qualificadas sobre o desem-
penho escolar dos estudantes avaliados e sobre os fatores associados a esse
desempenho, possibilitando o monitoramento e a formulação de políticas educa-
cionais equitativas.
Com base nos resultados dessa avaliação, a Secretaria de Educação poderá im-
plementar políticas de melhoria da educação pública da rede, assim como, tam-
bém, a escola terá acesso a um conjunto de informações que lhe possibilitarão
tomar decisões e adotar estratégias pedagógicas apropriadas ao desenvolvimen-
to das competências em Língua Portuguesa, Matemática, Ciências da Natureza e
Ciências Humanas.
A seguir, apresentaremos os elementos que fundamentam a avaliação educacio-
nal, utilizados para subsidiar a avaliação transversal do Saemi. Leia, atentamente,
essa parte da revista, para compreender os resultados de sua escola, que serão
apresentados na seção 4.
2AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
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Para compreender os resultados alcançados no Saemi, é preciso considerar e
interpretar os seguintes aspectos: a participação, a média de proficiência alcan-
çada e o percentual de estudantes nos Padrões de Desempenho. É o conjunto
dessas informações que fornecerá um diagnóstico completo sobre o desempe-
nho da educação na rede municipal do Ipojuca.
A seguir, serão apresentados exemplos desses resultados e a interpretação dos
mesmos, para que depois, você, professor, possa analisar os resultados da sua
escola, apresentados na seção 4.
A título de análise, consideramos, em nosso exemplo, os resultados da EJA -
Fase 3 nas aplicações de 2013 e 2014 do Saemi. Os resultados apresentados a
seguir referem-se à rede municipal do Ipojuca, como um todo.
3 A INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
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Resultados de participaçãoOs sistemas de avaliação educacional em larga escala, como o Saemi, estão relacionados com a garantia de um direito
fundamental de todo estudante, qual seja, o direito de aprender. A serviço da qualidade da educação, na medida em
que permite o acompanhamento do ensino ofertado na rede municipal de educação do Ipojuca, o Saemi deve sempre
buscar a participação maciça de seus estudantes. Por isso, é necessário o acompanhamento do número de estudantes
que realizam os testes a cada ano, observando a participação em cada etapa de escolaridade avaliada. Além disso,
para que os resultados alcançados retratem, de fato, o desempenho médio da sua escola, é importante que todos os
estudantes sejam avaliados. Quanto maior a participação, mais consistente é o resultado alcançado.
O que informam os resultados de participação?
O número estimado de estudantes para a realização dos testes e quantos, efetivamente, participaram da avaliação
no município e na sua escola, para cada etapa de escolaridade.
RESULTADOS DE PARTICIPAÇÃO EJA - FASE 3 - LÍNGUA PORTUGUESA (LEITURA) - SAEMI
Edição Número de estudantes Previstos Número de estudantes Efetivos Percentual de Participação
SAÍDA 2013 817 226 27,7%
SAÍDA 2014 847 226 26,7%
A participação no Saemi 2013 Saída, para a EJA - Fase 3, foi de 27,7%. Além do percentual, o resultado informa, tam-
bém, o número de estudantes previstos para a avaliação, 817 e o número de estudantes que, efetivamente, fizeram
parte dela, no caso, 226 estudantes.
Na avaliação de Saída, o percentual de participação diminuiu um pouco, ficando em 26,7%, o número efetivo de
estudantes foi mantido, 226 estudantes; enquanto o número de estudantes previstos aumentou de 817 para 847.
RESULTADOS DE PARTICIPAÇÃO EJA - FASE 3 - MATEMÁTICA- SAEMI
Edição Número de estudantes Previstos Número de estudantes Efetivos Percentual de Participação
SAÍDA 2013 823 235 28,6%
SAÍDA 2014 847 226 26,7%
A participação no Saemi 2013 Saída, para a EJA - Fase 3, foi de 28,6%. Além do percentual, o resultado informa, tam-
bém, o número de estudantes previstos para a avaliação, 823 e o número de estudantes que, efetivamente, fizeram
parte dela, no caso, 235 estudantes.
Na avaliação de Saída, o percentual de participação diminuiu um pouco, ficando em 26,7%, o número efetivo de
estudantes diminuiu de 235 para 226 estudantes; enquanto o número de estudantes previstos aumentou de 823
para 847.
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 3 13 SAEMI 2014
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Proficiência média
A Proficiência Média é o resultado alcançado pela escola na avaliação, com base em uma Escala de Proficiência.
Com essa informação, você pode analisar o desempenho da sua escola em relação a ela mesma, em cada edição
do Saemi, e em relação à média alcançada pelas escolas do município. Esse exercício permite o monitoramento
da evolução do desempenho da sua escola, orientando as ações que precisam ser implementadas para garantir a
melhoria do desempenho ao longo dos anos. Além disso, você poderá ainda identificar, através da média alcançada
por sua escola, em qual dos padrões de desempenho ela se encontra. Essa análise permite a você, professor, saber
quais as habilidades seus estudantes ainda não desenvolveram, exigindo atenção para garantir o desenvolvimento
pleno da aprendizagem dos mesmos.
RESULTADOS DE PROFICIÊNCIA - EJA - FASE 3 LÍNGUA PORTUGUESA - LEITURA
Edição Proficiência Média Padrão de Desempenho
Saída 2013 179,3 Básico
Saída 2014 177,0 Básico
Como pode ser observada, a Proficiência Média da EJA - Fase 3, nas duas aplicações de Saída do Saemi, foi de
179,3, em 2013, e 177,0 na avaliação de Saída2014. Percebe-se uma queda na proficiência entre uma avaliação e
outra. A série avaliada encontra-se no Padrão Básico.
RESULTADOS DE PROFICIÊNCIA - EJA - FASE 3 MATEMÁTICA
Edição Proficiência Média Padrão de Desempenho
Saída 2013 173,9 Elementar II
Saída 2014 178,5 Elementar II
Como pode ser observada, a Proficiência Média da EJA - Fase 3, nas duas aplicações de Saída do Saemi, foi de
173,9, em 2013, e 178,5 na avaliação de Saída2014. Percebe-se um aumento na proficiência entre uma avaliação e
outra. A série avaliada encontra-se no Padrão Elementar II.
SAEMI 2014 14 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
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Distribuição dos estudantes pelos Padrões de Desempenho
Os Padrões de Desempenho permitem classificar o aprendizado dos estudantes através de níveis de aprendiza-
gem. Com isso, pelos Padrões, é possível saber quais são as habilidades e competências desenvolvidas por cada
estudante, bem como aquelas habilidades que eles ainda não desenvolveram plenamente. Esse resultado é ex-
tremamente importante para diagnosticar os estudantes que apresentam as maiores dificuldades (localizados nos
Padrões de Desempenho mais baixos).
No Saemi, há quatro Padrões de Desempenho: Elementar I, Elementar II, Básico, Desejável.
DISTRIBUIÇÃO DOS ESTUDANTES POR PADRÃO DE DESEMPENHO EJA - FASE 3
LÍNGUA PORTUGUESA - LEITURA
Edição Elementar I Elementar II Básico Desejável
SAÍDA 2013 7,1% 35,4% 44,2% 13,3%
SAÍDA 2014 13,7% 35,8% 35,4% 15,0%
Na avaliação de Saída do Saemi 2013, na EJA - Fase 3, 7,1% dos estudantes, encontram-se no Padrão de Desempe-
nho Elementar I, ao passo que 35,4% estão no Elementar II e 44,2% no Padrão Básico; enquanto 13,3% dos estudan-
tes estão no Padrão Desejável, para essa etapa de escolaridade.
Na avaliação de 2014 percebe-se uma alteração nesses percentuais. O número de estudantes nos Padrões mais
baixos, Elementar I e Elementar II, aumentou de 7,1% para 13,7%; e de 35,4% para 35,8%, respectivamente. Já nos
Padrão Básico o percentual diminuiu de 44,2% para 35,4% . No Padrão Desejável, o percentual de estudantes au-
mentou entre uma avaliação e outra: de 13,3% para 15,0%.
DISTRIBUIÇÃO DOS ESTUDANTES POR PADRÃO DE DESEMPENHO EJA - FASE 3MATEMÁTICA
Edição Elementar I Elementar II Básico Desejável
SAÍDA 2013 29,8% 43,8% 23,0% 3,4%
SAÍDA 2014 13,3% 65,5% 19,5% 1,8%
Na avaliação de Saída do Saemi 2013, na EJA - Fase 3, 29,8% dos estudantes, encontram-se no Padrão de Desem-
penho Elementar I, ao passo que 43,8% estão no Elementar II e 23,0% no Padrão Básico; enquanto 3,4% dos estu-
dantes estão no Padrão Desejável, para essa etapa de escolaridade.
Na avaliação de 2014 percebe-se uma alteração nesses percentuais. O número de estudantes no Padrão Elementar
I diminuiu de 29,8% para 13,3%. No Padrão Elementar II, percebe-se um aumento no número de estudantes de 43,8%
para 65,5%. Já nos Padrões mais elevados, Básico e Desejável, o percentual de estudantes caiu entre uma avaliação
e outra: em 2014, 19,5% encontram-se no Padrão de Desempenho Básico e 1,8% no Padrão Desejável.
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 3 15 SAEMI 2014
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A seguir apresentamos os resultados da sua escola. Analise-os e discuta com a
equipe pedagógica sobre o desempenho alcançado nas duas avaliações reali-
zadas em 2013 e na avaliação de 2014.
Para que você se aproprie, substantivamente, desses resultados e possa reela-
borar a sua prática pedagógica com vistas à melhoria do desempenho dos estu-
dantes, estude o conteúdo desta revista e discuta com os demais profissionais
da escola.
RESULTADOS DESTA ESCOLA
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A seguir apresentamos os Padrões de Desempenho da EJA - Fase 3, com um
item exemplar para cada Padrão.
PADRÕES DE DESEMPENHO
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Elementar I Elementar II Básico Desejável
Padrões de Desempenho Estudantil
Os Padrões de Desempenho são categorias definidas a partir de cor-
tes numéricos que agrupam os níveis da Escala de Proficiência, com
base nas metas educacionais estabelecidas pelo SAEMI. Esses cortes
dão origem a quatro Padrões de Desempenho, os quais apresentam o
perfil de desempenho dos estudantes.
Desta forma, estudantes que se encontram em um Padrão de Desem-
penho abaixo do esperado para sua etapa de escolaridade precisam
ser foco de ações pedagógicas mais especializadas, de modo a garan-
tir o desenvolvimento das habilidades necessárias ao sucesso escolar,
evitando, assim, a repetência e a evasão.
Por outro lado, estar no Padrão mais elevado indica o caminho para o
êxito e a qualidade da aprendizagem dos estudantes. Contudo, é pre-
ciso salientar que mesmo os estudantes posicionados no Padrão mais
elevado precisam de atenção, pois é necessário estimulá-los para que
progridam cada vez mais.
Além disso, as competências e
habilidades agrupadas nos Padrões
não esgotam tudo aquilo que os
estudantes desenvolveram e são
capazes de fazer, uma vez que as
habilidades avaliadas são aquelas
consideradas essenciais em cada
etapa de escolarização e possíveis
de serem avaliadas em um teste
de múltipla escolha. Cabe aos
docentes, através de instrumentos
de observação e registros
utilizados em sua prática cotidiana,
identificarem outras características
apresentadas por seus estudantes
e que não são contempladas nos
Padrões. Isso porque, a despeito
dos traços comuns a estudantes
que se encontram em um mesmo
intervalo de proficiência, existem
diferenças individuais que
precisam ser consideradas para a
reorientação da prática pedagógica.
São apresentados, a seguir, exemplos de itens característicos de cada Padrão.
SAEMI 2014 18 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
![Page 21: SAEMI€¦ · conjunto de indivíduos em um determinado momento do tempo. Um bom exem-plo de uma avaliação transversal é a Prova Brasil: a cada dois anos, todos os estudantes de](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022090507/601d65cc90ab127a4464b8a7/html5/thumbnails/21.jpg)
As habilidades presentes neste Padrão de Desempenho são muito elementares e relacionam-se, essencialmente,
à apropriação do código alfabético. Os estudantes deste Padrão revelam ter desenvolvido algumas habilidades
indicativas da participação em eventos sociais e escolares de letramento. Eles leem frases e, nelas, localizam infor-
mações. Além disso, identificam a finalidade e o gênero de textos que circulam em contextos ligados ao cotidiano,
como bilhetes, receitas e convites. Isso mostra que não podem ser considerados leitores autônomos, pois ainda
necessitam desenvolver habilidades que lhes permitam interagir com textos diversos.
até 125 pontos
Elementar I
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
Língua Portuguesa - EJA Fase 3
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 3 19 SAEMI 2014
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Leia o texto abaixo.
Bolo da vovó
Ingredientes:6 ovos (claras e gemas separadas);1 xícara de açúcar;1 xícara de farinha de trigo;1 colher pequena de fermento em pó;Margarina e farinha de trigo para untar a forma.
Recheio:2 xícaras de goiabada cremosa.
Modo de fazer:Bata as claras em neve, adicione as gemas, o açúcar e bata. Acrescente a farinha, o fermento e
misture com uma colher. Coloque em uma forma grande e redonda, untada e enfarinhada. Leve ao forno médio, preaquecido, por 30 minutos. Deixe esfriar, desenforme num prato grande e corte ao meio. Recheie com a goiabada. Leve à geladeira por 1 hora.
Fácil de fazer: bolos cremosos. Editora Alto Astral, s/d, p. 5. (P040080B1_SUP)
(P040081B1) Esse texto serve paraA) contar uma história.B) convidar para uma festa.C) ensinar a fazer um bolo.D) vender um produto.
A habilidade avaliada por esse item diz respeito ao reconhecimento da finalidade
de um texto. Seu desenvolvimento é crucial à formação de um leitor proficiente,
pois permite aos estudantes a compreensão de que os textos circulam nas mais
diferentes esferas sociais.
O texto utilizado como suporte para o item, uma receita culinária, é comum tanto
no ambiente escolar quanto no cotidiano do estudante, o que pode facilitar a sua
resolução. Assim, aqueles que estão familiarizados com receitas, provavelmente,
acertaram o item, reconhecendo que esse gênero apresenta uma função instru-
cional que é ensinar a fazer uma iguaria culinária, conforme expresso na alterna-
tiva C.
A escolha do distrator A foi feita, possivelmente, por aqueles que se prenderam
somente ao título, imaginando que o texto trataria de uma história cuja protagonis-
ta seria a avó.
Já os respondentes que optaram pelas alternativas B e D, provavelmente, focaram
no título e na estrutura composicional do texto, os quais poderiam induzi-los a con-
ceber o texto como pertencente ao gênero convite e anúncio, respectivamente.
SAEMI 2014 20 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
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Neste padrão, manifestam-se habilidades que evidenciam uma maior autonomia na leitura de alguns gêneros tex-
tuais que circulam no contexto escolar e que apresentam temáticas familiares aos estudantes. Nota-se que, neste
padrão, eles começam a desenvolver habilidades básicas de leitura, como localização de informações explícitas,
reconhecimento de elementos da narrativa e do assunto do texto.
Além disso, realizam operações relativas à inferência de sentido de palavra ou expressão, de uso de pontuação,
de informações em textos com estrutura simples e de efeitos de humor. Também, identificam a finalidade de textos.
No que se refere à variação linguística, reconhecem expressões características da linguagem coloquial.
Constata-se, portanto, que começam a desenvolver uma série de habilidades que lhes permitirão avançar para um
nível mais complexo de leitura.
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
de 125 a 175 pontos
Elementar II Língua Portuguesa - EJA Fase 3
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 3 21 SAEMI 2014
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Leia o texto abaixo.
Disponível em: <http://blogdosquadrinhos.blog.uol.com.br/arch2010-08-01_2010-08-31.html>. Acesso em: 21 fev. 2011. (P050115ES_SUP)
(P050115ES) No último quadrinho, a mulher estáA) assustada.B) emocionada.C) irritada.D) triste.
Esse item avalia a habilidade de interpretar textos que conjugam linguagem verbal
e não verbal. Para isso, espera-se que os estudantes sejam capazes de articular as
falas dos balões com as imagens, a fim de construir uma interpretação adequada.
O texto apresenta um gênero textual muito explorado na escola e que desperta o
interesse dos estudantes.
Para chegar à resposta correta, deve-se seguir a sequência narrativa apresentada
para compreender que, no último quadrinho, a mulher está assustada devido ao
fato de as felicitações de Ano Novo ter sido dada pelo rapaz com muito atraso.
Essa interpretação é alcançada considerando-se a leitura da tirinha como um todo
e, mais especificamente, do primeiro quadrinho, onde é apresentada a informação
de que o cartão foi entregue em atraso. Portanto, acertaram o item aqueles que
assinalaram a letra A, o gabarito.
As demais alternativas foram escolhidas por aqueles que, possivelmente, não se
atentaram para todos os elementos verbais e não verbais presentes no texto. Os
avaliandos que escolheram a alternativa B entenderam que a mulher pode ter
ficado emocionada com o recebimento do cartão. Esses estudantes parecem não
ter se atentado ao último quadrinho e às falas do homem no primeiro quadrinho,
priorizando a interpretação do segundo quadrinho.
De igual modo, aqueles que optaram pelas alternativas C e D entenderam que a
mulher, ao receber o cartão atrasado, ficou irritada e triste, respectivamente. No
entanto, essa interpretação não é sugerida pelo contexto geral da tirinha.
SAEMI 2014 22 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
![Page 25: SAEMI€¦ · conjunto de indivíduos em um determinado momento do tempo. Um bom exem-plo de uma avaliação transversal é a Prova Brasil: a cada dois anos, todos os estudantes de](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022090507/601d65cc90ab127a4464b8a7/html5/thumbnails/25.jpg)
Analisando-se as habilidades representativas deste Padrão de Desempenho, observa-se que há indícios de apro-
priação de elementos que estruturam o texto, manifestada em operações de retomada de informações por meio de
pronomes pessoais retos e por substituição lexical. Além disso, reconhecem as relações lógico-discursivas presen-
tes no texto, marcadas por advérbios, locuções adverbiais e por marcadores de causa e consequência.
Com relação às operações inferenciais, eles depreendem informações implícitas, o sentido de palavras ou expres-
sões, o efeito do uso da pontuação e de situações de humor.
No que diz respeito ao tratamento das informações globais, esses estudantes identificam o assunto de textos que
abordam temáticas familiares; identificam elementos da estrutura narrativa e distinguem fato de opinião. Acrescen-
ta-se ainda a capacidade de interpretarem textos que integram linguagem verbal e não verbal, cuja temática esteja
relaciona ao próprio cotidiano.
Percebe-se que, neste padrão, os estudantes conseguem identificar a finalidade de alguns textos que circulam em
uma sociedade letrada.
Uma das habilidades que melhor evidencia a ampliação da complexidade das operações cognitivas realizadas
pelos estudantes que se encontram neste Padrão é a capacidade de construir relações de intertextualidade entre
textos que tratam do mesmo tema.
Constata-se, assim, que os estudantes que se encontram neste intervalo de proficiência conseguem mobilizar ha-
bilidades para atuar sobre o texto, indo além das informações apresentadas em sua superfície, atingindo camadas
mais profundas de significado.
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
de 175 a 225 pontos
Básico Língua Portuguesa - EJA Fase 3
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 3 23 SAEMI 2014
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Leia o texto abaixo.
A grande surpresa
A mãe de Juquinha entra subitamente na cozinha e pega ele tirando chocolates de dentro do armário para comer escondido. Ela exclama com surpresa:
– Francamente, Juquinha, estou admirada em encontrá-lo aqui!– Pois saiba que eu estou muito mais! – respondeu Juquinha – Pensei que a senhora tinha saído.
Disponível em: <http://sitededicas.uol.com.br/piadas4.htm>. Acesso em: 21 fev. 2011. (P050128ES_SUP)
(P050128ES) O que torna esse texto engraçado é A) a mãe entrar rápido na cozinha.B) a mãe pegar o menino com os chocolates.C) a bronca da mãe.D) a fala do menino.
Esse item avalia a habilidade de identificar traços de humor em um texto. O texto
escolhido como suporte é uma piada, gênero familiar aos estudantes, o que pode
contribuir para a resolução do item, a despeito de a habilidade exigir inferências
mais sofisticadas.
Para chegar ao gabarito, alternativa D, o estudante deve perceber que a fala do
menino contraria a expectativa da sequência narrativa, ao responder que também
estava surpreso com a chegada da mãe, pois, ao longo do desenvolvimento da
narrativa, era esperado que, ao ser surpreendido, o menino esboçasse uma justi-
ficativa para o ato ou demonstrasse medo.
Os estudantes que marcaram a alternativa A focaram em uma informação apresen-
tada no início do texto, atribuindo à entrada repentina da mãe na cozinha a causa
do humor do texto.
Da mesma forma, a escolha pela alternativa B foi feita por aqueles que, possivel-
mente, prenderam-se a um fato presente no início do texto, relacionando o humor
ao flagrante dado no menino por sua mãe.
Por fim, aqueles que assinalaram a alternativa C demonstraram uma inferência
equivocada, considerando cômica a bronca dada pela mãe no filho.
SAEMI 2014 24 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
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acima de 225 pontos
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
Neste padrão, os estudantes demonstram uma maior capacidade de interagir com textos de estrutura mais comple-
xa e de temática menos familiar.
No que diz respeito aos textos narrativos, eles conseguem identificar os personagens, o conflito gerador do enredo
e o desfecho.
Na dimensão relativa à apropriação de elementos que estruturam o texto, manifestam-se habilidades de retomada
de informações por meio de pronomes demonstrativos, possessivos, de substituição lexical, além do reconhecimen-
to de relações lógico-discursivas, marcadas por expressões adverbiais.
Quanto à variação linguística, esses estudantes identificam interlocutores por meio de marcas linguísticas.
No que concerne à realização de inferências, reconhecem o efeito de humor produzido pelo uso de ambiguidade
e do emprego de notações.
As habilidades desenvolvidas neste Padrão revelam um leitor mais maduro, capaz de lidar com uma maior gama de
gêneros textuais.
Desejável Língua Portuguesa - EJA Fase 3
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 3 25 SAEMI 2014
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Leia o texto abaixo.
5
10
O corvo e o lagostim
Um corvo sobrevoava um lago, quando viu um lagostim. Ele o agarrou e o levou para uma árvore à beira da água. Pousado em um galho bem alto, preparou-se para saborear seu delicioso café da manhã. O lagostim estava fi rmemente preso em seu bico!
O pobre animalzinho viu que estava em grandes apuros.“Eu conheci sua mãe e seu pai, e eles eram muito boa gente!”, gritou o lagostim. “Uhum”,
disse o corvo sem abrir a boca.“E eu também conheci seus irmãos e irmãs, e eles eram muito boa gente também!”,
acrescentou o lagostim.“Uhum”, disse o corvo de novo, ainda sem abrir a boca.“Mas, apesar de eles serem ótimas criaturas”, continuou o lagostim, “eles não eram
como você. Na verdade, na minha opinião, não há ninguém em todo este mundo mais esperto do que você!”
Muito contente com essas palavras, o corvo começou a gritar com todas as suas forças, de pura alegria. E o lagostim caiu, direto no lago – e conseguiu escapar!
Disponível em:<http://www.mingaudigital.com.br/article.php3?id_article=73>. Acesso em: 11 maio 2011. (P050320C2_SUP)
(P050321C2) No final desse texto, pode-se dizer queA) o lagostim foi sincero com o corvo.B) o lagostim foi mais forte do que o corvo.C) o corvo teve pena do lagostim. D) o corvo foi enganado pelo lagostim.
A habilidade avaliada por esse item diz respeito à infe-
rência de uma informação presente em um texto verbal
de linguagem simples e com linguagem familiar à faixa
etária avaliada.
O item requer que os estudantes estabeleçam proces-
sos inferenciais, na medida em que ele deve convergir
várias informações fornecidas no texto a fim de ler nas
entrelinhas, para finalmente construir uma interpretação
que se encontra implícita no desfecho do texto.
Espera-se que os estudantes apresentem uma com-
preensão global do texto e, mais particularmente, mos-
trem-se atentos para os dois últimos parágrafos, en-
tendendo que, ao elogiar o corvo, o lagostim objetivou
enganá-lo para conseguir escapar. Portanto, os estudan-
tes que assinalaram a alternativa D fizeram esse percur-
so cognitivo, correspondendo à expectativa do item.
A escolha pela alternativa A foi feita por aqueles que,
provavelmente, não depreenderam a intenção subja-
cente à fala do lagostim, entendendo, equivocadamente,
que seu objetivo era de fato ressaltar as características
do corvo. Esses estudantes prenderam-se somente à
fala do lagostim isoladamente, sem relacioná-la ao res-
tante da história e, principalmente, ao último parágrafo,
que deixa clara a estratégia pretendida pela presa.
Aqueles que optaram pela alternativa B, possivelmente,
concentraram-se somente no último parágrafo e enten-
deram que a escapada da presa deve-se ao fato de o
lagostim ser mais forte que o corvo.
Os estudantes que escolheram a alternativa C, possi-
velmente, pautaram-se somente na leitura do último pa-
rágrafo e compreenderam, de forma equivocada, que
o predador teve pena do lagostim e, por isso, decidiu
libertá-lo. No entanto, essa interpretação não é prevista
considerando-se a leitura global do texto.
SAEMI 2014 26 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
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As habilidades matemáticas que se evidenciam neste Padrão de Desempenho são elementares para este período
de escolarização.
No campo Numérico, os estudantes demonstram ter desenvolvido no conjunto dos números naturais a habilidade de
localizar esses números na reta numérica; reconhecer o valor posicional dos algarismos; reconhecer a quarta parte
de um todo; calcular adição com números de até três algarismos; além de resolver problemas envolvendo adição
ou subtração, estabelecendo relação entre diferentes unidades monetárias (representando um mesmo valor ou em
uma situação de troca, incluindo a representação dos valores por numerais decimais) em diversos contextos sociais.
Eles ainda associam a escrita do algarismo romano à escrita do número no Sistema de Numeração Indo-Arábico.
No campo Geométrico, reconhecem a forma do círculo e identificam os quadriláteros. Já no campo Tratamento da
Informação, esses estudantes leem informações em tabelas de coluna única, ressaltando que a leitura de informações
em tabela, neste Padrão, não requer necessariamente que haja a compreensão da relação entre dados e informações.
Percebe-se, ainda, neste Padrão, que esses estudantes determinam a medida da área de uma figura poligonal cons-
truída sobre uma malha quadriculada, demonstrando, também, coordenar as ações de contar.
O desafio que se coloca nesta fase é o de viabilizar condições para que os estudantes possam encontrar significado
para cada objeto matemático de seu estudo. É preciso levá-los a compreender o espaço em que vivem, através da
percepção, do sentido, da movimentação no espaço em que ocupam. Da mesma forma, é importante trabalhar me-
canismos que lhes permitam relacionar informações que circulam em diferentes esferas sociais e mobilizar conheci-
mentos de forma autônoma para interpretar a diversidade matemática que constituiu/integra/estrutura a sociedade.
até 150 pontos
Elementar I
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
Matemática - EJA Fase 3
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 3 27 SAEMI 2014
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(M070785E4) Observe a reta numérica abaixo. Ela está dividida em segmentos de mesma medida.
42
F
38363432
O número representado pelo ponto F nessa reta éA) 39B) 40C) 41D) 44
Esse item avalia a habilidade de os estudantes identificarem um número natural de dois
algarismos correspondente a um ponto na reta numérica.
Para resolvê-lo, eles devem, primeiramente, perceber que o comprimento de cada um
dos intervalos é igual a 2 unidades. Assim, o número representado pelo ponto F corres-
ponde ao número 40, pois 40 = 38 + 2. Logo, os estudantes que optaram pela alternativa
B, provavelmente, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item.
A seleção das alternativas A ou C sugere que os estudantes não perceberam que a
graduação feita na reta era de 2 unidades e consideraram a mesma sendo de 1 unidade.
Dessa forma, o sucessor de 38 seria o 39 (alternativa A) e, por outro lado, o antecessor
de 42 seria o 41 (alternativa C).
Os estudantes que marcaram a alternativa D, provavelmente, identificaram, corretamen-
te, o comprimento de cada intervalo, entretanto, equivocaram-se ao considerar o sen-
tido positivo da reta numérica da direita para a esquerda e, assim, obtiveram o número
representado pelo ponto F como 42 + 2 = 44.
Espera-se que os estudantes nessa etapa de escolarização sejam capazes de com-
preender a correspondência biunívoca existente entre os números naturais e a sua
posição na reta numérica. No desenvolvimento desta habilidade, é comum que os es-
tudantes construam uma imagem mental da reta numérica sempre dividida em partes
iguais a 1 unidade, o que acaba ocasionando os erros observados nas alternativas A
ou C. Portanto, para evitar que isso aconteça, seria interessante que os professores
enfatizassem exemplos e exercícios em que a reta numérica não se encontresse nessa
representação prototípica1.
1 Protótipo pode ser entendido como o objeto que o sujeito considera ser o melhor exemplar
de uma determinada categoria.
SAEMI 2014 28 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
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Neste Padrão, as habilidades matemáticas que mais se evidenciam são as relativas aos significados atribuídos aos
números naturais, seja em um contexto social ou escolar.
Os estudantes que se encontram neste Padrão demonstram reconhecer e utilizar características do Sistema de
Numeração Decimal, tais como princípio do valor posicional, escrita por extenso de números e sua composição ou
decomposição em dezenas e unidades, além de compreender o significado do algoritmo da subtração de números
de até quatro algarismos, da multiplicação com número de dois algarismos e da divisão exata por números de um
algarismo. Esses estudantes resolvem problemas envolvendo a soma ou subtração de números racionais na forma
decimal, constituídos pelo mesmo número de casas decimais e por até três algarismos. Eles também resolvem pro-
blemas envolvendo as operações, incluindo o Sistema Monetário brasileiro.
No campo Geométrico, reconhecem um número maior de figuras bidimensionais pelo número de lados e pelo ân-
gulo reto, identificam a forma ampliada de uma figura em uma malha quadriculada, diferenciam entre os diversos
sólidos aqueles com superfícies arredondadas, além de identificar a localização e movimentação de objetos em
representações do espaço, com base em referencial igual ou diferente da própria posição.
No campo Tratamento da Informação, esses estudantes começam a ler informações em tabelas de dupla entrada e
interpretar informações em um gráfico de coluna, por meio da leitura de valores do eixo vertical. Essa leitura é muitas
vezes caracterizada pela percepção da altura da coluna, embora já se constate a leitura de valores no eixo vertical.
As habilidades pertinentes ao campo Grandezas e Medidas também aparecem neste Padrão, demonstrando que
os estudantes compreendem o procedimento para medir o comprimento de um objeto com a utilização da régua
graduada, e relacionam metros com centímetros. Eles também conseguem ler horas e minutos em relógio digital
e de ponteiro. Reconhecem a duração de um intervalo de tempo e sabem relacionar dias e semanas, horas e mi-
nutos. Também conseguem reconhecer as cédulas do Sistema Monetário brasileiro que representam uma quantia
de dinheiro inteira, sem centavos, além de estimar medida de comprimento usando unidades convencionais e não
convencionais.
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
de 150 a 200 pontos
Elementar II Matemática - EJA Fase 3
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 3 29 SAEMI 2014
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(M070786E4) O gráfi co abaixo apresenta o preço promocional de algumas frutas no mercado do bairro onde Pedro mora.
Banana Laranja Mamão Manga
Frutas
Pre
ço
do
kg
da
s f
ruta
s
R$ 2,00
R$ 1,80
R$ 1,60
R$ 1,40
R$ 1,20
R$ 1,00
R$ 0,80
R$ 0,60
R$ 0,40
R$ 0,20
R$ -
R$ 1,55
R$ 1,04
R$ 1,89
R$ 1,69
Pedro comprou 3 kg da fruta mais cara dentre as apresentadas nesse gráfi co.Qual foi o valor total que ele gastou nessa compra?A) R$ 1,89 B) R$ 3,12C) R$ 5,07D) R$ 5,67
Esse item avalia a habilidade de os estudantes resolve-
rem problemas através de informações e dados apre-
sentados em gráficos de colunas.
Para a resolução desse item, os estudantes devem per-
ceber que o gráfico apresenta quatro colunas, as quais
indicam o preço promocional de um quilograma de qua-
tro tipos de frutas do mercado. Em seguida, eles devem
comparar qual das quatro frutas tem o preço do quilo-
grama mais caro, ou seja, associar à fruta cuja respectiva
coluna do gráfico é a maior, para posteriormente, multi-
plicar o preço do quilograma dessa fruta por 3 e encon-
trar o valor total gasto por Pedro nessa compra. Os estu-
dantes que escolheram a alternativa D demonstraram ter
desenvolvido a habilidade avaliada pelo item.
Aqueles que escolheram a alternativa B, possivelmente,
confundiram o conceito de mais caro com mais barato,
multiplicando por 3 o valor do quilograma da fruta cujo
preço é o menor dentre as frutas apresentadas no gráfi-
co. Os estudantes que marcaram a alternativa A, possivel-
mente, associaram corretamente à fruta mais cara, porém
não se atentaram a informação que Pedro comprou 3 kg
dessa fruta. Já os que marcaram a alternativa C provavel-
mente equivocaram-se ao considerar que o valor do qui-
lograma da fruta mais cara estava apresentado na última
coluna do gráfico e assim o multiplicaram por 3.
O desenvolvimento das habilidades em resolução de
problemas, envolvendo a leitura e interpretação de da-
dos em tabelas ou gráficos, é de suma importância, uma
vez que irá permitir que esses estudantes não só sejam
capazes de avaliar criticamente as informações estatísti-
cas comumente divulgadas em jornais, revistas e outras
mídias, como, também, poderá ajudá-los a tomarem deci-
sões com base na interpretação dessas informações. Por
isso, é importante trabalhar, desde essa etapa de escola-
ridade, mecanismos que possibilitem a esses estudantes
processarem informações nos diversos contextos, o que
inclui escrita, leitura e cálculo.
SAEMI 2014 30 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
![Page 33: SAEMI€¦ · conjunto de indivíduos em um determinado momento do tempo. Um bom exem-plo de uma avaliação transversal é a Prova Brasil: a cada dois anos, todos os estudantes de](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022090507/601d65cc90ab127a4464b8a7/html5/thumbnails/33.jpg)
Neste Padrão, há uma maior expansão do conhecimento matemático necessário à série, tanto no que tange à am-
pliação do leque de habilidades relativas à resolução de problemas quanto na complexidade que exige dos estu-
dantes melhor desempenho ao lidar com o Sistema de Numeração Decimal.
Neste Padrão, os estudantes demonstram habilidade em calcular o resultado de uma expressão numérica envolven-
do adição e subtração com uso de parênteses e colchetes; calcular o resultado de uma divisão por números de até
dois algarismos, inclusive com resto e uma multiplicação cujos fatores são números de dois algarismos; identificar
números naturais em um intervalo dado; reconhecer a lei de formação de uma sequência de números naturais. Há
evidencia também do desenvolvimento de habilidades relativas ao conjunto dos números racionais.
Constata-se que esses estudantes comparam números decimais com diferentes partes inteiras, localizando-os na reta
numérica; reconhecem a representação numérica de uma fração com apoio de representação gráfica, além de calcular
porcentagem. Ainda no campo Numérico, esses estudantes demonstram resolver problemas utilizando multiplicação
envolvendo configuração retangular e reconhecendo que um número não se altera ao multiplicá-lo por um; envolven-
do mais de uma operação; de soma, envolvendo combinações; de composição ou decomposição polinomial.
Desenvolve-se também neste Padrão, a habilidade de reconhecer o gráfico de colunas correspondente aos dados
apresentados de forma textual e a capacidade para resolver problemas que envolvem a interpretação de dados
apresentados em gráficos de barras ou em tabelas. Além disso, são capazes de localizar informações em gráficos de
colunas duplas e ler gráficos de setores ou relacioná-los a gráficos de colunas. Os estudantes também conseguem
estimar uma medida de comprimento usando unidades não convencionais, como o pé. Sabem também determinar
a medida do comprimento do contorno de uma figura poligonal desenhada em malha quadriculada, mas não reco-
nhecem ainda o significado da palavra perímetro. Em figuras poligonais desenhadas em uma malha quadriculada, os
estudantes conseguem comparar suas áreas, bem como determinar a sua medida pela contagem de quadradinhos.
Já conseguem ler horas e minutos em relógio de ponteiros em situações mais gerais.
Assim como no Padrão anterior, sabem relacionar dias e semanas; horas e minutos, mas avançam para outras uni-
dades, como meses, trimestres e ano, e sabem também efetuar cálculos simples com essas unidades de medida de
tempo. Eles resolvem problemas envolvendo conversão de unidades de medida de massa (kg/g), tempo (dias/anos),
temperatura, comprimento (km/m) e capacidade (mL/L). Determinam o intervalo de tempo transcorrido entre dois
instantes. Além de reconhecer as cédulas do Sistema Monetário Nacional, neste Padrão, eles estabelecem trocas
de cédulas e moedas em situações menos familiares.
Em relação ao Padrão anterior, constata-se que no campo Geométrico esses estudantes identificam os triângulos, os
quadriláteros (por meio de suas propriedades), os pentágonos, os hexágonos e os círculos. Eles também demons-
tram ter mobilizado estruturas que os permitiram transitar, cognitivamente, do espaço tridimensional para o plano,
percebendo características e propriedades relativas às planificações de um cubo e de um cilindro dada em situação
contextualizada. Além de identificar propriedades comuns e diferenças entre os sólidos geométricos através do nú-
mero de faces, também identificam a localização ou movimentação de objetos em representações gráficas situadas
em referencial diferente do estudante e reconhecem que a medida do perímetro de um polígono, em uma malha
quadriculada, dobra ou se reduz à metade, quando os lados dobram ou são reduzidos à metade.
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
de 200 a 250 pontos
Básico Matemática - EJA Fase 3
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 3 31 SAEMI 2014
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(M070783E4) Observe o sólido geométrico representado abaixo.
A planifi cação desse sólido é
A) B)
C) D)
Esse item avalia a habilidade de os estudantes identifica-
rem a planificação de um sólido a partir de sua imagem.
Para resolvê-lo, eles devem reconhecer as formas geo-
métricas que compõem essa figura tridimensional. Como
o sólido corresponde a um cilindro circular reto, então,
deve-se observar que ele é formado por duas bases cir-
culares e uma superfície lateral no formato de um retân-
gulo. Aqueles que marcaram a alternativa B, provavel-
mente, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item.
A escolha da alternativa A sugere que os estudantes re-
conhecem que o cilindro circular reto é formado por duas
bases circulares e uma superfície lateral no formato de
um retângulo, porém não se atentam para a posição das
bases em sua representação planificada. Aqueles que
marcaram a alternativa C, possivelmente, consideram que
o cilindro possui apenas uma única base. Já aqueles que
assinalaram a alternativa D, provavelmente, desconhe-
cem que o cilindro é formado por duas bases circulares
e o associam à alternativa na qual está representada ape-
nas a superfície lateral planificada do cilindro.
Como a habilidade avaliada por esse item envolve, es-
sencialmente, a visualização, para seu desenvolvimento,
sugere-se que, durante o processo de ensino, os estu-
dantes tenham alguma experiência de construção de
sólidos a partir de suas planificações, seja usando papel
ou outros materiais, ou mesmo usando algum software.
Dessa maneira, espera-se que eles se apropriem das
imagens dos sólidos geométricos, diferenciando uma da
outra por meio de suas características, e que sejam ca-
pazes de “abrir” e/ou “fechar” os sólidos mentalmente,
o que facilita a identificação da planificação. Também, é
importante que eles sejam capazes de perceber as ca-
racterísticas e propriedades das figuras bidimensionais
que compõem os sólidos geométricos.
SAEMI 2014 32 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
![Page 35: SAEMI€¦ · conjunto de indivíduos em um determinado momento do tempo. Um bom exem-plo de uma avaliação transversal é a Prova Brasil: a cada dois anos, todos os estudantes de](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022090507/601d65cc90ab127a4464b8a7/html5/thumbnails/35.jpg)
acima de 250 pontos
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
As habilidades matemáticas características deste Padrão exigem dos estudantes um raciocínio numérico e geomé-
trico mais avançado para a resolução de problemas. Eles identificam mais de uma forma de representar a mesma
fração, assim como localizá-las na reta numérica; resolvem problemas que envolvem proporcionalidade requerendo
mais de uma operação; reconhecem que 50% correspondem à metade; resolvem problemas utilizando a multiplica-
ção e divisão em situação combinatória, de soma e subtração de números racionais na forma decimal envolvendo
o Sistema Monetário brasileiro; além de resolverem problemas simples de contagem envolvendo o princípio multi-
plicativo.
No campo Geométrico, constata-se que esses estudantes identificam elementos de figuras tridimensionais, reconhecem
o quadrado fora da posição usual, reconhecem diferentes planificações do cubo, identificam as posições dos lados (pa-
ralelismo) dos quadriláteros, identificam a localização de um objeto, tendo por referência pontos com posição opostas à
sua e envolvendo combinações, além de identificar poliedros e corpos redondos relacionando-os às suas planificações.
Neste Padrão, os estudantes efetuam operações com horas e minutos, fazendo redução de minutos em horas; re-
conhecem o significado da palavra “perímetro”; realizam conversão e soma de medidas de comprimento (m/km) e
massa (g/kg); estimam medidas de grandeza, utilizando unidades de medida convencionais (L/mL) e resolvem pro-
blemas de situações de troco, envolvendo um número maior de informações e operações.
Os estudantes que se encontram neste Padrão desenvolveram as habilidades relativas ao campo Tratamento da
Informação nos Padrões anteriores a este, demonstrando serem capazes de fazer leituras e interpretação de tabelas
de até dupla entrada e gráficos de barra e setores.
Desejável Matemática - EJA Fase 3
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 3 33 SAEMI 2014
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(M070784E4) De segunda-feira a sexta-feira Robson corre em um parque no seu bairro. Ele corre 2,4 km por dia.Quantos metros Robson corre por dia?A) 2,4B) 24C) 240D) 2 400
Esse item avalia a habilidade de os estudantes resolverem problemas envolvendo
conversão entre unidades de medida de comprimento.
Para resolvê-lo, eles devem estabelecer a relação entre metro e quilômetro, per-
cebendo que 1 km é igual a 1 000 m, portanto 2,4 km é igual a 2 400 m. Provavel-
mente, os estudantes que marcaram a alternativa D desenvolveram a habilidade
avaliada por esse item.
A opção pelas alternativas B ou C sugere que os estudantes confundiram a rela-
ção entre as unidades de medida, considerando 1 km = 10 m, logo 2,4 km = 24 m
(alternativa B) ou considerando que 1 km = 100 m, logo 2,4 km = 240 m (alternativa
C), demonstrando em ambos os casos não perceberem a relação existente entre
os múltiplos e submúltiplos do metro. Já os estudantes que optaram pela alter-
nativa A apenas repetiram o número apresentado no enunciado, mostrando não
atribuir significado ao comando do item.
A habilidade avaliada por esse item determina que os estudantes compreendam a re-
lação existente entre quantidades contínuas, ou seja, eles precisam perceber quantas
vezes uma medida pode estar inserida em outra. Seria interessante uma abordagem
mais dinâmica, menos mecanicista e interdisciplinar dessas unidades de medida, pro-
porcionando ao estudante um aprendizado mais significativo e concreto.
SAEMI 2014 34 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
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Com base nos resultados da avaliação, como associar, na prática, competên-
cias e habilidades ao trabalho pedagógico em sala de aula? Os artigos a seguir
apresentam sugestões sobre como essa intervenção pode ser feita no contexto
escolar, visando promover uma ação focada nas necessidades dos estudantes, a
partir da análise de algumas competências e habilidades.
REFLEXÃO PEDAGÓGICA
6
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O ensino de Língua Portuguesa para estudantes jovens e adultos: os desafios para uma didática crítica e coerente
O ensino da língua materna é dinâmico e segue as evoluções histórico-sociais, principal-
mente no que diz respeito à importância dada à educação em cada época. É o Estado quem,
em última instância, define quais são as diretrizes educacionais de uma nação. Fica clara a
influência política nesse processo, acompanhando, em tese, a mobilização e os anseios dos
cidadãos.
A compreensão da língua materna, aliás, está intimamente atrelada ao processo social que ga-
rante e fundamenta a cidadania. Em outras palavras, a proficiência em leitura proporciona, a cada
indivíduo, a possibilidade de compreender o mundo segundo sua própria ótica. Poder interpretar
os diversos textos a que se tem acesso a todo o tempo, nos gêneros mais diferenciados, é ser
capaz de visualizar a sociedade na qual nos inserimos de forma crítica e independente.
Além disso, a proficiência da língua materna para a escrita permite a ampliação da capacida-
de de expressão do indivíduo, inserindo-o em um universo em que se vislumbram maiores
oportunidades de integração social através da comunicação, reforçando o caráter de forma-
ção cidadã proporcionado por esse conjunto de habilidades adquiridas.
Dessa forma, o ensino da língua materna tem, por objetivo essencial, capacitar os estudan-
tes para a leitura, a compreensão e a escrita de textos nos mais variados gêneros e supor-
tes. Estimular o interesse para o manuseio da linguagem, algo que não deve ser ignorado
como meta latente desse processo, requer apresentá-la de forma atraente e dinâmica, des-
pertando nos estudantes a curiosidade e o prazer pela experiência.
Estimulados, os estudantes se sentirão mais capazes de manipular a linguagem, e a ten-
dência é se arriscarem no terreno da expressão oral e escrita à medida que se sintam mais
confortáveis e seguros com o seu manuseio. Se considerarmos que a prática pode levar ao
domínio das habilidades, poderemos concluir que a incitação é uma forma real de impulsio-
nar o desempenho dos estudantes em Língua Portuguesa.
Durante o processo de escolarização nessa disciplina, é necessário, após a consolidação
da alfabetização, percorrer os caminhos da leitura, adentrando em diversos aspectos espe-
cíficos e complementares. Conforme dissemos, é preciso formar leitores e escritores que
dominem a linguagem em suas variadas formas. Textos verbais e não verbais, por exemplo,
precisam ser decodificados e interpretados corretamente e em suas relações.
Ainda no que se refere às estratégias de leitura, é necessário que, no decorrer de sua esco-
larização, o estudante consiga dominar habilidades como localizar informações – explícitas
ou não – em textos, reconhecer temáticas, interpretar corretamente palavras, frases e a
SAEMI 2014 36 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
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semântica das informações, bem como tratar qualitativamente os gêneros textuais, identifican-
do-os, suas finalidades e seus efeitos estilísticos e de linguagem.
Um leitor proficiente ainda é capaz de tratar e relacionar as informações a que tem acesso,
comparando-as, confrontando-as e delas extraindo significados, estejam em textos distintos ou
em um mesmo suporte. Espera-se, portanto, que o processo de escolarização seja capaz de
proporcionar ao estudante experiências e atividades preparatórias para a sua formação leitora,
levando em consideração, no mínimo, todos os aspectos supramencionados.
Não deve escapar, ao professor de Língua Portuguesa, a perspectiva de proporcionar o de-
senvolvimento da linguagem de forma mais sofisticada a seus estudantes, levando em
consideração, entre outros fatores, a ampliação vocabular, a expressão oral, a
conformação de hábitos de leitura, a escrita clara e correta. Dessa forma, a
escolarização será um processo alinhado ao contexto social do estudante
nas perspectivas intra e extraescolar.
É preciso estar claro, para o educador, que o trabalho com a lingua-
gem exerce influência em sua formação não apenas no que tange ao
desenvolvimento acadêmico, mas também, e talvez, principalmente,
no processo de formação do sujeito, que se dá a partir da conscien-
tização das responsabilidades sociais individuais e coletivas, numa
perspectiva ideal de solidariedade e cooperação, que a educação
deve procurar engendrar.
Olhar para o século XXI impõe, ainda, uma série de desafios para o traba-
lho do professor de Língua Portuguesa. A vocação docente, por si só, pode
não ser suficiente para encará-los. É preciso ter um olhar perspicaz diante das
mudanças pelas quais a sociedade passa e incorporá-las ao processo de escolarização, de
modo que a escola consiga despertar e manter o interesse nesse novo perfil dos estudantes,
cada vez mais conectado ao mundo externo através das tecnologias e da diversidade de infor-
mações que circulam em tempo real.
O ensino nos dias de hoje deve assumir, ainda, o compromisso de desenvolver competências
importantes para a formação do sujeito hodierno, mesmo que estejam além dos processos
educacionais formais. O grande desafio é estar atento a que competências são essas e de que
maneiras elas podem se desenvolver, para, enfim, proporcionar práticas pedagógicas que as
estimulem.
As políticas públicas devem se voltar especialmente para os contextos de aprendizagem mo-
dernos, propondo a discussão de estratégias para garantir o desenvolvimento dos estudantes
de forma plena e coesa. A escola atual deve estar atenta às competências socioemocionais,
que incluem comportamentos e sentimentos dos estudantes e dizem muito sobre como eles
agem diante das situações cotidianas. Dessa forma, o olhar sobre a formação do indivíduo terá
uma característica mais ampla e de acordo com o que a sociedade contemporânea demanda.
Estimular o interesse para o
manuseio da linguagem, algo que
não deve ser ignorado como meta latente
desse processo, requer apresentá-la de
forma atraente e dinâmica, despertando nos
estudantes a curiosidade e o prazer pela
experiência.
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 3 37 SAEMI 2014
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A importância de um olhar diferenciado ao ensino na EJA
Se a própria atualização da sociedade demanda um olhar especial para a educação dos estu-
dantes de hoje, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) apresenta ainda mais especificidades
a serem observadas. Diante de um modelo diferenciado como esse, é preciso ter um olhar
sensível sobre os anseios e as reais necessidades desse público. É basal não engessar os es-
tudantes que regressam à escola em modelos pré-definidos que determinam as possibilidades
e caminhos a que eles terão acesso.
Também o estudante da EJA deve ter observado seu direito a uma formação humana e cidadã,
que vá muito além da colocação no mercado de trabalho ou dos conhecimentos técnicos a serem
adquiridos. O estudante dessa modalidade precisa ser instigado, em seu aprendizado, a despertar
a consciência crítica, de modo a poder se transformar em um potencial agente de mudança social.
É preciso compreender que o ensino da língua materna atua fornecendo, ao estudante, instru-
mentos para que atue criticamente em seu contexto social, munindo-o de saberes alinhados a
uma prática social que promova a consciência desse alunado. No caso dos jovens e adultos já
alfabetizados, os conteúdos de Língua Portuguesa trabalhados devem estar em
acordo com essa perspectiva, através do desenvolvimento de atividades
adequadas a esse público, no que tange às propostas textuais e tipos
de linguagem utilizados pedagogicamente.
As bases da Educação de Jovens e Adultos devem ser estabele-
cidas através de uma parceria entre professores e estudantes. O
manejo da linguagem deve ser enxergado como um instrumento
de libertação social desse público por meio do ensino ofertado.
Não se deve deixar de ter em conta o fundamento de que, antes
de tudo, essas pessoas têm direito constitucional à educação de
qualidade, comprometida com essa transformação de que falamos.
Elaborar atividades vinculadas a conteúdos pedagógicos para a EJA
requer, além de domínio do conteúdo a ser trabalhado, um franco diálo-
go entre os principais atores desse processo: os professores e suas turmas.
Reconhecidas as especificidades de cada grupo de estudantes, passa a ser pos-
sível estruturar propostas que de fato contribuam com a formação dos estudantes alinhada às
suas expectativas e possibilidades.
Para que a Educação de Jovens e Adultos possa oferecer um ensino de qualidade a seu pú-
blico, é fundamental reconhecer que os sujeitos envolvidos não podem ser tratados conforme
os estudantes do ensino regular. Há, neste contexto, que se ter uma preocupação pedagógica
diferenciada, que não só transponha os conteúdos, mas os trabalhe de forma crítica, madura e
adequada ao público ao qual se direciona.
As bases da Educação de Jovens
e Adultos devem ser estabelecidas
através de uma parceria entre professores
e estudantes. O manejo da linguagem deve
ser enxergado como um instrumento de
libertação social desse público por meio
do ensino ofertado.
SAEMI 2014 38 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
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Tendo em vista essas questões, apontaremos sugestões de atividades para o desenvolvimento
de alguns conteúdos de Língua Portuguesa para os anos finais do Ensino Fundamental aos
estudantes da EJA, de modo a provocar algumas reflexões sobre o domínio da linguagem e
as especificidades desta modalidade de ensino. Como dito, tais propostas não se pretendem
fórmulas para trabalhar qualquer habilidade. Devem ser entendidas como sugestões, a serem
refletidas e consideradas por meio da percepção que o docente tem de seus estudantes a partir
do processo dialógico, cuja importância destacamos.
O que se espera de um estudante de Língua Portuguesa ao final do Ensino Fundamental é que
ele tenha, pelo menos, consolidado o desenvolvimento de algumas habilidades referentes ao
manejo de textos em diferentes formatos. O estudante, nesta etapa de escolaridade, já deve
apresentar domínio de algumas estratégias de leitura. Deve ser capaz, por exemplo, de interpre-
tar textos – verbais ou não verbais – corretamente, identificando sua temática e gênero, além de
compreender o seu conteúdo, sua função e as relações que são estabelecidas. Nesses textos,
deve ter condições de localizar e extrair sentido de informações que estejam ou não explícitas,
bem como compreender com precisão as funções exercidas pelos sinais de pontuação e os
efeitos provocados pelos recursos utilizados.
Esse domínio de conhecimentos deve ser trabalhado de forma diferenciada com os estudantes
da EJA. A adequação dos textos utilizados em atividades é fundamental para que esses estu-
dantes não se sintam menosprezados ou infantilizados por serem confrontados com textos que
dialogam com o público do ensino regular, mas não com eles. Utilizar suportes dinâmicos, rela-
cionados aos ambientes sociais cotidianos de cada turma, pode ser uma estratégia para manter
as atividades atraentes e estimulantes.
Espera-se, do estudante proficiente em Língua Portuguesa que conclui o Ensino Fundamental, que
ele não só seja capaz de compreender os textos que lê, mas que consiga, ainda, relacioná-los,
quando se tratar de assuntos semelhantes. Mais uma vez, o tipo de suporte a que se recorre para o
público da EJA deve ser diferenciado, buscando desenvolver o senso crítico através do tratamento
de informações diferenciadas, de modo a estimular, por exemplo, o posicionamento pessoal diante
dos temas e a defesa de pontos de vista através da argumentação, trabalhando também o desen-
volvimento das habilidades de escrita e comunicação oral dos estudantes.
No que se refere ao processamento do texto, um estudante nos anos finais do Ensino Funda-
mental deve, ao menos, ser capaz de diferenciar e utilizar corretamente as relações lógico-dis-
cursivas que separam as partes de cada texto, bem como de identificar as relações de causa e
consequência, o uso de repetições e sua finalidade, de detectar os pontos mais e menos impor-
tantes de um suporte escrito e de diferenciar fato de opinião. Quanto às variações linguísticas,
espera-se que esse estudante identifique com tranquilidade as marcas que diferenciam locutor
e interlocutor de uma mensagem.
Fica claro que uma das principais demandas da EJA para o desenvolvimento da Língua Por-
tuguesa no Ensino Fundamental é a própria origem dos textos a serem trabalhados em sala
de aula. Todos esses conteúdos podem ser lecionados de forma dinâmica e atraente para os
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 3 39 SAEMI 2014
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jovens e adultos, desde que haja a preocupação, por parte do docente, de contextualizar os
temas ao cotidiano dos estudantes, de forma a estimular o pensamento crítico sobre a realidade
que eles conseguem enxergar em seu entorno. A seguir, apresentaremos sugestões para o
trabalho com algumas habilidades específicas desta disciplina.
Os meios de comunicação como aliados da prática pedagógica
O desenvolvimento das competências leitoras no Ensino Fundamental se dá de forma contínua
e gradual, desde os primeiros contatos com a língua, à medida que os estudantes
avançam pelas etapas de escolaridade. Através das atividades em sala de
aula, podemos estimular o desenvolvimento de várias habilidades simul-
taneamente, trabalhando os conteúdos de forma integrada e coerente
com o olhar dos estudantes sobre a realidade em que se inserem.
A leitura desempenha um papel de extrema importância no pro-
cesso de escolarização, uma vez que o seu desenvolvimento é
vital não somente para os conteúdos de Língua Portuguesa, mas
também para o aprendizado efetivo de todas as disciplinas a se-
rem cursadas pelo estudante. Especialmente para a EJA, sua con-
solidação representa um passo importante na construção da cida-
dania dos estudantes, que passam a se expressar diante do mundo
de forma mais crítica e a exigir, com maior consciência, os direitos a
que qualquer pessoa deve ter acesso.
Vejamos a atividade abaixo, que poderia ser desenvolvida com estudantes da
EJA em processo de conclusão do Ensino Fundamental:
PAUTA DO DIA
A ideia desta atividade é trabalhar com os estudantes a leitura e a reflexão sobre textos publi-
cados em veículos de grande circulação, que divulgam informações de dito interesse social e
popular. Através da análise do conteúdo, os estudantes podem ser estimulados a desenvolver
o senso crítico a partir do pensamento sobre algumas questões, que detalharemos a seguir.
- Escolhendo o veículo:
A escolha do veículo a ser utilizado é muito importante e definidora de quão proveitosa a ativi-
dade pode ser. O ideal é escolher jornais ou revistas que apresentem textos dos mais variados
gêneros, como notícia, artigo de opinião, crônica, tirinha, carta do leitor, charge, receita, horósco-
po etc. Quanto mais, melhor. Assim, podem ser trabalhados diversos aspectos desses gêneros
textuais e suas relações.
A leitura desempenha um
papel de extrema importância
no processo de escolarização,
uma vez que o seu desenvolvimento é
vital não somente para os conteúdos de
Língua Portuguesa, mas também para
o aprendizado efetivo de todas as
disciplinas a serem cursadas pelo
estudante.
SAEMI 2014 40 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
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Outro ponto importante é trabalhar com o exemplar mais recente possível. Se for um jornal, dar
preferência à edição do próprio dia da aula. Isso faz com que os estudantes, ao mesmo tempo
em que realizam a atividade, se informem sobre os acontecimentos a partir da leitura do veículo
escolhido, fazendo inferências conectadas com o contexto social em que se inserem. Realizada
com frequência, uma atividade como essa pode desenvolver, nesses estudantes, o hábito da
leitura de periódicos.
- Dividindo a turma para melhor aproveitamento:
Em vez de escolher um único aspecto do veículo para ser trabalhado durante a tarefa, divida os
estudantes em grupos, dando a cada equipe uma atividade diferenciada, sempre baseada no
mesmo jornal ou revista. Acompanhe os grupos separadamente, estimulando-os e auxiliando
aqueles com maior dificuldade. Finalizado este primeiro momento, estimule os estudantes a
apresentarem seus resultados à turma. Dessa forma, todos terão uma visão global do meio de
comunicação selecionado, além do fato de que diversos conteúdos estarão sendo trabalhados
simultaneamente, e as equipes desenvolverão, também, sua comunicação oral e argumentação
para defender as respostas a que chegaram.
- Possibilidades de atividades para os grupos:
» Caso o veículo possua tirinhas, um grupo pode ficar responsável por interpretar, quadrinho a quadrinho,
a comunicação não verbal presente. Estimular os estudantes a observar a expressão das personagens,
as sinalizações simbólicas e outros elementos que passem informações além do texto escrito. Num
segundo momento, observar as falas presentes na tirinha e analisar o conteúdo de sua mensagem.
Finalmente, compreender como se relacionam os textos verbal e não verbal: se dialogam, se há con-
tradição, se há complementaridade etc.;
» Caso o veículo possua charge, um grupo deve ficar responsável por interpretar a charge e buscar, no
próprio veículo, alguma notícia ou artigo que tenha relação com a charge em questão, produzindo um
texto que explique essa relação, destacando a comicidade e a ironia da charge;
» Um grupo deve ficar responsável por analisar uma notícia mais complexa, destacando: o tema principal
da notícia, quais informações podem ser inferidas a partir da leitura dessa notícia, e aquelas informa-
ções não presentes ou que não estão claras, como é a estrutura desse texto – destacando o fato de
que, normalmente, nos jornais, as informações consideradas relevantes estão nas primeiras linhas da
reportagem (o chamado lead);
» Caso haja alguma notícia ou reportagem com caráter de denúncia, acusação, ou algo que suscite o
debate de ideias entre as fontes, destacar este conteúdo para um dos grupos, que deve perceber qual
é o tema central da notícia, quais são os lados opostos que se colocam, o que diz cada um deles, e
produzir um texto em que emita uma opinião a partir da leitura feita;
» O professor pode, ainda, trabalhar outros gêneros ou textos presentes no jornal, de modo a estimular
o desenvolvimento de outras habilidades.
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 3 41 SAEMI 2014
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- Apresentação final:
Ao final, cada grupo deve apresentar à turma qual era a sua tarefa e qual foi o resultado obtido.
Nesse momento, o professor deve estimular a discussão entre os estudantes, valorizando as
contribuições individuais e as reflexões sobre os próprios conteúdos das notícias/artigos sele-
cionados.
Normalmente, as habilidades de leitura são trabalhadas separadamente pelos professores atra-
vés de exercícios muito pontuais. Uma atividade como a que sugerimos pode apresentar diver-
sas vantagens no processo de aprendizagem do estudante da EJA. A utilização de um jornal ou
revista coloca o estudante em contato com um instrumento com o qual ele tem alguma intimi-
dade, deixando a atividade mais atrativa por mostrar, a esse público, que a língua se manifesta
concretamente em nosso cotidiano.
Além de estimular a leitura crítica do mundo, através da análise do que é noticiado por um veí-
culo de comunicação, essa atividade pode trabalhar, ao mesmo tempo, diversas habilidades
de Língua Portuguesa simultaneamente, sem que o estudante perceba claramente o que está
sendo observado em termos de conteúdo disciplinar.
No caso das atividades que sugerimos, por exemplo, trabalharíamos, pelo menos, as seguintes
habilidades: interpretação de texto não verbal; relação entre texto verbal e não verbal; locali-
zação de informações; reconhecimento do assunto de um texto; decodificação de efeitos de
sentido; reconhecimento do uso de ironia; diferenciação entre partes principal e secundárias de
um texto; diferenciação entre fato e opinião.
Trabalhar em conexão com aspectos cotidianos da vida, de modo a desenvolver a criticidade
dos estudantes, é uma ótima estratégia para manter o interesse do público de jovens e adultos,
garantindo o aprendizado de forma conectada com o universo adulto. Atividades em grupo,
como a sugerida, além de promover a socialização e o debate entre os estudantes, impulsiona
a reflexão e permite que sejam trabalhados diversos aspectos do conteúdo. Através do compar-
tilhamento das tarefas desenvolvidas, os estudantes também têm a sensação de poder ensinar
algo aos colegas, o que eleva sua autoestima e instiga ainda mais a vontade de aprender.
SAEMI 2014 42 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
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A MATEMÁTICA CIENTíFICA E ESCOLAR NA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Os saberes científico e escolar são comumente discutidos em relação à dimensão política
da aprendizagem de Matemática na Educação de Jovens e Adultos. Determinados conteú-
dos matemáticos, quando aplicados aos estudantes dessa modalidade de ensino, podem
parecer irrelevantes se desvinculados do contexto cultural e socioeconômico dos educan-
dos. Isso implica, dentre outras coisas, na omissão dos mesmos no planejamento escolar
ou no trabalho inadequado às características desse público, por parte do professor.
Entretanto, alguns elementos precisam ser ponderados nesse sentido.
Primeiro, em relação aos professores que trabalham na formação dos
estudantes da EJA, que podem considerar no planejamento de suas
aulas, os mesmos conhecimentos daqueles requisitados aos es-
tudantes do ensino regular, seguindo a mesma lógica de organi-
zação da educação escolar proposto para estudantes do ensino
regular. Entretanto, ao trabalhar com a Educação de Jovens e
Adultos, os conceitos relacionados aos Números, Operações,
Álgebra, Geometria, Estatística e Probabilidade, por exemplo,
devem ser reorganizados em relação ao conhecimento e à apren-
dizagem de cada público. É imprescindível, deste modo, que se
busque incorporar conteúdos que estão além da Matemática e são
importantes na formação desses indivíduos, em relação às questões
culturais, sociais, políticas, de sexualidade, ambientais, entre outras.
Segundo, percebemos que muitos questionamentos são apresentados pelos docentes
que, em alguns momentos, não percebem a importância dos conhecimentos desenvolvi-
dos na sua formação superior para a prática com estudantes da Educação de Jovens e
Adultos (EJA) da Educação Básica.
Uma das possibilidades para o que acabamos de referenciar consiste no fato de que os
conteúdos matemáticos, desenvolvidos por pesquisadores da área e aqueles trabalhados
no Ensino Superior apresentarem, muitas vezes, grau de complexidade e nível de abstração
alto para os estudantes que estão em fase de formação das etapas básicas de escolari-
dade. Conhecer a estrutura e os fundamentos sobre os quais conceitos matemáticos são
desenvolvidos permite, ao professor, organizar e planejar suas aulas de maneira adequada,
fazendo uma seleção dos conteúdos a serem ministrados, tecendo uma relação entre cada
um deles. Para isso, é preciso conhecer, também, aspectos teóricos e metodológicos que
o auxiliem nos desafios do cotidiano, considerando que essa modalidade de ensino visa a
superar os processos de exclusão e marginalização social.
Entretanto, ao trabalhar
com a Educação de Jovens e
Adultos, os conceitos relacionados aos
Números, Operações, Álgebra, Geometria,
Estatística e Probabilidade, por exemplo,
devem ser reorganizados em relação ao
conhecimento e à aprendizagem de
cada público.
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 3 43 SAEMI 2014
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Nesse sentido, os professores da EJA devem conhecer aspectos teóricos e metodológicos,
próprios do trabalho com estudantes dessa modalidade de ensino. Isso corresponde à deter-
minação do grau de dificuldade do conteúdo aplicado para cada etapa de escolaridade, suas
metodologias e recursos pedagógicos. Além disso, devem conhecer e atender os tempos e os
ritmos de aprendizagem do adulto, que são distintos daqueles que se propõem para as crianças
e para os adolescentes. Portanto, tanto os conteúdos a serem trabalhados, como os tempos e os
métodos de ensino devem ser apropriados para cada estudante da EJA.
Uma sugestão é a construção de uma lista de conteúdos que serão trabalhados com os es-
tudantes, de acordo com a proposta pedagógica de cada escola, em consonância com as
orientações do próprio sistema de ensino e as determinadas nacionalmente.
Sendo assim, gestores e equipe pedagógica têm a possibilidade de elabo-
rar o currículo escolar considerando, a partir do conjunto de conteúdos
previstos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais e pelas propostas
curriculares desenvolvidas pela rede de ensino, a disposição em
que os conteúdos podem ser apresentados em sala de aula, para
que o trabalho com os jovens e adultos de baixa escolaridade
alcance resultados desejáveis.
Entretanto, o currículo escolar não representa o trabalho que será
realizado pelo professor, mas as referências norteadoras desse
processo. Cabe ao professor observar os conteúdos presentes no
currículo, definir os saberes, os valores e a forma de relacionar-se
com o conhecimento e com a cultura de cada estudante e da turma.
Isso não significa apenas saber o conteúdo específico de determinada disci-
plina ou parte dela, pois esse trabalho vai além, e demanda, do professor, a capaci-
dade de mediar o processo de conhecimento adquirido socialmente pelo estudante da EJA e o
conhecimento específico, de cada área do conhecimento, desenvolvido no ambiente escolar.
Para o professor, faz-se importante criar possibilidades de apropriação sistematizada do pens-
amento e da linguagem, partindo das experiências vividas pelos estudantes com o intuito de
desenvolver a capacidade de abstrair e desenvolver conceitos matemáticos.
Na EJA, esse processo muitas vezes não alcança os resultados esperados, mas devemos con-
siderar que em todas as idades e em todas as épocas da vida, pode-se formar, desenvolver e
construir conhecimentos, habilidades, competências e valores que permitem transcender os
espaços formais da escolaridade e conduzem à formação do cidadão.
Com o intuito de desenvolver esses conhecimentos, pelos estudantes, pesquisadores da área de
Educação Matemática estudam e expandem metodologias de trabalho em sala de aula, que po-
dem ser aplicadas para os estudantes da EJA. Em meio às pesquisas e aplicações didáticas, te-
mos publicações que fazem referência, principalmente, à resolução de problemas, à modelagem
matemática, às tecnologias da informação e comunicação, à etnomatemática, aos jogos educativos
ou de outras modalidades, à história da matemática, à didática da matemática, entre outros.
Portanto, tanto os conteúdos a serem
trabalhados, como os tempos e os
métodos de ensino devem ser apropriados
para cada estudante da EJA.
SAEMI 2014 44 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
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A ABORDAGEM DO TEMA GRANDEZAS E MEDIDAS NA FORMAÇÃO DOS ESTUDANTES
Partir das experiências dos estudantes da EJA para abordar os conceitos matemáticos em
atividades escolares e tomar como referência os conhecimentos desenvolvidos por eles, prin-
cipalmente, fora do ambiente escolar, tem se mostrado um caminho adequado para o trabalho
do professor. Essas estratégias possibilitam o desenvolvimento do pensamento reflexivo
de Matemática, que transita entre o concreto e o abstrato e apresenta uma das
maiores dificuldades para esses estudantes da Educação Básica.
Consideramos, então, a importância de uma discussão sobre conhecimen-
tos matemáticos e sua relação com a prática pedagógica. Neste sentido,
iremos tratar sobre aspectos relacionados à Matemática e, para isso,
explicitaremos o tema Grandezas e Medidas, buscando tornar mais
próxima nossa interlocução. Será feita, com base nesse tema, uma
apresentação sobre os conceitos, o conteúdo explorado na escola e
as possibilidades de intervenção no ambiente escolar.
Grandezas e Medidas é um tema da Matemática relacionado à Geo-
metria e, como temos nos Parâmetros Curriculares Nacionais, está
referenciado ao reconhecimento de grandezas, unidades de medida,
obtenção de medidas por estimativa, utilização dos instrumentos de me-
dida, noção de medida de superfície, cálculo de área e volume, relações entre
medidas e conversões.
O estudo deste tema faz referência à aprendizagem de outros campos da Matemática, tais
como a Aritmética, a Álgebra e ao Tratamento da Informação, o que permite compreender
conceitos sobre o espaço e as formas, bem como o significado dos números e das operações.
O uso dos instrumentos de medida, também, é algo apresentado e de grande importância,
pois possibilita discutir resultados com base no algarismo duvidoso, algarismo significativo e
arredondamento.
De acordo com os resultados das avaliações externas, podemos notar que o conteúdo sobre
Grandezas e Medidas está relacionado a um conjunto de habilidades com baixo índice de
acertos nos teste e, deste modo, acreditamos que se refere a conceitos em que os estudantes
da EJA apresentam dificuldades de aprendizagem. Por esse motivo, optamos por trazer algu-
mas reflexões sobre esse tema a fim de contribuir para o trabalho desenvolvido pelos profes-
sores que atuam com essa modalidade de ensino.
Comumente, nestas avaliações, é medido o desempenho dos estudantes em relação ao cálculo
de perímetro e área das figuras geométricas. Sendo assim, apesar do tema Grandezas e Medi-
das fazer alusão às grandezas de diversos tipos, como tempo, massa, temperatura, comprimen-
to, área, volume, entre outros, e compreender, também, a atribuição de um número a essas quan-
tidades citadas, vamos discutir, neste momento, apenas os pontos sobre comprimento e área.
De acordo com os
resultados das avaliações
externas, podemos notar que o
conteúdo sobre Grandezas e Medidas
está relacionado a um conjunto de
habilidades com baixo índice de acertos nos
teste e, deste modo, acreditamos que se
refere a conceitos em que os estudantes
da EJA apresentam dificuldades de
aprendizagem.
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 3 45 SAEMI 2014
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A palavra perímetro vem do grego e pode ser entendida como uma medida (metro) em volta
de (peri). Já área vem do latim e significa uma medida de uma região de uma superfície. O valor
dado a um perímetro é uma medida de comprimento que delimita uma região bidimensional,
isto é, definida por uma área determinada. Sendo assim, o perímetro e a área podem ser con-
siderados duas grandezas que possuem valores associados às suas medidas.
Em relação ao comprimento (perímetro) e à área podemos considerar, deste modo, um grau
de afinidade, pois seus conteúdos e seus conceitos são associados à organização espacial de
uma e duas dimensões, permitindo que suas unidades possam ser comparadas.
Na sala de aula, os estudantes que desejarem medir o comprimento de uma figura plana ou o
contorno da superfície de um objeto tridimensional (perímetro) precisarão saber quantas
vezes é necessário aplicar uma determinada unidade de medida nesse objeto,
isto é, deverão executar as operações, geométrica (unidade) e aritméti-
ca (contagem das unidades). Neste sentido, para iniciar o trabalho com
grandezas e medidas, considera-se a importância do estudante con-
hecer sobre unidades de medidas e suas relações, que podem ser
dadas pela escolha prévia de uma unidade ou de unidades, usual-
mente, aplicadas pela sociedade.
É importante considerar, com isso, que, em qualquer colocação so-
bre essas grandezas, faz-se imprescindível tomar o número a ser ex-
presso por uma unidade de medida, pois um número dissociado de
seu contexto pouco pode ser compreendido. Por exemplo, uma área de
medida de valor 5 é grande ou pequena? Se formos considerar 5 cm² de um
terreno essa medida é bem pequena, mas se formos considerar uma medida de
5 hectares, esse tamanho é significativo.
O mesmo acontece quando fazemos uma referência a medida de valor 12 de perímetro e 5 de
área. Como podemos compará-las? Se forem dadas por uma mesma unidade de medida, tere-
mos, por exemplo, um valor de 12 cm de perímetro e área com superfície de medida 5 cm², ou
seja podemos estar referenciando uma mesma figura. Entretanto, se as medidas forem apres-
netadas por 12 cm e 5 m², respectivamente, perímetro e área, podemos afirmar que figuras
diferentes foram utilizadas neste exemplo.
O ESPAÇO E A GEOMETRIA.
No trabalho com geometria em sala de aula, consideramos que as primeiras experiências dos
estudantes deveriam ser aquelas que buscam enfatizar o estudo informal das formas dos obje-
tos e suas propriedades. Com isso, torna-se possível o desenvolvimento da intuição geométri-
ca e o conhecimento dos estudantes sobre o espaço em que está inserido.
Neste contexto da EJA, o que se mostra significativo é a modelagem dos fenômenos de acordo
com o contexto em que os estudantes estão inseridos, visto que esses indivíduos se sentirão
A palavra perímetro vem do grego
e pode ser entendida como uma
medida (metro) em volta de (peri).
SAEMI 2014 46 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
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mais seguros e mais estáveis ao agir na sociedade, diminuindo suas incertezas e aumentando
suas capacidades de compreender o que acontecerá neste ambiente.
Assim, enquanto trabalhamos com uma criança as descobertas, tais como apresentar as di-
mensões da espacialidade e do território no mundo e na história, pressupõe-se que pelos
jovens e adultos isso já foi realizado. Por isso, ao trabalhar as noções matemáticas com esses
estudantes, faz-se imprescindível considerar elementos do cotidiano que emergem em suas
interações sociais, experiências pessoais e profissionais e integram sua cultura.
A manipulação de objetos do cotidiano nessa abordagem geométrica faz-se importante, mas devem
estar relacionados aos objetos que os estudantes utilizam no dia a dia. Podemos trabalhar embala-
gens de produtos, por exemplo, buscando compreender o que é mais econômico ou o
que ocupa menos espaço. Neste momento, procuramos estimular os estudantes
a apresentarem conhecimentos já desenvolvidos em sua vivência, tecendo
relações que internalizaram durante o decorrer de sua vida. O professor,
deste modo, pode solicitar que eles apresentem semelhanças visuais en-
tre os objetos e as transformações que conseguem fazer a partir deles,
coletando e organizando as relações geométricas prévias, que permi-
tam desenvolver conexões para chegar ao conhecimento formal.
Nessa modalidade de educação, voltada para o Ensino Fundamen-
tal, novas percepções podem ser trabalhadas ao longo deste ciclo
e, por meio das quais, percebemos algumas possibilidades de o pro-
fessor discutir, por conseguinte, as propriedades das figuras com os
estudantes. O professor, neste contexto, pode partir para a abordagem
de perímetro, área e volume, mostrando-os com base nos objetos que estão
presentes na sala de aula. Sem fazer medições, mas tecendo comparações e
diferenciando esses três conceitos, os estudantes podem iniciar o desenvolvimento
desse conhecimento formal. Neste mesmo ciclo, pode-se iniciar o trabalho de medidas com cál-
culos geométricos, que os levarão à aplicação das fórmulas e relações mais complexas.
No Ensino Fundamental, portanto, o professor tem a possibilidade de trabalhar o cálculo de
perímetro e áreas de figuras geométricas com problemas e atividades de desafio, que permi-
tam, aos estudantes, retomar os conceitos aprendidos anteriormente e desenvolver outras
propriedades. Veja a seguinte situação:
Ao final do ano letivo, os estudantes observaram que as paredes da sala de aula ficavam muito
desgastadas porque as carteiras encostadas na parede estavam constantemente esbarrando
na pintura. O professor, então, sugeriu que eles apresentassem alguma proposta para que ao
final do ano, a sala de aula continuasse com uma aparência boa, próxima àquela encontrada
no início do período letivo.
Esse episódio pode ser aproveitado pelo professor (ou transformado em situação-problema e
apresentado para turmas da EJA) buscando uma discussão de conceitos de perímetro e de área
com os estudantes. Em um primeiro momento, esta situação permite, ao professor, sugerir o
Neste
contexto da EJA,
o que se mostra significativo
é a modelagem dos fenômenos
de acordo com o contexto em que os
estudantes estão inseridos, visto que esses
indivíduos se sentirão mais seguros e mais
estáveis ao agir na sociedade, diminuindo
suas incertezas e aumentando suas
capacidades de compreender o
que acontecerá neste
ambiente.
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 3 47 SAEMI 2014
![Page 50: SAEMI€¦ · conjunto de indivíduos em um determinado momento do tempo. Um bom exem-plo de uma avaliação transversal é a Prova Brasil: a cada dois anos, todos os estudantes de](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022090507/601d65cc90ab127a4464b8a7/html5/thumbnails/50.jpg)
afastamento das carteiras da parede ou, buscando aproveitar todo o espaço da sala, pensar nas
possibilidades de aplicar algum material na parede para evitar que a mesma seja danificada.
Entretanto, para inserir os estudantes neste caso e tornar a aprendizagem significativa, o pro-
fessor pode levar os estudantes a pensar, intuitivamente, nas seguintes questões:
» Quais as possíveis soluções para este problema apresentado pela turma?
» Qual solução viável neste momento?
» Poderíamos pensar na aplicação de uma faixa de madeira, ou de um papel ou tecido de proteção?
» Como proceder em cada caso?
Seguindo estes questionamentos, o professor pode trabalhar os conceitos de perímetro e de área
com os estudantes, inicialmente, sem formalização de conceitos, nomenclaturas e/ou fórmulas.
Para a aplicação da faixa de madeira, os estudantes têm a possibilidade de medir a quantidade
de material a ser utilizada. Neste caso, outras orientações ou questionamentos podem ser
apresentados:
» Qual a quantidade de material que utilizaremos? Como calcular?
O professor pode discutir questões sobre contorno, limite, fronteira, sem, necessaria-
mente, inserir a terminologia perímetro.
» Que material utilizaremos?
Seria interessante uma pesquisa sobre materiais e preços, realizada pelos estudantes.
» Qual o valor a ser gasto neste investimento?
O professor pode levantar uma discussão sobre preço do material e mão de obra.
Em seguida, o professor pode inserir elementos de generalização sobre o assunto,
apresentando outros exemplos, outras situações, discutindo e buscando se-
melhanças e diferenças, e relacionando este conteúdo à Matemática es-
colar, neste caso, ao conceito de perímetro.
Mas, e para a aplicação de um tecido ou papel de parede? Neste
caso, tem-se a possibilidade de trabalhar com os conceitos de
área, pois envolve elementos diferentes do anterior. Prosseguin-
do após a resolução do problema inicial, o professor pode re-
alizar os seguintes questionamentos:
» Qual a quantidade de material que utilizaremos? Como calculá-la?
Uma discussão sobre superfície pode ser feita e, neste caso, out-
ros recursos pedagógicos podem ser inseridos, tais como auxílio da
tecnologia e da informática, dos instrumentos de medidas, entre outros.
»Quais são as medidas de cada parte onde o material será aplicado?
ssa é uma discussão muito importante
para a compreensão de área (medida
de superfície) e, as figuras idênticas,
disponibilizadas com e sem partições,
permitem tecer comparações e abstrair os
conceitos matemáticos.
SAEMI 2014 48 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
![Page 51: SAEMI€¦ · conjunto de indivíduos em um determinado momento do tempo. Um bom exem-plo de uma avaliação transversal é a Prova Brasil: a cada dois anos, todos os estudantes de](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022090507/601d65cc90ab127a4464b8a7/html5/thumbnails/51.jpg)
Aqui inicia o trabalho de cálculo de área, quando os estudantes realizarão as medidas
de largura e comprimento. O professor, neste momento, pode indicar que eles façam
a representação dessas figuras, o que auxiliará no desenvolvimento dos conceitos
matemáticos envolvidos no problema.
Vejamos um exemplo de resultado a ser alcançado (Figuras 1 e 2):
1 m3 m
Figura 1: Medida para a parede do fundo - parte 1
1 m4 m
1 m4 m
Figura 2: Medidas para as paredes laterais – partes 1 e 2
Vamos observar a Figura 1. Com as medidas das suas dimensões podemos realizar o cálculo
da área da figura. Para isso, indicamos que os estudantes o faça, primeiramente, pela conta-
gem de unidades de área, como temos na Figura 3, abaixo:
1 m 1 m
1 m1 m
Figura 3: Figura 1 dividida em unidades de área
Através de uma intervenção, realizada pelo professor, os estudantes dis-
cutem a medida da área de um quadradinho (uma unidade de área) e,
chegando ao resultado da área da Figura 3, podem compará-la com
a Figura 1, buscando elementos que permitem associar o cálculo da
área pela contagem de unidades (Figura 3) com a multiplicação de
grandezas (Figura 1). Essa é uma discussão muito importante para a
compreensão de área (medida de superfície) e, as figuras idênticas,
disponibilizadas com e sem partições, permitem tecer comparações
e abstrair os conceitos matemáticos.
Na sala de aula, o professor pode retomar materiais concretos, con-
struindo essas medidas com folhas de jornal, por exemplo. Isso atenta
os estudantes à percepção da medida concreta de 1m² e deixa explícita a
diferença entre os conceitos de comprimento e área.
A partir dessa discussão e da apresentação dos resultados, pelos estudantes, o professor
tem a possibilidade de questionar o valor encontrado para as superfícies limitadas presentes
na Figura 2. Neste caso, considerando que os estudantes ainda não perceberam as relações
anteriores e não construíram um modelo ou fórmula que permita calcular as medidas dessa
área de modo adequado, pode-se sugerir o mesmo trabalho feito com as Figuras 1 e 3, isto é,
os estudantes fracionam o objeto da Figura 2, encontrando a Figura 4.
Deste modo, o que se propõe,
com esse texto, refere-se a um
trabalho inicial, que deve prosseguir
na apresentação de figuras mais
complexas, usuais e não usuais, permitindo
o desenvolvimento de conhecimentos
sobre perímetro e área em qualquer
circunstância.
LíNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) - FASE 3 49 SAEMI 2014
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1 m 1 m 1 m
1 m1 m
Figura 4: Figura 2 divida em unidades de área
Com base nesta figura (Figura 4), os estudantes discutem as unidades de área, realizam o
cálculo pela contagem dessas unidades, relacionam o valor encontrado com a Figura 2 e com-
preendem as operações realizadas com base na multiplicação de grandezas. Isso permite,
deste modo, finalizar o problema proposto, com base na resolução do problema pela aplicação
de tecido ou papel de parede, restando, aos estudantes, responder a última questão.
» Que material será utilizado?
Como no momento anterior, realizado no desenvolvimento de conceitos de perímet-
ro, aqui, também, faz-se interessante ampliar a formação de outros conceitos, reali-
zando, por exemplo, uma pesquisa sobre materiais e preços, também cumprida pelos
estudantes.
Deste modo, o que se propõe, com esse texto, refere-se a um trabalho ini-
cial, que deve prosseguir na apresentação de figuras mais complexas,
usuais e não usuais, permitindo o desenvolvimento de conhecimen-
tos sobre perímetro e área em qualquer circunstância. No trabalho
de resolução de problemas, o professor tem a possibilidade de
apresentar questões ou elementos desafiadores para os estu-
dantes, por meio das quais podem ser feitas as atividades de com-
paração de variações dessas grandezas e de estabelecimento de
relações entre medidas.
O que cabe ressaltar, ao propor um evento do cotidiano para os jov-
ens e adultos que participam da educação na modalidade supracitada,
são as possibilidades e riqueza nas discussões em sala de aula, quando
alguns deles tecem vivências e trazem experiências que facilitam a resolução
dos desafios apresentados durante as aulas.
Neste caso, algum estudante pode ter contato ou trabalhar em lojas de material de construção,
realizar serviço de pedreiro, ter acompanhado uma obra em sua residência, entre tantas outras
situações. Apesar de apresentarem, comumente, muitas dificuldades de compreender signifi-
cados das palavras, de pensarem de forma abstrata para resolver problemas e operações,
entre outros, esses estudantes podem ter lidado com situações similares e, por isso, conse-
guirem falar sobre este tema de modo informal, sem os conceitos matemáticos desenvolvidos
no meio acadêmico e científico, mas perpassado pelas aprendizagens desenvolvidas a partir
da experiência de mundo.
Com isso, o professor tem, em suas mãos, possibilidades de mediação com foco no cotidiano
dos estudantes que permitem a construção dos conhecimentos esperados na resolução deste
problema, considerando, principalmente, os conhecimentos apresentados pelos estudantes.
Apesar de
apresentarem,
comumente, muitas dificuldades
de compreender significados das
palavras, de pensarem de forma abstrata
para resolver problemas e operações,
entre outros, esses estudantes
podem ter lidado com situações
similares
SAEMI 2014 50 REVISTA DA AVALIAÇÃO TRANSVERSAL
![Page 53: SAEMI€¦ · conjunto de indivíduos em um determinado momento do tempo. Um bom exem-plo de uma avaliação transversal é a Prova Brasil: a cada dois anos, todos os estudantes de](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022090507/601d65cc90ab127a4464b8a7/html5/thumbnails/53.jpg)
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COORDENAÇÃO DE CONTRATOS E PROJETOSCRISTINA BRANDÃO
COORDENAÇÃO DE DESIGN DA COMUNICAÇÃORÔMULO OLIVEIRA DE FARIAS
COORDENADORA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGN DA COMUNICAÇÃOEDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA
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Ficha catalográfica
IPOJUCA. Secretaria Municipal de Educação do Ipojuca.
SAEMI – 2014/ Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd.
Jan./Dez. 2014, Juiz de Fora, 2014 – Anual.
Conteúdo: Revista da Avaliação Transversal – Língua Portuguesa (Leitura) e Matemática – Educação de Jovens e Adultos (EJA) - Fase 3
ISSN 2318-7263
CDU 373.3+373.5:371.26(05)
REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORAJÚLIO MARIA FONSECA CHEBLI
COORDENAÇÃO GERAL DO CAEdLINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA
COORDENAÇÃO DA UNIDADE DE PESQUISATUFI MACHADO SOARES
COORDENAÇÃO DE ANÁLISES E PUBLICAÇÕESWAGNER SILVEIRA REZENDE
COORDENAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃORENATO CARNAÚBA MACEDO
COORDENAÇÃO DE MEDIDAS EDUCACIONAISWELLINGTON SILVA
COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES DE AVALIAÇÃORAFAEL DE OLIVEIRA
COORDENAÇÃO DE PROCESSAMENTO DE DOCUMENTOSBENITO DELAGE
COORDENAÇÃO DE CONTRATOS E PROJETOSCRISTINA BRANDÃO
COORDENAÇÃO DE DESIGN DA COMUNICAÇÃORÔMULO OLIVEIRA DE FARIAS
COORDENADORA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGN DA COMUNICAÇÃOEDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA
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