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Conhecimento e Inovação Nas Empresas Renata Lèbre La Rovere Aula 6

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Conhecimento e Inovação Nas

Empresas

Renata Lèbre La Rovere

Aula 6

Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 2

Estrutura da Aula

•Conceitos de Proximidade (Amin e Cohendet)

•Economia do conhecimento : conceitos e evidências (Cooke et

al.)

•Clusters e conhecimento (Bathelt et al.)

•Buzz na economia urbana (Storper e Venables)

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Amin e Cohendet: Geography of Knowledge Formation in Firms

Espaço não é apenas territorial, como também organizacional

Anos 80 e 90:

• Foco nos sistemas nacionais de inovação e nos

elementos institucionais do território

• Estudos sobre clusters e vantagens das aglomerações

• Estudos sobre comunidades de prática

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Conceitos de Proximidade

• Estudos levam à noção de que território define

oportunidades dos empreendedores e capacidade de

inovação

• Mas não há nada que comprove a dualidade entre lugar

(aderente) e espaço (impessoal)

• O conceito de ba de Nonaka e Konno mostra que há

vários tipos de espaço de relacionamento

• Organizações modernas, ao reduzir distância cognitiva,

criam seus próprios espaços relacionais (ou

organizacionais)

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Conceitos de Proximidade

• O resultado é que a fronteira entre relações locais e

globais fica tênue

• Harris (1998) mostra papel organizações globais na

disseminação de valores comuns (exs. Companhia das

Indias, Companhia de Jesus durante as grandes

navegações)

• Como as organizações antigas, empresas modernas

globais funcionam em rede, têm mecanismos complexos

de governança

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Conceitos de Proximidade

• Organizações globais podem ficar aprisionadas em

trajetórias devido à acumulação de competências mas

também buscam inovar mobilizando e envolvendo suas

equipes

• Atributos de redes globais que levam à geração de

conhecimento apontados pela literatura sobre empresas

globais são os mesmos que são apontados na literatura

sobre clusters

• Portanto, é necessário levar em consideração os dois

tipos de proximidade: geográfica e relacional (ou

organizacional)

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Cooke et al.: The emergent knowledge economy

•Crescimento da literatura sobre economia do conhecimento

ou do aprendizado

•Debate suscitado por globalização e difusão das TICs

•Parte da literatura foca nos aspectos espaciais da economia

do conhecimento, em particular cluster high-tech, spillovers

locais e relações globais-locais

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Cooke et al.: The emergent knowledge economy

Diferentes formas de compreender economia do

conhecimento:

•Conhecimento como insumo

•Conhecimento como produto

•Conhecimento codificado

•Difusão do conhecimento via TICs

•Criação de conhecimento

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Cooke et al.: The emergent knowledge economy

•Economia do conhecimento não se refere apenas a setores

de base tecnológica

•Há limites à codificação e à difusão eletrônica do

conhecimento

•Distinção informação e conhecimento: informação se

constitui de conjuntos de dados passivos que são mobilizados

por conhecimento; conhecimento é capacidade cognitiva que

habilita seus possuidores para ação manual e intelectual

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Cooke et al.: The emergent knowledge economy

•Proximidade e geografia são importantes no processo de

inovação e de geração de conhecimento

•Várias abordagens sobre proximidade têm em comum a

constatação que economia do conhecimento tem distribuição

espacial desigual no espaço

•Duas visões de espaço: Marshall (externalidades positivas de

aglomerações especializadas) e Jacobs (externalidades

positivas de aglomerações diversificadas)

•Economia do conhecimento tem vários indicadores possíveis

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Clusters e conhecimento (Bathelt et. al 2004)

•Vários autores apontam para o conhecimento tácito como

sendo local e o conhecimento como sendo global

•Esta visão não explica por que interações e transações dentro

de um cluster podem ser limitadas

•Dicotomia tácito=local versus codificado=global deve ser

substituída por análise das relações de troca de conhecimento

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Clusters e conhecimento

Criação de conhecimento nas firmas se desenvolve de

diversas formas, dentro dos limites das competências

À medida que firma cresce estoque de conhecimento também

cresce e se torna menos coerente

Custos de coordenação e de mudança fazem com que firma

acabe se concentrando num leque de competências específico

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Clusters e conhecimento

Firmas multidivisionais, ao mesmo tempo que apresentam

tensões no desenvolvimento de inovações, podem ter

vantagens na combinação de ideias de vários campos

Mas à medida que inovações se esgotam devido ao foco das

competências da firma, firmas buscam cooperação com outras

firmas para desenvolver inovações

Esta cooperação tem limites dados pelo aumento da distância

cognitiva resultante da cooperação

Clusters podem ser modo de equilibrar criação de

conhecimento dentro e fora da firma

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Clusters e conhecimento

Estudos sobre clusters mostram que relações input-output

internas ao cluster são raramente expressivas

Quadro institucional, comunicação interfirmas e

desenvolvimento de competências localizadas nos clusters são

elementos decisivos para inovação e crescimento

Qualidade exclusiva do cluster: burburinho (“Buzz”)

Buzz consiste de informação específica, atualização de

informações, aprendizado não intencional em encontros

organizados e acidentais, aplicação de interpretações comuns a

respeito de tecnologias, compartilhamento de hábitos e

tradições dentro de determinado campo tecnológico que

contribuem para o estabelecimento de convenções e outros

arranjos institucionais

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Clusters e conhecimento

Buzz contribui para o estabelecimento de laços de confiança

Clusters podem se tornar catalisadores para o

estabelecimento de comunidades de prática

Porém, não há evidência empírica de que redes locais

prevalecem sobre redes globais

Redes externas ao território são importantes para transmitir

conhecimento

“Pipelines”: termo usado para designar canais de

conhecimento externo

Tanto buzz como pipelines são fundamentais na construção de

conhecimento do cluster

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Clusters e conhecimento

Firmas tendem a formar pipelines para complementar suas

competências específicas

Conhecimento que chega via pipelines será assimilado de

acordo com a capacidade de absorção da firma

Quanto mais desenvolvidas as pipelines, maior será a

qualidade do buzz

Há limites no número de pipelines que cada firma é capaz de

administrar

Implicações de política: estabelecimento de redes externas

deve ser encorajado para garantir sobrevivência do cluster no

longo prazo

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Clusters e conhecimento (Bathelt et. al 2004)

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Buzz e economia urbana (Storper e Venables)

•3 forças por detrás da urbanização:

Ligações para frente e para trás entre empresas

Aglomeração da força de trabalho

Interações que promovem inovação tecnológica

•Nestas três forças, o contato cara a cara é importante

•Jacobs: cidades são ambiente variado

•Marshall: aglomerações permitem troca de conhecimento

•Questão: como esta troca se realiza no contato cara a

cara?

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Buzz e economia urbana

•3 forças por detrás da urbanização:

Ligações para frente e para trás entre empresas

Aglomeração da força de trabalho

Interações que promovem inovação tecnológica

•Nestas três forças, o contato cara a cara é importante

•Jacobs: cidades são ambiente variado

•Marshall: aglomerações permitem troca de conhecimento

•Questão: como esta troca se realiza no contato cara a

cara?

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Buzz e economia urbana

•Motivação para o contato cara a cara

Incentivos em projetos cooperativos

Formação de grupos

•Indivíduos num ambiente com buzz interagem e cooperam

com outros indivíduos de alta capacidade, estão aptos a

comunicar ideias complexas e são altamente motivados. Colher

estes benefícios requer co-localização em vez de interlúdios

ocasionais do contato cara a cara

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Buzz e economia urbana

Exemplos: projetos de C&T, interação universidade-empresa,

•Cidades apresentam fertilização cruzada entre redes de

empresas

•Cidades com buzz derivam sua força aglomeradora de

externalidades de aglomeração e desenvolvem atividades

intensivas em informação como: funções criativas e culturais;

serviços financeiros; pesquisa, ciência e tecnologia; atividades

de poder e influência ligadas ao setor público

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Buzz e economia urbana

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Buzz e economia urbana

•Conclusões:

•Duas forças contraditórias:

•Codificação conhecimento reduz necessidade do contato cara a

cara e permite localização de atividades industriais em regiões

remotas

•Surtos de inovação envolvem processos complexos e esforço

de coordenação