Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção...

76
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA MARIANE KÜTER CONHECIMENTO DOS USUÁRIOS DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE PALHOÇA-SC SOBRE O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DO NUTRICIONISTA NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE Palhoça 2012

Transcript of Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção...

Page 1: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

0

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

MARIANE KÜTER

CONHECIMENTO DOS USUÁRIOS DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE

PALHOÇA-SC SOBRE O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DO NUTRICIONISTA NA

ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE

Palhoça

2012

Page 2: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

1

MARIANE KÜTER

CONHECIMENTO DOS USUÁRIOS DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE

PALHOÇA-SC SOBRE O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DO NUTRICIONISTA NA

ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE

Projeto de Conclusão de Estágio apresentado à

disciplina de Estágio Supervisionado em

Nutrição Social do Curso de Nutrição da

Universidade do Sul de Santa Catarina, como

requisito parcial para aprovação.

Orientadoras: Prof ª. Rosana Henn, Msc.

Prof ª. Raquel Stela de Sá, Dra.

Palhoça

2012

Page 3: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

2

Page 4: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

3

Dedico este trabalho ao meu amado, aos meus

pais, irmão, amigos e professores, por terem

me dado carinho, compreensão e todo apoio

necessário para conclusão desta fase tão

importante em minha vida.

Page 5: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

4

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pelo dom da vida e por sempre ter me guiado, iluminado e me

dado força nos momentos difíceis.

Ao meu amor, Leopoldo Nass Neto, por sempre me apoiar e estar ao meu lado me

incentivando e confiando em meu potencial nos momentos em que mais precisei e por

compreender, por muitas vezes, a minha ausência.

Agradeço aos meus pais, Reni e Ewald, pois recebi deles o dom mais precioso do

universo, a vida. Por isso, serei infinitamente grata. Eles revestiram minha existência de amor

e dedicação, cultivaram na criança todos os valores que me transformaram em uma pessoa

consciente e responsável. Agradeço ainda por sempre estarem ao meu lado me apoiando,

incentivando, auxiliando, me acalmando, com muito amor e paciência, mesmo a distância.

Agradeço às minhas colegas por sempre estarem presentes nas minhas atividades,

me auxiliando e trocando muitos conhecimentos, especialmente à Patrícia Schmid, que tive a

oportunidade de conhecer melhor durante esse período, e que pude descobrir que é uma

pessoa incrível e por juntas termos superado desafios.

Agradeço imensamente à minha amiga Marcela dos Santos, por me ouvir e por

poder dividir as dificuldades dessa jornada; por sempre me auxiliar nas dificuldades e revisar

meus trabalhos, me dando muitas orientações e trocando conhecimentos.

Agradeço em especial às minhas orientadoras, Raquel Stela de Sá e Rosana Henn,

pelo carinho e atenção e pelos valiosos conhecimentos que transmitiram. Mostraram-me os

caminhos para que eu chegasse ao fim desta jornada com muito sucesso.

Agradeço à Nutricionista Helen Gazola e a todos os profissionais da Unidade

Básica de Saúde Bela Vista que me acolheram colaborando para o sucesso da realização do

estágio.

Agradeço ainda a todos que, direta ou indiretamente, fazem parte da minha vida

de forma positiva.

Page 6: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

5

“Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.”

(CLARICE LISPECTOR)

Page 7: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

6

RESUMO

A presente pesquisa teve por objetivo avaliar o conhecimento dos usuários de uma Unidade

Básica de Saúde (UBS), de Palhoça-SC, sobre o papel e a importância do Nutricionista na

Atenção Básica em Saúde. Trata-se de uma pesquisa com característica quantitativa e

predominância qualitativa, do tipo descritiva. Em relação aos procedimentos técnicos, é

definida como pesquisa documental e estudo de caso. Primeiramente, foram verificadas as

faltas dos 175 usuários que agendaram consultas com a Nutricionista na UBSBV, no período

de julho a setembro de 2012. Em seguida, foram realizadas 65 entrevistas, por demanda

espontânea na UBSBV e em visitas domiciliares. Verificou-se que 81% (n=141) dos

agendamentos foram com pessoas do sexo feminino, 53% (n=93) faltaram às consultas e o

fator predominante associado a esta problemática foi o baixo nível socioeconômico. Por meio

das entrevistas, concluiu-se que os usuários desconheciam o papel do Nutricionista na

Atenção Básica em Saúde, definindo a atuação deste profissional de forma muito

generalizada, afirmando que faz dietas ou algo relacionado à perda de peso. Grande

percentual dos entrevistados (82%, n=46) considerou o trabalho do Nutricionista importante,

porém, confundia este profissional com o médico ou não sabia exatamente qual era o seu

papel. Quando pensavam em consultar o Nutricionista (70%, n=39), 46% (n=18) associavam

este desejo à perda de peso e, quando encaminhados por outro profissional (34%, n=19), na

maioria das vezes (37%, n=07), era pelo mesmo motivo. No caso da saída da Nutricionista da

UBSBV, 61% (n=34) acreditavam que não faria nenhuma diferença, e o motivo relatado por

82% (n=28) foi o de que nunca precisaram desse tipo de atendimento. Assim, pode-se afirmar

que o conhecimento sobre o papel e sobre a importância do Nutricionista na Atenção Básica

em Saúde é muito pequeno, o que pode estar associado ao baixo nível socioeconômico, fator

determinante para as faltas nas consultas de Nutrição. Por fim, foi realizada a intervenção

nutricional através da entrega de uma cartilha e exposição de um mural sobre o papel e

importância do Nutricionista na Atenção Básica em Saúde, além da socialização da pesquisa

para os profissionais da UBSBV. A intervenção nutricional foi muito positiva na tentativa de

conscientizar o público entrevistado e os demais usuários da UBSBV sobre o papel e a

importância do Nutricionista na Atenção Básica em Saúde.

Palavras-chave: Nutricionista. Atenção Básica em Saúde. Faltas.

Page 8: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

7

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Fotografia 01 - Recado aos faltosos ...................................................................................... 34

Fotografia 02 - Entrega da cartilha ..................................................................................... 46

Fotografia 03 - Cartilha para o usuário ................................................................................. 46

Fotografia 04 - Cartilha para UBSBV e usuário .................................................................... 47

Fotografia 05 - Mural sobre as atribuições do Nutricionista .................................................. 47

Page 9: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

8

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Faltas dos usuários da UBSBV às consultas de Nutrição. Palhoça-SC, out. 2012

.......................................................................................................................................... ..31

Tabela 02 - Perfil socioeconômico e demográfico dos usuários da UBSBV. Palhoça-SC, out.

2012 ..................................................................................................................................... 35

Tabela 03 - Conhecimento dos usuários da UBSBV sobre o papel e a importância do

Nutricionista na Atenção Básica em Saúde. Palhoça-SC, out. 2012 ...................................... 39

Page 10: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

9

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 11

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 14

2.1 NUTRICIONISTA NO BRASIL: UM POUCO DA SUA HISTÓRIA ........................... 14

2.2 ATRIBUIÇÕES DO NUTRICIONISTA NO SUS ......................................................... 16

2.2.1 Sistema Único de Saúde ............................................................................................ 16

2.2.2 Estratégia de Saúde da Família ................................................................................ 17

2.2.3 Núcleo de Apoio à Saúde da Família ........................................................................ 18

2.2.4 Atribuições do Nutricionista ..................................................................................... 19

2.3 PAPEL E IMPORTÂNCIA DO NUTRICIONISTA NA ATENÇÃO BÁSICA EM

SAÚDE ............................................................................................................................... 20

2.3.1 Papel do Nutricionista na Atenção Básica em Saúde ............................................... 20

2.3.2 Importância do Nutricionista na Atenção Básica em Saúde .................................... 22

2.3.3 Faltas dos usuários nos serviços de saúde................................................................. 23

2.4 EDUCAÇÃO NUTRICIONAL ...................................................................................... 24

3 MÉTODO ........................................................................................................................ 26

3.1 CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA .......................................................................... 26

3.2 LOCAL E PARTICIPANTES DA PESQUISA .............................................................. 27

3.3 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................ 28

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 30

4.1 FALTAS DOS USUÁRIOS ÀS CONSULTAS DE NUTRIÇÃO ................................... 30

4.2 PERFIL SOCIOECONÔMICO E DEMOGRÁFICO ..................................................... 34

4.3 CONHECIMENTO DOS USUÁRIOS SOBRE O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DO

NUTRICIONISTA NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE ................................................. 39

4.4 EDUCAÇÃO NUTRICIONAL E DEVOLUTIVA DO ESTUDO .................................. 45

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 49

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 51

APÊNDICES ...................................................................................................................... 60

APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ...................................... 61

APÊNDICE B – Entrevista sobre o Perfil Socioeconômico e Demográfico e sobre o

Conhecimento dos Usuários sobre o Papel e a Importância do Nutricionista na Atenção

Básica em Saúde ................................................................................................................. 62

APÊNDICE C – Cartilha sobre o Nutricionista na Atenção Básica em Saúde ............... 64

Page 11: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

10

APÊNDICE D – Mural sobre o Nutricionista na Atenção Básica em Saúde ................... 71

Page 12: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

11

1 INTRODUÇÃO

Uma sociedade baseada em conhecimento tem como principal objetivo a

produção acadêmica e, para o sucesso desta produção, faz-se necessário o conhecimento

científico e a prática na realidade comunitária (SILVA, 2005). Segundo Salas (1991), deve-se

gerar conhecimento científico através da pesquisa, dessa maneira, este trabalho visa à

pesquisa dentro da realidade comunitária da Unidade Básica de Saúde Bela Vista (UBSBV).

O Nutricionista é o profissional que tem formação acadêmica para orientar a

população, principalmente sobre a relação do homem com o alimento, além do

comportamento alimentar de um indivíduo, com intuito de uma alimentação saudável e

prevenção dos agravos relacionados à má alimentação (BOOG, 2008).

O tema de estudo da presente pesquisa refere-se ao conhecimento dos usuários de

uma Unidade Básica de Saúde, na cidade de Palhoça–Santa Catarina, sobre o papel e a

importância do Nutricionista na Atenção Básica em Saúde. Os usuários são atendidos pelo

Sistema Único de Saúde (SUS) e o primeiro contato acontece através da Estratégia de Saúde

da Família (ESF), com apoio do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), no qual está

inserido o Nutricionista (BRASIL, 2012a).

Identificou-se a importância de estudar este tema durante o reconhecimento da

UBSBV: neste período, observou-se que os usuários faltam muito às consultas com a

Nutricionista e que vários alegam não ter interesse pelo atendimento, mesmo com a

oportunidade de tê-lo gratuitamente.

No entanto, segundo relatos das enfermeiras do local e de acordo com o que foi

observado durante visitas domiciliares, grande parte dos usuários tem problemas relacionados

à alimentação e nutrição, tais como: obesidade, diabetes mellitus (DM) e hipertensão arterial

sistêmica (HAS). Para todas as enfermidades relatadas, é necessário o atendimento e

acompanhamento com o profissional Nutricionista, o que por muitas vezes não ocorre por

falta de conhecimento e interesse da população.

A prática do profissional Nutricionista no Brasil teve início em 1940, porém,

somente em 1960 surgiu a Nutrição Pública, considerada uma área de atuação recente, torna-

se relevante identificar se os usuários têm conhecimento de quem é o Nutricionista, seu papel

e importância (ASBRAN, 1991). Esta área de atuação desse profissional caracteriza-se por

ações dentro de coletividades e tem caráter preventivo. Assim, é de vital importância que a

população conheça a existência e o trabalho deste profissional (BOOG, 2008).

Page 13: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

12

A transição nutricional vem ocorrendo, nos últimos anos, com o aumento do

consumo de alimentos ricos em gorduras e açúcares, juntamente com o baixo consumo de

frutas, legumes e verduras, favorecendo, assim, o aparecimento das doenças crônicas não

transmissíveis (DCNT) e a diminuição das doenças relacionadas à fome e à miséria (CFN,

2008; VASCONCELOS, 2007). Nesse sentido, atuar com o cuidado nutricional na Atenção

Básica em Saúde é uma forma eficiente, preventiva e traz menores gastos aos cofres públicos

(CFN, 2008).

O Ministério da Saúde, através da Política Nacional de Alimentação e Nutrição

(PNAN), tem como objetivos garantir a qualidade dos alimentos, promover práticas

alimentares saudáveis e prevenir e controlar os distúrbios alimentares (BRASIL, 2012c). O

Nutricionista está inserido na Atenção Básica em Saúde com a finalidade de promover a

saúde através de práticas alimentares saudáveis, combatendo os malefícios relacionados à

alimentação e nutrição (BRASIL, 2010).

Este projeto se justifica principalmente pela importância da pesquisa, que diz

respeito à necessidade do profissional Nutricionista na Atenção Básica em Saúde para a

promoção e prevenção da saúde, pois estes são os princípios do SUS (BRASIL, 2008b). Para

BOSI (1996), uma profissão só existe quando é reconhecida socialmente, para isso, é

imprescindível que os usuários do SUS conheçam as atribuições do Nutricionista,

compreendam o papel e a importância do profissional na Atenção Básica em Saúde,

auxiliando, assim, na garantia do crescimento, desenvolvimento, prevenção, manutenção e

recuperação da saúde (FERREIRA; MAGALHÃES, 2007).

A partir disso, o objetivo geral deste estudo foi avaliar o conhecimento dos

usuários de uma Unidade Básica de Saúde de Palhoça-SC sobre o papel e a importância do

Nutricionista na Atenção Básica em Saúde. Os objetivos específicos foram: verificar faltas

dos usuários nas consultas de Nutrição; identificar o perfil socioeconômico e demográfico dos

usuários; investigar o conhecimento dos usuários sobre o papel e a importância do

Nutricionista na Atenção Básica em Saúde; realizar intervenção nutricional ao término das

entrevistas; apresentar os resultados da pesquisa aos colaboradores da UBSBV e comunidade

acadêmica.

Após a apresentação do capítulo introdutório, descreve-se o segundo item, que

abrange o referencial teórico, abordando a história do Nutricionista no Brasil, atribuições

deste profissional no SUS e seu papel e importância inserido nesse sistema, assim como, a

ESF, o NASF, a problemática das faltas e, por fim, a educação nutricional.

Page 14: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

13

O terceiro capítulo refere-se ao método, que exibe as características, local,

participantes e como foi realizada a coleta e análise dos dados da pesquisa.

No quarto capítulo, são demonstrados os resultados e discussão da pesquisa

respondendo aos objetivos da mesma, através dos dados coletados e da intervenção

nutricional o que permitiu a construção das seguintes categorias: faltas dos usuários às

consultas de nutrição, perfil socioeconômico e demográfico, conhecimento dos usuários sobre

o papel e a importância do Nutricionista na Atenção Básica em Saúde e educação nutricional

e devolutiva do estudo.

As considerações finais são abordadas no quinto capítulo, respondendo se a

pesquisa conseguiu atingir os objetivos iniciais, se houve limitações, e sugestões de possíveis

propostas para novas pesquisas sobre o tema abordado.

Por fim, são apresentadas as referências utilizadas durante o trabalho e os

apêndices.

Page 15: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 NUTRICIONISTA NO BRASIL: UM POUCO DA SUA HISTÓRIA

Ao longo da história, ocorreram vários fatos que contribuíram para a evolução da

Ciência da Nutrição, como, por exemplo, a Revolução Industrial europeia no século XVIII e a

Primeira Guerra Mundial. Neste período, iniciaram os primeiros estudos nessa área, quando

foi percebido que soldados bem alimentados lutavam melhor (CRISTOFOLLI; BONATO;

RAVAZZANI, 2012). O surgimento efetivo da Ciência da Nutrição, em âmbito mundial, teve

início no começo no século XX, por isso, é considerada uma ciência recente

(VASCONCELOS, 2002; DEMÉTRIO et al., 2011).

O interesse pela Nutrição no Brasil foi influenciado, em grande parte, pelo

trabalho de um médico argentino, Pedro Escudero que, em 1926, na sua terra natal, fundou o

Instituto Nacional de Nutrição e, em 1933, a Escola Nacional de Dietistas e o Curso de

Médicos Dietólogos (TOLOZA, 2003; VASCONCELOS, 2002; CRISTOFOLLI; BONATO;

RAVAZZANI, 2012).

Vários brasileiros estudaram nas instituições fundadas por Escudero, sendo válido

destacar um deles: Josué Apolônio de Castro, que no ano de 1932 iniciou a pesquisa sobre as

condições de vida das classes operárias em Recife (L`ABBATE, 1988; ICAZA, 1991). Esse

estudo foi considerado o primeiro inquérito nutricional do Brasil e motivou outras pesquisas,

dando origem, também, ao primeiro salário mínimo (CRISTOFOLLI; BONATO;

RAVAZZANI, 2012).

Josué de Castro foi uma figura importante para a evolução da Ciência da Nutrição

no Brasil, pois idealizou e concretizou o Instituto de Nutrição na Universidade do Brasil, atual

Universidade do Rio de Janeiro. Castro também foi presidente da Sociedade Brasileira de

Nutrição, criou o Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS) e publicou vários

livros sobre a fome, entre eles, Geografia da fome e Geopolítica da Fome (CENTRO JOSUÉ

DE CASTRO, 2012).

A formação de Nutricionistas no Brasil iniciou em 1939, com a criação do

primeiro curso de Nutrição no Instituto de Higiene de São Paulo, atual faculdade de Saúde

Pública da Universidade de São Paulo. O curso tinha duração de um ano, era ministrado em

tempo integral e dividido em quatro períodos (FRIEDMAN; GOUVEIA, 1999; CFN, 2008;

SIMONARD-LOUREIRO et al., 2006; CRISTOFOLLI; BONATO; RAVAZZANI, 2012).

Page 16: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

15

No ano de 1940, surgiram: a Nutrição Clínica, a partir da Nutrição Básica e

Experimental; e a Nutrição Coletiva, que constituiu o núcleo inicial da perspectiva social da

Nutrição, com atuação voltada para o coletivo, para a sociedade e para a economia

(VASCONCELOS, 2002). Os cursos técnicos do Serviço Central de Alimentação do Instituto

de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI) também surgiram em 1940 e, em 1943,

eles deram origem ao Curso de Nutricionistas do Serviço de Alimentação da Previdência

Social (SAPS), criado por Josué de Castro, que atualmente é o Curso de Graduação em

Nutrição da Universidade do Rio de Janeiro (COSTA, 1953; MAURÍCIO, 1964; ASBRAN,

1991).

No ano de 1944, foram criados o Curso de Nutricionistas da Escola Técnica de

Assistência Social Cecy Dodsworth, sendo hoje o Curso de Graduação em Nutrição da

Universidade Estadual do Rio de Janeiro e os Arquivos Brasileiros de Nutrição

(SIMONARD-LOUREIRO et al., 2006; VASCONCELOS, 2002). Em 1948, teve início o

Curso de Dietistas da Universidade do Brasil, atual Curso de Graduação em Nutrição do

Instituto de Nutrição da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COSTA, 1953; MAURICÍO,

1964; ASBRAN, 1991).

No ano de 1949, foi fundada a Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN) que

possibilitou a discussão, de forma coletiva, dos avanços e problemas dos Nutricionistas. A

ASBRAN também permitiu a promoção da integração entre os profissionais, professores e

alunos, por meio de reuniões e especialmente dos congressos brasileiros de Nutrição

realizados a partir de 1958 (SIMONARD-LOUREIRO et al., 2006; VASCONCELOS, 2002).

Segundo Costa (1999), até a década de 60, a profissão de Nutricionista era

considerada exclusivamente feminina, já em 2006, segundo o CFN (2006), somente 96,5%

dos profissionais eram do sexo feminino. Esta profissão se tornou uma carreira jovem e

promissora, devido ao início da preocupação com a alimentação e nutrição por parte da

população. No mesmo período, surgiu a área de Nutrição em Saúde Pública

(VASCONCELOS, 2002). Em 1967, a profissão de Nutricionista foi regulamentada

(CRISTOFOLLI; BONATO; RAVAZZANI, 2012).

Impulsionando ainda mais o crescimento da Nutrição, no ano de 1968, ocorreu a

Reforma Universitária, que determinou a abertura de novos cursos em todas as áreas de

conhecimento, especialmente naquelas que contavam com menor número de cursos de

graduação, como era o caso da Nutrição (VASCONCELOS, 2002; MARTINS, 2009).

Até a década de 70, havia sete cursos de Nutrição no Brasil (ASBRAN, 1991).

Em 1972, o primeiro curso de graduação em Nutrição passou a ter quatro anos de duração,

Page 17: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

16

dividido em oito semestres, conforme estabelecido pelo Ministério da Educação

(FRIEDMAN; GOUVEIA, 1999; CFN, 2008; SIMONARD-LOUREIRO et al., 2006).

Segundo o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), a criação e execução do

primeiro Programa Nacional de Alimentação e Nutrição, em 1972, aumentou a necessidade de

recursos humanos que, por sua vez, impulsionou a criação de novos cursos de Nutrição e

aumentou o mercado de trabalho para Nutricionistas. Consequentemente, a profissão se

expandiu para os hospitais e SAPS, escolas, restaurantes de trabalhadores, docência, indústria,

marketing, Nutrição em esportes, saúde suplementar, núcleos de assistência à saúde da

família, entre outros. (CFN, 2008; VASCONCELOS, 2002).

Em 20 de outubro de 1978, foi sancionada a Lei nº 6.583 que criou o Conselho

Federal e Regional de Nutricionistas, com a finalidade de orientar, disciplinar e fiscalizar o

exercício profissional (CFN, 1999). A instalação dos Conselhos Regionais foi feita a partir de

1980 (CFN, 2008). Em 1990, ocorreu a instituição das Diretrizes Curriculares Nacionais do

Curso de Graduação em Nutrição, que definiu o perfil do Nutricionista, marco importante na

história do profissional (BRASIL, 2001; ASBRAN, 1991).

Em 1996, o número de Instituições de Ensino Superior para formação de

Nutricionistas no Brasil era de 44; em 2007, essa quantidade passou para 267; e, em 2008,

subiu para 311. Na região Sul, no ano de 2000, havia 24 cursos; em 2009, passaram para 59,

demonstrando, assim, esta expansão na área e no número de profissionais (BRASIL, 2011a).

Segundo o CFN, a ampliação das áreas de atuação dentro da Nutrição, tanto na Saúde

Coletiva como nas demais áreas, se mantém nos dias atuais. Dentro da área de Saúde

Coletiva, o Nutricionista pode atuar no SUS, integrado ao NASF (CFN, 2006; CFN, 2008).

2.2 ATRIBUIÇÕES DO NUTRICIONISTA NO SUS

2.2.1 Sistema Único de Saúde

Segundo o Ministério da Saúde, o SUS é um dos maiores sistemas públicos de

saúde do mundo. Foi criado em 1988 e regulamentado pelas leis orgânicas da saúde, com o

objetivo de que todos tivessem acesso à saúde de forma menos desigual (BRASIL, 2012d).

Com a criação do SUS, a saúde passou a ser direito de todos e dever do Estado, tornando

obrigatório o atendimento gratuito a toda população. O SUS é um sistema que reúne vários

serviços, ações e Unidades Básicas de Saúde (UBS) que atuam em conjunto para garantir a

Page 18: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

17

saúde de toda a população brasileira. Os princípios filosóficos deste sistema são

hierarquização, resolutividade e descentralização (BRASIL, 2000).

Conforme o Ministério da Saúde, o SUS objetiva a promoção da igualdade no

atendimento das necessidades de saúde da população, ofertando serviços com qualidade

adequados a essas necessidades, independente do poder aquisitivo do cidadão. Este sistema se

propõe a promover a saúde, priorizando as ações preventivas, repassando informações

importantes para que a população tenha conhecimento dos seus direitos e dos riscos em

relação à sua saúde. O controle da ocorrência de doenças, seu aumento e propagação são

algumas das responsabilidades de atenção do SUS, assim como o controle da qualidade de

remédios, de exames, de alimentos, higiene e adequação das instalações que atendem ao

público, na qual atua a Vigilância Sanitária (BRASIL, 2008a).

Através do SUS, todos os brasileiros têm direito a consultas, internações, exames

e qualquer tratamento, em qualquer unidade de saúde que tenha vínculo ao SUS, desde o

atendimento ambulatorial até o transplante de órgãos. O sistema é mantido com recursos

arrecadados através de impostos e contribuições pagos pela população (BRASIL, 2012d).

O setor privado participa do SUS de forma complementar, por meio de contratos e

convênios de prestação de serviço ao Estado. Isto ocorre quando as unidades públicas de

assistência à saúde, como a ESF, não são suficientes para garantir o atendimento a toda

população de uma determinada região (BRASIL, 2008b).

2.2.2 Estratégia de Saúde da Família

No ano de 1994, com o intuito de atender aos princípios da Atenção Básica em

Saúde, foi criado o Programa Saúde da Família que, em 1999, transformou-se na ESF. Com o

objetivo de reorganizar a Atenção Básica em Saúde, o Programa passou a não ser mais visto

como um programa, pois é a porta de entrada do usuário aos serviços de saúde; assim, a ESF

passou a ser parte da Política Nacional de Saúde (COSTA; SANTANA, 2011; PACHECO,

2009).

O Ministério da Saúde afirma que com a implantação das equipes

multiprofissionais da ESF, tem-se como meta a substituição do modelo hospitalocêntrico

tradicional, focado na doença, para um modelo voltado principalmente para a prevenção. Esta

estratégia visa à atenção integral, que abrange promoção, prevenção, assistência e reabilitação

da saúde (BRASIL, 1997).

Page 19: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

18

A ESF busca resgatar, por meio de atendimento humanizado, os vínculos de

compromisso e responsabilidade recíproca entre os serviços de saúde, os profissionais e a

população. Para viabilizar suas ações, cada equipe multiprofissional da ESF precisa ter a

participação de um Enfermeiro, de um Médico generalista (clínico geral), de dois auxiliares

de Enfermagem e de quatro a seis Agentes Comunitários de Saúde (TEIXEIRA; COSTA,

2003; BRASIL, 2006). Esta pode ter ainda uma equipe de saúde bucal, composta por um

cirurgião Dentista, um Auxiliar de consultório dentário e um Técnico em higiene bucal

(BRASIL, 2007; BRASIL, 2011b).

A ESF deve acolher integralmente as necessidades de uma comunidade, definida

por limites territoriais, interferindo nos padrões de produção de saúde e doença e,

consequentemente, melhorando os indicadores de saúde. A equipe também deve atuar de

forma interdisciplinar e ser responsável pela atenção integral à saúde de 600 a 1000 famílias,

não devendo ultrapassar 4000 mil pessoas residentes em seu território de abrangência

(BRASIL, 2007; BRASIL, 2011b).

2.2.3 Núcleo de Apoio à Saúde da Família

Em janeiro de 2008, o Ministério da Saúde, pela portaria nº 154, criou o NASF,

que tem como principal objetivo apoiar o trabalho da ESF, além de promover a saúde e a

qualidade de vida como forma de prevenção de doenças. O NASF é uma ampliação da ESF e

deve atuar de forma integrada à rede de serviços da saúde, considerando as necessidades

identificadas no trabalho em conjunto com as ESF (BRASIL, 2010).

Segundo o Ministério da Saúde, os núcleos devem ser constituídos por

profissionais de diferentes áreas que atuam em parceria com os profissionais das ESF.

Existem dois tipos de núcleos: o NASF 1 e o NASF 2 (BRASIL, 2009a).

O NASF 1 é composto por, no mínimo, cinco dos profissionais, dentre eles,

podem estar: Nutricionista, Médico Ginecologista, Médico Homeopata, Médico Pediatra,

Médico Psiquiatra, Assistente Social, Profissional da Educação Física, Farmacêutico,

Fonoaudiólogo, Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional. Os profissionais que integram o

NASF devem ser cadastrados e desenvolver as funções junto à, no mínimo, oito e no máximo

20 ESF (BRASIL, 2009a).

O NASF 2 é destinado a municípios que tenham população abaixo de dez

habitantes por quilômetro quadrado, composto por, no mínimo, três profissionais de nível

superior de ocupações diferentes; dentre estes, podem estar: Assistente Social, Profissional de

Page 20: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

19

Educação Física, Farmacêutico, Fisioterapeuta, Fonoaudiólogo, Nutricionista, Psicólogo e

Terapeuta Ocupacional, estes devem desenvolver ações junto à, no mínimo, 3 ESF (BRASIL,

2009a). O Nutricionista tem várias áreas de atuação e, dentro do NASF, essa área é

denominada área de Saúde Pública. Nesta, o Nutricionista tem várias tarefas que são citadas

pelo CFN (2008) como atribuições do Nutricionista na Atenção Básica em saúde.

2.2.4 Atribuições do Nutricionista

Um grande passo para dar sustentação ao trabalho do Nutricionista na Saúde

Pública ocorreu no ano de 2005, quando o CFN, a partir da resolução nº 380, dispôs acerca

das áreas de atuação do Nutricionista, levando em consideração os objetivos, os campos de

atuação e o princípio da integralidade na atenção à saúde no SUS (BOOG, 2008; CFN, 2005).

A área de Saúde Pública, conforme esta resolução, compreende três subáreas de

atuação: as políticas e programas institucionais; Atenção Básica em Saúde e Vigilância

Sanitária ou Vigilância em Saúde (CFN, 2005; BOOG, 2008). Segundo o CFN (2005), são

atribuições obrigatórias do Nutricionista, na Atenção Básica em Saúde no SUS:

Planejar e executar ações de educação alimentar e nutricional, de acordo com o

diagnóstico da situação nutricional identificado no usuário;

Coletar, consolidar, analisar e avaliar dados de Vigilância Alimentar e Nutricional,

propondo ações para a resolução da problemática em situações de risco nutricional;

Identificar grupos populacionais de risco nutricional para DCNT, com o objetivo de

planejar ações específicas;

Participar, desde o planejamento até a execução, de cursos de aperfeiçoamento e

treinamento para profissionais da área de saúde;

Participar da elaboração, revisão e padronização de métodos relativos ao campo de

alimentação e nutrição;

Promover, junto com a equipe de planejamento a implementação, a implantação e o

acompanhamento das ações de Segurança Alimentar e Nutricional;

Integrar campos de educação permanente para o aprimoramento contínuo dos recursos

humanos de todos os níveis do SUS;

Desenvolver, implantar e implementar protocolos de atendimento nutricional

adequado às particularidades da população assistida;

Page 21: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

20

Discutir com gestores de saúde, em parceria com outros coordenadores/supervisores

da Atenção Básica em Saúde, a efetiva implantação de fluxos e mecanismos de referência

e contra referência, além de outras medidas necessárias para garantir o desenvolvimento

de ações de assistência à saúde e nutrição;

Elaborar o plano de trabalho anual, que inclua os procedimentos adotados para o

desenvolvimento das atribuições.

Outras áreas de atuação deste profissional são a Alimentação Coletiva, a Nutrição

Clínica, docência, extensão, pesquisa e coordenação relacionadas à alimentação e à nutrição.

O Nutricionista também pode atuar na indústria de alimentos, realizando atividades de

desenvolvimento de produtos, também na Nutrição Esportiva, atuando em academias, clubes

esportivos e similares, bem como em âmbitos do marketing, entre outras funções (CFN,

2005).

Na área de Alimentação Coletiva, o Nutricionista realiza atividades de

alimentação e nutrição nas Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN). O profissional

também pode atuar: dentro de empresas fornecedoras de serviços de alimentação coletiva, em

serviços de alimentação autogestão, restaurantes comerciais e similares; hotelaria marítima;

serviços de buffet e de alimentos congelados; comissárias e cozinhas dos estabelecimentos

assistenciais de saúde; e em atividades próprias da alimentação escolar e da alimentação do

trabalhador (CFN, 2005).

Na Nutrição Clínica, este profissional atua nos hospitais e clínicas, nas instituições de longa

permanência para idosos, nos ambulatórios e consultórios, nos bancos de leite humano, nos

lactários, nas centrais de terapia nutricional, nos spas e em atendimento domiciliar (CFN,

2005). Indiferentemente da área de atuação, o Nutricionista é formado para atuar com

qualidade, eficiência e resolubilidade no SUS.

2.3 PAPEL E IMPORTÂNCIA DO NUTRICIONISTA NA ATENÇÃO BÁSICA EM

SAÚDE

2.3.1 Papel do Nutricionista na Atenção Básica em Saúde

Na Atenção Básica em Saúde, o Nutricionista realiza um conjunto de ações, de

caráter individual e coletivo, situadas no primeiro nível de atenção nos sistemas de saúde,

visando à prevenção de doenças, promoção, manutenção e recuperação da saúde (CFN, 2005).

Page 22: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

21

Segundo o Conselho Nacional de Educação, o Nutricionista é definido como

generalista, humanista, crítico e capacitado a atuar visando à segurança alimentar e à atenção

dietética. O Nutricionista também está apto para atuar em todas as áreas do conhecimento nas

quais a alimentação e nutrição se mostrem essenciais para a prevenção, promoção,

manutenção e recuperação da saúde de indivíduos ou coletividades. O intuito desse

profissional é contribuir para a melhoria da qualidade de vida, fundamentado em princípios

éticos, com visão sobre a realidade cultural, econômica, política e social (BRASIL, 2001).

Na Atenção Básica em Saúde, atuando junto ao NASF, o Nutricionista deve

realizar ações de alimentação e nutrição em todas as fases do ciclo da vida. Deve atuar tanto

diante de indivíduos saudáveis, como de enfermos com problemas como desnutrição,

carências específicas, obesidade e nos demais distúrbios nutricionais e alimentares e na sua

relação com as patologias (BRASIL, 2009a).

O trabalho do Nutricionista é importante para socialização do conhecimento sobre

os alimentos e sobre o processo de alimentação, bem como para o desenvolvimento de

estratégias de resgate de hábitos e práticas alimentares regionais, relacionadas ao consumo de

alimentos locais e de custo acessível com elevado valor nutritivo (CFN, 2005).

O Nutricionista que atua no NASF deve conhecer e estimular a produção e o

consumo dos alimentos saudáveis produzidos regionalmente, além de incentivar o cultivo de

hortas e pomares comunitários. Este profissional também deve capacitar a ESF e participar de

ações vinculadas aos programas de controle e prevenção dos distúrbios nutricionais; devendo

também elaborar, em conjunto com as ESF, rotinas de atenção nutricional e atendimento para

doenças relacionadas à alimentação e nutrição, de acordo com protocolos de Atenção Básica

em Saúde (BRASIL, 2011b).

O Nutricionista está capacitado para atuar auxiliando o Brasil, colocando em

prática as políticas direcionadas aos problemas relacionados à alimentação e nutrição, como,

por exemplo, a desnutrição e a obesidade. Também está apto a orientar as pessoas de acordo

com fatores culturais, nível socioeconômico, hábitos alimentares, religião, tabus, vocação

agrícola do local, entre outros fatores que podem influenciar na prática da alimentação

saudável. A atuação do profissional na Atenção Básica em Saúde é essencial, visto que ele

busca a prevenção e promoção da saúde através de uma alimentação saudável e da educação

nutricional da população (LIMA; GOUVEIA, 1999; CFN, 2012a).

Page 23: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

22

2.3.2 Importância do Nutricionista na Atenção Básica em Saúde

Segundo Lima e Gouveia (1999), o estado nutricional das populações é resultado

de fatores ambientais, sociais, econômicos, culturais e demográficos, resultando na

disponibilidade de alimentos, do consumo e utilização orgânica dos nutrientes. A alimentação

é uma preocupação mundial, um desafio para cada país, de uma forma diferente, devido às

individualidades climáticas, culturais, entre outras.

A transição nutricional é verificada em diversas partes do Brasil e do mundo, este

fenômeno é caracterizado pela diminuição da prevalência dos déficits nutricionais e aumento

de pessoas com sobrepeso e obesidade. Esse problema atinge todas as faixas etárias, o que

vem trazendo prejuízos à saúde e à qualidade de vida dessas pessoas (BATISTA FILHO et al.,

2008).

É fundamental que o Nutricionista atue na rede de saúde para a redução dos

problemas de caráter nutricional; também é importante e essencial que os usuários sejam

encaminhados ou busquem atendimento para um diagnóstico precoce e que, assim, possam

ser realizadas as intervenções necessárias o mais cedo possível (WHO, 2004).

O profissional Nutricionista realiza o diagnóstico de agravos nutricionais, o que é

fundamental para mobilizar as autoridades com as soluções dos problemas relacionados à

alimentação e nutrição. Para chegar a este diagnóstico, é necessária a utilização de indicadores

específicos e bem conhecidos pelo Nutricionista. Depois de diagnosticados os problemas, as

informações podem ser utilizadas pelos órgãos governamentais, auxiliando na criação de

estratégias para intervenção nutricional como, por exemplo, o programa de suplementação de

ferro criado pela Política Nacional de Alimentação e Nutrição (LIMA; GOUVEIA, 1999;

BRASIL, 2012b).

É importante ressaltar que medidas políticas e sociais de alimentação e nutrição só

se tornam eficazes quando inseridas em um contexto maior, em uma política ampla que

atenda às necessidades da população, também sendo relevante que os programas de

alimentação e nutrição estejam associados à distribuição de alimentos. Essas políticas

necessitam ser acompanhadas de educação nutricional e por avaliação permanente da eficácia

do programa, realizadas por um profissional capacitado que é o Nutricionista (LIMA;

GOUVEIA, 1999).

Boog (2008, p. 34) afirma que a inserção da Atenção Básica em Saúde dentro do

NASF é definida pelos gestores municipais de acordo com as necessidades e disponibilidades

de profissionais dos locais.

Page 24: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

23

É relevante considerar que a opinião dos gestores acerca do valor da intervenção, do

potencial de resolutividade dela a curto, médio e longo prazos e a representação que

eles têm sobre o papel que o Nutricionista pode ou deve desempenhar são tão ou

mais significativos na tomada de decisão sobre a incorporação do profissional na

equipe, do que a necessidade e disponibilidade de profissionais na região, e a

avaliação dessa necessidade dificilmente será realizada sem sofrer a influência dos

centros de interesse e de poder.

Dessa forma, a atuação deste profissional no NASF é primordial para desenvolver

um trabalho interdisciplinar, através de ações voltadas para a alimentação e nutrição, com a

finalidade de melhoria da saúde e qualidade de vida dos usuários (ASSIS et al., 2002).

Verifica-se ainda a importância do Nutricionista, quando Ferreira e Magalhães (2007), com

base na Declaração Universal dos Direitos Humanos, afirmam que alimentação e nutrição são

direitos humanos fundamentais e importantes para um desenvolvimento biológico e social

completo.

2.3.3 Faltas dos usuários nos serviços de saúde

Poucos estudos foram realizados, até o presente momento, sobre as faltas dos

usuários nas consultas com o profissional Nutricionista, na Atenção Básica em Saúde, e até

mesmo com os demais profissionais.

Para Ferreira et al. (2011), as faltas às consultas representam um consumo extra

de recursos humanos e econômicos, tornando-se uma limitação para a atuação do profissional.

Essa problemática, segundo os autores, afeta todas as especialidades médicas. Para Bender,

Molina e Mello (2010), o não aviso prévio da falta é um prejuízo, visto que se perde a

oportunidade de inserir outro usuário naquela consulta.

Segundo um estudo realizado em São Paulo, por Almeida et al. (2009), percebeu-

se que, apesar de toda estrutura ser oferecida aos usuários, eles não compareciam às consultas

de odontologia agendadas e não justificavam essas faltas posteriormente. Perceberam que, na

maioria dos casos, as faltas se davam por esquecimento do paciente, que alegavam não terem

recebido uma ligação de lembrete acerca da consulta.

As faltas às consultas representam um consumo acrescido de recursos humanos,

estruturais (espaço físico) e econômicos. Têm um impacto importante na qualidade

assistencial, constituindo uma oportunidade perdida de diagnóstico, de prevenção

e/ou tratamento. Alguns autores verificaram que a saúde dos doentes que faltam à consulta pode estar em risco, apesar da sua percepção de “bem estar” (FERREIRA

et al., 2011, p. 259).

Page 25: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

24

Conforme o estudo de Ferreira et al. (2011), os fatores que levam os usuários a

faltarem às consultas são: problemas de saúde mental, baixo nível socioeconômico, período

muito longo entre uma consulta e outra e até a distância da casa até a unidade de saúde. O

esquecimento das consultas também é um ponto muito referido.

Para resolução desta problemática, no serviço particular, se mostra eficiente o

serviço de lembrete às consultas, ao contrário das multas punitivas. Por isso, torna-se cada vez

mais importante identificar as causas dessas faltas e implementar medidas que otimizem a

eficiência e eficácia dos serviços de saúde (FERREIRA et al., 2011).

Dessa forma, é também importante verificar se os usuários faltam muito às consultas com o

Nutricionista na Atenção Básica em Saúde. A partir deste dado, pode-se pensar em alguma

medida de intervenção para que os usuários não faltem às consultas, e/ou compreendam a

importância deste profissional, tanto no que se refere às atividades de educação nutricional,

quanto no tratamento de doenças.

2.4 EDUCAÇÃO NUTRICIONAL

Turano e Almeida (1999) afirmam que a educação é um processo que tem como

objetivo capacitar o ser humano para agir diante de situações novas do dia a dia, fazendo uso

de experiências anteriores, sempre visando à integração, a continuidade e o progresso no

campo social, segundo as necessidades de cada um, afim de serem atendidos, integralmente, o

indivíduo e a coletividade. A educação em saúde, no campo da Nutrição, tem o objetivo de

ensinar um indivíduo ou coletividades sobre a maneira agir frente aos problemas diários,

tornando-se fundamental, assim, a prática da educação nutricional.

Para Boog (1997), a educação nutricional é uma importante estratégia de ação em

Saúde Pública, além de ser uma disciplina obrigatória nos cursos de Nutrição, fazendo parte

das ações do Nutricionista em todas as áreas de atuação. A educação nutricional, tanto na

teoria como na prática, tem o mesmo objetivo, que é fazer com que o indivíduo tenha

consciência e responsabilidade sobre suas ações relacionadas à alimentação.

O comportamento alimentar tem sua construção na infância, transmitido pela

família e pelas tradições, crenças e tabus, que passam pelas gerações associado aos hábitos

alimentares. Esses hábitos e comportamentos alimentares podem mudar de acordo com as

mudanças do ambiente (TURANO; ALMEIDA, 1999; CFN, 2012b). A mudança de hábitos e

comportamentos alimentares também pode se dar através da educação nutricional, que está

inserida na prática diária do Nutricionista (TURANO; ALMEIDA, 1999).

Page 26: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

25

Para estimular os indivíduos a uma mudança de hábitos e comportamentos

alimentares incorretos, é necessário que o educador, neste, caso o Nutricionista, consiga

sensibilizar e motivar o indivíduo e/ou a coletividade passando segurança e conhecimento

(LINDEN, 2005). A mudança dos hábitos e comportamentos alimentares inadequados

também é conhecida como reeducação alimentar e tem como objetivo a promoção da saúde

para evitar as consequências negativas de uma má alimentação e nutrição (STÜRMER, 2004).

A educação nutricional é uma das ferramentas da área da Nutrição que pode ser

utilizada com o objetivo de estabelecer bons hábitos alimentares. Para seu sucesso, é

importante que seja realizado um diagnóstico nutricional da população para a qual a

orientação se destina, utilizando informações claras e pertinentes quando o assunto for

abordado (CERVATO; GOMES; JORGE, 2004).

Segundo Campadello e Diniz (2006), não existe uma idade para começar a se

alimentar corretamente, porém, seria importante a criação de bons hábitos e comportamentos

desde a infância, pois, conforme as pessoas envelhecem, a mudança de hábitos e

comportamentos torna-se mais difícil.

A alimentação tem influência em todo o organismo, desde a saúde da pele até a

saúde mental. Stürner (2004) argumenta que para uma vida mais saudável, é necessário

investir em educação alimentar, e o Nutricionista está habilitado para atuar promovendo essa

educação através da instrução de bons hábitos e comportamentos alimentares.

Conforme Boog (2008), compete ao Nutricionista, no exercício de suas

atribuições na área de Saúde Coletiva, prestar assistência e educação nutricional para as

coletividades, bem como para os indivíduos sadios ou enfermos, podendo atuar também em

instituições públicas ou privadas e em consultório de nutrição e dietética, através de ações,

programas, pesquisas e eventos, direta ou indiretamente relacionados à alimentação e

nutrição.

Embora a assistência e educação alimentar e nutricional constituam ações

privativas do Nutricionista, conforme a Lei 8.234/91 que regulamenta a sua atuação

profissional, a promoção da alimentação saudável tem caráter mais amplo, envolvendo nesse

processo os demais profissionais da saúde e os órgãos governamentais (BOOG, 2008).

Page 27: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

26

3 MÉTODO

3.1 CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA

A presente pesquisa possui característica quantitativa com predominância

qualitativa, do tipo descritiva. Sua classificação em relação aos procedimentos técnicos é

definida como pesquisa documental e estudo de caso (LUCIANO, 2001; CERVO;

BERVIAN, 2002).

Segundo Luciano (2001), Silva e Menezes (2001) uma pesquisa tem característica

quantitativa quando seus resultados podem ser traduzidos em números. Com base nesta

afirmação, a pesquisa em questão tem característica quantitativa, pois após a verificação dos

dados das faltas dos usuários da UBSBV, em consultas com a Nutricionista, no período de

julho a setembro de 2012 os dados foram tabulados e, consequentemente, quantificados.

Formulou-se uma entrevista semiestruturada sobre o Perfil Socioeconômico e

Demográfico e sobre o Conhecimento do Usuário sobre o Papel e a Importância do

Nutricionista na Atenção Básica em Saúde. A entrevista continha perguntas abertas e fechadas

e foi aplicada aos usuários da UBSBV, por demanda espontânea e em visitas domiciliares.

A entrevista semi-estruturada tem como características a utilização de um roteiro

previamente elaborado com perguntas principais, complementadas por outras questões

relativas às circunstâncias do momento da entrevista. Além disso, as respostas nesse tipo de

entrevista não estão condicionadas a uma padronização de alternativas. A elaboração do

roteiro possibilita um planejamento da coleta dos dados para que se possa alcançar o objetivo

final (MANZINI, 1991; SILVA; MENEZES, 2001; LUCIANO, 2001).

Após a verificação e tabulação das faltas dos usuários e aplicação da entrevista, os

dados foram confrontados com a contribuição da bibliografia já existente. Com base nessa

proposta, a pesquisa tem característica qualitativa, pelo fato de centrar-se não apenas na

quantificação, mas principalmente na qualificação dos dados após a verificação, preocupando-

se em compreendê-los e explicá-los (FONSECA, 2002; LUCIANO, 2001; SILVA;

MENEZES, 2001; DESLANDES; GOMES; MINAYO, 2007). Para Fonseca (2002), a

utilização conjunta das características qualitativa e quantitativa permite obter um maior

número e qualidade de informações do que com o uso destas isoladamente.

A pesquisa é considerada também do tipo descritiva, pois através da aplicação da

entrevista, foram analisadas e descritas características dos usuários da UBSBV e, através da

Page 28: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

27

verificação das faltas e presenças, quantificou-se a frequência do problema (LUCIANO, 2001;

CERVO; BERVIAN, 2001).

De acordo com os procedimentos técnicos, a pesquisa é classificada como

documental e estudo de caso. Documental, pois foram analisados documentos, ou seja, os

prontuários UBSBV, que não receberam nenhum tipo de tratamento científico. A pesquisa se

deu, assim, em busca de informações que ainda não haviam sido analisadas que, neste caso,

foram as faltas dos usuários às consultas com a Nutricionista (SÁ-SILVA; ALMEIDA;

GUINDANI, 2009). Também é classificada como estudo de caso, devido à pesquisa ter

acontecido com um determinado grupo, os usuários da UBSBV, objetivando verificar o

conhecimento deles sobre o papel e a importância do Nutricionista na Atenção Básica em

Saúde (CERVO; BERVIAN, 2001). Segundo Yin (2005), o estudo de caso pode ser de caso

único ou de casos múltiplos, podendo conter tanto dados qualitativos como quantitativos e as

evidências podem ser de documentos, entrevistas, entre outros.

Após a aplicação da entrevista, realizou-se uma intervenção nutricional com a

entrega de uma cartilha e fixação de um mural na UBSBV (LUCIANO, 2001; FONSECA,

2002). Ambos objetivaram que os entrevistados e os usuários, de um modo geral, entendam o

papel e a importância do profissional Nutricionista na Atenção Básica em Saúde.

3.2 LOCAL E PARTICIPANTES DA PESQUISA

A pesquisa foi realizada com os usuários da UBSBV de Palhoça-SC, localizada na

Rua José Cosme Pamplona, 1447, no bairro Bela Vista, por demanda espontânea nas

dependências da UBSBV e em visitas domiciliares. A UBSBV foi fundada em 1996 pelo

Secretário de Saúde e foi transferida para o atual local em 28 de Março de 2005.

A UBSBV realiza suas atividades de segunda a sexta-feira, das 07:00 às 12:00h e

das 13:00 às 17:00h, atendendo às pessoas que moram no bairro Bela Vista e que tem um

cadastro e número de prontuário junto a este local. Para o atendimento na UBSBV, os

usuários são divididos em duas áreas de abrangência, a 008 e 028. Cada área contém um

médico e uma enfermeira vinculados a ESF. Já a Nutricionista, que é vinculada ao NASF,

atende em ambas as áreas. Atualmente, a UBSBV conta com 26 colaboradores e é coordenada

por uma técnica de enfermagem.

A UBSBV não contém dados sobre o número de usuários cadastrados, porém,

segundo relatos das enfermeiras, a maioria dos problemas de saúde relacionados à Nutrição

são a HAS e o DM.

Page 29: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

28

3.3 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS

A pesquisa foi dividida em quatro etapas: verificação de faltas, entrevista,

intervenção, tabulação, análise descritiva dos dados e devolutiva dos resultados.

Inicialmente foram verificadas as faltas dos usuários da UBSBV nas consultas que

foram agendadas com a Nutricionista. A verificação desses dados ocorreu no mês de outubro,

analisando-se os agendamentos de julho a setembro de 2012, sendo verificado, no prontuário,

se o usuário comparecia ou não.

No mês de outubro de 2012, foram realizadas as entrevistas (APÊNDICE B) com

os usuários da UBSBV, por demanda espontânea, em atendimento ou não com a

Nutricionista, tanto na própria como em visitas domiciliares. Antes da entrevista, ao usuário

que aceitou participar, foi solicitada a assinatura de um Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE A). A Entrevista abordou questões sobre o perfil

socioeconômico e demográfico e também sobre o conhecimento do papel e da importância do

Nutricionista na Atenção Básica em Saúde. Segundo Linden (2005), a entrevista é um tipo de

técnica que pode ser utilizada no processo de comunicação direta com o entrevistado. Para

obter sucesso nas entrevistas e um bom diagnóstico da situação, o entrevistador deve ser

imparcial, orientando o entrevistado e não o induzindo às respostas.

Ao término da entrevista, como forma de intervenção, cada usuário recebeu uma

cartilha (APÊNDICE C), com explicação didática, imagens e texto de fácil leitura,

possibilitando ao entrevistado a real compreensão do papel e importância do Nutricionista na

Atenção Básica em Saúde. Também foi elaborado um mural (APÊNDICE D) com o objetivo

de que todos os usuários da UBSBV tivessem acesso a essa informação. Conforme Linden

(2005), os recursos materiais, como a cartilha que foi entregue e o mural exposto, servem para

o usuário poder estimular seu aprendizado. Esses recursos permitem maior facilidade de

compreensão dos conteúdos para o processo de aprendizagem. Esses materiais devem ser bem

selecionados e adequados às características do indivíduo, resultando em um melhor

aprendizado.

Para verificar o perfil socioeconômico e demográfico dos usuários e seu

conhecimento sobre o papel e a importância do Nutricionista na Atenção Básica em Saúde,

foram analisados, discutidos e agrupados os dados levantados, o que permitiu a construção

das seguintes categorias: faltas dos usuários às consultas de nutrição, perfil socioeconômico e

demográfico, conhecimento dos usuários sobre o papel e a importância do Nutricionista na

Atenção Básica em Saúde e educação nutricional e devolutiva do estudo. Foi realizado

Page 30: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

29

também um comparativo desses dados com o número de faltantes às consultas, dentro do

período estipulado, através da literatura científica existente.

Ao final da análise, realizou-se a apresentação dos resultados da pesquisa aos

colaboradores da UBSBV, com a entrega de uma cópia dos resultados, e à comunidade

acadêmica, com a apresentação da pesquisa e disponibilização do projeto impresso.

Page 31: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

30

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante o mês de outubro de 2012, foram verificadas as faltas de 175 usuários nas

consultas agendadas com a Nutricionista da UBSBV, no período de julho a setembro do

mesmo ano. Além disso, foram entrevistados 56 usuários da UBSBV que aceitaram assinar o

TCLE (APÊNDICE A). As entrevistas (APÊNDICE B) foram realizadas na UBSBV e em

visitas domiciliares, com o objetivo de verificar o perfil socioeconômico e demográfico dos

usuários e o seu conhecimento sobre o papel e a importância do Nutricionista na Atenção

Básica em Saúde.

4.1 FALTAS DOS USUÁRIOS ÀS CONSULTAS DE NUTRIÇÃO

As faltas foram verificadas com o intuito de analisar a frequência dessa

problemática e sua interferência e/ou relação com o conhecimento dos usuários da UBSBV

sobre o papel e a importância do Nutricionista na Atenção Básica em Saúde, além da conexão

com o perfil socioeconômico e demográfico.

Segundo Riberto et al. (2010), uma das maiores problemáticas dos serviços de

saúde consiste em saber como lidar com as faltas dos usuários às consultas e em como

organizar a sobrecarga do serviço com urgências que não estão na programação dos

atendimentos. Sendo assim, o autor coloca a necessidade de reduzir o número de faltas, não

apenas para diminuir o desperdício de recursos financeiros, mas por estar negando o

atendimento às pessoas necessitadas que estejam na fila de espera.

Das 191 consultas pré-agendadas com a Nutricionista de julho a setembro, em 16

não foi possível verificar se o usuário compareceu ou não, devido ao prontuário não ter sido

localizado na UBSBV, mesmo com três tentativas em dias alternados para localização desses

nos arquivos do local. Por isso, foram considerados somente 175 agendamentos para

tabulação e discussão dos resultados.

Na Tabela 1 estão apresentados os dados das faltas dos 175 usuários que

agendaram consultas com a Nutricionista no período de julho a setembro de 2012, assim

como o gênero de cada um.

Page 32: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

31

Tabela 1 – Faltas dos usuários da UBSBV às consultas de Nutrição. Palhoça-SC, out. 2012.

Variáveis n %

Sexo

Feminino 141 81

Masculino 34 19

Frequência

Faltas 93 53

Presenças 82 47

Faltas por sexo

Feminino 81 87

Masculino 12 13

Presenças por sexo

Feminino 60 73

Masculino 22 27

Faltas em relação ao total

de cada sexo

Femino 81 57

Masculino 12 35

Presenças em relação ao

total de cada sexo

Femino 60 42

Masculino 22 65 Fonte: Küter, 2012.

Observou-se, durante a coleta de dados, a necessidade de a UBSBV implantar um

sistema informatizado para o arquivamento de dados dos prontuários de cada usuário, pois

muitos deles foram extraviados ou até mesmo armazenados em lugar incorreto. Além disso,

não existia uma padronização na forma de evolução, pelo fato de muitas vezes as letras dos

médicos e de outros profissionais serem de difícil compreensão. Assim, as faltas nem sempre

eram registradas e não se tinha um controle efetivo do número de usuários atendidos e/ou

cadastrados pela UBSBV atualmente e suas principais enfermidades para ações preventivas.

Um estudo realizado por Wechsler et al. (2003) abordou a questão dos prontuários

eletrônicos, destacando as vantagens dessa ferramenta. Dentre essas vantagens, tem-se: um

texto legível, a possibilidade de acesso ao mesmo prontuário, em vários locais, ao mesmo

tempo; a facilidade na localização dos prontuários; entre outros. Porém, para que seja

utilizado esse sistema, é necessária a existência de software, hardware e de infraestrutura de

redes, elétrica, de manutenção, entre outros. Perondi, Sakano e Schvartsman (2008) também

identificam vantagens na informatização dos prontuários, dentre elas, a impossibilidade de

extravio dos prontuários, o controle do fluxo de usuários no serviço de saúde, mais agilidade,

a impossibilidade de deterioração e alteração das informações, dentre outros.

Page 33: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

32

Observando-se os prontuários dos usuários que agendaram suas consultas no

período de julho a setembro de 2012, verificou-se que dos 175 usuários, a maioria, 81%

(n=141) eram mulheres e, em menor quantidade, 19% (n=34), homens. Segundo o Ministério

da Saúde, os homens têm maior presença nos serviços de urgência e emergência em relação

aos serviços de Atenção Básica em Saúde no Brasil. Também é apontado que os homens

sofrem mais de condições severas e crônicas de saúde do que as mulheres e que apresentam

uma expectativa de vida menor (BRASIL, 2007). Gomes et al. (2011) e Gomes, Nascimento e

Araújo (2007) apontam, em seus estudos, que os homens evitam procurar as unidades de

saúde, sendo contrários à prevenção e ao autocuidado. Por isso, foram criadas as diretrizes

voltadas à saúde do homem (BRASIL, 2009b).

Dos 175 agendamentos, somente 47% (n=82) compareceram às consultas com a

Nutricionista, e, dentre os que faltaram, 87% (n=81) eram mulheres e 13% (n=12) eram

homens.

Segundo relatos da Secretaria Municipal de Saúde de Biguaçu-SC, pode-se

concluir que a problemática das faltas não se restringe à UBSBV nas consultas com a

Nutrição. A porcentagem de faltas no município, em algumas especialidades, chega a 57%,

sendo muito comuns os casos em que os usuários faltam à consulta ou exames sem

justificativa e não comunicam a unidade para que possa ser colocada outra pessoa na vaga

(BIGUAÇÚ, 2012). O gerente de regulação da Secretaria de Saúde do município de Biguaçu-

SC, afirma que:

As ausências causam danos financeiros ao município, uma vez que os profissionais

ou os prestadores de serviços estão sendo pagos, além disso, a pior consequência é

que aquela vaga não utilizada poderia ser destinada a outro paciente que está

necessitando muito do serviço. Isso faz com que a lista de espera para a realização

do procedimento não consiga ter a vazão adequada em muitos casos (BIGUAÇU,

2012, s. p.).

No município de Campinas-SP foi implantado um serviço para diminuir o

absenteísmo, chamado de serviço “Disque Saúde”, ele ajudou na redução do número de faltas

de 30% para 5%, em um mês, nas unidades da rede básica. O “Disque Saúde”, funciona como

um lembrete aos usuários: dois dias antes da consulta, a unidade entra em contato para

lembrá-lo do agendamento. (CAMPINAS, 2012). Segundo outro estudo realizado por Vilela,

Silva e Batista Filho (2010), o tempo prolongado de espera leva os usuários a um sentimento

de insatisfação, o que gera reclamações e, por estarem desacreditados do serviço, acabam

faltando às consultas.

Page 34: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

33

Em uma UBS no município de São Paulo-SP, Sala et al. (1993) realizou uma

pesquisa com usuários portadores de doença crônico-degenerativa, verificando que muitos

não retornam às consultas para o seguimento do tratamento e que cerca de 30% faltam já na

primeira consulta. Outro estudo realizado no município de Balneário Camboriú-SC, por

Scholze et al. (2006), demonstrou que quando a demanda dos usuários a consultas imediatas

não é atendida, isso induz a riscos à saúde, como, por exemplo, a automedicação, que também

é um importante motivo para faltas às consultas marcadas e que congestiona ainda mais os

agendamentos.

Fazendo uma análise, separadamente, por cada sexo e com seus respectivos

números de agendamentos, pode-se identificar que os que compareceram, em maior

percentual, foram os homens com 65% (n=22) e, dos que faltaram, o maior percentual foi o

das mulheres, com 57% (n=81). Ou seja, mesmo com os homens procurando menos o serviço

de saúde, quando agendavam uma consulta, compareciam em maior percentual do que as

mulheres.

Já Couto et al. (2010), em seu estudo, relatam, conforme afirmativas dos

profissionais de saúde, que os homens, além de menos presentes e assíduos, oferecem mais

resistência aos convites para irem ao serviço de saúde e faltam mais às consultas marcadas,

além de não seguirem o tratamento como esperado, resultado este que difere do da atual

pesquisa.

Na UBSBV, segundo relatos da coordenadora e das enfermeiras, há uma grande

problemática em relação às faltas em todas as áreas de atendimento, dentre elas: em clínica

geral, pediatria, enfermagem, odontologia, além da Nutrição. Esse descaso por parte dos

usuários fez com que a coordenadora da UBSBV tomasse a iniciativa de determinar que

aqueles que faltam às consultas e não entram em contato com antecedência para avisar, estão

impedidos de marcar consulta com qualquer profissional dentro dos próximos 30 dias,

conforme está demonstrado na Fotografia 1 a seguir:

Page 35: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

34

Fotografia 1 – Recado aos faltosos

Fonte: Küter, 2012.

Atualmente não existe uma norma na Política Pública de Saúde que permita o

procedimento adotado por esta coordenadora, porém, é necessário adotar estratégias para

redução do número de faltas. Outras medidas podem ser tomadas para diminuir este número,

como a conscientização da população, o lembrete das consultas através de ligações com um

dia de antecedência e a humanização do atendimento.

Bender, Molina e Mello (2010) realizaram um trabalho em uma UBS de

Florianópolis-SC e identificaram, segundo relatos dos faltantes, que o principal fator que leva

às faltas é a vulnerabilidade social; e os fatores que contribuem são o tempo de espera para a

consulta e a omissão dos usuários em manter seus contatos atualizados. Assim, a seguir, serão

discutidos os dados do perfil socioeconômico e demográfico dos usuários da UBSBV.

4.2 PERFIL SOCIOECONÔMICO E DEMOGRÁFICO

O perfil socioeconômico e demográfico foi coletado com o objetivo de verificar a

relação desses com o conhecimento dos usuários da UBSBV sobre o papel e a importância do

Nutricionista na Atenção Básica em Saúde e a conexão com o grande número de faltas às

consultas com a Nutricionista.

Para verificar o perfil socioeconômico e demográfico, conforme a Tabela 2, foi

aplicada uma entrevista aos 56 usuários que aceitaram participar da pesquisa, cada uma com

média de duração de 10 a 15 minutos, dependendo do grau de entendimento do entrevistado.

Page 36: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

35

Tabela 2 – Perfil socioeconômico e demográfico dos usuários da UBSBV. Palhoça-SC, out.

2012.

(continua)

Variáveis n %

Idade

10 a 19 anos 02 04

20 a 59 anos 42 75

≥ 60 anos 12 21

Sexo

Feminino 41 73

Masculino 15 27

Etnia

Branca 48 86

Parda 06 11

Negra 02 03

Ocupação

Aposentado (a) 11 20

Doméstica 11 20

Motorista/Caminhoneiro 04 07

Outras 30 53

Carga horária de trabalho

4 a 6 08 14

7 a 8 16 29

9 a 12 05 09

13 a 16 05 09

Período de trabalho*

Matutino 27 48

Vespertino 31 55

Noturno 08 14

Anos de estudo

0 a 4 anos 21 37

5 a 8 anos 20 36

9 a 11 anos 11 20

13 a 14 anos 04 07

Estado civil

Solteiro (a) 08 14

Casado (a) / União Estável 44 79

Viúvo (a) 04 07

Nº de Filhos

0 a 2 38 68

3 a 4 13 23

5 a 6 05 09

Nº de pessoas na casa

1 a 4 48 86

5 a 8 08 14

Renda mensal familiar (salário

mínimo)

Até 1 SM 01 02

Page 37: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

36

Tabela 2 – Perfil socioeconômico e demográfico dos usuários da UBSBV. Palhoça-SC, out.

2012.

(conclusão)

Variáveis n %

> 1 a 2 SM 16 28

> 2 a 3 SM 16 28

> 3 a 4 SM 14 25

> 4 a 5 SM 09 17

Renda per capita

≤ ½ SM 25 45

> ½ a 1 SM 23 41

>1 a 2 SM 06 11

>2 a 3 SM 02 03

Meio de transporte até a UBSBV

A pé/bicicleta 35 62

Transporte coletivo 02 04

Transporte próprio (carro/moto) 19 34 * O percentual ultrapassou 100% pois foram consideradas mais de uma alternativa.

Fonte: Küter, 2012.

Das 56 pessoas entrevistadas, 75% (n=42) eram adultas e a maioria do sexo

feminino (73%, n=41). Segundo dados do IBGE (2010), o número de idosos no Brasil vem

crescendo e já representa 12% da população, porém, ainda há predominância da população

adulta.

Pode-se inferir, através desses resultados, que as mulheres procuram mais a

UBSBV do que os homens. Segundo o Ministério da Saúde, vários estudos comprovaram que

os homens são mais suscetíveis às doenças, pelo fato de procurarem com menos frequência as

Unidades Básicas de Saúde e, quando procuram, os quadros já estão agravados (BRASIL,

2012f). Isso pode ser observado na fala dos entrevistados, como, por exemplo, quando um

senhor de 60 anos disse que “é difícil procurar médico, só quando estamos ruins”. Merino e

Marcon (2007) também verificaram, através de uma pesquisa com adultos em uma cidade de

pequeno porte (Porto Rico-PR) que, dentre os participantes do sexo masculino, a maior parte

procura a unidade de saúde apenas quando sente que a situação de saúde é grave.

Vieira (2009), em seu trabalho sobre o atendimento do Nutricionista em uma

Policlínica do município de São José-SC, verificou, segundo relatos da Nutricionista, que a

maioria dos atendimentos são de adultos e idosos, com predominância do sexo feminino.

Mendes (2010) também verificou a predominância do sexo feminino em uma pesquisa

realizada somente com adultos atendidos no ambulatório de práticas de saúde do Centro

Page 38: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

37

Universitário do Leste de Minas Gerais, objetivando verificar o estado nutricional e estilo de

vida. Dos usuários atendidos, 85% eram mulheres com idade entre 20 e 29 anos.

A raça branca foi predominante nesta pesquisa (86%, n=48). Em muitos estudos, a

etnia é relatada como fator de risco para doenças, como por exemplo, a HAS que é mais

predominante em pessoas de etnia não-branca e o DM Tipo II que é mais comum em brancos

e latinos (SBH, 2010; AGÊNCIA BRASIL, 2012). Com base nisso, não se pode fazer uma

relação da etnia com a predominância de DCNT, pois se obteve um maior número de relatos

de HAS e brancos.

Em relação à ocupação, o maior percentual dos relatos são de domésticas (20%,

n=11), aposentados (as) (20%, n=11) e motoristas/caminhoneiros (07%, n=4).

As demais profissões relatadas incluíram costureira (05%, n=3), ajudante de

pedreiro/pedreiro (04%, n=2), autônomo (04%, n=2), professora (04%, n=2) e, as demais

(02%, n=1): administrador, apicultor, atendente em restaurante, auxiliar de padaria, auxiliar

jurídico, bordadeira, camareira, cozinheira, chefe de loja, desempregada, diarista, embaladora,

estudante, frentista de caixa, gerente de hotel, repositora de supermercado, representante

comercial e servente de limpeza. Durante as entrevistas, percebeu-se que existe uma relação

entre a renda, o baixo nível de escolaridade e a profissão, ou seja, quanto maior o nível de

escolaridade, maior a renda.

Bordin e Caputo (2008) relacionam o menor grau de escolaridade a uma maior

dificuldade na superação da pobreza, com menor qualificação e oportunidades de competir no

mercado de trabalho, aumentado a submissão ao trabalho informal e mal remunerado.

A carga horária da maioria foi de 7 a 8 horas diárias, totalizando 29% (n=16) e,

referente ao período de trabalho, 103% (n=58) trabalham em período integral. O horário de

funcionamento da UBSBV é no mesmo período em que a maioria dos entrevistados com

vínculo empregatício está trabalhando, o que pode influenciar na procura ao serviço de saúde

ou até mesmo levar à faltas. Caccia-Brava et al. (2011) verificaram que um dos principais

fatores que levam os usuários a procurarem os serviços de pronto-atendimento (PA), ao invés

da UBS, é o horário de funcionamento. Este estudo foi realizado em Ribeirão Preto-SP e teve

como objetivo identificar os motivos que levam os usuários a buscarem mais o PA do que a

UBS.

A escolaridade predominante foi de 0 a 4 anos de estudo (37%, n=21). Mendes

(2010) associou o excesso de peso com a baixa escolaridade; e a maior renda familiar ao

sedentarismo, a HA, o DM e as dislipidemias.

Page 39: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

38

A maioria dos entrevistados (79%, n=44) era casado (a) ou tinha união estável.

Em relação ao número de filhos dos usuários, grande parte (68%, n=38) possuía de 0 a 2

filhos. A estrutura familiar e o padrão de consumo de refeições influenciam diretamente no

consumo e na escolha alimentar de crianças e adolescentes. Os pais influenciam seus filhos

tanto no modelo que representam e como a primeira referência que a criança tem no

estabelecimento de seus costumes, hábitos e preferências alimentares (COBELO, 2004;

ESTIMA; PHILIPPI; ALVARENGA, 2009).

O número de integrantes do grupo familiar e a renda mensal foram coletados para

verificar a renda per capita. A renda per capita predominante (45%, n=25) foi menor ou igual

a meio salário mínimo (R$311,00). O nível de escolaridade associado ao baixo poder

aquisitivo tende a um acesso maior aos alimentos em níveis qualitativos menores, assim como

a alimentos mais calóricos, por serem mais baratos (PÉREZ; TURRA, 2008).

A literatura aponta que fatores demográficos e socioeconômicos influenciam no

estabelecimento de diferentes estilos de vida. Estes, por sua vez, influenciam nos padrões de

comportamento para a ocorrência ou prevenção de problemas de saúde (MANDERBACKA;

MARTIKAINEN; LUNDBERG, 1999). Segundo o IBGE (2010), 32,7% da população recebe

até um salário mínimo de rendimento mensal.

Verificou-se que os usuários da UBSBV relacionam o fato de se ter uma

alimentação saudável com o nível socioeconômico; uma senhora de 60 anos relatou, quando

perguntado sobre o que ela achava dos murais expostos com assuntos sobre alimentação e

nutrição: “muitos leem, muitos não leem e muitos não tem condições de comprar” ou como

foi citado por uma mulher de 31 anos que já consultou com a Nutricionista da UBSBV: “é

importante consultar o Nutricionista para manter a saúde, só que o que pedem na dieta nós

não temos condições de comprar”. Segundo a última Pesquisa de Orçamentos Familiares

(POF) (2008-2009), a população rural consome mais grãos, frutas e peixes e a urbana tem

maior consumo de refrigerantes, pão de sal, cerveja e sanduíches. À medida que aumenta o

rendimento familiar per capita, diminui o consumo de alguns componentes de uma dieta

saudável e aumenta o consumo de pizzas, salgados fritos, doces e refrigerantes (IBGE, 2011).

O meio de transporte mais relatado pelos usuários para ir à UBSBV foi a

pé/bicicleta, totalizando 62% (n=35). Muitas pessoas citaram, durante as entrevistas, que

geralmente vão a pé até a UBSBV devido à proximidade da sua casa. Considerando que um

dos fatores que leva as pessoas a faltarem às consultas é a distância da casa até a UBSBV,

provavelmente isso não se aplicaria aos usuários entrevistados nessa pesquisa (FERREIRA et

al., 2011).

Page 40: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

39

Conforme o estudo de Ferreira et al. (2011), os fatores que levam os usuários a

faltarem às consultas são o baixo nível socioeconômico, período muito longo entre uma

consulta e outra e até a distância da casa até a unidade de saúde. Considerando esses fatores, é

interessante que a UBSBV implante um serviço de lembrete de consultas, como o “Disque

Saúde”, utilizado em Campinas-SP (CAMPINAS, 2012). Pelos resultados obtidos através das

entrevistas, verificou-se que o principal fator que poderia levar esses usuários a faltarem às

consultas com a Nutricionista seria o baixo nível socioeconômico que também pode interferir

no conhecimento do papel e da importância deste profissional.

4.3 CONHECIMENTO DOS USUÁRIOS SOBRE O PAPEL E A IMPORTÂNCIA DO

NUTRICIONISTA NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE

Neste subitem foi analisado o conhecimento dos usuários atendidos pela UBSBV

sobre o papel e a importância do Nutricionista na Atenção Básica em Saúde, através de

entrevistas aplicadas no mês de outubro, por demanda espontânea na UBSBV e em visitas

domiciliares (TABELA 3).

Tabela 3 – Conhecimento dos usuários da UBSBV sobre o papel e a importância do

Nutricionista na Atenção Básica em Saúde. Palhoça-SC, out. 2012.

(continua)

Variáveis n %

DCNT na família

Sim 33 59

Quais*

HAS 26 52

DM 12 21

Câncer 04 09

Não 23 41

Já ouviu falar do Nutricionista

Sim 52 93

Não 04 07

O que acha que o Nutricionista faz*

Cuida da comida/alimentação 18 32

Oferece orientação alimentar/nutricional 16 28

Dieta 09 16

Auxilia as pessoas a emagrecerem 09 16

Ajuda na saúde 07 12

Não sabe 07 12

Reeducação 02 04

Outros 05 09

Page 41: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

40

Tabela 3 – Conhecimento dos usuários da UBSBV sobre o papel e a importância do

Nutricionista na Atenção Básica em Saúde. Palhoça-SC, out. 2012.

(continuação)

Variáveis n %

Já visualizou algum material da Nutrição na UBSBV

Sim 45 80

O que achou*

Bom 16 35

Legal 09 20

Interessante 08 18

Instrui as pessoas 06 13

Bom porque tentamos comer melhor 04 09

Outros 28 62

Não 11 20

Lembra do (s) tema (s)

Sim 30 67

Qual (is)*

Frutas 06 20

Receitas 05 17

Colesterol 05 17

Açúcar 05 17

Alimentação saudável 05 17

Legumes e verduras 05 17

HAS 04 13

Gorduras 04 13

Outros 13 43

Não 15 33

Acha importante o trabalho do Nutricionista

Sim 46 82

Por quê*

Orientação para alimentação saudável 31 67

Para saúde/evitar doenças 15 33

Outros 06 13

Não 10 18

Por quê

Não sabe informar/Não conhece o profissional 04 40

Não precisa 04 40

Outros 02 20

Já pensou em consultar um Nutricionista

Sim 39 70

Por quê*

Perda de peso 18 46

Encaminhamento médico 11 28

Colesterol elevado 05 13

Para ter uma alimentação saudável 05 13

Outros 17 44

Não 17 30

Por quê

Nunca precisei 12 71

Page 42: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

41

Tabela 3 – Conhecimento dos usuários da UBSBV sobre o papel e a importância do

Nutricionista na Atenção Básica em Saúde. Palhoça-SC, out. 2012.

(conclusão)

Variáveis n %

Outros 05 29

Alguém já encaminhou você para o Nutricionista

Sim 19 34

Por quê*

Emagrecer 07 37

DM 06 32

HAS 04 21

Colesterol elevado 04 21

Outros 07 37

Não 37 66

Você marcou a consulta

Sim 17 89

Compareceu

Sim 16 94

Não 01 06

Não 02 11

Já foi ao Nutricionista sem encaminhamento de um

profissional

Não 48 86

Sim 08 14

Se a Nutricionista da UBSBV saísse faria diferença

Sim 22 39

Por quê

Não teria para cuidar da minha saúde 06 27

Teria que ir buscar longe do bairro 05 23

Pelo contato, confiança no Profissional 04 18

Outros 07 32

Não 34 61

Por quê*

Eu nunca precisei 28 82

Já consultei com a Nutricionista 04 12

Outros 05 15

*O percentual ultrapassou 100% pois foram consideradas mais de uma opção.

Fonte: Küter, 2012.

Em se tratando das DCNT na família, 59% (n=33) relataram a presença de alguma

enfermidade, sendo que a doença mais citada foi a HAS (52%, n=26). Além da HAS, teve-se

um grande percentual de DM (12%, n=21). A Organização Mundial de Saúde está priorizando

os esforços para vigilância das doenças não transmissíveis, focando para os principais fatores

de risco: tabagismo, consumo excessivo de álcool, inatividade física, sobrepeso e obesidade,

consumo inadequado de frutas e hortaliças e hiperglicemia (WHO, 2002).

Page 43: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

42

A SBH (2010) afirma que há uma prevalência na população brasileira acima de

30% para casos de HAS. Esta, por sua vez, é mais prevalente em homens, pessoas de cor não-

branca e entre indivíduos com menor escolaridade.

Segundo o Ministério da Saúde, o DM é uma epidemia que afeta mais de 200

milhões de pessoas no mundo todo. Até o ano de 2025 está previsto que chegue a 380 milhões

de diabéticos no mundo (BRASIL, 2012e).

Quando questionados se já ouviram falar do profissional Nutricionista, a maioria

(93%, n=52) afirmou que sim. Na rotina da UBSBV existe o trabalho de estagiários de

Nutrição que divulgam os atendimentos dentro da UBSBV através de cartazes e nas visitas

domiciliares, o que pode influenciar na resposta positiva destes.

Em relação ao questionamento do que os usuários acham que o Nutricionista faz,

grande parte (32%, n=18) respondeu que cuida da comida/alimentação das pessoas. Pode-se

verificar através deste dado que os usuários da UBSBV desconheciam o papel e as atribuições

deste profissional, conforme falas a seguir: “Faz dieta para saber como devemos comer”,

“Orienta uma alimentação saudável”, “Dá receita para fazer regime, melhorar o peso alto”.

O mesmo resultado foi obtido em um estudo realizado por Santos (2005), que

objetivou avaliar o conhecimento dos trabalhadores de saúde sobre o papel do Nutricionista

nos programas de Saúde da Família, em uma UBS do município de Colombo-PR. Bosi (2000)

constatou que mesmo após 30 anos de reconhecimento legal o profissional Nutricionista ainda

é visto como calculador de dietas.

Definiu-se o profissional Nutricionista da seguinte forma:

Nutricionista, com formação generalista, humanista e crítica, capacitado a atuar,

visando à segurança alimentar e à atenção dietética, em todas as áreas do

conhecimento em que alimentação e nutrição se apresentem fundamentais para a

promoção, manutenção e recuperação da saúde e para a prevenção de doenças de

indivíduos ou grupos populacionais, contribuindo para a melhoria da qualidade de

vida, pautado em princípios éticos, com reflexão sobre a realidade econômica,

política, social e cultural (BRASIL, 2001, s. p.).

Outro fator preocupante, segundo Santos (2005), é o Nutricionista ser confundido

com o médico, o que sugere a centralização no ato médico. Pode-se perceber tal confusão na

fala de um dos entrevistados: “Nunca pensei em procurar um Nutricionista porque é difícil

procurar médico, só quando estamos ruins”.

A maioria relata já ter visto algum material referente à Nutrição e alimentação na

UBSBV (80%, n=45), grande parte achou bom (35%, n=16) e o tema mais lembrado foram as

frutas (20%, n=6). Percebeu-se durante as entrevistas que as pessoas não responderam com

Page 44: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

43

muita propriedade e até mesmo certeza o que acharam sobre os materiais e os temas que

lembram. Talvez isto esteja associado à baixa escolaridade da maioria (n=41, 73%). Durante

as entrevistas teve-se a percepção sobre esta problemática quando os usuários afirmaram que:

“tem muita gente que não dá bola para isso”, “é ótimo pra quem lê”, “para quem tem a mente

boa ajuda, para quem não tem não ajuda”, ou ainda, “a gente é acostumado a comer arroz e

feijão e eu não vou mudar por causa do que está escrito”. As enfermeiras do local também

relataram que dificilmente ou apenas uma minoria das pessoas leem os murais e demais

materiais expostos.

Os entrevistados (82%, n=46) acham o trabalho do profissional Nutricionista

importante, pois oferece orientação para alimentação saudável (67%, n=31). Algumas falas

interessantes dos usuários neste questionamento foram: “Porque nos dias de hoje com o

trabalho é difícil se alimentar bem. É importante ter esse profissional tanto nas empresas,

como nos restaurantes” e “Interessante, porque tem muita gente que peca sem saber. Dá uma

alimentação para o filho ficar alegre e acaba dando uma má alimentação”.

No estudo de Vieira (2009), quando perguntado à Nutricionista sobre a

importância deste profissional na Saúde Coletiva, esta afirma que o serviço ainda é pouco

divulgado e as pessoas associam o seu trabalho com a perda de peso, consequentemente as

demais competências ficam desconhecidas ou ainda delegadas ao médico. O que pode ser

observado na resposta de um usuário, que não acha o trabalho do Nutricionista importante:

“quem vai ao médico, o médico educa”.

Isto pode ocorrer por falta de iniciativa do profissional e da UBSBV para realizar

atividades de educação nutricional como grupos, palestras, entre outros, ou até mesmo pelo

desânimo. Como a comunidade em questão não é assídua às consultas e já houve insucesso na

tentativa de formação de outros grupos de educação em saúde no local (gestantes, por

exemplo), seu trabalho é voltado apenas para o atendimento clínico. Segundo Bosi (1996),

uma profissão só existe quando é reconhecida socialmente, justamente por isso é necessário

que os profissionais continuem se façam presentes, realizando todas as atribuições delegadas

para que a comunidade busque o apoio do Nutricionista, não se limitando apenas ao

atendimento médico.

Os usuários que já pensaram em consultar o profissional Nutricionista (70%,

n=39) relacionaram esta vontade ao desejo de perder peso (46%, n=18). Segundo resultados

obtidos através da POF (2008-2009), o excesso de peso atinge 49% da população brasileira

adulta (IBGE, 2011). Apesar de o excesso de peso ser uma problemática atual, o que torna

Page 45: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

44

ainda mais relevante a atuação do Nutricionista na Atenção Básica em Saúde, é importante

conscientizar os usuários das demais atribuições e a importância da atuação deste profissional.

Grande parte dos entrevistados nunca foi encaminhado por outro profissional ao

Nutricionista (66%, n=37) ou nunca consultou este profissional sem encaminhamento (86%,

n=48). Dos que foram encaminhados (37%, n=07), grande parte foi para perda de peso.

Destes, a maioria agendou (89%, n=17) e compareceu a consulta (94%, n=16). Na UBSBV

não é necessário encaminhamento do clínico geral para o acompanhamento com o

Nutricionista, e a estimativa de espera até o atendimento é de duas a três semanas após o

agendamento. Além disso, não é necessário adquirir uma senha para marcação em um dia

específico da semana, como nas demais especialidades. Todos estes fatores facilitam e

agilizam o acesso do usuário às consultas com o profissional.

Se a Nutricionista da UBSBV deixasse de atender no local, para a maioria (61%,

n=34) não faria nenhuma diferença. O maior percentual dos entrevistados apresenta DCNT na

família e mesmo assim acredita que nunca precisou do atendimento do profissional (82%,

n=28). Isto por já ter consultado e acreditar que não há necessidade de um retorno, ou ainda

por pensar que tem domínio sobre temas relacionados à alimentação e nutrição, afirmando:

“Para mim não tem necessidade porque eu já tive orientação, mas para outros que não tem

condições é importante. Eu pesquiso bastante na internet!”, “já sei de tudo o que ela me

falou e a gente ouve falar muito na televisão”, “pra mim não tem necessidade do

atendimento, mas para o povo que precisa sim” e “tanta pessoa que precisa de uma

orientação, porque precisa estar fazendo certo, por exemplo, pão é um veneno para quem tem

colesterol, essas coisas”. Através deste resultado, pode-se observar que a população

entrevistada não tem muito conhecimento do real papel e importância do profissional

Nutricionista na Atenção Básica em Saúde.

Uma das causas que leva a baixa procura ou ao pensamento de que não seja

necessário um retorno, segundo relatos dos entrevistados, é o não seguimento das orientações

nutricionais: “o pessoal procura bastante, mas não seguem! Procuram mais por curiosidade e

depois não vão mais”, “Já consultei com a Nutricionista, mas não sei se vou retornar porque

não consegui seguir nada do que ela me falou e não perdi nada de peso”.

Durante as entrevistas, o que mais chama a atenção e preocupa é que grande parte

acredita que nunca precisou consultar com o Nutricionista apesar de a maioria apresentar

DCNT na família e a falta de conhecimento do papel e importância deste profissional.

Acreditam que a busca seria necessária apenas quando há excesso de peso e obesidade ou até

Page 46: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

45

mesmo por acreditarem que sabem o suficiente sobre alimentação e nutrição. Por isto, torna-

se cada vez mais importante a atuação do Nutricionista por meio da educação nutricional.

4.4 EDUCAÇÃO NUTRICIONAL E DEVOLUTIVA DO ESTUDO

A educação nutricional configura-se em um campo de atuação educativa do

Nutricionista segundo a Lei Federal 8.234/91 (MANÇO; COSTA, 2004). Educador

Nutricional é o profissional da saúde que fornece aconselhamentos ou informações que tem

relação com a Nutrição ou que levam a um novo comportamento alimentar (SBD, 2006).

Segundo um estudo realizado por Lazari et al. (2012), verificou-se que o processo

de educação nutricional deve iniciar desde a infância. Estas ações educativas proporcionam

conhecimentos sobre práticas alimentares saudáveis, porém, para efetividade nas mudanças

dos diagnósticos nutricionais é necessário o desenvolvimento de trabalhos de um período de

tempo maior.

Como intervenção nutricional, logo após as entrevistas foi entregue aos usuários

uma cartilha (APÊNDICE C) com o tema “O Nutricionista na Atenção Básica em Saúde”.

Nesta consta a explicação do que é Nutrição, quem é o Nutricionista, as suas atribuições na

Atenção Básica em Saúde, por que é importante consultar com este profissional, entre outros

aspectos relevantes e condizentes com o tema.

Alguns reagiram muito bem à intervenção, demonstraram um sorriso como forma

de agradecimento e se interessaram pela leitura e até o fizeram enquanto aguardavam o

atendimento médico. Outros não demonstraram tanto interesse, dobrando-a e colocando-a na

bolsa. A cartilha foi entregue aos 56 usuários entrevistados, como fica identificado na

Fotografia 2 a seguir:

Page 47: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

46

Fotografia 2 – Entrega da cartilha

Fonte: Santos, 2012.

Também como forma de intervenção foi impressa uma cartilha e disponibilizada

na UBSBV para os colaboradores e usuários que tivessem interesse pela leitura e alguns

exemplares para que os usuários que não participaram da pesquisa através das entrevistas,

pudessem levar para casa (FOTOGRAFIA 3 e 4).

Fotografia 3 – Cartilha para o usuário

Fonte: Küter, 2012.

Page 48: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

47

Fotografia 4 – Cartilha para UBSBV e usuário

Fonte: Küter, 2012.

Além disso, foi elaborado um mural (APÊNDICE D), em forma de varal,

abordando o papel e a importância do Nutricionista na Atenção Básica em Saúde e exposto da

UBSBV, conforme Fotografia 05 a seguir:

Fotografia 5 – Mural sobre as atribuições do Nutricionista

Fonte: Santos, 2012.

Cervato et al. (2005) realizaram um estudo de educação nutricional para adultos e

idosos que frequentam universidades abertas em São Paulo-SP e verificaram que houve várias

modificações, como aumento dos conhecimentos sobre Nutrição, diminuição de consumo de

lipídios, de proteínas e de colesterol. Concluíram que, em função da educação nutricional,

houve uma propensão para modificação da dieta e dos conhecimentos sobre Nutrição. Este foi

o objetivo da intervenção deste estudo, por meio da cartilha e do mural, para que os usuários

Page 49: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

48

leiam e entendam o papel e a importância do Nutricionista, ou seja, modifiquem e/ou ampliem

seus conhecimentos sobre a Nutrição, entendendo a importância de consultar com este

profissional e/ou comparecer às consultas.

Ao término de todas as entrevistas, tabulação e análise dos dados, foram

apresentados à UBSBV os resultados do presente estudo e fornecida uma cópia do trabalho na

íntegra à mesma.

Page 50: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

49

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa alcançou todos os seus objetivos pré-estabelecidos.

Verificou-se que, dos agendamentos com a Nutricionista entre julho e setembro de 2012, 81%

(n=141) foram pelo sexo feminino e ocorreram 53% (n=93) de faltas. Foi possível verificar

que o fator predominante associado a esta problemática foi o baixo nível socioeconômico,

sendo que 37% (n=21) dos usuários entrevistados relataram de 0 a 4 anos de estudo e 45%

(n=25) possuíam renda per capita menor que meio salário mínimo.

Os usuários desconhecem o papel do Nutricionista na Atenção Básica em Saúde,

definindo o que este profissional faz de forma muito generalizada ou afirmando que faz dietas

ou algo relacionado à perda de peso. Grande parte (82%, n=46) considerou o trabalho do

Nutricionista importante, porém, confundia este profissional com o médico ou não sabia

exatamente qual era o seu papel. Quando pensavam em consultar o Nutricionista (70%,

n=39), 46% (n=18) associava este desejo à perda de peso e, quando encaminhados por outro

profissional (34%, n=19), na maioria das vezes foi pelo mesmo motivo (37%, n=07).

Se o Nutricionista deixasse de atender na UBSBV, 61% (n=34) acreditavam que

não faria nenhuma diferença e o motivo de 82% (n=28) seria porque nunca precisaram desse

tipo de atendimento. Pode-se afirmar que o conhecimento sobre o papel e a importância do

Nutricionista na Atenção Básica em Saúde é muito pequeno, fato que também pode estar

relacionado ao baixo nível socioeconômico dos usuários.

A intervenção nutricional realizada foi muito positiva, com o intuito de tentar

conscientizar o público entrevistado e os demais usuários da UBSBV sobre o papel e a

importância do Nutricionista na Atenção Básica em Saúde. Porém, para que haja uma

mudança no conhecimento dos usuários do real papel e importância do profissional

Nutricionista, seria necessário um tempo mais prolongado de intervenção, o que não foi

possível devido ao cronograma de elaboração do PCE.

Com base nesta pesquisa e na dificuldade de encontrar literatura relativa ao tema,

propõe-se a realização de novas pesquisas, trabalhando com outros objetivos, buscando

respostas e possíveis soluções para a atual problemática. Sugere-se para a UBSBV, e também

as outras UBS com tais problemas, implantem um sistema de lembrete de consultas, realizem

atividades educativas divulgando o papel e a importância do profissional e informatizem o

processo de trabalho. Além disso, é necessário que a UBSBV dê uma maior atenção ao

trabalho multiprofissional, pois a atuação conjunta dos profissionais de diferentes áreas

tornaria mais fácil a compreensão do usuário sobre o papel e a importância de cada um deles.

Page 51: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

50

Por fim, verificou-se que é ainda mais importante e necessário conscientizar a

população sobre quem é e o que faz o Nutricionista, além de seu papel no combate às DCNT,

estas que atualmente acometem grande parte da população. O fator socioeconômico é

determinante para o reduzido conhecimento dos usuários da UBSBV sobre o papel e a

importância do Nutricionista na Atenção Básica em Saúde, assim como às faltas nas consultas

com esse profissional.

Para que o Nutricionista possa atuar de forma mais efetiva, é necessário que os

usuários tenham conhecimento do papel e da importância desse profissional na Atenção

Básica em Saúde e compareçam às consultas. Também é fundamental que o profissional

esteja estimulado a trabalhar com esse público, não focando apenas no atendimento clínico, e

sim em todas as suas atribuições dentro da Atenção Básica em Saúde.

Page 52: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

51

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA BRASIL. Empresa Brasil de Comunicação. Pesquisadores concluem que latinos

são mais propensos a diabetes tipo 2 do que negros e brancos. 2012. Disponível em:

<http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-09-12/pesquisadores-concluem-que-latinos-sao-

mais-propensos-diabetes-tipo-2-do-que-negros-e-brancos>. Acesso em: 27 out. 2012.

ALMEIDA, Gabriela Lemos de et al. Estudo do perfil sócio-econômico dos pacientes e os

motivos que os levaram a faltar em consultas odontológicas na Estratégia de Saúde da Família

em uma distrital de Ribeirão Preto/São Paulo. Ciência Odontológica Brasileira, São Paulo,

v. 12, n. 1, p. 76-86, jan./mar. 2007. Disponível em: < http://ojs.fosjc.unesp.br/index.php/cob

/article/viewFile/256/196>. Acesso em: 20 ago. 2012.

ASBRAN - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO. Histórico do Nutricionista no

Brasil, 1939-1989: coletânea de depoimentos e documentos. São Paulo: Atheneu, 1991.

ASSIS, Ana Marlúcia Oliveira et al. O Programa Saúde da Família: contribuições para uma

reflexão sobre a inserção do Nutricionista na equipe multidisciplinar. Revista de Nutrição,

Campinas, v. 15, n. 3, set. 2002. Disponível em: <http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe

/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&ex

prSearch=329614&indexSearch=ID>. Acesso em: 01 set. 2012.

BATISTA FILHO, Malaquias; SOUZA, Ariani Imperi de; MIGLIOLI, Teresa Cristina;

SANTOS, Marcela Carvalho dos. Anemia e obesidade: um paradoxo da transição nutricional

brasileira. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 2, p. 247-257, 2008.

Disponível em: <http://189.28.128.100/nutricao/docs/Enpacs/pesquisaArtigos/anemia_e_

obesidade_um_paradoxo_2008.pdf >. Acesso em: 01 set. 2012.

BENDER, Anemarie da Silveira; MOLINA, Leandro Ribeiro; MELLO, Ana Lúcia Schaefer

Ferreira de. Absenteísmo na Atenção Secundária e suas aplicações na Atenção Básica.

Revista Espaço para Saúde, Londrina, v. 11, n. 2, p. 56-65, jun. 2010. Disponível em:

<http:// www .ccs.uel.br/espacoparasaude/v11n2/absent.pdf>. Acesso em: 02 set. 2012.

BIGUAÇU. Secretaria Municipal de Saúde. Portal da Cidadania. Excesso de faltas às

consultas e exames prejudica saúde municipal. Biguaçu, 2012. Disponível em:

<https://www.bigua.sc.gov.br/blog/excesso-de-faltas-as-consultas-e-exames-prejudica-saude-

municipal/>. Acesso em: 21 out. 2012.

BOOG, Maria Cristina Faber. Atuação do Nutricionista em saúde pública na promoção da

alimentação saudável. Revista Ciência & Saúde, Porto Alegre, v. 1, n. 1, p. 33-42, jan./jun.

2008. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faenfi/article/viewFile

/3860/2932>. Acesso em: 19 ago. 2012.

______. Educação nutricional: passando, presente, futuro. Revista de Nutrição da

PUCCAMP, Campinas, v. 10, n. 1, p. 5-19, jan./jun. 1997. Disponível em:

<http://www.faculdadeguararapes.edu.br/site/hotsites/biblioteca/educacaonutricional_passado

-presente-futuro59500.pdf>. Acesso em: 01 de set. 2012.

Page 53: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

52

BORDIN, Isabel Altenfelder; CAPUTO, Valéria Garcia. Gravidez na adolescência e uso

frequente de álcool e drogas no contexto familiar. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v.

42, n. 3, jun. 2008. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102008000300003>.

Acesso em: 20 out. 2012.

BOSI, Maria Lúcia Magalhães. Profissionalização e conhecimento: a Nutrição em questão.

v. 1. São Paulo: Hucitec, 1996.

______. Trabalho e subjetividade: cargas e sofrimento na prática da Nutrição Social. Revista

de Nutrição, Campinas, v. 13, n. 2, p. 107-115, mai./ago. 2000. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/rn/v13n2/7913.pdf>. Acesso em: 27 out. 2012.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/

CES nº 5, de 7 de novembro de 2001. Brasília, 2001. Relator: Pres. Arthur Roquete Macedo.

Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES05.pdf>. Acesso em: 02 de

set. 2012.

______. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Atenção Primária e promoção de

saúde. Brasília: CONASS, 2007.

______. Departamento de Ações Programáticas Estratégias. Área Técnica de Saúde do

Homem. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem: princípios e diretrizes.

Brasília: Ministério da Saúde, 2009b.

______. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Cursos de

graduação em Nutrição segundo a natureza jurídica. Brasil, 2000 – 2009. 2011.

Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/>. Acesso em: 02 set. 2012a.

______. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica. Diretrizes do NASF: Núcleo de

Apoio à Saúde da Família. Brasília: Ministério da Saúde, 2009a.

______. Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da Família. Brasília:

2012. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br>. Acesso em: 16 ago. 2012a.

______. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministério. Portaria nº 2488, de 21 de outubro de

2011. Brasília, 2011. Disponível em:

<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2488_21_10_ 2011.html>. Acesso em:

01 set. 2012b.

______. Ministério da Saúde. Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Programa

Nacional de Suplementação de Ferro. Disponível em: < http://nutricao.saude.gov.br/ferro

.php>. Acesso em: 02 de set. 2012b.

______. Ministério da Saúde. Portal da Saúde. Alimentação saudável. Disponível em:

<http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29920>. Acesso em: 25

ago. 2012c.

______. Ministério da Saúde. Portal da Saúde. Sistema Único de Saúde. Disponível em:

<http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=24627>. Acesso em: 02

set. 2012d.

Page 54: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

53

______. Ministério da Saúde. Portal do Brasil. Política Nacional de Saúde do Homem.

Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/sobre/saude/saude-do-homem/saude-do-homem>.

Acesso em 22 out. 2012f.

______.Ministério da Saúde. Portal do Brasil. Saúde: doenças e tratamentos. Disponível em:

<http://www.brasil.gov.br/sobre/saude/doencas-e-tratamentos>. Acesso em: 22 de out. 2012e.

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Coordenação de Saúde da

Comunidade. Saúde da família: uma estratégia para a reorientação do modelo assistencial.

Brasília: Ministério da Saúde, 1997.

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção

Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção

Básica. Protocolos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN: na

assistência à saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2008a.

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de

Humanização. Caderno humaniza SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.

______. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Sistema Único de Saúde: princípios e

conquistas. Brasília: Ministério da Saúde, 2008. Disponível em:

<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sus_principios.pdf>. Acesso em: 02 set. 2012b.

______. OPAS. IDB 2006. Brasil: indicadores e dados básicos para a saúde. Rede

Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA). Brasília: Ministério da Saúde,

2007.

CACCIA-BRAVA, Maria do Carmo G. Pronto-atendimento ou Atenção Básica: escolhas dos

pacientes do SUS. Revista de Medicina, Ribeirão Preto, v. 44, n. 4, p. 347-354, 2011.

Disponível em: <http://www.fmrp.usp.br/revista/2011/vol44n4/AO_Pronto-atendimento

%20ou%20aten%E7%E3o%20b%E1sica_escolhas.pdf>. Acesso em: 27 out. 2012.

CAMPINAS. Informática de Municípios Associados. Disque-saúde reduz índice de faltas a

consultas. Campinas, 2012. Disponível em: <http://www.ima.sp.gov.br/noticias/disque-

saude-reduz-indice-de-faltas-consultas>. Acesso em: 21 out. 2012.

______. Prefeitura Municipal de Campinas. Secretaria Municipal da Saúde. O profissional de

saúde e seu papel no Sistema Único de Saúde. UNICAMP, 2010. Disponível em:

<http://corepsp.files.wordpress.com/2010/05/os-profissionais-de-saude-e-seu-papel-no-

sus.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2012.

CENTRO JOSUÉ DE CASTRO. Biografia. Disponível em:

<http://www.josuedecastro.org.br/jc/jc.html>. Acesso em: 02 set. 2012.

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica. São Paulo:

Prentice Hall, 2002.

Page 55: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

54

CERVATO, Ana Maria; GOMES, Andréia Lizabeth Costa; JORGE, Mônica Inês Elias. Bases

teóricas para a prática da educação nutricional. Revista Nutrição em Pauta, São Paulo, v.12,

n. 67, p. 12-17, jul./ago. 2004.

CERVATO, Ana Maria et al. Educacão nutricional para adultos e idosos: uma experiência

positiva em Universidade Aberta para a Terceira Idade. Revista de Nutrição, Campinas, n.

18, v. 1, p. 41-52, jan./fev. 2005. Disponível em: <http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind

.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk

&exprSearch=395837&indexSearch=ID>. Acesso em: 20 out. 2012.

CFN - CONSELHO FEDERAL DE NUTTRICIONISTAS. A História do Nutricionista no

Brasil. Disponível em:

<http://www.cfn.org.br/eficiente/repositorio/Comunicacao/Material_institucional/160.pdf>.

Acesso em: 28 ago. 2012a.

______. Histórico do CFN: encarte comemorativo. Jornal do CFN, Brasília, v. 1, n. 4, p. 2-4,

1999.

______. O papel do Nutricionista na Atenção Primaria à Saúde. CFN, 2008. Disponível

em: <http://www.cfn.org.br/eficiente/repositorio/Cartilhas/61.pdf>. Acesso em: 18 ago. 2012.

______. O trabalho do CFN amplia o campo de atuação do Nutricionista. Disponível em:

<http://www.cfn.org.br/eficiente/repositorio/Comunicacao/Material_institucional/163.pdf>.

Acesso em: 02 de set. 2012b.

______. Perfil da atuação profissional do Nutricionista no Brasil. Brasília: CFN, 2006.

Disponível em: <http://www.cfn.org.br/eficiente/repositorio/Cartilhas/59.pdf>. Acesso em: 13

out. 2012.

______. Resolução CFN nº 380/2005. Brasília, 2005. Disponível em:

<http://www.cfn.org.br/novosite/conteudo.aspx?IDMenu=12>. Acesso em: 02 set. 2012.

COBELO Alícia Weisz. O papel da família no comportamento alimentar e nos transtornos

alimentares. In: PHILIPPI, Sonia Tucunduva; ALVARENGA, Marle. Transtornos

alimentares: uma visão nutricional. Barueri: Manole, 2004. p. 119-129.

COSTA, Dante. A importância do ensino da Nutrição: o seu desenvolvimento no

Brasil. Revista Brasileira de Medicina, Rio de Janeiro, v. 10, n. 9, p. 645-650, 1953.

COSTA, Karla Adriana Oliveira da; SANTANA, Paulo Roberto. A importância e o papel do

Nutricionista na Atenção Básica em Vitória de Santo Antão/PE. Revista Eletrônica Tempus

– Actas de Saúde Pública, Brasília, v. 5, n. 4, p. 67-85, 2011. Disponível em:

<http://www.tempusactas.unb.br/index.php/tempus/article/view/1058>. Acesso em: 02 set.

2012.

COSTA, Nilce Maria da Silva Campos. Revisitando os estudos e eventos sobre a formação do

Nutricionista no Brasil. Revista de Nutrição, Campinas, v. 12, n. 1, p. 5-19, jan./abr. 1999.

Page 56: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

55

COUTO, Márcia Thereza et al. O homem na Atenção Primária à Saúde: discutindo

(in)visibilidade a partir da perspectiva de gênero. Interface – Comunicação, Saúde,

Educação, São Paulo, v. 14, n. 33, p. 257-270, abr./jun. 2010. Disponível em:

<http://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/1708>. Acesso em: 21 out. 2012.

CRISTOFOLLI, Chenerri; BONATO, Letícia; RAVAZZANI, Edilceia Domingues do

Amaral. Análise histórica da profissão de Nutricionista. Cadernos da Escola de Saúde,

Curitiba, v. 2, p. 6-7, 2012. Disponível em:

<http://apps.unibrasil.com.br/revista/index.php/saude/article/viewFile/879/753>. Acesso em:

01 set. 2012.

DEMÉTRIO, Franklin et al. A Nutrição Clínica ampliada e a humanização da relação

Nutricionista-paciente: contribuições para reflexão. Revista de Nutrição, Campinas, v. 24, n.

5, set./out. 2011. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732011000500008>.

Acesso em: 01 set. 2012.

DESLANDES, Suely Ferreira; GOMES, Romeu; MINAYO, Maria Cecília de Souza; NETO,

Otávio Cruz. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 25. ed. Petrópolis: Vozes, 2007.

ESTIMA, Camilla de Chermont Prochnik; PHILIPPI, Sonia Tucunduva; ALVARENGA,

Marle dos Santos. Fatores determinantes de consumo alimentar: por que os indivíduos

comem o que comem? Revista Brasileira de Nutrição Clínica, São Paulo, v. 24, n. 4, p.

263-268, 2009. Disponível em: <http://200.144.190.38/handle/2012.1/14114>. Acesso em: 27

out. 2012.

FERREIRA, Sofia et al. Faltas às consultas de adolescentes: motivos e dimensão do

problema. Actra Pediátrica Portuguesa, Lisboa, v. 42, n. 6, p.258-263, 2011. Disponível

em:

<http://www.spp.pt/Userfiles/File/App/Artigos/31/20120305170726_Artigo%20Original_Ferr

eira_42.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2012.

FERREIRA, Vanessa Alves; MAGALHÃES, Rosana. Nutrição e promoção da saúde:

perspectivas atuais. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 7, jan./jul. 2007.

Disponível em: <http://chagas2.redefiocruz.fiocruz.br/drupalsesdec/?q=node/617>. Acesso

em: 26 ago. 2012.

FONSECA, João José Saraiva. Metodologia da pesquisa científica. Universidade Estadual

do Ceará, 2002. Disponível em: <http://www.dqi.ufms.br/~lp4/apostilaMetodologia.pdf>.

Acesso em: 09 set. 2012.

FRIEDMAN, Sofia; GOUVEIA, Enilda Lins da Cruz. O papel da prática supervisionada na

formação terminal do Nutricionista. In: GOUVEIA, Enilda Lins da Cruz. Nutrição: saúde &

comunidade. 2. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 1999. p. 221-241.

GOMES, Romeu et al. Os homens não vêm! Ausência e/ou invisibilidade masculina na

Atenção Primária. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, p. 983-92, 2011.

Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-

81232011000700030&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 21 out. 2012.

Page 57: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

56

GOMES, Romeu; NASCIMENTO, Elaine Ferreira do; ARAUJO, Fábio Carvalho de. Por que

os homens buscam menos os serviços de saúde do que as mulheres? As explicações de

homens com baixa escolaridade e homens com ensino superior. Cadernos de Saúde Pública,

Rio de Janeiro, v. 23, n. 3, mar. 2007. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X2007000300015&script=sci_arttext>.

Acesso em: 21 out. 2012.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ministério do Planejamento, Orçamento

e Gestão. Censo demográfico 2010. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em:

<http://censo2010.ibge.gov.br/>. Acesso em: 27 out. 2012.

______. Pesquisa de Orçamentos Familiares: POF 2008-2009. 2011. Disponível em:

<http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1937&i

d_pagina=1>. Acesso em: 27 out. 2012.

ICAZA, San Juan. Evolución histórica de la formación del Nutricionista-dietista en américa

latina. In: Reunión de comisión de estudios sobre programas académicos em nutrición y

dietética de América Latina. Puerto Rico: OPAS, 1991. p. 51-62.

L’ABBATE, Solange. As políticas de alimentação e nutrição no Brasil: período de 1940 a

1964. Revista de Nutrição da PUCCAMP, Campinas, v. 1, n. 2, p. 87-138, 1988.

LAZARI, Taciane Ávila et al. Importância da educação nutricional na infância. Londrina:

UNIFIL, 2012. Disponível em:

<http://www.unifil.br/portal/arquivos/publicacoes/paginas/2012/8/485_793_publipg.pdf>.

Acesso em: 21 out. 2012.

LIMA, Marlene de Carvalho; GOUVEIA, Enilda Lins da Cruz. Avaliação nutricional em

coletividades. In: GOUVEIA, Enilda Lins da Cruz. Nutrição: saúde & comunidade. Rio de

Janeiro: Revinter, 1999. p. 137-178.

LINDEN, Sônia. Educação nutricional: algumas ferramentas de ensino. São Paulo: Varela,

2005.

LUCIANO, Fábia Liliã. Metodologia científica e da pesquisa. Criciúma: Editora do Autor,

2001.

MANÇO, Angélica de Moraes; COSTA, Fátima Neves do Amaral. Educação nutricional:

caminhos possíveis. Alimentação e Nutrição, Araraquara, v. 15, n. 2, p. 145-153, 2004.

Disponível em: <http://serv-bib.fcfar.unesp.br/seer/index.php/alimentos/article/view

File/69/84>. Acesso em: 21 out. 2012

MANDERBACKA, Kristiina; MARTIKAINEN, Pekka; LUNDBERG, Olle. Do risk

factors and health behaviours contribute to selfratings of health? Soc Med Sci., Estocolmo, v.

48, n. 12, p. 1713-1720, 1999. Disponível em:

<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10405010>. Acesso em: 22 out. 2012.

MANZINI, Eduardo José. A entrevista na pesquisa social. Didática, São Paulo, v. 27, p. 149-

158, 1991.

Page 58: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

57

MAURÍCIO, Hélio Vecchio Alves. Evolução da Nutrição e do seu ensino no

Brasil. Arquivos Brasileiros de Nutrição, Rio de Janeiro, v. 20, n. 2, p. 117-134, 1964.

MARTINS, Carlos Benedito. A reforma universitária em 1968 e a abertura para o ensino

superior privado no Brasil. Revista Educação e Sociedade, Campinas, v. 30, n. 106, p. 15-

35, jan./abr. 2009. Disponível em: <http://www.cedes.unicamp.br/>. Acesso em: 01 set. 2012.

MENDES, Flaviane Silva. Estado nutricional e estilo de vida de adultos atendidos no

ambulatório de práticas de saúde de um centro universitário. Revista Digital de Nutrição

Nutrir Gerais, Ipatinga, v. 4, n. 7, p. 652-667, ago./dez. 2010. Disponível em:

<http://www.unilestemg.br/nutrirgerais/downloads/artigos/volume4/edicao_07/estado-

nutricional-e-estilo-de-vida.pdf>. Acesso em: 22 out. 2012.

MERINO, Maria de Fátima Farcia Lopes; MARCON, Sônia Silva. Concepções de saúde e

itinerário terapêutico adotado por adultos de um município de pequeno porte. Revista

Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 60, n. 6, nov./dez. 2007. Disponível em:

<http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672007000600007>. Acesso em: 22 out. 2012.

PACHECO, Pauline Müller. Entendimento e percepções da atuação do Nutricionista em

Atenção Primária: uma visão a partir do usuário do SUS. 2009. 53 f. Monografia

(Graduação em Nutrição)- Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.

PÉREZ, Elisenda Rentería; TURRA, Cássio Maldonado. Desigualdade social na mortalidade

do Brasil: diferença por escolaridade em mulheres adultas. Encontro da ABEP, Caxambu, p.

01-17, set./out. 2008. Disponível em:

<http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1705.pdf>. Acesso

em: 22 out. 2012.

PERONDI, Maria Beatriz de moliterno; SAKANO, Tânia Miyuki Shimoda;

SCHVARTSMAN, Claúdio. The use of an electronic medical system in a pediatric mergency

department with a clinical score triage system. Einstein, São Paulo, v. 6, n. 1, p. 31-36, 2008.

Disponível em: <http://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/691-Einstein%20v6

n1p31-6.pdf>. Acesso em: 21 out. 2012.

RIBERTO, Marcelo et al. Tendências e reflexões sobre o processo de triagem em centros de

reabilitação. Acta Fisiatrica, Ribeirão Preto, v. 17, n. 3, p. 130-133, 2010. Disponível em:

<http://www.actafisiatrica.org.br/v1%5Ccontrole/secure/Arquivos/AnexosArtigos/226D1F15

ECD35F784D2A20C3ECF56D7F/Sobre%20o%20processo%20de%20triagem%20em%20ce

ntros%20de%20reabilita%C3%A7%C3%A3o.pdf>. Acesso em: 21 out. 2012.

SALA, Arnaldo et al. Avaliação do processo de atendimento a pacientes portadores de doença

crônico-degenerativa em uma Unidade Básica de Saúde. Revista de Saúde Pública, São

Paulo, v. 27, n. 6, dez. 1993. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0034-

89101993000600009>. Acesso em: 21 out. 2012.

SALAS, Oscar. A questão da ciência no Brasil. Estudos Avançados, São Paulo, v. 12, n. 5, p.

153-160, mar. 1991. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ea/v5n12/v5n12a09.pdf>.

Acesso em: 25 ago. 2012.

Page 59: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

58

SANTOS, Anderson Carlos. A inserção do Nutricionista na Estratégia de Saúde da Família: o

olhar de diferentes trabalhadores da saúde. Família, Saúde e Desenvolvimento, Curitiba, v.

7, n. 3, p. 257-265, set./dez. 2005. Disponível em: <http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/

refased/article/view/8033/5656>. Acesso em: 27 out. 2012.

SÁ-SILVA, Jackson Ronie; ALMEIDA, Cristóvão Domingues de; GUINDANI, Joel Felipe.

Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas. Revista Brasileira de História e

Ciências Sociais, São Leopoldo, v. 1, n. 1, p. 1-15, jul. 2009. Disponível em:

<http://www.rbhcs.com/index_arquivos/Artigo.Pesquisa%20documental.pdf>. Acesso em: 20

set. 2012.

SBD – SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. MENDONÇA, Deise Regina Batista.

A importância da educação nutricional. São Paulo, 2006. Disponível em:

<http://www.diabetes.org.br/alimentos/181-a-importancia-da-educacao-nutricional>. Acesso

em: 21 out. 2012.

SCHOLZE, Alessandro da Silva et al. A implantação do acolhimento no processo de trabalho

de Equipes de Saúde da Família. Revista espaço para a saúde, Londrina, v. 8, n. 1, p. 7-12,

dez. 2006. Disponível em: <http://www.ccs.uel.br/espacoparasaude/>. Acesso em: 21 out.

2012.

SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muzskat. Metodologia da pesquisa e elaboração

de dissertação. 3. ed. Florianópolis: UFSC, 2001. Disponível em:

<http://projetos.inf.ufsc.br/arquivos/Metodologia%20da%20Pesquisa%203a%20edicao.pdf>.

Acesso em: 09 set. 2012.

SILVA, Vanessa Caroline. Caderno de metodologia: normas para apresentação e elaboração

de trabalhos acadêmicos. Ibirama: FEHH, 2005.

SIMONARD-LOUREIRO, Helana Maria et al. Nutrição: a trajetória dos cursos de graduação

na saúde. 2012. Disponível em:

<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/351a380_graduacao.pdf>. Acesso em: 28 ago.

2012.

SBH - SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO. Diretrizes Brasileiras de

Hipertensão VI. Revista Hipertensão, São Paulo, v. 13, n. 1, jan./mar. 2010.

STÜRMER, Joselaine Silva. Reeducação alimentar: da gestação à adolescência. Petrópolis:

Vozes, 2004.

TEIXEIRA, Carmem Fontes de Souza; COSTA, Ediná Alves Vigilância da Saúde e

Vigilância Sanitária: concepções, estratégias e práticas. Brasília: ANVISA, 2003.

Disponível em: <www.anvisa.gov.br/institucional/snvs/coprh/seminario/semin_20.pdf>.

Acesso em: 28 ago. 2012.

TOLOZA, Daniela Cervo de. Nutricionista: um histórico da profissão até os dias atuais.

2003. 53 f. Monografia (Especialização em qualidade dos alimentos)-Universidade de

Brasília, Brasília, 2003. Disponível em:

<http://bdm.bce.unb.br/bitstream/10483/278/1/2003_DanielaCervoToloza.pdf>. Acesso em:

02 set. 2012.

Page 60: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

59

TURANO, Wilma; ALMEIDA, Célia Cunha Cordeiro de. Educação nutricional. In:

GOUVEIA, Enilda L. Cruz. Nutrição: saúde & comunidade. Rio de Janeiro: Revinter, 1999.

p. 57-77.

VASCONCELOS, Francisco de Assis Guedes de. O Nutricionista no Brasil: uma análise

histórica. Revista de Nutrição, Florianópolis, v. 15, n. 2, p. 127-138, ago. 2002. Disponível

em: <http://www.scientificcircle.com/pt/15275/Nutricionista-brasil-analise-historica/>.

Acesso em: 02 set. 2012.

______. Tendências históricas dos estudos dietéticos no Brasil. História, Ciências, Saúde,

Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 197-219, jan./mar. 2007. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v14n1/10.pdf>. Acesso em: 26 ago. 2012.

VIEIRA, Tayse Valdira. Atendimento do profissional Nutricionista na policlínica

municipal de Campinas São José-SC. Palhoça, 2009. 86 f. Projeto de conclusão de estágio

em Nutrição Social (Graduação em Nutrição)-Universidade do Sul de Santa Catarina,

Palhoça, 2009.

VILELA, Rodolfo Andrade de Gouveia; SILVA, Reginalice Cera da; JACKSON FILHO,

José Marçal. Poder de agir e sofrimento: estudo de caso sobre Agentes Comunitários de

Saúde. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 35, n. 122, jul./dez. 2010.

Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0303-

76572010000200011&script=sci_arttext>. Acesso em: 21 out. 2012.

WECHSLER, Rudolf et al. A informática no consultório médico. Jornal de Pediatria, Rio de

Janeiro, v. 79, n. 1, p. 1-12, 2003. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572003000700002&script=sci_abstrac

t&tlng=pt>. Acesso em: 21 out. 2012.

WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global strategy on diet, physical activity

and health. Geneva: WHO, 2004.

______. The World Health Report, 2002: reducing risks, promoting healthy life. NLM

Classification. Geneva: WHO, 2002

YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman,

2005.

Page 61: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

60

APÊNDICES

Page 62: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

61

APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA – UNISUL

PRÓ-REITORIA ACADÊMICA

CURSO: NUTRIÇÃO

COORDENAÇÃO DE ESTÁGIOS

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO1

Eu (nome do participante) ___________________________________________, carteira de

identidade nº _____________________, declaro que estou esclarecido (a) sobre os objetivos e

procedimentos da pesquisa “Conhecimento dos usuários de uma Unidade Básica de Saúde de

Palhoça-SC sobre o papel e a importância do Nutricionista na Atenção Básica em Saúde”,

desenvolvida por integrantes do Grupo de Pesquisa, Educação e Práticas em Saúde Coletiva da

UNISUL. Concordo em participar como entrevistado e autorizo a publicação e/ou apresentação dos resultados da pesquisa, desde que sejam respeitados os princípios éticos que me foram apresentados

pelos pesquisadores, a saber: ● O participante tem o livre arbítrio para participar ou desistir, a qualquer momento, do processo da pesquisa;

● O anonimato do participante será mantido em todos os registros da pesquisa; ● Não serão publicados dados que possam identificar o participante, bem como pessoas por ele citadas;

● A privacidade do participante será respeitada durante todo o processo de pesquisa, evitando a exposição

desnecessária ou situação que possa causar constrangimentos;

● Não serão publicados dados cuja divulgação o participante não autorize;

● O participante não será exposto a riscos de nenhuma natureza que possam ferir sua integridade física, mental

e emocional;

● Serão respeitadas as expressões culturais e emocionais dos participantes em relação ao conteúdo do estudo;

● O processo da pesquisa não poderá interferir no cotidiano da vida do participante e nem do local onde está

sendo realizada a pesquisa;

● Todos os momentos de integração pesquisador-sujeito serão acordados com antecedência entre ambos e

avaliados a cada fim de encontro;

● O estudo será apresentado de forma fidedigna, sem distorções de dados; ● Os resultados da pesquisa serão apresentados aos sujeitos participantes envolvidos no estudo sob a forma de

relatório, apresentação pública ou outra modalidade, conforme acordado entre as partes.

Autorizo para:

FOTOS ( ) Sim ( ) Não Assinatura ________________

GRAVAÇÃO ( ) Sim ( ) Não Assinatura ________________

OBSERVAÇÃO: Caso o participante não consiga ler o conteúdo desse texto, ou não compreenda os termos nele estabelecidos, necessitará de um representante, por ele designado, que assinará o

documento após acordado com o participante.

Telefones para contato: 48 – 3279 1145 (Pedra Branca); 48 – 3621 3365 (Tubarão)

________________________________ ________________________________

Participante ou Representante Mariane Küter (Pesquisadora de Campo)

_______________________________

Profa. Rosana Henn (Orientadora da Pesquisa) _____/_____/2012.

1Fonte de referência desse modelo de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido: PATRÍCIO, ZM. O

processo ético e estético de pesquisar: um movimento qualitativo transformando conhecimentos e a qualidade

da vida individual-coletiva. Texto da Disciplina Introdução à Pesquisa Sócio-Ambiental do Curso de

Especialização em Recursos Hídricos/UFSC. Florianópolis: Núcleo de Estudos das Águas/UFSC/CNPq; 2004.

48 p.

Page 63: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

62

APÊNDICE B – Entrevista sobre o Perfil Socioeconômico e Demográfico e sobre o

Conhecimento dos Usuários sobre o Papel e a Importância do Nutricionista na Atenção

Básica em Saúde

A presente entrevista destina-se à coleta de dados para elaboração do Projeto de Conclusão de

Estágio em Nutrição Social do curso de Nutrição da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Projeto de pesquisa: Conhecimento dos usuários de uma Unidade Básica de Saúde de

Palhoça-SC sobre o papel e a importância do Nutricionista na Atenção Básica em Saúde.

Pesquisadora: Mariane Küter

Orientadoras: Profª. Rosana Henn, Msc.e Profª. Raquel Stela de Sá, Dra.

Idade:____ Sexo: M F

Ocupação: ______________________ Período: [ ] Matutino [ ] Vespertino [ ] Noturno Carga horária:_________________

Escolaridade: _____anos de estudo

Número de filhos: _______

Número de pessoas que moram em sua casa (incluindo entrevistado): ___________

Renda mensal familiar (em R$): [ ] Nenhuma [ ] Até 622,00 [ ] De 623,00 a 1244,00 [ ] De 1245,00 a 1.866,00 [ ] De 1867,00 a 2,488,00 [ ] De 2489,00 a 3110,00

Qual o principal meio de transporte que você utiliza para chegar à UBSBV? [ ] A pé/bicicleta [ ] Transporte coletivo [ ] Transporte próprio(carro/moto)

Etnia:

[ ] Branco(a)

[ ] Pardo(a)

[ ] Negro(a)

[ ] Amarelo(a)

[ ] Indígena

Estado civil:

[ ] Solteiro(a)

[ ] Casado(a)/União estável

[ ] Viúvo(a)

[ ] Separado(a) /

divorciado(a) / desquitado(a)

Page 64: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

63

Você ou algum membro da sua família tem alguma doença crônica não transmissível? [ ] Sim [ ]Não Se sim, qual (is)? _________________________________________________________________________________

Você já ouviu falar do Nutricionista? [ ] Sim [ ] Não Se sim, o que acha que ele faz? __________________________________________________________________________________

Já visualizou algum material da Nutrição na UBSBV? [ ] Sim [ ] Não Se sim, o que achou? _________________________________________________________________________________ Lembra do tema? _________________________________________________________________________________

Você acha importante o trabalho do Nutricionista? [ ] Sim [ ] Não Por quê? _________________________________________________________________________________

Já pensou em consultar um Nutricionista? [ ] Sim [ ] Não Por quê? _________________________________________________________________________________

Alguém já encaminhou você para um Nutricionista? [ ] Sim [ ] Não Se sim, por quê? _________________________________________________________________________________ Se sim, você marcou a consulta? [ ] Sim [ ] Não Se não, por quê? _________________________________________________________________________________ Se sim, compareceu? [ ] Sim [ ] Não Se não, por quê? _________________________________________________________________________________

Fez consulta com algum Nutricionista sem encaminhamento de outro profissional de saúde? [ ] Sim [ ] Não

Se o Nutricionista da UBSBV saísse, faria diferença? [ ] Sim [ ] Não Por quê? _________________________________________________________________________________

Page 65: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

64

APÊNDICE C – Cartilha sobre o Nutricionista na Atenção Básica em Saúde

Page 66: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

65

Page 67: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

66

Page 68: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

67

Page 69: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

68

Page 70: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

69

Page 71: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

70

Page 72: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

71

APÊNDICE D – Mural sobre o Nutricionista na Atenção Básica em Saúde

Page 73: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

72

Page 74: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

73

Page 75: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

74

Page 76: Conhecimento dos usuário de uma ubs sobre o papel e a importância do nutricionista na atenção básica em saúde

75