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Maratona de Sociologia 2019 Professor : Dalcivan Alves Sobre Diversidade Cultural 1. (Enem 2018) Outra importante manifestação das crenças e tradições africanas na Colônia eram os objetos conhecidos como “bolsas de mandinga”. A insegurança tanto física como espiritual gerava uma necessidade generalizada de proteção: das catástrofes da natureza, das doenças, da má sorte, da violência dos núcleos urbanos, dos roubos, das brigas, dos malefícios de feiticeiros etc. Também para trazer sorte, dinheiro e até atrair mulheres, o costume era corrente nas primeiras décadas do século XVIII, envolvendo não apenas escravos, mas também homens brancos. CALAINHO, D. B. Feitiços e feiticeiros. In: FIGUEIREDO, L. História do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013 (adaptado). A prática histórico-cultural de matriz africana descrita no texto representava um(a) a) expressão do valor das festividades da população pobre. b) ferramenta para submeter os cativos ao trabalho forçado. c) estratégia de subversão do poder da monarquia portuguesa. d) elemento de conversão dos escravos ao catolicismo romano. e) instrumento para minimizar o sentimento de desamparo social. 2. (Enem (Libras) 2017) Na segunda metade do século XIX, a capoeira era uma marca da tradição rebelde da população trabalhadora urbana na maior cidade do Império do Brasil, que reunia escravos e livres, brasileiros e imigrantes, jovens e adultos, negros e brancos. O que mais os unia era pertencer aos porões da sociedade, e na última escala do piso social estavam os escravos africanos. SOARES, C. E. L. Capoeira mata um. In: FIGUEIREDO, L. História do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013. De acordo com o texto, um fator que contribuiu para a construção da tradição mencionada foi a a) elitização de ritos católicos. b) desorganização da vida rural. c) redução da desigualdade racial. d) mercantilização da cultura popular. e) diversificação dos grupos participantes. 3. (Uerj 2017) Os jogos olímpicos mundiais, desde sua criação em finais do século XIX, revelam particularidades tanto nacionais quanto internacionais relacionadas aos locais onde ocorrem. Observe os cartazes de divulgação abaixo. A partir da análise desses cartazes, pode- se concluir que as olimpíadas de Berlim, em 1936, e de Tóquio, em 1964, enfatizaram, respectivamente, as seguintes ideias: a) defesa do militarismo hierarquização dos povos b) culto do arianismo valorização das diferenças raciais c) hegemonia da cultura ocidental unificação dos países d) exaltação do patriotismo evidência da igualdade social 4. (Unesp 2018) Texto 1 Victor Frankl descrevia o fanático por dois traços essenciais: a absorção da própria individualidade na ideologia coletiva e o desprezo pela individualidade alheia. “Individualidade” é a combinação singular de fatores que faz de cada ser humano um exemplar único e insubstituível. O que o fanático nega aos demais seres humanos é o direito de definir-se nos seus próprios termos. Só valem os termos dele. Para ele, em suma, você não existe como indivíduo real e independente. Só existe como tipo: “amigo” ou “inimigo”. Uma vez definido como “inimigo”, você se torna, para todos os fins, idêntico e indiscernível de todos os demais “inimigos”, por mais estranhos e repelentes que você próprio os julgue. (Olavo de Carvalho. O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota, 2013. Adaptado.) Texto 2 É necessário questionar a função de amparo identitário de todas as formas de

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Maratona de Sociologia – 2019 Professor : Dalcivan Alves Sobre Diversidade Cultural 1. (Enem 2018) Outra importante manifestação das crenças e tradições africanas na Colônia eram os objetos conhecidos como “bolsas de mandinga”. A insegurança tanto física como espiritual gerava uma necessidade generalizada de proteção: das catástrofes da natureza, das doenças, da má sorte, da violência dos núcleos urbanos, dos roubos, das brigas, dos malefícios de feiticeiros etc. Também para trazer sorte, dinheiro e até atrair mulheres, o costume era corrente nas primeiras décadas do século XVIII, envolvendo não apenas escravos, mas também homens brancos.

CALAINHO, D. B. Feitiços e feiticeiros. In: FIGUEIREDO, L. História do Brasil para

ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013 (adaptado).

A prática histórico-cultural de matriz africana descrita no texto representava um(a)

a) expressão do valor das festividades da população pobre.

b) ferramenta para submeter os cativos ao trabalho forçado.

c) estratégia de subversão do poder da monarquia portuguesa.

d) elemento de conversão dos escravos ao catolicismo romano.

e) instrumento para minimizar o sentimento de desamparo social. 2. (Enem (Libras) 2017) Na segunda metade do século XIX, a capoeira era uma marca da tradição rebelde da população trabalhadora urbana na maior cidade do Império do Brasil, que reunia escravos e livres, brasileiros e imigrantes, jovens e adultos, negros e brancos. O que mais os unia era pertencer aos porões da sociedade, e na última escala do piso social estavam os escravos africanos.

SOARES, C. E. L. Capoeira mata um. In: FIGUEIREDO, L. História do Brasil para

ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013.

De acordo com o texto, um fator que contribuiu para a construção da tradição mencionada foi a

a) elitização de ritos católicos. b) desorganização da vida rural. c) redução da desigualdade racial.

d) mercantilização da cultura popular. e) diversificação dos grupos participantes.

3. (Uerj 2017) Os jogos olímpicos mundiais, desde sua criação em finais do século XIX, revelam particularidades tanto nacionais quanto internacionais relacionadas aos locais onde ocorrem. Observe os cartazes de divulgação abaixo.

A partir da análise desses cartazes, pode-se concluir que as olimpíadas de Berlim, em 1936, e de Tóquio, em 1964, enfatizaram, respectivamente, as seguintes ideias:

a) defesa do militarismo – hierarquização dos povos

b) culto do arianismo – valorização das diferenças raciais

c) hegemonia da cultura ocidental – unificação dos países

d) exaltação do patriotismo – evidência da igualdade social 4. (Unesp 2018) Texto 1 Victor Frankl descrevia o fanático por dois traços essenciais: a absorção da própria individualidade na ideologia coletiva e o desprezo pela individualidade alheia. “Individualidade” é a combinação singular de fatores que faz de cada ser humano um exemplar único e insubstituível. O que o fanático nega aos demais seres humanos é o direito de definir-se nos seus próprios termos. Só valem os termos dele. Para ele, em suma, você não existe como indivíduo real e independente. Só existe como tipo: “amigo” ou “inimigo”. Uma vez definido como “inimigo”, você se torna, para todos os fins, idêntico e indiscernível de todos os demais “inimigos”, por mais estranhos e repelentes que você próprio os julgue.

(Olavo de Carvalho. O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota, 2013.

Adaptado.) Texto 2 É necessário questionar a função de amparo identitário de todas as formas de

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organização de massas – partidos, igrejas, sindicatos – independente de seu objetivo político manifesto, de esquerda ou de direita. Não é descabido supor que qualquer organização de massas tenha o potencial de favorecer em seus membros a adesão à identidade de vítimas, sendo um sério obstáculo à luta pela autonomia e pela liberdade de seus membros.

(Maria Rita Kehl. Ressentimento, 2015. Adaptado.)

Os dois textos

a) apresentam argumentos favoráveis a ideias e comportamentos totalitários no campo da política.

b) defendem a importância de diferenças claras entre amigos e inimigos no campo da política.

c) sustentam que a união dos oprimidos em organizações de massa é mais importante que a individualidade.

d) utilizam os conceitos de fanatismo e de identidade coletiva para questionar o irracionalismo.

e) concordam que o pertencimento ideológico de direita é critério exclusivo para definir o fanatismo político. 5. (Unisc 2017) "O grupo do 'eu' faz, então, de sua visão a única possível, ou mais discretamente se for o caso, a melhor, a natural, a superior, a certa. O grupo do 'outro' fica, nessa lógica, como sendo engraçado, absurdo, anormal ou inteligível".

ROCHA, Everardo P. Guimarães. O que é etnocentrismo. 1. ed. São Paulo:

Brasiliense, 1984, p. 9. A citação explicita o fenômeno social denominado etnocentrismo. Assinale entre as alternativas abaixo aquela que explica o conceito.

a) O etnocentrismo demonstra como convivemos em harmonia com grupos e indivíduos que pertencem a uma cultura diversa ou são reconhecidos como “diferentes” por não seguirem os padrões de comportamento socialmente aceitos na sociedade em que vivemos.

b) O etnocentrismo é uma visão de mundo (que pode compreender ideias e ideologias) em que nosso próprio grupo é tomado como centro de referência e todos os outros são pensados e avaliados através de nossos valores, nossos modelos e nossas definições do que é a existência.

c) O etnocentrismo é uma visão de mundo (que pode compreender ideias e

ideologias) em que buscamos não julgar e não avaliar as diferenças e sim compreender as especificidades culturais de cada grupo ou cultura.

d) O etnocentrismo demonstra a luta de classe nas sociedades capitalistas a partir da teoria marxista.

e) O etnocentrismo é uma teoria que explica por que não devemos interferir nas outras culturas. 6. (Enem 2017) Muitos países se caracterizam por terem populações multiétnicas. Com frequência, evoluíram desse modo ao longo de séculos. Outras sociedades se tornaram multiétnicas mais rapidamente, como resultado de políticas incentivando a migração, ou por conta de legados coloniais e imperiais.

GIDDENS. A. Sociologia. Porto Alegre: Penso, 2012 (adaptado).

Do ponto de vista do funcionamento das democracias contemporâneas, o modelo de sociedade descrito demanda, simultaneamente,

a) defesa do patriotismo e rejeição ao hibridismo.

b) universalização de direitos e respeito à diversidade.

c) segregação do território e estímulo ao autogoverno.

d) políticas de compensação e homogeneização do idioma.

e) padronização da cultura e repressão aos particularismos. 7. (Enem (Libras) 2017) Para a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), é importante promover e proteger monumentos, sítios históricos e paisagens culturais. Mas não só de aspectos físicos se constitui a cultura de um povo. As tradições, o folclore, os saberes, as línguas, as festas e diversos outros aspectos e manifestações devem ser levados em consideração. Os afro-brasileiros contribuíram e ainda contribuem fortemente na formação do patrimônio imaterial do Brasil, que concentra o segundo contingente de população negra do mundo, ficando atrás apenas da Nigéria.

MENEZES, S. A força da cultura negra: Iphan reconhece manifestações como

patrimônio imaterial. Disponível em: www.ipea.gov.br. Acesso em: 29 set. 2015.

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Considerando a abordagem do texto, os bens imateriais enfatizam a importância das representações culturais para a

a) construção da identidade nacional. b) elaboração do sentimento religioso. c) dicotomia do conhecimento prático. d) reprodução do trabalho coletivo. e) reprodução do saber tradicional.

8. (Enem PPL 2017) Na antiga Vila de São José del Rei, a atual cidade de Tiradentes (MG), na primeira metade do século XVIII, mais de cinco mil escravos trabalhavam na mineração aurífera. Construíram sua capela, dedicada a Nossa Senhora do Rosário. Na fachada, colocaram um oratório com a imagem de São Benedito. A comunidade do século XVIII era organizada mediante a cor, por isso cada grupo tinha sua irmandade: a dos brancos, dos crioulos, dos mulatos, dos pardos. Em cada localidade se construía uma igreja dedicada a Nossa Senhora do Rosário. Com a decadência da mineração, a população negra foi levada para arraiais com atividades lucrativas diversas. Eles se foram e ficou a igreja. Mas, hoje, está sendo resgatada a festa do Rosário e o Terno de Congado.

CRUZ, L. Fé e identidade cultural. Disponível em:

www.revistadehistoria.com.br. Acesso em: 4 jul. 2012.

Na lógica analisada, as duas festividades retomadas recentemente, na cidade mineira de Tiradentes, têm como propósito

a) valorizar a cultura afrodescendente e suas tradições religiosas.

b) retomar a veneração católica aos valores do passado colonial.

c) reunir os elementos constitutivos da história econômica regional.

d) combater o preconceito contra os adeptos do catolicismo popular.

e) produzir eventos turísticos voltados a religiões de origem africana. 9. (Ufg 2014) Leia a receita apresentada a seguir. TACACÁ 2 litros de tucupi temperado 4 dentes de alho 4 pimentas de cheiro 4 maços de jambu 1/2 kg de camarão 1/2 xícara de goma de mandioca Sal a gosto

Modo de servir: muito quente, em cuias, temperado com pimenta. Disponível em: <www.receitastipicas.com/receita/tacaca.html>. Acesso em: 9 set. 2013. Comer é um ato social, histórico, geográfico, religioso, econômico e cultural. O preparo dos alimentos, a escolha dos ingredientes e a maneira de servir identificam um grupo social e ajudam a estabelecer uma identidade cultural. Essa receita, “Tacacá”, comida muito apreciada na culinária paraense, demonstra

a) uma interação cultural, com a incorporação de ingredientes advindos de tradições culinárias distintas.

b) um modo de preparo espontâneo, associado aos padrões culinários da colônia.

c) um modelo ritualista de servir, vinculado ao formalismo religioso africano.

d) um modo de utilizar os ingredientes provenientes do extrativismo, associado ao nomadismo dos quilombos.

e) uma imposição de identidade cultural, pelo uso de produtos cultivados em áreas sertanejas. 10. (Unicentro 2011) No ano de 1933, a artista modernista Tarsila do Amaral (1886-1973) pinta o quadro “Operários”, dando início à pintura social no Brasil.

Sobre o tema da diversidade étnica, as teorias sociológicas afirmam que, sob a perspectiva cultural,

a) os termos raça, etnia e cultura têm o mesmo significado analítico, no contexto brasileiro, quando utilizados por sociólogos e antropólogos.

b) as populações indígenas brasileiras foram classificadas, corretamente, como primitivas pelos colonizadores, porque são naturalmente mais vagarosas e atrasadas.

c) os grupos biológicos de indivíduos que compartilham de uma história comum, feita de laços linguísticos e culturais, são tidos como pertencentes da mesma etnia.

d) alguns elementos culturais, como o futebol, as comidas típicas e o carnaval, não podem ser objetos da análise sociológica

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por mascarar a desigualdade existente nas relações sociais.

e) a chegada dos japoneses, em 1908, e a construção de uma nova identidade nacional com a implantação de suas associações civis, educativas e religiosas, foram o marco das relações inter-raciais no Brasil. 11. (Ufpa 2013) A complexidade do ambiente amazônico em muito influencia na vida das populações que fazem desse ambiente o seu habitat. Sobre o processo de adaptação humana nessa região, é correto afirmar:

a) Os saberes tradicionais acumulados sobre o território foram substituídos pelo modo de trabalho semifeudal e pela prática do aviamento, o que possibilita o processo de adaptação humana em áreas ribeirinhas.

b) As condições ambientais limitaram o desenvolvimento cultural das populações humanas amazônicas: um exemplo é o que ocorreu com grupos sociais indígenas, quilombolas e caboclos.

c) Enfatizados nos estudos sócio-históricos sobre populações da região amazônica, os povos provenientes do continente africano determinaram os atuais modos de vida cabocla nesta região.

d) Os saberes tradicionais dos povos indígenas foram constituídos e repassados de geração a geração a partir da oralidade. E desde tempos imemoriais, esses conhecimentos têm proporcionado a adaptação desses povos em diferentes contextos socioambientais.

e) A atual população humana presente na Amazônia foi constituída, seguindo o exemplo do que tem ocorrido com a totalidade da população brasileira, a partir da miscigenação de povos oriundos do próprio continente americano. 12. (Upe 2012) Observe a charge a seguir:

Nela percebemos como as pessoas são representantes das desigualdades existentes em seus grupos específicos de

convivência social. Comunidade é uma dessas organizações e foi conceituada por alguns teóricos da Sociologia como forma de diferenciar do termo já existente, sociedade. Nessa perspectiva, é correto afirmar que comunidade

a) é composta por pessoas que estão unidas por laços consanguíneos e baseados em relações espontâneas.

b) é um conjunto de pessoas que podem satisfazer todos os seus objetivos no grupo.

c) é constituída de grupos baseados na vontade livre das pessoas que os compõem.

d) é a representação de uma realidade vivida pelos brasileiros, que possuem as condições sociais e econômicas para nela se organizarem e construírem novas formas de relação social.

e) pode ser definida como heterogênea, pois as atividades e o estado de espírito são muito semelhantes para todas as pessoas. 13. (Unioeste 2012) O relativismo cultural é um princípio segundo o qual não é possível compreender, interpretar ou avaliar de maneira significativa os fenômenos sociais a não ser que sejam considerados em relação ao papel que desempenham no sistema cultural. Tendo por base o anúncio transcrito acima, é correto afirmar que

a) relativizar é construir descrições exteriores sobre diferentes modos de vida.

b) relativizar é uma tentativa de construir descrições e interpretações dos fatos culturais a partir do que nos dizem e do que fazem os atores destes fatos culturais.

c) relativizar é uma defesa da homogeneidade cultural.

d) é o reconhecimento da unidade biológica da espécie humana. Através dessa unidade biológica podemos explicar as realidades culturais e o comportamento das pessoas.

e) o relativismo defende que todas as culturas tendem a se assemelhar com o passar do tempo, e que ao difundir nossos hábitos estamos colaborando com esse processo. 14. (Unesp 2012) Cada cultura tem suas virtudes, seus vícios, seus conhecimentos, seus modos de vida, seus erros, suas ilusões. Na nossa atual era planetária, o mais importante é cada nação aspirar a integrar aquilo que as outras têm de melhor, e a buscar a simbiose do melhor de todas as culturas. A França deve ser considerada em sua história não somente segundo os ideais de Liberdade-Igualdade-

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Fraternidade promulgados por sua Revolução, mas também segundo o comportamento de uma potência que, como seus vizinhos europeus, praticou durante séculos a escravidão em massa, e em sua colonização oprimiu povos e negou suas aspirações à emancipação. Há uma barbárie europeia cuja cultura produziu o colonialismo e os totalitarismos fascistas, nazistas, comunistas. Devemos considerar uma cultura não somente segundo seus nobres ideais, mas também segundo sua maneira de camuflar sua barbárie sob esses ideais.

(Edgard Morin. Le Monde, 08.02.2012. Adaptado.)

No texto citado, o pensador contemporâneo Edgard Morin desenvolve

a) reflexões elogiosas acerca das consequências do etnocentrismo ocidental sobre outras culturas.

b) um ponto de vista idealista sobre a expansão dos ideais da Revolução Francesa na história.

c) argumentos que defendem o isolamento como forma de proteção dos valores culturais.

d) uma reflexão crítica acerca do contato entre a cultura ocidental e outras culturas na história.

e) uma defesa do caráter absoluto dos valores culturais da Revolução Francesa. 15. (Ueg 2012) “Não quero que a minha casa seja cercada de muros por todos os lados, nem que minhas janelas sejam tapadas. Quero que as culturas de todas as terras sejam sopradas para dentro de minha casa, o mais livremente possível. Mas recuso-me a ser desapossado da minha por qualquer outra.” GANDHI, M. Relatório do desenvolvimento

humano 2004. In: TERRA, Lygia; COELHO, Marcos de A. Geografia geral. São Paulo:

Moderna, 2005. p.137. Considerando-se as ideias pressupostas, o texto

a) afirma que a globalização aumentou, de modo sem precedente, os contatos e a união entre os povos e seus valores, reforçando o respeito às diferenças socioculturais.

b) critica a intolerância com relação a outras culturas, gerando assim os conflitos comuns neste novo século.

c) indica o reconhecimento à diversidade cultural, além das necessidades de

afirmação e de identidade, seja étnica, seja cultural, seja religiosa.

d) nega a existência da exclusão cultural e ressalta a homogeneização mundial e a superação/eliminação de fronteiras culturais. 16. (Enem 2012) Na regulamentação de matérias culturalmente delicadas, como, por exemplo, a linguagem oficial, os currículos da educação pública, o status das Igrejas e das comunidades religiosas, as normas do direito penal (por exemplo, quanto ao aborto), mas também em assuntos menos chamativos, como, por exemplo, a posição da família e dos consórcios semelhantes ao matrimônio, a aceitação de normas de segurança ou a delimitação das esferas pública e privada — em tudo isso reflete-se amiúde apenas o autoentendimento ético-político de uma cultura majoritária, dominante por motivos históricos. Por causa de tais regras, implicitamente repressivas, mesmo dentro de uma comunidade republicana que garanta formalmente a igualdade de direitos para todos, pode eclodir um conflito cultural movido pelas minorias desprezadas contra a cultura da maioria.

HABERMAS, J. A inclusão do outro: estudos de teoria política. São Paulo:

Loyola, 2002. A reivindicação dos direitos culturais das minorias, como exposto por Habermas, encontra amparo nas democracias contemporâneas, na medida em que se alcança

a) a secessão, pela qual a minoria discriminada obteria a igualdade de direitos na condição da sua concentração espacial, num tipo de independência nacional.

b) a reunificação da sociedade que se encontra fragmentada em grupos de diferentes comunidades étnicas, confissões religiosas e formas de vida, em torno da coesão de uma cultura política nacional.

c) a coexistência das diferenças, considerando a possibilidade de os discursos de autoentendimento se submeterem ao debate público, cientes de que estarão vinculados à coerção do melhor argumento.

d) a autonomia dos indivíduos que, ao chegarem à vida adulta, tenham condições de se libertar das tradições de suas origens em nome da harmonia da política nacional.

e) o desaparecimento de quaisquer limitações, tais como linguagem política ou distintas convenções de comportamento, para

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compor a arena política a ser compartilhada. 17. (Ufu 2012) A estética nas diferentes sociedades vem geralmente acompanhada de marcas corporais que individualizam seus sujeitos e sua coletividade. Discos labiais, piercings, tatuagens, mutilações, pinturas, vestimentas, penteados e cortes de cabelo são algumas marcas reconhecíveis de um inventário possível das técnicas corporais em toda sua riqueza e diversidade. Embora universal, as formas das quais se valem os grupos e indivíduos para se marcarem corporalmente são vistas, às vezes, como estranhas a indivíduos que pertencem a outros grupos. Essa atitude de estranhamento em relação ao diferente é considerada conceitualmente como

a) preconceito: reconhece no valor das raças o que é correto ou não na estética corporal.

b) relativização: o outro é entendido nos seus próprios termos.

c) etnocentrismo: só reconhece valor nos seus próprios elementos culturais.

d) etnocídio: afasta o diferente e procura transformá-lo num igual. 18. (Ufpa 2013) Sobre patrimônio material e imaterial no Brasil, é correto afirmar:

a) As práticas e expressões culturais, para serem consideradas como bens imateriais, devem apresentar associação entre os objetos, artefatos e os lugares onde são desenvolvidos.

b) O Palacete Pinho, o Parque Zoobotânico do Museu Emilio Goeldi e o Complexo do Ver-o-Peso são considerados como patrimônio imateriais do Brasil por resguardarem a memória dos povos indígenas.

c) Os recursos naturais são bens culturais de patrimônio imaterial, por isso é grande o risco de desaparecerem, caso não sejam preservados por políticas sociais.

d) O Ofício das Baianas de Acarajé agrega diferentes classes socioeconômicas, promovendo a equidade e a justiça social, e é caracterizado apenas como patrimônio material.

e) Os bens materiais têm que apresentar uma prática cultural regular tal como ocorre, por exemplo, com o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, com o complexo cultural do Bumba meu Boi do Maranhão e com a Roda de Capoeira. Segunda parte: Sociologia Contemporânea

1. (Ueg 2016) Para as “boas” escolas vão sempre os professores mais competentes e experientes. Nelas, as condições de trabalho são melhores. Há um número menor de alunos por turma e o tempo de aula é maior. O material didático é abundante e de boa qualidade. Nas escolas “carentes” dá-se o contrário. Os professores estão sobrecarregados e insatisfeitos. Por causa disso, ficam pouco tempo na escola. O material didático (cartilhas, livros, etc.) é inadequado e insuficiente. As turmas estão superlotadas e as crianças têm menos tempo de aula. Nessas escolas, os professores faltam com mais frequência às aulas, os alunos são rebeldes ou desinteressados e há mais problemas de disciplina. CECCON, C.; OLIVEIRA, M. D ; OLIVEIRA,

R. D. A Vida na escola e a escola da vida. 7. ed. Petrópolis: Vozes, 1983. p. 52-53.

As afirmações acima, em nível geral, apresentam uma descrição do sistema escolar brasileiro em seu nível fundamental. Essa situação do sistema escolar pode ser melhor explicada a partir de qual teoria sociológica?

a) A teoria das classes sociais, que apresenta a divisão social e seu processo de reprodução no âmbito escolar, tal como apresentado por várias pesquisas da sociologia da educação.

b) A teoria da ação social, que diz que o sujeito atribui um sentido à sua ação voltado para a ação dos demais e, nesse sentido, a escola é produto da ação social de professores e alunos e suas diferenças são o resultado delas.

c) A teoria da modernização, segundo a qual os mais pobres vão sendo paulatinamente inseridos na modernidade, passando de condições precárias, inclusive escolares, para melhores condições de vida.

d) A teoria da urbanização, que afirma que existem diferenças espaciais nos grandes centros urbanos que tendem a ser superadas com o processo de desenvolvimento urbano, explicando as diferenças no sistema escolar e sua superação. 2. (Unioeste 2016) Os estudos realizados por Michel Foucault (1926-1984) apresentam interfaces que corroboram para estudos em diversas áreas de conhecimento, entre as quais a Filosofia, Ciências Sociais, Pedagogia, Psiquiatria, Medicina e Direito. Em 1975, Foucault publicou a obra “Vigiar e Punir: história da

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violência das prisões”, na qual propunha uma nova concepção de poder, a qual abandonava alguns postulados que marcaram a posição tradicional da esquerda do período. Sobre a concepção de poder foucaultiana, é CORRETO afirmar.

a) Só exerce poder quem o possui, por se tratar de um privilégio adquirido pela classe dominante que detém o poder econômico.

b) O poder está centralizado na figura do Estado e está localizado no próprio aparelho de Estado, que é o instrumento privilegiado do poder.

c) Todo poder está subordinado a um modo de produção e a uma infraestrutura, pois o modo como a vida econômica é organizada determina a política.

d) O poder tem como essência dividir os que possuem poder (classe dominante) daqueles que não têm poder (classe dos dominados).

e) O poder não remete diretamente a uma estrutura política, ao uso da força ou a uma classe dominante: as relações de poder são móveis e só podem existir quando os sujeitos são livres e há possibilidade de resistência. 3. (Uema 2015) As novas tecnologias de comunicação têm moldado a vida moderna, a exemplo da situação expressa na charge.

A charge retrata uma crítica a novas formas de

a) grupo e de conflito sociais. b) mobilidade e de ação sociais. c) interação e de relação sociais. d) movimento e de instituição sociais. e) alienação e de desigualdade sociais.

4. (Enem PPL 2014)

As redes sociais tornaram-se espaços importantes de relacionamento e comunicação. A charge apresenta o impacto da internet na vida dos indivíduos quando faz referência à

a) ampliação do poder dos clérigos no controle dos fiéis.

b) adequação dos ritos sacramentais ao cotidiano.

c) perda de privacidade em ambiente virtual. d) reinterpretação da noção de pecado. e) modernização das instituições religiosas.

5. (Ufu 2013) A sociedade em rede ou sociedade da informação introduziu nas Ciências Sociais a noção de Ciberespaço como um locus virtual criado pela conjunção de diferentes tecnologias de telecomunicação e telemática, ou seja, como um espaço criado pelas comunicações mediadas por computador, cujo principal veículo contemporâneo é, sem dúvida, a internet. Sua consequência mais imediata foi a criação de novas redes de sociabilidade e, por isso, o ciberespaço tem, como característica essencial ser:

a) um continuo homogêneo e democrático, cuja participação, além de aberta a todos, implica uma linguagem e uma prática de sociabilidade comum.

b) um espaço que cria uma cultura global comum por suprimir as distâncias geográficas e as diferenças culturais.

c) um espaço heterogêneo e fragmentado em diferentes espaços simbólicos.

d) um espaço simétrico de relações sociais, culturais e políticas entre sujeitos virtuais. 6. (Unesp 2012) Regulamentação publicada nesta segunda-feira, no Diário Oficial do Município do Rio, determina que as crianças e adolescentes apreendidos nas chamadas cracolândias fiquem internados para tratamento médico, mesmo

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contra a vontade deles ou dos familiares. Os jovens, segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social (Smas), só receberão alta quando estiverem livres do vício. A “internação compulsória” vale somente para aqueles que, na avaliação de um especialista, estiverem com dependência química. Ainda de acordo com a resolução, todas as crianças e adolescentes que forem acolhidos à noite, “independente de estarem ou não sob a influência do uso de drogas”, não poderão sair do abrigo até o dia seguinte.

(www.estadao.com.br, 30.05.2012. Adaptado.)

As justificativas apresentadas neste texto para legitimar a “internação compulsória” de usuários de drogas são norteadas por:

a) princípios filosóficos baseados no livre-arbítrio e na autonomia individual.

b) valores de natureza religiosa fundamentados na preservação da vida.

c) valores éticos associados ao direito absoluto à liberdade da pessoa humana.

d) realização prévia de consultas públicas sobre a internação obrigatória.

e) critérios médicos relacionados à distinção entre saúde e patologia.

7. (Unesp 2014) A poderosa American Psychiatric Association (Associação Americana de Psiquiatria – APA) lançou neste final de semana a nova edição do que é conhecido como a “Bíblia da Psiquiatria”: o DSM-5. E, de imediato, virei doente mental. Não estou sozinha. Está cada vez mais difícil não se encaixar em uma ou várias doenças do manual. Se uma pesquisa já mostrou que quase metade dos adultos americanos teve pelo menos um transtorno psiquiátrico durante a vida, alguns críticos renomados desta quinta edição do manual têm afirmado que agora o número de pessoas com doenças mentais vai se multiplicar. E assim poderemos chegar a um impasse muito, mas muito fascinante, mas também muito perigoso: a psiquiatria conseguiria a façanha de transformar a “normalidade” em “anormalidade”. O “normal” seria ser “anormal”. Dá-se assim a um grupo de psiquiatras o poder – incomensurável – de definir o que é ser “normal”. E assim interferir direta e indiretamente na vida de todos, assim como nas políticas governamentais de saúde pública, com consequências e implicações que ainda precisam ser muito melhor analisadas e compreendidas. Sem esquecer, em

nenhum momento sequer, que a definição das doenças mentais está intrinsecamente ligada a uma das indústrias mais lucrativas do mundo atual.

(Eliane Brum. “Acordei doente mental”. Época, 20.05.2013. Adaptado.)

No entender da autora do artigo, no âmbito psiquiátrico, a distinção entre comportamentos normais e anormais

a) apresenta independência frente a condicionamentos de natureza material, histórica ou social.

b) pressupõe o poder absoluto da ciência, em detrimento da relativização dos critérios de normalidade.

c) deriva sua autoridade e legitimidade científica de critérios empíricos e universais.

d) busca valorizar a necessidade de autonomia individual no que se refere à saúde mental.

e) estabelece normas essenciais para o progresso e aperfeiçoamento da espécie humana. 8. (Ufpa 2013) As novas tecnologias da informação e comunicação tornaram-se uma realidade nas relações sociais contemporâneas e contribuem para a maior integração das pessoas neste início do século XXI. Sobre as alterações nas práticas culturais decorrentes dessas novas tecnologias informacionais, é correto afirmar:

a) As pessoas deixaram de contatar as redes sociais já consolidadas e as substituíram por encontros presenciais realizados por meio da rede mundial de computadores.

b) As dinâmicas das culturas vinculadas à virtualidade dos meios de comunicação consolidam a cultura popular em detrimento da cultura de massa e da indústria cultural.

c) A violência urbana impede que sejam ampliadas as redes e grupos sociais tradicionalmente vinculados ao capitalismo, o que intensifica o uso convencional dos serviços dos correios.

d) A educação e a religião estão apartadas do processo de utilização de mídias eletrônicas, e isso causou o afastamento das pessoas das lutas por causas sociais mais amplas.

e) As novas tecnologias de informação e comunicação têm sido utilizadas nas ações coletivas de pessoas envolvidas com as demandas dos movimentos sociais. 9. (Enem 2013)

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A charge revela uma crítica aos meios de comunicação, em especial à internet, porque

a) questiona a integração das pessoas nas redes virtuais de relacionamento.

b) considera as relações sociais como menos importantes que as virtuais.

c) enaltece a pretensão do homem de estar em todos os lugares ao mesmo tempo.

d) descreve com precisão as sociedades humanas no mundo globalizado.

e) concebe a rede de computadores como o espaço mais eficaz para a construção de relações sociais.

10. (Enem 2013) O sociólogo espanhol Manuel Castells sustenta que “a comunicação de valores e a mobilização em torno do sentido são fundamentais. Os movimentos culturais (entendidos como movimentos que têm como objetivo defender ou propor modos próprios de vida e sentido) constroem-se em torno de sistemas de comunicação – essencialmente a internet e os meios de comunicação – porque esta é a principal via que esses movimentos encontram para chegar àquelas pessoas que podem eventualmente partilhar os seus valores, e a partir daqui atuar na consciência da sociedade no seu conjunto”.

Disponível em: www.compolitica.org. Acesso em: 2 mar. 2012 (adaptado).

Em 2011, após uma forte mobilização popular via redes sociais, houve a queda do governo de Hosni Mubarak, no Egito. Esse evento ratifica o argumento de que

a) a internet atribui verdadeiros valores culturais aos seus usuários.

b) a consciência das sociedades foi estabelecida com o advento da internet.

c) a revolução tecnológica tem como principal objetivo a deposição de governantes antidemocráticos.

d) os recursos tecnológicos estão a serviço dos opressores e do fortalecimento de suas práticas políticas.

e) os sistemas de comunicação são mecanismos importantes de adesão e compartilhamento de valores sociais. 11. (Ueg 2013) Analise a tira que segue.

Analisando-se os quadrinhos, e partindo das leituras sociológicas e filosóficas, pode-se afirmar que:

a) na sociedade baseada no consumismo, a identidade social é construída de forma independente da posse ou do consumo de bens materiais.

b) o carro é o maior símbolo de consumo na sociedade moderna e conduz o ser humano para a felicidade.

c) o carro, no processo dialógico dos personagens, é um mero pretexto para demonstrar o valor da amizade.

d) o consumo e o status são formas básicas de competição social em uma sociedade na qual o ter se torna mais importante que o ser. 12. (Unioeste 2013) Em seu artigo Max Horkheimer: teoria crítica e materialismo interdisciplinar (2011), o filósofo Luís Sérgio Repa afirma que a teoria crítica procurou reintegrar a razão pelas promessas não cumpridas pelo Iluminismo. Entre os pensadores ligados a Escola de Frankfurt, Max Horkheimer se destacou por ter sistematizado e teorizado a teoria crítica, além de ter formulado um programa de pesquisa. Entre os principais fundamentos teóricos da teoria crítica frankfurtiana, assinale a alternativa correta.

a) O grande mérito da teoria crítica foi separar teoria e prática e de considerar a realidade social distante do seu devir histórico.

b) A teoria crítica faz uma crítica das noções de teoria e práxis, suprimindo a separação entre o ser e o dever, tão caras ao marxismo e ao ativismo político.

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c) Segundo a teoria crítica de Horkheimer, o pesquisador é neutro em relação à sociedade que estuda e critica, ou seja, a teoria crítica separa o sujeito do objeto do conhecimento.

d) A teoria crítica tem como principal característica não se preocupar com os problemas sociais do tempo presente e por demonstrar desinteresse pela emancipação humana diante das estruturas econômicas, políticas e culturais de seu tempo.

e) A ideia de emancipação humana e de um comportamento crítico em relação à sociedade e à cultura contemporânea não é uma preocupação da teoria crítica, pois ela não anseia uma sociedade emancipada por um interesse universalista.

Terceira parte: Émile Durkheim

1. (Ufu 2017) A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba alerta pais e responsáveis por crianças e adolescentes e os profissionais da educação e saúde em relação ao ‘jogo’ Baleia Azul, que propõe 50 desafios aos participantes e sugere o suicídio como última etapa.

Disponível em: <http://www.tribunapr.com.br/noticias/curitiba-regiao/jogo-baleia-azul-deixa-curitiba-em-

alerta-oito-ja-brincaram-com-morte/>. Acesso em: 22 abr. 2017.

Esse foi um dos alertas, nos últimos meses, relacionados ao “jogo Baleia Azul” e à possibilidade de suicídios de adolescentes (13 a 17 anos) ligadas a ele. Pode-se realizar uma relação desses possíveis suicídios com os tipos de suicídios de Durkheim, pois, para esse pensador, os indivíduos são determinados pela realidade coletiva. Assim, os suicídios gerados pelo “jogo” seriam classificados como:

a) Suicídio egoísta. b) Suicídio anômico. c) Suicídio etnocêntrico. d) Suicídio cultural.

2. (Ufu 2016) A Sociologia surge no século XIX, momento marcado por uma intensa crise social na Europa. Émile Durkheim não deixou de ser influenciado por esse contexto. Nesse sentido, um dos seus objetivos era fazer da Sociologia uma disciplina científica capaz de criar repostas

aos desafios enfrentados pela sociedade moderna. Entre os desafios, colocava-se a crescente contradição entre capital e trabalho, entendida pelo autor como um exemplo dos efeitos de um estado de anomia, caracterizado

a) pela excessiva regulamentação estatal sobre as atividades econômicas.

b) pela intensificação dos laços de solidariedade mecânica no interior das corporações.

c) pela ausência de instituições capazes de exercerem um poder moral sobre os indivíduos.

d) pelo aprofundamento da desigualdade econômica. 3. (Ufu 2016) Em 1987, a então Primeira-Ministra da Grã-Bretanha, Margaret Thatcher, deu uma declaração durante uma entrevista que resumia, em parte, o seu ideário político liberal: “A sociedade não existe. Existem homens, existem mulheres e existem famílias”. O governo de Thatcher ficaria conhecido como um dos precursores do chamado Estado neoliberal, que enfatizava, entre outros ideais, o individualismo. Assim, esta concepção de governo contradiz os fundamentos da Sociologia de Durkheim, segundo o qual a sociedade poderia ser identificada

a) como a soma de indivíduos que definem seus valores em comum, unindo-se por laços de solidariedade voluntária.

b) a partir da existência de um contrato social que dá origem ao Estado e à sociedade civil.

c) como o resultado da ação da classe dominante, capaz de reunir e controlar as massas.

d) pela síntese de ações e sentimentos individuais que originam uma vida psíquica sui generis. 4. (Ueg 2016) O objeto de estudo da sociologia, para Durkheim, é o fato social, que deve ser tratado como “coisa” e o sociólogo deve afastar suas prenoções e preconceitos. A construção durkheimiana do objeto de estudo da sociologia pode ser considerada

a) positivista, pois se fundamenta na busca de objetividade e neutralidade.

b) dialética, pois reconhece a existência de uma realidade exterior ao pesquisador.

c) kantiana, pois trata da “coisa em si” e realiza a coisificação da realidade.

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d) nietzschiana, pois coloca a “vontade de poder” como fundamento para a pesquisa.

e) weberiana, pois aborda a ação social racional atribuída por um sujeito. 5. (Unioeste 2015) “Solidariedade orgânica” e “solidariedade mecânica” são conceitos propostos pelo sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917) para explicar a 'coesão social' em diferentes tipos de sociedade. De acordo com as teses desse estudioso, nas sociedades ocidentais modernas, prevalece a 'solidariedade orgânica', onde os indivíduos se percebem diferentes embora dependentes uns dos outros. A lógica do mercado capitalista, entretanto, baseada na competição individualista em busca do lucro, pode corromper os vínculos de solidariedade que asseguram a coesão social e conduzir a uma situação de 'anomia'. De acordo com os postulados de Durkheim, é CORRETO dizer que o conceito de “anomia” indica

a) a necessidade de todos demonstrarem solidariedade com os mais necessitados.

b) uma situação na qual aqueles indivíduos portadores de um senso moral superior devem se colocar como líderes dos grupos dos quais fazem parte.

c) a condição na qual os indivíduos não se identificam como membros de um grupo que compartilha as mesmas regras e normas e têm dificuldades para distinguir, por exemplo, o certo do errado e o justo do injusto.

d) o consumismo exacerbado das novas gerações, representado pelo aumento do número de shopping centers nas cidades.

e) a solidariedade que as pessoas demonstram quando entoam cantos nacionalistas e patrióticos em manifestações públicas como os jogos das seleções nacionais de futebol. 6. (Unimontes 2015) Coube a Émile Durkheim (1858-1917) a institucionalização da Sociologia como disciplina acadêmica. Para o sociólogo clássico francês, a sociedade moderna implica uma diferenciação substancial de funções e ocupações profissionais. Sobre as análises desse autor, é CORRETO afirmar:

a) O problema social é estritamente econômico e depende de vontades individuais.

b) O desenvolvimento da sociedade moderna deve passar por um processo de ruptura social e permanente anomia.

c) A questão social é também um problema de moralização e organização consciente da vida econômica.

d) Para Durkheim, na sociedade moderna não há possibilidades de desenvolvimento das coletividades, por necessitar de novos pactos políticos dos governantes. 7. (Ufu 2015) A concepção da Sociologia de Durkheim se baseia em uma teoria do fato social. Seu objetivo é demonstrar que pode e deve existir uma Sociologia objetiva e científica, conforme o modelo das outras ciências, tendo por objeto o fato social.

ARON, R. As etapas do pensamento sociológico. São Paulo: Martins Fontes,

1995. p. 336. Em vista do exposto, assinale a alternativa correta.

a) Durkheim demonstrou que o fato social está desconectado dos padrões de comportamento culturais do indivíduo em sociedade e, portanto, deve ser usado para explicar apenas alguns tipos de sociedade.

b) Segundo Durkheim, a primeira regra, e a mais fundamental, é considerar os fatos sociais como coisas para serem analisadas.

c) O estado normal da sociedade para Durkheim é o estado de anomia, quando todos os indivíduos exercem bem os fatos sociais.

d) A solidariedade orgânica, para Durkheim, possui pequena divisão do trabalho social, como pode ser demonstrada pela análise dos fatos sociais da sociedade. 8. (Uel 2014) A cidade desempenha papel fundamental no pensamento de Émile Durkheim, tanto por exprimir o desenvolvimento das formas de integração quanto por intensificar a divisão do trabalho social a ela ligada.Com base nos conhecimentos acerca da divisão de trabalho social nesse autor, assinale a alternativa correta.

a) A crescente divisão do trabalho com o intercâmbio livre de funções no espaço urbano torna obsoleta a presença de instituições.

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b) A solidariedade orgânica é compatível com a sociedade de classes, pois a vida social necessita de trabalhos diferenciados.

c) Ao criar seres indiferenciados socialmente, o “homem massa”, as cidades recriam a solidariedade mecânica em detrimento da solidariedade orgânica.

d) O efeito principal da divisão do trabalho é o aumento da desintegração social em razão de trabalhos parcelares e independentes.

e) O equilíbrio e a coesão social produzidos pela crescente divisão do trabalho decorrem das vontades e das consciências individuais. 9. (Uncisal 2012) O modo de vestir determina a identidade de grupos sociais, simboliza o poder e comunica o status dos indivíduos. Seu caráter institucional assume grande importância à medida que inclui ou exclui indivíduos de categorias ou estratos sociais. Ele exemplifica bem aquilo que Durkheim afirmava ser o objeto de estudo dos sociólogos: uma representação coletiva que além de ser válida para todos os indivíduos que fazem parte de um determinado grupo, expressa a exterioridade e a coercitividade. Assinale nas opções a seguir aquela que apresenta o objeto de estudo da Sociologia segundo Durkheim. a) Fatos sociais. b) Expressões culturais. c) Ações sociais. d) Estruturas políticas. e) Relações sociais. 10. (Unioeste 2012) Émile Durkheim é considerado um dos fundadores das Ciências Sociais e entre as suas diversas obras se destacam “As Regras do Método Sociológico”, “O Suicídio” e “Da Divisão do Trabalho Social”. Sobre este último estudo, é correto afirmar que

a) a divisão do trabalho possui um importante papel social. Muito além do aumento da produtividade econômica, a divisão garante a coesão social ao possibilitar o surgimento de um tipo específico de solidariedade.

b) a solidariedade mecânica é o resultado do desenvolvimento da industrialização, que garantiu uma robotização dos comportamentos humanos.

c) a solidariedade orgânica refere-se às relações sociais estabelecidas nas sociedades mais tradicionais. O nome remete ao entendimento da harmonia existentes nas comunidades de menor taxa demográfica.

d) indiferente dos tipos de solidariedade predominantes, o crime necessita ser

punido por representar uma ofensa às liberdades e à consciência individual existente em cada ser humano.

e) a consciência coletiva está vinculada exclusivamente às ações sociais filantrópicas estabelecidas pelos indivíduos na contemporaneidade, não tendo nenhuma relação com tradições e valores morais comuns. 11. (Ufu 2011) Segundo Durkheim, o crime é um fato social presente em toda sociedade. Para o autor, nem todo crime é anômico, mas apenas aquele que corresponde a uma crise de coesão social. A partir do exposto acima, assinale a alternativa correta sobre o significado de anomia social em Durkheim.

a) Ocorre quando há, nas sociedades modernas, com seus intensos processos de mudança, uma situação em que o conjunto de regras, valores e procedimentos são reconhecidos por todos os indivíduos, levando ao desenvolvimento da sociedade.

b) Conceito que descreve os sentimentos de falta de objetivos e de desespero provocados pelo processo de mudanças do mundo moderno, os quais resultam na perda da influência das normas sociais sobre o comportamento individual.

c) Conceito que descreve a ocorrência, nas sociedades modernas, com seus intensos processos de mudança, de um estado de complementaridade e interdependência entre os indivíduos, o que leva a uma menor divisão do trabalho social e ao fortalecimento das instituições sociais.

d) Ocorre quando os sentimentos de falta de objetivos e de desespero provocados pelo processo de mudanças do mundo moderno resultam no fortalecimento da coesão social e da influência das normas sociais sobre o comportamento individual. 12. (Uel 2011) O positivismo foi uma das grandes correntes de pensamento social, destacando-se, entre seus principais teóricos, Augusto Comte e Émile Durkheim. Sobre a concepção de conhecimento científico, presente no positivismo do século XIX, é correto afirmar:

a) A busca de leis universais só pode ser empreendida no interior das ciências naturais, razão pela qual o conhecimento sobre o mundo dos homens não é científico.

b) Os fatos sociais fogem à possibilidade de constituírem objeto do conhecimento científico, haja vista sua incompatibilidade

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com os princípios gerais de objetividade do conhecimento e a neutralidade científica.

c) Apreender a sociedade como um grande organismo, a exemplo do que fazia o materialismo histórico, é rejeitado como fonte de influência e orientação para as investigações empreendidas no âmbito das ciências sociais.

d) A ciência social tem como função organizar e racionalizar a vida coletiva, o que demanda a necessidade de entender suas regras de funcionamento e suas instituições forjadas historicamente.

e) O papel do cientista social é intervir na construção do objeto, aportando à compreensão da sociedade os valores por ele assimilados durante o processo de socialização obtido no seio familiar. 13. (Ufu 2011) De acordo com Durkheim, para se garantir a objetividade do método científico sociológico, torna-se necessário que o pesquisador mantenha certa distância e neutralidade em relação aos fatos sociais, os quais devem ser tratados como “coisas”. Considerando a frase acima, assinale a alternativa correta sobre fato social.

a) Corresponde a um conjunto de normas e valores que são criados diretamente pelos indivíduos para orientar a vida em sociedade.

b) Corresponde a um conjunto de normas e valores criados exteriormente, isto é, fora das consciências individuais.

c) É desprovido de caráter coercitivo, uma vez que existe fora das consciências individuais.

d) É um fenômeno social difundido apenas nas sociedades cuja forma de solidariedade é orgânica. 14. (Ifsp 2011) Assinale a alternativa que descreve o objeto próprio da Sociologia, segundo Emile Durkheim.

a) A cultura, resultado das relações de produção e da divisão social do trabalho.

b) O fato social, exterior e coercitivo em relação à vontade dos indivíduos.

c) O conflito de classes, base da divisão social e transformação do modo de produção.

d) A sociedade, produto da vontade e da ação de indivíduos que agem independentes uns dos outros.

e) A ação social que define as inter-relações compartilhadas de sentido entre os indivíduos. 15. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.

De acordo com Susie Orbach, “Muitas coisas feitas em nome da saúde geram dificuldades pessoais e psicológicas. Olhar fotos de corpos que passaram por tratamento de imagem e achar que correspondem à realidade cria problema de autoimagem, o que leva muitas mulheres às mesas de cirurgia. Na geração das minhas filhas, há garotas que gostam e outras que não gostam de seus corpos. Elas têm medo de comida e do que a comida pode fazer aos seus corpos. Essa é a nova norma, mas isso não é normal. Elas têm pânico de ter apetite e de atender aos seus desejos”.

(Adaptado: “As mulheres estão famintas, mas têm medo da comida”, Folha de S.

Paulo, São Paulo, 15 ago. 2010, Saúde. Disponível em:

<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd1508201001.htm>. Acesso em: 15 out.

2010). Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Émile Durkheim, é correto afirmar:

a) O conflito geracional produz anomia social, dada a incapacidade de os mais velhos compreenderem as aspirações dos mais novos.

b) Os padrões do que se considera saudável e belo são exemplos de fato social e, portanto, são suscetíveis de exercer coerção sobre o indivíduo.

c) Normas são prejudiciais ao desenvolvimento social por criarem parâmetros e regras que institucionalizam o agir dos indivíduos.

d) A consciência coletiva é mais forte entre os jovens, voltados que estão a princípios menos individualistas e egoístas.

e) A base para a formação de princípios morais e de solidez das instituições são os desejos individuais, visto estes traduzirem o que é melhor para a sociedade. 16. (Ufu 2012) A tirinha de Quino abaixo ilustra a concepção de fato social, segundo Durkheim.

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Para o autor, é característica do fato social

a) ser geral e igual em todas as sociedades. b) dar liberdade ao indivíduo, em uma dada

sociedade, de praticar ações e atitudes ligadas ao seu senso crítico.

c) ser particular de cada indivíduo, sem interferência do grupo social no qual está inserido.

d) exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior.