Conhecendo o Choro - Edu Lobo

download Conhecendo o Choro - Edu Lobo

of 24

description

Atividades Musicais Infanto JuvenilEdu Lobo.

Transcript of Conhecendo o Choro - Edu Lobo

  • Seo eStiloS muSicaiS: percuSSo

    SuplemeNto muSical

    Eduardo Lobo

    Acompanhamento e Reviso Pedaggica Chico Santana

    Conhecendo o choro1

    ASSOCIAO AMIGOS DO

    ORGANIZAO SOCIAL DE CULTURA

    eduardo lobo final.indd 1 20/07/2011 12:06:31

  • Conhecendo o choro 0 Eduardo Lobo

    1 Contextualizaa do Suplemento 1

    1.1 Introduo/Justificativa 1

    2 apliCaeS em ativdadeS muSiCaiS 2

    2.1 Proposta musical1: Quem o choro? 2

    2.1.1 Atividade 1 2

    2.1.2 Atividade 2 4

    2.2 Proposta musical 2: Aprofundando o choro: O Maxixe 6

    2.2.1 Atividade 1 6

    2.2.2 Atividade 2 9

    2.3 Modo de aferio dos resultados 11

    2.4 Referncias Complementares 12

    3 AtIvIdAdes PARA levAR PARA CAsA 13

    3.1 Atividade 1: entrevistas 13

    3.2 Atividade 2: Composio de melodia 15

    AnexO 1 A PeRCussO nO ChORO e nO MAxIxe 16

    1 Pandeiro e caixeta no choro 16

    2 A bandinha rtmica no maxixe 17

    AnexO 2 O vIOlO e O CAvAQuInhO nO ChORO 19

    1 violo 19

    2 Cavaquinho 20

    So Paulo I FEVEREIRO I 2011

    Eduardo Lobo

    Eduardo iniciou seus estudos de msica e guitarra no ano de 1997 em Curitiba, sua cidade natal, onde, um ano mais tarde, teve seus primeiros contatos com o violo e com a msica brasileira. No ano de 1999 ingressou no curso de Msica Popular da Unicamp, graduando em 2003. Durante estes anos, participou de festivais de msica e grupos de choro, onde estreitou sua relao com este gnero sob os cuidados de Jayme Vignoli, Oscar Bolo e Joel Nascimento. No ano seguinte, como integrante do Quatro a Zero, foi laureado com a segunda colocao no 7 Prmio VISA de Msica Instrumental Brasileira. Com este grupo, gravou os CDs Choro Eltrico e Porta Aberta. Em 2008 participou do grupo Fina Estampa, que teve seu primeiro CD Abrideira gravado sob direo musical de Maurcio Carrilho. Atualmente realiza seu mestrado em msica na Unicamp sob orientao do Prof. Dr. Rafael dos Santos e financiamento da Fapesp. Como parte de seus estudos acadmicos, participou em 2010 do Music Analysis Summer School, promovido pela Universidade de Durham (Inglaterra).

    E-mail: [email protected]

    eduardo lobo final.indd 2 20/07/2011 12:06:32

  • 1 CONTEXTUALIZAO DO SUPLEMENTO

    Conhecendo o choro 0 Eduardo Lobo 1So Paulo I FEVEREIRO I 2011

    1.1 Introduo/JustificativaO choro, com uma histria de mais de 150 anos, se coloca como um dos principais gneros brasileiros de msica instrumental. No decorrer do sculo XX, foi experimentado com as mais diversas formaes instrumentais: violes, cavaquinhos, bandolins, flautas, clarinetas, trompetes, trombones, bandas de msica e de gafieira, grupos de cmara e orquestras sinfnicas j fizeram soar suas melodias e seu balano. Embora o choro faa parte do imaginrio da maioria da populao e seja difundido por clubes de choro espalhados por quase todo o territrio brasileiro, sua histria de ensino formal recente e so poucas as escolas voltadas para o estilo. Inserir este tema no ensino coletivo de crianas e jovens um avano para a difuso desta msica junto a um pblico que, quem sabe, nunca tivesse oportunidade a um acesso mais aprofundado a esta cultura. A ideia central deste suplemento tornar acessvel a estudantes de todas as famlias de instrumentos um gnero musical conhecido pelo virtuosismo. Para isso, ser utilizada uma grande vantagem do ensino coletivo: a vivncia em grupo. Com essa vivncia, fragmenta-se a dificuldade de execuo e estimula-se a prtica de conjunto.A insero do choro na educao musical de jovens um passo importante e recente, que pode fazer parte de um processo interessante: mostrar que existe no Brasil um gnero que exige do msico alto nvel de execuo instrumental e que, ao mesmo tempo, consegue se comunicar artisticamente com um grande pblico.

    Objetivo geral Objetivos especficosapresentar o gnero choro para os alunos, atravs de atividades de apreciao, execuo e composio.

    Contextualizar a formao deste gnero instrumental de msica brasileira, mesclando informaes de carter histrico e musical;

    Trabalhar a criao coletiva de arranjos e a execuo do gnero;

    Apresentar clulas rtmicas presentes na conduo rtmica do choro em seus formatos mais elementares;

    Trabalhar a incorporao da subdiviso de semicolcheias.

    eduardo lobo final.indd 3 20/07/2011 12:06:32

  • Conhecendo o choro 0 Eduardo Lobo2

    2 APLICAES EM ATIVIDADES MUSICAIS

    2.1 Proposta musical 1: Quem o choro? durao: de trs a quatro aulas

    Descrio geral da proposta:

    Nesta etapa, o objetivo propiciar ao aluno um primeiro contato com o gnero, sua histria e suas caractersticas musicais mais evidentes.

    materiais necessrios:

    Livro Pixinguinha. DINIZ, Andr, Lins, Juliana. (LV018) CD S Pixinguinha, Z da Velha e Silvrio Pontes (CD075) CD Som Pixinguinha, (CD048)

    Todos os materiais esto disponveis no acervo do Projeto Guri.

    organizao dos alunos para as aulas:

    Primeiramente, os alunos podem fazer um crculo sentados no cho para os momentos 1 e 2. Nos momentos 3 e 4, pede-se que fiquem em p e caminhem pela sala. Na atividade 2, pode-se dispor os alunos como em uma camerata, fazendo um semicrculo e dividindo por naipes: baixos, acompa-nhamento 1, acompanhamento 2 e melodia.

    2.1.1 Atividade 1momento 1 - Quem o choro?: Questionar os alunos: Algum j ouviu um chorinho?, Quem conhece Tico-tico no Fub ou Brasileirinho?, Quem conhece esta letra (canta a melodia do Carinhoso): Meu corao, no sei por que, bate feliz, quando te v...? Pode-se dar exemplos de outros choros e colocar para tocar a msica Os Oito Batutas, do disco S Pixinguinha (faixa 11 CD075). Durante a au-dio, ir questionando os alunos: Quais instrumentos tocam?. Se ningum se manifestar, ir dirigindo a escuta perguntando: Tem cavaquinho?, Tem violo?, Tem trombone, trompete?.

    eduardo lobo final.indd 4 20/07/2011 12:06:32

  • Conhecendo o choro 0 Eduardo Lobo 3

    momento 2 - compreendendo a semicolcheia:

    os alunos de p, pea para que marquem o pulso com os ps, como em uma marcha.

    Quando todos estiverem marchando juntos, pea para que batam colcheias no peito somente com a mo direita.

    Depois, que batam as semicolcheias, alternando as mos.

    momento 3 - montando a sncopa: Pea para que cantem ta para cada nota tocada pela mo esquerda. Desta forma, montaro a sncopa, compreendendo as vozes aguda e grave.

    momento 4 - tocando a sncopa: Agora, vamos vivenciar a sncopa em um evento musical. Mais importante do que a execuo isolada de qualquer exerccio o seu entendimento em um contexto musical real: o tocar junto. Para isso, coloque Ainda me Recordo do disco S Pixinguinha (faixa 08 - CD075). Pea ento para que os alunos executem o ritmo acima junto com a msica, como se eles estivessem tocando com o disco. O primeiro objetivo buscar a sincronia da sncopa executada pelos alunos com a sncopa executada pelos msicos da gravao. O objetivo secundrio buscar compreender as frases do baixo, tocadas pelos ps, e compar-las com os baixos da msica; buscar ouvir os baixos enquanto bate os ps. E fazer o mesmo com as frases da fala ta ta; buscar ouvir o acompanhamento agudo enquanto canta a clula rtmica.

    eduardo lobo final.indd 5 20/07/2011 12:06:33

  • Conhecendo o choro 0 Eduardo Lobo4

    2.1.2 Atividade 2

    momento 1: Repita o momento 4 da atividade anterior.

    momento 2 - pequena histria do choro: Mostre aos alunos o livro Pixinguinha (LV018), comente alguns trechos e mostre algumas fotos. Na pgina 10 tem uma pequena histria do choro, onde aparecem imagens dos primeiros chores, dentre eles, uma de Joaquim Calado. Explique que tocaremos uma msica deste, que foi um dos primeiros msicos de choro. Joaquim era um msico mestio que tocava de uma maneira diferente as msicas de dana que chegaram da Europa, em especial as polcas. Esta maneira diferente de tocar tem origem na cultura do negro que estava no Brasil.

    momento 3 - Fazendo os baixos: Mostre a partitura de Flor Amorosa, de Joaquim Calado e separe os alunos em 4 naipes: baixos, acompanhamento 1, acompanhamento 2 e melodia. Escreva os acordes na lousa da seguinte maneira: um acorde por semnima e, se necessrio, repita o acorde. O educador deve cuidar para que os acordes, quando montados na lousa, fiquem na regio mdia da clave de sol, sem utilizar linhas suplementares.

    Pea para que os baixos componham uma linha meldica para a cifra dada. Explique que, para isso, devero tocar a fundamental do acorde (a nota que d nome cifra) em semnimas, na regio mais grave do seu instrumento, como no exemplo abaixo:

    Pea para que toquem o trecho composto. Enquanto os baixos tocam as notas, os outros alunos fazem o exerccio corporal da sncopa:

    Pea aos alunos para que prestem ateno nos ps, que devem estar tocando junto com os baixos.

    eduardo lobo final.indd 6 20/07/2011 12:06:33

  • Conhecendo o choro 0 Eduardo Lobo 5

    momento 4 - montando o acompanhamento 1: Pea para que o grupo acompanhamento 1 escolha uma nota de cada acorde e a circule na lousa (como exemplo, as notas escolhidas foram trocadas por crculos).

    Aps, pea para que transcrevam as notas escolhidas na lousa, na prxima pauta abaixo da original

    Ento, pea para que toquem a transcrio, em semnimas.

    momento 5 - montando o acompanhamento 2: Pea para que o grupo acompanhamento 2 escolha uma nota de cada acorde, fazendo um quadrado em cada. Estas notas no podem ser as escolhidas pelo grupo 1 (como exemplo, as notas escolhidas foram trocadas por um X).

    Aps, pea para que transcrevam as notas escolhidas na lousa, em pentagrama diferente que o do outro grupo.

    Pea para que toquem as notas na sequncia, em semnimas.

    momento 6 - montando o acompanhamento com ritmo: Agora, com o acompanhamento dos baixos, pea para que os grupos acompanhamento 1 e 2 toquem as notas na sequncia e com o ritmo da sncopa. Est formado o acompanhamento do choro. Um exemplo do resultado final deste exerccio segue abaixo:

    Depois, pea para que todos os alunos leiam a parte rtmica da melodia, para depois colocarem as notas. Aps esta etapa, pode-se dividir novamente o grupo em baixos, acompanhamento 1, acompanhamento 2 e melodia, para assim, montar o arranjo completo de Flor Amorosa.

    eduardo lobo final.indd 7 20/07/2011 12:06:34

  • Conhecendo o choro 0 Eduardo Lobo6

    2.2 Proposta musical 2: aprofundando o choro: o maxixe

    durao: de trs a quatro aulas

    Descrio geral da proposta:

    Apresentar o maxixe, estilo que integra o repertrio do choro. Estimular a mudana de clulas rtmicas, e buscar a compreenso da relao entre as frases rtmicas.

    materiais necessrios:

    CD S Pixinguinha, Z da Velha e Silvrio Pontes (CD 075) CD Som Pixinguinha, (CD048) CD Chorinhos didticos para flauta,

    Altamiro Carrilho. (CD025) Livro Pixinguinha. DINIZ, Andr, Lins, Juliana. (LV 018)

    organizao dos alunos para as aulas:

    Primeiramente, os alunos podem fazer um crculo sentados no cho para o momento 1. No momento 2, pede-se que fiquem em p e caminhem pela sala. Nos momentos 3 e 4 pode-se dispor os alunos como em uma camerata, fazendo um semicrculo e dividindo por naipes: baixos, acompanhamento 1, acompanhamento 2 e melodia.

    2.2.1 Atividade 1

    Na atividade 2, pode-se dispor os alunos como em uma camerata, conforme a descrio ao lado.

    momento 1 - aprendendo novas clulas rtmicas: Com os alunos de p, pea-os para que marquem o pulso com os ps, como em uma marcha.

    Quando todos estiverem marchando juntos, pea para que batam colcheias no peito somente com a mo direita.

    eduardo lobo final.indd 8 20/07/2011 12:06:34

  • Conhecendo o choro 0 Eduardo Lobo 7

    Depois, que batam as semicolcheias, alternando as mos.

    Pea para que cantem vou pra l no para cada grupo de semicolcheias.

    Agora estamos prontos para aprender novas clulas rtmicas. Faa uma brincadeira, dizendo que esta clula rtmica um pouco mal-humorada. Pea para que subtraiam da frase o pra l e que cantem somente o no vou, como escrito abaixo:

    Depois de feito o exerccio, explique que esta uma clula rtmica de instrumentos graves. Estimule os alunos a imitarem uma tuba utilizando as slabas pom enquanto realizam este ritmo. Pea novamente para que marchem e batam as semicolcheias com as mos no peito. Faa uma brincadeira, dizendo que esta clula rtmica bem humorada. Agora pea para cantarem vem tambm tambm:

    Depois do exerccio feito, explique que este um ritmo de instrumentos agudos.

    Momento 2 - O baixo de Flamengo de Bomfiglio de Oliveira: Mostre uma foto do Bomfiglio, com o trompete, na pgina 18 do livro Pixinguinha, contando que ele foi um dos melhores instrumentistas no seu tempo. Escreva na lousa o baixo caracterstico de Flamengo, chamando a ateno dos alunos para a parte rtmica, que idntica aprendida anteriormente.

    Pea para que cantem o ritmo imitando uma tuba, com a slaba pom. Depois, que realizem no instrumento j com as notas.

    eduardo lobo final.indd 9 20/07/2011 12:06:34

  • Conhecendo o choro 0 Eduardo Lobo8

    momento 3 - montando o acompanhamento do maxixe: Escreva na lousa, de um lado, os acordes dos dois primeiros compassos da msica da seguinte maneira:

    Do outro lado, as duas clulas rtmicas que aprenderam anteriormente:

    Pea para que o grupo acompanhamento 1 circule uma nota de cada acorde na lousa (como exemplo, as notas escolhidas foram trocadas por crculos).

    Aps, pea para que os alunos transcrevam as notas escolhidas no pentagrama inferior, e que toquem a transcrio, em semnimas, como no exemplo abaixo:

    Pea para que o grupo acompanhamento 2 escolha uma nota de cada acorde, fazendo um quadrado em cada nota. As notas no podem ser as escolhidas pelo grupo 1 (como exemplo, as notas escolhidas foram trocadas por um X).

    Aps, pea para que os alunos transcrevam as notas escolhidas no pentagrama inferior, e que toquem a transcrio, em semnimas, como no exemplo abaixo:

    Agora, juntos os dois grupos de acompanhamento, pea para que toquem a sequncia com a clula 1.

    eduardo lobo final.indd 10 20/07/2011 12:06:35

  • Conhecendo o choro 0 Eduardo Lobo 9

    Depois com a clula 2.

    Aps, junte com os baixos e pratique o conjunto, pedindo para que os alunos prestem ateno para a sincronia entre as vozes.

    2.2.2 Atividade 2momento 1 - o baixo do Flamengo: Escreva na lousa a harmonia da primeira parte do Flamengo

    Relembre o baixo caracterstico do Flamengo, e explique que ele ser usado nos compassos de 1 a 4 e de 9 a 12. Ento, pea para que os baixos componham uma linha meldica para os outros compassos. Explique que para isto, devero tocar a fundamental do acorde (a nota que d nome cifra), utilizando a clula rtmica no vou, na regio mais grave do seu instrumento, como no exemplo abaixo:

    momento 4 - um pouco de histria: Explique que o choro na verdade, uma coleo de estilos musicais, como o maxixe, a polca e a valsa. E que, estes diversos estilos podem ser tocados em diversas formaes instrumentais, como: 1) o regional de choro: grupo mais difundido, composto por 2 violes, 1 violo de 7 cordas, cavaquinho e um solista, que pode ser o bandolim, a flauta, o clarinete ou o acordeo. Coloque para tocar um trecho da faixa 16 do disco Chorinhos didticos para flauta (CD025). Explique que s tem o regional de choro tocando, sem o solista. Aps, pode tocar o mesmo trecho com o solo de flauta (faixa 4); 2) as bandas de msica: grupo formado por instrumentos de sopro e percusso; 3) as orquestras. Pode-se tocar um trecho da msica Carinhoso do disco Som Pixinguinha (faixa 08 - CD048). Coloque para tocar O gato e o canrio, do disco Som Pixinguinha (CD048). Mostre o dilogo do comeo da msica entre os agudos (o canrio, representado pelo flautim) e os graves (o gato - representado pelo piano e guitarra eltricos e o saxofone). Explique que o dilogo musical uma das caractersticas mais marcantes do choro, e que, em um grupo regional, os msicos improvisam constantemente, como acontece em uma conversa entre pessoas. Porm estes dilogos podem acontecer de maneira simultnea, por exemplo, o violo conversa com o bandolim enquanto o cavaquinho conversa com o pandeiro.

    eduardo lobo final.indd 11 20/07/2011 12:06:36

  • Conhecendo o choro 0 Eduardo Lobo10

    momento 2 - montando o acompanhamento 1: Pea para que o grupo acompanhamento 1 escolha uma nota de cada acorde, e as circule na lousa (como exemplo, as notas escolhidas foram trocadas por crculos):

    Aps, pea para que transcrevam na lousa, no pentagrama inferior, abaixo do original.

    Ento, pea para que toquem a transcrio, em semnimas.

    momento 3 - montando o acompanhamento 2: Agora, pea para que o grupo acompanhamento 2 escolha uma nota de cada acorde, fazendo um quadrado em cada nota. As notas no podem ser as escolhidas pelo grupo 1.

    Aps, pea para que transcrevam na lousa, em outro pentagrama que no pode ser o mesmo que o outro grupo escreveu.

    Pea para que toquem as notas na sequncia, em semnimas.

    eduardo lobo final.indd 12 20/07/2011 12:06:37

  • Conhecendo o choro 0 Eduardo Lobo 11

    momento 4 - montando o acompanhamento com ritmo:

    Usando as clulas acima, proponha que nos primeiros 4 compassos se utilize a clula rtmica 1; do compasso 5 ao 8, a clula rtmica 2; do compasso 9 ao 12 a clula 1; do compasso 13 ao 16 a clula 2. Ento, com o acompanhamento dos baixos, pea para que os acompanhamentos 1 e 2 executem cada um a sua linha de acompanhamento, obedecendo as mudanas de ritmo. Abaixo segue um exemplo de como poderia ficar este exerccio:

    Est formado o acompanhamento do maxixe Flamengo. Pratique bastante o conjunto, pedindo aos alunos que procurem ouvir o que os outros esto tocando, com a finalidade de buscar sincronia entre todas as vozes. Depois, pea para que todos os alunos leiam a parte rtmica da melodia, para depois colocarem as notas. Aps esta etapa, pode-se montar o arranjo completo.

    2.3 Modo de aferio dos resultadosComo o choro um gnero de difcil execuo instrumental, e considerando que o foco deste suplemento a promoo de um primeiro contato dos alunos com este gnero, deve-se relativizar os resultados obtidos nas avaliaes, que devem ocorrer no incio, no desenvolvimento e no final do processo.Inicialmente deve-se avaliar se o aluno tem conhecimento prvio sobre o assunto, ou se simplesmente, tem algum contato com o gnero: ele pode ter ouvido choro por intermdio de alguma pessoa da famlia ou de amigos, por exemplo. As avaliaes realizadas durante o processo devem focar na sua evoluo durante a compreenso da semicolcheia e das clulas rtmicas e a execuo destas no instrumento. A avaliao do fim do processo pode levar em conta, alm destes fatores, a sua evoluo na prtica em conjunto. Quando os alunos chegarem ao ponto da execuo no instrumento, pode-se sugerir a autocrtica do grupo: depois de tocar, os alunos comentam sobre o que ouviram, o que acharam bom, e o que poderia melhorar. O professor deve ter o cuidado de mediar estas conversas, procurando sempre exaltar o lado positivo que os alunos expem alm de utilizar o seu conhecimento musical para guiar o grupo na busca de solues para os possveis problemas que sero levantados.

    eduardo lobo final.indd 13 20/07/2011 12:06:37

  • Livros CAZES, Henrique. Choro: do quintal ao municipal. Editora 34.Traa um panorama histrico do estilo, desde seu incio at os dias atuais. Livro de fcil leitura, contm histrias dos principais compositores de choro.

    Siteshttp://www.samba-choro.com.br/Possui uma agenda semanal de eventos de choro e samba pelo pas. Tem uma seo de troca de partituras, onde possvel baixar diversos ttulos, disponibilizados pelos prprios usurios do site.

    http://www.acari.com.br/Possui biografia de uma vasta gama de compositores. o site de venda dos produtos da Acari Records, um dos principais selos especializados em choro.

    http://ims.uol.com.br/Possui on-line parte dos acervos de discos de 78 RPM dos pesquisadores Humberto Franceschi e Jos Ramos Tinhoro. possvel ouvir gravaes de poca com Pixinguinha, Ernesto Nazareth, ou com a Banda do Corpo de Bombeiros com Anacleto de Medeiros, alm de outros artistas.

    2.4 Referncias complementaresDiscosJacob do Bandolim e poca de Ouro - VibraesGrupo Arranca TocoColeo Princpios do ChoroColeo Choro CariocaRadams Gnattali Sexteto - Depoimentos Vol. 1 e 2Orquestra PixinguinhaArt Metal Quinteto & Banda de Cmara Anacleto de Medeiros - Sempre Anacleto

    Conhecendo o choro 0 Eduardo Lobo12

    eduardo lobo final.indd 14 20/07/2011 12:06:37

  • 3 ATIVIDADES PARA LEVAR PARA CASA

    3.1 Atividade 1: EntrevistasA ideia aqui realizar uma pesquisa por faixas etrias. Pea aos alunos para escolher 6 pessoas, separando-as por grupos: Grupo 1: at 25 anos; Grupo 2: dos 25 aos 50 anos; Grupo 3: acima de 50 anos. Depois, devem entrevist-las, utilizando o questionrio abaixo.

    Grupo 1 (at 25 anos):Voc conhece chorinho?Resposta 1.Resposta 2.Resposta 3.

    Que msicas de chorinho voc se lembra?Resposta 1. Resposta 2. Resposta 3.

    Voc conhece algum msico ou artista que tocam chorinho?Resposta 1. Resposta 2. Resposta 3.

    Grupo 2 (de 25 a 50 anos):Voc conhece chorinho?Resposta 1. Resposta 2. Resposta 3.

    Que msicas de chorinho voc se lembra?Resposta 1. Resposta 2. Resposta 3.

    Voc conhece algum msico ou artista que tocam chorinho?Resposta 1. Resposta 2. Resposta 3.

    Conhecendo o choro 0 Eduardo Lobo 13

    eduardo lobo final.indd 15 20/07/2011 12:06:37

  • Grupo 3 (acima de 50 anos):Voc conhece chorinho?Resposta 1. Resposta 2. Resposta 3.

    Que msicas de chorinho voc se lembra?Resposta 1. Resposta 2. Resposta 3.

    Voc conhece algum msico ou artista que tocam chorinho?Resposta 1. Resposta 2. Resposta 3.

    Quando todos o alunos tiverem realizado a pesquisa, inicie um processo de comparao das respostas, utilizando o seguinte questionrio. (O educador pode propor outras perguntas que achar pertinente).1. Qual grupo conhece mais msicas e msicos de chorinho?2. Existiram diferenas entre os grupos entrevistados? Quais?3. Existiu algum tipo de semelhana entre os resultados obtidos nas diferentes pesquisas? Que semelhanas so estas?

    Aps, o educador pode mediar um debate buscando obter respostas dos alunos sobre o porqu dos resultados obtidos. Caber aos alunos chegar a algumas concluses, utilizando seu prprio conhecimento, para assim, buscar demonstrar e compreender os motivos que levaram s respostas dos entrevistados.

    Conhecendo o choro 0 Eduardo Lobo14eduardo lobo final.indd 16 20/07/2011 12:06:37

  • 3.2 Atividade 2: Composio de melodiaExponha aos alunos as trs clulas rtmicas abaixo, junto com os dois conjuntos de notas.

    Grupo 1 Grupo 2

    Aqui pede-se para evitar a pauta. Ela organizaria as notas e poderia influenciar na escolha da ordem destas pelos alunos.

    Depois, pea para que, em casa, componham uma melodia de oito compassos. Para isto, dividiro os oito compassos em dois, formando assim, dois grupos de quatro compassos.

    O prximo passo ser escolher uma clula rtmica para os primeiros quatro compassos e outra para os ltimos quatro. Depois, o aluno ir transcrever a clula no espao em branco acima da partitura, criando uma espcie de guia. No exemplo abaixo foram escolhidas aleatoriamente as clulas 1 e 3.

    Depois, os alunos utilizaro as notas do grupo 1 para os primeiros quatro compassos e as notas do grupo 2 para os ltimos quatro. Aqui, eles tm a liberdade para utilizar em qualquer tessitura, porm, tem que conseguir tocar a melodia no seu instrumento. medida que vo tocando e ouvindo a melodia, devem ficar vontade para efetuar quaisquer mudanas guiadas pelo ouvido. Abaixo segue um exemplo de um possvel resultado final deste exerccio.

    Quando todos tiverem suas melodias compostas, podem apresent-las em aula, onde os alunos e o professor podem debater sobre o que ouviram, apontar pontos positivos, e buscar alguns caminhos para melhor-las. Como uma forma de incentivo classe, o professor pode participar do exerccio e trazer sua melodia para apresentar aos alunos.

    Clula 1 Clula 2 Clula 3

    Conhecendo o choro 0 Eduardo Lobo 15eduardo lobo final.indd 17 20/07/2011 12:06:39

  • ANEXO 1 - A percusso no choro e no maxixe

    1 Pandeiro e caixeta no choroA conduo do pandeiro no choro se assemelha muito utilizada no samba. Porm, segundo Oscar Bolo, em seu livro Batuque um Privilgio, cada um destes gneros possui uma acentuao caracterstica. O autor aconselha ainda a manter uma conduo mais linear, com menos intervenes. Procurou-se aqui, na medida do possvel, manter o padro de escrita para percusso desenvolvida por Bolo.

    O objetivo deste anexo tornar simples a adaptao de um grupo de percusso para o acompanhamento de algum grupo que execute choro nos polos do Projeto Guri. Cada educador pode incorporar outras solues para transmitir estas informaes. Porm, deve-se tomar o cuidado para no transformar todas as condues em condues de samba, que um acontecimento comum: o choro e o samba so estruturados em subdiviso de semicolcheias, e, por este motivo, fcil fazer um choro perder sua leveza caracterstica e se transformar em samba.

    1.1 Pandeiro

    Nesta notao de pandeiro, membrana refere-se ao toque que se faz na pele do instrumento com o dedo indicador ou mdio da mo que o empunha. Os outros trs toques so realizados com a outra mo. Dedos referem-se ao toque com a ponta dos dedos; base refere-se ao toque com a base da mo; polegar ao toque com o polegar.

    Repare que a acentuao se d na segunda semicolcheia, e na segunda e quarta semicolcheias. Interessante lembrar o aluno de que este acento lembra a sncopa, caracterstica destes gneros.

    Conhecendo o choro 0 Eduardo Lobo16eduardo lobo final.indd 18 20/07/2011 12:06:39

  • 1.2 Caixeta (pode ser executada em um tamborim)Oscar Bolo compara a execuo da caixeta com um tamborim. Ela tocada com baqueta, e usa-se o indicador da mo que segura o instrumento para realizar o complemento rtmico da frase.

    2 A bandinha rtmica do maxixeO maxixe um gnero que foi, e ainda , bastante tocado com bandas de msica, normalmente de corporaes, como a Banda do Corpo de Bombeiros. A formao caracterstica destas bandas era instrumentos de sopro e percusso. E esta era formada por bumbo, caixa-clara, pratos de choque, alm de outros instrumentos. Este gnero tem em sua acentuao caracterstica, um ritmo bastante comum em msica popular:

    2.1 BumboO acento importante do bumbo no maxixe no segundo tempo. Coloco aqui, duas variaes para o bumbo no maxixe:

    Conhecendo o choro 0 Eduardo Lobo 17eduardo lobo final.indd 19 20/07/2011 12:06:39

  • 2.2 Pratos de choqueO acento importante dos pratos de choque no contra tempo (colcheias). Pode-se executar o toque aberto ou fechado:

    Porm, pode-se tambm marcar seu acento caracterstico:

    2.3 CaixaA caixa normalmente ir marcar a acentuao caracterstica do maxixe.

    Pode tambm marcar a segunda semicolcheia do segundo tempo com um rulo. Esta ideia tambm pode ser estendida ao primeiro tempo.

    2.4 Caixeta

    Chame a ateno do aluno para a acentuao. Faa-o notar que os acentos fazem parte da acentuao caracterstica do maxixe.

    Conhecendo o choro 0 Eduardo Lobo18eduardo lobo final.indd 20 20/07/2011 12:06:40

  • Conhecendo o choro 0 Eduardo Lobo 19

    ANEXO 2 - O violo e o cavaquinho no choro

    O violo talvez ocupe o cargo de principal, e mais difundido, acompanhador de choro. Desde a segunda metade do sculo XIX faz-se presente em rodas de choro, em diversas maneiras de tocar, dentre elas a dos violes de 6 e 7 cordas. Este instrumento tem a vantagem de concentrar, ao mesmo tempo, duas funes de acompanhamento: executar os baixos e os acordes, tornando possvel o acompanhamento solitrio de um solista.

    O cavaquinho possui uma importante funo no acompanhamento de choro. Devido a sua tessitura, no assume a funo dos baixos, mas faz um importante papel de dilogo rtmico com o pandeiro em um regional. Instrumento de tradio portuguesa, faz-se presente, como o violo, em rodas de choro desde meados do sculo XIX. importante lembrar que o primeiro conjunto considerado tpico no choro foi o grupo Choro Carioca, criado por Joaquim Calado, no ltimo quarto do sculo XIX. Este grupo era formado por dois violes e cavaquinho, que acompanhavam sua flauta nos bailes da poca.

    O acompanhamento de choro uma arte. Cada msico se expressa de maneira prpria quando est fazendo acompanhamento, e a improvisao e o dilogo entre os msicos so constantes. A improvisao se apresenta como um elemento complicador para a transcrio: a mudana das clulas rtmicas presentes nos acompanhamentos normalmente constante, tornando muito difcil indicar um ritmo com preciso. Foge do objetivo deste anexo criar exmios acompanhadores de choro. A informao contida neste anexo de noes bsicas de acompanhamento de choro nestes dois instrumentos.

    1 VioloA tcnica bsica de acompanhamento de violo de choro coincide com a tcnica clssica do instrumento, utilizando os dedos polegar, indicador, mdio e anelar da mo direita. O polegar utilizado para fazer os baixos e os outros trs, os acordes. Estas trs condues que seguem so tradicionais formas de acompanhamento de choro:

    Esta uma conduo rtmica tpica de maxixe:

    Este o baixo caracterstico do maxixe Flamengo, de Bomfiglio de Oliveira:

    eduardo lobo final.indd 21 20/07/2011 12:06:40

  • 2 CavaquinhoNo samba e no choro, utiliza-se o palhetado alternado para fazer o acompanhamento. Abaixo, duas condues rtmicas tpicas de choro. As setas indicam a direo da palheta.

    Abaixo, duas condues rtmicas de maxixe. Para executar a nota fantasma, basta aliviar a presso na mo esquerda, para sair um som seco e percussivo. A mo direita continuar com a pulsao das semicolcheias.

    Conhecendo o choro 0 Eduardo Lobo20

    eduardo lobo final.indd 22 20/07/2011 12:06:41

  • Conhecendo o choro 0 Eduardo Lobo 11

    eduardo lobo final.indd 23 20/07/2011 12:06:41

  • assinatura para o ano de 2011

    ASSOCIAO AMIGOS DO

    ORGANIZAO SOCIAL DE CULTURA

    eduardo lobo final.indd 24 20/07/2011 12:06:41