Congresso de Estudos Espíritas · 2018. 6. 26. · O Telescópio Espacial Hubble (em inglês...

76
ESPIRITISMO E UFOLOGIA TEMA: “A Vida Universal” VIDA E OBRA DE DEOLINDO AMORIM TEMA: “O Estado e as Obras Sociais” MULHERES ESPÍRITAS TEMA 1: “Vida e Obra de Yvonne Pereira” Tema 2: “Reminiscências de Vidas Passadas” ESPIRITISMO E MEIO AMBIENTE TEMA: “Solidariedade – Comunhão Universal” ESPIRITISMO E A TECNOLOGIA TEMA: “Provas da Imortalidade da Alma pela Experiência” ESPIRITISMO E PSICOLOGIA TEMA: “Como o Perispírito Pode Adquirir Propriedades Funcionais” GRUPO DE VALORIZAÇÃO DA VIDA TEMA: “Cooperação” Coordenação Geral: Mônica Pimenta Congresso de Estudos Espíritas 7 o

Transcript of Congresso de Estudos Espíritas · 2018. 6. 26. · O Telescópio Espacial Hubble (em inglês...

  • – ESPIRITISMO E UFOLOGIA –

    TEMA: “A Vida Universal”

    – VIDA E OBRA DE DEOLINDO AMORIM –

    TEMA: “O Estado e as Obras Sociais”

    – MULHERES ESPÍRITAS –

    TEMA 1: “Vida e Obra de Yvonne Pereira” Tema 2: “Reminiscências de Vidas Passadas”

    – ESPIRITISMO E MEIO AMBIENTE –

    TEMA: “Solidariedade – Comunhão Universal”

    – ESPIRITISMO E A TECNOLOGIA –

    TEMA: “Provas da Imortalidade da Alma pela Experiência”

    – ESPIRITISMO E PSICOLOGIA –

    TEMA: “Como o Perispírito Pode Adquirir Propriedades Funcionais”

    – GRUPO DE VALORIZAÇÃO DA VIDA –

    TEMA: “Cooperação”

    Coordenação Geral: Mônica Pimenta

    Congresso de Estudos Espíritas 7 o

  • SUMÁRIO Espiritismo e Ufologia .................................................................. 3

    Vida e Obra de Deolindo Amorim .............................................. 13

    Mulheres Espíritas ..................................................................... 22

    Espiritismo e Meio Ambiente ..................................................... 32

    Espiritismo e a Tecnologia ......................................................... 44

    Espiritismo e Psicologia ............................................................. 54

    Grupo de Valorização da Vida ................................................... 66

  • CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS

    7o Congresso de Estudos Espíritas

    Espiritismo e Ufologia

    Tema: “A Vida Universal”

    Patrono: Camille Flammarion

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — Espiritismo e Ufologia —

    4

    OS EXOPLANETAS

    “Tendo o Espírito que passar por muitas encarnações, segue-se que todos nós temos tido muitas existências e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeiçoadas, quer na Terra, quer em outros mundos."

    (O Livro dos Espíritos, Introdução).

    Um exoplaneta (ou planeta extrassolar) é um planeta que orbita uma estrela que não seja o Sol e, desta forma, pertence a um sistema planetário distinto do nosso.

    Embora a existência de sistemas planetários há muito tem sido aventada, até a década de 1990 nenhum planeta ao redor de estrelas da sequência principal havia sido descoberto. Todavia, desde então, algumas perturbações, em torno da estrela, atribuídas a exoplanetas gigantes, vêm sendo descobertas com telescópios mais possantes. Mesmo por estimativas, as observações cada vez mais frequentes de exoplanetas gigantes reforçam a possibilidade de que alguns desses sistemas planetários possam conter planetas menores e, consequentemente, abrigar vida extraterrestre.

    Até 2008, já haviam sido catalogados mais de 200 planetas extrassolares, mas a maioria indicou sempre condições inóspitas à existência de vida tal como é concebida em nosso planeta. Os planetas detectados são, em sua maioria, do tamanho ou maior do que Júpiter, e giram na maioria das vezes em órbitas muito próximas da estrela-mãe.

    O Telescópio Espacial Hubble (em inglês Hubble Space Telescope — HST) é um satélite astronômico artificial não tripulado, que transporta um grande telescópio para a luz visível e infravermelha. Foi lançado pela agência espacial estadunidense – NASA – em 24 de abril de 1990, a bordo do ônibus espacial Discovery (missão STS-31). Este telescópio já recebeu várias visitas espaciais da NASA para a manutenção e para a substituição de equipamentos obsoletos ou inoperantes.

    O Telescópio Espacial Hubble é um dos mais produtivos instrumentos científicos jamais desenvolvidos. Desde o seu lançamento, a bordo do vaivém espacial Discovery, em 24 de abril de 1990, o Hubble acumulou cerca de 50 terabytes de dados (mais de 10 mil DVDs) que se encontram disponíveis num arquivo online para a comunidade científica e para o público em geral. Os cientistas responsáveis por uma determinada observação só têm acesso exclusivo aos dados dela resultantes durante um ano, e durante o qual podem publicar artigos relativos à sua análise. Ao fim desse ano, os dados passam a ser de domínio público e são arquivados.

    A Sonda Kepler consiste em um observatório espacial projetado pela NASA que deverá procurar por planetas extrassolares. Para esta finalidade, a sonda deverá observar as 100.000 estrelas mais brilhantes do céu por um período de quatro anos, a fim de detectar alguma ocultação periódica de uma estrela por um de seus planetas.

    Kepler não deverá permanecer em órbita da Terra, mas sim em uma órbita de perseguição à órbita solar da Terra, a fim de que a Terra não oculte estrelas que

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — Espiritismo e Ufologia —

    5

    estejam sendo observadas pelo observatório, além de este ficar distante das luzes da Terra. O observatório foi lançado em 6 de março de 2009.

    Uma descoberta feita pelo Telescópio Espacial (Sonda) Kepler pode se tornar um novo marco no estudo dos exoplanetas. A nova missão do equipamento da agência espacial norte-americana, apresentou ao mundo três novos planetas de tamanho similar ao da Terra e possivelmente rochosos, um deles na zona habitável de sua estrela. A grande diferença desta para outras descobertas recentes, porém, é a proximidade desses astros com nosso sistema: os novos planetas estão a “apenas” 150 anos-luz daqui, perto o suficiente para que possamos começar a estudar sua atmosfera com as tecnologias atuais.

    Já são mais de 1.800 exoplanetas conhecidos até setembro de 2015, tendo este número a tendência de aumentar significativamente.

    Existem vários tipos diferentes de exoplanetas, a título de exemplo podemos falar dos planetas de dimensões equivalentes ou maiores que o planeta Júpiter; outros de dimensões equivalentes ao do planeta Netuno; outros de dimensões equivalentes à da Terra ou um pouco maior, entre outros tipos.

    É de se esperar que muitos outros exoplanetas venham a ser descobertos, sendo este um campo muito interessante e promissor para a astronomia moderna. A PRESENÇA EXTRATERRESTRE

    “Joanna de Ângelis reporta: Há vida fora da vida. Mas não somente no mundo espiritual. Ela informa que visita outros mundos materiais onde a vida tem as suas especí-ficas manifestações.” (Divaldo Franco)

    É comum afirmar que a chamada Era Moderna dos discos voadores que se

    iniciou após o relato de Kenneth Arnold, que avistou uma esquadrilha de OVNIs bem próximo ao Monte Rainier, em 1947, nos Estados Unidos, foi o marco inicial para o registro da presença extraterrestre na Terra. Mas desde quando existem evidências desta presença? Quando foram observadas naves e seres extrater-restres pela primeira vez?

    Em julho de 2014, arqueólogos indianos especularam que o território que pertence hoje em dia a esse país pode ter sido visitado por extraterrestres milhões de anos atrás. Tal é o resultado da análise de uma série de desenhos antigos achados em umas cavernas no distrito de Kanker do estado indiano de Chhattisgarh.

    O Departamento de Arqueologia e Cultura Estadual planeja solicitar apoio à NASA e à ISRO (Organização de Estudos Espaciais da Índia) para estudar os petróglifos que têm mais de 10 mil anos.

    Segundo o arqueólogo JR. Bhagat, citado pelo jornal The Times of India, os desenhos sobre pedra representam uma raça de extraterrestres.

    Há mais: parecem com os extraterrestres “clássicos” de Hollywood e Bollywood. Os transportes imaginados (ou vistos?) pelos nossos ancestrais também

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — Espiritismo e Ufologia —

    6

    são parecidos com os míticos “discos voadores”. “As figuras são desenhadas de uma maneira estranha e têm nas mãos objetos que parecem armas; não têm aspecto claro. Particularmente, não têm nariz nem boca. Em uns desenhos, até vestem trajes espaciais”, afirma o cientista.

    Em 1900, mergulhadores encontraram os destroços de um navio romano na costa da ilha grega de Antikythera. Entre os outros tesouros detidos pelo governo da Grécia estava um bloco irreconhecível de metal corroído. Algum tempo mais tarde o bloco se desmontou, revelando um mecanismo danificado de propósito desco-nhecido, que possuía grandes engrenagens com muitos dentes pequenos e algumas palavras gravadas em grego no metal. Estudos anteriores sugeriram que o mecanismo era algum tipo de dispositivo utilizado para estudos astronômicos.

    As descobertas, publicadas na Revista Nature, são provavelmente melhor descritas como “alucinantes”. Aparelhos com este nível de complexidade não foram vistos novamente por quase 1500 anos, e a forma com que o mecanismo de Antikythera é compacto supera às dos projetos mais recentes. Provavelmente cons-truído em 150 A.C., o mecanismo de Antikythera pode resolver números e funções somente pelo movimento de sua manivela lateral.

    Através do uso de nada além de um sistema engenhoso de engrenagens, o mecanismo podia ser usado para predizer o mês, o dia e a hora de um eclipse, e até mesmo contabilizava anos bissextos. Ele também podia prever as posições do Sol e da Lua no zodíaco, possui uma engrenagem com uma pedra preta e branca para mostrar as fases da Lua em determinadas datas.

    Embora este achado de Antikythera seja um dos únicos mecanismos sofisti-cados da antiguidade cuja autenticidade não é contestada pela comunidade científica.

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — Espiritismo e Ufologia —

    7

    O mecanismo de Antikythera

    Uma das mais surpreendentes descobertas ocorreu em 3 de junho de 1968. William Meister e Francis Shape descobriram pegadas calçadas em Antelope Springs, próximo a Delta, no estado de Utah, (EUA). Elas mediam 32,5 x 11,25 cm. O interessante destas pegadas é que elas esmagaram dois trilobites no momento em que foram impressas. O trilobite está extinto a 240 milhões de anos. A imagem abaixo mostra as pegadas. No retângulo, está assinalado um dos trilobites fossilizado juntamente com as pegadas.

    Naves espaciais estão em diversas culturas, desde as vimanas nos escritos Mahabharata, na visão de Ezequiel às margens do rio quebar, relatada na Bíblia, as representações de seres espalhadas pelo planeta, em aparências de veículos voando, após a Segunda Guerra Mundial e com o famoso Caso Roswell e a proliferação dos casos nos anos seguintes até os dias de hoje.

    ENCARNAÇÃO EM OUTROS MUNDOS

    As nossas diversas existências corporais se verificam todas na Terra? “Não; vivemo-las em diferentes mundos. As que aqui passamos não são as primeiras

    nem as últimas; são, porém, das mais materiais e das mais distantes da perfeição.” (O Livro dos Espíritos, q. 172.)

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — Espiritismo e Ufologia —

    8

    A pluralidade dos mundos habitados é, como já se disse tantas vezes, um dos

    princípios fundamentais do Espiritismo. Na obra da Criação divina, entre os mundos destinados à encarnação de

    Espíritos em estágio probatório ou expiatório, encontra-se a Terra, uma das inume-ráveis habitações do ser humano.

    Evidentemente existem muitos outros mundos que abrigam humanidades semelhantes à nossa, não sendo o homem terreno o único ser corpóreo dotado de inteligência, racionalidade e senso moral no Universo imenso.

    Criado simples e ignorante, dotado de livre-arbítrio, inclinado tanto para o bem quanto para o mal, falível portanto, o Espírito sujeita-se a encarnar e reencarnar, experimentando múltiplas existências corporais na Terra ou em outros planetas, tantas quantas forem necessárias para ultimar sua depuração e seu progresso.

    Esse processo admirável realiza-se por meio das emigrações e imigrações de Espíritos, ou seja, da alternância sucessiva e múltipla das existências humanas nos dois planos da vida: o corpóreo e o espiritual. Todo Espírito encarnado, enquanto seu corpo vive, está vinculado ao mundo em que encarnou. Desencarnado, passa ele à condição de Espírito errante, que é exatamente o indivíduo que necessita reencarnar para depurar-se e progredir.

    No estado de erraticidade o Espírito continua a pertencer ao mundo onde tem de encarnar, mas, não estando a ele fixado pelo corpo, é mais livre e pode, se for permitido, até mesmo visitar outros mundos, com a finalidade de instruir-se.

    As emigrações e imigrações de Espíritos ocorrem também entre mundos diferentes, isto é, podem os Espíritos migrar de uns para outros planetas.

    Uns emigram por força do progresso realizado, que os habilita a ingressar em um mundo mais adiantado, o que é um prêmio para eles; outros, ao contrário, são banidos do mundo a que pertencem, por não haverem acompanhado o progresso moral atingido pela humanidade desse mundo. O exílio que lhes é imposto constitui verdadeiro castigo, que a lei de Justiça impõe aos recalcitrantes no mal, escra-vizados ao orgulho e à sensualidade.

    Além disso, os habitantes de mundos mais adiantados, como Júpiter por exemplo, procuram auxiliar os mundos mais atrasados, o que assegura um inter-câmbio intenso entre eles.

    L.E. 181. Os seres que habitam os diferentes mundos têm corpos seme-lhantes aos nossos?

    É fora de dúvida que têm corpos, porque o Espírito precisa estar revestido de matéria para atuar sobre a matéria. Esse envoltório, porém, é mais ou menos material, conforme o grau de pureza a que chegaram os Espíritos. É isso o que assinala a diferença entre os mundos que temos de percorrer, porquanto muitas moradas há na casa de nosso Pai, sendo, conseguintemente, de muitos graus essas moradas. Alguns o sabem e desse fato têm consciência na Terra: com outros, no entanto, o mesmo não se dá.

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — Espiritismo e Ufologia —

    9

    Em primeiro lugar, invoca-se na resposta a necessidade do envoltório material

    para propiciar a encarnação. Espírito, perispírito e corpo material são três ingre-dientes gerais que entram na composição de um "encarnado" com descrito pelos princípios do L.E. A pergunta feita por Kardec usa a palavra "corpo". Portanto, a resposta afirma que é possível existir corpos diferenciados do nosso, e que isso é imposto pela existência de uma escala de progresso (pureza) dos Espíritos. Além disso, a resposta caracteriza a diferença entre os mundos muito mais do que simplesmente pelo estado físico deles, é uma diferença entre "densidades".

    Muito além do que comentamos acima, essa resposta leva a uma conclusão

    muito mais importante: a de que a matéria pode ser encontrada em diferentes graus — não se trata aqui da densidade ordinária da física ou da química. Existiria, portanto, um tipo de matéria invisível, não acessível aos nossos sentidos ordinários (e nem a dispositivos ou equipamentos que usam esses sentidos).

    A VIDA UNIVERSAL Camille Flammarion

    Quando em meio a uma noite profunda e silenciosa nossa alma solitária se

    eleva para esses mundos longínquos que brilham acima de nossas cabeças, instintivamente procuramos interpretar os raios que nos chegam das estrelas, porque sentimos que esses raios são outros tantos laços fluídicos, ligando os astros entre si na imensa rede da solidariedade. Agora que as estrelas já não são para nós cravos de ouro fixadas na abóbada celeste; agora que sabemos que essas estrelas são outros tantos sóis análogos ao nosso, centros de sistemas planetários variados e disseminados a incríveis distâncias através do infinito dos Espaços; agora que a noite não é mais para nós um fenômeno que se estende ao Universo inteiro, mas simplesmente uma sombra passageira situada por detrás do globo terrestre relativamente ao Sol, sombra que se estende a uma certa distância, mas não até às estrelas, e que atravessamos todos os dias durante algumas horas por força da rotação diurna do globo; — aplicamos esses conhecimentos físicos à explicação filosófica de nossa situação no Universo, e constatamos que habitamos a superfície de um planeta que, longe de ser o centro e a base da Criação, não passa de uma ilha flutuante do grande arquipélago, arrastado, ao mesmo tempo que miríades de outros análogos, pelas forças diretivas do Universo, não tendo sido marcado pelo Criador com nenhum privilégio especial.

    Imaginemos que o globo sobre o qual nos encontramos avance no vazio à razão de 660.000 léguas por dia, ou 27.500 léguas por hora! 30.550 metros por segundo: é uma velocidade mais de cinquenta vezes mais rápida que a de uma bala de canhão (550 metros). Por certo não podemos simbolizar exatamente essa rapidez inaudita, mas dela podemos formar uma ideia, representando uma linha de

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — Espiritismo e Ufologia —

    10

    458 léguas de extensão e imaginando que o globo terrestre a percorra num minuto. Perpetuamente, sem parar, sem trégua, a Terra voa assim. Supondo-nos colocados no espaço, ao lado de seu caminho, na expectativa de vê-la passar diante de nós como um trem expresso, nós a veríamos chegar de longe sob a forma de uma estrela brilhante. Quando não estivesse a mais do que 600 ou 700.000 léguas de nós, isto é, 24 horas antes de chegar, pareceria maior do que qualquer estrela conhecida, menor do que nos parece a Lua: como uma grande bólide, semelhante às que, por vezes, atravessam o espaço. Quatro horas antes de sua chegada, parece cerca de 14 vezes mais volumosa que a Lua e, continuando a inflar-se desmesuradamente, logo ocupará um quarto do céu. Já distinguimos em sua superfície os continentes e os mares, os polos carregados de neve, as faixas de nuvens tropicais, a Europa com as bordas recortadas... mas, aumentando, aumen-tando sempre, de repente o globo se desdobra como uma sombra gigantesca sobre o céu inteiro, levando seis minutos e meio para passar, o que talvez nos permita ouvir os gritos dos animais selvagens nas florestas equatoriais e o canhão dos povos humanos, para, em seguida, afastando-se com majestade nas profundezas do espaço, mergulhar no vazio e encolher-se na imensidade sem-fim, não deixando outro traço de sua passagem, senão um misto de espanto e de terror em nosso olhar apavorado.

    É nesta bola colossal que estamos disseminados, pequenos seres impercep-tíveis, arrastados com uma energia indescritível por seus diversos movimentos de translação, de rotação, de oscilação, e por suas inclinações alternativas, mais ou menos como os grãos de poeira aderem a uma bala de canhão lançada no espaço. Conhecer e sentir esta marcha da Terra é possuir uma das primeiras e mais importantes condições do saber cosmográfico.

    Assim voa a Terra no céu. A descrição desse movimento pode parecer puramente do domínio da Astronomia. Logo constataremos que a filosofia religiosa é altamente interessada nesses fatos e que, na realidade, o conhecimento do universo físico dá as bases da religião do futuro.

    A Terra é um astro do céu, da mesma forma que Júpiter ou Sírius, e que circula no espaço eterno por meio de movimentos que nos dão uma medida do tempo: os anos e os dias – medidas de tempo que esses movimentos criam por si mesmos e que não existe no espaço eterno.

    Por outro lado, observamos que os seres vivos, particularmente os homens, são formados por uma alma organizadora, que é o princípio imaterial, independente das condições de espaço e de tempo e das propriedades físicas que caracterizam a matéria, e que as existências humanas não são o fim da Criação, mas, antes, dão ideia de passagens, de meios.

    Por si só, a vida na Terra carece de objetivo. É o que ressalta incontesta-velmente da própria organização da vida e da morte neste mundo. Aliás, a vida terrena nem é um começo nem um fim.

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — Espiritismo e Ufologia —

    11

    A Terra é um astro habitado, planando no céu em companhia de miríades de outros astros, habitados como ela. Nossa atual vida terrestre faz parte da vida universal e eterna, dando-se o mesmo com a vida atual dos habitantes dos outros mundos. O espaço é povoado de colônias humanas vivendo, ao mesmo tempo, em globos afastados uns dos outros e ligados entre si por leis, das quais sem dúvida ainda não conhecemos senão as mais patentes.

    O esboço geral de nossa fé na vida eterna compõe-se, portanto, dos seguintes pontos:

    1o – a Terra é um astro do céu; 2o – os outros astros são habitados como ela; 3o – a vida da humanidade terrestre é um departamento da vida universal; 4o – a existência atual de cada um de nós é uma fase de sua vida eterna –

    eterna no passado como no futuro. Que provas se podem obter de que a nossa existência atual seja uma fase de

    uma pretensa vida eterna? Se a alma sobrevive ao corpo, como pode existir sem matéria e privada dos

    sentidos que poriam-na em relação com a Natureza? Se preexiste, de que maneira encarnou em nosso corpo e em que momento?

    O que é uma alma? Em que consiste esse ser? Ocupa um lugar? Como age sobre a matéria? Se já vivemos, por que em geral não temos qualquer lembrança? Como a

    personalidade de um ser pode existir sem a memória? Nossas lembranças estão em nosso cérebro ou na nossa alma? Se reencarnamos sucessivamente de mundo em mundo quando terminará

    essa transmigração e para que serve? Em vez de afastar as objeções ou parecer desdenhá-las, nosso dever, o dos

    que buscamos a verdade e não cremos obtê-la senão pelo trabalho, é, ao contrário, de as provocar e não nos deixar iludir, imaginando que nossas crenças já se tenham estabelecido e sejam inatacáveis. A Ciência marcha lentamente, progressivamente, e é sondando a profundeza dos problemas e atacando as questões de frente que aplicaremos a esses estudos filosóficos a severidade e o rigor necessários para assegurar aos nossos argumentos a solidez que lhes convém. A revelação moderna não provém da boca de um Deus encarnado, mas dos esforços da inteligência humana para o conhecimento da verdade.

    Que esta certeza física inspire às nossas almas uma simpatia mais direta, mais humana para com os mundos que resplandecem na noite, e que até então olhávamos como se nos fossem estranhos! São as residências de nossas humanidades irmãs, as residências menos distantes!

    Olhando uma estrela que se eleva no horizonte, estamos na mesma situação de um observador que, de seu balcão, contempla as árvores de uma paisagem

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — Espiritismo e Ufologia —

    12

    distante, ou que se inclina sobre o parapeito do navio ou do aeróstato para examinar um barco no mar ou uma nuvem na atmosfera; porque a Terra é uma nau celeste que vaga no espaço e olhamos ao seu redor quando nossos olhos se voltam para os outros mundos que aparecem e desaparecem seguindo o seu rastro. Sim, esses outros mundos são outras tantas terras análogas à nossa, movimentando na amplidão sob os raios do mesmo Sol, e todas essas estrelas cintilantes são sóis ao redor dos quais gravitam planetas habitados.

    Em tais mundos, como no nosso, há paisagens silenciosas e solitárias. Em sua superfície também se disseminam cidades populosas e ativas. Lá também há poentes de nuvens purpurinas e deslumbrantes auroras mágicas; mares de cantos melancólicos, regatos de doces murmúrios, pequenas flores de tenras corolas, banhando na água limpada suas cabeças perfumadas. Lá também há bosques sombrios, sob os quais reside a inalterável paz da Natureza; lagos, suaves espelhos que parecem sorrir aos céus e montanhas formidáveis, que levantam seus cumes sublimes acima das nuvens carregadas de relâmpago e que, do alto dos ares tranquilos, olham tudo o que está em baixo.

    Mas nesses mundos variados há mais desses panoramas inenarráveis, desconhecidos na Terra, esta inimaginável variedade de coisas e de seres que a Natureza desenvolveu em profusão em seu império sem limites. Quem nos revelará o espetáculo da Criação sobre os anéis de Saturno? Quem nos revelará as metamorfoses maravilhosas do mundo dos cometas? Quem nos desvendará os sistemas mágicos dos sóis múltiplos e coloridos, oferecendo aos seus mundos as mais singulares variedades de estações, de dias, de luzes e de calor?

    As metamorfoses da mitologia antiga não passam de um sonho, comparadas às obras universais da natureza celeste.

    Referências Bibliográficas: — Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, 1. ed. — CELD, 2010. — Kardec, Allan. A Gênese, 3. ed. — CELD, 2010. — Kardec, Allan. Revista Espírita — Jornal de Estudos Psicológicos, Ano 12o. 1869. — FEB, 2005. — Site:

    www.ufologialivre.webnode.com.br www.siteastronomia.com www.br.sputniknews.com www.hypescienc.com www.fenomenum.com.br www.forumespirita.net www.oconsolador.com.br www.eradoespirito.blogspot.com.br

  • CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS

    7o CONGRESSO DE ESTUDOS ESPÍRITAS

    VIDA E OBRA DE DEOLINDO AMORIM

    TEMA CENTRAL

    O Espiritismo e os Problemas Humanos

    Capítulo IV – O Estado e as

    Caridade e Amor ao Próximo 886. Qual o verdadeiro sentido da palavra entendia Jesus? “Benevolência para com todos, indulgência para as i mperfeições dos outros, perdão das ofensas.” ( O Livro dos Espíritos

    CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS

    CONGRESSO DE ESTUDOS ESPÍRITAS

    DEOLINDO AMORIM

    TEMA CENTRAL

    O Espiritismo e os Problemas Humanos – 2a Parte

    O Estado e as Obras Sociais

    Caridade e Amor ao Próximo

    886. Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, assim como a

    “Benevolência para com todos, indulgência para as i mperfeições dos O Livro dos Espíritos )

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — Vida e Obra de Deolindo Amorim

    14

    OBJETIVO GERAL

    � Compreender que a presença do Poder Público não é suficiente para preencher todas as lacunas, principalmente quanto às carências de espiritualidade.

    OBJETIVOS ESPECÍFICOS

    � Compreender a distinção conceitual entre assistência social e servi

    � Entender que a necessidade pode estar no corpo como pode estar na alma

    � Entender o conceito de Assistência Integral

    Já se disse, com alguma ênfase, que por isso, o movimento espírita não deveria interessartrabalho. É uma afirmativa à primeira vista ponderável, mas dis cutível quando confrontada com os fatos . Nas condições em que vivemos hoje são tais e tão gritantes as deficiências em matéria assistencial que chegam a dar a impressão de uma patologia social generalizada. Não queremos dizer que a ação do Estado seja desnecessária. Não. (...)

    (...) Massuficiente para preencher todas as lacunas, principalmente quanto

    Humildade e caridade , eis o que não cessa de recomendar, e do que mesmo dá o exemplo; orgulho e egoísmo, eis o que não cessa de combater. Jesus , porém, faz mais do que recomendar a caridade, e em termos bem definidos, como a condição absoluta

    cap. XV – “ Fora da

    Estudos Espíritas

    Vida e Obra de Deolindo Amorim—

    Compreender que a presença do Poder Público não é suficiente para preencher todas as lacunas, principalmente quanto às carências de espiri-

    Compreender a distinção conceitual entre assistência social e serviço social.

    necessidade pode estar no corpo como pode estar na alma.

    Entender o conceito de Assistência Integral.

    Vamos ao Estudo?

    Já se disse, com alguma ênfase, que "obra social é função do Estado" e, por isso, o movimento espírita não deveria interessar-se por esse campo de

    uma afirmativa à primeira vista ponderável, mas dis cutível quando . Nas condições em que vivemos hoje são tais e tão

    gritantes as deficiências em matéria assistencial que chegam a dar a impressão de Não queremos dizer que a ação do Estado

    (Parágrafo 1.)

    Mas a presença do Poder Público não é suficiente para preencher todas as lacunas, princi-palmente quanto às carências de espiritualidade.

    , eis o que não cessa de recomendar, e do que ele mesmo dá o exemplo; orgulho e egoísmo, eis o que não cessa de combater.

    , porém, faz mais do que recomendar a caridade, ele a coloca claramente, a condição absoluta da felicidade futura.

    (O Evangelho Segundo o Espiritismo , Fora da Caridade não há Salvação”, item 3.)

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — Vida e Obra de Deolindo Amorim

    15

    Podemos anotar claramente duas posições exageradas:

    que advogam totalmente a gerência do Estadoeste compete os empreendimentos assistenciaisde orfanatos, abrigos, creches, etc; do outro lado,bem-intencionados, acham que os objetivos ou as metas do trabalho espírita devem situar-se na assistência social, como se o ser humano não tivesse outras necessidades e aspirações. (Parágrafo 1.)

    � E você, o que pensa? De que lado está?

    � Uma caridade assistencialista

    � Uma caridade que deve transcender o assistencialismo?

    Há oportunidade, aqui, para uma repetição: não é o fim último a que se propõe o programa distinção conceitual entre assistência social e ser viço social.engloba muitas formas de trabalho em benefício dos alma, o que provoca muitas vezes iniciativas momentâneas ou de emepela gravidade ou premência das circunstâncias.

    Mas a necessidade pode estar no corpo

    (doença, fome ou debilidade) como pode estar na alma (depressão, desespero ou perturbação obsessiva), o que exige, às vezes, conforme a natureza casos, mais desvelo ou mais amor do que propriamente técnica.

    Sob este ponto de vista, o trabalho coletividade e ao próprio Estado , embora as suas realizações assistenciais, muitas delas impregnadas de verdadeiro espírito missionárioas características do Serviço Social no conceito

    Serviço Social não é assistência pura e simples, é uma forma de ação racionalizada, com técnicas, princípios e meios próprios. O Serviço Social utiliza inquérito, pesquisa de campo, levantamentos grupais.

    Conquanto não obedeça inteiramente aos princípios e às técnicas ensinadas nos cursos de Serviço Social, a assistência que se pratica no meio espírita,

    Estudos Espíritas

    Vida e Obra de Deolindo Amorim—

    Podemos anotar claramente duas posições exageradas: de um lado , a dos totalmente a gerência do Estado por entenderem que somente a

    empreendimentos assistenciais , como a criação e manutenção do outro lado, os que, unilateralmente, embora

    os objetivos ou as metas do trabalho espírita como se o ser humano não tivesse outras

    que pensa? De que lado está?

    assistencialista – filantrópica?

    deve transcender o assistencialismo?

    Há oportunidade, aqui, para uma repetição: assistência social é um meio, não é o fim último a que se propõe o programa espírita. Entretanto, existe uma distinção conceitual entre assistência social e ser viço social. A Seara Espírita engloba muitas formas de trabalho em benefício dos sofredores do corpo e da

    iniciativas momentâneas ou de eme rgência pela gravidade ou premência das circunstâncias. (Parágrafo 2.)

    Mas a necessidade pode estar no corpo (doença, fome ou debilidade) como pode estar na alma (depressão, desespero ou perturbação obses -

    o que exige, às vezes, conforme a natureza dos casos, mais desvelo ou mais amor do que propria-mente técnica.

    rabalho espírita presta inestimável serviço à , embora as suas realizações assistenciais,

    espírito missionário , não tenham todas as características do Serviço Social no conceito específico.

    (Parágrafo 2.)

    não é assistência pura e simples, é uma forma de ação racionalizada, com técnicas, princípios e meios próprios. O Serviço Social utiliza inquérito, pesquisa de campo, levantamentos grupais.

    Conquanto não obedeça inteiramente aos princípios e às técnicas ensinadas a assistência que se pratica no meio espírita,

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — Vida e Obra de Deolindo Amorim

    16

    cuidando do corpo e da alma, é obra de altruísmosempre umas tantas condições individuais

    � Vocação

    � Coragem

    � Paciência

    Uma sociedade egoísta, segundo Kardec em

    � Com o egoísmo, prevalece o interesse pessoalvendo no semelhante apenas um antagonista, um rival que pode concorrer conosco, que podemos explorar ou que pode nos explorar; aquele que fará o possível para chegar antes de nós: a vitória é do mais esperto e a sociedade — coisa triste de dizer, muitas vezes consagra essa vitória, o que faz com que ela se divida em duas classes principais: os exploradores e os explorados.

    � Kardec nos afirma que: “A questão social depende inteiramente do melhoramento moral do indivíduo e das massas...”.

    E uma sociedade baseada na C aridade, segundo KardecEspírita de 1862:

    � Substituí o egoísmo pela caridade e tudo se modific arárará fazer o mal ao seu vizinho; os ódios e os ciúmes se extinguirão por falta de combustível, e os homens viverão em paz, ajudandovez de se dilacerarem. Se a caridade substituir o egoísmo, todas as instituições sociais serão fundadas soreciprocidade ; o forte protegerá o fraco, em vez de o explorar.

    Toda obra humana para ser Bela, Grandiosa, Duradoura, deve ser como um reflexo, como uma imagem reduzida da Obra Eterna. As Instituições, as Regras, as Leis Sociais devem se inspirar no Plano Geral, na Ordem do Universo.Espiritismo , Léon Denis.)

    Estudos Espíritas

    Vida e Obra de Deolindo Amorim—

    cuidando do corpo e da alma, é obra de altruísmo e, por isso mesmo, reclama individuais :

    Vocação para servir por amor.

    Coragem moral para superar preconceitos.

    Paciência e tenacidade .

    Uma sociedade egoísta, segundo Kardec em Viagem Espírita de 1862:

    Com o egoísmo, prevalece o interesse pessoal , cada um vive para si, vendo no semelhante apenas um antagonista, um rival que pode concorrer conosco, que podemos explorar ou que pode nos explorar; aquele que fará o possível para chegar antes de nós: a vitória é do mais esperto e a sociedade

    iste de dizer, muitas vezes consagra essa vitória, o que faz com que ela se divida em duas classes principais: os exploradores e os explo-

    Kardec nos afirma que: “A questão social depende inteiramente do melhora-mento moral do indivíduo e das massas...”. (Obras Póstumas – “Credo Espírita”.)

    aridade, segundo Kardec em Viagem

    Substituí o egoísmo pela caridade e tudo se modific ará; ninguém procu-rará fazer o mal ao seu vizinho; os ódios e os ciúmes se extinguirão por falta de combustível, e os homens viverão em paz, ajudando-se mutuamente em

    Se a caridade substituir o egoísmo, todas as insti -tuições sociais serão fundadas so bre o princípio da solidariedade e da

    ; o forte protegerá o fraco, em vez de o explorar.

    umana para ser Bela, Grandiosa, Duradoura, deve ser como um reflexo, como uma imagem reduzida da Obra Eterna. As Instituições, as Regras, as Leis Sociais devem se inspirar no Plano Geral, na Ordem do Universo. (Socialismo e

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — Vida e Obra de Deolindo Amorim

    17

    Estaria, realmentesua engrenagem burocráticapreencher os requisitos de uma

    Assistência

    Não se encerra na distribuição de alimentos e roupas,

    mas envolve outros aspectosprofundos, porque concernentes ao ao tratamento espiritual,médicos usuais.Temos de assistência, no entendimento espírita, vai além das providências exteriores.

    O Espiritismo, com Allan Kardec, traz nova luz à ta refa assistencial.Realçando a responsabilidade dos seus seguidores pelo preceito “Foranão há salvação”, fundamenta a prática da fraternidade noDestacam-se os capítulos X, XI, XII, XIII e XV de sobre o assunto. (Serviço de Assistência e Promoção Social Espírita

    A cobertura do Estado é necessária, mas os seus instrumentos não têm a

    indispensável adequação aos problemas dos desajustamentos de ordem interiorHá instituições meritórias, com pessoal muito solícito e responsável, porém, são exemplos muito especiais, não constituem a generalidade.

    Não basta construir abrigos ou "casas de recolhimento" sem a base da educação e dos valores espirituais.

    Estudos Espíritas

    Vida e Obra de Deolindo Amorim—

    realmente, o mecanismo do Estado com a engrenagem burocrática bem aparelhada para

    preencher os requisitos de uma Assistência Integral?

    ssistência Integral?

    Não se encerra na distribuição de alimentos e roupas, envolve outros aspectos , aliás, mais delicados e

    profundos, porque concernentes ao reerguimento moral e ao tratamento espiritual, que não depende dos recursos

    Temos que dizer, portanto, que a noção de assistência, no entendimento espírita, vai além das providências exteriores. (Parágrafo 3.)

    O Espiritismo, com Allan Kardec, traz nova luz à ta refa assistencial. Realçando a responsabilidade dos seus seguidores pelo preceito “Fora da caridade não há salvação”, fundamenta a prática da fraternidade no Evangelho do Cristo.

    se os capítulos X, XI, XII, XIII e XV de O Evangelho Segundo o Espiritismo Serviço de Assistência e Promoção Social Espírita .)

    A cobertura do Estado é necessária, mas os seus instrumentos não têm a problemas dos desajustamentos de ordem interior .

    Há instituições meritórias, com pessoal muito solícito e responsável, porém, são exemplos muito especiais, não constituem a generalidade. (Parágrafo 3.)

    Não basta construir abrigos ou "casas de recolhi-sem a base da educação e dos valores

    espirituais.

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — Vida e Obra de Deolindo Amorim—

    18

    “Numa sociedade organizada segundo a Lei do Cristo, ninguém deve morrer de fome.” (O Livro dos Espíritos , q. 930.)

    “Quando o homem praticar a Lei de Deus, terá uma ordem social baseada na justiça e na solidariedade e ele próprio também será melhor”. (Comentários de Kardec, O Livro dos Espíritos , q. 930.)

    Muitos (...) que saíram de estabelecimentos assistenciais ou simples

    "depósitos de meninos" trazem hábitos e vícios perigosos, o que prova, lamenta-velmente, que não foram educados, mas foram corrompidos na inexperiência e na miséria! (...) Outros, que formam, a bem dizer, uma legião de deformados psi-cologicamente , são desajustados para a vida prática porque foram maltratados, não receberam a mínima consideração, como se não tivessem direito pelo menos ao respeito humano . Apenas vestidos e alimentados, sem nenhuma transformação. Passam então para a sociedade uma carga de problema s que se agravam de dia para dia. (Parágrafo 3.)

    Há um elemento que quase não se faz pesar na balança e sem o qual a ciência econômica não passa de uma teoria: é a educação; não, a educação intelectual, mas a educação moral; tampouco a educação moral, através dos livros, mas a que consiste na arte de formar os caracteres, a que incute hábitos, pois a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. Quando se considera a massa de indivíduos, lançados, todos os dias, na torrente da população, sem princípios, sem freio e entregues aos seus próprios instintos, devemos nos espantar com as consequências desastrosas que daí resultam?

    (Comentários de Kardec, O Livro dos Espíritos , 685a.)

    Para conviver com internados (assistidos)(...) Três predicados deveriam ser a recomendação essencial: amor, paciência e capacidade natural de ouvir e dialogar para compreender e ajudar.

    Quem trabalha apenas no cumprimento de uma obrigação funcional ou

    adstrita aos regulamentos, sob a rigidez dos horários, não tem como extravasar o sentimento e descer à intimidade dos conflitos mais profundos e às confi-dências aliviadoras.

    Quem está segregado de seu meio social, na prisão, no hospital ou no

    asilo, suponhamos, sente necessidade muitas vezes d e confiar em alguém ou de se “abrir" a respeito de seus problemas. E se todos passam indiferentes, se ninguém lhe dá atenção, a vida transforma-se de tal modo que tudo parece um deserto de frieza e desumanidade.

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — Vida e Obra de Deolindo Amorim

    19

    Então os justos lhe perguntarão : Senhor, quando foi que nós te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos sem teto e te abrigamos, sem roupas e te vestimos, ou enfermo, ou no cárcere, e te fomos visitar? E o rei lhes responderáas vezes que fizestes isso a um destes meus irmãos mais humildes, foi a mim que o fizestes. (Mateus, XXV:31 a 46, O Evangelho Segundo o Espiritismo

    E quem é meu próximo?Jesus, respondeu: (Parábola do Bom Samaritano

    A administração pública por natureza é subordina a critérios sentimentais.

    Por isso mesmo, há muita diferença entre função e missão.� A função é inerente aos regulamentos e estatutos, é rotina,

    pública tem as suas ordenações: horário de expediente livro de "ponto", prescrições regimentais, etc. Fora disto ou, além disto, nada mais se pode exigir.

    � Mas a missão é doação de alma para alma, é permutacom alto espírito de renúncia. A missão é escolha voluntária, porque sente felicidade em servir. (...) Há muitos casos em que o trabalho missionário se prende a compromissos do passado, isto é a respo nsabilidade assumida noutras existência s, à luz da reencarnação. Espíritos que passaram a vida inutilmente

    voltam à Terra com a missão de redimir- se, trabalhando pelos outros.

    Necessidade da

    25. A encarnação é uma punição, e só os espíritosA passagem dos espíritos pela vida corporal écom a ajuda de uma ação material, os desígnios dos quais Deus lhes confiou aexecução. (O Evangelho Segundo o Espiritismo

    Estudos Espíritas

    Vida e Obra de Deolindo Amorim—

    : Senhor, quando foi que nós te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos sem teto e te abrigamos, sem roupas e te vestimos, ou enfermo, ou no

    E o rei lhes responderá : Em verdade vos digo, todas as vezes que fizestes isso a um destes meus irmãos mais humildes, foi a mim que o

    O Evangelho Segundo o Espiritismo , cap. XV, item 1.)

    E quem é meu próximo?Jesus, tomando a palavra, (Parábola do Bom Samaritano ).

    A administração pública por natureza é formal e pragmática , não se

    há muita diferença entre função e missão. regulamentos e estatutos, é rotina, (...) A função

    pública tem as suas ordenações: horário de expediente livro de "ponto", etc. Fora disto ou, além disto, nada mais se pode

    Mas a missão é doação de alma para alma, é permuta de sentimentos, A missão é escolha voluntária, porque sente

    Há muitos casos em que o trabalho missionário se prende a compromissos do passado, isto é a respo nsabilidade

    s, à luz da reencarnação.

    Espíritos que passaram a vida inutilmente, noutros tempos, muitas vezes se, trabalhando pelos outros.

    (Parágrafo 5.)

    Necessidade da Encarnação

    espíritos culpados estão sujeitos a ela? A passagem dos espíritos pela vida corporal é necessária para que possam realizar,

    ação material, os desígnios dos quais Deus lhes confiou a O Evangelho Segundo o Espiritismo , cap. IV, item 25. São Luís. Paris, 1859.)

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — Vida e Obra de Deolindo Amorim

    20

    Reafirmamos, pois, que as obras de assistência à pobreza abandonada: assim como à orfandade desprotegida ou à velhice desamparada, por exemplo, necessitam de verdadeiras vocações missionárias, antes de tudo.

    O movimento espírita ainda tem muito que realizar, além das obras já conso

    lidadas. (...) Justamente este ponto é que nos leva a repetir que esperar que o Estado venha realizar aquilo que o Es piritismo está realizando nas obras de assistência", porque o Estado não pode penetrar nas feridas da alma para localizar a origem de muitos males sociai s.

    Os Infortúnios

    4. Nas grandes calamidades, a caridade se manifesta, e surgem generosos movimentos para reparar os desastres; porém, existem milhares de desastres particulares que pass am despercebidos,o de pessoas em seus leitos de dor, sem se queixarem. São esses infortúnios discretos e ocultos, que a verdadeira generosidade sabe descobrir, sem esperar que venham procurar ajuda. (O Evangelho Segundo o Espiritismo

    Embora o Estado seja neutro em matéria religiosa, s egundo a letra da Constituição Federal , a participação direta do elemento oficial nas instituições assistenciais — principalmente em casas espíritas interferências na orientação essencial. Que o Estado, finalmente, cumpra a sua função no âmbito administrativo, mas que fiimpulsionadas e realizadas por sentimento de solida riedade

    Estudos Espíritas

    Vida e Obra de Deolindo Amorim—

    Reafirmamos, pois, que as obras de assistên-cia à pobreza abandonada: assim como à orfandade desprotegida ou à velhice desamparada, por exemplo, necessitam de verdadeiras vocações missionárias, antes de tudo.

    movimento espírita ainda tem muito que realizar, além das obras já conso-lidadas. (...) Justamente este ponto é que nos leva a repetir que "não podemos esperar que o Estado venha realizar aquilo que o Es piritismo está realizando

    porque o Estado não pode penetrar nas feridas da alma para localizar a origem de muitos males sociai s. (Parágrafo 7.)

    Os Infortúnios Ocultos

    Nas grandes calamidades, a caridade se manifesta, e surgem generosos movi-mentos para reparar os desastres; porém, ao lado desses desastres gerais, existem milhares de desastres particulares que pass am despercebidos, como o de pessoas em seus leitos de dor, sem se queixarem. São esses infortúnios

    deira generosidade sabe descobrir, sem esperar que O Evangelho Segundo o Espiritismo , cap. XIII, item 4.)

    Embora o Estado seja neutro em matéria religiosa, s egundo a letra da , a participação direta do elemento oficial nas instituições

    principalmente em casas espíritas — abriria caminho para Que o Estado, finalmente, cumpra a sua

    mas que fi que livre o campo das iniciativas impulsionadas e realizadas por sentimento de solida riedade humana, (...)

    (Parágrafo 8.)

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — Vida e Obra de Deolindo Amorim—

    21

    Conclusão

    793. Através de que sinais pode-se reconhecer uma civilização completa?

    “Vós a reconhecereis pelo desenvolvimento moral. Credes que estais muito adiantados, porque fizestes grandes descobertas e invenções maravilhosas; porque vos alojais e vos vestis melhor do que os selvagens; mas só tereis verdadeiramente o direito de vos considerar civilizados, quando tiverdes banido de vossa sociedade os vícios que a desonram e quando viverdes, entre vós, como irmãos, praticando a caridade cristã; até lá, sereis apenas povos instruídos, tendo percorrido somente a primeira fase da civilização.” A civilização, como todas as coisas, tem suas gradações. Uma civilização incompleta é um estado de transição que gera males específicos, desconhecidos no estado primitivo; mas, nem por isso, ela deixa de constituir um progresso natural, necessário, que traz consigo o remédio para o mal que causa. À medida que a civilização se aperfeiçoa, faz cessar alguns dos males que gerou e esses males desaparecerão com o progresso moral. De dois povos que tenham chegado ao topo da escala social, só pode considerar-se o mais civilizado, na verdadeira acepção da palavra, aquele em que se encontre menos egoísmo, cobiça e orgulho; onde os hábitos sejam mais intelectuais e morais do que mate-riais; onde a inteligência possa desenvolver-se com maior liberdade; onde haja mais bondade, boa-fé, benevolência e generosidade recíprocas; onde os preconceitos de casta e de nascimento estejam menos enraizados, pois esses preconceitos são incompatíveis com o verdadeiro amor do próximo; onde as leis nenhum privilégio consagrem e sejam as mesmas, para o último como para o primeiro; onde a justiça se exerça com menos parcialidade; onde o fraco sempre encontre apoio contra o forte; onde a vida do homem, suas crenças e suas opiniões sejam mais respeitadas; onde existam menos desgraçados e, finalmente, onde todo homem de boa vontade esteja sempre seguro de não lhe faltar o necessário.

  • 7º Congresso de Estudos Espíritas

    — Mulheres Espíritas —

    22

    Centro Espírita Léon Denis

    7o Congresso de Estudos Espíritas

    Mulheres Espíritas

    Yvonne do Amaral Pereira

    Tema 1: "Sua Vida e sua Obra"

    Tema 2: "Reminiscências de Vidas Passadas"

  • 7º Congresso de Estudos Espíritas

    — Mulheres Espíritas —

    23

    Patronesse Maria de Nazaré Orienta dora Espiritual Zilda Gama

    Nasceu Zilda Gama , em 11 de março de 1878, em Três Ilhas, município de Juiz de Fora. Por volta de 1912, Zilda Gama já era adepta da Doutrina Espírita. Após receber uma mensagem consoladora de seu pai através da psicografia, pouco depois, passava, ela a psicografar mensagens de “Mercedes” entidade que lhe foi de inexcedível dedicação e consorcia de todos os seus instantes de dor e de raras alegrias, enfim, um dos seus mais desvelados guias espirituais e que lhe revelara a importante missão que o Alto lhe reservava no Espiritismo, surpresa, ainda no ano de 1912, Zilda Gama psicografava a primeira mensagem assinada por Allan Kardec.

    Sob a tutela do Espírito Victor Hugo, escritor francês do século 19, escreveu vários romances. Desencarnou em 11 de janeiro de 1969, no Rio de Janeiro, com 91 anos de idade, vítima de acidente vascular cerebral. INTRODUÇÃO:

    Para Yvonne Pereira foi necessário que as lembranças de vidas passadas não fossem banidas de sua consciência por Misericórdia Divina, para o resgate de faltas pretéritas e sua redenção espiritual graças ao amparo e à proteção da Doutrina dos Espíritos e do Evangelho de Jesus Cristo.

    Se em nossas relações, e mesmo em nossa família, houvesse um indivíduo que nos deu, outrora, motivos reais de queixa, que talvez nos tenha arruinado ou desonrado, e que, arrependido, reencarnou em nosso meio, a fim de reparar suas faltas, é evidente que a lembrança do passado em nada contribuiria para a renova-ção de nossas atitudes, igual raciocínio aplica-se na situação oposta, quando nós, por hipótese, tenhamos sido o verdugo de nossos próprios familiares. Basta essa ordem de raciocínios para entendermos que a reminiscência das existências ante-riores perturbaria nossas relações sociais e constituiria um tropeço real à marcha do progresso e a nossa evolução espiritual. Coordenação de Encontro: Nadir C. de Souza e Mônica Caires Alves Organização de Conteúdo: Todos os componentes do Grupo de Estudos Espíritas

    sobre as Mulheres Espíritas Diagramação Finalização: Setor Editorial CELD

  • 7º Congresso de Estudos Espíritas

    — Mulheres Espíritas —

    24

    OBJETIVOS GERAIS PARA TODOS OS ENCONTROS:

    ♦ Resgatar a contribuição das mulheres espíritas na consolidação do movi-mento espírita.

    ♦ Destacar a vida das várias personalidades espíritas femininas, suas obras no campo político, socioeconômico e suas atividades mediúnicas.

    ♦ Valorizar o papel da mulher espírita dentro da sociedade.

    OBJETIVOS ESPECÍFICOS

    ♦ Conhecer a vida e a obra de Yvonne do Amaral Pereira e o seu papel como médium dentro do movimento espírita.

    ♦ Aprender com Yvonne que é possível conciliar as tarefas como cidadã com as tarefas da casa espírita.

    ♦ Mostrar Yvonne como exemplo de superação das dificuldades quando se tem fé e confiança na proteção espiritual.

    ♦ Aprender com Yvonne as diretrizes para o nosso melhor desempenho no campo mediúnico, sempre com o propósito de orientar e esclarecer.

    ♦ Identificar a contribuição da obra de Yvonne no entendimento da mediuni-dade a partir das lembranças de vidas passadas como oportunidade de resgates.

    TEMA 1 — VIDA E OBRA DE YVONNE DO AMARAL PEREIRA

    “A obra de Yvonne é marcada por uma autenticidade ímpar. Ela possuía um modo muito próprio de fazer abordagens. E tinha muita propriedade naquilo que afirmava. Considerando a sua pouca escolaridade, podemos dizê-la possuidora de uma vasta cultura. Seu autodidatismo lhe permitiu a conquista de uma visão crítica da realidade, assumindo posturas sempre coerentes com o conteúdo éti-co-moral da Doutrina Espírita.”

    (Camilo, Pedro. Yvonne Pereira, uma Heroína Silenciosa, p. 34.)

    � Uma médium respeitável

    Yvonne nasceu na antiga Vila de Santa Tereza de Valença, atual Rio das Flores, no Sul fluminense, no dia 24 de dezembro de 1900. Aos cinco anos, não somente via, mas conversava com os espíritos. Aos 12 anos, colocaram-lhe nas mãos a obra O Evangelho Segundo o Espiritismo, que ela passaria a ler diariamente. Aos 13 anos, escrevia com desenvoltura e estudava sozinha. Lia autores nacionais e inter-nacionais, como Bernardo Guimarães, José de Alencar, Goethe e Conan Doyle. Os

  • 7º Congresso de Estudos Espíritas

    — Mulheres Espíritas —

    25

    trabalhos em prosa e verso que escreveu, sob a tutela espiritual de Roberto de Canallejas (espírito).

    Yvonne, além de médium psicofônica e psicógrafa, gozava das faculdades me-diúnicas de desdobramento, materialização, de curas. Nas seis cidades em que viveu, sempre deu a sua contribuição nos centros espíritas, como bibliotecária, se-cretária, vice-presidente, evangelizadora, palestrante, ao longo de 84 anos, retornou ao mundo espiritual Yvonne do Amaral Pereira, às 22 horas do dia 9 de março, após um longo período de atividades na causa espírita. � Esquecimento do passado:

    REFLEXÃO:

    O Livro dos Espíritos , q. 399. Nota de Kardec — “Tendo retornado à vida corporal, o Espírito perde, momentaneamente, a lembrança de suas existências anteriores, como se um véu as ocultasse; todavia, algumas vezes, delas possui uma vaga consciência, e estas podem até ser-lhe reveladas, em certas cir-cunstâncias; mas, então, isto só se dá pela vontade dos Espíritos superiores, que o fazem espontaneamente, com um fim útil, nunca para satisfazer uma vã curiosidade.” � Superação:

    “...A Doutrina do Senhor, a esperança na sua justiça, a fé e a paciência que sempre me impeliram para o Espiri-tismo, a par do cultivo dos dons mediúnicos que espon-taneamente me impuseram desde a minha infância, me tornaram bastante forte para dominar e superar, até agora, as dificuldades que comigo vieram para a reencarnação

    expiatória, como resultado inapelável de um passado espiritual desarmonizado com o bem.”

    (Pereira, Yvonne A. Recordações da Mediunidade. Capítulo 2, 10a ed. FEB.)

    Yvonne viveu para servir ao plano espiritual e sua biografia é uma verdadeira lição de superação e reconquistas da honra espiritual. Escreveu diversas obras ci-tando seus testemunhos de vidas passadas,vivendo intensamente paixões e quedas morais, ferindo espíritos amigos e enveredando pelo suicídio por duas encarnações seguidas. Ao longo de suas obras vamos encontrar um espírito amigo que conviveu várias encarnações com ela, Roberto de Canallejas.

    Eis o trecho em que ele mostra a Camilo a sua esposa espiritual, ainda criança.

    “Deve estar entardecendo no hemisfério sul ocidental... Não haverá indiscrição

    e procurar vê-la neste momento...” Com efeito! Pouco a pouco a figura de uma

    Podemos ter algumas revelações a respeito de nossas vidas anteriores?

  • 7º Congresso de Estudos Espíritas

    — Mulheres Espíritas —

    26

    criança destacava-se da penumbra de um aposento de família paupérrima. Tudo indicava tratar-se de um lar brasileiro dos mais modestos, conquanto não miserável.

    Uma menina aparentando cinco anos de idade, cujas fei-ções concentradas e tristes indicavam a violência das tempes-tades que lhe tumultuavam o espírito, entretinha-se com seus modestos brinquedos de criança pobre, parecendo mentalmente

    preocupada com reminiscências que se embaralhavam aos fatos presentes, pois falava às bonecas como se conversasse com personagens cujas imagens se dese-nhavam quais contornos a crayon em suas vibrações mentais.”

    Roberto contemplou-a tristemente (...). “Aí esta! Reencarnada na terra de Santa Cruz... Onde palmilhará seu doloroso calvário de expiações... vive agora fora dos ambientes que tanto amava desamparada pela ausência daqueles que tão devotadamente a estremeciam, mas cujos corações espezinhou com a mais cruel ingratidão! Leila desapareceu para sempre na voragem do pretérito!!... Para o mundo terrestre será linda e graciosa criança, inocente e cândida como os anjos do céu! Perante a consciência dela própria, porém, e o julgamento da lei sacrossanta que infringiu, é grande infratora que cumprirá merecida pena, é a adultera, a perjura, a infiel, blasfema e suicida, pois Leila foi também suicida que renegou pais, esposo, filhos, a família, a honra, o dever, pelas funestas atrações das paixões inferiores”. (...) e assim sempre — exclamou tristemente não tem coragem de enfrentar-me...

    No entanto,pensa em mim e deseja voltar a meu convívio...” A história de Roberto sempre entrelaçada à de Yvonne, em Recordações da

    Mediunidade percebemos os fortes laços que os uniu séculos a fio, vejamos: Reencarnações de Roberto com Yvonne:

    No livro Nas Voragens do Pecado Luiz de Narbone

    No livro O Cavaleiro de Numiers Henri de Numiers

    No livro O Drama de Bretanha Arthur de Guzman

    No livro Um Caso de Reencarnação, eu e Roberto de Canallejas Z.P. (Iniciais do nome não revelado).

    Em “Um caso de Reencarnação, Eu e Roberto de Canallejas” nessas poucas páginas Yvonne nos surpreende com o relato da reencarnação de Roberto, na Polônia, quando ela já em idade madura o localizava através de um grupo que trocava postais usando o esperanto (idioma que os espíritos uti-lizam para ditar alguns de seus livros).

    Nesta narrativa comovente, a relação entre a médium e Roberto é detalhada, desvelada. Yvonne nos revela a presença de Roberto desde sua infância, passando pela adolescência, quando a seguia como espírito, a despedida ao retornar a Terra, até o vínculo “desconhecido” Z.P. (ela não revela o nome), que é o próprio Roberto, vivendo na Polônia distante. A transmutação do amor humano, carnal e amor espiritual, profundo, abrangente é para ela uma luta

  • 7º Congresso de Estudos Espíritas

    — Mulheres Espíritas —

    27

    diária consigo mesma. O sofrimento ao sabê-lo encarnado, ao visitá-lo espiritual-mente, sem poder vê-lo foi sua “prova de fogo” que lhe exigiu renúncia extrema. Mostrando-nos que o maior desafio do ser humano é vencer a si mesmo, superar o passado e construir um futuro de luz. Imaginamos os ex-suicidas como pessoas com deficiências, alquebrados fisicamente, como “castigo”. Mas nem sempre é assim. Para o espírito os sofrimentos e limitações físicas nem sempre são as situações mais difíceis. As limitações físicas de certo modo limitam a ação do mundo, porém, ter as condições de agir de modo leviano e não o fazer, renunciar a prazeres e tentações diversas em plena saúde e sã consciência exige um esforço imenso. A saúde do corpo, tão necessária para os enfrentamentos das tendências às quedas morais, para a resistência às recaídas nos mesmos equívocos do passa-do, juntamente com a oportunidade de trabalho no Bem podem ser ferramentas que constroem as asas, com as quais a alma alça seu voo transcendente.”

    (Pereira, Yvonne A. Um Caso de Reencarnação, eu e Roberto de Canallejas. Editora Associo Lorenz-2004.)

    TEMA2 — REMINISCÊNCIAS DE VIDAS PASSADAS

    “Se, como ficou dito, a lei da Criação encobriu o nosso passado espiritual, será porque o seu conhecimento não traria vantagem para o nosso progresso, antes poderia prejudicá-lo...”

    (Pereira, Yvonne A. Recordações da Mediunidade, p. 34; 10a ed. FEB.)

    (...) Já sumariamente, indicamos a causa fisiológica deste esquecimento, esta

    causa é o próprio renascimento, isto é o revestimento de um novo organismo, de um invólucro material que, sobrepondo-se ao invólucro fluídico, faz a seu respeito as

    “O espírito não readquire a lembrança do seu passado somente após a morte. Pode-se dizer que ele não a perde jamais, pois a expe-riência prova que, mesmo encarnado, durante o sono do corpo, o espírito desfruta de uma certa liberdade e tem consciência de seus atos ante-riores; sabe por que sofre, e que sofre justamente.”

    (Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. V, item 11.)

    O Livro dos Espíritos , q. 395 — “Podemos ter algumas revelações a respeito de nossas vidas anteriores” “Nem sempre. Contudo, muitos sabem o que foram e o que faziam. Se se lhes permitisse dizê-lo abertamente, extraordinárias revelações fariam sobre o passado.”

  • 7º Congresso de Estudos Espíritas

    — Mulheres Espíritas —

    28

    vezes de um apagador. Em consequência da diminuição do seu estado vibratório, o espírito cada vez que toma posse de um corpo novo, de um cérebro virgem de toda a imagem acha-se na impossibilidade de exprimir as recor-dações acumuladas das vidas precedentes (...)

    (...) Não existindo já os cérebros que registraram essas percepções é preciso procurá-las na consciência profunda, mas esta se conserva calada, enquanto o Espírito esta encerrado na carne. Para recuperar a plenitude das suas vibrações e reaver o fio das lembranças em si ocultas, é necessário que ela saia e se separe do corpo, então percebe o passado e pode reconstituí-lo nos menores fatos. É isso que se dá nos fenômenos do sonambulismo e do transe.

    (Léon Denis. O Problema do Ser e do Destino. 2a parte. Cap. XIV.)

    “Alma e perispírito não fazem mais que um todo indissolúvel, e, se nós os distinguimos, é porque só a alma é inteligente, quer e sente. O invólucro é a sua parte material, o que vale dizer passiva: é a sede dos estados conscienciais pre-téritos, o armazém das lembranças, a retorta em que se processa a memória de fixação, e é nele que o espírito se abastece, quando necessita de cabedais intelec-tuais para raciocinar, imaginar, comparar, deduzir, etc. Também receptáculo de ima-gens mentais, é nele que reside, finalmente, a memória orgânica e inconsciente”.

    “O perispírito tudo registrou e para sempre. São recodações que dormitam dentro de nós. Estas investigações permitem com-preender nitidamente que o esquecimento das passadas vidas é apenas passageiro, temporário, limitado a uma etapa terrena e que, uma vez restituída à sua verdadeira pátria, liberta das peias car-nais, a alma recupera a plenitude do seu eu (...)” (Gabriel Delanne. A Evolução Anímica. O Papel Psicológico do Perispírito.)

    “O Espírito Dr. Bezerra de Menezes, observou que nos manicômios terrestres existem muitos casos de suposta loucura que mais não são que estados agudos de excitação da subconsciência recordando existências passadas tumultuosas ou cri-minosas."

    (Pereira, Yvonne A. Recordações da Mediunidade, p. 34. 10a ed. FEB.)

    A lei divina, que rege a condição do ser encarnado na Terra, estabeleceu o

    O Evangelho Segundo o Espiritismo , cap. V, item 10 — “Quanto mais grave é o mal, tanto mais enérgico deve ser o remédio. Aquele, pois, que muito sofre deve reconhecer que muito tinha a expiar e deve regozijar-se à ideia da sua próxima cura. Dela depende, pela resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não lhe estragar o fruto com as suas impaciências, visto que, do contrário, terá de recomeçar.”

  • 7º Congresso de Estudos Espíritas

    — Mulheres Espíritas —

    29

    esquecimento das migrações pretéritas, por se tratar do que mais convém ao comum das criaturas, sendo mesmo essa a situação normal de cada ser , e, assim sendo, o fato de recordar produzirá choques morais por vezes intensos na personalidade que assim se destaca, acarretando anormalidades que variam de grau, conforme a situação moral ou consciencial de cada um (...)”

    (Pereira, Yvonne A. Pereira, Recordações da Mediunidade, p. 35. 10a ed. FEB.)

    (...) “Ao que parece, o fato de recordar existências passadas constitui provação para as criaturas comuns, ainda pouco evolvidas, ou concessão ao mérito, nas de ordem mais elevada na escala moral.

    Nas criaturas, ainda pouco evolvidas, verifica-se não raro, uma espécie de obsessão, havendo ou não a interferência do inimigo do passado, o indivíduo que recorda, sente uma grande tristeza e um grande desânimo. Aquele que recorda pressentirá apenas espinhos e lágrimas no decorrer da existência.”

    (Pereira, Yvonne A. Recordações da Mediunidade, p. 35. 10a ed. FEB.)

    (...) “Os médiuns positivos, ou seja, que possuam grandes forças intermediárias (eletromagnetismo, vitalidade, intensidade vi-bratória, sensibilidade superior, vigor mental em diapasão harmô-nico com as forças físico-cerebrais), serão mais aptos do que o normal das criaturas ao fenômeno de reminiscências do passado por disposições particulares...”

    (Pereira, Yvonne A. Recordações da Mediunidade, p. 35. 10a ed. FEB.)

    (...) “o fato de recordar o próprio passado reencarnatório é uma faculdade que bem poderá ser mediúnica, que, se bem desenvolvida e equilibrada, não alterará o curso da vida do seu possuidor (...)”

    (Pereira, Yvonne A. Recordações da Mediunidade, p. 36. 10a ed. FEB.)

    “Por que então tais fatos se enquadram na vida organizada pelas leis superio-res do plano divino? Serão tais casos acontecimentos normais da evolução?”

    (Pereira, Yvonne A. Recordações da Mediunidade, p. 36. 10a ed. FEB.)

    O Livro dos E spíritos , q. 392 — Por que o espírito encarnado perde a lembrança do passado?

    “O homem não pode, nem deve saber tudo, Deus na sua sabedoria, assim o quer. Sem o véu que lhe oculta certas coisas, o homem ficaria ofuscado , como aquele que passa sem transição, da escuridão para a luz. Com o esquecimento do passado, ele se sente mais senhor de si.”

    O Livro dos Médiuns , 193, item 3 — Médiuns positivos : suas comuni-cações têm, em geral, um caráter de nitidez e precisão que se presta, de boa vontade, aos detalhes circunstanciais, às informações exatas. Bastante raros.

  • 7º Congresso de Estudos Espíritas

    — Mulheres Espíritas —

    30

    “Certamente, é muito provável que assim seja visto que, tratando-se de uma faculdade que tende a atingir a plenitude das próprias funções, haverá o trabalho de evolução(...), não é o espírito encarnado ou não, o artífice da própria glória? Daí as lutas tremendas do roteiro a vencer...

    “Ou tratar-se-á, por ventura, de punição? De qualquer forma será o trabalho de evolução...”

    (Pereira, Yvonne A. Recordações da Mediunidade, p. 36. 10a ed. FEB.)

    UM CASO DE REMINISCÊNCIA

    Caso relatado por Gabriel Delanne em seu livro ”Reencarnação”. Este caso foi vivido e descrito pela Sra. Matilde de Krapkof, dama francesa, casada com um nobre russo no ano de 1893, a quem o próprio Sr. Delanne conheceu pessoalmente.

    “(...) nesse caso a recordação se expande no momento preciso; a subcons-ciência expulsa, momentaneamente, ao calor de uma emoção forte, as ondas das lembranças calcadas nos seus refolhos, há choque emocional e sofrimento indefi-nível, pois não é com facilidade que semelhante operação se realiza nos sagrados repositórios da alma humana.”

    (Pereira, Yvonne A. Recordações da Mediunidade, p. 42. 10a ed. FEB.)

    “(...) chegaremos à conclusão de que o fato é mais comum do que se supunha

    e que nem sempre ocasionará a citada pseudo-loucura, senão quando aí existam fatores consciências muito graves ou quando o cérebro físico e o sistema nervoso, por muito frágeis, não suportarem os choques emocionais advindos do fato, embora, de um modo geral, comova e aturda o paciente.”

    (Pereira, Yvonne A. Recordações da Mediunidade, p. 42. 10a ed. FEB.)

    “(...) Para nós, no entanto, esse fato constituiu duríssima provação, e certa-mente teríamos sucumbido a uma loucura total, ou mesmo ao suicídio, se não tivéramos a felicidade de, desde muito cedo, ser amparada pela grandiosa proteção da Doutrina dos Espíritos e do Evangelho de Jesus Cristo, que com efeito, pos-suem recursos para remediar todos os impasses da vida humana...”

    (Pereira, Yvonne A. Recordações da Mediunidade, p. 43. 10a ed. FEB.)

    O Livro dos Espíritos, q. 393. Nota de Kardec — “Se não temos, durante a vida corporal, uma lembrança precisa do que fomos e do que fizemos de bem e de mal, nas nossas existências anteriores, temos disto a intuição, e nossas tendências instintivas são uma reminiscência de nosso passado, às quais nossa consciência, que é o desejo que experimentamos de não mais cometer as mesmas faltas, nos adverte para resistir.”

  • 7º Congresso de Estudos Espíritas

    — Mulheres Espíritas —

    31

    “(...) Eu, aliás, não poderia esquecer facilmente certos detalhes de minha passada existência, porque as entidades Charles e Roberto pareciam interessadas em conservá-los. De certa feita, Charles declarou mesmo veemente e autoritário qual enérgico pai:

    '— Não deixarei que esqueças certos episódios por ti vividos na anterior existência, porque será o único meio de te fazer refletir para a emenda definitiva. Não te pouparei os sofrimentos daí advindos. O que poderei fazer é ajudar-te a suportá-los com firmeza de ânimo, e isso eu o farei'." (Charles)

    (Pereira, Yvonne A. Recordações da Mediunidade, p. 51, 10a ed. FEB.)

    CONCLUSÃO:

    Nenhum outro interesse, a não ser o desejo de servir à Doutrina do Conso-lador enviado por Jesus, sob cuja proteção venho operando a minha reabilitação moral-espiritual, me impeliu de publicar estas páginas. Meu desejo único é testemu-nhar a veracidade da Doutrina dos Espíritos, e quem sabe? Consolar e reanimar corações que se viram colocados em situações dolorosas como as que me atingi-ram, transmitir-lhes a segurança, a fé e a esperança com que fui socorrida pe-la Misericórdia de Deus e a proteção dos bons espíritos, e dizer-lhes da realidade da mensagem que o Alto concedeu à humanidade através da Terceira Revelação, o Espiritismo. Estas páginas encerram, portanto, um testemunho, talvez o último que me foi necessário dar à Lei de Deus nesta existência que tive, tão fértil em testemu-nhos de gêneros diferentes. Que o leitor me compreenda e jamais me acuse de vaidade por escrever este laboratório. Em verdade, nesta minha vida, tão longa e atribulada, apenas fortalecida e consolada pela Doutrina Espírita, não tive tempo nem razões para alimentar vaidades de qualquer espécie.

    Bibliografia PEREIRA, Yvonne do Amaral. Recordações da Mediunidade. Obra mediúnica orien-tada pelo Espírito Adolfo Bezerra de Menezes, 10a ed., Rio de Janeiro, FEB, 2002. PEREIRA, Yvonne do Amaral. Um Caso de Reencarnação — Eu e Roberto de Canallejas. Editora Associo Lorenz, 2004. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 1a ed., Rio de Janeiro, CELD, 2010. KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 1a ed., Rio de Janeiro, CELD, 2003. Jornal Mundo Espírita. FEP. Março, 2004. Jornal Correio Fraterno. Maio-junho, 2014. CAMILO, Pedro. Yvonne Pereira: uma Heroína Silenciosa. Bragança Paulista, SP, Lachâtre, 2014. DELANNE, Gabriel. A Evolução Anímica. O Papel Psicológico do Perispírito. DENIS, Léon. O Problema do Ser e do Destino. 2a parte, cap. XIV. CELD.

  • 7o Congresso de Estudos Espíritas sobre

    O Meio Ambiente e Espiritismo

    Tema: "Solidariedade; Comunhão Universal"

    Eurípedes Barsanulfo, nasceu em 1o de maio de 1880, na cidade de Sacramento, no Estado de Minas Gerais. Desde de criança muito inteli-gente e dedicado. Em todos os seus trabalhos era muito amoroso, e levava sua prática onde estivesse. Grande Educador, “Em cada coração, lançava a semente da responsabilidade dos deveres perante Jesus, imprimindo nova conceituação ao sentido cristianizar.” (trecho do livro: Eurípedes — o Homem e a Missão). Auxiliou muito aos pobres materialmente, aos doentes físicos ou espirituais e ainda levava jovens para atividades de ajuda, ensi-nando sempre a prática do bem. Desencarnou em 1o de novembro 1918.

    Coordenação Geral: Rosângela Ferreira

    Coordenação Imediata: Silvia Michelle Bezerra Camar go

    Organização do Conteúdo: Equipe de Estudo do Encont ro

    Diagramação e Finalização: Setor Editorial do CELD

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — O Meio Ambiente e Espiritismo —

    33

    Temas estudados até a presente data

    Ano Tema

    2010 Reencarnação e Aquecimento Global

    2011 Reencarnação, Aquecimento Global e Sustentabilidade

    2012 A Floresta: — A Floresta em sua grandeza, riqueza e mistério. — A Floresta: o Equilíbrio entre o Ter e o Usar.

    2013 Água: A importância da água como fator de conservação, sustentação e renovação da vida

    2014 O Grande Enigma

    2015 Unidade Substancial do Universo

    Objetivo Geral :

    Reconhecer a paternidade de Deus, a fraternidade humana e a

    solidariedade universal entre os seres, e como esta relação influencia o

    ambiente em que vivemos.

    Objetivos Específicos:

    − refletir sobre a comunhão universal dos seres: animados e inanimados, encarnados e desencarnados;

    − desenvolver valores pessoais com consciência coletiva;

    − identificar a solidariedade na Natureza e suas consequências;

    − amar a Deus, amar a si mesmo, e amar ao próximo.

    ♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — O Meio Ambiente e Espiritismo —

    34

    Introdução

    Diz Léon Denis: "Era uma tarde de inverno, uma tarde de passeio na costa azulada da Provence. O sol se punha no mar do Pacífico. Seus raios de ouro, deslizando sobre a vaga adormecida, iluminavam com tons ardentes o topo das rochas e dos promontórios; enquanto o delgado crescente lunar subia no céu sem nuvens". Com esta visão, ele, em seus pensamentos, nos escreveu esta obra (O Grande Enigma) que nos inspira todos os anos com temas tão atuais sobre Meio Ambiente, na visão espírita.

    Em 2014 iniciamos o estudo deste livro, utilizando o capítulo I — O Grande Enigma, que falava sobre o Universo. Ele nos lança uma pergunta: "Há um objetivo, Há uma lei no Universo?". Ele nos faz repensar a nossa posição em relação ao Universo, na grandeza de Deus e em nossa responsabilidade com este planeta. Iniciamos o estudo no entendimento do Universo, sua constituição e nosso papel em sua conservação.

    Em 2015 utilizamos o capítulo II — Unidade Substancial do Universo, onde foi estabelecido um elo entre a Substância Universal e o Fluido Cósmico Universal. Neste momento, surge a pergunta: De onde viemos? Para onde vamos? Por que caminhos seguiremos?

    Em 2016 estudaremos o capítulo III — A Solidariedade como o caminho para o crescimento espiritual. Este tema nos orientou o estudo durante o ano de 2015 para que pudéssemos entender a solidariedade humana em relação à solidariedade ambiental.

    Surge a pergunta: Qual a minha influência no planeta e qual a ligação entre todos para a melhoria do ambiente em que vivemos?

    Com a resposta a esta pergunta, poderemos entender melhor o nosso papel no planeta e na obra de Deus.

    Bom estudo a todos.

    Solidariedade: qualidade de solidário. − Estado ou condição de duas ou mais pessoas que repartem entre si

    igualmente as responsabilidades de uma ação, respondendo todas por uma e cada uma por todas.

    − Mutualidade de interesses e deveres. − Laço ou ligação mútua entre duas ou muitas coisas dependentes umas das

    outras. − Condição grupal resultante da comunhão de atitudes e sentimentos.

    http://michaelis.uol.com.br/

    ♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — O Meio Ambiente e Espiritismo —

    35

    Refletir sobre a comunhão universal dos seres:

    animados e inanimados, encarnados e desencarnados

    “Deus é o espírito de sabedoria, de amor e de vida, o poder infinito que governa o mundo.”

    Léon Denis

    Antonio de Aquino, nos fala: “Cada vez que nos reportemos a Deus, pense-mos..., na grandiosidade da própria Natureza, das estrelas, das constelações, no Universo.”

    “Deus criou a Terra à maneira de um paraíso repleto de fontes e de flores, para as criaturas em evolução.”

    Emmanuel

    “Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.”

    O Livro dos Espíritos, q.1.

    Do ponto de vista espiritual (Natureza)

    Do ponto de vista científico (Natureza)

    Natureza é a manifestação de Deus

    Refere-se a fenômenos do mundo físico e a vida em geral.

    “O homem é finito, mas tem a intuição do infinito.”

    Léon Denis

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — O Meio Ambiente e Espiritismo —

    36

    Do ponto de vista espiritual

    (Espécie Humana)

    Do ponto de vista biológico

    (Espécie Humana)

    O homem é, sobre a Terra, a mais alta expressão dessa

    Natureza (…)

    A espécie humana é só mais uma. Nem a mais forte, nem a mais complexa. Apenas por uma combinação de acasos e mudanças evolutivas

    chegou onde está.

    “Todos os seres estão ligados uns aos outros e se influenciam reciproca-mente. O Universo inteiro está submetido à lei da Solidariedade.”

    “Todos os espíritos em marcha são ajudados pelos seus irmãos mais adiantados e devem auxiliar, por sua vez, àqueles que estão colocados abaixo deles.”

    Léon Denis

    Relembrando nosso estudo em 2012: — Vemos desde os organismos mais simples como bactérias, protozoários, fungos, até os mais complexos, vegetais, animais e nós.

    “Para se ter uma ideia da grandiosidade da biodiversidade no mundo, basta saber que o homem compartilha o planeta com cerca de 10 a 100 milhões de espécies vivas distintas, entre plantas, animais e bac-térias, das quais apenas uma parte foi identificada e classificada pelos cientistas, sendo a maior parcela desconhecida da Ciência.”

    Revista Com Ciência Ambiental – Ano 5, 2010, no 32.

    “A Natureza é sempre o livro divino, onde as mãos de Deus escrevem a história de sua sabedoria, livro da vida constitui a escola de progresso espiritual do homem(...)”

    Quetão 41 – O Consolador. 26 ed.– Emmanuel — Psicografia Francisco Xavier.

    “O Progresso é uma das leis da Natureza; todos os seres da Criação, animados e inanimados, a ela estão submetidos pela bondade de Deus, que deseja que tudo se engrandeça e prospere.”

    O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. III, item 19.

    Se pensarmos em sucessão ecológica, onde ocorrem alterações, mudanças, ajustes num ecossistema.

    Ecossistema, segundo Odum, os organismos e os seres inertes (abióticos) estão inseparavelmente ligados e interagem entre si.

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — O Meio Ambiente e Espiritismo —

    37

    E nós contribuímos ou não para estes progressos? Q uais as alterações e mudanças? São sustentáveis?

    Relembrando 2012: Somos nós responsáveis pelo progresso geral, nosso e de tudo e todos à nossa volta, lembremos:

    “O homem se desenvolve por si mesmo, naturalmente; nem todos, porém, progridem ao mesmo tempo e da mesma maneira; é, então, que os mais adiantados auxiliam o progresso dos outros, através do contato social”.

    O Livro dos Espíritos, q.779.

    ♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥

    Desenvolver valores pessoais com consciência coleti va

    “Saídas de Deus, todas as almas são irmãs; todos os filhos da raça humana estão unidos através de laços estreitos de fraternidade e solidariedade. Assim, os pro-gressos de um de nós são sentidos por todos, assim como o rebaixamento de um único afeta o conjunto.”

    “A solidariedade que os une pode bem restringir um pouco a liberdade de cada um deles, mas se essa liberdade é limitada em extensão, ela não o é em intensidade.”

    Léon Denis

    Exemplos motivadores:

    Débora Seabra: Onde seus pais, incentivaram aos estudos e seu de-senvolvimento. Ela trabalha como Auxiliar de desenvolvimento infantil, e já escreveu um livro de histórias infantis: “Débora conta história”. E recebeu um convite para fazer uma palestra na ONU, do Dia Internacional da Síndrome de Down.

    Video: https://www.youtube.com/watch?v=mgDoIYf_2HA

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — O Meio Ambiente e Espiritismo —

    38

    Oscar Gardiano: Médico pediatra, ao ver a tragédia em Mariana (MG). Saiu de Ipiguá (SP) e foi de carro, ajudar às vítimas na cidade mineira. Palavras dele na reportagem: "— Temos de fazer escolhas na vida, fiz a escolha que para mim foi a mais consciente”.

    “O dever é a obrigação moral, diante de si mesmo em primeiro lugar, e, de-pois, dos outros.”

    O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 7.

    “O homem tem o livre-arbítrio de seus atos? Visto que tem a liberdade de pensar, tem a de agir. Sem o livre-arbítrio, o homem seria uma máquina.”

    O Livro dos Espíritos, q. 843.

    “Caridade, palavra sublime que resume todas as virtudes, és tu que deves conduzir os povos à felicidade; ao te praticarem, eles criarão infinitas alegrias para o seu próprio futuro, e, durante o exílio desses povos na Terra, serás para eles a consolação, a antecipação das alegrias que gozarão mais tarde, quando todos jun-tos se abraçarem no seio do Deus de Amor.”

    O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.XIII, item 11.

    “O homem de bem é humano, é bom e benevolente para todo mundo, sem distinção de raças* nem de crenças, porque vê irmãos em todos os homens.”

    O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 3.

    “Na lenta ascensão que conduz o ser para Deus, o que buscamos antes de tudo, é a felicidade, a ventura.”

    “Em todos os tempos, o pensamento elevado irradiou no cérebro humano.”

    “A alma humana não pode, realmente, progredir senão na vida coletiva, traba-lhando em proveito de todos.”

    Léon Denis Relembrando 2013:

    Declaração Universal dos Direitos da Água — 22 de março de 1992 — Ditado pela ONU

    “A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada co ntinente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão, é pl enamente responsável aos

    olhos de todos.” “O dever é a lei da vida; (...)”

    O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 7.

    “Onde está escrita a Lei da Deus? “Na consciência.” O Livro dos Espíritos, q. 621.

    ♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — O Meio Ambiente e Espiritismo —

    39

    Identificar a Solidariedade na Natureza e suas cons equências

    “A alma pura comunga com a Natureza inteira(...) tudo lhe fala uma linguagem harmoniosa.”

    Léon Denis

    “Torna-se o teatro da vida e da comunhão universais, comunhão dos seres uns com os outros e de todos os seres com Deus, seu Pai.”

    Léon Denis

    Usando exemplo da Floresta: Podemos concluir que a Floresta é um impor-tante habitat (ou casa) de muitas espécies. Onde cada ser que a habita encontra as condições adequadas para viver. (Apostila 2012.)

    “Segundo dados do Pnuma, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, as florestas representam 31% da cobertura terrestre do planeta, servindo de abrigo para 300 milhões de pessoas de todo o mun do e, ainda, garantindo, de forma direta, a sobrevivência de 1,6 bilhões de seres humanos e 80% da biodiversidade terrestre . Em pé, as florestas são capazes de movimentar cerca de $327 bilhões todos os anos, mas infelizmente as atividades que se baseiam na derrubada das matas ainda são bastante comuns em todo o mundo.”

    http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/2011

    A Floresta é solidária?

    Quantos animais adotam outros: Cachorras que adotam gatos, porcos, e outros. Quantos agem com cuidados mesmo não sendo de sua espécie, porém cuida e protege.

    Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=tt3AfUoD0XM

  • 7o

    Congresso de Estudos Espíritas

    — O Meio Ambiente e Espiritismo —

    40

    “O instinto de conservação é uma lei da Natureza? Resposta: Sem dúvida; é

    dado a todos os seres vivos, qualquer que seja o grau de sua inteligência; em uns, ele é puramente maquinal, em outros, ele é raciocinado.”

    O Livro dos Espíritos, q. 702.

    O Planeta Terra é Solidário?

    Somos Solidários?

    Relembrando 2011:

    “(...) não há mágica no processo evolutivo: nós somos os construtores do mundo de regeneração, se não corrigirmos o rumo na direção de uma sociedade sustentável, prorrogaremos situações de desconforto já amplamente diagnostica-das.

    (Trigueiro, André. Espiritismo e Ecologia. Rio de Janeiro, FEB, 2009.)

    “Nas almas evoluídas, o sentimento da solidariedade torna-se ba