CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER

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Rua rrr IGREJA PRESBITERIANA DE PIRIPIRI - PI 2015 CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER Padrão de Doutrina da Igreja Presbiteriana do Brasil 1643-1648 Rua Padre Domingos, 1620 – Centro – CEP: 64.260-000 www.ipdepiripiri.blogspot.com

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E-book grátis: o Padrão de Doutrina da Igreja Presbiteriana do Brasil conhecido como A Confissão de Fé de Westminster.

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    IGREJA PRESBITERIANA DE PIRIPIRI - PI

    2015

    CONFISSO DE F DE

    WESTMINSTER Padro de Doutrina da Igreja Presbiteriana do

    Brasil 1643-1648

    Rua Padre Domingos, 1620 Centro CEP: 64.260-000

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  • CONFISSO DE F DE WESTMINSTER

    CAPTULOS NDICE

    I ESCRITURA SAGRADA

    II DEUS E DA SANTSSIMA TRINDADE

    III OS ETERNOS DECRETOS DE DEUS

    IV CRIAO

    V PROVIDNCIA

    VI QUEDA DO HOMEM, DO PECADO E DO SEU CASTIGO

    VII PACTO DE DEUS COM O HOMEM

    VIII CRISTO O MEDIADOR

    IX LIVRE ARBITRIO

    X VOCAO EFICAZ

    XI JUSTIFICAO

    XII ADOO

    XIII SANTIFICAO

    XIV F SALVADORA

    XV ARREPENDIMENTO PARA A VIDA

    XVI BOAS OBRAS

    XVII PERSEVERANA DOS SANTOS

    XVIII CERTEZA DA GRAA E DA SALVAO

    XIX LEI DE DEUS

    XX LIBERDADE CRIST E DA LIBERDADE DE CONSCINCIA

    XXI CULTO RELIGIOSO E DO DOMINGO

    XXII JURAMENTOS LEGAIS E DOS VOTOS

    XXIII MAGISTRADO CIVIL

    XXIV MATRIMNIO E DO DIVRCIO

  • XXV IGREJA

    XXVI COMUNHO DOS SANTOS

    XXVII SACRAMENTOS

    XXVIII BATISMO

    XXIX CEIA DO SENHOR

    XXX CENSURAS ECLESISTICAS

    XXXI SNODOS E CONCLIOS

    XXXII ESTADO DO HOMEM DEPOIS DA MORTE E DA RESSURREIO DOS MORTOS

    XXXIII JUIZO FINAL

    PREFCIO AOS NOVOS CAPTULOS

    XXXIV ESPRITO SANTO

    XXXV AMOR DE DEUS E DAS MISSES

    NOTA HISTRICA

    A AUTORIDADE DA CONFISSO DE F E DOS CATECISMOS

    CONFISSO DE F DE WESTMINSTER

    CAPTULO I

    DA ESCRITURA SAGRADA

    I. Ainda que a luz da natureza e as obras da criao e da providncia de tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam inescusveis, contudo no so suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade necessrio para a salvao; por isso foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservao e propagao da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupo da carne e malcia de Satans e do mundo, foi igualmente servido faz-la escrever toda. Isto torna indispensvel a Escritura Sagrada, tendo cessado aqueles antigos modos de revelar Deus a sua vontade ao seu povo.

    Referncias - Sal. 19: 1-4; Rom. 1: 32, e 2: 1, e 1: 19-20, e 2: 14-15; I Cor. 1:21, e 2:13-14; Heb. 1:1-2; Luc. 1:3-4; Rom. 15:4; Mat. 4:4, 7, 10; Isa. 8: 20; I Tim. 3: I5; II Pedro 1: 19.

    II. Sob o nome de Escritura Sagrada, ou Palavra de Deus escrita, incluem-se agora todos os livros do Velho e do Novo Testamento, que so os seguintes, todos dados por inspirao de Deus para serem a regra de f e de prtica:

    o

  • O VELHO TESTAMENTO

    Gnesis Esdras Osias

    xodo Neemias Joel

    Levtico Ester Ams

    Nmeros J Obadias

    Deuteronmio Salmos Jonas

    Josu Provrbios Miquias

    Juzes Eclesiastes Naum

    Rute Cntico dos Habacuque

    I Samuel Cnticos Sofonias

    II Samuel Isaas Ageu

    I Reis Jeremias Zacarias

    II Reis Lamentaes Malaquias

    I Crnicas Ezequiel

    II Crnicas Daniel

    O NOVO TESTAMENTO

    Mateus Efsios Hebreus

    Marcos Filipenses Tiago

    Lucas Colossenses I Pedro

    Joo I Tessalonicenses II Pedro

    Atos II Tessalonicenses I Joo

    Romanos I Timteo II Joo

    I Corntios II Timteo III Joo

    II Corntios Tito Judas

    Glatas Filemon Apocalipse

    Ref. Ef. 2:20; Apoc. 22:18-19: II Tim. 3:16; Mat. 11:27.

  • III. Os livros geralmente chamados Apcrifos, no sendo de inspirao divina, no fazem parte do cnon da Escritura; no so, portanto, de autoridade na Igreja de Deus, nem de modo algum podem ser aprovados ou empregados seno como escritos humanos.

    Ref. Luc. 24:27,44; Rom. 3:2; II Pedro 1:21.

    IV. A autoridade da Escritura Sagrada, razo pela qual deve ser crida e obedecida, no depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma verdade) que o seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque a palavra de Deus.

    Ref. II Tim. 3:16; I Joo 5:9, I Tess. 2:13.

    V. Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente apreo da Escritura Sagrada; a suprema excelncia do seu contedo, e eficcia da sua doutrina, a majestade do seu estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que dar a Deus toda a glria), a plena revelao que faz do nico meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelncias incomparveis e completa perfeio, so argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a palavra de Deus; contudo, a nossa plena persuaso e certeza da sua infalvel verdade e divina autoridade provm da operao interna do Esprito Santo, que pela palavra e com a palavra testifica em nossos coraes.

    Ref. I Tim. 3:15; I Joo 2:20,27; Joo 16:13-14; I Cor. 2:10-12.

    VI. Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessrias para a glria dele e para a salvao, f e vida do homem, ou expressamente declarado na Escritura ou pode ser lgica e claramente deduzido dela. Escritura nada se acrescentar em tempo algum, nem por novas revelaes do Esprito, nem por tradies dos homens; reconhecemos, entretanto, ser necessria a ntima iluminao do Esprito de Deus para a salvadora compreenso das coisas reveladas na palavra, e que h algumas circunstncias, quanto ao culto de Deus e ao governo da Igreja, comum s aes e sociedades humanas, as quais tm de ser ordenadas pela luz da natureza e pela prudncia crist, segundo as regras gerais da palavra, que sempre devem ser observadas.

    Ref. II Tim. 3:15-17; Gal. 1:8; II Tess. 2:2; Joo 6:45; I Cor. 2:9, 10, l2; I Cor. 11:13-14.

    VII. Na Escritura no so todas as coisas igualmente claras em si, nem do mesmo modo evidentes a todos; contudo, as coisas que precisam ser obedecidas, cridas e observadas para a salvao, em um ou outro passo da Escritura so to claramente expostas e explicadas, que no s os doutos, mas ainda os indoutos, no devido uso dos meios ordinrios, podem alcanar uma suficiente compreenso delas.

    Ref. II Pedro 3:16; Sal. 119:105, 130; Atos 17:11.

    VIII. O Velho Testamento em Hebraico (lngua vulgar do antigo povo de Deus) e o Novo Testamento em Grego (a lngua mais geralmente conhecida entre as naes no tempo em que ele foi escrito), sendo inspirados imediatamente por Deus e pelo seu singular cuidado e providncia conservados puros em todos os sculos, so por isso autnticos e assim em todas as controvrsias religiosas a Igreja deve apelar para eles como para um supremo tribunal; mas, no sendo essas lnguas conhecidas por todo o povo de Deus, que tem direito e interesse nas Escrituras e que deve no temor de Deus l-las e estud-las, esses livros tm de ser traduzidos nas lnguas vulgares de todas as naes aonde chegarem, a fim de que a palavra de Deus, permanecendo nelas abundantemente, adorem a Deus de modo aceitvel e possuam a esperana pela pacincia e conforto das escrituras.

    Ref. Mat. 5:18; Isa. 8:20; II Tim. 3:14-15; I Cor. 14; 6, 9, 11, 12, 24, 27-28; Col. 3:16; Rom. 15:4.

  • IX. A regra infalvel de interpretao da Escritura a mesma Escritura; portanto, quando houver questo sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer texto da Escritura (sentido que no mltiplo, mas nico), esse texto pode ser estudado e compreendido por outros textos que falem mais claramente.

    Ref. At. 15: 15; Joo 5:46; II Ped. 1:20-21.

    X. O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvrsias religiosas tm de ser determinadas e por quem sero examinados todos os decretos de conclios, todas as opinies dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens e opinies particulares, o Juiz Supremo em cuja sentena nos devemos firmar no pode ser outro seno o Esprito Santo falando na Escritura.

    Ref. Mat. 22:29, 3 1; At. 28:25; Gal. 1: 10.

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    CAPTULO II

    DE DEUS E DA SANTSSIMA TRINDADE

    I. H um s Deus vivo e verdadeiro, o qual infinito em seu ser e perfeies. Ele um esprito purssimo, invisvel, sem corpo, membros ou paixes; imutvel, imenso, eterno, incompreensvel, - onipotente, onisciente, santssimo, completamente livre e absoluto, fazendo tudo para a sua prpria glria e segundo o conselho da sua prpria vontade, que reta e imutvel. cheio de amor, gracioso, misericordioso, longnimo, muito bondoso e verdadeiro remunerador dos que o buscam e, contudo, justssimo e terrvel em seus juzos, pois odeia todo o pecado; de modo algum ter por inocente o culpado.

    Ref. Deut. 6:4; I Cor. 8:4, 6; I Tess. 1:9; Jer. 10:10; J 11:79; J 26:14; Joo 6:24; I Tim. 1:17; Deut. 4:15-16; Luc. 24:39; At. 14:11, 15; Tiago 1:17; I Reis 8:27; Sal. 92:2; Sal. 145:3; Gen. 17:1; Rom. 16:27; Isa. 6:3; Sal. 115:3; Exo3:14; Ef. 1:11; Prov. 16:4; Rom. 11:36; Apoc. 4:11; I Joo 4:8; Exo. 36:6-7; Heb. 11:6; Nee. 9:32-33; Sal. 5:5-6; Naum 1:2-3.

    II. Deus tem em si mesmo, e de si mesmo, toda a vida, glria, bondade e bem-aventurana. Ele todo suficiente em si e para si, pois no precisa das criaturas que trouxe existncia, no deriva delas glria alguma, mas somente manifesta a sua glria nelas, por elas, para elas e sobre elas. Ele a nica origem de todo o ser; dele, por ele e para ele so todas as coisas e sobre elas tem ele soberano domnio para fazer com elas, para elas e sobre elas tudo quanto quiser. Todas as coisas esto patentes e manifestas diante dele; o seu saber infinito, infalvel e independente da criatura, de sorte que para ele nada contingente ou incerto. Ele santssimo em todos os seus conselhos, em todas as suas obras e em todos os seus preceitos. Da parte dos anjos e dos homens e de qualquer outra criatura lhe so devidos todo o culto, todo o servio e obedincia, que ele h por bem requerer deles.

    Ref. Joo 5:26; At. 7:2; Sal. 119:68; I Tim. 6: 15; At - . 17:24-25; Rom. 11:36; Apoc. 4:11; Heb. 4:13; Rom. 11:33-34; At. 15:18; Prov. 15:3; Sal. 145-17; Apoc. 5: 12-14.

    III. Na unidade da Divindade h trs pessoas de uma mesma substncia, poder e eternidade - Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Esprito Santo, O Pai no de ningum - no nem gerado, nem procedente; o Filho eternamente gerado do Pai; o Esprito Santo eternamente procedente do Pai e do Filho.

    Ref. Mat. 3:16-17; 28-19; II Cor. 13:14; Joo 1:14, 18 e 15:26; Gal. 4:6.

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    CAPTULO III

    DOS ETERNOS DECRETOS DE DEUS

    I. Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sbio e santo conselho da sua prpria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porm de modo que nem Deus o autor do pecado, nem violentada a vontade da criatura, nem tirada a liberdade ou contingncia das causas secundrias, antes estabelecidas.

    Ref. Isa. 45:6-7; Rom. 11:33; Heb. 6:17; Sal.5:4; Tiago 1:13-17; I Joo 1:5; Mat. 17:2; Joo 19:11; At.2:23; At. 4:27-28 e 27:23, 24, 34.

    II. Ainda que Deus sabe tudo quanto pode ou h de acontecer em todas as circunstncias imaginveis, ele no decreta coisa alguma por hav-la previsto como futura, ou como coisa que havia de acontecer em tais e tais condies.

    Ref. At. 15:18; Prov.16:33; I Sam. 23:11-12; Mat. 11:21-23; Rom. 9:11-18.

    III. Pelo decreto de Deus e para manifestao da sua glria, alguns homens e alguns anjos so predestinados para a vida eterna e outros preordenados para a morte eterna.

    Ref. I Tim.5:21; Mar. 5:38; Jud. 6; Mat. 25:31, 41; Prov. 16:4; Rom. 9:22-23; Ef. 1:5-6.

    IV. Esses homens e esses anjos, assim predestinados e preordenados, so particular e imutavelmente designados; o seu nmero to certo e definido, que no pode ser nem aumentado nem diminudo.

    Ref. Joo 10: 14-16, 27-28; 13:18; II Tim. 2:19.

    V. Segundo o seu eterno e imutvel propsito e segundo o santo conselho e beneplcito da sua vontade, Deus antes que fosse o mundo criado, escolheu em Cristo para a glria eterna os homens que so predestinados para a vida; para o louvor da sua gloriosa graa, ele os escolheu de sua mera e livre graa e amor, e no por previso de f, ou de boas obras e perseverana nelas, ou de qualquer outra coisa na criatura que a isso o movesse, como condio ou causa.

    Ref. Ef. 1:4, 9, 11; Rom. 8:30; II Tim. 1:9; I Tess, 5:9; Rom. 9:11-16; Ef. 1: 19: e 2:8-9.

    VI. Assim como Deus destinou os eleitos para a glria, assim tambm, pelo eterno e mui livre propsito da sua vontade, preordenou todos os meios conducentes a esse fim; os que, portanto, so eleitos, achando-se cados em Ado, so remidos por Cristo, so eficazmente chamados para a f em Cristo pelo seu Esprito, que opera no tempo devido, so justificados, adotados, santificados e guardados pelo seu poder por meio da f salvadora. Alm dos eleitos no h nenhum outro que seja remido por Cristo, eficazmente chamado, justificado, adotado, santificado e salvo.

    Ref. I Pedro 1:2; Ef. 1:4 e 2: 10; II Tess. 2:13; I Tess. 5:9-10; Tito 2:14; Rom. 8:30; Ef.1:5; I Pedro 1:5; Joo 6:64-65 e 17:9; Rom. 8:28; I Joo 2:19.

    VII. Segundo o inescrutvel conselho da sua prpria vontade, pela qual ele concede ou recusa misericrdia, como lhe apraz, para a glria do seu soberano poder sobre as suas criaturas, o resto dos homens, para louvor da sua gloriosa justia, foi Deus servido no contemplar e orden-los para a desonra e ira por causa dos seus pecados.

  • Ref. Mat. 11:25-26; Rom. 9:17-22; II Tim. 2:20; Jud. 4; I Pedro 2:8.

    VIII. A doutrina deste alto mistrio de predestinao deve ser tratada com especial prudncia e cuidado, a fim de que os homens, atendendo vontade revelada em sua palavra e prestando obedincia a ela, possam, pela evidncia da sua vocao eficaz, certificar-se da sua eterna eleio. Assim, a todos os que sinceramente obedecem ao Evangelho esta doutrina fornece motivo de louvor, reverncia e admirao de Deus, bem como de humildade diligncia e abundante consolao.

    Ref. Rom. 9:20 e 11:23; Deut. 29:29; II Pedro 1:10; Ef. 1:6; Luc. 10:20; Rom. 5:33, e 11:5-6, 10.

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    CAPTULO IV

    DA CRIAO

    I. Ao princpio aprouve a Deus o Pai, o Filho e o Esprito Santo, para a manifestao da glria do seu eterno poder, sabedoria e bondade, criar ou fazer do nada, no espao de seis dias, e tudo muito bom, o mundo e tudo o que nele h, visveis ou invisveis.

    Ref. Rom. 9:36; Heb. 1:2; Joo 1:2-3, Rom. 1:20; Sal. 104:24; Jer. 10: 12; Gen. 1; At. 17:24; Col. 1: 16; Exo. 20: 11.

    II. Depois de haver feito as outras criaturas, Deus criou o homem, macho e fmea, com almas racionais e imortais, e dotou-as de inteligncia, retido e perfeita santidade, segundo a sua prpria imagem, tendo a lei de Deus escrita em seus coraes, e o poder de cumpri-la, mas com a possibilidade de transgredi-la, sendo deixados liberdade da sua prpria vontade, que era mutvel. Alm dessa escrita em seus coraes, receberam o preceito de no comerem da rvore da cincia do bem e do mal; enquanto obedeceram a este preceito, foram felizes em sua comunho com Deus e tiveram domnio sobre as criaturas.

    Ref. Gen. 1:27 e 2:7; Sal. 8:5; Ecl. 12:7; Mat. 10:28; Rom. 2:14, 15; Col. 3:10; Gen. 3:6.

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    CAPTULO V

    DA PROVIDNCIA

    I. Pela sua muito sbia providncia, segundo a sua infalvel prescincia e o livre e imutvel conselho da sua prpria vontade, Deus, o grande Criador de todas as coisas, para o louvor da glria da sua sabedoria, poder, justia, bondade e misericrdia, sustenta, dirige, dispe e governa todas as suas criaturas, todas as aes e todas as coisas, desde a maior at a menor.

    Ref. Nee, 9:6; Sal. 145:14-16; Dan. 4:34-35; Sal. 135:6; Mat. 10:29-31; Prov. 15:3; II Cron. 16:9; At.15:18; Ef. 1:11; Sal. 33:10-11; Ef. 3:10; Rom. 9:17; Gen. 45:5.

    II. Posto que, em relao prescincia e ao decreto de Deus, que a causa primria, todas as coisas acontecem imutvel e infalivelmente, contudo, pela mesma providncia, Deus ordena que elas sucedam conforme a natureza das causas secundrias, necessrias, livre ou contingentemente.

    Ref. Jer. 32:19; At. 2:13; Gen. 8:22; Jer. 31:35; Isa.10:6-7.

  • III. Na sua providncia ordinria Deus emprega meios; todavia, ele livre para operar sem eles, sobre eles ou contra eles, segundo o seu arbtrio.

    Ref. At. 27:24, 31; Isa. 55:10-11; Os.1:7; Rom. 4:20-21; Dan.3:27; Joo 11:34-45; Rom. 1:4.

    IV. A onipotncia, a sabedoria inescrutvel e a infinita bondade de Deus, de tal maneira se manifestam na sua providncia, que esta se estende at a primeira queda e a todos os outros pecados dos anjos e dos homens, e isto no por uma mera permisso, mas por uma permisso tal que, para os seus prprios e santos desgnios, sbia e poderosamente os limita, e regula e governa em uma mltipla dispensaro mas essa permisso tal, que a pecaminosidade dessas transgresses procede to somente da criatura e no de Deus, que, sendo santssimo e justssimo, no pode ser o autor do pecado nem pode aprov-lo.

    Ref. Isa. 45:7; Rom. 11:32-34; At. 4:27-28; Sal. 76:10; II Reis 19:28; At.14:16; Gen. 50:20; Isa. 10:12; I Joo 2:16; Sal. 50:21; Tiago 1:17.

    V. O mui sbio, justo e gracioso Deus muitas vezes deixa por algum tempo seus filhos entregues a muitas tentaes e corrupo dos seus prprios coraes, para castig-los pelos seus pecados anteriores ou fazer-lhes conhecer o poder oculto da corrupo e dolo dos seus coraes, a fim de que eles sejam humilhados; para anim-los a dependerem mais intima e constantemente do apoio dele e torn-los mais vigilantes contra todas as futuras ocasies de pecar, para vrios outros fins justos e santos.

    Ref. II Cron. 32:25-26, 31; II Sam. 24:1, 25; Luc. 22:31-32; II Cor. 12:7-9.

    VI. Quanto queles homens malvados e mpios que Deus, como justo juiz, cega e endurece em razo de pecados anteriores, ele somente lhes recusa a graa pela qual poderiam ser iluminados em seus entendimentos e movidos em seus coraes, mas s vezes tira os dons que j possuam, e os expe a objetos que a sua corrupo torna ocasies de pecado; alm disso os entrega s suas prprias paixes, s tentaes do mundo e ao poder de Satan5: assim acontece que eles se endurecem sob as influncias dos meios que Deus emprega para o abrandamento dos outros.

    Ref. Rom. 1:24-25, 28 e 11:7; Deut. 29:4; Mar. 4:11-12; Mat. 13:12 e 25:29; II Reis 8:12-13; Sal.81:11-12; I Cor. 2:11; II Cor. 11:3; Exo. 8:15, 32; II Cor. 2:15-16; Isa. 8:14.

    VII. Como a providncia de Deus se estende, em geral, a todos os crentes, tambm de um modo muito especial ele cuida da Igreja e tudo dispe a bem dela.

    Ref. Ams 9:8-9; Mat. 16:18; Rom. 8-28; I Tim. 4: 10.

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    CAPTULO VI

    DA QUEDA DO HOMEM, DO PECADO E DO SEU CASTIGO

    I. Nossos primeiros pais, seduzidos pela astcia e tentao de Satans, pecaram, comendo do fruto proibido. Segundo o seu sbio e santo conselho, foi Deus servido permitir este pecado deles, havendo determinado orden-lo para a sua prpria glria.

    Ref. Gen. 3:13; II Cor. 11:3; Rom. 11:32 e 5:20-21.

  • II. Por este pecado eles decaram da sua retido original e da comunho com Deus, e assim se tornaram mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas as suas faculdades e partes do corpo e da alma.

    Ref. Gen. 3:6-8; Rom. 3:23; Gen. 2:17; Ef. 2:1-3; Rom. 5:12; Gen. 6:5; Jer. 17:9; Tito 1:15; Rom.3:10-18.

    III. Sendo eles o tronco de toda a humanidade, o delito dos seus pecados foi imputado a seus filhos; e a mesma morte em pecado, bem como a sua natureza corrompida, foram transmitidas a toda a sua posteridade, que deles procede por gerao ordinria.

    Ref. At. 17:26; Gen. 2:17; Rom. 5:17, 15-19; I Cor. 15:21-22,45, 49; Sal.51:5; Gen.5:3; Joo3:6.

    IV. Desta corrupo original pela qual ficamos totalmente indispostos, adversos a todo o bem e inteiramente inclinados a todo o mal, que procedem todas as transgresses atuais.

    Ref. Rom. 5:6, 7:18 e 5:7; Col. 1:21; Gen. 6:5 e 8:21; Rom. 3:10-12; Tiago 1:14-15; Ef. 2:2-3; Mat. 15-19.

    V. Esta corrupo da natureza persiste, durante esta vida, naqueles que so regenerados; e, embora seja ela perdoada e mortificada por Cristo, todavia tanto ela, como os seus impulsos, so real e propriamente pecado.

    Ref. Rom. 7:14, 17, 18, 21-23; Tiago 3-2; I Joo 1:8-10; Prov. 20:9; Ec. 7-20; Gal.5:17.

    VI. Todo o pecado, tanto o original como o atual, sendo transgresso da justa lei de Deus e a ela contrria, torna, pela sua prpria natureza, culpado o pecador e por essa culpa est ele sujeito ira de Deus e maldio da lei e, portanto, exposto morte, com todas as misrias espirituais, temporais e eternas.

    Ref. I Joo 3:4; Rom. 2: 15; Rom. 3:9, 19; Ef. 2:3; Gal. 3:10; Rom. 6:23; Ef. 6:18; Lam, 3:39; Mat. 25:41; II Tess. 1:9.

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    CAPTULO VII

    DO PACTO DE DEUS COM O HOMEM

    I. To grande a distncia entre Deus e a criatura, que, embora as criaturas racionais lhe devam obedincia como ao seu Criador, nunca poderiam fruir nada dele como bem-aventurana e recompensa, seno por alguma voluntria condescendncia da parte de Deus, a qual foi ele servido significar por meio de um pacto.

    Ref. J 9:32-33; Sal. 113:5-6; At. 17:24-25; Luc. 17: 10.

    II. O primeiro pacto feito com o homem era um pacto de obras; nesse pacto foi a vida prometida a Ado e nele sua posteridade, sob a condio de perfeita obedincia pessoal.

    Ref. Gal. 3:12; Rom. 5: 12-14 e 10:5; Gen. 2:17; Gal. 3: 10.

  • III. O homem, tendo-se tornado pela sua queda incapaz de vida por esse pacto, o Senhor dignou-se fazer um segundo pacto, geralmente chamado o pacto da graa; nesse pacto ele livremente oferece aos pecadores a vida e a salvao por Jesus Cristo, exigindo deles a f nele para que sejam salvos; e prometendo dar a todos os que esto ordenados para a vida o seu Santo Esprito, para disp-los e habilit-los a crer.

    Ref. Gal. 3:21; Rom. 3:20-21 e 8:3; Isa. 42:6; Gen. 3:15; Mat. 28:18-20; Joo 3:16; Rom. 1:16-17 e 10:6-9; At. 13:48; Ezeq. 36:26-27; Joo 6:37, 44, 45; Luc. 11: 13; Gal. 3:14.

    IV. Este pacto da graa freqentemente apresentado nas Escrituras pelo nome de Testamento, em referncia morte de Cristo, o testador, e perdurvel herana, com tudo o que lhe pertence, legada neste pacto.

    Ref. Hebr. 9:15-17.

    V. Este pacto no tempo da Lei no foi administrado como no tempo do Evangelho. Sob a Lei foi administrado por promessas, profecias, sacrifcios, pela circunciso, pelo cordeiro pascoal e outros tipos e ordenanas dadas ao povo judeu, prefigurando, tudo, Cristo que havia de vir; por aquele tempo essas coisas, pela operao do Esprito Santo, foram suficientes e eficazes para instruir e edificar os eleitos na f do Messias prometido, por quem tinham plena remisso dos pecados e a vida eterna: essa dispensaro chama-se o Velho Testamento.

    Ref. II Cor. 3:6-9; Rom. 6:7; Col. 2:11-12; I Cor. 5:7 e 10:14; Heb. 11:13; Joo 8:36; Gal. 3:7-9, 14.

    VI. Sob o Evangelho, quando foi manifestado Cristo, a substncia, as ordenanas pelas quais este pacto dispensado so a pregao da palavra e a administrao dos sacramentos do batismo e da ceia do Senhor; por estas ordenanas, posto que poucas em nmero e administradas com maior simplicidade e menor glria externa, o pacto manifestado com maior plenitude, evidncia e eficcia espiritual, a todas as naes, aos judeus bem como aos gentios. chamado o Novo Testamento. No h, pois, dois pactos de graa diferentes em substncia mas um e o mesmo sob vrias dispensaes.

    Ref. Col. 2:17; Mat. 28:19-2; I Cor. 11:23-25; Heb. 12:22-24; II Cor. 3:9-11; Luc. 2:32; Ef. 2:15-19; Luc. 22:20; Gal. 3:14-16; At. 15: l 1; Rom. 3:21-22, 30 e 4:16-17, e 23-24; Heb. 1:1-2.

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    CAPTULO VIII

    DE CRISTO O MEDIADOR

    I. Aprouve a Deus em seu eterno propsito, escolher e ordenar o Senhor Jesus, seu Filho Unignito, para ser o Mediador entre Deus e o homem, o Profeta, Sacerdote e Rei, o Cabea e Salvador de sua Igreja, o Herdeiro de todas as coisas e o Juiz do Mundo; e deu-lhe desde toda a eternidade um povo para ser sua semente e para, no tempo devido, ser por ele remido, chamado, justificado, santificado e glorificado.

    Ref. Isa. 42: 1; I Ped. 1: 19-20; I Tim. 2:5; Joo 3:16; Deut. 18:15; At. 3:20-22; Heb. 5:5-6; Isa. 9:6-7; Luc. 1:33; Heb. 1:2; Ef. 5:23; At. 17:31; II Cor.5:10; Joo 17:6; Ef. 1:4; I Tim. 2:56; I Cor. 1:30; Rom.8:30.

    II. O Filho de Deus, a Segunda Pessoa da Trindade, sendo verdadeiro e eterno Deus, da mesma substncia do Pai e igual a ele, quando chegou o cumprimento do tempo, tomou sobre si a natureza humana com todas as suas propriedades essenciais e enfermidades comuns, contudo sem pecado,

  • sendo concebido pelo poder do Esprito Santo no ventre da Virgem Maria e da substncia dela. As duas naturezas, inteiras, perfeitas e distintas - a Divindade e a humanidade - foram inseparavelmente unidas em uma s pessoa, sem converso composio ou confuso; essa pessoa verdadeiro Deus e verdadeiro homem, porm, um s Cristo, o nico Mediador entre Deus e o homem.

    Ref. Joo 1:1,14; I Joo 5:20; Fil. 2:6; Gal. 4:4; Heb. 2:14, 17 e 4:15; Luc. 1:27, 31, 35; Mat. 16:16; Col. 2:9; Rom. 9:5; Rom. 1:3-4; I Tim. 2:5.

    III. O Senhor Jesus, em sua natureza humana unida divina, foi santificado e sem medida ungido com o Esprito Santo tendo em si todos os tesouros de sabedoria e cincia. Aprouve ao Pai que nele habitasse toda a plenitude, a fim de que, sendo santo, inocente, incontaminado e cheio de graa e verdade, estivesse perfeitamente preparado para exercer o ofcio de Mediador e Fiador. Este ofcio ele no tomou para si, mas para ele foi chamado pelo Pai, que lhe ps nas mos todo o poder e todo o juzo e lhe ordenou que os exercesse.

    Ref. Sal. 45:5; Joo 3:34; Heb. 1:8-9; Col. 2:3, e 1:9; Heb. 7:26; Joo 1: 14; At. 10:38; Heb. 12:24, e 5:4-5; Joo 5:22, 27; Mat. 28:18.

    IV. Este ofcio o Senhor Jesus empreendeu mui voluntariamente. Para que pudesse exerc-lo, foi feito sujeito lei, que ele cumpriu perfeitamente; padeceu imediatamente em sua alma os mais cruis tormentos e em seu corpo os mais penosos sofrimentos; foi crucificado e morreu; foi sepultado e ficou sob o poder da morte, mas no viu a corrupo; ao terceiro dia ressuscitou dos mortos com o mesmo corpo com que tinha padecido; com esse corpo subiu ao cu, onde est sentado destra do Pai, fazendo intercesso; de l voltar no fim do mundo para julgar os homens e os anjos.

    Ref. Sal. 40:7-8; Heb. 10:5-6; Joo 4:34: Fil. 2-8; Gal. 4:4; Mat. 3:15 e 5:17; Mat. 26:37-38; Luc.22:24; Mat. 27.46; Fil 2:8; At. 2:24, 27 e 13:37; I Cor.15:4; Joo 20:25-27; Luc. 24:50-51; II Ped. 3:22; Rom. 8:34; Heb. 7:25; Rom. 14:10: At. 1:11, Joo5:28-29; Mat. 13:40-42.

    V. O Senhor Jesus, pela sua perfeita obedincia e pelo sacrifcio de si mesmo, sacrifcio que pelo Eterno Esprito, ele ofereceu a Deus uma s vez, satisfez plenamente justia do Pai. e para todos aqueles que o Pai lhe deu adquiriu no s a reconciliao, como tambm uma herana perdurvel no Reino dos Cus.

    Ref. Rom. 5: 19 e :25-26; Heb. 10: 14; Ef. 1: 11, 14; Col.1:20; II Cor.5: 18; 20; Joo 17:2; Heb.9:12,15.

    VI. Ainda que a obra da redeno no foi realmente cumprida por Cristo seno depois da sua encarnao; contudo a virtude, a eficcia e os benefcios dela, em todas as pocas sucessivamente desde o princpio do mundo, foram comunicados aos eleitos naquelas promessas, tipos e sacrifcios, pelos quais ele foi revelado e significado como a semente da mulher que devia esmagar a cabea da serpente, como o cordeiro morto desde o princpio do mundo, sendo o mesmo ontem, hoje e para sempre.

    Ref. Gal. 4:45; Gen. 3:15; Heb. 3:8.

    VII. Cristo, na obra da mediao, age de conformidade com as suas duas naturezas, fazendo cada natureza o que lhe prprio: contudo, em razo da unidade da pessoa, o que prprio de uma natureza s vezes, na Escritura, atribudo pessoa denominada pela outra natureza.

    Ref. Joo 10:17-l8; I Ped. 3:18; Heb. 9:14; At. 20:28; Joo3:13

  • VIII. Cristo, com toda a certeza e eficazmente aplica e comunica a salvao a todos aqueles para os quais ele a adquiriu. Isto ele consegue, fazendo intercesso por eles e revelando-lhes na palavra e pela palavra os mistrios da salvao, persuadindo-os eficazmente pelo seu Esprito a crer e a obedecer, dirigindo os coraes deles pela sua palavra e pelo seu onipotente poder e sabedoria, da maneira e pelos meios mais conformes com a sua admirvel e inescrutvel dispensao.

    Ref. Joo 6:37; 39 e10:15-16; I Joo 2:1; Joo 15:15; Ef. 1:9; Joo 17:6; II Cor. 4:13; Rom. 8:9, 14 e 15:18-19; Joo 17:17; Sal. 90:1; I Cor. 15: 25-26; Col. 2:15; Luc. 10: 19.

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    CAPTULO IX

    DO LIVRE ARBITRIO

    I. Deus dotou a vontade do homem de tal liberdade, que ele nem forado para o bem ou para o mal, nem a isso determinado por qualquer necessidade absoluta da sua natureza.

    Ref. Tiago 1:14; Deut. 30:19; Joo 5:40; Mat. 17:12; At.7:51; Tiago 4:7.

    II. O homem, em seu estado de inocncia, tinha a liberdade e o poder de querer e fazer aquilo que bom e agradvel a Deus, mas mudavelmente, de sorte que pudesse decair dessa liberdade e poder.

    Ref. Ec. 7:29; Col. 3: 10; Gen. 1:26 e 2:16-17 e 3:6.

    III. O homem, caindo em um estado de pecado, perdeu totalmente todo o poder de vontade quanto a qualquer bem espiritual que acompanhe a salvao, de sorte que um homem natural, inteiramente adverso a esse bem e morto no pecado, incapaz de, pelo seu pr6prio poder, converter-se ou mesmo preparar-se para isso.

    Ref. Rom. 5:6 e 8:7-8; Joo 15:5; Rom. 3:9-10, 12, 23; Ef.2:1, 5; Col. 2:13; Joo 6:44, 65; I Cor. 2:14; Tito 3:3-5.

    IV. Quando Deus converte um pecador e o transfere para o estado de graa, ele o liberta da sua natural escravido ao pecado e, somente pela sua graa, o habilita a querer e fazer com toda a liberdade o que espiritualmente bom, mas isso de tal modo que, por causa da corrupo, ainda nele existente, o pecador no faz o bem perfeitamente, nem deseja somente o que bom, mas tambm o que mau.

    Ref. Col.1: 13; Joo 8:34, 36; Fil. 2:13; Rom. 6:18, 22; Gal.5:17; Rom. 7:15, 21-23; I Joo 1:8, 10.

    V. no estado de glria que a vontade do homem se torna perfeita e imutavelmente livre para o bem s.

    Ref. Ef. 4:13; Judas, 24; I Joo 3:2.

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    CAPTULO X

    DA VOCAO EFICAZ

  • I. Todos aqueles que Deus predestinou para a vida, e s esses, ele servido, no tempo por ele determinado e aceito, chamar eficazmente pela sua palavra e pelo seu Esprito, tirando-os por Jesus Cristo daquele estado de pecado e morte em que esto por natureza, e transpondo-os para a graa e salvao. Isto ele o faz, iluminando os seus entendimentos espiritualmente a fim de compreenderem as coisas de Deus para a salvao, tirando-lhes os seus coraes de pedra e dando lhes coraes de carne, renovando as suas vontades e determinando-as pela sua onipotncia para aquilo que bom e atraindo-os eficazmente a Jesus Cristo, mas de maneira que eles vm mui livremente, sendo para isso dispostos pela sua graa.

    Ref. Joo 15:16; At. 13:48; Rom. 8:28-30 e 11:7; Ef. 1:5,10; I Tess. 5:9; 11 Tess. 2:13-14; IICor.3:3,6; Tiago 1:18; I Cor. 2:12; Rom. 5:2; II Tim. 1:9-10; At. 26:18; I Cor. 2:10, 12: Ef. 1:17-18; II Cor. 4:6; Ezeq. 36:26, e 11:19; Deut. 30:6; Joo 3:5; Gal. 6:15; Tito 3:5; I Ped. 1:23; Joo 6:44-45; Sal. 90;3; Joo 9:3; Joo6:37; Mat. 11:28; Apoc. 22:17.

    II. Esta vocao eficaz s da livre e especial graa de Deus e no provem de qualquer coisa prevista no homem; na vocao o homem inteiramente passivo, at que, vivificado e renovado pelo Esprito Santo, fica habilitado a corresponder a ela e a receber a graa nela oferecida e comunicada.

    Ref. II Tim. 1:9; Tito 3:4-5; Rom. 9:11; I Cor. 2:14; Rom. 8:7-9; Ef. 2:5; Joo 6:37; Ezeq. 36:27; Joo5:25.

    III. As crianas que morrem na infncia, sendo eleitas, so regeneradas e por Cristo salvas, por meio do Esprito, que opera quando, onde e como quer, Do mesmo modo so salvas todas as outras pessoas incapazes de serem exteriormente chamadas pelo ministrio da palavra.

    Ref. Gen. 17:7; Sal. 105:8-10; Ezeq. 16-20-21; Luc. 18:1516; At. 2:39; Gal. 3:29; Joo 3:8 e 16:7-8; I Joo 5: 12; At. 4:12.

    IV. Os no eleitos, posto que sejam chamados pelo ministrio da palavra e tenham algumas das operaes comuns do Esprito, contudo no se chegam nunca a Cristo e portanto no podem ser salvos; muito menos podero ser salvos por qualquer outro meio os que no professam a religio crist, por mais diligentes que sejam em conformar as suas vidas com a luz da natureza e com a lei da religio que professam; o asseverar e manter que podem muito pernicioso e detestvel.

    Ref. Mat. l3:14-15; At. 28:24; Mat. 22:14; Mat. 13:20-21, e 7:22; Heb. 6:4-5; Joo 6:64-66, e 8:24; At. 4:12; Joo 14:6 e 17:3; Ef. 2:12-13; II Joo 10: l 1; Gal. 1:8; I Cor. 16:22.

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    CAPTULO XI

    DA JUSTIFICAO

    I. Os que Deus chama eficazmente, tambm livremente justifica. Esta justificao no consiste em Deus infundir neles a justia, mas em perdoar os seus pecados e em considerar e aceitar as suas pessoas como justas. Deus no os justifica em razo de qualquer coisa neles operada ou por eles feita, mas somente em considerao da obra de Cristo; no lhes imputando como justia a prpria f, o ato de crer ou qualquer outro ato de obedincia evanglica, mas imputando-lhes a obedincia e a satisfao de Cristo, quando eles o recebem e se firmam nele pela f, que no tm de si mesmos, mas que dom de Deus.

    Ref. Rom. 8:30 e 3:24, 27-28; II Cor. 5:19, 21; Tito 3:5-7; Ef. 1:7; Jer. 23:6; Joo 1:12 e 6:44-45; At. 10:43-44; Fil. 1:20; Ef. 2:8.

  • II. A f, assim recebendo e assim se firmando em Cristo e na justia dele, o nico instrumento de justificao; ela, contudo no est sozinha na pessoa justificada, mas sempre anda acompanhada de todas as outras graas salvadores; no uma f morta, mas obra por amor.

    Ref. Joo 3:16, 18, 36; Rom. 3:28, e 5: I; Tiago 2:17, 22, 26; Gal. 5:6.

    III. Cristo, pela sua obedincia e morte, pagou plenamente a dvida de todos os que so justificados, e, em lugar deles, fez a seu Pai uma satisfao prpria, real e plena. Contudo, como Cristo foi pelo Pai dado em favor deles e como a obedincia e satisfao dele foram aceitas em lugar deles, ambas livremente e no por qualquer coisa neles existente, a justificao deles s da livre graa, a fim de que tanto a justia restrita como a abundante graa de Deus sejam glorificadas na justificao dos pecadores.

    Ref. Rom. 5:8, 9, 18; II Tim. 2:5-6; Heb. 10:10, 14; Rom. 8:32; II Cor. 5:21; Mat. 3:17; Ef. 5:2; Rom. 3:26; Ef. 2:7.

    IV. Deus, desde toda a eternidade, decretou justificar todos os eleitos, e Cristo, no cumprimento do tempo, morreu pelos pecados deles e ressuscitou para a justificao deles; contudo eles no so justificados enquanto o Esprito Santo, no tempo prprio, no lhes aplica de fato os mritos de Cristo.

    Ref. Gal. 3:8; I Ped. 1:2, 19-20; Gal. 4:4; I Tim. 2:6; Rom. 4:25; I Ped. 1:21; Col. 1:21-22; Tito 3:4-7.

    V. Deus continua a perdoar os pecados dos que so justificados. Embora eles nunca podero decair do estado de justificao, podero, contudo, incorrer no paternal desagrado de Deus. e ficar privados da luz do seu rosto, at que se humilhem, confessem os seus pecados, peam perdo e renovem a sua f e o seu arrependimento.

    Ref. Mat. 6:12; I Joo 1:7, 9, e 2:1-2; Luc. 22:32; Joo 10:28; Sal. 89:31-33; e 32:5.

    VI. A justificao dos crentes sob o Velho Testamento era, em todos estes respeitos. a mesma justificao dos crentes sob o Novo Testamento.

    Ref. Gal. 3:9, 13-14; Rom. 4:22, 24.

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    CAPTULOXII

    DA ADOO

    Todos os que so justificados Deus servido, em seu nico Filho Jesus Cristo e por ele, fazer participantes da graa da adoo. Por essa graa eles so recebidos no nmero dos filhos de Deus e gozam a liberdade e privilgios deles; tm sobre si o nome deles, recebem o Esprito de adoo, tm acesso com confiana ao trono da graa e so habilitados, a clamar "Abba, Pai"; so tratados com comiserao, protegidos, providos e por ele corrigidos, como por um pai; nunca, porm, abandonados, mas selados para o dia de redeno, e herdam as promessas, como herdeiros da eterna salvao.

    Ref. Ef. 1:5; Gal. 4:4-5; Rom. 8:17; Joo 1: 12; Jer. 14:9; II Cor. 6:18; Apoc. 3:12; Rom. 8:15; Ef. 3:12; Gal. 4:6; Sal. 10313; Prov. 14.26; Mat. 6:30, 32; Heb. 12:6; Lam. 3:31-32; Ef. 4:30; Heb. 6:12; I Ped. 1: 3-4; Heb. 1: 14.

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    CAPTULO XIII

    DA SANTIFICAO

    I. Os que so eficazmente chamados e regenerados, tendo criado em si um novo corao e um novo esprito, so alm disso santificados real e pessoalmente, pela virtude da morte e ressurreio de Cristo, pela sua palavra e pelo seu Esprito, que neles habita; o domnio do corpo do pecado neles todo destrudo, as suas vrias concupiscncias so mais mais enfraquecidas e mortificadas, e eles so mais e mais vivificados e fortalecidos em todas as graas salvadores, para a prtica da verdadeira santidade, sem a qual ningum ver a Deus.

    Ref. I Cor. 1:30; At. 20:32; Fil. 3:10; Rom. 6:5-6; Joo 17:17, 19; Ef. 5-26; II Tess. 2:13; Rom. 6:6, 14; Gal. 5:24; Col., 1:10-11; Ef. 3:16-19; II Cor. 7:1; Col. 1:28, e 4:12; Heb. 12:14.

    II. Esta santificao no homem todo, porm imperfeita nesta vida; ainda persistem em todas as partes dele restos da corrupo, e da nasce uma guerra contnua e irreconcilivel - a carne lutando contra o esprito e o esprito contra a carne.

    Ref. I Tess. 5:23; I Joo 1:10; Fil. 3:12; Gal. 5:17; I Ped.2:11.

    III. Nesta guerra, embora prevaleam por algum tempo as corrupes que ficam, contudo, pelo contnuo socorro da eficcia do santificador Esprito de Cristo, a parte regenerada do homem novo vence, e assim os santos crescem em graa, aperfeioando a santidade no temor de Deus.

    Ref. Rom. 7:23, e 6:14; I Joo 5:4; Ef. 4:15-16; II Ped. 3:18; II Cor. 3:18, e 7: 1.

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    CAPTULO XIV

    DA F SALVADORA

    I. A graa da f, pela qual os eleitos so habilitados a crer para a salvao das suas almas, a obra que o Esprito de Cristo faz nos coraes deles, e ordinariamente operada pelo ministrio da palavra; por esse ministrio, bem como pela administrao dos sacramentos e pela orao, ela aumentada e fortalecida.

    Ref. Heb. 10:39; II Cor. 4:13; Ef. 1:17-20, e 2:8; Mat. 28:19-20; Rom. 10:14, 17: I Cor. 1:21; I Ped. 2:2; Rom. 1:16-17; Luc. 22:19; Joo 6:54-56; Rom. 6:11; Luc. 17:5, e 22:32.

    II. Por essa f o cristo, segundo a autoridade do mesmo Deus que fala em sua palavra, cr ser verdade tudo quanto nela revelado, e age de conformidade com aquilo que cada passagem contm em particular, prestando obedincia aos mandamentos, tremendo s ameaas e abraando as promessas de Deus para esta vida e para a futura; porm os principais atos de f salvadora so - aceitar e receber a Cristo e firmar-se s nele para a justificao, santificao e vida eterna, isto em virtude do pacto da graa.

    Ref. Joo 6:42; I Tess. 2:13; I Joo 5:10; At. 24:14; Mat. 22:37-40; Rom. 16:26; Isa. 66:2; Heb. 11:13; I Tim. 6:8; Joo1:12; At. 16:31; Gal. 2:20; At. 15: 11.

  • III. Esta f de diferentes graus, fraca ou forte; pode ser muitas vezes e de muitos modos assaltada e enfraquecida, mas sempre alcana a vitria, atingindo em muitos a uma perfeita segurana em Cristo, que no somente o autor, como tambm o consumador da f.

    Ref. Rom. 4:19-20; Mat. 6:30, e 5: 10; Ef. 6:16; I Joo 4:5; Heb. 6:11, 12, 10:22 e 12:2.

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    CAPTULO XV

    DO ARREPENDIMENTO PARA A VIDA

    I. O arrependimento para a vida uma graa evanglica, cuja doutrina deve ser to pregada por todo o ministro do Evangelho como a da f em Cristo.

    Ref. At. 11: 18; Luc. 24:47; Mar. 1: 15; At. 20:21.

    II. Movido pelo reconhecimento e sentimento, no s do perigo, mas tambm da impureza e odiosidade do pecado como contrrios santa natureza e justa lei de Deus; apreendendo a misericrdia divina manifestada em Cristo aos que so penitentes, o pecador pelo arrependimento, de tal maneira sente e aborrece os seus pecados, que, deixando-os, se volta para Deus, tencionando e procurando andar com ele em todos os caminhos dos seus mandamentos.

    Ref. Ezeq. 18:30-31 e 34:31; Sal.51:4; Jer. 31:18-19; II Cor.7:11; Sal. 119:6, 59, 106; Mat. 21:28-29.

    III. Ainda que no devemos confiar no arrependimento como sendo de algum modo uma satisfao pelo pecado ou em qualquer sentido a causa do perdo dele, o que ato da livre graa de Deus em Cristo, contudo, ele de tal modo necessrio aos pecadores, que sem ele ningum poder esperar o perdo,

    Ref. Ez. 36:31-32 e 16:63; Os. 14:2, 4; Rom. 3:24; Ef. 1: 7; Luc. 13:3, S; At. 17:30,31.

    IV. Como no h pecado to pequeno que no merea a condenao, assim tambm no h pecado to grande que possa trazer a condenao sobre os que se arrependem verdadeiramente.

    Ref. Rom. 6:23; Mat. 12:36; Isa. 55: 7; Rom. 8:1; Isa. 1: 18.,

    V. Os homens no devem se contentar com um arrependimento geral, mas dever de todos procurar arrepender-se particularmente de cada um dos seus pecados.

    Ref. Sal. 19:13; Luc. 19:8; I Tim. 1:13, 15.

    VI. Como todo o homem obrigado a fazer a Deus confisso particular das suas faltas, pedindo-lhe o perdo delas, fazendo o que, achar misericrdia, se deixar os seus pecados, assim tambm aquele que escandaliza a seu irmo ou a Igreja de Cristo, deve estar pronto, por uma confisso particular ou pblica do seu pecado e do pesar que por ele sente, a declarar o seu arrependimento aos que esto ofendidos; isto feito, estes devem reconciliar-se com ele e receb-lo em amor.

    Ref. Sal. 32:5-6; Prov. 28:13; I Joo 1:9; Tiago 5: 16; Luc. 17:3-4; Josu 7:19; II Cor. 2:8.

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  • CAPTULO XVI

    DAS BOAS OBRAS

    I. Boas obras so somente aquelas que Deus ordena em sua santa palavra, no as que, sem autoridade dela, so aconselhadas pelos homens movidos de um zelo cego ou sob qualquer outro pretexto de boa inteno.

    Ref. Miq. 6:8; Rom. 12:2; Heb. 13:21; Mat. I5:9; Isa. 29:13; I Ped. 1:18; Joo 16:2; Rom. 10:2;1 Sam. I5:22; Deut. 10:12-13; Col. 2:16, 17, 20-23.

    II. Estas boas obras, feitas em obedincia aos mandamentos de Deus, so o fruto e as evidncias de uma f viva e verdadeira; por elas os crentes manifestam a sua gratido, robustecem a sua confiana, edificam os seus irmos, adornam a profisso do Evangelho, tapam a boca aos adversrios e glorificam a Deus, cuja feitura so, criados em Jesus Cristo para isso mesmo, a fim de que, tendo o seu fruto em santificao, tenham no fim a vida eterna.

    Ref. Tiago 2:18, 22; Sal. 116-12-13; I Ped. 2:9; I Joo 2:3,5; II Ped. 1:5-10; II Cor. 9:2; Mat. 5:16; I Tim. 4:12; Tito 2:5, 912; I Tim. 6:1; I Pedro. 2:12, 15; Fil. 1,11; Joo 15:8; Ef. 2:10; Rom. 6:22.

    III. O poder de fazer boas obras no de modo algum dos prprios fiis, mas provm inteiramente do Esprito de Cristo. A fim de que sejam para isso habilitados, necessrio, alm da graa que j receberam, uma influncia positiva do mesmo Esprito Santo para obrar neles o querer e o perfazer segundo o seu beneplcito; contudo, no devem por isso tornar-se negligentes, como se no fossem obrigados a cumprir qualquer dever seno quando movidos especialmente pelo Esprito, mas devem esforar-se por estimular a graa de Deus que h neles.

    Ref. Joo I5:4-6; Luc. 11:13; Fil. 2:13, e 4:13; II Cor. 3:5; Ef. 3:16; Fil. 2:12; Heb. 6:11-12; Isa. 64:7.

    IV. Os que alcanam pela sua obedincia a maior perfeio possvel nesta vida esto to longe de exceder as suas obrigaes e fazer mais do que Deus requer, que so deficientes em muitas coisas que so obrigados a fazer.

    Ref. Luc. 17: 10; Gal. 5: 17.

    V. No podemos, pelas nossas melhores obras, merecer da mo de Deus perdo de pecado ou a vida eterna, porque grande a desproporo que h entre eles e a glria porvir, e infinita a distncia que vai de ns a Deus, a quem no podemos ser teis por meio delas, nem satisfazer pela dvida dos nossos pecados anteriores; e porque, como boas, procedem do Esprito e, como nossas, so impuras e misturadas com tanta fraqueza e imperfeio, que no podem suportar a severidade do juzo de Deus; assim, depois que tivermos feito tudo quanto podemos, temos cumprido to somente, o nosso dever, e somos servos inteis.

    Ref. Rom. 3:20, e 4:2,4, 6; Ef. 2:8-9; Luc. 17:lO;Gal. 5:2223; Isa. 64-6; Sal. 143, 2, e 130:3.

    VI. No obstante o que havemos dito, sendo aceitas por meio de Cristo as pessoas dos crentes, tambm so aceitas nele as boas obras deles, no como se fossem, nesta vida, inteiramente puras e irrepreensveis vista de Deus, mas porque Deus considerando-as em seu Filho, servido aceitar e recompensar aquilo que sincero, embora seja acompanhado de muitas fraquezas e imperfeies.

    Ref. Ef. 1:6; I Ped. 2:5; Sal. 143:2; II Cor. 8:12; Heb. 6:10; Mat. 2,5:21, 23.

  • VII. As obras feitas pelos no regenerados, embora sejam, quanto matria, coisas que Deus ordena, e teis tanto a si mesmos como aos outros, contudo, porque procedem de coraes no purificados pela f, no so feitas devidamente - segundo a palavra; - nem para um fim justo - a glria de Deus; so pecaminosas e no podem agradar a Deus, nem preparar o homem para receber a graa de Deus; no obstante, o negligenci-las ainda mais pecaminoso e ofensivo a Deus.

    Ref. II Reis 10:30, 31; Fil. 1:15-16, 18; Heb. 11:4, 6; Mar. 10:20-21; I Cor. 13:3; Isa. 1:12; Mat. 6:2, 5, 16; Ag. 2:14; Ams 5:21-22; Mar. 7:6-7; Sal. 14:4; e 36:3; Mat. 2,5:41-45, e 23:23.

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    CAPTULO XVII

    DA PERSEVERANA DOS SANTOS

    I. Os que Deus aceitou em seu Bem-amado, os que ele chamou eficazmente e santificou pelo seu Esprito, no podem decair do estado da graa, nem total, nem finalmente; mas, com toda a certeza ho de perseverar nesse estado at o fim e sero eternamente salvos.

    Ref. Fil. 1: 6; Joo 10: 28-29; I Ped. 1:5, 9.

    II. Esta perseverana dos santos no depende do livre arbtrio deles, mas da imutabilidade do decreto da eleio, procedente do livre e imutvel amor de Deus Pai, da eficcia do mrito e intercesso de Jesus Cristo, da permanncia do Esprito e da semente de Deus neles e da natureza do pacto da graa; de todas estas coisas vm a sua certeza e infalibilidade. ,

    Ref. II Tim. 2:19; Jer. 31:3; Joo 17:11, 24; Heb 7:25; Luc. 22:32; Rom. 8:33, 34, 38-39; Joo 14:16-17; I Joo 2:27 e 3:9; Jer. 32:40; II Tess. 3:3; I Joo 2:19; Joo 10:28.

    III. Eles, porm, pelas tentaes de Satans e do mundo, pela fora da corrupo neles restante e pela negligncia dos meios de preservao, podem cair em graves pecados e por algum tempo continuar neles; incorrem assim no desagrado de Deus, entristecem o seu Santo Esprito e de algum modo vm a ser privados das suas graas e confortos; tm os seus coraes endurecidos e as suas conscincias feridas; prejudicam e escandalizam os outros e atraem sobre si juzos temporais.

    Ref. Sal. 51:14; Mat. 26:70-74; II Sam. 12:9, 13; Isa. 64:7, 9; II Sam. 11:27; Ef. 6:30; Sal. 51:8, 10, 12; Apoc. 2:4; Isa. 63:17; Mar. 6:52; Sal. 32:3-4; II Sam. 12:14; Sal. 89:31-32; I Cor. 11:32.

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    CAPTULO XVIII

    DA CERTEZA DA GRAA E DA SALVAO

    I. Ainda que os hipcritas e os outros no regenerados podem iludir-se vmente com falsas esperanas e carnal presuno de se acharem no favor de Deus e em estado de Salvao, esperana essa que perecer, contudo, os que verdadeiramente crem no Senhor Jesus e o amam com sinceridade, procurando andar diante dele em toda a boa conscincia, podem, nesta vida, certificar-se de se acharem em estado de graa e podem regozijar-se na esperana da glria de Deus, nessa esperana que nunca os envergonhar.

    Ref. Deut. 29:19; Miq. 3:11; Joo 5:41; Mat. 8:22-23; I Joo 2:3 e 5: 13; Rom. 5:2, S; II Tim. 4:7-8.

  • II. Esta certeza no uma mera persuaso conjectural e provvel, fundada numa falsa esperana, mas uma infalvel segurana da f, fundada na divina verdade das promessas de salvao, na evidncia interna daquelas graas a que so feitas essas promessas, no testemunho do Esprito de adoo que testifica com os nossos espritos sermos ns filhos de Deus, no testemunho desse Esprito que o penhor de nossa herana e por quem somos selados para o dia da redeno.

    Ref. Heb. 6:11, 17-19; I Ped. 1:4-5, 10-11; I Joo 3:14; Rom.8:15-16; Ef.1: 13-14, e 4:30; II Cor.1:21-22.

    III. Esta segurana infalvel no pertence de tal modo essncia da f, que um verdadeiro crente, antes de possu-la, no tenha de esperar muito e lutar com muitas dificuldades; contudo, sendo pelo Esprito habilitado a conhecer as coisas que lhe so livremente dadas por Deus, ele pode alcan-la sem revelao extraordinria, no devido uso dos meios ordinrios. , pois, dever de todo o fiel fazer toda a diligncia para tornar certas a sua vocao e eleio, a fim de que por esse modo seja o seu corao no Esprito Santo confirmado em paz e gozo, em amor e gratido para com Deus, em firmeza e alegria nos deveres da obedincia que so os frutos prprios desta segurana. Este privilgio est, pois, muito longe de predispor os homens negligncia.

    Ref. I Joo 5:13; I Cor. 2:12; I Joo 4:13; Heb. 6:11-12; II Ped. 1:10; Rom. 5:1-2, 5. 14:17, e 15:13; Sal. 119:32; Rom. 6:1-2; Tito 2:11-12, 14; II Cor. 7: 1; Rom. 8: 1; 12; I Joo 1:6-7, e 3:2-3.

    IV. Por diversos modos podem os crentes ter a sua segurana de salvao abalada, diminuda e interrompida negligenciando a conservao dela, caindo em algum pecado especial que fira a conscincia e entristea o Esprito Santo, cedendo a fortes e repentinas tentaes, retirando Deus a luz do seu rosto e permitindo que andem em trevas e no tenham luz mesmo os que temem; contudo, eles nunca ficam inteiramente privados daquela semente de Deus e da vida da f, daquele amor a Cristo e aos irmos, daquela sinceridade de corao e conscincia do dever; dessas bnos a certeza de salvao poder, no tempo prprio, ser restaurada pela operao do Esprito, e por meio delas eles so, no entanto, suportados para no carem no desespero absoluto.

    Ref. Sal. 51: 8, 12, 14; Ef. 4:30; Sal. 77: 1-10, e 31:32; I Joo 3:9; Luc. 22:32; Miq. 7:7-9; Jer. 32:40; II Cor. 4:8-10.

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    CAPTULO XIX

    DA LEI DE DEUS

    I. Deus deu a Ado uma lei como um pacto de obras. Por este pacto Deus o obrigou, bem como toda sua posteridade, a uma obedincia pessoal, inteira, exata e perptua; prometeu-lhe a vida sob a condio dele cumprir com a lei e o ameaou com a morte no caso dele viol-la; e dotou-o com o poder e capacidade de guard-la.

    Ref. Gen. 1:26, e 2:17; Ef. 4:24; Rom. 2:14-15, e 10:5, e 5:12, 19.

    II. Essa lei, depois da queda do homem, continuou a ser uma perfeita regra de justia. Como tal, foi por Deus entregue no monte Sinai em dez mandamentos e escrita em duas tbuas; os primeiros quatro mandamentos ensinam os nossos deveres para com Deus e os outros seis os nossos deveres para com o homem.

    Ref. Tiago 1:25 e 2:8, 10; Deut. 5:32, e 10:4; Mat. 22:37-40.

  • III. Alm dessa lei, geralmente chamada lei moral, foi Deus servido dar ao seu povo de Israel, considerado uma igreja sob a sua tutela, leis cerimoniais que contm diversas ordenanas tpicas. Essas leis, que em parte se referem ao culto e prefiguram Cristo, as suas graas, os seus atos, os seus sofrimentos e os seus benefcios, e em parte representam vrias instrues de deveres morais, esto todas abrogadas sob o Novo Testamento.

    Ref. Heb.10:1; Gal. 4:1-3; Col. 2:17; Exo. 12:14; I Cor.5:7; II Cor. 6:17; Col. 2:14, 16-17; Ef. 2:15-16.

    IV. A esse mesmo povo, considerado como um corpo poltico, Deus deu leis civis que terminaram com aquela nacionalidade, e que agora no obrigam alm do que exige a sua eqidade geral.

    Ref. Exo. 21, e 22:1-29; Gen. 49:10; Mat. 5:38-39.

    V. A lei moral obriga para sempre a todos a prestar-lhe obedincia, tanto as pessoas justificadas como as outras, e isto no somente quanto matria nela contida, mas tambm pelo respeito autoridade de Deus, o Criador, que a deu. Cristo, no Evangelho, no desfaz de modo algum esta obrigao, antes a confirma.

    Ref. I Joo 2:3-4, 7; Rom. 3:31; Tiago, 2:8, 10, 11; Rom-. 3:19- Mat. 5:18-19.

    VI. Embora os verdadeiros crentes no estejam debaixo da lei como pacto de obras, para serem por ela justificados ou condenados, contudo, ela lhes serve de grande proveito, como aos outros; manifestando-lhes, como regra de vida, a vontade de Deus, e o dever que eles tm, ela os dirige e os obriga a andar segundo a retido; descobre-lhes tambm as pecaminosas polues da sua natureza, dos seus coraes e das suas vidas, de maneira que eles, examinando-se por meio dela, alcanam mais profundas convices do pecado, maior humilhao por causa deles e maior averso a eles, e ao mesmo tempo lhes d uma melhor apreciao da necessidade que tm de Cristo e da perfeio da obedincia dele. Ela tambm de utilidade aos regenerados, a fim de conter a sua corrupo, pois probe o pecado; as suas ameaas servem para mostrar o que merecem os seus pecados e quais as aflies que por causa deles devem esperar nesta vida, ainda que sejam livres da maldio ameaada na lei. Do mesmo modo as suas promessas mostram que Deus aprova a obedincia deles e que bno podem esperar, obedecendo, ainda que essas bnos no lhes sejam devidas pela lei considerada como pacto das obras - assim o fazer um homem o bem ou o evitar ele o mal, porque a lei anima aquilo e proibe isto, no prova de estar ele debaixo da lei e no debaixo da graa.

    Ref. Rom. 6:14,e 8:1; Gal. 3:13; Rom. 7:12, 22, 25; Sal.119:5; I Cor. 7:19; Rom.7:7, e 3:20; Tiago 1:23, 25; Rom. 7:9,14, 24; Gal. 3:24; Rom. 8:3-4; Rom. 7:25; Tiago 2:11; Esdras 9:13-14; Sal. 89:30-34 e 37:11, e 19:11; Gal. 2:16; Luc. 17:10; Rom. 6:12,-14; Heb. 12:28-29; I Ped. 3:8-12; Sal. 34:12, 16.

    VII. Os supracitados usos da lei no so contrrios graa do Evangelho, mas suavemente condizem com ela, pois o Esprito de Cristo submete e habilita a vontade do homem a fazer livre e alegremente aquilo que a vontade de Deus, revelada na lei, requer se faa.

    Ref. Gal. 3:21; Ezeq. 36:27; Heb. 5:10.

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    CAPTULO XX

    DA LIBERDADE CRIST E DA LIBERDADE DE CONSCINCIA

  • I. A liberdade que Cristo, sob o Evangelho, comprou para os crentes consiste em serem eles libertos do delito do pecado, da ira condenatria de Deus, da maldio da lei moral e em serem livres do poder deste mundo. do cativeiro de Satans, do domnio do pecado, do mal das aflies, do aguilho da morte, da vitria da sepultura e da condenao eterna: como tambm em terem livre acesso a Deus, em lhe prestarem obedincia, no movidos de um medo servil, mas de amor filial e esprito voluntrio. Todos estes privilgios eram comuns tambm aos crentes debaixo da lei, mas sob o Evangelho, a liberdade dos cristos est mais ampliada, achando-se eles isentos do jugo da lei cerimonial a que estava sujeita a Igreja Judaica, e tendo maior confiana de acesso ao trono da graa e mais abundantes comunicaes do Esprito de Deus, do que os crentes debaixo da lei ordinariamente alcanavam.

    Ref. Tito 2:14; I Tess. 1: 10; Gal. 3:13; Rom. 8: 1; Gal. 1:4; At. 26:18; Rom. 6:14; I Joo 1:7; Sal. 119:71; Rom. 8:28; I Cor, 15:54-57; Rom. 5l: 1-2; Ef. 2:18 e 3:12; Heb. 10: 19; Rom. 8:14. 15; Gal. 6:6; I Joo 6:18; Gal. 3:9, 14, e 5: 1; At. 15: 10; Heb. 4:14, 16, e 10: 19-22; Joo 7:38-39; Rom. 5:5.

    II. S Deus senhor da conscincia, e ele deixou livre das doutrinas e mandamentos humanos que em qualquer coisa, sejam contrrios sua palavra ou que, em matria de f ou de culto estejam fora dela. Assim crer tais doutrinas ou obedecer a tais mandamentos como coisa de conscincia trair a verdadeira liberdade de conscincia; e requerer para elas f implcita e obedincia cega e absoluta destruir a liberdade de conscincia e a mesma razo.

    Ref. Rom. 14:4, 10; Tiago 4:12; At. 4:19, e 5:29; Mat. 28:8-10; Col. 2:20-23; Gal. 1: 10, e 2:4-5, e 4:9-10, e 5: 1;. Rom, 14:23; At. 17:11; Joo 4:22; Jer. 8:9; I Ped. 3: 15.

    III. Aqueles que, sob o pretexto de liberdade crist, cometem qualquer pecado ou toleram qualquer concupiscncia, destroem por isso mesmo o fim da liberdade crist; o fim da liberdade que, sendo livres das mos dos nossos inimigos, sem medo sirvamos ao Senhor em santidade e justia, diante dele todos os dias da nossa vida.

    Ref. Luc. 1:74-75; Rom. 6:15; Gal. 5:13; I Ped. 2:16; II Ped. 3: 15.

    IV. Visto que os poderes que Deus ordenou, e a liberdade que Cristo comprou, no foram por Deus designados para destruir, mas para que mutuamente nos apoiemos e preservemos uns aos outros, resistem ordenana de Deus os que, sob pretexto de liberdade crist, se opem a qualquer poder legtimo, civil ou religioso, ou ao exerccio dele. Se publicarem opinies ou mantiverem prticas contrrias luz da natureza ou aos reconhecidos princpios do Cristianismo concernentes f, ao culto ou ao procedimento; se publicarem opinies, ou mantiverem prticas contrrias ao poder da piedade ou que, por sua prpria natureza ou pelo modo de public-las e mant-las, so destrutivas da paz externa da Igreja e da ordem que Cristo estabeleceu nela, podem, de justia ser processados e visitados com as censuras eclesisticas.

    Ref. I Ped. 2:13-16; Heb. 13:17; Mat. 18:15-17; II Tess.3:14; Tito3:10; I Cor. 5:11-13; Rom. 16:17; II Tess. 3:6.

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    CAPTULO XXI

    DO CULTO RELIGIOSO E DO DOMINGO

    I. A luz da natureza mostra que h um Deus que tem domnio e soberania sobre tudo, que bom e faz bem a todos, e que, portanto, deve ser temido, amado, louvado, invocado, crido e servido de todo o corao, de toda a alma e de toda a fora; mas o modo aceitvel de adorar o verdadeiro Deus

  • institudo por ele mesmo e to limitado pela sua vontade revelada, que no deve ser adorado segundo as imaginaes e invenes dos homens ou sugestes de Satans nem sob qualquer representao visvel ou de qualquer outro modo no prescrito nas Santas Escrituras.

    Ref. Rom. 1:20; Sal. 119:68, e 31:33; At. 14:17; Deut. 12:32; Mat. I5:9, e 4:9, 10; Joo 4:3, 24; Exo. 20:4-6.

    II. O culto religioso deve ser prestado a Deus o Pai, o Filho e o Esprito Santo - e s a ele; no deve ser prestado nem aos anjos, nem aos santos, nem a qualquer outra criatura; nem, depois da queda, deve ser prestado a Deus pela mediao de qualquer outro seno Cristo.

    Ref. Joo 5:23; Mat. 28:19; II Cor. 13:14; Col. 2:18; Apoc 19:10; Rom. l:25; Joo 14:6; I Tim. 2:5; Ef. 2:18; Col. 3:17.

    III. A orao com aes de graas, sendo uma parte especial do culto religioso, por Deus exigida de todos os homens; e, para que seja aceita, deve ser feita em o nome do Filho, pelo auxlio do seu Esprito, segundo a sua vontade, e isto com inteligncia, reverncia, humildade, fervor, f, amor e perseverana. Se for vocal, deve ser proferida em uma lngua conhecida dos circunstantes.

    Ref. Fil. 4:6; I Tim. 2:1; Col. 4:2; Sal. 65:2, e 67:3; I Tess. 5:17-18; Joo 14:13-14; I Ped. 2:5; Rom. 8:26; Ef. 6:8; Joo 5:14; Sal. 47:7; Heb. 12:28; Gen. 18:27; Tiago 5:16; Ef. 6:18; I Cor. 14:14.

    IV. A orao deve ser feita por coisas lcitas e por todas as classes de homens que existem atualmente ou que existiro no futuro; mas no pelos mortos, nem por aqueles que se saiba terem cometido o pecado para a morte.

    Ref. Mat. 26:42; I Tim. 2:1-2; Joo 17:20; II Sam. 7:29, e 12:21-23; Luc. 16:25-26; I Joo 5: 16.

    V. A leitura das Escrituras com o temor divino, a s pregao da palavra e a consciente ateno a ela em obedincia a Deus, com inteligncia, f e reverncia; o cantar salmos com graas no corao, bem como a devida administrao e digna recepo dos sacramentos institudos por Cristo - so partes do ordinrio culto de Deus, alm dos juramentos religiosos; votos, jejuns solenes e aes de graas em ocasies especiais, tudo o que, em seus vrios tempos e ocasies prprias, deve ser usado de um modo santo e religioso.

    Ref. At. 15:21; Apoc. 1:3; II Tim. 4:2; Tiago 1:22: At. 10:33; Heb. 4:2; Col. 3:16; Ef. 5:19; Tiago 5:13; At. 16:25; Mat. 28:19; At. 2:42; Deut. 6:13; Ne. 10:29; Ec. 5:4-5; Joel 2:12; Mat. 9:15.

    VI. Agora, sob o Evangelho, nem a orao, nem qualquer outro ato do culto religioso restrito a um certo lugar, nem se torna mais aceito por causa do lugar em que se oferea ou para o qual se dirija, mas, Deus deve ser adorado em todo o lugar, em esprito e verdade - tanto em famlias diariamente e em secreto, estando cada um sozinho, como tambm mais solenemente em assemblias pblicas, que no devem ser descuidosas, nem voluntariamente desprezadas nem abandonadas, sempre que Deus, pela sua providncia, proporciona ocasio.

    Ref. Joo 5:21; Mal. 1:11; I Tim. 2:8; Joo 4:23-24; Jer. 10: 25; J 1:5; II Sam. 6:18-20; Deut. 6:6-7; Mat. 6: 11, e 6:6; Isa. 56:7; Heb. 10:25; Prov. 5:34; At. 2:42.

    VII. Como lei da natureza que, em geral, uma devida proporo do tempo seja destinada ao culto de Deus, assim tambm em sua palavra, por um preceito positivo, moral e perptuo, preceito que obriga a todos os homens em todos os sculos, Deus designou particularmente um dia em sete para ser um sbado (descanso) santificado por Ele; desde o princpio do mundo, at a ressurreio de Cristo, esse dia foi o ltimo da semana; e desde a ressurreio de Cristo foi mudado para o primeiro

  • dia da semana, dia que na Escritura chamado Domingo, ou dia do Senhor, e que h de continuar at ao fim do mundo como o sbado cristo.

    Ref. Exo. 20:8-11; Gen. 2:3; I Cor. 16:1-2; At. 20:7; Apoc.1:10; Mat. 5: 17-18.

    VIII. Este sbado santificado ao Senhor quando os homens, tendo devidamente preparado os seus coraes e de antemo ordenado os seus negcios ordinrios, no s guardam, durante todo o dia, um santo descanso das suas prprias obras, palavras e pensamentos a respeito dos seus empregos seculares e das suas recreaes, mas tambm ocupam todo o tempo em exerccios pblicos e particulares de culto e nos deveres de necessidade e misericrdia.

    Ref. Exo. 16:23-26,29:30, e 31:15-16; Isa.58:13.

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    CAPTULO XXII

    DOS JURAMENTOS LEGAIS E DOS VOTOS

    I. O Juramento, quando lcito, uma parte do culto religioso pelo qual o crente, em ocasies necessrias e com toda a solenidade, chama a Deus por testemunha do que assevera ou promete; pelo juramento ele invoca a Deus para julg-lo segundo a verdade ou falsidade do que jura.

    Ref. Deut. 10:20; Exo..20:7; Lev. 19:12; II Cor. 1:23; II Cron. 6:22-23.

    II. O nico nome pelo qual se deve jurar o nome de Deus, nome que se pronunciar com todo o santo temor e reverncia; jurar, pois, falsa ou temerariamente por este glorioso e tremendo nome ou jurar por qualquer outra coisa pecaminoso e abominvel, contudo, como em assuntos de gravidade e importncia o juramento autorizado pela palavra de Deus, tanto sob o Novo Testamento como sob o Velho, o juramento, sendo exigido pela autoridade legal, deve ser prestado com referncia a tais assuntos.

    Ref. Deut. 6:13; Jer. 5:7; Mat. 5:34,.37; Tiago 5:12; Heb. 6:16; I Reis 5:31; Esdras 10:5.

    III. Quem vai prestar um juramento deve considerar refletidamente a gravidade de ato to solene e nada afirmar de cuja verdade no esteja plenamente persuadido, obrigando-se to somente por aquilo que justo e bom e que tem como tal, e por aquilo que pode e est resolvido a cumprir. , porm, pecado recusar prestar juramento concernente a qualquer coisa justa e boa, sendo ele exigido pela autoridade legal.

    Ref. Jer. 4:2; Gen. 24:2-3; 9; Ne.5: 12.

    IV. O juramento deve ser prestado conforme o sentido claro e bvio das palavras, sem equvoco ou restrio mental. No pode obrigar a pecar, mas sendo prestado com referncia a qualquer coisa no pecaminosa, obriga ao cumprimento, mesmo com prejuzo de quem jura. No deve ser violado, ainda que feito a hereges ou infiis.

    Ref. Sal. 24:4, e 15:4; Ezeq. 17:16, 18.

    V. O voto da mesma natureza que o juramento promissrio; deve ser feito com o mesmo cuidado religioso e cumprindo com igual fidelidade.

  • Ref. Isa. 19:21; Ec. 5:4-6; Sal. 66:13-14.

    VI. O voto no deve ser feito a criatura alguma, mas somente a Deus; para que seja aceitvel, deve ser feito voluntariamente, com f e conscincia de dever, em reconhecimento de misericrdias recebidas ou para obter o que desejamos. Pelo voto obrigamo-nos mais restritamente aos deveres necessrios ou a outras coisas, at onde ou quando elas conduzirem a esses deveres.

    Ref. Sal. 76:1 1; Deut. 23:21, 23; Sal. 50:14.

    VII. Ningum deve prometer fazer coisa alguma que seja proibida na palavra de Deus ou que embarace o cumprimento de qualquer dever nela ordenado, nem o que no est em seu poder cumprir e para cuja execuo no tenha promessa ou poder de Deus; por isso os votos monsticos que os papistas fazem do celibato perptuo, pobreza voluntria e obedincia regular, em vez de serem graus de maior perfeio, no passam de laos supersticiosos e inquos com os quais nenhum cristo deve embaraar-se.

    Ref. At. 23:12; Mar. 6:26; I Cor. 2:9; Ef. 4:28; I Tess. 4:11-12; I Cor. 7:23.

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    CAPTULO XXIII

    DO MAGISTRADO CIVIL

    I. Deus, o Senhor Supremo e Rei de todo o mundo, para a sua glria e para o bem pblico, constituiu sobre o povo magistrados civis que lhe so sujeitos, e a este fim, os armou com o poder da espada para defesa e incentivo dos bons e castigo dos malfeitores.

    Ref. Rom. 13:1-4; I Ped. 2:13-14.

    II. Aos cristos licito aceitar e exercer o ofcio de magistrado, sendo para ele chamado; e em sua administrao, como devem especialmente manter a piedade, a justia, e a paz segundo as leis salutares de cada Estado, eles, sob a dispensao do Novo Testamento e para conseguir esse fim, podem licitamente fazer guerra, havendo ocasies justas e necessrias.

    Ref. Prov. 8:15-16; Sal. 82:3-4; II Sam. 23:3; Luc. 3:14; Mat. 8:9-10; Rom. 13:4.

    III. Os magistrados civis no podem tomar sobre si a administrao da palavra e dos sacramentos ou o poder das chaves do Reino do Cu, nem de modo algum intervir em matria de f; contudo, como pais solcitos, devem proteger a Igreja do nosso comum Senhor, sem dar preferncia a qualquer denominao crist sobre as outras, para que todos os eclesisticos sem distino gozem plena, livre e indisputada liberdade de cumprir todas as partes das suas sagradas funes, sem violncia ou perigo. Como Jesus Cristo constituiu em sua Igreja um governo regular e uma disciplina, nenhuma lei de qualquer Estado deve proibir, impedir ou embaraar o seu devido exerccio entre os membros voluntrios de qualquer denominao crist, segundo a profisso e crena de cada uma. E dever dos magistrados civis proteger a pessoa e o bom nome de cada um dos seus jurisdicionados, de modo que a ningum seja permitido, sob pretexto de religio ou de incredulidade, ofender, perseguir, maltratar ou injuriar qualquer outra pessoa; e bem assim providenciar para que todas as assemblias religiosas e eclesisticas possam reunir-se sem ser perturbadas ou molestadas.

    Ref. Heb. 5:4; II Cron. 26:18; Mat. 16:19; I Cor. 4:1-2; Joo 15:36; At. 5:29; Ef. 4:11-12; Isa. 49:23; Sal. 105:15; 11 Sam.23:3.

  • IV. dever do povo orar pelos magistrados, honrar as suas pessoas, pagar-lhes tributos e outros impostos, obedecer s suas ordens legais e sujeitar-se sua autoridade, e tudo isto por amor da conscincia. Incredulidade ou indiferena de religio no anula a justa e legal autoridade do magistrado, nem absolve o povo da obedincia que lhe deve, obedincia de que no esto isentos os eclesisticos. O papa no tem nenhum poder ou jurisdio sobre os magistrados dentro dos domnios deles ou sobre qualquer um do seu povo; e muito menos tem o poder de priv-los dos seus domnios ou vidas, por julg-los hereges ou sob qualquer outro pretexto.

    Ref. I Tim. 2:1-3; II Ped. 2:17; Mat. 22:21; Rom. 13:2-7, e 13:5; Tito 3:1; I Ped. 2:13-14, 16; Rom. 13:1; At. 25:10-11; II Tim. 2:24; I Ped. 5:3.

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    CAPTULO XXIV

    DO MATRIMNIO E DO DIVRCIO

    I. O casamento deve ser entre um homem e uma mulher; ao homem no licito ter mais de urna mulher nem mulher mais de um marido, ao mesmo tempo.

    Ref. Gen. 2:24; Mat. 19:4-6; Rom. 7:3.

    II. O matrimnio foi ordenado para o mtuo auxlio de marido e mulher, para a propagao da raa humana por uma sucesso legtima e da Igreja por uma semente santa, e para impedir a impureza.

    Ref. Gen. 2:18, e 9:1; Mal.2:15; I Cor. 7:2,9.

    III. A todos os que so capazes de dar um consentimento ajuizado, lcito casar; mas dever dos cristos casar somente no Senhor; portanto, os que professam a verdadeira religio reformada no devem casar-se com infiis, papistas ou outros idlatras; nem devem os piedosos prender-se desigualmente pelo jugo do casamento aos que so notoriamente mpios em suas vidas ou que mantm heresias perniciosas.

    Ref. Heb. 13:4; I Tim. 4:3; Gen.24:57-58; I Cor. 7:39; II Cor. 6:14.

    IV. No devem casar-se as pessoas entre as quais existem os graus de consaginidade ou afinidade proibidos na palavra de Deus, tais casamentos incestuosos jamais podero tornar-se lcitos pelas leis humanas ou consentimento das partes, de modo a poderem coabitar como marido e mulher.

    Ref. I Cor. 5:1; Mar. 6:18; Lev. 18:24, 28.

    V. O adultrio ou fornicao cometida depois de um contrato, sendo descoberto antes do casamento, d parte inocente justo motivo de dissolver o contrato; no caso de adultrio depois do casamento, parte inocente lcito propor divrcio, e depois de obter o divrcio casar com outrem, como se a parte infiel fosse morta.

    Ref. Mat., 1: 18-20, e 5:31-32, e 19:9.

    VI. Posto que a corrupo do homem seja tal que o incline a procurar argumentos a fim de indevidamente separar aqueles que Deus uniu em matrimnio, contudo s causa suficiente para dissolver os laos do matrimnio o adultrio ou uma desero to obstinada que no possa ser remediada nem pela Igreja nem pelo magistrado civil; para a dissoluo do matrimnio necessrio

  • haver um processo pblico e regular. no se devendo deixar ao arbtrio e discreo das partes o decidirem seu prprio caso.

    Ref. Mat. 19:6-8; I Cor. 7:15; Deut. 24:1-4; Esdras 10:3.

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    CAPTULO XXV

    DA IGREJA

    I. A Igreja Catlica ou Universal, que invisvel, consta do nmero total dos eleitos que j foram, dos que agora so e dos que ainda sero reunidos em um s corpo sob Cristo, seu cabea; ela a esposa, o corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todas as coisas.

    Ref. Ef. 1: 10, 22-23; Col. 1: 18.

    II. A Igreja Visvel, que tambm catlica ou universal sob o Evangelho (no sendo restrita a uma nao, como antes sob a Lei) consta de todos aqueles que pelo mundo inteiro professam a verdadeira religio, juntamente com seus filhos; o Reino do Senhor Jesus, a casa e famlia de Deus, fora da qual no h possibilidade ordinria de salvao.

    Ref. I Cor. 1:2, e 12:12-13,; Sal .2:8; I Cor. 7 :14; At. 2:39; Gen. 17:7; Rom. 9:16; Mat. 13:3 Col. 1:13; Ef. 2:19, e 3:15; Mat. 10:32-33; At. 2:47.

    III. A esta Igreja Catlica Visvel Cristo deu o ministrio, os orculos e as ordenanas de Deus, para congregamento e aperfeioamento dos santos nesta vida, at o fim do mundo, e pela sua prpria presena e pelo seu Esprito, os torna eficazes para esse fim, segundo a sua promessa.

    Ref. f. 4:11-13; Isa. 59:21; Mat. 28:19-20.

    IV. Esta Igreja Catlica tem sido ora mais, ora menos visvel. As igrejas particulares, que so membros dela, so mais ou menos puras conforme neles , com mais ou menos pureza, ensinado e abraado o Evangelho, administradas as ordenanas e celebrado o culto pblico.

    Ref. Rom. 11:3-4; At. 2:41-42; I Cor. 5:6-7.

    V. AS igrejas mais puras debaixo do cu esto sujeitas mistura e ao erro; algumas tm degenerado ao ponto de no serem mais igrejas de Cristo, mas sinagogas de Satans; no obstante, haver sempre sobre a terra uma igreja para adorar a Deus segundo a vontade dele mesmo.

    Ref. I Cor. 1:2, e 13:12; Mat. 13:24-30, 47; Rom. 11.20-22; Apoc. 2:9; Mat. 16:18.

    VI. No h outro Cabea da Igreja seno o Senhor Jesus Cristo; em sentido algum pode ser o Papa de Roma o cabea dela, mas ele aquele anticristo, aquele homem do pecado e filho da perdio que se exalta na Igreja contra Cristo e contra tudo o que se chama Deus.

    Ref. Col. 1:18; Ef. 1:22; Mat. 23:8-10; I Ped. 5:2-4; II Tess. 2:3-4.

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    CAPTULO XXVI

  • DA COMUNHO DOS SANTOS

    I. Todos os santos que pelo seu Esprito e pela f esto unidos a Jesus Cristo, seu Cabea, tm com Ele comunho nas suas graas, nos seus sofrimentos, na sua morte, na sua ressurreio e na sua glria, e, estando unidos uns aos outros no amor, participam dos mesmos dons e graas e esto obrigados ao cumprimento dos deveres pblicos e particulares que contribuem para o seu mtuo proveito, tanto no homem interior como no exterior.

    Ref. I Joo 1:3; Ef. 3:16-17; Joo 1:16; Fil. 3:10; Rom. 6:56, e8:17; Ef. 4:15-16; I Tess.5:11, 14; Gal. 6:10.

    II. Os santos so, pela sua profisso, obrigados a manter uma santa sociedade e comunho no culto de Deus e na observncia de outros servios espirituais que tendam sua mtua edificao, bem como a socorrer uns aos outros em coisas materiais, segundo as suas respectivas necessidades e meios; esta comunho, conforme Deus oferecer ocasio, deve estender-se a todos aqueles que em qualquer lugar, invocam o nome do Senhor Jesus.

    Ref. Heb.10:24-25; At.2:42,46; I Joo3:17; At. 11:29-30.

    III. Esta comunho que os santos tm com Cristo no os torna de modo algum participantes da substncia da sua Divindade, nem iguais a Cristo em qualquer respeito; afirmar uma ou outra coisa, mpio e blasfemo. A sua comunho de uns com os outros no destri, nem de modo algum enfraquece o ttulo ou domnio que cada homem tem sobre os seus bens e possesses.

    Ref. Col. 1:18; I Cor. 8:6; I Tim. 6:15-16; At. 5:4.

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    CAPTULO XXVII

    DOS SACRAMENTOS

    I. Os sacramentos so santos sinais e selos do pacto da graa, imediatamente institudos por Deus para representar Cristo e os seus benefcios e confirmar o nosso interesse nele, bem como para fazer uma diferena visvel entre os que pertencem Igreja e o resto do mundo, e solenemente obrig-los ao servio de Deus em Cristo, segundo a sua palavra.

    Ref. Ron. 6:11; Gen. 17:7-10; Mat. 28:19; I Cor. ll:23, e 10:16, e 11:25-26; Exo. 12:48; I Cor. 10:21; Rom. 6:3-4; I Cor. 10:2-16.

    II. Em todo o sacramento h uma relao espiritual ou unio sacramental entre o sinal e a coisa significada, e por isso os nomes e efeitos de um so atribudos ao outro.

    Ref. Gen. 17:10; Mat. 26:27-28; Tito 3:5.

    III. A graa significada nos sacramentos ou por meio deles, quando devidamente usados, no conferida por qualquer, poder neles existentes; nem a eficcia deles depende da piedade ou inteno de quem os administra, mas da obra do Esprito e da palavra da instituio, a qual, juntamente com o preceito que autoriza o uso deles, contm uma promessa de benefcio aos que dignamente o recebem.

    Ref. Rom. 2:28-29; I Ped. 3:21; Mat. 3:11; I Cor. 12:13; Luc. 22:19-20; I Cor. 11:26.

  • IV. H s dois sacramentos ordenados por Cristo, nosso Senhor, no Evangelho - O Batismo e a Santa Ceia; nenhum destes sacramentos deve ser administrado seno pelos ministros da palavra legalmente ordenados.

    Ref. Mat. 28:19; I Cor. 11: 20, 23-34; Heb. 5:4.

    V . Os sacramentos do Velho Testamento, quanto s coisas espirituais por eles significados e representados, eram em substncia os mesmos que do Novo Testamento.

    Ref. I Cor. 10: 1-4.

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    CAPTULO XXVIII

    DO BATISMO

    I. O batismo um sacramento do Novo Testamento, institudo por Jesus Cristo, no s para solenemente admitir na Igreja a pessoa batizada, mas tambm para servir-lhe de sinal e selo do pacto da graa, de sua unio com Cristo, da regenerao, da remisso dos pecados e tambm da sua consagrao a Deus por Jesus Cristo a fim de andar em novidade de vida. Este sacramento, segundo a ordenao de Cristo, h de continuar em sua Igreja at ao fim do mundo.

    Ref. Mat. 28:19; I,Cor. 12:13; Rom. 4:11; Col. 2:11-12; Gal. 3:27; Tito 3:5; Mar. 1:4; At. 2:38; Rom. 6:3-4; Mat. 28:19-20.

    II. O elemento exterior usado neste sacramento, gua com a qual um ministro do Evangelho, legalmente ordenado, deve batizar o candidato em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo.

    Ref. At. 10-47, e 8:36-38; Mat. 28:19.

    III. No necessrio imergir na gua o candidato, mas o batismo devidamente administrado por efuso ou asperso.

    Ref. At. 2:41, e 10:46-47, e 16:33; I Cor. 10:2.

    IV. No s os que professam a sua f em Cristo e obedincia a Ele, mas os filhos de pais crentes (embora s um deles o seja) devem ser batizados.

    Ref. At. 9:18; Gen. 17:7, 9; Gal. 3:9, 14; Rom. 4:11-12; At. 2:38-39.

    V. Posto que seja grande pecado desprezar ou negligenciar esta ordenana, contudo, a graa e a salvao no se acham to inseparavelmente ligadas com ela, que sem ela ningum possa ser regenerado e salvo os que sejam indubitavelmente regenerados todos os que so batizados.

    Ref. Luc.7:30; Exo. 4:24-26; Deut. 28:9; Rom. 4:11; At. 8:13, 23.

    VI. A eficcia do batismo no se limita ao momento em que administrado; contudo, pelo devido uso desta ordenana, a graa prometida no somente oferecida, mas realmente manifestada e conferida pelo Esprito Santo queles a quem ele pertence, adultos ou crianas, segundo o conselho da vontade de Deus, em seu tempo apropriado.

  • Ref. Joo 3:5, 8; Gal. 3:27; Ef. 5:25-26.

    VII. O sacramento do batismo deve ser administrado uma s vez a uma mesma pessoa.

    R.ef. Tito 3:5.

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    CAPTULO XXIX

    DA CEIA DO SENHOR

    I . Na noite em que foi trado, nosso Senhor Jesus instituiu o sacramento do seu corpo e sangue, chamado Ceia do Senhor, para ser observado em sua Igreja at ao Fim do mundo, a fim de lembrar perpetuamente o sacrifcio que em sua morte Ele fez de si mesmo; selar aos verdadeiros crentes os benefcios provenientes. desse sacrifcio para o seu nutrimento espiritual e crescimento nele e a sua obrigao de cumprir todos os seus deveres para com Ele; e ser um vnculo e penhor da sua comunho com Ele e de uns com os outros, como membros do seu corpo mstico.

    Ref. I Cor. 11:23-26, e 10: 16-17, 21, e 12:13.

    II. Neste sacramento no se oferece Cristo a seu Pai, nem de modo algum se faz um sacrifcio pela remisso dos pecados dos vivos ou dos mortos, mas se faz uma comemorao daquele nico sacrifcio que Ele fez de si mesmo na cruz, uma s vez, e por meio dele uma oblao de todo o louvor a Deus; assim o chamado sacrifcio papal da missa sobremodo ofensivo ao nico sacrifcio de Cristo, o qual a nica propiciao por todos os pecados dos eleitos.

    Ref. Heb. 9:22, 25-26, 28; Mat. 26:26-27; Luc. 22:19-20; Heb. 7:23-24, 27, e 10:11-12, 14, 18.

    III. Nesta ordenana o Senhor Jesus constituiu seus ministros para declarar ao povo a sua palavra de instituio, orar, abenoar os elementos, po e vinho, e assim separ-los do comum para um uso sagrado, tomar e partir o po, tomar o clice dele participando tambm e dar ambos os elementos aos comungantes e to somente aos que se acharem presentes na congregao.

    Ref. Mar. 14:22-24; At. 20:7; I Cor. 11:20.

    IV. A missa ou recepo do sacramento por um s sacerdote ou por uma s pessoa, bem como a negao do clice ao povo, a adorao dos elementos, a elevao ou procisso deles para serem adorados e a sua conservao para qualquer uso religioso, so coisas contrrias natureza deste sacramento e instituio de Cristo.

    Ref. I Tim.1:3-4; I Cor. 11:25-29; Mat. 15:9.

    V. Os elementos exteriores deste sacramento, devidamente consagrados aos usos ordenados por Cristo, tm tal relao com Cristo Crucificado, que verdadeira, mas s sacramentalmente, so s vezes chamados pelos nomes das coisas que representam, a saber, o corpo e o sangue de Cristo; porm em substncia e natureza conservam-se verdadeira e somente po e vinho, como eram antes.

    Ref. Mat. 26:26-28; I Cor. 11:26-28.

    VI. A doutrina geralmente chamada transubstanciao, que ensina a mudana da substncia do po e do vinho na substncia do corpo e do sangue de Cristo, mediante a consagrao de um sacerdote ou

  • por qualquer outro meio, contrria, no s s Escrituras, mas tambm ao senso comum e razo, destri a natureza do sacramento e tem sido a causa de muitas supersties e at de crassa idolatria.

    Ref. At. 3:21; I Cor. 11:24-26; Luc. 24:6, 39.

    VII. Os que comungam dignamente, participando exteriormente dos elementos visveis deste sacramento, tambm recebem intimamente, pela f, a Cristo Crucificado e todos os benefcios da sua morte, e nele se alimentam, no carnal ou corporalmente, mas real, verdadeira e espiritualmente, no estando o corpo e o sangue de Cristo, corporal ou carnalmente nos elementos po e vinho, nem com eles ou sob eles, mas espiritual e realmente presentes f dos crentes nessa ordenana, como esto os prprios elementos aos seus sentidos corporais.

    Ref. I Cor. 11:28, e 10:16.

    VIII. Ainda que os ignorantes e os mpios recebam os elementos visveis deste sacramento, no recebem a coisa por eles significada, mas, pela sua indigna participao, tornam-se rus do corpo e do sangue do Senhor para a sua prpria condenao; portanto eles como so indignos de gozar comunho com o Senhor, so tambm indignos da sua mesa, e no podem, sem grande pecado contra Cristo, participar destes santos mistrios nem a eles ser admitidos, enquanto permanecerem nesse estado.

    Ref. I Cor. 11:27, 29, e 10:21; II Cor. 6:14-16; I Cor. 5:6-7, 13; II Tess. 3:6, 14-15; Mat. 7:6.

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    CAPTULO XXX

    DAS CENSURAS ECLESISTICAS

    I. O Senhor Jesus, como Rei e Cabea da sua Igreja, nela instituiu um governo nas mos dos oficiais dela; governo distinto da magistratura civil.

    Ref. Isa. 9:6-7; I Tim. 5:17; I Tess. 5:12; At. 20:17, 28; I Cor. 12:28.

    II. A esses oficiais esto entregues as chaves do Reino do Cu. Em virtude disso eles tm respectivamente o poder de reter ou remitir pecados; fechar esse reino a impenitentes, tanto pela palavra como pelas censuras; abri-lo aos pecadores penitentes, pelo ministrio do Evangelho e pela absolvio das censuras, quando as circunstncias o exigirem.

    Ref.Mat.l6:19,e18:17-18;Joo 20:21-23;IICor.2:6-8.

    III. As censuras eclesisticas so necessrias para chamar e ganhar para Cristo os irmos ofensores para impedir que outros pratiquem ofensas semelhantes, para purgar o velho fermento que poderia corromper a massa inteira, para vindicar a honra de Cristo e a santa profisso do Evangelho e para evitar a ira de Deus, a qual com justia poderia cair sobre a Igreja, se ela permitisse que o pacto divino e os seios dele fossem profanados por ofensores notrios e obstinados.

    Ref. I Cor. S; I Tim. 5:20; e 1:20; Judas 23.

    IV. Para melhor conseguir estes fins, os oficiais da Igreja devem proceder na seguinte ordem, segundo a natureza do crime e demrito da pessoa: repreenso, suspenso do sacramento da Ceia do Senhor e excluso da Igreja.

  • Ref. Mat. 18:17; ITess.5:12; II Tess. 3:6,14-15; I Cor. 5:4-5;13.

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    CAPTULO XXXI

    DOS SNODOS E CONCLIOS

    I. Para melhor governo e maior edificao da Igreja, dever haver as assemblias comumente chamadas snodos ou conclios. Em virtude do seu cargo e do poder que Cristo lhes deu para edificao e no para destruio, pertence aos pastores e outros presbteros das igrejas particulares criar tais assemblias e reunir-se nelas quantas vezes julgarem til para o bem da Igreja.

    Ref. At.15:2, 4, 6 e 20:17, 28; Apoc. 2:1-6.

    II. Aos snodos e conclios compete decidir ministerialmente controvrsias quanto f e casos de conscincia, determinar regras e disposies para a melhor direo do culto pblico de Deus e governo da sua Igreja, receber queixas em caso de m administrao e autoritativamente decidi-las. Os seus decretos e decises, sendo consoantes com a palavra de Deus, devem ser recebidas com reverncia e submisso, no s pelo seu acordo com a palavra, mas tambm pela autoridade pela qual so feitos, visto que essa autoridade uma ordenao de Deus, designada para isso em sua palavra.

    Ref. At. 16:4, e 15:27-31.

    III. Todos os snodos e conclios, desde os tempos dos apstolos, quer gerais quer particulares, podem errar, e muitos tm errado; eles, portanto, no devem constituir regra de f e prtica, mas podem ser usados como auxlio em uma e outra coisa.

    Ref. At. 17:11; I Cor. 2:5; II Cor. 1:24.

    IV. Os snodos e conclios no devem discutir, nem determinar coisa alguma que no seja eclesistica; no devem imiscuir-se nos negcios civis do Estado, a no ser por humilde petio em casos extraordinrios ou por conselhos em satisfao de conscincia, se o magistrado civil os convidar a faz-lo.

    Ref. Luc. 12:13-14; Joo 18:36; Mat. 11:21.

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    CAPTULO XXXII

    DO ESTADO DO HOMEM DEPOIS DA MORTE E DA RESSURREIO DOS MORTOS

    I. Os corpos dos homens, depois da morte, convertem-se em p e vm a corrupo; mas as suas almas (que nem morrem nem dormem), tendo uma substncia imortal, voltam imediatamente para Deus que as deu. As almas dos justos, sendo ento aperfeioadas na santidade, so recebidas no mais alto dos cus onde vm a face de Deus em luz e glria, esperando a plena redeno dos seus corpos; e as almas dos mpios so lanadas no inferno, onde ficaro, em tormentos e em trevas espessas, reservadas para o juzo do grande dia final. Alm destes dois lugares destinados s almas separadas de seus respectivos corpos as Escrituras no reconhecem nenhum outro lugar.

  • Ref. Gen. 3:19; At. 13:36; Luc. 23:43; Ec. 12:7; Apoc. 7:4, 15; II Cor. 5: 1, 8; Fil. 1:23; At. 3:21; Ef. 4:10; Rom. 5:23; Luc. 16:25-24.

    II. No ltimo dia, os que estiverem vivos no morrero, mas sero mudados; todos os mortos sero ressuscitados com os seus mesmos corpos e no outros, posto que com qualidades diferentes, e ficaro reunidos s suas almas para sempre.

    Ref. I Tess. 4:17; I Cor. 15:51-52, e 15:42-44.

    III. Os corpos dos injustos sero pelo poder de Cristo ressuscitados para a desonra, os corpos dos justos sero pelo seu Esprito ressuscitados para a honra e para serem semelhantes ao prprio corpo glorioso dele.

    Ref. At. 24:l5; Joo5:28-29; Fil. 3:21.

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    CAPTULO XXXIII

    DO JUIZO FINAL

    I. Deus j determinou um dia em que, segundo a justia, h de julgar o mundo por Jesus Cristo, a quem foram pelo Pai entregues o poder e o juzo. Nesse dia no somente sero julgados os anjos apstatas, mas tambm todas as pessoas que tiverem vivido sobre a terra comparecero ante o tribunal de Cristo, a fim de darem conta dos seus pensamentos, palavras e obras, e receberem o galardo segundo o que tiverem feito, bom ou mau, estando no corpo.

    Ref. At. 17:31 ; Joo 5:22, 27; Judas 6; II Ped. 2:4; II Cor.5:10; Ec. 12:14; Rom. 2:16, e 14:10, 12; Mat. 12:36-37.

    II. O fim que Deus tem em vista, determinando esse dia, manifestar a sua glria - a glria da sua misericrdia na salvao dos eleitos e a glria da sua justia na condenao dos rprobos, que so injustos e desobedientes. Os justos iro ento para a vida eterna e recebero aquela plenitude de gozo e alegria procedente da presena do Senhor; mas os mpios, que no conhecem a Deus nem obedecem ao Evangelho de Jesus Cristo, sero lanados nos eternos tormentos e punidos com a destruio eterna proveniente da presena do Senhor e da glria do seu poder.

    Ref. Rom. 9:23; Mat. 2.5:21; Rom. 2:5-6; II Tess. 1:7-8; Mat. 25:31-34; At. 3:19.

    III. Assim como Cristo, para afastar os homens do pecado e para maior consolao dos justos nas suas adversidades, quer que estejamos firmemente convencidos de que haver um dia de juzo, assim tambm quer que esse dia no seja conhecido dos homens, a fim de que eles se despojem de toda confiana carnal, sejam sempre vigilantes, no sabendo a que hora vir o Senhor, e estejam prontos para dizer - "Vem logo, Senhor Jesus". Amm.

    Ref. II Ped. 3:11, 14; II Cor. 5:11; II Tess. 1:5-7; Luc. 21:27-28; Mat. 24:36, 42-44; Mar. 13:35-37; Luc. 12:35-36; Apoc. 22:20.

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    PREFCIO AOS NOVOS CAPTULOS

  • Considerando a convenincia de exprimir claramente a doutrina da Igreja a respeito do Esprito Santo, das Misses e do amor de Deus para com todos os homens, foram acrescentados os seguintes captulos:

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    CAPTULO XXXIV

    DO ESPRITO SANTO

    I. O Esprito Santo a terceira pessoa da Trindade, procedente do Pai e do Filho, da mesma substncia e igual em poder e glria, e deve-se crer nele, am-Lo, obedec-Lo e ador-Lo, juntamente com o Pai e o Filho, por todos os sculos.

    Ref. Mt.3:16-17; Mt.28:19; II Cor. 13:13; Jo.15:26 e 16:13,14 e 17:24.

    II. Ele o Senhor e Doador da vida, presente em toda parte na natureza, e a fonte de todos os pensamentos bons, desejos puros e conselhos santos que se encontram nos homens. Por Ele os Profetas foram levados a falar a Palavra de Deus, e todos os autores da Sagrada Escritura foram inspirados a registrar de um modo infalvel a disposio e a vontade de Deus. A dispensao do Evangelho foi-lhe entregue de um modo especial.