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confeccao de roupas

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  • Ficha tcnica

    2013 SEBRAE MINAS

    Todos os direitos reservados. permitida a reproduo total ou parcial, de qualquer forma

    ou por qualquer meio, desde que divulgadas as fontes.

    SEBRAE MINAS

    Lzaro Luiz Gonzaga

    Presidente do Conselho Deliberativo

    Afonso Maria Rocha

    Diretor-superintendente

    Luiz Mrcio Haddad Pereira Santos

    Diretor-tcnico

    Fbio Veras de Souza

    Diretor de Operaes

    Unidade de Atendimento Individual ao Empreendedor

    Mara Veit

    Gerente

    Ariane Maira Chaves Vilhena

    Haroldo Santos Arajo

    Laurana Silva Viana

    Viviane Soares da Costa

    Equipe Tcnica

    Consultoria Jurdica

    Chaves Vilhena Sociedade de Advogados

    Reviso de Portugus

    Alisson Campos

  • Apresentao

    Quer abrir o seu prprio negcio? Ponto de Partida: aqui comea o sucesso

    A srie Ponto de Partida constituda por manuais com informaes essenciais sobre a

    abertura de negcios.

    objetivo deste manual oferecer respostas a questes tais quais Como funciona o

    empreendimento?, Quais os equipamentos necessrios?, Existe legislao especfica?,

    Quais so as instituies ligadas a esta atividade?, entre outras.

    A equipe de profissionais responsvel pela elaborao dos manuais tem a preocupao de

    manter as informaes atualizadas, por meio de consulta freqente a empresrios,

    instituies setoriais (associaes, sindicatos, Conselhos Regionais), consultores

    especializados, bem como pela leitura (livros, revistas e Internet) e participao em Feiras

    e Eventos.

    O Sebrae Minas no se responsabiliza pelo resultado final do empreendimento, uma vez

    que o sucesso de um negcio depende de muitos fatores, como comportamento

    empreendedor, existncia de mercado, experincia, ateno s caractersticas prprias do

    segmento, dentre outros. Entretanto, o Sebrae Minas dispe de diversos programas para

    orientar e capacitar empreendedores e empresrios. Para mais informaes, visite um dos

    nossos Pontos de Atendimento, acesse www.sebraemg.com.br ou ligue 0800 570 0800.

    Ateno: recomendvel a leitura do manual Como abrir uma indstria, para

    obteno de outras informaes importantes e complementares.

  • Sumrio

    O negcio .......................................................................................... 5

    Normas tcnicas ............................................................................... 16

    Local e estrutura ............................................................................... 18

    Recursos humanos ............................................................................ 19

    Equipamentos, produtos e servios ..................................................... 20

    Legislao especfica .......................................................................... 22

    Endereos teis ................................................................................ 27

    Sugesto para leitura ........................................................................ 29

    Cursos e eventos .............................................................................. 30

    Sugesto de vdeo ............................................................................. 31

    Referncias ...................................................................................... 32

  • Saiba como montar: Confeco 5

    Atualizado em: set./2013

    O negcio

    Saiba mais sobre a montagem e o funcionamento do seu futuro empreendimento

    De acordo com a Classificao Nacional de Atividades Econmicas CNAE, a atividade

    confeco1 se divide de trs formas:

    Confeco de peas de vesturio, exceto roupas ntimas e as confeccionadas

    sob medida (1412-6/01) e compreende:

    A confeco de artigos do vesturio masculino, feminino e infantil (blusas, camisas,

    vestidos, saias, calas, ternos, casacos etc.), feitos com qualquer tipo de material

    (tecidos planos, tecidos de malha, couros etc.);

    A confeco de roupas para recm-nascidos;

    A montagem de blusas, camisas, vestidos, calas ou outras peas do vesturio.

    Confeco de roupas ntimas (1411-8/01) compreende:

    A confeco de roupas ntimas e roupas para dormir para uso masculino, feminino e

    infantil, feitas com tecidos planos ou tecidos de malha (pijamas, sutis, calcinhas,

    cuecas etc.);

    A montagem de roupas ntimas e roupas para dormir.

    Confeco de roupas profissionais, exceto sob medida (1413-4/01) e

    compreende:

    A confeco, sob medida, de roupas profissionais e para segurana industrial

    (uniformes, macaces etc.);

    A montagem de roupas profissionais.

    Alerta

    Nada impede que voc explore atividades cumulativamente, como confeco de roupas

    femininas e roupas ntimas e uniformes, mas lembre-se de fazer constar nos atos

    constitutivos (Contrato Social), na clusula do objeto social, as trs atividades.

    1 A classificao acima uma indicao para melhor entendimento do negcio e o que ele compreende. O Sebrae

    Minas se isenta de responsabilidades quanto ao enquadramento do negcio na CNAE, devendo o empreendedor consultar as autoridades fiscais e um profissional de contabilidade antes mesmo do registro da empresa.

  • Saiba como montar: Confeco 6

    Atualizado em: set./2013

    O Brasil um dos maiores produtores de artigos de vesturio do mundo e produz bilhes

    de peas, que geram um alto faturamento do setor. O mercado de vesturio bastante

    amplo e oferece variadas oportunidades de negcios, em decorrncia dos vrios nichos a

    que uma confeco pode atender.

    Diante dessa realidade, muito importante definir em qual segmento a empresa ir atuar,

    que tipo de pblico pretende atender, pesquisar qual o perfil do mercado consumidor,

    entre outros fatores. A observao de aspectos como esses podem contribuir na

    determinao do sucesso do negcio.

    Uma confeco requer do empreendedor conhecimento tcnico de modelagem e corte dos

    tecidos, criatividade e talento na elaborao dos modelos e de peas inovadoras. Alm

    disso, os funcionrios tambm devem ser qualificados ou receber treinamento, o que

    aumenta a produtividade e a qualidade das peas, alm de reduzir as perdas de matrias-

    primas.

    imprescindvel buscar sempre novas fontes de suprimento de matrias-primas. O ideal,

    segundo especialistas do ramo, comear adquirindo matria-prima de atacadistas e

    armarinhos. Destaca-se a importncia de contar com diversos fornecedores, o que facilita a

    negociao de preos e prazos de pagamento, alm de ampliar a variedade de matrias-

    primas disponveis.

    Atualizao e distribuio

    Outro aspecto essencial a esse tipo de negcio a atualizao dos produtos, conforme as

    tendncias da moda. As colees, usualmente, so definidas de acordo com a estao do

    ano. Assim, a confeco deve ter flexibilidade, para adequar-se s mudanas no mercado.

    Alm disso, o empreendedor deve ter o fornecedor como um parceiro, que seja capaz de

    conceder importantes informaes sobre o mercado.

    O responsvel pela preparao dos modelos deve buscar informaes em revistas

    especializadas, galerias comerciais e shopping centers. Enfim, precisa estar atento a todos

    os referenciais da moda, para saber identificar o que ter, provavelmente, maior demanda

    dos consumidores. A agilidade em detectar novas tendncias e assimil-las pode

    determinar o sucesso do negcio.

    O planejamento algo muito importante nesse segmento, afinal, a moda extremamente

    perecvel quando finda a estao, surgem novas tendncias, cores e cortes, ou seja, a

    cada seis meses o perfil de seu produto requer inovaes que interferem em vrios itens do

    negcio, como matrias-primas, modelos e acessrios diferentes, etc .

    Para os canais de distribuio, avalie a possibilidade de abrir um estabelecimento prprio e

    comercializar a produo, mediante representantes ou venda direta por intermdio de

    visitas a lojas, academias de ginstica, butiques, lojas de departamentos etc.

  • Saiba como montar: Confeco 7

    Atualizado em: set./2013

    A fim de alcanar esses canais de distribuio, importante adotar estratgias de

    divulgao, que incluem o envio de malas diretas por e-mail, a entrega de folhetos de

    propagandas em locais estratgicos, participao em feiras e eventos do segmento de

    confeces e, como o nmero de acessos Internet s tem aumentado, um site uma boa

    opo de divulgao.

    Outra ferramenta interessante a venda por consignao, que relativamente comum no

    segmento de confeco. Mas deve haver gerenciamento cuidadoso desse processo, visando

    evitar prejuzos para o fabricante ou para os comerciantes.

    A competitividade da empresa ir depender de sua capacidade de atender o pblico-alvo

    nos atributos que ele considera importantes na hora da compra. Assim, caso a opo seja

    por atender um pblico que valorize a qualidade, esse atributo deve merecer maior

    ateno, em detrimento de outros considerados menos importantes por esse tipo de

    cliente, como, por exemplo, o preo.

    Processo de fabricao

    composto das seguintes etapas:

    1) Elaborao de moldes pelo modelista, conforme ordem de servio;

    2) Montagem da pea piloto, para eventuais correes;

    3) Inspeo dos tecidos para detectar defeitos;

    4) As peas so colocadas na mesa de corte, so feitos o encaixe dos moldes, e o risco e o

    corte so executados com mquina eltrica ou manualmente, aproveitando a matria-

    prima ao mximo;

    5) As peas so separadas, codificadas (para evitar mistura de tonalidades) e enviadas

    para a costura;

    6) As partes cortadas so costuradas e compostas de acordo com o modelo definido;

    7) As peas j prontas so arrematadas com limpeza, eliminao de pontos de linhas e

    inspeo final (controle de qualidade);

    8) Colocao das etiquetas;

    9) As peas so embaladas individualmente em sacos plsticos, aps terem sido

    inspecionadas.

    Dica

    Cada vez mais empresrios apostam na automao dos seus processos de fabricao a fim

    de agilizar a produo. Porm, tal medida pode causar estoques encalhados. Para que

    isso no acontea, procure sempre o equilbrio entre suas projees de vendas e a

    quantidade de produo.

  • Saiba como montar: Confeco 8

    Atualizado em: set./2013

    Padronizao da modelagem

    no setor de modelagem que ocorre a primeira etapa para a concretizao de um produto

    confeccionado. Cabe ao setor a transformao do desenho criado em moldes e,

    posteriormente, com esses moldes, a confeco de uma pea experimental, ou seja, o

    prottipo.

    de inteira responsabilidade do setor a correo de eventuais defeitos aps a prova.

    Portanto, o molde deve ser imediatamente corrigido, caso o reparo seja feito (primeiro) no

    prprio prottipo.

    Aps os reparos, caso necessrio, o prottipo tem a aprovao final e os moldes sero

    graduados, conforme a grade de tamanhos referentes ao mesmo modelo.

    No setor necessrio um(a) modelista, pessoa que tambm ser responsvel pela

    interpretao do desenho criado, pela elaborao do molde (no tamanho mdio), pela

    superviso da confeco dos prottipos e graduao de modelagem. Tambm preciso ter

    profissionais de costura como responsveis pela elaborao do prottipo (pea piloto). Por

    fim, se faz necessria a contratao de auxiliares para as tarefas mais simples, como cortar

    moldes, contramoldes, picotar e executar a graduao dos moldes nos diferentes tamanhos

    estipulados no pedido.

    Toda indstria tem como principais objetivos a otimizao do seu tempo de produo, a

    melhoria da qualidade de seu produto e a diminuio de desperdcios na produo. Na

    confeco no diferente, e no setor de modelagem muito pode ser feito nesse sentido.

    Um mtodo simples e eficiente a padronizao da modelagem, que consiste em

    desenvolver moldes bsicos para atender a vrios produtos similares.

    A partir desse mtodo, o trabalho do(a) modelista otimizado, possibilitando maior

    velocidade para modelar novas criaes. O encaixe melhora, pois o encaixador/riscador

    acostuma-se aos moldes padronizados, agilizando o seu trabalho e reduzindo gradualmente

    o percentual de quebra.

    Com a diminuio das falhas do encaixe, os moldes padronizados podem ser reestruturados

    mais facilmente, cortando desperdcios e tambm atendendo s especificaes de alguns

    clientes.

    A padronizao da modelagem tambm facilita a programao, pois as peas com

    tamanhos padronizados possibilitaro o controle cada vez mais preciso do consumo de

    materiais e do tempo na mquina.

    O mtodo de padronizao ainda fortalece o setor de modelagem, pois o processo de

    interpretao de modelos fica mais facilmente compreendido por um aprendiz, reduzindo a

  • Saiba como montar: Confeco 9

    Atualizado em: set./2013

    vulnerabilidade da rea na ausncia do(a) modelista. E mais, elimina a retificao da

    modelagem bsica e reduz o nmero de retificaes da modelagem interpretada.

    Hoje existem softwares que permitem o desenvolvimento de moldes no computador ou em

    mesas digitalizadora equipamento que ajuda na criao do desenho. Esses novos

    programas ajudam confeces a acelerar o desenho de roupas, economizando matria-

    prima.

    Ateno

    De acordo com especialistas, se a produo supera 20 mil peas mensais, de diversos

    modelos, j possvel pensar seriamente na implantao de um software de modelagem.

    Terceirizao

    A terceirizao de servios como estampagem, acabamento, bordado etc. tem crescido

    bastante. Essa alternativa permite a reduo de custos de contratao de pessoal

    especializado e do valor do investimento inicial necessrio para a aquisio de mquinas e

    equipamentos.

    Apesar das vantagens da terceirizao, importante ficar atento a aspectos como a

    qualidade dos servios prestados e o tipo de matria-prima empregada, verificando a

    compatibilidade entre eles e o tipo de produto que se pretende produzir. Ainda deve ser

    observado se os custos dos servios terceirizados superam aqueles que empresa teria, caso

    ela mesma realizasse a atividade. Assim, indispensvel fazer uma anlise de cada caso,

    para garantir a vantagem da terceirizao.

    Remessa ou estocagem

    A gesto de compras e estoques outro aspecto a ser cuidadosamente considerado. Uma

    vez que as colees devem ser preparadas com antecedncia, a aquisio de matrias-

    primas tem que ocorrer previamente, para no sofrer com a falta delas durante a estao.

    Outra questo importante a ser observada na gesto de estoques a ateno na hora da

    compra da matria-prima, para que realmente seja adquirida a quantidade necessria para

    a produo das peas, buscando evitar estoques desnecessrios que podem ficar

    ultrapassados com o passar do tempo.

    Para que exista o desempenho produtivo na indstria, necessrio que seu estoque

    mantenha uma situao de equilbrio, ou seja, que busque atender necessidade de

    produo dentro do nvel ideal de estocagem de modo a no imobilizar desnecessariamente

    o capital.

  • Saiba como montar: Confeco 10

    Atualizado em: set./2013

    Para se manter a produtividade satisfatria, no poder ocorrer a paralisao dos

    equipamentos por falta de material. Entretanto, o estoque jamais dever ser excessivo,

    sem previso de quando ser utilizado. O empreendedor deve ter o fornecedor como um

    parceiro, que seja capaz de abastec-lo tambm de importantes informaes sobre o

    mercado e as aes da concorrncia.

    Os tecidos devem ser estocados em local de fcil localizao, permitindo a retirada de

    qualquer pea a qualquer momento. Lembre-se tambm de que as peas devem ser

    empilhadas de maneira segura.

    Cada seo da prateleira deve conter a identificao do seu contedo. Para utilizao desse

    controle, devem ser estabelecidos:

    1) Desenho da rea do almoxarifado com as sees identificadas;

    2) Fichrio que relacione as peas de tecido e sua localizao.

    A umidade e a temperatura da rea de estocagem tm que ser controladas e no podem

    afetar a qualidade do tecido. Devero ser providenciadas coberturas apropriadas para as

    estantes, caso haja possibilidade de o tecido estocado ser exposto poeira ou luz solar.

    Tambm so necessrias protees contra ataque de traas, mofo ou roedores.

    As estantes metlicas so preferveis s estantes de madeira. Elas no oferecem o perigo

    de introduzir farpas no tecido, quando as peas so rapidamente delas retiradas ou nelas

    colocadas.

    Confeco de roupa ntima

    As mulheres esto cada vez mais exigentes e buscam artigos diferenciados. Portanto, as

    confeces de roupa ntima no se limitam apenas fabricao da linha bsica, que so

    utilizadas no dia a dia: existem empresas que se especializaram em produtos mais

    sofisticados e at mesmo mais sensuais.

    Outro nicho que pode ser explorado a produo de peas ntimas em tamanhos especiais

    essas peas tm caractersticas artesanais, devido personalizao. Pessoas que usam

    tamanhos especiais no costumam encontrar esses produtos em lojas comuns e, por essa

    razo, procuram as confeces para adquirir peas sob medida, ou lojas especializadas

    voltadas a esse pblico.

    Os artigos bsicos de uma confeco de roupa ntima so calcinhas e sutis, utilizando

    matria-prima bsica, como: lycra e algodo e at mesmo artigos mais finos, como: renda

    e brilhos e bordados.

    Alm desses artigos, h a opo de confeccionar tambm espartilhos, corpetes, cintas-

    ligas, linha especial para gestao, amamentao, linha modeladora e ainda pijamas e

    cuecas.

  • Saiba como montar: Confeco 11

    Atualizado em: set./2013

    Os tecidos geralmente usados na fabricao de roupas ntimas so: algodo, cotton, lycra,

    seda, malha etc.

    Os aviamentos mais utilizados so: colchetes, linha, elstico, botes, vis, argolas

    reguladoras, rendas etc.

    Confeco de roupas para ginstica

    O mercado de roupa para ginstica bastante disputado e o diferencial pode estar no

    design das peas, que, mediante a imposio de modas e estilos, conseguem vantagens

    competitivas perante os concorrentes. Os preos e a qualidade dos produtos, as estratgias

    de distribuio, dentre outros aspectos percebidos pelo consumidor e que voc dever ser

    capaz de suprir, tambm so caracterizados como diferenciais competitivos, influenciando a

    deciso de compra.

    As peas devem aliar qualidade e conforto, principalmente porque os adeptos da atividade

    fsica esto cada vez mais exigentes. Alm do que, frequentemente as marcas esto

    usando a tecnologia dos uniformes dos atletas para desenvolver as roupas do dia a dia, e

    h muito tempo as pessoas perceberam que para se vestir com conforto e praticidade,

    nada melhor que os tecidos esportivos.

    Hoje, as grandes marcas esportivas tambm desenvolvem criaes para serem usadas

    noite ou fora das competies esportivas o que apresenta uma oportunidade para os

    empreendedores nesse ramo.

    Confeco de uniformes

    O uniforme profissional confere identidade a uma empresa e precisa ser prtico e moderno.

    O mercado bastante concorrido e, por isso, exige do empreendedor gerenciamento

    cuidadoso. preciso atentar para os pontos fortes e fracos da concorrncia, com relao a

    preos, suprimentos de insumos, qualidade do produto, eficincia no cumprimento dos

    prazos de entrega e nos prazos concedidos para pagamento, sem se esquecer da qualidade

    dos servios antes e aps as vendas.

    O empreendedor interessado nesse ramo de atividade ter um mercado bastante variado

    para trabalhar, mas poder optar por se especializar em um segmento.

    Os uniformes esto presentes em vrios segmentos de mercado:

    - Indstria em geral;

    - Construo civil;

    - Empresa de transportes;

    - Supermercados;

    - Farmcias;

  • Saiba como montar: Confeco 12

    Atualizado em: set./2013

    - Hospitais;

    - Lanchonetes;

    - Outras empresas.

    Os produtos oferecidos a essas empresas podem ser calas sociais, camisas sociais e polo,

    jalecos, jaquetas, conjuntos femininos, ternos etc.

    interessante observar as colees, que, usualmente, so definidas de acordo com a

    estao do ano. Assim, a confeco deve ter flexibilidade, para ajustar-se s mudanas no

    mercado.

    A confeco de uniformes de diferentes segmentos exige adequao: uniformes

    domsticos, para recepcionistas, garons e garonetes requerem boa aparncia. J para

    atividades que impliquem o manuseio de produtos qumicos e materiais inflamveis, a

    questo da segurana torna-se mais importante que outras.

    Alm dos uniformes de tipo operacional, os sociais, usados por secretrias, trabalhadores

    de aeroportos, condomnios e hotis, entre outros, tambm oferecem oportunidades para

    novos empresrios.

    Portanto, aps a definio do pblico-alvo e detectadas as necessidades dos clientes,

    confecciona-se o mostrurio, partindo para as visitas em empresas cujos empregados

    trabalhem uniformizados. As visitas so boa estratgia de marketing para conquistar a

    clientela.

    Confeco de roupas de couro

    Tipos de couros

    Os leigos, usualmente, definem couro como qualquer envoltrio que recobre o corpo de

    animais, sendo empregado industrialmente na confeco de bolsas, sapatos, peas de

    vesturio etc. Porm, tal material pode receber diferentes denominaes em funo do

    tratamento recebido, do emprego e de suas caractersticas. Podem ser identificados os

    seguintes tipos de materiais:

    1. Pele

    Peles so caracterizadas como todo o tegumento interior que no foi curtido ou todo o

    tegumento que, mesmo aps curtido, permanece com uma camada de pelos, l, penugem

    etc.

  • Saiba como montar: Confeco 13

    Atualizado em: set./2013

    2. Pelica

    Refere-se poro da cobertura de certos animais que contm pelos longos e sedosos ou

    penugens aps o curtimento.

    Os principais animais dos quais se extrai a pelica so as martas, as chinchilas, as fuinhas,

    os arminhos, os linces, coelhos, zibelinas, raposas etc.

    3. Couro

    O couro propriamente dito consiste na parte sem pelos da pele de alguns animais aps o

    curtimento. Podem ser identificados trs tipos de couros: pesado, leve e fino. Os couros

    pesados so empregados principalmente em solas de calados, os leves so adotados na

    confeco das demais partes de calados, enquanto que os couros finos so utilizados na

    confeco de peas de vesturio, carteiras, capas de livros etc. Nessa ltima categoria se

    incluem as camuras.

    Alm do couro extrado de animais, existem tambm os couros sintticos, os quais se

    caracterizam por um preo inferior aos naturais. A qualidade desses materiais tem

    melhorado bastante, de modo que hoje podem ser empregados na substituio dos couros

    naturais sem grandes perdas em termos de qualidade.

    A confeco de couro demanda utenslios especficos para corte e costura das peas. O

    empreendedor pode buscar informaes com os vendedores das lojas de couro quanto s

    linhas e equipamentos mais recomendados para cada tipo de material.

    Tal como a confeco de tecido, a produo de peas de couro demanda conhecimentos

    acerca de corte e costura. Assim, recomenda-se ao empreendedor buscar cursos

    especficos de confeco de couro. No item Endereos teis deste manual so sugeridas

    algumas instituies que oferecem cursos de corte e costura e que podem ajudar o

    empreendedor nesse sentido.

    Dicas de marketing

    Para agregar valor roupa esportiva, oferea produtos diferenciados mediante design e

    estilo prprios e estude o desenvolvimento de uma marca personalizada para a

    confeco.

    O empreendedor deve prever no seu plano de divulgao uma reserva de capital para

    investir na promoo do negcio. Pode ser realizado um pequeno desfile de

    apresentao das peas e convidar donos de lojas e academias ou encarregados de

    compras para assisti-lo e comprar os produtos. Aproveite para distribuir catlogos com

    o mostrurio completo e/ou ainda um catlogo eletrnico, por meio de um website.

    importante fornecer uma descrio detalhada da composio dos modelos (tipo de

  • Saiba como montar: Confeco 14

    Atualizado em: set./2013

    tecido, cores, tamanhos etc.), alm de outras informaes tais como: preo, condies

    de pagamento, entrega etc.

    Alm do desfile, a promoo do negcio pode ser realizada por meio de anncios em

    revistas especializadas, catlogos e mala direta. Fazer publicidade mediante panfletos,

    folhetos e anncios em jornais e revistas, participar de feiras e eventos que renam

    expositores do segmento tambm pode ser uma forma eficiente de propaganda.

    A primeira impresso a que fica, por isso capriche na fachada e na placa do negcio,

    monte uma vitrine e crie um mostrurio com os modelos que pretende fabricar.

    Trabalhar com produtos personalizados outro diferencial para atrair a clientela.

    Inove, use tecidos ecologicamente corretos, crie peas customizadas, foque no

    acabamento, adote polticas sociais, pois essas aes agregam valor ao produto.

    Etiquetas de vesturio

    As roupas fabricadas devem ter etiquetas, apresentando as especificaes abaixo:

    1) Os nomes das fibras ou filamentos, que viro acompanhados dos respectivos

    percentuais de participao no produto, relacionados em ordem decrescente e em igual

    destaque. O produto 100% aquele que contm, em sua composio, somente uma

    determinada fibra ou filamento. A indicao no obrigatria para as partes que no

    representem 30% da massa total do produto.

    2) O produto de l no poder ser qualificado como "l virgem ou l de tosa" ou ter outra

    qualquer designao nacional ou estrangeira correspondente, se tiver sido incorporada

    na sua composio, no todo ou em parte, l recuperada, proveniente de qualquer outro

    procedimento que a descaracterize como matria-prima original.

    3) Os produtos txteis e assemelhados s podero ser comercializados em forma de

    matria-prima bruta ou de produtos intermedirios das diversas fases do ciclo industrial

    ou como produto acabado, destinado ao consumo.

    4) O produtor, o comerciante e quem nele pe sua marca exclusiva ou razo social so

    responsveis pela falta de indicativos da composio do produto txtil, pelo uso de

    denominao no admitida, assim como qualquer outra inobservncia ao Regulamento

    Tcnico.

    5) O nmero de registro como pessoa jurdica CNPJ Cadastro Nacional da Pessoa

    Jurdica.

    6) A marca da empresa.

    7) A etiqueta no poder desprender-se, dissolver-se ou ser removida facilmente, devendo

    servir ao consumidor como informativo contnuo para conservao do produto.

    8) A localizao da etiqueta deve ser de fcil e imediata leitura pelo consumidor.

  • Saiba como montar: Confeco 15

    Atualizado em: set./2013

    9) Os caracteres tipogrficos da composio do produto devem ser uniformes, nunca

    podendo ser inferiores aos caracteres de corpo 8 caixa alta, ou seja, devem ter, no

    mnimo, 2 mm de altura.

    10) O atendimento s normas do INMETRO indispensvel legalidade das operaes de

    comrcio de roupas, ainda que de origem estrangeira, cabendo ao comerciante

    diligenciar a fixao de etiquetas contendo as informaes legalmente exigveis, sob

    pena de sanes especficas (multa e apreenso da mercadoria).

    Importante

    As informaes contidas neste manual servem apenas como base de sugesto ou

    orientao para futuros estudos. A adaptao desses procedimentos para produo em

    escala industrial necessita de adequao, bem como sucessivas elaboraes e

    desenvolvimentos ditados pela experincia de quem os utiliza, observando sempre os

    devidos controles de qualidade e a superviso de profissionais da rea.

  • Saiba como montar: Confeco 16

    Atualizado em: set./2013

    Normas tcnicas

    Verifique algumas das normas para o seu negcio

    Norma tcnica um documento de carter universal, simples e eficiente, no qual so

    indicadas regras, linhas bsicas ou caractersticas mnimas que devem ser seguidas por

    determinado produto, processo ou servio.

    Devidamente utilizada, a norma tcnica proporciona a perfeita ordenao das atividades e a

    obteno de resultados semelhantes e padronizados, para que um mesmo produto possa

    ser adotado em diferentes pases.

    As normas tcnicas podem ser utilizadas para:

    - Racionalizar processos, eliminando desperdcios de tempo, de matria-prima e de mo

    de obra;

    - Assegurar a qualidade do produto oferecido ao mercado;

    - Conseguir aumento de vendas;

    - Incrementar as vendas de produtos em outros mercados;

    - Reduzir a troca e a devoluo de produtos;

    - Reverter o produto, processo ou servio em patrimnio tecnolgico, industrial e

    comercial para o Pas, quando da relao com o mercado internacional;

    - Reforar o prestgio de servios prestados;

    - Aumentar o prestgio de determinada marca;

    - Garantir sade e segurana.

    Esto listadas, a seguir, algumas normas tcnicas relacionadas a vesturio:

    NBR 13377

    Data de publicao: 5/1995.

    Ttulo: Medidas do corpo humano para vesturio Padres referenciais

    *Essa norma padroniza os tamanhos de artigos do vesturio, em funo das medidas do

    corpo humano.

    NBR 12071

    Data de publicao: 3/2002

    Ttulo: Artigos confeccionados para vesturio Determinao das dimenses

    *Essa norma prescreve o mtodo utilizado para medir artigos confeccionados para serem

    modelos clssicos que possuem medidas e posies referentes ao corpo humano e sirvam

    como base para medir modelos derivados. Excetuam-se desta norma os artigos

    confeccionados para cama, mesa e banho.

  • Saiba como montar: Confeco 17

    Atualizado em: set./2013

    NBR 15800

    Data de publicao: 27/11/2009

    Ttulo: Vesturio Referenciais de medidas do corpo humano vestibilidade de

    roupas para beb e infanto-juvenil

    *Essa norma estabelece uma forma de indicao de tamanhos que indique, de maneira

    direta e fcil de entender, as medidas corporais de bebs, crianas e adolescentes s quais

    est destinado o vesturio.

    Etiquetas de composio

    Desde junho de 1975, a Lei brasileira obriga a indstria txtil a indicar a composio das

    fibras txteis constituintes dos artigos fabricados, com as respectivas percentagens e

    instrues em Portugus:

    - Nos tecidos em pea marcao na ourela ou etiqueta ou no rolo da pea venda;

    - Nos fios para tric e croch marcao na cinta do novelo;

    - Nos artigos confeccionados marcao ou etiqueta em cada pea.

    Normas Tcnicas: o que eu tenho a ver com isso?

    Histria em quadrinhos publicada pela ABNT e Sebrae. Destina-se a empresrios de

    diversos setores, com informaes sobre normas tcnicas, vantagens e a importncia de

    adquiri-las.

    O gibi tem por objetivo sensibilizar a todos sobre a importncia da normalizao de uma

    forma simples e agradvel. Para fazer o download, acesse www.abnt.org.br, clique em

    Imprensa e depois em Publicaes.

    Acordo de cooperao tcnica e financeira Sebrae/ABNT para acesso a normas

    tcnicas para micro e pequenas empresas

    O Sebrae e a Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) firmaram um convnio que

    possibilita s micro e pequenas empresas o acesso s normas tcnicas brasileiras por 1/3

    do seu preo de mercado. O objetivo dessa ao facilitar e intensificar o uso das normas

    tcnicas, bem como o acesso sua elaborao, qualificando produtos e auxiliando as MPEs

    a se tornarem mais competitivas e conquistarem novos mercados. Mais informaes,

    acesse: http://www.abnt.org.br/paginampe/.

  • Saiba como montar: Confeco 18

    Atualizado em: set./2013

    Local e estrutura

    Acerte na escolha, construo e decorao do ponto

    O empreendimento pode ser instalado, de preferncia, em galpo industrial que tenha

    infraestrutura bsica de gua, luz e telefone.

    Alm disso, deve-se verificar se as vias e ruas de acesso ao local do empreendimento esto

    em bom estado, assim como a facilidade de acesso. Outro ponto importante verificar o

    trnsito em horrio comercial na regio, para que ele no seja um fator que faa com que o

    cliente no v confeco.

    O layout da empresa deve ser planejado de forma prtica e racional, a fim de facilitar o

    processo de produo. A rea interna dever ter pelo menos um banheiro e poder ser

    dividida em quatro ambientes bsicos:

    rea de produo

    Banheiro

    Depsito de matria-prima

    Depsito de produtos acabados

    Escritrio

    Recepo/sala de espera

    Refeitrio (opcional)

  • Saiba como montar: Confeco 19

    Atualizado em: set./2013

    Recursos humanos

    Possua um quadro de colaboradores altura

    As polticas de recursos humanos referem-se s maneiras pelas quais a empresa pretende

    lidar com seus colaboradores e por intermdio deles atingir os objetivos organizacionais.

    Adotando essas polticas, a empresa proporcionar condies tambm para o alcance de

    objetivos individuais. Cada empresa desenvolve as polticas de recursos humanos mais

    adequadas sua filosofia, necessidade e estratgia.

    As empresas de confeco buscam por profissionais j experientes no ramo e bastantes

    criativos. Alm disso, se a empresa tambm for atuar no ramo de vendas, o responsvel

    por essa rea, assim como sua equipe de trabalho, devem ser simpticos, carismticos,

    educados, calmos, pacientes e devem saber transmitir suas ideias, alm de saber lidar com

    diferentes pessoas.

    Muitas confeces financiam cursos como forma de motivao de seus funcionrios.

    Palestras e workshops tambm so opes para que as habilidades dos colaboradores

    sejam aprimoradas cada vez mais.

    Sugesto de composio de equipe de trabalho, que ir variar de acordo com a estrutura

    do negcio:

    Administrador

    Auxiliar administrativo

    Auxiliar de servios gerais

    Auxiliares de acabamento

    Cortadeira

    Costureira

    Estilista

    Gerente de Produo

    Modelista

    H tambm alguns prestadores de servios de que voc poder precisar:

    Advogado

    Bombeiro hidrulico

    Contador

    Eletricista

    Designer/publicitrio

    Office-boy

    Tcnico em manuteno das

    mquinas

  • Saiba como montar: Confeco 20

    Atualizado em: set./2013

    Equipamentos, produtos e servios

    Do que voc precisa para montar

    Equipamentos e utenslios

    Agulhas;

    Araras;

    Armrios com prateleiras para acondicionar a matria-prima e o produto acabado;

    Cavaletes;

    Ferro eltrico;

    Giz;

    Mesa para abrir costura;

    Mesa para acabamento de peas;

    Mesas de corte e marcao;

    Rguas

    Tbuas de passar;

    Tesouras.

    Matria-prima

    Fibras naturais: as mais usadas em vesturio so l, seda, algodo, linho.

    Fibras sintticas: viscose, nilon, polister, acrlico, microfibra, lycra e misturas de

    fibras.

    Mquinas

    Bordadeira;

    Cortadora de tecido;

    Enfestadora;

    Galoneira;

    Mquina aplicadora de elstico;

    Mquina de casear;

    Mquina de costura interloque;

    Mquina de costura refiladora;

    Mquina de costura reta industrial;

    Mquina de costura ziguezague;

    Mquina de pregar botes;

    Mquina para corte;

    Mquina para overloque;

    Pespontadora de coluna;

    Pespontadora rpida.

  • Saiba como montar: Confeco 21

    Atualizado em: set./2013

    Mquina de corte: indicada para trabalhos de corte e refilao em linha reta ou em curvas

    graduadas, com dispositivo automtico de afiao, protetores exteriores e posteriores,

    mancais selados e vedao contra fios.

    Mquina de costura reta: usada para costuras de todos os tipos de tecidos, equipadas

    com sistemas de lubrificao automtica, mecanismos de reverso do ponto, rolamentos no

    puxa-fio articulado e mecanismo de conexo de barra de agulha.

    Mquina overloque industrial: para fechamentos laterais de calas, colocao e

    fechamento de mangas e vestidos, chulear e fazer overloque em tecidos leves, mdios e

    pesados.

    Mquina de casear e mquina de pregar botes: equipada para colocao de colchetes

    de presso, ganchos e botes de espiga.

    As mquinas a serem utilizadas esto diretamente ligadas ao tipo de tecido a ser

    trabalhado.

    Caso a opo seja por malha ou lycra, isto , tecidos com elasticidade, so necessrias as

    mquinas: overloque trs fios, galoneira e mquina de cortar.

    Quem est iniciando o negcio e no deseja fazer investimento elevado, pode optar pela

    aquisio apenas de mquinas de corte, costura reta e overloque.

    Mediante contato com alguns fornecedores, fomos informados de que as mquinas

    caseadeira e de pregar botes requerem investimentos mais elevados. Mas nem sempre

    quem est comeando o negcio utiliza essas mquinas, pois elas so indicadas para alta

    capacidade de produo.

    Para diminuir o valor do investimento inicial, o empreendedor pode optar pela compra de

    mquinas usadas, que tambm so encontradas na maioria das lojas que vende mquinas

    novas.

    A manuteno de mquinas e equipamentos fundamental para o bom desempenho da

    produo. O empresrio deve se preocupar em fazer a manuteno rigorosa, visando

    garantir o perfeito funcionamento das mquinas.

  • Saiba como montar: Confeco 22

    Atualizado em: set./2013

    Legislao especfica

    Conhea as leis que regulamentam o negcio que voc pretende montar

    Consideraes iniciais

    No encontramos, em nosso acervo, registro de legislao especfica que regulamente a

    atividade de confeco.

    O empreendimento est dispensado de obter registro ou autorizao de funcionamento

    especfico, perante entidades ou rgos fiscalizadores de atividades regulamentadas,

    bastando ao empreendedor obter a inscrio com os rgos exigveis das sociedades

    empresrias em geral.

    A pessoa jurdica tambm no est sujeita responsabilidade tcnica, ou seja, no se exige

    do empreendimento a manuteno, em seus quadros, de profissional habilitado em rgo

    ou Conselho de Classe fiscalizador de profisso regulamentada.

    No entanto, necessrio o conhecimento prvio sobre normas que regulamentam as

    etiquetas de seus produtos, bem como propriedade industrial.

    Etiquetas

    O Cdigo de Defesa do Consumidor, institudo pela Lei n 8.078, de 11 de setembro de

    1990, dispe, em seu artigo 8, que os produtos e servios colocados no mercado de

    consumo no acarretaro riscos sade ou segurana dos consumidores, exceto os

    considerados normais e previsveis em decorrncia de sua natureza e fruio, obrigando-se

    os fornecedores, em qualquer hiptese, a dar as informaes necessrias e adequadas a

    seu respeito.

    Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar as devidas informaes,

    mediante impressos apropriados que devem acompanhar o produto.

    Diante disso, os produtos txteis devem estar devidamente etiquetados. O empreendedor

    que exerce a atividade de confeco de produtos txteis deve afixar a etiqueta de maneira

    que no se desprenda da pea, ou seja, dever possuir carter permanente, que no solte,

    no dissolva, nem desbote e que acompanhe o produto durante a sua vida til, conforme

    os procedimentos de limpeza e conservao recomendados pelo fabricante. Dever,

    tambm, conter as seguintes informaes:

    a) Nome ou razo social ou marca registrada no rgo competente do pas de consumo e

    identificao fiscal, do fabricante nacional ou do importador ou de quem ape a sua marca

    exclusiva ou razo social, ou de quem possua licena de uso de uma marca, conforme o

    caso. Entende-se como identificao fiscal os registros tributrios de pessoas jurdicas ou

    fsicas, de acordo com as legislaes vigentes dos Estados Partes;

  • Saiba como montar: Confeco 23

    Atualizado em: set./2013

    b) Pas de origem. No sero aceitas somente designaes atravs de blocos econmicos,

    nem indicaes por bandeiras de pases;

    c) Nome das fibras txteis ou filamentos txteis e seu contedo expresso em percentagem

    em massa;

    d) Tratamento de cuidado para conservao de produto txtil;

    e) Uma indicao de tamanho ou dimenso, conforme o caso.

    A obrigatoriedade de etiquetagem das peas txteis contendo as informaes acima advm

    do Regulamento Tcnico de Etiquetagem de Produtos Txteis, institudo pela Resoluo n

    02, de 06 de maio de 2008, do Conselho Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade

    Industrial (Conmetro).

    So considerados como produto txtil aqueles com 80%, no mnimo, de sua massa,

    constitudos por fibras txteis ou filamentos txteis ou ambos; bem como os revestimentos

    de bens que no so txteis. Estes revestimentos devem conter produtos txteis, no

    mnimo, em 80% de massa.

    O Decreto 2.181, de 20 de maro de 1997, que estabelece as normas gerais de aplicao

    das sanes administrativas previstas na Lei 8.078 de 11 de setembro de 1990, considera

    como prticas infrativas, conforme dispe o seu artigo 12, inciso IX, colocar no mercado de

    consumo qualquer produto ou servio em desacordo com as normas expedidas pelos

    rgos oficiais competentes, ou, se normas especificas no existirem, pela Associao

    Brasileira de Normas Tcnicas ABNT ou outra entidade credenciada pelo Conselho

    Nacional de Metrologia, Normatizao e Qualidade industrial Conmetro.

    Sero consideradas ainda prticas infrativas, nos termos do art. 13, do mesmo Decreto

    supracitado, a oferta de produtos ou servios sem as informaes corretas, claras, precisas

    e ostensivas, em lngua portuguesa, sobre suas caractersticas, qualidade, quantidade,

    composio, prazos de validade e origem, entre outros dados relevantes.

    Desenhos industriais

    Modelos de roupas, estampas, tecidos, entre outros podem ser objetos de registro de

    proteo como desenhos industriais e ou at patentes.

    O Instituto Nacional de Propriedade Industrial INPI o rgo responsvel para o registro

    de desenhos industriais, marcas e patentes no Brasil.

    Nos termos da Lei Federal n 9.279/96, considera-se desenho industrial a forma plstica

    ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser

  • Saiba como montar: Confeco 24

    Atualizado em: set./2013

    aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configurao

    externa e que possa servir de tipo de fabricao industrial.

    Os desenhos de roupas, sapatos, bolsas, acessrios, estampas, podem ser considerados

    desenhos industriais desde que seu resultado visual seja novo e original.

    No mundo da moda, quando o design no protegido o mesmo cai em domnio pblico e

    pode ser copiado, sem qualquer irregularidade. So as chamados cpias lcitas.

    O pedido de registro, nas condies estabelecidas pelo INPI, conter:

    1. Requerimento;

    2. Relatrio descritivo se for o caso;

    3. Reivindicao se for o caso;

    4. Desenhos ou fotografias;

    5. Campo de aplicao do objeto; e

    6. Comprovante do pagamento da retribuio relativa ao depsito.

    O registro vigorar pelo prazo de 10 (dez) anos contados da data do depsito, prorrogvel

    por 3 (trs) perodos sucessivos de 5 (cinco) anos cada.

    Durante a vigncia do registro, o titular tem o direito de impedir que terceiros, sem sua

    prvia autorizao, confeccionem, fabriquem, comercialize, importe, venda, etc, o desenho

    industrial (modelo) que registrou.

    Sanes administrativas por descumprimento do Cdigo de Defesa do Consumidor

    (Lei Federal n 8.078/90) e demais normas de defesa do consumidor

    A inobservncia das normas contidas na Lei 8.078, de 1990, e das demais normas de

    defesa do consumidor constituir prtica infrativa e sujeitar o fornecedor s seguintes

    penalidades, que podero ser aplicadas isolada ou cumulativamente no processo

    administrativo, sem prejuzo das de natureza cvel, penal e das definidas em normas

    especficas:

    1. Multa;

    2. Apreenso do produto;

    3. Inutilizao do produto;

    4. Cassao do registro do produto perante o rgo competente;

    5. Proibio de fabricao do produto;

    6. Suspenso do fornecimento de produtos ou servios;

    7. Suspenso temporria de atividade;

    8. Revogao de concesso ou permisso de uso;

    9. Cassao de licena do estabelecimento ou de atividade;

    10. Interdio, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade;

    11. Interveno administrativa;

    12. Imposio de contrapropaganda.

  • Saiba como montar: Confeco 25

    Atualizado em: set./2013

    A fiscalizao e as penalidades previstas podero sero aplicadas pelos rgos oficiais

    integrantes do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, sem prejuzo das atribuies do

    rgo normativo ou regulador da atividade, na forma da legislao vigente.

    Concluso

    indispensvel que o empreendedor atenda aos dispositivos do Regulamento Tcnico de

    Etiquetagem de Produtos Txteis.

    Caso a confeco produza peas baseadas em desfiles de moda, revistas, programas de TV

    e cinema aconselhvel a consulta junto ao INPI para verificar se h algum registro

    daquela pea. O mesmo acontece com estampa. No havendo registro o modelo de

    domnio pblico sendo sua cpia lcita.

    Importante

    A legislao brasileira est sujeita a alteraes constantes. necessrio e indispensvel

    que o empreendedor solicite s autoridades fiscais informaes atualizadas sobre

    exigncias e requisitos legais para a regularizao da pessoa jurdica e a explorao da

    atividade econmica. As instrues recebidas sobre legislao devem ser confirmadas pelas

    autoridades fiscais e pelo contador ou contabilista responsvel pela escrita fiscal da

    empresa.

    Tipos de licenas necessrias para seu empreendimento

    Licena ou Alvar de Funcionamento Prefeitura

    Vistorias e observncia s normas de segurana Corpo de Bombeiros

    Licena Ambiental rgos municipais ou estaduais de Meio

    Ambiente

    Fundamentao legal

    a) Lei Federal n 8.078, de 11 de setembro de 1990 Dispe sobre a proteo do

    consumidor e da outras providncias;

    b) Lei Federal n 9.279, de 14 de maio de 1996 - Regula direitos e obrigaes relativos

    propriedade industrial;

    c) Decreto Federal n 2.181, de 20 de maro de 1997 Dispe sobre a organizao do

    Sistema Nacional de Defesa do Consumidor SNDC, estabelece as normas gerais de

    aplicao das sanes administrativas previstas na Lei 8.078 de 11 de setembro de

    1990, revoga o Decreto n 861, de 9 de julho de 1993, e da outras providncias;

  • Saiba como montar: Confeco 26

    Atualizado em: set./2013

    d) Resoluo n 02 do Conselho Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade

    Industrial (Conmetro), de 06 de maio de 2008 Dispe sobre a aprovao do

    Regulamento Tcnico Mercosul Sobre Etiquetagem de Produtos Txteis.

  • Saiba como montar: Confeco 27

    Atualizado em: set./2013

    Endereos teis

    Saiba onde voc poder obter mais informaes

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS - ABNT

    Rua da Bahia, 1148 - Sala 1015 - Ed. Maleta - Centro

    30160-906 - Belo Horizonte - MG

    Tel.: (31) 3226-4396 - Fax (31) 3273-4344

    www.abnt.org.br

    ASSOCIAO BRASILEIRA DO VESTURIO - ABRAVEST

    Rua Chico Pontes, 1500 Mart Center 5 Vila Guilherme

    02067-002 So Paulo SP

    Tel.: (11) 6901-4333 Fax: (11) 6909-9420

    www.abravest.org.br

    CENTRO DE TECNOLOGIA DA INDSTRIA QUMICA E TXTIL CETIQT/SENAI-RJ

    Rua Magalhes Castro, 174 Riachuelo

    20961-040 Rio de Janeiro RJ

    Tel.: (21) 2582-1000 Fax: (21) 2241-0495

    www.cetiqt.senai.br

    FUNDAO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE - FEAM

    Cidade Administrativa do Estado de Minas Gerais

    Rodovia Prefeito Amrico Gianetti, s/n - Serra Verde

    31630-900 - Belo Horizonte MG

    Telefone Geral da Cidade Administrativa: (31) 3915-1000

    www.feam.br

    INSTITUTO NACIONAL DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL - INPI

    Av. Amazonas, 1909 - Santo Agostinho

    30180-002- Belo Horizonte MG

    Tel.: (31) 3291-5614 e 5623 - Fax: (31) 3291-5449

    www.inpi.gov.br

    INMETRO

    INSTITUTO DE PESOS E MEDIDAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS - IPEM-MG

    Rua Cristiano Frana Teixeira Guimares, 80 Cinco

    32010130 Contagem MG

    (31) 3399-7100/7114

    www.ipem.mg.gov.br

  • Saiba como montar: Confeco 28

    Atualizado em: set./2013

    SINDICATO DAS INDSTRIAS DO VESTURIO NO ESTADO DE MINAS GERAIS SINDIVEST

    Rua Juiz de Fora, 284 Sl. 603/605/607 Barro Preto

    30180-060 Belo Horizonte MG

    Tel.: (31) 3295-3535 Fax: (31) 3295-3202

    www.sindvest.com.br

  • Saiba como montar: Confeco 29

    Atualizado em: set./2013

    Sugesto para leitura

    Expandindo seu conhecimento

    Revista Txtil

    *A publicao se destina a confeces, malharias, entre outros. Traz notcias atualizadas,

    alm de informaes sobre feiras e eventos do setor.

    A publicao acima poder ser adquirida no seguinte endereo:

    ABIT/SINDITXTIL

    Rua Albuquerque Lins, 635 4 andar Cj. 44 Santa Ceclia

    01230-001 So Paulo SP

    Tel.: (11) 3661-5500 Fax: (11) 3826-2228

    www.revistatextil.com.br

  • Saiba como montar: Confeco 30

    Atualizado em: set./2013

    Cursos e eventos2

    Aprimore-se!

    CENTRO DE TECNOLOGIA DA INDSTRIA QUMICA E TXTIL - CETIQTSENAI/RJ

    Rua Magalhes Castro, 174 Riachuelo

    20961-040 Rio de Janeiro RJ

    Tel.: (21) 2582-1000 Fax: (21) 2241-0495

    www.cetiqt.senai.br

    *Oferece diversos cursos nas reas de fiao, tecelagem, malharia, controle de qualidade,

    manuteno e confeco.

    SERVIO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL SENAC

    Rua Tupinambs, 1062 Centro

    30120-910 Belo Horizonte MG

    Tel.: 0800-724 4440

    www.mg.senac.br

    *Cursos de confeco de peas ntimas.

    SENAI MODATEC

    Rua Santo Agostinho, 1717 Horto

    31035-480 Belo Horizonte MG

    Tel.: (31) 3482-5576 Fax: (31) 3482-5612

    www.senai-mg.org.br/modatec

    *Trabalha com desenvolvimento de estilo, desenvolvimento de modelagem,

    desenvolvimento da pea pr-piloto, mapa de risco para vrios tipos de roupas. Possui

    biblioteca para pesquisa bibliogrfica, banco de dados contendo informaes sobre

    fornecedores de matria-prima, mquinas, profissionais, prestadores de servio. Ministra

    cursos e palestras, promove seminrios, workshops, simpsios.

    SERVIO SOCIAL DO COMRCIO SESC/MG

    Rua Tupinambs, 956 Centro

    30120-906 Belo Horizonte MG

    Tel.: (31) 3279-1400 Fax: (31) 3201-0484

    www.sescmg.com.br

    *Cursos de corte e costura e modelagem industrial.

    2 Entrar em contato com as instituies, a fim de confirmar as datas e os valores dos cursos.

  • Saiba como montar: Confeco 31

    Atualizado em: set./2013

    Sugesto de vdeo

    Vale conferir!

    Palestra Planejando a Abertura de sua Empresa: por onde comear

    Durao: 64 min.

    *Esse vdeo relata os cuidados necessrios para o incio e a gesto de um negcio prprio.

    A consultora do Sebrae Minas, Silmara Ribeiro, destaca os conceitos, fala do perfil

    empreendedor, planejamento, gesto de negcio, definio do que montar e da

    formalizao.

    O vdeo acima poder ser acessado em nosso site, no link:

    http://www.sebraemg.com.br/atendimento/BibliotecaDigital/VisualizarDocumento.aspx?CO

    DIGO=1870

  • Saiba como montar: Confeco 32

    Atualizado em: set./2013

    Referncias

    Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais.

    Disponvel em: . Acesso em: 16 set. 2013.

    BELMIRO, A. Como fazer roupas e acessrios em couro. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1985.

    Classificao Nacional de Atividades Econmicas CNAE.

    Disponvel em: . Acesso em: 5 out. 2009.

    CONFECO de roupas de banho e ginstica Confeco de artigos de cama e mesa. [S.l.:

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