conexoes

19
Conexões NOVAS MÍDIAS NA FORMAÇÃO DE REDE DE APOIO A INCLUSÃO 1 INCLUIR O Projeto Incluir da Secretaria de Estado de Educação (SEE) cria um padrão de acessibilidade para toda a rede pública, por meio da construção ou adaptação das instalações físicas das escolas para permitir o acesso dos alunos, e da capacitação de profissionais para o bom atendimento nas escolas. E.E.M.M A E. E. Maurício Murgel é uma instituição pública de Ensino Médio, participa do Projeto Escola Referência e também do Projeto Incluir. Atende alunos com necessidades especiais, o que a difere das demais instituições públicas de ensino do Estado de Minas Gerais.

description

rede de apoio ainclusao.

Transcript of conexoes

Page 1: conexoes

ConexõesNOVAS MÍDIAS NA FORMAÇÃO DE REDE DE APOIO A INCLUSÃO

1

INCLUIR O

Projeto I

ncluir da

Secretar

ia de Esta

do

de Educa

ção (SEE

) cria u

m padrão

de aces

sibilida

de

para tod

a a rede

pública

, por me

io da co

nstrução

ou

adaptaçã

o das in

stalaçõe

s física

s das es

colas pa

ra

permitir

o acess

o dos al

unos, e

da capac

itação d

e

profissi

onais pa

ra o bom

atendim

ento nas

escolas

.

E.E.M.M A E. E. Maurício

Murgel é uma instituição pública de

Ensino Médio, participa do Projeto

Escola Referência e também do

Projeto Incluir. Atende alunos com

necessidades especiais, o que a difere

das demais instituições públicas de

ensino do Estado de Minas Gerais.

Page 2: conexoes

Novas mídias Na formação da rede de apoio a Inclusão

Font

e: E

.E.M

.Mur

gel/t

urno

:man

hã/n

ovem

bro/

2009

.

NOVEMBRO | 2009 3

Page 3: conexoes

NOVEMBRO | 2009 5

10DançaInclusiva

Sumárioedição 1

Joy Lab Research

2022

28

3032

6

8

12

14

18

Conhecer o que afeta o seu aluno é o primei-ro passo para criar estratégias que garan-tam a aprendizagem

CEID CEntro DE

IntErvEnção PrECoCE Em

SurDEz

FunDAmEntoS

CãES-guIAS

DIStrIBuIção DE LIvroS

novAS mÍDIAS

EStuDAntES SurDoS

DESEnvoLvEm ProjEtoS

InovADorES Em mInAS

PESQuISA rEvELA QuE mAIS DE 10 mILHÕES DE jovEnS PoDEm FICAr SurDoS

InStItuIção tErá ExEmPLArES Em BrAILE

EStuDAntES grAvAm LIvroS PArA DEFICIEntES vISuAIS

Como São trEInADoS

ZÉLIA DUNCAN - Todos os verbos pág 24

TRUPE DO TRAPO - TEATRO pág 26

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAçãO: Projeto IncluirGOVERNADOR:Aécio Neves da CunhaSECRETARIA DE EDUCAçãO:Vanessa Guimarães pintoMETROPOLITANA B:Suzana de Oliveira de Oliveira MartinsE.E.MAURíCIO MURGEL:Sônia Marinho Amaral de ResendeCOORDENADOR DO PROjETO:Vilmar Pereira de Sousa

CInEmAFALAnDo

Com AS mãoS

Page 4: conexoes

NOVEMBRO | 2009 7

Deficiência Visual

Definição: condição apresentada por quem tem baixa visão (em geral, entre 40 e 60%) ou cegueira (resíduo mínimo da visão ou perda total), que leva à necessidade de usar o braile para ler e escrever.

Características: a perda visual é causada em geral por duas doenças congênitas: glaucoma (pressão intraocular que causa lesões irreversíveis no nervo ótico) e catarata (opacidade no cristalino). Em alguns casos, as doenças são confundidas com uma ametropia (miopia, hipermetropia ou astigmatismo), que pode ser corrigida pelo uso de lentes, o que permite o retorno total da visão. A catarata também pode ser corrigida, mas só com cirurgia. “O aluno que não enxerga o colega a 2 metros nas brincadeiras, principalmente em espaços abertos, pode ter 5 ou 6 graus de miopia e não necessariamente baixa visão ou cegueira”, explica o oftalmologista Frederico Lazar, de São Paulo. Na sala de aula, é aconselhável não colocar mochilas no chão ou no corredor entre as carteiras. Use materiais maiores e reconhecíveis pelo tato. Aproxime os que têm baixa visão do quadro-negro, já que alguns conseguem enxergar quando sentados na primeira carteira. Outros precisam de equipamentos especiais. Para os que não conseguem ler o que está escrito no quadro, há algumas possibilidades. “Traga o material já escrito de casa e entregue a eles ou peça que os colegas, em sistema de revezamento, os auxiliem na tarefa”, explica a psicóloga Cecília Batista, do Departamento de Desenvolvimento Humano e Reabilitação da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Deficiência Auditiva

Definição: condição causada por má-formação na orelha, no conduto (cavidade que leva ao tímpano), nos ossos do ouvido ou ainda por uma lesão neurossensorial no nervo auditivo ou na cóclea (porção do ouvido responsável pelas terminações nervosas). Tem origem genética ou pode ser provocada por doenças infecciosas, como a rubéola e a meningite. Também pode ser temporária, causada por otite.

Características: pode ser leve, moderada, severa ou profunda. “Quanto mais aguda, mais difícil é o desenvolvimento da linguagem”, diz a fonoaudióloga Beatriz Mendes, docente da Pontifícia Universidade Católica (PUC), em São Paulo, que atua na Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação (Derdic). Um exame fonoaudiológico é capaz de identificar o grau da lesão.

FUNDAMENTOSConhecer o que afeta o seu aluno é o primeiro passo para criar estratégias que

garantam a aprendizagem

Saiba mais: www.ines.gov.brwww.laramara.org.br

Page 5: conexoes

NOVEMBRO | 2009 9

O software é compatível com o celular N82, da Nokia, com sistema operacional Symbian. Equipado com uma câmera digital de 5 megapixels, o aparelho deve ser usado para fotografar textos, que serão “lidos” por um programa de reconhecimento

de caracteres.

“O knfb Reader Mobile permite acesso imediato a uma informação impressa, seja um menu ou carta”.Segundo a empresa, o software também reconhece, com facilidade, rótulos de produtos e notas de dinheiro

(dólares).

O software será vendido pela knfb Reading Technology por US$ 1.595 e o celular por

US$ 500.

Saiba mais: www.info.abril.com.br`

CEID CEntro DE IntErvEnção PrECoCE Em SurDEz

 

CELULAR Lê TExTOSPARA CEGOS

CEID é um programa inclusivo que oferece apoio e serviços para famílias no intuito de melhorar o potencial de comunicação de crianças, – desde seu nascimento até a idade de 5 anos – surdas,

com perda auditiva e ou com grave atraso na linguagem e fala.A filosofia do Centro acredita na “Comunicação Total”, que combina inglês falado, uso de aparelhos auditivos e SEE (Signing Exact English). S.E.E. é um sistema de língua de sinais no qual

sinais e soletração através dos dedos e mãos representam a ordem das palavras, a gramática e o vocabulário exato do inglês falado e escrito. É, portanto, diferente da Língua de Sinais Americana, que possui gramática e sintaxe própria, como toda língua de sinais.

Page 6: conexoes

 

NOVEMBRO | 2009 11

DANÇA INCLUSIVASãO PAULO, SP, BRASIL. Ensaio do espetáculo joy Lab Research, composto de dançarinos com e sem deficiência, reunidos pelo coreógrafo norte-americano Alito Alessi. O espetáculo fez parte do evento Sob Um Novo Olhar que aconteceu no Sesc Santana .

Page 7: conexoes

POR dENTRO!

“O trabalho está ajudando muito a ampliar o meu vocabulário. Antes eu não tinha interesse pelas palavras: passava de ônibus nem olhava outdoor, faixa, nem me importava com isso. Hoje, presto atenção e penso ‘depois vou olhar no dicionário o que significa essa palavra”. Despertou-me o interesse pelas palavras da língua portuguesa”. Marcos Vinícius.

O Prof. Vilmar Pereira observou que tanto os alunos surdos aprendem a disciplina português quanto os ouvintes aprendem Libras. De acordo com o dirigente, é essencial que os surdos dominem a língua portuguesa.

Pela análise da Diretora da EEMM, Profa. Sônia Marinho Amaral Resende, o projeto do CEFET-MG pode abrir portas para os estudantes. “O que falta para os alunos com deficiência é oportunidade e pessoas que acreditem neles. Essa que eles estão tendo, tenho certeza que eles vão aproveitá-la o máximo possível”.

DEPOIMENTO:

VOCAbULáRIO dE LIbRAS PASSA ENGLObAR TERMOS TéCNICOS

A EEMM possui 1900 alunos no ensino médio distribuídos em três turnos, desses 111 são surdos e 17 cegos. Há dez anos

a escola do estado recebeu os primeiros alunos surdos. Os estudantes com necessidades especiais estudam em salas mistas, e os alunos ouvintes

também têm aulas de Libras.

Os dois projetos do BIC-jr poderão ajudar diversas pessoas, surdas ou não. Quem participa do trabalho já percebe mudanças nas suas vidas. “Nós quatro temos conversado sobre isso. Chegamos sem o domínio dessas palavras do português e da estrutura. Não tínhamos nem o interesse de procurar aprender, mas hoje queremos conhecer cada vez mais palavras e quero ter um domínio do português tanto quanto os ouvintes”, ressaltou Rafael Coelho.

NOVEMBRO | 2009 13

Estudantes surdos desenvolvem projetos inovadores em minas

LIBRASPara participar do projeto foram selecionados quatro alunos da Escola Estadual Maurício Murgel, referência na inclusão de alunos com necessidades especiais. O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica Júnior (BIC-Jr) do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG) selecionou dois projetos inovadores que envolvem alunos surdos. Para participar do projeto foram selecionados quatro alunos da Escola Estadual Maurício Murgel, referência na inclusão de alunos com necessidades especiais. Os projetos visam criar um dicionário e um manual, para que pessoas surdas

possam ter aulas de desenho arquitetônico.

É a primeira vez que o programa trabalha com bolsistas surdos. O programa é destinado a alunos de ensino médio e profissional técnico de nível médio de escolas públicas estaduais e federais de Minas Gerais. O objetivo é despertar a vocação científica, nos estudantes, ampliando sua formação de pesquisa.

“Com esses projetos, pretende-se promover a inclusão de jovens surdos na área do desenho arquitetônico”, disse a orientadora Vera Lúcia de Souza e Lima, professora do departamento de Engenharia Civil do Cefet-MG.

O primeiro projeto é o de publicar um glossário técnico contendo símbolos e convenções que possibilitem a adequação da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para o ensino do desenho arquitetônico para deficientes auditivos. O glossário deverá definir sinais

para termos técnicos utilizados no desenho arquitetônico e será utilizado no ensino na disciplina habilitando esse público alvo na leitura e representação de projetos arquitetônicos.

O segundo projeto é um manual contendo símbolos e convenções que possibilitem a adequação da Libras para o ensino de desenho arquitetônico. Este manual vai utilizar as definiç ões criadas no glossário.

Os projetos se caracterizam por terem amplitude multidisciplinar. “No futuro eles poderão ser apresentados em congressos de engenharia, linguística, responsabilidade social ou educação”, observa a professora Vera Lúcia.

O Brasil tem hoje 5.750.811 indivíduos surdos, dos quais 776.884 estão em idade de escolarização. No entanto, o número de surdos na escola ainda é muito baixo: apenas 69.420, o que representa uma porcentagem de 8,94%, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Page 8: conexoes

NOVEMBRO | 2009 15

mínimo, deixando a pureza das interpretações estabelecerem o tom comovente do filme.O Paolo de Rossi é um garoto esperto, com um senso de humor muito estranho, e há horas em que suas deficiências parecem desaparecer.Como se todas as cenas dolorosas entre Rossi e Stuart não fossem pungentes o bas-tante, entra em cena o personagem de Charlotte Rampling como uma francesa de-votada aos cuidados de sua filha, que es-toicamente ajuda Gianni a aceitar um futuro não necessariamente brilhante nem alegre.

CIN

EMA

AS CHAVES DE CASA

Por Michael Rechtshaffen

HOLLYWOOD (Hollywood Reporter) - Repetindo a dinâmica pai e filho de seu premiado filme “O Ladrão de Crianças”, de 1992, Gianni Amelio faz um retrato igualmente surpreendente e único da relação pai-filho em “As Chaves de Casa”.Inspirado no livro “Nati due volte”, do escritor Giuseppe Pontiggia, esse filme em língua italiana examina o laço comovente criado por um pai há muito tempo ausente que reencontra seu filho, que precisa de cuidados especiais.

Os que estiverem atrás de uma dose gen-erosa de ternura ou de uma mensagem edificante da vida, banhada por arranjos or-questrais, devem procurar em outro lugar.Quinze anos atrás, Gianni (Kim Rossi Stu-art) abandonou o filho portador de defi-ciências físicas e mentais após seu nasci-mento traumático (a mãe morreu durante o parto). Criado pela família da mãe, Paolo (Andrea Rossi, em uma estréia notável) se encontra pela primeira vez diante do pai com quem viajará para um hos-pital especial em Berlim, onde o menino será submetido a testes e à reabilitação.Não é preciso dizer que a viagem fica um pouco tumultuada às vezes, com Gi-anni, consumido pela culpa, tendo que aprender a ser um pai de verdade para a criança que só agora ele conhece.Trabalhando ao estilo do cinema neo-re-alista, Amelio mantém os estratagemas no

Saiba mais: www.cinema.uol.com.br

Page 9: conexoes

VERMELHO COMO O CÉUUm acidente com um rifle compromete a visão do pequeno Mirco, quando ele tinha apenas 10 anos. Vivendo na escuridão, é considerado incapaz e impedido pelo governo da Itália de freqüentar escolas públicas.Os pais são obrigados a enviá-lo para Gênova, onde passa a estudar num instituto especial para deficientes visuais.

Determinado a vencer as dificuldades, o garoto apaixonado por cinema

NOVEMBRO | 2009

CIN

EMA

Saiba mais: www.interfilmes.com

descobre um antigo gravador e um novo mundo através das histórias sonoras que começa a criar. Não demora para que obstáculos apareçam e ele é criticado pelos diretores religiosos da escola. Ao longo de sua história, vai conquistando os colegas e quebrando barreiras até então não imaginadas para um menino cego.

Vermelho como o Céu é baseado na história real de Mirco Mencacci, um respeitado editor de som do cinema italiano atual.

17

Page 10: conexoes

NOVEMBRO | 2009 19

FALAR COM AS MÃOS Levar os surdos

para a sala regular

exige nova postura

do professor, tato

para lidar com

o intérprete e,

acredite, muitas

explicações orais.

A inclusão de crianças com deficiência auditiva sempre foi polêmica, mas recentemente ganhou um novo rumo em nosso país. De acordo com a política do governo federal, elas não devem mais ficar segregados nas escolas especiais e precisam estudar desde cedo em unidades comuns, com um intérprete que traduza todas as aulas para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e o contraturno preenchido por atividades específicas para surdos. Problema resolvido? Nem de longe. Enquanto entidades do setor ainda denunciam a falta de estrutura para a implementação das regras , os docentes já começam a receber parte dessa nova clientela e estão criando formas próprias de trabalho muitas com sucesso. Não é uma tarefa fácil nem existe uma fórmula conceitualmente correta para lidar com a situação. Cada caso é um caso (saiba como pedir ajuda no quadro

abaixo). A professora de Geografia Marilda Dutra, da EE Nossa Senhora da Conceição, em São josé, na Grande Florianópolis, por exemplo, aprendeu uma lição curiosa logo nos primeiros dias de trabalho. Para ensinar quem não ouve, ela tem de falar mais. A maior mudança foi deixar o giz em segundo plano. Cada tipo de relevo, clima e vegetação precisava de fotografias, desenhos, gravuras e muitos exemplos verbais. Em vez de simples mapas, o mundo passou a ser representado em bolas de isopor para facilitar a compreensão dos meridianos.

Maria Inês Vieira, coordenadora do Programa de Acessibilidade da Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Derdic-PUC), explica o motivo da necessidade de rever o uso do quadro negro. “Mesmo que o surdo já saiba ler e escrever em português, ele demorará mais para entender orientações por

escrito”, diz. A especialista ensina que o ouvinte entende a sequência de palavras escritas porque tem uma cultura prévia oral. já quem não ouve está sendo apresentado ao português como um todo e não conhece a organização da língua. “Os conjuntos de palavras podem não fazer sentido na maneira como ele aprendeu a pensar. É como traduzir apenas as palavras de um texto em alemão ou chinês. Não é o suficiente para a compreensão do todo”, diz. Em Florianópolis, a professora de Matemática Silvana Maria Soster teve outra reação no início do ano passado, quando foi informada pela direção da EM Luiz Cândido da Luz que uma de suas classes da 2ª fase do ciclo 2 (equivalente ao 5º ano, mas já com um docente por disciplina) teria quatro alunos surdos. “Tomei um susto. Nunca tinha passado por isso e pensei: será que posso?”, conta. Para Roseli Baumel, educadora livre-docente especializada em Educação Especial da Universidade de São Paulo (USP), esse tipo de dúvida é natural. “Temos de ser honestos e admitir que não estamos prontos”, orienta a especialista.

Saiba mais: www.revistaescola.abril.com.br

Page 11: conexoes

NOVEMBRO | 2009 21

Co

nqui

ste

sua

inde

pend

ênci

a:

Ouç

a s

eus

livro

sOs animais recebem um adestramento minucioso que começa quando ainda são filhotes. “Depois que nasce, o cão é adotado por uma família de acolhi-mento, que lhe dá um treinamento básico de obe-diência e de socialização. Nessa fase ele aprende coisas simples como sentar, deitar, ficar parado, freqüentar locais públicos, não correr atrás das pes-soas, andar de carro e de metrô e ir a restaurantes”, afirma a treinadora Sandra Buncana de Camis, dona do canil Sambucan Assessoria Canina Integral, de São Paulo, especializado em treinamento de cães-guias. Essa família faz um trabalho voluntário e fica com o animal até que ele complete um ano de idade, quan-do o cachorro volta ao canil para receber o adestra-mento específico. “Essa segunda fase leva cerca de seis meses. O treinamento é feito quatro vezes por semana, duas vezes ao dia”, diz o economista paulista e usuário de cão-guia Luiz Alberto Melchert de Carv-alho e Silva, de 49 anos, cego desde os 14. “Durante o treinamento, o animal precisa demonstrar certas car-acterísticas para não ser descartado. Ele deve ser pa-ciente e não pode ser assustadiço nem agressivo”, diz Luiz Alberto, que tem como cão-guia a dócil Honey, uma labrador preta de 11 anos. No canil Sambucan, o treinamento completo custa cerca de 6 mil reais. O uso de cães para condução de cegos surgiu na déca-da de 1920 nos Estados Unidos. Cerca de 30 anos depois, a novidade desembarcou no Brasil. Estima-se que existam no país cerca de 200 cães-guias, animais que, conforme a legislação, têm acesso irrestrito a to-dos os lugares freqüentados por seus donos, como restaurantes, empresas públicas, estações do metrô e até aviões. O número de animais treinados ainda é baixo, mas o tema deve ganhar abrangência nacional em breve, porque um dos personagens da próxima novela das 8 da Rede Globo, intitulada América, será cego e terá o auxílio de um cão para se locomover.

Como são treinados os

cães-guias de cegos?

por Yuri Vasconcelos

OS ELEITOS

Nem todas as raças podem ser treinadas.Os cachorros mais usados para a condução de cegos são o labrador, o golden retriever, o pastor alemão, o boxer e o collie de pêlo longo ou curto. “Essas raças possuem temperamento, tamanho e características adequadas para a função”, diz a advogada Mônica Grimaldi, da Associação Cão-Guia de Cegos, de São Paulo. “Mais importante do que a raça, no entanto, é o próprio cão. Ele precisa ser um animal muito especial, com temperamento dócil e dotado de extrema paciência e determinação”, diz ela. Machos ou fêmeas podem ser usados para a função.Inteligente pra cachorro

Saiba mais: www.mundoestranho.abril.com.br

Page 12: conexoes

ALUNOS DE ESCOLAS PúBLICAS RECEBEM LIVROS Patricia giudice

Aos 32 anos, a deficiente visual Sílvia Neide Viana dos Santos está recebendo pela primeira vez liv-ros para estudar. Ela começou este ano a cursar o ensino médio na Escola Estadual Maurício Murgel, em Belo Horizonte, e está entre os 900 mil alunos que terão os livros didáticos gratuitos. Ontem o governador Aécio Neves participou de uma solenidade na escola para entregar as aposti-las. Como Sílvia, outros 102 alunos no Estado que são portadores de deficiência visual irão receber livros de matemática e português. Os outros estudantes do ensino médio tiveram acesso aos livros das duas disciplinas no ano pas-sado e recebem agora os de química, física e bio-logia. Segundo a secretária de Estado da Educação, Vanessa Guimarães, o material é escolhido sepa-radamente por cada escola depois que eles pas-sam pela aprovação do Ministério da Educação.

“Existe uma equipe de especialistas no ministé-

rio (Comissão Nacional do Livro Didático) que avalia o material oferecido por editoras brasileiras. Essa lista, onde estão os livros de maior qualidade, é repassada para os Esta-dos. Aqui, a gente apresenta os títulos para as escolas e os professores se reúnem para fazer a escolha”, afirmou. Para a secretária, é impossível fazer um en-sino médio bem feito sem livros didáticos para acompanhar as disciplinas. “Para os professores, também não é fácil dar aula vendo os alunos copiando tudo. É muito trabalhoso”, completou. Segundo o governador, ter o livro significa maior qualificação dos estudantes mineiros e sua ausência acarreta em repetência es-colar.

“Isso significa, em primeiro lugar, que as famí-lias desses jovens não precisarão ser onera-

das, não precisarão ter esse custo a mais na educação dos seus filhos. Os livros são de altíssima qualidade. Em segundo lugar, um dos indicadores graves de desinteresse pelo ensino ou mesmo de repetência é a ausência do livro”, afirmou.

Etapas A primeira etapa do programa Livro na Escola foi concluída no e repas-sou 1,8 milhão de apostilas de português e matemática. No total, serão gastos R$ 57 milhões. Durante a cerimônia, os alunos da escola fizeram uma apresentação de dança para os participantes e entregaram uma camisa da instituição para o governador Aécio Neves. Ele aproveitou para autorizar a Secretaria de Estado da Educação a liberar recursos para conectar a sala de informática da es-cola à Internet, fazer uma cobertura para a quadra poliesportiva e comprar cadeiras para o auditório.

INSTITUIçãO TERá ExEMPLARES EM BRAILE

A Escola Estadual Maurício Murgel foi a primeira a receber os livros de física, quími-ca e biologia. Para a diretora da instituição, Sônia Maria Amaral de Rezende, os gastos para os pais dos alunos seria de R$ 250 no total para comprar todos os cinco livros que hoje são gratuitos.

“Nossos alunos são carentes e os pais não têm condições de arcar com os gastos. Por isso é um ganho muito grande”, afirmou. A escola faz parte do modelo referência em educação por oferecer aulas para estu-dantes portadores de deficiência visual.

“Temos 16 alunos com deficiência visual que receberão livros em braile. Ao todo, são 2.000 estudantes que terão os livros em sala de aula”, garantiu a diretora.

NOVEMBRO | 2009 23

Fonte: O Tempo

Page 13: conexoes

NOVEMBRO | 2009

Todos os verbos motivo da composição:

Conheci uma pessoa chamada Marta Morgado,uma pessoa incrível,que trabalha com língua gestual e,ela mesma não tem uma audição perfeita, se é que alguém neste mundo tem, e tem um trabalho muito profundo e muito serio com língua gestual portuguesa, e mandou pra mim uns vídeos com tradução de algumas músicas minhas ou do meu repertório, e eu fiquei muito comovida; eu adoro quando alguém me tira da ignorância e me mostra uma coisa que eu não sabia, isso acontece praticamente todo dia, e, então, no meio desse processo de fazer o show, não, eu fui a Portugal depois disso, depois que ela entrou em contato comigo,e, uma vez ela estava presente no show e eu a convidei pra subir ao palco, e fazer, enquanto eu cantava ela fazia língua gestual, foi muito comovente, nós estava-mos lá e foi muito comovente, e sério aquilo, mexeu com todos nós, no meio do processo de fazer esse show, sem saber desta história, minha querida diretora Ana beatriz Nogueira me ligou e disse : “Zélia tive uma idéia, que tal você fazer uma das músicas em Libras, que a língua gestual brasileira, uma parte pelo menos, ai eu contei tudo isso pra ela, ficamos as duas eufóricas,porque eu já tinha uma ligação com isso muito forte, com essa pessoa de Lisboa, que se chama Marta Morgado, então a Ana me sugeriu, me fez pensar nos passos que a Marta deu pra chegar até mim, até minha música, me sugeriu que eu agora desse alguns passos em direção a ela, então a próxima música que é minha e de Marcelo Geneci é uma, um desejo de dar meus passos em dreção a essa pessoa, vocês vão entender o que eu estou falando...

Todos os verbos...

Saiba mais: www2.uol.com.br/zeliaduncan

25

Page 14: conexoes

NOVEMBRO | 2009 10NOVEMBRO | 2009 27

A Trupe do Trapo é um grupo cênico-musical de inclusão social, semi-profissional, formado por 11 integrantes no elenco sendo estes: 13 pessoas com distúrbios e deficiências: mental leve e moderada, física, autismo, visual, problemas psiquiátricos e problemas de aprendizagem e 4 pessoas sem deficiência. A faixa etária dos integrantes do grupo varia de 12 a 72 anos.

A Trupe O nome “Trupe do Trapo” foi criado pelos próprios integrantes do grupo. O que identifica o grupo é a proposta de trabalho com panos (trapos), de forma que esses virem objetos cênicos em determinados momentos, adereços e figurinos em outros. Outra característica do grupo é o fato da proposta cênica ser calcada em expressão corporal e música (executadas pelos integrantes do grupo), sendo assim, sem diálogos.Atualmente, o grupo ensaia aos sábados no período da manhã em uma escola pública de Santo André e é orientado voluntariamente pelos profissionais: Viviane Louro (mestre em música com especialização em educação musical para deficientes) e Sérgio Zanchetta (Ator e músico). A iniciativa para a formação desse grupo ocorreu no início de 2006, após os orientadores observarem que havia uma demanda de pessoas com deficiência em situação social precária que tinham muita vontade de estudar música ou teatro, mas não conseguiam ser incluídas nos cursos comuns de música e teatro oferecidos pelas escolas de artes devido suas dificuldades e condição financeira precária.A metodologia aplicada nas aulas e ensaios do grupo é totalmente adaptada para as deficiências das pessoas

TRUPE DO TRAPO

Viviane Louro

Saiba mais: www.musicaeinclusao.com.br

e é fruto de muita pesquisa por parte dos orientadores que já possuíam experiência prévia com trabalhos com pessoas com deficiências. A proposta é através de atividades de expressão corporal e música, baseados no processo de aprendizagem e desenvolvimento psicomotor das pessoas com e sem deficiências, trabalhar o potencial artístico latente do indivíduo, sempre respeitando os limites de cada um.

Page 15: conexoes

O Projeto Livro Falado ajuda cegos a “ouvir” literatura em uma biblioteca públicaCada vez mais escolas (públicas ou não) buscam formas de garantir a inclusão de crianças e adolescentes com necessidades especiais. Para ensinar língua portuguesa a deficientes visuais, por exemplo, é comum associar o ato de ler ao braile, sistema de linguagem que funciona pelo tato. Mas nem todos os jovens já estão preparados para entender esse idioma. É aí que vem à tona a importância dos audiolivros.A professora de literatura Vanessa Lopes Ribeiro, de Curitiba, no Paraná, despertou para essa realidade junto com suas turmas da 7ª série em 2006. Resultado: já gravaram centenas de obras em CDs e acabaram até faturando um prêmio por isso. Veja a seguir o relato da educadora sobre como a iniciativa deu certo.“Trabalho em uma escola particular. Como a maioria dos alunos não frequentava a biblioteca pública, decidi incentivá-los a adotar esse hábito. Passei a levar turmas de 7ª série para conhecer a instituição. Nessas visitas, a seção de livros em braile sempre chamava a atenção.Os estudantes queriam saber como um deficiente visual conseguia ler e se havia opções para quem não domina o braile.

Descobrimos que, com o avanço da tecnologia, foram criados os audiolivros - em vez de serem lidos, eles são ouvidos!Com isso, os deficientes visuais passaram a ter acesso à literatura usando a audição. Na biblioteca de Curitiba, dezenas de cegos ouvem os livros.Há duas formas de se gravar audiolivros. Uma delas é eletrônica, com programas de informática que simulam a voz humana. A outra é a tradicional: uma pessoa lê o texto e um microfone grava tudo no computador.Pergunte a um deficiente visual se ele prefere ouvir uma narrativa contada por uma voz eletrônica ou por uma pessoa... Todos gostam da proximidade que só um ser humano é capaz de produzir.Aí, me perguntei: “Com tantos livros a serem gravados, por que a gente não usa o nosso tempo para contribuir?”. Meus alunos poderiam ajudar muita gente a “ler”. Foi assim que nasceu o Projeto Livro Falado.Em 2006, fizemos os primeiros registros no gravador que tem no próprio computador. Como não é um gravador profissional, o processo é demorado. Se alguém erra, é preciso voltar, corrigir e gravar de novo por cima. Os erros são muitos, e é preciso ler bastante para pegar o jeito.No começo, os alunos leem narrativas mais curtas, para não perder o fio da meada. Só depois eles gravam livros mais longos. O interessante é que os estudantes treinam o ritmo

da leitura. Eles não só leem mais como melhor.Cada turma de 7ª série tem 24 alunos. Conseguimos entregar cerca de cem livros por ano. Os alunos são treinados antes de gravar. Preparamos o tom de voz que deve ser usado e as habilidades com o programa de gravação. Livros com qualidade insuficiente são regravados.Depois de passar pela preparação, cada aluno leva para casa uns quatro livros para ler e gravar. Muitos parentes se entusiasmam e resolvem contribuir.Acredito muito na importância do Projeto Livro Falado, e o pessoal da biblioteca também. Fomos até premiados no Vivaleitura de 2008, um programa incentivado pelo governo federal. Mas somos muito poucos. Precisamos de ajuda para divulgar essa ideia.Se outras escolas participassem, poderíamos aumentar o número de livros gravados. Assim, mais deficientes visuais contemplariam a literatura”.

Estudantes gravam livros para deficientes visuais

Saib

a m

ais:

ww

w.e

duc

arp

arac

resc

er.a

bril.c

om.b

r

NOVEMBRO | 2009 29

Page 16: conexoes

Foram entrevistados

313 alunos do primeiro e

segundos anos do turno da manhã da E.E. Maurício

Murgel quanto ao uso de computadores, acesso a internet e uso de

celulares; destes 95% dos alunos

tem computador em casa e estes afirmam que

pelo menos

90%

acessam internet de casa.

Quanto ao acesso à internet, 86% disse que acessam com

maior freqüência de casa, 57%

acessam da escola, 87% de LanHouse,

e ainda 50% dos entrevistados disseram que já fizeram acesso a internet através do celular.

Quando perguntamos à respeito do Orkut , 93% afirma ter perfil e o atualizam constatemente, destes

55% já utilizaram o Orkut para fazer

algum trabalho de escola. Apenas 13% conhecem e tem

perfil cadastrado no Facebook.

Quanto

NOVEMBRO | 2009 31

ao Skype

28% já utilizaram. Os alunos entrevistados

usam celular com grande freqüência, 96%

tem pelo menos um aparelho, 87% usa celular para tirar

e enviar fotos, 66% já filmou e envio pelo celular e 97% usa o celular para jogar.

Dos 313 alunos entrevistados 46 são surdos ou tem algum comprometimento da audição,quanto ao uso de computadores, acesso a internet e uso de celulares; destes

89% dos alunos tem computador em casa e estes afirmam que pelo menos

78% acessam internet de casa. Quanto ao acesso à

internet, 67% disse que acessam com maior freqüência

de casa,

50% acessam da escola,

63% de LanHouse, e ainda 24% dos entrevistados surdos disseram que já fizeram acesso

a internet através do celular. Quando perguntamos à respeito do

Orkut , 78% afirma ter perfil e o atualizam constatemente, destes 39% já utilizaram o Orkut para fazer algum trabalho de escola. Apenas

9% conhecem e tem perfil cadastrado no Facebook.

Quanto ao Skype 20% já utilizaram.

NOVAS MíDIAS

Page 17: conexoes

NOVEMBRO | 2009 33

Cerca de dez milhões de jovens europeus correm riscos de desenvolver problemas auditivos causados pelo costume de ouvir música alta nos fones

de ouvido, segundo um pronunciamento da

União Européia durante uma conferência realizada em Bruxelas.

De acordo com o comitê de saúde europeu, os jovens que costumam ouvir

seu MP3 no último volume podem perder parte da audição ou ficar com a sensação de zumbidos no ouvido. O

comitê divulgou ainda que cerca de 5% a 10% das pessoas que ouvem música alta durante uma hora por dia correm o risco de perder completamente a audição em um período de cinco anos. O órgão alarmou que ainda não é conhecida a cura para a perda definitiva da audição. Medidas de prevenção foram discutidas na conferência. A comissão analisa a possibilidade de colocar avisos no visor indicando que o volume está muito alto e, até mesmo, limitar o volume máximo do aparelho.

10milhõesde jovens podem ficar

surdos

Page 18: conexoes

10

NãO SE LIMITE!O conteúdo desta revista é resultante de pesquisa feita na internet, por alunos da E.E.Maurício Murgel sob a coordenação do professor Vilmar P. Sousa. O conteúdo aqui republicado se encontra nos endereços listados abaixo e os créditos das imagens também foram listados. Qualquer dúvida quanto aos direitos autorais deverão ser encaminhadas para o e-mail [email protected], salientamos que este trabalho tem como principal objetivo a indicação de fontes de informações a cerca da inclusão de portadores de necessidades especiais bem como o fortalecimento da rede de apoio.

GUIA DE FONTES:

FOTOS FLICKR:Maira Sampaio, adrianoritchfield,Laura, Maíra Soares, Mirian Cardoso, audioteca.

SITES:www.flickr.comwww.uai.com.br

www.cefetmg.br/noticias/2009/10/noticia0043.html www.mec.gov.br

www.sambucan.com.br/caoguiawww.guidedogs.com

www.eyedogfoundation.orgwww.mpdft.gov.br/sicorde/caoguia.htm

www.mundoestranho.abril.com.brwww.estacaovirtual.com/aschavesdecasa/

www.cinema.uol.com.brwww.interfilmes.comwww.otempo.com.br

www.revistaescola.abril.com.brwww.ines.gov.br

www.laramara.org.brwww.agenciareuters.com

www.educarparacrescer.abril.com.brwww2.uol.com.br/zeliaduncan

www.veja.abril.com.brwww.musicaeinclusao.com.br

www.info.abril.com.brwww.braillevirtual.fe.usp.br

www.derdic.pucsp.brwww.saci.org.br

www.vezdavoz.com.br www.fundacaodorina.org.br

www.laramara.org.brwww.saci.org.br

www.planetaeducacao.com.brwww.planetaeducacao.com.br/acessodehumor

www.bancodeescola.com www.saorafael.br

www.bengalalegal.comwww.orisa.it

Page 19: conexoes

Desig

n: j

ônat

as M

. Cam

pos