CONDIÇÕES DE TRABALHOS DOS FUNCIONÁRIOS DE UM … · qual se faz a verificação da iluminância...
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CONDIÇÕES DE TRABALHOS DOS
FUNCIONÁRIOS DE UM
DEPARTAMENTO DA UNIVERSIDADE
TECNOLOGICA FEDERAL DO PARANÁ
Caroline Rodrigues Vaz (UTFPR)
Bruno Alessandro Pacher (UTFPR)
ivanir Luiz de Oliveira (UTFPR)
Este artigo tem como objetivo analisar as condições de trabalhos dos
funcionários de um departamento da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, Campus Ponta Grossa, no ano de 2010. A pesquisa
foi classificada como um estudo de caso, comm abordagem
quantitativa, com objetivo exploratório-descritivo. Aplicou-se um
questionário dividido em três etapas as quais foram essenciais para
avaliar as diversas condições que envolviam os funcionários daquele
setor. A primeira etapa deteve-se a observar pontos relacionados ao
espaço físico, temperatura entre outros aspectos. Já a segunda etapa
envolveu a parte de desconforto e ergonomia, e por fim a terceira
etapa, a psicológica. Na seqüência apresentou-se a relativa conclusão
e analise dos resultados encontrados na aplicação do questionário.
Podendo assim concluir que os funcionários deste setor, possuem um
ambiente adequado para desenvolver suas atividades diárias, desde
equipamentos, satisfação com os colegas e com o próprio trabalho, até
o ambiente. Porém, algumas situações apresentaram-se desconforto
principalmente de ruído e de temperatura, não estando de acordo com
as normas regulamentadoras.
Palavras-chaves: Condições de Trabalho; Qualidade de Vida;
Qualidade de Vida no Trabalho.
XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.
São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.
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1 Introdução
Este artigo tem como objetivo analisar as condições de trabalhos dos funcionários de um
departamento da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Ponta Grossa, no ano
de 2010, para verificar se os funcionários do estabelecimento estão conforme com a Norma
Regulamentadora 17 de ergonomia com os parâmetros psicológicos, conforto e segurança e as
Legislações de conforto lumínico, temperatura e ruído.
Tem-se que os objetivos da ergonomia são:
(...) a segurança, satisfação e o bem-estar dos trabalhadores no seu relacionamento
com sistemas produtivos. A eficiência virá como resultado. Em geral, não se aceita
colocar a eficiência como sendo o objetivo principal da ergonomia, porque ela,
isoladamente, poderia significar sacrifício e sofrimento dos trabalhadores e isso é
inaceitável, por que a ergonomia visa, em primeiro lugar, o bem-estar do
trabalhador. (IIDA, 1997, p.2).
Desta forma têm-se como analisar vários aspectos que envolvem o ambiente de trabalho dos
funcionários e aliá-los a qualidade de vida, uma vez que esta é essencial na jornada de
trabalho de qualquer funcionário, independentemente do cargo exercido por este.
Em uma tentativa de correlacionar as informações obtidas através dos questionários para
avaliar as condições de trabalho no devido setor, pode-se correlacionar à ergonomia e a
qualidade de vida no trabalho.
De acordo com CONTE (2003), “Qualidade de vida no trabalho resulta em maior
probabilidade de se obter qualidade de vida pessoal, social, e familiar, embora sejam esferas
diferentes e nelas se desempenhem papéis diferentes”. Assim esta relação no ambiente de
trabalho esta diretamente ligada com vários fatores que foram aqui agrupados, como
temperatura, ruído, luminosidade, entre outros.
2 Referencial Teórico
2.1 Condições de Trabalho
A teoria das necessidades de Maslow afirma que dentro de cada individuo existe uma
hierarquia das necessidades. A figura a seguir apresenta essa teoria.
Figura 1 – Teoria de Maslow
Fonte: SERRANO, 2000.
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Na base da pirâmide esta as necessidades fisiológicas, que constitui o sentido de
sobrevivência do individuo: sono, alimentação, etc. Logo acima esta a Segurança que
constitui os sentimentos de fuga, proteção, etc. junto com as necessidades fisiológicas
constituem o instinto de sobrevivência do individuo. As necessidades sociais ou afetivas
constituem a parte que trata da integração do individuo. A necessidade de Status ou estima
que esta em segundo na pirâmide, representa a auto realização, auto aceitação do individuo. E
no topo da pirâmide esta a Auto-realização que representa o desenvolvimento do potencial
individual ou mesmo as vontades do individuo.
2.2 Normas Regulamentadoras
2.2.1 NR 17 - Ergonomia
A Norma Regulamentadora 17 é sobre Ergonomia (117.000-7) na qual trata das condições e
parâmetros das condições físicas e mentais dos trabalhadores, proporcionando conforto,
segurança e desempenho. Os principais aspectos relacionados a esta NR para este estudo são:
a. Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso da carga é
suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a
deposição da carga.
b. Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a 18 (dezoito) anos e
maior de 14 (quatorze) anos.
c. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um
trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança.
(117.001-5/I1).
d. Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho
deve ser planejado ou adaptado para esta posição. (117.006-6/I1).
e. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas,
escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa
postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos: a)
ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de
atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do
assento; b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador; c) ter
características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação
adequados dos segmentos corporais.
f. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, os pedais e demais
comandos para acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que
possibilitem fácil alcance, bem como ângulos adequados entre as diversas partes do
corpo do trabalhador, em função das características e peculiaridades do trabalho a ser
executado. (117.010-4/I2).
g. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos
mínimos de conforto: a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da
função exercida; b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do
assento; c) borda frontal arredondada; d) encosto com forma levemente adaptada ao
corpo para proteção da região lombar. (117.014-7/Il).
2.2.2 Norma para iluminação
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Em todos locais de trabalho deve existir iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou
suplementar, apropriada à natureza da atividade. Segundo Rodrigues e Santana (2005), a
iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa. A geral ou suplementar, deve
ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e
contrastes excessivos.
Dul e Weerdmeester (2004) afirmam que existem três maneiras de se determinar as
intensidades luminosas, sendo:
a. Luz ambiental: que deve ser de 10 a 200 lux, que é o caso de lugares onde não há
tarefas exigentes, por exemplo: corredores;
b. Iluminação no local: deve ser de 200 a 800 lux, por exemplo: nas operações com
máquinas;
c. Iluminação especial: deve ser de 800 a 3.000 lux, por exemplo: nas tarefas de inspeção
de qualidade ou montagens de peças pequenas. Porém deve-se ter muito cuidado pois
níveis muito elevados provocam fadiga visual.
As Normas Brasileiras para iluminação em ambiente interno são:
a. NBR 5382 - Verificação de iluminância de interiores: Esta Norma fixa o modo pelo
qual se faz a verificação da iluminância de interiores de áreas retangulares, através da
iluminância média sobre um plano horizontal, proveniente da iluminação geral.
b. NBR 5413 - Iluminância de interiores: Esta Norma estabelece os valores de
iluminâncias médias mínimas em serviço para iluminação artificial em interiores, onde
se realizem atividades de comércio, indústria, ensino, esporte e outras.
2.2.3 Norma para temperatura
De acordo com os estudos de Reis (2000), na literatura são constatadas temperaturas na faixa
de 16 a 22ºC para concretização de trabalhos manuais leves, sendo que no Brasil, por ser um
país tropical, de clima mais quente, se aceita até 5ºC a mais. Já a NR-17, recomenda a
temperatura entre os 20 e 23ºC.
As Normas Brasileiras para temperatura em ambiente interno são:
a. ISO/DIS 7726/2001 - Ambientes térmicos - Instrumentos e métodos para a medição
dos parâmetros físicos: Fornece informações sobre as variáveis físicas que
caracterizam um ambiente, como: temperatura do ar, temperatura média radiante,
umidade do ar e velocidade do ar. Visa orientar e padronizar a medição dos
parâmetros físicos de ambientes, orientando quanto à utilização de equipamentos de
medição e a coleta de dados.
b. ISO 7730/2006 – Ambientes térmicos moderados – Determinação dos índices PMV e
PPD e especificações das condições para conforto térmico: Apresenta um método que
permite estimar a sensação térmica do corpo em um ambiente (PMV), bem como
estimar a porcentagem de pessoas insatisfeitas com o mesmo (PPD). Fornecem valores
de isolamento térmico de diversos tipos de roupas e também valores de taxas
metabólicas para algumas atividades, valores esses necessários para o cálculo do
PMV. Também orienta quanto aos requerimentos necessários para o conforto térmico
em um ambiente.
2.2.4 Norma para ruído
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A Norma Brasileira para ruído em ambiente interno é:
a. NBR 10152/2000 – Nível de ruído: esta norma fixa os níveis de ruídos compatíveis
com o conforto acústico em diversos ambientes. Sendo considerado para serviços
fechados de 45 a 55 dB e de 40 a 50 NC (avaliação de ruído).
3 Metodologia
3.1 Classificação da Pesquisa
Esta pesquisa é classificada de natureza aplicada por gerar conhecimentos. De abordagem
predominantemente quantitativa por apresentar números, porcentagens. Com objetivo
exploratório-descritivo e com seus procedimentos técnicos bibliográficos e estudo de caso.
3.2 Local da Pesquisa
O local para pesquisa foi escolhido a Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus
Ponta Grossa que está localizada na região centro-leste do Estado do Paraná, distante 118 km
de Curitiba. Conta, atualmente, com edificações que totalizam cerca de 19000 m2, abrangendo
os diversos ambientes administrativos, didáticos e de apoio.
O organograma dos Departamentos da UTFPR, Campus Ponta Grossa esta apresentado na
figura 1, que representa os departamentos e as áreas tecnológicas da Instituição, tendo como
chefias de gerenciamento de professores.
Figura 1 – Organograma da divisão dos departamentos da UTFPR
Fonte: UTFPR, 2010.
Para esta pesquisa foi escolhido a Gerencia de Ensino (GEREP) especificamente o
departamento da Divisão de Recursos Acadêmicos (DIRAC) pelo fato dos funcionários
passarem o maior tempo do serviço sentado, trabalhando em frente ao computador e com o
contato direto com os alunos, professores e comunidade externa da UTFPR.
3.3 Procedimentos da Pesquisa
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Primeiramente, realizou-se uma observação in locu do departamento, com o retrato dos
equipamentos e moveis de serviço, por meio de fotografias autorizadas. E a medição da
temperatura, iluminação e ruído do local, com os seguintes equipamentos utilizados:
a. Para a medição da intensidade luminosa foi o luxímetro digital, que possui capacidade
de medição de 0 a 100.000 lux, precisão de ±5% e tempo de resposta de 0,4s.
b. Para a medição da temperatura do ar foram utilizados os Data Logger‟s, que possuem
capacidade de medição de temperaturas de -20°C a +70°C, precisão de ±0,7°C a 20°C,
tempo de resposta de 15 minutos e capacidade de armazenamento de até 7944 dados.
Utilizaram-se 15 Data Logger‟s, sendo um para cada ponto das malhas retangulares.
c. Para a medição de ruídos no ambiente, foi utilizado como instrumento de medida o
Multímetro Digital MD – 6290 da marca Icel Manaus, com as seguintes informações
técnicas; escala 40 a 100 dB, resolução 0,1dB, precisão ±3,5% a 94 dB/1 KHz e
freqüência de 100 a 8 KHz.
Após adaptou-se o questionário semi-estruturado da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul contendo três fases, sendo elas relacionadas com: i) o ambiente de trabalho, com quinze
perguntas e tendo como escala de alternativas o insatisfeito e satisfeito; ii) o que sente no
ambiente de trabalho, com sete questões e; iii) o que acha do ambiente de trabalho, com doze
questões, ambos com a escala de nada, às vezes e muito. O questionário foi respondido pelos
seis funcionários do departamento.
Após, o levantamento de dados, foram analisadas as questões com a Norma Regulamentadora
17 (NR 17) de ergonomia, que estabelece os parâmetros das condições de trabalho, desde
características psicológicas, conforto e segurança. E por fim, propor alternativas de
melhoramento das condições de trabalho dos funcionários do departamento pesquisado.
4 Resultados e Discussão
Na observação in locu do setor pode-se constar com os seguintes equipamentos de trabalho
dos funcionários, as cadeiras com ajustes de altura e lombar, mesas de acordo as medidas dos
funcionários e computadores. As figuras 1, 2 e 3 ilustra os equipamentos de trabalho.
Figura 1 – Mesa de trabalho Figura 2 – Cadeira de trabalho Figura 3 – Computador de trabalho
Fonte: Própria autoria. Fonte: Própria autoria. Fonte: Própria autoria.
O questionário foi respondido por todos os funcionários do departamento, na qual era
composto por três etapas, uma vez que serão ilustradas as respostas das questões, por etapas,
nos 3 gráficos gerais a seguir.
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Gráfico 1 – Primeira etapa
Fonte: Própria autoria.
A análise de temperatura no ambiente de trabalho realizado através do questionário obteve o
seguinte resultado esta esboçado no gráfico acima, a metade do universo entrevistado
considerou satisfatória a temperatura ambiente, contudo a outra metade esteve contrária a esta
proposição, encontrando a temperatura do ambiente elevada, devido a incidência direta de
raios solares no ambiente.
A divergência encontrada no resultado pode ser explicada pelo seguinte fator: a localização de
cada funcionário no espaço, uma vez que alguns estão posicionados perto das janelas de
grande porte, onde os raios solares incidem, fazendo com que a temperatura naquele exato
local seja maior que ao outro lado da sala, por exemplo.
Para comprovar se há essa diferença, foi aferida a temperatura, com um equipamento próprio
para essas medições, descrito no capítulo anterior. A tabela 1 mostra os valores obtidos nas
medições, sendo que esses seis pontos são as escrivaninhas de cada entrevistado.
Tabela 1 – Valores das medições de temperatura
Entrevistados 5 min 10 min 15 min
1 29°C 27,8°C 27,9°C
2 28°C 27,8°C 27,9°C
3 28,3°C 28,3°C 28,3°C
4 28,3°C 28,5°C 28,6°C
5 28,3°C 28,4°C 28,5°C
6 28,6°C 28,6°C 28,6°C
Fonte: Própria autoria.
Os dados apresentados acima foram obtidos por meio da medição da temperatura do
ambiente, assim poderá ser comparado com os níveis de temperatura apresentados pena NR-
17 para melhor conforto do trabalhador. Como estipulado pela NR-17 à temperatura
recomendada é de 20 a 23°C, comparando com a tabela acima se constata que todas as
temperaturas, encontram-se acima do estipulado, onde a menor temperatura analisada esta
4,8°C acima do recomendado.
Segundo IIDA (2005):
O conforto térmico no interior de fábricas e escritórios é conseguido mantendo-se a
temperatura média da pele em torno de 33°C. Se a temperatura oscilar muito, mesmo
mantendo-se esta média, o conforto tende a diminuir. A norma ISO 9241 recomenda
temperaturas de 20 a 24°C no inverno e 23 a 26°C no verão, com umidade relativa
oscilando entre 40 e 80%. Acima de 24°C, os trabalhadores sentem sonolência e
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abaixo de 18°C, aqueles envolvidos em trabalho sedentário ou com pouca atividade
física, começam a sentir tremores (IIDA, 2005, p.498).
Pode-se concluir que a temperatura média encontrada neste setor não proporciona um
conforto total aos funcionários de acordo com a NR-17. Vale a pena lembrar que estas
medidas foram aferidas pelo período da manhã, com o uso de dois ventiladores no local.
Seguindo com o ruído no ambiente de trabalho, apenas um funcionário apresentou-se
insatisfeito com o barulho, o que vem a atrapalhá-lo, para desenvolvimento da respectiva
função. Os outros cinco restantes não se sentem perturbados pelos ruídos.
Novamente pode-se citar como uma resposta para estes resultados, o fato do posicionamento
dos funcionários em seus locais de trabalho, estando muito perto de um corredor de alto
tráfego, ou a sala estar localizada perto a uma rua com transito de carros, ou ainda,
simplesmente estar sentado ao lado de uma impressora que seja mantida em funcionamento
continuo.
Para comprovar se há essa diferença, foi aferido o ruído, com um equipamento próprio para
essas medições, descrito no capítulo anterior. A tabela 2 mostra os valores obtidos nas
medições, sendo que esses seis pontos são as escrivaninhas de cada entrevistado.
Tabela 2 – Valores das medições de ruído
Entrevistados 5 min 10 min 15 min
1 75 Db 79 dB 76 dB
2 79 Db 79 dB 78 dB
3 65 dB 67 dB 71 dB
4 60 Db 55 dB 60 dB
5 66 Db 70 dB 50 dB
6 90 Db 80 dB 60 dB
Fonte: Própria autoria.
A norma brasileira para ruídos internos estipula uma variação de 45 a 55 dB, para realização
de serviços internos, como é o caso do ambiente pesquisado. Ao comparar os valores
dispostos na tabela acima se perece que estes se encontram bem acima da média indicada.
Esta diferença exorbitante é dada pelo fato da época na qual foi realizada a pesquisa, época de
matrículas, fato que não ocorre durante todo o ano, sendo assim um caso a parte. Alguns
pontos que fizeram com que esta média fosse elevada, foi o incessante funcionamento dos
telefones. Foram atingidos alguns picos de valores que se encontram no limite ou até abaixo
dele como e o caso da medição feita aos 15 min no ponto 5.
Segundo IIDA (2005):
Ruídos acima de 90 dB começam a provocar reações fisiológicas prejudiciais
ao organismo, aumentando o estresse e a fadiga. Esses ruídos intensos
também dificultam a comunicação verbal. As pessoas precisam falar mais
alto e prestar mais atenção, para serem compreendidas. Notam-se também
diferenças individuais aos efeitos do ruído, e as pessoas treinadas em uma
tarefa sofrem menos influência em relação àqueles sem treinamento (IIDA,
2005, p.508).
A luminosidade no ambiente de trabalho também se apresenta diferente das outras, com um
posicionamento único, sendo esta totalmente satisfatória a todos os funcionários do local.
Assim tem-se que a iluminação, segundo os funcionários, é de boa qualidade não interferindo
na execução do trabalho, proporcionando assim um ambiente cômodo para leitura entre
outros.
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Para comprovar se há essa diferença, foi aferida a iluminação, com um equipamento próprio
para essas medições, descrito no capítulo anterior. A tabela 3 mostra os valores obtidos nas
medições, sendo que esses seis pontos são as escrivaninhas de cada entrevistado.
Tabela 3 – Valores das medições de iluminação
Entrevistados 5 min 10 min 15 min
1 816 lux 780 lux 738 lux
2 424 lux 455 lux 505 lux
3 661 lux 1140 lux 1119 lux
4 1250 lux 2000 lux 1815 lux
5 599 lux 830 lux 770 lux
6 316 lux 395 lux 350 lux
Fonte: Própria autoria.
De acordo com IIDA (2005), a faixa de lux recomendado para quem trabalha em escritórios,
iluminação geral varia na faixa de 200 a 300 lux. Assim pode-se comparar com os dados
apresentados na tabela acima e logo perceber-se-á que alguns valores estão bem acima da
média estipulada por Iida.
Tem-se que estes valores estão bem elevados, apenas alguns permanecem perto do limite
máximo recomendado. Logo o tempo de exposição contínuo pode trazer alguns prejuízos aos
funcionários, levando ao desconforto e a fadiga visual. A figura 4 ilustra as janelas do setor.
Figura 4 – Janelas do setor
Fonte: Própria autoria.
As posturas de trabalho adotadas pelos integrantes deste setor apresentaram-se adequadas e
favoráveis para os mesmos, uma vez que se teve 100% de satisfatoriedade nesta questão.
Logo se tem um local de assentamento confortável, para que durante todo o expediente não
ocorra nenhum tipo de reclamação, o que é muito importante uma vez que este trabalho se da
a maior parte do tempo na posição sentada, trabalhando com micro-computadores.
Diferente da postura de trabalho adotada, as condições da mesa de trabalho, não satisfazem a
todos, sendo que um funcionário assinala-se insatisfeito com as condições de sua mesa de
trabalho. As variáveis encontradas para esta resposta são grandes, podendo citar o
dimensionamento da mesa, ou a posição dos artefatos sobrepostos a ela, ou até mesmo sua
distribuição de divisões, o que pode tornar a organização difícil.
Os resultados aqui obtidos foram os mesmos que na questão anterior tendo um nível de
satisfação maior, onde cinco funcionários consideram-se satisfeitos com suas condições de
assento. Este aspecto é muito importante, uma vez que, a maior parte do tempo eles
permanecem sentados, logo as condições de assento devem ser muito favoráveis, não
apresentando desconforto algum ao empregado. Contudo um entrevistado alega que as
condições não são satisfatórias, todavia depende muito do assento por este utilizado.
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Apresentado algumas contradições internas, nesta questão, as respostas permaneceram
divididas, onde quatro pessoas consideram-se satisfeitas com suas condições de espaço de
trabalho, entretanto duas pessoas não concordam. Esta insatisfação gerada é ocasionada pelo
tamanho do lugar, não proporcionando mobilidade suficiente, fazendo com que alguns
funcionários apresentem-se „insatisfeitos com esta situação.
Nesta questão depara-se com uma outra realidade, onde novamente como na questão dois, o
grupo de funcionários conservarem-se dividido em relação à qualidade de ferramentas e
equipamentos de trabalho. O nível de satisfação, nesta questão, é dependente das ferramentas
fornecidas pela universidade para desenvolvimento deste trabalho. Para as diferentes funções
obviamente estas ferramentas variam.
A quantidade esta vinculada a qualidade de ferramentas, contudo não representam variáveis
diretamente proporcionais podendo ser independentes, onde não adianta possuir quantidade de
ferramentas sendo que estas não são de qualidade. Assim pode-se perceber que o a quantidade
não se demonstra um problema maior que a qualidade das ferramentas, ou seja, existem
ferramentas em quantidades suficientes, contudo de baixa qualidade, segundo as respostas do
questionário.
Com uma uniformização nos resultados, o número de funcionários não se apresenta como
incomodo, sendo suficientes os já existentes. Logo a totalidade dos pesquisados estão
satisfeitos com o número de funcionários para a realização dos trabalhos da DIRAC. Sendo
assim este não se apresenta com um problema, já que todos estão satisfeitos com a carga de
trabalho, não sendo necessário mais contingente.
O tempo para descanso também demonstra não ser um empecilho para os funcionários, pois
todos estão de acordo com os horários fornecidos para pausas como lanches, almoços entre
outros. Este tempo é destinado para pausas e refeições, e também descanso, assim tem-se que
os horários estão bem adequados a rotina de trabalho dos funcionários.
Como na questão anterior, o nível de satisfação também se encontra a 100%, pois todos os
funcionários possuem um bom relacionamento com o s colegas do setor. Valido que estes
passam uma boa quantia de horas trabalhando juntos. Isto se deve ao pequeno número de
funcionários, e o trabalho ser em partes, individual. Esse quesito é importante para o bom
desempenho dos funcionários e desenvolvimento do trabalho.
O resultado das questões segue com a mesma conclusão uma vez que o índice de
satisfatoriedade manteve-se o mesmo, logo se tem que o relacionamento geral do setor é
satisfatório.
Um fator muito importante na jornada de qualquer trabalhador é o ritmo de trabalho, pois
influencia altamente em todos os aspectos de sua vida. Dando seqüência às outras questões o
grau de satisfatoriedade é igual. Com uma jornada de trabalho bem distribuída e com horários
de intervalo bem postos, o rendimento e desempenho do trabalho, atende as expectativas.
A organização e a distribuição das tarefas não seguem uma seqüência, com as últimas
questões. Um integrante mostra-se insatisfeito com o redirecionamento das tarefas. Estas
variações ocorrem, muitas vezes, devido ao cargo ocupado por este, assim esta variável torna-
se dependente.
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Gráfico 2 – Segunda etapa
Fonte: Própria autoria.
Diferente do outro questionário, este possui três graduações diferentes para responder ao
questionamento, tratando de questões de desconfortos. Um incomodo máximo de dor não foi
alcançado nesta questão, tendo apenas dores raramente. Por conseguinte o número de
funcionários encontra-se dividido, novamente, em três que não sentem dores nas pernas e
outros três que apresentam dores, com certa freqüência.
O número de pesquisados com dores nos pés, esta distribuída nos três níveis, onde quatro não
apresentam nenhuma dor, os outros dois restantes sentem dores, com alguma freqüência e
muito, respectivamente. Desta forma se tem o campo de pesquisas bem distribuído, com
respostas distintas.
Os problemas relacionados com dores e desconfortos nas costas alcançaram uma média de
dois funcionários que possuem muitas dores e desconfortos. Já o restante não possui algum
tipo de dor. Novamente dependentes destas variáveis estão relacionadas aos assentos e aos
lugares de trabalho e mesa.
Como na questão anterior, os índices obtidos foram de mesma equivalência, assim têm-se os
mesmos números para o desconforto, não apresentando a graduação intermediária. Como
visto nesta seqüência de questões, as principais causas que podem ser levantadas sempre
envolvem os artefatos de trabalho, como a mesa, o assento, entre outros.
Nesta questão não foram apresentados nenhuma classificação extrema, neste caso muito
desconforto na cabeça não é encontrado. Os números que classificam esta pesquisa, que
envolvem que possui dores de cabeça, e menor que a metade. Logo se observa que as dores de
cabeça não são uma grande preocupação, não classificando um problema de grande
intensidade.
Desconfortos no estômago atingem apenas duas pessoas neste setor dos quais, um deles
classificam com muita dor de estômago e o outro com dores não contínuas, sendo estas
apresentadas em certa freqüência. Suas causas são inúmeras, contudo trazendo para este
ambiente, pode-se relacionar como causas dessas dores; nervosismo, espaço de tempo não
regulado para lanches e refeições, ou não suficiente.
As dores e desconfortos nos braços, como os desconfortos na cabeça, não apresentam
extremos, assim os pesquisados não sofrem de dores nos braços extremas, tem-se apenas
dores esparsas ou nenhuma dor. É possível citar como causa a altura que esta posicionada o
funcionário em relação à mesa, e o teclado do computador.
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Gráfico 3 – Terceira etapa
Fonte: Própria autoria.
Todos os pesquisados alegaram não ser exigido nenhum tipo de esforço físico para realização
do trabalho neste setor. Tendo o total de pesquisados com a mesma resposta pode-se afirmar,
baseando nestes dados, que o esforço físico exigido não é grande.
Logo se não é exigido esforço físico, o esforço mental exigido deve ser alto, como mostra a
pesquisa cinco dos seis integrantes atestam ser exigido esforço mental. Para concluir, tem-se
então que este trabalho requer muita atenção e comprometimento dos funcionários, e também
se percebe que é um trabalho que se passa a maior parte do tempo sentado, em frente ao
computador.
Mesmo sendo um trabalho que exija muito trabalho mental, muitas vezes pode ocorrer dos
integrantes deste setor sentirem que ele se torna monótono, principalmente por repetir várias
vezes o mesmo trabalho sendo este repetitivo. Assim os números demonstram-se com alguma
divergência, contudo eles dependem do cargo ocupado por estas pessoas dentro deste setor.
Os resultados apresentam-se como os de um trabalho monótono, este também é dependente
do cargo que o funcionário exerce. Pode-se citar que o trabalho é limitado por muitas vezes
ser monótono. Portanto estas duas questões podem ser interligadas, levando a crer que um
trabalho é monótono limitado.
Quando se tem um trabalho monótono, é possível considerar que este não será ao mesmo
tempo dinâmico, conclui-se então, como mostra o gráfico que cinco pessoas acham seu
trabalho muito monótono e apenas um deles acha que este não é inteiramente monótono. Esta
é mais uma indicação de que o trabalho é passado a maior parte do tempo sentado, realizando
trabalhos administrativos.
Como já era de se esperar o trabalho monótono, não dinâmico, e muito pouco criativo, resulta
em um tipo de trabalho repetitivo, apenas um dos funcionários afirma que seu trabalho não é
repetitivo. Então se tem como resposta que novamente confirma as origens e embasamentos
do serviço por eles executados.
De maneira distinta das outras conclusões observadas, três funcionários caracterizam seus
trabalhos como muito estimulante, dois outros caracterizam seus trabalhos com sendo apenas
algumas vezes estimulante, já o outro restante, afirma que seu trabalho não é nada
estimulante. Com expectativas divergentes, pode-se concluir que diferente do pensado, a
maior parte descreve seu trabalho como estimulante, mesmo sendo caracterizado como
monótono.
Como esperado, por tratar-se de um trabalho administrativo, em um setor onde todas as
pessoas apresentam características deste tipo de serviço, é de se esperar que o trabalho por
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eles executado é de muita responsabilidade. Assim como visto, um trabalho mental que exige
muita responsabilidade requer muita atenção de seus executores.
Como o relacionamento com a chefia é satisfatório a todos os funcionários, outra questão que
também já era esperada, seria que estes não sofrem nenhum tipo de pressão psicológica por
parte dos superiores. Mais um dado para concluir que o relacionamento desses funcionários
com a chefia é favorável para o bom desempenho e andamento dos serviços.
Outra questão que esta diretamente ligada a esta são as dores de estômago, logo estas
respostas são complementares àquela, a única diferença entre elas é o fato de apresentarem
como divergências as intensidades em que são encontradas. Outro fator muito importante que
deve estar relacionado com esta questão é o nível de responsabilidade que o trabalho
apresenta.
Para uma conclusão final que relaciona todas as perguntas, é sugerida esta pergunta final,
assim teremos em números aqueles que gostam de seu trabalho. Neste caso obteve-se 100%
de satisfatoriedade, ou seja, todos os entrevistados gostam de seus respectivos trabalhos. A
partir destas questões foi possível fazer uma análise geral doa aspectos que relacionam a
jornada de cada pessoa pesquisada.
5 Considerações Finais
Nesta pesquisa foi possível propor algumas melhorias de acordo com a literatura, para o setor
pesquisado nos pontos considerados mais críticos pelas respostas fornecidas pelos
entrevistados, para maior conforto e desenvolvimento na execução das atividades
administrativas diárias, sendo elas:
a. Devido as grandes variações de temperatura interna no setor, havendo a necessidade
de instalar um aparelho condicionador de ar, com motor externo, para que desta
maneira a temperatura fique constante e num nível que os funcionários se sintam
confortáveis e não apresente ruídos;
b. Em relação ao elevado índice de ruído, é necessário um local com isolamento acústico
e aparelhos que emitam menos barulhos, como por exemplo, o telefone;
c. A respeito da iluminação, o adequado seria que as instalações dos funcionários estejam
a uma distância mínima das janelas as quais recebem incidências diretas da luz solar,
ou simplificando a colocação de persianas, uma vez que elas direcionem os feixes de
luz;
d. Os equipamentos utilizados no setor estão de acordo com as normas de ergonomia,
como por exemplos as cadeiras com ajustes de altura e lombar, mesas de acordo as
medidas dos funcionários, apenas podendo ser incrementados suportes para os
teclados, mouse pad, apoios para os pés, acessórios para elevar a posição do monitor;
e. Para evitar as dores musculares dos funcionários, seria necessária a execução de
ginástica elaboral por 15 minutos e monitoramento da quantidade de movimentos
repetitivos durante o desenvolvimento das atividades;
f. As atividades a serem desenvolvidas pelos funcionários deveriam ser mais
estimuladas, como por exemplo, a premiação de um funcionário do mês, pelo seu alto
rendimento, trazendo assim a alta estima e satisfação do mesmo pela execução do
trabalho.
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No aspecto geral, pode-se observar que os funcionários deste setor estão satisfeitos e
confortáveis com sua estrutura de trabalho, porém se fossem atendidas as propostas feitas
pelos pesquisadores, poderiam aumentar o rendimento, desenvolvimento, satisfação e alta
estima profissional e também a pessoal, uma vez que assim acontecerá um melhoramento na
qualidade de vida dos indivíduos.
Referências
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