Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0...

55
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ ANA LÍDIA PEREIRA DA COSTA SILVA CONDICIONANTES CLIMÁTICOS E SUA INFLUÊNCIA NOS CASOS DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM CRIANÇAS DE 0 A 10 ANOS NA CIDADE DE IPORÁ-GO IPORÁ 2010 Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

description

geografia

Transcript of Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0...

Page 1: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

0

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ

ANA LÍDIA PEREIRA DA COSTA SILVA

CONDICIONANTES CLIMÁTICOS E SUA INFLUÊNCIA

NOS CASOS DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM CRIANÇAS DE 0 A

10 ANOS NA CIDADE DE IPORÁ-GO

IPORÁ

2010

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 2: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

1

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ

ANA LÍDIA PEREIRA DA COSTA SILVA

CONDICIONANTES CLIMÁTICOS E SUA INFLUÊNCIA NOS CASOS

DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM CRIANÇAS DE 0 A 10 ANOS NA

CIDADE DE IPORÁ-GO

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Geografia da Universidade Estadual de Goiás - UNU de Iporá, como requisito para a obtenção do Título de Licenciada em Geografia.

Orientador: Prof. Ms. Valdir Specian

IPORÁ

2010

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 3: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

2

ANA LÍDIA PEREIRA DA COSTA SILVA

CONDICIONANTES CLIMÁTICOS E SUA INFLUÊNCIA

NOS CASOS DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM CRIANÇAS DE 0 A

10 ANOS NA CIDADE DE IPORÁ-GO

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Geografia da Universidade Estadual de Goiás - UNU de Iporá, como requisito para a obtenção do Título de Licenciada em Geografia.

Orientador: Prof. Ms. Valdir Specian

Iporá, 03 de dezembro de 2010.

Banca Examinadora

________________________________________

Prof. Ms. Valdir Specian - UEG

________________________________________

Prof. Ms. Flávio Alves de Sousa - UEG

________________________________________

Prof. Esp.Washington Silva Alves - UEG

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 4: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

3

À Deus, que sempre está comigo na caminhada,

guiando meus passos e me reanimando nos

momentos de desespero. À meu amado esposo

Sílvio, pela paciência e carinho com que me tratou

ao longo dos dilemas enfrentados, incentivando-me

nas horas mais difíceis. À minha preciosa filha,

Ana Carolina, por compreender minha ausência em

momentos importantes de sua vida.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 5: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

4

AGRADECIMENTOS

Ao meu Deus, por me guardar em sua presença, sempre re(ordenando) meu

viver, e me concedendo o privilégio de trilhar os seus caminhos.

À meu amado esposo Sílvio, que em tantos momentos difíceis esteve a meu

lado, me dando ânimo e encorajando-me na caminhada. À minha amada filha Ana Carolina,

que suportou meus dilemas com carinho de criança e uma incrível compreensão de amiga,

entendendo que até o presente momento, seu tão sonhado irmãzinho (a) não veio, visto que

eu estava a espera de dias mais tranqüilos.

Aos meus familiares e amigos de curso, que mesmo sem poder interferir em

minhas escolhas e ações, estavam sempre me apoiando nos momentos difíceis.

Ao meu orientador Professor Ms Valdir Specian, que mesmo em meio a tantos

desafios, tem sido prestativo e interessado, sempre me mostrando caminhos melhores a

trilhar na busca por um bom resultado.

Ao Hospital Municipal de Iporá, na pessoa de seu Diretor, Dr. Saulo de Tarso

Mady Menezes, que muito gentilmente me autorizou a buscar dados junto a esse órgão, a

fim de que a presente pesquisa fosse realizada.

Ao Hospital Evangélico de Iporá Ltda., na pessoa da Dra. Luci Maria Camargo,

pelo apoio e autorização da coleta de informações das fichas do setor de pediatria do

hospital, sem a qual a pesquisa seria inviável.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 6: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

5

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo compreender o comportamento dos elementos climáticos para a cidade de Iporá-Goiás e entender qual sua interferência na saúde da população infantil, abordando as doenças respiratórias (DR). Para realização do trabalho foi delimitada a faixa-etária das crianças de 0 a 10 anos, e escolhidos dois hospitais da cidade, um o Hospital Municipal de Iporá (HMI) e o Hospital Evangélico de Iporá (HE), prestando respectivamente serviço público e serviço privado, sendo delimitado o ano de 2009 para a realização da pesquisa. Foram escolhidos dois períodos distintos para análise, um compreendendo o trimestre maio/jun./jul. de 2009 (período seco) e nov./dez. de 2009 e janeiro de 2010 (período úmido). A pesquisa campo consistiu na observação de fichas do setor de pediatria do HE, observando as enfermidades prescritas para os períodos citados. No HMI a observação foi feita a partir das fichas do serviço de Pronto Socorro, visto que o fluxo de pacientes atendidos no setor é maior, oferecendo maior quantidade de dados à pesquisa. Outro momento consistiu em entender como se dá o comportamento da atmosfera e como isso interfere na dinâmica climática de Iporá, para isso analisou-se a temperatura máxima e mínima e a umidade relativa do ar, para os trimestres escolhidos. Com as análises feitas chegou-se a conclusão que o período climático e sua dinâmica foram essenciais no desencadeamento das DR’s na população infantil. Deve-se considerar que a cidade e região não se enquadram como cidades industrializadas, contudo, a queima de vegetação para formação de pastagens é prática comum no município, contribuindo assim, para a liberação de gases poluentes na atmosfera, e a elevação dos casos de DR’s.

Palavras chave: Clima. Iporá. Doenças respiratórias (DR). Saúde.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 7: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

6

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AMP............................................................................................ Anticiclone Migratório Polar

CIT.................................................................................... Zona de Convergência Intertropical

CPTEC..................................................... Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos

DF..................................................................................................................... Distrito Federal

DR.......................................................................................................... Doenças Respiratórias

ESF.................................................................................... Especialidade em Saúde da Família

FP............................................................................................................ Frente Polar Atlântica

HE............................................................................................................. Hospital Evangélico

HMI.............................................................................................. Hospital Municipal de Iporá

IBGE.................................................................. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INPE........................................................................ Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

IRA.......................................................................................... Infecções Respiratórias Agudas

IR.......................................................................................................... Infecções Respiratórias

IVAS.............................................................................. Infecções das Vias Aéreas Superiores

MEA............................................................................................... Massa Equatorial Atlântica

MEC........................................................................................... Massa Equatorial Continental

MPA....................................................................................................... Massa Polar Atlântica

MTA.................................................................................................. Massa Tropical Atlântica

MTC.............................................................................................. Massa Tropical Continental

NOAA…………………………………. National Oceanic and Atmospheric Administration

SUS..................................................................................................... Sistema Único de Saúde

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 8: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

7

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Temperatura e desmatamentos aumentam a chance de doenças........................... 19

Figura 02 - Mapa de localização do município de Iporá no Estado...................................... 20

Figura 03 - Sistemas Atmosféricos Atuantes na América do Sul.......................................... 22

Figura 04 - Ação das Massas de ar na América do Sul e Brasil – verão............................... 22

Figura 05 - Ação das Massas de ar na América do Sul e Brasil – inverno............................ 23

Figura 06 - Mapa das Regiões Climáticas do Brasil.............................................................. 25

Figura 07 - Focos de Queimada no Brasil (período seco)..................................................... 28

Figura 08 - Focos de Queimada no Brasil (período úmido).................................................. 29

Figura 09 - Temperatura e precipitação do trimestre maio/jun./jul./ 2009............................ 30

Figura 10 - Temperatura e precipitação dos trimestres nov./dez/2009 e jan./2010............... 31

Figura 11 - Média Mensal de Precipitação (déficit/excedente) para Iporá............................ 32

Figura 12 - Média Mensal de Precipitação para Iporá........................................................... 32

Figura 13 - Enfermidades registradas no Hospital Municipal (maio/2009).......................... 34

Figura 14 - Enfermidades registradas no Hospital Municipal (jun./2009)............................ 35

Figura 15 - Enfermidades registradas no Hospital Municipal (jul./2009)............................. 36

Figura 16 - Enfermidades registradas no Hospital Evangélico (maio/2009)......................... 37

Figura 17 - Enfermidades registradas no Hospital Evangélico (jun./2009)........................... 38

Figura 18 - Enfermidades registradas no Hospital Evangélico (jul./2009)........................... 39

Figura 19 - Enfermidades registradas no Hospital Municipal (nov./2009)........................... 41

Figura 20 - Enfermidades registradas no Hospital Municipal (dez./2009)............................ 42

Figura 21 - Enfermidades registradas no Hospital Municipal (jan./2010)............................ 43

Figura 22 - Enfermidades registradas no Hospital Evangélico (nov./2009).......................... 44

Figura 23 - Enfermidades registradas no Hospital Evangélico (dez./2009).......................... 45

Figura 24 - Enfermidades registradas no Hospital Evangélico (jan./2010)........................... 46

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 9: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

8

ANEXOS

Anexo I – Tabela da Umidade Relativa do ar em Iporá-Go.................................................. 52

Anexo II – Tabela da Temperatura Máxima para Iporá-Go

no trimestre maio/jun./jul./2009 e nov./dez./2009 e jan./2010........................... 53

Anexo III –Tabela da Temperatura Mínima para Iporá-Go

no trimestre maio/jun./jul./2009 e nov./dez./2009 e jan./2010........................... 54

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 10: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

9

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 10

1 – CLIMA E SAÚDE........................................................................................................... 12

1.1 – Geografia da Saúde....................................................................................................... 12

1.2 - Estudos sobre clima e saúde.......................................................................................... 16

1.3 – Caracterização da Saúde e História de Iporá-GO......................................................... 17

1.3.1 – História de Iporá-GO................................................................................................. 19

1.3.2 - Dinâmica da Circulação Atmosférica......................................................................... 21

2 – MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................................ 24

2.1 – Caracterização climática da área de estudo.................................................................. 24

2.2 – Materiais e Métodos..................................................................................................... 26

2.2.1 – Materiais.................................................................................................................... 26

2.2.2 – Métodos..................................................................................................................... 26

3 – RESULTADOS E DISCUSSÕES................................................................................... 30

3.1 – Avaliação das doenças respiratórias para o Período Seco............................................ 33

3.1.1 – Período Seco HMI..................................................................................................... 33

3.1.2 – Período Seco HE........................................................................................................ 36

3.2 - Avaliação das doenças respiratórias para o Período Úmido......................................... 40

3.2.1 – Período Úmido HMI.................................................................................................. 40

3.2. 2 - Período Úmido HE.................................................................................................... 43

4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................... 47

REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 48

ANEXOS............................................................................................................................... 51

Anexo I – Tabela da umidade relativa do ar para Iporá-GO................................................. 52

Anexo II - Tabela da Temperatura Máxima para Iporá-Go no trimestre maio/jun./jul./2009 e

nov./dez./2009 e jan./2010..................................................................................................... 53

Anexo III – Tabela da Temperatura Mínima para Iporá-Go no trimestre maio/jun./jul./2009 e

nov./dez./2009 e jan./2010..................................................................................................... 54

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 11: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

10

INTRODUÇÃO

A sociedade ao longo do tempo tem evoluído sua forma de percepção e atuação

sobre o espaço, diante disso a observação do mundo tem mudado constantemente, surgindo

diversas formas de análise do espaço. Nesse contexto dinâmico em que a geografia está

inserida, perspectivas de análise do espaço que estavam esquecidas pela ciência geográfica,

vão sendo lembradas e reformuladas de acordo com as necessidades contemporâneas, e uma

delas é a Geografia da Saúde que analisa a influência dos fatores ambientais no surgimento

de doenças. Diante dessa corrente de pensamento que ressurge, emerge também o anseio

pela compreensão do espaço a partir de elementos cotidianos para o ser humano, elementos

esses esquecidos pelas pessoas.

Por meio de algumas observações feitas em um ambiente hospitalar e também

por meio de relatos familiares, percebeu-se que as DR’s têm ocorrido em todos os períodos

do ano, contudo é notado que em alguns meses, a procura por atendimento médico referente

a tal enfermidade, tem seu número elevado. Esses meses são caracterizados como meses

secos e vão de maio a setembro, tendo como característica as escassas precipitações,

mudanças bruscas de temperatura, aumento da pressão atmosférica e a baixa umidade do ar,

favorecendo assim, a propagação de agentes nocivos à saúde, como poeiras e material

particulado, sendo esses oriundos da queima incompleta de combustíveis e das indústrias.

(MARTINS; SALES, p.02, 2006).

A proposta do trabalho foi analisar o índice de DR em crianças de 0 a 10 anos de

idade e avaliar em que medida a sazonalidade e os condicionantes climáticos contribuem na

incidência dos casos, na cidade de Iporá-GO. Essa faixa-etária foi delimitada devido a

disponibilidade de dados de prontuários do setor de pediatria de um hospital da rede

particular de saúde, o Hospital Evangélico (HE) e também do Hospital Municipal de Iporá

(HMI), a fim de correlacionar os dados entre a saúde pública e a privada.

Foram delimitados períodos climáticos específicos, sendo selecionados três

meses secos e três meses úmidos, compreendendo o trimestre maio/jun./jul./2009 e

nov./dez.2009 e jan./2010 respectivamente, observando-se a sazonalidade das doenças para

esses períodos.

A pesquisa é relevante, visto que auxiliará a população a compreender melhor os

elementos que a cercam, sendo necessária também a fim de tomarem-se medidas preventivas

que amenizem os efeitos dessa interação na saúde da população. De acordo com Bakonyi

(2004) os grupos mais susceptíveis a tal enfermidade são as crianças e idosos, que sentem o

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 12: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

11

reflexo da poluição atmosférica mesmo quando os níveis de poluentes não são considerados

nocivos à saúde, existindo uma estreita relação entre a morbidade e a mortalidade por DR na

população.

Para a compreensão dos elementos que envolvem a dinâmica atmosférica e sua

possível interferência na saúde da população infantil, foi elaborado um objetivo geral e cinco

objetivos específicos, quais sejam:

Objetivo Geral:

•Analise do índice de DR’s em crianças de 0 a 10 anos de idade e avaliação da sazonalidade

dos condicionantes climáticos e sua contribuição na incidência dos casos.

Objetivos Específicos:

• Analise da sazonalidade das DR’s e sua correlação com os tipos de tempo e a dinâmica

climática da cidade de Iporá.

•Avaliação a interferência do clima na saúde da população infantil.

•Detecção se a emissão de poluentes na atmosfera foi um fator facilitador do surgimento de

doenças na saúde da população infantil.

•Detecção os índices de DR em crianças apresentando a classificação climática aplicada à

região de Iporá.

•Coleta de dados de diferentes períodos climáticos junto a estações meteorológicas e

correlacioná-los com a pesquisa em campo, reunindo material que subsidie o trabalho

monográfico.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 13: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

12

1 - CLIMA E SAÚDE

O presente trabalho abordará alguns conceitos relacionados a Geografia Médica,

para uma melhor compreensão das questões aqui levantadas e elementos necessários à

análise da influência dos condicionantes climáticos na qualidade de vida da população

infantil no município de Iporá-GO.

A partir de dados coletados junto a estabelecimentos de saúde e a compreensão

da dinâmica atmosférica, o trabalho busca compreender como a geografia e a saúde humana

estão co-relacionadas.

1.1 - Geografia da saúde

A humanidade no decorrer de sua existência tem buscado meios de se adaptar ao

local em que vive, nesse contexto a natureza exerce papel fundamental já que fornece os

produtos necessários à adaptação do ser humano. Na busca por melhores condições, a ação

antrópica desempenha papel fundamental na transformação do meio ambiente. Ao falarmos

da atuação do homem estamos também nos referindo às conseqüências advindas dessas

ações, já que para Freitas & Porto (2006, p. 17), para se criar, existe a dialética do construir

desconstruindo, onde não há possibilidade de desenvolvimento, sem que alguma das partes

saia no prejuízo, assim:

A degradação ambiental significa uma ameaça aos sistemas de suporte à vida, que se referem aos serviços dos ecossistemas dos quais derivam a variabilidade da vida de todos os seres e sistemas vivos, incluindo para os humanos. Os ecossistemas oferecem inúmeros benefícios para os humanos, como serviços de provisão de água, alimentos, combustíveis e recursos genéticos; serviços de regulação do clima, dos ciclos das águas e das doenças; serviços de suporte, como formação dos solos e ciclos de nutrientes, vitais para a produção de alimentos [...]. Assim, a relação saúde e ambiente, em um amplo sentido, não é apenas um assunto da “moda”: ele ocupará a agenda de várias gerações do futuro. (FREITAS; PORTO, p.15, 2006)

Um fator de suma importância para desencadear o crescimento da degradação

foi o advento da Revolução Industrial iniciado na Europa no Século XVIII, causando o

reordenamento dos territórios e a conseqüente reconfiguração do comércio mundial,

ampliando o processo produtivo e a degradação dos recursos naturais. Para Amorin &

Castilho (2005, p. 02) ocorreram significativas mudanças no sistema econômico, social e

político, tendo a industrialização proporcionado o crescimento das cidades, resultando em

diferentes problemas sociais, modificando assim o ambiente natural. Desse modo os

problemas ambientais como a poluição atmosférica, começaram a ser preocupantes

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 14: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

13

tornando-se uma questão de saúde pública, problema esse inquietante mesmo em locais onde

a taxa de crescimento populacional não era considerada elevada. (BAKONYI, 2004, p. 696)

É relevante mencionar que com o acelerado desenvolvimento industrial e o

conseqüente inchaço das cidades, processo originado na Inglaterra, da início a precarização

da população carente, sendo a mais susceptível aos problemas sociais oriundos desse

processo. Desse modo, Freitas & Porto (2006) afirmam:

[...] com o rápido desenvolvimento das cidades e a nítida precarização das condições de vida dos povos urbanos, surge a necessidade da criação de meios para que a sociedade fosse mais atendida em suas necessidades básicas, assim: “o rápido processo de industrialização e urbanização tinha como conseqüência a deterioração das condições de saúde da população e estava a exigir novos meios de prevenção das doenças e proteção da saúde, o que incluía ações coordenadas do governo para uma reforma sanitária.” [...]. (FREITAS; PORTO, p.45, 2006)

Na busca pela sobrevivência, ressurge uma forma de análise do espaço que a

tempos foi deixada de lado, que é a Geografia Médica ou também chamada de Geografia

da Saúde que desempenha importante papel na análise dos fatores que, sob influência das

ações antrópicas e observando o efeito disso ao meio ambiente, serve como suporte à

compreensão e espacialização dos problemas relacionados à saúde. De acordo com Lacaz &

Siqueira Jr. (1972):

O papel do meio físico no determinismo das doenças [...] revive hoje em dia na Geografia médica ou Medicina geográfica, estudando as peculiaridades regionais de numerosas doenças, sua distribuição e prevalência na superfície da Terra e as modificações que nelas possam advir por influência dos mais variados fatores geográficos e humanos. (LACAZ; SIQUEIRA JR. p.02, 1972).

Para Barros (2006, p. 20), a Geografia Médica teria surgido nos primórdios da

civilização tendo seu início pautado na célebre obra de Hipócrates, datada de 480 a.C., “Dos

ares, das águas e dos lugares”, onde analisa a influência dos fatores ambientais no

surgimento de doenças.

Para Neto & Souza (2008, p.118) Hipócrates atribuía aos quatro elementos

naturais, a terra, a água, o fogo e o ar (seco, úmido, quente e frio) a responsabilidade pelo

desencadeamento das doenças, já que o desequilíbrio dos mesmos elementos resultava em

processos dinâmicos distintos. Esses autores mencionam também o meio técnico-científico-

informacional como agravante nos processos influenciados pelo clima, já que a sociedade,

através de suas ações tem contribuído para a degradação do meio ambiente, observando-se

uma grande impossibilidade de reverter os danos causados à natureza, desse modo:

Dentre as principais causas das enfermidades da sociedade urbana está a questão da qualidade socioambiental. Sem minimizar os aspectos endógenos, os fatores externos ao corpo humano estão no cerne de muitas das moléstias, responsáveis pelo agravamento da saúde da população urbana. Além disso, o processo

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 15: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

14

adaptativo do homem à cidade, ao longo da história, implicou-se no aumento de casos de doenças crônicas, à medida que as condições do ambiente, de forma cumulativa, degradaram-se. (NETO; SOUZA, 2008, p.118).

Lacaz e Siqueira Jr. (1972, p. 14), mencionam a influência do clima sobre as

doenças e também as atividades desenvolvidas no solo sendo estes, objeto de estudo da

medicina geográfica. Segundo eles alguns dos responsáveis pelo desenvolvimento da

Geografia médica no Brasil são Max Von Pettencofer, o qual defendia a idéia de que o solo

e as águas eram responsáveis pelo aparecimento de cólera; João de Barros Barreto (1884-

1943), pioneiro nos estudos de Climatologia médica, estudou a influência dos elementos

climáticos nos índices de mortalidade que ocorriam em várias cidades brasileiras, bem como

a importância desses elementos na incidência sazonal de doenças transmissíveis. Além da

figura de Carlos Chagas (1879-1934), responsável por grandes descobertas médicas,

abordando moléstias como problemas relacionados a saúde pública, desenvolvendo

importantes estudos sobre as doenças tropicais no país.

Os higienistas resgataram as idéias de Hipócrates, considerando as

peculiaridades do ambiente e adequando-as no planejamento urbano a fim de entenderem os

fatores desencadeantes de certas enfermidades. Nessa perspectiva, tratando de Brasil, foram

criados dois grandes institutos que desenvolveram a Medicina tropical e a Geografia médica

no país: o Instituto Butantã, fundado em 1898 por Vital Brasil e o Instituto Manguinhos,

fundado em 1899. Esses institutos voltaram sua visão para a Geografia médica, em 1899

com uma peste que ameaçava o povo. Logo depois em 1959 foi criado o Instituto de

Medicina Tropical de São Paulo, onde as pesquisas em Geografia médica foram

incentivadas e vários pesquisadores têm mostrando interesse e contribuído para a difusão da

Geografia médica em todo o país. (LACAZ; SIQUEIRA Jr., 1972, p. 18).

Desse modo está hoje definitivamente estabelecido que, para melhor se entender

os mecanismos de uma doença em qualquer população humana se torna necessário encarar o

homem no seu ambiente físico, biológico e socioeconômico, assim Lacaz e Siqueira Jr.

(1972) afirmam que:

O agente etiológico1 é, na verdade, condição imprescindível para a ocorrência de doenças infecciosas, mas a distribuição e a prevalência de tais doenças na superfície da Terra, bem como seu comportamento nas várias comunidades, são influenciadas por fatores mesológicos, econômicos, humanos e sociais, estudados pela geografia médica. (LACAZ; SIQUEIRA JR. 1972, p.19)

1 Agente é o ser que promove a ação; etiologia é um ramo da medicina que pesquisa a origem das doenças.

Nesse sentido agente etiológico é o mecanismo responsável por desencadear determinada enfermidade na população, sendo avaliados os mais diferentes elementos de atuação.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 16: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

15

Ao afirmar que os fatores ambientais estão intimamente ligados às atividades

humanas, Lacaz & Siqueira Jr. (1972, p. 09) comungam dos princípios socráticos em que se

pauta a Geografia médica em todo o mundo, nascendo esta juntamente com a história da

medicina, onde as análises das doenças eram feitas a partir da observação dos fatores

ambientais da região, enfatizando que “na doença e na morte tudo varia de acordo com o

clima e o solo e que as manifestações variadas de vida e morte, de saúde e de moléstia,

constituem o objeto especial da medicina geográfica”. Desse modo:

Na Geografia Médica, o estudo do enfermo é inseparável do seu ambiente, do biótipo onde se desenvolvem os fenômenos de ecologia associada com a comunidade a que ele pertence. Quando se estuda uma doença, principalmente as metaxênicas (doenças que possuem um reservatório na natureza e um vetor biológico no qual se passa uma das fases do ciclo evolutivo do agente infectante), sob o ângulo da Geografia Médica, devemos considerar, ao lado do agente etiológico, do vetor, do reservatório, do hospedeiro intermediário e do homem susceptível, os fatores geográficos representados pelos fatores físicos (clima, relevo, solos, hidrografia, etc.), fatores humanos ou sociais (distribuição e densidade da população, padrão de vida, costumes religiosos e superstições, meios de comunicação) e os fatores biológicos (vidas vegetal e animal, parasitismo humano e animal, doenças predominantes, grupo sangüíneo da população, etc.). (LACAZ; SIQUEIRA JR. 1972, p.01)

Para Neto & Souza (2008), o clima é um fator de extrema importância no

surgimento de doenças em cada lugar, propondo uma observação cuidadosa do ambiente

físico (em que se produziu a enfermidade), o lugar, a estação do ano, o estado da atmosfera e

outras relações. Nesse sentido tratam de uma medicina naturalista, onde sua análise era feita

a partir do ponto de vista climático de determinada região.

Pautada nessa corrente de estudos, está também Ayoade (1986, p. 291) que

mensura a importância do clima no desenvolvimento das diversas atividades humanas,

tratando não só da relação entre clima e ambiente, da influência do homem sobre o meio,

como também da relevância do clima na vida humana, afirmando que:

Alguns extremos climáticos afetam diretamente a saúde humana. Temperaturas

extremamente altas provocam a incidência de choques térmicos, exaustão e cãibras

pelo calor. Temperaturas extremamente baixas, por outro lado, podem causar

doenças [...] e agravar males como artrites, sinusites e enrijecimento de juntas. Os

males relacionados ao calor, como exaustão, choques e cãibras ocorrem nas

latitudes baixas, particularmente durante a estação seca, e freqüentemente ocorrem

na região temperada nos meses quentes de verão. [...]. Na África Ocidental o vento

seco e carregado de pó – harmottan – do Saara está freqüentemente associado com

alta incidência de doenças respiratórias. (AYOADE, 1986 p. 290)

Para o referido autor, o clima é propagador de alguns organismos patogênicos e

seus hospedeiros, considerando a importância das elevadas e baixas temperaturas, causando

alterações no corpo humano deixando-o mais predisposto a infecções, sugerindo que a

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 17: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

16

neblina aliada a poluentes está intimamente relacionada a DR e o ar seco torna as vias aéreas

mais suscetíveis a infecções. (AYOADE, 1986, p.291).

1.2 – Estudos Sobre Clima e Saúde

Dentro da Geografia médica existem diferentes correntes de estudo e uma delas

é a Climatologia médica, que segundo Barros (2006), está pautada na Meteorologia,

medindo e registrando os fenômenos atmosféricos e determinando as condições físicas em

que eles se deram. Assim, é de extrema relevância compreender que a dinâmica climática

está intimamente relacionada ao surgimento de algumas enfermidades.

Para Ayoade (1986), a influência do clima na saúde humana dá-se tanto de

maneira direta, quanto indireta, seja de forma maléfica ou benéfica, sendo os extremos

térmicos higrométricos2 intensificadores dos processos inflamatórios e favorecendo o

processo contagioso. Em contrapartida, o ar fresco oferece propriedades terapêuticas.

Ao tratar de DR, Chiesa (2006) aponta como um dos agravantes em nível

mundial, os fatores de ordem ambiental, especialmente os decorrentes da poluição do ar,

como a exposição à fumaça, mudanças bruscas e freqüentes de temperatura e a sociabilidade

precoce da criança em ambiente coletivo antes dos dois anos de idade, frisando que o índice

das infecções respiratórias agudas (IRA’s) tende a aumentar quando a criança vive em um

ambiente urbano, onde os casos aparecem em média entre cinco e oito episódios nos cinco

primeiros anos de vida.

Convém ressaltar que na visão de Chiesa (2006) os IRA’s são problemas

preocupantes principalmente nos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, visto

que não acontecem somente devido a fatores climáticos, mas também relacionados a

organização social em que o indivíduo está inserido, entendendo que as diferentes condições

de vida interferem no modo como a população enfrenta os problemas. Dessa forma julga

necessária uma atitude mais eficaz do Sistema Único de Saúde (SUS), no sentido da

intervenção adequada à população, garantindo o direito universal à saúde e de forma

eficiente. Desse modo:

Dados do Instituto brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que as

doenças respiratórias são responsáveis por aproximadamente 10℅ das mortes entre

menores de um ano no Brasil, com predominância das pneumonias bacterianas

2 Extremos térmicos higrométricos são caracterizados pela amplitude térmica e pela amplitude da umidade

da atmosfera, ou seja, as diferenças entre a temperatura máxima e mínima e a umidade máxima e mínima registradas.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 18: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

17

neste último grupo. [...] em São Paulo [...] as infecções respiratórias são

responsáveis pelo terceiro lugar em morte na população infantil. (CHIESA, p. 312,

2006)

A carência social da população também é enfocada por Sartori et al (2003), já

que para a autora, um meio social precário resulta em uma má alimentação, contribuindo

para a proliferação de várias doenças, sendo as DR’s as que mais atingem essa população,

destacando enfermidades como “alergia (rinite) e outras próprias de mudança de temperatura

(gripe, resfriado e pneumonia).”

Analisando os condicionantes climáticos e a sazonalidade3 dos casos de DR, por

meio de dados coletados junto ao SUS e outros órgãos, Bakonyi (2004, p. 696) destaca que a

poluição atmosférica é um facilitador de possíveis agravos à saúde, mesmo quando os níveis

de poluentes não são considerados maléficos pela legislação, sendo as crianças e os idosos a

faixa-etária mais atingida.

O comportamento da atmosfera e a sazonalidade dos fenômenos climáticos

(temperatura e umidade) são de extrema importância na análise dos casos de DR’s, visto que

fatores como a temperatura, a precipitação e a umidade são intimamente responsáveis por

desencadear tais processos.

Um fator de extrema importância, segundo Telésfero et al (2004) é quanto a

altitude da área de estudo, onde a circulação das correntes de ar, influenciam

consideravelmente na diluição ou concentração dos gases poluentes existentes. Nesse

sentido a avaliação das características climáticas do município de Iporá é importante,

contribuindo na especificidade de dados sobre a dinâmica de desenvolvimento econômico da

cidade.

1.3 - Caracterização da Saúde e História de Iporá-Goiás

Em Iporá existem dois hospitais particulares e apenas um, o HE, presta

atendimento pelo SUS, em casos de internações. Conta com uma unidade pública, o HMI,

com médicos de várias especialidades, possuindo um laboratório de análise clínica, que

realiza diferentes tipos de exames laboratoriais e de imagem. A cidade conta ainda com 08

postos de saúde, chamados de Especialidade em Saúde da Família (ESF), que estão inseridos

3 A sazonalidade é caracterizada pela repetição na ocorrência de certos elementos, ou seja, sempre em

períodos distintos os casos acontecem com a mesma freqüência. Isso se aplica a elementos climáticos, que tem sua influência elevada em períodos distintos.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 19: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

18

em diferentes bairros e no centro, além de 07 clínicas médicas, que prestam serviço em

diferentes áreas. É importante ressaltar que até o início do ano de 2010 a cidade contava com

03 hospitais particulares, contudo, um desses deixou de prestar atendimento ambulatorial,

passando a funcionar apenas como clínica médica e laboratório para coleta de exames. Os

pacientes nele atendidos e que necessitam de internação são encaminhados a um dos

hospitais privados, para dar continuidade ao tratamento.

Tratando da saúde pública de Iporá, temos como exemplo da atuação do clima

sobre a saúde da população, considerando a epidemia de dengue pela qual passou a cidade

no fim do ano de 2009 e início de 2010, doença essa transmitida pelo mosquito aedes

aegypth. O mosquito é encontrado em regiões de clima tropical e subtropical, habitando

preferencialmente em aglomerados urbanos. (CONSOLI; OLIVEIRA, 1994).

Mesmo com o aparato médico da cidade, esta não foi capaz de controlar o

problema que se alastrou por todo o município. Esse período foi marcado por fortes chuvas e

intenso calor, fator esse que aliado a falta de conhecimento de parte da população, contribuiu

para elevar o número de casos da doença, visto que com a falta da limpeza dos quintais e

lotes baldios, a população acabava oferecendo as condições propicias à proliferação do

mosquito.

Diante dessa situação o município buscou formas de solucionar a epidemia,

fazendo um rastreamento das áreas onde mais se tinham casos da doença, assim as

localidades recebiam visitas de agentes epidemiológicos e agentes de saúde, orientando a

população quanto as formas de prevenção, realizando a aplicação de larvicidas e também a

utilização do fumacê. Percebe-se então a estreita relação entre os fenômenos climáticos, a

amplitude e a espacialização dos casos da doença no município.

A epidemia foi sentida em todo o Estado de Goiás, tomando índices alarmantes

e, além de afetar a saúde da população, também mecheu com a economia dos Estados e

municípios, como mostra a Figura 1. (LONGO, p. 10, 2009).

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 20: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

19

Figura 1: Temperatura e desmatamento aumentam chance de doenças. (Fonte: Jornal O Popular, 24 de maio de 2010).

1.3.1 – História de Iporá

O município de Iporá teve suas bases históricas no ano de 1748 quando foi

formado o arraial de Pilões, às margens do Rio Claro, onde se instalaram escravos que

vinham sob o comando do governador Gomes Freire de Andrade, das capitanias de MG e

RJ, para trabalharem na exploração de diamante, o povoamento surgido desse movimento

foi chamado de Rio Claro. O arraial cresceu e em 1833 foi elevado à categoria de distrito,

contudo, entrou em decadência devido um surto de febre amarela, que matou e afugentou a

maioria da população. Na década de 1930 as poucas famílias restantes mudam-se para as

margens do Córrego Tamanduá e em 1938, o então distrito de Rio Claro passou a

denominar-se Itajubá, nome de origem Tupi-Guarani, que significa pedra amarela. No ano

de 1943, pelo Decreto-Lei Estadual número 8.305, de 31 de dezembro, passa a ser chamado

de Iporá, que significa águas claras e em 19 de novembro de 1948, é elevado à categoria de

município pela Lei Estadual número 249. (IBGE, 2009).

A economia do município sofre influência do setor agropecuário, contando com

um rebanho de 18.800 cabeças ordenhadas por ano e com uma produção leiteira de 21.200

litros de leite por ano. Um setor de destaque é o comercial, que emprega vários

trabalhadores, já que o comércio é bem diversificado. (SEPLAN, 2008)

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 21: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

20

A cidade está a uma altitude média de 600 metros acima do nível do mar e os

pontos mais elevados não ultrapassam os 850 metros. Possui relevo irregular e algumas

serras como o Morro do Macaco, a Serra do Santo Antônio e a Serra do Caiapó. (IBGE,

2010)

O município se situa a 216 km da capital Goiânia e se encontra na região Oeste

do Estado de Goiás, tendo como coordenadas geográficas 16° 26’ 31” de latitude sul e 51°

07’ 04” de longitude oeste, como mostra a Figura 2. Conta com uma área de 1.033 km² e

uma população de 32.045 habitantes. (IBGE, 2009). Os municípios limítrofes são

Amorinópolis, Arenópolis, Diorama, Israelândia, Ivolândia, Jaupaci e Moiporá, contando

com três aglomerados sendo, Cocalândia, Goiaporá e Jacinopólis.

Figura 2: Mapa de localização do município Iporá no Estado de Goiás. Fonte: Adaptado de Alves (2008)

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 22: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

21

1.3.2 - Dinâmica da circulação atmosférica

Para a compreensão da dinâmica da circulação atmosférica é necessária a análise

de diferentes elementos constituintes da superfície, desse modo Nimer (1966) afirma que a

atuação das massas de ar sobre a América do Sul, estando todas presentes no Brasil, atuando

de forma direta ou indireta.

Para Monteiro (1963) apud Alves (2008) os sistemas atmosféricos são

controlados pelos centros de ação, existindo na América do Sul cinco centros de ação:

Anticiclones permanentes Semifixos do Atlântico e do Pacífico, Anticiclone dos Açores,

Anticiclone Migratório Polar, a Depressão do Mar de Weddel e a Zona de Baixas Pressões

Equatoriais (Doldrums).

De acordo com Viana (2006) apud Alves (2008, p. 24) os sistemas atmosféricos

atuantes na América do Sul, como mostra a Figura 3, são:

• Massa Tropical Atlântica – (mTa) com origem no anticiclone do Atlântico,

localizado no Oceano Atlântico próximo ao trópico de Capricórnio, exercendo grande

influência no litoral brasileiro. Tendo como características as baixas temperaturas e

umidade, com ventos predominantes de leste-noroeste. Ao entrar no continente, a (mTa)

sofre a continentalização, resultando na Massa Tropical Continentalizada, com temperatura

mais elevada e baixa umidade.

• Massa Tropical Continental – (mTc) formada na depressão do Chaco,

abrangendo uma área limitada, permanecendo em sua região de origem por quase todo o

ano. Por ser quente e seca é responsável pelo aquecimento da região durante o verão.

• Massa Equatorial Continental – (mEc) tem origem nas regiões de baixas

pressões equatoriais, com centro de origem na parte ocidental da Amazônia, que domina a

porção noroeste da Amazônia durante quase todo o ano e tem como característica altas

temperaturas e umidade.

• Massa Equatorial Atlântica – (mEa) é quente e úmida, em alguns períodos do

ano domina a parte litorânea da Amazônia e do Nordeste, tendo como centro de origem o

Oceano Atlântico.

• Massa Polar Atlântica – (mPa) tem como característica as grandes amplitudes

térmicas e os elevados índices de pressão, atuando mais intensamente durante o inverno. A

mPa se desloca rumo a sul-sudeste e produz o avanço dos sistemas frontais, contudo, de

acordo com Monteiro (1973, p. 17) sua atuação é mais sentida ao sul do continente.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 23: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

22

Figura 3: Sistemas atmosféricos atuantes na América do Sul. Fonte: MONTEIRO, 1973.

De acordo com Steinke (2004) apud Alves (2008) a mEc é quente e úmida,

sendo atraída no verão pelos sistemas depressionários do interior do continente, como

mostra a Figura 4, avançando para a região Centro-Oeste, resultando na elevação da

temperatura, no aumento da umidade e das precipitações.

Figura 4:. Ação das massas de ar na América do Sul e Brasil – verão. Fonte: MONTEIRO, 1973.

Desse modo, observa-se que as diferentes massas atuantes na América do Sul,

dão origem aos diferentes tipos de clima de cada região, avaliando também outros elementos

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 24: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

23

como, por exemplo, a localização geográfica, o relevo e fatores antrópicos, como a

influência das queimadas.

Já no inverno, a América do Sul sofre influência da (mTa), como observado na

Figura 5, sendo responsável por baixas temperaturas e pouca umidade, além de ser um

período com mínimas precipitações.

Figura 5. Ação das massas de ar na América do Sul e Brasil – inverno. Fonte: MONTEIRO, 1973.

Assim posto, serão abordados no capítulo seguinte, alguns elementos que

caracterizam o clima da cidade de Iporá, bem como os materiais e métodos utilizados para se

chegar aos resultados propostos.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 25: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

24

2 – MATERIAIS E MÉTODOS

No presente capítulo serão apresentadas as características físicas do município

de Iporá, bem como a metodologia utilizada para a coleta dos dados e os materiais e

métodos utilizados para a realização desse trabalho.

2.1 - Caracterização Climática da Área de Estudo

Iporá pertence à região Centro-Oeste do Brasil, sofrendo influência dos sistemas

atmosféricos nela atuantes. Para Monteiro (1963) apud Barros (2006), analisando os

elementos climáticos, constatam que a cidade de Brasília-DF está inserida nas grandes

regiões climáticas da América do Sul, assim pode-se concluir que a cidade de Iporá pertence

a esse domínio climático, por fazer parte da mesma região, onde atua a mTa e pela ação do

anticiclone semifixo do Atlântico Sul, que atua o ano todo na região, no verão torna-se

inferiormente instável pelo aquecimento basal. No inverno o resfriamento basal aumenta a

estabilidade superior, resultando em tempo estável.

Para Barros (2006), existe a distinção entre dois períodos climáticos bem

distintos na região Centro-Oeste, afirmando que:

a região Centro-Oeste permite a distinção de dois períodos: um seco e outro chuvoso, (...) pode-se dizer que o período compreendido entre os meses de abril a setembro possui as seguintes características: intensa insolação, pouca nebulosidade, forte evaporação, baixos teores de umidade no ar, pluviosidade reduzida e grande amplitude térmica (...) de outubro a março: a insolação reduz, a nebulosidade aumenta, a evaporação diminui, baixos teores de umidade no ar, pluviosidade reduzida e grande amplitude térmica. (BARROS 2006).

Atua também na região a mEc, que é quente e possui elevada umidade, no verão

avança para noroeste, sudeste ou sul-sudeste, por influência dos sistemas depressionários do

interior do continente, chegando até a região Centro-Oeste, provocando elevação das

temperaturas, aumento da precipitação e da umidade. (BARROS, 2006)

Já no inverno, o Anticlonte Migratório Polar (AMP) provoca queda de

temperatura, ocorrendo forte evaporação, muita insolação, pouca nebulosidade e grande

amplitude térmica, caracterizando o inverno como período de estiagem. Como o AMP

sucede à passagem de frentes frias na Cordilheira dos Andes, produz uma advecção do ar

frontal, passando a região a receber ventos de nordeste a noroeste, elevando as temperaturas,

ficando o céu coberto de nuvens de convecção dinâmica com a possibilidade de chuva.

(NIMER 1979 apud BARROS 2006).

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 26: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

25

Para Alves (2008), a classificação de Koppen para a região apresenta três climas

distintos: Cwa (temperaturas moderadas com verões quentes e chuvosos), Aw (temperaturas

elevadas, chuva no verão e seca no inverno) e Am (temperaturas elevadas com alto índice

pluviométrico), considerando que o tipo Aw prevalece em todo o Estado de Goiás. Desse

modo então se percebe os dois extremos climáticos em nossa região, um período seco e

outro chuvoso bem característicos.

Para Barros (2006) o tipo climático predominante em Goiás (Aw), “apresenta

temperatura para o mês mais frio em torno de 18° e está situado, geralmente em áreas com

cotas altimétricas abaixo de 1.000 metros”.

De acordo com Alves (2008, p. 30), pela classificação de Koopen, o clima de

Iporá é Tropical Semi-Úmido como mostra a Figura 6, em que mostra a área de abrangência

dos diferentes climas predominantes no Brasil. Já na classificação de Thornthwaite, utilizada

por Alves & Specian (2008), o clima da cidade é primeiro Úmido com moderado déficit de

água no inverno e grande excesso no verão, com pluviosidade média de 1617 mm e

temperatura média anual de 25,9ºC.

Figura 6: Mapa das regiões climáticas do Brasil. Fonte: IBGE 2010

Ao analisar a atuação das massas de ar Nimer (1966), afirma que se deve ater a

análise de todos os fenômenos naturais, não podendo nenhum deles ser compreendidos

isoladamente, avaliando todas as suas particularidades e as condições que o cercam,

podendo assim ser melhor compreendido e justificado em seus diferentes aspectos, já que os

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 27: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

26

dados trabalhados isoladamente (genéricos) podem produzir distorções da realidade,

incorrendo em danos à análise.

2.2 – Materiais e Métodos

Para a realização da pesquisa foi necessário o uso de uma série de materiais,

sendo utilizados, cada um em seu momento oportuno, contribuindo para concretizar a

pesquisa.

2.2.1 – Materiais

• Dados das fichas do setor de emergência do HMI;

• Dados das fichas do setor de pediatria do HE;

• Software Excel da Microssoft;

• Imagens de Satélite (NOAA), CPTEC/INPE;

• Dados sobre umidade e temperatura (CPTEC/INPE), referentes ao período seco

(maio/jun/jul/2009) e período úmido (nov/dez/2009 e jan/2010);

2.2.2 – Métodos

Para compreender e avaliar a real influência do meio ambiente na saúde da

população infantil, o presente trabalho orienta-se na proposta de Barros (2006), que

investiga a relação entre os tipos de tempo e a incidência dos casos de DR no DF, avaliando

em que medida os elementos climáticos podem refletir na saúde do ser humano.

Monteiro (1971), em sua definição de ritmo climático, como sendo a expressão

da sucessão dos estados atmosféricos, mensura que os desvios dos padrões habituais podem

causar distorções na análise dos elementos, tornando relevante reconhecer que o ritmo é

essencial na compreensão dos diferentes elementos que podem influenciar na vida da

população.

Foram avaliados prontuários do setor de pediatria do HMI e do HE, ambos da

cidade de Iporá. Os dados foram analisados e correlacionados com o período climático e as

condições do tempo para o município. Também se realizou coleta de dados junto ao CPTEC/

INPE, referentes a umidade do ar e temperatura. Desse modo, foram analisados os

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 28: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

27

procedimentos referentes a consultas hospitalares feitas em crianças de 0 a 10 anos de idade,

sendo delimitado o período de maio a julho de 2009 e de novembro de 2009 a dezembro de

2010.

Deve-se ressaltar que no HE, a pesquisa foi realizada atráves da análise da

agenda de apenas um médico pediatra4. Outro fator delimitante foi que o hospital conta com

dois profissionais nessa área, se a coleta fosse feita observando as fichas dos pacientes dos

dois médicos, a pesquisa se tornaria extensa, correndo o risco de desvio de foco.

Ao abordar os métodos utilizados, torna-se relevante mencionar que as doenças

relatadas no trabalho serão analisadas apenas quantitativamente, não entrando em detalhes

quanto a seu desenvolvimento ou possíveis tratamentos. Desse modo, as enfermidades foram

selecionadas em grupos, sendo um grupo, as DR’s5, um segundo grupo as alergias cutâneas6

e em terçeiro plano, agrupou-se todos os demais casos de enfermidades, a fim de que o foco

da pesquisa não fosse desviado

O primeiro momento consistiu em observar as anotações do controle de

atendimentos diários e a partir daí, delimitar a idade do paciente de acordo com o interesse

da pesquisa. Feito isso, partiu-se para a coleta dos dados, analisando as fichas

individualmente, tendo sido observadas um total de 825.

No HMI a metodologia inicial foi diferente. Respeitando a faixa etária

delimitada, foram analisadas as fichas das crianças atendidas no pronto socorro do hospital,

sendo analisadas um total de 1809. Outro momento foi a tabulação dos dados e a

conseqüente confecção de gráficos, feitos pelo software Excel da Microsoft.

O segundo passo foi compreender qual a dinâmica de atuação dos elementos

climáticos pra cidade, observando a temperatura e a umidade. Deve-se ressaltar a dinâmica

econômica da cidade que, por ser de pequeno porte e apresentar sua economia baseada na

agropecuária, é nítida a relevância das queimadas de pastagens, não se enquadrando no nível

de cidades industrializadas, com grande quantidade de poluentes lançados na atmosfera.

Analisando as imagens do satélite National Oceanic Atmospheric

Administration (NOAA) para a região, conforme mostram as Figuras 07 e 08, observa-se

que os meses considerados secos são os que mais concentram focos de queimada, se

4 O controle dos atendimentos é feito por meio do agendamento prévio, constando na agenda do médico

pediatra todo o fluxo de pacientes atendidos diariamente. 5 Estão caracterizadas como DR todas as doenças do trato respiratório como gripe (coriza e obstrução nasal),

pneumonia, tosse e bronquite. 6 Alergias cutâneas são aquelas em que a manifestação alérgica se dá exclusivamente na pele do ser humano

sendo por isso, mencionada separadamente das DR’s.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 29: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

28

comparados aos meses úmidos, com menor proporção de focos, processo que sofre queda no

período chuvoso, quando é favorecido pelo anseio de capim abundante para o gado.

Desse modo, a sazonalidade dos elementos climáticos, juntamente com a relação

da distribuição dos casos de DR em crianças de 0 a 10 anos de idade, fornecem os materiais

necessários ao estudo, que é compreender em que medida os condicionantes climáticos

podem contribuir no surgimento dos casos de doenças respiratórias.

Imagem 07: Focos de queima para o trimestre maio/jun./jul. 2009. Fonte: CPTEC/INPE, 2010.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 30: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

29

Imagem 08: Focos de queima para os trimestres nov./dez 2009 e jan. 2010. Fonte: CPTEC/INPE, 2010

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 31: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

30

3 – RESULTADOS E DISCUSSÕES

Nesse capítulo serão apresentados os resultados da pesquisa realizada em dois

hospitais da cidade de Iporá-Go, o HMI e o HE. Com a análise dos tipos de enfermidades e

as condições do tempo em que elas se deram, saberemos como os condicionantes climáticos

influenciaram na saúde da população infantil.

Em um primeiro momento, avaliam-se as condições de temperatura para a região

Centro-Oeste, onde está inserida a cidade de Iporá. No trimestre maio/jun/jul/2009 é

registrado uma média de 19ºC a 22ºC, a precipitação apenas 25mm a 50 mm, como

observado na Figura 09.

Imagem 09: Temperatura e precipitação registradas para o trimestre maio/jun./jul./ 2009. Fonte:

CPTEC/INPE, 2010.

O período úmido, correspondente ao trimestre nov./dez./2009 e jan./2010, as

temperaturas variam de 21ºC a 25ºC, contudo nesse período, observa-se que as precipitações

ocorrem totalizando uma média de 700 a 800 mm, para todo o trimestre, sendo bem

distribuidos no período, como mostra a Figura 10.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 32: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

31

Imagem 10: Temperatura e precipitação registradas para os trimestres nov./dez./2009 e jan./2010. Fonte: CPTEC/INPE, 2010.

É importante considerar que o município de Iporá, de acordo com Alves &

Specian (2008) por ser de clima primeiramente úmido, registra períodos de moderado déficit

de precipitação no inverno e grande excedente no verão, como mostra a Figura 11,

apresentando uma pluviosidade média anual de 1617 mm, para o período de 1974-2005.

Contudo, ao analisar dados recentes, observa-se que o ano de 2009 foi um ano atípico,

registrando elevados indíces de precipitação, contrariando a média histórica. Com valores

máximos registrados de 30 mm dia 07 de maio, 50 mm dia 26, já para junho 50 mm dia 14 e

entre o dia 18 e 26 registrou-se em média 13,2 mm diários. No mês de julho houve somente

um registro, sendo dia 21, às 18:00 horas, o equivalente a 25 mm. (CPTEC/INPE, 2010)

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 33: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

32

Figura 11: Média mensal de precipitação (deficit/excedente) para Iporá-GO – 1974/2005. Fonte: ALVES; SPECIAN, 2008.

Considerando os dados observados, fica evidente que de acordo com a média

histórica, o período proposto no trabalho (seco), realmente sofre com o déficit de

precipitação, sendo o contrário verdadeiro para os meses úmidos, com excedente hídrico,

como pode-se acompanhar pela Figura 12, variando de 120 mm em outubro a 320 mm em

janeiro. Os meses compreendidos entre outubro a abril, são os que apresentam maiores

indíces de precipitação, já os meses de maio a setembro, sofrem com o déficit, fator que

aliado às práticas de queima de vegetação para fins diversos, contribui para elevar as

temperaturas e diminuir a umidade relativa do ar na região.

0

50

100

150

200

250

300

350

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

mm

Figura 12: Média mensal de precipitação para o município de Iporá-GO – 1974/2005 . Fonte: ALVES; SPECIAN, 2008.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 34: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

33

3.1 - Avaliação das Doenças Respiratórias para Hospital Municipal de Iporá

Os dados provenientes da pesquisa campo foram analisados separadamente, ou

seja, para cada hospital de coleta, será feita sua análise específica, levantando questões

específicas.

3.1.1 - Período seco (HMI)

• Mês de Maio (2009) - no HMI de Iporá, foram observadas 1809 fichas de

pacientes atendidos no serviço de emergência, sendo atendidos por mês em média 301,5

pacientes para os trimestres maio/junho/julho de 2009 e novembro/dezembro de 2009 e

janeiro de 2010.

Em maio de 2009 os casos mais registrados foram de DR, onde as maiores

oscilações ocorreram nos dias 03 a 08, nos dias 10 a 14, com um pico maior no dia 18, com

acréscimo dia 26 e 27. É nítido que as DR’s ocorreram nos período de maior oscilação entre

a temperatura máxima e a mínima, evidenciando que as mudanças bruscas de temperatura

contribuem para a elevação dos casos.

Os casos registrados para maio no HMI foram num total de 314, onde 136

estavam relacionados à DR, correspondendo a 43,31% dos casos, enquanto o restante,

56,69% ficou por conta das diversas outras enfermidades atendidas no mês. Essa proporção

é muito grande, visto que esse total representa apenas um grupo de enfermidade.

É importante mencionar que o trimestre maio/junho/julho são caracterizados

como meses secos, com escassa precipitação, contudo o ano de 2009 foi atípico. A umidade

relativa do ar para maio foi bem elevada, oscilou entre 50% a 100%, para o dia 03 foi

registrada foi de 58% e já dia 05 foi de 100%, evidenciando uma grande disparidade no

número de atendimentos médicos devido a DR. Do dia 10 a 15 a umidade oscilou de 62% a

75%, e para 19 de maio a umidade do ar esteve em 81% e já para os dias 27 e 28 esteve

entre 60% e 68%, também intercalados entre temperaturas máximas e mínimas,

evidenciando a interação dos elementos naturais na análise da distribuição das doenças.

Foram registradas para o período temperaturas mínimas de 15°C e máximas em

torno dos 34°C. A Figura 13 faz uma relação entre as DR e outras enfermidades assim, tem-

se uma maior proporção desses casos em comparação a outros problemas de saúde, mesmo

aqueles relacionados a mudanças do tempo, como é o caso de algumas alergias.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 35: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

34

Figura 13: Enfermidades registradas para o (HMI) em maio/2009 e o registro dos valores de temperatura

máxima e mínima para a mesma. Fonte: CPTEC/INPE, 2010; SILVA, A. L. P. C., 2010.

• Mês de Junho (2009) - de acordo com a Figura 14, no mês de junho a

temperatura mínima foi de 8,5°C, já a temperatura máxima foi a 34°C. Analisando os casos

de DR, no dia 04 observou-se um pico de 07 casos e a umidade para o dia era de 45%, já a

temperatura oscilou de 9,5°C a 25,5°C. Outros dois picos ocorreram nos dias 22, 06 casos e

dia 29, tendo 07 casos registrados, observando que para os dois dias a temperatura oscilou

entre 14ºC e 33,5ºC, e 17ºC e 33ºC respectivamente.

Ocorreu no dia 17 de junho uma drástica queda no número de DR, dia em que a

umidade do ar estava em 100%. Nesse dia a temperatura mínima foi de 17°C e a máxima de

21,5°C, verificando uma súbita oscilação na temperatura máxima do dia anterior, que esteve

em 34°C.

De todos os casos registrados de consultas, 275 ao todo, 100 delas foram

referentes a algum problema respiratório, correspondendo a 36,36%, onde as demais

enfermidades chegam a 55,56% somadas.

Para os dias 04, 11 e 29 foram registrados 07 casos, 06 no dia 22, já no dia 15

houve um pico, com 10 casos registrados, apresentando para o dia temperatura mínima de

14,5°C e máxima de 32,5°C, como observado na Figura 14.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 36: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

35

Figura 14: Enfermidades registradas para o (HMI) em junho/2009 e o registro dos valores de temperatura máxima e mínima para a mesma. Fonte: CPTEC/INPE, 2010; SILVA, A. L. P. C., 2010.

• Mês de Julho (2009) - no que se refere ao mês de julho, os maiores picos de

DR se deram entre o dia 01 ao dia 09, de 18 a 20, 21 a 24 e novamente dia 27, 29 e 30.

Desse total, verifica-se que no dia 22 de julho houve o maior pico registrado para o mês,

apresentando 10 casos. O pico do dia 22 é marcado por temperatura mínima de 16,5ºC e

máxima de 33,5°C.

Nesse mês foram atendidos 297 pacientes, dos quais 120 estavam com queixas

de problemas respiratórios, restando num geral 177 pacientes, dos quais apresentavam

diferentes enfermidades. A proporção para os casos de DR no mês foi de 40,40%, enquanto

os demais casos ficaram com um total de 59,60%.

Esse trimestre evidencia elevados números de atendimentos por DR, se

comparadas a outras enfermidades, como observado nos gráficos 11, 12 e 13, sendo meses

secos, onde ocorrem temperaturas mais amenas e com precipitação considerável, se

comparada aos anos anteriores. Observa-se uma maior concentração de casos de DR, como

mostra a Figura 15, considerando como fatores primordiais a compreensão da amplitude

térmica apresentada em um período muito curto, além de outros fatores, como a liberação de

gases poluentes na atmosfera.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 37: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

36

Figura 15: Enfermidades registradas para o (HMI) em julho/2009 e o registro dos valores de temperatura

máxima e mínima para a mesma. Fonte: CPTEC/INPE, 2010; SILVA, A. L. P. C., 2010.

Grande parte dos focos de queimadas ocorreram no trimestre em questão, isso

aliado as práticas de queima para formação de pastagens, ou como forma de limpar a terra

preparando-a para o plantio, práticas comuns na região Centro-Oeste e em especial Goiás.

3.1.2 – Período Seco (HE)

• Mês de Maio (2009) - no mês de maio para o HE foram analisadas 825 fichas,

dessas foram evidenciados vários tipos de enfermidades, as quais estrão descritas como

alergias e (outras) a fim de comparação entre os casos de DR. Nos dias 04 e 05 de maio

foram registrados 05 e 06 casos respectivamente, observando-se que para o dia 05 a

temperatura mínima registrada foi de 17°C a máxima 32°C. Para o dia 08 foram registrados

07 casos sendo a mínima 15,5ºC e a máxima 33ºC, diferença considerável, que pode

contribuir para o aumento das DR, pois como mencionam Martins e Sales (2006), as

mudanças bruscas de temperatura favorecem a propagação de agentes nocivos à saúde

humana, contribuindo assim para o aumento das DR.

Para os dias 11 e 14 o número foi de 04 casos, observando-se que os eventos

acompanharam em igual escala, as baixas temperaturas. No dia 20 registrou-se 05 casos e

para o dia 22 foram 04, nos respectivos dias a umidade do ar esteve em 42% como expresso

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 38: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

37

no anexo 1, enquanto a variação entre a temperatura máxima e a mínima foi de 14,5°C para

20/05 em 22/05 esteve em 14,5ºC a 31,5°C, variando respectivamente, ficando evidente a

contribuição da amplitude térmica na elevação dos casos de DR, o mesmo processo

ocorrendo no dia 28, onde foram registrados 06 casos.

No HE para o mês registrou-se um total de 144 casos, onde 64 deles eram

referentes a DR, totalizando 44,44%, sendo o restante caracterizado pelas diferentes outras

enfermidades, num total de 55,56%. Observa-se pela Figura 16 a distribuição dos casos de

DR’s ao longo do mês.

Figura 16: Enfermidades registradas para o (HE) em maio/2009 e o registro dos valores de temperatura máxima e mínima para a mesma. Fonte: CPTEC/INPE, 2010, 2010; SILVA, A. L. P. C., 2010.

• Mês de Junho (2009) – para o mês no HE foram registrados quatro picos bem

evidentes, variando de 05 a 08 casos de DR, o primeiro, dia 04 registrou temperatura mínima

de 9,5°C e máxima de 25,5°C, o segundo dia 05, por uma amplitude térmica de 16,5°C da

mínima para a máxima registradas. O período seguinte , com 05 casos registrados para o dia

20, correspondem igualmente a períodos com amplitude térmica elevada, no dia 17 com

diferença de 3,5°C entre a temperatura máxima e mínima. Para os dias 22 a 25 a variação foi

de 04 a 06 registros, onde a temperatura mínima variou de 12°C a 15°C e a máxima de

31°C a 33,5°C, com amplitudes bem elevadas.

Em junho o HE registrou um total de 150 atendimentos a crianças, desse total 70

casos foram referentes a DR’s, 14 relacionados a algum tipo de alergia e os demais, 66

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 39: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

38

distribuidos entre as várias enfermidades. Desse total a proporção foi de 46,66% dos casos

para DR’s, enquanto as demais ficaram somadas com 53,34%.

Observa-se também que outros problemas de saúde são registrados no geral em

menor proporção mesmo sendo caracterizados pelo agrupamento de várias doenças (outros),

as alergias cutâneas se manifestam de maneira menos significativa nesse período, como

mostra a Figura 17, mesmo estando relacionadas a fatores como as mudanças de tempo,

como as baixas temperaturas e pouca umidade.

Figura 17: Enfermidades registradas para o (HE) em junho/2009 e o registro dos valores de temperatura máxima e mínima para a mesma. Fonte: CPTEC/INPE, 2010; SILVA, A. L. P. C., 2010.

• Mês de Julho (2009) – para o mês no HE foram registrados 164 atendimentos

no total, sendo que 71 foram DR’s, um número bem considerável se comparado a outras

enfermidades e às alergias. Os casos estão bem distribuídos ao longo do mês, acompanhando

as baixas temperaturas, ocorrendo três anomalias, dia 20 e 21 e outra dia 27. Para esse

período as DR se deram em momentos de grande amplitude térmica, onde a temperatura

variou de 14°C a 34°C para o dia 20 e 15,5ºC a 34ºC para o dia 21.

Para o HE no mês de julho todos os casos atendidos se tratavam de alguma

enfermidade típica de crianças, como gripes, resfriados, rinites alérgicas, DR’s, viroses entre

outros. Problemas diferenciados como trauma/luxação por exemplo, não tiveram ocorrência,

justificando-se pelo fato de existir no hospital um médico especialista em ortopedia. Esse

fator contrasta com o HMI, visto que na unidade existem vários casos registrados, pois o

médico do setor de emergência atende a todos os casos que chegam no pronto socorro, só a

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 40: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

39

partir de uma análise prévia, é que esses casos específicos são encaminhandos para os

profissionais especialistas.

Do total de pacientes atendidos as DR’s representaram 43,29%, já os demais

atendimentos totalizaram 93, sendo 56,71% dos casos. Os casos de alergia somaram em 12

atendimentos no mês, como observado na Figura 18.

Figura 18: Enfermidades registradas para o (HE) em julho/2009 e o registro dos valores de temperatura máxima e mínima para a mesma. Fonte: CPTEC/INPE, 2010; SILVA, A. L. P. C., 2010.

Os registros para o trimestre (maio/jun./jul/2009) foram consideravéis no que diz

respeito a atuação dos elementos climáticos sobre a saúde da população infantil, torna-se

viável a compreensão desse dinamismo também no período chuvoso, que ao trimestre

(nov./dez/2009 e jan./2010).

De acordo com Barros (2006), ocorre para o período pouca insolação, forte

nebulosidade, diminui a evaporação, baixo teor de umidade no ar, grande amplitude térmica

e pluviosidade reduzida.

Considerando a pesquisa realizada no HMI e no HE, ficou claro que as DR

estiveram presentes em todos os meses, ocorrendo principalmente aliada a mudanças bruscas

de temperatura, sendo a mínima para o trimestre foi em junho, resistrando 9,4°C dia 04 e a

máxima registrada de 37°C dia 27 de julho. Os menores registros de DR se deram quando a

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 41: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

40

temperatura estava baixa, para os dias 05, 06 foi 21°C e 21,5°C respectivamente, já para o

dia 27 foi 20,5°C.

3.2 – Avaliação das Doenças Respiratórias para o Período Úmido

Faz-se necessária a análise do período úmido, correspondente ao trimestre

nov/dez/2009 e jan/2010 para uma melhor compreensão da distribuição das doenças ao

longo dos períodos delimitados.

3.2.1 – Período Úmido (HMI)

• Mês de Novembro (2009) – foram atendidas no serviço de emergência, no

mês de novembro, um total de 255 crianças de 0 a 10 anos de idade, onde 97 pacientes

foram atendidos por causas relacionadas a DR, totalizando 38,03% e as demais procuras por

consultas por variados motivos somaram 158 pacientes, sendo ao todo 61,97%.

O número de enfermidades totais foi muito elevado, contudo é importante

considerar que a distribuição dos casos ao longo do mês, evidencia que a presença das DR’s

foi elevada, seguida pelas alergias que tiveram menor proporção. As DR se manifestaram

em quatro momentos distintos, em picos que variaram de 07 a 08 casos, já as outras

enfermidades juntas, chegaram ao número de 11 atendimentos ao dia.

A proporção de atendimentos relacionados a DR ainda foi grande como

observado na Figura 19, mesmo sendo novembro um mês úmido, isso pode-se dar pela

transição sentida de um período seco para um úmido, onde a temperatura mínima registrada

foi de 20ºC e a máxima 38,5ºC.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 42: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

41

Figura 19: Enfermidades registradas para o (HE) em novembro/2009 e o registro dos valores de temperatura

máxima e mínima para a mesma. Fonte: CPTEC/INPE, 2010; SILVA, A. L. P. C., 2010.

• Mês de Dezembro (2009) - o mês de dezembro registrou 338 atendimentos,

sendo que 116 destes foram relacionados a DR, e 90 outras enfermidades agrupadas. As

alergias somaram 34 casos. O mês apresentou variação de 01 a 12 casos de DR, sendo o

maior registro dia 16/12, período antecedido por temperaturas amenas pra cidade, em torno

de 20°C a 19°C no mínimo e máximo de 31,5°C a 34,5°C. A umidade foi bem elevada

praticamente todo o mês, tendo seu menor registro no dia 02 de dezembro, com 25%, e para

o restante do mês em média 88%.

Considerando todos os registros de atendimentos para a faixa etária delimitada, o

mês de dezembro apresentou, no HMI um total a de 34,31% para as DR e 65,69% para os

demais problemas, desconsiderando nessa porcentagem a atuação das alergias cutâneas,

como mostra a Figura 20. Desse modo para o referido período, constatou-se que mesmo com

o elevado número de atendimentos referentes as anomalias respiratórias, o montante das

demais enfermidades, acabou resultando em maior procura por atendimento médico para o

mês, evidenciando que para o período a procura se dá em proporção menor, se comparado

aos dados do período seco. Para o mês a temperatura mínima registrada foi de 19ºC e

máxima de 36ºC.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 43: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

42

Figura 20: Enfermidades registradas para o (HE) em julho/2009 e o registro dos valores de temperatura

máxima e mínima para a mesma. Fonte: CPTEC/INPE, 2010; SILVA, A. L. P. C., 2010.

• Mês de Janeiro (2010) - Os registros para o HMI para o mês de janeiro de

2010, foram de 331 atendimentos desses, 114 estavam relacionados a algum tipo de DR, 20

casos relacionados a alergias cutâneas e o restante distribuído entre várias outras

enfermidades. Desse total de 331 atendimentos apenas 34,44% estão relacionados a DR, os

demais casos somam um total de 65,56%.

As DR’s registradas ocorreram em maior número no dia 02, totalizando 10

casos, e apresentando números consideráveis em todo o mês. A umidade variou de 100% a

40%, registrando para o dia 29/01 apenas um atendimento por DR. A temperatura mínima

variou de 19,5°C a 21,5°C e a máxima de 23°C a 36°C, as maiores altas se dando do dia 09

ao dia 22/01.

As DR’s se apresentaram nitidamente nos momentos em que a temperatura

esteve mais amena para o mês, apresentando dois picos bem distintos no início do mês,

sendo 09 e 10 casos para os dias 02 e 04, como mostra a Figura 21.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 44: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

43

Figura 21: Enfermidades registradas para o (HE) em julho/2009 e o registro dos valores de temperatura máxima e mínima para a mesma. Fonte: CPTEC/INPE, 2010; SILVA, A. L. P. C., 2010.

3.2.2 – Período Úmido para o (HE)

• Mês de Novembro (2009) – ao analisar os dados referentes ao HE para o mês

de novembro, evidenciam-se grandes concentrações de DR ao longo do período, casos que

se apresentam entre episódios de elevadas temperaturas. O maior número de casos ocorreu

no dia 13, sendo registrados para o dia, 08 atendimentos.

No dia 13, maior foco, a temperatura mínima foi de 21,5°C e máxima de

34,5°C,com amplitude térmica de 13ºC. O HE registrou para o mês de novembro 202

atendimentos, sendo 72 referentes a DR. correspondendo a um total de 35,64% dos casos e

as demais consultas totalizando 64,36%, distribuidos entre várias enfermidades.

Para o mês as DR se apresentaram em menor proporção se comparado aos

períodos anteriores, ficando evidente a atuação das condições do tempo na incidência dos

casos,contudo se comparado às distribuição das demais enfermidades ao longo do mês, as

DR estão sempre presentes e de forma bem distribuida. Contudo, as outras enfermidades se

apresentam de forma mais acentuada, com maior proporção nos casos, como observado na

figura 22.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 45: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

44

Figura 22: Enfermidades registradas para o (HE) em novembro/2009 e o registro dos valores de temperatura máxima e mínima para a mesma. Fonte: CPTEC/INPE, 2010; SILVA, A. L. P. C., 2010.

• Mês de Dezembro (2009) - quanto aos casos observados no HE para o mês,

foram atendidas 161 crianças, das quais 36 apresentaram algum tipo de DR, 19 apresentaram

alergias e os demais casos distribuídos entre variadas enfermidades. Assim, fazendo uma

comparação, dos casos totais apenas 22,36% estão inseridas nos casos de DR, todas as

demais enfermidades juntas somam 77,64% dos problemas.

A umidade para o mês foi alta, devido ser um período marcado por constantes

precipitações. A temperatura registrou mínima de 19°C e máxima de 36°C, observando que

houveram dois picos de DR, um para o dia 01 e outro para o dia 22, estando a umidade para

o primeiro pico em 64%, a temperatua mínima 21,5°C e a máxima 27,5°C, para o segundo

apresentando 83%, a temperatura mínima 20°C e a máxima 34°C.

O hospital não teve registros do dia 24/12 ao dia 31/12, devido o recesso de fim

de ano, período em que geralmente os pacientes também deixam de procurar atendimento

médico, o fazendo apenas em casos extremos de urgência ou emergência. As temperaturas

no geral foram elevadas, apresentando mínimas de 19°C e máximas de 36°C. A proporção

das DR’s foi equiparada a das alergias como exposto na Figura 23, que forma a segunda

causa de enfermidades, com 19 casos.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 46: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

45

Figura 23: Enfermidades registradas para o (HE) em dezembro/2009 e o registro dos valores de temperatura máxima e mínima para a mesma. Fonte: CPTEC/INPE, 2010; SILVA, A. L. P. C., 2010.

• Mês de Janeiro (2010) - observando os dados do HE, tem-se um total de 221

atendimentos, dos quais 44 estão entre as DR, seguidos de alergias, com 49 casos e as

diversas outras doenças num total de 128 registros. Desse modo, 19,90% dos atendimentos

foram relacionados a DR e os demais, 80,10% distribuídos entre as diferentes outras

enfermidades para o mês de coleta de dados.

Do dia primeiro de janeiro de 2010 ao dia 07 do mês, não houveram registros de

atendimento. Os casos mais registrados foram para o dia 08, 11 e 12, somando de 05 a 07

atendimentos relacionados a DR’s.

A temperatura mínima registrada foi 19,5°C e a máxima de 37°C, como

observado na Figura 22, estando os maiores indíces de temperatura entre os dias 09 a 21 e 26

a 28. Já a umidade esteve em 82%, 64%, 73%, 100% e 80% respectivamente. As DR’s

estão praticamente na mesma proporção que as alergias, ocupando juntas menos atuação

para o período, sendo as demais enfermidades mais representativas para o mês.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 47: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

46

Figura 24: Enfermidades registradas para o (HE) em janeiro/2010 e o registro dos valores de temperatura máxima e mínima para a mesma. Fonte: CPTEC/INPE, 2010; SILVA, A. L. P. C., 2010.

Considerando a pesquisa realizada nos dois hospitais da cidade de Iporá, o HMI

e o HE, constatou-se que para o trimestre maio/jun/julho/2009 a proporção de atendimentos

de DR foi muito elevada se comparada às demais enfermidades, totalizando 43,89% dos

atendimentos enquanto os demais atendimentos somaram 56,11% dos casos.

Observa-se que para o trimestre nov/dez/2009 e jan/2010 a média de

atendimentos dos dois hospitais foi de 30,78% casos de DR’s, enquanto as demais

enfermidades somaram 69,22% dos pacientes atendidos, evidenciando que alguns extremos

climáticos afetam de forma direta na saúde humana. (AYOADE, 1986 p. 290).

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 48: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

47

4- Considerações Finais

A compreensão dos elementos climáticos foi essencial ao analisar o

desencadeamento das enfermidades relacionadas ao trato respiratório, já que a atuação da

temperatura máxima e mínima, sua variação, aliado ao tempo seco ou úmido, propiciaram a

elevação do número de casos. Para os trimestres referidos, os resultados encontrados

serviram para confirmar os questionamentos existentes, mostrando que realmente a atuação

do clima tem influência direta na saúde da população infantil.

Para os três primeiros meses, caracterizados como secos, as temperaturas amenas

e a amplitude térmica muito elevada, contribuiram para elevar o número de atendimentos

hospitalares para as DR’s, entendendo que a proporção dos casos, foi significativamente

grande, se comparada ao número dos demais atendimentos, mesmo sendo estes distribuídos

em vários tipos de enfermidades. Concluiu-se para o período seco um total de 56,11% de

atendimentos a vários enfermidades e para as DR registrou-se o equivalente a 43,89% de

atendimentos.

Avaliando os meses úmidos, entende-se que a proporção de casos de DR foi

menor se comparada ao período seco contudo, foi considerável a atuação das DR na saúde

da população infantil, já que esteve presente em todos os momentos. Para o trimestre foram

registrados um total de 69,22% de atendimentos por motivos diversificados, já a proporção

para as DR foi de 30,78%.

Assim, reconhece-se a atuação direta dos elementos climáticos sobre a

população, entendendo que a atuação da humanidade no meio ambiente causa diversos

danos à natureza, contudo, deve-se compreender que as alterações resultantes desse

processo, são sentidas pelo próprio ser humano, porém, não há um reconheçimento desses

maléficios de modo a promover uma mudança de atitude na população e nas grandes

empresas capitalistas, que são umas das maiores causadoras de danos ao meio ambiente.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 49: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

48

REFERÊNCIAS

ALVES, E. D. L.; SPECIAN, V. Caracterização do Balanço Hídrico e Clima do Município de Iporá (Go). In.1º Encontro de Divulgação da Produção Científica do Oeste de Goiás. 2008. p.1-22.Disponível em meio digital (CD Room). ALVES, E. D. L. Caracterização da temperatura e umidade do ar nos espaços intra-urbanos de Iporá-GO. Universidade Estadual de Goiás – Unidade Universitária de Iporá, Departamento de Geografia. Iporá, 2008. AMORIN, M. C.; CASTILHO, E. da C. T. A temperatura e umidade relativa do ar na área urbana – rural de Birigui – SP: Episódios de verão e inverno. Disponível em meio digital Cd room, 2005. AYOADE, J. O.; SANTOS M. J. Z. (Trad.). Introdução à climatologia para os trópicos. Suely Bastos (Rev.). São Paulo; DIFEL, p 290-291, 1986. BAKONYI, S. M. C.. In:_____. Poluição do ar e doenças respiratórias em Curitiba-PR. Curitiba: Editora da Universidade Federal do Paraná, 2004. Introdução. Disponível em: <http: //www.scielo.br/pdf/rsp/v38ns/2178.pdf >. Acesso em: 28 mar. p. 695-700, 2010. BARROS, J. R. A chuva no Distrito Federal: o regime e as escepcionalidades. 2003. 221p. Dissertação – Instituto de Geociências e Ciências Exatas. Universidade Estadual Paulista. Rio Claro. ______. Tipos de tempo e incidência de doenças respiratórias: um estudo geográfico aplicado ao Distrito Federal.2006. Tese - Universidade Estadual Paulista. Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Campus Rio Claro. São Paulo, 2006. p 10. CAVALCANTE, I. F. de A.[et al] organizadores. Tempo e clima no Brasil: clima da região Centro-Oeste do Brasil. São Paulo: Oficina de textos, 2009, p.235. CENTRO DE PREVISÃO DE TEMPO E ESTUDOS CLIMÁTICOS. (CPTEC/INPE). Carta sinótica do Brasil. <http://www.infoclima1.cptec.inpe.br/ >. Acesso em 28 de maio de 2010. ______. Imagem do satélite NOAA. Focos de queimada. <http://infoclima.cptec.inpe.br/~rinfo/pdf_infoclima/200905> Acesso em 10 de out. de 2010. ______. Dados de temperatura e umidade. <http://infoclima.cptec.inpe.br/~rinfo/pdf_infoclima/200905>. Acesso em 10 de out. de 2010.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 50: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

49

______. Dados de temperatura e umidade. <http://infoclima.cptec.inpe.br/~rinfo/pdf_infoclima/200906>. Acesso em 10 de out. de 2010. ______. Dados de temperatura e umidade. <http://infoclima.cptec.inpe.br/~rinfo/pdf_infoclima/200907 10/10/10 23:21>. Acesso em 10 out. de 2010. ______. Dados de temperatura e umidade. <http://infoclima.cptec.inpe.br/~rinfo/pdf_infoclima/200911 10/10/10>. Acesso em 10 out. de 2010. ______. Dados de temperatura e umidade. <http://infoclima.cptec.inpe.br/~rinfo/pdf_infoclima/200912 10/10/10>. Acesso em 10 out. de 2010 ______. Dados de temperatura e umidade. <http://infoclima.cptec.inpe.br/~rinfo/pdf_infoclima/201001 10/10/10 23:23>. Acesso 10 out. 2010. CHIESA, A. M. FRACOLLI, R. A. SALLES, F. T. Cuidado domiciliar a crianças menores de cinco anos pós internação por IRA. In: ______ Atenção Integrada às Doenças Prevalecentes na Infância: implantação e avaliação no Brasil. Ed. Fiocruz. Rio de Janeiro. 2006, 311-328. CONSOLI, R. A. G. B.; OLIVEIRA, R. L. Principais mosquitos de importância sanitária no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 1994, p. 116. FREITAS, C. M. de; PORTO, M. F. Saúde ambiente e sustentabilidade. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2006. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. (IBGE). HISTÓRICO DA FORMAÇÃO TERRITORIAL DE IPORÁ. Disponível em <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel.php?codmun=521020#> Acesso em 08 de Maio de 2010, 2009. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Senso dos municípios goianos 2009. Disponível em <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1>. Acesso em 10 de mar. de 2010. LACAZ, C. da S.; BARUZZI, R. G.; SIQUEIRA JR. W. Introdução à geografia médica do Brasil. Edgard Blucher, Ed. da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1972. LONGO, M. JORNAL O POPULAR: Temperatura e desmatamento aumentam chance de doenças. Dsiponível no dia 24 de maio de 2010, p 10.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 51: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

50

MARTINS. L. A.; SALES, G. K. Condicionantes atmosféricos e seus reflexos na saúde humana, p. 01-09, 2006. MONTEIRO, C. A. F.. A Dinâmica Climática e as Chuvas no Estado de São Paulo (estudo geográfico sob a forma de atlas). São Paulo: Instituto de Geografia – Universidade de São Paulo. 1973. ______. Análise Rítmica em Climatologia – problemas da atualidade climática de São Paulo e achegas para um programa de trabalho. São Paulo – USP, Instituto de Geografia, p. 06, 1971. NETO, J. L. S.; SOUZA, C. G.. Hygeia Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde. Ano 2008. NIMER, Edmon. Circulação Atmosférica no Brasil. Revista Brasileira de Geografia. p. 232, 1966. SARTORI, M. da G. B. [et al]. Sazonalidade, tipos de tempo e doenças do aparelho respiratório em Santa Maria-RS. Santa Maria, 2003. Disponível em meio digital (CD Room). SUPERINTENDÊNCIA DE PESQUISA E INFORMAÇÃO. (SEPLAN). Perfil dos municípios goianos. 2008. <http://www.seplan.go.gov.br/sepin>. Acesso em 05 de maio de 2010.

SILVA, W. S. Mapa do Estado de Goiás e localização do município de Iporá. Iporá, 2008. Não publicado. SIGAUD, C. H. S.; REIS, A. O. A. Atenção à criança com infecções respiratórias agudas em serviço de saúde. In: ______: Atenção integrada às doenças prevalecentes na infância: implantação e avaliação no Brasil. Rio de Janeiro: Fio Cruz, 2006. p 357-375. SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA DA SAÚDE II. Apresentação. Anais. Rio de Janeiro-RJ, 2005. TELÉSFORO, H. A. [et al]. A dispersão de poluentes e as condições meteorológicas locais da cidade de Rondonópolis-MT. Rondonópolis, 2004. Disponível em meio digital (CD Room).

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 52: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

51

ANEXOS

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 53: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

52

ANEXO I

TABELA - UMIDADE RELATIVA DO AR PARA IPORÁ-GO (%)

DIA MAIO./2009 JUN./2009 JUL./2009 NOV./2009 DEZ./2009 JAN./2010 01 58 68 62 73 64 100

02 60 62 48 66 25 100 03 58 61 69 74 100 78

04 71 45 53 71 92 62 05 100 60 38 97 100 63

06 78 60 52 83 100 72 07 55 49 49 58 100 90

08 55 50 52 96 100 95 09 60 72 62 73 75 82

10 70 68 52 71 100 82 11 62 69 54 100 66 100

12 68 78 68 75 59 75 13 62 82 50 75 84 77

14 67 68 52 72 84 69 15 75 52 50 75 80 84

16 85 93 49 62 89 78 17 79 100 43 55 70 83

18 80 80 49 50 85 63 19 81 75 45 60 65 67

20 68 65 42 86 50 62 21 62 62 43 67 100 64

22 61 50 42 83 83 80 23 62 49 50 72 75 100

24 65 52 68 87 59 80 25 68 62 90 61 78 79

26 92 59 56 68 83 73

27 60 78 63 69 100 100 28 68 70 60 61 99 80

29 58 65 42 88 94 40 30 50 51 57 97 91 96

31 68 46 88 83 Quadro 1: Umidade relativa do ar para Iporá-Go. Fonte: CPTEC/INPE, 2010.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 54: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

53

ANEXO II

TABELA – TEMPERATURA MÁXIMA PARA IPORÁ-GO (°C)

DIA MAIO./2009 JUN./2009 JUL./2009 NOV./2009 DEZ./2009 JAN./2010 01 34,5 32,5 33,5 35 27,5 31,5

02 33,5 29,5 33,5 31 32 28,5 03 33 27 33,5 32 31 29,5

04 32,5 25,5 33,5 32,5 27,5 33,5 05 32 30,5 33 33 30,5 35,5

06 30,5 34 33 30,5 30,5 36,5 07 33 33,5 33,5 32 23,5 33,5

08 33 33 33 34 23 33,5 09 33 32,5 31 33 28 31

10 34 31,5 32 34,5 32 31 11 34 31 32,5 35,5 31 34

12 34 33,5 32 31 31,5 31,5 13 34 33,5 29 34,5 34,5 34

14 34 29,5 34,5 35 32,5 32,5 15 31,5 32,5 33,5 34 31,5 35

16 30,5 34 35,5 34,5 33,5 34 17 27 21,5 34,5 38,5 33 35

18 32 26,5 33,5 38,5 34 36,5 19 33 31 34 37 33,5 37

20 30,5 33 34 35,5 35 35 21 30,5 32 34 31,5 34,5 36

22 31,5 33,5 33,5 31 34 34,5 23 31,5 31 33,5 34 35,5 31,5

24 32,5 32 35 35,5 33,5 29,5 25 32,5 33,5 33,5 32 36 31,5

26 32 33,5 33 33,5 32 32

27 33,5 34 37 32,5 32 33,5 28 33 34 35,5 33 27 31

29 34 33 35,5 35 29 30,5 30 33 33,5 35,5 35 28 32,5

31 34 36 32,5 34,5 Quadro 2: Temperatura Máxima para Iporá-Go. Fonte: CPTEC/INPE, 2010.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 55: Condicionantes Climáticos e Sua Influência Nos Casos de Doenças Respiratórias Em Crianças de 0 a 10 Anos Na Cidade de Iporá GO

54

ANEXO III

TABELA – TEMPERATURA MÍNIMA PARA IPORÁ-GO (°C)

DIA MAIO./2009 JUN./2009 JUL./2009 NOV./2009 DEZ./2009 JAN./2010 01 17 17,5 15 21,5 21,5 21,5

02 16 13,5 14,5 21 20,5 21,5 03 15 8,5 13,5 21,5 21 21

04 16 9,5 13,5 22 21 21 05 17 14 14 21 21 21

06 15,5 16,5 14 21,5 21,5 21 07 15 13,5 15,5 21 20,5 21,5

08 15,5 13 16,5 20,5 21 21,5 09 16,5 18 15,5 21,5 21,5 20,5

10 19,5 15,5 15 22 20 19,5 11 19 15,5 17,5 21 21 20,5

12 18,5 17 16 20 20 20 13 17,5 16,5 14 21,5 21,5 21,5

14 17,5 14 17 22,5 21,5 21 15 20 14,5 17,5 23,5 21 21,5

16 20 15,5 17 21 19 21 17 17 17 18 22,5 21,5 21,5

18 17 15 14,5 22 19,5 21 19 18 15 14,5 22 21 22,5

20 16,5 15,5 14 21 20,5 19,5 21 15,5 17,5 15,5 22 20,5 21,5

22 14,5 14 16,5 22 20 20,5 23 14 12 15 22 20,5 20,5

24 16,5 13,5 18,5 21 20,5 20,5 25 17,5 15 15 22 22 22

26 17 17 16 20,5 21 21

27 18 17,5 18 20,5 21,5 22 28 17,5 16,5 17,5 21 21,5 21

29 15 17 15 22,5 21,5 21 30 16 16 15,5 21,5 21,5 21

31 18,5 16 21,5 21,5 21,5 Quadro 3: Temperatura Mínima para Iporá-Go. Fonte: CPTEC/INPE, 2010.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.