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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
CONDIÇÕES PERIODONTAIS EM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES DE SETE A 14 ANOS MONITORADAS
PELO PROGRAMA DE SAÚDE PÚBLICA BUCAL DA
CIDADE DE IPATINGA-MG: UMA AVALIAÇÃO PELO
MÉTODO PSR PARCIAL E TOTAL
Lêda Marina de Lima Araújo
BELO HORIZONTE 2004
LÊDA MARINA DE LIMA ARAÚJO
CONDIÇÕES PERIODONTAIS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
DE SETE A 14 ANOS MONITORADAS PELO PROGRAMA DE
SAÚDE PÚBLICA BUCAL DA CIDADE DE IPATINGA-MG: UMA
AVALIAÇÃO PELO MÉTODO PSR PARCIAL E TOTAL
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado da Faculdade de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como pré-requisito para a obtenção do título de Mestre em Clínicas Odontológicas, com ênfase em Periodontia. Orientador : Prof. Dr. Elton Gonçalves Zenóbio Co-Orientador : Prof. Dr. Fernando de Oliveira Costa
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
BELO HORIZONTE
2004
FICHA CATALOGRÁFICA Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Bibliotecária – Eunice dos Santos – CRB 6/1515
Araújo, Lêda Marina de Lima
Condições periodontais em crianças e adolescentes de sete a 14 anos monitoradas pelo programa de saúde pública bucal da cidade de Ipatinga-MG: uma avaliação pelo Método PSR Parcial e Total / Leda Marina de Lima Araújo. – Belo Horizonte, 2005.
110f. :il. Orientador: Prof. Dr. Elton Gonçalves Zenóbio
Co-orientador: Prof. Dr. Fernando de Oliveira Costa. Dissertação (mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Faculdade de Odontologia.
Bibliografia.
1. Periodontia. 2. Periodontite. 3. Gengivite. I. Zenóbio, Elton Gonçalves. II. Costa, Fernando de Oliveira. III. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.Faculdade de Odontologia. III. Título.
CDU: 616.311.2
A663c
DEDICATÓRIA
Ao Lamir, por seu amor, apoio, segurança
e grande ajuda em todos os momentos de nossas vidas.
À minha querida Cláudia “Minha saudade é a presença de sua ausência...”
Por muito tempo achei que a ausência é falta. E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim. E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
Que rio e danço e invento exclamações alegres, Porque a ausência, essa ausência assimilada,
Ninguém a rouba mais de mim. (Carlos Drummond de Andrade)
Aos meus filhos Luiz e Leonardo, pelo carinho, incentivo e apoio em todos os momentos.
“É impossível pensar em vocês sem lembrar do amor, falar de vocês sem mencionar o amor, viver com vocês sem aprender a amar.”
Aos meus pais, pelo exemplo de força e coragem que fizeram com que nunca desistisse dos meus sonhos. Pelos princípios de solidariedade e respeito que me guiam por toda vida.
Aos meus irmãos Vocês estiveram ao meu lado durante esses anos, torcendo, sofrendo e vibrando
como se os desafios, tropeços e conquistas também fossem seus. Souberam respeitar as minhas limitações e ausências, tiveram sempre um gesto de carinho e
palavras amigas para me oferecer. Proporcionaram apoio e segurança, me estimulando a caminhar.
AGRADECIMENTOS
A Deus
Enfrentando longo tempo nessa estrada, ensinaste-me a ser paciente;
testemunha das dificuldades do percurso, fostes também aliado na superação.
Ainda que alguns entendam como acaso, ou mesmo sorte, que eu saiba no correr
dos meus dias corresponder à Tua confiança; que no momento da chegada, eu
possa me lembrar da partida, do teu impulso inicial, na inspiração firme e carinhosa,
que repetia sempre:
-Vai!
Ao meu orientador Professor Dr. Elton Gonçalves Zenóbio,
pelo constante apoio e incentivo ao crescimento profissional.
Minha admiração e eterna gratidão.
Ao Professor Dr. Fernando de Oliveira Costa,
meu reconhecimento pela exemplar dedicação ao ensino, apoio incondicional e
preciosas orientações.
Ao Departamento de Odontologia da Prefeitura Municipal de Ipatinga,
coordenado pela Dra. Gisele Coutinho Brandão pela imensa cooperação na
realização desse trabalho.
Ao Professor Dr. Roberval de Almeida Cruz,
pela atenção, competência e dedicação aos alunos do mestrado.
Às secretárias Angélica e Silvânia, pela atenção e amizade.
À Maria Inêz Vieira Machado,
pela competência e disponibilidade na formatação deste trabalho.
Ao Leonardo Henrique,
minha gratidão pelo incentivo e grande ajuda durante todo o curso.
À Lúcia Medeiros,
pela amizade e incentivo. Meu carinho e eterna gratidão.
À Sandra Guimarães,
pela atenção, carinho e grande contribuição neste trabalho.
À Erika Storck,
pela presença amiga em todos os momentos, e valiosa colaboração na elaboração
deste trabalho. Meu reconhecimento e gratidão.
À Andréa Cabral,
o meu muito obrigada pela ajuda na coleta de dados.
À Janaína e Nicélia,
pelo apoio e companheirismo nesta jornada. Muito obrigada.
Aos mestres
Crescemos percorrendo este caminho sonhado por nós e orientado por vocês.
Aos colegas
Caminhar é preciso. Chegar, uma vitória. Alguém para dividir tarefas e
responsabilidades, compartilhar incertezas e inseguranças. A presença, o carinho, a
palavra... Aqui estamos nós. Alguns amigos, alguns colegas, outros irmãos,
deixando-nos reféns de um sentimento estranho e gratificante, que nos faz vibrar
com a possibilidade utópica de que esse nosso momento seja eterno. Obrigada,
colegas!
“Pegue um sorriso e doe-o a quem jamais o teve.
Pegue um raio de sol e faça-o voar lá onde reina a noite.
Descubra uma fonte e faça banhar-se quem vive no lodo.
Pegue uma lágrima e ponha-a no rosto de quem jamais chorou.
Pegue a coragem e ponha-a no ânimo de quem não sabe lutar.
Descubra a vida e narre-a a quem não sabe entendê-la.
Pegue a esperança e viva na sua luz.
Pegue a bondade e doe-a a quem não sabe doar.
Descubra o amor e faça-o conhecer ao mundo".
MAHATMA GHANDI
RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar por meio do exame periodontal
simplificado (PSR) as condições periodontais de 16.094 escolares de sete a 14 anos
de idade matriculados na rede municipal de Ipatinga, Minas Gerais, e que estão
inseridos no programa de saúde bucal. A amostra foi constituída de 532 indivíduos,
que foram divididos em dois grupos: 272 indivíduos no Grupo 1 (sete a 10 anos) e
260 no Grupo 2 (11 a 14 anos). O exame foi realizado de acordo com as diretrizes
dos métodos PSR parcial e total. Os dados obtidos demonstraram que dentro da
metodologia do PSR parcial para o Grupo 1, o código mas prevalente foi o código 1,
com 64,7% dos indivíduos exibindo tal código e o menos prevalente foi o código 4,
em que não houve ocorrência. Para o Grupo 2, os códigos mais e menos
prevalentes foram os códigos 1 e 4, que ocorreram com 68,5% e 0,4% dos
indivíduos, respectivamente. Dentro da metodologia do PSR total, os códigos mais e
menos prevalentes para o Grupo 1 foram os códigos 1 e 4, com 66,5% dos
indivíduos apresentado código 1 e nenhum apresentou o código 4. No Grupo 2 os
códigos mais e menos prevalentes foram, também, os códigos 1 e 4, que foram
exibidos por 71,2% e 0,4% dos indivíduos, respectivamente. Quanto à prevalência
do código *, que se refere à recessão periodontal, em relação ao PSR parcial ela foi
de 2,4% e em relação ao total, de 3,75%. A concordância entre os métodos PSR
total e parcial foi de 0,830; p<0,001 (teste Kappa). Conclui-se que todos os
indivíduos da pesquisa apresentaram alguma necessidade de tratamento, sendo o
código 1 o mais prevalente, considerando-se o PSR parcial em G1 ele esteve
presente em 25% dos indivíduos e em G2 em 21,9%. No PSR total 21% dos
indivíduos de G1 e 16,2% de G2 apresentaram esse código. Os códigos 3 e 4 foram
os menos prevalentes, no PSR parcial 1,5% dos indivíduos tanto de G1 quanto de
G2 apresentaram o código 3 e 0,4% dos indivíduos de G2 apresentaram o código 4.
Já no PSR total 1,8% dos indivíduos de G1 e 3,1% de G2 apresentaram o código 3 e
0,4% dos indivíduos de G2 apresentaram o código 4. Dada a excelente
concordância observada entre os métodos, o PSR parcial pode ser utilizado com
eficiência na triagem das necessidades de tratamento periodontal em crianças e
adolescentes.
ABSTRACT
The purpose of this study was to appraise, through the Periodontal
Screening and Recording System (PSR) , the periodontal conditions of 16,094 school
children and adolescents, in the age group 7-14, enrolled at the county school district
of Ipatinga, Minas Gerais, Brazil, who were participants in the “Oral Cavity Health
Program”. The sampling consisted of 532 children, divided into two groups, viz.: 272
children in Group 1 (7-10 age group) and 260 pre-adolescents and adolescents in
Group 2 (11-14 age group). The examination was carried out in compliance with the
guidelines of the Partial and Total PSR System. Data found showed that within the
Partial PSR System methodology for Group 1, the most prevalent was code 1, with
64.7% of the persons examined presenting this code while the least prevalent was
code 4, showing no occurrence thereof. In Group 2, the most prevalent was code 1
and the least prevalent code 4, having occurred with 68.5% and 0.4% of the persons
studied, respectively. Within the methodology of Total PSR, the most prevalent for
Group 1 was code 1 and the least prevalent was code 4, with 66.5% of the persons
studied presenting code 1 and none presenting code 4. In Group 2 the most
prevalent was also code 1 and the least prevalent was code 4, found in 71.2% and
0.4% of the persons studied, respectively. As to the prevalence of code *, concerning
periodontal recession, it was 2.4% vis a vis Partial PSR and 3.75% vis a vis Total
PSR. The concordance between Total PSR and Partial PSR Systems was 0.830;
p<0,001 (Kappa Test). The conclusion was that all persons in the research show
some need of treatment, with code 1 having been the most prevalent. Considering
Partial PSR in Group 1, it was found in 25% of people studied and in Group 2,
21.9%. In Total PSR 21% of tested persons in Group 1 and 16.2% in Group 2
presented this code. Codes 3 and 4 were the least prevalent; in Partial PSR 1.5% of
the persons studied both in Group 1 and in Group 2, presented code 3 and 0.4% of
persons in Group 2 presented code 4. As to Total PSR, 1.8% of the persons studied
in Group 1 and 3.1% in Group 2 had code 3 while 0.4% of persons in Group 2 were
found to have code 4. In view of the optimum level of concordance found to exist
between the methods used, the conclusion is that Partial PSR may be used efficiently
in the triage of periodontal treatment needs in children and adolescents.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE ABREVIATURAS
RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO 19
2. REVISÃO DA LITERATURA 23
2.1 Programas de assistência bucal 23
2.2 Características clínicas do tecido gengival 24
2.3 Determinação dos danos aos tecidos periodontais 25
2.4 Parâmetros clínicos periodontais 26
2.4.1 Sangramento gengival 26
2.4.2 Profundidade de sondagem (PS) 27
2.4.3 Nível clínico de inserção (NCI) 27
2.4.4 Perda óssea 28
2.4.4.1 Lesões de furca 29
2.5 Cálculo dental 29
2.6 Doenças periodontais em crianças e adolescentes 30
2.6.1 Gengivite associada à puberdade 32
2.6.2 Periodontites Agressivas 32
2.6.2.1 Periodontite agressiva em dentição decídua
reportada como periodontite pré-puberal 32
2.6.2.2 Periodontite agressiva em dentição permanente
reportada como periodontite juvenil 34
2.6.3 Periodontite crônica 35
2.6.4 Periodontite incipiente do adulto 36
2.6.5 Perda de inserção eventual 36
2.7 Sistematização e indexação da DP 36
2.8 Desenvolvimento da metodologia de exame PSR 41
2.8.1 PSR como exame periodontal em crianças e
adolescentes 47
3. OBJETIVOS 50
3.1 Objetivo geral 50
3.2 Objetivos específicos 50
4. METODOLOGIA 52
4.1 Programa de assistência bucal do município de Ipatinga 52
4.2 Amostra 53
4.3 Critérios de exclusão 55
4.4 Comitê de Ética em Pesquisa 55
4.5 Consentimento livre e esclarecido 55
4.6 Avaliação dos fatores socioeconômicos 56
4.7 Avaliação clínica 56
4.7.1 Estrutura do exame 56
4.7.2 Determinação do código para os sextantes de acordo
com o método parcial 60
4.7.3 Determinação dos códigos para os sextantes de acordo
com o método total 61
4.7.4 Determinação das necessidades de tratamento para os
dois métodos 63
4.7.5 Código * 63
4.8 Exame periodontal completo 63
4.9 Exame radiográfico 64
4.10 Concordância intraexaminador 65
4.11 Análise estatística 66
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 68
5.1 Análise de concordância intraexaminador 68
5.2 A caracterização da amostra quanto ao gênero, faixa
etária, escolaridade do responsável e renda familiar 69
5.2.1 Gênero e faixa etária 69
5.2.2 Escolaridade dos pais / responsáveis 70
5.2.3 Renda familiar 71
5.3 Caracterização da amostra quanto ao PSR 71
5.3.1 Caracterização dos indivíduos quanto ao escore PSR
parcial por sextante 71
5.3.2 Caracterização dos indivíduos quanto ao escore PSR
total por sextante 73
5.3.3 Em relação ao código* 74
5.3.3.1 Em relação ao código * no PSR parcial 75
5.3.3.2 Em relação ao código* no PSR total 75
5.3.4 Caracterização dos indivíduos quanto ao PSR 76
5.3.4.1 Caracterização dos indivíduos quanto ao PSR parcial 76
5.3.4.2 Caracterização dos indivíduos quanto ao escore
PSR total 78
5.3.5 Concordância entre os métodos PSR total e parcial 79
5.4 Perda óssea 80
5.5 Caracterização da amostra quanto às variáveis
pesquisadas: sangramento, profundidade de sondagem e
perda óssea 81
5.5.1 Sangramento 81
5.5.1.1 Em relação à prevalência e à faixa etária 81
5.5.1.2 Em relação à renda familiar 82
5.5.1.3 Em relação à escolaridade dos pais/responsáveis 83
5.5.2 Profundidade de sondagem 85
5.5.2.1 Em relação à prevalência e faixa etária 85
5.5.2.2 Em relação à renda familiar 86
5.5.2.3 Em relação à escolaridade dos pais/responsáveis 87
6. CONCLUSÃO 90
7. REFERÊNCIAS 92
8. ANEXOS 103
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Relação do número de alunos avaliados, por escola e faixa
etária 54
TABELA 2 Análise de concordância entre as duas avaliações
considerando-se o PSR parcial 68
TABELA 3 Análise de concordância entre as duas avaliações
considerando-se o PSR total 68
TABELA 4 Caracterização dos pacientes quanto ao escore PSR parcial
por sextante 73
TABELA 5 Caracterização dos pacientes quanto ao escore PSR total por
sextante 74
TABELA 6 Caracterização dos pacientes quanto ao código* no PSR
parcial 75
TABELA 7 Caracterização dos pacientes quanto ao código* no PSR total
76
TABELA 8 PSR parcial, por indivíduo e faixa etária 77
TABELA 9 PSR total, por Indivíduo e faixa etária 78
TABELA 10 Resultados do teste de Kappa para os escores PSR total e
PSR parcial 80
TABELA 11 Prevalência de alteração nos pacientes avaliados,
considerando-se a faixa etária 82
TABELA 12 Avaliação da influência dos dados sócio-demográficos no
resultado do índice de sangramento 83
TABELA 13 Sangramento gengival e grau de instrução dos
pais/responsáveis 84
TABELA 14 Prevalência de alteração nos pacientes avaliados,
considerando-se a faixa etária 86
TABELA 15 Avaliação da influência dos dados sócio-demográficos no
resultado da profundidade de sondagem 87
TABELA 16 Avaliação da influência da escolaridade dos pais/responsáveis
no resultado da profundidade de sondagem 88
LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 Sonda 621 da OMS 57
FIGURA 2 Condição periodontal conforme código 0 59
FIGURA 3 Condição periodontal conforme código 1 59
FIGURA 4 Condição periodontal conforme código 2 59
FIGURA 6 Condição periodontal conforme código 3 59
FIGURA 6 Condição periodontal conforme código 4 59
FIGURA 7 Divisão dos sextantes para efeito de classificação dos códigos
PSR 62
FIGURA 8 Modelo de sonda Nabers utilizada no estudo 64
FIGURA 9 Modelo de sonda Williams utilizada no estudo 64
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 Caracterização dos pacientes quanto ao gênero 69
GRÁFICO 2 Caracterização dos pacientes quanto à idade 69
GRÁFICO 3 Caracterização dos pais/responsáveis quanto ao grau de instrução 70
GRÁFICO 4 Caracterização da amostra conforme a renda familiar 71
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 Relação das escolas pesquisadas 54
QUADRO 2 Interpretação da estatística “Kappa” 66
LISTA DE ABREVIATURAS
A Gengiva inserida
A.a. Actinomyces Actinocetemcomitans
AAP Academia Americana de Periodontologia
ADA Associação Dentária Americana
CPITN Índice das Necessidades de Tratamento Periodontal da Comunidade
CPOD Dentes Cariados, Perdidos e Obturados.
DP Doenças Periodontais
ESI Índice de Extensão e Severidade
FDI Federação Dentária Internacional
G1 Grupo 1
G2 Grupo 2
II Índice de Indutos
IDP Índice da Doença Periodontal
IG Índice Gengival
INTP índice de necessidade de tratamento periodontal
INTPC Índice das Necessidades de Tratamento Periodontal da Comunidade
IP Índice Periodontal de Russel
M Gengiva marginal
max Máximo
min Mínimo
NIC Nível Clínico de Inserção
OHI Índice de Higiene Oral
OMS Organização Mundial de Saúde
P Papilas
PA Periodontite de adultos
PI Perda de Inserção
PJ Periodontite Juvenil
PMA ( P ) papila; ( M ) gengiva marginal; ( A ) gengiva inserida
PPP Periodontite Pré-Puberal
PPR Periodontite de Progressão Rápida
PS Profundidade de Sondagem
PSR Periodontal Screening and Recording (Registro Periodontal Simplificado)
s.d. Desvio Padrão
1
INTRODUÇÃO
1. INTRODUÇÃO
As doenças periodontais são condições inflamatórias dos tecidos de
proteção e suporte dos dentes causadas pela presença de bactérias subgengivais
gram-negativas (SOCRANSKY et al., 1999; WILLIAMS, et al., 2001; NISHIHARA &
KOSEKI, 2004). Constituem um problema para a saúde pública, pois representam
uma das maiores causas de perda dos elementos dentários, e atingem quase a
totalidade da população. Os pacientes devem, portanto, receber o diagnóstico
periodontal precocemente, de modo que estas doenças sejam identificadas nas suas
formas iniciais, isto é, ainda reversíveis com limitação dos danos (FRISCO &
BRAMSON, 1993).
O conhecimento da distribuição de uma doença em uma comunidade é de
fundamental importância para o planejamento, execução e avaliação de serviços
odontológicos voltados à prevenção e/ou controle da doença, principalmente com
relação às comunidades, tanto em nível nacional quanto internacional (AINAMO,
1984).
Assim sendo, o planejamento e a implantação de programas de saúde
pública para uma comunidade devem estar amparados em metodologias
relacionadas com o atual estado de saúde das mesmas, e desse modo, o processo
para melhorar a saúde bucal em uma dada comunidade envolve muitos
componentes, mas começa pela coleta de dados epidemiológicos (STROHMENGER
et al., 1991).
As informações a respeito da prevalência e gravidade da doença
periodontal, na maioria dos estudos, foram obtidas pelo índice INTPC (Índice das
Necessidades de Tratamento Periodontal de uma Comunidade) e os dados de mais
de quinhentos estudos sobre as condições periodontais estão armazenadas no
Banco Global de Dados Orais da Organização Mundial de Saúde (MOREIRA, 1996).
A epidemiologia da doença periodontal, à procura de critérios uniformes
de classificação e nomenclatura, evoluiu com o desenvolvimento dos índices,
favorecendo a detecção precoce da doença periodontal, ato essencial para reduzir a
proeminente perda prematura dos dentes (FURUYA, 1992). A pesquisa de índices
epidemiológicos que sejam auxiliares na detecção precoce das doenças
periodontais e possuam propriedades para determinar a realidade de seu processo e
as necessidades específicas no seu tratamento constituem ainda um desafio
(RAMFJORD & ASH JR., 1991).
No início da década de 90 foi desenvolvido nos Estados Unidos o
Periodontal Screening and Recording (PSR). O PSR é um registro periodontal
simplificado originado a partir do INTPC com o propósito de detectar precocemente a
doença periodontal, apresentando as necessidades de tratamento e
consequentemente melhorar a saúde bucal da população (FRISCO & BRAMSON,
1993).
O PSR não é de utilização exclusiva em adultos, e assim, pode também
avaliar crianças e adolescentes. A doença periodontal restrita aos tecidos gengivais
ou com perda de inserção pode ser encontrada em crianças e adolescentes, e o
diagnóstico precoce é um passo importante para prevenir a perda de elementos
dentários por motivos periodontais (PIAZZINI, 1994).
No município de Ipatinga, Minas Gerais, é realizado um programa de
atenção à saúde bucal em escolares de seis a 14 anos de idade. Este programa é
constituído principalmente por ações preventivas tais como instrução e motivação da
higiene bucal, aplicação de selantes, flúor tópico, escovação supervisionada e
bochecho com fluoreto de sódio 0,2% semanais. Assim, o índice CPOD (dentes
cariados perdidos e obturados) que era de 6,8 em 1989 quando da implantação do
programa foi reduzido para 0,69 em 2000 (Prefeitura Municipal de Ipatinga, 2004).
Entretanto, apesar destes bons resultados em relação à doença cárie
dentária não existem dados que revelem a condição periodontal dessa população,
fato esse, que justificou esse estudo, o qual avaliou por meio do PSR total e parcial
o estado periodontal dessas crianças inseridas neste programa de atenção à saúde
bucal.
2
REVISÃO DA LITERATURA
2. REVISÃO DA LITERATURA
Esta revisão de literatura aborda os programas de assistência bucal e os
parâmetros clínicos periodontais avaliados na metodologia do PSR e dos principais
índices para avaliação de condição periodontal.
2.1 Programas de assistência bucal
A cobrança crescente da sociedade civil por resultados que atestem o
correto uso dos recursos públicos no campo da promoção de saúde, o limitado
sucesso de muitos programas, o desconhecimento dos efeitos e impactos
produzidos pelos investimentos realizados nas políticas públicas e nos programas e
projetos de desenvolvimento social têm feito com que os governos, organizações
não governamentais,fundações de corporações públicas e privadas e países
doadores reivindiquem cada vez mais a inclusão de metodologias de monitoramento
e avaliação de processos, resultados e impacto dos programas implementados
(AKERMAN et al., 2002).
De acordo com GJERMO et al. (2002), os programas de assistência à
saúde bucal são praticamente inexistentes na América Latina. No Brasil, dados
obtidos de um levantamento epidemiológico realizado entre 2002 e 2003
demonstram que a condição bucal da população brasileira está muito aquém das
metas estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Federação
Dentária Internacional (FDI) para o ano 2002 no que se refere à doença cárie. A
única exceção foi encontrada nos indivíduos na faixa de 12 anos, que apresentaram
CPOD igual a 2,78 (o índice CPOD preconizado pela OMS é de 3,0). No que se
refere às doenças periodontais, 53,8% dos indivíduos na faixa etária de 15 a 19
anos exibiram alguma alteração periodontal (BRASIL, 2004).
As doenças cárie e periodontal são um dos maiores problemas de
saúde pública em Odontologia, sendo imprescindível a implementação de programas
públicos voltados para a prevenção e educação em saúde bucal (LIMA, 1992;
MASTRANTÔNIO & GARCIA, 2002; SHEIHAM & NETUVELI, 2002).
No município de Ipatinga (Minas Gerais) foi implementado em 1989 um
programa odontológico escolar baseado no sistema de inversão de atenção. Este
programa é direcionado a escolares na faixa etária de seis a 14 anos de idade,
sendo seu principal pilar as ações preventivas. O índice CPOD exibido pelos
indivíduos dessa faixa etária caiu de 6,8 em 1989, para 0,69 em 2000 (Prefeitura
Municipal de Ipatinga, 2004).
Visto sob este prisma, os programas educativos-preventivos devem ser
adequados à idade, ao nível social, cultural, educacional e econômico da população
alvo, devendo ser aplicados de maneira contínua e em intervalos periódicos
(SANTOS MIELE et al., 2000; KALLIO, 2001).
2.2 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DO TECIDO GENGIVAL
A gengiva sadia adapta-se perfeitamente em volta dos dentes,
preenchendo cada espaço interproximal entre esses, até a área de contato.
Apresenta-se com a coloração rosa-pálido, com variações individuais de
pigmentação, ceratinização, espessura epitelial e vascularização. Sua superfície é
fosca, não sangra facilmente e em 40% dos adultos exibe um aspecto de “casca de
laranja” (AINAMO & LÖE, 1966).
As características das doenças periodontais (DP) envolvem sinais de
inflamação e danos aos tecidos periodontais. Todas as DP induzidas por placa
bacteriana apresentam um ou mais sinais de inflamação. Os sinais cardinais de
inflamação são quatro: eritema, edema, calor e sensibilidade dolorosa. Associada a
estes sinais, a inflamação pode exibir sangramento à sondagem, supuração, e
ulceração.
A mudança na coloração (eritema) é um dos sinais mais comuns da
inflamação gengival que ocorre devido ao aumento da vascularização local da área
afetada. Os tecidos podem apresentar diversas tonalidades avermelhadas. Sua
presença não está associada a um maior risco de progressão da doença.
O edema ocorre devido ao acúmulo de fluidos nos tecidos, provenientes do
aumento na permeabilidade vascular na região da inflamação. Sua presença não
está associada a um maior risco de progressão da doença.
A maioria das DP é indolor. A dor pode estar relacionada a formas graves
de periodontite onde se têm ulcerações, por exposição do tecido conjuntivo, ou
exposição do osso alveolar no caso de osteomielite (ARMITAGE, 1995; 2004a, b;
BAELUM & SCHEUTZ, 2002).
2.3 DETERMINAÇÃO DOS DANOS AOS TECIDOS PERIODONTAIS
Para se determinar clinica e radiograficamente os danos causados aos
tecidos periodontais pode-se utilizar: detecção radiográfica de perda óssea,
mensuração da profundidade de sondagem e perda de inserção (ARMITAGE, 1995;
2004a, b).
2.4 Parâmetros clínicos periodontais
As características clínicas podem ser avaliadas pelos índices de
sangramento, profundidade de sondagem, nível clínico de inserção que são
utilizados para o diagnóstico das DP, sendo de grande relevância para a detecção
da presença de doença e grau de comprometimento do periodonto (BADERSTEN,
NILVÉUS, EGELBERG, 1990).
2.4.1 Sangramento gengival
Dentre os indicadores de inflamação gengival, o sangramento é bastante
difundido e pode ser percebido à leve sondagem, ocorrendo devido às
microulcerações presentes no epitélio do sulco. Foram desenvolvidos vários índices
ou graduações a fim de caracterizar a aparência do sangramento à leve sondagem
da gengiva inflamada (ARMITAGE, 1996.)
Quando utilizada de forma correta, com o cuidado necessário e sem força
excessiva, a sondagem revela dados referentes à profundidade da bolsa periodontal
e pode apresentar um dos sinais mais precoces da inflamação, o sangramento. Em
relação ao seu significado clínico, o sangramento à sondagem apresenta baixo valor
preditivo para progressão e/ou recorrência da DP (HAFFAJEE, SOCRANSKY,
GOODSON, 1983).
O sangramento gengival é um sinal preciso da inflamação e sua presença
é um indicador seguro da presença de gengivite. Contudo, sua ausência não indica
saúde gengival em todos os indivíduos (MEITNER et al., 1979; TOEVS & LUKKEN,
1990).
2.4.2 Profundidade de sondagem (PS)
A PS é definida como a distância da margem gengival à base do sulco ou
da bolsa periodontal. No sulco gengival clinicamente saudável ela raramente excede 2
a 3mm (ARMITAGE,1996, TUNES & RAPP, 1999).
A profundidade de sondagem não é, necessariamente, uma medida
confiável de extensão da perda de inserção sobre a superfície radicular uma vez que
podem ocorrer variações da margem gengival tomada como referência para a
medida.
Da mesma forma que o tipo de sonda (espessura, contorno, angulação,
marcação dos milímetros), o dente (forma, posição, contorno), a força empregada
pelo examinador durante a sondagem e a natureza do tecido (presença de infiltrado
de células inflamatórias nos tecidos moles) constituem elementos para obtenção de
falsos resultados (ARMITAGE, 1996).
2.4.3 Nível clínico de inserção (NCI)
O nível clínico de inserção é definido como a distância da junção
cemento-esmalte ao fundo do sulco ou da bolsa periodontal. Ele constitui uma
importante medida, pois representa uma aproximação clínica da perda de tecido
conjuntivo da superfície radicular (ARMITAGE, 1996; SOARES & VARGAS, 2001;
SUSIN, AZEVEDO, RÖSING, 1997).
2.4.4 Perda óssea
A perda óssea pode ser detectada por exame radiográfico que fornece
informações da altura e da configuração do osso alveolar interproximal. Dentre as
técnicas radiográficas mais utilizadas na Odontologia pode-se citar as radiografias
periapicais e radiografias interproximais que fornecem imagens em uma angulação
real do nível ósseo (NEWMAN, TAKEI, CARRANZA, 2004).
A perda óssea pode ser subestimada dependendo do dente. Isto ocorre
em função das limitações inerentes ao exame radiográfico, visto que é necessária
uma reabsorção do conteúdo mineral de 30 a 50% antes de alguma alteração ser
visualizada e a sobreposição das faces vestibular e lingual reduz um objeto
tridimensional a duas dimensões, obscurecendo detalhes radiográficos (TUNES &
RAPP, 1999).
A distância da crista óssea alveolar até o limite da junção cemento-
esmalte em pessoas jovens deve ser de até 2mm. Quando há uma distância maior
que esta e evidência de ausência da lâmina dura, a possibilidade de diagnóstico de
periodontite deve ser considerada (BIMSTEIN et al., 2002). Porém, as distâncias
junção cemento-esmalte – crista óssea alveolar na dentição decídua não são estáveis
e a sua mudança não implica necessariamente no desenvolvimento de doença
periodontal (SHAPIRA et al., 1995; BIMSTEIN et al., 2002).
A avaliação radiográfica das alterações ósseas na DP é baseada na
aparência dos septos interdentários. As radiografias não revelam pequenas
alterações ósseas na DP, assim, os sinais mais precoces devem ser detectados
clinicamente. Ela constitui um método indireto para determinar a quantidade de perda
óssea na DP (KALESTAL & MATSSON, 1989; HAUSMANN, ALLEN, CLEREHUGH,
1991; NEWMAN, TAKEI , CARRANZA, 2004).
2.4.4.1 Lesões de furca
Com a progressão da DP ao redor de dentes multirradiculares, o processo
destrutivo pode envolver as estruturas de suporte na área da furca. A identificação
precisa da presença e extensão da destruição dos tecidos periodontais dentro da área
de furca de cada dente multirradicular é muito importante para um diagnóstico
apropriado e um correto plano de tratamento (DUARTE, ROSING, OPPERMAN,
2003).
Hamp, Nyman, Lindhe (1975) propuseram uma classificação das lesões de
furca identificadas quanto à perda óssea horizontal:
a. Grau 1: perda horizontal dos tecidos de suporte não excedendo um terço da
largura do dente;
b. Grau 2: perda horizontal dos tecidos de suporte excedendo um terço da largura
do dente, mas não envolvendo totalmente a área de furca;
c. Grau 3: destruição horizontal dos tecidos de suporte da furca de "lado a lado"
do dente.
2.5 Cálculo dental
O cálculo dental é o resultado da mineralização da placa supra e
subgengival. É uma massa dura que abriga em sua superfície bactérias
periodontopatogênicas, as quais exacerbam o processo inflamatório. O cálculo
subgengival serve como base de inserção para as bactérias, podendo contribuir no
desenvolvimento da bolsa periodontal e na progressão da DP (DAVIES et al., 1997;
BERNIMOULIN, 2003; KLEIN & GONÇALVES, 2003).
2.6 Doenças periodontais em crianças e adolescentes
Várias formas de DP afetam crianças e adolescentes. As doenças
gengivais são infecções não destrutivas, ubíqüas, que englobam entidades
patológicas causadas por uma variedade de fatores etiológicos e que atingem cerca
de 80% dos indivíduos dessas faixas etárias (SHEIHAM, 1997; COUTINHO &
TOSTES AMARAL, 1997; CARDOSO, ROSING, KRAMER, 2000; JENKIS &
PAPAPANOU, 2001; ALBANDAR & TINOCO, 2002; ALBANDAR, 2002, OOSHIMA
et al., 2002).
Embora o tipo mais freqüente de DP na criança e no adolescente seja a
gengivite, doenças relacionadas com o periodonto de inserção também podem
ocorrer (ARAÚJO, JORGE, CANDELÁRIA, 1995).
As periodontites de início precoce (PIP) compreendem um grupo de
condições patológicas (periodontite pré-puberal, periodontite juvenil localizada,
periodontite juvenil generalizada, periodontite de progressão rápida e perda de
inserção eventual) que resultam em perda dos tecidos periodontais prematuramente
na vida do indivíduo (TONETTI & MOMBELLI, 1999).
Entretanto, a designação “início precoce” implica em conhecimento da
época em que a doença se iniciou (idade-dependente). Na prática clínica, raramente
isso ocorre. Além disso, torna-se extremamente difícil determinar uma idade limite
para a denominação “precoce”. Devido a essas questões, foi desenvolvida uma nova
classificação durante o encontro de 1999 da Academia Americana de Periodontia
(AAP), onde o termo PIP foi substituído por “Periodontites Agressivas’’. Contudo o
“Workshop” de 1999 sugeriu que nenhum sistema de classificação para as diferentes
formas de periodontite deveria ser baseado na idade do paciente, e sim embasar-se
nos achados clínicos, radiográficos, laboratoriais e históricos do indivíduo
(ARMITAGE, 1999, ARMITAGE, 2004 a,b).
ALBANDAR & RAMS (2002) descrevem a periodontite como uma forma
de DP caracterizada por inflamação dos tecidos periodontais que leva à migração
apical da inserção epitelial e perda dos tecidos periodontais moles e duros.
Os critérios diagnósticos utilizados para distinguir esses tipos de DP são
idade de aparecimento, grau de progressão da doença, distribuição dos sítios
afetados, presença ou ausência de condições sistêmicas, presença ou ausência de
fatores microbianos específicos ou fatores do hospedeiro e a resposta da doença à
terapia (MEYLE & GONZÁLES, 2001; OH, EBER, WANG, 2002; LOPEZ & BAELUM,
2003).
As periodontites agressivas constituem um conjunto de doenças que
abrange múltiplas subformas que revelam um fenótipo clínico comum (PACIORNIK
et al., 2002). São consideradas raras já que acometem cerca de 1% da população
(TREVILATTO et al., 2002).
As periodontites agressivas podem ser divididas em periodontite
agressiva localizada e periodontite agressiva generalizada e suas características
clínicas comuns são: os pacientes são clinicamente saudáveis, exceto pela
periodontite; ausência de condições sistêmicas; rápida perda de inserção e de
destruição óssea; agregação familiar; as quantidades de depósitos microbianos são
inconsistentes com a gravidade da destruição periodontal; proporções elevadas de
Actinobacillus actinomycetemcomitans (A.a.) e, em alguns casos de Porphyromonas
gingivalis; anormalidades fagocitárias e progressão acentuada de perda óssea e de
inserção (ARMITAGE, 1999; KINANE, PODMORE, EBERSOLE, 2001; PACIORNIK
et al., 2002).
A terminologia utilizada na presente revisão de literatura será a adotada
por Tonetti & Mombelli, (1999) e Paciornik et al. (2002) apesar de já existir uma
nova classificação.
2.6.1 Gengivite associada à puberdade
O aumento dramático nos níveis de hormônios esteróides durante a
puberdade em ambos os sexos tem um efeito transitório sobre a gengiva. O
aumento da inflamação gengival em indivíduos na puberdade apresenta
características da gengivite induzida por placa, sem contudo, haver a presença de
grandes quantidades de depósitos bacterianos (MARIOTTI, 1999; JENKIS &
PAPAPANOU, 2001; KINANE, PODMORE, EBERSOLE, 2001).
2.6.2 Periodontites agressivas 2.6.2.1 Periodontite agressiva em dentição decídua reportada como
periodontite pré-puberal
Em 1982, Page & Schoereder descreveram quatro formas de periodontite:
periodontite de adultos (PA), periodontite de progressão rápida (PPR), periodontite
juvenil (PJ) e periodontite pré-puberal (PPP), com as últimas três formas podendo se
manifestar em crianças e adolescentes.
Tornou-se evidente que a periodontite em crianças era uma entidade de
doença muito mais heterogênea do que se pensava previamente (BIMSTEIN et al.,
2003).
A maioria dos dados sobre a PPP origina-se de casos clínicos, sendo
considerada rara e com início da manifestação após a erupção da dentição decídua
(LÓPEZ et al.,1990; PAGE et al., 1983a).
A forma localizada afeta freqüentemente os primeiros molares decíduos,
os tecidos gengivais exibem inflamação discreta com acúmulo moderado de placa e
cálculo. O aparecimento é por volta dos quatro anos de idade. Os indivíduos não
apresentam condições sistêmicas ou histórias de infecções recorrentes. Essa forma
é sensível ao tratamento por meio de raspagem subgengival em conjunto com a
administração de antibióticos (PAGE et al., 1983a, BAER, 1984, MYERS et al., 1989;
YOSHIDA-MINAMI et al., 1995; CHARLIER et al., 2002).
A forma generalizada apresenta intensa inflamação gengival aguda,
recessão gengival juntamente com rápida destruição do osso alveolar, algumas
vezes acompanhada de destruição das raízes e perda dos dentes decíduos. Os
indivíduos apresentam alta prevalência de anomalias leucocitárias. A maioria dos
casos tem sido tratada com extração dos dentes decíduos e permanentes afetados
(PAGE et al., 1983b, BAAB et al., 1986; LÓPEZ, 1992).
De acordo com Aldred & Bartold (1998); Bimstein (2003); Hodge &
Michalowicz (2001); Meyle & Gonzáles (2001) algumas síndromes genéticas como a
síndrome de Papillon-Lefèvre, a síndrome de Haim-Monk, a hipofosfatasia, a
deficiência de fosfatase alcalina, a deficiência de adesão leucocitária e a síndrome
de Lowe estão associadas à PPP generalizada.
2.6.2.2 Periodontite agressiva em dentição permanente reportada como
periodontite juvenil
A periodontite juvenil (PJ) é uma doença periodontal destrutiva
caracterizada pela rápida perda óssea alveolar em um ou mais dentes permanentes,
perda de inserção e PS aumentada (COSTA, 1995; COSTA, 2000; OH; EBER;
WANG., 2002; PACIORNIK et al., 2002).
Em 1971, Baer dividiu a doença em duas categorias: a forma localizada e
a forma generalizada. Os critérios diagnósticos utilizados por Baer foram: idade de
aparecimento (dos 11 aos 13 anos, podendo ocorrer até aos 20 anos); padrões
bilaterais simétricos de perda óssea vertical na região dos molares com perda óssea
horizontal nos incisivos; rápida progressão da doença e tendência de ocorrência
familiar.
As características gerais da PJ são: perda pronunciada de osso alveolar e
de inserção periodontal, rápida progressão da doença (na ausência de detecção
precoce, e tratamento adequado), os dentes afetados normalmente exibem
mobilidade e perda óssea angular na região dos molares e incisivos
(ALBANDAR & RAMS, 2002; ALBANDAR & TINOCO, 2002).
A PJL é caracterizada por afetar incisivos e primeiros molares
permanentes (e não mais de dois dentes além destes), apresentar padrão bilateral
de “imagem-espelho” de perda óssea alveolar, elevados níveis de prostaglandina
E2, interleucina - 1β e de resposta de IgG2 e disfunção neutrófílica. Há tendência de
agregação familiar. O Actinomyces Actinocetemcomitans (A.a.) é o patógeno
periodontal mais freqüentemente envolvido, ocorrendo em uma maior prevalência
em indivíduos melanodermas e manifesta-se por volta da puberdade (ARMITAGE,
1999; AAP, 2000; DARBY & CURTIS, 2001).
A forma generalizada da PJ afeta pessoas abaixo de 30 anos de idade
(mas pacientes mais velhos também podem ser acometidos), envolve mais de dois
dentes além dos primeiros molares e incisivos e P. gingivalis e A. a. são
freqüentemente encontrados (TONETTI & MOMBELLI, 1999; PACIORNIK et al.,
2002; OH; EBER; WANG., 2002; ALBANDAR & TINOCO, 2002).
2.6.3 Periodontite crônica
A periodontite crônica é a forma mais comum de doença periodontal
encontrada em adultos, mas também pode afetar crianças e adolescentes
(ARMITAGE, 1999; KINANE, 2001; ARMITAGE, 2002).
As características clínicas da doença são: cálculo subgengival como
achado freqüente, quantidade de destruição é consistente com a presença de
fatores locais, progressão variando entre lenta e moderada, podendo haver períodos
de progressão rápida, pode estar associada a fatores locais predisponentes, ser
modificada e/ou associada a doenças sistêmicas, fumo ou estresse. Dependendo da
distribuição dos sítios afetados, a periodontite crônica pode ser classificada como
localizada (30% ou menos de sítios afetados) ou generalizada (mais de 30% de
sítios afetados) (ARMITAGE, 1999; 2004a, b).
2.6.4 Periodontite incipiente do adulto
A periodontite incipiente do adulto representa o estágio inicial da
periodontite do adulto (periodontite crônica) e seu diagnóstico está centrado na
presença de perda de inserção maior que 2mm a qual não está relacionada a
recessão gengival (KINANE, 2001).
2.6.5 Perda de inserção eventual
Áreas isoladas de perda de inserção, incluindo recessões associadas
com injúrias traumáticas e/ou posição do dente, perda de inserção associada com
terceiros molares impactados, com infecção endodôntica, cáries e/ou restaurações
subgengivais, fraturas radiculares constituem perda de inserção eventual. Pacientes
com este diagnóstico são considerados grupo de risco para o desenvolvimento de
periodontite de início precoce (ALBANDAR et al., 1997; TONETTI & MOMBELLI,
1999; CHARLIER et al., 2002)
2.7 Sistematização e indexação da DP
A epidemiologia da DP, como ciência em evolução, tem almejado a busca
por critérios uniformes de classificação e nomenclatura e o desenvolvimento de
índices para mensurar as doenças do periodonto. Índices são proporções que
indicam a ocorrência de uma doença ou o dano que esta produz numa população ou
ambos os fenômenos (RAMFJORD & ASH, 1991).
No fim da década de 40, Massler preocupava-se com a não existência de
um sistema de indexação para a DP, cuja simplicidade e aplicabilidade poderiam ser
comparados com o índice CPOD de avaliação da experiência de cárie (MASSLER,
SCHOUR, CHOPRA, 1950). Esta preocupação persiste até os dias atuais, embora
tenha havido algum progresso (LINDHE, 1992).
O primeiro sistema bem definido de classificação de gengivite foi publicado
por Schour & Massler (1947). O índice PMA é um índice que procura avaliar se as
papilas (P), a gengiva marginal (M) ou a gengiva inserida (A) estão inflamadas.
Baseia-se na análise exclusivamente dos dentes anteriores. No entanto, sabe-se
que a distribuição da inflamação não é uniforme na cavidade bucal, que as
condições de análise são eminentemente visuais e as condições do periodonto de
sustentação são ignoradas pelo sistema. Apesar disso, no momento em que o
mesmo foi criado, representou um importante avanço na epidemiologia periodontal.
Nos anos 50, a OMS interessou-se pela avaliação da DP principalmente
no Oriente. O índice PMA era inadequado para este propósito por não conter
critérios que descrevessem o estado de destruição periodontal. Russel et al., em
1956, desenvolveram um índice adequado para avaliação da destruição periodontal.
O Índice Periodontal de Russel (IP) foi um dos índices mais utilizados na
epidemiologia periodontal objetivando-se avaliar a gravidade da DP, incluindo no
mesmo, indexação dos componentes de gengivite e periodontite. Essa inclusão de
gengivite e periodontite baseia-se no conhecimento vigente, que a periodontite era
uma conseqüência natural e inevitável de uma gengivite. Na sua porção vinculada à
gengivite, preocupava-se com a inflamação circundando total ou parcialmente o
dente. Na porção objetivando a periodontite, valia-se da profundidade de sondagem
e da mobilidade. Tentou-se distribuir pesos diferentes à gengivite e à periodontite,
para compensar as médias que seriam aplicadas (RUSSEL et al.,1956).
Em 1959, Ramfjord criou o Índice de Doença Periodontal (IDP) a partir
do IP de Russel. A principal diferença entre o IP e o IDP é que o primeiro registra a
necessidade de tratamento enquanto o último mede as conseqüências acumuladas
da doença (estado periodontal). O IDP, ao invés de utilizar a profundidade de
sondagem, valia-se da perda de inserção para avaliar a periodontite. Essa foi uma
grande evolução em termos do entendimento da gravidade da doença (RAMFJORD,
1959).
A partir de 1960 iniciou-se o relacionamento entre os problemas
periodontais com os índices já existentes e o grau de higiene bucal. Foi
desenvolvido então o Índice de Higiene Oral (OHI) onde se observa a extensão
coronária de placa (Índice de Indutos - I.I.) e do mesmo modo a extensão coronária
do cálculo supragengival e/ou ocorrência simultânea do cálculo subgengival sobre a
superfície dentária (Índice de Cálculo - CI). Esse índice apresentou-se sensível,
simples e útil, porém requeria um certo tempo para sua execução já que 12
superfícies dentárias eram examinadas. Surgiu então o Índice de Higiene Oral
Simplificado no qual somente seis superfícies dos dentes (quatro posteriores e dois
anteriores) eram examinadas (GREENE & VERMILLION, 1960).
Löe & Silness, em 1963, propuseram o Índice Gengival (GI), o qual
vincula-se estritamente ao problema marginal da gengiva. É um índice bastante
utilizado, com quatro escores, os quais devem ser avaliados por distribuição de
freqüência de escores, e não por média, uma vez que representam graus diferentes
de inflamação.
Em 1969, o programa de saúde bucal da Organização Mundial de Saúde
(OMS) estabeleceu o Banco Global de Dados Orais que armazenava dados obtidos
a partir do Índice Periodontal de Russel e do Índice de Higiene Oral Simplificado de
Greene & Vermillion considerados válidos para comparar as condições periodontais
em diferentes partes do mundo e estimar a gravidade e magnitude das DP no que se
refere à saúde pública, mas que apresentavam deficiências (MOREIRA, 1996).
Nos levantamentos epidemiológicos mais antigos, os dados periodontais
eram geralmente fornecidos como contagens médias das populações estudadas
Estes dados eram confiáveis para comparação de uma população com outra, porém
forneciam pouca informação sobre a distribuição da doença dentro da mesma
população (GREENE, 1963; SCHERP, 1964; RAMFJORD et al, 1968; CARRANZA,
1984).
Em 1973, Johansen, Gjermo e Bellini propuseram um índice de
necessidade de tratamento periodontal (INTP). Esse índice dividia a cavidade bucal
em quatro quadrantes onde se avaliava em cada quadrante se o dente mais afetado
necessitava de cirurgia periodontal, raspagem ou apenas a melhoria da higiene
bucal pessoal e determinava o tempo exigido para realização de cada procedimento.
Em 1975, Ainamo & Bay sugeriram registrar a contagem dicotômica, ou
seja, presença ou ausência de placa e sangramento gengival em cada dente. Esta
contagem foi adotada com finalidades epidemiológicas pela OMS e considerada
adequada para emprego em ensaios clínicos (AINAMO et al., 1977).
Uma nova era na pesquisa dos serviços de saúde periodontal iniciou-se
através da OMS com o desenvolvimento do Índice das Necessidades de Tratamento
Periodontal da Comunidade (INTPC) e após anos de pesquisas e aperfeiçoamentos,
foi adotado pela Federação Dentária Internacional (FDI, 1985), para emprego em
estudos epidemiológicos e triagem de pacientes na prática da clínica dentária em
geral (AINAMO et al., 1982).
A metodologia do INTPC é baseada em procedimentos de sondagens.
Para tanto desenvolveu-se uma sonda periodontal com características específicas
para facilitar a detecção do sangramento gengival, cálculo subgengival, bolsas
periodontais rasas ou profundas. De acordo com Emslie (1980), Furuya (1992) e
Covington; Breault; Hokett, (2003), a sonda periodontal 621 foi desenhada pelos
professores Beagrie e Ainamo apresentando as seguintes especificações: ser de
metal ou plástico, com cabo estriado, diâmetro de 3,5mm e peso máximo de 4,5g;
apresentar ponta ativa em esfera de 0,5mm de diâmetro e faixa preta entre as
distâncias de 3,5 e 5,5mm do término da sonda.
O INTPC é um método fácil e seguro de triagem de necessidade de
tratamento periodontal. Para o exame a dentição é dividida em sextantes. Nos
adultos todos os dentes são examinados. Terceiros molares são examinados
somente quando eles ocupam o lugar dos segundos molares (CROXSON, 1984).
Em pacientes jovens com idade de sete a 19 anos, falsas bolsas
associadas com erupção dos dentes podem dificultar a determinação da presença
real de DP e necessidade de tratamento. Em conseqüência, a sondagem nesses
pacientes pode ser restrita aos seis dentes índices que são: 16, 11, 26, 36, 31 e 46.
A premissa para esta decisão baseia-se que esses seis dentes
permanentes estão entre os primeiros a erupcionar e seria menos provável terem
falsas bolsas (FDI, WG6 & FDI/WHO WGI, 1985).
Alguns estudos utilizando o INTPC do qual o Registro Periodontal
Simplificado (PSR) é derivado, afirmam que este pode ser um indicador confiável da
presença de doença periodontal e sugere-se o seu uso para monitorar os resultados
obtidos com o tratamento (PIAZZINI, 1994; WALLACE, 1994; MENDES, ZENÓBIO,
TOLEDO, 1996, ZENÓBIO et al., 1998, ZENÓBIO, 1999).
Um índice composto demonstrando o quanto a doença se distribui dentro
da boca e a gravidade da mesma é o princípio utilizado pelo Índice de Extensão e
Severidade (ESI) criado por Carlos, Wolfe, Kingman (1986). Apresenta como
vantagem a escolha de qual parâmetro será utilizado como determinante de
doença.
2.8 Desenvolvimento da metodologia de exame PSR
Em 1988, a Academia Americana de Periodontologia (AAP) aprovou o
estabelecimento do Dia da Detecção da Doença Periodontal com o objetivo de
realizar um programa de investigação periodontal. O novo método baseado no
INTPC foi adequadamente adaptado para clínicos gerais a fim de fornecer
informações das necessidades de tratamento num primeiro exame (NASI, 1994).
Em 1992, a AAP em conjunto com a American Dental Association (ADA) e
sob o patrocínio da Procter & Gamble, lançou um programa denominado “PSR” –
Periodontal Screening and Recording, originado a partir do INTPC e desenvolvido
nos Estados Unidos da América com o propósito de melhorar a saúde bucal da
população americana por meio do diagnóstico e tratamento precoce da doença
periodontal (MOREIRA,1996).
A iniciativa partiu dessas entidades que se viam às voltas com grande
quantidade de processos legais por negligência contra profissionais associados. Era
alegado que, se esses profissionais tivessem realizado um diagnóstico precoce das
periodontopatias, muito provavelmente esses pacientes teriam suas necessidades
de tratamento reduzidas, sem perda de grande parte dos seus dentes. Além disso,
nos Estados Unidos, a maioria dos tratamentos é coberta por seguros de saúde e as
companhias seguradoras pressionavam por tratamentos periodontais mais
econômicos, que não envolvessem os enormes gastos com cirurgias. Ficou evidente
a necessidade da procura de um parâmetro clínico - com validade legal – que
orientasse o diagnóstico, assim como o provável plano de tratamento e que fosse ao
mesmo tempo simples, sem exigir grandes investimentos, tanto de equipamentos
quanto de treinamento pessoal (CONDE et. al., 1996; CLEREHUGH & TUGNATI,
2001).
O PSR foi divulgado em campanhas de informação para o público em
geral, por meio dos sistemas de rádio e televisão e de distribuição de folhetos
explicativos que tinham como objetivo informar sobre o significado e importância
deste índice (NASI, 1994).
Segundo Furuya (1992) e Melkers (1994), o PSR requer pouco tempo
para sua utilização, a metodologia é simples, rápida e eficiente na monitoração de
pacientes periodontais, podendo ser realizado até mesmo por uma higienista dental
devidamente habilitada. No entanto, o PSR não foi destinado a ocupar o extenso
monitoramento de pacientes periodontais.
Salkin, Cutler, Rush, em 1993, realizaram um estudo em 6.723 pacientes
em sete localidades nos arredores da Filadélfia – Estados Unidos, com o objetivo de
determinar a prevalência dos escores do PSR. A aplicação do PSR revelou que
4,4% dos pacientes mostraram código 0, em todos os sextantes, ou seja,
apresentaram saúde periodontal; 12,9% mostraram código 1; 41,9% apresentaram
código 2; 24,3% foram incluídos no código 3 e 16,6% apresentaram pelo menos um
sextante com código 4. De acordo com este trabalho, os autores concluíram que o
PSR resultou em ganho de tempo, pois 59,1% dos pacientes examinados não
necessitavam de exames periodontais adicionais, seja parcialmente ou em toda a
boca, já que foram classificados nos códigos 0, 1 ou 2. Deste modo o PSR mostrou
ser um excelente instrumento para identificar pacientes saudáveis e aqueles que
necessitam de informações adicionais, obtidas com o exame periodontal clínico e
radiográfico.
Em 1993, Frisco & Bramson enviaram questionários para clínicos gerais e
periodontistas selecionados aleatoriamente e obtiveram a resposta destes sobre o
PSR. Os resultados foram:
a. opinião geral – 77% dos clínicos gerais e 85% dos periodontistas classificaram
o PSR como bom ou excelente;
b. benefícios – 86% dos clínicos gerais e 92% dos periodontistas consideraram o
PSR um procedimento simplificado, consistente e capaz de proporcionar
detecção periodontal;
c. comparação com outros métodos – 77% dos clínicos gerais acreditaram que o
PSR é tão bom ou melhor que os exames que realizavam. Quando estes
profissionais foram questionados em relação ao método rotineiramente usado
para determinar a saúde periodontal, 52% responderam que usavam registro
da profundidade de sondagem de toda a boca, 10% realizavam registro do
nível clínico de inserção de todos os dentes e 34% relataram o registro apenas
dos sítios com profundidade de sondagem maior que 4mm;
d. relacionamento entre os profissionais – 63% dos clínicos gerais acharam que o
PSR oferece uma oportunidade boa ou excelente para melhorar o
relacionamento com os periodontistas e 75% destes tiveram a mesma opinião;
e. educação do paciente – a grande maioria dos clínicos gerais e periodontistas
acreditaram que o PSR é um instrumento útil na educação dos indivíduos e
facilita a comunicação entre os dentistas e pacientes. Dentre os clínicos gerais
que classificaram o PSR como bom ou excelente, 8% relataram um aumento
da freqüência nas consultas de controle e 23% relataram um aumento na
aceitação de tratamento por parte dos pacientes.
Khocht et al. (1995) avaliaram os resultados obtidos pela metodologia do
PSR e os compararam com dados do exame periodontal convencional em 24
indivíduos. Os autores concluíram que o PSR é um exame de triagem que facilita a
identificação de pacientes com DP e não substitui o exame periodontal
convencional.
Em 1996, Khocht et al. compararam a condição periodontal por meio de
medidas dos níveis ósseos obtidos em radiografias periapicais e bite-wing com os
parâmetros preconizados pelo PSR. Os escores PSR tiveram uma maior correlação
com profundidade de sondagem e níveis de inserção clínica que radiografias. Eles
concluíram que seus resultados suportam o uso do PSR como um válido instrumento
de triagem para doenças periodontais. Os resultados obtidos demonstraram que as
radiografias não refletem o estado periodontal enquanto o PSR foi considerado um
importante instrumento para a triagem de DP.
As informações obtidas por meio do PSR são de fácil compreensão e
podem facilitar a conscientização do paciente em relação às condições de saúde e a
comunicação entre o clínico geral e o periodontista e reduzir o número de dentes
condenados periodontalmente pelo diagnóstico precoce (CASSINGHAM, 1993;
RAPP, CARVALHO, TUNES,1997) .
O PSR é um exame de triagem e não avalia nível clínico de inserção. No
entanto, pode indicar quais pacientes necessitam de um exame periodontal
completo (ZENÓBIO et al., 1998; ROSELL; MONTANDON-POMPEU; VALSECKI
JÚNIOR, 1999).
Camapum, Paiva, Fernandes (1998) relataram a aplicação do índice PSR
para triagem de pacientes. Este estudo teve como objetivo verificar a eficiência deste
índice na identificação dos pacientes quanto à necessidade de tratamento
periodontal. O exame mostrou-se rápido e de fácil execução, permitiu selecionar os
pacientes quanto à necessidade de um tratamento especializado e demonstrou a
grande necessidade de prevenção das DP. O PSR é de fato uma adaptação do
INTPC para uso em consultórios, auxiliando o clínico a cumprir sua obrigação
relativa a exame e registro das condições periodontais. É um sistema que veio
facilitar e agilizar o exame periodontal de rotina, sendo que nos EUA pode ser
executado por higienista dental. Identifica a doença em seus estágios mais
precoces, até os mais avançados, direcionando quanto à necessidade de tratamento
especializado.
Rosell, Montandon-Pompeu e Valsecki Júnior (1999) avaliaram por meio
do PSR a prevalência, gravidade e necessidades básicas de tratamento da DP em
gestantes. Foram examinadas 41 gestantes com idade entre 16 e 37 anos, sendo
que 100% das gestantes apresentaram alguma alteração gengival, e o código 2
(56,1%) foi o mais prevalente nos grupos de 15-19 e 20-24 anos. Nos grupos de 24-
29 anos, além do código 2, ocorreram os códigos 3 e 4 (bolsa periodontal). Noventa
por cento das gestantes necessitaram de tratamentos adicionais ou seja, 61% delas
necessitaram de raspagem e alisamento radicular e/ou eliminação das margens de
restaurações defeituosas e 29,2% de tratamento complexo. Portanto, o atendimento
às necessidades de tratamento na gravidez deve receber especial atenção com o
intuito de se promover saúde bucal e motivação e conseqüentemente, contribuir
para minimizar a provável transmissibilidade de microorganismos bucais patogênicos
para a criança, obtendo assim uma prevenção primária das principais doenças
bucais.
O PSR verifica informações básicas a partir de parâmetros clínicos que
indicam a presença de alterações periodontais como sangramento à sondagem,
presença de fatores retentivos de placa, aumento da profundidade do sulco gengival,
envolvimento de furcas e problemas mucogengivais. É um método eficiente pela
sua facilidade e simplicidade de execução, sensibilidade e objetividade. É indicado
para uso rotineiro em todas as áreas da Odontologia. A presença ou ausência de
placa não é critério para nenhum dos códigos (CHARLES & CHARLES, 1994;
SANTOS JÚNIOR et al., 2002).
Landry & Jean, em 2002, revisaram o método PSR, avaliaram seus
benefícios e estabeleceram suas limitações no cenário clínico. Os indicadores de DP
(sangramento, cálculo e profundidade de sondagem) são facilmente reconhecidos
neste método, que é efetivo na estimação da gravidade da DP. O PSR apenas
registra as condições periodontais, identificando indivíduos de risco os quais serão
encaminhados para exame periodontal completo.
Em 2003, Covington, Breault, Hokett realizaram um estudo em 500
militares norte-americanos para verificar o estado periodontal por meio do PSR. Os
autores concluíram que o PSR é um importante índice de triagem mas que não é
uma ferramenta diagnóstica para detectar a DP.
Os códigos registrados pelo PSR e as necessidades de tratamento
correspondentes a cada código estão descritos detalhadamente no capítulo de
metodologia.
2.8.1 PSR como exame periodontal em crianças e adolescentes
Guedes Pinto et al. (1993) reportaram que a criança, à semelhança do
adulto, é susceptível às DP e em especial, às gengivites. Cabe portanto ao cirurgião-
dentista estar suficientemente informado sobre os recursos de prevenção das DP e
preparado para realizar este tratamento. Esta prevenção será muito mais eficiente se
efetuada em crianças e adolescentes.
Em 1994, Charles & Charles relataram que o PSR foi designado para ser
parte do exame bucal de rotina principalmente em pacientes adultos, mas pode
também ser utilizado em crianças e adolescentes.
Piazzini, em 1994, examinando grupos de crianças e adolescentes com
idades variando entre três a 20 anos de idade observou maior rapidez e,
conseqüentemente, uma melhor aceitação do exame PSR, comparado com o exame
periodontal convencional, sem observar diferenças no diagnóstico obtido. O
diagnóstico da destruição periodontal e gengival em crianças e adolescentes
necessita fortemente separar o tipo de exame que pode ser empregado por um
odontopediatra ou um clínico geral. Estudos epidemiológicos demonstraram que a
inflamação gengival está difundida entre as idades de seis a 14 anos. Aos 15 anos
de idade, 80% das crianças têm gengivites e 4% apresentam alguma forma de
periodontite.
Rapp, Carvalho, Tunes, em 1997, realizaram um estudo em 535 pacientes
na faixa etária entre 10 a 82 anos de idade. Os autores verificaram que 42,59% dos
indivíduos com idades entre 10 e 20 anos apresentaram necessidade de instruções
de higiene bucal, raspagem e alisamento radicular. Necessidade de tratamento
periodontal complexo foi relatada em 48,9% dos pacientes na faixa etária entre 21 e
30 anos. A conclusão do estudo foi que há falta de atenção periodontal na infância e
de diagnóstico da DP em uma fase mais precoce.
3
OBJETIVOS
3. OBJETIVOS
3.1 Geral
Avaliação da condição periodontal em escolares de sete a 14 anos,
monitorados pelo Programa de Saúde Pública Bucal do município de Ipatinga, MG,
Brasil.
3.2 Específicos
a. Determinar, por análise comparativa, a validação da metodologia PSR parcial
em relação ao PSR total.
b. Registrar os parâmetros clínicos periodontais preconizados pelo PSR, bem
como determinar as necessidades de tratamento em escolares de sete a 14
anos divididos em dois grupos conforme a idade G1 (sete a 10 anos) e G2 (11
a 14 anos).
c. Verificar se o programa de saúde pública bucal do município de Ipatinga,
efetivo para a doença cárie, reflete-se positivamente no PSR das crianças
assistidas.
4
METODOLOGIA
4. METODOLOGIA
4.1 Programa de assistência bucal do município de Ipatinga
O município de Ipatinga, em Minas Gerais, exibiu no ano de 2000, o mais
baixo índice CPOD do país (0,69). Este baixo índice é resultado da implantação de
um programa odontológico escolar baseado no sistema de inversão de atuação
(POESIA), desde 1989, e que atende escolares na faixa etária de seis a 14 anos de
idade das escolas municipais.
O programa é centrado em ações preventivas como instrução e motivação
de higiene bucal, evidenciação de placa bacteriana com fucsina básica 0,5%,
profilaxia, aplicação de selantes e de clorexidina gel 1,0%, bochechos com fluoreto
de sódio a 0,2%, escovação supervisionada semanalmente, escovação com flúor
gel 1,23%, trimestralmente. Paralelo a isso, são ministradas palestras aos escolares
e aos seus pais / responsáveis sobre saúde, dietas alimentares e técnicas de
escovação.
Tratamento restaurador, endodôntico e protético são executados quando
necessário, pelo programa de referência secundária (Prefeitura Municipal de
Ipatinga, 2004).
Assim, com base nos resultados de um programa específico para
prevenção da doença cárie, espera-se que, pelo fato do mesmo contemplar
aspectos da higiene bucal, essa assistência se reflita positivamente no PSR destas
mesmas crianças.
4.2 Amostra
De um universo de 16.094 crianças matriculadas nas 35 escolas
municipais de ensino fundamental do município de Ipatinga, foi calculado que o
tamanho mínimo da amostra seria de 246 escolares para cada um dos grupos de
sete a 10 anos (G1) e de 11 a 14 anos (G2) .
Para a realização do cálculo amostral, utilizou-se a fórmula proposta por
Lwanga & Lemeshow (1991).
( ) ( )2
2
dp1p
x 2�1Zn
−−=
onde:
n = tamanho da amostra
α = 5% = 0,05
Z(1-α/2) = nível de confiança desejado = 1,96 (tabelado)
d = erro amostral tolerado = 5% = 0,05
p = prevalência presumida = 20% = 0,2
Substituindo esses valores na fórmula, tem-se:
2460025,06144,0
0025,016,0
84,305,0
)2,01(2,096,1 2
2 ≅==−= xx
xn
O nível de confiança adotada foi de 95% e o erro amostral foi de 5%.
Além disso, em função da faixa etária, foi estimada uma prevalência máxima de DP
de 20%.
Para resguardar a precisão, o tamanho da amostra foi majorado para
compensar eventuais perdas, totalizando assim, uma amostra com 532 indivíduos,
sendo 272 escolares de G1 e 260 de G2.
As 532 crianças foram selecionadas aleatoriamente de cinco escolas do
município localizadas em diferentes bairros. A relação das escolas, faixas etárias e o
número de indivíduos examinados em cada faixa etária encontram-se nos Quadros1
e TAB. 1.
QUADRO 1
Relação das escolas pesquisadas
Nº Escolas Bairro Faixa Etária
01 E. M. Hugo Duarte Coutinho Canaã 7, 8, 9
02 E. M. Artur Bernardes Canaã 10, 11, 12, 13, 14
03 E. M. Nelcina Rosa de Jesus Veneza 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14
04 E. M. Zélia D. Passos Bethânia 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14
05 E.M. João Reis de Souza Limoeiro 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14
TABELA 1
Relação do número de alunos avaliados, por escola e faixa etária
Faixa Etária (anos) Escola Bairro
7 8 9 10 11 12 13 14 Total
01 Canaã 19 19 15 --- --- --- --- --- 53
02 Canaã --- --- --- 15 15 20 15 15 80
03 Veneza 19 19 15 15 15 20 15 15 133
04 Bethânia 19 19 15 15 15 20 15 15 133
05 Limoeiro 19 19 15 15 15 20 15 15 133
Total 76 76 60 60 60 80 60 60 532
4.3 Critérios de exclusão
a. Crianças com comprometimento sistêmico.
b. Crianças portadoras de aparelho ortodôntico .
c. Crianças ausentes no dia do exame.
4.4 Comitê de Ética em Pesquisa
Este trabalho está de acordo com as normas e diretrizes da resolução
196/96 do Conselho Nacional Saúde, resolução esta que regulamenta a pesquisa
com envolvimento de seres humanos, sendo o trabalho submetido e aprovado
previamente ao Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais (ANEXO A).
Para que a pesquisa fosse conduzida dentro dos padrões éticos que
regem estudos em humanos, todas as facilidades e esclarecimentos sobre a
importância da mesma foram oferecidos aos indivíduos selecionados.
Os indivíduos que necessitassem de tratamento foram encaminhados ao
serviço odontológico municipal.
4.5 Consentimento livre e esclarecido
Os responsáveis pelas crianças examinadas receberam informações
verbais e por escrito sobre o estudo e foram convidados a participar do mesmo.
Aqueles que se dispuseram a participar, leram e assinaram o Consentimento Livre e
Esclarecido (Anexo B), que está de acordo com a resolução 196/96 do Conselho
Nacional de Saúde.
4.6 Avaliação dos fatores socioeconômicos
Após o consentimento dado pelos pais/responsáveis para a realização da
pesquisa os mesmos responderam o questionário sobre fatores socioeconômicos
(Anexo C).
4.7 Avaliação clínica
4.7.1 Estrutura do exame
Anteriormente ao exame clínico foi realizada a anamnese de todos os
indivíduos da amostra (Anexo D). Os exames clínicos foram realizados por um único
examinador em consultórios odontológicos instalados nas dependências das escolas
nas quais as crianças são matriculadas.
Os consultórios ofereciam iluminação adequada e condições de higiene e
atendimento dentro das normas da biossegurança. Os dados obtidos foram
anotados por uma atendente devidamente instruída.
Para o exame clínico intrabucal foram necessários: espelho bucal, pinça
de algodão, sonda periodontal tipo 621 OMS (Trinity�)1, (FIG. 1) compressas de
gaze e roletes de algodão esterilizados em autoclave. Todos os procedimentos
foram realizados respeitando-se as normas de biossegurança (COTTONE,
SCHEUTZ, SAMAKANAYKE, 1995)
1 Trinity Periodontia Indústria e Comércio Ltda.. Jaraguá, S. P.
Os exames clínicos foram realizados por meio da metodologia do PSR
total e parcial (MOREIRA, 1996). O PSR foi aplicado para conhecimento das
condições periodontais da população, e conseqüentes necessidades básicas de
tratamento periodontal, através dos critérios que definem sua metodologia. Os
parâmetros clínicos registrados foram: sangramento à sondagem, profundidade de
sondagem, fatores retentivos de placa, presença de cálculo visível, envolvimento
de furca e problemas mucogengivais (TEKAVEC & TEKAVEC, 1993; CHARLES &
CHARLES, 1994; PIAZZINI, 1994).
FIGURA 1 - Sonda 621 da OMS
Para registro dos códigos dos sextantes e dos indivíduos foram utilizadas
duas alternativas: o registro do mais alto código para o sextante de acordo com os
registros obtidos para os seguintes dentes-índice: 16, 11, 26, 36, 31 e 46 (método
parcial) e o registro de todos os dentes, para posteriormente determinar o mais alto
código encontrado para o sextante e para o indivíduo (método total) (Anexo E).
A classificação da condição periodontal de cada dente foi feita de acordo
com os seguintes critérios:
a. CÓDIGO 0: ausência de sangramento; faixa colorida totalmente visível (FIG.
2);
b. CÓDIGO 1: sangramento à sondagem; faixa colorida totalmente visível (FIG.
3);
c. CÓDIGO 2: presença de cálculo e/ou fatores retentivos de placa; faixa colorida
totalmente visível (FIG. 4);
d. CÓDIGO 3: faixa colorida parcialmente visível representando bolsas
periodontais entre 4 e 5mm (FIG. 5);
e. CÓDIGO 4: faixa colorida não mais visível, representando bolsas periodontais
maiores ou iguais a 6mm (FIG. 6);
f. CÓDIGO ∗: utilizado juntamente com os outros códigos, se houver
anormalidades clínicas, como envolvimento de furca, mobilidade, problemas
muco-gengivais e recessão gengival estendendo-se à área colorida da sonda.
Se um indivíduo apresenta apenas um sextante com código 3, somente
este segmento da dentição deve ser examinado mais detalhadamente. Entretanto,
se dois ou mais sextantes apresentam profundidade de sondagem entre 4 e 5mm, é
necessário o exame completo de toda a boca. A terapêutica deve ser realizada e,
posteriormente, outro exame detalhado é executado para determinar os resultados
do tratamento e a necessidade de terapia adicional. Na presença de um código 4, o
exame periodontal de todos os dentes deverá ser feito antes e após o tratamento
(GUIMARÃES, 1999).
Quando houver código ∗ associado aos códigos 0, 1 e 2, a anotação e o
tratamento da condição são realizados. Se a anormalidade existiu juntamente com o
código 3 ou 4 é necessário o exame completo de todos os dentes para determinar
um plano de tratamento adequado. Na presença de sextantes edêntulos, registra-se
o código X (CHARLES & CHARLES, 1994).
FIGURA 2 – Condição periodontal conforme código 0
FIGURA 3 – Condição periodontal conforme código 1
FIGURA 6 – Condição periodontal conforme código 4
FIGURA 4 – Condição periodontal conforme código 2
FIGURA 5 – Condição periodontal conforme código 3
4.7.2 Determinação do código para os sextantes de acordo com o
método parcial
De posse das fichas de avaliação periodontal determinou-se o código
para o sextante verificando-se os dados relacionados com os dentes índices, que
para os indivíduos dessa faixa etária são seis: primeiro molar superior direito (16),
incisivo central superior direito (11), primeiro molar superior esquerdo (26), primeiro
molar inferior esquerdo (36), incisivo central inferior esquerdo (31) e primeiro molar
inferior direito (46). Estes dentes representam os seis sextantes da boca:
a. Sextante I – dente 16
b. Sextante II – dente 11
c. Sextante III – dente 26
d. Sextante IV – dente 36
e. Sextante V – dente 31
f. Sextante VI – dente 46
Os dentes foram considerados ausentes ou excluídos (código X) quando
não se encontravam presentes na cavidade bucal ou apresentavam as seguintes
condições:
a. a coroa estivesse destruída por cárie, não sendo recomendada a sua
restauração;
b. apenas a raiz estivesse presente;
c. houvesse envolvimento periodontal com a presença de mobilidade vertical.
Caso um dente-índice fosse considerado ausente, ou seja, recebesse
código X, outros elementos dentários os substituiriam. Os critérios para substituição
foram:
a. se um primeiro molar não estivesse presente ou fosse excluído, o pré-molar
adjacente mais próximo seria examinado e considerado para o registro;
b. se o incisivo central superior direito (11) estivesse ausente ou fosse excluído,
seria substituído pelo incisivo central superior esquerdo (21) e se este também
recebesse código X seriam examinados todos os dentes deste sextante. De
modo semelhante, o incisivo central inferior direito (41) substituiria o incisivo
central inferior esquerdo (31) se recebesse código X e se também estivesse
ausente, todos os dentes do sextante seriam examinados.
Um sextante só seria considerado válido para exame e registro se
possuísse pelo menos dois dentes presentes e não indicados para exodontia, caso
contrário, os dentes remanescentes neste sextante seriam considerados como
elementos dentários dos sextantes vizinhos e seriam submetidos às regras deste
sextante.
Posteriormente, determinou-se o código para o indivíduo considerando o
maior código encontrado dentre os dentes índices examinados (MOREIRA, 1996).
4.7.3 Determinação dos códigos para os sextantes de acordo com o
método total
Os dentes foram divididos em seis segmentos, denominados sextantes,
do seguinte modo:
a. sextante I – correspondente aos dentes 17, 16, 15 e 14;
b. sextante II – correspondente aos dentes 13, 12, 11, 21, 22 e 23;
c. sextante III – correspondente aos dentes 24, 25, 26 e 27;
d. sextante IV – correspondente aos dentes 37, 36, 35 e 34;
e. sextante V – correspondente aos dentes 33, 32, 31, 41, 42 e 43;
f. sextante VI – correspondente aos dentes 44, 45, 46 e 47 (FIG. 7).
FIGURA 7 – Divisão dos sextantes para efeito de classificação dos códigos
PSR
Todos os dentes pertencentes a cada sextante foram examinados e tiveram o
seu código registrado nas fichas, mas apenas o maior código encontrado foi
considerado o código correspondente para um dos seis segmentos da dentição.
Posteriormente, determinou-se o código para o indivíduo considerando o
maior código encontrado dentre os sextantes examinados (MOREIRA, 1996).
Sextante III
Sextante II Sextante I
Sextante IV
Sextante V Sextante VI
4.7.4 Determinação das necessidades de tratamento para os dois
métodos
Os pacientes foram classificados em diferentes categorias de
necessidades de tratamento de acordo com o mais alto código encontrado no
exame, o que determina portanto, diferenças na atuação do cirurgião-dentista.
Cada código apresenta uma necessidade de tratamento:
a. Código 0 – cuidados preventivos adequados;
b. Código 1 – instruções de higiene bucal e controle de placa bacteriana;
c. Código 2 – instruções de higiene bucal, controle de placa bacteriana, remoção
dos fatores retentivos de placa bacteriana por meio de raspagem e correção
de restaurações com margens defeituosas;
d. Código 3, 4 e * - exame periodontal detalhado e determinação de um plano de
tratamento adequado (TEKAVEC & TEKAVEC, 1993; CHARLES & CHARLES,
1994; WALLACE, 1994).
4.7.5 Código *
A presença de defeitos mucogengivais, envolvimento de furca, mobilidade
e recessão periodontal foram registrados com código*.
4.8 Exame periodontal completo
De acordo com a metodologia proposta foi realizado exame periodontal
completo (Anexo F) por meio da sonda Williams e sonda Nabers (Trinity®2), espelho
2 Trinity Periodontia Indústria e Comércio Ltda.. Jaraguá, S. P.
bucal plano e pinça clínica nos indivíduos que apresentaram código 3 ou 4 no
método PSR total ou parcial (FIG. 8, 9).
FIGURA 8 – Modelo de sonda Nabers utilizada no estudo
FIGURA 9 – Modelo de sonda Williams utilizada no estudo
4.9 Exame radiográfico
Radiografias padronizadas periapicais (para dentes anteriores) e bite-wing
(para dentes posteriores) foram realizadas em escolares com dentes ou áreas cuja
profundidade de sondagem foi maior que 3,5 mm, exceto na presença de aumento
gengival e dentes em erupção, com finalidade de se avaliar perda óssea (COSTA,
2000). Todos os procedimentos radiográficos foram realizados pelo mesmo
operador, seguindo as normas de proteção para o paciente e profissional técnico.
Para o exame radiográfico foi utilizado um aparelho radiográfico periapical
Dabi Atlante de parede, modelo Spectro 70x3, classe I tipo B comum, cone longo.
3 Dabi Atlante S/A Indústrias Médico Odontológicas.Ribeirão Preto, S. P.
Foi utilizado filme periapical Kodak4, tamanho do filme: 31x 41mm;
posicionador marca John� com distância filme x alvo de 5mm.
A revelação e fixação foram realizadas de forma manual (tempo x
temperatura), de acordo com os critérios do fabricante.
Critérios de exclusão do elemento dental a ser examinado radiograficamente:
a. dentes onde a junção cemento-esmalte (JCE) não pode ser identificada;
b. dentes em processo de erupção;
c. quando a arquitetura óssea não pode ser definida radiograficamente;
d. dentes permanentes contíguos a dentes em esfoliação;
e. dentes decíduos em processo de esfoliação e faces adjacentes de dentes
vizinhos (COSTA, 2000).
4.10 Concordância intraexaminador
Com o objetivo de avaliar o nível de concordância, os dados foram
coletados por um único examinador, sendo os exames repetidos em 10% da
amostra com intervalo de sete a 21 dias para averiguar a concordância
intraexaminador, por meio do teste de concordância de Kappa.
Utilizou-se o índice de Kappa com o intuito de avaliar a concordância
entre PSR total e parcial. Trata-se de um teste não-paramétrico utilizado para avaliar
o nível de concordância entre avaliações realizadas no mesmo indivíduo. Este índice
pode ser interpretado conforme o Quadro 2.
4 E. Eastman Lab. Chester, Nova York
QUADRO 2 Interpretação da estatística “Kappa”
Intervalo Interpretação
< 0,40 Concordância fraca
0,40 �� 0,75 Concordância de razoável a boa
≥ 0,75 Concordância excelente
4.11 Análise estatística
As medidas descritivas são apresentadas em porcentagens e tabelas com
a média, mínimo (min), máximo (max) e desvio padrão (s.d.). O valor de n refere-se
ao tamanho da amostra avaliada.
Com o objetivo de avaliar a influência dos fatores de interesse nas
alterações das condições periodontais utilizou-se o teste Qui-quadrado χ2, que é
utilizado para comparar grupos independentes quanto a proporção de ocorrência de
um determinado evento. No caso desta pesquisa, por exemplo, avaliar se as
proporções de casos com alterações nas condições periodontais diferiam
significativamente entre os gêneros. Nos casos em que ocorreram valores
esperados menores que 5 utilizou-se o teste exato de Fisher.
Todos os resultados foram considerados significativos para uma
probabilidade de significância inferior a 5% (p<0,05), tendo portanto, pelo menos
95% de confiança nas conclusões apresentadas.
5
RESULTADOS E DISCUSSÃO
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Análise de concordância intraexaminador
A análise de concordância intraexaminador para o método PSR parcial revelou
um resultado de k=0,563; p<0,001, e para o método PSR total k=0,553; p<0,001,
sendo portanto considerados satisfatórios (TAB. 2 e 3).
TABELA 2
Análise de concordância entre as duas avaliações considerando-se o PSR
parcial
Primeira Segunda avaliação
avaliação 0 1 2 Total
0 148 41 0 189
1 21 79 1 101
2 0 0 4 4
Total 169 120 5 294
Teste de Kappa
Estimativa: 0,563 p< 0,001
TABELA 3
Análise de concordância entre as duas avaliações considerando-se o PSR total
Primeira Segunda avaliação
avaliação 0 1 2 Total
0 136 38 0 174
1 27 88 1 116
2 0 0 4 4
Total 163 126 5 294
Teste de Kappa
Estimativa: 0,553 p < 0,001
5.2 A caracterização da amostra quanto ao gênero, faixa etária,
escolaridade do responsável e renda familiar
5.2.1 Gênero e faixa etária
A caracterização por gênero da amostra examinada foi de 55,5% de
pacientes do sexo feminino e 44,5% de pacientes do sexo masculino (GRAF. 1).
GRÁFICO 1- Caracterização dos pacientes quanto ao gênero
Em relação à idade o grupo 1 (de sete a 10 anos) apresentou 51,1% de
indivíduos, enquanto o grupo 2 (11 a 14 anos) apresentou 48,9% de indivíduos
(GRAF. 2).
GRÁFICO 2 - Caracterização dos pacientes quanto à idade
55,50%
44,50%
MasculinoFeminino
51,10%
48,90%
7 a 10 anos11 a 14 anos
5.2.2 Escolaridade dos pais / responsáveis Todos os pais e/ou responsáveis entrevistados foram indagados a
respeito do seu grau de escolaridade. Objetivou-se assim, investigar uma possível
correlação entre o nível de instrução do responsável e a ocorrência de DP na
amostra examinada.
Os resultados evidenciaram que 62,6% dos responsáveis possuíam o
ensino fundamental incompleto, 18,7% possuíam ensino fundamental completo,
14,3% possuíam o ensino médio completo ou incompleto. Verificou-se ainda a
existência de 2,5% de responsáveis com ensino superior completo ou incompleto e
1,8% dos responsáveis eram analfabetos. Já 0,1% dos pais/responsáveis não
informaram o nível de escolaridade (GRAF. 3).
GRÁFICO 3 - Caracterização dos pais/responsáveis quanto ao grau de instrução
62,6
18,7
14,3
2,5 1,8 0,1
0
10
20
30
40
50
60
70
Por
cent
agem
Fundamentalincompleto
Fundamentalcompleto
Ensino médio Ensino superior Analfabeto Não responderam
Grau de escolarida
5.2.3 Renda familiar
A renda familiar variou de 0,5 a mais de 10 salários mínimos, com
predomínio de 39,2% dos entrevistados com renda familiar de um a dois salários
mínimos. O GRÁF. 4 ilustra a distribuição da renda familiar entre as famílias
pesquisadas, o que determina uma amostra heterogênea com relação a este fator.
GRÁFICO 4 – Caracterização da amostra conforme a renda familiar
5.3 Caracterização da amostra quanto ao PSR
5.3.1 Caracterização dos indivíduos quanto ao escore PSR parcial por
sextante
Os sextantes que apresentaram maior porcentagem de indivíduos com
PSR escore 0, foram os sextantes II e V (94,5% e 84,6%, respectivamente), os
sextantes com maior número de indivíduos com escore 1, foram os sextantes IV e
VI (51,7% e 50,7% respectivamente); o escore 2, ocorreu em uma freqüência mais
27,70
39,20
23,80
0,40 0,10 4,004,80
Até 1/2 Até 1 De 1 a 2De 2 a 5 De 5 a 10 Mais de 10Não responderam
alta nos sextantes I e III (4,5% e 5,1% dos indivíduos respectivamente). Os
sextantes I e IV exibiram 0,8% e 0,6% de indivíduos apresentando o escore 3,
enquanto o escore 4, foi apresentado em 0,2% dos pacientes nos sextantes I e VI.
De acordo com a metodologia de classificação da condição periodontal
estipulada pelo PSR, a TAB. 4 demonstra que a maioria dos indivíduos necessita de
cuidados preventivos adequados ou de instruções de higiene bucal e controle de
placa (necessidade de tratamento código 0 ou 1).
Quando o escore 3, que indica a necessidade de exame periodontal
detalhado e determinação de um plano de tratamento adequado, é considerado,
verifica-se que o sextante I apresentou a maior porcentagem de indivíduos com este
escore, isto é, 0,8%, seguido pelos sextantes IV, III e VI (0,6%, 0,4% e 0,2%,
respectivamente).
Os únicos sextantes que apresentaram o escore 4, que também indica a
necessidade de exame periodontal detalhado e determinação de um plano de
tratamento adequado, foram os sextantes I e VI. Ambos os sextantes apresentaram
0,2% de indivíduos com este escore.
TABELA 4
Caracterização dos pacientes quanto ao escore PSR parcial por sextante Freqüência Freqüência
Sextante n % Sextante n %
Sextante I Sextante IV
0 287 53,9 0 246 46,2
1 216 40,6 1 275 51,7
2 24 4,5 2 8 1,5
3 4 0,8 3 3 0,6
4 1 0,2 Total 532 100,0
Total 532 100,0
Sextante II Sextante V
0 503 94,5 0 450 84,6
1 28 5,3 1 73 13,7
2 1 0,2 2 8 1,5
Total 532 100,0 3 1 0,2
Total 532 100,0
Sextante III Sextante VI
0 300 56,4 0 250 47,1
1 203 38,2 1 269 50,7
2 27 5,1 2 10 1,9
3 2 0,4 3 1 0,2
Total 532 100,0 4 1 0,2
Total 531 100,0
NR 1
NR = não relacionado
5.3.2 Caracterização dos indivíduos quanto ao escore PSR total por
sextante
A caracterização dos indivíduos quanto ao escore PSR total por sextante
mostra que os sextantes II e V apresentaram maior porcentagem de indivíduos com
escore 0 (87,6% e 78,9%, respectivamente). Os sextantes IV e VI apresentaram
maior índice de escore 1 em 59% e 57,7% dos indivíduos, respectivamente. O
escore 2 apresentou-se com maior freqüência nos sextantes I e III (6% de indivíduos
em ambos os sextantes). A maior porcentagem de indivíduos com escore 3 ocorreu
nos sextantes I e III (0,9% e 0,8%, respectivamente), enquanto os sextantes I e VI
mostraram 0,2% de indivíduos examinados com escore 4.
A TAB. 5 mostra a caracterização dos indivíduos quanto ao escore PSR
total por sextante.
TABELA 5 Caracterização dos pacientes quanto ao escore PSR total por sextante
Freqüência Freqüência Sextante n % Sextante n %
Sextante I Sextante IV 0 236 44,4 0 207 38,9 1 258 48,5 1 314 59,0 2 32 6,0 2 8 1,5 3 5 0,9 3 3 0,6 4 1 0,2 Total 532 100,0
Total 532 100,0
Sextante II Sextante V 0 466 87,6 0 420 78,9 1 63 11,8 1 98 18,4 2 2 0,4 2 11 2,1 3 1 0,2 3 3 0,6
Total 532 100,0 Total 532 100,0
Sextante III Sextante VI 0 258 48,5 0 213 40,0 1 238 44,7 1 307 57,7 2 32 6,0 2 10 1,9 3 4 0,8 3 1 0,2
Total 532 100,0 4 1 0,2 Total 532 100,0
5.3.3 Em relação ao código*
O código* é utilizado para indicar em um determinado sextante, a
presença de mobilidade dentária aumentada, envolvimento de furcas e problemas
mucogengivais (FURUYA, 1992; CHARLES & CHARLES, 1994; PIAZZINI, 1994;
CONDE et al. 1996). De acordo com Bimstein (2003), o defeito mucogengival mais
comum detectados em crianças e adolescentes é a recessão periodontal. Entretanto,
as recessões periodontais neste grupo devem ser consideradas após as mudanças
morfológicas causadas pelo crescimento e desenvolvimento nas dentições decídua,
mista e permanente jovem. Todos os indivíduos com código* neste estudo exibiram
recessão periodontal.
5.3.3.1 Em relação ao código * no PSR parcial
Quando os indivíduos foram examinados dentro da metodologia do PSR
parcial, verificou-se que 8 indivíduos de G1 apresentaram recessão periodontal, isto
é, uma prevalência de 2,9%. Em G2, 5 indivíduos exibiram recessão periodontal, ou
seja, uma prevalência de 1,9%. Em relação à amostra total, a prevalência do código*
foi de 2,4%. A TAB. 6 mostra a distribuição de indivíduos com código* no PSR
parcial.
TABELA 6
Caracterização dos pacientes quanto ao código* no PSR parcial
PSR Parcial Código PSR
G1 G2 Total 0* 2 1 3 1* 5 4 9 2* 1 0 1
Total 8 5 13
5.3.3.2 Em relação ao código* no PSR total
A metodologia do PSR total revelou um número de 20 indivíduos com
recessão periodontal, isto é, uma prevalência de 3,75%. Dentre estes indivíduos, 11
pertenciam a G1 e 9 a G2 (TAB. 7).
TABELA 7
Caracterização dos pacientes quanto ao código* no PSR total
PSR Total Código PSR
G1 G2 Total
0* 2 1 3 1* 7 8 15 2* 2 0 2
Total 11 9 20
Susin, Azevedo, Rösing (1997) em um estudo epidemiológico envolvendo
201 escolares na faixa etária de nove a 12 anos encontraram uma prevalência de
recessão periodontal de 8,95%.
Soares & Vargas (2001) em uma pesquisa com 53 crianças de 7 a 10
anos encontraram uma prevalência da recessão periodontal de 28,75%. Os autores
concluíram que indivíduos portadores de recessão periodontal nesta idade são
pacientes que requerem uma maior atenção no que diz respeito às instruções de
higiene bucal.
5.3.4 Caracterização dos indivíduos quanto ao PSR
5.3.4.1 Caracterização dos indivíduos quanto ao PSR parcial
A TAB. 8 mostra a caracterização dos indivíduos quanto ao PSR parcial.
Pôde-se observar que em G1, 68 indivíduos apresentaram PSR parcial escore 0. O
escore 1 foi o mais prevalente, ocorrendo em 176 indivíduos. Os escores 2 e 3
ocorreram em menor número, com 24 e quatro indivíduos exibindo estes escores
respectivamente. Nenhum indivíduo de G1 apresentou PSR parcial escore 4.
Paralelamente, no grupo G2, 57 indivíduos apresentaram PSR parcial escore 0; 178
o escore 1; 20 o escore 2; 4 o escore 3 e apenas um indivíduo exibiu escore 4.
TABELA 8
PSR parcial por indivíduo e faixa etária
Faixa Etária
G1 (7 a 10 anos) G2 (11 a 14 anos) Código
PSR n % n %
Total
0 68 25,0 57 21,9 125
1 176 64,7 178 68,5 354
2 24 8,8 20 7,7 44
3 4 1,5 4 1,5 8
4 --- 0,0 1 0,4 1
Total 272 100,0 260 100,0 532
Estes dados revelam que 64,7% e 68,5% dos indivíduos de G1 e G2,
respectivamente apresentam sangramento a sondagem apesar da faixa colorida da
sonda estar totalmente visível. Estas porcentagens apontam para o número de
indivíduos que exibem gengivite.
De acordo com a literatura, a doença periodontal mais prevalente em
crianças e adolescentes é a gengivite, com uma prevalência variando de 80% a
100% (COUTINHO & TOSTES AMARAL,1997; CARDOSO, ROSING, KRAMER,
2000; GJERMO et al, 2002; ALBANDAR & TINOCO, 2002; OOSHIMA, 2002).
Em contrapartida, formas graves de doença periodontal, caracterizadas
pela destruição de tecido conjuntivo de inserção e osso alveolar são raras nestas
faixas etárias (ARAÚJO, JORGE, CANDELÁRIA, 1995; MYERS et al., 1989;
CLEREHUGH & TUGNAIT, 2001; ALBANDAR & TINOCO, 2002; OH, EBER, WANG,
2002; PACIORNIK et al., 2002).
5.3.4.2 Caracterização dos indivíduos quanto ao escore PSR total
Quando os indivíduos foram examinados de acordo com a metodologia do
PSR total, os resultados obtidos para G1 foram: 57 indivíduos com PSR total 0, 181
indivíduos com PSR total 1, 29 indivíduos com PSR total 2 e cinco indivíduos com
PSR 3. Já em G2, 42 indivíduos apresentaram PSR total 0, 185 indivíduos PSR total
1, 24 indivíduos PSR total 2, oito indivíduos PSR total 3 e um indivíduo PSR total 4.
A TAB. 9 ilustra os resultados colhidos.
TABELA 9
PSR total por indivíduo e faixa etária
Faixa Etária
G1 (7 a 10 anos) G2 (11 a 14 anos) Código PSR
n % n %
Total
0 57 21,0 42 16,2 99
1 181 66,5 185 71,2 366
2 29 10,7 24 9,2 53
3 5 1,8 8 3,1 13
4 --- 0,0 1 0,4 1
Total 272 100,0 260 100,0 532
Diversos autores enfatizaram a utilização do PSR como um exame de
triagem , com o objetivo de detectar possíveis pacientes com DP (WALLACE, 1994;
CHARLES & CHARLES, 1994; KHOCHT et al., 1996; RAPP, CARVALHO , TUNES,
1997; ROSELL, MONTANDON-POMPEU, VALSECKI JR, 1999; COVINGTON,
BREAULT, HOKETT, 2003).
De acordo com CONDE et al. (1996) e LANDRY & JEAN (2002) o PSR
seleciona os pacientes pela gravidade da doença, constituindo-se uma ferramenta
reprodutível, confiável e rápida. O pequeno número de pacientes com PSR total 3 e
4 tanto em G1 quanto em G2 possibilitou que o exame periodontal completo fosse
realizado apenas nestes indivíduos, o que pode reduzir custos operacionais e
temporais.
As doenças gengivais são caracterizadas pelos sinais clínicos de
inflamação confinados aos tecidos gengivais. As formas leve e moderada da
inflamação gengival são um achado quase universal na população jovem (ARAÚJO,
JORGE, CANDELÁRIA, 1995; YOSHIDA-MINAMI et al., 1995; ALBANDAR &
TINOCO, 2002; CHARLIER, BARCELOS, VIANNA, 2002; OH, EBER, WANG, 2002;
ARMITAGE, 2004a; 2004b). Assim sendo, os dados obtidos pelo presente estudo
estão em concordância com a literatura, visto que a grande maioria dos indivíduos
de G1 e G2 apresentou os escores 1 e 2, isto é, presença de gengivite e suas
necessidades de tratamento já estavam delineadas pelo PSR.
5.3.5 Concordância entre os métodos PSR total e parcial
A TAB. 10 mostra os resultados do teste de Kappa para os métodos total
e parcial. A concordância entre os dois métodos foi excelente no geral k=0,830;
p<0,001. Os sextantes que apresentaram melhor concordância foram o IV e VI
(k=0,858; p<0,001 e k=0,862; p<0,001, respectivamente) e o sextante que
apresentou pior concordância foi o II (k=0,569; p<0,001).
Quando os sextantes são analisados em função da faixa etária
examinada, observou-se que o sextante que apresentou melhor concordância dentro
de G1 foi o sextante III (k= 0,912; p<0,001) enquanto o sextante com a pior
concordância foi o sextante II (k= 0,623; p<0,001). No grupo G2, a melhor
concordância foi observada no sextante IV (k= 0,866; p<0,001) e a pior no sextante
II (k= 0,511; p< 0,001).
TABELA 10
Resultados do teste de Kappa para os escores PSR total e PSR parcial
Faixa etária Sextante
Resultado
Geral 7-10 11-14
Global 0,830 (< 0,001) 0,877 (< 0,001) 0,774 (< 0,001)
Sextante 1 0,802 (< 0,001) 0,866 (< 0,001) 0,736 (< 0,001)
Sextante 2 0,569 (< 0,001) 0,623 (< 0,001) 0,511 (< 0,001)
Sextante 3 0,833 (< 0,001) 0,912 (< 0,001) 0,752 (< 0,001)
Sextante 4 0,858 (< 0,001) 0,850 (< 0,001) 0,866 (< 0,001)
Sextante 5 0,804 (< 0,001) 0,764 (< 0,001) 0,852 (< 0,001)
Sextante 6 0,862 (< 0,001) 0,891 (< 0,001) 0,833 (< 0,001)
Moreira (1996) encontrou uma concordância, no geral, entre os métodos
de registro total e parcial de k= 0,863; p<0,001, valor este concordante com os
achados do presente estudo.
5.4 Perda óssea
A avaliação radiográfica das alterações ósseas na DP é baseada na
aparência dos septos interdentários. É consenso na literatura que a distância da
crista óssea até o limite da JCE em pessoas jovens deve ser de até 2mm. A perda
óssea radiográfica pode ser uma indicação da DP, mas também pode ser causada
por trauma ou anomalias de desenvolvimento. O exame de indivíduos com perda
óssea radiográfica é útil na determinação de quais pacientes apresentam DP.
Entretanto, os sinais mais precoces da DP devem ser detectados clinicamente
(SHAPIRA et al., 1995, BIMSTEIN et al.,2002).
Sheiham & Netuveli (2002) afirmam que maior atenção deve ser dirigida à
progressão de perda óssea alveolar e se essa progressão é compatível com a
manutenção do dente durante a vida do indivíduo.
Três indivíduos do G1 e oito do G2 foram radiografados. Constatou-se
que apenas 0,2% da amostra total de 532 indivíduos exibiu perda óssea. Costa
(1995) encontrou uma prevalência de perda óssea em 4,2% da amostra estudada,
enquanto Albandar (2002) encontrou uma prevalência de 0,4% entre indivíduos de
13 a 15 anos. Todavia, as pesquisas realizadas por Costa (1995) e Albandar (2002)
foram realizadas em crianças não monitoradas por programa público de saúde
bucal.
5.5 Caracterização da amostra quanto às variáveis pesquisadas:
sangramento, profundidade de sondagem e perda óssea
5.5.1 Sangramento
5.5.1.1 Em relação à prevalência e à faixa etária
A variável sangramento apresentou-se com alta prevalência nos dois
grupos pesquisados. Entre os indivíduos do grupo 1; 78,3% exibiram sangramento a
sondagem enquanto entre os indivíduos do grupo 2; 84,6% apresentaram
sangramento a sondagem (TAB. 11).
TABELA 11
Prevalência de alteração nos pacientes avaliados, considerando-se a faixa etária
Alteração
Faixa etária Ausente Presente
n % n %
Sangramento 7 a 10 anos 59 21,7 213 78,3
11 a 14 anos 40 15,4 220 84,6
Os resultados obtidos pelo presente estudo estão em concordância com
os dados da literatura, que relatam que a gengivite é a alteração periodontal mais
comum entre crianças e adolescentes (SHEIHAM, 1997; OH, EBER, WANG, 2002;
ALBANDAR & TINOCO, 2002; ALBANDAR, 2002; CHARLIER, BARCELOS,
VIANNA, 2002).
Nota-se que no G2 a porcentagem de indivíduos com sangramento é
maior quando comparado ao G1. Vários autores relatam que a elevação dramática
dos hormônios sexuais durante a puberdade pode levar a um aumento na
inflamação gengival (KINANE, PODMORE, EBERSOLE, 2001; BIMSTEIN, 2003;
NEWMAN, TAKEI , CARRANZA, 2004). Jenkins & Papapanou (2001) atribuem o
aumento da prevalência de gengivite na adolescência não somente aos fatores de
influência hormonal mas também ao aumento no número de sítios, ao acúmulo de
placa e às mudanças associadas a exfoliação e erupção dentária.
5.5.1.2 Em relação à renda familiar
Quando a variável sangramento a sondagem é avaliada em relação à
renda familiar, observou-se que 37,5% de indivíduos que apresentaram sangramento
eram oriundos de famílias com renda mensal de um a dois salários mínimos, seguidos
por 30,1% de indivíduos pertencentes às famílias que recebiam de dois a cinco
salários mínimos e de 23,5% de indivíduos pertencentes às famílias com renda de até
um salário mínimo.
Na TAB.12 os dados podem ser avaliados considerando-se a faixa de
renda mensal familiar.
TABELA 12
Avaliação da influência dos dados sócio-demográficos no resultado do índice
de sangramento
Sangramento Dados Ausente Presente
Renda mensal n % N % Total P Até ½ SM 5 5,6 15 3,7 20 0,134* Até 1 SM 23 25,6 95 23,5 118 De 1 a 2 SM 42 46,7 152 37,5 194 De 2 a 5 SM 15 16,7 122 30,1 137 De 5 a 10 SM 5 5,6 19 4,7 24 Mais de 10 SM 0 0,0 2 0,5 2 Total 90 100,0 405 100,0 495 Nota: O valor de p refere-se ao teste Qui-quadrado. *Teste exato de Fisher
Os dados obtidos estão em concordância com Gjermo et al. (2002) que
afirmam que indivíduos de baixo nível socioeconômico apresentam maior
prevalência de sangramento.
5.5.1.3 Em relação à escolaridade dos pais/responsáveis
Com relação à influência do nível de escolaridade sobre o índice de
sangramento, observou-se que quando os pais/responsáveis eram analfabetos, a
porcentagem de indivíduos com sangramento foi de 88,9%. Quando os
pais/responsáveis possuíam ensino fundamental incompleto ou completo, essas
porcentagens foram de 79,5% e 86,5%, respectivamente. Pais / responsáveis com
ensino médio incompleto, completo, superior incompleto e superior completo tinham
filhos que apresentaram sangramento nas seguintes porcentagens,
respectivamente: 75%, 89,1%, 70% e 66,7%. Dezoito pais / responsáveis não
responderam sobre o grau de instrução. Os dados obtidos podem ser analisados na
TAB. 13.
TABELA 13
Sangramento gengival e grau de instrução dos pais/responsáveis
Sangramento
Presente Ausente Total Grau de instrução do
pai/responsável n % n % n %
Analfabeto 8 88,9 1 11,1 9 100,0
Fundamental incompleto 256 79,5 66 20,5 322 100,0
Fundamental completo 83 86,5 13 13,5 96 100,0
Médio incompleto 21 75,0 7 25,0 28 100,0
Médio completo 41 89,1 5 10,9 46 100,0
Superior incompleto 7 70,0 3 30,0 10 100,0
Superior completo 2 66,7 1 33,3 3 100,0
Total 418 81,3 96 18,7 514 100,0
Meitner, Zander, Tilk (1979) e Toevs & Lukken (1990) afirmam que o
sangramento gengival é um sinal preciso da inflamação e que sua presença é um
indicador seguro da presença de gengivite. Contudo, sua ausência não indica saúde
gengival em todos os indivíduos.
Gjermo et al. (2002) relatam que o nível de escolaridade pode ter um
impacto sobre a prevalência e gravidade da DP na população. Estes autores ainda
ressaltam que a diminuição da prevalência da doença cárie não é acompanhada por
uma melhora nas condições gengivais.
Os dados obtidos pela presente pesquisa são corroborados, em parte, por
tal afirmação. Entretanto, não se pode dizer que o índice de sangramento dos
indivíduos examinados seja um reflexo do baixo nível de escolaridade dos
pais/responsáveis, uma vez que a maior parte dos entrevistados, isto é 339
pais/responsáveis, possuíam ensino fundamental completo ou incompleto quando
comparados à apenas pais/responsáveis que possuíam ensino superior completo.
5.5.2 Profundidade de sondagem 5.5.2.1 Em relação à prevalência e faixa etária
De acordo com Oh, Eber, Wang (2002) as diversas formas de DP também
ocorrem em crianças e adolescentes. Charlier, Barcelos, Vianna (2002) afirmam que
as DP, de um modo geral, são divididas em gengivite e periodontite, sendo na
criança, a gengivite a condição de maior prevalência. Autores como Albandar e
Tinoco (2002) e Albandar (2002), corroboram essas afirmativas e atestam que a
prevenção, diagnóstico precoce e tratamento das DP são de extrema importância.
A AAP, em 1992, criou o PSR, o qual foi desenvolvido a partir do INTPC,
como um instrumento para determinação e registro do estado periodontal dos
pacientes. Este método de triagem pode ser utilizado não somente em adultos mas
também em crianças e adolescentes (CHARLES & CHARLES, 1994). Entretanto,
Cassingham (1993) e Melkers (1994) ressaltam que o PSR não é um sistema que
deva ser utilizado em pacientes com menos de 18 anos de idade devido à troca e
erupção de dentes que podem superestimar a DP com a presença de falsas bolsas.
Entre os indivíduos do grupo 1; 98,5% apresentaram PS≤3,5mm enquanto
1,5% apresentou PS >3,5mm. Já nos indivíduos do grupo 2, 96,2% apresentaram
PS ≤3,5mm e 3,8% apresentaram PS >3,5mm, conforme TAB. 14.
TABELA 14
Prevalência de alteração nos pacientes avaliados, considerando-se a faixa
etária
Alteração
≤3,5mm >3,5mm Faixa etária
n % n %
7 a 10 anos 268 98,5 4 1,5
PS
11 a 14 anos 250 96,2 10 3,8
Costa (1995) em um estudo envolvendo 360 indivíduos na faixa etária de
seis a 15 anos encontrou PS igual a 3,5 mm em 20% da amostra e PS maior que
3,5mm em 10% dos pacientes.
5.5.2.2 Em relação à renda familiar
De acordo com Albandar (2002), indivíduos de baixo poder econômico
apresentam um risco maior de desenvolver DP do que pessoas com maior poder
econômico. Esse risco aumentado para os indivíduos de baixa renda é atribuído a
fatores comportamentais e ambientais.
Albandar & Rams (2002) relataram uma prevalência maior de inflamação
gengival, presença de cálculo, higiene bucal deficiente e necessidades de
tratamento periodontal em indivíduos de baixo poder aquisitivo.
Na presente pesquisa não foi observada uma correlação significativa
entre PS e renda familiar. PS>3,5mm estiveram presentes em 15,3%, 23,1%,
38,5%, 15,4%, 7,7% dos indivíduos provenientes respectivamente de famílias com
renda mensal de até ½ salário mínimo, até 1 salário mínimo, de 1 a 2 salários
mínimos, de 2 a 5 salários mínimos. Nenhum indivíduo proveniente de família com
renda mensal de mais de 10 salários mínimos apresentou PS>3,5mm. Esses
resultados podem ser examinados na TAB. 15.
TABELA 15
Avaliação da influência dos dados sócio-demográficos no resultado da
profundidade de sondagem
PS
Dados ≤≤≤≤ 3,5 mm > 3,5 mm
Renda mensal n % n % Total P
Até ½ SM 18 3,7 2 15,3 20 0,258*
Até 1 SM 115 23,9 3 23,1 118
De 1 a 2 SM 189 39,2 5 38,5 194
De 2 a 5 SM 135 28,0 2 15,4 137
De 5 a 10 SM 23 4,8 1 7,7 24
Mais de 10 SM 2 0,4 0 0,0 2
Total 481 100,0 14 100,0 495
Nota: O valor de p refere-se ao teste Qui-quadrado. *Teste exato de Fisher
5.5.2.3 Em relação à escolaridade dos pais/responsáveis
Quando o parâmetro PS foi analisado em relação ao nível de
escolaridade dos pais/responsáveis não foi encontrada nenhuma correlação
significativa. Observou-se que pais/responsáveis analfabetos não tinham filhos que
apresentassem PS >3,5mm. 57,1% dos indivíduos com PS>3,5mm tinham
pais/responsáveis com ensino fundamental incompleto. Pais/responsáveis que
possuíam ensino fundamental completo, médio incompleto e superior incompleto
tinham, respectivamente, as seguintes porcentagens de filhos com PS>3,5mm:
21,4%, 14,3% e 7,1%. Nenhum indivíduo proveniente de família cujo pai/responsável
possuía ensino médio completo ou ensino superior completo apresentou PS>3,5mm.
Os dados podem ser examinados na TAB. 16.
TABELA 16
Avaliação da influência da escolaridade dos pais/responsáveis no resultado da
profundidade de sondagem
Dados PS
≤≤≤≤ 3,5mm >3,5mm Instrução escolar do
pai/responsável n % N % Total P
Analfabeto 9 1,8 0 0,0 9 0,293*
Fundamental incompleto 314 62,8 8 57,1 322
Fundamental completo 93 18,6 3 21,4 96
Médio incompleto 26 5,2 2 14,3 28
Médio completo 46 9,2 0 0,0 46
Superior incompleto 9 1,8 1 7,1 10
Superior completo 3 0,6 0 0,0 3
Total 500 100,0 14 100,0 514
Nota: O valor de p refere-se ao teste Qui-quadrado. *Teste exato de Fisher
Os resultados obtidos demonstram que as crianças examinadas
necessitam de cuidados periodontais específicos e que o exame PSR é eficaz na
triagem de pacientes.
6
CONCLUSÃO
6. CONCLUSÃO
Baseado nos resultados obtidos pôde-se concluir que:
a. todos os indivíduos do G1 e G2 apresentaram alguma necessidade de
tratamento, sendo que os códigos 0 e 1 foram os mais prevalentes (23,49% e
66,54%, respectivamente, no método PSR parcial e 18,6% e 68,79% no
método PSR total). Os códigos menos prevalentes foram 3 e 4, exibidos por
1,5% e 0,2%, respectivamente no método parcial e 2,44% e o,2% no PSR total;
b. a concordância entre os métodos PSR total e parcial foi excelente no geral
(k=0,830; p<0,001), indicando que não houve diferença estatisticamente
significativa entre o PSR total e parcial;
c. houve concordância entre os dois métodos, o que denota que o PSR parcial
pode ser utilizado com eficiência na triagem e determinação das necessidades
de tratamento periodontal em crianças e adolescentes;
d. as condições periodontais do grupo estudado se assemelham às reportadas na
literatura para indivíduos não monitorados, o que denota a necessidade da
implementação de programas específicos para a prevenção das doenças
periodontais.
7
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
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8
ANEXOS
ANEXO A
ANEXO B
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Título do Projeto:
Condições periodontais em crianças e adolescentes de sete a 14 anos monitoradas pelo programa de saúde pública da cidade de Ipatinga -MG Este termo de consentimento pode conter palavras que você não entenda. Peça ao pesquisador que explique as palavras ou informações que você não entenda completamente. 1. Introdução Você está sendo convidado (a) a participar de um projeto de pesquisa. Se você decidir participar dele, é importante que você leia estas informações sobre o estudo e seu papel nesta pesquisa. Você também precisa entender a natureza e os riscos da sua participação e dar o seu consentimento livre e esclarecido por escrito. Sua decisão em participar é totalmente voluntária, ou seja, só depende de você. 2. Objetivo O presente estudo tem como objetivo registrar os parâmetros clínicos periodontais em crianças e adolescentes de 7 a 14 anos monitoradas pelo programa de saúde pública bucal da cidade de Ipatinga - MG. 3. Procedimentos do Estudo Se concordar em participar deste estudo você será solicitado a:
� Ser examinado pelo dentista pesquisador para verificar a condição periodontal e necessidade de tratamento.
4. Riscos e desconfortos Os riscos e desconfortos aos quais você irá se submeter são os mesmos existentes em qualquer procedimento da mesma natureza. 5. Benefícios
� A participação nesta pesquisa não acarretará nenhuma espécie de gasto para você, sendo totalmente gratuita. O conhecimento que você adquirir a partir da sua participação na pesquisa poderá beneficia-lo com informações e orientações futuras em relação ao seu problema/ tratamento/situação de vida, especialmente em relação à modificação de hábitos de vida, alimentação e um melhor conhecimento dos fatores de risco sobre a doença periodontal, beneficiando-o de forma direta ou indireta.
� As informações obtidas por meio do estudo poderão ser importantes para a descoberta de novos tratamentos/técnicas, capazes de diminuir os problemas existentes em relação ao objeto pesquisado.
� A consulta, os procedimentos relacionados ao estudo e a terapêutica utilizada serão inteiramente gratuitos e se algum problema for diagnosticado, você recebera informações sobre o mesmo.
6. Custos/ Reembolso Você não terá nenhum gasto com a sua participação no estudo. O exame será gratuito. Você não receberá nenhum pagamento pela sua participação. Você não receberá cobrança por nenhum tratamento e exame adicional ou qualquer outro procedimento feito durante o estudo. 7. Caráter confidencial dos registros Algumas informações obtidas a partir de sua participação neste estudo não poderão ser mantidas estritamente confidenciais. Além dos profissionais de saúde que estarão examinando você, agências governamentais locais, o Comitê de Ética em Pesquisa da instituição onde o estudo está sendo realizado, o patrocinador do estudo e seus representantes podem precisar consultar seus registros, você não será identificado quando o material de seu registro for utilizado, seja para propósitos de publicação científica ou educativa. Ao assinar este consentimento informado, você autoriza as inspeções de seus registros. 8. Participação É importante que você esteja consciente de que a participação neste estudo de pesquisa é completamente voluntária e de que você pode recusar-se a participar ou sair do estudo a qualquer momento sem penalidades ou perda de benefícios aos quais você tenha direito de outra forma. Em caso de você decidir retirar-se do estudo, você deverá notificar ao profissional e/ou pesquisador que esteja atendendo-o. 9. Para obter informações adicionais Nós o estimulamos a fazer perguntas a qualquer momento do estudo. Caso você tenha mais perguntas sobre o estudo, por favor, ligue para Dra. Lêda Marina de Lima Araújo , nos telefones (31)3821-5261 ou (31)3821-6052. Se você tiver perguntas com relação aos seus direitos como participante do estudo clínico, você poderá contatar uma terceira parte/pessoa, que não participa desta pesquisa no Comitê de Ética em Pesquisa da PUC/MG, pelo telefone (31)3319-4229. 10. Declaração de consentimento Li ou alguém leu para mim as informações contidas neste documento antes de assinar este termo de consentimento. Declaro que fui informado sobre os riscos e benefícios que podem vir a ocorrer em conseqüência dos procedimentos realizados. Declaro que tive tempo suficiente para ler e entender as informações acima. Declaro também que toda a linguagem técnica utilizada na descrição deste estudo de pesquisa foi satisfatoriamente explicada e que recebi respostas para todas as minhas dúvidas. Confirmo também que recebi uma cópia deste formulário de consentimento. Compreendo que sou livre para me retirar do estudo em qualquer momento, sem perda de benefícios ou qualquer outra penalidade. Dou meu consentimento de livre e espontânea vontade e sem reservas para participar como paciente deste estudo.
_________________________________________________ Nome do participante (letra de forma) __________________________________________ ___________ Assinatura do participante ou representante legal Data Atesto que expliquei cuidadosamente a natureza e o objetivo deste estudo, os possíveis riscos e benefícios da participação no mesmo, junto ao participante e/ou seu representante legal autorizado. Acredito que o participante e/ou seu representante recebeu todas as informações necessárias, que foram fornecidas em uma linguagem adequada e compreensível e que ele/ela compreendeu essa explicação. __________________________________________ _____________ Assinatura do pesquisador Data
ANEXO C FICHA PARA AVALIAÇÃO DO ESTRESSE E FATORES SÓCIOECONÔMICOS
ESTRESSE Você anda: � Angustiado � Ansioso
Tem necessidade do uso de ansiolítico para controlar a ansiedade? � Sim � Não
Sofre de insônia? � Sim � Não
Encontra-se em depressão? � Sim � Não
Faz uso de medicamento? � Sim � Não Qual?
____________
Tem dificuldades em se relacionar? � Sim � Não
Tem preocupação excessiva? � Sim
� Não
Tem dificuldades em se concentrar e relaxar? � Sim � Não
Encontra-se emocionalmente sensível? � Sim
� Não
FATORES SOCIOECONÔMICOS
Ocupação principal: ____________________________Outras atividades: ________
N° de membros da família ________________________________________________
Instrução escolar: � analfabeto
� 1° grau incompleto � 1° grau completo
� 2° grau incompleto � 2° grau completo
� Superior incompleto � Superior completo
Rendimento mensal: � até ½ Salário mínimo (SM) � até 1 SM � de 1 a 2 SM
� de 2 a 5 SM � de 5 a 10 SM � mais de 10 SM
Moradia: � Favor � Alugada � Própria
Possui: Rede de esgoto � Sim � Não
Água tratada (SAAE) � Sim � Não
Luz elétrica (Cemig) � Sim � Não
DATA:____/____/_______ Consentimento do paciente:___________________________________
ANEXO D FICHA CLÍNICA
Nº.
1)IDENTIFICAÇÃO NOME: SEXO: EST. CIVIL: PROF.: DATA NASC.: IDADE: NACIONALIDADE: NATURALIDADE: PROF: PAI: PROF: MÂE: PROF: END. RES. N° Apto Fone: ( ) Bairro: Cidade: UF: CEP: NOME DO RESPONSÁVEL:
2) HISTÓRIA PREGRESSA
VOCÊ TOMOU ALGUM ANTIBIÓTICO NOS ÚLTIMOS SEIS MESES?
FAZ USO DE ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS)? ALERGIA MEDICAMENTOSA/ANESTÉSICO?
VOCÊ FEZ ALGUM TRATAMENTO MÉDICO OU ESTEVE INTERNADO?
HÁBITOS E CONDIÇÕES DE VIDA
JÁ FEZ ALGUM TRATAMENTO PERIODONTAL (GENGIVA)? HÁ QUANTO TEMPO?
VOCÊ FUMA? HÁ QUANTO TEMPO? JÁ FOI FUMANTE? HÁ QUANTO TEMPO PAROU DE FUMAR?
INGESTÃO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS? 3) ANAMNESE ODONTOLÓGICA Q.P. ou M.C. HMA (início, evolução, estado atual): _______________________________________________________________________________________________ HIGIENIZAÇÃO: Escova:______________________Técnica:______________________ Freqüência:___________________Palito:_______________________Fio Dental:__________ Dentifrício:__________________________
ANEXO E EXAME PSR
FICHA Nº:
1)IDENTIFICAÇÃO COLÉGIO: NOME: ENDEREÇO: CIDADE : TELEFONE: DATA DE NASCIMENTO: COR: SEXO: DATA: EXAMINADOR:
17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27
47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37
Escore PSR parcial Escore PSR total
I II III I II
III
VI V IV VI V IV
Necessita de exame radiográfico ___Sim ___Não
Obs.: _____________________________________
ANEXO F AVALIAÇÃO PERIODONTAL
Número___________ Data___/____/____ Nome_______________________________________________________________ Sexo_____________Idade____________Raça____________________________
Escola_____________________________________________________________
Faz controle pelo programa de saúde pública? Sim ( ) Não ( )
Faz controle periódico em clínica particular? Sim ( ) Não ( ) Já menstruou?______________ Faz uso de algum medicamento?_____________
Profundidade de Sondagem
Sangramento à sondagem
Perda de inserção
Cálculo visível Furca Dente
DV CV MV L/P V L/P V L/P 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 37 36 35 34 33 32 31 41 42 43 44 45 46 47
ÍNDICE DE SANGRAMENTO____________________ NÚMERO DE DENTES AUSENTES_______________ ESCORE PSR I II III VI V IV Necessidade de exame radiográfico____Sim____Não OBS:_______________________________________