Concerto Teatro Bradesco serie pianistas 2014

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O Minas Tênis Clube apresenta Direção Artística: Celina Szrvinsk

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Programa da série Pianista, temporada 2014, no Teatro Bradesco - BH, direção artística de Celina Srzvinsk.

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O Minas Tênis Clube apresenta

Direção Artística: Celina Szrvinsk

Queridos amigos,

Apoiados pelo Minas Tenis Clube, temos a alegria de apresentar a Série Pianistas, que traz, para a Temporada 2014-2015 dos “Concertos Teatro Bradesco”, dez recitais com expressivos artistas nacionais e internacionais, interpretando grandes obras do repertório para piano.

Para o primeiro dos cinco concertos programados em 2014, temos o privilégio de receber, de volta a este palco, Valentina Lisitsa, atentos que estávamos à inflamada reação do público que lotou sua arrebatadora apresentação no ano passado.

Em sequência, Arthur Moreira Lima confere brilho à programação, representando com sua personalidade carismática, o mais alto escalão dos pianistas brasileiros internacionais.

Despontando entre os excepcionais e promissores jovens pianistas da atualidade, a envolvente artista italiana Gloria Campaner assina o terceiro concerto da temporada.

Nome reconhecido e imprescindível da cena musical brasileira, contamos com o trabalho admirável de Eduardo Hazan nesta temporada.

Nelson Freire encerra o ano de 2014, deixando, em todos que temos a sorte de poder ouví-lo outra vez neste palco, o sentimento de profunda gratidão pela oportunidade.

Na expectativa de que a programação por nós idealizada possa corresponder aos mais elevados anseios, agradecemos por sua prestigiosa presença em todos os concertos de 2014 e nos de 2015, a serem brevemente divulgados.

Celina SzrvinskDiretora Artística dos “Concertos Teatro Bradesco”

VALENTINA LISITSA

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P R O G R A M A

22 de julho - terça-feira - 20h30

LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770-1827)Sonata nº8 em dó menor op.13, “Pathétique”

Grave - Allegro molto e con brioAdagio cantabileRondo: Allegro

FRÉDÉRIC CHOPIN (1810-1849)Estudos op. 10nº 1 em dó maiornº 3 em mi maior

nº 12 em dó menor

Estudos op. 25nº 1 em lá bemol maior

nº 7 em dó sustenido menornº 11 em lá menornº 12 em dó menor

FRANZ LISZT (1811-1886)Sonata em si menor

Descrita pelos críticos como “um anjo tocando”,

VALENTINA LISITSA, nascida na

Ucrania e naturalizada norte-americana recebe críticas

magníficas desde sua estréia no Avery Fischer Hall no

Mostly Mozart Festival.

Com sua interpretação multifacetada descrita como

deslumbrante, Valentina se mostra confortável indo

de Bach e Mozart a Shostakovich e Bernstein. Seu

repertório com orquestra inclui mais de quarenta

concertos. Valentina admite ter uma especial afinidade

com a música de Rachmaninoff e Beethoven. Ela toca

todos os concertos de Rachmaninoff que gravou com a

London Symphony Orchestra, incluindo o “5º” que tocou

em 2010, em sua estréia holandesa com a Rotterdam

Philharmonic. Em Agosto de 2011 fez sua estréia com

esta obra no Brasil com a Orquestra Sinfônica Brasileira,

sob a regência do célebre maestro norte americano

Lorin Maazel.

Destaques anteriores incluem estréias com importantes

orquestras como Chicago Symphony, Seattle Symphony,

WDR Cologne, Seoul Philharmonic, San Francisco

Symphony e Pittsburgh Symphony, colaborando com

regentes como Manfred Honeck, Yannick Nézet-Séguin,

e Jukka-Pekka Saraste, dentre outros.

Também atuou nas tempo-

ra das de 2011 e 2012 com

a Helsinki Philharmonic,

Colorado Symphony, além

de recitais em Ravinia, Teatro

Colon em Buenos Aires, o prestigiado Festival Casals e

uma inédita apresentação no Royal Albert Hall de Londres

em junho para um público de mais de cinco mil pessoas,

em concerto transmitido mundialmente pela internet.

Lisitsa gravou três DVS que lançou de forma inde-

pen dente, incluindo o sucesso de vendas dos 24

Estudos de Chopin, que ficou por longo tempo como

número 1 na lista de vendas de vídeo da Amazon. Uma

campeã no uso das novas mídias, Valentina expandiu

as fronteiras tradicionais e conquistou fãs ao redor

do globo. Com mais de 30 milhões de entradas no

canal do YouTube, Valentina Lisitsa é a artista clássica

mais buscada na Web. No ultimo verão, milhares de

fãs assistiram exibições ao vivo dos ensaios e prática

de Valentina que lhe permitiam mostrar um aspecto

diferente de sua personalidade artística.

Por quatro semanas, audiências mundiais puderam ver

esta pianista aprender e preparar até o ultimo detalhe

quatro horas de música nova, em sessões diárias de

quatorze horas de duração. Iniciativas similares foram

utilizadas para a gravação de seu próximo CD, recebendo

a aprovação entusiasmada de fãs através do mundo.

Valentina lançou no ano passado a gravação completa

dos concertos de Rachmaninov e Rhapsody on a Theme

of Paganini com a London Symphony Orchestra, sob

condução de Michael Francis.

Valentina é artista exclu siva da

Decca.

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O próprio LUDWIG VAN BEETHOVEN intitulou sua célebre sonata op.13 “Grande Sonata Patética”. Isso imediatamente levantara dúvidas a respeito do significado desse nome. O que teria Beethoven desejado transmitir? Alguns associaram aos primeiros sinais da surdez, o que deve tê-lo levado a um grande desespero. Outros procuraram uma explicação mais convencional, menos pessoal. Qualquer que seja a razão, podemos asseverar que, com a designação desta obra, Beethoven novamente estabelecera uma tendência a ser seguida pelos compositores do século dezenove: o de conceder nomes plenos de emoção a obras que julgavam adequadas a isso. Patética ou não, esta é sem dúvida uma sonata poderosa, um autêntico trabalho dramático em forma de sonata. Escrita entre 1798 e 1799, ela inaugurou um novo estilo de compor, exigindo mais do instrumento, do intérprete e do ouvinte. Nos primeiros acordes, já enfatiza os contrastes que perdurarão por todo primeiro movimento: forte-piano, grave-allegro. No Adagio cantabile, um belo discurso reina sereno em oposição aos allegros. No final, um inteligível rondó valoriza aspectos não-dramáticos da tonalidade menor, contrastando o primeiro movimento. Ampliando interiormente a percepção destes contrastes, é possível participar da retórica e da filosofia do “poeta dos sons”, cuja música sempre terá algo a nos dizer.

Aos 21 anos, FRÉDÉRIC CHOPIN abandonou definitivamente a Polônia, sua amada terra-natal, em busca de melhores oportunidades artísticas bem como se refugiando do cerco militar russo. Antes de se estabelecer em Paris, viajou por Berlim, Viena, Dresden, Munique e Stuttgart, onde soube da infeliz capitulação de Varsóvia pelos russos. Sua família, que outrora lhe havia aconselhado a fugir, encontrava-se presa. Sua revolta diante de tal tragédia extravasou-se em música: os biógrafos chopinianos não confirmam nem desmentem que o “estudo revolucionário” (Opus 10 nº12) nasceu desse momento amargurado. Chopin publicou seus dois cadernos de Études em Paris: os doze do Opus 10, em 1833, e os doze do Opus 25, em 1837. No entanto, grande parte deles foi escrita ou idealizada em seus últimos anos na Polônia e durante as viagens pela Europa. Em Varsóvia, Chopin recebeu aulas de composição com Joseph Elsner, que era um pianista autodidata, e, posteriormente, estudou piano com o tcheco Adalbert Zywny, admirador de Bach, Haydn, Mozart e Beethoven, que apresentou o

jovem Chopin tanto às obras destes compositores quanto aos seus problemas pianísticos. Os 24 Grandes Études trabalham aspectos árduos da técnica pianística e - assim como os 24 Préludes - foram inspirados nos 48 Prelúdios e Fugas do Cravo Bem-Temperado de J. S. Bach.

A importância de FRANZ LISZT para a história da música necessita ainda de uma reavaliação adequada. Entre as primeiras obras, cuja impulsividade juvenil o próprio compositor moldou em novas revisões, e as últimas obras, sacras e de menor escala, mas plenas de significado, está um conjunto de composições do período de Weimar e Roma no qual ele expandiu a estrutura da música orquestral e antecipou profeticamente os próximos passos da música moderna. Criador do poema sinfônico, foi também o primeiro a compor música deliberadamente sem tonalidade e o primeiro a conceber um tema de doze tons, perceptível nos compassos iniciais de sua grandiosa Sinfonia Fausto, iniciada em 1854. Um ano antes, em 1853, ele concluiu sua maior obra pianística, a Sonata em Si menor, que representa um verdadeiro marco na história da música por ser a primeira obra do gênero composta em um só movimento, constituindo o mais ousado e determinante avanço na forma-sonata desde Beethoven. Numa comparação com os temas da Sinfonia Fausto - inspirada pela obra de Lenau, não de Goethe - podemos enxergar na grandiosa Sonata em Si menor os elementos da morte, do amor e da redenção conjugados com aparições das personagens Mefistófeles, Gretchen e Fausto. Por outro lado, o autor omitiu qualquer associação que pudesse atuar sobre a percepção das estruturas temáticas e seu percurso formal, o que poderia desvirtuar a obra como música absoluta ou não programática. A Sonata em Si menor foi dedicada a Robert Schumann em retribuição à dedicatória de sua Fantasia op.17. Em 1854, quando a obra foi impressa, Schumann já havia sido internado em um asilo psiquiátrico e, nem sua esposa Clara, nem o amigo Brahms (para quem Liszt havia tocado a obra em Weimar), estavam prontos para apreciá-la. Curiosamente, a obra entusiasmou os dois “genros” de Liszt: Hans von Bülow, o primeiro a se casar com Cósima Liszt, estreou a Sonata em Berlim, em 1857, e Richard Wagner, o segundo esposo de Cósima, foi um grande defensor da obra.

Marcelo Corrêa

ARTHUR MOREIRA LIMA

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P R O G R A M A

30 de setembro - terça-feira - 20h30

J . S. BACH (1685-1750) - MYRA HESS (1890-1965)Coral da Cantata 147 “Jesus, Alegria dos Homens”

LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770-1827)Sonata em dó sustenido menor op.27 nº2, “Ao Luar”

Allegro sostenutoAllegretto

Presto - Agitato

FRÉDÉRIC CHOPIN (1810-1849)Noturno em dó menor op.48 nº1

Polonaise em lá bemol maior op.53Scherzo em si bemol menor nº2 op.31

VILLA LOBOS (1897-1959)O Trenzinho do Caipira

O Polichinelo

ASTOR PIAZZOLLA (1921-1992)Adiós, Nonino

PIXINGUINHA (1897-1973) - JOÃO DE BARRO (1907-2006)Carinhoso

ARTHUR MOREIRA LIMA projetou -se

internacio nalmente no Concurso Chopin de Varsóvia

(1965). Laureou-se também nos Concursos de Leeds

(Inglaterra 1969) e Tchaikovsky (Moscou 1970). Desde

então, tem feito turnês em todos os continentes,

lotando as principais salas de concertos do mundo.

Entre as orquestras e os regentes famosos com quem

já se apresentou, estão as Filarmônicas de Leningrado,

Moscou, Varsóvia, Sinfônicas de Berlim, Viena, Praga,

BBC de Londres, National da França, sob a direção de

Kurt Sanderling, KiriIl Kondrashin, Mariss Jansons, Serge

Baudo, Jesus Lopez-Cobos, Sir Charles Groves, Vladimir

Fedosseyev, Rudolf Barshai.

A revista LA SUISSE chamou Moreira Lima “O Pelé do

Piano”, a crítica americana elegeu sua gravação dos

Noturnos de Chopin “o mais importante registro

pianístico do ano”, e o famoso crítico londrino Dominic

Gill do FINANCIAL TIMES escreveu “Moreira Lima

sabe tudo sobre o piano romântico, fazendo seu

instrumento falar”.

Nascido no Rio de Janeiro, começou a estudar piano aos

seis anos, e já aos nove tocava um concerto de Mozart

com a Orquestra Sinfônica Brasileira. Seus mestres

foram Lúcia Branco (Rio de Janeiro

de 1946-1959), Marguerite Long

(Paris 1960-1962) e Rudolf Kehrer

(Conservatório Tchaikovsky de

Moscou, onde estudou entre 1963

e 1971).

Em seu trabalho de resgate e difusão

das raízes culturais brasileiras, foi

solista da primeira audição do

Concerto n. 1 de Villa-Lobos no Japão, Rússia, Áustria e

Alemanha. Foi também o pianista que fez reviver a obra

de Ernesto Nazareth.

Por seu trabalho discográfico no Brasil, recebeu por duas

vezes consecutivas o Prêmio Sharp (1989 e 1990). Nos

Estados Unidos, seu CD da obra de Ernesto Nazareth

foi incluído na lista das melhores gravações do ano da

Stereo Review Magazine. Um CD de Chopin Favourites

lançado no Japão pela Nippon Columbia continua como

um dos best-sellers da companhia.

Lançado internacionalmente pelo selo Olympia em 1999,

seu CD com músicas de Astor Piazzolla foi considerado

na França como “Disco do Mês” pela revista Répertoire

e pela revista Tipptopp da Rádio da Suiça alemã.

Gramophone, na Inglaterra, escreveu que Moreira Lima

“captou magicamente a fantasia e grandiosidade da

música”, e a BBC Music Magazine: “Moreira Lima é um

marcante e eloquente campeão de Piazzolla. Este CD

certamente irá converter os céticos”.

Gravou nos Estados Unidos, Inglaterra, Rússia, Japão,

Suíça, Bulgária e Polônia. Desde 2003, tem percorrido

mais de 150.000 Km e 400 concertos, o interior do Brasil

inteiro em seu caminhão-teatro, já tendo tocado para

cerca de 1 milhão de pessoas, em

lugares os mais distantes, que antes

jamais tinham presenciado um

concerto de piano.

Sua permanente inquietação e a

valorização que dá à nossa cultura,

fazem de Arthur Moreira Lima o

mais popular, versátil e completo

dos intérpretes clássicos brasileiros.

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Membro mais célebre de uma família que durante seis séculos produziu músicos eminentes, JOHANN SEBASTIAN BACH foi não só o último grande representante da era barroca, mas o mais genial compositor da história da música ocidental. Sintetizou três séculos de criação musical, utilizando-se de formas e estilos existentes e elevando-os a um nível artístico superior. Além disso, através de gênio e intuição, indicou o caminho que a música viria a percorrer nos séculos posteriores. Dentre milhares de obras vocais e instrumentais de todos os gêneros, deixou-nos extensa lista de 224 Cantatas, das quais a 147 “Jesus, Alegria dos homens” é a mais famosa. Ao final de cada cantata, Bach assinava as letras SDG, abreviação latina de Soli Deo Gloria, ou seja, “para a glória de Deus somente”. Igualmente famosa é a transcrição para piano desta obra realizada pela grande pianista britânica Dame Myra Hess.

Composta por LUDWIG VAN BEETHOVEN em 1801, Sonata op.27 nº2 foi oficialmente intitulada “Sonata ao Luar”. Não por ele, mas sim pelo poeta Rellstab, autor dos textos de muitas canções de Schubert. Com os olhos do pensamento, o poeta viu a imagem de “um pequeno barco ‘ao luar’, sobre o lago dos Quatro-Cantões”, ou Lago Lucerna. Para as suas duas sonatas para piano Opus 27, Beethoven havia deixado somente a indicação “quasi una fantasia” - em alemão “fantasieren” quer dizer improvisar. Segundo Alfred Cortot, é a “improvisação transportada a uma forma definitiva”. Franz Liszt caracterizou o segundo movimento - um Allegretto no qual que se reflete um Ländler rústico - como “uma flor entre dois abismos”. Beethoven, um momento antes de publicá-la, trocou-lhe a dedicatória: ao invés da Princesa Lieschtenstein, dedicou a obra à Condessa Giulietta Guicciardi, uma aluna por quem se apaixonara. Condessa, em alemão, é “Gräfin”, e

as iniciais G-G-G (Gräfin Giulietta Guicciardi) transportadas em música, correspondem ao estático tema do primeiro movimento: a tripla repetição da nota sol. Coincidência ou não, tal comprovação contribuiu para aumentar as especulações sobre a enigmática “amada imortal”, destinatária incógnita da única carta de amor escrita por Beethoven.

FRÉDÉRIC CHOPIN escreveu 21 Noturnos, atin-gindo a expressão máxima do gênero. O título noturno, amplamente usado no classicismo por autores como Mozart (Serenata notturna) e Haydn (Notturni) difere do sentido adotado no romantismo por John Field, Chopin e Gabriel Fauré. Primeiramente empregado para designar uma peça a ser executada à noite, o termo passara a traduzir-se por peças pianísticas de caráter sereno e meditativo, que sugerem ou evocam a noite. O Noturno op.48 nº1, composto no Castelo de Nohant, em 1841, reflete de maneira única a atmosfera etérea aspirada por Chopin. Entre 1832 e 1842, Chopin compôs os Scherzi (scherzo, do italiano “brincadeira”) que, assim como as Baladas e os Improvisos, reúnem um grupo de quatro peças. Diferentemente de Beethoven, que consolidou o scherzo como movimento de sonatas e sinfonias, Chopin firmou o gênero como movimento independente, um “poema musical”, como dizia Alfred Cortot. O scherzo chopiniano se distingue ainda pela ausência da jocosidade suscitada pelo título, substituída por um clima lúgubre e certa exaltação trágica. Dentre seus 4 Scherzi, o em Si bemol Menor nº2 é o mais iluminado, e exibe um Chopin mais carregado de energia vital.

Marcelo Corrêa

GLORIA CAMPANER

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P R O G R A M A

28 de outubro - terça-feira - 20h30

LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770-1827)Sonata nº 23 em fá menor, op.57 “Appassionata”

Allegro assaiAndante con moto

Allegro ma non troppo - Presto

ROBERT SCHUMANN (1810-1856)Humoreske op.20

SERGEI PROKOFIEV (1891-1953)Toccata op.11

FRANZ LISZT (1811-1886)Morte de amor de Isolda, da ópera Tristão e Isolda de Richard Wagner

SERGEI RACHMANINOV (1873-1943)Dois Momentos musicais op.16

Adagio sostenutoMaestoso

GLORIA CAMPANER, nascida em Veneza em 1986, é considerada pelo público e crítica entre os mais talentosos pianistas italianos da nova geração. Começou a estudar piano aos quatro anos, aos cinco deu seu primeiro recital e debutou aos doze anos com Orquestra Venetian Symphonia. Em seus primeiros anos de estudos obteve primeiro prêmio em mais de vinte concursos nacionais e internacionais para jovens músicos.

Sua carreira desenvolveu-se rapidamente como solista e camerista, levando-a a apresentar-se na Itália e exterior (Japão, Israel, Turquia, Casaquistão, Inglaterra, Irlanda, Alemanha, Suíça, Grécia, França, Rússia e América do Sul). Foi Medalha de Prata do Concurso Internacional de Piano Paderewski de Los Angeles em 2010, onde também conquistou os prêmios de Melhor Interpretação “Paderewski” e “Chopin”, outorgados pela Fundação Frédéric Chopin de Paris.

Obteve o 1º lugar e o Prêmio Especial Prokofiev no “Grande Prêmio Ibla 2009”, após o que realizou sua primeira tournée nos Estados Unidos e seu debut no Carnegie Hall em Nova Iorque em 2010. Foi laureada ainda no Concurso Internacional Cantù (Como, 2009), Concurso Europeu de Piano (Le Havre-France, 2009), Concurso Internacional T.I.M. (Verona, 2008), Concurso Internacional Rospigliosi – Prêmio Schumann (Pistoia-Itália, 2008), Concurso Inter na cional Casablanca – Prêmio Franz Liszt (2011).

Em Janeiro de 2014, recebeu o importante prêmio “Borletti Buitoni Trust Fellowship” em Londres, sendo que a presidente do Juri foi a famosa pianista Mitsuko Uchida. Cursou o Mestrado na Academia Musical de Pescara, sob orientação de Bruno Mezzena. Paralelamente

foi selecionada para participar de inúmeros master classes na Europa, a citar: Ticino-Musica (Lugano- Suíça), Accademia Incontri col Maestro (Imola – Itália), Mozarteum (Salzburg), Mannes College of Music (Nova Iorque), em contato direto com renomados músicos como J. Swann, J. Rose, S. Perticaroli, B. Lupo, A. Jasinskij, P. Gililov, D.Bashkirov e B. Petrushansky. Concluiu em 2013 o “Konzertexamen” na Escola Superior de Música de Karlsruhe na classe de Fany Solter.

Alguns de seus concertos tem sido transmitidos com freqüência para redes internacionais de rádio e televisão, tais como RAI, Radio Ljubljana, SKY Classica, RTSI e CNN. Gravou para o selo italiano Audionova, para Meister Musica Bern e Farsight Records. Para a Radio Svizzera de Lugano gravou obras de Schumann e Rachmaninoff, a serem brevemente lançadas em CD pela EMI Classics. Mantem-se ativa como camerista, especialmente na formação piano e violino, tendo trabalhado com prestigiados músicos como Ana Chumachenco, J. Rissin, I. Gitlis, S. Accardo, membros do Trio Tchaikovsky e ultimamente com o Quarteto de Cremona.

Como professora, vem sendo convidada a ministrar master classes em importantes instituições, entre elas o Conservatório Estatal Mimar Sinan de Istanbul, a Academia Internacional Kaznam Music de Astana e várias Academias italianas. Em outubro de 2009 foi designada Embaixatriz Cultural Européia 2010-2011

como parte do programa denominado “Piano, Reflet de la Culture Europèenne”.

Em 2011 debutou em Milão (Sala Verdi) e em Varsóvia (Philarmonic Hall), tendo seguido logo após para uma tournée de sucesso na China e Estados Unidos. Gloria é artista oficial da Steinway&Sons.

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“Leia a Tempestade de Shakespeare”, respondeu LUDWIG VAN BEETHOVEN ao ser indagado sobre o sentido das sonatas Opus 31 nº2 e Opus 57. O caráter indômito das duas obras reflete uma faceta do espírito beethoveniano daquele momento e, sob todos os aspectos, são dramas clássicos para piano. Beethoven compôs a Sonata nº23 Opus 57 entre os anos 1804 e 1805, em Viena, dois anos após escrever o Testamento de Heiligenstadt - um relato angustiado de sua crescente surdez no qual cogita o suicídio. Em 1838, o editor Cranz deu o subtítulo “Appassionata” à obra, porém sabe-se que Beethoven já havia conhecido esse título que não o desagradou. Segundo Czerny, Beethoven considerava a Appassionata sua sonata mais importante até aquele momento. Foi dedicada ao conde Franz von Brunswick, irmão das alunas prediletas de Beethoven: Charlotte, Thereza e Josephine. De coração fraco, Beethoven se apaixonara por elas, principalmente por Josephine: há quem diga que a filha de Josephine - que engravidara em 1812, época da enigmática “carta à Amada Imortal” - seria também filha do gênio de Bonn.

Em 1830, após assistir um concerto de Paganini, ROBERT SCHUMANN decidiu-se por sua vocação musical: abandonou o curso de Direito em Heidelberg para estudar piano com Friedrich Wieck, em Leipzig. Iniciou-se então o primeiro período composicional de um dos maiores expoentes do romantismo musical alemão caracterizado por uma produção puramente pianística que se estende do Opus 1 - Variações Abegg, ao Opus 26 - Carnaval de Viena. Entre 1836 e 1839, Friedrich Wieck, pai de Clara e ex-professor de Robert, impediu-lhes veementemente o noivado que ocorreu somente após autorização judicial. Deste período angustiante e apaixonado surgiram grandes obras para piano das quais se destacam a trilogia escrita em Viena: Arabeske, Blumenstück e Humoreske. As duas primeiras, segundo o compositor, são de execução “delicada e para donzelas”. Já a Humoreske op.20 parece menos uma metáfora poética de arabescas e flores, pois se aproxima em stricto senso do termo alemão homônimo, dado aos contos humorísticos do início do século dezenove. Este não é o humor engraçado, mas uma “infinidade de contrastes”, como definiu o romancista alemão Jean Paul Richter, preferido de Schumann e principal inspirador do Opus 20. Em carta à Clara, escreveu o compositor: “por toda a semana estive sentado ao piano a compor, escrever, rir e chorar, tudo ao mesmo tempo. Você encontrará o que digo belamente ilustrado em meu Opus 20, a Grande Humoreske”.

“Brutal e barbárica”, assim foi classificada a música de SERGEI PROKOFIEV do “período russo”, quando ainda realizava seus estudos no Conservatório de São Petersburgo. A Toccata op.11 de Prokofiev não reflete somente a época na qual era visto como enfant terrible, ela representa a nova era industrial, a mecanização, o ruído frenético das fábricas. Os avanços metalúrgicos de manufatureiros afetaram o próprio piano,

cada vez mais robusto, sonoro, cuja mecânica permitia, cada vez mais, movimentos motorizados e maior vitalidade rítmica. Se tocata se refere à execução virtuosística em instrumentos de tecla, a composição do jovem Prokofiev atinge os extremos do gênero, ao abordar o elemento motor num devastador perpetuum mobile.

Dentre 368 obras de 80 diferentes compositores que FRANZ LISZT transcreveu para piano, sobressaem mais de 50 óperas. Segundo Brahms, as transcrições e fantasias operísticas de Liszt “representam o classicismo da técnica pianística”. Dentre as mais célebres, destaca-se a Morte de amor de Isolda, trecho final da ópera Tristão e Isolda, de Richard Wagner. O gênero operístico é caracterizado pelo dimensionamento exagerado dos fatos e das características humanas. Na vida não se morre de amor, na ópera sim: sobre o corpo inanimado de Tristão, Isolda extingue-se em amor. Isolda havia se apaixonado por Tristão, o assassino de seu noivo, após ser traiçoeiramente envenenada com uma poção mágica do amor. A morte dela é ideal, sem dores e em êxtase infinito, na qual o sopro da vida se esvai. Ela canta: “doce e levemente, afogo-me, inconsciente, na suprema felicidade!”.

Seguindo a tradição dos Seis momentos musicais Op. 94 escritos por Franz Schubert entre 1823 e 1828, o compositor russo SERGEI RACHMANINOV compôs, entre outubro e dezembro de 1896, Seis momentos musicais op.16 - dos quais serão apresentados, neste recital os dois últimos. O Opus 16 é fruto da fase inicial de Rachmaninov e de um período no qual ele precisava ganhar dinheiro, enquanto compunha sua primeira sinfonia: “essa perpétua pressão financeira é, por um lado, muito benéfica (...) até o dia vinte deste mês tenho que escrever seis peças para piano”, confessou a Alexander Zataievich, dedicatário da obra. Os Momentos musicais de Rachmaninov prenunciam os conjuntos de Préludes e Études-tableaux para piano, escritos no século vinte. Na obra, as características de Rachmaninov, como o virtuosismo e a melancolia, estão presentes assim como a riqueza do fraseado e a mestria na arte do cantabile pianístico, herança da convivência com cantores durante o trabalho como maestro assistente da Companhia Russa de Ópera de Mamontov, em Moscou. Foi o baixo russo Feodor Chaliapin quem alertou a Rachmaninov sobre a importância do clímax de uma melodia e instruiu-o a construir suas obras e interpretações em torno de um ponto culminante. Se o artista não soubesse enfocá-lo com precisão, toda a construção poderia ruir e a obra tornar-se incoerente. Rachmaninov colocou essa abordagem em prática, sobretudo após se tornar pianista-compositor em tempo integral, notabilizando-se pela expressividade de suas melodias, que nos prendem pela intensidade e perfeição de sua estrutura.

Marcelo Corrêa

EDUARDO HAZAN

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P R O G R A M A

11 de novembro - terça-feira - 20h30

ROBERT SCHUMANN (1810-1856)Carnaval op.9

“Scènes mignonnes sur quatre notes”Préambule

PierrotArlequin

Valse nobleEusebius FlorestanCoquetteRépliquePapillons

A.S.C.H. - S.C.H.A: Lettres DansantesChiarinaChopinEstrella

ReconnaissancePantalon et Colombine

Valse AllemandeIntermezzo: Paganini

AveuPromenade

Pause Marche des “Davidsbündler” contre les Philistins

MODEST MUSSORGSKY (1839-1881)Quadros de uma exposição

PromenadeGnomus

PromenadeIl vecchio Castello

PromenadeTuileries, disput d’enfants aprés jeux

BydloPromenade

Ballet des Petits Poussins dans leurs Coques Samuel Goldenberg et Schmulye

PromenadeLimoges, Le Marché

Catacombae, Sepulcrum RomanumLa Cabane de Baba-Yaga sur de Pattes de Poule

La Grande Porte de Kiev

EDUARDO HAZAN nasceu em Santos e

estudou no Brasil, Áustria, França e Estados Unidos.

Diplomou-se pela Academia de Música de Viena com

nota máxima por unanimidade.

Em 1976 obteve o mestrado na Universidade de Indiana

quando recebeu o “Performers Certificate“ raramente

outorgado. Além de atuar em várias cidades brasileiras,

apresentou-se na Áustria, Inglaterra, França, Espanha

e Portugal. Enviado pelo Itamaraty atuou também em

vários países sul americanos.

Premiado em três concursos internacionais, dos quais:

Marguerite Long Thibaud (Paris-1963), Vianna da Motta

(Lisboa-1964), Concurso Internacional do Rio de Janeiro

(1965).

Entusiasta da música de câmera divide suas atividades de

concertista com as de professor. Foi um dos professores

fundadores da Fundação de Educação Artística de Belo

Horizonte e lecionou por 20 anos na Escola de Música

da Universidade Federal de Minas Gerais, tendo em sua

carreira dezenas de alunos brilhantes, muitos dos quais

se tornaram excelentes pedagogos.

Gravou 6 discos, sendo um deles em duo com o flautista

Andersen Viana tocando MPB. Publicou o trabalho

“O piano, alguns problemas e possíveis soluções”.

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Em 1830, após assistir a um concerto de Paganini, ROBERT SCHUMANN decidiu-se por sua vocação musical: abandonou o curso de Direito em Heidelberg para estudar piano com Friedrich Wieck, em Leipzig. Após dois anos de exaustiva prática para tornar-se um virtuose, teve sua mão direita parcialmente paralisada. Confiou então à jovem pianista Clara, sua futura esposa e filha de Wieck, a execução e divulgação de sua música. Mas isto não o impediu de erigir em pouco mais de dez anos uma monumental obra para piano repleta de um virtuosismo criativo, belo e dinâmico. Iniciou-se então o primeiro período composicional de um dos maiores expoentes do romantismo musical alemão. Na produção deste período, caracterizado por ser puramente pianístico, figuram 23 obras, dentre elas dois ciclos de “carnavais” - opus 9 (1835) e opus 26 (1839) - nos quais desfilam personagens da comédia dell’arte, amigos pessoais, e “personas” do complexo universo psicológico schumaniano. Apesar de conter a figura de Clara em Chiarina, o Carnaval Op.9 associa-se, primordialmente, ao antigo relacionamento amoroso de Robert com Ernestine Von Fricken, representada em Estrella. Robert a conheceu numa excursão pelas montanhas da Boêmia, quando se hospedou na cidade de Asch, hoje pertencente à República Tcheca. As quatro letras desta cidade correspondem, na nomenclatura musical alemã, às seguintes notas: lá (A), mi bemol (Es), dó (C) e si natural (H). Elas estão também presentes no sobrenome SCHumAnn, e foram enigmaticamente embaralhadas por ele nas melodias dessa famosa série, batizada “pequenas cenas sobre quatro notas”.

A morte do amigo, o pintor e arquiteto Victor Hartmann, em 1873, afetou profundamente o compositor russo MODEST MUSSORGSKY. No ano seguinte, após visitar uma exposição dedicada a Hartmann, Mussorgsky criou desenhos musicais numa concepção inédita: retratou a si próprio como o visitante da exposição, detendo-se diante de cada quadro, entremeando os momentos de apreciação com pequenos passeios ou “promenades”. Representou a si mesmo com uma marcante melodia, mutável a cada impressão e elemento unificador da obra. O tema Promenade reaparece no trecho Catacumbas e em A Grande Porta de Kiev, que encerra

magistralmente o ciclo. Uma nota de Mussorgsky acima do manuscrito de Catacumbas diz: “con mortuis in lingua mortua: a alma criadora de Hartmann morto me conduz aos mortos e os invoca...” A orquestração de Quadros de uma Exposição por Maurice Ravel em 1929 contribuiu de forma notável para a sua celebridade. O prefácio da edição original para piano continha o seguinte programa escrito por Vladimir Stassov, a quem Mussorgsky dedicou a obra:Promenade - Introdução.Gnomo: Quadro que descreve um pequeno gnomo desajeitado e de pernas tortas.Promenade.Il vecchio Castello: Castelo medieval diante do qual canta um trovador.Promenade.Tuileries, disput d’enfants aprés jeux: Uma avenida do jardim das Tulherias, repleta de crianças e suas amas.Bydlo: Carro de bois polonês de enormes rodas.Promenade.Ballet des Petits Poussins dans leurs Coques, ou “Ballet dos pintinhos em suas cascas” é um desenho de Hartmann para o cenário de uma pitoresca cena do bailado Trilby, de Marius Petipa.Samuel Goldenberg et Schmulye: Dois judeus poloneses, um rico e outro pobre.Promenade.Limoges, Le Marché: Mulheres que brigam violentamente no mercado de Limoges.Catacombae, Sepulcrum Romanum: Hartmann representou a si próprio examinando as catacumbas à luz de uma lanterna. La Cabane de Baba-Yaga sur de Pattes de Poule: No desenho de Hartmann aparece um relógio com a forma da cabana de Baba-Yaga sustentado por pés de galinha. Em sua música, Mussorgsky acrescentou o vôo de Baba-Yaga em seu pilão.A Grande Porta de Kiev: O quadro de Hartmann reproduz um projeto arquitetônico para a porta da cidade de Kiev, no estilo russo antigo, com uma cúpula semelhante a um capacete eslavo.

Marcelo Corrêa

NELSON FREIRE

Beno

Eal

oveg

a

A ser anunciado.

10 de dezembro - quarta-feira - 20h30

P R O G R A M A

Na ausência das palavras, não há necessariamente

o silêncio – apenas a certeza do imponderável. Essa

parece ser a lição principal da arte do pianista brasileiro

NELSON FREIRE . Avesso a entrevistas

– e à tarefa de definir aquilo que no piano é natural e

espontâneo –, ele deixa escapar um sorriso maroto ao

dizer que tem brigado com as palavras “desde sempre”.

Mas sua linguagem sobre o palco, no entanto, é fluida

e levou à formação de uma gramática própria, constru-

ída ao longo de mais de 50 anos de uma carreira que o

levou aos principais palcos de todo o mundo.

“Sou mineiro de alma, mas carioca de coração”, define

Freire sobre sua infância. Ele nasceu em Boa Esperança,

no interior de Minas Gerais, onde começou os estudos

de piano com Nise Obino. Aos 5 anos, porém, mudou-se

para o Rio e passou a receber orientações de Lúcia

Branco, antes de, na adolescência, seguir em direção à

Europa, para estudar com Bruno  Seidlhofer  em Viena.

“O Rio me viu crescer em todos os sentidos, pessoais e

profissionais e é ainda hoje a cidade para onde volto,

minha casa”, diz. Foi também na cidade que o pianista

conheceu uma das principais influências de sua carreira,

Guiomar Novaes. “Ouvi-la sempre provocou em mim

impacto – e surpresa. Ela jamais se repetia. A cada

apresentação sua, tinha-se a sensação de que aquelas

obras acabavam de ser compostas. Tudo o que fazia

era tão convincente e natural que

parecia impossível de ser de outra

maneira.”

Freire refere-se a Guiomar, mas

poderia estar falando de si

próprio. Nas últimas décadas, seus

recitais – assim como a parceria

com maestros como Kurt Masur,

Riccardo Chailly, Charles Dutoit,

Colin Davis, Lorin Maazel ou Pierre

Boulez –, no palco e em gravações pra o selo Decca/

Universal, tem sido recebidos com encanto por público

e crítica. Seu registro dos concertos de Brahms, por

exemplo, foi indicado ao Grammy e recebeu da revista

inglesa “Gramophone” o prêmio de melhor disco do ano,

“o Brahms que esperávamos ansiosamente”. Já o disco

dedicado a Chopin recebeu o Diapason D’Or e vendeu,

apenas no Brasil, mais de 40 mil cópias. Escrevendo

sobre o álbum com obras de Debussy, o crítico João

Marcos Coelho atribuiu ao pianista “plena forma física

e uma total maturidade artística”, capaz de “revelar os

segredos” do compositor francês. Para um artista que,

há pouco tempo, via com desconfiança gravações em

estúdio, seu legado discográfico é notável – e será

aumentado em breve por um volume todo dedicado à

música brasileira, com ênfase em Villa-Lobos e alguns

de seus contemporâneos.

Freire diz não gostar de fazer balanços. Mas a memó-

ria, quando ele está sobre o palco, é parte intrínseca da

interpretação musical. É como se, a cada interpretação,

um mosaico de lembranças, capazes de nos transpor-

tar a outras épocas, dialogasse com a certeza de uma

abordagem sempre renovada. E entramos assim em

um mundo particular, no qual fica clara a recusa do

virtuosismo como meta, a exploração máxima dos

coloridos sonoros, o gosto pelo detalhe e a capaci-

dade de, ao mesmo tempo, não

perder de vista a arquitetura das

obras. Tudo isso ele nos oferece

a cada oportunidade em que

sobe ao palco. Até que, em certo

momento é preciso reconhecer os

limites da palavra.  E celebrá-los

através da música.

Texto de João Luiz Sampaio

Beno

Eal

oveg

a

22 de julho

30 de setembro

28 de outubro

11 de novembro

10 de dezembro

VALENTINA LISITSA

ARTHUR MOREIRA LIMA

GLORIA CAMPANER

EDUARDO HAZAN

NELSON FREIRE

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O Minas Tênis Clube apresenta

Direção Artística: Celina Szrvinsk