Conceito e categoria de cidade

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Prof. Ludmila Gonçalves da Matta Cidade e rede de cidades

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Prof. Ludmila Gonçalves da Matta

Cidade e rede de cidades

De uma cidade, não aproveitamos as suas sete ou

setenta e sete maravilhas, mas a resposta que dá às

nossas perguntas.

Italo Calvino, Cidades invisíveis

- O QUE É CIDADE?

- COMO COMEÇOU A EXISTIR?

- QUE PROCESSOS OCORRERAM PARA A FORMAÇÃO DAS CIDADES?

- HÁ MODELO(S) PARA A CIDADE?

- QUE FUNÇÕES DESEMPENHA?

- COMO PLANEJAR A CIDADE/REGIÃO?

- DESARARECERÁ A CIDADE?

Sociologia

Antropologia

Geografia

História

Economia

Arquitetura/urbanismo

Política

Nenhuma leitura das cidades pode ser definitiva ou ingênua.

Ao longo da história do Ocidente, a vida urbana tem recebido umaavaliação diferenciada.

Ora é espaço do progresso, ora é espaço da desordem. Durantemuito tempo se pensou a cidade como lugar de modernidade eprogresso em oposição ao mundo rural, considerado o locus datradição e do atraso. A cidade passou a ser identificada como campoda racionalidade e do planejamento e, simultaneamente, como fontede fragmentação e de aviltamento do indivíduo.

QUANDO BUSCAMOS AS ORIGENS DAS CIDADES,

ENCONTRAMOS COM MAIS FACILIDADE OS

REMANESCENTES FÍSICOS

MAS E AS REMANECÊNCIAS SOCIAIS?

“ Se quisermos identificar a cidade, devemos

seguir a trilha para traz, partindo das mais

completas estruturas e funções urbanas

conhecidas, para os seus componentes

originários, por mais remotos que se

apresentem no tempo, no espaço e na cultura”

Lewis Mumford

O Cemitério – a cidade dos mortos antecede a cidade dos vivos.

O Esconderijo

A Caverna ou a Gruta- abrigo- segurança- rituais

I – Antecedentes da formação das cidades- período paleolítico

O Acampamento do caçador

A Pequena povoação – início com a domesticação das plantas e animais

I – Antecedentes da formação das cidades- mesolítico

A Aldeia – organização centrada nas atividades primárias (agricultura e criação);divisão sexual do trabalho;

Cidade – produção de excedente; divisão social do trabalho.; estrutura de dominação (ínicio como o papel do caçador como

protetor da aldeia)

I – Antecedentes da formação das cidades- neolítico

Conceito de cidade

Karl Max- sociedade de classe;

Relação entre capital X trabalho

Conceito de cidade

Max Weber- Para poder falar de cidade seria necessário a

existência de um intercâmbio regular e não ocasional de

mercadorias na localidade, como elemento essencial da

atividade lucrativa e do abastecimento de seus habitantes,

portanto de um mercado

Local de Mercado

Relação entre Produtores X Consumidores

Max Weber

Tipos de cidades:

Cidade de Consumidores

Cidade Industrial

Cidade Mercantil

City

Cidades agrárias

Cabe dizer que as cidades representam, quase sempre,

tipos mistos e que, portanto, não podem ser classificadas em

cada caso senão tendo-se em conta seus componentes

predominantes.

Cidade X aldeia

A diferença consistente na existência de uma

“Política Econômica Urbana”

Cidades Gregas e Romanas: sec VIII a VI a.c

Atenas e Esparta

Legados filosóficos, políticos (democracia), jurídicos, militares e artísticos que até hoje são perceptíveis.

Matemática, Filosofia, Arte, o Direito

II – Cidades na Antiguidade Clássica

No inicio a base da sociedade grega eram os clãs patriarcais ou genos, formados de várias famílias que possuíam um antepassado comum.

A união de genos formava uma fratria (fraternidade). Um conjunto de fratrias dava origem a uma tribo.

As tribos se desenvolveram, surgindo as Demos. Demos eram indivíduos que tinham os mesmo costumes e cultos.

Com a concentração do povo ao redor de uma acrópole, apareceu a Polis.

II – Polis – a cidade grega

Polis era uma fortaleza que virou uma cidade, compreendia as cidades e os campos que a circundavam.

Ela tinha seu governo, suas leis e os seus costumes.

As principais Cidades-Estados (Polis) eram: Atenas; Esparta; Corinto; Tebas; Delfos; Mileto e Samos.

II – Polis – a cidade grega

Até o século XV a.C., os cretenses exerceram uma completa hegemonia na região do Mar Egeu, construindo um sistema de saneamento complexo e um patrimônio cultural bastante apreciável, contudo possuía um sistema de defesa bastante vulnerável a invasão de inimigos exteriores;

A Cidade Grega era mais cultural e política.

II – Polis – a cidade grega

O crescimento de impérios antigos e medievais levou ao

aparecimento de grandes cidades capitais e sedes de

administração provincial, como Babilônia, Roma, Antioquia,

Alexandria, Cartago, Constantinopla (atual Istambul).

II – Os impérios e civilizações

Cidade Antiga:

Roma e seus símbolos de poder visível.

O Império Romano - produto de um único centro urbano de poder emexpansão; deixou a marca de Roma em todas as partes da Europa, daÁfrica do Norte e da Ásia Menor.

Mito do surgimento de Roma- História de Rômulo e Remo

II – Cidades na Antiguidade Clássica

Os romanos erigiam as cidades em torno de duas avenidas principais: uma no sentido norte-sul, outra de leste a oeste, e uma praça (forum) na intersecção. Os edifícios públicos agrupavam-se em geral em torno do forum;

Obra-prima da engenharia e da arquitetura romana em sua técnica de origem oriental, o foro de Trajanus era cercado por grande muralharevestida de mármores e possuía salas de reunião, bibliotecas, um templo consagrado a Trajanus e uma basílica.

Nas grandes cidades, ocupavam um espaço considerável, com banhos, saunas e numerosos estabelecimentos anexos.

II – A Cidade na Roma Antiga

As novas cidades foram também dotadas de edifícios públicos, monumentais masao mesmo tempo funcionais, como pontes, aquedutos, anfiteatros, teatros,bibliotecas, circos, banhos públicos, etc.

O urbanismo representava outra forma de unidade, pois todas as cidades doimpério obedeciam, em princípio, a um modelo: a cidade de Roma.

“A cidade era onde o homem antigo desenvolvia a cidadania, como

realização das potencialidades pessoais e criação de instituições

públicas”.

1) Especialização do trabalho; Divisão social e territorial do trabalho;

2) A Cidade era o espaço da dominação política e religiosa;

3) Aumento na capacidade de produção e de distribuição de alimentos;

4) A Importância da escrita;

5) A organização interna da cidade: o centro como lugar da elite, do poder político e religioso; em volta os artesãos e nos arrabaldes estavam os produtores agrícolas

A queda do Império trouxe a ruralização: a sociedade passa por uma movimentação em direção ao campo.

O processo de ruralização é o abandono do exercício público, é também o processo de passagem do público para o privado.

A segurança que passa de uma atribuição do Estado para o senhor feudal é uma das facetas dessa passagem para o

privado.

Papel do cristianismo: expande-se no contexto da crise, é tolerado a partir do século IV e oficializado ao final desse mesmo

século.

Depois da queda do império

Fim da Antiguidade...

Início da Idade Média:

período da Idade Média foi

tradicionalmente delimitado

com ênfase em eventos

políticos.

O Feudalismo

Na Idade Média ocorreram grandes alterações no sistema político e econômico das cidades, denominadas feudalismo.

O feudalismo iniciou um processo de regressão nas cidades, pois já que era uma política de auto-sustentação, os habitantes voltavam ao campo para produzirem seu próprio sustento;

A redução no comércio de troca de mercadorias e a importância da urbanização, resultou em abandono de cidades já existentes e das que estavam em processo de construção.

A força da Igreja

O mundo das cidades é o mundodas tentações.

Agora a cidade onde o homem serealiza é a cidade de Deus - acidade espiritual. Cidades dorecolhimento: mosteiros -cidadania santa - voltado para ointerior.

Nova função da cidade: econômica,próxima do mundo rural (fluxocontínuo de víveres), queproporciona uma especialização dotrabalho.

Decadência do Feudalismo

No início do século XIII, as cidades foram novamente

povoadas, graças à retomada do comércio e a

decadência do feudalismo. No século XIV, novas

cidades foram erguidas com grande intensidade.

O capitalismo começou a nascer ainda com frágeis

traços, mas provocando firmes e fortes alterações

na política, na cultura e na sociedade.

Período Renascentista: Dos castelos às cidades "O campo

produz animais, a cidade produz homens" Provérbio da Toscana

(séc.XIII)

A renovação da vida urbana, após um longo período de vida rural, girando em torno dos castelos e mosteiros:

o movimento das Cruzadas, a restauração do comércio, a emergência de um novo grupo social (os burgueses)

o renascimento cultural com um forte matiz científico-filosófico, que preparou o caminho para o renascimento italiano,

O Capitalismo e retorno as cidades

Durante o capitalismo as cidades se tornaram cada vez mais importantes, já que nelas se concentravam o comércio que objetivava a troca de mercadorias e o acúmulo de capitais.

A troca de mercadorias nada mais era do que compra e venda, pois neste período não mais trocavam mercadorias por outras necessárias, essas eram vendidas a preços maiores que o considerado justo para a obtenção do lucro.

As cidades também retomaram o poder, que nelas voltou a centralizar e, por este fato, outras novas cidades surgiam.

A Revolução Industrial

No século XVIII, houve um grande impulso na urbanização das cidades.

Elas desempenhavam a função de trabalhar na administração política, na religião, na segurança, no turismo, no portuário, na indústria e em outras áreas.

No final deste século se destacaram as cidades industriais e as que nelas eram ligadas, gerando maior crescimento populacional e de capital.

Antes da invenção da máquina a vapor, as fábricas situavam-se em zonas rurais próximas às margens dos rios, ao lado delas, surgiam oficinas, casas, hospedarias, capela, açude, etc. Os operários obtinham longos contratos de trabalho e moradia.

Com o vapor, as fábricas passaram a localizar-se nos arredores das cidades, onde contratavam trabalhadores.

Elas surgiam "tenebrosas e satânicas", em grandes edifícios lembrando quartéis, com chaminés, apitos e grande número de operários. O ambiente interno era inadequado e insalubre.

A cidade entra em falência

A degradação do meio urbano com más condições de vida das populações operárias.

Poluição atmosférica, concentração de mão de obra, concentração das unidadesindustriais nos centros urbanoscom maior população.

A utilização do solo era pouco organizada e feita de acordo com as necessidades de crescimento das indústrias.

Ausência de luz e ventilação e de espaços verdes e pátios.

A insalubridade

A ausência de esgoto e de higiene municipal criava um mau cheiroinsuportável;

A propagação de excrementos expostos, juntamente com a suainfiltração nos poços locais, significava uma propagaçãocorrespondente da febre tifóide;

A falta de água era ainda sinistra, porque afastava por completo apossibilidade de limpeza doméstica ou de higiene pessoal;

O superpovoamento padronizado dos bairros pobres repetia-se nasmoradias da classe média

A cidade precisava ser repensada:

Governo, estudiosos, intelectuais e a população

buscam solução para a cidade.

Ao período de transição dá-se o nome de

Pré-urbanismo