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COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO Unidade de Coordenação de Projetos da Região Sul Número 108 10 a 14 de Agosto de 2015 Nesta semana destacamos o artigo sobre o Mercado e a Agricultura Familiares em são apontadas ações necessárias para os avanços do segmento. As propostas de utilização do biogás objetivando a melhoria da qualidade de vida e o conforto dos agricultores será impulsionado em região leiteira do Uruguai tendo como exemplo o Condomínio Ajuricaba. Ações voltadas ao Ano Internacional dos Solos são relatadas pela Unidade Municipal de Sul Brasil da Epagri/SC no esforço para que os agricultores aprimorem as ações de preservação dos solos. A Revista Agropecuária Catarinense relata artigos que estão diretamente relacionados aos trabalhos da Unidade de Coordenação de projetos da FAO para Região Sul do Brasil. Durante os próximos meses importantes eventos destacam-se no Sul do país como as Conferencias Estaduais de SAN, Expointer 2015 (RS) e o Agroleite Castrolanda (PR). Boa leitura e bom final de semana. Carlos Antonio Ferraro Biasi ([email protected] ) Oficial Nacional de Coordenação de Projetos da FAO- Região Sul do Brasil MERCADO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA AGRICULTURA FAMILIAR A abordagem do tema de acesso aos mercados por parte de Cooperativas da Agricultura Familiar apresenta-se como uma iniciativa coletiva que, estrategicamente busca combinar a valorização econômica da produção e agro transformação, com abordagens mais amplas relacionadas ao desenvolvimento sustentável e à promoção de processos de inclusão social e de segurança alimentar e nutricional. Em análise, pode-se afirmar por inúmeras razões e explicações distintas para cada situação, a participação das famílias agricultoras e de suas organizações nos mercados está muito aquém de seu potencial. Ao acompanharmos diferentes iniciativas de inserção da produção de base familiar nos mercados, mesmo aquelas de Cooperativas mais consolidadas, é possível perceber a existência de algumas dificuldades comuns a todas, destaca-se o enfrentamento ao processo de massificação do modelo de produção e consumo que favoreceu a enorme concentração de poder nas mãos de poucas corporações transnacionais que atuam nas áreas de insumos agrícolas, processamento e venda ao varejo. Para fazer frente ao crescente poder econômico dessas corporações, essas Cooperativas da Agricultura Familiar não têm encontrado o respaldo necessário no Estado, que tem se mostrado despreparado para responder às demandas das mesmas, uma vez que não dispõe de instrumentos jurídicos, normativos fiscais, tributários e sanitários que contemplem as especificidades desses setores. Por outro lado, as Cooperativas se encontram fragilizadas por possuir equipe reduzida, não

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COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃOUnidade de Coordenação de Projetos da

Região SulNúmero 108 10 a 14 de Agosto de 2015

Nesta semana destacamos o artigo sobre o Mercado e a Agricultura Familiares em são apontadas ações necessárias para os avanços do segmento. As propostas de utilização do biogás objetivando a melhoria da qualidade de vida e o conforto dos agricultores será impulsionado em região leiteira do Uruguai tendo como exemplo o Condomínio Ajuricaba.

Ações voltadas ao Ano Internacional dos Solos são relatadas pela Unidade Municipal de Sul Brasil da Epagri/SC no esforço para que os agricultores aprimorem as ações de preservação dos solos. A Revista Agropecuária Catarinense relata artigos que estão diretamente relacionados aos trabalhos da Unidade de Coordenação de projetos da FAO para Região Sul do Brasil. Durante os próximos meses importantes eventos destacam-se no Sul do país como as Conferencias Estaduais de SAN, Expointer 2015 (RS) e o Agroleite Castrolanda (PR).

Boa leitura e bom final de semana.

Carlos Antonio Ferraro Biasi([email protected])

Oficial Nacional de Coordenação deProjetos da FAO- Região Sul do Brasil

MERCADO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA AGRICULTURA FAMILIARA abordagem do tema de acesso aos mercados por parte de Cooperativas da Agricultura Familiar apresenta-se como uma iniciativa coletiva que, estrategicamente busca combinar a valorização econômica da produção e agro transformação, com abordagens mais amplas relacionadas ao desenvolvimento sustentável e à promoção de processos de inclusão social e de segurança alimentar e nutricional.Em análise, pode-se afirmar por inúmeras razões e explicações distintas para cada situação, a participação das famílias agricultoras e de suas organizações nos mercados está muito aquém de seu potencial. Ao acompanharmos diferentes iniciativas de inserção da produção de base familiar nos mercados, mesmo aquelas de Cooperativas mais consolidadas, é possível perceber a existência de algumas dificuldades comuns a todas, destaca-se o enfrentamento ao processo de massificação do modelo de produção e consumo que favoreceu a enorme concentração de poder nas mãos de poucas corporações transnacionais que atuam nas áreas de insumos agrícolas, processamento e venda ao varejo.Para fazer frente ao crescente poder econômico dessas corporações, essas Cooperativas da Agricultura Familiar não têm encontrado o respaldo necessário no Estado, que tem se mostrado despreparado para responder às demandas das mesmas, uma vez que não dispõe de instrumentos jurídicos, normativos fiscais, tributários e sanitários que contemplem as especificidades desses setores.Por outro lado, as Cooperativas se encontram fragilizadas por possuir equipe reduzida, não

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especializada e capacitada para a gestão econômica, administrativa e financeira. Além disso, costumam se dedicar simultaneamente ao campo de ação política e à atividade comercial, um fato positivo, mas que necessita de planejamento bem articulado.No Brasil, essa temática teve muita relevância nos últimos 12 anos. Em 2003, com a criação do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e em 2009, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) foram instrumentos importantes para orientar a ação do Estado nesse campo. Ambos representam grande importância estratégica nesse momento em que a crise mundial de alimentos se evidencia, já que podem responder em parte ao desafio de aumentar a disponibilidade de alimentos e de fortalecer os circuitos locais e regionais de abastecimento.O mercado institucional passa a ser uma ferramenta de inclusão dos agricultores familiares e das Cooperativas, objetivando o fortalecimento da categoria, porém apresenta uma abordagem ampla da problemática da inserção qualificada e abrangente no mercado por parte da Agricultura Familiar, que visualiza neste mercado mais oportunidades de inserção em outros mercados e ampliação das vendas, como em feiras, cestas, mercados locais, entre outros, viabilizando a produção, transformação e mais importante, proporcionando renda as famílias agricultoras.No outro lado do Programa, estão os consumidores, as famílias, em situação de insegurança alimentar e nutricional que incentivou o aumento e a diversificação da produção, o fortalecimento de variados canais de comercialização local, a revitalização de agroindústrias familiares, mudanças na matriz tecnológica, a promoção de relações de gênero e geração mais justas, e ainda a criação de um sistema de controle social, a partir da implantação de um Comitê Gestor municipais, regional e estaduais que fomenta o aprimoramento técnico e político das famílias e organizações envolvidas.Para avançar é preciso:Irregularidade da produção - Existe certa dificuldade das cooperativas e dos agricultores realizarem o planejamento da produção individual e coletiva, a fim de atender a demanda contínua dos produtos demandados pela Alimentação Escolar.Logística de transporte dos produtos - As Cooperativas possuem agricultores filiados e participantes do projeto distribuídos em diferentes regiões geográficas do municípios e região. Em grande parte dos casos há uma distância considerável da Central de entrega dos produtos, o que gera um aumento significativo nos custos de transporte. Tais fatos, combinados a frequência de entrega mensal ou quinzenal dos produtos, acarretam num elevado custo de deslocamento.Infraestrutura - A deficiência de infraestrutura adequada tanto das Cooperativas e das entidades beneficiadoras desde a recepção quanto para a distribuição dos produtos, bem como para agregação de valor aos mesmos, fez com que os processos de distribuição física dos produtos tornam-se ineficientes e inviáveis.Dificuldade de compreensão dos Editais, contratos com quantidade reduzidas e diminuição nas quantidades de produtos acordados no projeto inicial pela Secretaria de Educação - No decorrer do ano, por motivos internos do departamento de alimentação escolar alguns produtos têm significativos decréscimos em suas respectivas quantidades previamente estabelecidas.Atendimento das legislações tributárias, fiscais e sanitárias - O alto custo com os tributos fiscais e tributários e pela deficiência de infraestrutura e pela complexidade das legislações que não são adequadas a escala de produção da Agricultura Familiar, tem dificultado a ampliação deste mercado e também a inclusão de novos produtos.Prazo para pagamento - Os pagamentos foram realizados em média 60 dias após a efetivação das entregas, geralmente esse prazo ainda é extrapolado, por problemas na prestação e contas

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e morosidade de análise da mesma. Isso gerou desmotivação nos Agricultores Familiares.Mesmo com a consolidação deste mercado institucional público, faz-se necessário fortalecer os demais canais de comercialização existentes, principalmente, os canais diretos com o consumidor, como feiras, cestas. A relação direta com os consumidores propicia uma melhor compreensão sobre suas exigências, ao mesmo tempo em que favorece a construção de laços de fidelidade e de credibilidade sobre a qualidade dos alimentos comercializados, e ainda a ampliação da consciência ambiental relacionada aos processos de produção e de consumo dos alimentos.Além desta oportunidade, deve-se construir novos canais de comercialização, que imprimam a visão de que os alimentos não podem ser tratados como mercadorias, mais como alimento, que assegurem autonomia às organizações sociais, segurança aos consumidores, com princípios ético, humano, democrático, ambientalmente sustentável e economicamente descentralizado, possibilitando a ampliação do mercado para a Agricultura Familiar. Fonte CRESOL Elisângela Bellandi Loss - Assessora de Comercialização Unicafes Paraná.

URUGUAI REPLICARÁ PROJETO GENUINAMENTE BRASILEIRO DE ENERGIA RENOVÁVELUm condomínio composto por 33 pequenos produtores rurais que geram energia por meio de dejetos de animais e resíduos agrícolas e que juntos são capazes de abastecer cerca de 42 casas brasileiras, com uma média de três moradores. O projeto – conhecido como Ajuricaba - que deu certo em Marechal Rondon, no Oeste do Paraná, agora está sendo replicado no sul do Uruguai.Segundo o diretor-presidente do CIBiogás (Centro Internacional de Energias Renováveis-Biogás), Rodrigo Regis de Almeida Galvão, que acaba de voltar do país vizinho para acertar detalhes da implantação, a lógica será replicada em uma área que tem muito em comum com o agronegócio brasileiro. “A região de San José é a principal produtora de leite do Uruguai, o que faz com que a criação de gado seja fundamental para a economia local. Contudo, eles convivem com o problema da grande quantidade de dejetos desses animais. Isso impede a expansão das atividades da região e causa uma série de consequências ambientais”, explica Rodrigo.Ainda em 2015, será finalizada a primeira – de quatro fases do projeto – em que seis propriedades rurais já gerarão eletricidade. Após concluído as demais etapas de implantação, serão 20 propriedades produzindo biogás através da transformação dos dejetos do gado, que poderão abastecer o consumo de energia elétrica de mais de 180 residências. “Já apresentamos ao Uruguai uma proposta de gestão financeira para a implantação e o projeto de gestão de risco, que propõe uma forma para que todas as ações sejam implantadas corretamente”, complementa.Para a diretora-geral de desenvolvimento de San José, Mercedes Antía, a iniciativa apresenta inúmeros benefícios. “Não é somente uma projeto de energia, é um projeto ambiental, que irá trazer novas possibilidades para região. Por isso, estamos abraçando essa oportunidade com muito entusiasmo pelo impacto que isso terá no futuro”, explica.Como funcionaEm cada propriedade, dejetos da produção agropecuária (gado) são transferidos para biodigestores, para produção de biogás. Os biodigestores estará conectado à uma microcentral por meio de um gasoduto de 37 quilômetros de extensão. Já a matéria orgânica residual do biodigestor pode ser transformada em biofertilizantes, com o rendimento ainda maior que os

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fertilizantes comuns.Além de gerar energia, o biogás produzido nas propriedades pode ser usado internamente, como, por exemplo, para cozinhar ou aquecer a água que higieniza o sistema de ordenha.A proposta de gerar energia com biogás em condomínios, em que biodigestores são conectados por um gasoduto a uma só central geradora, é genuinamente brasileira. Na Europa, são feitos grandes biodigestores, para os quais são transportados dejetos.Outras parceriasAlém do projeto, o governo do Uruguai solicitou ao CIBiogás a cooperação para o desenvolvimento de laboratórios para análises quanto à capacidade de produção de biogás e para iniciativas que incentivam o uso de combustíveis alternativos como o biometano, para contribuir para a melhoria da mobilidade rural. Esse biocombustível também gerado por meio do dejeto de animais.Sobre o CIBiogásO CIBiogás (Centro Internacional de Energias Renováveis–Biogás) é uma instituição científica, tecnológica e de inovação, que incentiva, articula e desenvolve projetos em energias renováveis, com ênfase em biogás.A empresa é formada por 16 instituições parceiras, contando com um laboratório de biogás e com 11 unidades de demonstração de produção de biogás no Brasil. Mayara Almeida Eleutério Assessoria de Comunicação -Media Relations

EPAGRI DE SUL BRASIL ENCERRA CICLO DE EVENTOS SOBRE CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUAEm 2015 o plano de trabalho do escritório municipal da Epagri de Sul Brasil tem como foco a conservação do solo e da água. Nesse sentido foram desenvolvidas várias atividades junto com os agricultores do município, entre eles, bovinocultores de leite e produtores de grãos.Buscou-se desenvolver este tema devido a importância do solo e água para produção de alimentos, ratificada pela FAO (Órgão da ONU para Alimentação e Agricultura) que declarou 2015 ao Ano Internacional dos Solos, e também devido à característica de relevo acidentado que Sul Brasil possui.Foram beneficiados 132 agricultores através de um seminário municipal sobre bovinocultura de leite a base de pasto e conservação do solo e água na atividade; duas reuniões sobre correta amostragem de solo, tendo em vista uma adubação equilibrada; uma reunião sobre proteção de mata ciliar; uma excursão ao Centro de Treinamento da Epagri de Chapecó para conhecer a o trabalho desenvolvido em conservação de solo e adubos verdes; duas reuniões sobre implantação de pastagem anual em sobressemeadura na pastagem perene e uma reunião sobre adubação verde de inverno.“Pensamos em levar esses conhecimentos aos agricultores do município, pois dessa forma estaremos promovendo uma agricultura mais sustentável do que a praticada atualmente, portanto oportunizando melhores condições aos futuros agricultores, muitos deles hoje jovens rurais” destaca o extensionista rural da Epagri, Dirceu Junior Ferri“ Os eventos realizados até o momento atingiram o objetivo de sensibilizar e alertar os agricultores com relação a conservação do solo e da água. Como resultado, o escritório municipal tem recebido diversos agricultores solicitando visitas a propriedade, sementes de plantas para adubação verde e planejamento da produção” destaca a extensionista rural da Epagri, Elisa Maria Bosetti.