Comunicação Oral e Escrita

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SÉRIE MEIO AMBIENTE COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA

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SÉRIE MEIO AMBIENTE

COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA

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CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNIRobson Braga de AndradePresidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA - DIRETRafael Esmeraldo Lucchesi RamacciottiDiretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAIConselho NacionalRobson Braga de AndradePresidente

SENAI – Departamento NacionalRafael Esmeraldo Lucchesi RamacciottiDiretor Geral

Gustavo Leal Sales FilhoDiretor de Operações

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SÉRIE MEIO AMBIENTE

COMUNICAÇÃOORAL E ESCRITA

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SENAI

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional

Sede

Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br

© 2012. SENAI – Departamento Nacional

© 2012. SENAI – Departamento Regional da Bahia

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, me-cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela equipe da Área de Meio Ambiente em parceria com o Núcleo de Educação à Distância do SENAI Bahia, com a coordenação do SENAI Departa-mento Nacional, para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional da Bahia Área de Meio Ambiente - AMA Núcleo de Educação à Distância - NEAD

FICHA CATALOGRÁFICA

S491c

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.

Comunicação oral e escrita Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional da Bahia. – Brasília : SENAI/DN, 2012. 98 p. : il. (Série Meio Ambiente)

ISBN 0000000000000

1. Comunicação Oral e Escritaa. 2. Meio Ambiente. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional. II. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional da Bahia III. Título

IV. Série.

CDU: 811.134.3(81)

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Lista de ilustraçõesFigura 1 - História da comunicação ...........................................................................................................................15Figura 2 - Esquema da comunicação ........................................................................................................................16Figura 3 - Elementos da comunicação .....................................................................................................................16Figura 4 - Uso de gírias ..................................................................................................................................................18Figura 5 - Comunicação .................................................................................................................................................19Figura 6 - A utilização da língua ..................................................................................................................................22Figura 7 - Uso da linguagem formal ..........................................................................................................................23Figura 8 - Uso coloquial da língua..............................................................................................................................24Figura 9 - Níveis da língua - culta e coloquial ........................................................................................................25Figura 10 - Internautas na escola ...............................................................................................................................27Figura 11 - Estudantes realizando a interpretação de textos ...........................................................................35Figura 12 - Síntese sobre a coerência .......................................................................................................................36Figura 13 - Coesão que integra as peças da língua..............................................................................................38Figura 14 - Cena interpretativa ...................................................................................................................................42Figura 15 - Elaboração de texto ..................................................................................................................................48Figura 16 - Estrutura de um texto dissertativo ......................................................................................................49Figura 17 - Diversidade e possibilidades descritivas ...........................................................................................54Figura 18 - Debate de ideias ........................................................................................................................................61Figura 19 - Alimento transgênico ...............................................................................................................................62Figura 20 - Tipos de argumentos ................................................................................................................................67Figura 21 - Modelo de portaria ...................................................................................................................................74Figura 22 - Pesquisa bibliográfica ..............................................................................................................................83

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Sumário1 Introdução ........................................................................................................................................................................11

2 Teoria da conspiração ..................................................................................................................................................152.1 Tipos de comunicação ...............................................................................................................................212.2 Níveis da fala .................................................................................................................................................21

2.2.1 Fala .................................................................................................................................................212.2.2 Língua ...........................................................................................................................................212.2.3 O nível culto ou formal............................................................................................................222.2.4 O nível coloquial ou informal ..............................................................................................232.2.5 O conceito de “erro” em língua e suas contradições .....................................................252.2.6 Gírias ..............................................................................................................................................26

2.3 Como falar em público ..............................................................................................................................282.3.1 Preparação ...................................................................................................................................292.3.2 Planejamento ............................................................................................................................292.3.3 Ensaio ............................................................................................................................................302.3.4 Apresentação de trabalhos ...................................................................................................30

3 Técnica de intelecção de texto ..................................................................................................................................333.1 Análise textual ..............................................................................................................................................34

3.1.1 Coerência textual ......................................................................................................................363.1.2 Coesão textual ...........................................................................................................................37

3.2 Análise temática ..........................................................................................................................................403.2.1 Pistas não verbais ......................................................................................................................40

3.3 Análise interpretativa ................................................................................................................................41

4 Parágrafo ...........................................................................................................................................................................454.1 Estrutura interna e tipos de parágrafos ...............................................................................................46

4.1.1 Parágrafo narrativo ...................................................................................................................464.1.2 Parágrafo descritivo .................................................................................................................464.1.3 Parágrafo padrão ou dissertativo ........................................................................................47

4.2 Unidade interna ...........................................................................................................................................484.2.1 Introdução ...................................................................................................................................484.2.2 Desenvolvimento ......................................................................................................................494.2.3 Conclusão ....................................................................................................................................49

5 Descrição ..........................................................................................................................................................................535.1 Conceituação ................................................................................................................................................54

5.1.1 Características de uma descrição ........................................................................................555.1.2 Dicas para uma boa descrição ..............................................................................................555.1.3 Formas de apresentação da descrição .............................................................................56

5.2 Descrição de objeto, processo e ambiente .......................................................................................585.2.1 Descrição de objeto .................................................................................................................58

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5.2.2 Descrição do processo ............................................................................................................585.2.3 Descrição do ambiente ...........................................................................................................59

6 Dissertação .......................................................................................................................................................................616.1 Estrutura dos textos dissertativo-argumentativos ..........................................................................64

6.1.1 Introdução ..................................................................................................................................646.1.2 Desenvolvimento .....................................................................................................................646.1.3 Conclusão ...................................................................................................................................65

6.2 Argumentação ..............................................................................................................................................666.2.1 Tipos de argumentos ...............................................................................................................67

7 Redação técnica .............................................................................................................................................................737.1 Documentos oficiais ...................................................................................................................................747.2 Relatório técnico ..........................................................................................................................................75

7.2.1 Estrutura .......................................................................................................................................757.2.2 Tipos de relatório ......................................................................................................................78

8 Pesquisa Bibliográfica ..................................................................................................................................................838.1 Tipos de pesquisa ........................................................................................................................................86

8.1.1 Pesquisa pura, básica ou teórica ........................................................................................868.1.2 Pesquisa aplicada .....................................................................................................................868.1.3 Pesquisa exploratória .............................................................................................................878.1.4 Pesquisa descritiva ..................................................................................................................878.1.5 Pesquisa explicativa ou experimental ...............................................................................87

Referências

Minicurrículo da Autora

Índice

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Introdução

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Prezado aluno,

É com grande satisfação que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - (SENAI) promove mais um Curso Técnico na Área Ambiental. Este curso tem como objetivo desen-volver a sua competência técnica para coordenar, no âmbito de sua atuação, os processos de implantação, monitoramento e avaliação de projetos, sistemas de gestão e controle ambien-tal, considerando os aspectos técnicos, econômicos e legais, com vistas ao desenvolvimento sustentável.

A Unidade Curricular Comunicação Oral e Escrita compõe o módulo básico comum aos Cur-sos de Habilitação Profissional da área de Meio Ambiente oferecidos pelo SENAI.

Ao longo desse curso você será estimulado a desenvolver a capacidade de coordenar tecni-camente a implantação e manutenção do sistema de gestão ambiental, bem como participar da implementação de projetos ambientais. Esperamos que você compreenda como sua atua-ção profissional é importante para a transformação de realidades, especificamente no que se refere a um mundo mais consciente dos aspectos relativos à sustentabilidade, tema esse a ser tratado durante sua formação.

Ao final de cada Unidade Curricular você terá subsídios para atuação técnica e científica qualificada, o que se dará em função dos conhecimentos apresentados para formá-lo Técnico na área ambiental. Isso o tornará um profissional diferenciado no mercado de trabalho!

Durante o estudo deste livro, abordaremos tópicos que lhe permitirão desenvolver as seguintes capacidades:

FUNDAMENTOS TÉCNICOS E CIENTÍFICOS:

a) Identificar termos técnicos em inglês;

b) Interpretar a legislação ambiental e normas técnicas;

c) Interpretar manuais técnicos de equipamentos;

d) Interpretar plano de manutenção, calibração e manuais de operações;

e) Reconhecer ferramentas de informática;

f) Reconhecer termos técnicos;

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g) Redigir textos técnicos.

CAPACIDADES SOCIAIS, ORGANIZATIVAS E METODOLÓGICAS:

a) Possuir uma visão global e coordenada de todas as fases do desenvolvimento dos processos, considerando os aspectos técnicos, organizativos, econômicos e humanos;

b) Respeitar e fazer respeitar os procedimentos técnicos e a legislação especí-fica;

c) Prever racionalmente os recursos materiais, considerando os aspectos téc-nicos e econômicos;

d) Demonstrar interesse de autodesenvolvimento frente às mudanças tecno-lógicas, organizativas, profissionais e socioculturais do mundo do trabalho e que incidem nas suas atividades profissionais;

e) Analisar opções e tomar decisão na resolução de problemas que afetam ati-vidades sob sua responsabilidade ou que lhe são delegadas;

f) Coordenar e/ou atuar em equipes de trabalho, identificando potencialida-des, capacitando seus integrantes, aplicando ferramentas de gestão e qualidade, demonstrando postura crítica e ética;

g) Mediar situações de conflito, analisando as variáveis envolvidas e suas pos-síveis causas, buscando o consenso na resolução dos impasses ocorridos;

h) Ter consciência quanto à legislação trabalhista vigente, bem como quanto a seus direitos e deveres como cidadão.

Este livro está dividido em oito capítulos. O capítulo 1 apresenta o objetivo e as capacidades propostas para esta disciplina. A partir do capítulo 2, você conhecerá a Teoria da Comunicação, entenderá os níveis da fala, aprenderá como falar em público e desenvolverá habilidades para apresentação de trabalhos, conceitos importantes para o início de sua formação. Em seguida, estudaremos a Técnica de Intelecção de Texto, principais definições, que compreendem a análise tex-tual, temática e interpretativa. No Capítulo 4, aprofundaremos os elementos do Parágrafo, aspectos que vão desde a Estrutura interna e tipos de parágrafos à Unidade Interna. No capítulo 5, abordaremos conhecimentos relevantes da Des-crição, sua conceituação e a descrição de objeto, processo, ambiente. No capítulo 6, aprofundaremos os aspectos da Dissertação: estrutura e argumentação que é de fundamental importância para sua formação como Técnico na área ambien-tal. Já no capítulo 7, aprenderemos como produzir Redações técnicas, além de conhecer como é construído um relatório técnico, instrumento que será de grande relevância para sua atuação como profissional. E por fim, no capítulo 8, você entenderá como realizar pesquisas bibliográficas. Todos estes elementos da Comunicação Oral e Escrita são fundamentais para seu processo de formação

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1 INTRODUÇÃO 13

e aprendizagem. Construiremos um conhecimento que o habilitará a se desen-volver tanto como pessoa, mas, sobretudo, como profissional especializado na área de meio ambiente. Esperamos que você obtenha êxito na construção do seu conhecimento e da sua formação!

Não esqueça que você é o principal responsável por:

a) Sua formação;

b) Estabelecer e cumprir um cronograma de estudo realista;

c) Separar um tempo para descansar;

d) Não deixar as dúvidas para depois;

e) Consultar seu professor/tutor sempre que tiver dúvida.

Sucesso e bons estudos!

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Teoria da Comunicação

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O homem, desde os mais remotos tempos, tem criado meios para se comunicar. A princí-pio, apropriou-se de signos1, sinais, gestos, desenhos, pinturas rupestres, letras e, por fim, da expressão oral e escrita na realização no processo da comunicação. Observe a figura a seguir:

Figura 1 - História da comunicaçãoFonte: SENAI, 2012.

A Figura 1 apresenta o desenvolvimento da comunicação ao longo das gerações e como ela faz parte da vida em sociedade. Compreendermos, nesse contexto, que a comunicação é central para a interação social. Quando é objetiva e clara, possibilita ao homem o seu desenvolvimento pessoal e profissional, pois lhe proporciona uma posição de destaque. No contexto profissional, será um instrumento de fundamental importância e deve ser alvo do seu processo de aprendizagem. Assim, toda comunicação tem por objetivo a transmissão de uma mensagem e se constitui por certo número de elementos conforme verificaremos no esquema a seguir (VANOYE, 2007, p. 1):

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Figura 2 - Esquema da comunicaçãoFonte: VANOYE, 2007.

A figura acima apresenta o esquema da comunicação e os elementos necessá-rios para que esta ocorra. Observe que, nas situações de comunicação, se alguns dos elementos não estiverem presentes, segundo a Teoria da Comunicação, podemos concluir que a comunicação não se estabelece com eficácia, provo-cando ruídos na comunicação, muito comum, quando, por exemplo, alguém se utiliza de gírias e o interlocutor não as domina. Diante disso, observa-se que, em contextos comunicativos, deve-se adequar a linguagem ao interlocutor.

Agora vamos conhecer as especificidades dos elementos da comunicação. Perceba que cada um dos elementos destacados, na Figura 3, apresentada abaixo, faz-se presente no esquema de comunicação (Figura 2). Dessa forma, observe e analise o papel de cada um dos elementos da comunicação apresentados na figura a seguir:

Figura 3 - Elementos da comunicaçãoFonte: SENAI, 2012.

Observe que, conforme a Figura 3, em toda comunicação estabelecida entre duas ou mais pessoas, há um conjunto de elementos funcionando para que haja interação, fluência e clareza na transmissão de ideias.

1 SIGNOS

Signos = significado + significante. Significado: conceito. Significante: forma gráfica + som.

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FIQUE ALERTA

Assim como no âmbito profissional obtemos melhores resultados quando construímos e ou produzimos de forma cooperativa, contando com o apoio de uma equipe, na comunicação, o conjunto dos elementos é imprescindível para que a mensagem possa ser transmitida e entendida pelo receptor.

Imagine que você esteja concorrendo a uma vaga de trabalho no exterior. Você já teve seu currículo aprovado e também passou na prova técnica, mas falta a prova oral e você precisa convencer a banca examinadora. O que fazer para obter a melhor preparação possível?

Inicialmente, é preciso que tente descobrir tudo que for possível sobre seus ouvintes, ou seja, os receptores de sua mensagem. Qual a nacionalidade, faixa etária, formação profissional, qual instituição estão representando, objetivos em lhe contratar, etc. Todas essas informações são muito importantes.

Precisa ainda descobrir qual idioma usar na apresentação, pois é de extrema importância que seus ouvintes partilhem do mesmo código, ou seja, falem a mesma língua que você. Porém, vale ressaltar que o código não abrange apenas a língua. A postura e os gestos também variam de cultura para cultura, por isso devem ser levados em conta na sua apresentação. Cruzar as pernas, mostrando a sola do sapato, diante de islâmicos, por exemplo, é considerado ofensivo. Não se pode esquecer que o vestuário também faz parte do código que usamos para nos comunicar. A escolha da roupa influencia no tipo de pessoa que você quer passar aos avaliadores: Sério, descontraído, estudioso ou ambicioso?

Como sua apresentação será oral, então, o canal de comunicação será o pró-prio ar que conduzirá sua voz pelo ambiente, portanto, o cuidado com a altura e entonação é importante.

O referente é tudo aquilo que você vai dizer: seus planos, objetivos, vida aca-dêmica, habilidades e etc. Tudo que você diz sobre o referente é o que constitui a sua mensagem.

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Observe a charge abaixo:

Figura 4 - Uso de gírias Fonte: SENAI, 2012.

Perceba, a partir da Figura 4, que, em contextos de entrevista, deve-se ficar atento ao uso do português padrão, pois o seu entrevistador estará atento aos seus vícios de fala.

Finalmente, você, o emissor. O que esse emprego representa para a sua vida? Que julgamento você faz sobre os avaliadores e a situação? Como você pode per-ceber, estamos falando do emissor, último elemento da comunicação, mas não menos importante.

Quando, de alguma forma, eliminamos um dos elementos da comunicação, a exemplo do canal de comunicação, ocorrerá o fenômeno chamado ruído2. Por exemplo: em uma apostila utilizada para um determinado curso, a impressão pode estar fraca, ilegível, com rasuras ou erros de digitação, ou ainda, em uma ligação telefônica em que o sinal esteja fraco e o barulho do ambiente externo abafe a voz dos interlocutores, certamente teremos um ruído na comunicação. Observe que todos os seis elementos que compõem a comunicação podem ser afetados pelo ruído.

A efetividade na comunicação se dá a partir da clareza em saber qual é a men-sagem, para quem ela se destina, que tipo de canal será usado, qual é o contexto em que a mensagem será dada e qual o código a ser usado na comunicação. Para

2 RUÍDO

Ruído é tudo aquilo que interfere na comunicação e impede que seus elementos interajam com fluência.

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garantir essa efetividade, é preciso compreender e colocar em prática esse pro-cesso. Veja a caracterização da comunicação no contexto da figura a seguir:

Figura 5 - ComunicaçãoFonte: SENAI, 2012.

Observe na ilustração acima (Figura 5), que a comunicação, de fato, ocorre quando a mensagem chega ao seu receptor sem ruídos. Por isso, devemos ter muito cuidado para que, durante o processo da comunicação, a mensagem seja emitida de maneira clara, sem interferências e que realize a função de comunicar. Para evidenciar situações de ruídos na comunicação, analise o casos e relatos a seguir.

CASOS E RELATOS

Um caso de “ruído” na comunicação: Informativo sobre os resíduos gerados no ambiente escolar

Em uma atividade escolar, foi solicitada aos estudantes a elaboração de um texto para sensibilização ambiental de toda comunidade esco-lar sobre os problemas causados pela geração de resíduos no ambiente escolar. O grupo de estudantes com dificuldade na comunicação escrita ficou responsável por escrever o texto da campanha que foi apresentado da seguinte forma: “A falta de gerenciamento dos resíduos do lixo é um fator importante que contribui para a perturbação dos ecossistemas, no ambiente escolar. Para isso é preciso sensibilizar os seres humanos, no

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sentido de aumentar o consumo, principalmente de papel, não reutilizar e ou reciclar os resíduos gerados. O principal meio de modificar tal situação é repensar as atitudes que degradam o meio ambiente. Por esse motivo a Educação Ambiental é um instrumento dispensável para modificar tais atitudes e comportamentos que comprometem a qualidade de vida e do meio ambiente”. Observe que, neste texto, os erros de digitação e de grafia descaracterizaram a mensagem, causando, assim, um ruído na comunica-ção. Felizmente a professora de Comunicação Oral e Escrita corrigiu o texto, antes que a publicação fosse impressa para divulgação. Observe como o texto ficou após a revisão da professora:

A falta de gerenciamento dos resíduos sólidos3 constitui um dos principais fatores que contribuem para a perturbação dos ecossistemas, inclusive o ambiente escolar. Para amenizar a problemática dos resíduos sólidos, é preciso sensibilizar os seres humanos, no sentido de redução do consumo, principalmente de papel, reutilizar e ou reciclar os resíduos gerados. O prin-cipal meio de modificar tal situação é repensar as atitudes que degradam o meio ambiente. Por esse motivo, a Educação Ambiental é um instrumento indispensável para transformar tais atitudes e comportamentos que com-prometem a qualidade de vida e do meio ambiente.

Fonte: SENAI, 2012.

Observe que este ruído, na escrita do texto, poderia causar um efeito comple-tamente diferente na comunicação que se desejava realizar. Fique atento, pois, no seu dia a dia, você poderá vivenciar momentos como esse e, por isso, precisa estar ciente das normas da Língua Portuguesa, inclusive, o Novo Acordo Ortográ-fico, para uma boa comunicação escrita e oral.

VOCÊ SABIA?

Que o ser humano se diferencia das demais espécies animais, porque desenvolveu a capacidade de expressar suas ideias e, para expressá-las, criou a linguagem? O grande desafio do ser humano é ser efetivo em sua co-municação.

SAIBA MAIS

Para saber mais sobre o processo de comunicação, leia: CE-NARO, Katia Flores; LAMÔNICA, Dionísia Aparecida Cusin; BEVILACQUA, Maria Cecília. O processo de comunicação. São José dos Campos, SP: Pulso, 2007.

3 SÓLIDOS

Resíduos sólidos são partes geradas após a produção, utilização, ou transformação de bens de consumo que podem ser reutilizado e ou reciclado.

4 ENUNCIAÇÃO

Enunciação; ação, maneira de enunciar, declaração, etc.

5 PARENTELA

Conjunto de parentes.

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2.1 TIPOS DE COMUNICAÇÃO

A comunicação está dividida em tipos: a comunicação verbal e não-ver-bal. Veremos a seguir cada uma delas.

a) Verbal é a comunicação que é feita através da palavra. Pode ainda ser divi-dida em oral: conversas, palestras, etc., ou escrita através de cartas, folhetos, jornais e etc;

b) Não-verbal é toda manifestação de comportamento não expressa por palavras, como por exemplo, os gestos, posturas, vestimentas, expressões corporais, imagens, fotografias, out door, etc.

É importante salientar que os gestos e os comportamentos variam de uma cultura para outra e de época para época.

A comunicação verbal é voluntária, enquanto que a comunicação não-verbal pode ser involuntária, podendo confirmar a mensagem verbal ou comunicar outras mensagens.

No processo de comunicação, tanto os elementos verbais, quanto os não-ver-

bais são importantes para torna-la eficiente.

2.2 NÍVEIS DA FALA

2.2.1 FALA

A fala é o modo como a língua é utilizada, ela é o principal recurso da comunicação e está mais presente que a escrita em nossas vidas, pois nos acom-panha desde que nascemos. É ainda um ato individual de escolha das palavras para a enunciação4 do que se deseja. Muitos fatores influenciam na maneira como determinado indivíduo fala, a exemplo, da idade, do sexo, do grau de esco-laridade, do local onde trabalha, do cargo que ocupa, do local onde estuda, do local onde mora, da profissão, do caráter, ou seja, do jeito de ser, dos hábitos, da maneira como foi criado em seu contexto familiar com os pais e sua parentela5, além das amizades de modo geral. Vejamos, a seguir, a caracterização da língua.

2.2.2 LÍNGUA

A língua é um código linguístico usado por uma sociedade e, portanto, trata-se de uma convenção entre um grupo. Então, dizemos que a língua é social.

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A língua é dinâmica e está sempre se modificando, pois algumas palavras são inseridas, outras entram em desuso e, outras ainda, mudam de significado, con-forme sua utilização.

Existem basicamente dois níveis da língua, ou seja, duas línguas funcionais; a língua culta ou formal e a língua coloquial ou informal. Analise os aspectos da língua na figura abaixo.

Figura 6 - A utilização da línguaFonte: SENAI, 2012.

Observe, na Figura 6, a utilização da língua como instrumento no processo de comunicação. Nesse contexto, aprofundaremos os níveis funcionais da língua a seguir.

2.2.3 O NÍVEL CULTO OU FORMAL

O nível culto ou formal é o que assegura a universalidade da língua den-tro de determinado país que a utiliza, mesmo reconhecendo que essa língua culta pode e sofre variações especialmente no falar. Nesse sentido, compreen-demos que o nível culto é a forma linguística aplicada ao contexto formal, como em uma entrevista para emprego, no meio acadêmico, ou seja, é a forma utilizada por pessoas que têm acesso ao estudo da língua e que é usada pelos veículos de comunicação em massa (rádios e TV, jornais, revistas, etc.) e em ambientes profissionais, por isso é ensinada nas escolas e difundida nas gramáticas, garan-tindo aos estudantes acesso a melhores oportunidades no ensino, nas interações sociais e no mercado de trabalho. Observe, a seguir, o nível coloquial da língua e analise as diferenças entre o nível culto e o nível coloquial.

Observe o texto abaixo e perceba o uso da modalidade formal da língua por-tuguesa.

6 CALÃO

Calão linguagem considerada grosseira ou rude.

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Figura 7 - Uso da linguagem formalFonte: SENAI, 2012.

Observe, na Figura 7, que o autor do texto destaca uma série de palavras pouco usuais por alguns falantes do português, como “prerrogativas” e “statu quo”, que significam, respectivamente, “direitos” e “posição social”.

2.2.4 O NÍVEL COLOQUIAL OU INFORMAL

O nível coloquial ou informal da língua é o mais espontâneo e criativo, por isso mais expressivo e dinâmico, característico do contexto popular. Não depende de regras e inclui gírias e o calão6.

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Figura 8 - Uso coloquial da línguaFonte: SENAI, 2012.

Observe, na tirinha (Figura 8), a diferença entre o uso informal da língua por parte do personagem; e o uso formal por parte da professora. Vale observar também que a comunicação não se tornou eficiente, porque a professora do per-sonagem não sinalizou, de imediato, a ele que estava adequando a fala dele à norma padrão do português.

Os níveis da fala compreendem o modo como o falante se manifesta nas diver-sas situações vividas. Devemos dar voz a todos os que desejarem se expressar. Não há língua portuguesa certa ou errada (abordaremos esse assunto em seguida); existem variações de prestígio, ou seja, a noção historicamente conhecida, a de norma (regra, padrão) como modalidade de dizer bonito, elegante.

O segredo está em saber adequar o ato verbal7 às situações de uso, ou seja, o cotidiano; compreender e utilizar a variedade mais adequada naquele momento com determinadas pessoas. Veja a representação dos níveis da língua na figura abaixo:

7 ATO VERBAL

Utilização de palavras na forma escrita ou na forma oral, ou seja, feito com sinais verbais.

8 TRANSGRESSÕES

O mesmo que ultrapassar os limites da norma culta.

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Figura 9 - Níveis da língua - culta e coloquialFonte: SENAI, 2012.

Na Figura 9, é possível observar a relação entre a língua culta e a língua colo-quial, num cenário comum da vida cotidiana. Perceba que uma interfere na compreensão da outra e essas relações ocorrem com frequência no dia a dia, vale ressaltar o cuidado que se deve ter ao aplicar cada forma da língua em seus con-textos específicos. Assim, a seguir, vamos conceituar o que conhecemos como “erro” na língua portuguesa.

2.2.5 O CONCEITO DE “ERRO” EM LÍNGUA E SUAS CONTRADIÇÕES

Inicialmente, não podemos julgar a fala das pessoas como “erradas” pelo simples fato de elas falarem diferente, de morarem em regiões onde há pouca escolarização, essa variação apresenta-se também com o regionalismo, a partir de sotaques característicos de cada região. A variação que ocorre de região para região se mostra claramente na pronúncia das palavras, nas construções sintá-ticas, no significado de algumas expressões e no léxico. Em nosso país (Brasil), a pronúncia é claramente identificada pelos falantes. Você é baiano (oxente!), pau-lista (meu!), gaucho (barbaridade, tchê!)?

O que se pode observar, nesse caso, são as suas características que, preconcei-tuosamente, são chamadas de “erro”, quando na verdade o falante usa linguagem perfeitamente compreensível aos nossos ouvidos. As pessoas das diversas regiões sabem tanto falar que as estruturas complexas da língua são corretamente utiliza-das e compreendidas. O que seria estranho, no entanto, e valeria classificar como errado, seria o uso da linguagem de forma invertida. As transgressões8 da norma

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culta não podem ser consideradas erros. Tal fenômeno é observado por parte de estrangeiros quando começam a usar a nossa língua portuguesa e não dominam a sequência das construções, cometendo algumas infrações linguísticas. Observe o exemplo a seguir: “menino os bola jogar”. Tal construção seria considerada por alguns gramáticos como agramatical, sendo a sequência adequada ao nível culto do português, utilizado por qualquer falante nativo, “os meninos jogam bola”. Perceba também que talvez os falantes pouco ou não escolarizados pudessem não marcar a concordância, como “os menino jogam bola” ou “os meninos joga bola”.

Todos os falantes de uma língua, inclusive aqueles que dominam a variedade padrão, ou seja, a linguagem formal ou culta, em algum momento, utiliza a lin-guagem informal, assim, também usam registros informais – situações que não exigem muito rigor, como nas conversas entre amigos ou colegas de trabalho. Nessas situações, às vezes empregam construções que seriam consideradas “erradas” em contextos mais formais. Consideramos assim, que não há erros, mas variedades linguísticas. Essas variações são representadas de acordo com as condições culturais, sociais, históricas e/ou regionais em que é utilizada. Pode-mos exemplificar esta situação com o uso do pronome oblíquo que praticamente desapareceu na oralidade. Observe a seguinte construção muito comum atual-mente: “vou deixar ela em casa”. No entanto, utilizando a linguagem formal ou culta diríamos “vou deixá-la em casa”. Observe que a comunicação aconteceu, mesmo com utilização diferenciada dos níveis da língua.

Ainda sobre o uso dos pronomes, o poeta Oswald de Andrade, em 1925, já sinalizava que os falantes do português no Brasil não seguiam as mesmas regras da gramática. Observe abaixo:

Dê-me um cigarro Diz a gramática

Do professor e do aluno E do mulato sabido

Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias

Deixa disso camarada Me dá um cigarro

(ANDRADE, 1925)

Vejamos, a seguir, os aspectos das gírias no contexto social.

9 IBAMA

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) é uma autarquia federal dotada de personalidade jurídica de direito público, autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente.

Page 27: Comunicação Oral e Escrita

2 TEORIA DA COMUNICAÇÃO 27

2.2.6 GÍRIAS

As gírias são palavras ou expressões da comunicação informal, contidas nas variações de caráter social ou cultural, admitida apenas na língua falada e servem para marcar a identidade de um determinado grupo social, como por exemplo, fãs de rap, funk, surfistas, grafiteiros, blogueiros, etc. Quando restrita a uma pro-fissão, a gíria é chamada de jargão.

Gírias curiosas:

a) dos funkeiros – alemão: turma rival, que está do lado oposto; cão: mentira, calote; bonde : grupo de funkeiros;

b) dos surfistas – aê forma de saudação; back side; manobra em que o surfista fica de costas para a onda; flat: mar sem ondas, prancha lisa;.

c) dos internautas – vc naum pd me adtr o asunt; kd vc? Vamos q tc na net; e aí orkuteiro; ñ vi vc no face, nem nu blog.

A gíria pode ser criativa e expressiva e é usada por todos, porém deve ser adequada ao momento certo por estar caracterizada pela linguagem informal. Observe a tirinha sobre esse aspecto da linguagem, abaixo apresentada:

Figura 10 - Internautas na escolaFonte: GVT, 2011.

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COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA28

Na análise da Figura 10, algo muito comum está sendo retratado, a comunica-ção virtual muito utilizada em nossos dias, trazendo reflexos negativos no contexto escolar. É importante diferenciar a linguagem e sua aplicação nos contextos da vida pessoal, acadêmica e profissional. Veremos como aplicar a linguagem espe-cífica em situações do nosso contexto social, acadêmico e profissional, a partir do enunciado a seguir, que tratará dos cuidados que se deve ter ao falar em público.

2.3 COMO FALAR EM PÚBLICO

É muito comum ouvirmos comentários como “detesto falar em público”, o que é compreensível, pois falar em público significa se expor a um julgamento ou uma crítica.

A sensação de que iremos falar algo errado e em esperar que, em seguida, venham as críticas, ocorre sempre que nos deparamos com essa necessidade. É comum e natural o sentimento de fragilidade diante do julgamento alheio, mas vencer a vergonha e desenvolver a confiança são passos importantes para falar bem em público.

É importante que saibamos que a habilidade de falar bem em público é necessária a todos os indivíduos sem exceção. Podemos citar como exemplos do cotidiano das pessoas:

a) O estudante que vai apresentar seu trabalho de conclusão precisa conven-cer a banca examinadora;

b) Um técnico na área ambiental mais experiente é convidado a treinar novos colegas;

c) Um engenheiro que precisa apresentar um novo projeto a sua empresa.

Segundo Polito (2008), para se sair bem em qualquer carreira que tenha abra-çado, é essencial que saiba falar bem. Trata-se de uma habilidade tão importante que o indivíduo que não consegue falar bem pode não valorizar tudo o que aprendeu estudando e trabalhando.

Assim, faz-se necessário o conhecimento de algumas técnicas da arte de falar bem em público, são elas:

a) A preparação;

b) O planejamento;

c) O ensaio;

d) A apresentação de trabalhos.

Vejamos, a seguir, cada técnica acima mencionada com maiores detalhes.

10 SISTEMATIZAÇÃO

Quadro ou esquema lógico dos principais tópicos e a relação entre eles.

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2 TEORIA DA COMUNICAÇÃO 29

2.3.1 PREPARAÇÃO

A preparação é a etapa mais importante para a apresentação oral. É preciso domínio sobre o assunto a ser abordado. Pesquise e se informe. Quando se vai falar sobre algo da sua área, torna-se mais fácil, o que não garante sucesso na exposição, pois é preciso estar atualizado. Observe que sempre existem pontos que são deixados de lado no dia a dia, mas que poderão ser importantes na ora-tória. A sistematização9 é muito importante para facilitar a exposição. Tendo feito a sistematização, é só decidir como irá abordar o tema. É importante chamar a atenção para o fato de que as informações que serão passadas deverão levar em consideração os seis elementos da comunicação (emissor, mensagem, recep-tor, código, canal de comunicação, referente), sendo que maior ênfase deve ser dada aos receptores. A sua abordagem precisa estar voltada para os objetivos que devem ser alcançados por aqueles que assistem à apresentação. Vejamos, a seguir, como elaborar um bom planejamento para sua apresentação.

2.3.2 PLANEJAMENTO

É durante o planejamento que efetivamente será definido o tempo necessá-rio e o material de apoio (PowerPoint ou outros programas utilizados para esse fim, vídeos ou material impresso) que serão utilizados para apresentação. Esse material poderá tornar sua apresentação mais clara e agradável, entretanto é necessário ter cuidado para que sua fala não seja muito longa a ponto de cansar o público ou substituir a fala.

Pensando nos imprevistos técnicos que podem ocorrer, como por exemplo, no caso de faltar energia, ou o software a ser usado não ser compatível com os equipamentos da empresa, ou até mesmo, o material impresso não ficar pronto a tempo da apresentação, o orador deve está preparado para estes imprevistos e esses fatores não podem impossibilitar a apresentação. No caso de apresentação por slides, também pode ser feita a impressão em miniatura para ser distribuída ao público.

A apresentação por slides é um excelente recurso, porém devemos ter o cui-dado de usá-lo apenas como roteiro.

Vejamos, a seguir, as funções de uma apresentação de slides em PowerPoint ou em outros programas específicos para apresentações:

a) Resumir o que será dito, portanto os textos da sua exposição serão curtos e em tópicos;

b) Apresentar dados difíceis de expor oralmente como gráficos, tabelas, esta-tísticas etc., e em seguida explicar a relação entre os dados e o conteúdo;

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COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA30

c) Ilustrar o conteúdo com imagens pertinentes.

Agora, é importante, antes de qualquer apresentação, realizar o ensaio, que

veremos a seguir.

2.3.3 ENSAIO

Agora que você já sabe os cuidados que deve ter ao preparar os slides, faça um ensaio, principalmente se não está acostumado a fazer apresentações em público. O ensaio irá permitir que você cronometre a sua fala ao tempo disponí-vel, marque o ritmo a ser utilizado (rápido ou devagar), e elimine os marcadores de fala como: tá, né, viu etc. Observe também a sua postura física, deixe os braços livres, não é indicado colocar as mãos nos bolsos e nas costas, nem pé na parede ou usar chiclete. Vejamos os encaminhamentos para sua apresentação de traba-lhos, sejam eles acadêmicos ou profissionais.

2.3.4 APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

Finalmente, é chegada a hora da apresentação de trabalhos. Cumpridas todas as etapas anteriores, o indivíduo certamente terá sucesso e agradará ao público.

Para a apresentação, Polito (2008) sugere algumas dicas importantes:

a) Voz – “Sua voz não precisa ser bonita, mas deve ter personalidade, para que passe credibilidade. Use um volume aportado ao ambiente, para que todos possam ouví-lo sem dificuldade. Imprima um ritmo agradável, alternando a velocidade da fala e o volume da voz”;

b) Expressão corporal e facial – “Ao falar em pé ou sentado, tenha uma pos-tura correta, elegante, sem afetação”. Gesticule na medida certa, sem excesso e sem falta de gestos. O semblante deve ser expressivo, para complementar a mensagem e demonstrar coerência com o sentido das palavras;

c) Ordem lógica – “Ordene a apresentação com introdução, preparação, desenvolvimento e conclusão. Na introdução, conquiste a plateia, na pre-paração explique o que vai apresentar, no desenvolvimento transmita a mensagem e, na conclusão, peça a reflexão ou a ação dos ouvintes.”;

d) Simpatia – “E seja simpático. Se você se apresentar com simpatia, sua ima-gem será positiva para os ouvintes. Às vezes, as pessoas até se esquecem da mensagem, mas nunca se esquecem da simpatia do orador.”

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2 TEORIA DA COMUNICAÇÃO 31

Agora que você já aprendeu algumas dicas da arte de falar em público, cer-tamente ao fazê-lo, será de forma segura, o que garantirá o sucesso pessoal e profissional. Também é importante destacar que o nível de linguagem utilizado na apresentação deve ser selecionado a partir do público para o qual falará, uma vez que ele precisará entender a mensagem transmitida.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, abordamos a teoria da comunicação, como está funciona e os elementos necessários para que esta ocorra. Você também pode per-ceber que o homem desenvolveu a linguagem escrita, e isso o diferenciou das demais espécies.

Abordamos a importância dos elementos da comunicação (emissor, men-sagem, receptor, código, canal de comunicação, referente), pois sem estes pode haver ruídos na comunicação. Observamos os níveis da fala, que compreende o modo como o falante se manifesta nas diferentes situa-ções, ou seja, com linguagem culta ou formal e a informal. Entendemos que, na língua portuguesa falada, não existe certo e errado, o que existem são variedades linguísticas, que representam variações de acordo as condi-ções culturais, sociais, históricas e regionais nas situações em que a língua é utilizada. Por isso, é tão importante a adequação de uso da língua nas situações específicas do cotidiano, sejam elas situações do seu contexto social e profissional. Compreendemos as etapas de como falar em público, a partir da preparação, do planejamento, do ensaio até o momento da apresentação dos trabalhos, o que certamente contribuirá com o seu pro-cesso de aprendizagem e com sua atuação como profissional Técnico na área ambiental. No próximo capítulo, abordaremos as técnicas de intelec-ção de texto, momento em que discutiremos sobre leitura, compreensão e interpretação de textos.

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Técnica de Intelecção de Texto

3

Compreensão (ou intelecção) e interpretação de texto consistem em analisar o que real-mente está escrito, ou seja, coletar dados do texto.

Podemos dizer que a interpretação de texto está presente em todos os momentos do nosso dia a dia, afinal os textos e contextos se apresentam nas mais diferentes formas de comuni-cação. No ambiente escolar, temos livros, revistas, apostilas; nas ruas as propagandas em outdoor, em busdoor, panfletos; no ambiente de trabalho, os relatórios, memorandos, atas dentre outros.

As técnicas de intelecção de texto fundamentam-se em: análise textual que está rela-cionada à estrutura do texto e análise temática que diz respeito ao assunto, ao tema, às ideias expressas no texto.

Assim, entendemos que o texto não é um amontoado de palavras soltas, e sim um tecido de ideias coerentes. Nesse contexto, utilizamos como ferramenta o resumo que é um dos melho-res exercícios para o desenvolvimento da capacidade de entender o que se lê, reproduzindo as ideias principais do que lemos em algumas linhas, com as nossas palavras.

FIQUE ALERTA

Cabe a você reconhecer que tanto a escrita quanto a lei-tura são atividades que pressupõem a interação, o envol-vimento. Neste momento, deverá ser criterioso com o que ouve e com o que escreve, avaliando argumentos e ideias suas e de outrem, tornando-se um leitor crítico que não se deixa manipular. Ler e ouvir bem são fundamentais para escrever e falar bem. No dia a dia, estamos sempre trocan-do informações com o outro. Como você poderá produzir bem um relatório técnico se não souber articular as infor-mações de forma correta.

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COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA34

1 INFERIR

Concluir, deduzir algo a partir de algum texto.

Para elaborar o resumo, podemos seguir passos que facilitam esse desenvol-vimento. Veja a seguir:

a) Uma primeira leitura do texto, para entrar em contato com as ideias, para ter a primeira noção do conjunto;

b) Em seguida, uma segunda leitura, anotando numa folha avulsa, as infor-mações mais significativos e as ideias principais do texto;

c) A partir do que anotamos, fazemos, então, o resumo. É importante tentar ser o mais fiel possível ao pensamento do texto. Resumo não é comentário. Quando comentamos, damos nossa opinião sobre as ideias lidas, o que pen-samos sobre elas, se concordamos, ou não, explicando o motivo. Já resumir é interpretar e condensar, ou seja, reproduzir o conteúdo do texto de modo sintético, em poucas palavras. Um resumo deve ter no máximo ¼ ou 1/5 do texto original, sendo escrito de preferência com a nossa própria linguagem;

d) Depois de fazer o resumo, por fim, dar um título ao texto. O título deve ser uma espécie de síntese interpretativa que pode ser feita, a partir do conjunto das ideias apresentadas no texto ou das que forem as mais significativas.

Exigi-se, para compreensão de um texto, habilidade, interação (envolvimento) e trabalho. A compreensão do texto ocorre de forma colaborativa, ou seja, se dá por meio da interação entre emissor texto e receptor. Assim, é possível inferir1 e produzir conhecimentos e não somente realizar a leitura. A seguir, compreende-remos como realizar a análise textual.

3.1 ANÁLISE TEXTUAL

A análise textual consiste em o leitor perceber a diversidade de situações de uso da língua, própria das sociedades mais complexas, a partir da leitura crite-riosa, verificando o que há de mais importante dentro do texto; classificando os textos de acordo com as intenções, funções (manter contato, informar, emocio-nar, convencer etc.). Observe a figura a seguir:

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3 TÉCNICA DE INTELECÇÃO DE TEXTO 35

Figura 11 - Estudantes realizando a interpretação de textosFonte: DREAMSTIME, 2012.

A partir da análise da Figura 11, na qual estudantes realizam a interpretação de textos, observa-se que a leitura e a interpretação exigem atenção e critérios específicos para compreensão.

Você sabe como fazer uma leitura criteriosa? Veja algumas dicas abaixo:

a) Fazer uma leitura prévia, buscando uma visão global do assunto;

b) Fazer uma segunda leitura, identificando palavras desconhecidas;

c) Perceber as sutilezas, aquilo que não está explícito no texto (ler nas entreli-nhas);

d) Identificar a ideia central de cada parágrafo;

e) Saber, em cada situação comunicativa, o que o autor deseja e pretende.

Seguindo essas dicas ao analisar um texto, os benefícios serão muitos, pois saber interpretar textos é não se deixar levar com tudo que lê, é ter mais segu-rança nas interações sociais e melhores oportunidades no trabalho, na educação e, sem dúvida, compreender os contextos políticos e econômicos e, assim, ser mais participativo no exercício da cidadania.

É importante lembrar a importância de desenvolver a habilidade de interpre-tar em comunicação oral como, por exemplo, palestras e seminários; entrevistas e conversas; dentre outros. Afinal, a interpretação não é feita apenas na comunica-ção escrita. No caso da comunicação oral, a vantagem desse tipo de interpretação se deve ao fato de que é possível retificar e/ou reformular o que se quer dizer ou transmitir em tempo real, ou seja, no exato momento em que os fatos estão acon-tecendo. Observe, em seguida, o estudo sobre a coerência textual.

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COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA36

3.1.1 COERÊNCIA TEXTUAL

A coerência textual é o instrumento que o autor usará para conseguir encaixar as “peças” do texto e dar um sentido completo a ele. Faz com que o texto seja compreensível aos olhos do leitor. Observe na figura abaixo:

Figura 12 - Síntese sobre a coerênciaFonte: SENAI, 2012.

Veja, na Figura 12, que a coerência refere-se tanto ao modo como empregamos a língua, quando falamos ou escrevemos, quanto à necessidade de considerar as pessoas a quem nos dirigimos, lembrando-nos de que precisamos adequar nos-sas comunicações a essas pessoas.

VOCÊ SABIA?

Que a coerência é também resultante da adequação do que se diz ao contexto extraverbal2, ou seja, àquilo o que o texto faz referência, que precisa ser conhecido pelo receptor.

Os fatores de coerência são vinculados à utilização das regras da língua e o conhecimento do mundo compartilhado por emissor e receptor.

É preciso utilizar as palavras com coerência, não podemos falar, nem escrever o que quisermos da forma como quisermos, sem levar em consideração as pes-soas a quem estamos nos dirigindo.

FIQUE ALERTA

No ambiente profissional, um descuido na comunicação pode provocar vários problemas nas relações interpesso-ais. Por isso, utilize a comunicação oral e escrita adequada-mente para as relações no ambiente de trabalho, ou seja, com a coerência que a língua portuguesa requer!

2 EXTRAVERBAL

o que não é dito com palavras, mas utiliza outros códigos não-linguísticos.

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3 TÉCNICA DE INTELECÇÃO DE TEXTO 37

Vejamos a seguir os aspectos relevantes da coerência:

Exemplo:

Os resíduos sólidos orgânicos de origem domiciliar pode se tornar uma peri-gosa fonte de contaminação e poluição do solo, quando não são tratados e destinados adequadamente. A compostagem representa uma alternativa sim-ples para transformar esses resíduos.

Durante a leitura das duas frases, é possível identificar se há relação de sentido entre elas?

Você pode pensar que sim, porque tratam de resíduos, mas da forma apresen-tada não existe ligação entre as ideias que elas expressam, por isso não há sentido. Concluímos que esse texto NÃO pode ser, portanto, considerado coerente.

Observe agora:

Os resíduos sólidos orgânicos de origem domiciliar podem se tornar uma perigosa fonte de contaminação e poluição do solo quando não são tratados e destinados adequadamente. A compostagem representa uma alternativa sim-ples para transformação desses resíduos orgânicos em adubo, o que pode ser utilizado para enriquecimento do solo na jardinagem, ou em atividades agrícolas.

A última frase dá sentido às anteriores, estabelecendo relações: agora sabemos que essas são as utilidades dos sólidos orgânicos transformados. Estabeleceu-se a coerência. Vejamos os elementos da coesão textual, em seguida

3.1.2 COESÃO TEXTUAL

Ao lado da coerência, a coesão corresponde ao emprego de determinados elementos da língua que garantem a textualidade, ou seja, é responsável pela boa formação de um texto, tornando-o compreensível. Se pensarmos na língua como um todo formado de peças, a coesão será o elemento responsável pelo encaixe dessas peças. A Figura 13, a seguir, expressa essa construção da coesão textual, verifique:

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COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA38

Figura 13 - Coesão que integra as peças da línguaFonte: SENAI, 2012.

Podemos apreender, a partir da análise da figura, que a coesão integra as parte do texto, relaciona, liga e completa o sentido do texto, a partir de elementos gra-maticais.

Os elementos de coesão dizem respeito, especificamente, aos mecanismos gramaticais da língua que são responsáveis pela ligação de segmentos do texto (palavras, expressões, frases), estabelecendo-lhes nexos3 específicos. Quando não estabelecemos coesão entre as partes de um texto, acabamos por prejudicar a sua coerência, ou seja, seu todo. Analise o caso e relato a seguir.

CASOS E RELATOS

Uso adequado do Conectivo: Avaliação dos Impactos das Emissões de Gases em Culturas de Cana-de-açúcar

Um estudo desenvolvido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Quei-roz (ESALQ), avaliou o impacto ambiental a partir do preparo do solo para o plantio de cana-de-açúcar. Segundo a agroecóloga, Adriana Silva-Olaya, metade da área total de cana é colhida mecanicamente, o que evita emis-sões a partir da queima da biomassa vegetal e favorece o incremento no estoque de carbono do solo. O estudo, “Emissões de dióxido de carbono após diferentes sistemas de preparo do solo na cultura da cana-de-açúcar”, revelou que o cultivo do solo com tecnologia de aração e permite maior mineralização do carbono orgânico no solo e incrementa as emissões de CO2. Ela informou que esse estudo se propôs a quantificar as emissões de CO2 derivadas de três sistemas de preparo do solo, utilizados durante a reforma dos canaviais no estado de São Paulo, assim como avaliar a influ-

3 NEXOS

Nexos, conectivos ou articuladores. No estudo da coesão, são os articuladores que estabelecem uma relação de sentido entre as ideias.

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3 TÉCNICA DE INTELECÇÃO DE TEXTO 39

ência da palha nesses processos de emissão”. Para o monitoramento das emissões foi utilizada uma câmera que coleta e analisa o fluxo de CO2. Ela disse ainda que “a seleção de práticas de manejo sustentáveis permitem aumentar o sequestro de carbono, melhorar a qualidade do solo e ajuda a minimizar a emissão de CO2 dos solos agrícolas, contribuindo para a redução do valor da pegada de carbono do etanol (footprint), aumentando consequentemente o benefício ambiental da substituição do combustível fóssil com este biocombustível”, concluiu a pesquisadora.

*Com informações da Esalq.

Fonte: JORDAN, 2011.

A partir da análise do caso, podemos identificar que o uso do pronome ela (elemento de coesão) que aparece duas vezes não foi utilizado corretamente comprometendo assim a clareza, o entendimento do texto. Talvez a melhor estra-tégia de coesão para retomar o nome da agroecóloga, Adriana Silva-Olaya, fosse através de termos como a pesquisadora ou a autora do estudo, e não através do uso de pronomes.

Relendo o texto, você irá perceber que, nas duas ocorrências, o emprego do pronome não é satisfatório, pois o referente que seria a agroecóloga está dis-tante no texto, havendo outros referentes femininos, o que não ajuda ao leitor na compreensão do texto. Pelo contrário atrapalha, deixando o sentido do texto comprometido. Não há clareza na informação.

Sendo assim, vale ressaltar como é importante o uso adequado do conectivo para a coesão do texto. No seu contexto profissional, não será diferente, os textos, relatórios e documentos que serão produzidos por você devem apresentar-se de maneira clara e coerente, respeitando as regras aqui mencionadas.

SAIBA MAIS

Para ampliar seus conhecimentos, uma boa sugestão é a lei-tura dos seguintes livros:

KOCH, Ingedore G. Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A coerên-cia textual. 17. ed. São Paulo: Contexto, 2007.

FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 2007.

Vejamos, a partir daqui, a análise temática.

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COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA40

3.2 ANÁLISE TEMÁTICA

Na comunicação escrita, o leitor conta com o uso das palavras (linguagem verbal), para entender o que se passava na cabeça do autor do texto ou livro, enquanto que, a comunicação oral (linguagem não verbal) nos permite comple-mentar o sentido da linguagem verbal, através da entonação da voz, dos gestos, da postura.

Kleiman (2002) criou a seguinte metáfora que representa a interação entre autor e leitor: o autor deixa pistas, vestígios, que o leitor, como um bom detetive, recolhe posteriormente para entender o que se passou.

Tomando como base essa metáfora, seguiremos pistas importantes sobre o texto que nos levarão ao seu entendimento.

3.2.1 PISTAS NÃO VERBAIS

a) Onde ele está escrito? Revistas, outdoor, rótulo etc. Extraia o máximo de informações que puder;

b) Qual aspecto se quis dar ao texto? Sério ou descontraído? Observe imagens e outros elementos gráficos que nos dão preciosas informações sobre o con-teúdo do texto;

c) Autoria – a autoria nos dá inúmeras pistas – ela informa se o autor é humo-rístico, crítico, sarcástico etc;

d) Data e lugar também trazem muitas informações, possibilitando deduções sobre o texto.

Agora que você tem todas essa informações anotadas como um bom detetive, vejamos os elementos verbais.

a) Macroestrutura – a que gênero pertence o texto – carta, reportagem, rela-tório etc;

b) Microestrutura – mecanismos da língua, cujo elenco é quase infinito e que o efetivo domínio se dá pela prática. Exemplo: o radical, as desinências modo--temporais, a vogal temática dentre outros.

Neste momento, chamamos a atenção que essa prática acontece a partir do exercício da leitura constante. Assim, observe que a análise temática, busca a compreensão da mensagem global veiculada na unidade, no texto. Procura ouvir o autor, apreender sem intervir no conteúdo da mensagem, ou seja, saber do que fala o texto. Ela serve de base para a síntese de um texto.

4 PROBLEMATIZAÇÃO

Problematização: ato ou efeito de problematizar (tornar problemático, pôr em dúvida, pôr em questão; dar forma de problema – do grego próblema, -atos, «questão proposta» +-izar).

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3 TÉCNICA DE INTELECÇÃO DE TEXTO 41

SAIBA MAIS

Lendo: leia CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar; CLETO, Ciley. Interpretação de textos: construindo competências e habilidades em leitura. São Paulo: Atual, 2009. E conheça questões de vestibular para testar a inter-pretação.

Após a análise temática, conheceremos os elementos que compõem a análise interpretativa.

3.3 ANÁLISE INTERPRETATIVA

A análise interpretativa é uma etapa em que o estudante-leitor toma uma posição própria a respeito das ideias encontradas, ele (o estudante-leitor) dialoga com o autor, fazendo uma associação das ideias expostas no texto com outras ideias semelhantes. Há, neste momento, a formulação de um juízo crítico.

O estudante-leitor critica as ideias defendidas no texto e essa prática exige maturidade intelectual. Segundo Severino (2007, p.59):

Interpretar é tomar uma posição própria a respeito das ideias enunciadas, é superar a estrita mensagem do texto, é ler nas entrelinhas, é forçar o autor a um diálogo, é explorar toda a fe-cundidade das ideias expostas, é cotejá-las com outras, enfim, é dialogar com o autor.

Nesse contexto, para que a análise de um texto seja completa, é preciso identi-ficar a problematização4 do texto. Essa atividade científica consiste em levantar os problemas para discussão pessoal e em grupo, exigindo debate e reflexão, além de analisar as questões implícitas e explícitas no texto.

VOCÊ SABIA?

Que quando falamos em interpretação de textos não estamos nos referindo apenas a textos escritos? Na ver-dade, texto é todo conjunto de signos (linguísticos ou não) com significado completo.

Para aprofundarmos o que foi dito, temos o exemplo da Figura 14. Vejamos que para compreender o que há nesta figura e do que ela fala, é necessário anali-sar, perguntar, identificar a temática do texto e buscar nas entrelinhas. Portanto, a imagem pode ser analisada dentro das perspectivas de análise crítica e proble-matização. Observe:

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COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA42

Figura 14 - Cena interpretativaFonte: SENAI, 2012.

Essa tarefa da interpretação da figura ficará por sua conta. Agora vejamos a revisão dos conteúdos discutidos nesse capítulo.

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3 TÉCNICA DE INTELECÇÃO DE TEXTO 43

RECAPITULANDO

Neste capítulo, compreendemos a importância da utilização da Técnica de intelecção de textos, para a compreensão da leitura e o desenvolvimento da escrita, nos âmbitos profissional e pessoal. Entendemos que resumir é interpretar e condensar. E que a utilização do resumo como um dos melho-res exercícios para o desenvolvimento da capacidade de entender o que se lê reproduzindo as ideias principais é fundamental no processo de interpretação. Compreender um texto exige habilidade, interação (envol-vimento) e trabalho. Realizamos a análise textual, identificando coerência (é o instrumento que o autor usará para conseguir encaixar as “peças” do texto e dar um sentido completo a ele) e coesão (que corresponde ao emprego de determinados elementos da língua que garantem a textuali-dade). Aprendemos como realizar a análise temática, a partir das pistas e elementos verbais. E ao final do conteúdo deste capítulo, entendemos a importância de realizar a análise interpretativa em que o estudante-leitor toma uma posição própria a respeito das ideias encontradas, ele dialoga com o autor, fazendo uma associação das ideias expostas no texto com outras ideias semelhantes e desenvolve, assim, uma visão mais crítica da realidade. Assuntos esses que são de grande relevância para a sua forma-ção como ser humano e profissional Técnico na área ambiental.

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Parágrafo

4

O parágrafo é a unidade autossuficiente de um discurso na escrita, que lida com um ponto de vista ou ideia particular.

Garcia (1985, p. 203) conceitua o parágrafo como “uma unidade de composição, constituída por um ou mais de um período, em que se desenvolve ou se explana determinada ideia central a que geralmente se agregam outras secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela”.

Um parágrafo consiste tipicamente de uma ideia, pensamento ou ponto principal que o unifica, acompanhado por detalhes como: clareza, objetividade, coerência, sequência lógica que o complementam. Os parágrafos caracterizam-se por serem narrativos, descritivos ou dis-sertativos (ou parágrafo padrão), pois acompanham o tipo de texto que está sendo produzido. É importante caracterizar dois elementos do parágrafo: o parágrafo padrão e o tópico frasal.

Denominamos parágrafo padrão o tipo de parágrafo que reproduz a estrutura do texto dissertativo, isto é, além de conter uma ideia básica, expõe essa ideia de forma completa atra-vés de três momentos básicos: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Estudando a organização do parágrafo padrão, estaremos, portanto, estudando em miniatura a estrutura do texto como um todo. Retomaremos esse conceito ao tratarmos da unidade interna do pará-grafo.

O tópico frasal é a frase ou frases introdutórias do parágrafo, nas quais delimitamos o assunto e expressamos – ou pelo menos insinuamos – nosso objetivo ou posição pessoal em relação a ele. Serve como ponto de referência para a construção do desenvolvimento e da conclusão, uma vez que ambos devem responder às expectativas levantadas pelo tópico frasal.

FIQUE ALERTA

Não se devem usar parágrafos demasiadamente longos, pois dificultam a transmissão de uma ideia de forma clara e objetiva. Os parágrafos longos podem confundir ou dis-persar a atenção do leitor.

Veremos, nos próximos itens, a estrutura e os tipos de parágrafos.

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COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA46

4.1 ESTRUTURA INTERNA E TIPOS DE PARÁGRAFOS

Como vimos, o parágrafo é um texto em miniatura, este pode ser narrativo, descritivo ou dissertativo, pois acompanha o tipo de texto que se está elaborando. Vejamos a análise detalhada da estrutura interna em cada tipo de parágrafo, a partir do parágrafo narrativo.

4.1.1 PARÁGRAFO NARRATIVO

O parágrafo narrativo deve transmitir fielmente a intenção da narração. Ele relata os fatos, apresenta conflito, usa verbo de ligação, tem como matéria o fato. Nele são frequentes o diálogo direto e indireto. Observe no exemplo a seguir:

Uma lata de cerveja vazia virou bola. Fui chutando, chutando. Ora do lado direito, ora do lado esquerdo da rua. Cansei. Dei um chutão: tibum. Caiu dentro do igarapé. O pontilhão estava torto e quebrado. Fiquei olhando lá embaixo. Um fiozinho de água corria entre um montão de lixo. Não vi nenhum peixinho. Só vi a luta da pequena água querendo romper passagem. Batia em saco plástico, em latas grandes e pequenas e outras coisas, sei lá o que era, só sei que era muita coisa. [...]

Fonte: MEIRA, 2004.

4.1.2 PARÁGRAFO DESCRITIVO

Encontramos, no parágrafo descritivo, relato de pessoas, ambientes, objetos e sentimentos. Neste parágrafo, apresentam-se as características predominantes do que se descreve, é constante o uso de metáforas, comparações e outras figu-ras de linguagem, o que resulta em uma imagem física ou psicológica. Vejamos o exemplo a seguir:

Além do horizonte

Jota Quest

[...]

Além do horizonte deve ter

Algum lugar bonito

Pra viver em paz

Onde eu possa encontrar

A natureza

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4 PARÁGRAFO 47

Alegria e felicidade

Com certeza...

Lá nesse lugar

O amanhecer é lindo

Com flores festejando

Mais um dia que vem vindo

[...]

Fonte: ROBERTO CARLOS; ERASMO CARLOS, 1975.

4.1.3 PARÁGRAFO PADRÃO OU DISSERTATIVO

Denominamos parágrafo padrão ou dissertativo o tipo de parágrafo que aborda um tema, defende uma ideia, reproduz a estrutura do texto dissertativo, com predominância da linguagem denotativa, onde geralmente não aparece o emissor, pois o que importa é o assunto em questão e não quem fala dele. Analise um exemplo de parágrafo dissertativo a seguir:

A disposição e a acumulação de resíduos orgânicos em lixões ou aterros sani-tários sem o devido tratamento favorecem a ação de organismos anaeróbicos. Consequente- mente, surgem a geração de chorume e gases indesejáveis. Alguns desses gases exalam odores fétidos, outros fazem parte do grupo de gases do efeito estufa, contribuindo com o aquecimento global e as mudanças climáticas.

Fonte: SILVA, 2010.

VOCÊ SABIA?

Que organizar um parágrafo por causa e consequência significa encadear as ideias de tal modo que as conse-quências de um fato sejam tomadas como causas de outros fatos.

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COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA48

4.2 UNIDADE INTERNA

Os parágrafos são unidades menores que, ao se estruturarem, originam o texto. Sua extensão é variada, dependendo muito do assunto a ser desenvolvido. Normalmente os parágrafos costumam ser assim distribuídos: introdução, desen-volvimento e, mais raramente, conclusão que chamamos de unidade interna do parágrafo. Cabe lembrar que não há um modo rígido para a construção de um parágrafo. Tudo depende da natureza do assunto, do tipo de composição e, principalmente, das preferências de quem escreve. Portanto, o parágrafo, na prática, não possui regras inflexíveis de aplicação. Mas não há dúvida de que a maioria é assim estruturado, pois é o método mais adequado para assegurar a unidade e coerência do parágrafo.

Figura 15 - Elaboração de texto.Fonte: DREAMSTIME, 2012.

A Figura 15 caracteriza o processo de elaboração do texto, nele, os parágrafos devem ser elaborados com início, meio e fim, trazendo os elementos já discutidos nesse conteúdo. Veremos essa estrutura detalhada a seguir.

4.2.1 INTRODUÇÃO

Também denominada de tópico frasal. Compõe-se de um ou dois períodos curtos que concentram a ideia núcleo – ideia principal – do parágrafo. Tal ideia é ampliada e explorada no desenvolvimento.

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4 PARÁGRAFO 49

4.2.2 DESENVOLVIMENTO

Formado pelos períodos – tópico frasal, argumentação e ainda uma conclu-são. O desenvolvimento desdobra a ideia principal do parágrafo, na perspectiva de uma análise mais aprofundada do assunto mencionado na introdução.

4.2.3 CONCLUSÃO

Retoma-se a ideia central do parágrafo, analisando-se os diversos aspectos apresentados no desenvolvimento e completando o sentido do parágrafo, assim concluindo o contexto.

SAIBA MAIS

Para complementar seus conhecimentos, leia PAULINO, Gra-ça. Tipos de texto, modos de leitura. Belo Horizonte: For-mato, 2001.

Nas dissertações, os parágrafos são estruturados a partir de uma ideia que nor-malmente é apresentada em sua introdução, desenvolvida e reforçada por uma conclusão. A divisão de um texto em parágrafos tem a particularidade de facili-tar, ao escritor, a estruturação do texto, e a de possibilitar, ao leitor, uma melhor compreensão. Geralmente, ficam entre quatro ou cinco parágrafos (um para a introdução, dois ou três para o desenvolvimento e um para a conclusão).

Observe na figura a seguir, a estrutura de um texto dissertativo.

DESENVOLVIMENTO CONCLUSÃOINTRODUÇÃO

1º PARÁGRAFO 2º, 3º E 4º PARÁGRAFOS

ÚLTIMOPARÁGRAFO

TEXTO

Figura 16 - Estrutura de um texto dissertativo.Fonte: FURTADO; PEREIRA, 2010.

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COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA50

CASOS E RELATOS

Elaborando Parágrafos na sala de aula

Após concluir o assunto sobre parágrafos, a professora solicitou da turma a produção de um texto com o tema relacionado ao meio ambiente. Pedro, de imediato, iniciou seu texto:

Diante de diversos problemas ambientais gerados pela sociedade contem-porânea, surgiram em várias partes do mundo debates sobre o uso racional da água: um caminho possível. Aparentemente infinita, a água doce do mundo existe em quantidade menor do que, em geral, as pessoas pensam. Ao se falar em água, imediatamente as pessoas se lembram de que 70% da superfície terrestre é composta de água, assim como nosso corpo. Entre-tanto, não se lembram de que boa parte desta água é imprópria para o consumo humano [...].

Fonte: SENAI, 2012.

Observe que, ao produzir seu texto, Paulo teve o cuidado de levar em conside-ração o contexto, as intenções comunicativas, as estruturas, a clareza, a coesão e a objetividade. Estes elementos são importantes, pois Paulo sabia que seu texto poderia ser lido não só pela professora, daí a relevância de sua preocupação com os itens apresentados, pois o texto é construído a partir dos significados atribuí-dos pelo autor e pelo leitor. A atenção e o cuidado que Paulo teve são inerentes à produção de texto. E na sua vida profissional, dentro de uma empresa ou indús-tria, os textos de sua autoria, sejam análise, sejam comunicados, convites ou relatórios, devem se comportar de maneira semelhante, considerando todos os elementos já mencionados até aqui, para garantir a clareza e eficácia das informa-ções, compreensíveis para todos que acessarão essas informações.

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4 PARÁGRAFO 51

RECAPITULANDO

Estudamos, neste capítulo, que o parágrafo é formado por uma única ideia e formado por vários períodos que apresentam um ponto de vista. Com-preendemos ainda que o parágrafo é um texto em miniatura e que pode ter caráter narrativo, descrito ou dissertativo (padrão). O parágrafo tem introdução, desenvolvimento e conclusão, mantendo unidade, coerência, concisão e clareza e podem ser curtos ou longos.

Agora que já sabemos sobre a estrutura de um parágrafo. Aprofundaremos no próximo capítulo desse livro a Descrição. Todos esses conteúdos fazem parte do seu processo formativo em Comunicação Oral e Escrita, que, com certeza, desenvolverão suas habilidades no campo da comunicação como profissional Técnico na área ambiental.

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Descrição

5

O objetivo da descrição é criar um retrato vivo, preciso e sugestivo do tema, que pode ser uma pessoa, um animal, uma paisagem, um ambiente, um objeto e, também, entidades abstratas, como uma ideia, uma emoção, um processo, um conceito.

Na construção de texto descritivo, é necessário levantar todos os dados que se considera relevante ao tema, porque é a partir das informações contidas nas descrições que o leitor pode visualizar o que está sendo dito no texto. Esse tipo de texto há o uso constante das adjetiva-ções, metáforas, tempos verbais durativos (representam ação contínua ou periódica), verbos de estado e formas nominais. Veremos como é realizada a conceituação no processo descritivo.

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COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA54

1 NEUTRALIDADE ABSOLUTA

O mesmo que imparcialidade total.

5.1 CONCEITUAÇÃO

Descrever é uma atividade na qual se utilizam os sentidos (visão, audição, paladar, tato e olfato) para captar a realidade e traduzi-la num tecido verbal (texto verbal), ou seja, a verdade que nos cerca pode ser apreendida pelos sentidos e depois interpretada através de imagens linguísticas.

Conforme o contexto, a descrição pode ser mais objetiva ou mais subjetiva, embora a neutralidade absoluta1, assim como no caso da narração – aliás, assim como em qualquer tipo de comunicação - seja impossível. Para comprovar isso, basta pensar em um exemplo simples: se você quisesse vender uma casa, iria des-crevê-la no anúncio com isenção total, ou seja, imparcialmente. Observe a figura a seguir:

Figura 17 - Diversidade e possibilidades descritivas.Fonte: DREAMSTIME, 2012..

VOCÊ SABIA?

Que, ao observar a Figura 17, vários dos nossos sentidos são estimulados pela profusão de cores, aromas e textu-ras que dela surge? Com certeza, há palavras específicas para descrever cada uma dessas sensações.

A partir da Figura 17, é possível escrever um texto que descreva com deta-lhes a diversidade de frutas apresentadas, sua disposição, as cores, tipos e etc. Exemplos claros, das muitas possibilidades textuais que levarão o leitor a imagi-nar diversos contextos.

A seguir, aprofundaremos as características específicas de uma descrição.

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5 DESCRIÇÃO 55

5.1.1 CARACTERÍSTICAS DE UMA DESCRIÇÃO

a) Utilização de verbos de ligação que servem para ligar o sujeito ao seu predicativo;

b) Presença de adjetivos ou locuções adjetivas. O que constituem os pre-dicados nominais e são comuns nesse tipo de texto, devido à constante caracterização que se dá ao objeto descrito;

c) É um texto parado, isto é, não é dinâmico, mesmo que às vezes sejam empregados verbos que denotem movimento. Efeito criado pelo uso dos adjetivos, locuções adjetivas, verbos de estado e a ironia. Esse fato pode tor-nar o texto entediante, assim sendo, deixa de estimular a leitura de quem o acessa. Caracterizações claras e específicas podem evitar esse imprevisto por tornarem a imagem descrita incomum e interessante possibilitando o apreço do leitor;

d) A imagem que vai se construindo é semelhante a um retrato, só que são utilizadas palavras, e por isso é chamada de imagem verbal. Dependendo da riqueza de detalhes e clareza de informações, essa imagem vai se tor-nando mais nítida e mais acessível a todos os tipos de receptor.

Em seguida, daremos algumas dicas importantes para a realização de uma boa descrição.

5.1.2 DICAS PARA UMA BOA DESCRIÇÃO

a) Ser claro, objetivo, ser direto e dinâmico;

b) Para enriquecer a descrição e tornar o texto mais atraente, devem-se desta-car os traços distintos, ou seja, as características que não se pode encontrar em qualquer lugar;

c) Na introdução, faz-se a apresentação do que vai ser descrito de forma direta e específica. Sem muito se prolongar, cita-se o espaço em que a imagem se encontra;

d) No desenvolvimento, deve conter as características físicas e psicológicas e emocionais, cada uma descrita separadamente, uma em cada parágrafo;

e) Ao final, é importante evidenciar a característica mais notável que possa causar impacto, marcando a imagem como um todo. Sem esquecer que deve fazê-lo em terceira pessoa, o texto é impessoal.

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COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA56

FIQUE ALERTA

Ao elaborar documentos como a descrição das atividades executadas no seu exercício profissional, como técnico na área ambiental, aproveite para utilizar as dicas sobre a descrição e redija um texto bastante rico em detalhes.

5.1.3 FORMAS DE APRESENTAÇÃO DA DESCRIÇÃO

A descrição de um objeto, de uma pessoa, de uma cena, etc. pode ser feita objetivamente ou subjetivamente, dependendo do ponto de vista do escritor. Essa descrição pode ser apresentada sob duas formas:

a) descrição objetiva: deve ser impessoal, concreta, imparcial livre de vonta-des, sentimentos, emoções ou opiniões pessoais. O objeto, o ser, o ambiente são apresentados como realmente são;

b) descrição subjetiva: é pessoal, particular, marcada pelo anseio, pelos sentimentos, emoções e opiniões pessoais do narrador. O objeto, o ser, o ambiente são transfigurados pela emoção de quem descreve. Na descrição subjetiva, há interferência emocional por parte do emissor e receptor a res-peito do que observa, analisa.

VOCÊ SABIA?

Que o texto descritivo pode apresentar-se em versos também? Existem muitas possibilidades de descrição de ambientes, objetos, localidades e também realidades observadas no contexto profissional.

CASOS E RELATOS

O Casamento é celebrado em clima de “apagão ecológico”

Num prédio de 40 apartamentos da agitada Rua Rodésia, na Vila Mada-lena, bairro símbolo da balada em São Paulo, o salão de festas estava às escuras. Mas, lá dentro, a animação corria solta: cerca de 100 pessoas toca-vam, cantavam e bebiam para celebrar um casamento que ocorreu à luz de velas. A festividade, em clima de “apagão ecológico”, atendia ao pedido da Hora do Planeta, iniciativa criada em 2007, em Sydney, pela organização não governamental WWF (sigla em inglês, World Wildlife Fund, traduzido

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5 DESCRIÇÃO 57

para o Português, Fundo Mundial para a Natureza). Pela proposta que che-gou recentemente ao Brasil, todos deveriam apagar as luzes das 20h30 às 21h30. Segundo a ONG, cerca de 1 bilhão de pessoas em 3.900 cidades de 88 países “se apagaram”. O WWF não tinha um balanço sobre a adesão no estado de São Paulo, mas a julgar pelos prédios, bares e restaurantes ilumi-nados em toda a cidade, pode-se dizer que ela não foi significativa. “Desde pequenina, separo lixo. Achei que a festa poderia ser uma viniciativa para conscientizar as pessoas”, disse a noiva, a cantora Marcela Ribeiro. Nada de copos ou bandejinhas descartáveis. Era tudo de vidro ou porcelana. O con-vite (enviado por e-mail, claro) informava sobre a adesão à Hora do Planeta [...].

Fonte: OLIVEIRA, 2009.

É útil sabermos que raramente se encontra um texto puramente descritivo. Esse, do “Casos e relatos” apresentado, por sua vez, tem características tanto de descrição quanto de narração. O autor inicia o texto descrevendo o local onde situava a festa e continua com a descrição do evento.

O mais comum é que o texto descritivo faça parte de textos narrativos, em gêneros como romance, crônica, conto, etc., servindo a descrição de persona-gens, ambientes, paisagens, objetos, etc. Existem outros exemplos de textos descritivos em que detalham os seres e paisagens, expõem informações precisas, apresentando datas, nomes e dados pessoais verídicos. Também o que aconte-ceu a alguém em determinado tempo e lugar.

É importante que você compreenda que, na produção do texto descritivo, é necessário levantar todos os dados relevantes, porque esses dados irão permitir maior compreensão do texto. Estes são predicativos necessários ao seu conhe-cimento para a produção de um bom texto descritivo no contexto pessoal e profissional. Não se esqueça de que, quando você narra um evento qualquer, seja em um relatório de trabalho, seja na conversa cotidiana, faz uma descrição breve dos personagens da sua história; assim como do ambiente e processo ocorrido.

SAIBA MAIS

Para saber mais sobre as técnicas de descrição consulte o livro de FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e redação. 16. ed. São Paulo: Ática, 2006.

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COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA58

5.2 DESCRIÇÃO DE OBJETO, PROCESSO E AMBIENTE

Aqui você poderá entender e diferenciar a descrição de: objeto, processo e ambiente.

5.2.1 DESCRIÇÃO DE OBJETO

A descrição de objeto, normalmente, é estática e tem a finalidade de iden-tificar, selecionar e enfatizar seus elementos mais importantes. As qualidades fundamentais desse tipo de descrição são:

a) objetividade;

b) clareza;

c) concisão.

Na descrição de objeto, podem ser empregadas as linguagens: denotativa e a conotativa. Linguagem denotativa é a palavra empregada na sua significação usual, literal, referindo-se a uma realidade concreta ou imaginária. Linguagem conotativa é a uma transferência do significado usual para um sentido figurado, metafórico. Seguiremos com a descrição do processo.

5.2.2 DESCRIÇÃO DO PROCESSO

A descrição de processo, normalmente técnica, utiliza a linguagem precisa e científica, a precisão vocabular, a exatidão de pormenores e a sobriedade na descrição. A linguagem da descrição técnica visa ao esclarecimento do leitor. A exemplo de descrições desse gênero:

a) processos;

b) aparelhos;

c) experiências;

d) mecanismos;

e) relatórios;

f) receitas culinárias;

g) fórmulas de remédios.

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5 DESCRIÇÃO 59

5.2.3 DESCRIÇÃO DO AMBIENTE

Compreendemos, por ambiente, tudo o que está à volta, ou seja, o cenário, somado a elementos capazes de interferir na construção e no desenvolvimento da história, como aspectos profissionais, familiares, geográficos, climáticos, etc. são vários elementos que podem ser citados. O importante é que o leitor se sinta no local descrito.

VOCÊ SABIA?

Que, ao descrever, exercitamos e, ao mesmo tempo, ten-tamos conciliar duas capacidades: o desenvolvimento da percepção sensorial, os sentidos são ativados e o de-senvolvimento da imaginação, a fluência das ideias, isso faz com que a riqueza de detalhes da obra seja melhor compreendida.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, aprendemos que o objetivo da descrição é criar um retrato vivo, preciso e sugestivo do tema, que pode ser uma pessoa, um animal, uma paisagem, um ambiente, um objeto e, também, entidades abstratas, como uma ideia, uma emoção, um processo, um conceito. Neste tipo de texto, há o uso constante das adjetivações, metáforas, tempos verbais dura-tivos (representam ação contínua ou periódica), verbos de estado e formas nominais. Entendemos como conceituar a descrição, aprendemos dicas importantes para sua realização e como ela se apresenta. E por fim, anali-samos com detalhes cada tipo de descrição: objeto, processo e ambiente. Esse aprendizado será utilizado por você em seu contexto pessoal e profis-sional, sendo um recurso significativo durante sua atuação como Técnico na área ambiental.

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Dissertação

6

Segundo Fiorin e Savioli (2006):

Dissertação é o tipo de texto que analisa e interpreta dados da reali-dade por meio de conceitos abstratos [...], isto é, a referência ao mundo real se faz através de conceitos amplos, de modelos genéricos, muitas vezes abstraídos do tempo e do espaço.

Nesse contexto, compreendemos que dissertar é debater e explanar ideias sem defender explicitamente uma delas. A atividade dissertativa revela-se vital para o desenvolvimento da inteligência, para a elaboração pessoal de ideias, para a capacidade de raciocínio e exposição lógica, ou seja, para a construção do conhecimento e do pensamento crítico e criativo.

Figura 18 - Debate de ideiasFonte: SENAI, 2012.

A Figura 18 nos remete a um momento de discussão, onde cada indivíduo tem a própria ideia sobre determinado assunto e discutem entre si. Nesse contexto, a vida cotidiana nos expõe há diversos momentos de diálogo com as pessoas, no contexto educacional, profissio-nal e social sobre as mais diversas ideias, esses momentos desenvolvem nossa personalidade e a capacidade de argumentação.

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COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA62

1 PERSUASIVA

Que tem o poder, dom de persuadir, que consegue convencer.

A argumentação (que trataremos adiante) visa à defesa de uma ideia central de uma opinião, a partir do levantamento de argumentos no momento da escrita e/ou da discussão oral, a fim de persuadir/convencer aqueles que se integram ao contexto, seja o leitor, ou outros indivíduos que compartilham o contexto social.

É interessante notar que muitos gêneros textuais, ou seja, as formas de expres-são textual como: o conto, o relato, texto de opinião, o e-mail, a conversa telefônica, etc., tem uma intenção persuasiva1, mas não são, propriamente, argumentativos. Um argumento é um conjunto de uma ou mais sentenças declarativas, acompa-nhadas de frase declarativa conhecida como conclusão. Um anúncio publicitário, por exemplo, embora induza ao consumo de um produto, não é um texto argu-mentativo.

As revistas e os jornais publicam muitos textos que contem opiniões, como as cartas de leitores, reportagens e entrevistas, que não são textos dissertativos. É importante compreendermos a diferença entre o texto dissertativo expositivo e o texto dissertativo-argumentativo. Observe que, a depender da finalidade, o texto pode ter um caráter mais expositivo ou mais argumentativo. Se o objetivo for a apresentação de um determinado tema, informando ao leitor quais os prin-cipais aspectos a ele associados, a dissertação é predominantemente expositiva. Porém, se a dissertação se dedicar à apresentação de um tema para analisá-lo sob diferentes perspectivas e defender expressivamente uma ideia, a dissertação será predominantemente argumentativa. Citaremos uma reportagem sobre transgê-nicos que se caracteriza como texto argumentativo. Analisemos o texto a seguir:

Prós e Contras Alimentos Transgênicos

Figura 19 - Alimento transgênicoFonte: SENAI, 2012.

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6 DISSERTAÇÃO 63

Esse assunto é muito polêmico, gera muitas discussões e divide totalmente a opinião pública. Alimentos transgênicos são seres vivos que têm sua estrutura genética modificada pelo homem através da engenharia genética, fazendo com que esses seres passem a ter características não programadas por sua natureza. Os genes inseridos nesses alimentos podem originar de outros alimentos, ani-mais ou até bactérias.

Algumas fontes dizem que, para suprir a fome da população mundial, seria necessário duplicar a produção de alimentos até 2025. Segundo muitos especia-listas, isso só seria possível com alimentos transgênicos.

Os principais alimentos transgênicos que são cultivados e comercializados hoje são a soja, o milho, o algodão e a batata. Porém, já estão em fase de teste os cultivos de banana, brócolis, café, cenoura, morango e trigo.

Muitos estudiosos apoiam a produção de alimentos transgênicos, argumen-tando que trazem benefícios para a saúde, para a natureza e a economia também.

Um alimento pode ser enriquecido com um nutriente essencial, como por exemplo, o feijão que, recebendo o gene da castanha do Brasil, passou a produzir metionina, um aminoácido essencial para a vida.

Os estudiosos a favor de alimentos transgênicos também apostam na diminui-ção do período de amadurecimento, fazendo com que a colheita seja mais rápida e a produtividade maior, sem aumento no preço repassado para o consumidor.

Por outro lado, existem pessoas que são contra a produção de transgênicos, alegando que podem trazer riscos à saúde humana e ao meio ambiente a médio e longo prazo, pois não existem estudos que comprovem seus benefícios ou male-fícios.

As pessoas que são contra esses alimentos acreditam que é possível elimi-nar pragas sem interferir na natureza utilizando plantas que afastam as pragas e adubo orgânico, por exemplo, como são cultivados os alimentos transgênicos. A desvantagem dos alimentos orgânicos está no preço alto.

Apesar de prós e contras apresentados, penso que o mais importante é que tenhamos segurança ao consumir esses alimentos e, para isso, precisamos que o governo tenha legislação e fiscalização severa para esses alimentos.

Fonte: PINGHERA, c2011. (Nutricionista - CRN: 33489/P).

Ao apresentar os prós e os contras dos alimentos geneticamente modificados, veja que, no texto, o autor da reportagem está realizando uma dissertação expo-sitiva. Mas se ele entrevistasse pessoas abertamente a favor dos transgênicos (um fazendeiro, por exemplo) ou contra eles (um ambientalista), essas pessoas, ao defenderem suas posições, estariam argumentando e o texto apresentaria elementos dissertativo-argumentativos. Perceba, no texto, que a introdução é

Page 64: Comunicação Oral e Escrita

COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA64

predominantemente expositiva, o que se confirma através da presença de defini-ções e do uso de verbos de ligação. Já os parágrafos de desenvolvimento trazem argumentação expostas por pontos de vista diferentes. Isso se confirma a par-tir dos elementos que introduzem cada parágrafo de desenvolvimento, como “algumas fontes dizem”, “os estudiosos a favor”, “as pessoas que são contra”. A presença de tais elementos marcam a característica de argumentação, a partir de pontos de vista diferentes, que alimentam uma discussão e expõe o conheci-mento que o escritor do texto possui acerca de determinado assunto.

A dissertação também se caracteriza pela escrita de textos dissertativo-argu-mentativos na defesa de um ponto de vista que integra os aspectos de dissertar e argumentar. Vejamos no estudo da seção a seguir.

6.1 ESTRUTURA DOS TEXTOS DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVOS

Os textos dissertativo-argumentativos costumam apresentar a seguinte estru-tura:

6.1.1 INTRODUÇÃO

É a parte do texto em que se delineiam as ideias, formada pelo primeiro pará-grafo, apresenta o tema e muitas vezes, a opinião que será defendida.

FIQUE ALERTA

Ao elaborar a introdução de um texto, evite expressões desgastadas como: “atualmente”, “nos dias de hoje”, “o mundo em que vivemos”, etc. Por se tratar do início do texto, quando ainda não é exigida clareza absoluta, racio-cínio completo, faça de forma criativa, mesmo que pareça estranho e que omita algo que será dito depois. Claro que precisa estar atento à linguagem adequada para esse tipo de texto. Preste a atenção às introduções de textos lite-rários, jornalísticos, científicos, sempre que estiver lendo, pois, daí, podem surgir ideias importantes na hora em que estiver redigindo. Uma boa estratégia é iniciar com um conceito ou citação de alguém que debata o assunto.

6.1.2 DESENVOLVIMENTO

É a parte mais longa do texto. É o espaço em que se desenvolverão as ideias, em que se debaterá o assunto, em que se argumentará contra ou a favor, em que fundamentam a tese de forma clara, para o leitor e é composto de um ou mais parágrafos.

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6 DISSERTAÇÃO 65

6.1.3 CONCLUSÃO

É a parte final do texto, o fechamento, normalmente o último parágrafo, nele são amarrados os argumentos introduzidos e desenvolvidos, é feito uma síntese concisa do que foi discutido ou abre caminhos para novas reflexões e debates.

Para dissertar, é preciso, em primeiro lugar, delimitar e contextualizar o tema. Depois assumir uma posição e defendê-la com coerência e coesão, clareza, uni-dade, completude, progressão temática, informatividade, argumentando de modo organizado e com a linguagem adequada.

Na coerência, os argumentos não se contradizem, convergem. A coesão liga as partes entre si seguindo uma linha de raciocínio. A clareza possibilita o lei-tor entender o texto sem fazer malabarismos. Já a unidade mesmo que o texto aborde vários assuntos, todos são relevantes e estão relacionados entre si. A completude dá conclusão coerente ao resto do texto. Sem a completude ao final da leitura, o leitor pergunta: o que o autor quis dizer com isso? Na progressão temática, novas informações são acrescentadas a cada frase e a cada parágrafo. O texto não pode ficar “andando em círculos”. Finalmente, a informidade que traz algo novo para o texto. Isso pode ser um ponto de vista diferente ou uma forma diferente de apresentar uma ideia já conhecida.

Agora que você já conhece a estrutura de um texto dissertativo, segue um exemplo para melhor compreensão.

CASOS E RELATOS

Manejo sustentável

No Rio Grande do Sul, único estado que teve aumento florestal nos últi-mos anos, o avanço se deu em função do êxodo rural e da conscientização ambiental e não por causa das políticas públicas. Somente nos anos 90, por iniciativa de comunidades e ecologistas, começaram a surgir ações de recuperação e programas de manejo sustentável. Programas e exigências ambientais de obras públicas e privadas têm gerado recursos para este tra-balho.

No Norte, os povos da floresta têm desenvolvido manejos para a extração de produtos florestais e seu beneficiamento. Incentiva-se a produção local de móveis, beneficiamento de sementes e frutos e a coleta de essências medicinais ou de uso industrial. Ações que geram mais renda, menos pres-são para as florestas e recursos para o replantio comunitário.

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COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA66

Na Mata Atlântica, projetos, coordenados por ONGs, têm promovido o reflorestamento, gerando trabalho para populações que, antes, viviam do extrativismo predatório. O reflorestamento, nesta perspectiva é um grande trabalho. Vai de educação ambiental à preservação de reservas e replantio do que foi destruído.

Temos que gerar atividades econômicas que convivam com a vocação natural para florestas. Esta ação rompe com a tradição de desenvolvimento contra a natureza. Os benefícios serão de todos. Será fazer jus ao nome do Brasil e um pedido de perdão para as florestas e povos que tombaram na exploração de nossa biodiversidade.

Fonte: KAISER, 2004.

VOCÊ SABIA?

Que a obtenção de informações, referentes aos diversos assuntos, seja por intermédio da leitura, de conversas, de viagens, de experiências do dia e dia e dos mais va-riados veículos de informação pode sanar a carência de informações e, consequentemente, dar suporte ao pro-duzir um texto?

6.2 ARGUMENTAÇÃO

A argumentação é a exposição e a defesa do discurso ou ideia com argumentos de uma opinião. Como foi dito anteriormente, o argumento é um conjunto de uma ou mais sentenças declarativas, acompanhadas de frase declarativa conhecida como conclusão. Nesse sentido, o sucesso de um texto argumentativo depende muito da seleção dos argumentos que sustentam o ponto de vista do autor.

VOCÊ SABIA?

Sempre que argumentamos, temos o intuito de con-vencer alguém a pensar como nós. No momento da construção textual, os argumentos são essenciais, esses serão as provas que apresentaremos, com o propósito de defender nossa ideia e convencer o leitor de que essa é a correta?

Page 67: Comunicação Oral e Escrita

6 DISSERTAÇÃO 67

Para mais informações sobre o texto dissertativo, leia o livro: COSTA VAL, Maria da Graça. Redação e textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

SAIBA MAIS

6.2.1 TIPOS DE ARGUMENTOS

Conheça agora, os tipos de argumento apresentados a seguir:

Figura 20 - Tipos de argumentosFonte: SENAI, 2012.

Analisaremos, a seguir, cada item apresentado na figura:

a) Comparação:

O argumento por comparação estabelece o confronto entre duas realidades diferentes, seja no tempo, no espaço ou quanto a características físicas, etc. Veri-fique no exemplo:

A preservação do meio ambiente, desde o início deste século, deixou de ser tratada como um assunto de um grupo pequeno de pessoas que alertavam para a necessidade de se preservar o maior bem da vida, fonte de energia dos habitan-tes deste planeta.

Tratar o meio ambiente como fonte de energia necessária à manutenção de todas as formas de vida é reconhecer que todos nós e, principalmente, os seres humanos detentores do poder de sua exploração dependem desta fonte de ener-gia para a sobrevivência.

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COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA68

Fonte: VERLY, [20--?].

b) Alusão histórica:

No argumento por alusão histórica, o autor retoma acontecimentos do pas-sado para explicar fatos do presente. Analise o exemplo, a seguir:

A Paisagem urbana

Com o passar do tempo, foram introduzidos os primeiros projetos na área de arborização urbana. O paisagismo, no Brasil, teve o seu início em 1783, com a construção do passeio Público do Rio de Janeiro. Foi o primeiro projeto de construção criado para o lazer da população urbana. Até então, os espaços se resumiam a jardins particulares sem grandes arranjos. A partir do século XIX, o paisagismo passou a ser objeto de estudo de profissionais que faziam trabalhos tanto de espaços públicos quanto privados.

Plantadas ou naturais, as árvores verdes e vias arborizadas são aspectos importantes em uma zona urbana. Devem fazer parte dos projetos e programas urbanísticos de uma cidade. [...]

Fonte: MEIRA, 2005.

(Geógrafo, pós-graduado em Educação e professor no Ensino Médio em Escola Pública, Vitória da Conquista, BA).

c) Com provas concretas:

Os argumentos com provas escritas consistem na apresentação de dados esta-tísticos, de resultados de enquetes, de cifras relativas a investimentos, despesas e lucros, índices de mortalidade infantil. Observe no exemplo:

É claro que a participação das pessoas comuns é bem menor nesse processo de poluição da natureza. Como exemplo prático: Onde jogar o óleo de fritura em casa? Mesmo que não façam muitas frituras, quando o fazem, jogam o óleo na pia ou por outro ralo, certo? Este é um dos maiores erros que as pessoas podem cometer! Sendo assim, o melhor que tem a fazer é colocar os óleos utilizados numa daquelas garrafas de plástico (por exemplo, as garrafas “PET” de refrigerantes), fechá-las e colocá-las no lixo orgânico. Todo lixo orgânico que colocamos nos sacos vai para um local onde são abertos. Assim, as garrafinhas são abertas e vazadas no local adequado, em vez de irem juntamente com os esgo-tos para uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), onde seria necessário desprender milhares de reais a mais para o seu tratamento, pois, segundo a CEDAE, um litro de óleo con-

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6 DISSERTAÇÃO 69

tamina cerca de 1 milhão de litros de água. Fonte: VERLY, [20--?].

d) Consensuais:

Os argumentos consensuais são aqueles em que certas verdades aceitas por todos são utilizadas, não dependem de comprovação. Ex: “A poluição diminui a qualidade de vida nas grandes cidades”.

e) Autoridade ou de exemplo:

Já os argumentos por autoridade ou de exemplo apresentam o ponto de vista ou sugerem a imitação das ações de uma autoridade ou uma pessoa reconhe-cida na área do assunto em discussão. Consiste em frases célebres, ou em trechos escritos por cientistas, técnicos, artistas, filósofos, etc., citados em discurso direto ou indireto. No caso de citação em discurso indireto, cita-se o nome da pessoa e faz-se um resumo de suas ideias. Quando transcrita em discurso direto, a citação deve vir entre aspas e a indicação do autor pode ser feita por meio de expressões do tipo: “Como disse fulano...”, “Já lembrava fulano que...”.

f) De presença:

Os argumentos de presença consistem em ilustrar com histórias, lendas ou parábolas a tese que queremos defender. Observe no exemplo:

Nossas avós, aos 15 ou 16 anos, tiveram o direito de se alimentar com frutas e verduras sem agrotóxicos, nunca ocorrendo a ninguém daquela época que isso pudesse mudar a ponto de prejudicar a vida, pois as verduras e frutas hoje trazem uma grande dose de agrotóxico que é prejudicial à saúde.

g) De retorção:

Nesse contexto, no argumento de retorção, o autor utiliza os próprios argu-mentos do interlocutor para discuti-los. Observe o exemplo:

Desde novembro, estão construindo uma obra em um imóvel que fica em uma área preservada, ainda no início, os moradores das proximidades acionaram os órgãos responsáveis pela preservação ambiental, mas tudo leva a crer que a cons-trutora tem alguma influência para que não se cumpra a lei.

Como vimos, existem diversos tipos de textos dissertativos, é válido ressaltar que, ao estruturar um texto dissertativo-argumentativo, convém variar os tipos de argumento. Porém, mais importante do que a diversidade e a quantidade de argumentos é a sua utilização através de argumentos fortes e bem fundamenta-dos, que possam, de fato, convencer o leitor.

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COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA70

RECAPITULANDO

Neste capítulo, abordamos o conceito e a elaboração de textos dissertativos. Vimos que dissertar é debater e explanar ideias sem defender explicita-mente uma delas. Cada indivíduo tem sua própria ideia sobre determinado assunto e discute entre si. A argumentação é a exposição e a defesa com argumentos de uma opinião. O sucesso da argumentação depende muito da seleção dos argumentos que sustentam o ponto de vista do autor. Mas o mais importante não é a quantidade e diversidade de argumentos, e sim a utilização de argumentos consistentes e bem fundamentados, que pos-sam, de fato, convencer o leitor. Os conceitos aqui apresentados servirão de base para a elaboração dos textos que você produzirá ao longo da sua vida e trajetória profissional, fortalecendo o desenvolvimento das suas habilidades como Técnico na área ambiental.

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Anotações:

6 DISSERTAÇÃO 71

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Redação Técnica

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Redação Técnica é toda e qualquer escrita textual que trata de conteúdos oficiais, téc-nicos e científicos, seguindo uma sequência lógica, com clareza, objetividade e coerência. Nesse contexto, é priorizado, além da objetividade, a eficácia e a exatidão da comunicação, ou seja, a informação a ser passada. Há diversos exemplos de redação técnica, conforme podemos citar: descrições técnicas, dissertações científicas, monografias, documentos oficiais, manuais de instrução, pareceres, teses e relatórios técnicos. Aqui iremos nos ater às especificidades úteis para sua vida profissional, que se apresentam nos documentos oficiais e nos relatórios técnicos.

VOCÊ SABIA?

Que os mesmos princípios básicos que servem para a escrita formal, como: clareza, coerência, sequência lógi-ca, objetividade, unidade, etc., também servem para a redação técnica?

Para complementar seus conhecimentos, segue a sugestão de leitura: SOARES, Magda Becker; CAMPOS, Edson Nasci-mento. Técnicas de redação: as articulações linguísticas como a técnica de pensamento. Rio de Janeiro: Ao Livro Téc-nico, 1978.

SAIBA MAIS

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COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA74

1 ANALÍTICO-EXPOSITIVA

Referente à análise exposta, apresentação de análise.

7.1 DOCUMENTOS OFICIAIS

Documento oficial é o instrumento comunicativo através do qual o poder público redige atos normativos e comunicações. Tais documentos apresen-tam-se de forma impessoal, usa-se a norma padrão, é formal, conciso (porque transmite informações em poucas palavras, para tanto, é necessário conheci-mento e tempo para revisar o que foi escrito) e uniforme (apresenta apenas uma interpretação, por isso a linguagem deve ser culta para que não haja ambigui-dade). Exemplos: Portarias, Ofícios, cartas, decretos dente outros. Veja o modelo a seguir:

Figura 21 - Modelo de portariaFonte: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ, 2008.

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7 REDAÇÃO TÉCNICA 75

Observe, no modelo apresentado acima (Figura 21), a descrição de um documento oficial, portaria, destinada a estabelecer regras e normas para a universidade em questão, com logomarca oficial, a resolução estabelecida, devi-damente assinada pelo responsável da instituição, características de identificação que são importantes na sua observação e legitimidade do documento. Veremos, como continuidade desse conteúdo, as especificidades de um relatório técnico.

7.2 RELATÓRIO TÉCNICO

Relatório é um texto de natureza analítico-expositiva1, no qual são apresenta-dos os resultados de um experimento observado ou da análise de dados coletados durante uma pesquisa. Na área administrativa e científica, funciona como pres-tação de contas ao final de uma atividade ou pesquisa científica. Caracterizado também como o meio em que o administrador ou técnico presta conta de seus atos e/ou acompanha as atividades dos diversos setores da empresa/instituição.

O relatório técnico, por sua vez, apresenta, com maior detalhe, os resulta-dos atingidos por uma determinada ação, pesquisa, investigação, projeto ou programa, realizado pelas áreas especializadas e está diretamente vincu-lado à prestação de contas, sejam elas de dados qualitativos ou quantitativos de uma determinada área. Citaremos, como exemplo, a área de meio ambiente, que produzirá seus relatórios, a partir do levantamento de dados e/ou resultados obtidos com suas ações com foco em meio ambiente.

7.2.1 ESTRUTURA

Como se trata de um texto voltado para a apresentação de resultados de expe-rimentos, investigações, etc., a estrutura básica do relatório técnico deve atender às finalidades próprias desse gênero discursivo. A parte inicial – introdução – na qual os objetivos gerais e a questão central são expostos. Em seguida, a segunda parte – desenvolvimento - onde é feita a apresentação dos dados, acompanhada de uma discussão e a análise do significado desses dados para a questão central exposta. Na apresentação dos dados, podem ser utilizadas diferentes linguagens: fotografias, mapas, tabelas, gráficos, organogramas, etc. É importante ter clareza nas informações expostas, para que o leitor acompanhe o que é dito em cada etapa do relatório.

Na conclusão, última parte do relatório, é que são apresentados os resulta-dos da análise dos dados introduzidos na seção anterior (desenvolvimento). Nela pode ainda conter recomendações para uma modificação do que foi analisado, caso seja importante. Os anexos são encontrados em relatórios mais exten-

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COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA76

sos, após a conclusão. Nesses anexos, são reproduzidas coletas de dados feitas durante a pesquisa que, muitas vezes, não fazem parte do corpo do relatório, mas permitem ao leitor aprofundar-se na questão.

O relatório deve ser redigido em linguagem clara, concisa e objetiva, afinal trata-se de um texto de caráter analítico-expositivo.

Antes de começar a redigir o relatório, é preciso que se tenha clareza sobre três questões básicas: por que escrever? Para quem? E o que e como irá escrever? Após definir com clareza estes elementos, redija seu relatório de forma simples, mas com uma sequência lógica: introdução, desenvolvimento e conclusão.

De acordo as suas características, o relatório técnico pode ser:

a) Crítico: descreve como uma atividade foi realizada, neste há o envolvi-mento do autor a partir da exposição de sua opinião;

b) Síntese: São elaborados a partir de outros relatórios e resumem a situação e ou o fato;

c) Formação: são elaborados durante ou após a realização de um curso ou estágio.

O relatório técnico varia de acordo a complexidade e extensão. Um relatório técnico curto pode ter seus parágrafos enumerados. No caso de um relatório mais profundo e extenso, pode seguir as indicações abaixo:

a) Capa;

b) Folha de rosto;

c) Sumário;

d) Resumo;

e) Introdução;

f) Desenvolvimento;

g) Conclusão;

h) Anexos.

Além dessas indicações gerais, sua estrutura interna deve conter itens espe-cíficos que contribuam com o desenvolvimento e análise dos procedimentos da pesquisa realizada (materiais, equipamentos e métodos utilizados), os resultados e conclusões encontradas. Vejamos como ficaria a estrutura interna básica de um relatório técnico (os itens abaixo relacionados poderão ser alterados mediante o contexto da atividade realizada).

Estrutura interna básica para o Desenvolvimento do Relatório Técnico:

1. INTRODUÇÃO

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7 REDAÇÃO TÉCNICA 77

Parte teórica, relacionada ao estudo em questão.

2. OBJETIVO

Objetivo do trabalho ou do relatório.

3. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

3.1. MATERIAIS

Todos os materiais utilizados para o experimento.

3.2. EQUIPAMENTOS

Todos os equipamentos utilizados para o experimento.

3.3. MÉTODOS

Apresentar a metodologia utilizada para o experimento. Ex: métodos,

procedimentos, equações utilizadas e etc.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O resultado alcançado e a sua justificativa baseado no estudo teórico – item 1 – com citação de autores. Utilização de tabelas, gráficos, etc.

5. CONCLUSÃO

A conclusão dos ensaios realizados.

6. BIBLIOGRAFIA

Listar toda a bibliografia consultada, conforme norma.

Para relatório de cunho especificamente acadêmico (científico ou pesquisa), seguiremos as indicações e normas vigentes estabelecidas pela Associação Brasi-leira de Normas Técnicas (ABNT), veja a seguir:

a) Apresentação de trabalhos acadêmicos (NBR 14724);

b) Citações (NBR 10520);

c) Referências (NBR 6023);

d) Numeração progressiva (NBR 6024);

e) Sumários (NBR 6027);

f) Resumos (NBR 6028);

g) Índice (NBR 6034);

h) Informação e documentação, relatório técnico ou científico: apresentação (NBR 10719).

Essas são informações fundamentais para a elaboração de relatórios de cunho acadêmico (científico ou de pesquisa). É importante que conheça e saiba a necessidade de utilizar essas normas quando estiver na produção desse tipo de

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COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA78

relatório, algumas dessas normas também se aplicam aos relatórios técnicos. Em seguida, avançaremos nosso conhecimento com os tipos de relatórios.

7.2.2 TIPOS DE RELATÓRIO

Diferentes tipos de relatório, considerados técnicos, atendem a diversas neces-sidades profissionais. Veja, a seguir, os mais frequentes:

a) Relatório científico ou de pesquisa – apresenta o desenvolvimento e as conclusões de uma pesquisa ou de experimentos científicos. Este relatório deve seguir as normas da Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT);

b) Relatório de gestão – costuma ser feito por executivos ou administradores em cargos de chefia e apresenta os resultados alcançados em um período específico;

c) Relatório de atividades ou eventos – feitos por professores universitários, alunos de pós-graduação, profissionais de uma área, etc. Apresenta as rea-lizações de uma função específica, ou evento específico, com fotografias, etapas realizadas e resultados obtidos;

d) Relatório de inquérito – apresenta os resultados de uma investigação administrativa ou policial, com a finalidade de apurar uma situação particu-lar como: fraude, crime, etc;

e) Relatório de acompanhamento – apresenta a realização das etapas de um determinado programa ou projeto e seus resultados. Produzido por profis-sionais que acompanham esses projetos ou programas, muito utilizado no acompanhamento técnico e pedagógico. Pode ser mensal, bimensal, trimes-tral, semestral, anual ou até pelo período de realização do projeto. Em geral, esses relatórios, ao final do projeto ou programa, são integrados e organiza-dos em um relatório final;

f) Relatório financeiro ou de prestação de contas – apresenta os resultados financeiros de um programa ou projeto, realizando um parecer técnico com característica de balanço dos recursos definidos / adquiridos para determi-nado programa e as despesas já realizadas durante o período, prestando contas ao cliente/ financiador e à comunidade das etapas previstas e sua rea-lização. Em alguns casos, é produzido por etapas ou ao finalizar o programa, integrando os demais relatórios sintéticos de acompanhamento.

Vale ressaltar que existem outros tipos de relatórios, os acima mencionados são mais comuns e você já deve ter conhecimento de algum deles. Na atividade profissional, você conhecerá com maior profundidade os relatórios específicos da área que atuará.

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FIQUE ALERTA

A redação técnica é um tipo textual muito comum no meio administrativo, comercial e jurídico, que segue uma formatação padrão e pode ser utilizada em várias situa-ções profissionais. Por isso, você precisa ficar atento aos princípios norteadores de sua estrutura, podendo, assim, utilizar-se deles no momento que for necessário.

Observe, a seguir, o caso e relato para aprofundamento da nossa discussão:

CASOS E RELATOS

Relatório Técnico e a sua conclusão crítica sobre Polaridade das Molécu-las

O professor de Química Ambiental solicitou da Tuma de 1º ano em Técnico na área ambiental a conclusão de um relatório técnico crítico sobre Pola-ridades de Moléculas. A aluna Fabiana apresentou a seguinte conclusão:

CONCLUSÃO Um dos derivados do petróleo, a gasolina é um composto apolar, de cheiro característico e cor amarelada. No Brasil, a gasolina pode conter em sua mistura até 24% em volume de etanol. O etanol, também chamado de álcool etílico ou álcool comum, apresenta-se como líquido, incolor, de cheiro car-acterístico e agradável. O etanol é uma substância polar que apresenta uma parte polar e outra apolar. Como procedimento experimental foi colocado 30 ml de gasolina na proveta, e depois adicionado 30 ml de água com a intenção de saber o percentual de álcool na amostra de combustível. Há afinidade da água com o álcool, pois o álcool é uma molécula polar e forma ponte de hidrogênio, essas pontes são forças bem mais intensas do que existentes entre a parte polar do etanol e as moléculas de gasolina, por isso, após ter adicionado a água (que é mais densa que a gasolina) pode-se verificar um sistema heterogêneo de duas fases e feito a leitura final da gasolina e comparada com o volume inicial, foi

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COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA80

identificado um percentual de 90% de álcool na amostra do combustível, com a seguinte fórmula:

30 ml ____________ 100%

27 ml ________ X

X = 2700 / 30

X = 270 / 3

X = 90%

E para o descarte desse material, foi analisado que po-deria ser feita a sua reutilização e com a ajuda de um funil de decantação, foi feita a separação da gasolina do outro líquido e guardada num recipiente apropriado. Fonte: SENAI, 2012.

Com o exemplo apresentado por Fabiana, podemos perceber que a aluna consegue articular e estruturar as ideias necessárias à conclusão de um relatório técnico de forma clara, concisa e objetiva.

Concluímos que o objetivo do relatório foi alcançado pela aluna, pois só terá sentido o relatório que permite uma conclusão. Portanto, é importante que tenha atenção aos detalhes e siga as orientações para elaboração do relatório, aplicando-as ao seu contexto, para que você tenha êxito e condições suficientes para elaborar um relatório de qualidade durante sua atuação profissional.

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7 REDAÇÃO TÉCNICA 81

RECAPITULANDO

Neste capítulo, estudamos a importância da redação técnica e que esta segue os mesmos princípios básicos de qualquer escrita formal. A redação técnica é utilizada no meio administrativo, comercial e jurídico em várias situações profissionais, por isso você precisa ficar atento aos princípios nor-teadores de sua estrutura, podendo, assim, utilizar-se deles no momento que for necessário.

Os documentos oficiais, por sua vez, são o meio de comunicação do poder público e devem ser impessoal, claro e objetivo. O relatório serve para pres-tar contas e acompanhar atividades de uma instituição, sua estrutura deve atender a finalidades próprias do gênero como: introdução, desenvolvi-mento e conclusão. De acordo com suas características, ele pode ser crítico, síntese ou de formação. Já o relatório técnico varia de acordo a complexi-dade e extensão. Quando extensos, os relatórios devem ter os parágrafos enumerados, exceto o primeiro, e devem seguir as normas da ABNT.

Os tipos mais frequentes de relatórios técnicos são: científicos ou de pes-quisa, de gestão, de atividade e de inquérito. Agora que você compreendeu como elaborar uma redação técnica, no próximo capítulo, veremos sobre pesquisa bibliográfica. Os conteúdos aqui mencionados são importantes para a sua aprendizagem e atuação profissional, elementos que fazem parte do contexto de trabalho em todas as áreas, e no caso do Técnico na área ambiental, os relatórios serão instrumentos cotidianos no desenvolvi-mento de suas ações.

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Pesquisa Bibliográfica

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Em diversas atividades escolares, você deve ter utilizado ferramentas de pesquisa para rea-lização de trabalhos e para fins de estudo, durante sua aprendizagem. Podemos considerar, assim, que a pesquisa bibliográfica consiste em levantar, fichar, selecionar e arquivar informações sobre um tema.

No contexto científico, a pesquisa bibliográfica é uma etapa fundamental do trabalho de investigação e ainda influencia todas as outras etapas do trabalho científico como a escolha do tema; a revisão literária; a formulação do problema; a determinação dos objetivos; a meto-dologia, a coleta de dados; a tabulação, análise e discussão dos dados; conclusão da análise dos resultados; redação e apresentação do trabalho. Assim, a pesquisa bibliográfica influencia toda a elaboração do trabalho científico por dar embasamento teórico1 ao processo de investi-gação do pesquisador. Essas pesquisas são feitas a partir de registros já existentes encontrados em livros, revistas e artigos científicos.

Figura 22 - Pesquisa bibliográfica.Fonte: DREAMSTIME, 2012.

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COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA84

1 EMBASAMENTO TEÓRICO

Teoria, corrente cientifica, autores que tratam da questão em estudo.

2 REFERÊNCIA REMISSIVA

Referência que lista os termos e tópicos que são abordados num documento juntamente com páginas em que aparecem.

A pesquisa apresentada, na Figura 22, refere-se à utilização dos livros como referência. Os livros assumem duas utilidades na pesquisa bibliográfica, o de leitura corrente ou de referência. A utilização de livros para leitura corrente diz respeito aos diversos gêneros literários (romance, poesia, etc.) e as obras de divulgação de conhecimento técnico e científico, enquanto a pesquisa que utiliza livros de referência, também conhecidos como livros de consulta, possibilita a informação de forma rápida ou indicam a localização das obras que contêm as informações pesquisadas. Desse modo, os livros podem ser de referência infor-mativa, por conter a informação que se busca, e de referência remissiva2, pois indica fontes que contêm as informações pesquisadas. Além dessas modalidades, ainda há a pesquisa que utiliza como referência a internet.

A pesquisa pela internet, com busca de sites como referência, é rica, mas exige cuidados importantes para que seja segura. Inicialmente, você precisa ter um antivírus e baixar softwares que indicam se o site é seguro ou não, são os chama-dos conselheiros de site (advisores), além de ter foco com a pesquisa, buscando informações atualizadas e de sites que tenham credibilidade, preferencialmente sites ou portais de ministérios, instituições reconhecidas que tenham maior per-petuidade e dados estatísticos confiáveis, além de referenciar (colocar a fonte da pesquisa) e a data de acesso no trabalho elaborado. Não há sites ou fontes 100% confiáveis, mas a habilidade de pesquisar na internet será desenvolvida a partir da prática. Essa tarefa que parece fácil, utilizando apenas “copiar e colar”, não é tão simples, exige muita habilidade diante de tantas informações fornecidas e que devem ser selecionadas para contribuir com o desencadeamento das ideias, tendo coerência e coesão pertinentes ao assunto abordado para ter eficácia e eficiência no alcance do objetivo proposto.

São exemplos de referência informativa: dicionários, almanaques, anuários e enciclopédias. Os catálogos são exemplos de referência remissiva por conterem uma lista ordenada das obras de uma coleção pública ou privada. Os catálogos podem ser classificados de acordo com a disposição dos seus elementos: alfa-bético por autores, alfabético por assunto ou sistemático nas quais as obras são ordenadas de acordo às referências lógicas de seu conteúdo.

A pesquisa bibliográfica proporciona ao pesquisador uma ampla cobertura de fenômenos. Segundo Trujillo Ferrari (1982, p. 167), a pesquisa é uma atividade humana honesta cujo propósito é descobrir respostas para as indagações ou questões significativas que são propostas.

Para saber mais sobre a pesquisa bibliográfica, busque o livro: MACHADO, Neusa Dias de. Iniciação à pesquisa bi-bliográfica: guia do estudante para a fundamentação do trabalho de pesquisa. 2. ed. São Paulo: Loyola, 1995.

SAIBA MAIS

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8 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA 85

A pesquisa bibliográfica dá suporte para a produção do projeto, relatório ou o artigo, tendo claros três objetivos:

a) Identificar conceitos básicos;

b) Identificar parceiros; e

c) Identificar motivação.

Após a definição dos objetivos, é hora de começar a investigação, a coleta, ou seja, a pesquisa propriamente dita com a inquietude e avidez de progressão citada por Kant.

“Sou, por meu gosto pesquisador. Experimento toda a sede de conhecer e a ávida inquietude de progredir, do mesmo modo que a satisfação que toda aquisição proporciona.” Immanuel Kant (1689-1755)

Nesse contexto, é importante ressaltar que a escrita de textos com fins cientí-ficos (pesquisas científicas como artigos, teses, dissertações, monografias, etc.), a partir da pesquisa bibliográfica (embasamento ou fundamentação teórica), segue as normas da Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) e Norma Brasi-leira (NBR) que têm por base as normas da Organização Nacional de Normalização (International Organization for Standardization – ISO) e que foram adaptadas às condições do Brasil. Essas são as normas que obrigatoriamente devem ser usadas pelos pesquisadores que pretendem produzir trabalhos científicos.

As referências das publicações citadas no trabalho pelos pesquisadores são determinadas pela norma NBR 6023/2002.

Para saber mais sobre referências bibliográficas, busque AS-SOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002.

SAIBA MAIS

VOCÊ SABIA?

Que, ao produzir um trabalho não se devem copiar par-tes de livros, sites, ou ideias e apresentá-las como sendo suas, porque isto é plágio, um crime intelectual. Ao se apossar da ideia de outrem, não se esqueça de referen-ciá-la de acordo com a ABNT.

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COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA86

A pesquisa procura responder a perguntas sobre o conhecimento, seguindo diferentes caminhos para descobrir as respostas daquilo que foi proposto. Conhecer e identificar os tipos de pesquisa que lhes serão úteis no processo de sua formação, observe a seguir.

8.1 TIPOS DE PESQUISA

Inicialmente, a pesquisa é dividida em dois grupos: Pesquisa pura e pesquisa aplicada. Vejamos cada uma delas.

8.1.1 PESQUISA PURA, BÁSICA OU TEÓRICA

Esse tipo de pesquisa é baseado na curiosidade intelectual. Ela é feita com o objetivo de desenvolver o conhecimento, é feita pelo prazer científico. Ex.: Pesquisas que têm por objetivo o desenvolvimento de novas linguagens de pro-gramação e sistemas operacionais.

8.1.2 PESQUISA APLICADA

A pesquisa aplicada visa a solucionar problemas. Trujillo Ferrari (1982, p. 182) diz que “não obstante a finalidade prática da pesquisa, ela pode contribuir teo-ricamente com novos fatos para o planejamento de novas pesquisas ou mesmo para a compreensão teórica de certos setores do conhecimento”. Baseado no que diz Trugillo, conclui-se que esse tipo de pesquisa se baseia na solução de pro-blemas concretos, operacionais e práticos. Por isso, é também conhecida como pesquisa empírica3, o pesquisador vai a campo buscar informações a partir de fontes diretas, ou seja, das pessoas.

No entanto, existem outros tipos de pesquisas que são denominadas de acordo ao objetivo, metodologia4,(processo que descreve como o método foi explorado) finalidade e resultado. Cada pesquisa apresenta características próprias.

Além dessas modalidades de pesquisa, existem outros tipos de pesquisa, que variam mediante seus objetivos específicos. Vejamos, então, os tipos de pesquisas de acordo aos objetivos. São elas: Pesquisa Exploratória; Pesquisa Descritiva; Pesquisa Explicativa também conhecida por pesquisa experimental.

3 EMPÍRICA

Que se apoia exclusivamente na experiência e na observação, e não em uma teoria.

4 METODOLOGIA

Parte de uma ciência que estuda os métodos aos quais ela se liga ou de que se utiliza.

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8 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA 87

8.1.3 PESQUISA EXPLORATÓRIA

A pesquisa exploratória constitui o primeiro estágio de toda pesquisa cientí-fica. Esse tipo de pesquisa proporciona maior familiaridade com o problema, com o intuito de torná-lo mais explícito. Tem como base a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso.

8.1.4 PESQUISA DESCRITIVA

É o tipo de pesquisa em que não pode haver a interferência do pesquisador. Ele apenas descobre a frequência de ocorrência do fenômeno, sua estrutura, fun-cionamento de método, sistema, processo ou realidade operacional. Portanto, essa pesquisa é baseada no estudo, análise, registro e a interpretação, sem a inter-ferência do pesquisador.

8.1.5 PESQUISA EXPLICATIVA OU EXPERIMENTAL

Como o próprio nome indica, é a pesquisa que busca explicar a razão, o porquê dos fenômenos. Este tipo de pesquisa está mais direcionado às ciências físicas e naturais por ter como base o método experimental.

A partir da leitura de GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002. Você poderá desenvolver um roteiro básico de como realizar sua pesquisa, utilizando os recursos com domínio e sabedoria.

SAIBA MAIS

FIQUE ALERTA

Para garantir a qualidade da pesquisa elaborada, convém aos pesquisadores assegurarem-se das condições em que os dados foram obtidos, analisar em profundidade cada informação para descobrir possíveis incoerências ou con-tradições e utilizar fontes diversas, confrontando-as cuida-dosamente.

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COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA88

CASOS E RELATOS

Como realizar a Pesquisa Bibliográfica: Os ataques do homem ao Meio Ambiente

Na aula de Biologia Ambiental o Curso de Habilitação Profissional Técnico na área ambiental, a professora solicitou que os alunos elaborassem um rela-tório técnico sobre “Os ataques do homem ao Meio Ambiente”, seguindo as orientações da professora de Comunicação Oral e Escrita de como pro-duzir uma pesquisa bibliográfica. Luis Carlos que freqüentou assiduamente as aulas de Comunicação Oral e Escrita ao elaborar a metodologia do seu trabalho colocou que a forma como foi realizada sua pesquisa bibliográfica. Primeiramente, Luis Carlos se dirigiu a biblioteca do SENAI, onde procurou livros que tratassem da temática ambiental. Em seguida, fez o fichamento das informações mais importantes. Após essa etapa, Luis Carlos foi para o laboratório de informática onde iniciou suas buscas por sites da internet. Em sua pesquisa ele colocou como palavras de referência “Os ataques do homem ao meio ambiente”. A partir daí, Luis Carlos encontrou inúmeras informações e selecionou as que mais lhe interessaram e também fez o fichamento. Depois dessas etapas ele iniciou a produção do relatório téc-nico.

Fonte: SENAI, 2012.

De acordo com os conceitos estudados sobre os tipos de pesquisa pode-se observar que Luis Carlos demonstrou ter compreendido a importância da pes-quisa bibliográfica na produção dos trabalhos de pesquisa. Mesmo diante dos avanços da tecnologia e da utilização cotidiana da internet como fonte de pes-quisa não podemos desconsiderar a pesquisa a bibliotecas, pois os livros são fonte seguras de formação e conhecimento.

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8 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA 89

RECAPITULANDO

Neste último capítulo de Comunicação Oral e Escrita, estudamos a impor-tância da pesquisa bibliográfica no contexto escolar e científico, como elemento fundamental no trabalho de investigação do pesquisador. Compreendemos como realizar uma pesquisa bibliográfica e observa-mos os diversos tipos de pesquisa: pura, aplicada, exploratória, descritiva, explicativa (experimental). Nesse contexto, a pesquisa bibliográfica será uma ferramenta significativa no seu processo de aprendizagem e no seu desempenho como Técnico na área ambiental e lhe dará subsídios para uma atuação eficaz e eficiente em sua trajetória profissional.

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Page 93: Comunicação Oral e Escrita

MINICURRÍCULO DA AUTORA

Maria Cândida Pereira Rodrigues é Especialista em Linguistica e Literatura pela Universidade Federal da Bahia (UFBA/ 2008), Especialista em Educação à Distância pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB/ 2010) e Graduada em Letras com Espanhol na Faculdade Jorge Amado (2006). Tem experi-ência docente de Língua Portuguesa e Literatura no Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio em instituições públicas e privadas. Tutora à distância na disciplina de Leitura e Produção de Texto no curso de Matemática pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB/ 2009-2010). Revisora da Língua Portuguesa no material didático produzido para cursos de qualificação profissional pela Inspeção, Treinamentos e Projetos Ltda (INSPEC/ 2009 –atual). Conteudista no SENAI CETIND/BA, desempe-nha atividades de elaboração de material didático para cursos técnicos na área ambiental (Início em Março/2012).

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ÍNDICE

A

Analítico-Expositiva

Ato Verbal

C

Calão

E

Embasamento Teórico

Empírica

Enunciação

Extraverbal

I

Inferir

M

Metodologia

N

Nexos

Neutralidade Absoluta

P

Parentela

Persuasiva

Problematização

R

Referência Remissiva

Resíduos Sólidos

Ruído

Page 95: Comunicação Oral e Escrita

S

Signos

Sistematização

T

Transgressões

Page 96: Comunicação Oral e Escrita

SENAI – DEPARTAMENTO NACIONALUNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Rolando Vargas VallejosGerente Executivo

Felipe Esteves MorgadoGerente Executivo Adjunto

Diana NeriCoordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DA BAHIA

Ricardo Santos LimaCoordenador do Desenvolvimento dos Livros no Departamento Regional da Bahia

Maria Cândida Pereira RodriguesElaboração

Patricia Carla Barbosa PimentelIranildes Cerqueira AquinoRevisão Técnica

Edisiene de Souza Correia Arilma Oliveira do Carmo TavaresColaboração Técnica

Marcelle MinhoCoordenação Educacional

André CostaCoordenação de Produção

Paula Fernanda Lopes GuimarãesCoordenação de Projeto

Rosana Uildes Ferreira Benicio da SilvaDesign Educacional

Page 97: Comunicação Oral e Escrita

Iranildes Cerqueira AquinoRevisão Ortográfica e Gramatical

Fabio PassosRodrigo AranhaRevisão de arte e Fechamento de arquivo

Valdiceia de Jesus Cardoso PinheiroNormalização

FabriCODiagramação e Ilustrações

i-ComunicaçãoProjeto Gráfico

Page 98: Comunicação Oral e Escrita