COMPOSIÇÃO E IMFÍiES&ÃO — TIPOGRAFIA cGRAFEX» — TELEF. … · Preço 1 SOO Quinto feiro,...

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Preço 1 SOO Quinto feiro, 21 de Novembro de 1957 Ano III - N ° 140 Proprietário, Administrador e Editor V. S. M O T T A Pl N T O REDACÇÃO E A1JMIN1STRAÇÀO — AV. D. NUNO ALVARES PEREIRA - 18 —TELEF. 026 467 M O N T IJ O COMPOSIÇÃO E IMFÍiES&ÃO — TIPOGRAFIA cGRAFEX» — TELEF. 026 236 — MONTIJO DIRECTOR Á L V A R O V A L E N 1 CARTA A UM AMIGO Meu caro Procópio O c a so d a rap ariga loira d eixo u -te s u r p r e s o ? P ois e m m im e ss a s co isa s n ã o b o - lem , p o rq u an to d e m u ito m e co stu m e i a su p o rtar e s- icam e n te a s p útrid as e m a - n a çõ e s do l o d a ç a l , o n d e ch a fu rd a m d eleitad as m u ita s c o n s c i ê n c i a s c o n te m p o - n eas. P o r isso , n ã o p o sso sen tir o e sp a n to d e q u e m e falas na tua in d ign ad a m is- siva. E sto u a b e m d izer e m b o ta d o p ara to d o s e s s e s sen tim en to s d e justa cólera, q u e in d u b itav elm en te afligem a tua alm a, ain d a n ào c o n ta - m in ad a pela p e ste d o c h a m a d o m u n d a n ism o . R e alm e n te, n in g u é m diria dois m e s e s , atrás, q u e o n o sso co n h e cid o M a tia s se d e ix a sse e n v o lv e r no e r g á s - tulo d aq u ela m a ld o sa d iva, de cútis a v e lu d a d a e o lh o s cintilando e m lúbricas e x p r e s - e s d e in con tida se n su a li- d ad e. P o b re m o ç o ! C o m p a n h e iro n o s b a n co s da e sco la, a q u e m n u n ca faltavam o s.lá p is p rim o ro sa - m en te afiad o s, o s ca d e rn o s im p e v e is q u e p reen ch ia co m a su a letra ele g an te , c e r t í s s i m a , in co n fu n d ive l- m en te regular. A s lições tra- zia ele sem p re na po n ta da lín gu a ; o s d ias d e .ch a m a d a fa zia m -n o brilhar alto, re n - d en d o -lh e o s m a is e n tu siá s- ticos e lo g io s d o s m estres, e n q u a n to n ó s sen tía m o s pi- ca d a s no co ra çã o , o n d e o d e m ó n io p e q u e n in o da in veja Por Luis Fernando da Veiga in cip ien te a la v a n c a v a rijo o n o sso a m o r p róprio, a c o b a r - d ad o , d e c a b u e s in ve tera - d os. A m disto, aq u ela di- g n id a d e d o M a t ia s ! E stá s a vê-lo ? ! Im p o n e n te no seu o rgu lh o d e prim e iro d a classe! C o m o etern o «papillon», rubro a d e sta ca r-se na alvu ra d o s co larin h o s, q u e n ão c o n - tra sta va m c o m o fino a sse io da « farpela», cu jo s v in co s p a r e c i a m su ste n ta d o s por a r a m e s ... E d ep o is, se m p re m e tic u lo sa m e n te p e n t e a d o ! L e m b ra s-te d a m a rra fa d ele ? A q u ilo era u m a co isa tècn i- c a m e n te p erfeitíssim a. A o lo n g o d o c n e o o ste n ta v a a p r e c i o s a risca, tão recta c o m o o ca m in h o m a is curto en tre d o is p o n to s, s e m pelo reb eld e q u e d o b ra sse so b re ela, ain d a m e s m o n os dias c/tfri n&ii&i eitimadôi atiinanfei da IlLtiamar A Administração Geral dos Cor- reios e Telégrafos restabeleceu os serviços de cobranças no Ultramar ortuguès, por intermédio dos correios, tal como se faz na Metró- pole, pelo que a administração do nosso semanário vem comunicar aos seus Ex.mos Assinantes, resi- dentes nas províncias de Angola e Moçambique, que vai desde já pro- ceder à actualização das suas assi- naturas nas seguintes localidades ultramarinas: — Aa provincia de Angola: — Babaera. Benguela, Ca- l-ibolo. Catumbeb, Cuma, ^anda, Lepi. Lobito. Longongo. Luanda, Moçàmedes, Nova Lisboa, ,! a ^'rova- Vila Kobert Wiliams e Vr , ,e; — ‘V« provincia dc - oçambiqne: — Lourenço Mar- ques. 1oi este motivo, vamos dentro m breve emitir os respectivos tí- ulos de cobrança e, para evitar onsiderâveis prejuizos na sua de- ° u?ao' muito agradecemos aos ['ossos Prezados assinantes do '-aramar que sejam liquidados os espectivos recibos no acto da sua api esentacão. Ainda por residirem alguns des- n°ssos estimados assinantes em loca,s distantes das áreas de indiV I1Ç j ’ mu*to nos obsequiariam ndicando-nos com brevidade onde poderemos fazer as respectivas cobranças 110 Continente, para os recibos que nos sejam devolvidos, 110 intuito de não sofrerem inter- rupção na remessa de «A Provín- cia». A todos, renovamos os nossos reconhecidos agradecimentos do funchal, Portfa Delgada, Horta e Terceira Informamos os nossos Ex.m" s Assinantes destas cidades, situadas nos nossos arquipélagos, que vamos dentro em breve proceder à regularização das assinaturas em atraso. Por essa circunstância, seguirão dentro em poucos dias para os correios os respectivos títulos de cobrança e, também para evitar elevados prejuízos pela sua devo- lução, muito agradecemos aos nos- sos estimados assinantes se dignem satisfazer esses recibos, 110 acto da sua apresentação. Desde já nos confessamos gratos- por estas atenções. d e ven to , q u a n d o no pátio do r e c re io fu m á v a m o s a n o ssa cig a rra d a à s e sco n d id a s. A i 0 M a tia s ! C o m o ele se h o rto riza v a c o m o s n o s so s p a la v e s d e u so c o r r e n te ! N ã o p o d ía m o s ter u m d e s a - b a fo m a is v ern á cu lo , se m q u e ele a c u d is s e c o m as m ã o s a tap ar o s im a cu la d o s tím p a n o s, o n J e a s v ib ra ç õ e s d a n o ssa a p u ra d a lin g u a g e m p u n h a m n ó d o a s d e e s c â n - d alo v e r g o n h o s o . T e n h o a ce rte za d e q u e n e s s e te m p o o b o m M a tia s, no se u interior, la m e n ta v a p e s a ro so a s n o s sa s te n d ê n - cias b o é m ia s, in co m p a tív e is c o m 0 a p e g o a o s livros e à regu lar fre q u ên cia d as aulas. L ivro s e au las ! D u a s co isa s q u e n ó s o d v a m o s p ro fu n - d a m e n te , m e u ca ro T ro - p i o ! O h a m o c id a d e d e s c u id o sa ! Im p rev id en te q u ad ra da vid a, q u a n d o c u id á v a m o s q u e a (Continua 11 a página 5) i Novo Colaborador Inicia hoje a sua cola- boração no nosso sema- nário o sr. Luis Fer- nando da Veiga, de quem publicámos, em página especial, no n.° ij 8 de «A Província'», excertos de trabalhos seus. Cumprimentamos mui- to afectuosamente. @tónieai cZlltquietai -5 1 S A TÉLITES que vão pelos ares P O R Á L V A R O V A L E N T E C o m fra n q u e za v o s digo, irm ãos, q u e p o u c o m e in- te re ssa o q u e vai p e lo s ares, en tretido, c o m o an d o , c o m o q u e an d a p ela te rr a ,— q u e n ã o é tão in significante c o m o à p rim eira vista p o d e p a re ce r e talvez te n h a até m aio r im p o rtân cia. T o d a v ia , c o m o o iço a toda a h o ra o m e u p ad eiro , o m e u sap ateiro , a m in h à criad a e c o n g é n e re s n esta e te rn a c o n - versa, fo g u e e s q u e s o - b e m , satélites q u e co rre m à Volta, e m V elo cid ad es fa n tás- ticas, c o m e se m c a d e la , tive tam b é in q u e d ar a te n çã o ao c a so e p ô r-m e d e atalaia, o lh an d o o S e te stre lo e a U rsa M a io r, v a sc u lh a n d o os c é u s c o m o lh o s cu rio so s. N ã o Vi n ad a, — co n fe sso a m in h a m iop ia física e in te- lectu al; m a s fui levad o a b u sca r na im p re n sa diária os m o tiv o s e a e x p lic a ç ã o da p a sm a c e ira de q u e fiz parte. E vi qu e, c o m efeito, e m títulos e texto s n e g ro s e de a v a n ta ja d o s fo rm ato s, se d ão no ticias d e co isa s m ir a b o - lantes, d e co isa s e sp a n to sa s c o m utilidade m a n ife sta e im ediata. E m b re v e s dias já se p o d e ir à flua, c o m e q u ip a m e n to s FORTIM [) m ap ro p riad o s, c ó m o d a m e n t e in stalad os o s viajan tes e m b e lo s m e io s d e tran sp orte, e até se a rre n d a m ali te rre - n o s p ara s o b e r b a s e d ifica - ç õ e s ! D e p o is de ler tudo isto, e o m a is q u e p o r Vem, bati d u a s ou três Vezes no c r â - n e o extern o , c o m o q u e m p e r - gu n ta a si m e s m o se p o r d en tro estaria tu d o e m b o a s co n d içõ e s de fu n cio n a m e n to , ou se h a veria m o la d e s a r - ran jad a ou partida. P a la v ra q u e n ã o sei c o m o se p o d e e sc a p a r a to d a esta m a lu q u e ira q u e Vai p elo M u n d o ! A s a s s o c ia ç õ e s p ro tecto ra s d o s an im a is fu rio so s p or ca u sa da « L a i k a » ; n a ç õ e s a atirarem fo g u e e s uns atrás d o s o utros, ca d a v e z m ais p ara r ib a ; g e n te q u e b o la s d e fo g o ; e n g e n h o s c o m g e n te in clusa, a co n vid a r os p r e s e n - tes p a ra p a s s e a ta s ; g lo b o s e m b ra sa q u e d e s a b a m n o s m a - res. .. eu sei, eu s e i ! Q u e fo rm id ável p a n d e m ó - nio ! E u, p o rém , c o m o h o m e m do m e u tem p o , c o m o h o m e m q u e n ão q u er ser a p a n h a d o d e b o c a a b erta p e ra n te os (Continua na página 4) SINTRA O castelo da Pena, em plena Serra, cuja gravura hoje pu- blicamos, está situado num dos mais altos' montes. Foi construído em parte sobre as ruínas dum antigo Convento, fundado em 1503 por I). Ma- nuel I e dedicado à Senhora da Pena. Segundo a tradição, apare- ceu naquele local esta Senhora, e fundou-se, por esse motivo, a capelinha cu pequeno con- vento. Para esta construção toi necessário construir «uma penha», em virtude do sítio ser muito pedregoso. Com o tempo, a denomina- ção da «Penha» passou para da «Pena», e desta forma se con- servou até hoje. Foi aquele rei D. Manuel I quem a transformou num mosteiro, dedicado a S. Jerónimo, com muralhas e ameias em volta, em cumprimento do voto que fizera no caso do triunfo de Vasco da Gama, na sua viagem de descobrimento do caminho marítimo para a India. Foi Mestre Botaea quem arquitectou e dirigiu a grandiosa obra. Em 1838 1). Fernando, — o rei artista —, fez do mosteiro de 1). Manuel I aquela mansão de Beli za e de Ai te que nacionais e estrangeiros tanto admiram. No Palácio, dignas de visita as salas de jantar, de fumo, quartos, gabinetes, escritórios, galeria-*, mobi- liários, faianças, tapeçarias, cristais, porcelanas, quadros, etc. Não esquecer também a Capela, excelsa e de grande valor. E, saindo do Palácio, o formoso parque.

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Preço 1 SOO Quinto feiro, 21 de Novembro de 1957 Ano III - N ° 140

Proprietário, Administrador e Editor

V . S. M O T T A P l N T O

REDACÇÃO E A1JMIN1STRAÇÀO — AV. D. NUNO ALVARES PEREIRA - 18 — TELEF. 026 467M O N T I J O

COMPOSIÇÃO E IMFÍiES&ÃO — T IP O G R A FIA cGRAFEX» — T E L E F . 026 236 — MONTIJO

D I R E C T O R

Á L V A R O V A L E N 1

C A R T A A U M A M I G OMeu caro Procópio

O c a s o d a r a p a r i g a l o i r a d e i x o u - t e s u r p r e s o ? P o i s e m m i m e s s a s c o i s a s j á n ã o b o ­l e m , p o r q u a n t o d e h á m u i t o m e c o s t u m e i a s u p o r t a r e s - t ò i c a m e n t e a s p ú t r i d a s e m a ­n a ç õ e s d o l o d a ç a l , o n d e c h a f u r d a m d e l e i t a d a s m u i t a s c o n s c i ê n c i a s c o n t e m p o r â ­n e a s . P o r i s s o , n ã o p o s s o s e n t i r o e s p a n t o d e q u e m e f a l a s n a t u a i n d i g n a d a m i s ­s i v a . E s t o u a b e m d i z e r e m b o t a d o p a r a t o d o s e s s e s s e n t i m e n t o s d e j u s t a c ó l e r a , q u e i n d u b i t a v e l m e n t e a f l i g e m a t u a a l m a , a i n d a n à o c o n t a ­m i n a d a p e l a p e s t e d o c h a m a d o m u n d a n i s m o .

R e a l m e n t e , n i n g u é m d i r i a h á d o i s m e s e s , a t r á s , q u e o n o s s o c o n h e c i d o M a t i a s s e d e i x a s s e e n v o l v e r n o e r g á s ­t u l o d a q u e l a m a l d o s a d i v a , d e c ú t i s a v e l u d a d a e o l h o s c i n t i l a n d o e m l ú b r i c a s e x p r e s ­s õ e s d e i n c o n t i d a s e n s u a l i ­d a d e . P o b r e m o ç o !

C o m p a n h e i r o n o s b a n c o s d a e s c o l a , a q u e m n u n c a f a l t a v a m o s . l á p i s p r i m o r o s a ­m e n t e a f i a d o s , o s c a d e r n o s i m p e c á v e i s q u e p r e e n c h i a c o m a s u a l e t r a e l e g a n t e , c e r t í s s i m a , i n c o n f u n d i v e l ­m e n t e r e g u l a r . A s l i ç õ e s t r a ­z i a e l e s e m p r e n a p o n t a d a

l í n g u a ; o s d i a s d e . c h a m a d a f a z i a m - n o b r i l h a r a l t o , r e n ­d e n d o - l h e o s m a i s e n t u s i á s ­t i c o s e l o g i o s d o s m e s t r e s , e n q u a n t o n ó s s e n t í a m o s p i ­c a d a s n o c o r a ç ã o , o n d e o d e m ó n i o p e q u e n i n o d a i n v e j a

P o r

Luis F e r n a n d o d a V e ig a

i n c i p i e n t e a l a v a n c a v a r i j o o n o s s o a m o r p r ó p r i o , a c o b a r ­d a d o , d e c a b u l õ e s i n v e t e r a ­d o s . A l é m d i s t o , a q u e l a d i ­g n i d a d e d o M a t i a s ! E s t á s a v ê - l o ? ! I m p o n e n t e n o s e u o r g u l h o d e p r i m e i r o d a c l a s s e ! C o m o e t e r n o « p a p i l l o n » , r u b r o a d e s t a c a r - s e n a a l v u r a d o s c o l a r i n h o s , q u e n ã o c o n ­t r a s t a v a m c o m o f i n o a s s e i o d a « f a r p e l a » , c u j o s v i n c o s p a r e c i a m s u s t e n t a d o s p o r a r a m e s . . . E d e p o i s , s e m p r e m e t i c u l o s a m e n t e p e n t e a d o ! L e m b r a s - t e d a m a r r a f a d e l e ? A q u i l o e r a u m a c o i s a t è c n i ­c a m e n t e p e r f e i t í s s i m a . A o l o n g o d o c r â n e o o s t e n t a v a a p r e c i o s a r i s c a , t ã o r e c t a c o m o o c a m i n h o m a i s c u r t o e n t r e d o i s p o n t o s , s e m p e l o r e b e l d e q u e d o b r a s s e s o b r e e l a , a i n d a m e s m o n o s d i a s

c/tfri n&ii&i eitimadôi atiinanfei da IlLtiamar

A Administração Geral dos Cor­reios e Telégrafos restabeleceu os serviços de cobranças no Ultramar

ortuguès, por intermédio dos correios, tal como se faz na Metró­pole, pelo que a administração do nosso semanário vem comunicar aos seus Ex.mos Assinantes, resi­dentes nas províncias de Angola e Moçambique, que vai desde já pro­ceder à actualização das suas assi­naturas nas seguintes localidades ultramarinas: — Aa provincia de Angola: — Babaera. Benguela, Ca-

l-ibolo. Catumbeb, Cuma, ^anda, Lepi. Lobito. Longongo. Luanda, Moçàmedes, Nova Lisboa, ,! a 'rova- Vila Kobert Wiliams e

Vr , ,e; — ‘V« provincia dc - oçambiqne: — Lourenço Mar­ques.

1 oi este motivo, vamos dentro m breve emitir os respectivos tí- ulos de cobrança e, para evitar onsiderâveis prejuizos na sua de- ° u?ao' muito agradecemos aos

['ossos Prezados assinantes do'-aramar que sejam liquidados os espectivos recibos no acto da sua

api esen tacão.Ainda por residirem alguns des-

„ n°ssos estimados assinantes em loca,s distantes das áreas deindiV I1Çj ’ mu*to nos obsequiariam ndicando-nos com brevidade onde

poderemos fazer as respectivas cobranças 110 Continente, para os recibos que nos sejam devolvidos, 110 intuito de não sofrerem inter­rupção na remessa de «A Provín­cia».

A todos, renovamos os nossos reconhecidos agradecimentos

do f u n c h a l , P ortfa D e lg a d a ,

H o r ta e T e r c e i r aInformamos os nossos Ex.m"s

Assinantes destas cidades, situadas nos nossos arquipélagos, que vamos dentro em breve proceder à regularização das assinaturas em atraso.

Por essa circunstância, seguirão dentro em poucos dias para os correios os respectivos títulos de cobrança e, também para evitar elevados prejuízos pela sua devo­lução, muito agradecemos aos nos­sos estimados assinantes se dignem satisfazer esses recibos, 110 acto da sua apresentação.

Desde já nos confessamos gratos- por estas atenções.

d e v e n t o , q u a n d o n o p á t i o d o r e c r e i o f u m á v a m o s a n o s s a c i g a r r a d a à s e s c o n d i d a s .

■ A i 0 M a t i a s ! C o m o e l e s e h o r t o r i z a v a c o m o s n o s s o s p a l a v r õ e s d e u s o c o r r e n t e ! N ã o p o d í a m o s t e r u m d e s a ­b a f o m a i s v e r n á c u l o , s e m q u e e l e a c u d i s s e c o m a s m ã o s a t a p a r o s i m a c u l a d o s t í m p a n o s , o n J e a s v i b r a ç õ e s d a n o s s a a p u r a d a l i n g u a g e m p u n h a m n ó d o a s d e e s c â n ­d a l o v e r g o n h o s o .

T e n h o a c e r t e z a d e q u e n e s s e t e m p o o b o m M a t i a s , l á n o s e u i n t e r i o r , l a m e n t a v a p e s a r o s o a s n o s s a s t e n d ê n ­c i a s b o é m i a s , i n c o m p a t í v e i s c o m 0 a p e g o a o s l i v r o s e à r e g u l a r f r e q u ê n c i a d a s a u l a s . L i v r o s e a u l a s ! D u a s c o i s a s q u e n ó s o d i á v a m o s p r o f u n ­d a m e n t e , m e u c a r o T r o c ó - p i o !

O h a m o c i d a d e d e s c u i d o s a ! I m p r e v i d e n t e q u a d r a d a v i d a , q u a n d o c u i d á v a m o s q u e a

(Continua 11a página 5)

i N ov o C o l a b o r a d o rInicia hoje a sua cola­

boração no nosso sema­nário o sr. L u is F er­nando da Veiga, de quem publicámos, em página especial, no n.° i j 8 de «A Província'», excertos de trabalhos seus.

Cumprimentamos mui­to afectuosamente.

@tónieai cZlltquietai -5 1

S A T É L I T E Sque vão pelos ares

P O R Á L V A R O V A L E N T E

C o m f r a n q u e z a v o s d i g o , i r m ã o s , q u e p o u c o m e i n ­t e r e s s a o q u e v a i p e l o s a r e s , e n t r e t i d o , c o m o a n d o , c o m o q u e a n d a c á p e l a t e r r a , — q u e n ã o é t ã o i n s i g n i f i c a n t e c o m o à p r i m e i r a v i s t a p o d e p a r e c e r e t a l v e z t e n h a a t é m a i o r i m p o r t â n c i a .

T o d a v i a , c o m o o i ç o a t o d a a h o r a o m e u p a d e i r o , o m e u s a p a t e i r o , a m i n h à c r i a d a e c o n g é n e r e s n e s t a e t e r n a c o n ­v e r s a , — f o g u e t õ e s q u e s o ­b e m , s a t é l i t e s q u e c o r r e m à V o l t a , e m V e l o c i d a d e s f a n t á s ­t i c a s , c o m e s e m c a d e l a — , t i v e t a m b é i n q u e d a r a t e n ç ã o a o c a s o e p ô r - m e d e a t a l a i a , o l h a n d o o S e t e s t r e l o e a U r s a M a i o r , v a s c u l h a n d o o s c é u s c o m o l h o s c u r i o s o s .

— N ã o V i n a d a , — c o n f e s s o a m i n h a m i o p i a f í s i c a e i n t e ­l e c t u a l ; m a s f u i l e v a d o a b u s c a r n a i m p r e n s a d i á r i a o s m o t i v o s e a e x p l i c a ç ã o d a p a s m a c e i r a d e q u e f i z p a r t e .

E v i q u e , c o m e f e i t o , e m t í t u l o s e t e x t o s n e g r o s e d e a v a n t a j a d o s f o r m a t o s , s e d ã o n o t i c i a s d e c o i s a s m i r a b o ­l a n t e s , d e c o i s a s e s p a n t o s a s c o m utilidade m a n i f e s t a e i m e d i a t a .

E m b r e v e s d i a s j á s e p o d e i r à f l u a , c o m e q u i p a m e n t o s

FO RTIM [) m

a p r o p r i a d o s , c ó m o d a m e n t e i n s t a l a d o s o s v i a j a n t e s e m b e l o s m e i o s d e t r a n s p o r t e , e a t é j á s e a r r e n d a m a l i t e r r e ­n o s p a r a s o b e r b a s e d i f i c a ­ç õ e s !

D e p o i s d e l e r t u d o i s t o , e o m a i s q u e p o r l á Vem, b a t i d u a s o u t r ê s Vezes n o c r â ­n e o e x t e r n o , c o m o q u e m p e r ­g u n t a a s i m e s m o s e p o r d e n t r o e s t a r i a t u d o e m b o a s c o n d i ç õ e s d e f u n c i o n a m e n t o , o u s e h a v e r i a m o l a d e s a r ­r a n j a d a o u p a r t i d a .

P a l a v r a q u e j á n ã o s e i c o m o s e p o d e e s c a p a r a t o d a e s t a m a l u q u e i r a q u e Vai p e l o M u n d o !

A s a s s o c i a ç õ e s p r o t e c t o r a s d o s a n i m a i s f u r i o s o s p o r c a u s a d a « L a i k a » ; n a ç õ e s a a t i r a r e m f o g u e t õ e s u n s a t r á s d o s o u t r o s , c a d a v e z m a i s p a r a r i b a ; g e n t e q u e Vê b o l a s d e f o g o ; e n g e n h o s c o m g e n t e i n c l u s a , a c o n v i d a r o s p r e s e n ­t e s p a r a p a s s e a t a s ; g l o b o s e m b r a s a q u e d e s a b a m n o s m a ­r e s . . . e u s e i , e u s e i !

Q u e f o r m i d á v e l p a n d e m ó ­n i o !

E u , p o r é m , c o m o h o m e m d o m e u t e m p o , c o m o h o m e m q u e n ã o q u e r s e r a p a n h a d o d e b o c a a b e r t a p e r a n t e o s

(Continua na página 4)

S I N T R AO castelo da Pena, em plena

Serra, cuja gravura hoje pu­blicamos, está situado num dos mais altos' montes. Foi construído em parte sobre as ruínas dum antigo Convento, fundado em 1503 por I). Ma­nuel I e dedicado à Senhora da Pena.

Segundo a tradição, apare­ceu naquele local esta Senhora, e fundou-se, por esse motivo, a capelinha cu pequeno con­vento. Para esta construção toi necessário construir «uma penha», em virtude do sítio ser muito pedregoso.

Com o tempo, a denomina­ção da «Penha» passou para da «Pena», e desta forma se con­servou até hoje.

Foi aquele rei D. Manuel I quem a transformou num mosteiro, dedicado a S. Jerónimo, com muralhas e ameias em volta, em cumprimento do voto que fizera no caso do triunfo de Vasco da Gama, na sua viagem de descobrimento do caminho marítimo para a India. Foi Mestre Botaea quem arquitectou e dirigiu a grandiosa obra.

Em 1838 1). Fernando, — o rei artista —, fez do mosteiro de 1). Manuel I aquela mansão de Beli za e de Ai te que nacionais e estrangeiros tanto admiram.

No Palácio, dignas de visita as salas de jantar, de fumo, quartos, gabinetes, escritórios, galeria-*, mobi­liários, faianças, tapeçarias, cristais, porcelanas, quadros, etc.

Não esquecer também a Capela, excelsa e de grande valor.E, saindo do Palácio, o formoso parque.

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2 A P R O V I N C I A 2I-H-957

M O N T I J O I Beliscões IPRACÀ Df TOIROSaea&ttaj=a=aaaasgtt=B=ffi3ga=Bgg3BBea=a=a3e3sai3ea3£3effia3eae

P f Q U f H O D E S â B à F O

V IS IT A O F IC IA L

d o P re s id e n te

d a R e p ú b lic a

d o P a q u is t ã oN a s e m a n a p a s s a d a e s t i ­

v e r a m e m P o r t u g a l , d e v i s i t a o f i c i a l a o n o s s o p a í s , a q u e l e n o t á v e l e s t a d i s t a e ‘ s u a E s ­p o s a .

D a f o r m a c o m o f o r a m r e ­c e b i d o s e a c a r i n h a d o s p o r t o d o s , j á a I m p r e n s a d e u d e s e n v o l v i d a s r e p o r t a g e n s .

R e t i r a r a m n a s e x t a f e i r a ,15 d o c o r r e n t e , e x t e r i o r i ­

z a n d o à p a r t i d a a s u a g r a t i ­d ã o p e l a h o s p i t a l i d a d e p o r ­t u g u e s a e a c e n t u a n d o a p r o ­f u n d a a m i z a d e q u e u n e o s d o i s p a í s e s .

O s r . P r e s i d e n t e d a R e p ú ­b l i c a d o P a q u i s t ã o d e i x o u 2 . 0 0 0 l i b r a s p a r a d i s t r i b u i r p e l o s p o b r e s n o N a t a l , e â C a s a P i a d e L i s b o a o f e r e c e u 500 l i b r a s .

N u n c a é d e m a i s e x a l t a r e s t e s g e s t o s q u e t a n t o n o b i ­l i t a m q u e m o s p r a t i c a .

A E s p o s a d o s r . P r e s i ­d e n t e d o P a q u i s t ã o , a c o m ­p a n h a d a p e l a s u a c o m i t i v a , p a s ? o u e m M o n t i j o a c a m i ­n h o d e V i . i a F r a n c a .

C o m o n ã o s e c o n h e c i a e s s a p a s s a g e m , n e m a n t e c i ­p a d a m e n t e s e s o u b e s s e d o f a c t o , q u a s e f o i d e s p e r c e ­b i d a .

«A Província» - N.* 140 - 21-11-57

Anúncio

O « Pitiguinhasn, — coitadi [ nho 1

Não festejouo S. Martinho.

l'i-o sério, sorumbático,£ logo lhe perguntei Se estava também <asiático> Ou se não era já f rei Daquela iirmandadei>. Respondeu com dignidade, Com modos encantadores, Com ares filo so fa is '.— Esse dia é de amadores, E eu sou dos profissionais

Fiquei, então, entendendo, Com a resposta fe l iz , Porque è que não ficou sendo De S . Martinho o j u i z . . .

Entretanto, por coerência, N a seguinte terça-feira Apanhou, com consciência, Formidável «borracheira»

- Bravo, *seu Pinguinhas[ bravo!

Gostei muito do seu feito. Assim ê que está direito.Vocè fico u sem um chavo, T a l como das outras vezes; Mas, com seu beber,Deu de comer A um milhão de portugueses!

Homem ao mar

P E G Õ E S “

CRUZAMENTOA escola para ambos os sexos,

que ali está em construção, entrou na sua última fase, a qual foi agora entregue por contrato.

Trata-se dum edifício com be­las instalações, cujos benefícios, para a população de Pegõei-Cru- aamento. são inestimáveis.

Espera-se que a sua inaugura­ção se efectue nos princípios do próximo ano, satisfazendo-se assim uma das grandes aspirações daquela localidade.

■ ^ V l D A ^

PROflSSIONAL

MédicosOr. A v e lin o R o ch a B a rb o sa

D as 15 às 20 h.R . A lm irante R e is , 68, 1.° T e le f . 026 245— M O N T IJO

Consultas em Sarilhos Grandes, às 9 horas, todos os dias, excepto às sextas feiras.

D r . fa u s to H e ivaL a r g o d a Ig re ja , 11

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D r.* Iso b e ! G om es P ire sEx-Estagiária do Instituto Português de Oncologia.

Doenças das Senhoras Consultas às 3.as e 6.as feiras

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M éd icos V e t e r in á r i o sD r. C r is t ia n o d a S ilva M endonçaAv. Luís de Camões - MONTIJO Telef.5 026 502 - 026465 - 026012

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Augusta M a rq . C h a rn e ira M o re iraParteira-Enfermeira

Diplomada pela Faculdade de Medicina de Coimbra

R. José Joaquim Marques — N.° 281 MONT I J O

A rm an d a LagosParteira-Enfermeira PARTO SEM DOR

Ex-estagiária das Maternidades de Paris e de Strasbourg.

De dia - R. Almirante Reis, 72 Telef. 026038

De noite - R. Machado Santos, 28 MONTIJO

T e le fo n e s d e u r g ê n c i oHospital, 026 046

Serviços Médico Sociais, 026198 Bombeiros, 026048

Taxis, 026025 e 026479 Ponte dos Vapores, 026425

Polícia, 026144

Telefone 026 57B

'pata hotti 'fctlflijraf/at

Foto Montijense

Q u e n ã o v ã o a s m i n h a s d e s - p r e t e n c i o s a s p a l a v r a s f e r i r s u s c e p t i b i l i d a d e s , p o i s n ã o é e s s e o m e u p r o p ó s i t o m a s s i m é p r o p ó s i t o m e u a c e n ­t u a r p u b l i c a m e n t e , c o m o o p i n i ã o m u i t o m i n h a , q u e p o d e r i a a a p l i c a ç ã o d o . . c a ­p i t a l e n v e s t i d o p a r a a c o n s - t r u ç ã o d o n o v o T a u r ó - d r o m o , s e r d r e n a d o p a r a q u a l q u e r r e a l i z a ç ã o d e p r o ­p ó s i t o s c u l t u r a i s o u d e b e ­n e f i c ê n c i a , p o r t a n t o m u i t o d e a p r e c i a r s o b r e e s s e a s ­p e c t o . A c e i t o e n ã o r e f u t o .

A f i g u r a - s e - m e , p o r é m , q u e n ã o f a l s i e i a v e r d a d e , q u a n d o a f i r m e i n o s m e u s m o d e s t o s e s c r i t o s q u e o r e n d i m e n t o q u e a n o s s a S a n t a C a s a d a M i s e r i c ó r d i a i r i a b e n e f i c i a r f u t u r a m e n t e , s e r i a s e m p r e s u p e r i o r a q u a l q u e r o u t r a a p l i c a ç ã o q u e i m p l i c i t a m e n t e d e r i v a ­r i a s ó d o s t r e s e n t o s e t a l m i l e s c u d o s , - p r o d u t o d a v e n ­d a d o t e r r e n o o n d e h o j e e s t á i n s t a l a d o o m a j e s t o s o « C i n e m a T e a t r o J o a q u i m d e A l m e i d a » , D e r e s t o , q u e o r e n d i m e n t o d a P r a ç a d e T o i r o s s e r á s e m p r e s u p e r i o r , j á t o d o s , o j ú q u a s e t o d o s , e s t ã o d o f a c t o d e v i d a m e n t e c o n v e n c i d o s , e n ã o p o d e m o s d e i x a r d e f a z e r r e f e r ê n c i a a o v a l o r r e a l d a P r o p r i e ­d a d e , q u e é d i v e r s a s v e z e s s u p e r i o r a o s t r e s e n t o s e t a l m i l e s c u d o s , q u e a S a n t a C a s a a p l i c o u , e q u e a P r o ­p r i e d a d e l h e f i c o u p e r t e n ­c e n d o . P o d e m a l g u m a s p e s ­s o a s c o n s i d e r a r q u e a i n d a é p r e m a t u r a e s t a m i n h a c o n ­v i c ç ã o , p o r q u e o f a v o r á v e l r e s u l t a d o o b t i d o p e l o s t r ê s e s p e c t á c u l o s n ã o d e v e c o n t a r p a r a s e f o r m a r u m j u i z o q u e s e a j u s t e a o m e u v a t i c í n i o ; p o r é m , p o u c o m é r i t o p o d e r i a t e r o f a z e r a l u s ã o a u m f a c t o j á r e c - t r o a c t i v a m e n t e c o n c r e t i z a ­d o . P o r t a n t o , r e p i t o e c o n - f i r m o q u e , e m m e u e n t e n d e r , s e e n r i q u e c e u o p a t r i m ó n i o d a S a n t a C a s a c o m m a i s u m a v a l i o s a P r o p r i e d a d e , q u e l h e p r o p o r c i o n a r á u m r e n d i m e n t o f u t u r o , q u e n u n c a p o d e r i a s e r e x c e d i d o , n e m r e q u e r i g u a l a d o , p e l o r e n d i m e n t o q u e l h e p r o p o r ­c i o n a r i a a a p l i c a ç ã o j d e s s e s t r e z e n t o s e t a l c o n t o s .

O f u t u r o n o s d i r á q u e m t i n h a r a z ã o .

A s m u i t a s p e s s o a s q u e d i s c o r d a v a m d a c o n s t r u ç ã o d a P r a ç a d e T o i r o s , t ê m

a g o r a u m a e s p l ê n d i d a o p b r - t u n i d a d è d e m e t e r o m b r o s á e m p r e s a q u e i d e a l i z a m , p o i s b a s t a q u e s i g a m o e x e m p l o d e s s e p u n h a d o d e a f i c i o n a d o s d a « f e s t a b r a v a > . C o m o v u l g a r m e n t e s e d i z q u e « c a d a q u a l c o m e d o q u e g o s t a » , e o a p e t i t e d o s a f i c i o n a d o s d a f e s t a b r a v a e s t á s a t i s f e i t o , i d e a g o r a , m e u s s e n h o r e s , p a r a a r e a ­l i z a ç ã o d o s v o s s o s d e s e j o s , n ã o s e j a a v o s s a t a r e f a s ó c r i t i c a r e n a d a r e a l i z a r . N o n o s s o q u e r i d o M o n t i j o a i n d a h á m u i t o q u e l h e o f e r e c e r , e c o m a r e a l i z a ç ã o d e d i v e r s o s m e l h o r a m e n t o s s e e n r i q u e c e a t e r r a e s i ­m u l t a n e a m e n t e l u c r a m o s s e u s h a b i t a n t e s .

C o m o a c t u a l m e n t e s e d i z : nunca tantos foram de mais.

Artur Corroia

N A T A Lde «A Província»

A n o s s a t a r e f a d e p r o ­p o r c i o n a r a o s p o b r e z i n h o s e à s c r i a n ç a s u m N a t a l m a i s a l e g r e e m a i s c o n f o r t á v e l , c o n t i n u a .

N ã o f o i d e b a l d e q u e a p e ­l á m o s p a r a a g e n e r o s i d a d e d o s n o s s o s a s s i n a n t e s , l e i ­t o r e s e a m i g o s .

A f l u e m à n o s s a R e d a c ç ã o o s d o n a t i v o s e a s o f e r t a s e m r o u p a s , g é n e r o s , b r i n ­q u e d o s , e t c .

C o n t i n u a m o s , p o r i s s o , m u i t o g r a t o s a t o d o s q u a n ­t o s a c o r r e m e d i s p e n s a m à n o s s a i n i c i a t i v a o s e u c a r i ­n h o e a s u a a t e n ç ã o .

S e g u e m o s d o n a t i v o s ;— T r a n s p o r t e ; i 4 i $ o o e s c .A n ó n i m o , 2 $ 5 0 ; D . Y a l e n -

t i n a L o p a , 2 $ 5 o ; D . M a r i a M a n u e l a M . C a l a d o , 2 $ 5 o ; D . A n g e l a S . S i l v a , i $ o o ; D . L u c í l i a T . M o r a , 5 $ o o " , D . M a r i a L u c í l i a S o a r e s , 2 S 5 0 ; D . M a r i a D e o l i n d a C a b r i t a , i $ 5 o ; D . M a r i a L u í s a E u s é b i o , 7 $ 5 0 ; D r . A z e v e d o C o u t i n h o . 5 $ n o ; D . I s a u r a R o s a T a b o r d a , 2 $ 5 0 ; A n ó n i m a , i $ o o ; D . A u r é l i a F a r r i m , 5 É 0 0 ; D . M a r i a V i r g í n i a C o s t a , i $ o o ; D . T e r e z a L o u r o G r a d e , 2 $ 5 0 ; D . A l i c e B a e t a , $ s o ; D . F e r n a n d a M a r t i n s , i $ o o ; D . M a r i a n a M a r q u e s , i $ o o ; E d u a r d o D u a r t e , 5 $ o o ; D . M a r i a C a r o l i n a M a r t i n s , 3 $ 7 0 ; D . M a r i a E l s a , i $ o o ; e A r t u r C o r r e i a , 2 o | o o .

S o m a a t r a n s p o r t a r ; — 2 1 3 8 2 0 c e n t v s .

D a s r . a D . E m í l i a S e q u e i r a , u m l e n ç o e m s e d a , p a r a a c a b e ç a .

Faz-se público que pelo Juí/.o de Direito desta comarca de Mon­tijo e 1.“ secção, nos autos de exe­cução de sentença que a firma Plantações do Sul L.da, com sede em Lisboa, move contra o exe­cutado MIGUEL DOS SANTOS SARGAÇO, solteiro, maior, agri­cultor, residente no Alto de S. Se­bastião, da Vila da Moita, desta comarca, correm éditos de vinte dias a contar da primeira e última publicação deste anúncio, citando os credores desconhecidos do exe­cutado, para no pra/o de dez dias. findo o dos éditos, deduzirem os seus direitos na mesma execução.Montijo, 13 de Novembro de 1957

Verifiquei:O Juiz de Direito,

Octávio Dias GarciaO Chefe da 1.® Secção,António Paracana

Valério da fonsecafobricaalc de apoios de borracha para todas os marcas de automóveis.

R u a d a A l d e i a V e l h a , 42M O N T I J O

Rua França Borges, 52 L A V R A D I O

Esle número de «A Pro­víncia» foi visado pela

C E N S U R A

Carta a um amigo

Meu caro Procópio(Continuação da página 5)

r e s p e i t a v a n o t e m p o e m q u e f o i n o s s o m o d e l o , d e v i r t u d e s e p e r f e i ç õ e s n u n c a a l c a n ç a d a s .

O q u e f a z e m a s m u l h e r e s , P r o c ó p i o a m i g o ! D o q u e a c i m a t e r e f i r o t i r a a i l a c ç ã o m a i s p r o v e i t o s a ; e v o u t e r ­m i n a r a s s e v e r a n d o q u e n e ­n h u m d e r . ó s , a o e m b r a n q u e ­c e r d o s e s c a s s o s c a b e l o s , s e d e i x a r i a a r r a s t a r p e l o c a n t o d e q u a l q u e r s e r e i a a r r e b i c a d a , a l u d í b r i o t ã o , c o m p l e t o . A l g u m a c o i s a a p r e n d e m o s n a s e s t ú r d i a s d e h á v i n t e a n o s . O M a t i a s n u n c a q u i s a s e u t e m p o e m ­b e b e r - s e n a c i ê n c i a q u e n o s p r o p u s e m o s m i n i s t r a r - l h e , q u a n d o e r a m e s m o a l t u r a d e f a z e r a p r e n d i z a g e m ú t i l . p a r a r e s i s t i r a f o r t e s t e n t a ç õ e s , p r e s e r v a n d o - s e d o e x t r e m o d e m i s é r i a e c o r r u p ç ã o e m q u e e s p e r n e i a a g o r a .

A r e t ó r i c a e r a d e l e , m a s a l ó g i c a , e s s a , e r a n o s s a ; e a s s i m . . c o i t a d o d o M a t i a s !

A b r a ç a - t e o t e uLuis Fernando da Veiga

S A N F E R , L . pAS E D E mi ARMAZÉNS

LISBOA, Rua de J. Julião, 41—1.° |||| IHOMUO, Rua da Bela VistaA E R O M O T O R S A N F E R o m o i n h o q u e r e s i s t i u a o

c i c l o n e — F E R R O S p a r a c o n s t r u ç õ e s , A R A M E S , A R C O S , e t c .

C I M E N T O P O R T L A N D , T R I T U R A Ç Ã O d e a l i m e n ­t o s p a r a g a d o s

R Í C I N O B E L G A p a r a a d u b o d e b a t a t a , c e b o l a , e t c .C A R R I S , V A G O N E T A S e t o d o o m a t e r i a l p a r a C a ­

m i n h o d e F e r r oA R M A Z É N S D E R E C O V A G E M

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21-11-957 A PROVINCIA 3

GEADA E L E G A N T E

Illllllll li IIWM fMWí 1MWT~—n

A n i v e r s á r i o s

— Dia 22, o sr. .losé Gomes da Costa Lopes Júnior e nosso esti­mado assinante.

— Dia 24, completa o seu 8.° aniversário, a gentil menina Lídia Maria Pascoal Pereira Martins, sobrinha e afilhada do nosso dedi­cado assinante, sr. .losé Augusto dos Santos.

— Dia 26, a sr.11 D. Aida da Veiga Marques Rodrigues, nossa esti­mada assinante.

— Dia 26, a sr.a D. Maria Matilde Morgado Quintino Carvalho, es­posa do nosso estimado assinante e amigo, sr. Elisiário Joaquim Carvalho.

— Dia 27, soleniza o seu 8.° ani- vetsário o menino Cristóvão Antó­nio Rodrigues Ascenção, estimado netji tia nossa estimada assinante sr.“ D. Aida da Veiga Marques Rodrigues.

— Dia 27, atinge o seu 7.° ani­versário o menino Victor Manuel Adão Antunes, filho do nosso pre­zado assinante, sr. Manuel Antu­nes, residente no Rrasil.

— Dia 27, o menino Gil Manuel Ladislau, filhinho do nosso esti­mado assinante sr. Gil Ladislau.

— Dia 27, completa très anoi de idade a gentil menina Ana Rela dos Santos Baeta, filha estreme­cida do nosso bom amigo e cola­borador, sr. Eduardo dos Santos Baeta.

M O N T J OComo início das comemorações

do 103.° aniversário desta pres­tante colectividade montijense, efectua-se no seu salão de fe-tas no próximo domingo, em «soirée», um baile que será abrilhantado pelo aplaudido Conjunto Musical «Reis da Alegria», da nossa vila.

A colectividade i niversarianle endereçamos desde já os nossos cumprimentos e felicitações pela passagem de mais uma jorn da ua sua longa existência, desejando que muitos anos se avolumem no seu louvável activo.

Concurso Hora Feliz

Pela abertura do relógio con­fiado à nossa guarda, da acreditada Ourivesaria, Relojoaria e Joalharia Contramestre, Praça L* de Maio, desta vila, e efectuada na última semana, verificou-se que tinha pa­rado nas

17 horas • SO minutos \ feliz contemplada foi a sr ” D.

Maria dos Anjos, residente ein Mal pique, que tinha o cartão da hora premiada.

▲ i n a u g u r a ç ã o d a

Cfiaimáeia Tôiqiene é um novo factor de progresso da vila i t Montijo

Já desde há semanas que, para o transeunte desprevenido, surgira uma vedação encobrindo um an­tigo estabelecimento comercial da Rua José Joaquim Marques, indi­cio de que alguma surpresa mais ali lhe estaria reservada, nesta fase de transformação modernista que a nossa vila tem sofrido nos últimas tempos.

Km lugar do antigo e modesto estabelecimento de Montijo pri­mitivo, veio finalmente a apresen­tar-se ao público uma ampla e atraente casa, cuja fachada é logo um motivo de atracção para quem acompanha o ritmo de progresso que envolve a nossa vila.

O edifício há pouco modernizado e revestido exteriomente a placas de mármore, — a nova Farmá­cia Higiene—, na Rua José Joa­quim Marques, n.os 142 e 144, desta vila, oferece no seu interior um aspecto bastante agradável, talvez proporcionado a uma das nossas cidades.

Com fino gosto, vêem-se ali expostas numerosas especialida­des farmacêuticas, além de va­riados artigos de higene e interes­santes e reputados artigos de per- lumaria, tanto nacionais como estranjeiros.

Da visita efectuada na pretérita quarta-feira, 13 do corrente, à nova Farmácia Higiene, desta vila,- dia em que foi inaugurada —,

lioou nos a mais grata impressão de que este estabelecimento veio ao encontro da densidade popula­cional de Montijo, e é mais uni valor a juntar à prestimosa classe

farmacêutica do nosso concelho. Cora os nossos cumprimentos à sua digna proprietária e directora técnica, sr.“ D. Maria Manuela B. Ferreira Pita, somos a desejar-lhe o maior grau de venturas na sua vida profissional.

Agradecimentos

G e rm a n a A lm e id a P a lh a is P in taDomingos Pinto, filhos, neto,

nora e demais familia, vêm por este meio agradecer reconhecida­mente a todas as pessoas que se dignaram acompanhar a sua cho­rada esposa, mãe, avó, sogra e pa­rente à sua última morada.

Igualmente para todos os que, quer com o conforto de sua paU- vra, quer por escrito, se lhes diri­giram, procurando suavizar a sim imensa dor, aqui fica expressa a sua eterna gratidão.

João Gouveia Palpita

Irene de Jesus Jacob, vem por este meio testemunhar o seu agra­decimento a todas as pessoas que se dignaram acompanhar à sua úl tinia morada, o seu estremoso e chorado marido.

Para todos, vai o seu maior re­conhecimento.

F armácia H IGIENEPr«p .‘ • D lr * « ç i* Técnica d * :

m a r i a m a n u e l a b . f e r r e i r a p i t aF A R M A C Ê U T I C A -----------------------

A sua proprietária tem o prazer dc informar o público deste con­celho da abertura desta Farmácia, instalada na artéria central desta v*la e devidamente fornecida de Especialidades Nacionais e Estran- Seiias. Acessórios farmacêuticos e Perfumarias das mais acreditadas '«'arcas, estando apta a fornecer oxigénio medicinal, a qualquer hora, fiara o que possui o respectivo aparelho.

Rua Jose Joaquim fta.ques, 114 T e le f . 026370 MONTIJO

cA nanaE s c o la T é c n ic a

No dia 19 do corrente foram recebidas duas propostas de valor superior à base da habitação (.'>1)5 contos), para as obras de adapta­ção do edifício do Tribunal, na­quela parte que a Câmara resolveu destinar à instalação provisória da nossa Escola Técnica.

l/ma das propostas era para :íIS contos e a outra para 327.

Dada aquela circunstância das propostas serem superiores à base de licitação, a Câmara resolveu considerar o respectivo Concurso como deserto e abrir novo Con­curso.

Estas resoluções foram tomadas em reunião do próprio dia 19.

Câmara Municipal de Montijo

Ocupação de lojas de vendas de flores, no

Mercado Central

Kaz-se público que no dia 26 do corrente, pelas 15,30 horas, se orocederá no Mercado Central á arrematação do direito de ocupa­ção de duas lojas de venda de­flores.

Na Secretaria Municipal pres- tam-se todos os esclarecimentos.

Montijo, 16 de Novembro de 1957 O Presidente da Câmara, (José da Silva f.eite)

Câmara Municipal de Moniijo

Ocupação de cantina do Mercado Central

Faz-se público que no dia 26 do corrente, pelas 15,30 horas, se procederá à arrematação do direito de ocupação da cai.tina, pelo pe­ríodo de cinco anos.

Na Secretaria Municipal pres­tam-se todos os esclarecimentos.

Montijo, 16 de Novembro de 1957 O Presidente da Câmara, (José da Silva Leite)

Sociedade R. Progresso

A f

O b r a s d e A lv a ro V a le n te— «Eu», livro de sonetos,

esgotado; «Daqui.. . fala Ri­batejo», contos monográ icos, 30 escudos; «Pedaços deste Ribatejo», folclore e costumes, 30 escudos; «A minha visita ao museu de S. Miguel de Ceide», folheto, 5 escudos; «Hino a Almada», em verso,10 escudos; «Grades Eternas», estudos sociais, 15 escudos; «Vidas Trágicas», romance, 15 escudos; «Viagem de Maravi­lhas», reportagem, 20 escudos.

Pedidos à Redacção de «A Província».

L U T U O S AFaleceu no dia 14 do corrente

mês, o sr. Diogo Mendes Moreira, de 85 anos, viuvo, cortador, natu­ral de Montijo. Era pai dos srs. João Mendes Moreira, conceituado comerciante em Montijo, e de Diogo Maranhas, residente em Lisboa, ambos nossos estimados assinantes. O funeral realizou-se no dia seguinte, pelas 16 horas, pata o cemitério local, acompa­nhado de numerosas pessoas.

Apresentamos a toda a família de luto os nossos pêsames, e em especial aos nossos assinantes re­feridos.

Faleceu uo paisado dia 15 di» corrente, em Montijo, a sr.* D. Clarinda de Jesus Pereira, de 43 anos, casada, doméstica, natural de Setúbal.

Deixa viuvo o Comandante do nosso Posto de Polícia de Segu­rança Pública, sr. Tobias Pereira, e era mãe da menina Maria de Jesus Pereira e do menino Agos­tinho de Jesus Pereira. O cortejo fúnebre realizou-se no dia seguinte, pelas 15 horas, para a capital do nosso Distrito, acompanhado de muitas pessoas amigas e de todas as categorias sociais.

«A Província» apresenta ao sr. Tobias Pereira, digno Comandante do Posto da P. S. P. de Montijo, o seu cartão de condolências, e a seus filhinhos os nossos senti­mentos.

Faleceu no passado dia 17 do eoi rente, em Montijo, de onde era natural, o sr. José Narciso da Silva Canastreiro, de 82 anos, casado, proprietário. Deixou viúva a sr.* D. Adelaide da Conceição da Sil­veira Ceia, e era pai do sr. José Narciso Canastreiro.

O funeral realizou-se no dia se­guinte, pelas 16 horas, para o ce­mitério local.

«A Província» apr< senta â famí­lia enlutada os seus sentidos pê­sames.

Faleceu no passado dia 18, em Montijo, o sr. Cristiano Marques Lucas, de 87 anos, viúvo, pescador, natural de Montijo.

Era pai dos srs. Carlos Lucas, José Marques Lucas e da ir.* D. Maria Custódia Marques Lucas, esposa do sr. Augusto Tavares da Silva, nosso estimado assinante e avô do sr. Albino Lucas da Silva, guarda da P. S. P. ne<ta vila.

O funeral realizou-se no dia se­guinte, pelas 15 horas, para o ce­mitério local, acompanhado de muitas pessoas amigas do falecido e da família.

«A Província* apresenta a toda a família enlutada os seus sentidos pêsames e em especial àquele nosso assinante.

onsoeirenseEfectua-se no próximo domingo,

24, nesta agremiação recreativa do vizinho bairro do Afonseiro, um baile em «soirée», o qual será abri­lhantado pelo Conjunto Musical «Os Canários>, da progressiva lo­calidade da Atalaia.

A sua diligente direcção dirigi­mos os nossos louvores, por assim manterem este ritmo de actividade naquele bairro muito populoso deste concelho.

AGENDA

U T IL IT Á R IA

Farmódas de Serviço

21 — M o n t e p i oH.‘ - feira, 22 - M d d e t u a S*hs»cli>. 23 — U i g i e n e Domíngo. 24 — I i i o g o 2 / - feira. 25 — G i r a l d e s &* - feira, 26 — Monte p i o4.* - feira, 27 — Mo d e r nu

Faleceu na sua residência em Montijo, donde era natural, no passado dia 19, o sr. Manuel Costa, de 6t anos, casado, proprietário.

Deixou viúva a sr.* D. Júlia dos Santos e era pai dos srs. Manuel Costa Júnior e António dos Santos Costa, nossos estimados assinantes, e das sr.*‘ D. Maria dos Santos Costa e D. Júlia dos Santos Costa.

O funeral realizou-se no dia se­guinte, pelas 16,15 horas, para o cemitério de Montijo, acompa­nhado de muitas pessoas de todas as categorias sociais, pois o extinto gozava de geral simpatia.

«A Provincia» apresenta t toda a familia enlutada, e em especial aos nossos estimados assinantes, acima referidos, o seu carlão de sentidas condolências.

B o l e t i m R e l i g i o s o

C u lto C a tó l/coMISSAS

5.*-feira, — ás 8,30 e 9 h. (Festa de apresentação de N.* Senhora).

6.*-feira, — ás 8,30 e »h.Sábado, — às 8,30 e 9 h. Domingo, — na Igreja Paroquial,

às 8, 10 e 11,30 h. (Terço e Bên­ção): às 17,30 el8h.; no Afonsoeiro, às 9 h.; na Atalaia, Is 11,30 h..

C u lto E v a n g é l ic oIg re ja Presbiteriana, Rua

Santos Oliveira. 4 - Montijo.Domingos — Escola Ríblica Do­

minical, às 10 e às 15 horas, e culto e prègação, do Evangelho, àsII e ás 21.

4.M leiras — Às 21, culto e prè­gação do Evangelho.

6.’ * feiras — Às 21, reunião de oração.

Igreja Pentecostal, Rua Ale­xandre Ilerculano, 5-.1 - Mon­tijo.

Domingos ; — Escolu Domiui- cal, às 11,30 h.; Prègação do Evan­gelho, às 21 h.

Quintas fe iras: — Prègação do Evangelho, às 21 h.

V ende-se— CARRO com direito k praça. Nesta redacção se informa.

Empregada de Escritório

— PRECISA-SK, com prática. Nesta redacção se informa.

Perdeu-se— Um embrulho que contém

facturas com o nome de Graciano Correta.

Pede-se à pessoa que o encon­trou o favor de entregar nesta re­dacção. — Gratifica-se.

Vende-se— MARQUISE em FERRO, en­

vidraçada.Ti ata tu R. Santos Oliveira—-

N.» 9 - Telef. 026145 MONTIJO.

Faleceu no dia 19, em Montijo. a sr.a I). Constança Faria Ramalho, de 77 anos, viúva, doméstica natu­ral de Curvei, e residente em Montijo há muitos anos. Era mãe da sr.tt D. Natércia Ramalho Gon- çalv:s Rita, esposa do sr. Dr. An­tónio Gonçalves Rita, da sr.“ D. Ilda Ramalho Serrano da Silva, esposa do sr. Rui Serrano da Silva, da sr.* D. Maria Antonieta Rama­lho Oleiro, esposa do sr. José Fer­reira Oleiro, e do sr. Jacinto J. Faria Ramalho, casado com a sr.“ D. Maria Helena Vasconcelos Ra-

(

Trabalhos para amadores fotografias <i'(lrte Sparelkos fotográficos

Reportagem FotográficaUa lolbõo foto, 11 - MONIliO

malho, todos nossos prezados assi­nantes.

O funeral realizou-se no dia seguinte, pelas 13,30 horas, da igreja da Misericórdia para o ce­mitério de Montijo, com numeroso acompanhami-nto, em virtude das excelentes qualidades e virtudes da extinta.

«A Província» apresenta a toda a família enlutada os seus pêsames, e em especial aos seus prezados assinantes, acima indicados.

Page 4: COMPOSIÇÃO E IMFÍiES&ÃO — TIPOGRAFIA cGRAFEX» — TELEF. … · Preço 1 SOO Quinto feiro, 21 de Novembro de 1957 Ano III - N ° 140 Proprietário, Administrador e Editor V.

A P R O V I N C I A 21-11-95?

S A T É L I T E Sque vão pelos ares(Continuação da l.a página)

a c o n t e c i m e n t o s , f i c o n i e e m V a g a s i n t e r r o g a ç õ e s , a s ó s c o m a s r o s e i r a s d o m e u j a r ­d i m :

— P a r a q ú e s e r á t u d o i s t o , a f i n a l ?

— Q u e u t i l i d a d e t e r á t u d o i s t o p a r a a H u m a n i d a d e ?

— O q u e p r e t e n d e a C i ê n ­c i a c o m e s s e s f o g u e t õ e s , s a ­t é l i t e s , b o l a s , e n g e n h o s , g l o ­b o s , d i s c o s e o « m a i s q u e a d i a n t e s e v e r á » ?

E l o g o m e s a e m o s g o i v o s a e s t a c a d a , d e s a l m a d o s , c o n ­t a m i n a d o s p e l a m ó r b i d a a t m o s f e r a :

— É o P r o g r e s s o , s e n h o r ! É o P r o g r e s s o !

E e u , f u g i n d o d e s s e j a r d i m , r e f u g i u - m e n a c r a s s a i g n o ­r â n c i a d o m e u p o b r e i n t e ­l e c t o e b a l b u c i o :

— A h s i m , o P r o g r e s s o !P o r i s s o e u v e j o o t i r o a o s

p o m b o s p a r a g á u d i o i m p u n e d e d i v e r t i d o s a t i r a d o r e s , p o r i s s o e u v e j o a l e p r a , a t u b e r ­c u l o s e , o c a n c r o , a s í f i l i s , a e s p o n d i l o s e , a p a r a l i s i a , e t a n t a s d o e n ç o s d e s t r o ç a n d o , s e m r e m é d i o , o s m e u s i r m ã o s n a V i d a , p o r i s s o e u v e j o t a n t o s p r o b l e m a s g r a v e s , q u e a s s o l a m o M u n d o , s e m s o ­l u ç ã o . . .

— A h s i m , o P r o g r e s s o !A i n d a s e e u , a o m e n o s ,

s o u b e s s e c o m o h e i - d e c u r a r e s t a c o n s t i p a ç ã o q u e t r a g o c o m i g o v a i p a r a c i n c o a n o s . . .

N ã o , d e s c u l p e m ; m a s t e ­n h o q u e b a t e r m a i s d u a s o u t r ê s V e z e s n o c r â n e o e x t e r n o :

— E s t á s i á ? E s t á s ?S i l ê n c i o a b s o l u t o . . . p e l o

m e n o s n o m e u . T r i s t e e m e s ­q u i n h a c o n d i ç ã o a d o s i n s i ­g n i f i c a n t e s !

Álvaro Valente

R e su lta d o d o 8 . ° c u p ã o p u b l i c a d o e m 7 d o c o r r e n t e

Não houve nenhum concorrente que acertasse em todos os resuitados

Concorreram — 281. f lp e n o s 5 a c e r t a r a m e m 1 2 r e s u l ta d o s

Prémio atribuído para este cupão:

Áo que acerte em todos os resultados

1 . 5 0 0 $ o o

Em c o m p r a s e m e s t a b e l e c i m e n t o à e s c o lh a d o c o n t e m p l a d o

f a g o r a t o d o s a o g r a n d e C o n cu rso d e P r o g n ó s t ic o s

CORTE POR AQUI

C u p ã o N .° 1 0

Concurso Prognósticos de de «A Provincia»

Futebol

2.a Divisão (Zona Norte) 2.a Divisão (Zona Sul)

Guimarães Tirsense Serpa Portimonens.

Vianense Peniche Almada Arroios

Leixões Leões Olhanense Estoril

Vila Iíeal Chaves Montijo Portalegre

Gil Vicente Boavista Coruchense Farense

Sanjoanense Covilhã Atlético Uniãi Sport

Marinhense Espinho i Juventude BejaCampeonato Nacional da l .a Divisão

Lusitano Porto

Nome

Morada

Localidade

«À P rov ínc ia» Cupão N.° 10f n v i a r e s te c u p ã o a t é às 12 h o r a s d e D o m in g o , 1

Campeonato Nacio­

nal da 2.a Divisão

Montijo, 3 - Arroios, 2Árbitro: Lourenço Simões, de

EvoraCampo: Luís do Almeida Fi­

dalgo.Equipas:MONTIJO: Redol; Barrigana,

Aranha e Anica; Santana e An­dré II; Romeu. André I, Veredas, José Paulo e Ernesto.

ARROIOS: José Nunes; Mendes, Isaac e Almeida; Adelino e Sim- pliciano ; Jacques, Custódio, Seve­rino,. Amadeu e Sousa.

Os montijenses abriram o seu activo aos 16 minutos, tendo o defesa direito lisboeta uma mão casual.

O árbitro assinalou uma grande penalidade, que José Paulo con­verteu no primeiro golo de Mon­tijo.

Quando íam decorridos 4 minu­tos, a defesado Montijo não evitou e permitiu que Sousa, do Arroios, estabelecesse a igualdade.

Aos 35 minutos José Paulo con­seguiu o segundo golo num po­

tente remate, o qual foi muito aplaudido pelaa sistència. E assim, terminou o primeiro tempo.

Havendo apenas 3 minutos da segunda parte, o Montijo aumen­tou o seu activo, para 3-1, por intermédio de Ernesto.

Aos 20 minutos, por mão invo­luntária dum montijense, o árbitro ordenou o castigo máximo, que Simpliciano marcou, mas só na recarga conseguiu transformar, visto que o guarda-redes Redol defendeu.

Com a habitual energia o Arroios deu que fazer até ao final do jogo, vendo-se o Montijo em sérios apuros, para conseguir a posição de vencedor.

A arbitragem, além dos «penal- ties» que não existiram, teve au­toridade.

Repórter X

Este número de «A Pro­víncia» foi visado pela

C E N S U R A

VILA V IÇ O SA( C o n t i n u a ç ã o d a ú l t i m a p á g i n a )

de carpinteiros, pedreiros e serra­lheiros civis, que tèm sabido mar­car a sua posição: é de justiça que se aproveite esta boa matéria- -prima, auxiliando-a com uma educação técnica conveniente: Erigir-se uma estátua a Martim Afonso de Sousa, caliponense ilus­tre, que foi governador da nossa índia, e o precursor da fundação da cidade de S. Paulo.

P o u s ã o e F l o r b e l aPousão, grande artista, aqui

nasceu a 1 de Janeiro de 1859, filho do escritor Francisco Augusto Nunes Pousão, que foi adminis­trador do concelho de Vila Viçosa. Foi na sua época um notável pin­tor, que fez uma carreira brilhante. Morreu em Vila Viçosa, em 20 de Março de 1884, apenas com 25 anos— na flor da idade. Vila Viçosa ergueu-lhe um monumento como preito de homenagem.

Florbela Espanca também aqui nasceu, a 8 de Dezembro de 1895. Poetisa ilustre, autora da «Char­neca em Flor», «Livro de Soror Saudade», «Juvenília», etc., de

quem conservo quatro postais que me foram oferecidos por seu pai Túlio Espanca, quando duma vi­sita a Vila Viçosa, a convite da Fundação da Casa de Bragança.

Seu pai — Túlio Espanca — tam­bém se dedicou à pintura — qua­dros que conserva ainda, religio­samente, sua esposa.

Sobre Florbela Espanca muitos escritores se tèm pronunciado, entre eles cito a sr.a D. Amélia Borges, Mário Mota, Costa Leão, Bourbon e Menezes, António Ferro, e muitos mais. O autor destas linhas também publicou na imprensa do país diversos traba­lhos acerca da poetisa.

Seu irmão. Apeles Espanca, era pintor modernista interessant;", senhor de belas qualidades afir­madas em óleos e aguarelas que a «Ilustração» publicou em parte e foram admirados em exposições Rúblicas, como a realizada em Evora, em 1941, por ocasião do1.° aniversário do liceu. Uma lá­pida existente no átrio do Liceu de André de Gouveia e uma placa numa rua de Lisboa, consagram o seu nome. Faleceu em 6 de Junho de 1927, num desastre de aviação.

B A S Q U f T t B O l

M u nd et, 51 - M o n t i jo , 5 4Jogo disputado no Seixal, no

passado domingo, dia 17, a contar para o Campeonato Regional.

Sob a arbitragem dos srs. Daniel Medeiros e José Correia as equi­pas alinharam:

MUNDET: (23 cestas eã lances livres transformados em 15 tenta­dos) Aldemiro, Cunha, Silva (2),

'Diamantino (29), Pescadinlia (2), Carvalho (18) e Costa.

MONTIJO: (23 cestas e 8 lances livres transformados em 26 tenta­dos) Pinto (12). Adriano (3), b li- siário (7), Américo, Tomás (20) e José Maria (12).

Ao intervalo 28-2-5 a favor do Mundet. * * *

Somos sinceros em afirmar que prevíramos uma vitória mais ou menos fácil da equipa do C. 1). M. no encontro com o Mundet.

Porém, o «cinco» montijense caprichou em contrariar as nossas expectativas.

Foi, talvez, o pior encontro do Montijo esta época.

Ganhou sim, mas dramatica­mente nos últimos momentos da partida e só esses nos fizeram vibrar e valeram como causa para a crónica.

O resto foi pobre, pobre dema­siado para que nós possamos tirar conclusões apreciativas.

Como compensação ao mau jogo da l.a categoria primou a Reserva em oferecer uma exibição sur­preendente de agradável basque­tebol.

Os componentes da equipa que foram Teodomiro (14), Luciano(2), Heitor (13), Dias. João José (6), Cosme e Barreias (32), ganharam jus a uma chamada às nossas colunas.

Foi, talvez este o seu melhor prémio.

15 para nós particularmente grato verificar que nas categorias infe­riores já o C. D. M. encontra su­plentes à altura dos consagrados, provando desse modo a maneira vertiginosa como o basquetebol tem-se desenvolvido no Montijo de há três épocas para cá.

A velocidade de um Barreias ou de um Ileitor foi estonteante no domingo e o poder físico de Teo­domiro (a jogar como nunca víra­mos) veio demonstrar que este elemento se «quizesse» poderia ser dos melhores jogadores mon­tijenses.

Parabéns, pois. à «reserva» doC. D. M. e desejos de continui­dade vitoriosa nos encontros fu­turos.

A arbitragem dos dois encontros esteve à altura das circunstâncias.

Luciano Mocho

Fala Vasco SantanaA Consagração

(Continuação do núm. anterior)Ilá factos que emocionam até

mesmo o próprio jornalista, que, embora no desempenho da sua missão, também tem coração, tam­bém vibra, e ainda com muito mais razão se se tratar duma alegria de amigo seu.

Mas demos a palavra a Vasco Santana e ao nosso redactor no diálogo que se vai seguir.

— Quando naquela tarde o lídi­mo actor me recebeu na sua casa, com aquele cavalheirismo que faz parte integrante da sua personali­dade de artista, notei-lhe uma in­sígnia violeta na lapela. Terminada a entrevista, permiti-me, pela ami­zade com que Vasco Santana sem­pre me tem distinguido, e defen­dido ao mesmo tempo pelas imu- dades da curiosidade jornalística, perguntar ao artista que distinção representava aquele botão violeta que usava nz lapela. Com a maior das simplicidades, ele contestou- -me:

— Uma agradável surpresa que me quiseram fazer, — o nosso ma­logrado Presidente Marechal Car­mona, por indicação do sr. Dr. José de Figueiredo, e o Sr. Pro­fessor Caeiro da Matia, então Ministro da Instrução.

Sinceramente comovido, Vasco Santana faz uma pausa, para logo prosseguir:

— Uma manhã alguém veio con­vidar-me para um almoço num restaurante chique, de Lisboa. Acedi, mas qual não foi o meu es­panto quando, ao chegarmos ao tal restaurante, os meus convivas mandaram vir champanhe.

— Então o almoço começa por champanhe ? Perguntei admirado.

— Sun, — responderam-me. Isto é cá uma coisa. Fizeram saltar a rolha da garrafa do espumante e, ao mesmo tempo que o néctar brotava, alguém tirou da algibeira um pequeno estojo com esta dis­tinção.

Ao dizer isto, notei que a voz de Vasco Santana se lhe embar­gava um pouco.____ ?— A Ordem de Santigo da Es­

pada. E depois fui agradecer ao nosso malogrado Presidente Car­mona,— acrescentou Vasco San­tana, o maior actor cómico portu­guês, com aquela simplicidade que lhe é peculiar, a qual, aliada ins­tintivamente à sua graça incon­fundível, fazem dele um grande valor do nosso Teatro declamado e musicado, para o qual o seu gé­nio muito tem contribuído e de quem muito há ainda a esperar.

Do que Vasco Santana tem feito posteriormente, adentro do nosso Teatro e da Rádio, já os nossos leitores têm conhecimento através das suas actividades divulgadas pela grande Imprensa; contudo, não será de mais realçar neste

s i ng e l o ar r az oado , aqui inserto como preito de homena­gem ao maior artista da nossa época, que soube criar uma perso­nalidade inconfundível, escorada numa noção exacta da Arte de re­presentar e dum excelente coração que em nada o rebaixa, antes, pelo contrário, o eleva perante a nossa admiração e respeito.

Anibal Anjos

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21-H-957 A P R O V I N C I A 5

(Continuação da / . “ página)

v e r d a d e i r a c i ê n c i a a a p r e e n ­d í a m o s r . ó s , n o t o r v e l i n h o d o s r u m o r o s o s p a s s e i o s a o s a r r a b a l d e s , d a s c e a t a s i n c a n ­d e s c e n t e s , - o n d e o B u c é l a s e o C a r t a x o t o m a v a m a s e u c a r g o a d e s e n v o l t u r a d a r u i ­d o s a d i a l é t i c a e s t u d a n t i l , e n - . í r o n h a d a e m t r e m e n d a s d i s ­c u s s õ e s a p l e n a g o r j a , e n q u a n t o o s v i z i n h o s , e s t r e ­m u n h a d o s p e l a v o z e a r i a c o m ­p a c t a , u i v a v a m d e r e v o l t a e v i n h a m r e b o l a n d o o s b u r ­

g u e s e s c o r p a n z i s p e l a s e s ­c a d a s e m b e l i c o s a a t i t u d e , r a n g e n d o a m e a ç a s c o n t r a a j o v e m e e x c e l s a a c a d e m i a , n a q u e l a s n o i t e s d e b o r g a d e s e n f r e a d a ! A s c o r r e r i a s p o r n o i t e v e l h a a t r a v é s d o s b e c o s d a c i d a d e , a c o s s a d o s d e p e r t o p e l o s a p i t o s d a p o ­l í c i a , n u m a i m i n ê n c i a a g u d a d e t r a n s p o r o s h u m b r a i s d o G o v e r n o C i v i l , — q u a s e s e m ­p r e e s t â n c i a d e r e p o u s o o b r i ­g a t ó r i a , d e p o i s d o s e s f a l f a - m e u t o s n o c t í v a g o s e m é p i ­c a s a r r u a ç a s .

J a m a i s o M a t i a s s e m i s ­t u r o u n a q u e l a s « h o r d a s » d e i r r e v e r e n t e s p â n d e g o s a q u e m n ó s i n s u f l á v a m o s o m a i s f o ­g o s o e n t u s i a s m o , p e l o g e s t o , p e l a p a l a v r a e p e l o e x e m ­p l o . . E o q u e m a i s n o s c u s t a v a n a m a n h ã s e g u i n t e , n â o e r a m a s a d m o e s t a ç õ e s p a ­t e r n a i s , m a s s i m a s o b j u r g a - t ó r i a s s o l e n e s d o n o s s o p u r i t a n í s s i m o c o l e g a : l o n g a s c o m o s e r m õ e s , o u v i d a s c o m m e d o a o d i r e c t o r , d e c u j a p r o t e c ç ã o o M a t i a s d i s p u n h a n a t u r a l m e n t e .

T o d a v i a , d e m a i s a l t o c a i o a n j o d o q u e o p r o f a n o e o n o s s o a n j o , c o m o c o r r e r d o s a n o s , p e l o s m o d o s c a i u a o s t r a m b u l h õ e s , m a s t ã o d e s a s ­t r a d a m e n t e o f e z , q u e n ã o h á p o r a í c o r a ç õ e s e m p e d e r ­n i d o s q u e p o s s a m f u r t a r - s e a u m a c o n t r a c ç ã o d e d ó , e s ­p r e m e n d o a s s i m d u a s o u t r è s l á g r i m a s s e n t i d a s , e m h o l o ­c a u s t o à d e s v e n t u r a d o n o s s o e v a n g é l i c o c a m a r a d a d o u t r o s t e m p o s .

S e i t u d o , m e u c a r o P r o c ó ­p i o . S e i q u e u m h o m e m b a r ­b u d o e c i r c u n s p e c t o s u c e d e u a o r a p a z o l a a p l i c a d o q u e n ó s

Carta a um amigoJKul ente r/)toeêpio

c o n h e c e m o s h á m u i t o s a n o s . S e i t a m b é m q u e e s s e h o m e m a u s t e r o , d e m a n e i r a s , e i n ­t r a n s i g e n t e n a s q u e s t õ e s d a m o r a l i d a d e p ú b l i c a o u p r i ­v a d a , s e a l ç o u a o s c u m e s d a f a m a s e r v i d o p e l a s u a p o d e r o s a i n t e l i g ê n c i a e p o r a q u i l o q u e e l e a m a v a a t é e n t ã o s o b r e t o d a s a s c o i s a s : o e s t u d o . S e i a i n d a q u e , j á c o m a c é l e b r e m a r r a f a m e i o e s f a r r i p a d a p e l a f ú r i a d o t e m p o e d o s c o s m é t i c o s , n u m c e r t o d i a d a s u a v i d a , a o v o l t a r d a e s q u i n a , d e u d e c a r a s a s s i m a b r u p t a m e n t e c o m a m u l h e r q u e d e v i a s e r a s u p r e m a a l a v a n c a , q u e a t i r o u c o m e l e p a r a o s a b i s ­m o s s o m b r i o s d a m a i s a b j e c t a i n d i g n i d a d e .

A q u i l o n ã o e r a u m a m u l h e r t a l c o m o D e u s a c o n c e b e u , m o l d a n d o - l h e a s f o r m a s n o d u r o o s s o d u m a c o s t e l a m a s ­c u l i n a . A q u i l o , e r a m a i s - u m d e m ó n i o t e n t a d o r d e e s q u i ­s i t a e i m p r e s s i o n a n t e b e l e z a , q u e p a r e c i a i r r a d i a r p r o f u s a ­m e n t e o s m i a s m a s d a s e d u ­ç ã o i r r e s i s t í v e l , c a p a z d e a r r e m e s s a r o h o m e m i n e ­b r i a d o n e l a à s p r o f u n d e z a s i n c o g n o s c í v e i s d a s f o r j a s d e V u l c a n o .

V i - o s n ã o h á m u i t o . P a s ­s e a v a m a o l o n g o d u m a á l e a a j a r d i n a d a , n u m p a r q u e s u ­b u r b a n o . E l e , c a m i n h a n d o l e n t a m e n t e c o m o s o l h o s f i ­t o s n o r o s t o e n c a n t a d o r d a s u a a m a d a , d o n d e a l u z i r i a d a d a t a r d e , q u e s e c o a v a p e l a v e r d u r a d o s a r v o r e d o s , a r r a n c a v a t o n a l i d a d e s d e c a r ­m i m , e n t r e m e a d a s c o m f u l ­g o r e s d e e s m e r a l d a . E l a , s u a v e m e n t e , t o m a v a - l h e d o b r a ç o e c o m m e i g o r e b u ç o a f l o r a v a - l h e à f a c e u m a s m e i a s f r a s e s , q u e d e v i a m p a r e c e r m ú s i c a c e l e s t i a l a o s o u v i d o s a p a i x o n a d o s d o n o s ­s o M a t i a s e s t u d i o s o . A v e - l u t í n e a c a b e l e i r a d o i r a d a ,

o n d e o S o l p r o j e c t a v a e x ­p a n s õ e s d e l u z o f u s c a n t e , o s c i l a v a d e l i c i o s a m e n t e a o c o m p a s s o d o s m o v i m e n t o s r í t m i c o s e g r a c i o s o s d a q u e l a m u l h e r e m p o l g a n t e .

N o c o n j u n t o , f o r m a v a m u m p a r m u i t o i n t e r e s s a n t e , e n l e ­v a d o s c o m o i a m n o s m ú t u o s a r r o u b a m e n t o s a m o r o s o s .

P o r

Luís F e r n a n d a d a V e ig a

Q u a s e m e s e n t i p o e t a a o c o n t e m p l á - l o s e i n t i m a m e n t e i n v e j e i a s o r t e d a q u e l e M a ­t i a s , q u e n e m s e q u e r m e r e c o n h e c e u , e m b e v e c i d o c o m o e s t a v a n a a b s o r ç ã o d o s f i l t r o s c u p i d í n e o s d a s u a a m á v e l c o m p a n h e i r a .

P o r é m , s e m q u e r e r f a z e r a l a r d e d a m i n h a p e r s p i c á c i a , q u i s - m e p a r e c e r q u e t o d o a q u e l e f o g o d e o l h a r , t o d a a q u e l a l a n g u i d e z d e m a n e i ­r a s , t o d a s a s p a l a v r a s q u e p r e s s e n t i m o l d a d a s n u m a v ò ­z i n h a m e i g a e h a r m o n i o s a , e n v o l v i a m a l g o d e f a l s i d a d e ; p o i s a d e m a n e s d a q u e l a n a ­t u r e z a s ó o s u s a a m u l h e r q u e i n t e n t a s u b v e r t e r a m á s ­c u l a v o n t a d e , c o m d e s i d e r a t o o c u l t o p a r a o c u l t o s f i n s .

D a q u i p o r d i a n t e , e s t o u m e l h o r i n f o r m a d o d o q u e t u . C a s a r a m . O M a t i a s t i n h a u n s c o b r e s b o n s . N o s p r i ­m e i r o s t e m p o s , n ã o h o u v e a b s o l u t a m e n t e n a d a q u a e m p a n a s s e o r e s p l e n d o r d a ­q u e l a l u a d e m e l . O n o s s o h o m e m r e j u b i l a v a , e s q u e c e u o s l i v r o s e a s t e s e s m o r a l i s ­t a s q u e e s t a v a v e z a d o a d e s e n v o l v e r c o m e n t u s i a s m o d e l i r a n t e . V i v e u o s e u a m o r e m â n s i a s l o u c a s d e a r r e b a ­t a d o r a p a i x ã o . M e n o s v e r ­s a d o e m s u s c e p t i b i l i d a d e s f e m e n i s , e n t r e g o u - s e â e u f o ­r i a d a f e l i c i d a d e , s e m r e p a ­

r o s * , n o s p e q u e n o s e s q u i v a n - ç o s d a e s p o s a .

A q u e l a m u l h e r , q u e s u p u - r a v a a m o r o s o s f l ú i d o s a t é e n t ã o , c o m e ç o u a t o r n a r - s e s e c a , q u a s e a g r e s s i v a e , p o r f i m , s u r g i r a m n e l a o s p r i ­m e i r o s i n e q u í v o c o s i n d í c i o s d a t r a i ç ã o p r e m e d i t a d a .

O M a t i a s , a o s p o u c o s , f o i s e n t i n d o o l o g r o e m q u e c a í r a ; m a s n ã o q u e r i a c o n - v e n c e r - s e , o d e s g r a ç a d o ! C h i c o t e a v a b à r b a r a m e n t e a r a z ã o , q u a n d o e l a l h e m o s ­t r a v a a v e r d a d e i r a r e a l i d a d e d o s f a c t o s . E t e r i a a m o r d a ­ç a d o o s p u n g e n t e s q u e i x u ­m e s , n u m a i n d i g n a t o l e r â n c i a à s l e v i a n d a d e s o b s c e n a s d a m u l h e r , s e e l a o n ã o t i v e s s e a b a n d o n a d o , f u g i n d o d o a m b i e n t e c o n j u g a l p e l a m ã o d u m h o r r e n d o b i g o d a ç a s , a p a r e c i d o n ã o s e s a b e c o m o p a r a e x e c u t a r o r a p t o i g n ó b i l .

Q u a n d o n u m a n e v o e n t a m a n h ã o M a t i a s a c o r d o u d o s o b r e s s a l t a d o s o n o e m q u e a t o r m e n t a d a m e n t e e m b a l a v a a s s u a s a p r e e n s õ e s t r á g i c a s , e s e v i u ú n i c o o c u p a n t e d o t á l a m o e n v e r n i z a d o , e s b u ­g a l h o u o s o l h o s c o m o p e i t o a r f a n d o e m a n g ú s t i a s l e t a e s . C o m o l o u c o p e r c o r r e u a c a s a , c l a m a n d o e m a l t o s b r a d o s p e l a p é r f i d a , d e r r u b a n d o o s m ó v e i s n u m a h o r r í s o n a b a l ­b ú r d i a . T e r r i v e l m e n t e d e s ­c o m p o s t o d e g e s t o e d e f i ­g u r a , p r e p a r a v a - s e p a r a i n ­v e s t i r a r u a m a s . . . u m b i l h e t e c a i u d a e s t a n t e e q u e d o u - s e n o c h ã o a o s p é s d o c o n v u l s o a m a n t e p r e t e ­r i d o . A o v è - l o , o M a t i a s b a i x o u - s e e r g u e n d o d o s o a l h o a i n c r í v e l m e n s a g e m , q u i s l ê - l a , m a s n ã o p o u d e . A m ã o t r e m i a - l h e e m v i b r a ç õ e s m a g n é t i c a s e o s o l h o s t o l ­d a v a m - s e c o m u m a n e b l i n a v í t r e a d e l a c r i m o s a s p a r t í ­c u l a s . U m i l u s ó r i o a n e l a p e r - t a v a - l h e o s c o l m i l h o s ; q u a s e

s u f o c a v a e n t r e o s b r a ç o s v i ­g o r o s o s d a t r e m e n d a a d v e r ­s i d a d e ; e n t ã o , s e n t o u - s e n u m a p o l t r o n a e p a r a a l i f i c o u a c h o r a r o s e u d e s g o s t o e n o r m e .

S ó d e p o i s d e l a r g o e s p a ç o , d u r a n t e o q u a l c o n s e g u i u v e n c e r u m p o u c o a s u a a g i ­t a ç ã o , l h e f o i p o s s í v e l p o u ­s a r a v i s t a n o c a r t ã o z i t o p e r f u m a d o e l e r a q u e l a s l e ­t r a s a n g u l o s a s , b e m c o n h e ­c i d a s , q u e d i z i a m i s t o s i m ­p l e s m e n t e :

S E N H O R M A T I A S .« Toda a gente é susceptí­

vel de enganar-se. Cometi o meu grande erro casando consigo. Sinto que jamais, poderíamos ser felizes, pois o sr. não é precisamente o meu género de homem e eu não tenho coragem para con­tinuar a enganá-lo, enganan­do-me a mim própria. Sigoo meu destino.»

da M. A.O M a t i a s , l e n d o i s t o , n â o

m o r r e u . P e l o c o n t r á r i o ; s e n ­t i u e m s i u m a r a i v a t a m a n h a q u e f o i i n f l u x o d e v i d a a q u e l a r e a c ç ã o . L e v a n t o u - s e e d i r i g i u o s p a s s o s p a r a o c o ­f r e , c u j o s e g r e d o h a v i a c o n f i a ­d o à i d o l a t r a d a c o n s o r t e , e m

h o r a s m a i s a m á v e i s . A c h o u - o v a z i o . A s d o u r a d a s l i b r a s , q u e h a b i t u a l m e n t e r e s p l a n ­d e c i a m n o s c h a p e a d o s g a v e ­t õ e s , t i n h a m d e s a p a r e c i d o , d e e n v o l t a c o m a l g u n s m a s - s o s d e n o t a s b a n c á r i a s . . .

F i c o u q u a s e p o b r e o M a ­t i a s ! S e m m u l h e r e s e m d i n h e i r o , q u e j u l g a s q u e e l e f e z ? Q u e i x a à p o l í c i a ? N u L i d i s s o . . . O h o m e m a d o p t o u u m a s o l u ç ã o p a r a s e l i v r a r d a l o u c u r a i m i n e n t e , p o i s o g o l p e r o i r u d e e t r a n s t o r n o u - o p o r c o m p l e t o :

A n i q u i l o u o s r e s t o s d i m a r r a f a , m u d a n d o d e p e n ­t e a d o , e h o j e é t i d o p o r u m d o s m a i o r e s e s t r ó i n a s d e q u e h á m e m ó r i a . D o r m e d e d i a , f a z e n d o v i d a n o c t u r n a e m a n t r o s m e d o n h o s , o n d e o v í c i o e a i n t e m p e r a n ç a c a m ­p e i a m à v o n t a d e . D i z e m q u e d u r a n t e a e m b r i a g u e z b l a s ­f e m a h o r r i v e l m e n t e , a p o s t r o ­f a n d o f u r i o s o t u d o o q u e

(Continua ua página 2)

n : s i F o l h e t i m d e « A P r o v í n c i a » 21 - 11-57

f f f l d e i a d o f f f v e s s oc%t M i mrc V alente

A s h o r a s , v e i o a c a n j a e a s m a l g a s , e a f e s t a s e g u i u a v a n t e !O f i l ó s o f o S a n t a n a c o m p a r e c e u d e s t a v e z . O i r m ã o a s s e n t i u e o s s o ­

b r i n h o s f o r a m b u s c á - l o à t o c a , o n d e r e g r e s s a r a d e p o i s d o p a s s e i o .| E l e n ã o e s t a v a m u i t o r e s o l v i d o . N u n c a s e t i n h a m e n t e n d i d o o s d o i s ,

p e l o s t e m p e r a m e n t o s e p e l a p o r ç ã o d e a l t i v e z q u e o m a i s v e l h o c o n s e r v a v a , | u a o o b s t a n t e a s v i c i s s i t u d e s q u e a t r a v e s s a r a n a v i c i a .

N o e n t a n t o , p a r a n â o d e s m a n c h a r p r a z e r e s , l á a c e d e u a o s s o b r i n h o s .0 r e p a s t o d e c o r r e r a a l e g r e m e n t e a t é a s o b r e m e s a .

N e s s a a l t u r a , q u e n t e s c o m o v i n h i t o d a c a s a , d e s e n t e n d e r a m - s e d e p r e s s a :— Q u e m e d i z e s , S i l v a n o , a o q u e v a i p i a n o s s a a l d e i a ?

§ 1 , c o r r o a v i d a a t r a t a r d a t e r r a , a v i v e r p r a e l a e a v i v e r d e l a . N â ol ° n h o t e m p o p a r a m e o c u p a r d o i t r a s c o i s a s . O i ç o f a l a r e t o m o a s q u e i x a s | P o r a r a m a n h a s . . . E s t e < p o v o » n u n c a ’ s t á c o n t e n t e ! Q u e s e g o v e r n e m . . .

H i e u t e m p o é p a r a b o u ç a r e a m u b u t a r o c u l t i v o . P r a m a i s n a d a !— E n t ã o n á o s a b e s o q u e s e p a s s a c o m a E r m e l i n d a d a ti T o m á s i a ,

o r n a ti T o m á s i a , c o m o f i l h o J o a q u i m , c o m a Z u l m i r a , c o m a M a r i a n a . e1 t o r a ?

I L , S i m . T e n h o o u v i d o m u i t a l a m ú r i a ; m a s n ã o q u e r o s a b e r d i s s o p r ai c h e g a b e m p a r a m e a f e r v a r . S ã o t o d o s u n s t r a p o l a s . . .l e 0 d i g a s i s s o . U m v é u d e t r i s t e z a e d e d e s g r a ç a c o b r i u a n o s s a§ M r > a / * ° u m a c a s a o n c *e r e ’ n e a P a z > c o m o a n t i g u a m e n t e . E t u m e s m o , | 1 p o d e s p e n s a r a s s i m p o r q u e t e n s d o i s f i l h o s . A t u a f i l h a d a q u i a p o u c o

’ s t á u m a m u l h e r ; e o t e u r a p a z , l á m a i s a o d i a n t e , h á - d e s e n t i r o p e s o d e s s e v é u .

— O r a , d e i x a . . . T u d o h á - d e a n d a r p i o m e l h o r .— N ã o s e i a q u e c h a m a s « o m e l h o r » . . . O u n ã o c o n h e c e s b e m o q u e

p o r í v a i , o u s e c o n h e c e s , d e v i a s a n t e s d i z e r « p i o p i o r » .— V o c ê s v ê e m s e m p r e t u d o n e g r o . . •— B e m f a z e s t u , q u e v ê s s e m p r e t u d o c ô r d e r o s a .— P o i ’ c l a r o . E a s s i m é q u e d e v e s e r . Q u e m e i m p o r t a c á a m i m o q u e

s e p a s s o u c o m e s t e o u c o m a q u e l e , c o m e s t a o u c o m a q u e l a ? C a d a q u a l q u e s e a g u e n t e . . .

— O l h a l á : E s e a m a n h ã a d e s g r a ç a t e t o c a r p i a p o r t a , p e n s a r á s d a m e s m a f o r m a ? T a m b é m g o s t a r á s q u e o s o i t r o s t e d i g a m : — A g u e n t a - t e ?

— E u c á m e h e i - d e h a v e r c o m o p u d e r .— É s d e f o r ç a !— E t u n ã o o f o s t e s e m p r e ?— A m e u m o d o . M a s o l h a q u e n u n c a t i v e s a t i s f a ç ã o c o m o m a l d o s

o i t r o s , e s e m p r e m e a n o j e i c o m a s p a t i f a r i a s .— T e n s g a n h o u m b o c a d o c o m i s s o . . .— Q u e s t ã o d e s o r t e . C a d a u m n a s c e p r ó q u e n a s c e . N u n c a q u i s a p e i r o

p a r a n ã o s e r c a r r o d e n i n g u é m . . . E p o d i a t e r s i d o a l g u é m , p o d i a ; m a s a m i n h a e s t r e l a e r a e s t a . . .

— A g o r a , c o r r e -la.— J á é t a r d e , i s t o j á d e u q u a n t o s u m o t i n h a . P o u c o h e i - d e v i v e r , — t a l ­

v e z c o i s a d e d i a s ; m a s s e m p r e t e d i g o q u e n á o t e n h o a c ç ã o d e q u e m e e n v e r g o n h e e h e i - d e d e i x a r n o m e n a H i s t ó r i a .

— T u ? N a n j a q u e e u acredite...— O u v i r á s f a l a r d e m i m e m b r e v e .— ' S t á s a a b o b a r - m e , t o n t o ?— N ã o m e t r a t e s a s s i m q u e m e a r r e n e g a s . . .E a c u n h a d a , a o v e r o c a m i n h o d a c o n t e n d a , i n t e r v e i o :

( C O N T I N U A )

Page 6: COMPOSIÇÃO E IMFÍiES&ÃO — TIPOGRAFIA cGRAFEX» — TELEF. … · Preço 1 SOO Quinto feiro, 21 de Novembro de 1957 Ano III - N ° 140 Proprietário, Administrador e Editor V.

A P R O V I N C I A ar-n-957

- ; ta m © Jh;e ç f& m w

c e t i t u f a i

Luís Bonifácio

Entre a fronteira espanhola e a serra da Ossa encontra-se situada a vèlhinha Vila Viçosa, encanto para os estrangeiros e caliponenses.

Vila Viçosa é venerada por ioda essa gente, tal como se fosse jóia preciosa e de estimação.

A brancura das janelas impres­siona a retina, as flores aparecem aos montes por toda a parte, seja 11a rua mais estreiia ou nas aveni­das— tudo isto a contracenar coín as peàras velhas, cor de oca, dos ir onumentos com que, a cada passo, deparamos.

D. Pedro II. Ali se encontram os sarcófagos dos sete duques de Bragança. Outros monumentos que toda a gente deseja ver, quando chega a Vila Viçosa, são:

IGKEJA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO — Reconstrução feita no séc. XVI da primitiva igreja de Santa Maria do Castelo, edificada, julga-se, no reinado de D. Fernando. Nossa Senhora da Conceição foi declarada Padroeira de Portugal nas Cortes de 1646. A igreja é de 3 naves, com colunas toscanas, e forrada de óptimos

- V I L A - Y I C O S À

J L _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

R e a l iz a ç õ e sVila Viçosa, essa encantadora

Vila Solar de Nossa Senhora da Conceição, a Padroeira do Reino a quem D. João IV ofereceu a coroa real e, por si, a dos seus descendentes, e que não só por esta razão como por ter dentro dos seus muros um interessantís­simo castelo tão ligado à indepen­dência e restauração do nosso País, e por nela se poder admirar o Paço que os Duques de Bragança nos começos do século XV come­çaram a construir e cujo recheio seria suficiente para o tornar um ponto de visita obrigatório nas digressões turísticas pelo Alentejo, encontrava-se, em 1926, pratica­mente isolada e inacessível por estrada, quer para quem viesse de Estremoz ou de Eivas, quer para quem viesse de Evora. E o que sucedia à sede do concelho em relação aos seus vizinhos, por mais forte razão se verificava em relação às freguesias do próprio concelho.

Vila Viçosa está completamente diferente do que era, quer em realizações camarárias quer sob o ponto de vista urbanístico, haja em vista 0 magnifico cinema — talvez um dos melhores da pro­víncia.

A obra de amplificação ficou-se devendo à superior visão do grande estadista que foi o falecido minis­tro das Obras Públicas, eng.° Duarte Pacheco. Esta obra, de que resultaram as actuais avenidas Duarte Pacheco e Duques de Bra­gança foi executada pela Junta Autónoma de Estrada», mas, pelo seu interesse urbanístico para a terra, foi comparticipada pelos cofres do Município de Vila Viçosa.

Outra obra estadual que muito veio beneficiar o concelho foi a estátua a D. João IV, da iniciativa e lembrança do sr. Presidente do Concelho quando de uma sua vi­sita particular a Vila Viçosa, dois anos antes da publicação do plano de obras e comemorações do duplo centenário. A estátua equestre deD. João IV é da autoria do falecido

Janelas floridas

Além do pendor natural da po pulação para o culto da flor e. impllcitament», para a formação dos jardins, Vila Viçosa, mercê Jo bom gosto dos seus maiores, ci iou alguns exemplares desta n a tu n z a . como indispensável enquadra­mento do palácio ducal».

Mais detalhadaivente havemos de falar dos velhos e novos jar­dins de Vila Viçosa.

Milhares de turistas nacionais c estrangeiros visitam a vila florida, branca, marmórea, listrada de and. oca e encarnado. De manhãzinha as mulheres têm a preocupação — que já vem de há muito — de la­varem as soleiras, as pedras do passeio e os lancis, todos de már­more e depois caiam as vergas ( ombreiras das portas. Dia certo, 0 sábado.

De Vila Viçosa tem saído para os grandes centros do Sul do Pais e para a capital elevado número

(Continua na págin a 4)

P o r

Francamente e sinceramente fa­lando, Vila Viçosa é uma vila de sonho — e ainda mais quando pe- netramc s no Museu Biblioteca da Fundação da Casa de Bragança, mesmo em frente ao monumento a D. João IV.

azulejos polícromos do séc. X\1I.CONVENTO DAS CHAGAS —

PANTEÃO DAS DUQUESAS - Fundou-o D. Joana de Mendonça, segunda mulher do Duque I). Jai­me, em 1533. A igreja tem pórtico

Monu­

mento a

D. João IV

De dia para dia valorizado, gra­ças ao espírito desempoeirado do sr. Dr. António Luís Gomes, muitò ilustre Presidente da Fundação da Casa de Bragança e o renovador escondido da própria Vila Viçosa.

M o n u m e n to s d e in te re s s e0 Panteão dos Duques, — outro

motivo de grande interesse. E uma reedificação da primitiva igreja (1267) dos frades agostinhos, feita nos reinados de D. João IV a

Renascença, e belos azulejos poli - cromos datados de 1626.

IGREJA DA ESPERANÇA — Foi fundada em 1553. Sobre a porta vê-se um precioso alto-re- levo que figura a Senhora da Es­perança entre os anjos Gabriel e Rafael. A nave é revestida de azu­lejos polícromos do séc. XVII. Os frescos quinhentistas da abóbada são dos melhores que existem em Portugal.

IGREJA DA MISERICÓRDIA— Foi construída em 1562 e a fa-

0 Museu - B i b l i o t e c a d a C osa d e B r a g a n ç a

E riquíssimo o recheio do Museu-- Biblioteca da Casa de Bragança, e tem sido ultimamente — em me­mória dos Duques de Bragança, e em cumprimento das últimas dis­posições de D. Manuel II—objecto de impoi tantíssimas obras de con­servação e reintegração, tendentes a reconduzi-lo à pureza das suas tradições e a valorizá-lo na medida do possível. Entre esses trabalhos, citam-se as novas instalações da Biblioteca e Arquivo, com sua Sala de Leitura Pública, a recons­tituição de antigas Salas e do cha­mado Paço de D. Jaime, o restauro de pinturas murais e dos tectos, o arranjo dos jardins, etc.. Quanto ao recheio, cumpre salientar a Colecção dos Livros Raros de Kl-Rei D. Manuel II, a notávei galeria de pintura de arti.-tas con­sagrados, entre os quais se encon­tra El-Rei D. Carlos, o mobiliário, as tapeçarias, a famosa jóia «Cruz de Vila Viçosa», a Armaria, a Bi­blioteca, a Secção Arqueológica, e muitos outros objectos de valor e curiosidade.

0 C aste loO Castelo de Vila Viçosa encon-

tra-se em restauro, estando ali instalado o Mus u da Guerra da Restauração. Aqui residiram os primeiros Duques.

Foi o rei D. Dinis, que cercou de muralhas o pequeno agregado medievo de Vila Viçosa. A seu lado ergueu o castelo, cujo vulto sombrio domina a «Vila velha», assim chamada em contraposição àquela que mais tarde se foi es­praiando extra-muros, junto do Convento dos Agostinhos e do novo Paço Ducal dos Braganças, com o seu xadrez de ruas rectilí­neas, as suas igrejas, os seus con­ventos e os seus solares.

As muralhas de D. Dinis foram reforçadas por D. Fernando, e de­pois de 1640 acrescentadas de ba­luartes poligonais à maneira ho­landesa, primeiro, ao que se julga, pelo jesuíta Cosmander, e uns anos mais tarde por Schoenberg. Muitas casas foram então sacrifi­cadas, e hoje só reslam da «Vila velha» umas duas dezenas de fo­gos, envolvendo a muito remode­lada igreja fernandina de Santa Maria do Castelo, depois votada a Nossa Senhora da Conceição. O acesso à cerca ameada fazia-se primeiro por très portas protegi­das por cubelos, a de Estremoz, a do Sol (011 cie Olivença) e a cie Evora; e as muralhas eram ainda flanqueadas por mais onze torres quadradas (hoje reduzidas a cinco). D Fernando I mandou erguer junto da muralha, e a ela ligada por um alto passadiço, a Torre de Homenagem, por trás da qu.d se abriu então uma quarta porta, a da Torre.

Alguns dos baluartes da Restau­ração foram demolidos recente­mente. sobretudo para o restauro da cerca medieval. Ao cimo das muralhas da «Vila velha» corre o caminho de ronda, donde se gozam largos panoramas.

chada é de ordem dórica. A nave é coberta por uiu artesoado com

Fachada posterior

do Jardim do

Buxo

medalhões da Renascença e reves­tida de belos azulejos polícromos de maçaroca.

IGREJA DE SANTO ANTÓNIO— Edificada em 1569 à custa do Duque D. João I, que tem o seu brasão na fachada do templo. Abó­bada artesoada da Renascença, coro apoiado em colunas toscanas e paredes forradas de valiosos azu­lejos do séc. XVII.

IGREJA DE S. BARTOLOMEU— Construção patrocinada pelo Duque D. Teodósio II e seus su­cessores para servir de Colégio de Jesuítas (1636). O frontispício, revestido de mármores da região, é de 1698. Valiosos azulejos azuis e brancos, e uma cruz processional de ébano (séc. XVII).

escultor Francisco Franco e 0 plinto do arquitecto Porfírio Par. dal Monteiro.

G ru p o Am igos d e Vile Viçosal!m grupo de caliponenses fun­

dou há meses, naquela vila. 0 «Grupo Amigos de Vila Viçosa», presidido pelos srs. Dr. Joaquim Augusto Palmtiro, Jaime Ferrão Tique, secretário, e António Jusé Rosado, e*te, sem dúvida, o grande impulsionador do «Grupo».

Este «Gi upo Amigos de V ila Viçosa» precisa de ser ajudado, visto ter sido constituído paia desempenhar uma tunção de inte­resse, não só para a terra como para o Turismo Nacional. Fazemos votos para que o Secretariado Na­cional de Informação e a Câmara Municipal de Vila Viçosa olhem com todo o carinho para esse departamento livremente organi­zado. Na sede deste Grupo encon- tra-se instalada a Biblioteca Flor­bela Espanca, — homenagem muito sincera a essa poetisa que ninguém esquece.

Vila ÁlvaComo muito bem se afirma na

plaqueta «Os Jardins do Paço Du­cal de Vila Viçosa», da autoria do prof. Armando de Lucena e eng.u António Belo, editada pela Funda­ção da Casa de Bragança: «Ou seja uma realidade fotométrica do lugar ou apena3 pura ilusão dos sentidon, a luz do céu alentejano parece mais viva e penetrante do que a de qualquer outro sitio do nosso País.