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revista Fevereiro/Março | Ed. 1 | 2016 Comportamento canino A medicina transfusional é uma opção terapêutica que pode ser usada sempre que necessário Saiba mais sobre o mundo da espécie que está em mais da metade dos lares brasileiros Boa alimentação é fundamental para o bem-estar da espécie. Fique por dentro e oriente melhor os seus clientes www.especivet.com.br 11 2966-3440 Publicação da especiVet direcionada aos profissionais da área da saúde A ciência por trás do sangue Os cuidados com a alimentação dos roedores

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revista

Fevereiro/Março | Ed. 1 | 2016

Comportamento canino

A medicina transfusional

é uma opção terapêutica

que pode ser usada

sempre que necessário

Saiba mais sobre o mundo da espécie que está em mais da metade dos lares brasileiros

Boa alimentação é fundamental

para o bem-estar da espécie.

Fique por dentro e oriente

melhor os seus clientes

www.especivet.com.br11 2966-3440

Publicação da especiVet direcionada aos profissionais da área da saúde

A ciência por trás do sangue

Os cuidados com a alimentação dos roedores

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Índice

Editorial

Bem-vindos a nossa primeira edição! É com muito orgulho que apresentamos esse projeto para vocês. A revista especiVet trará bimestralmente um conteúdo editorial especializado com a participação de profissionais renomados para que você se mantenha informado sobre o mundo da medicina veterinária.

Já para a primeira edição tivemos o privilégio de contar com diversos nomes importantes do mercado como, por exemplo, o Prof. Dr. Tarso Felipe Teixeira, em um artigo exclusivo sobre oncologia animal e, também, com uma entrevista da Dra. Simone Gonçalves, uma das principais especialistas em Hematologia.

Não perca ainda a matéria que explica a diferença entre os hospitais, clínicas e consultórios veterinários segundo a Resolução 1015/2012 do CFMV e também a linda história de vida a favor dos animais de Marcos e Silvia Pompeu, fundadores do Rancho dos Gnomos.

Até a próxima edição.

Um abraço,Equipe especiVet

E mais!08 - Nutrição13 - Responsabilidade

16 - Social18 - Agenda

4 ArtigoIntrodução à oncologia animal pelo Prof. Dr. Tarso Felipe Teixeira

14 ComportamentoEles estão em metade dos lares brasileiros. Saiba mais sobre o comportamento canino e o mundo dos cães

10 DestaqueA medicina transfusional é uma especialidade recente na veterinária no Brasil. Veja como funciona a ciência por trás do sangue

revista A especiVet é uma parceira ABroVet

Projeto gráfico - Thatto Comunicação | Jornalista responsável - Flávia Cunha (MTb 0079663/SP) | Impressão - Quatrocor Gráfica e Editora | Tiragem 1.500 exemplares | Sugestões e comentários sobre a revista podem ser enviados para o email: [email protected] revista especiVet tem circulação dirigida aos profissionais da área da saúde. As matérias assinadas são de inteira responsabilidade dos autores, não expressando necessariamente a opinião da especiVet. Fica expressamente proibida a reprodução total ou parcial da revista, exceto por autorização escrita da especiVet, estando sujeito o infrator às penas previstas em lei.

Publicação bimestral da especiVet - Farmácia on-line de medicamentos especiais e oncológicos para animais. www.especivet.com.br

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Artigo

Entende-se por oncologia ou cancerologia o ramo da ciência que estuda as neopla-sias, sejam de comportamen-to benigno e maligno, e neste caso são denominados câncer. O termo ou palavra “oncolo-gia” pode ser dividida em dois conceitos diferentes: “onco”, uma variação da palavra grega “onkos” que significa massa ou tumor, e “logia” cujo significa-do é estudo. Portanto, de uma forma mais clara, a oncologia nada mais é do que o “estudo dos tumores”. Particularmente não gosto de utilizar a palavra cancerologia, pois neste caso estamos nos referindo somen-te às neoplasias malignas ou cânceres, enquanto na verda-de, os médicos veterinários oncologistas ou cancerologis-tas estão aptos e devem tratar os tumores ou neoplasias be-nignas e malignas. Todavia an-tes de seguirmos é importante compreendermos alguns con-ceitos: o que é uma neoplasia? O que é um tumor? Qual o

oncologia* Por Prof. Dr. Tarso Felipe Teixeira

Entende-se por oncologia ou cancerologia o ramo da ciência que estuda as neoplasias, sejam de comportamento benigno

e maligno, e neste caso são denominados câncer

papel do médico veterinário oncologista? Tenho certeza de que quando recebemos um laudo dos nossos animais, re-ferente à biopsia ou citologia, cujo diagnóstico faz referência às palavras tumor ou neopla-sia ou câncer etc., e somos aconselhados a procurar um médico veterinário oncologis-ta, uma série de dúvidas nos invadem naquele momento. Este texto tem como objeti-vo desmistificar alguns mitos e tornar esta realidade mais próxima aos leitores, pois por mais que não desejamos, to-dos aqueles que cuidam ou tem um animal de estimação em suas casas, estarão sujei-tos a passar por este “trauma” ou estresse. Para responder estas pergun-tas, é importante que saibamos o significado de cada palavra, por exemplo, a “neoplasia” é uma palavra de origem grega, na qual “neo” (significa novo) e “plasis” (crescimento ou multi-plicação celular), ou seja, “neo-

*Tarso Felipe Teixeira DVM MS PhD - CRMV/SP 15078 Professor Doutor UNIP (SJC) / FEPI

Laboratório de Oncologia Experimental (FMVZ/USP)Sócio Efetivo European Society Veterinary Oncology (ESVONC)

2o Secretário Associação Br de Oncologia Vet (ABROVET)

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Introdução à

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plasia é uma proliferação anor-mal do tecido, que foge parcial ou totalmente ao controle do organismo e tende à auto-nomia e à perpetuação, com efeitos agressivos sobre o hos-pedeiro” (Pérez-Tamayo, 1987). Elas podem ser classificadas de formas diferentes, todavia, a mais aceita leva em considera-ção seu comportamento bioló-gico (benigno ou maligno) e a histogênese (origem do tecido e de suas células). A diferença principal entre elas é que as células de neoplasias malignas são capazes de se desprender do foco primário e se dissemi-

narem atingindo outros órgãos e tecidos, processo denomi-nado metástase. Entretanto, alguns tipos de neoplasias são capazes de formar uma mas-sa, agora denominada “tumor”, constituídos por um grande número de células, cujo cres-cimento e invasão tecidual irão variar conforme sua natureza. Os tumores são capazes de acometer quaisquer órgãos ou tecidos e sua gravidade muitas vezes está diretamente relacio-nada ao órgão atingido.E quanto a terceira pergunta, o médico veterinário oncologista é um profissional especializado

o dono e para o animal. Tudo deve ser feito da forma mais tranquila e respeitosa, na medi-da do possível. Não deve haver arrependimentos, por parte dos proprietários dos animais de estimação, independente-mente se eles decidam ou não pelo tratamento. E se optar por tratar, e imprescindível que vá até o fim e que ouça, e siga atentamente as instruções dos médicos veterinários que con-duzem o caso.

Os tratamentos para os mais diversos tipos de neoplasias variam conforme a nature-za de cada, ou seja, pode-se adotar diferentes técnicas, tais como: procedimento cirúrgi-co, quimioterapia, radioterapia, eletroquimioterapia, imuno-terapia, crioterapia ou comba-tendo com alvos moleculares das células neoplásicas com uso de medicamentos especí-ficos. Acredito que o sucesso no combate ao câncer, seja por meio do controle ou cura da doença, possa estar associado a três pilares principais: con-fiança. É preciso depositar toda confiança no profissional que está conduzindo o caso, e se ainda pairarem dúvidas, deve-se procurar uma segunda opinião. Hoje em dia com o advento da internet e tecnologia, é possível ainda fazer uma pesquisa ou busca por meio do curriculum lattes, por exemplo, a fim de se obter informações sobre a experiência ou vida profissional daquele médico veterinário, e saber se ele (a) está ou não pró-ximo do que você procura.

Segundo lugar, respeito mútuo! É preciso respeitar a doença, o paciente e o tutor do animal. É preciso que o oncologista e o responsável caminhem juntos, pois cada paciente reage de forma diferente aos tratamen-tos, cada tipo de câncer tem a capacidade de interagir com o organismo de formas diferen-tes, muito embora, na maioria das vezes, tenham os mesmos nomes, isto deve ser com-preendido e respeitado. E por fim, ter fé, e não se trata aqui de seguir alguma religião, mas sim de acreditar e ter esperança. Eu acredito que o nosso paciente, seja desprovido de tantas emo-ções, como nós humanos, por-tanto, não tem compreensão sobre seu estado, não pode compreender exatamente o porquê de estar sendo subme-tido aquele tipo de tratamento, e depende totalmente de seu tutor para seguir adiante. Mas, se o proprietário não acreditar que vai dar tudo certo, não mergulhar de cabeça e aceitar, o tratamento se tornará mui-to mais difícil e penoso para

no estudo e conhecimento das neoplasias ou tumores, desde a prevenção até a escolha do tra-tamento mais adequado. Ele é responsável por traçar a melhor estratégia terapêutica, fazendo uso de ferramentas, modalida-des ou técnicas diferentes de tratamento, que podem estar ou não associadas, cujo pro-pósito é combater a doença, buscando uma possível cura. Cabe também ao médico vete-rinário oncologista reconhecer o estágio de dor dos pacientes e intervir, caso necessário, a fim de aliviar o animal e trazer qua-lidade de vida.

Tipos de Tratamento

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Artigo

1. Comprometimento: por par-te dos tutores dos pacientes que serão submetidos ao tratamento, para tanto, todas as opções devem ser expostas e as explicações a respeito de cada uma devem ser esgotadas e feitas com cla-reza. Questões como: efeitos colate-rais, sobrevida ou expectativa de vida, prognóstico, chances de cura devem ser informadas aos proprietários, mesmo que não tenhamos uma certeza abso-luta. Os donos devem ser devidamente informados sobre as complicações e ris-cos em potenciais, e sobre os custos dos procedimentos adotados. Após esta conversa inicial, é importan-te que deixemos o proprietário refletir com calma, e conversar com seus fami-liares, pois nenhuma decisão deve ser tomada de forma unilateral ou precipi-tada. Eu aconselho que se dê um tempo para que a pessoa absorva toda a infor-mação transmitida, obviamente não se tratando de uma condição emergencial. Lembre-se, a escolha por tratar ou não é soberana, portanto deverá ser respeita-da pelos colegas médicos veterinários.

2. É importante que o paCien-te seja avaliado com critério e que se tomem os devidos cuidados com seu estado geral, ou seja, deve-se atentar ao seu estado nutricional e suas funções or-gânicas, levando em consideração a ida-de, sinais clínicos quando manifestados e análise dos exames complementares clí-nicos e de imagem, quando necessários.

3. DeVe-se pensar granDe, mesmo quanDo os tumores forem pequenos ou “parecerem inofensivos”, não se deve esperar crescer! Uma vez en-contrado um nódulo, deve-se pensar em realizar o diagnóstico morfológico, por meio do exame de citologia ou biopsia. Nesta guerra contra o câncer qualquer nódulo é suspeito, até que se remova!

4. não se DeVe Deixar De fo-Car na qualiDaDe De ViDa do paciente, pois qualquer tratamento deve ser justificado por este ponto de vista.

5. o tratamento poDe ser paliatiVo ou CuratiVo, é preciso compreender esta diferença e respeitá-la! Há tumores localizados em órgãos que se tornam inoperáveis ou muitas vezes os procedimentos radicais poderão não tra-

A partir de agora, vamos destrinchar estes três pilares mencionados, na tentativa de justificar o sucesso do tratamento:

zer benefícios ao paciente. O oncologista veterinário deve estar atento e optar pelo que for melhor para o paciente sempre! Nem sempre será possível fazer uma in-tervenção da forma que gostaríamos, é preciso compreender nossos limites.

6. obViamente que alguns tipos De CânCeres são extre-mamente agressiVos, e mesmo tomando todas as precauções necessárias, o paciente poderá evoluir para o óbito de maneira rápida, nos causando uma grande frustração. É preciso estar preparado para esta perda. Nunca é fácil, mas para aqueles que escolheram a área da oncologia, devem compreender que fazer o impossível pelo nosso paciente nem sempre é o suficiente!

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A oncologia cirúrgica é uma das modalidades mais antigas no tratamento contra o câncer e consiste em remover o tumor de forma total, chamado de biópsia excisional, na busca da cura, e quando não for possível, a remoção do nódulo é realizada parcialmente (biópsia incisional), cujo objetivo é definir o diagnós-tico ou dar qualidade de vida para o paciente.

A quimioterapia figura uma modalidade de tratamento te-rapêutica que consiste na utili-zação de drogas ou substâncias que podem ser administradas de formas diferentes, seja intraveno-sa, intramuscular ou por via oral, e que destroem as células neo-plásicas fazendo com que elas entrem em processo de morte celular (apoptose) e morram ra-pidamente. Ela pode ser utilizada com o objetivo de citorredução, ou seja, aplicada a fim de dimi-nuir o tamanho do tumor e fa-cilitar a remoção cirúrgica, neste caso é determinada quimiote-rapia neoadjuvante ou pode ser utilizada após o procedimento cirúrgico para se obter margens cirúrgicas livres de tumor ou evitar a disseminação ou me-tástase, e neste caso é determi-nada quimioterapia adjuvante. Existem pelo menos 25 tipos de quimioterápicos diferentes, eles poderão ser utilizados de forma isolada (monoquimioterapia) ou serem associados mais de um no mesmo paciente (poliquimiote-rapia), a fim de controlar ou com-bater a doença. É importante ressaltar que se deve ter grande conhecimento a respeito destas drogas, a fim de se optar pelo melhor naquele momento, pois cada tipo de câncer é sensível a quimioterápicos diferentes, além das limitações dos pacientes que podem ser intolerantes a algu-mas substâncias. Os efeitos co-laterais nos animais costumam

ser mais brandos do que quando comparados aos humanos, ao que diz respeito à manifestação dos sinais clínicos. Os animais de forma geral costumam ser mais resistentes ao tratamento. Quan-to à manipulação, o cuidado deve ser redobrado tanto com o tutor, quanto com si mesmo.

A radioterapia é uma moda-lidade de tratamento capaz de destruir células tumorais ou im-pedir que elas se dividam, em-pregando feixes de radiações ionizantes. Ela pode ser utilizada de forma radical ou curativa, neste caso como o nome se re-fere, empregada no intuito de obter a cura. Pode ser utilizada na forma remissiva, na tentativa de reduzir as células canceríge-nas, com o objetivo de reduzir o tamanho do tumor, muitas ve-zes para trazer alívio ao paciente ou facilitar uma intervenção ci-rúrgica, posteriormente. Tem a radioterapia profilática, utilizada de maneira preventiva, quando ainda não há a presença de um tumor, mas as células neoplá-sicas deverão ser destruídas, e finalmente a paliativa, quando se busca somente a diminuição dos sinais clínicos do paciente.Há muito tempo tem se estuda-do a participação do sistema imu-nológico no combate ao câncer, pois promover por meio de estí-mulos imunomoduladores, uma resposta imune, a fim de destruir as células cancerígenas, pare-ce cada vez mais uma forma de derrotar a doença no seu campo natural. Todavia, este tratamento ainda é um método experimental e espera-se futuramente obter bons resultados e principalmente ter uma maior aplicabilidade na oncologia clínica. O mesmo tem ocorrido com medicamentos biológicos que interagem com as células alvos dos cânceres, im-pedindo que elas se dividam ou realizem mitose.

A crioterapia é uma técnica de tratamento que envolve o uso de baixas temperaturas, cujo intuito é retirar calor do corpo, dimi-nuindo o aporte de oxigênio das células. E outra forma de trata-mento que tem sido utilizada é a eletroquimioterapia, técnica que envolve a associação de quimio-terapia, com eletroporação, ou seja, o quimioterápico é aplicado diretamente no tumor (intratu-moral) e em seguida, realiza-se a eletroporação, por meio de ele-trodos inseridos no tumor, e nes-te caso as células são submetidas a um campo elétrico específico. A ideia é levar a morte das células e, consequentemente, reduzin-do o tamanho do tumor.É importante que saibamos que cada técnica ou tratamento es-colhido tem seus prós e contras, cada um deles é capaz de levar a manifestações de efeitos cola-terais ou sinais clínicos diferen-tes. A opção pelo qual utilizar o mais indicado compete único e exclusivamente ao médico vete-rinário oncologista. Este poderá ou não se associar a cirurgiões ou outros colegas especialistas a fim de se definir o melhor ca-minho a ser percorrido. Por este motivo não se deve comparar as técnicas, tão pouco os casos, pois cada paciente é diferente de outro na sua conjuntura. A opção do melhor tratamento depende de muitos parâmetros, e justamente por este motivo que é preciso simplesmente confiar, e acima de tudo acreditar!

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Nutrição

Os roedores também são considerados bichos de esti-mação e vem ganhando cada vez mais espaço nos lares. Segundo Dra. Thalita Queté, médica veterinária especialista em animais silvestres e exó-ticos, os mais comuns são os hamsters, porquinho da índia, chinchila e o gerbil.Uma recomendação dada pela médica aos veterinários que querem atender essas es-pécies é conhecer sobre a sua fisiologia, os hábitos, expecta-tiva de vida, espaço adequa-do para criação, consumo de água, temperatura bem como a sua rotina alimentar.

Os cuidados com a alimentação dos roedores

Uma boa nutrição é fundamental para o

bem-estar dessa espécie

Assim como os demais animais, a alimentação dos roedores deve ser feita de acordo com o seu perfil. Uma boa nutrição garante a saúde e a disposição dos bichos.

Porquinho da índia A alimentação do porquinho da índia é baseada em feno de capim que deve ser ofereci-do todos os dias e em grande quantidade. Além do feno, le-gumes, verduras e frutas tam-bém podem ser dados varian-do as opções. A água deve ser sempre à vontade. Dra. Thalita comenta que ra-ções específicas para essa

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espécie também entram na alimentação, mas como um complemento, pois não é a refeição principal dos porqui-nhos. A quantidade a ser dada é de, geralmente, duas colhe-res de sopa por dia. A veterinária ainda salienta que vale dar preferência pelas rações que já tenham a su-plementação de vitamina C, além de uma dieta baseada em alimentos que possuam essa vitamina, já que eles não conseguem produzir o que o corpo necessita. Uma doença muito comum em relação à alimentação desse tipo de espécie é a Hi-povitaminose C (carência de vitamina C) que causa sangra-mentos gengivais, deixam os dentes moles e alguns bichos podem até ter convulsões. Outro problema que também pode ser visto é o crescimento dentário, chamado de má oclu-são, o qual acontece quando o porquinho da índia não tem o desgaste adequado dos dentes que crescem de forma irregu-lar. A veterinária explica que esse crescimento pode causar algumas lesões, principalmen-te úlcera, tanto na língua quan-to na bochecha, causando dor e fazendo com que o animal pare de se alimentar.

HamsterPara essa espécie é recomen-dado oferecer diariamente uma a duas colheres de ra-ção específica para roedor, de preferência para hamster, complementando com água à vontade. Frutas e verduras podem ser dadas de duas a três vezes por semana, além de petiscos para hamsters como as combinações de gi-rassol, amendoim e algumas frutas desidratadas, e bas-tões de cereais.

A médica veterinária ensina que, a cada 15 dias, pode ser dado um pouco de proteína como um ovo cozido, queijo minas, ricota ou larvas de tenébrio que são vendidas em pet shops. O crescimento dos dentes incisivos também pode acon-tecer nos hamsters. Outro pro-blema relacionado à nutrição é que se a alimentação for ba-seada somente em sementes que contêm muita gordura, em longo prazo, pode-se de-senvolver doenças hepáticas. “O hamster pode ficar com o fígado gorduroso, insuficiên-cia hepática, o que varia de acordo com o animal. O que acontece com frequência é o proprietário ir comprar ração e acabar levando um saco de sementes as quais têm uma quantidade de gordura mui-to grande e pouco nutriente”, complementa Dra. Thalita.

ChinchilaA chinchila também se alimen-ta de ração específica para a espécie e o ideal é dar de 30 a 40g por dia. A alimentação deve ser complementada com o feno de alfafa, o qual geral-mente é vendido em bloqui-nhos, para auxiliar no desgaste dos dentes, oferecendo em dias alternados. Frutas desidra-tadas e sem açúcar podem ser dadas duas vezes por semana.Dra. Thalita comenta que em algumas lojas é possível en-contrar suplementos para chin-

chilas compostos com aveia, trigo e linhaça que poderá ser oferecido em dias alternados, mas para esses animais a ração é mais importante. A chinchila tem o mesmo problema com o desgaste dentário e quando recebe uma alimentação fraca sem a quantidade de nutrien-tes adequados, o pelo do ani-mal fica fraco e quebradiço.

Gerbil (Esquilo da Mongólia)Para o gerbil pode ser dado como refeição uma quantidade pequena, duas colheres de sopa por dia, de ração para hamsters. Como esses bichos gostam de insetos, grilos e tenébrios, por exemplo, podem ser oferecidos (pelo menos dois por dia). A médica veterinária informa que verduras e frutas devem ser dadas em pouca quanti-dade, pois o gerbil é um ani-mal de origem desértica e não tem necessidade de consumir muita água. “Se dermos um alimento que contém muita água, ele acaba tendo diar-reia. Se o proprietário quiser, pode complementar com se-mentes (mistura de girassol e amendoim) de forma espo-rádica, dando duas vezes por semana. A água pode ficar à vontade, mas o gerbil não chega a tomar 10 ml por dia”. Com relação à alimentação, segue o mesmo princípio dos hamsters, com o crescimento dos dentes incisivos que pode levar a infecções.

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Destaque

A medicina transfusional é uma especialidade recente na veterinária no Brasil sendo amplamente reconhecida e respeitada na medicina hu-mana e, também, no exte-rior, na área veterinária, pela preocupação em minimizar o risco de transmissão de doenças infecciosas e efeitos colaterais indesejáveis. Desta forma, a utilização dos hemocomponentes permite o tratamento específico de cada paciente uma vez que existem situações clínicas em que há necessidade de reposição de apenas um elemento do san-gue minimizando a ocorrência de reações transfusionais pela administração de componen-tes sanguíneos que não preci-sam ser utilizados. Para a Dra. Simone Gonçalves, veterinária

especialista em Hematologia e responsável pelo serviço de hemoterapia do laboratório HEMOVET, a tendência é o de-suso do sangue total fresco ou refrigerado por uma série de ra-zões em favorecimento à utili-zação dos hemocomponentes. “O fracionamento de uma bol-sa de sangue total proporcio-na a obtenção de pelo menos quatro componentes diferen-tes como o concentrado de he-mácias, plasma fresco congela-do, concentrado de plaquetas e crioprecipitado”.

os tipos de hemocomponentes

Os hemocomponentes são obtidos através de duas cen-trifugações seriadas do san-gue total. A primeira consiste

A ciência por trás do sangueConheça o funcionamento da medicina transfusional

em centrifugação denomina-da de leve para obtenção do concentrado de hemácias e do plasma rico em plaquetas o qual é submetido por uma segunda centrifugação cha-mada de pesada resultando no plasma fresco congelado e concentrado de plaquetas. Já o crioprecipitado é obtido do descongelamento lento do plasma fresco congelado com posterior centrifugação obtendo-se assim um criopre-cipitado. Destes quatro hemo-componentes, dois podem ser obtidos para o gato que são o concentrado de hemácias e o plasma fresco congelado. Para os cachorros os quatros po-dem ser usados: concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas, crioprecipitado e o plasma fresco congelado.

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Concentrado de hemácias (CH)Esse tipo de hemocomponente é indicado para anemias crônicas normovolêmicas em que não é necessária a administração concomitante de um expansor de volume como o plasma, minimizan-do assim a ocorrência de reações transfusionais não hemolíticas principalmente em pacientes nefropatas e cardiopatas os quais apresentam li-mitações ao administrar volumes. Também é usado no tratamento de pacientes com anemia em decorrência de doença renal crônica, hemoparasitoses (erliquiose, babesiose, micoplas-mose), anemias hemolíticas, neoplasias e hepato-patias dentre outras enfermidades. Antes de sua administração, deve-se diluir a bolsa do concentra-do de hemácias com solução fisiológica a 0,9% na proporção 10 mL de NaCl a 0,9% para cada 30 a 40 ml de concentrado. Dra Simone ressalta que não é necessário submeter a bolsa ao banho-maria para aquecimento antes de sua administração. O tempo de armazenamento é de 21 dias em refrigeração constante (2 a 6 °C) para cães e 28 dias para gatos.

Sangue total (ST)Dra. Simone explica que o sangue total é classi-ficado em fresco e estocado. Por definição, o sangue total é denominado de fresco até 8 ho-ras em relação à coleta sem refrigerá-lo, ou seja, mantido em temperatura ambiente (20-24°C). Ele contém um número máximo de plaquetas funcionais se permanecer em temperatura am-biente até 6 a 8 horas depois da coleta. Após este período, o sangue total passa a ser chamado de estocado, sendo refrigerado (2-6°C) por um período de estocagem que varia de acordo com o anticoagulante da bolsa. “Vale lembrar que o sangue total refrigerado perde todas as suas características hemostáticas sendo portanto indicado apenas para correção de ane-mia em pacientes hipovolêmicos”. Em geral, o sangue total refrigerado permanece viável por um período de 35 dias quando manti-do em CPDA-1 (citrato-fosfato-dextrose-adenina – 1) que é a solução preservativa mais comum das bolsas sanguíneas disponíveis no mercado.

Plasma fresco congelado (PFC)Usado no tratamento de coagulopatias (he-reditárias, síndromes paraneoplásicas, hepa-topatias, dicumarínicos), expansor agudo de volume na ausência de coloides sintéticos e hipoproteinemias.O PFC é mantido de -20 a -30° C, viável por um período de um ano. Antes da utilização, é preciso submetê-lo ao descongelamento em banho-maria com um envoltório plástico para não permitir a entrada de água na bolsa que é porosa. Utiliza-se a proporção de 10 ml / Kg po-dendo ser repetido se necessário e o tempo de administração de é uma hora.

Como administrar os tipos de hemocomponentes

VeloCiDaDe De aDministraÇão tempo De aDministraÇão

0,25 mL/kg / 1ª meia hora

4 horas10 a 20 mL/kg/h nas demais horas em

pacientes normovolêmicos;

2 a 4 mL/kh/h nas demais horas em pacientes nefropatas ou cardiopatas

Concentrado de plaquetas (CP)O concentrado de plaquetas (CP) é recomen-dado para o tratamento de trombocitopenia ou trombocitopatia que são alterações na fun-ção plaquetária. Existem duas indicações para a transfusão de CP: terapêutica e profilática. A transfusão tera-pêutica é indicada em trombocitopenia < 50.000 plaquetas/μL acompanhado de sinais e sintomas de sangramento como petéquias, sufusões, he-matoquesia, hematoemese, epistaxe. Já a transfusão profilática é indicada para pre-venir a ocorrência de sangramentos durante procedimentos cirúrgicos sendo desejável pelo

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Destaque

Componente inDiCaÇão aDministraÇão

*Sangue total frescoAnemia hipovolêmica, disfunção

hemostática, coagulopatiaCada 20 mL/kg eleva em 10%

o hematócrito

**Sangue total estocado Anemia hipovolêmicaCada 20 mL/kg eleva em 10%

o hematócrito

Concentrado de hemácias Anemia normovolêmicaCada 10 mL/kg eleva em 10%

o hematócrito

Concentrado de plaquetasTrombocitopeniaTrombocitopatia

1 unidade a cada 10 kg

Plasma Fresco congeladoCoagulopatia, expansão aguda

de volume, hipoproteinemia10 mL/kg, repetir se necessário

CrioprecipitadoHipofibrinogenemia, deficiência de von Willebrand e Hemofilia A

1 unidade a cada 10 kg

*Sangue total fresco: não refrigerado mantido à temperatura ambiente até 8 horas após a colheita**Sangue total estocado: refrigerado em 2 a 4°C (comprometimento da função plaquetária e de alguns fatores de coagulação).

menos 100.000 plaquetas/μL no pré-operatório ou, ainda, em casos de trombocitopenia severa (< 10.000 plaquetas/μL) em que há risco de hemorra-gia súbita. É usada a propor-ção de um CP para cada 10 Kg e o tempo de administração em torno de 1 hora.

Crioprecipitado (CRIO)O crioprecipitado possui altas concentrações de fator de von Willebrand, fator VIII, fator XIII,

fibrinogênio e fibronectina e é indicado para controle ou prevenção de hemorragias relacionadas à diminuição de fibrinogênio, doença de von Willebrand e hemofilia A (defi-ciência do fator VIII). Esse tipo de hemocomponente é mantido congelado a -20 a -30°C por um ano. Antes de sua administração, deve-se subme-tê-lo ao descongelamento em banho-maria com um envoltó-rio plástico para não permitir a

entrada de água na bolsa que é porosa. A dose recomendada é de uma unidade de crio para cada 10 kg. A medicina trans-fusional é uma opção terapêu-tica que pode ser empregada sempre que for necessária na rotina clínica e cirúrgica de cães e gatos. Uma única bolsa de sangue, por exemplo, pode ter seus hemocomponentes fracio-nados e ser utilizada em vários animais, de acordo com a ne-cessidade de cada paciente.

No Hemovet, todos os hemocomponentes são

submetidos a rigorosos testes de controle de qualidade que

vão desde a seleção cuidadosa dos doadores sanguíneos, processamento do sangue

total e provas laboratoriais que garantem a integridade,

segurança e eficácia de cada um deles, comenta Dra. Simone.

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Responsabilidade

Você conhece as diferen-tes funções de um hospital, clínica e consultório veteri-nário? Em vigor desde 15 de janeiro de 2015, a Resolução 1015/2012 do Conselho Fe-deral de Medicina Veterinária (CFMV) estabelece parâme-tros de diferenciação desses estabelecimentos veteriná-rios determinando uma es-trutura obrigatória para cada um deles. Para José Pedro Soares Martins, presidente da Comissão Nacional de Fiscalização do Conselho Fe-deral de Medicina Veteriná-ria e médico veterinário, essa resolução é qualitativa, pois estabelece o que cada um deve ter e o tipo de atendi-mento que vai poder pres-tar. “O que causa muita con-fusão no meio veterinário é que quando se vai construir uma clínica veterinária, por exemplo, quem determina as questões quantitativas como metragem, tipos de materiais e aberturas é a Vigilância Sanitária e não o Conselho”. Os profissionais que não cumprirem as determina-ções estarão sujeitos à mul-ta que variam de R$ 3.000,00 a R$ 24.000,00 dependendo do tipo de irregularidade e do fato de haver reinci-dência ou não.

Entenda as diferentes funções de um hospital, clínica e consultório veterinário

Em dia com o estabelecimento

Conhecendo as diferenças

O Brasil hoje possui mais de 18 mil estabelecimentos veterinários, en-tre públicos e privados, sendo 10.553 clínicas, 7.536 consultórios e 408 hospitais veterinários segundo estimativas do CFMV. De acordo com o Presidente, a Resolução 1015/2012 estabelece parâmetros para os hospitais, clínicas, consultórios e ambulatórios veterinários e, também, dos veículos utilizados para transporte e remoção de animais.

1015/2012 trouxe como ino-vação a possibilidade da clíni-ca ter um bloco cirúrgico ou não para a realização de pro-cedimentos cirúrgicos. Outra opção que esse tipo de local tem é de fazer o atendimen-to em 24 horas e nesse caso precisará contar com o corpo clínico veterinário e auxilia-res durante todo o período de permanência.

Consultório VeterinárioEstrutura mais simples e me-nos complexa, pois pode reali-zar somente a consulta clínica, vacinação, realização de pe-quenos curativos e aplicação de medicação.

José finaliza salientando que é fundamental que os profissio-nais os quais queiram abrir qual-quer um dos estabelecimentos procurem primeiramente as orientações da Vigilância Sani-tária e do Conselho Regional do seu município antes de come-çar qualquer investimento.

Hospital VeterinárioDevido à complexidade e di-versidade dos serviços ofereci-dos, o hospital veterinário tem a maior estrutura física e de equipamentos. São estabeleci-mentos capazes de assegurar as instâncias médicas curativa e preventiva aos animais, com atendimento ao público em período integral (24 horas), com a presença permanente e sob a responsabilidade técnica de um médico veterinário.

Clínica VeterináriaÉ um estabelecimento que tem estrutura e condições para prestar a clínica médica. José ressalta que a Resolução

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Os cães são animais extremamente sociáveis e gostam de estar perto dos humanos para também se sentirem amados. Não é a toa que no Brasil, 44% dos domicílios possuem pelo menos um cachorro. No total, 52 milhões têm um lar no País segundo os últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Diante de um nú-mero tão alto, entender o comportamento desses bichos é fundamental para o bom convívio deles com a família e com a sociedade, além de ampliar a área de atuação dos médicos veterinários. Atual-mente já é oferecido até curso de pós-graduação em comportamento animal.

O comportamento dos cães*Vários fatores podem influenciar a maneira de agir de um cachorro e determinar seu comportamento não é uma simples questão. O temperamento reflete o

Entendendo o mundo dos cães

Comportamento

Hoje eles estão em quase metade dos lares

brasileiros. Compreender o comportamento canino

é importante para orientar os clientes

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dos domicílios possuem pelo menos

um cachorro

44%

O ambiente também pode ter influência. Um cão medroso, por exemplo, pode deixar de temer se tiver contato com muitas pessoas de maneira correta e se associar a coisas boas. É possível mudar algu-mas atitudes com facilidade pela educação, porém outros são mais difíceis. Quanto antes se perceber como é o tempe-ramento do bicho, maiores serão as chances de controlar sua influência sobre o compor-tamento dele. O adestramento pode ajudar a evitar problemas futuros tanto para o cachorro quanto para a família.

Os benefícios do adestramentoA veterinária e adestradora da Cão Cidadão, Kátia de Martino, comenta que a relação dos cães com os humanos mu-dou muito cerca de 20 a 30 anos atrás comparado com os tempos atuais. Antigamente, esses animais viviam mais nos quintais, tinham uma função mais de guarda da casa e não tinham tanto contato como se vê hoje, pois com menos espa-ço, principalmente nas grandes cidades, e com menos filhos, os cachorros começaram a se tornar cada vez mais parte da família e com isso conviven-do mais próximo das pessoas. “Esse tipo de mudança aca-bou criando certos problemas de comportamento, pois são

modo como o cão sente as coi-sas. Reações como medo, curiosidade e agressividade diante de um estranho são influenciadas por ele e uma pe-quena diferença pode desen-volver comportamentos com-pletamente distintos. Um estudo realizado sobre a classificação de cães por tipos de temperamento levou em consideração mais de 15.000 exemplares e determinou as se-guintes classes: brincalhões, curiosos ou medrosos, interes-sados em perseguir coisas, so-ciáveis e agressivos. E de acordo com as quais um cão se enqua-dra é possível saber como ele se comportará diante de estímu-los. Por exemplo, um cachorro brincalhão e medroso brincará quando estiver em lugar conhe-cido, mas ficará acuado em am-biente desconhecido.

Já em relação às raças, na média, cães de linhagens di-ferentes podem ter compor-tamentos distintos. Goldens Retrievers costumam ser mais sociáveis com estranhos do que Rottweilers. Por isso, a raça à qual o cachorro perten-ce pode ter influência, mas há exceções. É importante saber que ao definir o temperamen-to, deve-se lembrar de que é sempre na média já que nem todos os indivíduos são iguais. Existem Rottweilers mansos assim como Goldens Retrievers agressivos.

duas espécies diferentes. E em alguns casos o dono ou quem convive com o bicho não sabe se comunicar de forma correta”. A adestradora explica que, em muitas vezes, o mau compor-tamento acontece justamente por essa falta no entendimento da comunicação e o adestra-mento veio para facilitar essa interação e deixar o cachorro mais confiante para que ele acredite tanto nas pessoas que convivam com ele quanto com estranhos. “Nem sempre um la-tido é porque o cão está bravo, às vezes é de felicidade. Preci-samos interpretar e entender o porquê está ocorrendo deter-minado comportamento e, em muitos casos, mudar o jeito do dono agir para que o mesmo aconteça com o animal”. Kátia salienta que os adestra-dores sempre serão parceiros dos médicos veterinários, pois esse profissional trabalhará a questão da obediência e o vete-rinário a saúde. “Essa obediência que trabalhamos não é só vol-tada para truques e malabaris-mos, é para deixar o cachorro mais equilibrado, controlar as suas frustrações, fazer com que o dono consiga se comunicar de forma clara e objetiva. Como profissionais, precisamos todos trabalhar em conjunto com um único objetivo: o bem-estar do cão e da família”.

* Fonte – Comportamento dos cães: Alexandre Rossi, especialista em com-portamento animal.

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A história do Santuário Rancho dos Gnomos está diretamente ligada à história de vida de seus fundadores, Marcos e Silvia Pompeu. Depois de casados, decidiram morar fora do país e com a desmontagem do apartamento foram até o local que se transformaria no Santuário. “eu e a Silvia sempre gostamos de bichos, mas ter um projeto desse tipo não passava pela nossa cabeça. esse espaço que estamos até hoje, em Cotia/SP, era um sítio no qual a família usava como depósito de móveis e objetos que não eram mais usados e quando che-gamos aqui para deixar as nossas coisas de-cidimos organizar o lugar que estava muito bagunçado e não saímos mais nesses qua-se 25 anos”, lembra Marcos.

Do primeiro animal a construção do SantuárioMarcos conta que quando foram para o sí-tio aconteceu uma mudança de valor muito grande e eles só começaram a perceber que algo estava ocorrendo depois de um perío-do em que já estavam instalados. Não é toa que Silvia ficou durante dois anos sem sair do local para fazer todo o trabalho de lim-peza e organização. e foi quando o primei-ro animal chegou ao local. Marcos comprou uma cabra que estava prenha e Silvia não hesitou em vender seu próprio carro para construir um capril para a mãe e os filhotes. e depois de participarem de um congresso de proteção animal no qual descobriram tamanha crueldade e exploração que é

Missão de vida a favor da natureza

Social

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Fotos • Biga Pessoa

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feita com os animais, o Santuário rancho dos Gnomos começou a tomar forma. “e a partir daí começaram a chegar os pedidos e o primeiro deles foi de uma leoa. Ficamos três meses pensando e acabamos aceitan-do mesmo com a nossa família dizendo que a leoa iria nos comer. Com o passar do tem-po fomos nos aperfeiçoando cada vez mais, organizando e estruturando e hoje temos a plena convicção de que é uma missão que estamos cumprindo”, afirma Marcos. o propósito de trabalho do rancho dos Gnomos sempre foi oferecer suporte aos órgãos oficiais como Bombeiros, Defesa Ci-vil, Polícia Militar, Polícia Militar Ambiental, Policia Federal, Polícia Civil e IBAMA que apreendem animais em situação de crime ambiental (apreendidos de tráfico, circos, vítimas de maus-tratos dentre outros), po-rém possuem uma enorme dificuldade de destinação. Marcos explica que desde o início eles insistiram em trabalhar em parceria com essas organizações para re-ceber esses bichos que não têm destino, principalmente aqueles que são mutila-dos e irão precisar viver eternamente no Santuário. “recebemos pedidos de todo o Brasil e até do exterior. e dentro do possível, quando conseguimos apoio para ações es-pecificas, nós atuamos. Nosso foco sempre foi os animais de grande porte, principal-mente os felinos.” os animais resgatados só saem da oNG se tiverem condições de voltar à natureza. É feito todo um trabalho de reabilitação com uma equipe espe-cializada com biólogos, veterinários em conjunto com os demais colaboradores.

Para aqueles que não conseguem retornar ao seu habitat natural, é preparado um re-cinto da melhor forma possível para que eles tenham uma vida digna até o final da sua existência. Além dos bichos de grande porte, o rancho recebe animais domésti-cos trabalhando também com a adoção. Paralelo ao resgate, o Santuário rancho dos Gnomos atua divulgando a culinária vegana que está diretamente ligada a questão da proteção animal, com projetos de educação ambiental direcionados para crianças e tam-bém com ecovoluntários que chegam de todos os lugares do mundo para trabalhar durante duas semanas na oNG. Atualmente esses dois últimos projetos estão parados, pois brevemente o Santuário terá um novo endereço com espaço maior para trazer mais bem-estar e tranquilidade para os animais. “Paramos com os projetos porque estamos focados na mudança que deve acontecer em 2016. Mas no novo local vamos voltar com todas essas atividades em uma intensidade maior”, complementa Marcos. Atualmente o rancho dos Gnomos possui cerca de 200 animais entre grandes felinos, domésticos e silvestres, mas já chegou a manter 1000 bichos dentro do espaço. “te-mos leões, bugios, araras, preguiças, cães, gatos, gansos dentre outros. Mas estamos recebendo somente casos de emergência, pois não podemos construir mais recintos por conta da mudança”, ressalta o fundador.

Mantendo o Santuário

Durante os primeiros 10 anos, o Santuá-rio rancho dos Gnomos foi mantido com recursos dos seus fundadores que ven-deram o que podiam para manter o tra-balho. Hoje eles contam com a ajuda de um grupo de associados que contribuem mensalmente com uma quantia em reais e também com a divulgação da oNG para que o número de colaborações aumente cada vez mais e assim melhorar a vida desses animais.

Divulgue o Santuário Rancho dos Gnomos e ajude a salvar mais vidas!

Site: www.ranchodosgnomos.org.br/

Facebook: www.facebook.com/RanchoDosGnomos

Instagram: @ranchodosgnomos

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EVENTOS

xxVi saCaVet semana acadêmica Veterinária Data: 19 a 24 de março de 2016

Local: Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São PauloAv. Prof. Dr. Orlando Marques de Paiva, 87 – Cidade Universitária - São Paulo/SP – Brasil

Sobre o evento: O SACAVET da USP consiste na maior semana acadêmica veterinária do Brasil. A missão do evento é difundir o co-nhecimento sobre as mais diversas áreas da veterinária, tanto por meio da abordagem de novos temas, como permitindo a reciclagem daqueles mais usuais.Mais informações: http://sacavet.com.br/home/

Congresso mundial de oncologia Veterinária – WVCC 2016 (World Veterinary Cancer Congress) Data: 25 a 29 de maio de 2016

Local: Resort Recanto Cataratas - Avenida Costa e Silva, 3500 - Foz do Iguaçu - Brasil

Sobre o evento: O congresso tem como ob-jetivo unir os melhores grupos de oncologia veterinária para estudar a questão do câncer nos animais para oferecê-los um futuro melhor. Mais informações: http://www.wvcc2016.com.br/

LIVROS

tratado de medicina interna de Cães e gatos 2 Vol.Autores: Márcia Marques Jericó, João Pedro de Andrade Neto, Márcia Mery KogikaSelo Editorial: RocaPáginas: 2464

Completo e único em sua abordagem, este tratado foi elaborado com o intuito de reunir informações relativas às diferentes áreas da me-dicina interna de cães e gatos, contando com a colaboração de renomados profissionais de diversas especialidades. Tratado de Medicina Interna de Cães e Gatos preenche uma lacuna na literatura nacional, tratan-do de situações inseridas na realidade brasileira, e dentre os inúmeros temas abordados, apresenta de maneira inovadora e pio-neira, tópicos como res-ponsabilidade profissional e medicina legal.

oncologia em Cães e gatosAutores: Carlos Roberto Daleck, Suely Rodaski, Andrigo Barboza DenardiSelo Editorial: RocaPáginas: 636

Nos últimos 20 anos, o estudo da oncologia vete-rinária foi enriquecido com o advento de sofistica-das técnicas diagnósticas e de novas terapias, em especial na área de pequenos animais. Este livro é a primeira obra escrita por brasileiros que retrata a prevalência de câncer em cães e gatos no país.A preocupação em fazer deste livro um guia para o estudo do câncer em cães e gatos exigiu uma abordagem simples e de fácil compreensão. O livro Oncologia em Cães e Gatos é destinado a estudantes e profissionais da área de medicina ve-terinária, sendo uma leitura importante para sua forma-ção e um auxílio constante no desenvolvimento de sua atividade. Conta com a colaboração de renoma-dos especialistas nacionais e internacionais, trazendo as mais recentes informa-ções sobre o tratamento do câncer em cães e gatos.

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Agenda

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Com você em todo o Brasil

“Da prescrição à medicação, um tratamento especial”

rua do oratório, 1606 - Moóca - SP11 2966-3440 - São Paulo / Capitalwww.especivet.com.br